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_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 5, n. 8, p. 740-754, fev./jul. 2011. 740 FATORES DE RISCO E PREVALÊNCIA DE CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM GRADUANDOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINAS GERAIS FACTORS OF RISK AND PREVALENCE OF CONSTIPATION INTESTINAL IN UNDERGRADUATE OF THE COURSE OF NUTRITION OF A UNIVERSITY CENTER OF MINAS GERAIS CLARA REGINA DE SOUZA BRAZ Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste-MG E-mail: [email protected] NILMA MARIA VARGAS LESSA Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste- MG E-mail: [email protected] RESUMO A constipação intestinal apresenta definições variáveis e acomete principalmente mulheres, idosos, gestantes e crianças. Outro grupo suscetível é o de universitários: devido ao estilo de vida moderno optam por refeições rápidas, pobres em fibras, propiciando constipação funcional. O objetivo do estudo foi determinar a prevalência e os fatores de risco para constipação em graduandos de um curso de Nutrição. Para coletar dados utilizou-se questionário contendo questões socioeconômicas, fatores de risco associados e Critérios de Roma III. Aplicou-se teste qui-quadrado para investigar a associação entre prevalência de constipação e tempo de curso, adotando nível de significância p ≤ 0,05. A prevalência de constipação funcional foi 22,5%, sendo todas mulheres. Dos fatores de risco investigados nos constipados, verificou-se: 77,78% relataram dificuldade para evacuar fora de casa, 33,33% consumiam alimentos ricos em fibras diariamente, 77,78% declararam ingestão ≤ 7 copos de água/dia, sendo que, esses constituíram os mais relevantes. Não houve associação entre prevalência de constipação e períodos inicias/finais do curso (p ≥ 0,05). Conclui-se existir baixa prevalência de constipação comparada a outros estudos. Ressalta-se a necessidade, de orientar os estudantes a adotarem hábitos saudáveis como ingerir mais fibras, líquidos, respeitar o reflexo de evacuação e da realização de novos estudos para investigar o conhecimento desse grupo quanto à constipação. Palavras-chave: constipação intestinal, universitários, refeições rápidas. ABSTRACT Constipation present variable definitions and affects mainly women, elderly, pregnant women, children. Another susceptible group is university students, due to modern lifestyle choose for quick meals, low in fiber, bringing on functional constipation. The objective of the

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FATORES DE RISCO E PREVALÊNCIA DE CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM

GRADUANDOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO

DE MINAS GERAIS

FACTORS OF RISK AND PREVALENCE OF CONSTIPATION INTESTINAL IN

UNDERGRADUATE OF THE COURSE OF NUTRITION OF A UNIVERSITY

CENTER OF MINAS GERAIS

CLARA REGINA DE SOUZA BRAZ

Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste-MG

E-mail: [email protected]

NILMA MARIA VARGAS LESSA

Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste-

MG

E-mail: [email protected]

RESUMO

A constipação intestinal apresenta definições variáveis e acomete principalmente mulheres,

idosos, gestantes e crianças. Outro grupo suscetível é o de universitários: devido ao estilo de

vida moderno optam por refeições rápidas, pobres em fibras, propiciando constipação

funcional. O objetivo do estudo foi determinar a prevalência e os fatores de risco para

constipação em graduandos de um curso de Nutrição. Para coletar dados utilizou-se

questionário contendo questões socioeconômicas, fatores de risco associados e Critérios de

Roma III. Aplicou-se teste qui-quadrado para investigar a associação entre prevalência de

constipação e tempo de curso, adotando nível de significância p ≤ 0,05. A prevalência de

constipação funcional foi 22,5%, sendo todas mulheres. Dos fatores de risco investigados nos

constipados, verificou-se: 77,78% relataram dificuldade para evacuar fora de casa, 33,33%

consumiam alimentos ricos em fibras diariamente, 77,78% declararam ingestão ≤ 7 copos de

água/dia, sendo que, esses constituíram os mais relevantes. Não houve associação entre

prevalência de constipação e períodos inicias/finais do curso (p ≥ 0,05). Conclui-se existir

baixa prevalência de constipação comparada a outros estudos. Ressalta-se a necessidade, de

orientar os estudantes a adotarem hábitos saudáveis como ingerir mais fibras, líquidos,

respeitar o reflexo de evacuação e da realização de novos estudos para investigar o

conhecimento desse grupo quanto à constipação.

