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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 333 | AGOSTO DE 2017 FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 333 | AGOSTO DE 2017FECH

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“Então Jesus se sentou, chamou os Doze (discípulos) e disse: ‘Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último, e ser aquele que serve a todos’”

[Marcos 9, 35]

Creio que se intitular cristão é uma ousadia, pois muitas vezes, a comunidade cristã não está

integralmente no caminho do Cristo, que mesmo assim possibilita a graça de buscar em seus ensinamentos a cada dia. Seguir a Cristo exige esforço humano, mas só se realiza se houver a vontade de Deus, não há quem consiga permanecer no amor, se não existir a presença divina na sua realidade. Somente vivendo na graça e amor do Senhor, o cristão se conecta a Cristo, integral e verdadeiramente.

A Igreja, comunidade de fé, onde se assume a vocação, tem por tarefa funda-mental a construção do Reino de Deus e, para que isso aconteça é essencial a parti-cipação nas comunidades, através de uma postura de diálogo, criando uma realidade de compreensão dos problemas e motivan-do ações para solucioná-los. A Igreja deve assemelhar-se à figura de Jesus, que se in-sere numa realidade não com temor, mas com determinação e com atos transforma-

dores nas vidas daqueles que ali se en-contram. Todos são chamados a descobrir esta realidade nova, já existente há dois mil anos, mas que torna o ser humano comple-to e bondoso. O que separa o ontem e o hoje são as transformações do mundo que se modernizou, porém este não perdeu completamente sua essência.

O grande desafio dos seguidores de Cristo é tornar suas vidas e vocações num testemunho de fé, que revele a marca do Cristo na vida. A caminhada vocacional é um processo de aprendizado que faz crer cada dia mais em Deus e colocar diante dele aflições, erros, orações e itinerários. Por isso, não se pode temer as oposições, as quedas e as críticas que se enfrenta no serviço comunitário.

Assumir o caminho de fé é se colocar diante da grandeza do divino, reconhecen-do a fragilidade humana. Para o mundo atual isso é admissão de incompetência, mas para o cristão deve ser a marca mais significativa, pois aquele que assume sua

pequenez receberá de Deus a benção para continuar o caminho rumo ao céu. Diante de um mundo exigente, que necessita da Verdade e de Vida, os cristãos devem em-penhar-se num trabalho árduo, mas que traz a alegria do renascimento de uma co-munidade cristã nova que tenha como cen-tro de sua vida o amor a Deus e ao irmão.

Deus deve ser sempre inspiração, luz e caminho. O Senhor liberta e remete a um mundo maravilhoso, mesmo que ainda marcado por alguns percalços da humani-dade. Há muito ainda que ser feito. Inde-pendente do quanto já se fez ou se trilhou, sempre se está no início da missão. Pois, a tarefa de levar aos outros o Caminho de Cristo é sempre desafiante e nova, pois são necessárias criatividade e disposição para lutar contra as misérias humanas e transformar toda e qualquer realidade. Ser cristão é se assemelhar à figura de Jesus, para transpor barreiras e promover o bem, de forma pacífica e com fé.

editorial

voz do pastor

expediente

Vocação é um chamado para fortes e vencedores, apesar de seus limites e fraquezas. Nenhum vocaciona-

do responde seu sim sem envolver-se em grandes dificuldades e sem a iluminação de quem o chama.

Sempre se pensou a vocação como ca-minho certo, realização, bem-estar, tranqui-lidade, para não dizer realização completa, perfeita, acabada. Pensar assim é negar a própria vocação e o próprio chamado. Num mundo marcado por conflitos, desa-fios, frustrações, incertezas, a vocação que parece mais certa é a religiosa. Engano. Quantos e quantas pensam assim, apostam e se lançam totalmente, relegando ao se-gundo plano ou até mesmo se esquecendo dos possíveis desencantos e frustrações.

Ao verificarmos os chamados na Bíblia, to-mamos consciência de que vocação é es-tar mergulhado na própria vida e na vida do povo com uma inspiração vinda do alto. Talvez, num primeiro momento, o que toma conta são os projetos pessoais, marcados com projeções, sonhos, cópia de alguém, inspiração de um ilustre. Mas, assim como a vida, o vocacionado vai encontrar-se nu diante de si mesmo e do chamado. Nin-guém responde por ninguém. Até quando duraria tal atitude?

Como reflexão, poderíamos invocar al-guns vocacionados da Bíblia, do mundo da política, do mundo artístico etc. São muitos os meandros que encontramos a exigir, constantemente, avaliações, reveses, de-cepções, recomeços, e mesmo que se re-

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoDOUGLAS RIBEIROJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

VOCAÇÃO E INQUIETUDE

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

faça todos os planos para permanecer na fidelidade e coerência do primeiro amor.

O vocacionado traz no seu DNA a con-vicção e a luta, e manifesta seu caráter, fruto de sua personalidade. Nascemos com tal dom, vocação e teimosia. A marca será sempre a perseverança, o serviço, o amor e a doação incondicional. A vocação supera o status social, a mania de grandeza, o ser ambicioso, a ganância; prevalece a humil-dade, a escuta, a disposição para o novo e para o outro.

A vocação será sempre resposta acom-panhada de riscos, desafios, aventura para o diferente. A vocação nos desinstala sem-pre. Jesus, o vocacionado do Pai, assumiu a grande aventura de estar entre nós.

“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”

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Desde o advento e realização do Grande Concílio Vaticano II, em 1962-1965, uma ideia que marca

a Igreja é a sua convicção ministerial, isto é, a certeza de que a Igreja é uma “sociedade organizada hierarquicamente” (LG 8), na qual é “um só o Povo de Deus... uma só a dignidade dos membros... uma só a graça de filhos, uma só a vocação à perfeição” (LG 32). De fato, em outros tempos, outorgou-se ao clero a essência mistérica da Igreja, enquanto aos fiéis leigos coube a manutenção da piedade popular. Críticos como Comblin afirmam que “os leigos eram receptivos. O seu papel consistia em receber o que a

hierarquia dava-lhes... a hierarquia era a forma e os leigos a matéria” (cf. Revista Vida Pastoral, julho-agosto de 2005).

Há pouco tempo, em 1993, o papa São João Paulo II chamou a atenção da Igreja para “a urgência de cultivar o que poderia ser chamado de ‘atitudes voca-cionais básicas’, que originariam uma autêntica ‘cultura vocacional’” (Mensa-gem 30º Dia de Oração pelas Vocações, 1992). Desde então, a Igreja tem se es-forçado para que esta cultura vocacio-nal se propague na sua ação. Neste in-tento, em 2003, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propôs um ano vocacional, tendo por tema Batis-

mo: Fonte de todas as vocações e com o grande objetivo de ajudar a Igreja a perceber-se como assembleia dos voca-cionados e vocacionadas.

Esta é a meta que o Serviço de Anima-ção Vocacional busca em seus trabalhos, por compreender que o batismo é a maior prova e argumento para uma cultura ecle-sial que valorize todos os ministérios, des-de aquele desempenhado por quem reci-ta piedosamente o Santo Terço em uma pequena comunidade, até quem dirige a Igreja no ministério petrino.

