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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: Literatura De Consumo No Contexto Escolar
Autora NAIR PECETTI
Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR JÚLIO SZYMANSKI
NRE NUCLEO REGIONAL ÁREA METROPOLITANA SUL
Orientador PROFESSOR CLEVERSON RIBAS CARNEIRO
Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Disciplina /Área LINGUA PORTUGUESA
Produção Didático-pedagógica CADERNO PEDAGÓGICO
Público Alvo
ALUNOS
Localização Colégio Estadual Prof. Júlio Szymanski Ensino Médio, Profissional e Normal
Rua São Vicente de Paulo, 76 – Centro 83.702 -050 / Araucária-PR
Fone: (41) 3642-4089
Apresentação Este Caderno Pedagógico objetiva demonstrar a importância da inserção da literatura denominada de ―consumo‖ no contexto escolar pode ser uma oportunidade para que o aluno desenvolva seu interesse pela leitura. Em sua composição apresenta esclarecimentos conceituais acerca dos temas a serem desenvolvidos em sala de aula.
Palavras-chaves Literatura, Letramento Digital, Cibercultura, Fanfics
APRESENTAÇÃO
A abordagem da literatura no contexto escolar, principalmente para os
alunos adolescentes é bastante intrigante, primeiramente porque há a
necessidade de discutir-se quais literaturas devem ser oportunizadas? Qual o
universo literário que compõem o rol de leitura dos adolescentes? A literatura
clássica é necessária? Sobre estas questões cabe ressaltar uma indagação
bastante pertinente de Paulino (2004, p.54):
Que marcas caracterizam a escolha escolar de obras literárias que se tornou hegemônica no Brasil? Em primeiro lugar, há ―gêneros‖ que predominam na composição dos cânones escolares: o romance de enigma, englobando aventura, suspense, e o romance-ternura, narrando histórias comoventes, ―poéticas‖. Raramente se permite a presença de histórias satíricas ou de denúncia social. O caráter esquemático desses gêneros preferidos já demonstra uma limitação no modo de lidar com literatura.
Picanço e Castro (2011, p.107) reforçam tal preposição, lançando as
seguintes interrogativas:
A propósito, quem são os ―grandes nomes‖ da literatura brasileira? Quais os nossos ―clássicos‖? Que autores e autoras podemos (deveríamos?) colocar no horizonte de leituras dos estudantes? Que textos constituem hoje um referencial mínimo para o conhecimento da história literária brasileira?
Beividas e Farias (2006) fazem uma análise histórica a respeito da
inserção dos considerados ―clássicos da literatura‖ no contexto escolar.
Partindo da conceituação da expressão ―bom gosto‖, estes autores
demonstram que a leitura das obras de Machado de Assis ou Mario de
Andrade, por exemplo, estão enraizadas na questão da expressão ―bom gosto‖,
o que denotaria que os leitores dessas obras apresentam certa ascensão
social.
Quando é solicitado ao aluno utilizar a norma padrão e a ler os cânones da nossa literatura, o motivo não pode ser meramente torná-lo sujeito de bom gosto e, por causa disso, ascender socialmente. A leitura e a apreciação de um texto dependem, ainda, de sua contextualização, ou seja, a leitura de qualquer texto precisa levar em consideração suas condições de produção: a época, o lugar e o conjunto de textos. Desse modo, poderemos entender com maior amplidão o sentido e os gestos verbais contidos numa poesia ou
numa crônica, por exemplo. Entender as condições de produção, isto é, o contexto em que o texto está inserido, é condição para entender, inclusive, as classificações de bom e de mau gosto. (BEIVIDAS e FARIAS, 2006, p.09)
De acordo com Beividas e Farias (2006) as atuais tendências da
literatura infanto-juvenil baseiam-se em duas concepções apontadas por
Bakthin: dialogismo e polifonia.
A polifonia é entendida como a voz do autor-herói, e foi concebida por
Bakthin a partir da análise da obra Problemas da Poética de Dostoievski. A
principal característica da polifonia é a expressividade de cada personagem de
forma individualizada.
Os textos polifônicos se caracterizam pela falta de acabamento e de
solução do herói. A posição do autor em relação ao herói é dialógica,
proporcionando, do início ao fim, autonomia e liberdade interna.
(SOERENSEN, 2009, p.03)
A voz do herói sobre si mesmo e o mundo é tão plena como a palavra comum do autor; não está subordinada à imagem objetificada do herói como uma de suas características, mas tampouco serve de intérprete da voz do autor. Ela possui independência excepcional na estrutura da obra, é como se soasse ao lado da palavra do autor coadunando-se de modo especial com ela e com as vozes plenivalentes de outros heróis. (BAKHTIN apud SOERENSEN, 2009, p.03)
O dialogismo é o elo entre a linguagem e o texto, sendo sua principal
característica é o sociointeracionismo da linguagem proposto por Bakthin.
