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FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: O PEDAGOGO FRENTE AO PLANEJAMENTO ESCOLAR
Autora Irene Corte dos Reis Soares
Disciplina/Área Pedagogia
Escola de implementação
do Projeto e sua
localização
Escola Estadual do Campo Getúlio Vargas –
Ensino Fundamental;
Av. Brasília, 192, Centro, Distrito de Figueira D’
Oeste;
CEP: 87270-000;
Fone: 044-3533-1173
Município de Engenheiro Beltrão-Pr.
Município da escola Engenheiro Beltrão
Núcleo Regional de
Educação
Campo Mourão
Professora Orientadora Profª. Me. Helena Izaura Ferreira
Instituição de Ensino
Superior
Universidade Estadual do Paraná
UNESPAR/FECILCAM - – Campus: Campo
Mourão
Relação Interdisciplinar Área Pedagógica
Resumo
Pretende-se por este estudo discutir e refletir
historicamente sobre o planejamento escolar,
como uma atividade docente que inclui a previsão
e a organização do conjunto de conteúdos para
cada disciplina e série escolar durante um
período letivo. O Planejamento, deve contemplar
o currículo da disciplina, prever metodologias e
ações didáticas, objetivos, avaliação e
1
expectativas de aprendizagem. Acredita-se que o
conhecimento sobre o planejamento escolar
contribui para a melhoria do processo ensino-
aprendizagem, pois permite que o currículo seja
planejado e aplicado adequadamente. Portanto, o
estudo deste tema pode fornecer uma base
teórica para sustentar as concepções de
educação e do Planejamento. A abordagem
teórica tem por base a teoria histórico-crítica e o
estudo das obras dos autores: GANDIN;
GRINSPUN; KUENZER; LIBÂNEO; PIMENTA;
LUCK; LUCKESI; MARTINEZ e LAHONE;
ROMANELLI; SAVIANI; SILVA e
VASCONCELLOS.
Palavras-chave (3 a 5
palavras)
Planejamento. Plano de Trabalho Docente.
Processo de ensino-aprendizagem.
Formato do Material
didático
Caderno Pedagógico
Público alvo
(indicar o grupo com o
qual o professor PDE
desenvolveu o trabalho:
professores, alunos,
comunidade...)
Pedagogos, diretor, supervisor, orientador e
Professores.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDENCIA DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
IRENE CORTE DOS REIS SOARES
O PEDAGOGO FRENTE AO PLANEJAMENTO ESCOLAR
Universidade Estadual do Paraná –UNESPAR – FECILCAM- Campo Mourão
Orientadora: Professora Me. Helena Izaura Ferreira
CAMPO MOURÃO 2012
IRENE CORTE DOS REIS SOARES
O PEDAGOGO FRENTE AO PLANEJAMENTO ESCOLAR
Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional, sob orientação da Professora Me. Helena Izaura Ferreira, da Universidade Estadual de Campo Mourão –UNESPAR - FECILCAM
CAMPO MOURÃO 2012
IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Irene Corte dos Reis Soares
Área PDE: Pedagogia
NRE: Campo Mourão
Professora Orientadora IES: Me. Helena Izaura Ferreira
Escola de Implementação: Escola Estadual do Campo Getúlio Vargas-Ensino
Fundamental
Público objeto de intervenção: Equipe pedagógica (diretor, supervisor e orientador)
e docentes
2 TEMA DE ESTUDO
PLANEJAMENTO ESCOLAR
3 TÍTULO
O PEDAGOGO FRENTE AO PLANEJAMENTO ESCOLAR
SUMÁRIO
Apresentação ......................................................................................... 05
Introdução .............................................................................................. 06
UNIDADE I
REFLETINDO SOBRE CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E DE ESCOLA
A educação como processo formativo ........................................................ 08
A Escola: que instituição é essa?................................................................ 08
Refletindo sobre a educação brasileira....................................................... 10
UNIDADE II
O que é Pedagogia e as bases científicas do curso ................................... 15
Os especialistas em educação ... ................................................................ 18
O pedagogo no Estado do Paraná .............................................................. 20
UNIDADE III
Planejamento Escolar ................................................................................. 25
O trabalho do pedagogo frente ao planejamento escolar............................ 28
Plano de Trabalho docente ......................................................................... 30
Elementos constitutivos do Plano de Trabalho Docente.............................. 33
A aula: o acompanhamento do pedagogo na hora atividade do professor... 37
RESULTADOS ESPERADOS ........................................................................ 38
REFERENCIAS .............................................................................................. 40
APRESENTAÇÃO
Irene Corte dos Reis Soares1 Helena Izaura Ferreira2
O presente caderno pedagógico é parte das atividades do Programa de
Desenvolvimento Educacional, PDE. Foi desenvolvido com a finalidade de constituir-
se como uma das estratégias de ação do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser
implementado na escola, no ano letivo de 2013.
Tem como objetivo dialogar com Professores e Pedagogos sobre a
importância do Planejamento escolar na valorização do ato de ensinar. Pretende
também contribuir com os demais pedagogos da rede pública no desenvolvimento
de suas funções enquanto gestor organizador do trabalho pedagógico.
Este caderno é composto por três unidades didáticas. Na Unidade I, será
composto de pequenos textos onde se conceitua educação e escola, para uma
reflexão sobre a responsabilidade da instituição escolar como promotora do
conhecimento.
Na Unidade II, conversaremos sobre o que é pedagogia e o papel do
pedagogo na mediação entre os determinantes do processo educativo e o trabalho
com os docentes, fazendo uma breve explanação da formação deste profissional
para que seja compreendida sua função no espaço escolar.
Na Unidade III, apresentamos os conceitos de planejamento escolar e sua
importância para a promoção do processo de ensinar e aprender.
Em cada Unidade serão apresentadas atividades didáticas para a reflexão
dos conteúdos, com objetivo de ampliar a discussão sobre o assunto.
Esperamos que ele possa contribuir com o trabalho pedagógico na escola,
dialogando com os Pedagogos e Professores sobre a importância do Planejamento
escolar, e consequentemente melhorando o trabalho pedagógico desenvolvido nas
escolas públicas paranaenses, para que tenhamos uma Escola Pública de qualidade
que é o sonho de todos os educadores.
Convidamos todas as pessoas interessadas na discussão sobre
planejamento escolar para a leitura deste nosso trabalho.
1- Professora PDE
2- Orietadora Profª Me. UNESPAR/FECILCAM
INTRODUÇÃO
O presente caderno, que tem como tema “O pedagogo frente ao
planejamento escolar”, objetiva discutir o papel deste profissional da educação e
sus funções que abrangem a gestão do trabalho pedagógico no espaço escolar,
orientação das práticas coletivas de planejamento, a organização do trabalho
pedagógico e a avaliação institucional, entre outras atribuições, para que o
conhecimento sistematizado se efetive na prática escolar, ou seja, na sala de aula.
Conforme Vasconcelos (2000) discutir e refletir sobre o planejamento escolar,
sempre foi tema debatido na escola, especialmente no início de cada período letivo
por ser uma atividade docente que inclui a previsão e a organização do conjunto de
conteúdos para cada disciplina e série escolar durante um período letivo, que além
de contemplar o currículo da disciplina, deve também prever metodologias e ações
didáticas, assim como objetivos para cada conteúdo. A organização do
planejamento é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à
avaliação e as expectativas de aprendizagem.
Diante dos baixos índices de aprendizagem apontados pelos organismos
governamentais, entendemos que é preciso rever as práticas escolares se
quisermos que a nossa educação alcance os patamares desejados.
Entendemos que é pelo currículo que se efetiva o ensino, acreditamos que o
conhecimento sobre o planejamento contribui para o processo ensino -
aprendizagem, pois vai permitir que o currículo seja planejado adequadamente.
Nos últimos anos, a questão de como se ensina tem se deslocado para a
questão de como se aprende. É comum ver no cotidiano escolar por parte dos
professores as queixas sobre o rendimento escolar do aluno, a falta de interesse
pelas aulas, a indisciplina e o esvaziamento dos conteúdos. O professor ensina um
conteúdo hoje e na aula seguinte percebe que o aluno já esqueceu. Percebemos no
dia a dia escolar que a maioria dos professores estão preocupados com a
aprendizagem dos seus alunos.
