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7/25/2019 FAUNA EDFICA EM MATA DE ARAUCRIA DO MUNICPIO DE SENADOR AMARAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS
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WASHINGTON LUIZ DA SILVA
FAUNA EDFICA EM MATA DE ARAUCRIA DO MUNICIPIO DE
SENADOR AMARAL NO SUL DE MINAS GERAIS
INCONFIDENTES-MG2016
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WASHINGTON LUIZ DA SILVA
FAUNA EDFICA EM MATA DE ARAUCRIA DO MUNICIPIO DE
SENADOR AMARAL NO SUL DE MINAS GERAIS
Trabalho de Concluso de Curso apresentadocomo pr-requisito de concluso do curso deGraduao em Licenciatura em cinciasBiolgicas do Instituto Federal de Educao,Cincia e Tecnologia do Sul de Minas Gerais-Campus Inconfidente, para obteno do ttulo.de Licenciado em Cincias Biolgicas.
Orientador professor D.Sc. Jamil de Morais Pereira
INCONFIDENTES-MG
2016
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WASHINGTON LUIZ DA SILVA
FAUNA EDFICA EM MATA DE ARAUCRIA DO MUNICIPIO DE
SENADOR AMARAL NO SUL DE MINAS GERAIS
Data de Aprovao: 25/04/2016
________________________________________________
Orientador: Prof. D.Sc. Jamil de Morais Pereira
IFSULDEMINASCAMPUS INCONFIDENTES
________________________________________________
Prof. D.Sc. Luiz Carlos Dias Rocha
IFSULDEMINASCAMPUS INCONFIDENTES
_________________________________________________
Profa.D.Sc Constantina Dias Paparadis
IFSULDEMINASCAMPUS INCONFIDENTES
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AGRADECIMENTOS
-Primeiramente a Deus, por me concedido sade suficiente para prosseguir com os meus
estudos, sem pensar em desistir.
- minha dignssima esposa Eliana pelo apoio que sempre tem me prestado nestes anos de
companheirismo.
-Ao meu filhote Pedro que sempre tem me ensinado mesmo de forma indireta
-Ao meu Orientador Dr. Jamil de Morais Pereira, pela orientao, apoio, pacincia , amizade,
pelos conhecimentos passados e que sempre se mostrou disposto em ajudar no que fosse
possvel para a concluso desse trabalho
- Aos membros da banca que prontamente aceitaram o convite, sendo eles Constantina e
Luizinho, sou grato a eles
- Ao IFSULDEMINASCAMPUS INCONFIDENTES por essa oportunidade de realizar este
trabalho, sendo no apoio do transporte como disponibilizando os laboratrios.
- Ao M.Sc. Mateus Tonelli - Esalq-Usp, Piracicaba-SP, pela colaborao nas anlises
estatsticas.
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RESUMO
A Araucaria angustifolia uma espcie nativa e predominante na Floresta Ombrfila Mistado bioma Mata Atlntica. Ao No sul de Minas Gerais, nota-se a presena da araucria em
rea de mata naturais e em reflorestamentos, principalmente nos municpios de altitude mais
elevada (acima de 1200 m), como o caso de Senador Amaral. Estas reas, com araucrias,
foram muito exploradas principalmente pela qualidade de sua madeira e, mais recentemente,
pela concorrncia com a atividade agropecuria (pastagens, e hortalias). O remanescente de
floresta de araucria, nessa regio, abriga alta diversidade de organismos edficos,
principalmente diferentes ordens de invertebrados de solo que vivem nesse ambiente eprestam vrios servios ambientais ao ecossistema florestal. Nesse sentido, a conservao das
reas de mata com araucrias naturais e em reflorestamento, pode preservar a diversidade de
invertebrados associado a esse ecossistema. Assim, buscando trazer uma contribuio
conscientizao dos produtores locais a preservao da araucria, este trabalho teve como
objetivo conhecer as principais ordens de invertebrados de solo associadas a mata com
araucria naturais e em reflorestamentos. Para isso, foi escolhida no municpio de Senador
Amaral-MG, trs reas com araucria [Mata com araucria nativa (MAN), mata com
araucria em reflorestamento com 50 anos de idade (RF50) e mata com araucria em
reflorestamento com 60 anos de idade (RF60)]. A coleta de invertebrados foi realizada por
armadilhas de queda. Em cada rea, foi selecionado nove araucrias aleatrios e dois metros
do tronco foi instalada as armadilhas. Nos mesmos pontos de coleta de invertebrados, foi
levado amostras de solo para determinar as propriedades qumicas do solo. Os invertebrados
foram identificados ao nvel de grupos, de acordo com suas caractersticas morfolgicas. Um
total de oito grupos de invertebrados foram identificados na rea de estudo (1579 indivduos).
