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Felicidade Sem Culpa

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  • Felicidade sem Culpa

  • 4 EdioDo 17 ao 21 milheiro

    Criao da capa: Objectiva Comunicao e MarketingDireo de Arte: Rafael Oliveira

    Fotografia: Miguel SilveiraReviso: Hugo P. Homem, Jacqueline Sampaio e Silzen Furtado

    Diagramao: Joseh Caldas

    Copyright 2001 byFundao Lar Harmonia

    Rua da fazenda, 560 Piat41650-020

    [email protected]

    fone-fax: (071) 286-7796

    Impresso no Brasil

    ISBN: 85-86492-09-4

    Todo o produto desta obra destinado manuteno dasobras da Fundao Lar Harmonia.

  • Adenuer Novaes

    Felicidade sem Culpa

    FUNDAO LAR HARMONIACNPJ /MF 00.405.171/0001-09

    Rua da Fazenda, 560 Piat41650-020 Salvador Bahia Brasil

    2004

  • Novaes, Adenuer Marcos Ferraz deFelicidade sem culpa. Salvador: Fundao LarHarmonia, 09/2004

    144p.

    1. Espiritismo. I. Novaes, Adenuer MarcosFerraz de, 1955. II. Ttulo.

    CDD 133.9

    ndice para catlogo sistemtico:

    1. Espiritismo 133.92. Psicologia 154.6

  • ndice

    Felicidade sem culpa .................................................... 9Seja feliz ...................................................................... 13Liberte-se de seu passado ........................................... 21Percepo da felicidade ............................................... 25Psicologia da pessoa .................................................... 29O amor ....................................................................... 31Felicidade frente ao inevitvel ....................................... 33Garantias provisrias para a felicidade .......................... 41Medos que impedem a felicidade ................................. 49Culpas que interferem na felicidade .............................. 63Felicidade em tudo que se faa .................................... 71Uma saudade em uma pessoa feliz ............................... 75Diante da culpa ............................................................ 79Caractersticas de uma pessoa espiritualizada e feliz ...... 81Crticas necessrias conquista da felicidade ................ 85Dicas para desenvolver uma personalidade espiritualmente sadia ............................................. 87H uma pessoa que possui os seguintes predicados ...... 89Carta a Deus ............................................................... 93Sabedoria e felicidade .................................................. 97Espcie em extino .................................................... 101Pense sempre em sua felicidade ................................... 105

  • ntimos desejos ............................................................ 107Felicidade em rede ...................................................... 111No conformidade e sua necessidade ........................... 113Felicidade meditando com seu guia interior ................... 115Permitir-se ................................................................... 119Faa e realize .............................................................. 121Pare e evite ................................................................. 123Mentalizaes em busca da felicidade .......................... 125Recado para ser feliz ................................................... 133Orao da felicidade .................................................... 135Felicidade sentindo Deus ............................................. 137

  • Felicidade sem culpa

    A maioria das pessoas se sente infeliz ou adia sua felicidadepor causa da internalizao de um poderoso mecanismo, seja soci-al, moral ou religioso, introdutor de culpa. O ser humano se estrutu-ra dentro da sociedade sem a devida reflexo sobre os valores queassimila. Nem sempre percebe que, aqueles recebidos em suasorigens devem, na adultez, merecer reflexo e conseqente liberta-o dos que no mais condizem com sua maturidade. Nem sempreas pessoas conseguem se libertar da presso exercida pela socie-dade da qual fazem parte. Essa presso no apenas proporcio-nada atravs de normas e leis, mas principalmente a partir daquiloque no dito e nem explicitado. As leis da convivncia entre aspessoas, as quais, nem sempre, fazem parte de algum cdigo escri-to, promovem sanes que psicologicamente impem culpa e ne-cessidade de alvio psquico. Nesse contexto, somam-se os pre-ceitos extrados das interpretaes humanas aos cdigos das religi-es, muitas vezes usados como mecanismos repressores, para li-mitar ainda mais as possibilidades do ser humano de entender suaprpria vida e alcanar a felicidade.

    O grande gerador da infelicidade a culpa que nos permi-te, quando instalada, esperar algum tipo de punio para alviodaquilo que consideramos uma transgresso. Vivemos sempre espera de que essa punio ocorra, gerando ansiedade e adiandonossa felicidade.

  • 9Felicidade sem Culpa

    claro que, tudo isso ocorre tambm como um mecanis-mo que possibilita a percepo da prpria liberdade individual.H pessoas que necessitam de limites para melhor administrarsua liberdade, porm, essa regra utilizada de forma excessiva ecastradora, em face do medo que tem o ser humano de perder ocontrole sobre si mesmo.

    O propsito de todo ser humano alcanar a felicidadepossvel sem perder a noo da responsabilidade individual pelosprprios atos. Ser feliz s possvel atravs da liberdade comresponsabilidade. Quem no for capaz de assumir as conseqn-cias de seus atos, no conseguir viver com a conscincia em paze em harmonia.

    Religies e filosofias foram e ainda o so utilizadas comomecanismos de dominao coletiva sob o argumento de que opassado da humanidade demonstra sua necessidade de impor li-mites. necessrio que se perceba o esprito como ser presenteque, embora assentado sobre seu passado, est sempre olhandopara o futuro. Sem esquecer o passado, preciso viver o presen-te com o olhar no futuro. As religies valorizam mais o passadoque o futuro do ser humano, impondo-lhe que carregue semprealguma culpa.

    As religies, como so praticadas, servem para determina-das classes de crentes. Para outras, elas necessitam de interpre-taes e compreenses mais avanadas sob pena de se extingui-rem. Elas devem ser entendidas de formas distintas e de acordocom o nvel de evoluo do esprito.

    Na maioria delas, o conceito de felicidade passa pela culpae pela negao vida na matria. Entender que ela, a felicidade,s poder ocorrer alhures, ps-morte, negar o sentido da exis-tncia, conseqentemente o presente.

    No entregue sua felicidade crtica das religies, das fi-losofias, dos outros ou dos equvocos que cometeu. A religio, pornatureza, deve facilitar o processo de crescimento do ser humano.Tome a sua como auxiliar de seu equilbrio psicolgico e espiritual.

  • 10 adenuer novaes

    No coloque sua felicidade merc das contingncias acidentaisde sua vida ou mesmo de uma fase de turbulncia por que estejapassando. Lembre-se de que viver no ato isolado de um serhumano. um contexto, uma conexo e um sentido. Na unio des-sas realidades junta-se o Esprito que voc. Assuma o comandode sua vida e a coloque a servio do propsito de ser feliz. Sigaaquele ditado que diz viva e deixe os outros viverem.

    Ningum no mundo est irremediavelmente condenado a so-frer ou a penar eternamente, seja na vida ou na morte. As teorias quelevaram o ser humano a se achar perdido ou condenado a sofrerpelos atos o distanciaram de sua prpria felicidade. O ser humanoest condenado a ser feliz e essa conquista feita individual e cole-tivamente. Ele foi presenteado por Deus que lhe deu a Vida.

    Convido o leitor a despojar-se de conceitos, pelo menosdurante a leitura deste livro, para penetrar no prprio corao epensar na felicidade como um estado de esprito possvel. Lem-bre-se de que corao e razo so faces de uma mesma moeda,que representa o ser humano. Tentar separ-las tolice infantil.

    Neste livro, o propsito permitir a compreenso do sig-nificado maior de ser feliz, de uma maneira mais livre e menosculposa.

    Comece a ler este livro pensando em deixar de lado suasculpas e seus medos, a fim de que possa adquirir instrumentosque possibilitem alcanar a paz que deseja. Faa dele um instru-mento de libertao e de aquisio de novos valores.

    Retire o vu que encobre sua viso de si mesmo, dispa-seda roupa que o mundo lhe ajudou a tecer e vista-se com o mantoda simplicidade e da pureza de corao, a fim de captar o signifi-cado mais profundo e os sentimentos que coloco no que escrevopara que voc se encontre com sua essncia. Lembre-se de queno h nada no mundo que valha mais do que a sua paz interior. Eque ela, para ser real, deve manifestar-se no mundo em sua pr-tica diria e em sua vida de relaes com os outros. A felicidadereal e a paz verdadeira so vividas no mundo.

  • 11Felicidade sem Culpa

    Rena seus mais ntimos propsitos, junte suas maiores in-tenes, fortalea-se com as melhores energias e entre em conta-to com o Deus que habita em voc, para encontrar sua plenafelicidade. No se esquea de reparti-la por onde passar e comquem estiver, pois isso garantia de perpetuidade.

  • Seja feliz

    Pense num lugar onde sua paz, sua felicidade, sua sade eseu equilbrio possam ser satisfeitos independente de condiesexternas. Pense que isso possvel, sem precisar sair de ondeest. Isso um sonho. Mas, um sonho possvel e realizvel. Suarealizao depende de como voc pensa, sente e percebe as coi-sas a sua volta. A realidade que sua vida hoje, foi por voccriada. Voc se imps a aceitar a vida desta forma que vive.Voc mesmo acredita que o mundo seja assim. verdade quevoc possui limites e dificuldades. Mas, uma mudana possvele voc poder faz-la. Alguns passos so necessrios. Pense queisso poder levar algum tempo e depender de uma certa disci-plina, isto , de determinao e persistncia para alcanar seusobjetivos. Os passos os quais me refiro voc dever encontr-losnos captulos adiante. No h receita padro nem tampouco ummodelo infalvel. Talvez, no decorrer da leitura, voc descubra oseu prprio. Persista. No perca a oportunidade de levar adianteseu projeto pessoal de ser feliz.

    claro que voc j pensou que tem direito felicidade eesta lhe faria muito bem. s vezes voc mesmo se pergunta porque ela no chega sua vida, j que outras pessoas, as quaisvoc considera que tm muito, recebem mais ainda. Algumas de-las voc acha que no merecem. Sua lgica tem feito com que voc

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    no entenda bem quais os critrios da Vida para com voc. Talvezo problema seja de enfoque e de limites que voc mesmo tem im-posto a si prprio. lgico que voc tem direito. Voc apenas notem sabido como conseguir fazer prevalecer esse direito. Todossabem que a felicidade um estado de esprito, porm, como instal-lo internamente que tem sido o grande problema. As receitaspara isso so muitas e certamente eficazes. Porm cada pessoamerece uma receita prpria, uma estratgia e um percurso prpri-os. A sua, talvez ningum, nem voc mesmo, tenha descoberto. Areceita para voc sua e esse seu desafio. Descobrir, dentreaquelas que mais lhe agradam qual a que, depois de adaptada, lheservir como guia, com o que deve se preocupar.

    importante, e nunca esquea isto: voc no deve se culpar.No deixe que o complexo de culpa se instale em voc. claroque, embora no deva se sentir culpado, voc arcar com asconseqncias de seus atos. Considere que seu grande equvocotem sido a prpria ignorncia, isto , voc no feliz porque aindano sabe ao certo como as coisas funcionam na Vida. As regrasque voc tem seguido no lhe tm garantido o sucesso desejado. preciso conhecer as regras da Vida e como funcionam no seucaso, pois, embora sejam as mesmas para todos, elas flexibilizamde acordo com o nvel de evoluo de cada um.

