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8/16/2019 Fases Da Aplicação Da Pena
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O Código Penal adotou o critério trifásico para a fixação da pena, ou
seja, o juiz, ao apreciar o caso concreto, quando for decidir a pena a
ser imposta ao réu, deverá passar por ! "tr#s$ fases% a primeira, em
que se incum&irá de fixar a pena'&ase( a segunda, em que fará a
apuração das circunst)ncias atenuantes e agravantes( e, por fim, a
terceira e *ltima fase, que se encarregará da aplicação das causas de
aumento e diminuição da pena para que, ao final, c+egue ao total de
pena que deverá ser cumprida pelo réu
- fixação do quantum da pena servirá para o juiz fixar o regime inicial
de seu cumprimento o&edecendo as regras do artigo !! do CP"regimes fec+ado, semi'a&erto e a&erto$ &em como para decidir
so&re a concessão do sursis e so&re a su&stituição da pena privativa
de li&erdade por restritiva de direitos ou multa
Circunstâncias judiciais ou inominadas - 1ª fase
Como vimos, essa primeira fase se destinará a fixação da pena'&ase,
onde o juiz, em face do caso concreto, analisará as caracter.sticas do
crime e as aplicará, não podendo fugir do m.nimo e do máximo de
pena cominada pela lei /quele tipo penal
-s circunst)ncias judiciais se refletem tam&ém na concessão
do sursis e na suspensão condicional do processo, posto que a lei
preceitua que tais &enef.cios somente serão concedidos se estas
circunst)ncias assim o permitirem, ou seja, quando estas forem
favoráveis ao acusado
0ão circunst)ncias judiciais%
a$ Culpa&ilidade% é o grau de reprovação da conduta em face das
caracter.sticas pessoais do agente e do crime(
&$ -ntecedentes% são as &oas e as más condutas da vida do agente(
até 1 "cinco$ anos após o término do cumprimento da pena ocorrerá
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a reincid#ncia e, após esse lapso, as condenaç2es por este +avidas
serão tidas como maus antecedentes(
c$ Conduta social% é a conduta do agente no meio em que vive
"fam.lia, tra&al+o, etc$(
d$ Personalidade% são as caracter.sticas pessoais do agente, a sua
.ndole e periculosidade 3ada mais é que o perfil psicológico e moral(
e$ 4otivos do crime% são os fatores que levaram o agente a praticar o
delito, sendo certo que se o motivo constituir agravante ou
atenuante, qualificadora, causa de aumento ou diminuição não será
analisada nesta fase, so& pena de configuração do bis in idem(
f$ Circunst)ncias do crime% refere'se / maior ou menor gravidade do
delito em razão domodus operandi "instrumentos do crime, tempo de
sua duração, o&jeto material, local da infração, etc$(
g$ Consequ#ncias do crime% é a intensidade da lesão produzida no
&em jur.dico protegido em decorr#ncia da prática delituosa(
+$ Comportamento da v.tima% é analisado se a v.tima de alguma
forma estimulou ou influenciou negativamente a conduta do agente,
caso em que a pena será a&randada
Circunstâncias atenuantes e agravantes - 2ª fase
-lém das circunst)ncias judiciais, são previstas pela lei vigente as
circunst)ncias atenuantes, que são aquelas que permitirão ao
magistrado reduzir a pena'&ase já fixada na fase anterior, e as
circunst)ncias agravantes, as quais, ao contrário das atenuantes,
permitirão ao juiz aumentar a pena'&ase, ressaltando que nessa fase
o magistrado não poderá ultrapassar os limites do m.nimo e do
máximo legal -s circunst)ncias agravantes somente serão aplicadas
quando não constituem elementar do crime ou os qualifiquem
- Circunstâncias atenuantes:
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a$ ser o agente menor de 56 "vinte e um$, na data do fato, ou maior
de 7 "setenta$ anos, na data da sentença de 68 grau(
&$ o descon+ecimento da lei% não ocorre a isenção da pena, mas seu
a&randamento(
c$ ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social
ou moral% valor moral é o que se refere aos sentimentos relevantes
do próprio agente e valor social é o que interessa ao grupo social, /
coletividade(
d$ ter o agente procurado, por sua espont)nea vontade e com