No cotidiano escolar percebe-se também a dificuldade dos docentes em
elaborar o planejamento e nos pedagogos em orientar essa atividade.
É comum percebermos que os planejamentos entregues na escola são cópias
de um para outro profissional. Muitos deles são inclusive cópias fieis de anos
6
anteriores ou de outras instituições. É preciso mudar essa prática, pois um
planejamento bem elaborado tem grande importância para o sucesso escolar.
Diante dessa constatação, precisamos conhecer a concepção dos teóricos da
educação sobre o planejamento, quais são os paradigmas que sustentam a atual
concepção de planejamento escolar, qual é a função do pedagogo na escola e
como auxiliar os professores das diferentes disciplinas na elaboração e execução
do planejamento.
É função do pedagogo na escola interferir no combate à cultura do fracasso
escolar, por meio da reconstrução e da ressignificação das práticas docentes
capazes de fazer com que o currículo se efetive de forma a tornar o conhecimento
acessível a todos e auxiliar os professores na tarefa de planejar e
consequentemente tornar suas aulas compreensíveis a todos os alunos da turma.
Portanto é preciso que nós pedagogos tenhamos conhecimento sobre como
orientar os professores em suas atividades docentes. No decorrer deste trabalho
pretendemos apontar encaminhamentos de como fazer isso na prática.
Nesse sentido, a elaboração do presente Caderno pretende fornecer uma
base teórica para sustentar as concepções de teóricos da educação acerca do tema
e os paradigmas que sustentam a concepção de planejamento escolar, e também
conceituar a função do pedagogo na escola apontando sugestões de como auxiliar
os professores das diferentes disciplinas na elaboração e execução do
planejamento.
7
UNIDADE I
REFLETINDO SOBRE CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E DE ESCOLA
A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO FORMATIVO
Na Grécia Antiga onde a supremacia do estado era indiscutível, surge a
educação para preparar os jovens para assumir as funções do Estado. Devido as
características de cada estado, surge com Platão e Aristóteles as concepções de
que a educação deveria ser regulamentada pela autoridade estatal e ser
compulsória para todos os homens livres.
Nesse momento histórico, a educação tinha como objetivo formar guerreiros.
Os instrumentos educacionais estavam ligados à música e a literatura para o espírito
e a ginástica para o corpo, pois segundo o pensamento grego eram disciplinas que
afetavam o caráter.
Com o domínio do pensamento Romano, a educação passa a ser ministrada
pela família. O pai tinha poderes ilimitados sobre os filhos e era publicamente
censurado quando fracassava nos ensinamentos dos preceitos morais, cívicos e
religiosos.
Para Grinspun (1992, p. 78)
[...] a educação tem uma história atemporal, envolvendo princípios universais e permanentes em sua história, e uma dimensão temporal envolvendo outros princípios que estão diretamente relacionados aos valores e expectativas de determinada sociedade que sofre as influências de uma época política, cultural e econômica. A partir do momento que a educação tem por objetivo formar a personalidade do indivíduo através de sua própria natureza, ela engloba essas duas dimensões.
Assim sendo, seja qual for o recorte histórico que usarmos para entender a educação, percebe-se que a mesma é atemporal e está ligada aos princípios e valroes da sociedade a que se refere.
A ESCOLA: QUE INSTITUIÇÃO É ESSA?
A escola é o local socialmente designado para o desenvolvimento da
educação. Esse termo é qualquer estabelecimento de ensino, como um espaço de
8
construção do conhecimento e de valores para o convívio social. É também um
contexto socializador, gerador de atitudes relativas ao conhecimento inerentes aos
professores, aos alunos, às disciplinas e à sociedade.
Pimenta (1991), afirma que a escola não é uma instituição historicamente
isolada do contexto social no qual ela está inserida. Ela é uma instituição
historicamente situada. Por isso ela tem que estar a todo instante, olhando,
examinando os determinantes desta história para, dentro dela, através das pessoas
que fazem a escola, responder às transformações que se fazem necessárias neste
contexto. Neste olhar histórico, percebe-se que a escola tem cumprido o papel
político pelo seu modo de ser pedagógico. A escola existe para complementar o
processo de ensinar e aprender. Ensinar é ir verificando se está havendo
aprendizagem, não o ensinar pelo ensinar, mas ensinar para que os alunos
aprendam.
Para Grinspun (1992), a escola o elemento de superestrutura ideológica da
sociedade de classes e manipulada pela classe dominante, com vistas à
consolidação e a divulgação de sua ideologia. Portanto, seja pelo viés histórico
reprodutivista ou pelo conceito de transformadora, a escola tem um papel
importante na formação do indivíduo, pois todos passamos pela escola. É
importante compreender o papel da escola na sociedade pois como afirma Gadotti
(1980) “ a educação é obra transformadora, criadora, ora para criar é necessário
mudar, perturbar, modificar a ordem existente”. Para Ele, a educação é um ato de
desobediência e de desordem. Desordem em relação a uma ordem dada, uma pré-
ordem. Uma educação autentica re-ordena. Por isso a educação perturba,
incomoda. E nessa dialética que se opera o ato educativo.
Atualmente, a escola pública tem sido gerida na perspectiva democrático-
participativa. Esse modelo tem sido influenciado por uma corrente teórica que
compreende a organização escolar como uma cultura que relacionada às
experiências subjetiva das pessoas e de suas interações sociais, ou seja, leva em
conta o significado que as pessoas dão às coisas produzidas socialmente.
Para Saviani (1980), a escola como organização social está vinculada aos
processos políticos e econômicos da sociedade da qual faz parte. Nesse sentido, o
fato de a escola estar situada na modalidade de produção não material, no qual o
produto não se separa do processo de produção, esta se configura como espaço
catalisador das políticas hegemônicas.
9
E NO BRASIL COMO A EDUCAÇÃO FOI ORGANIZADA?
Quando falamos sobre a história da educação brasileira, não devemos
esquecer dos mais de trezentos anos de Brasil-Colônia, pois nesse período todas as
manifestações, seja na educação, na política e na economia estava diretamente
ligada à Metrópole.
A Educação Jesuítica foi a primeira manifestação educativa brasileira. Os
Jesuítas encontraram uma população indígena cujos costumes eram muito
diferentes dos europeus e tentaram catequizar os nativos impondo a cultura
européia.
A Educação indígena pautava-se nos princípios da educação espontânea,
integral, tradição, força da ação e força do exemplo. Portanto os Portugueses
colonizadores encontraram uma civilização que tinha crenças e costumes próprios
muito diferentes. Com os colonizadores vieram os jesuítas pertencentes à
Companhia de Jesus.
Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549
juntamente com o primeiro governador geral, Tome de Souza, comandados pelo
Padre Manoel de Nóbrega, com a incumbência de implantar escolas e disseminar a
educação nos princípios da Igreja Católica. Os Jesuítas além dos costumes e da
religiosidade europeia, trouxeram também os métodos pedagógicos.
Os Jesuítas mantiveram o monopólio da educação brasileira por mais de dois
séculos. Na primeira fase a educação seguia o Plano de Instrução elaborado por
Nóbrega que era: Português para ao indígena; Doutrina cristã; Escola de ler e
escrever; Canto orfeônico e música instrumental (opcional) e aprendizado
profissional e agrícola ou gramática latina (para aqueles que continuariam os
estudos superiores na Europa – Universidade de Coimbra).
O objetivo principal do ensino no primeiro período era atrair as crianças
indígenas, para isso se mandou vir de Lisboa meninos órfãos, para os quais foi
fundado o Colégio dos Meninos de Jesus da Bahia e, depois, Colégio dos Meninos
de Jesus de São Vicente. Pretendia-se, pela mediação dos meninos brancos, atrair
os meninos índios e, por meio deles, agir sobre os seus pais, em especial os
caciques, convertendo toda a tribo para a fé católica.
10
Os Jesuítas ministravam a educação com base no Ratio Studiorum que era
um plano educacional adotado pela Companhia de Jesus. Este significava mais que
um plano de estudos, seguia-se como se fosse um curriculum que orientava a
educação jesuítica. Era muito parecido com que hoje chamamos de Regime Escolar
porque traçava uma diretriz de como o ensino deveria ser ministrado, os objetivos, o
plano de estudos, o código e o regulamento. Essa foi portanto, a primeira fase da
Educação Brasileira, marcada fortemente pela presença da Igreja Católica.