A Diocese de Guaxupé, com o Serviço de Animação Vocacional, não mede esfor-ços e recursos para conscientização desta

opiniãoO SONHO DE UMA CULTURA VOCACIONAL

realidade. É seu objetivo ajudar os bati-zados a descobrir e realizar sua missão de serviço, no mundo e na Igreja. Porém, esta missão ainda esta longe de seu ideal. Como carga do passado, ainda está incu-tido na mentalidade de nosso povo que apenas tem vocação quem quer ser padre ou freira. Embora vários esforços, grande parte do povo é apenas frequentador de missas dominicais, ou nem isso.

Urge que a mensagem vocacional ecoe na vida do católico de forma real e, para isso, mais que uma animação, é necessária uma real conscientização. Com a ação das Santas Missões Popula-res, alguns passos significativos marcam esta caminhada, porém ainda há um lon-go caminho a ser percorrido por nossa diocese. Como já alertaram os bispos do Brasil nas últimas diretrizes gerais, vive-mos uma época de transformações pro-fundas.

Mesmo a diocese não estando em uma realidade metropolitana, sentimos os efeitos da atual sociedade globalizada e técnico-científica, voltada para a produti-vidade, o consumo e o lucro, consequen-temente individualista e relativista. No âmbito religioso, sofremos com o pluralis-mo, porta-larga para práticas fundamenta-listas e sentimentalistas.

Na vida católica, há a chamada crise do compromisso comunitário, além da persis-tência de uma pastoral de manutenção e a sobrecarga dos fiéis engajados. Fere, também, nossos objetivos vocacionais a constatação de um aparente desânimo e marasmo católico, com fiéis muito ocupa-dos em fazer coisas e pouco ocupados em buscar a santificação pessoal e eclesial. Gente sem convicção e entusiasmo, alge-mados nas frias cadeias do formalismo e lentamente cozidos em suas panelinhas; há, também, o desinteresse de uma parte do clero em “dar testemunho de vida feliz, alegre, entusiástica e de santidade no ser-viço do Senhor” (DAp 315).

Alegra-nos a certeza de que a Igre-ja é de Cristo e a ação do Espírito Santo constantemente anima vários corações, os quais são verdadeiros baluartes da esperança: gente de fé, novos carismas, novas formas oracionais e comunitárias, verdadeiros católicos apaixonados pelas belezas da Tradição católica, missionários convictos, grandes agentes de pastoral, e santos anônimos...

E, assim entre luzes e sombras, o Ser-viço de Animação Vocacional persegue seu ideal de anúncio e prece, como or-denou Nosso Senhor, pedindo que envie santos missionários, agentes de pastoral, sacerdotes e religiosos e religiosas con-victos de sua realeza, profecia e sacer-dócio batismal, apaixonados por Cristo e por sua Igreja, que anunciem com alegria e sem medo!

Por padre Dione Piza, membro da equipe diocesana do Serviço de Animação Vocacional

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notíciasCarta reforça características essenciaispara o pão e o vinho utilizados na missa

Encontro Diocesano valoriza Iniciação Cristã e lança Diretório

Diocese de Guaxupéacolhe novo presbítero

Texto/foto: Rádio Vaticana

Texto: Edon Fonseca | Foto: Lázara Assunção Texto: Filipe Zanetti, seminarista – Teologia | Foto: Sara Fideles

A pedido do papa Francisco, a Congre-gação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos dirigiu aos bispos dio-cesanos uma carta-circular a respeito do pão e do vinho utilizados na celebração da Eucaristia. O documento recorda que cabe aos bispos providenciar tudo aquilo que é necessário para a celebração da missa. “Compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam”, afirma o texto.

A preocupação ocorre devido à oferta para a venda da matéria eucarística em su-permercados, lojas ou até mesmo pela in-ternet. “O Ordinário deve recordar aos sa-cerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o

No dia 18 de junho, foi realizado na Cúria Diocesana de Guaxupé, o encontro anual de formação com as coordenações paroquiais de Catequese. O evento serviu também para o relançamento do Diretório Diocesano de Catequese, atualizado pela coordenação diocesana de Catequese, juntamente com o assessor eclesiástico, padre Luciano Campos Cabral.

Aproximadamente 170 catequistas esti-veram presentes ao encontro assessorado por Marlene Silva, catequéta conhecida nacionalmente da Arquidiocese de Pouso Alegre. O encontro teve início pela manhã com a acolhida e com a oração inicial, con-duzida pela própria assessora.

Quanto ao processo de iniciação cristã, Marlene apontou como caminho de fé, feito de forma gradual onde a pessoa se decide livremente a ser cristã. “Ser cristão é uma

Padre Sérgio Bernardes foi ordenado no dia 1º de julho pela oração da Igreja e imposição das mãos do bispo diocesano, no Santuário de Santa Rita de Cássia em Cássia. Padre Sérgio escolheu como lema de sua ordenação a oração “Por Cristo, com Cristo, em Cristo” com a qual expressa seu louvor e gratidão a Deus pelo ministé-rio recebido.

Em sua homilia, Dom Lanza destacou e agradeceu pelos dons que o neo-sacerdote

vinho para a celebração e a conformidade da matéria”. O documento sugere inclusive a apresentação de certificados.

A Congregação recorda que o pão deve ser ázimo, unicamente feito de trigo. “É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Já as hóstias completamente sem glúten são inválidas, sendo toleradas hóstias parcialmente pro-vidas desta substância. Já o Mosto, isto é, o sumo de uva, é matéria válida para a eu-caristia”.

O Dicastério destaca ainda que os fabri-cantes devem ter a “consciência de que o seu trabalho destina-se ao Sacrifício Euca-rístico e, por isso, é-lhes requerido hones-tidade, responsabilidade e competência”, sugerindo que a cada Conferência Episco-

Objetivo do papa é impedir que se cometam abusos na fabricação das espécies

Liberdade e ingresso gradual devem marcar processo catequético

Há 44 anos não era realizada uma ordenação presbiteral na cidade

pal encarregue uma ou duas congregações religiosas para verificar a produção, a con-

servação e a venda do pão e do vinho para a Eucaristia.

opção de vida, uma escolha do Caminho, Verdade e Vida que é o próprio Jesus, sen-do que esse processo de aprofundamento se dá em uma comunidade onde se forta-lece a identidade e o sentido de pertença, como acontecia com as comunidades pri-mitivas”.

À tarde, padre Henrique Neveston, co-ordenador diocesano de pastoral, fez a apresentação da nova edição do Diretório Diocesano de Catequese, discorrendo so-bre a importância de se ter uma diretriz que indique os caminhos que a diocese quer percorrer na evangelização.

Em seguida, os catequistas se dividiram em grupos para refletirem textos voltados para o tema do encontro, realizando um plenário com a conclusão e a avaliação dos trabalhos.

tem colocado a serviço da comunicação na diocese. “Os meios de comunicação pre-cisam ser valorizados na Igreja, é através deles que nós anunciamos a pessoa de Jesus”, afirmou. “Foi assim que São Pau-lo viveu sua missão, depois de fazer sua experiência pessoal com Cristo, colocou o anúncio da Boa Nova em primeiro lugar”. E enfatizou que certamente este era o mes-mo sentimento do ordenante.