    A Vida no possui regras nem normas rgidas, muito em-bora o Universo tenha suas prprias leis. Ns criamos regras afim de educar a liberdade a ns outorgada por Deus. Somos se-res naturalmente livres, porm, gradativamente nos condicionamosa determinados limites a fim de entendermos a ns mesmos. Coma evoluo espiritual, aos poucos retiramos os grilhes que ado-tamos ao longo da Vida.

    Portanto, no se sinta culpado, mas to somente algumignorante que busca aprender o que antes no sabia. A culpamancha sua felicidade e a conscincia de sua prpria ignorncia o comeo de sua ventura. Saber ler os sinais que a vida tem lhedado fundamental. Busque sempre interpretar o simbolismo

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    contido em cada ocorrncia que lhe afeta. Procure perguntar-seo que a vida quer lhe ensinar, quando ocorre algo com voc quefoge ao seu controle e quilo que considera plenamente explic-vel. Uma explicao plausvel, que revele o sentido da ocasiovivida, pode ser o remdio para nossa angstia.

    Lembre-se tambm que felicidade no apenas doar-se,mas tambm ensinar a fazer, a realizar, a conhecer, a ajudar que ooutro acredite em si mesmo. Alm disso, voc deve: fazer-se,realizar-se, conhecer-se, investir em voc mesmo e acreditar emsi prprio.

    Definitivamente, no se sinta culpado pelo que voc fez ouacha que tenha feito. No se culpe nem sofra por antecipao. Oocorrido certamente tem conseqncias, mas no pense que se-ro como voc imagina. No pense em punio, sofrimento oudor. Calma. Pense em responsabilidade e possibilidade de atra-vessar a resultante de suas aes com tranqilidade. O Universono funciona como voc imagina. Ele costuma se colocar a servi-o do nosso propsito de crescimento. Aja com esse esprito eele conspirar a seu favor. Voc acredita que ser punido e isso o comeo de seu sofrimento. Pense que voc ser ensinado peloUniverso a resolver as situaes geradas pela sua ignorncia quan-to ao funcionamento do mesmo.

    Nem voc nem ningum feliz o bastante. A felicidade um estado impermanente. a busca de algo, de um encontro, deum sentido maior. por isso que sua insatisfao com a vida oucom coisas menores deve ser entendida como algo inerente existncia de qualquer ser humano e no como infelicidade. Hcoisas que s ocorrem com um certo tempo e com a necessriaexperincia. No tente antecipar tudo, pois, isso gera ansiedade,a qual traz infelicidade. Viva cada momento como se fosse o lti-mo e, simultaneamente, o primeiro.

    preciso que voc crie outro conceito de felicidade. Aqueleque voc construiu da infncia at a adolescncia no lhe servemais. Os mitos infantis de felicidade so utopias. A cultura, o meio

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    familiar e a educao escolar nos ensinam certo modelo de felici-dade o qual est impregnado em ns. Eles so de tal forma equi-vocados que no nos permitem alcan-la. A felicidade no ter,tampouco ser. So opostos e precisam de conciliao. O ter eo ser, quando se integram, geram a sabedoria de saber ter e desaber no ter. Quando se tem, deve-se aprender a ter com sabe-doria sem ser possudo pelo que se tem. Mesmo tendo algo, sepode buscar mais, com a firme convico da importncia de segerar prosperidade pessoal e coletiva com aquilo que se obtm.Quando no se tem, deve-se no s buscar ter para aprender ater, como tambm aprender a viver sem ter.

    Outra questo importante sua escala de valores. Ela podeser um instrumento para sua felicidade. Suas qualidades inferioresdecorrem muitas vezes da dificuldade em se enquadrar a um sis-tema de valores muito exigente. Exija de voc o que voc podedar. Quando no se sentir bem com voc mesmo, atribuindo-seuma qualidade inferior, depreciando-se, considerando-se algumde ndole m, certamente estar se comparando a um sistema devalores superior. possvel que nesses momentos voc no sesinta bem. Procure elevar-se ao nvel dos valores que voc con-sidera superior. Caso no o consiga, reveja seu sistema de valo-res e troque idias com algum para que voc se adapte ao que possvel alcanar em sua vida. Nunca desista de alcanar um n-vel melhor que o atual. Seus valores e crenas, embora lhe permi-tam segurana e equilbrio, podem ser suas algemas. precisorev-los a cada ciclo de sua vida, para que se transformem emguias. Pense que eles devem ser instrumentos para que se sintabem com voc mesmo e com o prximo.

    Sua felicidade pode ser prejudicada pela imensa necessi-dade que voc sente de falar, de expressar algo, de fazer coisas.Em resumo, de estar sempre colocando para fora idias e emo-es que o incomodam. importante que voc o faa, mas preciso ter em mente que h um limite para isso, pois, esse hbitopode se tornar um padro psquico de difcil mudana. Quando

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    isso ocorrer, preciso aprender a fazer silncio; mas silncio pro-dutivo, isto : aquele que vai permitir-lhe no pensar nos confli-tos, estabelecer metas que a eles no estejam relacionadas eredirecionar a necessidade de expresso. Faa silncio e no penseem tudo de uma s vez. Escute o que a Vida quer ensinar emcada momento de sua existncia.

    A felicidade combina uma certa satisfao material com oequilbrio emocional, aliados ao encontro com a prpriaespiritualidade. Quando esses fatores se encontram, a pessoaconsegue se iluminar interiormente. A satisfao material nem sem-pre ocorre na proporo que se deseja, nem na intensidade quese quer. Muitas vezes, ela apenas um detalhe. O equilbrio emo-cional fundamental. Sem ele no se consegue jamais a felicida-de. A espiritualidade uma ferramenta importante, pois possibili-ta ao ser humano transcender a sua condio material, permitindoque ele se perceba um esprito em evoluo. Sua iluminao inte-rior ocorre na medida que identifica nos outros, pessoas comovoc, dignas de respeito, de amor e semelhantes a voc mesmo.

    A felicidade uma arte que voc precisa desenvolver. Oexerccio se dar atravs de lies dirias e, s vezes, difceis, po-rm suportveis a todos. No pense que voc est sozinho ou quegoza de alguma exclusividade. Todos esto no mesmo rumo. Al-guns perdidos, outros iludidos, mas existem aqueles que j encon-traram a rota certa. Coloque-se entre esses ltimos ao afirmar seudesejo sincero de viver em paz, proporcionando-a em sua volta.

    Por outro lado, preciso aprender a estar conectado aoprprio corao. Essa conexo possibilita no apenas estar aten-to s prprias emoes, mas, principalmente, s sutis vibraesdo amor que pulsa interiormente em voc. Perceba-as nos gran-des momentos em que voc se sentiu muito feliz. Nada pode sermelhor que a felicidade sem culpa e sem medo. Esse estado deesprito que todos desejam alcanar possvel se voc estiverconectado ao seu corao. Essa conexo dever ser favorecidacom o uso da razo, pois, permitir conscincia a ateno ne-

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    cessria aos valores contidos em seus sentimentos. Procure vi-brar com a vida e com seu ritmo.

    A luz da sua alma no pode ser ofuscada pela conscinciaculpada. Por detrs da mscara que o mundo ajudou-o a forjarexiste a face luminosa do seu ser, ofertada por Deus. Saia dasombra escura em que voc se coloca diariamente e exponha-se luz, para que vejam a claridade interior do diamante que existeem seu mundo interno. A sua deve ser a estrada de luz, pois suaspegadas possuem a energia do amor de Deus.

    Culpar-se adiar a possibilidade de ser feliz, no apren-der com os prprios equvocos. Ningum pior ou melhor queoutra pessoa, pois, todos temos a mesma paternidade divina.

    No chore a lgrima da culpa pelo equvoco que voc co-meteu. Derrame-a quando perceber a misericrdia divina a con-ceder a ventura de realizar os meios para reparar seus equvocose alcanar a felicidade. Quando descobrir que a culpa no levara resolver seus conflitos, ser o incio do seu processo de liberta-o a caminho da felicidade.

    Ao iniciar, coloque-se no lugar mais alto de sua conscin-cia e compartilhe sua vida com os outros. Mostre-se sem culpa eperdoe queles aos quais voc atribuiu responsabilidade pelosseus sofrimentos. Em algum momento de sua vida torne possvelpoder cont-la, de tal forma que se possa perceber a existnciade um marco o qual determinou sua mudana. A partir de talmarco voc renasceu, sendo uma nova pessoa, sem culpas e con-fiante em seu futuro. Aps esse marco, voc descobriu que suavida lhe pertence e a Deus. Caminhe sem medo, sem amarras,sem vaidades e sem culpa. D lugar ao corao, principalmentese a razo se encontrar confusa.

    Continue sua busca pessoal por uma personalidade maisagradvel e equilibrada. Nada pode ser maior que voc, nemtampouco inferior a sua vida. Voc muito mais do que imagina etem uma destinao iluminada.

    Cultive o pensamento flexvel, que admite sempre a possi-

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    bilidade de as coisas serem diferentes do que voc acha. A rigi-dez mental promove as doenas e impede o encontro com o simesmo. Ser feliz ser malevel aos convites que a vida nos fazao amor. O segredo para a felicidade a tolerncia para consigomesmo e a conscincia das prprias limitaes.

  • Liberte-se de seu passado

    Para que voc se liberte de seu passado, preciso que tomeconscincia de que ningum na Terra est seguro de nada, e quetodos temos limitaes. Seu passado no deve ser seu entrave. Con-sidere que seus equvocos, assim como os limites que a vida o imps,so motivos para que voc cresa em busca de felicidade.

    As pessoas que porventura o tenham magoado, devem sercolocadas conta de auxiliares do seu processo de crescimento ede busca de felicidade. Elas, em si, no representam ameaa nemso culpadas. So, ou foram, apenas instrumentos teis para quevoc se conhecesse mais. O que elas fizeram ou fazem a voc, eque o incomoda, deve ser analisado como algo que o permiteconectar-se ao que internamente ainda no est resolvido. Comelas, voc no pode perder a oportunidade de descobrir seu mun-do inconsciente, identificando os contedos que favorecem a ocor-rncia de situaes de sofrimento a fim de solucion-las.

    No deixe que o dio ou a mgoa o impea de ser feliz.Esses dois so poderosos empecilhos ao amor e paz. A felici-dade passa pelo corao sem mgoas. Lembre-se de que tudoaquilo que voc debita ao outro como culpa pelo seu sofrimentoaponta para algo em voc que ainda no se resolveu.

    Quando a angstia atingi-lo, trazendo-lhe tristeza e melan-colia, preciso se lembrar do significado que ela representa.

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    necessrio perceber que, a angstia que muitas vezes nos acome-te a alma, advm da saudade de algo indefinido. Essa saudadeque se transforma em angstia a falta de confiana acrescida daincerteza quanto ao prprio futuro. Sentimos saudade de algo oualgum que no sabemos onde, quando ou se ao menos vamosum dia encontrar.

    Sentir saudade, chorar por algum que no podemos sentirprximo, nos torna seres emocionalmente vinculados ao coraoda pessoa querida. Isso, sem o desespero ou a posse, faz bem alma. bom sentir saudade e se lembrar de pessoas que fizeramparte de nosso passado e que estejam momentaneamente longede ns. Pelas portas do corao no existem distncias. No fioda saudade passa a energia do amor que conecta coraes quese amam. Porm, no permanea muito tempo na energia da sau-dade. Ela pode viciar e lev-lo a ficar preso ao passado. Com aenergia da saudade faa uma orao em favor da pessoa comquem voc fez a conexo emocional.