Palavras-chave: constipação intestinal, universitários, refeições rápidas.

ABSTRACT

Constipation present variable definitions and affects mainly women, elderly, pregnant

women, children. Another susceptible group is university students, due to modern lifestyle

choose for quick meals, low in fiber, bringing on functional constipation. The objective of the

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present study was to determine prevalence and risk factors for constipation on undergraduate

in a Nutrition course. The data collection was through a questionnaire containing

socioeconomic questions, risk factors and Rome III criteria for constipation. We applied chi-

square test to investigate the association between the prevalence of constipation and time

course, with a p ≤ 0,05 (statistical) significance level. The prevalence of functional

constipation was 22.5%, all women. On the investigated risk factors in constipated: 77.78%

reported difficulty in evacuating away from home, 33.33% consumed fiber-rich diet daily,

77.78% reported intake of ≤ 7 cups water/day, being these constituted the more relevant.

There was no association between prevalence of constipation on beginning and end periods of

the course (p ≥ 0.05). We conclude there is a low prevalence of constipation comparing with

other studies. It is to highlight the necessity of orienting the students to adopt healthy habits

such as eating more fiber, liquids, respected the reflex the evacuation and new studies to

investigate the knowledge of this group regarding constipation.

Key words: constipation, university students, quick meals.

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais as competências atribuídas ao homem nos seus campos de trabalho,

escolar e familiar têm causado interferência em sua qualidade de vida, como por exemplo,

falta de horários estabelecidos para as refeições e tempo disponível para a prática de

exercícios físicos (LACERDA; PACHECO, 2006). Ao mesmo tempo é observada uma

mudança nos hábitos alimentares da população, onde se percebe um aumento no consumo de

produtos refinados, industrializados com baixo teor de fibras alimentares, contidas em

alimentos como cereais integrais, frutas, verduras e hortaliças. Esta mudança tem propiciado o

aumento da incidência das “doenças de civilização”, sendo a constipação intestinal uma delas

(ANDRE; RODRIGUEZ; MORAES-FILHO, 2000).

A constipação intestinal pode ser de origem orgânica sendo secundária a alguma

doença como, por exemplo, neoplasias obstrutivas, hipotireoidismo, diabetes (AMBROGINI

JÚNIOR; MISZPUTEN, 2002) ou ainda a alguma doença que impeça o movimento do

conteúdo intestinal (GUYTON; HALL, 1997). E, de origem funcional, relacionada a fatores

como maus hábitos alimentares, sedentarismo e inibição do reflexo de evacuação

(AMBROGINI JÚNIOR; MISZPUTEN, 2002).

Wannmacher (2005) comenta que a constipação intestinal apresenta definições

variáveis tanto entre profissionais de saúde quanto entre pacientes. Para Trisóglio et al.

(2010), a constipação é uma doença polissintomática com manifestações que podem interferir

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sobre funções colônicas e anorretais. Segundo Rodriguez, Sá e Moraes-Filho (2008), a

obstipação não é propriamente uma enfermidade, mas um sintoma muito frequente que exige

adequada investigação para estabelecimento do diagnóstico. Como critério para definição de

constipação tem-se utilizado os “Critérios de Roma” (COLLETE; ARAÚJO; MADRUGA,

2010). Dentre eles há os Critérios de Roma III, pelos quais é possível classificar o indivíduo

como constipado e, são utilizados para definir constipação intestinal quando essa não é

originada por causas orgânicas (RODRIGUEZ; DANTAS JÚNIOR; MORAES-FILHO,

2009).

Wannmacher (2005) comenta em seu trabalho uma revisão sistemática com adultos

da América do Norte, onde se encontrou média de 14,8% da ocorrência de constipação com

maior predominância em mulheres e indivíduos acima de 65 anos de idade. Segundo

Kawaguti et al. (2008), outro grupo em que o transtorno é muito frequente e comum é o de

gestantes. Pereira et al. (2009) descrevem que também é comum casos do distúrbio em

crianças e, cerca de 90 a 95% deles, estão relacionados a constipação de origem do tipo

funcional.