Os resultados de densidade entre as reas grupo foi comparada pelo teste de Kruskal-Wallis
(P
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ABSTRACT
Araucaria angustifolia is a native and predominant species in the Araucaria Forest of the
Atlantic Forest. In the south of Minas Gerais, note the presence of Araucaria in natural forest
area and reforestation, especially in higher altitude cities (above 1200 m), as is the case of
Senador Amaral. These areas, Araucaria, were overexploited mainly for the quality of its
timber and, more recently, competition with agricultural activity (pasturages, and vegetables).
The remaining Araucaria forest in this region is a haven to a high diversity of soil organisms,
especially different orders of soil invertebrates that live in this environment and provide
various environmental services to forest ecosystem. In this sense, the conservation of forestareas with natural and reforested Araucaria trees, can preserve the diversity of invertebrates
associated with this ecosystem. Thus contributing to a better awareness of local producers
regarding the preservation of Araucaria, this study aimed to know the main soil invertebrates
orders associated with natural forest with Araucaria and reforestation. For this, was chosen in
the municipality of Senador Amaral-MG, three areas with Araucaria [Area with native
Araucaria (MAN), Area with Araucaria reforestation with 50 years of age (RF50) and Area
with Araucaria reforestation 60 years old (RF60)]. The collection of invertebrates wasperformed by pitfall traps. In each area, was selected at random, nine Araucaria trees and two
meters from his trunk falling traps installed. In the same collection points of invertebrates,
was taken soil samples to determine the soil chemical properties. Invertebrates were identified
at the level of groups, according to their morphological characteristics. A total of eight groups
of invertebrates were identified in the study area (1579 individuals). The results of group
density between the areas was compared by Kruskal-Wallis test (P
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SUMRIO
1. INTRODUO ....................................................................................................................9
2. REFERENCIAL TERICO ............................................................................................. 11
2.1 FLORESTA DE ARAUCARIA ......................................................................................... 11
2.2 IMPORTNCIA DA FAUNA EDAFICA ........................................................................ 12
3. MATERIAIS E MTODOS .............................................................................................. 15
3.1 CARACTERIZAO DAS REAS DE ESTUDO ......................................................... 15
3.2 COLETA DE INVERTEBRADOS DE SOLO .................................................................. 18
3.3 DETERMINAO DOS ATRIBUTOS QUIMICOS DO SOLO ..................................... 20
3.4 ANLISE ESTATSTICA ................................................................................................. 204. RESULTADOS E DISCUSSES ..................................................................................... 22
5. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................. 27
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................. 28
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1. INTRODUO
A floresta deAraucaria angustifolia,tpica da Amrica do Sul, tambm conhecidapor
Floresta Ombrfila Mista, uma das florestas mais antigas do Brasil. Devido a sua riqueza
em fauna e flora, principalmente madeira, foi muito explorada desde o sculo XX.Atualmente as atividades que mais concorrem com a Floresta a explorao agrcola,
principalmente introduo de pastagens e lavouras. A crescente fragmentao dos
ecossistemas florestais um dos grandes problemas ambientais do mundo moderno
(SAUNDERS et al., 1991). E dentre os ecossistemas ameaados encontram-se as floresta de
A.angustiflia.
No sul do Estado de Minas Gerais podem ser encontrados municpios, com altitudes
acima de 1200 metros e, com clima, adequado ao desenvolvimento da araucria. Nestes,podem ser observados fragmentos de florestas isolados com araucrias nativas e reas de
araucria em reflorestamento. Contudo, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente o baixo interesse na conservao dessas reas, motivadas por baixa conscincia
ambiental e motivos econmicos (utilizao das reas para atividade agrcola), vem colocando
em risco esse ecossistema, visto que a araucria uma espcie ameaada de extino
(BRASIL, 1992).
A floresta de araucria abriga rica diversidade de organismos de solo importantes namanuteno desse ecossistema. Dentre esses organismos esto os diversos grupos de
invertebrados que fazem parte da fauna do solo, os quais desempenham inmeras funes
ecolgicas no ambiente solo/serapilheira da floresta.