    Para se libertar do passado preciso ter conscincia deque ele no deve necessariamente ser esquecido, masressignificado. No tente esquec-lo, mas lembrar dele como umaexperincia que se teve; seja ela boa ou ruim. Quando boa, deveser lembrada com alegria. Quando ruim, deve ser lembrada comoaquela que o ensinou algo.

    No se culpe pelo que fez no passado ou pelo que faz nopresente. Se fez, est feito. Se ainda faz, no faa mais e assumaas conseqncias por isso. Lembre-se de que os erros cometidosso lies aprendidas.

    O passado culposo e que se deseja esquecer representa ocampo da experincia que se viveu, porm, no a mancha eter-na que nos macula a alma. A mcula em ns a ignorncia deacreditar que no temos direito felicidade. No h futuro sempassado e todo passado est revestido de ignorncia. No hquem no tenha vivido experincias equivocadas. Na Terra, nin-gum esteve, ou est, livre de viver experincias consideradas

  • 21Felicidade sem Culpa

    transgresses ordem vigente. Transgresses ou no, temos queaprender a viv-las conscientemente.

    Olhando para nosso passado temos, hoje, a clareza de verque erramos, porm, na poca agimos como sabamos ou tnha-mos condies. No futuro, avaliaremos o que fazemos hoje epoderemos tambm perceber os equvocos ou o que poderia tersido evitado. Arrepender-se do que se viveu inevitvel, mas oarrependimento s surge mediante a ampliao da conscincia eda capacidade de amar. Muitas coisas que nos serviram ontemno nos servem hoje e isso evidencia que hoje somos melhoresdo que ontem. A culpa impede que percebamos o movimento davida com liberdade e com o sentimento de realizao ntima.

    Nossa ignorncia nos leva a criar juzes implacveis na cons-cincia que, de fato, no existem. Eles so frutos da educao, dacultura e de nossa ignorncia quanto a ns mesmos. Precisamoscolocar na conscincia um Criador amoroso e benvolo, com-preensivo e paciente, para que no nos punamos por to pouco.Tais juzes no so maus em si, mas se transformam por conta denossa facilidade em dar-lhes o poder de nos comandar. No vi-vemos sem eles, mas, lhes atribumos um carter absoluto.

    Muitas vezes, nos sentimos culpados por no alcanar cer-tos desejos, acreditando que somos incapazes. Quando, por exem-plo, um casamento no d certo, por fatores mltiplos, comumum dos cnjuges se perguntar onde foi que errou e lamentar aperda. O equvoco pode pertencer a qualquer deles, porm, osfatores que levaram separao fsica ou emocional esto influen-ciados por valores pessoais e sociais. Um fracasso no deve re-presentar a perda da prpria motivao de viver. Ele representauma deficincia na estratgia utilizada para alcanar a felicidade.Na prxima experincia naquele campo em que se fracassou de-ver ser utilizada outra estratgia. Pense tambm que voc preci-sa modificar seu desejo. Ele poder estar levando-o exatamentepara o lado contrrio de sua prpria busca interior. O tipo dedesejo e a forma de alcan-lo nem sempre esto conectadosadequadamente.

  • 22 adenuer novaes

    Lembre-se de que voc deve retirar de cada experinciaalgo de til e bom para si prprio. Tudo que lhe acontece umcaminho trilhado que poder ser repetido ou no, a depender desua vontade. As situaes adversas a enfrentar devem ser vividasem seu momento e no de forma antecipada. Quando isso ocor-re, gera ansiedade a qual promove infelicidade. Se voc sabe quevai viv-la, prepare-se para faz-lo com equilbrio e de forma aextrair dela o melhor possvel.

    Nunca se esquea de que somos filhos do Altssimo e delerecebemos o bom estigma de alcanar a felicidade. Ela deveriaestar em nosso presente e ser nosso futuro. Em sua trajetria,deseje o prprio bem pessoal tanto quanto o de qualquer pessoacom quem se encontre. Faa o bem quando voc puder, a qual-quer pessoa que surja em seu caminho. No olhe para o passadoa ponto de se deter nele. Fixe o presente e o futuro.

  • Percepo da felicidade

    Certamente que a felicidade uma das palavras que com-portam interpretaes diversas e de acordo com a situao emque cada pessoa se encontra. Pode referir-se tanto a um estadointerno quanto externo. Como alcan-la sentindo-se em paz esatisfeito?

    Pense que voc tem direito a ela, porm, no tem sabidocomo perceb-la. Seus valores, sua forma de pensar, suas atitu-des, seus pensamentos, no tm conseguido lhe trazer o que vocmais deseja, que realiz-la. Comece pensando que precisoestar s, pelo menos por alguns momentos, para rever sua pr-pria vida. Nenhum problema pode ser maior que voc mesmo.Eles tm a dimenso que voc mesmo lhes d.

    Alterne suas rotinas com outras que h muito voc no temexecutado. Volte a velhos hbitos que cabem no atual momentoem que voc vive. Eles podem ser antigos, mas continuam vli-dos. Por outro lado, abandone alguns antigos hbitos que nocabem mais em sua realidade presente. Lembre-se sempre deque mudanas so constantes em nossas vidas e que o que foibom antes pode no o ser hoje e vice-versa.

    Ser que voc feliz o bastante? Ser que voc feliz oquanto pode ser? Voc s saber quando estipular os parmetrosque indicam sua felicidade. Estipule alguns que sejam provisrios,

  • 24 adenuer novaes

    isto , que contenham sinais concretos de realizao. Mesmo quesejam a partir de valores materiais, eles so o incio de uma cami-nhada. Mais adiante, quando voc estiver mais autoconfiante, cer-tamente ter outros de valor emocional e espiritual mais elevados.

    Verifique qual o sistema de valores a que est vinculado,isto , a que limites voc costuma obedecer. O que em verdadeque lhe contm. Ampliar seus limites fundamental para alcanara felicidade. Porm, eles s devem ser ampliados quando satisfi-zerem exigncias mnimas de convivncia. Submeta-os ao crivodaqueles que convivem com voc. Quando as pessoas de quemvoc gosta adotarem-nos como seus, sinal de que podem co-mear a ser superados por outros melhores. Essa superao noimplica em perda, mas em agregar outros aos antigos, que tragammaior felicidade.

    As cincias, o conhecimento cultural em geral, nos auxiliama compreender o sentido de ser humano, de ser pessoa. Todas ascincias devem concorrer para levar o ser humano felicidade.Qualquer delas nos deve permitir o encontro com nossa ntimaessncia. Cuide para que a religio, a filosofia de vida ou seusistema de valores concorra para esse firme propsito. Caso vocnote que em algum ponto sua ideologia adotada concorre para ocontrrio disso, mude sua maneira de entend-lo. Tudo deve con-correr para sua felicidade.

    No se esquea de que o mundo existe dentro de voc e a que tudo deve estar resolvido. Do lado de fora, as coisas po-dem estar desorganizadas, mas, em voc, internamente, devehaver equilbrio e harmonia. O que as coisas so e o que repre-sentam so faces distintas da realidade. Em voc, elas devemsignificar algo que lhe traga paz e proporcione harmonia no ambi-ente no qual vive. Sua psicologia deve ser aquela que lhe permitaviver em paz e trazer a paz por onde voc vive.

    Dvidas financeiras, dificuldades de relacionamento, pro-blemas de sade, e o medo e ansiedade por causa disso, soquestes menores diante da grandeza da Vida e de sua prpria

  • 25Felicidade sem Culpa

    vida. Viva o bastante para entender a prpria existncia sem termedo do que lhe possa acontecer no futuro. Sua forma de viverlhe trar sofrimento ou paz. Suas escolhas devem ser no sentidode conseguir paz e felicidade.

    Veja a realidade sem o recorte que a conscincia proporcio-na. A vida social, os meios de comunicao de massa,notadamente a mdia, nos mostram apenas um recorte da realida-de a partir de um vis particular. Tente enxergar a Vida como algomuito maior do que aquilo que lhe mostrado e que seus olhospodem ver. Sua felicidade depende de uma viso mais ampla daVida. Veja-a como um presente de Deus e como algo maior quevoc, mas que cabe em voc.

    O ser humano muito maior que o recorte que se faz desua alma. Ele puro amor como o o amor de Deus. Nada maior que a relao doce e misteriosa entre o ser humano e seuCriador.

    Uma pessoa que busca a felicidade deve aprender a se vercomo representante de Deus, sem tornar isso algo maior do quesua relao com outra pessoa. Portanto, valorizar a relao comas pessoas, com qualquer pessoa, significa compreender que Deusest presente naquele momento.

    Os atos humanos so recortes da alma humana, so for-mas de manifestao dela. Devem ser tidos como simples facesdo ser que deseja expressar-se plenamente sem o conseguir. Afelicidade passa pela compreenso desses atos, quaisquer quesejam, como manifestaes do amor que ainda no sabe mos-trar-se. O sentido da felicidade tambm compreender cada atohumano como uma parcela do amor que nele reside.

    Ser feliz no ato isolado de uma pessoa nem uma situa-o particular de um indivduo. Dela fazem parte outras pessoas eseus processos. Dizer-se feliz tambm compreender os atoshumanos e enxerg-los como possibilidades de entendimento danatureza de Deus.

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    natural que se busque a felicidade externamente. O serhumano nasce de olhos fechados em busca da luz e tentando seacostumar a ela. Ele nasce querendo conhecer o mundo externo.Sua nsia em conhec-lo o faz esquecer de olhar-se interiormen-te. Nascer abrir os olhos para a conscincia, esquecendo-se doque inconsciente. A felicidade consiste tambm em atender aosanseios inconscientes. uma viagem solitria ao mundo inconsci-ente e ao passado pessoal.

    Para a compreenso precisa da felicidade necessria aaceitao da prpria mortalidade. Essa aceitao permitir a aber-tura da mente para a espiritualidade. Aceitar que um dia o indiv-duo experimentar a prpria morte fundamental para que sepercam os medos e a ansiedade em relao ao futuro.

    No h felicidade sem uma clara percepo do sentido daVida. Nesse particular, deve-se ter uma concepo pessoal deDeus. Toda felicidade passa pela conscincia da existncia, pre-sena e atuao de Deus naquele que a busca.

  • Psicologia da pessoa

    Uma pessoa, qualquer que seja sua cultura, representa Deus. Sua obra de arte. A Singularidade de Deus manifestada na Cria-o se encontra no ser humano. Deus, tal qual descrito, umaconcepo humana. Portanto, qualquer sentido que se d pr-pria vida passa pela concepo que o ser humano tem de Deus.A melhor concepo aquela que lhe permite estar em paz con-sigo e com os outros. Ela tambm deve compreender a evoluoda prpria idia que se tem de Deus. A forma como voc com-preende Deus deve ser evolutiva, isto , a concepo de hoje melhor do que a que tinha no passado. No futuro sua conceposer outra, mais adequada ao nvel de felicidade em que se en-contre. Isso no quer dizer que Deus esteja evoluindo. Seria umcontra-senso. Digo apenas que, minha maneira de entend-lomelhora na medida que me torno mais feliz.