Outro público que tem sido acometido pelo problema é o universitário. Segundo

Jaime et al. (2009), o estilo de vida moderno e a ocorrência de fatores característicos do meio

acadêmico (stress, horários desregulados para realizar as refeições) podem contribuir para que

esses indivíduos omitam suas refeições ou as substituam por lanches rápidos e práticos,

pobres em fibras.

Levando em conta as considerações acima, acredita-se que a investigação da

prevalência do distúrbio em universitários do curso de Nutrição permitirá uma reflexão sobre

a constipação nesse grupo. Ora visto que os alunos estudam sobre o assunto, é de se esperar

que o conhecimento adquirido quanto a alimentação e aos hábitos que previnam e/ou tratem a

constipação sejam utilizados. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo determinar

os fatores de risco e a prevalência de constipação intestinal em graduandos do curso de

Nutrição.

MATERIAL E MÉTODOS

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Realizou-se um estudo do tipo transversal, com caráter descritivo e quantitativo, cuja

amostra englobou todos os estudantes matriculados no primeiro semestre do ano de 2011, no

curso de Nutrição, de um centro universitário no leste de Minas Gerais.

Foi utilizado um questionário como instrumento para a coleta de dados adaptado dos

autores Souza e Berto (2006), Jaime et al. (2009) e Collete, Araújo e Madruga (2010). Este

instrumento contém questões objetivas relacionadas ao nível socioeconômico, fatores

associados com o transtorno, tais como: hábitos alimentares, comportamentais e sedentarismo

e os Critérios de Roma III para a classificação dos sujeitos quanto à constipação.

A coleta de dados ocorreu durante o mês de fevereiro do ano de 2011 e procedeu-se

em um centro universitário de Minas Gerais, no curso de Nutrição, durante os horários de

aula, mediante autorização do professor presente em sala. Os alunos foram informados sobre

o objetivo do trabalho e receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme

regulamenta a Resolução N° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Aqueles que se

recusaram em assinar este termo e/ou deixaram o questionário incompleto foram excluídos da

amostra. Como critério de inclusão foi adicionado ao estudo todos os estudantes do curso de

Nutrição matriculados no primeiro semestre do ano de 2011.

Os Critérios de Roma III utilizados na pesquisa para classificar o sujeito como

constipado, caracterizam o quadro de constipação intestinal quando esse apresentar dois ou

mais dos seguintes sintomas, no período dos últimos três meses, (esforço evacuatório, fezes

duras ou em cíbalos, sensação de evacuação incompleta, sensação de bloqueio anorretal,

necessidade de manobras manuais facilitadoras e frequência de evacuações inferior a três

vezes por semana) com início das manifestações em pelo menos 25% das evacuações em no

mínimo seis meses antes do diagnóstico (TRISÓGLIO et al., 2010).

Para apresentação dos dados foi adotada a estatística descritiva, sendo utilizado o

programa Microsoft Office Excell® 2007 e a estatística inferencial, através do programa

BIOestat®, por meio do teste do qui-quadrado, para comparar a prevalência de constipação

intestinal na população dos períodos iniciais do curso (estabelecidos no estudo como aqueles

compreeendidos entre o 1° ao 4° períodos) e períodos finais (estabelecidos no estudo como

aqueles compreendidos entre o 5° ao 8° períodos). Como nível de significância utilizou-se p ≤

0,05.

Buscou-se dividir a população dessa forma, para investigar se haveria diferença

estatística significante entre a prevalência do transtorno à medida que o estudante adquire

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conhecimentos sobre o assunto. Pressupõe-se que, durante os períodos finais, há um maior

esclarecimento quanto às causas que levam ao surgimento de constipação intestinal assim

como são discutidas medidas que previnam e/ou tratem o distúrbio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. Caracterização da população estudada

Foram entrevistados 47 indivíduos e, desses foram excluídos sete, pelo fato de terem

deixado o questionário incompleto e/ou recusado em assinar o termo de consentimento livre e

esclarecido. Portanto, foram incluídos 40 ao estudo, sendo que, 36 (90%) eram do sexo

feminino e quatro (10%) do sexo masculino (Tabela 1).

