Ficha Pedagógica - Piscicultura - Pr

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    INTRODUO

    Aquicultura: Criao em cativeiro de organismos aquticos. ExemplosPisciculturacriao de peixes; - Carcinocultura criao de Crustceos;

    A Piscicultura racional, destaca-se como uma das mais promissoras fontes de

    alimentao da humanidade no sculo XXI. E o Brasil, com seu clima e recursos hdricostem sua posio relevante nesta atividade.Entende-se, como de vital importncia, o desenvolvimento da Piscicultura, seja no

    aspecto econmico (mais uma atividade lucrativa ao produtor), bem como no aspecto social(maior disponibilidade de alimentos essenciais populao).

    A Piscicultura em nosso pas uma atividade relativamente recente em relao aalguns pases da Europa e sia. A China j cultivava peixes em cativeiro desde 2.000 anosa. C.

    A tabela abaixo nos mostra o crescimento dos diversos segmentos na produomundial de carnes, nos ltimos anos:

    ATIVIDADE CRESCIMENTO (%)AQICULTURA 65.00AVICULTURA 10.95CAPRINO/OVINOCULTURA 8.30SUINOCULTURA 3.10BOVINOCULTURA 0.50

    Vamos analisar se, nosso municpio, a criao de organismos aquticos est evoluindo ouno. Por que? ________________________________________________________________________________________________________________________________________

    A humanidade sempre utilizou os recursos, aparentemente inesgotveis, dos mares e

    oceanos, rios, lagos e lagoas. At a Segunda Grande Guerra, a tecnologia disponvel para osetor pesqueiro era rudimentar.

    Durante o conflito, que se estendeu de 1.939 a 1.945, o perigo de ataques aembarcaes, nos mares, aumentou muito, obrigando os pescadores a diminurem ou at aparalisar as suas atividades. O que ocasionou um aumento considervel da quantidade depeixes nos mares.

    Aps o trmino da guerra, e com o desenvolvimento de sonares e radares para autilizao nas embarcaes pesqueiras, a pesca seria abundante nas dcadas de 50 e 60,dando a falsa impresso que os oceanos constituiriam fontes inesgotveis de crustceos epeixes.

    Porm, a partir da dcada de 70, verificou-se que apesar dos avanos da tecnologia,com navios, equipamentos e tcnicas mais modernas, houve uma diminuio do volumepescado a nvel mundial da ordem de 30%, com relao dcada de 60. Especialistas,constataram que o volume pescado ano a ano, era muito maior que a reproduo naturaldas espcies marinhas.

    Estudos atuais demonstram que a humanidade no pode contar com os mares para aalimentao dos homens, como se pensava antigamente, e que cada vez mais, dependerde sistemas produtivos organizados e intensivos de criao de organismos aquticos.

    Da mesma forma os recursos pesqueiros dos rios e lagos foram intensamenteexplorados e/ou destrudos pela poluio e avano da urbanizao.

    Vamos discutir as condies dos rios e lagos de nossa regio, municpio e propriedade?Como eram e como esto atualmente? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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    PISCICULTURA NO PARAN

    A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paran, instituiu, em1987, o Programa de Pesca e Aquicultura, objetivando a organizao e profissionalizaodos produtores, como forma de incrementar a produo agrcola tanto em quantidade comoqualidade.

    Em 1998, o Paran passou a ocupar a primeira posio no ranking nacional,ultrapassando o Rio Grande do Sul, sendo produzidas 16.417 toneladas de peixescultivados.

    PisciculturaParanEvoluo da Produo1996 - 1998

    O nmero de piscicultores no estado atingiu o total de 22.046, em 1998, utilizandouma rea de lmina dgua igual a 8.103 ha, o equivalente a 3.675 m

    2por produtor.

    PisciculturaParanParticipao Regional na Produo1998

    A regio Oeste destaca-se como a maior rea de cultivo, concentrando 3.660 ha delmina dgua, com uma produo efetiva de 8.883 toneladas de peixes, representando,desta forma, 54% da produo estadual. A regio Norte situa-se como o segundo maior poloprodutor, cuja rea de cultivo totaliza 2.480 ha, para uma produo efetiva de 6.083toneladas, o equivalente a 37% da produo paranaense de peixes cultivados. Aprodutividade mdia do estado, em 1998, foi de 2.026 kg/ha, apresentando, nos principaisregies produtoras, uma mdia de 2.400 kg/ha, bem acima da mdia nacional.

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    Piscicultura - ParanProduo, rea de Cultivo e Produtividade Mdia, Por Regio1998

    Polos RegionaisProduo

    (t)rea de

    Cutivo (ha)Produtividade

    Esperada (kg/ha)

    Litoral 227 146 1.555

    Sul 1.243 1.868 665

    Norte 6.083 2.480 2.453Oeste 8.883 3.660 2.427

    Paran 16.436 8.154 2.026

    Fonte: EMATER/PR Elaborao: SEAB/DERAL

    Considerando-se a produo estadual de peixes cultivados, o grupo das Tilpiasparticipou com 64,9%, vindo a seguir as Carpas, representando 15,5% do total. Destaca-se,tambm, o CatFish, com participao de 4,1%.

    PisciculturaParanVolume de Peixes Comercializados e Principais Espcies

    Produzidas1998

    Considerando-se todas as atividades e produtos de pesca e aquicultura, no Paran,em 1997 atingiu-se um Valor Bruto de Produo equivalente a R$ 79,8 milhes, destacando-se a piscicultura, que respondeu por 58,5% deste total, igual a R$ 36,9 milhes.

    Para se ter sucesso na atividade preciso observar 4 (quatro) condies, os quaisso descritos a seguir:

    Qualidade de guaTerreno apropriadoMercado consumidorClima apropriado com espcies adaptadas

    Na qualidade da gua, devemos atentar que a mesma seja livre de contaminantes dequalquer natureza. Deve-se tambm verificar a quantidade de gua para o empreendimento.

    O terreno deve favorecer a mecanizao dos trabalhos de construo dos diques outaipas. No ser arenoso ou pedregoso.

    O mercado consumidor deve ser conhecido para que seja bem explorado, analisando

    seu potencial e poca de maior procura (ex: Pscoa).Escolher as espcies mais adaptadas para o nosso clima e observar as variaesclimticas durante o ano para um melhor manejo.

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    Capitulo I Objetivos, Vantagens e Possveis Problemas

    1.1Objetivosa Piscicultura tem vrios objetivos, sendo que os mesmos, se diferenciam de caso

    para caso, conforme as expectativas de cada criador. Sendo assim podemos citar:

    aObjetivo Comercial: carne e derivados (fil, pele, defumado).

    bSocial: fornecimento de alimento protico e saudvel.

    cRecreativo: Pesque-pague

    dPaisagstico: peixes ornamentais embelezamento da propriedade.

    Vamos discutir, quais os nossos principais objetivos, quando iniciarmos ou ampliarmosnossas criaes, em nossa propriedade? ___________________________________________________________________________________________________________________

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    1.2Vantagens

    Podemos enumerar diversas vantagens para a Piscicultura, tais como:

    aaproveitamento de subprodutos para a Produo de raes.Ex.: farinha de peixes, farinha de carne e vsceras

    baproveitamento de reas sub-utilizadas.Ex.: banhados e reas de vrzeas

    calta produo em pequenas reas.Ex.: piscicultura intensiva

    dcustos de produo relativamente baixo.Ex.: lugares com grande quantidade de gua e de boa qualidade.

    efornecer alimentos de excelente qualidade populaoEx.: reas com poucos recursos naturais para o plantio de culturas anuais

    fgarantir uma melhor qualidade de vida.Ex.: possibilitando a prtica da pescaria de lazer e entretenimento.

    Quais seriam as vantagens da piscicultura em nossa propriedade? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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    1.3PROBLEMAS

    Os problemas relacionados criao de peixes, diferenciam das outras atividades,sobretudo em:

    aNecessidade de gua:

    A utilizao da gua constante, no se pode depender do regime de chuvasconstantes, para se manter o nvel ideal dos reservatrios. Em caso de secas prolongadas, ofornecimento de gua no deve, diminuir a ponto de comprometer a sobrevivncia dospeixes.

    bFalta de conhecimento do criador:

    O desconhecimento das tcnicas apropriadas, para a criao de organismosaquticos, principalmente peixes, faz com que as produtividades e os resultados sejam bemabaixo do satisfatrio.

    cTradio na criao de peixes:

    Devido a grande quantidade de rios, lagoas, reservatrios, audes e um imenso litoral(que fornecia uma grande quantidade e variedade de peixes), a maior parte da populaorural no tinha informaes para a criao de peixes em cativeiro.

    dFurtos

    Um grande problema que os reservatrios so desprovidos de sistemas eficientesde controle da pesca sem autorizao. Levando o produtor ao prejuzo e ao desestmulocom a atividade.

    eComercializao

    feita quase que exclusivamente, entre vizinhos, e no h uma estrutura montadapara efetuar a compra da produo, na maioria dos municpios ou regies.

    fpreo alto do quilograma de peixe para maior parte da populao.

    O poder aquisitivo da maioria da populao brasileira ainda muito baixo, por isso,

    optam por comprar carnes mais baratas (como o frango).gdesconhecimento dos valores nutritivos do peixe.

    A populao sendo baixa renda, tambm mal informada desconhecendo osbenefcios da ingesto semanal de peixe.

    hfalta de polticas pblicas para o setor.

    Desarticulao da cadeia produtiva da aquicultura, para estabelecerem juntos, umrumo para o setor. Cobrando tambm mais empenho do poder pblico

    Quais os principais problemas para a produo de peixes em nossa propriedade?__________________________________________________________________________

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    CAPITULO II. A GUA

    Quando plantamos, necessitamos conhecer bem o solo da lavoura, caso queiramosproduzir mais. Tambm na piscicultura, devemos conhecer a gua que ir abastecer osviveiros, onde cultivamos os peixes. Numa viso bem simples, achamos que gua tudoigual e que, para um peixe, basta ter gua que ele ir se reproduzir e engordar sem

    problemas nenhum. Porm, se algumas condies, bem simples, no forem atendidas, onosso empreendimento poder no ir adiante.

