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Farmacologia – Enfermagem/UNIPLI Farmacologia Parte II Curso de graduação em Enfermagem UNIPLI Professor: Sergio N. Kuriyama

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Farmacologia – Enfermagem/UNIPLI

FarmacologiaParte II

Curso de graduação em EnfermagemUNIPLI

Professor: Sergio N. Kuriyama

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Para que possam agir, os fármacos precisam atingir uma concentração adequada nos tecidos-alvo.

A característica química não interfere no fluxo de massa, mas é relevante no processo de difusão.

Distribuição

As moléculas do fármaco movem-se no organismo de acordo com o:

- fluxo de massa (i.e. corrente sanguínea)- difusão (através dos tecidos)

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O líquido extracelular compreende o plasma (4,5%), líquido intersticial (16%) e linfa (1,2%).

O líquido intracelular é a soma do conteúdo de líquido de todas as células do corpo.

O líquido transcelular (2,5%) inclui os líquidos cefalorraquidiano, intra-ocular, peritoneal, pleural e sinuvial e as secreções digestivas.

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Principais compartimentos líquidos do organismo

Moléculas ligadas

Moléculas livres

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A distribuição entre os diversos compartimentos depende:

- Permeabilidade através das barreiras teciduais- Ligação dentro dos compartimentos- Partição pelo pH- Partição óleo:água

A biodisponibilidade é a fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica.

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Distribuição das drogas

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Compartimentos celulares de distribuição das drogas

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Reservatório de drogas

Compartimentos orgânicos nos quais um fármaco se acumula.

Relação: Plasma X local de ação X reservatório

1) Proteínas plasmáticas – depende de: [ ] da droga, afinidade, número de receptores

2) Reservatórios celulares: músculo, fígado, gordura, osso, etc..

3) Reservatórios transcelulares: gastrintestinal, LCR, humor aquoso e líquidos articulares.

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Proteínas plasmáticas como

reservatório de drogas

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Importância das proteínas plasmáticas na intensidade e duração do efeito

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Volume real e aparente de distribuição

Volume real de distribuição – capacidade da droga de se distribuir pela água presente em todo o organismo

Capacidade da substância de atravessar os epitélios de absorção, o endotélio capilar e as membranas celulares – distribuição nos 40 litros de água do organismo.

Homem 70 kg – plasma sanguíneo (3 litros) + líquido intersticial extravascular (12 litros) + liquido intracelular de todas as células (28 litros) = 40 litros (total de água do organismo).

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Volume aparente de distribuição (Vd)– volume no qual a droga teria que se dissolver, para atingir a mesma concentração em que ela se encontra no plasma sanguíneo.

Relação entre a quantidade de droga no corpo e a quantidade existente no plasma. Quanto maior o Vd, maior a concentração da droga nos tecidos extravasculares.

Uso farmacocinético. Constante de proporcionalidade e não possui representação anatômica, podendo variar de 1 litro até 40 litros por kg de peso.

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Vd = quantidade de droga no corpoC(plasma)

Droga Vd (L/70kg)

Ácido salicílico 12

Fluoxetina 2500

Droga x: Vd = 3 L/70kg. Qual o compartimento que a droga se encontra?

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Vd Calculado (L)

FármacosCompartimento Teciduais de

Distribuição do Fármaco

5Heparina, clofibrato, varfarina,

furosemidaÁgua plasmática,

compartimento vascular

10-20AAS, tolbutamina, gentamicina,

estreptomicina, ampicilinaLíquido extracelular

(plasma e líquido intersticial)

22-42Metildopa, amoxicilina,

nitroglicerina, prednisolonaÁgua corporal total

(líquidos extra e intracelular)

> 70

Acetominofeno, propranolol, imipramina, desipramina,

nortriptilina, morfina, haloperidol

Acúmulo e ligação nos tecidos

Relação entre o Vd calculado e os Compartimentos Teciduais Envolvidos

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A depuração é um meio não-invasivo de medir a eliminação de uma droga pelos rins.

A depuração de um soluto descreve quantos mililitros de plasma que passam pelos rins foram totalmente limpos daquele soluto em um dado período de tempo.