A diversidade de grupos de invertebrados da fauna do solo na floresta tem papel
fundamental na manuteno e/ou melhoria da qualidade do solo. Isso ocorre porque entre
esses grupos se encontram as minhocas (Oligochaeta) que fazem galerias tornando o solo
mais permevel a gua, razes e melhoram a aerao do solo. Os Piolhos-de-cobra,
(Diplopoda), os quais so timos trituradores de restos vegetais, permitindo que esse material
fique mais disponvel a decomposio microbiana. As formigas (Hymenoptera Formicidae) e
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Tmitas (Blattaria:Isoptera), muitas deles movimentam grande quantidade de partculas de
solo e material orgnico, contribuindo com a fertilizao do solo. Alm desses e outros,
podem ser mencionados o grupo de predadores, tais como as aranhas (Araneae), Opilies
(Opilionodae), centopeias (Chilopoda), muito importantes no controle da populao de presas
(CORREIA; OLIVEIRA, 2008).
Os grupos da fauna do solo contribuem com a melhoria da qualidade do solo, no
ambiente da floresta, mas por outro lado, tambm dependem da conservao desse
ecossistema, uma vez que eles vivem e se alimentam no ambiente solo/serapilheira.
Atualmente, pouco se conhece em relao a esses grupos, em reas de floresta com araucria
no sul de Minas Gerais. Assim, este trabalho visa contribuir realizando o levantamento da
diversidade de grupos da fauna do solo em ambiente de floresta de A. angustifolia nativa ereflorestada bem como reas de uso para pastoreio prximo aos locais das florestas no sul do
estado de Minas Gerais.
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2. REFERENCIAL TERICO
2.1 FLORESTA DE ARAUCARIA
A espcie Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze uma gimnosperma dafamlia Araucariaceae, composta por trs gneros: Araucaria (19 espcies), Agathis (13
espcies) e Wollemia (monoespecfica) (OFFORD et al., 1999).
A araucria teve sua origem na era jurssica e resistiu s mudanas impostas pelo
processo seletivo natural, nas centenas de milhes de anos. O planeta sofreu intensas
mudanas geolgicas, sendo submetido a alteraes drsticas do clima, passou por divises,
formando continentes, enfim, vivenciou os mais rigorosos fenmenos naturais tendo a
araucria como sobrevivente e testemunha(KOCH & CORRA, 2002).Segundo Hueck (1972), a regio da ocorrncia natural da espcie A. angustifolia
limita-se entre as latitudes de 15 e 30 sul, e longitudes de 43 e 57 oeste, com maior
distribuio nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paran e menores reas na
provncia de Misiones (Argentina) e nos Estados de So Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro.
AA. angustifolia uma espcie caracterstica da floresta subtropical brasileira, sendo
conhecida como araucria, pinheiro-do-Paran ou pinheiro-brasileiro (SOUZA et al., 2015).
A intensa explorao da A. angustifolia, principalmente pelo seu valor scio-
econmico (madeira e resina) e alimentar pinho, resultou na reduo de sua rea que,
originalmente, ocupou cerca de 253.000 km2e, atualmente, cobre apenas 12,6% (32.021 km2),
sendo que 981 km2esto em rea de preservao permanente, o que corresponde a 0,39% da
rea original da floresta (RIBEIRO et al.,2009).
Por ser uma espcie ameaada de extino, conforme classificao do IBAMA
(BRASIL,1992), de acordo com a Portaria 06- N de 1992 do IBAMA, torna-se obrigatria sua
conservao. Alm disso, como j mencionado, esta floresta abriga inmeros organismos
pertencentes a fauna e flora, que dependem desse ecossistema para sua sobrevivncia. No
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sub-bosque da floresta possvel observar alta diversidade de espcies vegetais, que se
encontram em situao crtica de sobrevivncia, como o caso do xaxim, palmeira Jussara,
entre outras espcies (SOUZA et al., 2015)..
A. angustifolia ocorre sobre os mais variados tipos de solo, desde os mais pobres,
como os dos campos gerais do Paran (derivados de arenitos), at os solos escuros e frteis
(derivados de basalto) que ocorrem no sudoeste do Paran e oeste de Santa Catarina
(ROMARIZ, 1973).
2.2 IMPORTNCIA DA FAUNA EDFICA
O ambiente solo/serapilheira da floresta de araucria abriga alta diversidade de gruposde invertebrados do solo, os quais usam esse ambiente para a obteno de alimento e hbitat,
contribuindo de maneira aditiva na decomposio da matria orgnica e ciclagem de
nutrientes, esta ltima, mas mais especfica da comunidade microbiana do solo (LAVELLE &
SPAIN, 2001; PEREIRA et al., 2015). Assim, os invertebrados de solo so responsveis por
diferentes funes ecolgicas nos solos florestais, alm de serem teis tambm como
bioindicadores de qualidade do solo.