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Campanha Missionária 2017 é lançada pelas POM

OSIB realiza Encontro Nacional em Aparecida

Diocese realizaencontro da Pastoral Orgânica

Texto: Assessoria de Comunicação – POM | Foto: Divulgação/POM

Texto: Portal A12 | Foto: padre Leandro Melo Texto: padre Henrique Neveston, coordenador diocesano de pastoral | Foto: Lázara Assunção

As Pontifícias Obras Missionárias (POM) apresentam o DVD da Campanha Missioná-ria 2017 com o tema: “A alegria do Evan-gelho para uma Igreja em saída” e o lema: “Juntos na missão permanente”. A Campa-nha é promovida todos os anos no mês de outubro quando se realiza, no penúltimo domingo, a Coleta do Dia Mundial das Mis-sões (este ano dias 21 e 22).

Produzido pela Verbo Filmes e orga-nizado pelas POM, o DVD contém nove capítulos, um para cada dia da Novena, com destaque para testemunhos de mis-sionários e missionárias que vivem a ale-gria de anunciar o Evangelho em diversos contextos de missão. Dispostos em temas,

Mais de 200 padres de todas as regiões do Brasil se reuniram em Aparecida (SP) en-tre os dias 10 e 14 de julho, para o Encontro Nacional para Formadores da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) e Conferência Nacional dos Bispos do Bra-sil (CNBB).

A Diocese de Guaxupé foi representada pelos padres Ronaldo Passos, José Hamil-ton, Leandro Melo e Clayton Mendonça.

Trabalhando a dimensão espiritual, os formadores trocaram experiências e rece-beram uma formação para a continuidade dos trabalhos na realidade dos seminários.

Um dos assessores do encontro foi o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, dom José Roberto Fortes Palau, re-ferencial da OSIB Nacional, que falou que, na atualidade, um dos grandes desafios dos formadores nos seminários é o traba-lho com os jovens que chegam para serem padres.

“Hoje nós enfrentamos o esfacelamen-to das famílias, então muitos jovens vêm de uma família com dificuldades, com pro-blemas. Não generalizando, mas hoje não acontece, na maioria dos casos, a educa-ção dos fundamentos da fé nas famílias.

No domingo, dia 16 de julho, no prédio da Cúria Diocesana, a Coordenação de Pastoral Diocesana reuniu 60 leigos, todos coordenadores diocesanos de pastorais e movimentos da Diocese, para o início da articulação da Pastoral Orgânica.

Na parte da manhã, foi refletida a im-portância da Pastoral Orgânica e como se daria esse entendimento. Na oportuni-dade, foi trabalhado o texto de São Paulo aos Coríntios (1Cor 12), na relação do corpo com seus membros, de Cristo com a Igreja e seus diversos dons e carismas.

Depois, trabalhou-se a dimensão em que o Papa fala da Alegria do Evangelho e da Igreja em saída, que se tornou a reflexão diocesana hoje, a partir de uma proposta por uma diocese num estado permanente de Missão.

À tarde, foi trabalhada a dimensão de comunhão, como o Concílio do Vaticano II

Vídeos da novena missionária podem ser assistidos gratuitamente pelo Youtube

Dimensão vocacional sofre os impactos da mudança das famílias atuais

Intuito do encontro é convergir as forças pastorais e missionárias da diocese

os capítulos seguem o roteiro da Novena Missionária conforme indicado no livrinho. Pode ser utilizado, também, em reuniões de pastorais, conselhos paroquiais e comu-nitários, grupos e movimentos, e até mes-mo nos encontros de oração.

“O Papa Francisco nos convida a uma nova etapa Evangelizadora marcada pela alegria (EG 1) que brota do encontro com Je-sus Crucificado e Ressuscitado. Este DVD e os demais materiais da Campanha Missioná-ria podem ser utilizados de diversas formas: na família, na comunidade, na paróquia, nos grupos e pastorais”, explica padre Maurício da Silva Jardim, diretor das POM.

“O DVD é animado pelo hino “Brasil

Muitos deles chegam e não sabem o básico da fé, então tudo isso tem que ser traba-lhado durante o tempo de formação. É um tempo longo de formação, mas necessá-rio.”, colocou.

Dom José explica que os documentos da Igreja pedem que a formação dos pasto-res seja segundo o coração de Cristo e por isso é um processo longo e criterioso. “A formação é gradual, acumulativa, você vai crescendo e vai acumulando conhecimen-to, experiências em vistas da maturidade, que é isso que nós queremos para nossos padres, que sejam bons pastores [...] for-mar um padre não é como uma produção em série, a formação sacerdotal é como o trabalho de um joalheiro que vai esculpin-do uma joia, então demanda tempo”, com-parou.

O encontro da OSIB trabalha as dimen-sões das diretrizes da formação para os padres no Brasil. São quatro dimensões: intelectual, espiritual, humano afetivo e pastoral. Esse ano, o curso para formado-res trabalhou a dimensão espiritual, em 2018, esse encontro deve acontecer no Rio de Janeiro (RJ) e vai trabalhar a dimensão intelectual.

orienta na dimensão eclesiológica, como constitutivos de uma verdadeira evange-lização a ser desenvolvida e iluminadora para a próxima assembleia diocesana.

Após o plenário dos leigos, acontece-ram várias ponderações e enriquecimen-tos dessa reflexão, avaliou-se como muito positivo este primeiro encontro. O coorde-nador diocesano de pastoral e assessor do encontro, padre Henrique Neveston, apro-veitou para agendar um segundo encontro com uma maior representação dos leigos da diocese, onde será estudado o docu-mento 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que fala da pre-sença dos leigos na Igreja e na sociedade.

Neste próximo encontro será chamado um assessor nacional da CNBB para po-der falar do protagonismo dos leigos e na oportunidade criar o Conselho Diocesano do Laicato.

Missionário” e nos convida a partilhar em forma de oração, fazer a Leitura Orante da Palavra e animar cada vez mais a Igreja em saída missionária. Por meio do testemunho profético, nós queremos ser essa Igreja em missão nas periferias existenciais e geo-gráficas”, complementa o diretor.

Além do DVD, para animar a Campanha, as Pontifícias Obras Missionárias prepara-ram o cartaz com o tema e o lema, a Nove-na missionária, Mensagem do papa para o Dia Mundial das Missões, orações dos fiéis para os cinco domingos de outubro, en-velopes para a Coleta do Dia Mundial das Missões e duas versões de marcadores de páginas com a oração missionária.

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atualidade

patrimônio

VOCACIONANDO O LAICATO: POR UMA IGREJA CONSCIENTE DE SEU PAPEL E DE SEU POTENCIAL

A MAIS BELA PROFISSÃO DO HOMEM É REZAR E AMAR

Por padre Éder Carlos de Oliveira, coordenador diocesano do Serviço de Animação Vocacional

Por São João Maria Vianney, presbítero, século 19

Um dos pontos fundamentais da reflexão sobre as vocações atualmente é que estas devem ser

desclericalizadas. Isso significa que ao se falar de vocação se deve ir além da vocação ao ministério ordenado. Pois vocação não é coisa apenas de padre, mas de todo fiel batizado. Bem ensinou o Concílio Vaticano II que a raiz de toda vocação é o batismo. A ideia de que vocação é algo apenas para padres e freiras, além de limitar demasiadamente a visão de vocação, impede que a missão e o potencial de cada batizado sejam bem compreendidos e, consequentemente, floresçam.