De acordo com Soerensen (2009, p.05) a concepção de linguagem
bakhtiniana – entendida como processo de interação social – fundamenta-se
três princípios essenciais:
a) Diálogo com o outro: relaciona-se à idéia de sujeito social, histórica e
ideologicamente situado, que se constitui na interação com o outro.
b) A unidade das diferenças: noção de que a linguagem é heterogênea e, por
isso, marcada pela presença do outro. Nesse caso, esta heterogeneidade é
marcada de forma sutil pelo locutor, que fará com que o texto adquira uma
determinada unidade, seja pela harmonia das vozes (polifonia) ou pelo
apagamento das vozes discordantes (monofonia).
c) Discursividade – simples e complexa: essa terceira questão refere-se aos
gêneros do discurso e é conseqüência das duas primeiras, pois sua definição
pressupõe também uma concepção de linguagem assentada no princípio da
interação social.
O objetivo deste Caderno Pedagógico é demonstrar que o gosto pela
literatura pode ser desenvolvido no contexto escolar utilizando referenciais
literários contemporâneos, sem a vinculação academicista da literatura de
obras clássicas.
Os participantes do projeto serão os alunos do 3º ano do Ensino Médio,
do turno da manhã, turma A., do Colégio estadual Professor Júlio Szymanski,
Araucária-Paraná.
As estratégias de ação a serem desenvolvidas neste trabalho referem-
se à criação de espaços virtuais de literatura onde os alunos possam escrever
suas histórias, partindo-se de interpretações literárias realizadas em sala de
aula.
UNIDADE I
CIBERESPAÇO, CIBERCULTURA e INTELIGÊNCIA COLETIVA
Bergmann (2007) descreve que para entender-se o uso das
Tecnologias de Comunicação e Informação – TICs é necessário diferenciarem-
se três conceitos básicos: ciberespaço, cibercultura e inteligência coletiva.
Como ciberespaço ou rede, entende-se: ―um espaço não físico ou
territorial, que se compõe de um conjunto de redes de computadores através
das quais todas as informações (...) circulam‖. (LEVY apud BERGMANN, 2007,
p.04)
No ciberespaço ocorre a circulação de sons, textos, informações, etc.
de forma virtual e integrada.
O potencial do ciberespaço estaria, para Lemos (2003), em sua capacidade de instaurar uma comunicação ágil, livre e social que pode ajudar a criar uma ―democratização dos meios de comunicação, assim como dos espaços tradicionais das cidades‖. Neste sentido, os cidadãos poderiam colocar seus problemas de forma coletiva, incentivando o debate, a tomada de posição política, cultural e social. Isso não constituiria uma utopia, mas uma constatação do potencial do ciberespaço e uma forma de forçar os poderes públicos a instaurarem práticas neste novo espaço de fluxo, estimulando a participação e o debate de temas centrais e nevrálgicos de uma determinada comunidade. (BERGMANN, 2007, p.04)
O conceito de cibercultura é apontado por Bergmann (2007, p.05)
como: ―...um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensamento e
valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento da internet como
um meio de comunicação, que surge com a interconexão mundial de
computadores‖.
A cibercultura expressa uma mutação fundamental da própria essência da cultura. De acordo com a tese que desenvolvi neste estudo, a chave da cultura do futuro é o conceito de universal sem totalidade. Nessa proposição, "o universal" significa a presença virtual da humanidade para si mesma. O universal abriga o aqui e agora da espécie, seu ponto de encontro, um aqui e agora paradoxal, sem lugar nem tempo claramente definíveis.... (LEVY apud FORESTI, 2000, p.149)
Em relação ao conceito de inteligência coletiva, Bergmann (2007)
aponta que segundo Levy (1999) esta se constitui como o processo resultante
das conexões em rede, sendo bastante utilizado pelas organizações para
avaliar os seus recursos intelectuais.
Foresti (apud Levy, 2000) acrescenta que o uso das TICs pressupõe a
necessidade de novas formas de relação com o saber, em decorrência das
novas capacidades cognitivas proporcionada pelas tecnologias (memória,
imaginação e percepção).
Como manter as práticas pedagógicas atualizadas com esses novos processos de transação de conhecimento? Não se trata aqui de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo os papéis de professor e de aluno. (LEVY apud FORESTI, 2000, p.150)
Tais preposições levam a investigar-se de que forma pode-se utilizar a
cibercultura para a ampliação da literatura, principalmente pelo público juvenil?