A camada de serapilheira formada pelos restos vegetais constitui-se em matria primafundamental para manter a sobrevivncia destes minsculos seres do solo (PRIMAVESI,
1999), porque o aumento da diversidade desses organismos, principalmente invertebrados,
nos ecossistemas florestais, est diretamente relacionada qualidade e quantidade de
serapilheira produzida (PEREIRA et al., 2015). Nesse sentido, o solo dos ecossistemas
florestais considerado rico em diversidade de organismos da fauna invisveis e visveis a
olho nu, os quais desenvolvem servios ambientais essenciais, relacionados decomposio
da matria orgnica e ciclagem de nutrientes, embora ainda pouco reconhecidos (PEREIRA,2012)
O termo fauna utilizado para designar certos tipos de invertebrados que vivem,
permanentemente no solo, ou que passa pelo menos uma fase de seu ciclo de vida no solo
(VARGAS & HUNGRIA, 1997; LAVELLE & SPAIN, 2001). Estes invertebrados podem ser
divididos em classes, de acordo com o tamanho do seu corpo. Na microfauna so encontrados
os nematides e rotferos (2,0 mm), (Figura 1) (SWIFT; HEAL
& ANDERSON, 1979; BARETTA et al., 2011).
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A macrofauna do solo composta por diferentes grupos de invertebrados, sendo os mais
conhecidos e estudados, porque esto mais fortemente envolvidos com os processos de
decomposio e ciclagem de nutrientes no solo, em ecossistemas terrestres naturais e agrcolas
(BROWN et al., 2015).
Os organismos da mesofauna, apesar de quase imperceptveis a olho nu, so de alta
densidade no solo, como o caso dos colmbolos e, por isso, desempenham importante
contribuio ecolgica porque atuam na regulao de populaes da microfauna, na ciclagem de
nutrientes, humificao e fragmentao detritos vegetais, melhor condicionando-os ao ataque dos
microrganismos (BARETTA et al., 2011; BROWN et al., 2015).
Figura 1 - Classificao da Fauna do solo por tamanho (SWIFT; HEAL E ANDERSON,
1979; BARETTA et al., 2011).
As estaes do ano (inverno e vero) tm influncia sobre a densidade de
invertebrados de solo, porque alteram parmetros como temperatura e umidade do solo,
condies diretamente envolvidas no desenvolvimento dos organismos (SOARES & COSTA,
2001).
Admite-se que a abundncia e diversidade de grupos da fauna do solo, aliada a sua funo
exercida nos ecossistemas terrestres, os credencia a serem utilizados como instrumentos de
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restaurao de ambientes degradados (MENEZES et al., 2009). Nesse sentido, a fauna do solo
pode tambm ser utilizada como indicadora da qualidade do solo, pois se mostra sensvel s
perturbaes no ambiente, alm de ser de fcil captura e de baixo custo operacional, o que
rapidamente pode auxiliar na tomada de decises para um manejo ecolgico mais sustentvel
do solo. A relao da fauna com as diferentes variveis qumicas e microbiolgicas do solo,
aliada quantidade e qualidade da cobertura vegetal (serapilheira) uma excelente ferramenta
para avaliao e monitoramento da qualidade ambiental (BARETTA, 2007).
No sul de Minas Gerais as reas de mata com araucrias naturais e em
reflorestamentos so mantidas, principalmente por agricultores que herdaram de seus
familiares a conscincia da preservao ambienta. Contudo, a concorrncia dessas reas com
atividades agropecurias vem se intensificando, o que pode colocar em risco no apenas aespcieA. angustifolia, como toda uma biodiversidade do solo associada a esse ecossistema.
Nesse sentido, o conhecimento da comunidade de invertebrados edficos pode
contribuir para a avaliao do grau de sustentabilidade de reas de mata com presena de
araucria nativa e reflorestada no sul de Minas Gerais.
