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FICHA DE INTERVENO DE CONSERVAO E RESTAURO
Data de Inicio: 2 de Outubro de 2014
Data de Concluso: de Novembro de 2014
Proprietrio / Entidade Responsvel: Marta
Frade
Orientador: Marta Frade
IDENTIFICAO DA PEA
Designao: Peas ornamentais em estuque
Estilo: Neoclssico
Sculo: Sc. XIX
Autoria: Desconhecido
Materiais: Gesso e pigmentos
Tcnica: Moldagem (gesso fundido)
Descrio: Trs flores com folhas de acanto e enrolamentos
Datas: Sim No
Descrio:
Localizao:
Marcas: Sim No
Descrio:
Localizao:
Inscries: Sim No
Descrio:
Localizao:
Etiquetas: Sim No
Descrio:
Localizao:
Selos: Sim No
Descrio:
Localizao:
Localizao actual: Atelier do Instituto de Artes e Ofcios
Localizao original: Edifcio na rua da S de Lisboa
Meio envolvente: Habitao particular com possveis problemas de humidade
DIMENSES (CM)
Altura:
Largura: 23,5 cm
Profundidade:
Comprimento: 23,5 cm
Espessura: entre os 0,8 mm e 1,8 cm
Dimetro:
Permetro:
LEVANTAMENTO DE PATOLGIAS
Sim No
Sujidades Orgnicas
Sujidades Inorgnicas
Eflorescncias
Criptoflorescncias
Fissuras
Fendas
Fraturas
Eroso
Alveolizao
Camada pictrica
Oxidao de metais
Fungos/Bactrias
Lquenes
Outros
Suporte Argamassa Estuque
Falta de adeso
Lacunas
Falta de coeso
CAUSAS DE DEGRADAO
Falta de adeso ao suporte parietal devido infiltraes, e existncia de fungos e bactrias de-
vido humidade. Devido adaptao do gosto do proprietrio est constituda por varias ca-
madas pictricas.
DIAGNSTICO
Estado de Conservao: Bom Regular Mau Obra Destruda
Intervenes/Restauros Anteriores: Sim No
Foi possvel encontrar vrios tipos de gesso, depois da remoo da pelicula cromtica,
o que nos pode indicar de intervenes anteriores.
Este conjunto composto por quatro
flores, mas apenas trs foram intervencionados,
devido a ausncia de um quarto. O fragmento
intervencionado pertencia ao floro F2, este no
est fraturado, e encontra-se revestido com uma
pelicula cromtica com varias camadas
pictricas (figura 1), que faz perder a leitura dos
ornamentos. Este encontrava-se com fungos no
seu tardoz.
Noutros fragmentos foram encontradas
tintas com diferentes cores.
METODOLOGIA DE CONSERVAO E RESTAURO In Situ Em Atelier
Levantamento fotogrfico Levantamento grfico Limpeza fsica ou por via seca Limpeza qumica ou via hmida
Dessalinizao Consolidao
Antes da Limpeza Depois da Limpeza
Reconstituio do Suporte
Fasquiado / Argamassa
Alvenaria de Pedra
Reconstituio de Elementos Originais
Figura 1 Vrias camadas pictricas
Execuo de Molde
Em Silicone
Em Cera
Tiragem de Positivos
Preenchimento de Lacunas
Colocao de Novos Elementos
Preenchimento de Juntas
Remate de juntas / Nivelamento
Acabamentos Finais
Outros, Quais?
PROPOSTA DE TRATAMENTO
1- Levantamento fotogrfico 2- Testes de solubilidade 3- Limpeza mecnica e Limpeza qumica 4- Consolidao de fragmentos 5- Aplicao no suporte 6- Preenchimento de lacunas volumtricas 7- Execuo de Rplicas
importante referir que todos os elementos originais devero ser preservados,
excepo feita no caso de promoverem danos, se encontrarem em elevado grau de de-
gradao que no permita exercer a sua funo. Todos os elementos originais removi-
dos sero correctamente documentados e acondicionados
TRATAMENTO EFECTUADO
O trabalho iniciou-se com um levantamento fotogrfico exaustivo, esta uma fase
imprescindvel no processo de identificao e diagnostico numa interveno de restauro.
Neste caso concreto, procedeu-se a um levantamento fotogrfico pormenorizado com o
objetivo de registar o estado fsico das peas. Para tal, foram fotografados todos os frag-
mentos individualmente, atravs da macrofotografia e luz rasante.
Os fragmentos foram divididos pela turma, para a sua interveno. Neste caso
trata-se do fragmento do floro F2.
Para se efectuar a limpeza dos flores, procedeu-se ao teste de solventes para ave-
riguar qual o mais adequado remoo da pelicula cromtica sem danificar o suporte.
Neles foram ensaiados diversos solventes (gua, etanol, acetona) ou solues da menos
agressiva para a mais, tendo sido escolhida a
acetona1. Procedeu-se ento a limpeza qumica
e mecnica com ajuda de um bisturi (figura 2),
este teria de estar o mais paralelo possvel su-
perfcie de modo a no ferir o estuque. A ace-
tona foi aplicada de modo a distinguir restos
existentes de tinta plstica na superfcie, apre-
sentando um tom mais amarelado do que o
gesso, e tambm para amolecer a pelicula cro-
mtica para facilitar a limpeza com o bisturi.
No sendo o caso do fragmento a tratar, outros encontravam-se sobre uma superfcie de
estuque, que ao longo da limpeza se foram desagregando da mesma e fraturando-se.