Vilaça e Araújo (2012, p.62) observam que:
O computador mudou a natureza da nossa vida linguística. Nos primeiros anos e idade, tudo o que podíamos fazer era ouvir e falar. Por volta dos cinco anos, aprendíamos a ler e escrever. E era assim. Com o tempo vieram os computadores e os telefones celulares. Agora, milhões e milhões de pessoas usam teclados maiores e menores para se comunicar eletronicamente com todo o mundo. Até as crianças mais novinhas. Conheço o caso de várias, com três anos de idade, que conseguem encontrar as letras de seu nome num teclado e enviá-las para a tela do computador. Ainda não sabem escrever, mas já sabem digitar.
Araújo (2008) considera a preposição de que no ambiente virtual, a
leitura e a escrita são materializadas pela tela do computador, que modificou
radicalmente as formas de escrita e leitura, automatizando as ―relações de
interação entre o ser humano e o conhecimento‖ (p.08), abrindo novas
possibilidades de dinâmica textual.
UNIDADE II
LETRAMENTO DIGITAL
Soares (2002) aponta que existem várias conceituações sobre o
letramento, segundo a autora para Kleimam (1995) o letramento caracteriza-se
como um conjunto de práticas sociais que utilizam como simbolização e
tecnologia - a escrita, já Tfouni (1988) aponta que o letramento contempla os
aspectos sociais e históricos que compõem o sistema escrito de uma
determinada sociedade.
Assim, para Tfouni, letramento são as conseqüências sociais e históricas da introdução da escrita em uma sociedade, ―as mudanças sociais e discursivas que ocorrem em uma sociedade quando ela se torna letrada‖ (1995, p. 20). Conclui-se que Tfouni toma, para conceituar letramento, o impacto social da escrita, que, para Kleiman, é apenas um dos componentes desse fenômeno; Kleiman acrescenta a esse outros componentes: também as próprias práticas sociais de leitura e escrita e os eventos em que elas ocorrem compõem o conceito de letramento. Em ambas as autoras, porém, o núcleo do conceito de letramento são as práticas sociais de leitura e de escrita, para além da aquisição do sistema de escrita, ou seja, para além da alfabetização. (SOARES, 20002, p.145)
Sobre este ínterim Soares (2002) reforça a questão que letramento é
diferente de analfabetismo, posto que o próprio sentido da palavra representa
uma ação – letrar, que vai além do ler e escrever, observando-se que no
contexto atual sociedade, moldada por ―novas e incipientes modalidades de
práticas sociais‖ (p.146) surgem novas práticas de leitura e escrita, oriundas
dos avanços tecnológicos proporcionados pela comunicação eletrônica – é o
denominado letramento cibernético ou letramento na cibercultura, ou ainda
como define outros autores letramento digital.
Analisando os estudos que convergem nesta área, percebemos que o que sustenta a ampliação do conceito de letramento para letramento digital é simplesmente a idéia de interação, ou melhor, a ação de interagir, para além de interpretar. O sujeito tem a possibilidade de, nas práticas de leitura e escrita, além de interpretar e repercutir sua interpretação no seu convívio social, avançar nas práticas interagindo com o texto, onde a interação passa a ser uma intervenção. Esse novo advento de letramento repercute da introdução e expansão das tecnologias da informação e comunicação (TIC). Com elas, o processo de troca e disseminação de informação e comunicação se torna muito mais dinâmico e acessível a sociedade. (ARAÚJO, 2008, p.02)
Araújo (2008) discorre que não basta apenas promover a inclusão
digital é necessário que o sujeito aproprie-se das Tecnologias de Informação e
Comunicação – TICs não em sua forma funcional (domínio dos componentes
computacionais e de programas) isto é apenas uma alfabetização funcional, tal
como ocorre no caso da alfabetização escrita onde os sujeitos lêem e
escrevem sem saber interpretar contextos. Para que um sujeito seja
alfabetizado tecnologicamente é necessário que ele tenha fluência tecnológica.