    Qualquer pessoa tem o direito de ser feliz e de mudar seuprprio destino sem que, para isso tenha que se tornar inconse-qente. Tanto a rigidez da personalidade quanto a excessiva li-berdade prejudicam sua felicidade. Cultivar uma personalidadeagradvel importante na aquisio da felicidade. A personalida-de deve ser exercida de acordo com o meio e as circunstnciassem que se traia a prpria natureza. Tornar-se uma pessoa feliz uma proposta que deve levar o indivduo ao encontro do si mes-

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    mo, de sua essncia mais ntima. Uma pessoa necessariamenteno algum que tem ttulos, conhecimentos intelectuais, coisasou que goze de certo prestgio. algum que sabe ser gente,quando apenas isso necessrio. Para que acumular tanto saberse ele no for capaz de levar o ser humano felicidade? precisotentar ser feliz com o mnimo que se tem e ir em busca do que sedeseja sem se tornar escravo do prprio desejo.

    Muitas vezes, pensamos que se tornar uma pessoa teroutra qual se possa recorrer. Outros acham que precisam deheris para que possam mirar-se em busca da felicidade. A felici-dade real prescinde de heris, de referenciais externos e decoletivizao. Quem necessita de heris est afastado de si mes-mo. No se afaste de voc mesmo, fugindo de sua essncia eentregando-se demasiadamente ao mundo externo. Sempre querecorrer a uma figura externa, mesmo que para lhe dar fora,voc estar se afastando de si prprio. Caso esse exemplo real-mente venha a lhe trazer alento e motivao, siga-o. Mas, adian-te, retome sua prpria vida.

    Uma pessoa o vaso mais puro do amor de Deus. oreceptculo de Sua amorosidade, por onde Ele dispensa suasbenesses. O ser humano a medida de todas as coisas por ser aentrada e a sada do amor de Deus. O bem mais precioso quevoc tem sua ntima ligao com Deus. Essa conexo inquebrvel, ininterrupta, direta e exclusivamente pessoal. A cons-cincia que se tem da prpria ligao com Deus elimina o medodo desconhecido, do futuro, do novo e de qualquer angstia. Essaligao nos permite a percepo da nossa natureza espiritual e daimpossibilidade da morte como fim da vida. Conserve seu senti-mento de ligao com Deus como algo de muito sagrado e que sa voc pertence.

    Seja feliz sendo uma pessoa. Apenas uma pessoa. Um serque est no mundo para viver nele, como algum que se senteintimamente ligado s pessoas, ao Universo e a Deus.

  • O amor

    Estou presente a partir das mais profundas entranhas daTerra s altas montanhas que desafiam o horizonte. Participo daintimidade das substncias mais corrosivas tanto quanto das feri-das mais ptridas. Sou elemento constitutivo dos perfumes e dosaromas mais sofisticados. Minhas emanaes se misturam s guasde rios e mares, de lagos e crregos. Venho das nascentes maispuras e alcano os afluentes com a mesma limpidez do incio.Transformo pntanos e charcos fazendo-os celeiros de vida abun-dante. Encontro-me na lgrima do choro proveniente do sofri-mento ou do xtase. Participo dos banquetes de prazer na volpiados convivas que me celebram em agradecimento vida. Preen-cho cada sentimento humano, adicionando-lhe o sentido da Vida.Uno matria a matria, esprito a esprito, na comunho das for-mas e na identidade das almas.

    Preencho a dor de significado e dou vida seu principalsentido. Na doena, na tristeza, na esperana e na ventura colocotoda a fora e toda a energia criativa do Universo. Em cada ato,em cada pensamento ou sentimento, sou o propsito que se rea-liza. Sou a pedra do recife e a luz do farol que vai ao encontro dobarco que comigo singra os mares. Sou a fonte da vida e a foracriadora e mantenedora de tudo o que existe. Na conscincia eno inconsciente, diluo-me em cada uma das experincias,

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    conectando-as individualidade divina. Clarifico a vida e lhe atri-buo consistncia para a realizao de cada ser. Estou em cadaexperincia humana, desde o ato mais vil at as manifestaessublimes de glorificao a Deus.

    Estou no veneno mais forte e no remdio mais amargo.Carrego em mim o elixir da vida e a possibilidade de compreend-la. No me tema nem se afaste de mim. Venho, na realidade,trazer-lhe um recado. Deixe que eu sussurre em seu ser a mensa-gem renovadora de Deus.

    Represento o que h de mais sublime e superior na Criao.Venho de Deus e preencho todo o Cosmo. Sou buscado e sentidopor todas as criaturas quer queiram ou no. Impossvel no mesentir ou negar-me. Estou no sim e no no. No nascimento e namorte. Principalmente, participo de todas as cores, matizes e tona-lidades possveis. Estou nas obras de arte e na criatividade de cadaartista. Preencho a Totalidade de beleza e paz. Sou a msica daVida. Estou na dana dos amantes e nas foras vivas da Natureza.Estou no rico e no mendigo, na misria e na abundncia. Na doen-a e na sade. Cada tomo me busca como a seta ao alvo. Souemanao de Deus na direo do humano.

    Permita-se me sentir com toda a sua alma e com todo oseu corao, pois sou sua possibilidade de ser feliz. Viva-me comvontade e com entrega, pois no represento qualquer ameaa sua felicidade. Aqueles que me sentem em profundidade experi-mentam o sentido real do viver e o gosto puro da essncia divina.

    Muito embora nelas esteja, no me confunda com a paixoou com a volpia dos amantes. Meu sentido mais abrangente.Estou na vida de uma criana e na experincia de um adulto. Soumaduro e forte. Nem ventos, nem tempestades, abalam minhaenergia de esperana.

    Venha sem medo e entregue-se aos meus braos de cari-nho e proteo. Guie-se seguro em meu ser. Torne-se um comigoe ser imensamente feliz. Sou o amor, que necessita passar pelaconscincia humana para que se torne manifestao de Deus nelamesma. Sou o amor, em todas as formas possveis de existir.

  • Felicidade frente ao inevitvel

    Na vida de todo ser humano ocorrem certos fenmenospsquicos que precisam ser administrados com equilbrio visandoa prpria felicidade. So inevitveis e se constituem em formado-res dos alicerces da personalidade. Trazem em si lies embuti-das que devem ser captadas para que se estruturem importantesinstrumentos psquicos de aquisio da felicidade.

    Cada um deles se constitui numa espcie de arqutipo queatua em reverso favorecendo, de fora para dentro, o surgimentode novas percepes do esprito. Impulsionam a busca de supe-rao para a conquista da felicidade.

    Para que voc alcance a felicidade preciso aprender aadministrar esses eventos. Eles podero continuar a ocorrer emsua vida independente de seu estado de esprito, mesmo que vocj se considere feliz. Porm, no sero mais incmodos.

    1. Sentimento de tristeza decorrente da sensao deser ou estar fora de seu verdadeiro mundo, de pertencer aoutra dimenso. Esse sentimento decorre da prpria condiode se estar num corpo perecvel e que no acompanha a evolu-o da alma. Pode tambm ser originrio da saudade de Deus,de um outro lugar que se encontra em nosso inconsciente ao qualachamos pertencer. um sentimento de inadequao ao tempo e

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    ao lugar onde se vive. Esse sentimento pode levar algumas pes-soas tristeza, ao choro e, s vezes, depresso. Pode ocorrerdesde a infncia. mais comum na idade adulta. Independe dese viver s ou em companhia de algum, de se ter gerado famliaou no. A administrao dessa ocorrncia se d proporoque voc se sinta conectado ao Universo. Adquira a certeza deque outras pessoas tambm se sentem assim. Pense que existeum lugar onde h algum que espera por voc e que esse en-contro ser possvel quando estiver feliz onde se encontre. Afelicidade ainda no ser l, pois, voc ainda no se encontrafeliz o suficiente para merecer estar com aquela ou aquelas pes-soas que lhe aguardam. Fale a algum sobre esse sentimento.Compartilhe o que voc sente, pois, isso lhe trar alento. Quan-do sentir aquela sensao, lembre-se de projetar a realizaode alguma transformao que deveria ser feita em voc, cujaconcretizao tem sido difcil. Pense que voc conseguir al-canar aquele encontro na medida que proporcionar sua pr-pria transformao. Aquele sentimento lhe permitir conectar-se esperana de uma outra vida onde aquela felicidade pos-svel. No espere at l. Tente realiz-la aqui e agora. Continuecom a esperana, mas torne-a possvel.

    2. Sentimento de ser s no mundo e completamenteincompreendido por ele. Isso decorre da singularidade de cadaser humano, visto que no existe ningum exatamente igual a ou-trem. Cada pessoa um ser em si e a felicidade se torna cada vezmaior quando ela descobre sua natureza essencial. Esse senti-mento se consolida conforme vamos percebendo que as pessoasso diferentes entre si e que elas no correspondem ao que ima-ginamos que sejam. Aos poucos, vamos verificando a diferenaentre a imagem que formamos das pessoas e aquilo que elas sode fato. Isso nos isola uns dos outros. Quando nos sentimosincompreendidos porque o sistema de valores que adotamosno compatvel com aquele que vigente. A solido que ocor-

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    re, mesmo quando estamos fisicamente acompanhados, pode noslevar ao desespero e fuga de ns mesmos, regulando com abusca de compensaes externas para suprir o vazio por ela pro-vocado. A solido inerente ao ser humano em face da sua con-dio de criatura. Toda pessoa almeja o encontro com seu cria-dor, com a me que a gerou. Quando voc se sentir assim, so-zinho em relao ao mundo, pense em tentar mostrar aos outroso quanto eles tambm esto ss quando se colocam distantes deDeus. Aproxime-se voc do Criador e a solido se ameniza. Suafelicidade uma conquista pessoal, realizvel no coletivo.

    3. Sensao de que algo iminente e absurdo vai acon-tecer e que ser descontrolado. Essa sensao decorrentedo medo do desconhecido e da incapacidade que temos de tercontrole sobre tudo. A vida muito mais complexa do que imagi-namos e por isso temos medo. Nossa conscincia muito limita-da para entender tudo e para favorecer ao esprito uma visomais ampla da Vida. Somos levados a restringir nossa percepoa fim de mantermos o equilbrio psquico. Essa sensao, conso-lidada pelos medos tpicos da infncia, na idade adulta se transfe-re para algo considerado sobrenatural. Esse evento costuma ocor-rer quando as pessoas se encontram em momentos nos quais sosubmetidas a testes sob tenso. nesse momento que a insegu-rana e a falta de um referencial mais slido acontece. Quandonossas capacidades so submetidas prova, sem termos a certe-za de que sairemos vitoriosos, aquele sentimento ocorre. No possvel alcanarmos a felicidade se ainda nos descontrolamosdiante de tais eventos. Talvez, seja melhor pensar que tudo o quepode ocorrer com o ser humano representa uma contribuio deDeus para que ele, ao final, alcance sua felicidade. Para que pos-samos melhor administrar aquela sensao, precisamos no senfrentar cada situao que nos aproxime dela como tambm for-talecer nossos laos de ligao com Deus. Temer o desconheci-do se tornar criana diante da vida que, por no compreend-

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    la, procura se esconder no colo materno. Lembre-se de que suafelicidade prescinde de saber tudo e de controlar tudo. Nada acon-tece ao ser humano que no seja para seu bem.