Com a expulsão dos Jesuítas pelo Marques de Pombal, inicia-se uma nova
fase, que segundo alguns historiadores, se existia alguma coisa muito bem
estruturada em termos de educação o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos.
A Segunda fase da educação brasileira não seguiu um programa estruturado,
nem vinculava a assistência dos alunos a uma disciplina, os alunos podiam mudar
de disciplina não havia pré-requisitos. Estes contavam com a presença de preceptor
que ministrava os conteúdos das disciplinas a grupos de alunos formados sem
critérios de níveis de formação e/ou idade. Essa fase de escuridão vai até a vinda
da Família Real para o novo Mundo em 1808, que fugindo de Napoleão na Europa,
resolve transferir o Reino para a Colônia. A vinda da Família Real permitiu uma
nova ruptura com a situação anterior. D. João VI preparou um sistema educacional
para a sua estadia, abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a
Biblioteca Real, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia.
Em abril 1821 o Rei D. João VI, pressionado pelos portugueses resolveu
voltar para Portugal e deixou em seu lugar, no Brasil, o filho D. Pedro como príncipe
regente. Na Educação brasileira inicia-se portanto uma nova fase, a do período
Imperial.
Em 7 de Setembro de 1822, D. Pedro I promove a Independência do Brasil e,
em 1824 é outorgada a primeira Constituição brasileira que previa a instrução
primária e gratuita para todos os cidadãos. Em 1823, na tentativa de suprir a falta
de professores instituindo o Ensino Mútuo também conhecido como Método
Lancaster em que um aluno treinado, ensinava um grupo de dez alunos sob a
vigilância de um inspetor.
Em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas
primárias), Liceus, Ginásios e Academias. E, em 1827 um projeto de lei propõe a
criação de pedagogias em todas as cidades e vilas e prevê a nomeação de
professores por meio de exames e também a abertura de escolas para meninas.
11
Em 1834 o Ato Adicional à Constituição, apresenta um retrocesso para a
educação quando dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela
administração do ensino primário e secundário. Até a Proclamação da República,
em 1889 praticamente nada se fez de pela educação e a República proclamada
adota o modelo político americano com base no sistema presidencialista.
Na primeira fase do período Republicano que vai de 1889 a 1929, a educação
brasileira é marcada pelos ideários positivistas. Contou com diversas reformas,
entre elas a Reforma de Benjamin Constant, que tinha como princípio a gratuidade
da escola primária conforme estipulava Constituição brasileira vigente, o Código
Epitácio Pessoa, que dava ênfase ao conhecimento científico em detrimento do
literário, incluindo a lógica entre as matérias e retira a biologia, a sociologia e a
moral.
A segunda fase da Republica, também chamada de “Era Vargas”, instaurou-
se um movimento renovador contando com a participação de grandes nomes como
Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira. Esse período é marcado
por grandes avanços na educação brasileira em que foi gestada a primeira Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) e criado o Ministério da Educação.
No campo disciplinar houve mudanças significativas nas grades curriculares e
um novo pensar sobre a educação para atender à fase de industrialização pela qual
passava o Brasil. Foi criado o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial) e o SENAI (serviço Nacional de aprendizagem Industrial) com o objetivo
de aligeirar a formação para atender a demanda do mercado. O ensino ficou
composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial
e três de colegial, podendo ser na modalidade Clássico ou Científico e o Normal
Colegial. Para cada etapa de ensino foi elaborado um currículo e uma grade
curricular.
O que de mais relevante aconteceu nesse período foi o “ Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova” que foi um documento inovador que propunha uma
condução para a Educação Nacional. Dentre os vários encaminhamentos podemos
destacar a caracterização da educação brasileira. Os pioneiros eram a favor de uma
educação pública, gratuita, mista, laica e obrigatória. Nesse sentido, o Estado
deveria se responsabilizar pelo dever de educar o povo, responsabilidade esta que
era, a princípio, atribuída à família. O Estado, para este fim, deveria proporcionar
uma escola de qualidade e gratuita, possibilitando assim a concretização do direito
12
biológico dos indivíduos à educação e, tendo em vista os interesses dos indivíduos
em formação e a necessidade de progresso, consideram que esta educação deva
ter caráter obrigatório. O Manifesto dos Pioneiros também primava pela relação
entre diferentes níveis da educação e o nível de desenvolvimento psico biológico
dos alunos, bem como pela relação entre a escola, o trabalho e a vida: entre a teoria
e a prática, em favor do progresso.
Outros pontos importantes também são destacados no Manifesto que são: a
exigência de um sistema de organização educacional que deveria gerar a unidade,
porém não a uniformidade educativa, prioridade nos planos do Estado,
principalmente para os primeiros anos de escolarização, planejamento da educação
com o apoio da pedagogia, bem como da filosofia e outras ciências.
O período entre 1930 a 1964, talvez tenha sido o mais fértil da história da
educação brasileira. Nesse, atuaram educadores que deixaram seus nomes na
história da educação por suas realizações, tais como Paulo Freire, Carneiro Leão,
Armando Hildebrand, Pachoal Leme, Lauro de Oliveira Lima, os já citados Anísio
Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, entre outros.
O Período seguinte é caracterizado pelo golpe militar de 1964. Muitos
educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos
ideológicos. Muito foram exilados, alguns foram calados e outros se recolheram a
vida privada ou trocaram de função. O Regime Militar foi marcado por uma educação
de caráter antidemocrático. Nesse período foi instaurada a Lei 5692/71 cuja
característica principal era dar a formação educacional um cunho profissionalizante
objetivando fazer com que a educação contribuísse, de forma decisiva, para o
aumento da produção para atender ao mercado brasileiro. Essa Lei regeu a
educação nacional até a implantação da 2ª Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei nº 9394/96, gestada pelos ideários neo-liberais.
A partir de então, a educação passa a ter mais uma vez o caráter
propedêutico e é condicionada aos pressupostos das políticas neo-liberais
reguladas pelo Banco Mundial. A escola nos anos 90 passa ser vista como uma
empresa prestadora de serviços e é avaliada dentro de “ padrões de qualidade” sem
diretrizes definidas.
No Estado do Paraná a partir do ano de 2003, a Secretaria de Estado da
Educação promove mudanças radicais nas políticas públicas educacionais do
Governo Federal, é construída coletivamente as diretrizes curriculares para todas as
13
disciplinas para dar direção ao processo educacional do Estado. É adotada a
pedagogia histórico–crítica que tem como principal representante Demerval Saviani.
ATIVIDADE
a) Evidenciaremos por meio de leituras a história da educação. Vamos ampliar esse
conhecimento? acesse os VÍDEOS abaixo.
Fonte: História da Educação: Linha do tempo, disponível no site diaadiaeducacao,
adicionado em 2008.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=11152
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=11134
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=11154
a) Após ler o texto e assistir aos vídeos registre abaixo as suas reflexões sobre o
papel social da escola.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
14
UNIDADE II
O CURSO DE PEDAGOGIA
VOCÊ SABE O QUE É PEDAGOGA E QUAIS SÃO AS BASES CIENTÍFICAS
DESTE CURSO?
Pedagogia é uma palavra oriunda do grego (paidagogia), é a teoria e ciência
da educação que expressa a arte de ensinar. Ela compreende um conjunto de
doutrinas, princípios e métodos de educação com base no estudo de ideias
filosóficas, e no aprofundamento de algumas ciências humanas tais como a
psicologia e a sociologia.
Surgida no século XVII, a Pedagogia teve como um dos principais iniciadores,
o monge Comenius. Considerado o pai da pedagogia. O princípio filosófico da
pedagogia é de que o aprendiz, a criança em primeiro lugar e os estudantes em
geral carecem de cuidados especiais para efetivação de uma aprendizagem
significativa.
Seguindo os ideais de Comenius, surgiram novas propostas educativas,
entre elas as do francês Jean Jacques Rousseau no século XVIII. Nesse sentido, os
métodos de ensino sucederam-se uns aos outros, sempre no intuito de apresentar
ao aluno uma aprendizagem eficiente.
O curso de Pedagogia foi criado no Brasil no ano de 1939, num período
marcante na história da educação onde as discussões educacionais estavam sendo
gestadas, em virtude do conjunto de acontecimentos socioeconômicos e culturais
causados pela Revolução de 1930. Esse período é conhecido como um marco na
evolução pedagógica no país.