efici#ncia, logo após o crime, evitar'l+e ou minorar'l+e as
consequ#ncias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano% não se
confunde com o instituto do arrependimento eficaz "artigo 61 do CP$,
nesse caso ocorre a consumação e, posteriormente, o agente evita ou
diminui suas consequ#ncias(
e$ ter o agente cometido o crime so& coação a que podia resistir, ou
em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou so& influ#ncia
de violenta emoção, provocada por ato injusto da vitima% o&serva'se
as regras do artigo 55 do CP "coação irresist.vel e ordem
+ierárquica$(
f$ ter o agente confessado espontaneamente, perante a autoridade, a
autoria do crime% se o agente confessa perante a -utoridade Policial
porém se retrata em ju.zo tal atenuante não é aplicada(
g$ ter o agente cometido o crime so& influ#ncia de multidão em
tumulto, se não o provocou% é aplicada desde que o tumulto não
ten+a sido provocado por ele mesmo
9e acordo com o artigo ::, do CP, ;a pena poderá ser ainda atenuada
em razão de circunst)ncia relevante, anterior ou posterior ao crime,
em&ora não prevista expressamente em lei;, razão pela qual pode'se
concluir que o rol das atenuantes do artigo :1 é exemplificativo
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- Circunstâncias agravantes:
a$ reincid#ncia% disp2e o artigo :!, do CP, que ;verifica'se a
reincid#ncia quando o agente comete novo crime, depois de transitar
em julgado a sentença que, no Pa.s ou no estrangeiro, o ten+a
condenado por crime anterior;(
&$ ter o agente cometido o crime por motivo f*til ou torpe% motivo
f*til é aquele de pouca import)ncia e motivo torpe é aquele vil,
repugnante(
c$ ter o agente cometido o crime para facilitar ou assegurar a
execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime%
nessa circunst)ncia tem que existir conexão entre os dois crimes(
d$ ter o agente cometido o crime / traição, por em&oscada, ou
mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou
imposs.vel a defesa do ofendido% essa circunst)ncia será aplicada
quando a v.tima for pega de surpresa( a traição ocorre quando o
agente usa de confiança nele depositada pela vitima para praticar o
delito( a em&oscada é a tocaia, ocorre quando o agente aguarda
escondido para praticar o delito e, por fim, a dissimulação ocorre
quando o agente utiliza'se de artif.cios para aproximar'se da v.tima(
e$ ter o agente cometido o crime com emprego de veneno, fogo,
explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia
resultar perigo comum% essa circunst)ncia se refere ao meio
empregado para a prática delituosa( tortura ou meio cruel é aquele
que causa imenso sofrimento f.sico e moral / v.tima( meio insidioso é
aquele que usa de fraude ou armadil+a e, por fim, perigo comum é o
que coloca em risco um n*mero indeterminado de pessoas(
f$ ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente,
irmão ou c
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g$ ter o agente cometido o crime com a&uso de autoridade ou
prevalecendo'se de relaç2es domésticas, de coa&itação ou de
+ospitalidade, ou com viol#ncia contra a mul+er na forma da lei
espec.fica% o a&uso de autoridade refere'se a relaç2es privadas(relaç2es domésticas são as existentes entre os mem&ros de uma
fam.lia( e coa&itação significa que tanto autor quanto v.tima residem
so& o mesmo teto(
+$ ter o agente cometido o crime com a&uso de poder ou violação de
dever inerente a cargo, of.cio, ministério ou profissão% o a&uso de
poder se dá quando o crime é praticado por agente p*&lico, não se
aplicando se o delito constituir em crime de a&uso de autoridade( as
demais +ipóteses referem'se quando o agente utilizar'se de sua
profissão para praticar o crime "atividade exercida por alguém como
meio de vida$(
i$ ter o agente cometido o crime contra criança, contra maior de :
"sessenta$ anos, ou contra enfermo ou mul+er grávida% são pessoas
mais vulneráveis, por isso gan+am maior proteção da lei( criança é o
que possui idade inferior a 65 "doze$ anos da idade(
j$ ter o agente cometido o crime quando o ofendido estava so&