    4. Desejo de revide a qualquer agresso ou sensaode que foi inferiorizado. Esse sentimento ocorre com todo serhumano em decorrncia de sua raiva natural quando se senteameaado. Ter raiva decorre de nossa herana animal que permi-te o afloramento do instinto de sobrevivncia atiando a defesadiante do perigo iminente. Devolver uma agresso, seja da mesmamaneira que a recebeu ou de uma forma ampliada, fisicamente ouverbalmente, natural no ser humano. Sendo ou no agredida,qualquer pessoa quando se sente exposta a uma humilhao,mesmo que no tenha havido o propsito, tende a esboar umareao. Reagir natural e necessrio. Porm, preciso aprendera reagir de uma forma que venha a concorrer para a felicidade.Atravs de palavras e de sentimentos pode-se reagir sem agredirou sem que nos sintamos superiores aos outros. As palavras de-vem ser colocadas, na reao, de tal forma que promovam a per-cepo da dignidade de quem fala; que levem o outro a aprenderalguma coisa de nobre; que permitam reflexo profunda sobre osentido da Vida. Calar-se pode ser fato gerador de mgoa oureforador de algum complexo. A felicidade compreende a sa-bedoria em responder ao que vem de fora em confronto com oque existe em nosso ntimo.

    5. Desiluso e desencanto com pessoas e com omundo. Isso decorre das exigncias que mentalmente fazemosem relao ao comportamento das pessoas. Essas exignciasmuitas vezes decorrem da contaminao que nos permitimos sub-meter ao aceitar a imagem que o outro passa de si mesmo comose fosse sua real natureza. Devemos entender que cada ser hu-mano tem o direito de mostrar o melhor de si, e ns, o dever decompreender que sua totalidade no aparece naquele momento.

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    Desiludir-se ou desencantar-se necessrio em face da iluso edo encanto que ns mesmos criamos. A felicidade deve superaros encantos e as iluses criadas pelo ego que no transcende arealidade material. As pessoas no so obrigadas a corresponder imagem que dela fazemos ou que aceitamos formar em nossamente. As pessoas so iguais a ns mesmos. Para que a felicida-de no seja arranhada pelos desencantos e pelas desiluses,aprenda a esperar tudo de qualquer um. Todo ser humano, pormais ajudado que possa ter sido por voc, capaz de qualquerato contra voc. Espere o melhor do ser humano e saiba recebera parte negativa da sombra dele projetada em voc. Saiba, comnaturalidade, entender a ingratido e a raiva do outro contra voc,mesmo que sua posio seja de benfeitor. Do ser humano esperetudo e lhe d amor. A felicidade tambm saber receber o quevier e devolver o amor. O que voc recebe fruto do que plantouem alguma poca. No pense que seus feitos, por melhores quesejam, iro coloc-lo em regime de exceo. Os bons atos quepraticamos no garantem isoladamente a gratido das pessoas.Cada um devolve Vida o que estiver lhe incomodando. Precisa-mos aprender a buscar a felicidade sem exigir dos outros qual-quer benesse para ns.

    6. Descoberta real da morte antes dela ocorrer. To-dos ns enfrentamos esse sentimento de mortalidade, de perdaou sensao de que iremos desaparecer. uma sensao queexige muito da mente, a qual tende a afast-la depressa. No sesustenta um pensamento desse por muito tempo. Recorremos integridade do ego que se exige imortalidade e, por isso, teme amorte. preciso que enfrentemos tal sentimento ou descoberta,conscientes de que se trata de um fato irreversvel. A morte virnos convidar a transpor os desafios da matria a fim de alcanar-mos a plena imortalidade. O desapego e a conscincia da imorta-lidade nos faro encarar a morte como uma passagem ou umportal que nos leva dimenso espiritual. A felicidade alcanada

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    no grau em que aceitamos a mortalidade do corpo sem que issonos deixe preocupados ou tensos diante de sua iminncia. O fe-nmeno da morte rejeitado pela conscincia em face de suanecessidade de manter-se acesa, direcionando energia psquicapara coisas e fatos externos. A morte significa devolver a energiapsquica para o inconsciente, o obscuro e desconhecido territrioda psiqu. Isso no admitido com facilidade pela conscincia.O hbito de mergulharmos no inconsciente, seja atravs da anli-se dos sonhos, pelas portas da meditao, pela imaginao oupor outros processos, nos permite aos poucos encarar a mortecom mais tranqilidade. A felicidade que desejamos se torna maisacessvel na razo que conseguimos entrar em contato com omundo subjetivo e espiritual no qual vive a psiqu.

    7. Necessidade de liderar algum grupo. Ter algum tipode responsabilidade sobre algum uma experincia a que todosnos submetemos, seja na famlia, no trabalho ou em alguma ativi-dade de lazer. At mesmo na prpria religio que professamossomos convidados a instruir algum, a orientar outra pessoa quese encontre em sofrimento ou na escurido sem f. Esse tipo deexperincia nos permite perceber a noo de responsabilidadecom outrem. O sentido de conduzir ou de participar do destinode algum significa entrar em contato inconsciente com o deusque habita em ns. Exercemos nesse momento a paternidade di-vina latente em nosso psiquismo. No momento em que estiver-mos naquele exerccio devemos cuidar para, no s aprender aorientar, como tambm a passar o melhor de ns aos outros.

    8. Desejo de ter conhecimento superior sobre algumtema, demonstrando sabedoria sobre determinado assun-to. Todos enfrentamos a necessidade de demonstrar sabedoriadiante de algum no intuito inconsciente de compensar seu pr-prio complexo de inferioridade. Nem sempre possvel refrear oimpulso de demonstrar saber mais que algum, principalmente

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    quando esse algum pretende fazer o mesmo. Aquela necessida-de deve ser preenchida com o desejo sincero de realmente tersabedoria. Isso deve impulsionar-nos a ir ininterruptamente nabusca do saber. Mesmo quando alcanamos o saber que busc-vamos, devemos ter a noo correta do que fazer com ele a fimde no nos tornarmos soberbos e vaidosos, o que ir demonstrarexatamente o contrrio, isto , a falta de sabedoria. Diante doimpulso preciso colocar em mente a nossa real ignorncia sobrea Vida e sobre o outro, para que saibamos aprender com qual-quer evento no qual estejamos envolvidos.

    Embora esses eventos sejam inevitveis, pode-se perfeita-mente antev-los e prevenir para que se aproveite ao mximopossvel sua ocorrncia. Nenhum de ns alcanar a cincia per-feita de todos os eventos do Universo, mas, certamente, podere-mos nos preparar para que, quando atravessarmos o inevitvel, ofaamos com alegria, entusiasmo e felicidade.

  • Garantias provisriaspara a felicidade

    Talvez o conceito de felicidade seja um tanto utpico paravoc. Pode ser que a considere algo ainda distante de sua reali-dade, o suficiente para tentar, por vrias vezes, alcan-la sem oconseguir. possvel que voc j tenha pensado em desistir deprocur-la insistentemente; e o cansao e as dificuldades tenhamsido mais fortes fazendo com que voc a achasse inatingvel. Casoisso esteja acontecendo com voc melhor recomear a busc-la. Porm, de outra maneira e com uma estratgia diferente.

    Algumas dicas so importantes, e preciso que voc asencare como desafios menores, pois no so difceis de alcanar.Se alguma delas se tornar um fardo a voc, abandone-a momen-taneamente at que, num outro momento, a retome. Aps ter al-canado qualquer delas, importante que voc saiba manter suaconquista pelo maior tempo possvel.

    Em primeiro lugar, no esquea de considerar que est emjogo sua prpria felicidade e sua independncia. Os mritos pelaconquista sero seus.

    Busque realizar um mnimo de coisas na vida. Elas podemser pequenas, mas com certeza sero importantes conquistas epodero vir a lhe assegurar um sentimento de felicidade. Talvez,

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    no seja a felicidade plena, mas, ser aquela que a condio hu-mana, e, em especial, as suas possibilidades permitem.

    Relacionei algumas conquistas que voc deve buscar comometas provisrias felicidade. Caso voc j as tenha conquista-do, v adiante e se no as considerar importantes ou no as tiverexperimentado, tente repeti-las como vivncias preparatrias felicidade.

    1. Sentimento de pertencer a um grupo referencial.Verifique a que grupo voc se referencia. Ser que famlia daqual voc se originou? Ser seu grupo religioso? Ser seu grupode amigos? Ou se sente ligado a um grupo que no tem qualquervnculo com a sociedade mais prxima de voc? Descubra qual oseu grupo e fortalea seus laos com ele, no mesmo nvel em queele lhe traga efetiva felicidade. Caso o grupo ao qual voc se vincu-la seja motivo para sua infelicidade, lembre-se de que seus laoscom ele no devem ultrapassar aqueles que mantm nas relaesnormais que estabelece com outros grupos. Busque, ento, esta-belecer e manter laos com outro grupo referencial que efetiva-mente lhe traga a sensao de felicidade. importante que voctenha laos fortes com algum grupo de referncia. Por mais auto-suficiente que voc possa ser, sua solido gentica lhe pede com-panhia para compartilhamento de experincias.

    2. Sentimento de utilidade para a sociedade da qualfaz parte. preciso que desenvolva internamente essa conscin-cia de que algo de til voc faz para que a sociedade se transfor-me. Caso voc ainda no realize nada que melhore a sociedade, necessrio que inicie imediatamente. Algo de til no quer dizerexclusivamente gratuito. Mesmo que o seu seja um trabalho re-munerado e que concorra para a melhoria da sociedade, ele de-ver lhe dar a conscincia de que voc faz parte do grupo daque-les que no perderam o trem da histria. Voc til e trabalhapara que o plano de Deus d certo. Procure fazer algo, gratuita-

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    mente ou no, para que voc seja til sociedade. Isso funda-mental para sua felicidade. Se voc considera que o trabalho doqual faz parte pouco, ou no concorre para a melhoria da soci-edade, ento hora de engajar-se na rede de ajuda comunitriaenvolvendo-se em grupos que se prestam ao desenvolvimentosocial. Existem organizaes que aceitam trabalho voluntrio quenecessitam de sua colaborao. Cuidado para que voc no con-tinue usando o argumento da falta de tempo. Lembre-se de quetudo em matria de tempo questo de prioridade e qualidadede seu uso; utilize o seu a servio de sua felicidade.

    3. Reconhecimento externo e interno do seu valorpessoal. Talvez voc no se d conta da importncia de um elo-gio e das vezes em que ele foi importante para que mantivesse seubom humor e sua determinao em viver. A falta dele pode le-var muita gente ao derrotismo e ao desespero diante das dificul-dades a enfrentar. Os pais podem se tornar poderososimpulsionadores de seus filhos sempre que lhes elogiarem sin-ceramente naquilo que eles tm de bom, no lhes realando osaspectos negativos quando os mostrarem. Embora, na idadeinfantil, isso tenha um peso grande e decisivo para que se torneuma personalidade madura e segura, na idade adulta que issotem maior importncia, servindo inclusive para a vida toda. Umelogio pode nos realar a vaidade, porm, quando estamos ma-duros, pode nos levar a ganhar mais confiana em ns mesmos.Talvez no seja mais possvel receber elogios dos pais. Se as-sim , ento voc dever ser seu prprio impulsionador. Se nadah em voc que merea elogios, ento faa por merecer. Culti-ve uma personalidade digna de elogios e se ningum os fizer,nem voc deve esper-los, faa-os a si prprio. Quando vocencontrar reais motivos para elogiar-se, tenha certeza de quevir o reconhecimento externo. Sua felicidade passa pela exis-tncia destes dois tipos de reconhecimento, o externo e o inter-no. claro que voc no deve realizar as coisas em busca des-

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    se reconhecimento. Ele vir naturalmente, to logo voc a elefaa jus. Ser feliz tambm fazer coisas que nos tragam a certezade algum valor pessoal; valor que agregue personalidade a cons-cincia de dever cumprido e a contribuio para a harmonia nogrupo e na sociedade dos quais fazemos parte.