    Origem da gua

    Pode ser de nascentes, olhos dgua, rios, riachos, crregos, banhados e poosartesianos. Conforme a origem da gua, ns j podemos tirar algumas concluses.

    Ex.: guas paradas ou que nascem dentro dos tanques ou ainda, vem de poosartesianos, normalmente, so puras, mas tm baixa quantidade de oxignio. guas desangas ou lajeados, que passam entre regies de agricultura muito intensa, so,normalmente, poludos com pesticidas e/ou tm grande quantidade de argila em suspenso.

    De onde se originam as guas que esto disponveis em nossa propriedade? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Quantidade de gua

    importante que mesmo em tempo de seca se mantenha uma quantidade mnima degua, suficiente para manter o nvel constante do tanque ou aude.

    Da mesma forma uma renovao excessiva de gua do tanque, determinar umadiminuio da fertilidade da gua (adubos e plnctons).

    Considerando-se que h uma perda de gua por evaporao e/ou infiltrao,determinou-se que, um caudal (volume) de gua de 10 litros/segundos/hectare seriasuficiente, sendo que o mnimo de 5,5 litros/segundo/hectare.

    Como medir a vazo de um curso de gua?- Deve-se em primeiro lugar analisar se estamos na poca de menor disponibilidade de

    gua para aferirmos a qual o nvel mais baixo.- Fazer uma barragem, de modo que toda a gua passe por um s ponto.- Colocar nesse ponto um cano.- Coletar a gua em um recipiente, contando dez (10) segundos para realizar esta coleta.-

    Medir o volume em litros e dividir por dez. O resultado ser a vazo em litros porsegundo.

    Obs.: este mtodo s vivel para pequenos cursos de gua, que possibilite a construoda barragem, e pode ser desmanchada logo aps o uso.

    A verificao do volume de gua muito importante para sabermos a quantidade derea a ser inundada em relao ao volume mnimo de gua do curso.

    J fizemos alguma vez a medio da vazo? Como foi feito? ___________________________________________________________________________________________________

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    Qualidade da gua

    A gua deve possuir uma transparncia capaz de permitir a penetrao da luz, que a fonte de energia para processar a fotossntese das microalgas. Dever ter bastanteoxignio para permitir o desenvolvimento dos peixes. Prefere-se gua corrente e captaofora do tanque.

    Deve-se fazer um controle da entrada de gua, permitindo que se dose sua aquantidade. A renovao diria de gua no reservatrio deve ser entre 3 a 5% do volumetotal. Isto a cada 20 a 30 dias, teoricamente, toda a gua do tanque ter sido renovada.

    A entrada deve ter uma tela muito fina ou que haja um sistema de filtragem compedras britas, areia e outros materiais que permitam a passagem da gua porm retenhamslidos, inclusive ovos de outros peixes e de predadores.

    CorA cor da gua um indicativo de qualidade:

    Esverdeada: mais indicada por ter uma maior quantidade de fitoplncton, porm, guasesverdeadas demais no devem ser utilizadas.

    Azulada ou azul-esverdeadas: boa produtividade primria Clarastransparentes (minas/poos): baixa produtividade, exigem adubao. Barrentas: dificultam a penetrao da luz (reduz a fotossntese)

    Turbidezguas turvas so inadequadas, terra em suspenso, dificuldade de penetrao da luz

    e respirao.

    pH da gua

    O pH da gua um fator limitante para a produo de pescado. O quadro a seguirnos d uma viso geral dos fenmenos biolgicos ligados ao pH da gua.A gua do tanque deve ter mnima acidez ou, se possvel, for um pouco alcalina.

    Conforme tabela abaixo:

    PH Conseqncias0 a 4 Toxico para os peixes4 a 6 Baixa produtividade7 a 8 Ideal para a criao11 a 14 Toxico para os peixes6,5 a 9 Mxima produtividade

    5 a 6 Passvel de correo

    A acidez provoca tambm a suspenso das argilas e aumento de enfermidadescontagiosas.

    Temperatura

    A temperatura (gua) influencia em todos os aspectos na vida do peixe,A qualidade da gua depende muito da temperatura, quanto maior, menor a

    quantidade de oxignio e, maior a quantidade de elementos txicos. Ex.: amnia e nitrato.A faixa ideal para um bom desenvolvimento dos peixes est de 20 a 27oC, podendo

    ser 15 at 35oC, acima e abaixo destes valores, o metabolismo dos peixes diminui muito. Astemperaturas atmosfricas, tm uma correlao com a temperatura da gua. Sendo adiferena em torno de 2oC acima ou abaixo.

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    CAPITULO III - CONSTRUO DE TANQUES

    Para a construo dos tanques, seguir orientao tcnica.

    Escolha do local dos tanques:

    - Bem drenado.- Pouca declividade.- Sem pedras

    O aterro deve ser bem compactado, livre de pedras, tronco e material orgnico. O fundo do tanque deve ter caimento de 1 a 2 % em direo ao sistema de escoamento. Efetuar uma raspagem e compactao do fundo do tanque. Sistema de escoamento (sada dgua): Monge

    CachimboRetirar a gua sempre do fundo do tanque.

    A construo deve ser feita sempre em pocas de menor precipitao de chuvas.

    MANEJO DO TANQUE

    Fazer 30 dias antes do povoamento

    calcrio: em torno de 200 g/ m2ou conforme anlise do solo.Adubao orgnica (curtida): 250 g /m2esterco/cama de avirio

    Ou400 g/m2esterco de sunos

    ou

    600 g/m2

    esterco de bovinosA adubao orgnica tem a finalidade de estimular o desenvolvimento da populaode microorganismos (fitoplncton e zooplncton).

    Expurgo com cal virgem na base de 30 a 200 g/m2- Desinfeco fsicainsolao (em torno de 10 dias).- Enchimento do tanqueanlise da gua: pH, Oxignio dissolvido e Amnia.

    Adubao orgnica de manuteno (sempre curtida):Fazer de 15 em 15 dias

    25 g/m2de cama de avirio ou

    35 g/m2

    de esterco de sunos ou

    50 g/m2de esterco de bovinosQuando parar a adubao orgnica- quando a temperatura est abaixo de 17 graus- quando houver muito limo (gua esverdeada)- quando a transparncia medida pelo DISCO DE SECHHIfor menor Que 20 cm- quando a quantidade de peixes for maior que 03 toneladas/ hectare.

    Como foram construdos os tanques em nossa propriedade? Foram utilizados corretivos?__________________________________________________________________________

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    COMO MEDIR A TRANSPARNCIA DA GUA

    DISCO DE SECCHIAPara uso em lagos transparentesBPara uso em viveiros

    Acordo com ns a cada 10 cm ou fita mtricaBCabo de madeira com diviso de 1 em 1 cm

    SISTEMA DE CULTIVO COMPARATIVO

    PISCICULTURA INTENSIVA PISCICULTURA EXTENSIVA

    Atividade lucrativa, visando a uma maiorprodutividade por unidade de rea.

    Atividade no-lucrativa, visando ao povoamento erepovoamento e pesca esportiva.

    A produo de peixe por unidade de rea elevada.

    pequena a produo de peixe por unidade derea, porm muito baixo os custos de criao.

    O povoamento feito com peixes de valor

    comercial.

    O povoamento feito com peixes nativos na

    regio.Os peixes so alimentados artificialmentecom rao balanceada.

    Os peixes criados dependem quase queexclusivamente da produtividade natural doambiente.

    Total controle das condies ambientaisvisando a alta produtividade pisccola.

    O ambiente no controlado ou se o , essecontrole no leva em conta as necessidadespisccolas.

    PISCICULTURA INTENSIVA

    A piscicultura intensiva a atividade que trata da criao de peixes de maneiraexclusiva, isto , com controle de todos os elementos envolvidos na criao de peixes.

    Caracteriza-se pelo total controle das condies ambientais e limnolgicas e seuobjetivo a mxima produo possvel por unidade de rea e tempo, empregando-se aalimentao artificial, favorecendo o aumento da produtividade pisccola associado com amelhoria da produtividade aqutica por meio de adubos e corretivos nos tanques e viveiros.

    A viabilidade econmica destes sistemas, s obtida, com o cultivo de espcies depeixes de valor econmico como a truta, salmo, carpas chinesas, bagre do canal que socriados em tanques-rede, praticadas nos pases asiticos e europeus, o que d uma idia,de como est desenvolvido este sistema de manejo de peixes e com excepcionalrentabilidade.

    No Brasil, o cultivo intensivo atravs de tanques-rede, ensaia os primeiros passoscom a criao de espcies nativas como o Pac (Piaractus mesopotamicus) e Tambaqui(Colossoma macropomum) e seu hbrido Tambac, nos reservatrios de FURNAS e CEMIG.

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    PISCICULTURA EXTENSIVA

    A piscicultura extensiva a utilizao de reservatrios, represas ou lagos, que tenhamcomo principal finalidade outra funo qualquer que no seja a criao de peixes.

    caracterizado por povoamento e repovoamento, onde a produo de peixes dependente dos alimentos naturais produzidos nos diferentes nveis da cadeia alimentardesses ambientes. Neste caso no h interferncia do homem no ambiente (criatrio).

    O controle de peixe nesse ambiente muito difcil. A populao de peixe est emequilbrio quando houver, anualmente, captura satisfatria de peixe de tamanho comercial,pertencentes a diversas espcies de valor comercial.

    A produo de peixes nessas condies, oscila de 15 kg/ha/ano, que a mdia dosgrandes reservatrios construdos para aproveitamento da energia hidroeltrica na regioCentro-Sul do Brasil, at 346 kg/ha/ano, que a produtividade anual mdia obtida pelapesca no aude "Rmulo Campos", o mais produtivo dentre os 100 reservatrios sobsuperviso do DNOCS, no Nordeste.

    Atualmente, o Departamento Nacional de Obras contra as Secas, DNOCS, vemfazendo o inventrio das espcies de peixes existentes nos reservatrios, atravs deesforos de pesca, isto , levantamento da quantidade de peixes capturados por unidade derea e de tempo. De posse do resultado deste inventrio, determina se pode ou nointroduzir espcies novas e, em caso afirmativo, quais devero ser estas espcies. A partirda, torna-se fundamental os estudos das qualidades fsico-qumico e biolgicas desseambiente.