A fluência tecnológica se aproxima do conceito de letramento como prática social, e não como simplesmente aprendizagem de um código ou tecnologia; implica a atribuição de significados à informações provenientes de textos construídos com palavras, gráficos, sons e imagens dispostos em um mesmo plano, bem como localizar, selecionar e avaliar criticamente a informação, dominando as regras que regem a prática social da comunicação e empregando-as na leitura do mundo, na escrita da palavra usada na produção e representação de conhecimentos. (ALMEIDA apud ARAÚJO, 2008, p.03)
Magnabosco (2009) descreve que o uso dos discursos eletrônicos da
internet e seu impacto sob a linguagem devem ser avaliados considerando-se
os seguintes aspectos:
Do ponto de vista dos usos da linguagem: temos uma pontuação minimalista, uma ortografia um tanto bizarra, abundância de siglas, abreviaturas nada convencionais, estruturas frasais pouco ortodoxas e uma escrita semialfabética; do ponto de vista da natureza enunciativa dessa linguagem: integram-se mais semioses do que usualmente, tendo em vista a natureza do meio com a participação mais intensa e menos pessoal, surgindo a hiperpessoalidade; e do ponto de vista dos gêneros realizados: a internet transmuta, de maneira bastante complexa, gêneros existentes, desenvolve alguns realmente novos e mescla vários outros. (MARCUSCHI apud MAGNABOSCO, 2009, p.51)
Vilaça e Araújo (2012) denotam que o processo comunicacional
mediado pelo uso do computador apresenta algumas características
especificas, entre elas o fato do usuário representar o papel de falante através
do uso de textos digitais, tal questão é observada pelo uso da informalidade
textual que ocorre no diálogo eletrônico – caracterizando-se como uma
linguagem híbrida. Esse hibridismo lingüístico é recorrente do encontro da
oralidade e da escrita em um mesmo suporte (tela do computador) e em uma
mesma situação sócio-interacional.
UNIDADE III
LITERATURA E FANFICS
Gomes et.al. (2012) em seu texto denominado ―A publicidade
audiovisual literária como incentivo à leitura infanto-juvenil” descreve que a
indústria do entretenimento proporcionada pelas multiplataformas: jogos,
televisão, internet e cinema com realidade virtual, colocaram a literatura para
escanteio, neste sentido os autores ressaltam que a indústria literária também
teve que adaptar-se a este novo panorama, para que conseguisse sobreviver
em meio a tantas opções de diversão instantâneas.
Frente a esta realidade, a indústria literária buscou soluções que sanassem este afastamento, e viu no próprio entretenimento uma via de comunicação direta a seu público-alvo. A estratégia audiovisual, antes distante do cenário comum aos livros, tornou-se uma ferramenta vital para que os olhos das crianças e jovens pudessem voltar seus interesses novamente às livrarias. A publicidade editorial, antes restrita às simples divulgações dos novos títulos lançados no mercado, começou aos poucos a produzir novas informações e inseri-las nas mídias de maior contato com o público-alvo, como canais infantis de tevê a cabo e portais recreativos da internet. Mas foi com o início das adaptações cinematográficas de livros infanto-juvenis que o mercado encontrou o espaço que precisava para se reerguer. Superproduções como Harry Potter (2001) e O Senhor dos Anéis (2001) renderam espaço para que seus respectivos livros entrassem na lista dos mais vendidos de todos os tempos. (GOMES et.al., 2012, p.01)
Os autores ainda abordam que as produções literárias têm sido
reguladas pelas leis mercadológicas e por novas formas de produções culturais
que influenciam inclusive o espaço pedagógico da literatura na escola, onde
esta sempre esteve associada a leituras obrigatórias e paradidáticas.
A importância do ato de ler, tão defendido por Paulo Freire em seus escritos, encontrou um incentivador essencial para que crianças e jovens iniciassem e desenvolvessem seu repertório cultural. Para o educador, muito da insistência dos professores em que os estudantes leiam, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que às vezes temos do ato de ler. (FREIRE, 1991, p.17) Isto nos leva a pensar na paradoxal importância social da publicidade literária. Se por um lado, é um direcionamento para que uma criança compre um livro pelo simples impulso de possuí-lo e empoleirá-lo em sua coleção, por outro, é a incitação necessária para que conheça o universo da leitura e a partir daí prossiga por novos vieses da tipologia textual. (GOMES et.al., 2012, p.03)
Gomes et.al. (2012) ressaltam que as empresas editoriais criaram
muitas estratégias para atraírem os jovens para a leitura entre elas o book
trailer.
O book trailer é uma das ferramentas para a promoção de um livro, mas não a única. Entre os pontos positivos, destacou a divulgação do material via internet e a possibilidade de estabelecer o produto no mercado, criando uma divulgação que ajude a vender os direitos do livro para outras mídias, como o cinema. (GOMES et.al., 2012, p.09)
A Editora Fundamento, responsável pela série Deltora Quest, como
apontam Gomes et.al. (2012) inovou na criação de capas e propagandas
publicitárias de seus livros.