Tabela 1 - Caracterização sócio-demográfica e econômica de todos os indivíduos incluídos a ao estudo

2011.

Fonte: dados da pesquisa.

A maioria dos participantes (85%) tinha idade compreendida entre 18-30 anos, 65%

relataram residir junto aos pais e/ou outros parentes, 45% referiram possuir uma renda

Variável N° de indivíduos Percentual

Sexo

Masculino 04 10%

Feminino 36 90%

Idade (anos)

18-30 34 85%

30-40 04 10%

> 40 02 05%

Reside junto a(os)

Pais/Outros parentes 26 65%

Esposa e/ou filhos 05 12,5%

Amigos 06 15%

Outros 01 2,5%

Sozinho 02 05%

Renda Familiar

< 5 Salários Mínimos 16 40%

5-10 Salários Mínimos 18 45%

10-15 Salários Mínimos 06 15%

> 15 Salários Mínimos 00 00%

Ocupação Profissional

Sim 18 45%

Não 22 55%

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familiar entre 5 a 10 salários mínimos e 45% declararam ter uma ocupação profissional

(Tabela 1).

Cota e Miranda (2006) investigaram a associação entre constipação intestinal e estilo

de vida em estudantes universitários e também obtiveram a maior parte de sua amostra

composta pelo gênero feminino e, quanto à faixa etária, compreendeu indivíduos jovens, com

idade entre 18 e 24 anos. Com relação às variáveis sexo, idade e renda familiar, Rodriguez,

Dantas Júnior e Moraes-Filho (2009) comentam que a constipação ocorre com maior

frequência em indivíduos com idade superior a 40 anos, sendo mais prevalente em indivíduos

do sexo feminino e mais comum em famílias de baixa renda.

2. Prevalência de Constipação Intestinal Funcional

A prevalência de constipação intestinal funcional nos entrevistados foi de 22,5%

(Figura 1), sendo que todos os constipados foram do sexo feminino.

Figura 1 - Prevalência de Constipação Intestinal Funcional na população estudada segundo os Critérios de Roma

III.

Constipados

Não Constipados

Trisóglio et al. (2010) utilizando os Critérios de Roma III, encontraram uma

prevalência de 35% de constipação intestinal entre estudantes de medicina, com maior

ocorrência em indivíduos do sexo feminino. Em um estudo realizado por Collete, Araújo e

Madruga (2010), também utilizando os mesmos critérios, encontrou-se uma prevalência de

26,9% do transtorno entre os moradores do perímetro urbano de Pelotas - região Sul do

Brasil, sendo mais frequente nas mulheres. Cota e Miranda (2006) comentam que há dados

22,5%

77,5%

Fonte: dados da pesquisa.

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científicos que afirmam que a constipação intestinal é três vezes maior em mulheres do que

em homens. Collete, Araújo e Madruga (2010) descrevem que as alterações hormonais nas

mulheres durante a fase lútea do ciclo menstrual - onde há um aumento dos níveis de

estrogênio- têm associação com um tempo de trânsito intestinal mais lento. Cota e Miranda

(2006) afirmam que indivíduos do sexo feminino requerem uma menor demanda energética e,

portanto, tendem a ingerir uma menor quantidade de alimentos e fibras podendo este fato

estar associado à constipação intestinal, visto que, este nutriente proporciona benefícios ao

funcionamento do intestino.

3. Fatores de Risco relacionados ao surgimento de Constipação Intestinal

Segundo Ambrogini Júnior e Miszputen (2002), a constipação intestinal de origem

funcional está relacionada a fatores como maus hábitos alimentares, sedentarismo, inibição do

reflexo de evacuação, dentre outros hábitos comportamentais inadequados.