    POTENCIAL AQUICOLA BRASILEIRA

    O Brasil o pas que apresenta o maior potencial do mundo para a produo depescado atravs da aquicultura, tendo em vista a vastido de seu territrio, com mais de 2/3ocupando a regio tropical, privilegiadas e ricas bacias hidrogrficas, onde se destaca abacia amaznica, responsvel por 20% da gua doce do mundo.

    Merecem ainda destacar os 5 milhes de hectares de guas represadas em audes(no Nordeste) e reservatrios construdos para a gerao de energia hidroeltrica ou paraabastecimento urbano e, tambm, a imensidade de seus mais de 8 mil quilmetros de costaque possibilita uma enorme e variada atividade de aquicultura de espcies marinhas.

    Na aquicultura interior, sobressai a piscicultura com criao principalmente de tilpiase diversas espcies de carpas (comum, cabea grande, capim, prateada), os peixes

    redondos (pac, tambaqui e seus hbridos), principalmente nas regies Sul e Centro-Oeste eSudeste, onde comeam a se implantar projetos de mdio e grande porte estimulados pelos"pesque-pagues" existentes.

    Existe, tambm, uma significativa e bem organizada produo de trutas nas reas deguas mais frias (montanhosas) das regies Sudeste e Sul do Brasil. Unidos emAssociaes de classe, os aqicultores buscam parcerias com outras instituies ligadas apesquisa bsica, extenso, industrializao, comercializao, e outras atividadesnecessrias ao estabelecimento de bases cientficas mais firmes, principalmente, aproduo de conhecimento voltada para espcies nativas e passveis de produo em largaescala.

    Deste modo, alm do grande potencial representado pela produo do pac,

    (Piaractusmesopotamicus), do Matrinx (Brycon sp) e da Piracanjuba (Brycon orbignyanus)em tanques redes nos grandes reservatrios o que poder provocar um grande impacto naproduo brasileira de pescado.

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    H tambm, amplas possibilidades de uma produo significativa do Pirarucu(Arapaima gigas) e do Tambaqui (Colossoma macroponum) nas regies Norte e Nordeste,ao que pode acrescentar, tambm, em futuro prximo a criao de diversas espcies como:Pintados (Pseudoplatystoma coruscans), Sorubins (Sorubin sp), para o que ainda h umacarncia de tecnologias que possibilitem maior confiana no retorno dos investimentos quevierem a ser destinados criao desses grandes bagres brasileiros de gua doce, que

    futuramente tambm, iro substituir a to indesejvel bagre africano (Clarias gariepinus).

    POVOAMENTO

    Para produtores que no possuem berrios, colocar os alevinos diretamente notanque, tomando os seguintes cuidados: Deixar o saco plstico por 10 minutos em contato com a gua do tanque sem abrir, aps,

    adicionar um pouco da gua do tanque dentro do saco e aguardar mais 10 minutos. A temperatura ideal da gua do tanque deve estar entre 20 a 28 graus. A gua do tanque deve ter colorao esverdeada (transparncia entre 35-45 cm) A altura lmina dgua do tanque deve estar entre 40 a 60 cm.

    Para produtores que possuem berrios: Fazer a mesma seqncia de aclimatao acima descrita. Utilizar 500 a 800 alevinos/metro cbico. Os alevinos podero permanecer por mais ou menos 45 dias no berrio.

    QUANTIDADE DE PEIXES POR M2DE TANQUE EM POLICULTIVO

    SEM RAO BALANCEADA COM RAO BALANCEADA

    Espcies Proporo Espcies ProporoCarpa hngara/comum 1: 04 m Carpa hngara/comum 1: 01 mCarpa cabea grande 1: 20 m Carpa cabea grande 1: 03 mCarpa capim 1: 100 m2 Carpa capim 1: 16 m2Pac 1: 50 m Pac 1: 08 mBagre africano 1: 10 m Bagre africano 1: 02 mTilpia 1: 04 m2 Tilpia 1: 01 m2

    Exemplo: tanque de 20 x 25 m = 500 m2 Exemplo: tanque de 20 x 25 m = 500 m2

    Espcies Populao Espcies PopulaoCarpa hngara/comum 125 Carpa hngara/comum 500Carpa cabea grande 05 Carpa cabea grande 31Carpa capim 25 Carpa capim 160Bagre africano 50 Bagre africano 250Total 205 Total 941

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    ALIMENTAO DOS PEIXES/DIETA ALIMENTAR

    Todas as larvas de peixe, qualquer que seja a espcie, aps a absoro do sacovitelino, alimentam-se do plncton, sendo que algumas espcies do preferncia ao fito eoutras ao zooplncton. A tilpia, peixe de regime alimentar preferencialmente planctfagos,aps a absoro das reservas contidas no saco vitelino, passa a alimentar-se de algas,

    enquanto que a trara e o dourado, espcies carnvoras, preferem o zooplncton.A utilizao de rao balanceada com 35 a 40 % de protena bruta dever ser dadabem moda (p).

    ALIMENTAO DE ALEVINOS (SISTEMA SEMI-INTENSIVO)

    Na primeira semana

    - 150 gramas para cada 1.000 alevinos ao dia (dividido de 4 a 6 vezes)- de preferncia dar a rao entre 10:00 s 16:00 hs.- Sempre verificar se esto comendo.

    Da segunda semana em diante:

    - adicionar 50 gramas a cada semana at a sexta semana (em torno de 45 dias)

    Exemplo: um tanque com 500 alevinosSEMANA QUANTIDADE DE RAO

    DIRIA (gramas)1 semana 752 semana 1003 semana 1254 semana 1505 semana 1756 semana 200

    A partir de 45 dias, a quantidade de rao a ser fornecida aos peixes, sercalculada atravs do sistema de AMOSTRAGEM.

    AMOSTRAGEM

    Amostrar a cada 15 dias 5% do nmero total de peixes do tanque, sendo que taxa dealimentao ser de 3 a 5 % ao dia.

    Exemplo: um tanque com 1.000 peixes.

    - nmero de peixes amostrados (5%) = 50 peixes- peso mdio encontrado: 100 gramas por peixe.- Peso total dos peixes do tanque (biomassa)

    1.000 peixes x 100g/peixe = 100.000 g = 100 Kg- taxa de alimentao de 3 a 5%/dia

    5 % de 100 Kg = 5,0 Kg de rao por dia

    - freqncia: 4 a 6 vezes ao dia- horrio entre 10:00 e 16:00 hs.

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    ALIMENTAO ALTERNATIVA (SISTEMA SEMI-INTENSIVO)

    INGREDIENTES: 10 Kg de abbora ou batata ou mandioca + 2 Kg de soja moda + 3 Kg demilho modo (misturar tudo e cozinhar). Aps acrescentar: 300 g de concentrado inicial defrango + 300 g de farinha de carne ou farinha de osso.

    ESPCIES DE PEIXES TROPICAIS

    CARPA COMUM/HNGARA: Onvora (come de tudo), muito resistente, reproduz emcativeiro, baixo valor comercial.

    CARPA CAPIM: Herbvora (consome 40 a 60 % do peso vivo/dia), no come rao, baixovalor comercial, no procria em tanque.

    CARPA PRATEADA: Fitoplanctfaga (come algas), no procria em cativeiro, boacapacidade de filtragem, baixo valor comercial (excesso de espinhos).

    CARPA CABEA-GRANDE: Onvora (come de tudo) vive no fundo do tanque, aceita raopeletizada, no procria em cativeiro, carne de boa aceitao.

    TILPIA: Fitoplanctfaga (come algas), e detritos orgnicos, aceita rao, carne (fil) detima qualidade, tamanho ideal para comercializao 450 a 500 gramas, boa conversoalimentar (come 1,0 Kg de rao e produz entre 0,9 a 1,0 Kg de peso).

    BAGRE AFRICANO: Onvoro (come de tudo), aceita bem a rao, boa converso alimentarcarne de tima aceitao e comercializao, tamanho ideal para comrcio 0,8 a 1,2 Kg.

    PAC: Onvoro (come de tudo), exige melhor qualidade de rao com maior qualidade deprotena, timo valor comercial, tamanho ideal para a comercializao 1,0 a 1,5 Kg.

    ASPECTOS DE SANIDADE

    Sinais clnicos

    - No come. - Nada lentamente.- Pele escura. - Permanece muito na superfcie da gua.- Natao anormal. - Destruio das nadadeiras- Nadadeiras coladas ao corpo. - Excesso de muco nas guelras.

    O PRODUTOR DEVE OBSERVAR OS PEIXES DIARIAMENTECUIDADOS COM O TANQUE

    1 - FALTA DE OXIGNIO

    A falta de oxignio no tanque motivada por vrias razes. Entre elas as maiscomuns podem ser:

    1excesso de algas2excesso de peixes

    3origem da gua

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    Podemos notar a falta de oxignio dentro dos tanques, quando os peixes vem nasuperfcie da gua e ficam bebendo na camada superficial. Este fato ocorre de manh bemcedo (alvorecer), quando os tanques esto bem adubados e os plnctons bemdesenvolvidos

    Outro ponto que facilita identificar a falta de oxignio, observando se os peixes nose espantam, quando nos aproximamos. Parecem embriagados.

    Quando estes problemas estiverem acontecendo, necessrio que se tome as seguintesprovidncias.

    Retirar os peixes que estejam com problema e tentar identificar o problemaSuspender a adio de adubao orgnica.Aumentar a entrada de gua, desde que seja de melhor qualidade que a do tanque.

    2 - VEGETAO AQUTICA

    Outro problema que temos que enfrentar na piscicultura a invaso de plantas

    aquticas no tanque.Muitos tanques tornam-se improdutivos, pois as tiriricas e taboas, tomam conta do

    tanque. E, as vezes muitos locais onde a construo de um pequeno aude formaria umbom viveiro, so prejudicados pela presena de vegetais.