Sendo assim, consideramos de grande valia para a Igreja atualmente que a voca-ção seja compreendida por todo batizado como algo que não está restrito ao clero. A vocação atinge a todos os batizados fa-zendo-os saber que neles habita a força divina pela participação no sacerdócio de Cristo (de forma batismal). Os leigos, sacer-dotes e sacerdotisas pelo batismo, estan-do unidos ao Cristo pelo Sacramento Raiz, que é o Batismo, têm grande potencial de evangelização. Têm eles autoridade para abençoar, para falar de Deus, para articular a pastoral em seus grupos em comunhão com a Igreja.

É muito comum que os bispos, padres

Prestai atenção, meus filhinhos: o tesouro do cristão não está na terra, mas nos céus. Por isso, o nosso

pensamento deve estar voltado para onde está o nosso tesouro. Esta é a mais bela profissão do homem: rezar e amar. Se rezais e amais, eis aí a felicidade do homem sobre a terra.

A oração nada mais é do que a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, sente em si mesmo uma suavidade e doçura que inebria, e uma luz maravilhosa que o envolve. Nes-ta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém pode mais separar. Como é bela esta união de Deus com sua pequenina criatura! É uma felicidade im-possível de se compreender. Nós nos ha-víamos tornado indignos de rezar. Deus, porém, na sua bondade, permitiu-nos falar

e diáconos ouçam com frequência frases como: “Padre, reze por mim! O senhor está mais perto de Deus”; “Padre, não posso fazer tal trabalho pastoral, não sei falar de Deus”; “Padre, a sua oração tem mais valor que a minha”. De fato, os ministros ordena-dos têm também a missão de rezar a Deus pelo povo (por isso o termo sacerdote, aquele que intercede a Deus pelo povo).

Porém, isso não pode de modo algum ser pretexto para que o batizado não de-senvolva seu potencial evangelizador, sua autonomia, sua capacidade de falar de Deus. Afinal, todo batizado, ordenado ou não, está unido a Cristo por este Sacramen-to. Nele habita a força divina e ele participa do sacerdócio de Cristo. Assim, infere-se que o Cristo age por meio de todos batiza-dos, pois está unido a eles e neles derra-mou a força de seu Espírito.

Deste modo, o processo de vocacio-nar o laicato seria de grande valia à Igreja. Considera-se que à medida que os leigos se tornam confiantes, animados, e dei-xam sua criatividade aflorar, os caminhos pastorais da Igreja tendem a crescer e se tornar mais criativos e dinâmicos. Nesse sentido, uma catequese clara e consisten-te dada aos leigos sobre o assunto seria necessária. Seria necessário mostrar de forma entusiástica aos leigos o potencial

deles próprios. Pequenas ocasiões práti-cas como estas podem ser úteis: pedir aos leigos para abençoar (em rito próprio) as famílias e os lares, incentivar que os leigos elaborem programas pastorais, valorizar os ministérios leigos (catequistas, ministros da Palavra, proclamadores etc.), desafiar os conselhos de pastoral paroquial (CPP) e

de assuntos econômicos e administrativos (CAEP) a tomarem, em comunhão com seus pastores, decisões arrojadas.

Ajudemos os batizados a descobrirem seu potencial, propondo a eles vocacionar sua vida de fé. Possivelmente, a Igreja, com todos os seus membros, ganhará com esse caminho.

com ele. Nossa oração é o incenso que mais lhe agrada.

Meus filhinhos, o vosso coração é por demais pequeno, mas a oração o dilata e o torna capaz de amar a Deus. A oração faz saborear antecipadamente a felicidade do céu; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita, os sofrimentos desapa-recem, como a neve que se derrete sob os raios do sol.

Outro benefício que nos é dado pela oração: o tempo passa tão depressa e com tanta satisfação para o homem, que nem se percebe sua duração. Escutai: certa vez, quando eu era pároco em Bresse (França), tive que percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas que estavam doentes; nessas intermináveis ca-minhadas, rezava ao bom Senhor e – po-deis crer! – o tempo não me parecia longo.

Há pessoas que mergulham profunda-mente na oração, como peixes na água, porque estão inteiramente entregues a Deus. Não há divisões em seus corações. Ó como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Clara viam nosso Senhor e conversavam com ele do mesmo modo como nós conversamos uns com os outros.

Nós, ao invés, quantas vezes entramos na Igreja sem saber o que iremos pedir. E, no entanto, sempre que vamos ter com alguém, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Há até mesmo pessoas que parecem falar com Deus deste modo: “Só tenho duas palavras para vos dizer e logo ficar livre de vós.”. Muitas vezes penso nis-to: quando vamos adorar a Deus, podemos alcançar tudo o que desejamos, se o pedir-mos com fé viva e coração puro.

6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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para ouvir

vocações

VOCAÇÃO - MÚSICAS PARA QUEM SE FEZ IGREJA

UMA VIDA DE CHAMADOS

Por padre Dione Piza

Por Guilherme Ribeiro, seminarista – Teologia

O ser humano é ininterrupta-mente chamado por Deus. Este particípio sempre es-

tará presente em sua vida. A pa-lavra vocação vem do latim voca-re, é um chamamento, um ato de chamado, um convite muito pes-soal de alguém à outra pessoa. O ser humano tem a vida repleta de chamados.

Primeiramente somos cha-mados à vida, dom de Deus. De-pois, no decurso da existência, o ser humano é chamado a uma vocação específica. Alguns se descobrem chamados à vida ma-trimonial, outros à vida religiosa consagrada, alguns à vida sacer-dotal e outros tantos chamados a ser “sal da terra e luz no mundo” (Mt 5,13-16).

Quando o Apóstolo Paulo es-creve aos Romanos, ele utiliza da imagem do corpo com seus muitos membros para falar da multiplici-dade de dons e carismas presen-tes na comunidade. As vocações são como estes mesmos dons e carismas presentes na Igreja. Assim exorta Paulo: “Temos dons di-ferentes conforme a graça que nos foi dada” (cf. Rm 12, 1-8). Cada vocação específica aju-da na edificação do Corpo de Cristo.

Aqueles que são chamados à vocação matrimonial são chamados a viverem no amor mútuo. Assim afirma o papa emérito Bento XVI: “O matrimônio baseado em um amor exclusivo e definitivo torna-se ícone do relacionamento de Deus com seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna--se medida do amor humano”. Os esposos possuem a missão de buscar o Reino de

Padre Zezinho,SCJ, começou a compor em 1964 e atualmente é autor de mais de 1.500 canções, traduzidas em

cinco línguas e divulgadas em 40 países. Um de seus trabalhos é o álbum “Vocação - Músicas para quem se fez Igreja”, lançado como LP em 1974 e recentemente difundido em CD pela editora Paulinas.

Neste trabalho, o compositor reuniu 12 músicas de tema vocacional, entre elas

Deus na mútua corresponsabilidade, ou seja, juntos buscam uma vida pautada no evangelho e, sobretudo, na correta educa-ção dos filhos.

Há aqueles que Deus chama à voca-ção sacerdotal. São homens separados do mundo, consagrados e enviados para o mundo. Em sua missão, Jesus constituiu um grupo de doze apóstolos, primeiramen-te para estar com Ele (Mc 3, 13-19), depois enviou-os ao mundo a fim de continuar sua missão. “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Es-tes apóstolos escolheram outros homens, impuseram-lhes as mãos e essa sucessão

ininterrupta chegou até nós nas pessoas dos bispos, sacerdotes e diáconos. Os sa-cerdotes são sinais da presença de Cristo entre os povos. Eles, ao consagrarem suas vidas, agem na pessoa de Jesus.