Nesse contexto o Curso de Pedagogia nasce articulado à formação do
professor, pautados nos ideais pedagógicos escolanovistas, do qual o movimento
dos Pioneiros da Educação Nova é uma das expressões. Destaca-se também,
nesse período, a defesa da formação docente em nível superior.
Na década de 1960 ocorreram intensas discussões a respeito dos rumos da
educação brasileira e, principalmente, da universidade. O modelo econômico
desenvolvimentista exigia a preparação de mão-de-obra técnica e qualificada, na
área educacional demandava-se a formação de profissionais treinados e
15
instrumentalizados para o mercado de trabalho. Esse período também é marcado
por uma transição política na sociedade brasileira caracterizada pelo golpe militar de
1964.
Neste contexto de mudanças de paradigmas, surge a Reforma Universitária
de 1968, instituída pela Lei nº 5540 que fixava normas de organização e
funcionamento do Ensino Superior. Essa Lei definiu em seu artigo 30 que os
especialistas atuantes nos sistemas de ensino, nas funções de Administração,
Planejamento, Inspeção, Supervisão e Orientação deveriam ser em nível superior,
notadamento pelo curso de pedagogia.
As décadas seguintes, verificaram-se vários debates promovidos pelo
movimento pro formação do educador que refletiam sobre o quadro educacional
brasileiro tendo em vista o longo período de ditadura militar, a fragmentação e à
divisão técnica do trabalho na escola. Com isso algumas faculdades de educação
suprimiram do currículo as habilitações, passando a ter apenas duas habilitações:
professor das séries iniciais do 1º grau e professor de cursos de habilitação ao
magistério, descartando boa parte da fundamentação pedagógica do curso.
Neste período em decorrência das mudanças curriculares e da difusão das
propostas do movimento pela reformulação da formação do educador, as
Secretarias de Educação retiraram das escolas ou deixaram de contratar
profissionais pedagogos, prejudicando o atendimento pedagógico-didático às
escolas e comprometendo o exercício profissional do pedagogo. (LIBÂNEO e
PIMENTA, 1999).
O Curso de Pedagogia a partir da década de 1990, foi marcado pela reforma
do Estado brasileiro marcado pela ideologia neoliberal. A reforma do Estado
brasileiro nos anos de 1990 materializou em leis, decretos, resoluções, pareceres,
atos para criar mecanismos de produção, distribuição e consumo de bens e
serviços. Com isso a educação passa neste período a ser equiparada com a fábrica,
nos mesmos princípios de produtividade.
Com a aprovação da LDBEN Lei 93949/96, criou-se uma grande expectativa
com relação aos rumos do Curso de Pedagogia. O Estado trouxe à tona mais uma
vez a discussão a respeito do Curso e da formação de professores conforme
evidenciam Pimenta e Libâneo (1999, p.41):
Resumidamente, o disposto no Titulo VI da nova LDB é o seguinte:
16
a) Cursos de licenciatura plena para formar professores de educação básica, em universidades e Institutos Superiores de Educação: Curso Normal Superior (licenciatura para formar docentes de educação infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental) e licenciaturas para formar professores de 5a a 8a e Ensino Médio); programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior; programas de educação continuada. b) Cursos s de graduação e pós-graduação em pedagogia para formar profissionais da educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional; c) Cursos de preparação para o magistério de Ensino Superior.
Nos anos seguintes pós LDB foram renovadas comissões para propor um
Projeto de Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia. Entre 1998 e 2000,
foram apresentadas várias sugestões, divulgadas pela Comissão num documento
intitulado: Proposta de Diretrizes Curriculares da Comissão de Especialistas de
Pedagogia, no qual o perfil do pedagogo foi definido como o profissional capaz de
atuar no ensino, na organização e gestão de sistemas, unidades e projetos
educacionais e na produção e difusão do conhecimento, em diversas áreas da
educação, tendo a docência como base obrigatória de sua formação e identidade
profissionais.
Para Kuenzer e Rodrigues (2007), a concepção que orientou as comissões de
especialistas foi a de admitir múltiplas possibilidades de organização curricular, de
modo a atender, às novas necessidades que as mudanças sóciais tem provocado.
No campo da Pedagogia, estas mudanças abriram novas possibilidades de atuação
dos profissionais da educação, docentes e não docentes, no trabalho, nas
organizações não governamentais, nos meios de comunicação, nos sindicatos, nos
partidos, nos movimentos sociais e nos vários espaços que têm sido abertos no
setor de serviços para atender às demandas sociais.
Com isso o campo profissional dos formados em pedagogia pode ampliar-se
também para o campo social, chamado de pedagogia social, abrangendo espaços
escolares e não escolares.
Concordando com as argumentações citadas, Libâneo (2005) afirma que o
curso de Pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um profissional
qualificado para atuar em vários campos de trabalho educativos para atender
demandas socioeducativas de tipo escolar e não-escolar, decorrentes de novas
realidades, novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer,
mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de comunicação e informação,
17
mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental, não
apenas na gestão, supervisão e coordenação pedagógica de escolas, como também
na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento
educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas
empresas, nas varias instâncias de educação de adultos, nos serviços de
psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais de lazer e animais
cultura, na televisão, no radio, na produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas
editoras, na requalificação profissional e outros.
OS ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO
A orientação Educacional, segundo sua história, teve inicio no princípio da
humanidade, sendo realizada pela família, pelos chefes religiosos e outros, porque o
conceito de educação e de Orientação Educacional para muitos autores tem
significados idênticos.
Partindo-se da concepção de que a Orientação Educacional é uma ação que
se elabora com a própria educação, torna-se evidente que os mesmos princípios
que fundamentam a Educação, estendem-se à Orientação.
Jones, citado por Grinspun (1992), afirma que sempre que no processo de
aprendizagem, o mestre assiste o aluno para que este aprenda um determinado
conteúdo, a orientação está presente.
Grinspun (1992), defende que o princípio de que a Orientação Educacional
sempre se fez presente na história, a partir das ideias de Platão quando propõe o
sistema educacional grego. Com o passar do tempo a figura do Orientador
Educacional foi evoluindo deixando para trás a figura do conselheiro para assumir a
de um especialista comprometido com a educação que ajuda a questionar e refletir
sobre a realidade educacional.
No Brasil a Orientação Educacional começa vinculada à questão do trabalho,
em 1924, em São Paulo com o Engenheiro suíço Roberto Mange que cria um
serviço de orientação Profissional para selecionar e orientar os alunos do curso de
mecânica do Liceu de Artes e ofícios.
Em 1931, também em São Paulo, Lourenço Filho, na condição de Diretor do
Departamento de educação, torna oficial o Serviço Público de orientação
18
Educacional e Profissional, ficando o orientador responsável para a preparação do
trabalho, devendo selecionar, orientar e encaminhar aqueles que precisavam
profissionalizar-se num curto prazo.
A partir de 09 de abril de 1942, com a Lei 4424, Lei Capanema, a Orientação
Educacional passa de atividade isolada para atividade legitimada.
A LDBEN lei 9394/96 estipula em seu artigo 64 que “ a formação de
profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e
orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação
em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino,
garantida, nesta formação, a base comum nacional”.
Com isso a orientação Educacional perde seu caráter de atividade
profissional. Hoje o Orientador Educacional, no discurso de Grinspun (2002), não
atua mais por ser uma profissão que deva existir pela obrigação, pois na Lei
9394/96 não há a obrigatoriedade da Orientação, “o profissional formado em
Pedagogia, tem espaços junto aos demais profissionais da escola para um trabalho
pedagógico integrado, compreendendo criticamente as relações que se estabelecem
no processo educacional.” (GRINSPUN, 2002, p.28).
Quanto a Supervisão Escolar, esta só vai aparecer no Brasil na década de
vinte com o surgimento dos profissionais em educação como categoria profissional
assumindo o papel de promover o ensino de forma a atender às demandas de
industrialização em ascensão.