    4. Realizao de metas sociais mnimas de seu gruporeferencial. Metas sociais so realizaes coletivas que contri-buem para o equilbrio social, a manuteno do progresso e amelhoria da sociedade. Isso significa que voc deve pertencer aum grupo familiar ou outro que lhe seja referencial e que ele deveter certa importncia na evoluo da sociedade. Seu grupo deveter algum tipo de significado social. No caso de ser um gruporeligioso seu problema j est resolvido, visto que, toda religioconcorre para o bem estar social. Quando um grupo poltico, preciso se ter certeza de seus objetivos sociais atravs de meioslcitos. Caso seja sua prpria famlia, verifique se seus membros,em conjunto, possuem valores nobres e desempenham um papelsocial positivo. Pergunte-se qual a importncia social de seu gru-po referencial. A resposta dever preencher os requisitos queso exigidos para que um grupo seja valorizado socialmente. Suafelicidade recebe ento a contribuio mnima pelo fato de vocpertencer a tal grupo. pouco, mas lhe confere algum grau desatisfao.

    5. Realizao de tendncias arquetpicas bsicas. Astendncias arquetpicas bsicas so desejos naturais de todo serhumano enquanto ser social. Algumas pessoas podem j ter sa-tisfeito essas tendncias bsicas por algum mecanismo inconsci-ente ou por ter educado suas aspiraes, mesmo assim elas jfizeram parte de sua vida consciente em alguma poca. So elas:relacionar-se com algum, ter um filho, possuir algum bem mate-rial em seu prprio nome, saber suas origens familiares, dirigir suaprpria vida, alm de querer ser uma personalidade resolvida em

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    algum sentido. Elas, quando satisfeitas, conferem ao ser humanoum certo grau de satisfao que o faz sentir-se feliz. So tendn-cias de tal forma enraizadas em nossa psiqu que nos permitem,ao satisfaz-las, acreditar que alcanamos a felicidade. Essa feli-cidade no de forma nenhuma contrria quela que se devealcanar de modo pleno. Ela apenas um ensaio. Mesmo assimexpresse sua felicidade ao atingir essa etapa.

    6. Mnima estabilidade financeira necessria ma-nuteno de sua prpria subsistncia. O alcance dessa meta relativamente difcil. No s pela dificuldade em se estabelecerum horizonte ntido e estvel de renda financeira como tambmpelas difceis condies de estabilidade de emprego e at deconsegui-lo. Algumas pessoas que alcanam tal estabilidade acre-ditam ter chegado a um certo grau de felicidade. Isso deve serconsiderado apenas como um patamar, pois no se pode ser felizestando-se na misria e sem que sejam satisfeitas condies mni-mas de subsistncia. Um salrio digno fundamental para que setenha alguma segurana, a fim de se utilizar a mente com criati-vidade e disponvel para que se almeje crescer espiritualmente.Buscar melhores salrios e ter alguns recursos financeiros torna-se importante, pois, isso faz parte do sistema social no qual nosestruturamos. Enquanto o prprio sistema social no favorea,ser capaz de pagar suas contas de moradia, alimentao, educa-o, transporte, comunicao e lazer torna-se fundamental paraque se alcance a felicidade. Buscar essa condio, portanto, importante e deve ser visto como uma garantia provisria felici-dade. A pobreza, como condio para o crescimento espiritual,no condiz com um Universo preenchido de estrelas e com umaNatureza prdiga disposio do ser humano. O contrrio, po-rm, tambm no garantir a felicidade. O mnimo necessrio fundamental, pois, no s assegura a tranqilidade pessoal comocontribui para a produtividade social a servio do prprio indiv-duo. Coloque sua felicidade condicionada ao atingimento das

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    mnimas garantias, estabelecendo um patamar adequado. Verifi-que se seu patamar no est aqum de suas necessidades ou pos-sibilidades. Estabelea um mnimo pessoal, sem exigir que sejaigual ao de outrem. O que voc conseguir a mais que isso sempredever significar responsabilidade ao dispor do que lhe sobra.

    7. Realizao mnima e coerente de seus prpriosinstintos sem submergir a eles. Chamo de instintos as necessi-dades de alimentar-se, fazer amor, apaixonar-se, utilizar sua raiva,sair do srio, dentre outros. Nossa natureza animal mais intensaque a intelectual. Nossos instintos costumam predominar sobrenossa capacidade racional e isso no constitui risco evoluo,pois eles so guias primordiais para ela. A questo que, nemsempre, sabemos lidar com eles. A eles nos submetemos ou, en-to, os tolhemos com prejuzo psquico incalculvel. Precisamossaber utiliz-los adequadamente colocando-os a servio de nos-sa felicidade. A rgida represso a eles, ou sua liberao inconse-qente, tm sido motivos para uma srie de desequilbrios psico-lgicos. Quando permitimos que esses instintos se coloquem frente da razo, e isso no raro acontece, abrigamos a culpa porfora da idia de que eles so prejudiciais. A conscincia de queeles so guias importantes, e sua utilizao adequada e com mo-derao, pode representar a possibilidade de se sentir aliviado datenso imposta pelos costumes e hbitos rgidos. A felicidade no uma fantasia nem um xtase mstico transcendente, acessvelapenas a alguns poucos. , ao contrrio, uma possibilidade doser humano simples que a constri a partir dos pequenos atos daprpria vida. A vida humana um feliz encontro do esprito coma matria e esta no deve ser minimizada. Na vida, precisamosaprender a lidar com nossos instintos, colocando-os no lugar quea evoluo lhes reservou, isto , na base de nossos pensamentose atos.

    8. Liderar algum grupo tendo-o, em algum momento,sob sua responsabilidade. Somos convidados a exercitar o

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    comando de alguma situao inevitvel. J coloquei que todospassamos em algum grau por essa experincia. Caso voc aindano tenha passado, experimente preparar-se adequadamente, paraquando chegar a hora, viv-la intensamente, retirando o maiorproveito possvel. Caso voc tenha medo de faz-lo, lembre-sede que a fuga adia sua conquista e a torna cada vez mais difcil.Experimente tomar sob sua responsabilidade a conduo de al-gum processo no qual voc esteja envolvido. No pense eminsucesso e, mesmo que ele ocorra, ser um aprendizado a voc.Lembre-se de que s se aprende a fazer algo depois de repetidasexperincias de erro e acerto. Na vida devemos aprender com osacertos, com os exemplos de outros e com os prprios erros.No se intimide com a reao contrria ao seu propsito. Vfirme e suavemente conduzindo o que lhe parece ser importante.Sua felicidade passa por saber dirigir a prpria vida. dessa for-ma, conduzindo processos menores, que voc se capacita a con-duzir a prpria felicidade.

  • Os medos queimpedem a felicidade

    Medo da morte

    Vena o medo da morte valorizando a vida e considerandoque a feliz morte advm da feliz vida. Sua felicidade pode seralcanada independente do fato da morte ser inevitvel. Tenteestabelecer que sua felicidade pode ocorrer no breve espao detempo de sua vida, no importando sua durao. Suas crenassobre o que ocorrer aps a morte podem lhe ajudar, mas tam-bm lhe fazer ter a falsa idia de que ser muito diferente do quevoc vive hoje. Qualquer que seja seu conceito de vida aps amorte e, mesmo que voc em nada acredite, viva como se cadadia fosse o primeiro e o ltimo de sua vida. A morte deve serencarada como um grande alvio conscincia, mesmo que issonem sempre ocorra, pois nos permite penetrar no inconscientedivino, no qual tudo pode ser explicado. Permita-se ser feliz comou sem medo da morte. Deixe que ela venha no seu tempo e coma sua mensagem prpria. O medo da morte na conscincia impe-de que a felicidade encontre nela seu campo de realizao. Nopermita que ele permanea muito tempo naquele campo, dando-lhe ateno quando as situaes assim exigirem. A felicidade passapela conscincia da morte como uma necessidade do corpo e da

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    mente. Sem ela a totalidade da vida no caberia no corpo perec-vel e na conscincia limitada. Portanto, seja feliz, mesmo sabendoda inevitabilidade da morte a partir do momento do nascer.

    Medo de ser punido

    A agressividade um instinto natural que todos possumos.A agressividade contra o ser humano de origem primitiva, poisela fruto das necessidades de sobreviver e proteger-se, que soanteriores vida nas cavernas. Portanto, esse medo est enraiza-do em voc e lidar com ele lhe exige adquirir a conscincia de quevoc tambm est preparado para enfrent-lo. Seu organismo esua mente se estruturaram tambm para reagir e viver diante dascontingncias aversivas de origem externa. As punies, contra ocorpo ou no, so fruto de uma sociedade ainda desigual e denossa inferioridade espiritual. Seus atos devem seguir seus pen-samentos, idias e emoes. Eles tero conseqncias negativasenquanto estiverem em desacordo com as normas sociais. Mud-los ou no uma opo sua. Qualquer que seja sua opo, vocdeve ser maduro o suficiente para aprender a aceitar qualquerconseqncia decorrente de sua deciso. Talvez seja melhor, paraque voc seja realmente feliz, buscar uma maneira de pensar eagir que lhe traga menor possibilidade de sofrer qualquer puni-o. Lembre-se de que sua felicidade tem um preo e, s vezes,esse preo impe certas doses de dor ou de sofrimento. Supor-te-as e busque consider-las meras contingncias da vida. Ne-nhuma conquista se obtm sem sacrifcio. O suor e as lgrimasque possam advir de sua busca devem valoriz-la ainda mais;porm, no se limite por medo dela. Ouse. Sem aventura e ousa-dia se vive, porm no se sente o sabor da Vida.

    Medo de desagradar ao pai ou me

    Nem sempre isso se configura como um medo, porm, algo que nos impede de realizar certas coisas e quando no, nos

  • 47Felicidade sem Culpa

    inocula a culpa. Voc deve aprender que sua felicidade, emborapossa contar com a ajuda de terceiros, uma conquista pessoal.As influncias maternas e paternas tm um peso muito grandeem nosso destino, porm devem ser conscientizadas, como tam-bm avaliados os seus limites. Desagradar pai ou me, quandose tem conscincia das conseqncias e se sabe que, naquelemomento, isso o melhor para si mesmo, pode ser sinal decompetncia pessoal. Mesmo que sua atitude ou escolha desa-grade suas tradies familiares, e isso seja seu prprio destino,assuma-a de forma madura e seja capaz de explicar sua deci-so sem necessitar romper com ningum ou magoar-se. Porm,cuidado para no escolher seu destino apenas como uma formade contrariar ou rebelar-se contra os valores paternos. Vocacabar vivendo sua vida em funo do que quer evitar. Nadademais em seguir as orientaes familiares quando elasconcorrem com as suas. Tambm nenhum problema h em se-guir essas orientaes mesmo que sejam contrrias s suas. Elaspodem ser o melhor para voc. Nesse caso preciso ter flexi-bilidade com o prprio destino. Sua felicidade pode ser com-partilhada com seus familiares como tambm pode proporcio-nar felicidade a eles. Lembre-se de que voc teve ou tem afamlia que merece e na qual precisa aprender alguma coisa.Seja feliz com ela ou sem ela, mas nunca esquea de que a elavoc tem no mnimo que ser grato. Foi ela que lhe fez estar nomundo e que lhe proporcionou ir em busca de sua felicidade.