    No aparecimento de vegetao dentro do tanque, devem ser eliminadas arrancando-se o vegetal. A taboa, por exemplo, deve ser arrancada, no adianta roar, queimar e enchero tanque no intuito de afogar a taboa. Ela se desenvolver mais saudvel ainda.

    Existem herbicidas que podem controlar estas ervas. Entretanto, sua aplicaodever ser acompanhada por um tcnico para evitar acidentes.

    Tanque com vegetao ter sempre peixe pequeno. Tanque limpo peixes grandes.

    PREDADORESTodos

    A alimentao dos peixes pelo plncton pode-se dar direta ou indiretamente. Algunsdeles podem ingerir diretamente os organismos planctnicos, entretanto, para muitos outroso fitoplncton constitui apenas um elo inicial da cadeia alimentar, pois que ele serve dealimento a protozorios e estes a rotferos, microcrustceos, larvas de insetos, vermes eoutros animais que por sua vez constituem o alimento dos peixes. Mesmo os peixescarnvoros, comem outros peixes que se alimentam dos organismos planctnicos.Atingida a fase de alevino o regime alimentar do peixe defini-se, porm existem certas

    espcies que permanecem fitoplanctfagas durante toda a vida.De acordo com a natureza do alimento, as espcies so classificadas em: herbvoras,

    carnvoras, onvoras e detrifagas (incluindo plncton), mas tambm so reconhecidas asespcies ilifagas e algumas que poderiam ser chamadas de especialistas, embora todas asoutras citadas tambm sejam especialidades.PLANCTVOROS OU PLANCTFAGOS

    So assim denominados os peixes que se alimentam predominantemente deplncton. Classificam-se em:

    1. Tilpia

    Durante seu primeiro estgio de crescimento, que vai do nascimento at atingir 3,5cm de comprimento, a tilpia rendalli alimenta-se exclusivamente de fitoplncton e nesteestgio. No segundo estgio de crescimento, de 3,5 at 10 cm de comprimento, d-se uma

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    transio alimentar de algas para vegetais superiores e finalmente no terceiro estgio, de 10cm em diante, a alimentao feita exclusivamente na base de vegetais superiores.Entretanto, outras espcies do gnero Tilapia, como T. galillaea e T. esculenta, soexclusivamente fitoplanctfagas, alimentado-se de algas durante toda sua vida.

    HERBVOROSSo peixes que selecionam alimento vegetal vivo: vegetais superiores, macro emicroalgas bentnicas e fitoplncton.Embora o peixe que se alimenta de fitoplncton possa ser denominado herbvoro, essaexpresso mais apropriada para os que se alimentam principalmente de vegetaismulticelulares.

    CARNVOROSSo peixes que selecionam alimento animal vivo, incluindo zooplncton.

    Nos rios e pequenos lagos, os insetos tm uma importante participao na dieta dopeixe, os quais, geralmente, esto presentes o ano inteiro, embora estejam mais disponveis

    na poca das cheias. Os insetos adultos podem flutuar ou afundar, ao carem na gua ouser carregados pela chuva, podendo tambm ser capturados por peixes especializadosquando pousam perto da superfcie da gua. Entre as formas larvais, as de vida aquticaso mais usadas como alimento, mas tambm so aproveitadas larvas terrestres.O canibalismo geralmente funciona como uma forma de autocontrole populacional,acentuando-se quando as condies de alimentao so inadequadas ou por conveninciade adultos.

    ONVOROSSo peixes que utilizam alimento animal e vegetal vivo, em partes bastante equilibradas.Quando h um certo domnio de algum dos itens.1. Carpa (Cyrpinus carpio)

    A carpa foi introduzida no Brasil, em princpios deste sculo, sendo originria da sia.Trata-se de peixe cujo hbito alimentar podemos classificar como sendo onvoro, mas quepode alimentar-se de plncton toda a vida.

    As carpas, do ponto de vista da alimentao so muito fceis de serem identificadas,tendo-se encontrado em seu estmago, muitas vezes, uma alimentao unicamente vegetalcomposta de pequenos fragmentos de folhas, pedaos de madeira, de razes, de algas.

    Ela ataca os invertebrados e pode mesmo alimentar-se de peixes e at de suesprprios alevinos, mas o plncton que constitui sua alimentao de base. Consome

    essencialmente o zooplncton que se alimenta ele prprio do fitoplncton.DETRITVOROS

    So peixes que se alimentam de matria orgnica de origem animal em putrefaoe/ou matria vegetal em fermentao.

    ILIFAGOS

    So peixes que ingerem substrato formado por lodo ou areia, que por si s norepresenta um tipo de alimento. O substrato ingerido porque nele so encontrados os

    alimentos procurados (animal, vegetal ou detrito) sendo que esses peixes contam com umaparelho digestivo adaptado para selecion-lo.

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    Os principais alimentos includos no lodo: 1 - organismo microscpicos de superfcie;2 - detrito planctnico sedimentado; 3 - detrito de macroflora; 4 - detrito de fauna nectnica ebentnica; 5 - matria coprognica; 6 - detrito orgnico e 7 - detrito inorgnico.1. Curimbat (Prochilodus scrofa)O curimbat o peixe mais comum dos nossos rios, principalmente em So Paulo, ondeocorre na proporo de 70% do total dos vrios peixes. uma espcie de dentio atrofiada,

    que se alimenta de algas contidas no lodo. Estes peixes possuem um estmago musculoso,semelhante moela das aves, adaptado portanto, a digerir a carapaa silicosa dasdiatomceas. Estas constituem seu principal alimento, o que foi constatado atravs deestudos do contedo estomacal desses peixes.2. Saguir (curimatussp)Peixe destitudo de dentio, de tamanho pequeno e muito comum em nossas guas, querparada, quer corrente. Alimenta-se o saguir da matria orgnica contida no lodo,especialmente das algas.3. Cascudo (Plecostomussp)O regime alimentar dos cascudos muito especializado, pois se alimentam exclusivamentede algas, dando preferncia aos locais pedregosos onde estas se acumulam. Nunca se

    conseguiu criar uma s larva desse peixe com microcrustceos.A preferncia dos cascudos pelas algas de tal ordem que quando presos em

    aqurios durante algum tempo, aderem aos vidros, limpando-os das algas que ai costumamacumular-se, da serem chamados de "limpa-vidros".

    ESPCIES DE PEIXES EXTICAS NO BRASIL

    Embora exista grande potencialidade das espcies nativas, a seleo de espcies para aaquicultura um problema srio devido a falta de conhecimento e tecnologia adequada parao cultivo comercial das espcies nativas.Entre 1882 e 1995, foram introduzidos no Brasil com finalidade de cultivo as seguintesespcies de peixes:Black bass - Micropterus salmoidesBagre do Canal (Cat-fish) - Ictalurus punctatusBagre Africano - Clarias gariepinusCarpa Comum - Cyprinus carpioCarpa cabea grande -Aristichthys nobilisCarpa prateada - Hypophthalmichthys molitrixCarpa capim -Ctenopharyngodon idellaSalmo de gua Doce - Salmo salarTruta Arco-ris - Salmo Irideus

    Tilpia do Nilo - Oreochromis (Sarotherodon) niloticusTilpia de Zanzibar - Oreochromis (Sarotherodon) hornorumTilpia rendalli - Tilapia rendalliTilpia mossambica - Oreochromis (Sarotherodon) mossambicus

    ESPCIES DE PEIXES NATIVASOs peixes nativos estudados at a dcada de 1980 e de interesse para a piscicultura,

    eram na sua maioria de hbito carnvoro, e, se prestavam mais para piscicultura semi-intensiva e a extensiva. Estas espcies apresentaram srias dificuldades em serem criadas

    em piscicultura intensiva, quer pela baixa converso alimentar, quer pelo problema defornecimento contnuo de peixes forrageiras que servem de alimentos e que tornam,

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    inviveis em sistema de monocultivo. Podem citar o tucunar, apaiari, trara, trairo, peixe-rei, pescada do Piau e outros.

    Entretanto, a partir da dcada de 90, comearam a pesquisar espcies maispromissoras destacando-se aquelas pertencentes ao gnero Colossoma (tambaqui,pirapitinga e pacu), matrixan, piracanjuba e piramutaba, piapara e piava.De todas estas espcies, o tambaqui, Colossoma macroporum e o pacu, Piaractus

    mesopotamicus e seus hbridos (principalmente o Tambac) tem merecido maior atenopor parte dos pesquisadores, devido ao seu hbito alimentar, facilidade de manejo, eadaptao ao arraoamento. Embora no tenha tcnicas plenamente conhecidas quanto aosaspectos relativo sua biologia, autoecologia e estudos mais detalhados a respeito de seusrequerimentos nutricionais; os resultados obtidos relacionados com a reproduo induzida ecultivo experimental em tanques e viveiros, fazem com que estas espcies sejamconhecidas como as de maior potencial para a piscicultura de guas tropicais em todo omundo

    PISCICULTURA E A LIMNOLOGIA

    Piscicultura um ramo da Zootecnia que se preocupa com a criao de peixes.Limnologia o estudo do conjunto das variveis hidrolgicas fsico, qumico e biolgicas dasguas doces.

    Desta forma, a ligao da limnologia com a piscicultura torna-se evidente enecessria, j que a prtica da piscicultura feita em grande parte em corpos dgua doces.

    Tanto no trabalho de piscicultura intensiva como a extensiva, de fundamentalimportncia o estudo limnolgico, no local escolhido, pois permitir o conhecimento de todasas inter-relaes existente entre os fatores biolgicos e abiticos do ecossistema aqutico.

    Um dos objetivos do estudo limnolgico a determinao da cadeia alimentar em umdado ambiente, principalmente quando esse ambiente poder tornar produtiva em termos daproduo protica para todas as populaes desta cadeia produtiva.

    Ao colocarmos algum peixe em um determinado ambiente (por exemplo reservatrio,ou represa), temos que conhecer a cadeia alimentar desse ambiente. Com esteconhecimento podemos intervir nesse ambiente para melhor-lo com o objetivo de aumentara produo desse dado peixe.

    Em sntese, s possvel o desenvolvimento de peixe em um dado ambiente quandoconhecemos perfeitamente esse ambiente sob os aspectos limnologicos.