3.1 Fatores Comportamentais

De acordo com as variáveis comportamentais investigadas através do questionário

utilizado no estudo, observou-se que 33,34% dos indivíduos constipados relataram fazer uso

de algum método laxativo (incluindo medicamento e chás), 77,78% referiram não conseguir

evacuar fora de casa, 55,55% disseram não haver história de constipação intestinal na família

e 100% apontaram não apresentar nenhuma doença que altere o funcionamento do intestino

(Tabela 2).

Observou-se que os resultados obtidos neste estudo para o uso de algum método

laxativo, 33,34% (Tabela 2), se aproximam do encontrado pelos autores Collete, Aráujo e

Madruga (2010) que identificaram o correspondente a 36% em sua amostra total de

constipados. Segundo Andre, Rodriguez e Moraes-Filho (2000), o uso de medidas dietéticas e

comportamentais como forma de recuperar o funcionamento adequado do intestino não

promove efeito imediato, já que exige mudanças de hábitos e para tal é necessário tempo

suficiente e esforço do indivíduo para alcance dos resultados. Porém, o uso crônico de

medicamentos, principalmente o de laxantes à base de estimulantes químicos, como os

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derivados do polifenol, pode lesar os plexos mioentéricos do cólon resultando em uma

dismotilidade colônica.

Tabela 2 - Prevalência de fatores de risco comportamentais relacionados à Constipação Intestinal em indivíduos

constipados, 2011.

Variáveis Percentual

Sim Não

Uso de algum método laxativo 33,34% 66,66%

(medicamento, chás)

Consegue evacuar fora de casa 22,22% 77,78%

Há história de Constipação Intestinal 44,45% 55,55%

na família

Há presença de alguma doença que alte- 0% 100%

-re o funcionamento intestinal

Com relação à dificuldade de evacuar fora de casa, Cota e Miranda (2006) observaram

que 85% dos constipados possuem esta dificuldade. No presente estudo encontrou-se um

valor inferior ao encontrado pelos autores mencionados acima, 77,78% (Tabela 2) e, apesar de

menor, torna-se expressivo para o estudo por englobar maior parte dos indivíduos constipados

da amostra. Cota e Miranda (2006) descrevem que a não obediência ao reflexo da evacuação

dificulta o restabelecimento da resposta adequada ao reflexo gastrocólico e, portanto, é

necessário orientar os indivíduos constipados a mudarem este comportamento.

No que se refere à presença de história de constipação intestinal na família, um menor

percentual de indivíduos constipados, 44,45% (Tabela 2) declararam ocorrência do transtorno

entre seus familiares. Em seu estudo, Jaime et al. (2009) observaram um maior percentual de

indivíduos constipados (55,7%) com apresentação de história familiar de constipação.

Quanto à presença de doenças que alteram o funcionamento do intestino não houve

nenhum relato descrito (Tabela 2). Pode-se confirmar que a constipação intestinal avaliada no

presente estudo não é de origem orgânica, pois, segundo Ambrogini Júnior e Miszputen

(2002), essa é secundária a alguma doença como neoplasias obstrutivas, hipotireoidismo,

diabetes.

3.2 Alimentação

Fonte: dados da pesquisa.

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Outro fator relacionado ao surgimento de constipação intestinal funcional é o baixo

consumo e frequência de ingestão de alimentos ricos em fibras alimentares como frutas,

verduras, legumes, alimentos integrais, os quais, segundo descrevem Cota e Miranda (2006),

têm ação de prevenir a ocorrência de constipação intestinal. Observou-se que 33,33% dos

indivíduos constipados consumiam alimentos fontes de fibras de 1 a 2 vezes por dia e 44,45%

possuíam ingestão de 1 a 2 vezes por semana, ao passo que, no grupo dos não constipados,

48,39% referiram um consumo de 1 a 2 vezes por dia e apenas 9,68% declararam ingestão de

1 a 2 vezes por semana (Figura 2).

33,33

48,39

44,45

9,68

22,22

38,71

0

3,22

0 00

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Constipados

Não Constipados

Jaime et al. (2009) não encontraram associação significativa entre prevalência de

constipação e consumo de alimentos fontes de fibras, visto que, dos indivíduos constipados e

não constipados de sua amostra, 37,97% e 43,8% respectivamente, referiram uma frequência

de ingestão desses alimentos de 1 a 2 vezes por dia, enquanto 16,46% e 17,72%,

respectivamente, relataram uma frequência de 1 a 2 vezes por semana.