A vocação religiosa consagrada é um singelo dom de Deus à Igreja. Homens e mulheres que se consagram a Deus e na vivência de um carisma específico buscam colaborar na edificação do Reino de Deus no hoje da história. São vidas ofertadas no cuidado aos enfermos, na educação, na ca-ridade cristã e, sobretudo, vidas ofertadas no silêncio e na contemplação. Através dos votos de pobreza, castidade e obediência,

os religiosos (as) são exortados a viverem de modo radical o Batis-mo que receberam. Os votos são meios para uma vida mais próxi-ma do desejo de Deus.

Há, também, na Igreja a voca-ção laical. Os leigos são homens e mulheres que não são ordenados ao ministério sacerdotal e não es-tão consagrados a uma vida reli-giosa, mas que são chamados a se distinguirem no mundo através de sua vivência batismo-crismal. Nos últimos tempos, a Igreja vem refletindo muito sobre a missão dos leigos. Os leigos são exorta-dos a testemunhar sua fé no dia a dia se sua existência. É chamado a ser “sal da terra”, que conserva as verdades do Evangelho, e “luz no mundo”, que ilumina aqueles que caminham na escuridão da ignorância. Ainda, são obrigados a transformar a realidade onde vi-vem, mantendo “sempre os olhos fixos em Jesus” (Hb 12,2).

Nesta vida de chamados é preciso es-tar atento a que Deus te chama! Dom José Mauro dizia: “É preciso ter um sonho, um desejo de vida, uma vocação que sacrifica-mos tudo, até a própria vida”. Responder de forma atenta à nossa vocação é estar disposto a sacrificar tudo, é estar disposto a morrer todos os dias, mas com a certeza de estar sempre vivo em Deus. Vocação não se resume em fazer alguma coisa. Vo-cação é realizar em sua vida o sonho de Deus. Ame sua vocação, pois nela está o sentido da sua vida!

“Vocação”, que faz um apelo incisivo ao discernimento vocacional, repetindo o re-frão “a decisão é tua!”; “Balada por um Rei-no”, canção recorrentemente executada na liturgia da missa, na qual o autor assume a primeira pessoa para a busca e a vivên-cia do Reino Deus; e “Cidadão do infinito”, uma canção biográfica e social, tendo por segundo tema a busca da paz.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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tradição

missão

CONGRESSO INTERNACIONAL PUERI CANTORES

“A IGREJA É COMUNIDADE! A COMUNIDADE TORNA VISÍVEL A IGREJA”

Por irmã Sandra Regina Rizzoli, religiosa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Consolação

A cidade do Rio de Janeiro sediou, entre 18 e 23 de julho, o 41º Con-gresso Internacional Pueri Can-

tores, promovido pela Federação Inter-nacional Pueri Cantores, com o apoio da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Pueri vem do latim e significa meninos. É a primeira vez que a cidade recebe o congresso, que desta vez tem como tema: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

O evento aconteceu no Rio de Ja-neiro porque este ano comemoram-se os 50 anos da Federação Nacional dos

Somos comunidade de discípulos mis-sionários de Jesus a exemplo das primeiras comunidades cristãs que

perseveravam em ouvir o ensinamento dos apóstolos, saciavam a sede de conhecer a Palavra e viviam em dinâmica contínua de formação para levar o rosto de Jesus Cristo nas realidades mais sofridas de seu tempo.

Viviam em comunhão fraterna, no partir o pão e nas orações, eram comunidades orantes, abertas, acolhedoras, missioná-rias, não eram indiferentes à dor do irmão. Sabiam repartir e partilhar seus dons e bens, e colocavam tudo em comum: ven-diam suas propriedades e dividiam entre todos, de acordo com suas necessidades. Eram comunidades que escutavam, cele-bravam, partilhavam e testemunhavam a alegria de serem discípulos missionários de Jesus.

“O testemunho da comunidade cristã é missionário quando ela assume os com-promissos que colaboram para garantir a dignidade do ser humano e a humanização das relações sociais. (CNBB doc. 100, 185)

“Unidos de coração, frequentavam to-dos os dias o templo, partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor, a cada dia, lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação”. (At 2, 45-47)

A missão das primeiras comunidades cristãs está implícita em seu testemunho de comunhão de vida com o Mestre e na

comunidade, em que muitos outros irmãos percorrem o mesmo caminho da santida-de. Mesmo perseguidos, desacreditados pela sociedade de seu tempo, as primeiras comunidades cristã anunciam o Evangelho.

Todos são discípulos missionários de Jesus e testemunham as maravilhas de Deus em suas vidas. Não se calam diante das injustiças e ameaças, “o que vimos e ouvimos, isto vos anunciamos!”(At 4,20)

Muitos outros, ao vê-los em seu tes-temunho, exclamavam: “Vede como se amam!” Este é o testemunho que atrai e vai animando-os em sua caminhada e agre-gando novos discípulos missionários.

“O que nos deve santamente inquietar e preocupar é que haja tantos irmãos nos-sos que vivem sem a força, a luz e a con-solação da amizade com Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida”. (EG 49)

Diante desta sociedade excludente, que

Meninos Cantores do Brasil, e como ho-menagem a Nossa Senhora Aparecida. Este ano comemoram-se 300 anos do descobrimento da imagem dela no rio Paraíba do Sul. “Os congressos de me-ninos cantores funcionam como gran-des festivais de corais em que se apre-sentam concertos de música sacra, orações pela paz e missas organizadas de acordo com os idiomas falados nos países”, explicou o organizador e presi-dente da Federação Nacional dos Me-ninos Cantores do Brasil, Marco Aurélio Lischt.

a cada dia descarta as pessoas pela sua condição social, de raça, cultura e credos, não podemos ficar indiferentes a dor e ao sofrimento dos irmãos. Como Igreja, somos interpelados a agir, a cuidar das pessoas e acolhê-las todas em sua dignidade, fazen-do de nossas paróquias “Comunidade de Comunidade” (CNBB, doc. 100).

Hoje, este testemunho, a exemplo das primeiras comunidades, pode nos ajudar a abrir caminhos para que uma paróquia vá assumindo outra, adotando-a e colaboran-do com a troca de experiência, na comu-nhão fraterna e com pessoas que possam contribuir na formação de seus agentes, promovendo o diálogo, a paz e a caridade fraterna com os mais pobres e sofredores.

“O cristão é um peregrino, um missio-nário, um maratonista esperançoso, con-fiante e ativo, criativo e respeitoso, em-preendedor e aberto, laborioso e solidário. Com este estilo, como fizeram os discípu-

los, o cristão deve percorrer as estradas do mundo transmitindo a Mensagem de Jesus, com a força límpida e mansa do seu alegre testemunho” (Papa Francisco, 28 de maio de 2017).

Somos chamados a abrir nossos hori-zontes, sair ao encontro do outro, a acolher os que estão à beira do caminho, a ter ati-tudes de Bom samaritano, a ser Igreja em saída, que não se cansa de fazer o bem, lutar em defesa da vida e da justiça social.

“A caridade cristã é o 1ª lugar, simples-mente a resposta àquilo que, numa deter-minada situação, constitui a necessidade imediata: os famintos saciados, os nus ves-tidos, os doentes tratados, os presos visita-dos. O cuidado com os necessitados impe-le a comunidade à defesa da vida desde a sua concepção até seu fim natural!”(CNBB, doc. 100, 282).