    Medo de ser agredido

    A agresso fsica, de que temos medo tambm por causada violncia urbana, pode ser evitada o quanto menos nos expu-sermos. Porm, ningum pode se isolar do mundo e evitar vivernele. Por mais que nos protejamos, estaremos sujeitos violnciaenquanto a sociedade for desigual e pobre espiritualmente. De-vemos pensar que uma agresso fsica que, por exemplo, um assal-tante possa cometer contra ns, sempre uma resposta da Vida

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    a ns mesmos, solicitando aprendizado. Nada nos acontece queno seja para o nosso bem e para que aprendamos alguma coisa.A possibilidade de sofrer uma agresso deve ser encarada comoum evento factvel e que nos trar algum benefcio. No tenhamosmedo do que, por nossa causa, se tornou inevitvel. Por outrolado, ser agredido considerar-se vulnervel ao mundo. Muitasvezes nos permitimos a agresso por considerarmos nossa honraum ttulo concedido pela sociedade. Ningum perde o que lhepertence. S perdemos aquilo que no nosso ou que precisa-mos aprender a usar. Ser feliz, sem medo de sofrer qualquer tipode agresso, seja fsica ou moral, requer conscincia da sua pr-pria destinao divina. Lembre-se sempre de que ns fomos ge-rados por Deus para a felicidade e no para a destruio.

    Medo de ficar s

    A felicidade um bem solitrio, visto que relativa a cadaindivduo. Constitui-se num padro pessoal de ser. Mesmo queestejamos ao lado de algum, nossa felicidade s poder ser com-partilhada parcialmente, pois o sentimento profundo que tenha-mos s ser sentido por ns e por Deus. Ficar s uma situaonecessria em algum momento de nossa vida. Caso a Vida nostenha imposto essa contingncia devemos encar-la como umevento importante para que aprendamos alguma coisa com a so-lido. Ser feliz sem uma companhia fsica, seja de um parceiro oude um familiar, pode ser um recado da Vida para que sejamosteis coletivamente. Caso voc seja uma pessoa solitria e queiraser feliz mesmo na solido, busque fazer alguma coisa para a co-letividade. Condicionar a felicidade a ter a companhia de algumcom quem possamos viver uma relao amorosa um idealfantasioso que introjetamos das regras sociais e que, muitas ve-zes, nos impede da valorizao real dos vnculos que a vida ofe-rece. Faa algo que lhe traga satisfao e proporcione ao mesmotempo benefcios sociais. Talvez o motivo de sua solido seja exa-tamente o fato de voc fazer muito pouco pela sociedade na qual

  • 49Felicidade sem Culpa

    vive. Faa algo pela sua felicidade realizando alguma coisa pelafelicidade de algum. Comece pelo bem coletivo, preferencial-mente de forma annima. Experimente cultivar algum tipo de ati-vidade na qual voc possa envolver pessoas amigas que compar-tilhem de sua solidariedade. Talvez voc descubra que o egosmo um dos responsveis pela nossa solido externa.

    Medo de perder algo

    Perdemos aquilo que retemos egoisticamente. precisoque aprendamos a administrar bens sem deixar que eles nos pos-suam. O medo de perder coisas advm da dificuldade em se per-ceber independentemente dos objetos externos. Esse medo tam-bm conseqncia do apego que se tem s coisas e ao valorque se atribui a elas. Mesmo que tenham sido adquiridas s cus-tas de muito sacrifcio, preciso que aprendamos a entender quea vida s nos tira coisas com o intuito de aprendermos a valoriz-las adequadamente. Sua retirada de nossa vida representa umcarma em curso, ao qual devemos nos posicionar com equilbrio,calma e reflexo para extrair da experincia de perda o melhorpossvel a fim de no precisar repeti-la. Perguntar-se sobre o quea Vida quer ensinar e para qu ela se utilizou daquela forma. adequado pensar que no se deve negligenciar a guarda dos bensque se possui ou tampouco no ligar para o fato de perd-lossem que se tenha responsabilidade direta por isso. Deve-se atri-buir valor ao fato da perda como um mecanismo educativo. Afelicidade passa pela valorizao dos bens que se possui e pelaconscincia da relatividade dessa posse. Ser feliz poder ter ascoisas, porm, saber viver com o mnimo delas. Tendo-as, ouno, busque sua felicidade. Mostre-se algum que, independentede trabalhar para ter coisas, conseguindo ou no t-las, age semnenhum comodismo, sentindo-se em paz e feliz com o que j con-quistou na vida.

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    Medo de perder algum

    Quando nossos horizontes de vida so espirituais as difi-culdades e conflitos tornam-se menores. As pessoas queridas squais depositamos nossos sentimentos se tornam apoios segurosna vida contribuindo para que ela seja mais feliz. A morte, a sepa-rao, uma mudana de domiclio, ou qualquer que seja o motivoque nos retire da convivncia com tais pessoas, cada um desseseventos deve ser encarado como um convite para que transfor-memos a prpria vida. Ningum perde ningum, j que estamostodos no mesmo planeta evolutivo. No samos to facilmentedele sem que agreguemos valores superiores ao esprito. As pes-soas de quem gostamos e das quais nos separamos podem ne-cessitar de algum tempo longe de nosso convvio, a fim de quepossam tambm aprender com novas pessoas. um tempo paracada um, para que se possa respirar novos ares. Deixe que asaudade chegue ao seu corao e a acolha em harmonia, masdeseje ao ente querido que prossiga sua evoluo, esperanosode um possvel reencontro adiante. No se lamente por uma se-parao. Acredite que, sem a presena daquela pessoa, voctambm tem o direito de ser feliz. No pense que o mundo aca-bou nem que no possvel viver de forma diferente. Sua cami-nhada uma jornada pessoal com ou sem aquela pessoa. No seconsidere derrotado, pois a Vida lhe oferecer, sempre, mais umaoportunidade. Sua felicidade seu grande objetivo. Cada dia dessaseparao um convite sua individualidade, para que voc seperceba mais prximo de Deus. Seja feliz e deseje a felicidade dequem se ausentou de sua convivncia.

    Medo de ser descoberto

    Geralmente quem acredita ter feito ou estar fazendo algode errado pensa na possibilidade de ser descoberto, visto que sedeflagra psiquicamente o mecanismo gerador da culpa que possi-bilita o surgimento da crena de estar sendo vigiado. O chamado

  • 51Felicidade sem Culpa

    delrio persecutrio tender a inibir psicologicamente a pessoa.Ela se limitar e estar convicta de que as pessoas, principalmen-te aquelas que no desejam que saibam de suas atitudesequivocadas, esto julgando seus atos. Dificilmente conseguirser integralmente feliz algum que carrega a sensao de estarsendo vigiado e julgado por determinada atitude de forma velada.O medo do escndalo ou da exposio de sua privacidade leva oindivduo a se tornar limitado e incapaz de se sentir efetivamentelivre, pois tender a se achar no merecedor. O limite de suafelicidade auto-imposto. Todos temos do que nos envergonharem face das normas e costumes sociais que nos obrigam a viverpersonas, adequadas formas de relacionamento com o mundo,que impedem que aparea nossa sombra. Ao lado das personasdas quais necessitamos para nos adaptarmos socialmente carre-gamos, uma sombra que contm aspectos negados ou rejeitadosde ns mesmos. Para vivermos bem em sociedade s revelamosnossa aparente normalidade, e inevitvel que seja assim, poisocultamos aqueles aspectos contraditrios que podem gerar con-flitos. Ser feliz, sem medo de ser descoberto, significa dizer quese assume o que se esconde, pois as conseqncias do que se fazsero plenamente aceitas, quaisquer que sejam elas. Seja felizindependentemente do que voc tem a esconder.

    Medo de ser inferiorizado

    O desejo de ter alguma importncia na vida e de se mos-trar melhor do que se faz parte da natureza humana e representauma tentativa de superao do fato de ser criatura e no Criador.Aquele medo parte integrante da luta pela sobrevivncia quan-do se acredita que os valores podem ser adquiridos pela inferio-ridade de algum. por causa desse medo que o orgulho assumeo comando de certas idias e atos na vida das pessoas. Ele noscega na medida que nos induz a uma forma de pensar, como sefssemos melhores do que os outros. Lembre-se de que vocno melhor ou pior que qualquer ser humano. Voc apenas

  • 52 adenuer novaes

    diferente de todo ser humano, possuindo qualidades, tanto quan-to o outro, que se apresentam em maior ou menor intensidadeque nele. Aquele medo fruto tambm da insegurana do que se e do desejo de superar-se a fim de atingir uma imagem idealiza-da de si mesmo. Ser feliz passa pela conscincia da prpria sin-gularidade, percebendo-se diferente e nico em sua natureza es-sencial. Nada, nem ningum, superior em face dos referenciaiscom os quais geralmente se estabelecem comparaes. Quandoo referencial Deus, nada suporta uma superioridade ou inferio-ridade. Adquira a conscincia de seu valor relativo e consideresua igualdade com os outros, pois todos estamos na busca dafelicidade. Uns mais adiantados do que outros, porm, nem porisso, superiores numa escala que deva nos inferiorizar. Ser felizsem se inferiorizar aceitar as diferenas externas que a vida nosimpe e considerar que a felicidade patrimnio de todos, semdistino de etnia, credo, condio scio-econmica ou naciona-lidade. Somos filhos de Deus e merecemos a felicidade. No de-vemos tentar superar o sentimento interno de superioridade, oude inferioridade, humilhando algum, mesmo que em pensamen-to. Tampouco, devemos nos sentir humilhados quando o orgulhode outrem falar mais alto. A felicidade compreende a compreen-so do desejo do outro, permanecendo em paz e em busca do simesmo, essncia divina.

    Medo de no atender s expectativas

    Todos queremos nos sentir importantes para algum. Mui-tos ainda vivem em funo de sua imagem pblica. Desejamosatender s expectativas de uma pessoa, da famlia, de um gruporeferencial, ou da cultura na qual estamos vivendo. Por um lado,isso pode nos impulsionar para um futuro promissor, por outro,nos alienar por toda a vida, pois, se pode correr o risco de viver-se a vida esperada pelos outros. Para ser feliz, preciso separarsuas expectativas daquelas que vm de fora. Quando as expecta-tivas geradas pelos outros podem ser correspondidas e coinci-

  • 53Felicidade sem Culpa

    dem com o projeto de vida da pessoa, isso se torna estruturante;porm, quando elas esto alm de nossa capacidade ou diferemdo projeto de vida que gostaramos de adotar, elas nos levam afrustraes no futuro. Quando decidirmos no mais atender sexpectativas externas, principalmente daqueles que nos ajudarama consolidar nossa personalidade e contriburam para que che-gssemos aonde nos encontramos, certamente teremos que teralcanado maturidade e segurana. Desagradar algum que nos querido no tarefa fcil. Requer firmeza nos prprios princpiose amorosidade na hora de declar-los. A felicidade pessoal podenos obrigar a afirmao do nosso prprio destino, mesmo que elecontrarie aquele que nos habituamos seguir.