A Editora Fundamento teve um papel essencial neste molde publicitário, investindo constantemente em divulgações de seus lançamentos. Produzidas pela Olelê Filmes e criadas por Alessandra Moretti, as peças audiovisuais consagraram séries de livros como Rangers e Deltora Quest como best-sellers no mercado brasileiro. Até hoje, muitos destes livros se tornaram carros-chefes da editora para este tipo de público, elevando o status da empresa como um todo através deste suporte comunicacional. (GOMES, et.al., 2012, p.06)
No site http://www.deltora.com.br/home.htm é possível ter acesso a
informações e sinopses referentes a cada livro que compõem a coleção.
Atualmente a indústria da literatura voltada ao público infanto-juvenil
tem uma forte influência dos meios de comunicação, principalmente pela
disseminação do movimento denominado fancultura.
Miranda (2009) aponta que a fancultura é um movimento que ampliou-
se com a disseminação da cultura de massa, principalmente a televisão, mas
também tem fortes influências das produções cinematográficas.
O movimento ―fandom‖ como é denominado caracteriza-se pela
representação de um grupo de fãs de determinados personagens.
Miranda (2009) acrescenta que recentemente este movimento tem sido
mais fortemente influenciado pelos livros e pela disseminação digital de
informações entre os integrantes desses movimentos.
A perspectiva mudou e podemos dizer que na era digital foram os livros que passaram a criar comunidades de fãs na internet. Essas comunidades interativas de fãs de textos literários substituem os ―círculos de leitores‖ por uma ―dobra barroca‖ (DELEUZE, 1991) de leituras possíveis, utilizando-se do imediatismo e da mediação digital.
Muitas vezes, com a aparência de um jogo virtual, os aficionados por livros construíram e constroem uma cultura específica, denominada por seus próprios membros de fandom. (MIRANDA, 2009, p.52)
O fandom se caracteriza por ser um movimento de disseminação de
conhecimento universal da literatura através do uso do mundo virtual.
Burke (apud MIRANDA, 2009, p.53) ressalta que o movimento fandom
é uma biblioteca sem paredes.
Nesse contexto, é possível criar competências de leitura e escritura mesmo para aqueles que não têm ―paciência‖ para ler um livro, pois a leitura pode estar em assistir um filme feito por fãs sobre o livro que deu origem à comunidade. Com isso, um ―não-leitor‖, que entrou na comunidade de um determinado fandom para fazer amigos, acaba compartilhando experiências de leituras e atualizando suas vivências de leitor dentro dessas experiências. Para quem tem acesso à internet, o fandom torna-se um espaço democrático de leitura e exibição de textos. Existem, como em todas as comunidades que se querem diferenciais, espaços em que os determinados conteúdos textuais não estão acessíveis a todos os não-membros das comunidades. São lugares formados por fãs que reservadamente trocam histórias entre si e raramente aceitam novos participantes. Um dos motivos para esta segregação são os temas tratados, por exemplo, diferenciação por faixas etárias. (MIRANDA, 2009, p.53)
Miranda (2009, p.54, 57) descreve as seguintes características dos
fandoms:
- são espaços próprios criados em ambiente virtual em relação a um
determinado livro ou um personagem;
- os sites podem conter textos, vídeos ou imagens;
- podem constituir-se por ambientes de acesso a índex de livros, filmes,
seriados de televisão, mangá e anime;
- os fóruns dos fandoms em geral têm enorme participação;
- a escrita dos fandoms é denominada de fanfics;
- há processos de revisão e correção que são efetuados geralmente por uma
beta-reader;
- os erros de ortografia e gramaticais são tolerados, mas a descaracterização
de uma personagem e a self-insertion (que é o autor se colocar como
personagem na própria história) são consideradas imperdoáveis, sendo essas
fanfics consideradas badfics.
Miranda (2009) ao descrever a relação entre a literatura e os fandoms
observa que a obra literária neste contexto é uma obra de ficção, é que o
objetivo dos fandoms é transformar estes textos literários em novas ficções.
Iser (apud MIRANDA, 2009) afirma que esta dinâmica possibilitada
pelo espaço virtual oportuniza ao leitor organizar mentalmente um texto e
externá-lo da forma que entendeu. Essa organização mental da
intencionalidade do texto a ser escrito transforma-se no mundo virtual em
comunicação e possibilita ao leitor/escritor compreender o sentido da obra.