    No podemos esquecer que o equilbrio do ecossistema muito importante para apreservao da fauna pisccola. Portanto, o homem tem que aprender a viver emmutualismo com a natureza. H muito o que ganhar quando se pode transformar interaes

    negativas em positivas.1. Perspectivas de maior integrao das pesquisas em limnologia e aquiculturaNos estudos limnolgicos a mdio e a longo prazos e, em sistema dos corpos de gua rasose especialmente em viveiros de piscicultura, so necessrios o planejamento e criao deuma srie histrica de dados confiveis que levaro a um melhor entendimentos dofuncionamento desses sistemas contribuindo simultaneamente para elaborar as inter-relaes de ajustes para os aspectos, aplicados para maximizao da produtividadesecundria. Seja pela natureza descontnua e rotineira com que os viveiros so utilizadosem aquicultura (calagem, adubao. alimentao, esvaziamento, etc.) ou pela nopercepo da necessidade dos estudos (por exemplo efeitos negativos e/ou positivo da

    liberao de nutrientes armazenados no sedimento para a produtividade primria), no hbancos disponveis e confiveis para fazer uma previso a curto prazo para que asvariaes interanuais no favorveis sejam previstas com eficincia.

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    Limnologistas e aquicultores necessitam de mais pesquisas integradas abordando osproblemas aplicados a aquicultura.Diversos temas abordados na limnologia moderna como: a manuteno da qualidade deguas naturais; a eutrofizao culturais, a introduo de espcies exticas, a perda dabiodiversidade e a biomanipulao so assuntos intimamente ligados aquicultura.

    ANATOMIA DOS PEIXES/DIGESTOA observao da anatomia dos peixes permite obter informaes bsicas de seus hbitosalimentares, e um exame atento do aparelho digestivo oferece boa estimativa do alimentopreferido ou, ao mesmo, pode servir para orientar estudos sobre sua alimentao.A descrio anatmica adquire sua maior importncia quando relacionada ao alimentoconsumido, porque assim compreendemos melhor o funcionamento de cada rgo do tratodigestivo.O aparelho digestivo dos peixes constitudo de: boca, cavidade oro-branquial, esfago,estmago, intestino e glndulas anexas. Trato digestivo, refere-se aos rgos

    compreendidos entre a boca e o intestino (reto) e, tubo digestivo, refere-se aos rgos doesfago at o reto.

    BOCACorresponde abertura anterior da cavidade oro-branquial. Sua posio, formato e tamanhoesto intimamente relacionados aos hbitos alimentares e, em especial, forma deapreenso do alimento.

    CAVIDADE ORO-BRANQUIAL um aparelho tpico dos peixes, com duas funes principais que do origem a seu nome: areteno e manipulao de alimento e a passagem da gua usada na respirao branquial.Tambm chamada de cavidade bucal por analogia dos vertebrados terrestres.Nas paredes da cavidade, podemos encontrar todas ou a maior parte das terminaesnervosas da gustao e glndulas secretoras de muco. No epitlio das guelras, clulasespeciais eliminam sais nos peixes marinhos. Entre os rgos relacionados alimentao,encontramos os rastros e diversos tipos de dentes. A esptula farngea em Teleostei tem afinalidade de espremer gua dos alimentos.1. DentesNos peixes, podemos encontrar dentes nas maxilas (maxilar inferior, maxilar superior e

    premaxilar), no vomer, nos palatinos, na lngua, na faringe e nos lbios. Como a maioria dospeixes (carnvoros) ingere seu alimento inteiro, a funo mais comum dos dentes dasmaxilas a de segurar o alimento, auxiliados pelos dentes do vomer, dos palatinos e dalngua. Mas as maxilas tambm podem apresentar dentes especializados para triturar,raspar e cortar. Placas faringeanas com dentes ou simplesmente dentes faringeanos tm afuno de triturar alimentos. Em Mugilidae, encontramos dentes nos lbios, utilizados pararaspar algas fixadas em substratos duros.2. RastrosSo formaes cartilaginosas ou sseas geralmente alongadas, enfileiradas na parteanterior dos arcos branquiais (s vezes duas fileiras por arco) com a finalidade de reter, porfiltragem, alimentos pequenos que poderiam escapar entre os arcos branquiais junto com a

    gua usada na respirao.A observao das caractersticas dos rastros pode oferecer uma boa idia sobre a dietaalimentar do peixe, porque esses rgos apresentam adaptaes diretamente relacionadas

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    ao tamanho do alimento preferencial. Mudanas ontogenticas, espaciais e temporais notamanho dos alimento, geralmente, ocasionam mudanas nas caractersticas dos rastros.Espcies estritamente planctvoras, que consomem presas do mesmo tamanho ao longo davida, mantm o mesmo espao entre os rastros, acrescentando rastros conforme cresce aexemplar. Nas espcies planctvoras, os rastros esto presentes nos quatro arcosbranquiais, sendo geralmente mais numerosos no primeiro arco, mas tambm podem ser

    mais numerosos no segundo, como em Sardinella brasiliensis.Nas espcies carnvoras, os rastros geralmente s esto presentes no primeiro arcobranquial. Espcies que conservam o mesmo nmero de rastros at a fase adulta, narealidade, esto mudando o tamanho absoluto de suas preferenciais devido ao espaamentocada vez maior entre eles.

    ESFAGO um rgo tubular que serve de passagem entre a cavidade oro-branquial e o estmago,geralmente curto, mas pode ser longo dependendo do comprimento do corpo do peixe eda posio do estmago. O duto pneumtico da vescula gasosa geralmente abre noesfago das espcies fisstomas.

    ESTMAGONa maioria dos peixes uma dilatao do tubo digestivo onde os alimentos so mantidos otempo necessrio para realizar a digesto cida. Sua mucosa interna forma sulcoslongitudinais e sinuosos que desaparecem quando o estmago se expande com a entradados alimentos.Os estmagos podem ser retos, ou ter forma de "U" ou "Y". O tamanho do estmago e suadilatao mxima esto limitados pelo espao da cavidade celomtica.Em Mugilidae, o estmago dividido em duas pores, uma anterior (cardaca) de paredesfinas e outra posterior (pilrica) de paredes grossas, que tem por funo triturar o alimento. Amesma caracterstica observa-se em Prochilodus platensis, e em Prochilodus scrofa eCurimata insculpta, mostrando que tal caracterstica anatmica comum em espciesilifagas. Mas tambm ocorre no planctvoro Sardinella brasiliensis.Em espcies fisstomas, o duto pneumtico pode tambm ter sua entrada pelo estmago.Quando o duto abre no esfago, fcil entender como funciona, considerando que oesfago s serve de passagem para o alimento, mas quando a abertura ocorre noestmago, de se esperar algum processo fisiolgico que permita ao estmago funcionarcomo passagem de ar vescula gasosa e como rgo digestivo. Os SiluriformesHoplosternum, Ancistruse Plecostomus, que engolem ar e absorvem oxignio atravs dasparedes do tubo digestivo possivelmente tambm apresentam padres especiais deevacuao.

    Algumas espcies de peixes no tem estmago, apresentando todo o tubo digestivo com aaparncia do instestino embora possa ocorrer um pseudo-estmago, chamado bulbointestinal, o qual pode ou no ter diferenciao histolgica em relao ao verdadeirointestino, sendo reconhecido visualmente somente quando tem contedo. A ausncia deestmago caracterstica em espcies que ingerem alimentos com altos teores desubstncias alcalinas , indigerveis ou de fcil digesto (areia, lodo, celulose, coral), porqueseriam difceis de serem transportados atravs de um estmago, alm de inviabilizarem adigesto cida. Mas tambm ocorre em peixe-voador que aparentemente no apresentadieta especializada.A ausncia de estmago pode ocorrer em diversas categorias taxonmicas e, inclusive, emuma mesma categoria podemos encontrar espcies com e sem estmagos. Entre as taxas

    que apresentaram espcies de peixes sem estmagos temos: Holocephali, Cyprinidae,Catostomidae, Cobitidae, Locaricariidae, Neoceratodus, Gobiesocidae, Cyprinodontidae,

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    Poecilidae, Atheriniformes, Syngnathidae, Labridae, Scaridae, Blennidae, Callionymidae,Gobiidae, Acanthuridae, Molidae.

    INTESTINO um rgo geralmente tubular por onde transita o alimento e no qual ocorre a digestoalcalina e a absoro dos nutrientes. So trs os tipos mais freqentes: em forma de

    verdadeiro espiral (em Heptranquias perlo), em forma de anis superpostos com umpequeno orifcio de comunicao no centro (emAlopias superciliosus) e em forma de lminaenrolada (em Prionace glauca). Nos demais Osteichthyes, o intestino geralmente tubular ecom essa forma o aumento ou a diminuio da superfcie de absoro controlada pelomaior ou menor comprimento do intestino. Espcies de Prochilodusapresentam pregas namucosa com a provvel funo de ampliar a superfcie de absoro.No final do intestino, diferencia-se o reto, reconhecido por ter uma grossa camada musculare maior nmero de clulas em copa do que o intestino. Em Gambusia affinis, uma vlvulasepara o intestino do reto.

    CECOS INTESTINAISSo formaes tubulares com fundo cego e com abertura geralmente situada na regiopilrica do intestino (cecos pilricos), embora alguns exemplares de algumas espciesapresentem a abertura localizada entre a poro pilrica e o reto. A estrutura histolgica semelhante do intestino e supe-se que tm por funo aumentar a rea de absoro dointestino e talvez possa servir tambm para armazenar alimento. Peixes sem estmago notm cecos.Considerando que no estmago ocorre digesto cida, que no intestino a digesto alcalina, que os cecos esto situados principalmente no incio do intestino e que os peixessem estmago no tem cecos, possvel que, ao menos, uma das funes dos cecos seja ade aumentar o pH do bolo alimentar para ton-lo alcalino e assim deix-lo pronto para serrapidamente aproveitado desde a poro inicial do intestino.