Porém a supervisão escolar se firma no Brasil nos moldes do tecnicismo e
regida pelas Teorias da Administração Empresarial, que diz que cabe ao Supervisor
Educacional a função de assistir técnica e didaticamente ao professor no sentido de
que se alcance a melhor produtividade possível no trabalho com os alunos. Portanto,
o objeto do Supervisor Educacional, numa visão tecnicista, foi o de fiscalizar o
professor com o intuito de melhorar o ensino, assegurando que os professores
empregassem métodos corretos e predeterminados no trabalho em sala de aula e
em toda a prática docente. Nesse sentido cabia ao Supervisor a tarefa de pesquisar,
planejar, criar estratégias, fiscalizar e avaliar o ensino. Nesse sentido cabia ao
Supervisor, a concepção de método correto de aplicação dos conteúdos, numa
relação autoritária de poder, inerente à divisão do trabalho no interior da escola.
Nesse contexto cabia ao Supervisor dar ordens para que o professor
executasse aquilo que ele, enquanto Especialista em Educação, tenha planejado,
19
sem questionar. Afinal, o que estava em jogo era a produção do melhor resultado
possível na questão do atendimento às necessidades e promoção do
desenvolvimento do aluno, e nesse caso, supunha-se que o Supervisor, enquanto
um especialista em Educação, sabia o que fazia ao indicar o caminho a ser trilhado
pelo professor.
Essa concepção de Supervisão perdurou no Brasil até o final do Regime
Militar e a promulgação da nova Constituição da república em 1988.
O PEDAGOGO NO ESTADO DO PARANÁ
Para exercer a função de pedagogo nas escolas públicas do Estado do
Paraná (PARANÁ, 2007), exige-se o conhecimento das atividades inerentes ao
cargo que são:
Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto
Político-Pedagógico e do Plano de Ação da Escola, a construção coletiva e a
efetivação da Proposta Pedagógica Curricular da Escola, a partir das Políticas
Educacionais da SEED/PR e das Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais.
Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para
reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para
a elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola.
Participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico
escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação
escolar.
Sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação
do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às
necessidades do educando.
20
Participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os
profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como
finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar.
Analisar as propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na
escola, observando a legislação educacional em vigor e o Estatuto da Criança
e do Adolescente, como fundamentos da prática educativa.
Coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do Projeto
Político-Pedagógico e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola,
intervindo na elaboração do calendário letivo, na formação de turmas, na
definição e distribuição do horário semanal das aulas e disciplinas, da hora-
atividade, no preenchimento do Livro Registro de Classe de acordo com as
Instruções Normativas da SEED e em outras atividades que interfiram
diretamente na realização do trabalho pedagógico.
Coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas a
partir de critérios legais, pedagógicos e didáticos e da Proposta Pedagógica
Curricular da Escola.
Organizar e acompanhar a avaliação do trabalho pedagógico escolar pela
comunidade interna e externa.
Apresentar propostas, alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o
desenvolvimento e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar,
conforme o Projeto Político-Pedagógico, a Proposta Pedagógica Curricular, o
Plano de Ação da Escola e as Políticas Educacionais da SEED.
Coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de
materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir da
Proposta Pedagógica Curricular e do Projeto Político-Pedagógico da Escola.
21
Participar da organização pedagógica da biblioteca, assim como do processo
de aquisição de livros e periódicos.
Orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao
coletivo de professores da escola.
Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores
da escola, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates
e oficinas pedagógicas.
Organizar a hora-atividade do coletivo de professores da escola, de maneira a
garantir que esse espaço-tempo seja utilizado em função do processo
pedagógico desenvolvido em sala de aula.
Atuar, junto ao coletivo de professores, na elaboração de propostas de
recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem
identificadas em sala de aula, de modo a garantir as condições básicas para
efetivação do processo de socialização e apropriação do conhecimento
científico.
Organizar a realização dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um
processo coletivo de formulação do trabalho pedagógico desenvolvido pela
escola e em sala de aula, além de coordenar a elaboração de propostas de
intervenção decorrentes desse processo.
Informar ao coletivo da comunidade escolar os dados do aproveitamento
escolar.
Coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento
Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade
escolar.
22
Orientar a comunidade escolar na proposição e construção de um processo
pedagógico numa perspectiva transformadora.
Ampliar os espaços de participação, de democratização das relações, de
acesso ao saber da comunidade escolar; participar do Conselho Escolar,
subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca
da organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar.
Propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e sua
participação nos diversos momentos e órgãos colegiados da escola.
Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as
formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação do
compromisso ético-político com todas as categorias e classes sociais.
Portanto, espera-se que o pedagogo tenha clareza de suas funções para
conduzir o trabalho escolar. As atribuições são muitas, mas é possível dar conta de
todas elas desde que o pedagogo tenha conhecimento profundo de sua área de
atuação. Assim como o professor deve ter conhecimento de sua disciplina, o
pedagogo também deve aprender a posicionar-se no espaço escolar sabendo atuar
no seu campo de trabalho sem invadir o espaço do outro.
ATIVIDADES
a) Assista os vídeos abaixo sobre a organização do trabalho pedagógico,
proferido pelo Prof. Dr. João Luiz Gasparin ( 2009).
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=606
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=607
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=608
23
b) Registre suas reflexões sobre o que se espera do Pedagogo na organização
do trabalho pedagógico.
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UNIDADE III
PLANEJAMENTO E PLANO DE ENSINO
O PLANEJAMENTO ESCOLAR
Entendemos que planejar é uma atividade que sempre acompanhou a
trajetória histórica da humanidade. O homem sempre pensou suas ações, embora
não tenha a consciência de que estaria planejando. O ser humano tem a capacidade
de pensar sobre o que fez, o que deixou de fazer, sobre o que está fazendo, projetar
o futuro e refletir sobre suas ações. O ato de imaginar, e pensar a ação é uma
forma de planejamento.
O planejamento está presente em nosso dia-a-dia, mesmo que implícito, pois
todas as nossas ações mesmo que inconscientemente são planejadas. Nada
fazemos sem antecipar mentalmente o ato.
Segundo Martinez e Oliveira (1997, p.11):
Entende-se por planejamento um processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego dos meios materiais e dos recursos humanos disponíveis a fim de alcançar objetivos concretos em prazos determinados e em etapas definidas
Para Vasconcellos (2000, p. 79):
O planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo.é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa
Portanto, Vasconcellos (2000, p. 79) afirma que o ato de planejar, exige
métodos e encaminhamentos, porque “planejar é antecipar mentalmente uma ação
ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto”. Planejar
não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função
daquilo que se pensa. Sendo assim
25
[...] o planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo
Na escola planejar o conteúdo a ser aplicado durante o ano letivo é uma
tarefa que envolve tanto professores quanto diretores e pedagogos, visando,
sobretudo, ser funcional, promovendo não só a aprendizagem do conteúdo, mas
também promovendo condições favoráveis à produção dos conhecimentos
presentes neste conteúdo.
De acordo com a LDBEN /Lei 9394/96, o planejamento fica a cargo da da
instituição de ensino, juntamente com o corpo docente, que tem a incumbência de
elaborar o planejamento anual ou semestral conforme o caso em consonância com o
currículo estabelecido para cada nível, modalidade e série e desempenhar nesse
sentido a aplicação desse planejamento, levando em consideração que o docente
necessita, acima de tudo, zelar pela aprendizagem dos alunos, bem como
estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento
escolar, ou seja, cabe também ao docente reorganizar o seu planejamento conforme
as necessidades educacionais do aluno, de forma a proporcionar uma educação que
prepare o educando para a vida e o mundo do trabalho e ainda se sobressair em
situações que exijam raciocínio.
Também de acordo com a LDB o professor tem como incumbência não só
ministrar os dias letivos e horas aulas estabelecidas, mas também participar de
forma integral dos períodos dedicados ao planejamento, além de participar, também,
da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino a qual ele
pertença. Portanto o planejamento escolar enquadra-se no cenário da educação
como uma tarefa docente que inclui tanto a previsão de atividades didáticas em
termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos e
metodologias adequadas, quanto a sua previsão e adequação no decorrer do
processo de ensino, ou seja, o planejamento deve ser também flexível para atender
às necessidades que emergem no decorrer do processo de ensino e Libâneo, 2005,
p. 33, compreende que o
Pedagogo é o profissional que atua em varias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligada á organização e aos
26
processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetos de formação humana previamente definida em sua contextualização histórica.
Sendo assim por meio do presente trabalho, procuraremos compreender o
planejamento escolar na escola pública como um processo que se preocupa com as
maneiras adequadas de favorecer o trabalho docente e principalmente apontar
encaminhamentos para que o pedagogo auxilie os professores na elaboração e
execução do planejamento por acreditar que este se bem elaborado e executado
pode contribuir de maneira significativa para a melhoria de todo o processo
educacional.