Olhemos à nossa volta, para a realidade social de nossa paróquia, de nossa comu-nidade, e vejamos quantos irmãos nossos ainda não descobriram a beleza de serem discípulos-missionários de Jesus, pois ain-da não tiveram a oportunidade de conhe-cê-lo mais de perto. Ao ver esta realidade, algo nos move a sair a seu encontro? Ou es-tamos tão anestesiados que a dor do irmão não nos incomoda mais? Podemos fazer alguma coisa? O quê? Que tipo de ações? Peçamos as luzes de Deus e, em comunida-de, nos grupos, partilhemos o que o Senhor nos inspira: quais compromissos, de fato, podemos assumir como Comunidade?

Segundo ele, o Pueri Cantores é um movimento de evangelização que visa chamar a atenção do público jovem para a vivência na Igreja e tem um ca-ráter evangelizador. Aproximadamente 1500 pessoas, entre músicos, maes-tros, presidentes das federações e ou-tros, participaram do congresso no Rio.

Representaram a Diocese de Guaxu-pé três corais: coral Pequenos Canto-res de Cássia, coral Pequenos Cantores de Passos e o Coral Meninos Cantores do Divino Espírito Santo de Pratápolis.

“A Igreja tem início com a pregação da Boa-Nova,o Reino de Deus manifestado nas palavras, obras e na presença de Cristo”. (cf. LG 5)

Assessoria de Comunicação – Arquidiocese do Rio de Janeiro

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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família

testemunho

SEMANA DA FAMÍLIA: “O AMOR JAMAIS ACABARÁ”

VOCAÇÃO MATRIMONIAL:CONFIRMADA E ABENÇOADA PELA COMUNHÃO EM JESUS

Na alegria da fé, queremos mais uma vez realizar a Semana da Família. Você e os membros de sua família

são nossos convidados. Vamos rezar juntos e, a partir da palavra do Papa Francisco, compreender a insistência dele sobre a Vocação da família, a presença do Amor como base do matrimônio, a importância da Educação, condição indispensável para o crescimento e o bem estar dos filhos, e por último a Oração, como força para vencer todos os obstáculos e as dificuldades de nossos dias.

Juntos somos mais fortes e responde-remos de forma satisfatória aos desafios e aos sofrimentos tão impactantes em nossas famílias. Procure em sua rua, em seu bairro um grupo de famílias para rezar e se una a esses irmãos e irmãs. Deus te chama, não perca esta oportunidade, é a graça de Deus dada gratuitamente a você, venha participar.

O Papa Francisco insiste que a família é um bem deixado por Deus e que deve-mos lutar de maneira incansável a seu favor e nos orienta diante de tantas rea-lidades desafiantes a acolher, acolher e acolher…

Temos a alegria de mais uma vez apre-sentar um subsídio próprio, desenvolvido pelo setor Famílias, e destinado aos fiéis de nossa diocese para a realização da Semana da Família. O roteiro dos encon-tros foi elaborado a partir da Exortação

Meu marido e eu nos conhecemos jovens, começamos a namorar e sempre participamos da Igreja.

Venho de uma família onde meus pais eram participativos em pastorais e movimentos, e a família do meu esposo é também muito religiosa, ele sempre engajado em movimentos de jovens.

Conhecemo-nos em uma formação para a Crisma, catequese que meus pais estavam fazendo na comunidade dele. Como tudo está nas mãos de Deus, nossos caminhos se cruzaram depois de um tempo dentro da igreja. Ele estava presente em minha crisma,

Por Dom José Lanza Neto

Por Kelly Silveira, Paróquia São Benedito de Passos

Apostólica do papa Francisco: Amoris Laetitia, Alegria do Amor. Devemos le-var em conta o es-tudo desta exorta-ção para que mais pessoas possam conhecer as orien-tações importantes do Papa. Em todo o mundo tem reper-cutido de maneira forte a aplicação destas indicações para nossas famí-lias.

Na capa do li-vreto, encontramos o tema “A Alegria do Amor” e o lema “O Amor jamais acabará” (1Cor 13,8) que irão balizar nos-sos encontros. Como de costume, temos quatro encontros e uma celebração de encerramento.

No primeiro encontro, somos convida-dos como família a termos um olhar fixo em Jesus, descobrindo o valor de se viver a vocação familiar e, ao mesmo tempo, ressoar como eixo de nossas vidas nos-so encontro pessoal com Jesus Cristo. Sem este encontro, corremos o risco de esvaziar a beleza de nossas reflexões. “A

beleza do dom re-cíproco e gratuito, alegria pela vida que nasce pelo cuidado amoroso da parte de todos os membros, des-de os pequeninos até os idosos, são alguns dos frutos que tornam única e insubstituível a res-posta à vocação da família, tanto para a Igreja como para a sociedade intei-ra”.

O que é mar-cante no segundo encontro é o apelo mais forte de todo Evangelho e dos

ensinamentos de Jesus: o amor, de onde brota a vivência e a experiência da cari-dade no matrimônio. É decisivo para o relacionamento familiar o acatamento do amor. Só nesta força o matrimônio cristão subsiste. “Amar é também tornar-se amá-vel. Significa que o amor não age de for-ma rudimentar, não atua de forma incon-veniente, não se mostra duro no trato”.

“O desenvolvimento afetivo e ético duma pessoa requer uma experiência fun-damental: crer que os próprios pais são

dignos de confiança. Isto constitui uma responsabilidade educativa: com o cari-nho e o testemunho, gerar confiança nos filhos, inspirar-lhes um respeito amoroso” (AL 263). Essa é a marca do terceiro en-contro, a educação cristã dos filhos. Não podemos ter medo de apresentar a eles a pessoa de Jesus, seu Evangelho e mesmo a doutrina cristã. A educação é o melhor patrimônio que podemos deixar para nos-sos filhos, além da garantia para se viver bem e em harmonia.

No quarto encontro, refletiremos so-bre as espiritualidades conjugal e familiar. Algo forte e marcante numa família é o cultivo da oração. Quem reza é forte, sabe abrir novos caminhos, não se sente de-samparado. “Deus habita na família real e concreta, com todos os seus sofrimen-tos, lutas, alegrias e propósitos diários, principalmente quando fazemos nossas orações. Devemos usar sempre palavras simples, para que este momento de ora-ção se torne um encontro da família com Deus”.

Peçamos à Sagrada Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, que abençoe nossas famílias, nossos encontros, nossas comu-nidades. Que ninguém se sinta excluído, ao contrário, convoquemos mais famílias para que venham caminhar conosco. Es-tejamos realmente empenhados nesta liturgia doméstica tão importante e ilumi-nadora.

Evento Nacional será realizado entre os dias 13 e 19 de agosto

mas ainda passou algum tempo para come-çarmos a namorar. Um dia, ele foi até meus pais me pedir em namoro.

Com 5 anos de namoro, resolvemos nos casar, de modo a não sermos dois e, sim, uma só carne. Fomos chamados a viver dia-riamente em comunhão por meio da felici-dade que temos em fazer o outro feliz e da fidelidade à promessa matrimonial como dom total.

Essa comunhão humana é confirmada e abençoada pela comunhão em Jesus Cris-to, que nos concede os meios e as possibi-lidades para participarmos da natureza de

Deus. A vida matrimonial exige muito amor entre o casal, além de unidade, cumplicidade, confidên-cia, respeito, diálogo, do-ação, paciência, entrega e partilha.