Em média, recomenda-se uma ingestão de fibras de 30 gramas/dia (BRASIL, 2004).

Em ambos os estudos, o atual e o em que se estabeleceu comparação de dados, notou-se que

Raramente 1-2 vezes/ semana

3-4 vezes/ semana

1-2 vezes/dia

Nunca

%

Figura 2 - Frequência de consumo de alimentos ricos em fibras como frutas, verduras, legumes e alimentos

integrais em indivíduos constipados e não constipados, 2011.

Fonte: dados da pesquisa.

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indivíduos não constipados relataram uma maior frequência de ingestão de fibras por dia do

que os constipados, o que ressalta a função auxiliar do nutriente ao desempenho intestinal.

Abreu et al. (2008) descrevem que as fibras solúveis têm propriedades de estimular o

metabolismo e o trofismo intestinal, retardam o esvaziamento gástrico e propiciam aumento

da saciedade enquanto as fibras insolúveis promovem aumento da massa e maciez fecal,

aumento na frequência de evacuação, efeito mecânico no trato gastrointestinal e, portanto,

reduzem a constipação.

Cota e Miranda (2006) descrevem que juntamente ao consumo de fibras alimentares

deve-se ter uma ingestão hídrica adequada, pois, fibras solúveis absorvem água. Detectou-se

no presente estudo um maior percentual de ingestão de água, equivalente a oito ou mais copos

por dia, no grupo de indivíduos não constipados, 41,94% (Figura 3).

33,33

16,13

44,45

38,71

22,22

41,94

0

3,22

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45 Constipados

Não Constipados

Ao se considerar uma ingestão menor ou igual a sete copos de água por dia, ou seja, ao

somar os percentuais encontrados em cada grupo para as frequências de 1-3copos/dia e 4-7

copos/dia, verifica-se que indivíduos constipados apresentam maiores percentuais de ingestão

abaixo ou igual a 7 copos de água por dia, 77,78%, do que os não constipados, 54,84%

(Figura 3).

1-3 copos/dia

4-7 copos/dia

> 8 copos/dia

Não bebe água

%

Figura 3 - Frequência de ingestão de água em indivíduos constipados e não-constipados, 2011.

Fonte: dados da pesquisa.

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No estudo de Jaime et al. (2009), ao estabelecerem associação entre a ingestão de

líquidos e surgimento de constipação intestinal funcional, não encontraram diferença

estatística significante e observaram que, dos indivíduos constipados e não constipados,

84,81% e 80,17%, respectivamente, possuíam uma ingestão inferior a sete copos de água por

dia. Complementando, estes autores descrevem que é recomendada uma ingestão de pelo

menos oito copos por dia de líquidos, como água e sucos, por exemplo, pois têm papel no

peso e maciez das fezes, além de contribuir para o aumento do número de reflexos

gastrocólicos e proporcionar uma lubrificação intestinal.

Outro fator relacionado ao surgimento de constipação intestinal funcional é a omissão

de refeições (COTA; MIRANDA, 2006). Neste estudo a maioria dos indivíduos constipados

(66,66%) e a maioria dos não constipados (74,19%) relataram realizar quatro ou mais

refeições por dia (Figura 4).

Figura 4 - Número de refeições diárias dos indivíduos constipados e não constipados, 2011.

22,23

0

11,11

25,81

66,66

74,19

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2 refeições/dia 3 refeições/dia 4 ou mais

refeições/dia

Constipados

Não Constipados

Cota e Miranda (2006) não encontraram associação significativa entre omissão de

refeições e desenvolvimento de constipação intestinal funcional, sendo que, em sua amostra,

também grande parte dos indivíduos constipados (55%) realizavam quatro ou mais refeições

diárias.

%

Fonte: dados da pesquisa.