    Medo de dirigir a prpria vida

    Ningum deve abdicar de conduzir seu prprio destino.Mesmo sabendo que ele est atrelado ao de outras pessoas, deve-se ter conscincia de que na vida temos que aprender a fazer asprprias escolhas. Cada escolha proporcionar conseqnciasque podero nos trazer sofrimentos ou felicidade. Devemos lem-brar que toda vitria depende de sacrifcio. Assim com a felici-dade; ela exige no s sacrifcio como tambm uma boa dose derenncia. Durante toda a vida escolhas devem ser feitas e nopodemos temer suas conseqncias, pois, se isso ocorrer, dificil-mente as faremos. No escolher no viver. Uma vez estando navida, torna-se inevitvel assumir as escolhas. Quanto mais adiar-mos assumir o comando de nossa vida, mais adiaremos nossafelicidade. No tenha medo de decidir, nem receio de que ascoisas dem erradas. Melhor errar fazendo que se omitir e con-tinuar alienado. Buscar ajuda para saber escolher pode ser im-portante. Embora isso nos possibilite um menor nmero de equ-vocos, nem tudo se pode abdicar de decidir solitariamente. Hcoisas que s dependem de ns e exatamente o decidir sozi-nhos que nos far aprender. Arrependa-se do que fez quandoisso trouxe infelicidade a voc ou a algum, mas arrependa-se

  • 54 adenuer novaes

    ainda mais quando seu medo de fazer escolhas no lhe permitiuter feito o que lhe competia em benefcio de sua felicidade. Sejafeliz assumindo o comando real de sua vida.

    Medo do desconhecido

    Ningum tem controle total sobre a Vida. Nenhum ser hu-mano tem certeza de nada nem est seguro de como ser seuprprio futuro. Muito embora o futuro da humanidade seja umaincgnita, o futuro do ser humano ser feliz, disso no tenha d-vida. Os planos de Deus certamente incluem a felicidade do serhumano, porm, as estratgias que Ele utiliza nem sempre podemser antevistas. Caso voc tenha medo do desconhecido, fiquesabendo que a maioria das pessoas tambm tem, porm, talvezelas j tenham adquirido controle sobre o prprio. Elas descobri-ram que de nada vale antecipar com hipteses o que no se temcerteza de como ser. Elas tambm tm conscincia de que nose tem a capacidade de saber tudo, principalmente o que depen-de de infinitas variveis. Essa antecipao deve ocorrer dentrodaquilo que se pode alcanar, porm, quando se trata de querercoisas improvveis ou impossveis, pode-se incorrer na ansiedadedoentia. De nada adianta achar que o desconhecido ameaadorou que necessariamente vir contra ns. preciso ter confianaem Deus e na prpria capacidade em superar obstculos. A Vidano nos presenteia com coisa alguma que no possamos utilizarem nosso proveito. Querer antecipar o futuro como se ele fossealgo ameaador pode nos fazer viver em constante sobressalto,achando que a Vida nos trar sempre o negativo. Caso realmenteo futuro venha lhe trazer algo de ruim ou de negativo, tenha certe-za de que aquilo ser instrumento impulsionador de seu cresci-mento e lhe possibilitar ser melhor pessoa do que voc . Suafelicidade ocorrer, porm, estar sendo adiada durante o pero-do em que continuar com seu medo a respeito do que no podeser por voc controlado.

  • 55Felicidade sem Culpa

    Medo de espritos

    Esse um medo antigo da maioria das pessoas, pois con-duz o ser humano ao campo do sobrenatural, ao obscuro terre-no da imaginao levada ao sombrio. O domnio dos espritos anoite, o escuro, o mgico e fantasmagrico. A cultura e o precon-ceito levaram o ser humano a fazer essas associaes. precisoque voc desmistifique essa idia, trazendo conscincia a razoe a maturidade. Tais associaes pertencem fase infantil do serhumano e da prpria humanidade. Os espritos devem ser enten-didos como pessoas e, sendo assim, no tm ilimitado poder so-bre a Vida. Atribumos-lhes um poder que de fato no possuem.Em qualquer sistema de crena eles so considerados quase comodivindades e isso gera o temor que se tem. Temer-lhes atribuir-lhes poder sobre sua conscincia. Procure uma relao com elescomo a que voc tem com as demais pessoas, isto , de respeitoe de limites. Nenhum esprito poder prejudicar sua felicidade sea ele voc no lhe der poder. Do outro lado da vida esto espritoscomo ns que, alm de outros aspectos, odeiam, trabalham, so-frem, amam e buscam ser felizes. Caso voc no acredite na exis-tncia deles um contra-senso temer aquilo em que no se cr.Caso voc acredite na existncia deles, busque compreender suanatureza, seus hbitos e limites. De qualquer forma no os tema,pois, entre voc e eles existe apenas uma barreira vibracional,mas no emocional. Tanto quanto eles, continue voc a buscarsua felicidade independente da natureza da relao que com elestenha. Considere que outras formas de vida existem em paralelo,erigidas pelas mesmas leis amorosas de Deus.

    Medo dos mortos

    Este o outro nome que se d aos espritos. Mortos soaqueles que esto sem um corpo de carne, porm, no esto semvida. So vivos e vivem muito mais do que alguns que se conside-ram vivos no corpo fsico. A palavra morte possui o poder de nos

  • 56 adenuer novaes

    fazer entrar em contato com emoes que sugerem destruio,medo, terror, choro, lamentao, perda, dentre outras carrega-das de negatividade. Quando chamamos nossos parentes j fale-cidos de mortos, estamos contaminando nosso mundo emocionalcom esses conceitos negativos. Chame-os de espritos ou a elesse referencie como parentes que retornaram verdadeira vida.Mesmo que a morte deles tenha sido de alguma forma tranqila,no deixaremos de fazer as associaes. O medo dos mortos omesmo que temos de espritos pelo motivo de fazermos aquelasmesmas associaes. Psicologicamente deveremos associar a lem-brana deles personalidade que tinham, trazendo conscinciaos momentos felizes que com eles tivemos ou, se no ocorreram,que poderamos ter tido. No se preocupe com a possvel san-o que eles possam ter feito, ou fazer, ao seu comportamento,pois o tempo deles j passou. Agora o seu tempo e seu juiz Deus.No o Deus forjado pelas religies, mas Aquele que mora em seucorao. Seja feliz com a lembrana dos mortos ou sem ela. Vocmerece ser feliz, independente de se eles, quando estiveram aqui,tenham sido ou no.

    Medo de se expor

    Este o medo dos tmidos e dos retrados. Em verdadeeles tm medo de errar e no querem aparecer como algumfracassado. No so suficientemente seguros e maduros parasuportar isso. Necessariamente no temos que nos expor em p-blico nem estar num palco diante das pessoas. No somos obri-gados a ter dotes de oratria ou de representao teatral parafazer o que queremos. Porm, importante que estejamos pre-parados caso essa exposio venha a acontecer ou faa parte dealgum processo que nos faa crescer. Quando esse medo for em-pecilho nossa felicidade, se h que enfrent-lo com pequenasdoses de exposio a fim de irmos adquirindo a sabedoria deestar diante das pessoas sem receio de errar. O erro parte doaprendizado e representa uma experincia dentre aquelas que nos

  • 57Felicidade sem Culpa

    ajudaro a fazer escolhas. O caminho da felicidade no contmapenas experincias acertadas, mas tambm aquelas das quaisextramos lies importantes. Saber expor-se ser transparentee livre da necessidade de receber elogios ou aprovaes pelo quese faz. Quando tivermos a coragem de nos expor, quando o mo-mento o exigir, devemos aprender que as outras pessoas, tantoquanto ns, reagem de formas padronizadas quando em pblico ereleguemos seus comentrios pertinncia da situao. Vena omedo da exposio considerando que seu juiz Deus e seus errosfazem parte de sua iniciao para a Vida e para sua felicidade.

    Medo de doena grave

    Uma doena grave uma possvel interrupo antecipadana vida de algum. um convite reflexo para o doente e paraos que lhe cercam a existncia. a possvel morte anunciada paraque todos possam refletir sobre ela. O medo de contrair umadoena grave, em si ou em algum muito querido, advm da faltade conscincia sobre os mecanismos sutis da Vida, que nos man-da aquilo de que necessitamos para aprender a viver. Uma doen-a sempre um recado da Vida para nos dizer que algo, emnosso mundo ntimo, est em desequilbrio. A doena comouma irm mais velha que nos alerta dos perigos da existncia. Omedo da doena impede que atinjamos nossos ideais, pois pas-samos a sofrer por antecipao. A forte identidade que estabele-cemos com o corpo contribui sobremaneira para que esse medose justifique. Encarar a vida no corpo como uma fase na qualaprendemos a lidar com a matria fundamental para nossa feli-cidade. Medo de cncer, de aids ou de outra e qualquer doenagrave natural, porm, no nos deve levar estagnao nemtampouco permitir que ele impea nossa felicidade. preciso quetenhamos a conscincia de uma realidade maior que a vida docorpo, sendo este apenas um mecanismo auxiliar em nossa evo-luo. A Vida muito mais ampla que a existncia num corpoperecvel e frgil. Nossa felicidade passa pela conscincia dessa

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    fragilidade, respeitando seus limites e suas capacidades. O corpo instrumento para a conquista da felicidade, mas sua sade no garantia de adquiri-la. Mais importante do que ter a sade perfei-ta ter paz na conscincia. Sem esta ltima, a felicidade no possvel.

    Medo de ser rejeitado

    Esse um medo a que todos estamos sujeitos, principal-mente aqueles que sofreram algum tipo de constrangimento navida. Ningum quer ser excludo ou esquecido. O sentimento derejeio nos faz cair em depresso, diminuindo nossas chancesde alcanar a felicidade. Para no passarmos pela rejeio per-mitimos que a vaidade e o orgulho, muitas vezes, assumam o co-mando de nossa existncia. A conscincia do valor pessoal e asegurana quanto s prprias limitaes, tornam-se excelentesantdotos para que aquele sentimento no se instale em ns. Afelicidade possvel quando adquirimos a noo de nossa pr-pria importncia perante a Vida, sem que necessariamente seja-mos importantes para determinado grupo de pessoas. A impor-tncia que queremos ter para algum ou para um grupo umaconquista pessoal e depende dos valores que possumos e quesejam adotados por aquela pessoa. A felicidade uma conquistaimportante e independe de estarmos ou no em um grupo, po-rm, ela se realiza quando estamos na relao com ele. Seja felize se mostre como realmente . Voc aprender com o meio noqual vive e poder se tornar uma pessoa melhor se refletir sobre arejeio. Cultivando uma auto-imagem mais realista sobre si mes-mo atravs da considerao de seus potenciais e limitaes,ressignificando o fantasma da rejeio, voc se sentir melhor.Aprenda a valorizar-se e a ser feliz como voc .

  • Culpas queinterferem na felicidade

    Por ter cometido aborto ou pensado seriamente em faz-lo

    Se voc fez, j pensou seriamente em fazer ou j ocasio-nou um aborto procure no mais pensar nisso nem comet-looutra vez. Caso voc tenha feito, j fez, portanto no h o queconsertar pelo passado. Se alguma vez isso j ocorreu umsinal indicativo de seu nvel evolutivo. import