Para tanto procuraremos especificar a definição dos termos, o que é
planejamento escolar, plano de trabalho docente e as atribuições do pedagogo no
espaço escolar, especificamente nas atribuições deste na orientação do
planejamento escolar.
O TRABALHO DO PEDAGOGO FRENTE AO PLANEJAMENTO ESCOLAR
Segundo as determinações vistas acima, cabe aos pedagogos o trabalho
junto aos professores a elaboração do planejamento como meio de facilitar e
viabilizar o ensino.
Na prática docente atual, o planejamento tem-se reduzido à atividade em que
o professor preenche e entrega à secretaria da escola um formulário, normalmente
padronizado e diagramado em colunas, onde os docentes apontam conteúdos,
redigem objetivos, metodologias, recursos didáticos, estratégias de avaliação e as
referencias.
É comum perceber que os professores copiam ou (re) imprimem o plano do
ano anterior e ainda se dividem entre os professores da mesma disciplina, um faz do
1º ano, outro do 2º, etc. e no final cada um tem uma cópia para entregar na
secretaria ou coordenação pedagógica , como mais uma atividade solicitada pela
escola, cumprida .
Acreditamos que planejamento não é isso. Não é uma tarefa meramente
burocrática. É preciso esclarecer que o planejamento deve ser concebido,
assumido e vivenciado no cotidiano da atividade docente como um recurso auxiliar
27
da atividade de ensino, fruto de uma reflexão e Saviani (1987, p. 23-24), especifica
que “a palavra reflexão vem do verbo ‘reflectire’, que significa ‘voltar atrás . É pois
um (re) pensar [...] refletir sobre , retomar, buscar significados. Mas não é qualquer
reflexão que se pretende, e sim algo articulado”. E para que a reflexão seja
filosófica, deve preencher três requisitos básicos: ser “radical” – o que significa
buscar a raiz do problema; ser “rigorosa” – na medida em que faz uso do método
científico; de conjunto pois exige visão da totalidade na qual o fenômeno acontece.
Concordando com Saviani, podemos afirmar que o planejamento do ensino é
o processo de pensar de forma radical, rigorosa e de conjunto, os problemas da
educação escolar, no processo de ensino aprendizagem.
Planejamento de ensino é algo muito mais amplo e abrange a elaboração,
execução e avaliação dos planos de ensino. Nesta perspectiva o planejamento é
uma atitude critica do educador diante do seu trabalho docente.
É importante destacar que os termos “planejamento” e “plano”, são atividades
distintas. É preciso portanto explicitar os termos e a diferença entre eles.
Enquanto que o planejamento de ensino é o processo que envolve a atuação
dos professores no cotidiano do seu trabalho pedagógico, envolvendo todas as
ações no processo, o plano de ensino, é um momento de documentação do
processo educacional. Plano de ensino é o documento que um professor elabora
contendo sua proposta de trabalho, da sua disciplina de atuação. É um documento
orientador do trabalho docente, tendo-se a certeza e a clareza de que a competência
pedagógica do educador deve ser mais abrangente do que aquilo que está
registrado no planejamento escolar.
Dessa forma, planejamento e plano de ensino se complementam e se
interpenetram, no processo de ação-reflexão-ação da prática docente.
TIPOS DE PLANEJAMENTO
O planejamento voltado para a área da educação apresenta variações, sendo
que o mesmo pode ser educacional, curricular ou de ensino.
No planejamento educacional, a visão que se tem é mais ampla, pensa-se
no progresso global do país e segundo Joana Coaracy (1972, p. 79), o planejamento
educacional é um:
28
Processo contínuo que se preocupa com o para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto às necessidades do desenvolvimento da
sociedade, quanto as do indivíduo.
O planejamento curricular visa sobretudo ser funcional, promovendo não só
a aprendizagem do conteúdo, mas também promovendo condições favoráveis a
aplicação e integração desses conhecimentos. Podemos definir o planejamento
curricular, nas palavras de Sarulbi (1971, p.34) como:
Uma tarefa multidisciplinar que tem por objetivo a organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino aprendizagem.
O planejamento de ensino está pautado a nível mais específico dentro do
contexto da escola podendo ser compreendido como: “Previsão das situações do
professor com a classe.” (MATTOS, 1968, p.14).
Para melhor explicitar o conceito de planejamento e da importância dessa
metodologia, Libâneo (1994, p. 222) salienta que:
A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo, é, antes, a atividade consciente da previsão das ações político – pedagógicas, e tendo como referência permanente às situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica, política e cultural) que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que integram o processo de ensino.
Gostaríamos de salientar que, o planejamento de ensino varia de uma instituição para a outra.
ATIVIDADES
a) Para bem compreender o papel do planejamento acesse o vídeo abaixo
apresentado.
Fonte: Vídeo da série "A escola em discussão", produzido pela Universidade do
Tocantins (2011)
29
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=20187
b) Registre abaixo suas considerações acerca do planejamento.
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PLANO DE TRABALHO DOCENTE
O plano de trabalho docente como comumente é conhecido por nós
educadores paranaenses é também chamado de plano de ensino, ou plano de
trabalho docente que pode variar de formato de acordo com a instituição e de
professor para professor.
São quesitos básicos do plano de trabalho docente: conteúdos específicos,
justificativas, objetivos, encaminhamentos metodológicos, recursos didáticos e
critérios de avaliação e referencias. Cada item destes tem seu significado. No
conteúdo específico, por exemplo, o professor organiza os conteúdos a serem
trabalhados na série/ano, turno, turma, etc.
Quando o planejamento é realizado pelo coletivo de professores da turma,
chamamos de planejamento participativo, os conteúdos podem ser apresentados de
forma contextualizada. Isso possibilita ao aluno poder estabelecer relações entre
este e outros conteúdos trabalhados em outras disciplinas.
A justificativa de um plano de trabalho mostra a escolha dos conteúdos que
serão passados. Os encaminhamentos metodológicos são um conjunto de princípios
e métodos, e os recursos são instrumentos que serão usados para que o professor
consiga alcançar seus objetivos. Ao final de cada plano de trabalho existem as
avaliações, por onde se define alguns critérios para que os estudantes são
avaliados.
30
É preciso assumir que é possível e desejável superar os tradicionais
formulários, previamente traçado, fotocopiado ou impresso, onde são delimitados
centímetros quadrados para os objetivos, conteúdos, estratégias e avaliação,
preenchidos sem nenhuma reflexão.
O pedagogo na mediação com os docentes pode encontrar outras formas de
lidar com o planejamento do ensino com seus desdobramentos. Mas o importante é
desencadear um processo de repensar todo o ensino, buscando um significado
transformador para os elementos básicos que compõe o planejamento:
Objetivos da educação escolar (para que ensinar, para quem ensinar, para
que aprender)
Conteúdos (o que ensinar, o que isso significa, para que aprender esse
assunto)
Métodos ou metodologia ( como e com que ensinar tal conteúdo e como
aprender)
Tempo e espaço da educação escolar ( quando e onde ensinar, quantas
aulas é preciso);
Avaliação (como o que foi efetivamente ensinado e aprendido).
O fundamental não será o tipo do formulário e sim o preparo da ação
pedagógica.
A ausência de um processo de planejamento, aliada às demais dificuldades
enfrentadas pelos docentes, no exercício do seu trabalho, tem levado a uma
contínua improvisação pedagógica nas aulas. Em outras palavras, aquilo que
deveria ser uma prática eventual, acaba sendo uma “regra”, prejudicando assim a
aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar como um todo.
O trabalho do pedagogo frente ao plano de trabalho docente, deve ser o de
auxiliar os professores na elaboração deste, mas não se resumindo à forma
burocrática, e sim encaminhar na busca de superar dicotomias entre fazer e pensar,
teoria e prática.