Tudo isso são formas de organização e de aprendizado, em que os leitores se dispõem a interpretar a obra literária com a ajuda/parceria de uma comunidade (fandom). Esse auxílio permite que o leitor/fã não se sinta um invasor do espaço alheio (de um autor) e nem meramente seu colaborador (no caso das hiperficções). Como um fã, o leitor se sente parte integrante do seu livro favorito: um admirador ativo, que pode erguer, ao texto que lhe agrada, um monumento de combinações, associações, restrições que fazem do mundo do autor/origem um mundo leitor/vertigem. A ―fancultura‖ permite esta cooperação entre as autorias do autor e dos fãs, pois deixa bem claro a sua intenção: compartilhar leituras e impressões do livro de uma maneira especifica que se faz pelo e para o entretenimento dos próprios fãs. (MIRANDA, 2009, p.56)
Miranda (2009) acrescenta que a literatura das comunidades fandoms
não encaixam-se nas estruturas dos textos literários e suas conotações
semânticas, embora o mesmo reconheça este tipo de literatura deve ser
reconhecida como um gênero literário, neste sentido o que deve ser levado em
conta é o seu aspecto estético e a sua intencionalidade literária.
O ciberespaço se constitui como um espaço de construção de autores anônimos, lugar de onde emergem novas discursividades; constitui-se, ainda, como um ambiente que se propõe a pensar os sentidos e os sujeitos em sua relação com a língua, a cultura e a história. A noção de autoria na (re)escrita hipertextual, na qual a idéia de completude e unidade, ainda que como efeito, parece se diluir no espaço constituído pelo ciberespaço, o sujeito-autor, enquanto enunciador, assume uma posição determinada (por condições sócio-ideológicas), revelando, a partir da unidade que tenta conferir ao seu texto, que é parte de um hipertexto, a sua própria unidade enquanto sujeito. Nessa perspectiva, a função-autor, ao (re)estruturar o discurso do outro, produz textualidade, ou seja, confere ao texto um efeito de unidade imaginário e cria também um efeito de transparência dos sentidos, dissimulando, desse modo, a dispersão e a incompletude constitutivas do sujeito e do discurso. (NEVES, 2011, p.162)
Os fanfics são organizados por tipo, considerando público e faixa
etária. Abaixo segue as características dos tipos de fanfics, de acordo com
Neves (2011, p.163):
a. Doujinshi
Fanficção japonesa, baseada nos mangás, escritos e desenhados por fãs
destas séries, como se fosse uma fanzine de um mangá. O termo deriva de
Doujin ou grupo literário, que era a forma tradicional de produção, e Shi, que
significa revista ou distribuição. Alguns podem considerar trabalhos de
aficcionados (fanwork), para muitos são simplesmente publicações de mangá
de pequena tiragem.
b. Mary Sue
Alguns tipos de fanficções são chamadas pelo estilo Mary Sue, um formato
mais "açucarado" em forma de conto, romance ou novela, melodramática e
apelativa. O nome do estilo é uma homenagem à Tenente Mary Sue, uma
personagem de fanfics de Jornada das Estrelas dos anos 80 que definiu o
arquétipo da personagem perfeita altamente idealizada.
Também são chamados Mary Sue (ou Gary Stu, na versão masculina) as
fanfictions onde o personagem principal é praticamente onipresente, sendo
completamente inatingível.
c. Outros Tipos
Darkfic: Fanfic abundante em cenas depressivas, atmosferas sombrias e
situações angustiantes. É o contrário das fanfics definidas pelo termo "waffy".
Deathfic: Onde os personagens principais morrem.
Slash: Fanfic cujo tema principal concentra-se na relação (amorosa, de
amizade etc.) entre dois personagens centrais.
Femeslash: Fanfic com relacionamento homossexual feminino.
Fanon: Indica a presença de idéias já propagadas em outras fanfics e que se
tornaram tão populares quanto à obra original.
Lemon: Fanfic com cenas de sexo entre homens (detalhada).
Orange: Fanfic com cenas de sexo entre mulheres (detalhada).
Yaoi: Fanfic com romance entre dois homens.
Yuri: Fanfic com romance entre duas mulheres.
Shonen-ai: Fanfic com romance entre dois homens (leve).
Shoujo-ai: Fanfic com romance entre duas mulheres (leve).
Shotacon: Fanfic com romance entre um homem mais velho com um mais
novo.
Lolicon: Fanfic com romance entre uma mulher mais nova e uma mulher /
homem mais velho (a) - O termo deriva da estória "Lolita".
Hentai: Fanfic com cenas de sexo (explicitamente).
Citrus: Fanfic de romance adulto pode ou não conter cenas de sexo.
Canon: Segue o "Cânone". Refere-se à fanfics que sigam fielmente a história,
principalmente em termos de shippers (casais) e caracterização de
personagens.