    GLNDULAS ANEXASOs peixes no possuem glndulas salivares, mas em compensao tm glndulas de mucona cavidade oro-branquial. O fgado, como em todos os vertebrados, tem como funoprincipal preparar as substncias nutritivas, provenientes da absoro intestinal, para seremaproveitadas pelo organismo e, entre os peixes, tambm importante a funo de estocargordura (til para diminuir o peso especfico do peixe, mas determina que sua estrutura fiquepouco consistente). A maioria das espcies possui vescula biliar.

    O pncreas geralmente difuso, sendo compactado em poucas espcies, como em:Elasmobranchii, Dipneusti e Siluriformes. Quando difuso, devido ausncia de dutopancretico, as secrees so depositadas no fgado e encaminhadas ao intestino junto coma bile.

    REPRODUO DOS PEIXESUma questo-chave no sucesso de qualquer criao a manuteno e preparo corretos dereprodutores (machos e fmeas). Fatores como espao, disponibilidade de alimento natural,temperatura, sanidade e manuseio repercutem diretamente sobre o desenvolvimentogonadal, influenciando positiva ou negativamente a produo de alevinos.

    Durante o desenvolvimento das gnadas h uma grande exigncia, pelos reprodutores decondies ambientais ticas, como espao satisfatrio, sem competio por alimento oufontes indutoras de "stress", tais como, barulho, predadores e outros.

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    A densidade de estocagem, ou seja, a quantidade de peixe colocada no viveiro, estrelacionada com teores de oxignio e alimentao, mas, como regra geral, usam-se 100-300reprodutores/ha, ou at 200 kg/1000 m2.

    QUALIDADE DA GUAAlguns aspectos, como o oxignio, merecem ateno especial. Nos viveiros de reproduo,

    o teor de oxignio no pode ser inferior a 4 mg/l , pois repercutiria negativamente nometabolismo e, em conseqncia, no desenvolvimento gonadal dos peixes.Para o bom desenvolvimento corporal (crescimento) e performance reprodutiva, existe umafaixa de temperatura tima de gua para os peixes. De uma maneira geral, para as espciestropicais, como carpa, tambaqui, pacu e outros, o ideal de temperatura localiza-se entre 20 a27o C, sendo toleradas temperaturas extremas de 15 a 35o C, porm com suspenso deingesto de alimentos e aumento de susceptibilidade a doenas.Diversos outros parmetros so importantes, mas imprescindvel a ausncia de qualquersubstncia txica (detergentes, inseticidas, etc.), na gua que abastece os viveiros.

    ALIMENTAO

    O desenvolvimento gonadal determinado pela qualidade da rao administrada durantetodo o perodo reprodutivo dos peixes.Atravs do direcionamento da alimentao, pode-se estimular o desenvolvimento gonadal,antecipando-se, dessa forma, o prximo perodo de reproduo. Neste contexto, o alimentonatural desempenha papel fundamental, devendo existir em abundncia j nos viveiros deestocagem de matrizes.Deve-se ter em conta que os peixes, logo aps a desova, perdem de 10 a 20% de seu pesocorporal, necessitando, portanto, de um alimento rico em energia para recompor oorganismo e ter condies para o incio de novo ciclo reprodutivo. Aqui recomenda-se o usode cereais como o milho, sorgo etc.Do meio do ciclo reprodutivo para o final, a energia disponvel deve diminuir, e a qualidadede protena, aumentar paulatinamente, a fim de favorecer a formao dos gametas e umemagrecimento (queima de gordura abdominal) dos peixes. Nessa fase, o uso de soja e/ouprotena de origem animal como farinhas de carne, peixes, vsceras ou outras, indicado.Na fase preparatrio os animais devem receber o mnimo de rao possvel, cerca de 1-2%do peso vivo, porm rica em protenas (cerca de 30-35%), vitaminas e minerais, de tal formaque, ao iniciarem-se os trabalhos de hormonizao, os peixes se apresentem saudveis,com bom aspecto, mas com nenhuma ou pouca gordura abdominal, o que facilita a liberaodos gametas.

    DESPESCA E TRANSPORTEA captura e o transporte de reprodutores precisam ser feitos com cuidado, para notraumatizar os peixes. So empregados comumente sacos de aniagem, passos tipo toalhaou saco de algodo para acar. No se usam pus confeccionados com redes de nylon oumaterial semelhante, pois provocam ferimentos cutneos.Recomenda-se o uso de tranquilizantes, tipo triclorobutanol (1, 1, 1 tricloro-2-metil-propanol-Merck) (TBC). Para facilitar a mistura com gua, dissolvem-se 600 g TBC/l etanol. Comotranqilizante, usa-se um quarto da dose anestsica. Outro tranqilizante muito empregado a quinaldina, na dose de 1-2 ml /100 litros de gua/10 min.O uso de tranqilizante indicado tambm no transporte de reprodutores, o que se deveprocessar em recipientes de 1-2 m3sem cantos vivos internamente e com paredes lisas, se

    possvel com aerao artificial.

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    PROFILAXIA E HIGIENEAntes de serem colocados nos tanques de hipofisao, os peixes devem ser examinadospara averiguao de seu estado sanitrio. S se empregam estes tanques em reproduo

    de peixes sadios.Para combater parasitas e bactrias superficiais, pode-se empregar formol comercial, diludo1:3000 (1 litro de formol em 3000 litros de gua) em banho de 30 min. Como existemdiferenas de sensibilidade por espcie de peixe, e em funo do tipo de gua, semprebom fazer testes com poucos exemplares, antes de tratar todo o lote afetado.Na desinfeco de incubadoras, tanques de hormonizao e instalao, pulveriza-se comformol diludo 1:1000 deixando atuar no mnimo por 15 min.Aps a desova, antes de se colocarem os reprodutores nos tanques de recuperao, pode-se banh-los em soluo de sal grosso 2-5% (2 kg para cada 100 litros de gua para algunsminutos).Um cuidado extra a aerao durante todo o tratamento, para garantir oxignio suficiente

    aos peixes.

    TAMANHO DO PLANTELO dimensionamento do plantel de reprodutores depende do nmero de alevinos que sedeseja produzir, bem como da qualidade de ovos produzidos por fmeas.A proporo sexual outro fator importante no tamanho do plantel, considerando-se para ascarpas e colossomas a relao cinco fmeas para dois machos como suficiente.O Quadro 1 mostra a produtividade das principais espcies trabalhadas na regio Sudestedo Brasil.QUADRO 1 - Produtividade das Principais Espcies de Peixes Trabalhadas na RegioSudeste

    Quantidade de Ovos Quantidade de Produo em 1

    Espcies por kg/p.v. porprodutora

    Alevinos1/

    Ano (kg)2/

    Carpa -espelho

    100.000a200.000

    100.000a1.500.000

    28.000 a400.000

    25.000 a 380.000

    Carpa - capim 60.000a120.000

    200.000a1.000.000

    56.000a280.000

    45.000 a 225.000

    Pacu 50.000a100.000

    80.000a500.000

    135.000a140.000

    32.000 a 125.000

    Tambaqui 100.000a200.000

    1.000.000a2.000.000

    280.000a560.000

    250.000a500.000

    TilpiaNiltica

    700a2.000

    140a400

    714a2.040

    350a 3/1.000

    1/Considerou-se uma taxa de fertilizao e ecloso de 70%, com 40% de sobrevivncia atum ms2/Perda de 10%3/Aceitam-se seis desovas por ano, com 15% de perdas.

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    IMPORTNCIAA fauna ctica constitui-se num recurso alimentar importante, sendo uma fonte proticaacessvel atravs da explorao direta das populaes naturais. Embora essas populaese peixes paream inesgotveis, a ao antrpica muito tem contribudo para a sua reduo,tornando-se inevitvel que populaes mundiais tornem-se cada vez mais dependentes de

    peixes cultivados artificialmente. necessrio considerar que o ambiente aqutico um meio no qual o acesso e apenetrao de agentes patognicos tornam-se facilitados e o confinamento dos peixesfavorece ainda mais o aparecimento de doenas.Assim, o estudo de agentes causadores de patologias nos peixes um campo de crescenteimportncia em virtude da expanso mundial da piscicultura, pois sabe-se que estes agentespodem provocar elevadas taxas de mortalidade, reduo das capturas ou diminuio dosvalores comerciais dos exemplares atacados. necessrio destacar que no Brasil existem rarssimos estudos com o objetivo de se testara eficincia e os efeitos secundrios de drogas utilizadas no combate aos parasitas depeixes, principalmente no que se refere aos peixes criados na piscicultura intensiva.

    TRATAMENTOSNo caso da maioria das parasitores, a principal dificuldade encontrada no tratamento decorreda impossibilidade de diagnosticar a doena logo no incio. Quando se nota que o peixe estatacado, ele j se apresenta debilitado, razo pela qual poder no responder aos vriostipos de tratamentos preconizados. Pode-se afirmar que nas criaes intensivas, feitas emtanques de mdio e grande porte e quando as infestaes /infeces so macias, nenhumtratamento eficaz pode ser indicado. Deve se adotar como medida importante verificar se osmedicamentos tem a propriedade de atuar sobre as formas infestantes/infectantes, sem oque fatalmente fracassar. Outra estratgia que pode ser adotada quando da utilizao dequalquer droga, tentar elevar a temperatura de gua para entre 28 e 30o C. Com essamedida, reduzir-se- a taxa de oxignio dissolvido da gua, dificultando a sobrevivncia doparasita, que no vive sem a presena deste gs. Isso porm inegvel, se considerarmosgrandes volumes de gua.Considerando as informaes acima destacadas, pode-se chegar concluso que torna-seinvivel o tratamento de peixes acometidos por parasitores nos seus respectivos tanques decriao (engorda). Se for tentado qualquer tipo de tratamento, parece ser indicado autilizao de tanques especiais para esta finalidade, com um volume de gua menor econhecido, o que facilitar, inclusive a diluio do medicamento e permite controlar aliberao das drogas utilizadas para o ambiente, pois, segundo a maioria dos autores, essesprodutos so prejudiciais flora e fauna em geral. Muitas vezes mais conveniente, e

    freqentemente menos caro, no efetuar nenhum tratamento, visto, na maioria das vezes,no haver comprovao cientfica de sua eficcia, alm de no ser possvel prever aextenso do prejuzo que estes produtos causam quando liberados no ambiente. Nessecaso melhor sacrificar o plantel, drenar a desinfetar o tanque, e a seguir, recomear acriao.Sugere-se ainda realizar profilaxia nos alevinos e adultos, adquiridos para criao,reproduo e ou venda destes indivduos. Isso pode ser feito, utilizando-se a seguir, ospeixes em tanques de quarentena pelo tempo necessrio. Os banhos mais utilizados so osseguintes:SAL COMUM- 10 g/l (alevinos) a 20 g/l (adultos) de gua, por um perodo de 24 horasPERMANGANATO DE POTSSIO- 1 g/50 litros por um perodo de 1 hora

    VERDE MALAQUITA- 1 g/100 litros por um perodo de 1 horaFORMALINA- 1ml de formol comercial para 5.000 ml de gua por um perodo de 10 minutos.