Aps a limpeza procedeu-se a consolida-
o de todos os fragmentos, esta foi realizada
com gesso cola2 aplicando-se nas partes frag-
mentadas, posteriormente molhada3, seguida-
mente so pressionadas durante alguns segundos
e limpa-se os excessos com gua e uma esponja
ou pincel. Quando a parte fragmentada apresen-
tava um volume suficiente, aplicado um espi-
go de bambu. Este era cortado a medida neces-
sria para unir os dois fragmentos, e colocado
dentro de gua4. De seguida marcamos uma pinta de tinta no meio da zona fragmentada
(figura 6) e pressionamos um contra o outro, sabendo assim a localizao exacta para a
colocao do espigo (figura 7). Na sequncia deste processo, abrimos um sulco com a
ajuda do minicraft (figura 3) em ambos os fragmentos, para uma posterior aplicao do
espigo.
Depois de todos os flores consolidados, estes vo ser aplicados com gesso cola
em duas placas de estafe irregular (dois flores em cada). Nesta vo ser feitas as marca-
es e medidas necessrias para a colocao dos flores de forma a estarem simtricos.
Antes da colagem destes, necessrio abrir sulcos no suporte para uma melhor aderncia
das peas. De seguida derramado gesso cola sobre o tardoz do floro e rapidamente
colocado na placa de estafe, fazendo os ajustamentos necessrios para que este permanea
nas marcaes pretendidas (figura 9). necessrio remover os excessos de gesso cola
com o auxilio de um pincel ou esponja hmida.
1 gua - sem resultados positivos < gua (50%) + Acetona (50%) Apresenta alguma dificuldade < Ace-tona - resultado positivo 2 Num recipiente colocado gua at meio, isto por que o gesso vai duplicar o volume da gua. O Gesso Cola deve ser adicionada lentamente, e polvilhada sobre a superfcie da gua, at que esta deixe de absorver
o mesmo. De seguida devem ser misturados at se conseguir uma pasta perfeitamente homognea. Este
apresenta um maior tempo de secagem, dando a oportunidade de ajustar a pea 3 A superfcie molhada para garantir uma adeso entre os matrias, sendo o gesso um material higrosc-pico. 4 Visto que o espigo de bambu ir inchar com o contacto com gua, este previamente posto num frasco
com a mesma para que inche antes de ser aplicado.
Figura 2 Limpeza Mecnica
Figura 3 Abertura de sulco com minicraft
Aps a colagem dos flores originais procedeu-se a execuo de rplicas, estas
foram realizadas por meio de moldes de silicone5 e esculpidas.
Para a realizao de moldes foi utilizado o silicone
de impresso S=1470 ao qual adicionado a 2% o ca-
talisador=T40, estes so misturados at se obter uma
pasta homognea num tom rosa velho, este demora 8h
a polimerizar. O contra molde foi realizado com liga-
duras de gesso, estas eram molhadas e colocadas sobre
o molde (figura 4). O suporte foi forrado com um pls-
tico para que o gesso no colasse a placa de estafe.
Depois de seco, o contra molde foi retirado (figura
13) e consequentemente o molde retirado da pea (figura 11). Enchem-se os moldes
com gesso cermico6 , ao mesmo tempo bate-se com o contra molde contra a superfcie
em que este se encontra, com o objectivo de evitar a formao de bolhas de ar. Deixa-se
secar at ser possvel a remoo do molde. A primeira
rplica a ser retirada nunca utilizada, porque esta serve
para retirar qualquer impureza que possa existir dentro
do molde. Foram executadas varias rplicas para retirar
os vrios elementos que estavam em falta nos flores.
Foi ainda realizado um ultimo molde, que serviu de re-
plica para o quarto floro em falta. Visto que os restan-
tes moldes, todos se partiram, neste foram aplicados es-
piges, antes do gesso secar, nas zonas com mais fragi-
lidade e tendncia a fraturar (figura 12). Para a colagem
dos elementos em falta e do quarto floro na placa de
estafe, foi necessrio tambm abrir sulcos sobre esta e
tambm sobre o tardoz das peas.
Posteriormente realizou-se o preenchimento de lacunas com massa forte7 e nive-
lado com teques e esptulas. Foi utilizado massa forte por este apresentar um tempo de
secagem superior do gesso e uma maior resistncia (figura 14).
Devido falta de um elemento em todos os flores (canto esquerdo em folha de
acanto) foi necessria a realizao de uma rplica esculpida. Visto que todos os flores
eram simtricos, o canto direito serviu como exemplar. Este foi esculpido num pedao de
gesso com auxilio de teques, esptulas e outras ferramentas (figura 15).
5 Existem trs tipos de moldes de silicone: 1. Vertido - silicone lquido + catalisador 45H a polimerizar (mais econmico); 2. Espatulado - silicone + catalisador + aditivo M 18H a 20H depende do ambiente; 3. Impresso - silicone=1470 + catalisador=T40 8H a polimerizar (menos econmico). 6 O mesmo procedimento realizado no gesso cola. 7 Massa Forte Coloca-se cal num recipiente com o menos de gua possvel, abre-se uma abertura na cal
e coloca-se gua at ao cimo da cal, polvilha-se gesso cermico na gua at saturar. De seguida, todos os
elementos, devem ser misturados at se conseguir uma pasta perfeitamente homognea.
Figura 5 colagem de uma rplica
Figura 4 Execuo de contramolde
REGISTO FOTOGRFICO
Figura 6 Marcao da pinta de tinta
Figura 7 Marcao da pinta de tinta
Figura 8 colocao do espigo e do gesso cola
Figura 9 Colagem do floro no suporte
Figura 10 Aplicao do molde de silicone
Figura 11 Remoo do molde de silicone
Figura 12
Figura 13 Enchimento do molde com gesso cermico
Figura 14 nivelamento de lacunas
Figura 15 Replica esculpida