Oneshot: Fanfic que contém somente um capítulo seja ele curto e postado de
uma só vez, ou longo e postado em partes.
Songfic: Quando a fanfic segue acompanhada da letra (e/ou tradução) da
música, escolhida pela autora, como trilha sonora. Geralmente seu gênero é
drama e são Oneshots.
U.A. (Universo Alternativo): Quando a fanfic se passa num mundo diferente do
criado pelo (a) autor (a) original da série, mas utilizando os personagens já
existentes na história, na maioria das vezes buscando não alterar as
características físicas e psicológicas das personagens.
Neves (2011) considera que os fanfics fazem parte do movimento de
mass entertainment contemporâneo onde os atos dos sujeitos, suas criações,
anseios e desejos extrapolam a vida privada tornando-se um atrativo coletivo.
Para este autor o cotidiano esta relacionado diretamente com o
contexto do ciberespaço transformando-se num espaço de convergência
literária universal.
Miranda (2009b, p.04) ressalta que:
Podese dizer que o fandom existe pela convergência de imaginários de uma comunidade de leitores de uma mesma obra. Isto quer dizer que o sentimento de pertencer a uma comunidade literária é o elemento que promove a identificação entre os textos, imagens, vídeos produzidos pelos participantes desta comunidade. Muitas vezes, é num fórum que os leitores reintegram estes elementos, fazendo links com os diversos corpus narrativos que constituem, afinal, o fandom. Esta característica do fandom - sua forma de integrar pessoas e produtos em torno de uma obra específica — é o que nos leva a compreendêlo como um sistema digital online. Um sistema que reproduz todas as instâncias do sistema literário impresso, mas na perspectiva de uma recepção produtiva e virtual. Se o sistema literário tradicional se constitui de obras (onde o texto é o elo entre o autor e o leitor), mercado (que medeia
autor/texto/leitores) e crítica acadêmica (que medeia o mercado e a sociedade), no fandom, apesar destas funções estarem menos definidas, podem ser verificadas e cada participante pode assumir todas estas funções.
Os espaços literários fandom são caracterizados por Miranda (2009b)
como democráticos, posto que seus participantes são anônimos e o único
critério para participação das comunidades é o conhecimento das obras
literárias correspondentes.
A escrita literária fanfics constitui-se no espaço virtual como aponta
Miranda (2009b) em crescente evolução, e já são organizadas em sites como
um novo gênero discursivo, devido ao fato que ao clicar-se em um domínio
fanfic já entrasse em contato com textos escritos por outros leitores. Esta nova
reconfiguração de literatura é impulsionada pela possibilidade de modificar-se o
curso da história original, dando novas perspectivas e ações aos personagens
das histórias.
UNIDADE IV
ESTRATEGIAS PARA TRABALHAR COM FANFICS NO CONTEXTO ESCOLAR
As estratégias de trabalho com fanfics no contexto escolar esta
primeiramente atrelada à necessidade de conhecimento dos ambientes virtuais
pelos quais transitam os alunos. Silveira (apud SILVA e CASTRO, 2009, p.05)
ressalta que:
O fato de a prática atual de leitura e escrita das fan fictions se dar exclusivamente através da internet traz um diferencial na relação entre quem lê e quem produz, pois a distância entre esses dois sujeitos (leitor e escritor) torna-se praticamente inexistente. Há, portanto, dois ambientes: o da produção de fanfics e o das práticas escolares. Embora a produção literária que ocorre no universo escolar não costume levar em conta os textos desenvolvidos pelos estudantes fanfiqueiros, já que estes os fazem em casa e os divulgam através da internet, temos como hipótese que o fato de os estudantes produzirem esses textos influencia diretamente suas práticas escolares de escrita. Contudo, a não observância dessa influência ajuda a aumentar a crença generalizada de que estudantes produziriam uma literatura de baixa qualidade.
Neste sentido, o primeiro passo para a inserção deste gênero no
contexto escolar é realizar uma pesquisa sobre o uso da internet e
conhecimento acerca da literatura fanfics pelos estudantes ao qual o projeto
será direcionado. Este levantamento pode ser realizado de forma simples sem
a necessidade de aplicação de instrumento de pesquisa.
Atividade 1
Esta atividade se remete a leitura dos livros da Coleção Deltora Quest, 7
volumes, será disponibilizado 14 volumes para os alunos (2 exemplares de
cada um). Os alunos terão um mês para realizarem s leituras e trocarem os
fascículos. A escolha desta coleção deu-se pelo fato de ser de simples
compreensão, permitir uma leitura rápida e estimular a continuidade da leitura
das histórias.