imediata proteção da autoridade% aumenta'se a pena pela audácia do
agente em não respeitar / autoridade(
=$ ter o agente cometido o crime em ocasião de inc#ndio, naufrágio,
inundação ou qualquer calamidade p*&lica, ou de desgraça particulardo ofendido% se dá pela insensi&ilidade do agente que se aproveita de
uma situação de desgraça, p*&lica ou particular, para praticar o
delito(
l$ ter o agente cometido o crime em estado de em&riaguez
preordenada% ocorre quando o agente se em&riaga para ter coragem
para praticar o delito
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- Circunstâncias agravantes no concurso de pessoas% referindo'se ao
concurso de pessoas, o artigo :5, do CP, disp2e que a pena será
agravada em relação ao agente que%
a$ promove, organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes% pune'se aquele que promove ou comanda a prática
delituosa, incluindo o mentor intelectual do crime(
&$ coage ou induz outrem / execução material do crime% existe o
emprego de coação ou grave ameaça a fim de fazer com que uma
outra pessoa pratique determinado delito(
c$ instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito / sua
autoridade ou não'pun.vel em virtude de condição ou qualidade
pessoal% instigar é reforçar uma idéia já existente, enquanto
determinar é uma ordem( a autoridade referida nesta circunst)ncia
pode ser p*&lica ou particular( as condiç2es ou qualidades pessoais
que tornam a pessoa não'pun.vel pode ser a menoridade, a doença
mental, etc(
d$ executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa% a paga é o pagamento anterior a execução do delito,
enquanto a recompensa é o pagamento após a execução
- Concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes: +avendo o
concurso entre as circunst)ncias agravantes e as atenuantes o
magistrado não deverá compensar uma pela outra e sim ponderar'se
pelas circunst)ncias preponderantes que, segundo o legislador, são
aquelas que resultam dos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincid#ncia
Causas de aumento e diminuição - 3ª fase
-s causas de aumento e diminuição podem tanto estar previstas na
Parte >eral do Código Penal "ex% a tentativa, prevista no artigo 6?,
inciso @@, que poderá diminuir a pena de um a dois terços$ quanto na
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Parte Aspecial "ex% no crime de a&orto a pena será aplicada em
do&ro se ocorrer a morte da gestante ' artigo 657$ Alas são causas
que permitem ao magistrado diminuir aquém do m.nimo legal &em
como aumentar além do máximo legal
O parágrafo *nico do artigo :B, do CP, disp2e que se ocorrer o
concurso de causas de diminuição e de aumento previstas na parte
especial, deverá o juiz limitar'se a uma só diminuição e a um só
aumento, prevalecendo a que mais aumente ou diminua, porém se
ocorrer uma causa de aumento na parte especial e outra na parte
geral, poderá o magistrado aplicar am&as, posto que a lei se refere
somente ao concurso das causas previstas na parte especial do CP
Com relação as qualificadoras é poss.vel que o juiz recon+eça duas ou
mais em um mesmo crime e, segundo a doutrina, a primeira deverá
servir como qualificadora e as demais como agravantes genéricas,
senão vejamos% um indiv.duo pratica +omic.dio qualificado mediante
promessa de recompensa com o emprego de veneno ' o juiz irá
considerar a promessa de recompensa como qualificadora "artigo
656, 58, @ do CP$ e o emprego de veneno como agravante genérica
"artigo :6, @@, ;d; do CP$ ou vice'versa
Antretanto pode acontecer que em determinados casos a outra
qualificadora não seja considerada como circunst)ncia agravante,
devendo então o magistrado aplicá'la como circunst)ncia do crime
"artigo 1D, do CP ' circunst)ncias judiciais$, como no caso de um
furto qualificado praticado mediante escalada e rompimento de
o&stáculo, o juiz poderá qualificar o crime pela escalada "artigo 611,
?8, @@ do CP$ e, como o rompimento de o&stáculo não é considerado
como agravante, deverá considerá'lo na 6E fase, como circunst)ncia
do crime
Cálculo da pena
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