Depuração = taxa de excreção na urina (mg/min) / concentração plasmática (mg/mL plasma)

Depuração

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DrogaVd

(L/70kg)Depuração (L/h/70kg)

Meia-vida (h)

Ácido salicílico 12 0,84 13

Fluoxetina 2500 40,2 53

Parâmetros Farmacocinéticos

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Biodisponibilidade das Drogas

Biodisponibilidade – quantidade de droga que atinge a circulação geral, em forma inalterada, após sua administração. Quantidade de droga disponível para ser utilizada pelo organismo.

Fatores que influenciam a biodisponibilidade das drogas: Dose, forma farmacêutica e vias de administração.

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Via Biodisponibilidade (%)

Característica

Endovenosa 100 Início rápido

Intramuscular ≤100 Volumes maiores possível; pode ser dolorosa

Subcutânea ≤100 Volumes menores que a IM; pode ser dolorosa

Oral <100 Mais conveniente; efeito de primeira passagem significativo

Retal <100 Efeito de primeira passagem menor que a oral

Inalação <100 Freqüentemente início muito rápido

Transdérmica ≤100 Geralmente a absorção muito lenta; longa duração de ação.

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Meia-Vida das Drogas (t ½)

Meia-vida – tempo que determinada concentração da droga leva para reduzir-se à sua metade

Droga T1/2

Penicilina 30-50 min

Vitamina A 8 h

Insulina 30 min

Chumbo 70 dias

Paracetamol 95-175 min

Cafeína 3 1/2-6 h

Xilocaína 75 min

Ácido salicílico 4-41/2 h

Vitamina D 40 dias

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-após 4 a 6 meias-vidas, a droga atinge praticamente sua concentração plasmática máxima constante média (Css);

-quanto mais curta a meia-vida, mais rapidamente se alcança a Css;

-quanto mais curta a meia-vida, maior a flutuação plasmática entre as doses;

-quando a meia-vida é prolongada acima do valor normal (e.g. insuficiência renal), maior o tempo para se alcançar a Css. Altas concentrações sanguíneas – toxicidade;

- A Css pode ser calculada segundo a equação:

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Css = F.D Ke.Vd.t

Onde: F = biodisponibilidade da drogaD = dose da drogaKel = constante de eliminaçãoVd = volume aparente de distribuiçãot = intervalo entre as doses

Concentração plasmática máxima constante média (Css)

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Doses administradas (repetidas) após a eliminação da anterior, resultará nas seguintes curvas:

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Concentração máxima média constante (Css)

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Efeito do erro temporal da administração de drogas

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Efeitos cumulativos e interferência do regime posológico

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Alterações na cinética de eliminação e concentração plasmática

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300 mg/kg de um fármaco foi administrado a uma pessoa de 70kg. Sabendo-se que a biodisponibilidade da droga é de 50% e o volume aparente de distribuição é de 10 litros, calcule a concentração plasmática.

OBS: para o cálculo correto, a dose e o volume aparente de distribuição devem estar na mesma unidade, ou seja, expressa por kg ou por massa corpórea (neste caso 70 kg).

Vd = quantidade de droga no corpoC(plasma)

Lembrar que:

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Um novo fármaco está em teste e foi administrado 500mg deste medicamento em uma pessoa pesando 80 kg. Sabe-se que a biodisponibilidade da droga é de 75%, o volume aparente de distribuição é de 0,2 L/kg e a constante de eliminação de 0,6. Calcule a concentração plasmática média constante (Css) após 12 horas.

Lembrar que: Css = F.D Ke.Vd.t

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Dose de manutenção

Regime posológico para manter a concentração da droga em equilíbrio estável. Portanto, na prática deve-se repor a quantidade de droga que foi eliminada.

Taxa posológica = Depuração X CA

Onde: CA é a concentração no local de ação.

Quando a biodisponibilidade (F) é inferior a 100, então a taxa posológica deve ser calculada da seguinte maneira:

Taxa posológica = Depuração X CA Foral

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Estudo de caso

Tratar um paciente com teofilina para o alívio da asma brônquica aguda.

Droga Foral Depuração (L/h/70kg)

[ ] efetiva

Teofilina 96% 2,88 10mg/mL

Taxa posológica = Depuração X CA

Considerando o tratamento inicial por via endovenosa, calcule a taxa de perfusão apropriada.

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Dose de manutenção= Depuração X CA X intervalo de doses Foral

Após o ataque inicial da asma ter sido controlado, o médico recomenda o uso da teofilina por via oral, administrada no intervalo de 12h. De acordo com a fórmula abaixo, calcule a dose de manutenção.