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Estes autores comentam que é importante fracionar as refeições ao longo do dia e não

deixar de realizá-las em horários regulares, visto que, o volume inadequado de alimentos para

formar o bolo fecal, pode diminuir o número de reflexos gastrocólicos e desestimular o

peristaltismo intestinal.

3.3 Sedentarismo

Segundo Lacerda e Pacheco (2006), o homem em decorrência das competências a que

lhe são atribuídas nos dias atuais, tem tido sua qualidade de vida afetada como, por exemplo,

não dispondo de tempo para a prática de atividade física. Detectou-se no presente estudo que

44,45% dos indivíduos constipados não praticavam exercícios físicos enquanto que no grupo

dos indivíduos não constipados, 70,97% declararam não realizar nenhuma atividade.

Em seu trabalho, Cota e Miranda (2006) encontraram um relato superior ao

encontrado no presente estudo, onde observaram que dos indivíduos constipados, 65% não

praticavam nenhuma atividade física. Rodriguez, Dantas Júnior e Moraes-Filho (2009)

comentam que não existem evidências científicas do papel da atividade física para a melhora

do quadro de constipação. Mas, conforme descrito por Cota e Miranda (2006), o exercício

físico promove motilidade intestinal, mudanças hormonais, melhora do tônus muscular da

musculatura pélvica e abdominal, auxiliando a eliminação das fezes após esforço. E, além

disso, o gasto energético que se tem com a prática do exercício, faz com que haja um aumento

da ingestão de calorias e, por consequência, do consumo de alimentos fontes de fibras.

4. Associação entre prevalência de constipação intestinal e período em curso

Estudantes universitários, especificamente do curso de Nutrição, ao longo de sua

trajetória acadêmica, isto é, desde os períodos iniciais aos finais da graduação, adquirem um

conhecimento técnico e científico sobre alimentação-saúde-adoecimento. Portanto, o fato

deste estudo abranger indivíduos de períodos tanto iniciais (considerados aqui como aqueles

compreendidos do 1° ao 4° períodos) e finais (considerados como aqueles compreendidos do

5° ao 8° período), que têm possibilidades de aquisição de conhecimentos diferenciados,

devido ao tempo que estão no curso, conduziu-se a divisão da população em dois grupos.

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Dessa forma investigar-se-ia a existência de associação entre prevalência de constipação e o

tempo de curso.

Partiu-se do pressuposto que durante os períodos finais haveria um maior

esclarecimento quanto às causas que levam ao surgimento de constipação, bem como são

discutidas medidas que previnam e/ou tratem o distúrbio, e assim, é de se esperar que a

prevalência seja menor se comparada com a dos estudantes dos períodos iniciais. Porém,

neste estudo, não houve associação estatisticamente significante entre a prevalência de

constipação e períodos (iniciais e finais) do curso (p ≥ 0,05). Isso provavelmente deve-se, ao

fato de que, independente do período em curso, os estudantes têm facilidade para acesso a

informações científicas sobre o tema.

CONCLUSÃO

Verifica-se que a prevalência de constipação encontrada foi baixa, em relação a outros

estudos que utilizaram os mesmos critérios diagnósticos, sendo predominante no sexo

feminino. Referente aos fatores de risco investigados relacionados ao transtorno em

indivíduos constipados, os mais relevantes foram o não cumprimento do reflexo de evacuação

em ambientes fora de casa, o relato de baixa frequência de ingestão de fibras e de água por

dia. Estes achados requerem uma atenção especial, pois podem agravar a constipação, sendo

necessário orientar esses indivíduos a adotarem hábitos saudáveis tais como ter uma

alimentação equilibrada com quantidades de fibras adequada, ingerir mais líquidos, praticar

algum exercício físico, obedecer ao reflexo de evacuação, a fim de auxiliá-los na prevenção e

tratamento da constipação.

Não houve associação entre prevalência de constipação e períodos do curso (iniciais e

finais). Portanto são necessários novos estudos para investigar o conhecimento que os

estudantes têm quanto à constipação (suas causas, prevenção, tratamento) e se esse

conhecimento pode influenciar no distúrbio.

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Recebido em: 03/06/2011

Revisado em: 01/08/2011

Aprovado em: 10/08/2011