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    PRODUTOS

    A seguir, listamos algumas drogas que podem ser utilizadas no tratamento determinadas parasitoses de peixe. A utilizao dos produtos abaixo descriminado deve ter

    acompanhamento tcnico de um especialista no assunto:AZUL DE METILENO- diluio recomendada: 1 a 3ml de azul de metileno por 1.000 ml degua, durante 48 horas. Segundo a maioria dos autores o produto prejudicial flora emgeral.CLORETO DE SDIO- diluio recomendada: solues de 3 por 1.000, permanecendo ospeixes por cerca de 24 horasPERMANGANATO DE POTSSIO- diluio em soluo 1g por 1 litro, 60 minutosVERDE MALAQUITA- 1 grama para 10 metros quadrados de superfcie duas vezes ao dia,em dias alternados, durante 10 dias; ou 15 mg por litro de gua, dose nica, durante 10 dias.No deve ser aplicado em peixes que vo ser usados de imediato como alimento para sereshumanos.

    FORMALINA- diluio em soluo com 1 parte de formalina par 4.000 partes de gua.Deixar os peixes permanecerem na soluo por cerca de 60 minutos. Aplicar em diasalternados at a cura completa. Utiliza-se esta soluo no combate ictiofitirase e aosmonogenticos de brnquias e de pele.DIPTEREX E OUTROS INSETICIDAS- estes produtos so utilizados no combate lerniose,porm deve ser atendidas as seguintes recomendaes:Os inseticidas no devem ser usado nos peixes que se destinam ao consumo humano(utilizar apenas nos reprodutores).O uso freqente produz resistncia dos parasitas aos produtos, diminuindo sua eficcia.trata-se de um produto caro e de difcil aplicao, principalmente em grandes tanques , almde ter efeito prejudicial ao ambiente.No se recomenda o uso de antibiticos para combater qualquer parasitose de peixes, poisesses produtos no so indicados para essas patologias, alm do fato de serem caros e suautilizao de maneira indiscriminada pode trazer prejuzos imprevisveis para o ambiente

    TOXICOLOGIA DE PESCADOEstatsticas publicadas pela Organizao Mundial de Sade (O.M.S.) constatam que asinfeces bacterianas constituem a maioria das doenas transmissveis pelo pescado. Elaspodem ser devidas contaminao direta do produto com gua contaminada ou contaminao secundria atravs de descarga, processamento, estocagem, distribuio e

    preparo para o consumo.A contaminao direta do pescado com gua contaminada de particular importncia,quando os produtos so consumidos crus ou aps tratamento trmico brando. Acontaminao secundria tem, em geral, maior importncia nas regies em que imperamcondies sanitrias deficientes.O homem por sua vez, ao alimentar-se de peixes e outros animais contaminados, tambmse contamina gradativamente, pois o efeito acumulativo, podendo inclusive refletir-se nagerao seguinte, atravs do leite materno contaminado.

    ALTERAES POS-MORTEM DO PESCADORigor-mortis

    Imediatamente aps a morte do pescado, a musculatura se apresenta branda eflexvel. Nessa etapa, o tecido est vivo, e o msculo se contrai com um estmulo eltrico(pr-rigor).

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    Depois de um certo tempo, o tecido muscular se contrai e diz-se que o pescado estem rigor-mortis. Minutos, horas ou dias aps, o msculo novamente se torna flexvel, dandopor encerrado o rigor-mortis (ps-rigor). O tempo de entrada e sada do rigor-mortis influenciado por uma srie de fatores, tais como:- No pescado plano, o rigor se desenvolve mais lentamente do que no redondo;- No pescado de tamanho pequeno, o rigor mais ativo, entrando e saindo em rigor mais

    rpido do que no pescado de tamanho maior.A durao do rigor depende da temperatura ambiente e quanto mais baixa for, maior otempo em rigor.Deteriorao do Pescado

    Logo aps a morte do pescado, iniciam-se os processos de deteriorao. O pescado um dos alimentos mais perecveis, devido a seu elevado contedo de metablitos de baixopeso molecular, assim como de aminocidos livres que so facilmente disponveis paranutrio bacteriana.As alteraes mais comuns na deteriorao do pescado so enzimticas, microbiolgicas efsico-qumicas.- Enzimticas

    No perodo pos-mortem imediato, as pincipais alteraes que afetam a qualidade dopescado so devidas degradao dos nucleotdeos, atravs de enzimas, desdobrando oATP (Adenosina Trifosfato) at Hx (Hipoxantina), marcada pelo odor azedo do pescado emdeteriorao; essas enzimas so chamadas de tissulares.Outro grupo de enzimas, denominadas autolticas (digestivas) e associadas aos processosnormais de digesto no pescado vivo, pode digerir a parede abdominal, caso o pescadotenha sido capturado e armazenado sem eviscerao.- MicrobiolgicasA carne do pescado na superfcie externa (pele) e nas vsceras possuem bactrias e outrosmicroorganismos. A quantidade e tipos desses microorganismos se refletem nascaractersticas do meio ambiente que o pescado se encontra, podendo variar de zero avrios milhes por cento/cm2. A flora microbiana difere dependendo da temperatura da gua.Em guas frias, os microorganismos dominantes so os gneros psicrfilos como aspseudomonas, alteromonas, moraxella, acinetobacter, flavobacterium e vibrio. Em guasquentes, floras grampositivas mesfila, tais como Micrococcus e Bacilus.- Fsico-qumicasOs lipdios (gordura) do pescado so formados por maior cadeia de cidos graxosinsaturados que, inter-agindo com o O2do ar, provocam a oxidao desses lipdios, ou seja,a "rancificao do pescado".

    TECNOLOGIA DO PESCADO1. Caractersticas organolpticas do peixe fresco e peixe avariado.

    Itens Peixe Fresco Peixe Avariado

    Cheiro Leve e agradvelCheiro de capim aqutico ous vezes de barro para peixede gua doce.

    Forte, desagradvel, cidoamoniacal ou ptrico

    Aparncia Geral Luzente, metlica com reflexoSuperfcie de corpo lisa

    Fosco, sem brilho e semreflexo

    Corpo Rgido, arqueado Mole

    Consistncia Firme e elstica, pressodos dedos no deixa marcas Mole, presso dos dedosdeixa marcas.

    Carne Firme, branca ou cor-de-rosa Frivel, msculos bordados de

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    com reflexo marcante,elstica.

    azul ou de amarelo.

    Secreo No h Presente e viscosas

    Escamas Bem arderentes a pele,brilhante

    Levantadas, afastando-sefacilmente ao contacto.

    Pele Rosa, bem estendida, colorida Com rugas, descolorada,rasgvel

    Olho Claro, brilhante, convexo,transparente, sem mancha naris, ocupando completamenteas rbitas

    vidroso, apaco, cncava, commanchas nas ris.

    Oprculo Aderente, sem manchas Levantado, com manchasvermelho-pardasprincipalmente no lado interno.

    Brnquias Rseas ou vermelhas, mida

    e brilhante com odor suave.

    Cinzentas ou cor de chumbo,

    secas.Barriga Normal, sem manchas, comrelativo brilho metlico

    Mole ou deformado, s vezesinchada com manchas oulistras azul-escuras,esverdeadas.

    Anus Hermeticamente fechada. Aberto e quase sempreproeminente

    Vsceras Rasa, limpas, luzentes,perfeitamente diferenciadas,peritnio aderente.

    Deprimidas ou inchadas, corde vinho, peritnio frgil.

    Costelas e Coluna Vertebral Aderentes, no podem serseparadas da caixa torxica,nem dos msculos

    Levantadas, separam-sefacilmente dos msculos.

    2. Composio Qumica do PescadoO conhecimento da composio qumica do pescado de absoluta importncia, quando sepretende submet-lo aos mtodos de conservao, sendo indiscutvel seu excelente valornutritivo, o que o torna um dos principais alimentos da dieta do ser humano.Os componentes normais do pescado nas suas variaes so:gua 66 a 84%Protenas 15 a 24%Lipdios (gorduras) 0,1 a 22%

    Sais minerais 0,8 a 2%Vitaminas3. Conservao do PescadoOs resultados de conservao do peixe so bastantes numerosos e existem muitas tcnicasconsideradas boas. No entanto, por mais perfeita que seja, o mtodo no restitiu aoconsumidor o peixe no estado no qual se achava antes do beneficiamento (conservao dopescado).Relatamos a seguir as maneiras de como conservar o peixe:3.1 ResfriamentoAps a captura, o pescado deve ser resfriado imediatamente, sendo o gelo o mtodo maiseficaz para baixar a sua temperatura. A temperatura de fuso do gelo de 0 oC, consideradaideal porque diminui o desenvolvimento das reaes enzimticas e microbiolgicas.Durante a estocagem do pescado em gelo, o produto deve ser manipulado o mnimopossvel. A mdia de resistncia em gelo fica em torno de sete dias, sendo que certas

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    espcies no resistem 48 h e outras, como a tilpia, podem resistir um tempo maior que setedias, desde que seja devidamente eviscerada.3.2 CongelamentoO pescado possui em sua constituio cerca de 60 a 80% de gua. No congelamento,procura-se congelar essa gua, diminuindo a velocidade das reaes enzimticas,microbiolgicas e fsico-qumicas, retardando assim a deteriorao do pescado.