As dificuldades sur-gem, mas para isso te-mos de ter uma base bem estruturada para enfren-tarmos os problemas do dia a dia. As tribulações são muitas, muitas provações, muitas coisas que precisamos

superar e o casal tem que ser suporte um para o outro.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

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pastoral

regionalLESTE 2 REALIZARÁ SEMINÁRIO SOBRE ACORDO BRASIL-SANTA SÉ

PASTORAL ORGÂNICA: A DIVERSIDADE A SERVIÇO DA COMUNHÃOA Diocese de Guaxupé, em sua última

assembleia em 2009, pensou gran-des avanços na evangelização, além

de manter e fortificar sua estrutura sinodal e dar mais ênfase na formação. Com tan-tas transformações tecnológicas, perda de tantos valores humanos e na elaboração de novos valores, um projeto resgatou a humanidade e o sentido de ser Igreja, além de dar uma sacudida na Igreja Particular de Guaxupé quanto à essência do ser cristão, o ser missionário. As Santas Missões Popu-lares (SMP) resgataram essa Igreja em Saí-da e nos fizeram enxergar valores esqueci-dos em nossa evangelização.

Dentre esses valores e projetos da assembleia diocesana, foi ressaltado um projeto que não havia avançado e que, ulti-mamente, tem sido discutido nas reuniões do clero e agora foi retomado: A sinodali-dade e a comunhão que devem ser o rosto da Igreja. Sendo assim se justifica, depois de iluminada pelas SMPs e pelo Magistério do papa Francisco, com a Alegria do Evan-gelho e a Alegria do Amor, a Pastoral Orgâ-nica, ou também chamada de pastoral de conjunto na eclesiologia de comunhão do Concilio do Vaticano II.

A Pastoral Orgânica não é uma nova pastoral a ser implantada na Diocese, nem uma pastoral específica, alinhada às outras pastorais, como a da Saúde, da Criança, do Menor; ou ainda específica só de um movi-mento diocesano. Nasceu na trilha de reno-vação eclesial efetuada pelo Concílio Vati-cano II, a partir da compreensão de que a Igreja é uma rede de comunidades de irmãos e irmãs, cuja ação pastoral se dá de forma

O Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) da Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil realiza

nos dias 29 e 30 de agosto, na PUC Minas – Unidade Coração Eucarístico, em Belo Horizonte (MG), o Seminário Acordo Brasil--Santa Sé.

Com o intuito de promover estudos e reflexões sobre as complexas questões tra-tadas no Acordo Brasil – Santa Sé, o encon-tro irá reunir autoridades e especialistas da área jurídica, administrativa e eclesial. En-tre os temas que serão abordados “Memó-

Por padre Henrique Neveston, coordenador diocesano de pastoral

Por Assessoria de Comunicação – Leste 2

rias: CNBB e o Acordo Brasil – Santa Sé”, “Direito e Religião no Brasil”, “Imunidade Filantrópica no Acordo Brasil – Santa Sé”; Personalidade Jurídica dos Entes Eclesiás-ticos e das Instituições Eclesiásticas no Bra-sil”; “A personalidade jurídica internacional da Santa Sé”, entre outros.

O Seminário Acordo Brasil-Santa Sé é destinado a bispos, padres, religiosos(as), vigários gerais, advogados, canonistas, ecônomos, administradores, chanceleres, seminaristas, membros de associações e movimentos eclesiais, representantes de

g l o -b a l , o r g â n i c a e articulada. Trata-se de uma mentalidade, um espíri-to que norteia a ação evangeli-zadora da diocese.

É muito importante entendê-la como um esforço de articulação de metas e princípios na ação evangelizadora. À Pastoral Orgâni-ca cabe a tarefa de promover a unidade na

I g r e -ja. Es-

tabelecer o alicerce da

estrutura pas-toral calcada numa

espiritualidade de comu-nhão. Em Puebla, em 1979, o epis-

copado latino-americano assim definiu a Pastoral de Conjunto: ação global, orgâni-ca e articulada, que a comunidade eclesial realiza sob a direção do bispo, destinada a levar a pessoa e todos os membros à plena

comunhão de vida com Deus.O momento atual fez com que o clero

se debruçasse sobre nossa estrutura sino-dal e discutisse em suas reuniões setoriais sobre a comunhão eclesial, e essa reflexão foi levada a todas as nossas pastorais e movimentos. Falar de Pastoral Orgânica é tomar uma atitude de comunhão e não ter uma tendência egoísta de valorizar só meu grupinho, pastoral, movimento, minha pa-róquia ou ideologia.

O objetivo da Pastoral Orgânica não é padronizar pastorais e movimentos, nem desfigurar a variedade dos dons, carismas e serviços presentes nas comunidades. A busca da unidade não abafa a criatividade nem a ação do Espírito Santo. Cada grupo ou movimento eclesial, com sua espirituali-dade e seus objetivos específicos, coloca--se em sintonia com as metas que a Igreja, como um todo, deseja alcançar.

O Espírito Santo nos reserva surpresas e é bom que estejamos preparados para acolhê-las. O plano pastoral mais perfeito do mundo pode resultar em nada se o es-pírito que o anima não nascer da caridade pastoral de Cristo, Bom Pastor. Ele é o nos-so programa. Sua pastoral consiste funda-mentalmente em sair à procura da ovelha perdida. Para encontrá-la, não carrega con-sigo um roteiro de viagem, nem um mapa que aponta a direção da ovelha perdida e machucada. Ele segue os impulsos de seu coração, que sabe muito bem onde há al-guém à espera de carinho, cuidado e de boas notícias.

faculdades e escolas católicas, membros de casas religiosas, funcionários(as) de cú-rias e entidades filantrópicas.

O Acordo O Acordo entre a República Federativa

do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatu-to Jurídico da Igreja Católica no Brasil, foi firmado na Cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008 e aprovado pelo Con-gresso Nacional por meio do Decreto Le-gislativo Nº 698, de 7 de outubro de 2009, nos termos do artigo 20. Entrou em vigor

no dia 10 de dezembro de 2009, sendo promulgado pelo Presidente da República através do Decreto Nº 7.107, de 11 de feve-reiro de 2010.

O Acordo marca a história das relações do Brasil com a Igreja Católica. O seu obje-tivo fundamental é reunir, em um único ins-trumento jurídico, as situações existentes de iure e de facto e consolidar os múltiplos aspectos das relações do Brasil com a San-ta Sé. Mais informações: www.cnbbleste2.org.br

10 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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profetismo

leitura

IGREJA É PROFECIA

BENTO XVI: O ÚLTIMO TESTAMENTO

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor

Divulgação

A palavra igreja (ekklesia), nas gran-des cidades do Império Romano, nos tempos do Novo Testamento,

significava a assembleia do demos. Demos não era o povo, era a elite local, algo cor-respondente aos eleitores no Brasil da Pri-meira República. Eleitores eram homens, alfabetizados, proprietários ou que tives-sem uma renda mínima anual de um valor estipulado.

César, o imperador, era o Pai da Pátria, o patrono de todo o Império, o deus próximo, o único Senhor. Numa escala descendente, todos eram seus clientes, estavam inclina-dos para ele, pendurados nele, dependiam dele. Os que compunham a ekklesia eram clientes diretos de César.