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3. MATERIAIS E MTODOS
3.1 CARACTERIZAO DAS REAS DE ESTUDO
O Presente trabalho foi realizado no sul do estado de Minas Gerais no, distrito de
Ponte Segura, entre os municpios de Bueno Brando e Senador Amaral. O local de estudo
est na latitude de 223514 S e longitude de 461036 W, apresentando como altitude mdia
1500 m. Nesta localidade, foram selecionadas reas comAraucaria angustifoliaem mata com
araucria nativa, com idade acima de 100 anos (MAN) (Figura 3) e duas reas de mata com
araucria em reflorestamento com as idades de 50 e 60 anos, RF50 e RF60, respectivamente
(Figuras 4 e 5). As reas so de aproximadamente 3,5 (MAN), 8 (RF50) e 7 hectares (RF60).
A rea MAN, apesar de mais antiga e com rvores de porte arbreo, apresenta vestgio e
impacto antrpico (entrada de animais) e sub-bosque menos denso. As demais reas em
reflorestamento RF50 e RF60, alm das araucrias de porte arbreo, apenas apresentam sub-
bosque com espcies arbustivas e poucas de porte arbreo. A distancia entre a MAN e RF50
so de 1,59 km, e de RF50 a RF60 so de 5,69 km. O clima na regio classificado como
Cwb (Kppen) - tropical de altitude. Outubro o ms mais quente do ano com uma
temperatura mdia de 20 C e julho apresentam a temperatura mdia mais baixa 11.5 C.
(INMET). Utilizou-se os dados climticos de Campos do Jordo ( aproximadamente 100 Km
de distancia), pelo fato de possuir clima e altitude parecidos (Figura 2).
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Figura 2.Variao da temperatura mensal (C) e total mensal de precipitao (mm) Campos
do Jordo- SP. Perodo de janeiro a dezembro de 2015. (Fonte: INMET).
Figura 3.rea 1 - Mata com araucria nativa- MAN, Senador Amaral-MG, Brasil,
Fonte: Google Earth
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Figura 4. rea 2 - Mata com araucria em reflorestamento por 50 anos RF50, Senador
Amaral-MG, Brasil
Fonte: Google earth
Figura 5. rea 3 Mata com araucria em reflorestamento por 60 anos RF60, SenadorAmaral-MG, Brasil Fonte: Google earth
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Figura 6. Vista da Floresta com Araucaria angustifoliaReflorestada de 60 anos (RF60), no
municpio de Senador AmaralMG, Brasil, 2015.
3.2 COLETA DE INVERTEBRADOS DE SOLO
A coleta de invertebrados de solo foi realizada pela metodologia de armadilhas de solo
tipo pitfall traps espalhadas aleatoriamente, em cada floresta MAN, RF50 e RF60, todas em
rea de Latossolo. Em cada rea foi selecionada, ao acaso, nove rvores de araucria,
espaadas de aproximadamente 20 metros entre si. A coleta dos invertebrados foi realizada no
ms de maro de 2015. Para a avaliao da fauna do solo, aplicou-se a metodologia de
armadilhas de queda. Em cada rea, a dois metros do tronco de cada rvore, foram instaladas
as armadilhas de queda que consistiram de um frasco de vidro de 6 cm de dimetro e 12,5 cmde altura. Estes frascos foram enterrados no solo, ficando sua superfcie superior aberta e
rente ao solo (Figura 7). Cada frasco recebeu uma cobertura, para impedir a entrada de gua
da chuva (Figura 8). Em cada armadilha foi adicionada 200 mL de uma soluo de detergente
neutro 2,5% (BARETTA et al., 2003), com a finalidade de diminuir a tenso superficial da
gua. As armadilhas permaneceram no campo por quatro dias e ao final destes, foram levadas
ao laboratrio de Biologia do Solo do IFSULDEMINAS-Campus Inconfidentes-MG. O
contedo de cada armadilha foi passado em peneira de 0,053 mm e gua corrente para retirada
do detergente, terra e pedaos de vegetais presentes nas amostras. Os invertebrados de solo,
retidos na peneira foram armazenados em soluo de lcool 75% at o momento da
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identificao. A identificao dos invertebrados, a nvel de grupo taxonmico , foi feita com
auxlio de microscpio estereoscpico, baseado em caractersticas morfolgicas e consulta a
literatura especfica da rea. Aps, foi realizada a sua separao em grupos taxonmicos, sua
contagem, determinao de sua abundncia e distribuio em cada rea.