Para bem compreender
O Plano de Trabalho Docente é a expressão da Proposta Pedagógica Curricular, a qual por sua vez, expressa o PPP. O plano é a representação escrita do planejamento do professor. Neste sentido, ele contempla o recorte do conteúdo selecionado para um dado período. Tal conteúdo traz consigo essa intencionalidade traduzida a partir dos critérios da avaliação. Para que isto se efetive o professor deve ter clareza do que o aluno deve aprender (conteúdos), por que aprender tal conteúdo (intencionalidade-
31
objetivos), como trabalhá-lo em sala de aula (encaminhamentos metodológicos), e como serão avaliados.(critérios de avaliação e instrumentos de avaliação). A seleção dos conteúdos, portanto, não é aleatória. Ela é feita exatamente com base em alguma intenção, a qual é a expressão do Projeto Político-Pedagógico, construído coletivamente pela comunidade escolar. ( TAQUES; CARVALHO ; BONI; FANK; LEUTZ, 2008. p. 16 e 18 ).
Nesse sentido, o plano de trabalho docente:
Implica no registro escrito e sistematizado do planejamento do professor;
Antecipa a ação do professor, organizando o tempo e o material de forma adequada;
É um instrumento político e pedagógico que permite a dimensão transformadora do conteúdo;
Permite uma avaliação do processo de ensino e aprendizagem;
Possibilita compreender a concepção de ensino e aprendizagem e avaliação do professor;
Orienta /direciona o trabalho do professor;
Requer conhecimento prévio da Proposta Pedagógica Curricular;
Pressupõe a reflexão sistemática da prática educativa (PARANÁ,2008, p.7-9).
Sendo assim, o PTD deve ser uma atividade consciente de previsão de ações
docentes e discentes fundamentadas em opções pedagógicas que expressam a
concepção de mundo, de ensino e aprendizagem, expressos no Projeto Político
Pedagógico da escola.
O PTD também deve ser flexível e pode sofrer alterações a qualquer
momento para atender as necessidades surgidas no decorrer do processo. Pode ser
também entendido como um roteiro do trabalho do professor.
ATIVIDADE
a) Vejamos o vídeo abaixo para ampliar nossos conceitos sobre a elaboração
do Plano de Trabalho Docente.
Fonte: Este é um programa com a participação da Professora Maria Eneida Fantin,
da divisão de currículo do Departamento de Educação Básica (DEB) e dos
professores Ademir Aparecido Pinhelli Mendes, Coordenador do DEB e Benjamin
32
Perez Maia, Coordenador da Coordenação de Apoio a Direção e Equipe Pedagógica
(CADEP).(2009)
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=352
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=353
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=354
b) Registre suas reflexões a amplitude do Plano de Trabalho docente
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___________________________________________________________________
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PLANO DE TRABALHO DOCENTE
a) Conteúdos
Não é possível hoje falar em conteúdos sem mencionar o livro didático. O livro
didático deve ser compreendido como um dos meios de comunicação no processo
de ensinar e aprender. Portanto, ele deve fazer parte do método ou metodologia de
trabalho do professor, os quais por sua vez estão ligados ao conteúdo que está
sendo trabalhado, para atingir objetivos de aprendizagem. Sendo assim, o livro
didático não pode ser confundido com conteúdo, ele é apenas um instrumento
auxiliar do professor. Isso significa que um bom livro, na mão de um bom professor
pode-se tornar um excelente meio de comunicação, pois a capacidade docente está
muito além do livro e de seus limites. A falta de planejamento de conteúdos e o uso
direto do livro didático como determinante do conteúdo, pode transformar a prática
do professor em uma pseudo prática, e o professor pode ser considerado como um
professor-tutor. É importante que tanto o pedagogo como o professor tenha clareza
da função docente e da administração do conteúdo.
O Estado do Paraná, a SEED, Secretaria de Estado da Educação, faz os
seguintes encaminhamentos para a reflexão sobre os “conteúdos”.
33
definidos por conteúdos estruturantes, ou seja saberes - conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas – que identificam e organizam os diferentes campos de estudos das disciplinas escolares, sendo fundamentais para a compreensão do objeto de estudo das áreas do conhecimento (Arco-Verde, 2006). O desdobramento dos conteúdos estruturantes, e conteúdos básicos e conteúdos específicos, a partir do quadro de conteúdos, será feito pelo professor em discussão com os demais professores da área que atuam na escola. O professor deve dominar o conteúdo escolhido em sua essência, de forma a tomar o conhecimento em sua totalidade e em seu contexto, o que exige uma relação com as demais áreas de conhecimento. Esse processo de contextualização visa a atualização e aprofundamento dos conteúdos pelo professor, possibilitando ao aluno estabelecer relações e análises críticas sobre o conteúdos. Cabe destacar que a contextualização não se faz pelo desenvolvimento de projetos, mas na abordagem histórica do conteúdo.(PARANÁ, 2009, p.56).
b) Objetivos
Para se traçar os objetivos relacionados ao conteúdo a ser trabalhado, afirma
Faveri e Sorgato que é preciso ter em mente as seguintes realidades: o aluno/ a
classe; o professor /a pessoa; a escola / comunidade / espaço cultural / político e
social.
Também as autoras dizem que a formulação de objetivos ajuda na elaboração
da estratégia de ação além de servir de critério para definir as metas do conteúdo.
Revelam expectativas – criam perspectivas. Ao formular objetivos deve-se evitar o
abstracionismo e a ambiguidade ou multiplicidade de interpretação, eles devem
evidenciar a aprendizagem e ser demonstrada pelo educando.
Normalmente para se definir os objetivos do Plano de Trabalho docente,
devemos usar os verbos no infinitivo no inicio da frase e FAvero e Sorgatto,
apresentam exemplos de verbos para a definição dos objetivos do ensino de
determinados conteúdos. Verbos que expressam:
Conhecimento: citar, definir, descrever, detalhar, distinguir, enumerar, enunciar, explicar o significado, identificar, nomear, reconhecer, lembrar, significar, listar, indicar, registrar, sublinhar, mostrar, selecionar termos ou fatos relevantes a um assunto. compreensão: calcular, conceituar, explicar, demonstrar, descrever, distinguir, exemplificar, interpretar, traduzir, transformar, reescrever, reorganizar, representar, reordenar, inferir, predizer, extrapolar, sumariar, reproduzir, questionar, diferenciar, derivar, estimar, narrar, prever, relatar.
34
aplicação: agrupar calcular compor, empregar, manipular, operar, produzir, provar, resolver, aplicar, solucionar, usar, redigir, construir, montar, desenvolver, computar, estruturar, praticar. análise: analisar, distinguir, especificar, inter-relacionar, explicar, selecionar, diferenciar, inferir, selecionar hipóteses, refletir, discriminar, separar, subdividir, destacar, classificar, decompor, descobrir, deduzir, comparar, contratar, diagramar, examinar, investigar. síntese: construir, narrar, provar, conceber, planejar, reconstruir, extrapolar, produzir, sintetizar, escrever, relatar, compor, comunicar, compilar, documentar, propor, especificar, desenvolver, combinar, organizar, sintetizar, formular, deduzir, reconstruir, criar, coordenar. avaliação: avaliar, constatar, fundamentar, questionar, interpretar, rejeitar, criticar e duvidar, julgar, verificar, argumentar, taxar, decidir, padronizar, valorizar, justificar, estimar.
c) Metodologia
Por metodologia no Plano de trabalho docente, podemos compreender qual o
método (caminho) que será usado para a aplicação de um determinado conteúdo
para que os objetivos estabelecidos para este alcance os resultados e para as
escolas públicas do Estado do Paraná, sugere-se o uso da metodologia
dialética.
Para Vasconcelos (1992) uma metodologia na perspectiva dialética baseia-se
na concepção de homem e de conhecimento. Assim, entende que o conhecimento
não é transferido ou depositado pelo professor no aluno. Na metodologia dialética, o
conhecimento é produzido pelo sujeito na sua relação com os outros e com o
mundo. Isto significa que o conteúdo que o professor apresenta precisa ser
trabalhado, refletido, re-elaborado, pelo aluno, para se constituir em Conhecimento.
A metodologia dialética poderia ser expressa através de três grandes
momentos: Mobilização para o Conhecimento; Construção do Conhecimento;
Elaboração da Síntese do Conhecimento.