Da primeira vez que um texto do Novo Testamento usa a palavra ekklesia para identificar a comunidade cristã (1Ts), Paulo está se dirigindo a um grupo de trabalhado-res braçais de profunda pobreza (2Cor 8,2). Convém lembrar que Tessalônica, capital da província da Macedônia, era uma cidade grega e que no mundo grego a sociedade é como um corpo humano. A cabeça são os sábios, os filósofos, os que governam a cidade. Os trabalhadores braçais, escravos ou empregados, são os pés e as mãos, as partes menos dignas do corpo.

A comunidade era toda de trabalhado-res braçais. Na carta que lhes dirigiu, Pau-lo só fala em termos de trabalho pesado, labuta, cansaço, produção etc. Eles, a es-

“Antes de ser um grandíssimo teó-logo e mestre da fé, Bento XVI é um homem que realmente acre-

dita e reza; um homem que personifica a santidade; um homem de paz, um homem de Deus”. Essa é a forma do papa Francisco se expressar sobre seu antecessor.

O livro se aproxima de uma autobio-grafia, em forma de entrevista, do homem tímido e privado que permanece a viver sua vocação num antigo convento nos jardins do Vaticano. Ele quebra seu silêncio sobre questões importantes de sua vida e de seu ministério.

cória da sociedade, não mais o demos, a elite do lugar, são a ekklesia dos tessaloni-censes, que têm Deus, não César, como Pai e, como Senhor, o excluído e crucificado Jesus. Isso está na primeira frase do mais antigo texto do Novo Testamento.

Na comunidade cristã de Corinto, outra importante cidade grega, havia um peque-no grupo de sábios, ricos e bem nascidos (1Cor 1,26). Esse grupinho pretendia domi-nar a comunidade. Na celebração da Ceia

do Senhor (1Cor 11,17-32), eles se fartavam e se embriagavam, enquanto a maioria pobre passava fome. Paulo diz que estão fazendo pouco caso da ekklesia de Deus. Estão reproduzindo as desigualdades da sociedade na própria celebração da Ceia, que condena essas desigualdades. Estão comendo a própria condenação.

Quanto aos Evangelhos, basta citar que os 3 sinóticos repetem 7 vezes a palavra de Jesus: “Os reis da terra fazem assim e

assim, entre vocês deve ser diferente”. Em João, ser mestre e senhor é lavar os pés dos outros, é servir e dar a vida. Será que quando os Evangelhos foram escritos, 50 a 60 anos depois de Jesus, sua Igreja já estava esquecendo que devia ser profecia?

Profecia não é adivinhação. É outra vi-são, a visão de Deus. Profeta vem de femi, falar, pro, por, em nome de. Profeta de Deus é o que fala em nome de Deus, o que mostra a visão de Deus, sempre diferente, questionadora ou na contramão da visão geral, do pensamento único, produzido pelo “que manda neste mundo”.

Igreja é profecia ou não é a Igreja de Je-sus Cristo e tende a ser a ekklesia do Impé-rio. É verdadeira comunidade, onde todos se conhecem, se amam, se ajudam e cola-boram, trabalham juntos, se não terá outro pai, que não é Deus, outro senhor, que não é Jesus Cristo. Igreja profecia é comunida-de alternativa à sociedade humana estru-turada em forma de pirâmide, governada pela lei do mais forte e posta em prática através da exploração dos mais fracos.

Igreja profecia se concretiza hoje no grupo de reflexão, na pequena, verdadeira e única comunidade eclesial. O mercado comanda através do individualismo, do in-teresse e do prazer pessoal; aqui, manda a solidariedade, o prazer é o da convivência, o interesse é coletivo, a prática é a do sacri-fício pessoal para o bem de todos, a moeda é o prazer de servir.

Em um nível mais pessoal, Bento XVI escreve com grande admiração sobre seu sucessor, o papa Francisco, que ele admite ter um apelo popular, uma qua-lidade que lhe falta. Muita controvérsia ainda envolve o pontificado de Bento XVI.

Neste livro, escrito pelo jornalista Peter Seewald, ele aborda algumas circunstân-cias que envolveram o governo da Igreja e revela como, em sua idade avançada, governar e reformar o Papado, e particu-larmente o Vaticano, estava além de suas capacidades.

“Quando não se sente o amor, tam-bém não se pode falar dele. Eu o senti primeiramente em casa, com meu pai, minha mãe, meus irmãos. (...) Reconhe-ci cada vez mais como fundamental ser amado e corresponder ao amor do ou-tro, para que se possa viver, para que se possa dizer sim a si mesmo, para que se possa dizer sim ao outro. No fim das contas, ficou cada vez mais claro para mim que o próprio Deus não é apenas, digamos, um soberano onipotente e nem um poder distante, mas que Ele é amor e me ama”.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

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comunicaçõesaniversários agosto

agenda pastoral

atos da cúria

Natalício 7 Padre Edson Alves de Oliveira 12 Padre Clayton Bueno Mendonça15 Padre João Pedro de Faria 15 Padre Júlio César Martins 18 Padre Antônio Donizeti de Oliveira

4 Dia do Padre5 Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral - Guaxupé Reunião preparatória do Cursilho6 26º Um dia com Maria no Santuário da Mãe Rainha – Poços de Caldas7 Divulgação Semana da Família – São Sebastião do Paraíso8 Divulgação Semana da Família - Alfenas9 Reunião da Pastoral Presbiteral - Guaxupé Divulgação Semana da Família - Poços de Caldas10 Divulgação Semana da Família - Guaxupé11 Divulgação Semana da Família - Passos12 Reunião Diocesana de Comunicação - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana dos Grupos de Reflexão - Guaxupé Reunião do GED do Cursilho - Guaxupé Reunião do Conselho Diocesano do ECC - Bandeira do Sul

19 Padre Sebastião Marcos Ferreira29 Padre João Batista da Silva

Ordenação 8 Padre Wellington Cristian Tavares10 Padre Gladstone Miguel da Fonseca

13 Dia dos Pais13-19 Semana Nacional da Família18-20 Encontro Vocacional no Seminário São José - Guaxupé Cursilho Jovem Misto em Poços de Caldas19 Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)20 Assunção de Nossa Senhora21-25 Passeio anual dos Presbíteros26 Reunião da Coordenação Diocesana de CEBs - Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana dos MECEs - Guaxupé Reunião Diocesana da Pastoral da Criança - Poços de Caldas27 Encontro Diocesano da Pastoral da Juventude - Guaxupé 9º Dia de Espiritualidade da Pastoral da Criança - Poços de Caldas 30 Encontro com os Presbíteros com até 5 anos de ministério

11 Dom Messias dos Reis Silveira (presbiteral)16 Padre Claudemir Lopes13 Padre Adirson da Costa Morais20 Padre José Ronaldo Neto24 Padre Riva Rodrigues de Paula30 Padre Gilmar Antônio Pimenta

• Provisão nº 01/27- Livro nº 12 –Folha 31v.- Criada a nova Pa-róquia São José, desmembra-da da Paróquia São Benedito e pequena porção da Paró-quia Nossa Senhora das Gra-ças na cidade de Passos-MG.

• Provisão nº 01/33- Livro nº 12 –Folha 31v.- Nomeamos o Re-vmo. Padre Francisco Clovis Nery como Vigário Judicial da Diocese de Guaxupé.

De 13 a 19 de agosto

Lema: O amor jamais acabará (1 Cor 13,8)

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