Atividade 2
Trabalhando com fanfics em sala de aula – seis aulas (50 minutos)
Nesta primeira aula será explicado a concepção de fanfics e será dada aos
alunos uma lista com os tipos de fanfics, excluindo os que tenham conotações
agressivas ou inadequadas.
Será utilizada uma aula de 50 minutos
Após os alunos irão para o laboratório de informática nas próximas cinco aulas,
onde terão acesso a sites relacionados a fanfics. Será utilizado o site:
http://fanfiction.com.br, onde os alunos poderão acessar os fanfics.
Atividade 3
Montagem do blog – cinco aulas (50 minutos)
A primeira parte da montagem do blog remete-se a explicação do que é um
blog.
Tempo de duração: duas aulas (50 minutos)
O que é um blog – Movimento Blog Voluntário
Blog é um tipo de página de internet que pode ser atualizada rapidamente por pessoas sem
conhecimentos técnicos, com artigos organizados cronologicamente, sempre com o mais
recente exibido no topo da página. Esses artigos, chamados de posts, tratam de assuntos e
temas variados de acordo com o tipo de blog em que são publicados. Inicialmente os blogs
eram identificados com diários online, pois eram predominantemente sites pessoais. Hoje em
dia existem blogs corporativos, blogs de notícias, blogs de música, de vídeo, de fotos, etc.
O formato dos blogs
Um blog geralmente é composto de duas ou três colunas verticais. A principal e mais larga é
reservada para os posts, enquanto que nas demais aparecem listas de links para outros blogs
ou sites sobre o mesmo tema (ou não), menus de navegação, arquivos do blog, etc.
Comentários
Uma característica importante dos blogs é a possibilidade das pessoas deixarem comentários
sobre os posts publicados, criando uma interação entre o blogueiro (dono do blog) e o seu
público. Essa característica é que define o blog como uma importante mídia social, que
promove a formação de redes de pessoas que compartilham o mesmo interesse na internet.
Importância dos blogs
Os blogs desempenham um papel importante hoje em dia, pois tornam as notícias
independentes das fontes tradicionais, como rádio, TV e mídia impressa, democratizando a
informação.
Como ter um blog
Qualquer pessoa pode ter um blog, existem vários sites que fornecem um espaço e a
ferramenta para criação e edição de blogs de forma gratuíta. Alguns dos mais populares são:
Blogger e WordPress. Como esses serviços são totalmente online, você não precisa ter um
computador com internet na sua casa para ter um blog. Você pode ter seu blog mesmo que só
possa acessar a internet em locais públicos, como na escola, bibliotecas, telecentros e lan
houses.
Disponível em: http://wp-brasil.org/novidades/o-que-e-um-blog-movimento-blog-voluntario, acesso em nov/2012.
Nas três aulas seguintes, os alunos realizarão as atividades no laboratório de
informática juntamente com o funcionário responsável pela manutenção dos
equipamentos e pelo gerenciamento da rede.
O laboratório conta com 26 computadores com internet.
No laboratório será conectado o data show com acesso a internet móvel e será
mostrado aos alunos alguns blogs educativos e também blogs de fanfics.
Será criada uma senha de acesso exclusivo dos alunos, cabe ressaltar que o
uso das senhas e logins para acesso ao laboratório são de uso exclusivo na
escola. Também será passado um slide com regras de uso da internet para
evitar que os alunos ao postarem seus textos escrevam palavras de baixo
calão ou que possam parecer ofensivas, além de evitar a veiculação de
conteúdos com conotações pornográficas.
Atividade 4
Escolha do nome do blog – a atividade será realizada em sala de aula.
Tempo de duração: uma aula (50 minutos)
Atividade 5
Trabalhando a Coleção Deltora Quest, preliminarmente os alunos descreverão
o enredo dos livros que leram, fazendo um texto escrito que será corrigido –
para isto serão utilizadas duas aulas (50 minutos).
Atividade 6
Postagem dos textos – os alunos postarão no blog seus textos escritos no blog
criado, para esta atividade serão disponibilizadas quatro aulas (50 minutos).
Atividade 7
Reescrita dos textos, os alunos nas aulas seguintes realizarão as mesmas no
laboratório – serão oito aulas (50 minutos), onde os alunos poderão modificar a
reescrita das histórias, e criar novas histórias a partir dos textos
preliminarmente escritos.
Atividade 8
Incentivando a leitura em outros espaços. Será realizado um flash mob de
leitura na Praça Matriz, já que está possui um local público de empréstimo de
livros. Os alunos realizarão um flash mob com a leitura de gibis.
Tempo de realização – três aulas (50 minutos)
REFERÊNCIAS
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