Segundo Vasconcelos (1992) a mobilização para o conhecimento é um
momento especificamente pedagógico, em relação à teoria dialética do
conhecimento, uma vez que esta supõe o interesse do sujeito em conhecer. De
modo geral, na situação pedagógica este interesse tem que ser provocado pelo
professor. É portanto, trata-se de estabelecer um primeiro nível de significação, em
que o sujeito chegue a elaborar as primeiras representações mentais do objeto a ser
35
conhecido. A Construção do Conhecimento deve possibilitar o confronto do sujeito
com o objeto do conhecimento, onde o sujeito deve produzir o conhecimento por
meio da decifração, o que acontece após a apropriação da representação mental do
objeto em estudo. A elaboração da Síntese do Conhecimento é a dimensão relativa
à sistematização dos conhecimentos é a expressão concreta do objeto.
d) Recursos didáticos
Os recursos didáticos são os materiais que o professor pode lançar mão para
materializar a sua ação na transmissão de um conteúdo, ou seja, os recursos
didáticos servem de mediadores entre estes conteúdos e os alunos.
Portanto, recurso didático é todo o tipo de material que pode ser usado pelo
professor para facilitar a absorção do conteúdo pelo aluno, por exemplo: livro
didático, cartazes, slides, mapas, revistas, jogos, entre outros.
ATIVIDADE
a) Para melhor compreender a função dos recursos didáticos, assista o vídeo
abaixo: tecnologia e metodologia.
Fonte: Animação produzida pela Universidade Presidente Antonio Carlos
(UNIPAC) sobre o uso da tecnologia na sala de aula, enfocando a metodologia
empregada pelo professor antes e depois da chegada do computador na escola.
(2008).
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=11148
b) Registre suas considerações sobre o assunto:
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e) Critérios de avaliação
Para que o Plano de trabalho docente se efetive é preciso ter em mente a
distinção entre critérios de avaliação e instrumentos de avaliação.
Critérios,
Definem os propósitos e a dimensão do que se avalia. Para cada conteúdo precisa-se ter claro o que dentro dele se deseja ensinar, desenvolver e portanto, avaliar. Os critérios refletem o que vai se avaliar e são estabelecidos em função dos conteúdos. (PARANÁ, 2009, p.56-57).
Os critérios decorrem dos conteúdos, ou seja, uma vez selecionados os
conteúdos de ensino que serão sistematizados, cabe ao professor definir os critérios
que serão utilizados para avaliar o quanto o aluno se apropriou desse conhecimento
ministrado. Para a definição dos critérios, o professor deve ter em mente os
objetivos que pretende atingir e a metodologia a ser utilizada e as expectativas de
aprendizagem.
Os instrumentos, se definem a partir dos critérios, por exemplo: resolução de
exercícios, pesquisa, teste oral ou escrito, entre outros.
ATIVIDADE
a) Sobre estratégias, vejamos vídeo abaixo:
Fonte: Vídeos de pedagogia (2009)
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=13119
c) Registre aqui suas reflexões sobre os critérios de avaliação adotados na sua
escola.
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f) Referências no Plano de Trabalho Docente
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As referências servem para lembrar o professor, onde o conteúdo planejado
está presente. Isso facilita o trabalho diário do professor.
As referências permitem perceber em que material e em qual concepção o professor fundamenta seu trabalho e conteúdo. Fundamentar conteúdos de forma historicamente situada implica buscar outras referências, não sendo,
portanto, o livro didático o único recurso (PARANÁ, 2009, p.56-57).
Concordando com os encaminhamentos da Secretaria de Estado da
Educação, entendemos que as referências são elementos importantes na
elaboração e execução do plano de trabalho docente.
A AULA: O ACOMPANHAMENTO DO PEDAGOGO NA HORA ATIVIDADE DO
PROFESSOR
O preparo da aula é uma das atividades mais importantes do profissional
docente. Nada substitui a tarefa de preparação da aula em si.
Cada aula é um encontro curricular, no qual o currículo se materializa. É uma
síntese curricular que se efetiva na construção do processo de ensinar e aprender.
Saviani (1987) em seu livro “Do senso comum à consciência filosófica” nos
diz que a aula, é uma mediação entre o professor, o aluno e o conteúdo de ensino.
Para o preparo de uma boa aula, os pedagogos podem orientar os
professores a direcionar a ação docente de forma a estimular os alunos, via
conteúdo de ensino a percepção crítica da realidade e de seus problemas, e ainda a
estimular o desenvolvimento de atitudes capazes de superar os problemas sociais.
Para a boa aula, é indispensável um bom planejamento.
ATIVIDADE
a) Assista o vídeo abaixo sobre o planejamento da aula.
Fonte: Vídeo proferido pela profª Mariana Mendes, do Colégio Estadual Florestal
Presidente Costa e Silva em Irati-Pr. (2012)
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http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=23661
b) Registre suas considerações sobre o planejamento da aula apresentada no
vídeo.
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c) Relate uma experiência sua bem sucedida no planejamento e execução de
uma aula.
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RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que este caderno contribua com a organização do trabalho
pedagógico na escola, especificamente na questão do planejamento escolar como
um documento que vai além da questão burocrática e que seja a expressão de um
momento de pesquisa, reflexão e tomada de decisão.
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REFERÊNCIAS
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Edições Loyola, 1985. GRINSPUN, M. Orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2001. ______. A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1998. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. ______, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos para quê? 8 ed. São Paulo: Cortez, 2005. LUCK, H. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. Petrópolis: Vozes, 1981. LUCKESI, Cipriano Carlos: Avaliação da Aprendizagem Escolar: Estudos e Proposições. 14 ed. São Paulo, Cortez, 2002. MARTINEZ, Maria Josefina, LAHONE, Carlos Oliveira. Planejamento Escolar. São Paulo: Saraiva, 1977. MATTOS, L.A.de. Sumário de Didática Geral. Rio de Janeiro. Aurora. 1968. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Edital de concurso para pedagogos nº10/2007. 2007. ROMANELLI, O. História da Educação no Brasil. 19 ed. Petrópolis: Vozes. 1997. SAVIANI, D. A supervisão educacional em perspectiva histórica: Da função à profissão pela mediação da ideia. In: FERREIRA, N. S. C. (org.). Supervisão Educacional: para uma escola de qualidade. São Paulo: Cortez, 2000. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico Crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 1997. ______. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo, Cortez, Autores Associados, 1987. SILVA, Carmem Silvia Bissolli da. Curso de pedagogia no Brasil: História e Identidade. 2 ed. Campinas, Autores Associados, 2003. VASCONCELLOS, Celso dos S: Planejamento Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. 7 ed. São Paulo: Cadernos Libertad, 2000.
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TEXTOS DA INTERNET KUENZER, Acácia Zeneida; RODRIGUES, Marli de Fátima. As diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia: uma expressão da epistemologia da prática. Revista Olhar de Professor, [Ponta Grossa, Pr], p. 35-62, 2007. Disponível em: http://ri.uepg.br:8080/riuepg/handle/123456789/444 . Acesso em 10/maiI/2012. LIBANEO, José Carlos e PIMENTA, Selma Garrido. Formação de profissionais da educação: Visão crítica e perspectiva de mudança. Educação e Sociedade [online], dez. 1999, vol.20, no.68, p.239-277. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73301999000300013&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 10/ mai/2012. SECRETARIA, de Estado do Paraná. Edital 10/2007 – GS/SEED de 27/10/2007. Disponível em: < http://www.nc.ufpr.br/concursos_externos/.../edital_102007_pedagogo.pdf>. Acesso em 09/mai/2012. VASCONCELOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC. Brasília: abril de 1992 (n. 83). Disponível em http://www.celsovasconcellos.com.br/Textos/MDSA-AEC.pdf. acesso em: 18/nov.2012. FRAGMENTO DO TEXTO DA SEMANA PEDAGÓGICA DE FEV/2009 (Pg 56 e 57) ROTEIRO 3 (06/02) disponível em: <http://www.nre.seed.pr.gov.br/ laranjeirasdosul/arquivos/File/ptd.pdf>. Acesso 23/out/2012. TAQUES; CARVALHO ; BONI; FANK; LEUTZ, 2008. p. 16 e 18 ). FRAGMENTO DO TEXTO DA SEMANA PEDAGÓGICA DE FEV/2009 (p. 56 e 57) ROTEIRO 3 (06/02) disponível em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/laranjeirasdosul/ arquivos/File/ptd.pdf. Acesso 23/out/2012.
FAVERI, Helena Justen de; SOGATTO, Noeli Salete. Formação continuada. Disponível em: <http://www.unidavi.edu.br/?pagina=file&id=15180> acesso em 18/nov/2012.