Figura 7. Armadilha instalada ao nvel do solo contra chuva
Figura 8. Armadilha instalada com proteo
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3.3 DETERMINAO DOS ATRIBUTOS QUIMICOS DO SOLO
Nos mesmos pontos de coleta dos invertebrados de solo, foram retiradas cinco
amostras simples de solo, perfazendo uma amostra composta por ponto amostral. As amostras
foram retiradas com auxlio de um trado, na profundidade de 0-20 cm. Em cada amostra foi
determinada os atributos qumicos do solo, no laboratrio de fertilidade do solo do
IFSULDEMINAS - Campus Inconfidentes-MG. A determinao do pH, teor de fsforo (P),
potssio (K), clcio (Ca), Magnsio (Mg), Alumnio (Al), acidez potencial (H + Al) e
Carbono orgnico (C org) nas amostras de solo foi realizada de acordo com metodologia
descrita pela EMBRAPA (1999). As caractersticas qumicas dos solos nas reas de estudo
podem ser vistas na (Tabela 1).
Tabela 1.Atributos qumicos do solo em mata com araucria nativa (MAN), reflorestamento
com idade de 50 anos (RF50) e reflorestamento com idade de 60 anos (RF60), Senador
Amaral-MG, Brasil. n=9.
Caracterstica MAN RF50 RF 60pH 4,1 4,0 4,2
P 30,1 11,4 21,6
k 38,1 30,9 40,8
Ca 0,6 0,1 0,2
Mg 0,2 0,1 0,1
Al 5,4 3,9 4,4
H+Al 14,2 8,7 10,3
C. org (g/Kg) 65,4 42,8 51,6
3.4 ANLISE ESTATSTICA
Os resultados de densidade mdia de indivduos de cada grupo taxonmico foram
comparados entre as reas estudadas pelo teste de Kruskal-Wallis (P < 0,05), visto que os
dados no atenderam aos critrios de normalidade previamente calculados pelo teste de
Shapiro Wilk (SHAPIRO; WILK, 1968).
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Todas as anlises e testes estatsticos foram realizados no software R verso 3.0.2
(THE R FOUNDATION FOR STATISTICAL COMPUTING, 2013).
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4. RESULTADOS E DISCUSSES
O solo, nas reas de estudo so bastante cidos com pH prximos entre si com media de 4,0
pode-se observar que o teor de P na trs reas se diferenciaram entre si,onde o maior valor
encontra-se na MAN e menor na RF50 e apresenta baixos teores de bases trocveis,
principalmente Ca e Mg, alm de teores adequado de carbono orgnico (C. org (g/Kg)), este
ltimo importante como fonte de energia para os organismos (Tabela 1).
Foi encontrado um total de oito grupos taxonmicos nas reas de estudo (1579
indivduos), sendo 46% dos invertebrados coletados na mata com araucria em
reflorestamento (RF60), seguida de 34,7% na rea de mata com araucrias nativas (MAN) e
19,4% na rea de mata com araucria em reflorestamento (RF50) (Tabela 2).
Tabela 2. Nmero total de indivduos por grupo taxonmico coletados por armadilhas em
mata com araucria nativa (MAN), reflorestamento com idade de 50 anos (RF50) e
reflorestamento com idade de 60 anos (RF60), Senador Amaral-MG, Brasil.
Grupos Taxonomicos MAN RF50 RF60Araneae 16 9 19Blattaria: Isoptera 5 2 1Chilopoda 1 1 0Coleoptera 2 4 12Collembola 220 136 395Diptera 68 54 115Hymenoptera 228 87 161Orthoptera 7 6 15Outros 1 7 7
Total548
(34,7%)306
(19,4%)725
(46%)Total geral 1579
De modo geral, reas de cobertura vegetal mais complexa e mais antiga, como o
caso da rea MAN apresentam maior abundncia e diversidade de grupos de invertebrados,
principalmente relacionados a qualidade e quantidade de serapilheira produzida (BARETTA,
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2007; PEREIRA 2015). Isso no ocorreu, no presente estudo, provavelmente porque a rea
MAN, apesar de mais antiga e de cobertura vegetal mais complexa, sofre com os impactos
antrpicos (entrada de animais como bovinos) prejudiciais a comunidade da fauna do solo. A
maior abundncia de invertebrados na rea RF60 confirma a necessidade de conservao das
reas com araucria em reflorestamento para a sobrevivncia dos grupos de invertebrados de
solo.
Grfico 1. Densidade de grupos de invertebrados de solo em rea de mata com araucrianativa (MAN), rea de reflorestamento com araucria com idade de 50 anos (RF50) e rea dereflorestamento com araucria com idade de 60 anos (RF60), Senador Amaral-MG, Brasil.
* Mdias seguidas de mesma letra no diferem pelo Teste de Kruskal-Wallis (P