    Congelao rpida, ou seja, bem feita o processo em que a temperatura do peixe inteiro reduzida de O a -5oC em menos de 2 h, e este mantido no congelador at a temperaturada parte mais quente baixar a - 21oC ou menos.3.3 Conservas (enlatamento) do PescadoEntende-se por conserva todo o alimento acondicionado em recipientes hermeticamentefechados e submetidos a um tratamento de esterilizao trmica. O termo esterilizaosignifica a inativao de microorganismos capazes de deteriorar o produto e/ou causardanos sua sade.3.4 SalgaUm dos mtodos usados para conservao do pescado a salga.Os tipos de salga so seca, mida e mista.

    Salga Seca - O peixe colocado em camadas alternadas com sal, de modo que a salmouraformada pelo sal e a gua do pescado sejam retirados do contato com o produto; sempre aprimeira e a ltima camada o sal.Salga mida - O peixe deixado imerso em uma soluo de salmoura (sal + gua)saturada.Salga Mista - O peixe inicialmente salgado a seco. medida que ocorre a formao desalmoura (sal + gua do peixe), este vai ficando imerso na soluo, pois no efetuada aretirada da salmoura formada.Espcie de peixes utilizadas para SalgaAs espcies podem ser de gua marinha ou doce.Na Salga Seca - os peixes magros so mais usados, como o cao (Ord. Pleurotremata) e atilpia(Sarotherodon niloticus).Na Salga mida ou mista - Os peixes gordos so mais usados, como a sardinha (Sardinellabrasiliensis), merluza(Merluccius merluccious Hubbsi), pescadinha (Macrodon ancylodon) ecurimbat (Prochilodus scrofa).3.5 SecagemA secagem tem a funo de retirar gua do peixe, j que o sal s retira uma parte. umadas etapas mais importantes do processamentos e pode ser realizadas tanto ao sol comoem estufas com circulaco forada de ar e temperatura controlada.O peixe salgado e seco deve apresentar as seguintes caractersticas:no ter deficincia de penetrao de sal, que se caracteriza por uma consistncia mole,

    tipo borracha e uma superfcie rugosa, com cheiros aliceos; no ter excesso de sal que se manifesta por uma consistncia dura e por manchasligeiramente acastanhadas na superfcie; no apresentar alteraes provocadas pela ao direta de raios solares ou portemperaturas elevadas. Essas alteraes conhecidas facilmente pela descolorao da pele menor presso dos dedos.3.6 DefumaoA defumao feita nica e exclusivamente pela fumaa que atua por um mecanismosimples. Sua ao consiste principalmente em desidratar, inibir o crescimento bacteriano,retardar a oxidao (rano) e promover sabor, aroma e colorao caracterstica dodefumado.

    Cultivo de Tilpia Tamanho

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    As tilpias so nativas do continente africano e dasia menor (Gurgel, 1998). Cerca de 70 espciesesto taxonomicamente classificadas (Iclarm,1984). A primeira espcie que chegou ao Brasil foia T. rendalli, em 1952 (Gurgel, 1998). As tilpias

    so predominantemente de guas quentes. Atemperatura da gua do cultivo pode variar de 20a 30C, embora possam tolerar temperaturas deaproximadamente 12C (Swift, 1993). Uma das tilpias mais procuradasno Brasil para cultivo a chitralada, conhecida principalmente comotailandesa, linhagem desenvolvida no Japo e melhorada no PalcioReal de Chitral na Tailndia. Esta linhagem foi introduzida no Brasil em1996 a partir de alevinos doados pelo Asian Institute of Technology (AIT)e, nos ltimos 4 anos, vem sofrendo processo de melhoramentogentico em nosso pas (Zimmermann, 2000).

    Reproduo

    Na grande maioria das tilapiculturas brasileiras, freqente constatar oincio de reproduo nos viveiros 3 - 4 meses aps a estocagem dosalevinos, sendo que esta reproduo prematura em animais de 30 a 40gramas pode conduzir ocorrncia da indesejada superpopulao dosviveiros (Zimmermann, 1999), embora a maturidade sexual nas tilpiasseja funo da idade e do tamanho (Panorama da Aqicultura, 1995).

    As tilpias de importncia comercial esto divididas em trs principais

    grupos taxonmicos, distinguidos basicamente pelo comportamentoreprodutivo. So eles o gnero Tilapia (os peixes incubam seus ovos emsubstratos), Oreochromis (incubam os ovos na boca da fmea) eSarotherodon (incubam os ovos na boca do macho ou de ambos)(Panorama da Aquicultura, 1995).

    Produo de Ovos

    Um viveiro tpico de desova pode ter 100m2 e 1m de profundidade,estocando uma densidade de 12 fmeas para 4 machos, sendo que esteviveiro produzir 2.000 - 5.000 alevinos a cada 3 a 4 meses (Swift,

    1993).

    O nmero de ovos pode variar de acordo com as espcies e tamanhodas fmeas. Uma fmea pode desovar de 1.500 a 5.000 ovos.

    Reverso Sexual

    possvel fazer com que indivduos que geneticamente so fmeasdesenvolvam fentipo de machos, atravs da administrao dehormnios masculinizantes adicionados a rao (Proena & Bittencourt,1994). Chama-se isso de reverso sexual.

    Para obterem-se alevinos revertidos, alimentam-se as larvas com raescontendo de 40 a 60mg de 17 alfa-metiltestosterona/kg de alimento

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    (Panorama da Aqicultura, 1995) por 3 a 4 semanas em condies detemperatura entre 24 a 29C, quando todos os alevinos tm, pelomenos, 14 mm de comprimento (Santos & Silva, 1998). O percentual demachos aps o tratamento freqentemente fica acima de 95 %, masocasionalmente podem ocorrer percentuais de 80 a 90 %. A eficcia dareverso sexual similar para O. niloticus, O. aureus e O. mossambicus

    (Panorama da Aqicultura, 1995). O incio do tratamento com ohormnio, por precauo, deve ser o mais cedo possvel, ou seja logoaps o consumo do saco vitelno, isto porque o "timing" onde o peixedecide pelo sexo pode variar de acordo com as condies ambientais,principalmente com a temperatura da gua. O mais comum, atualmente, utilizar - se como referncia o tamanho de at 13 mm (Santos & Silva,1998). Aparentemente, parece no haver nenhum dano ao consumidor, que o peixe criado muitos meses sem esterides antes do abate.

    Seleo Manual

    feita atravs da observao da papila genital e, para se selecionarcom mais preciso a tilpia niltica, preciso que os peixes tenham pelomenos 25 a 30 gramas (Panorama da Aqicultura, 1995). Mesmo assim,experincias de campo mostram tambm uma preciso de 95 %(Panorama da Aqicultura, 1995).

    Alimentao

    Segundo Kubitza & Kubitza (2000), o alimento natural dos peixes composto de inmeros organismos vegetais (algas, plantas aquticas,frutas, sementes, entre outros) ou animais (crustceos, larvas e ninfasde insetos, vermes, moluscos, anfbios, peixes, entre outros). De acordocom os mesmos autores algumas espcies de tilpias, em particular atilpia do Nilo, aproveitam de forma eficiente o fito e o zooplancton.

    A tilpia adulta pode se alimentar de produo natural nos viveirosresultado da adubao com fertilizantes inorgnicos e orgnicos.

    Os alimentos podem compor 40 a 70 % do custo de produo detilpias, dependendo do sistema de cultivo empregado, da escala deproduo, da produtividade alcanada, dos preos dos outros insumos

    de produo, dentre outros fatores (Kubitza & Kubitza, 2000).Fertilizao

    O superfosfato duplo pode ser utilizado como fertilizante taxa de 700kg/ha/ano (Swift, 1993).A quantidade de fertilizantes requerido varia com a fertilidade do viveiroe a densidade de estocagem. As taxas de aplicao tpica de acordocom Swift (1995) so:Esterco de porco: 10.000 - 30.000 kg/ha/ano ou 2 animais/100 m2Galinceos: 10.000 - 12 000 kg/ha/ano ou 10 - 15 patos/100m2

    Gado: 30.000 kg/ha/ano

    Taxa de Estocagem

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    A taxa de estocagem determinada pelo sistema de produo utilizado,pela quantidade de fertilizantes e alimentao suplementar disponvel epelo nmero de peixes requeridos (Swift, 1993).

    Em cultivos com a Chitralada com 8 peixes/m2 de viveiro, foram obtidos

    em quatro meses animais com peso mdio de 600 gramas(Zimmermann, 1999).

    Um cultivo com machos de tilpia do nilo com densidade de estocagemde 40.000 peixes/ha, peso mdio inicial de 40g, converso alimentar de1,2 : 1, taxa de sobrevivncia de 90 %, peso mdio final de 500 g, ciclode produo de 6 meses, apresentar produtividade de 27.000kg/ha/ano (Silva, 1998).

    Tanques-rede ou Gaiolas

    O cultivo em tanques-rede ou gaiolas pode ser realizado emreservatrios, audes e lagos. A sua produo pode depender dascaractersticas fsicas e biolgicas (dimenso, profundidade, correntes,produo natural de alimento).

    De acordo com Zimmermann (1999), a populao Chitralada foidesafiada em at 550 peixes/m3 e produziu nestas condies biomassasde 295 kg/m3 (animais com mais de 500 gramas em 4 meses). Segundoo mesmo autor, em temperaturas mdias de 26C, alevinos com 2cm(0,5 g) vm atingindo o tamanho comercial de 400 gramas em 116 dias(Zimmermann, 1999).

    Segundo Lovshin (1997), machos de mesma idade so estocados a 200a 600 alevinos/m3 em gaiolas de pequenos volumes (< 5 m3). Segundoo mesmo autor, produes entre 50 e 300 kg de tilpia por m3 sopossveis e gaiolas menores so mais produtivas por unidade de volumedevido a uma mais eficiente troca de gua.

    Engorda

    Embora existam vrios viveiros com tamanho variando de 1.000 a

    3.000m2 o tamanho do viveiro decidido pela topografia do terreno, aquantidade de fertilizantes disponveis para os fazendeiros e aquantidade desejada para colheita. Pode variar de poucas centenas demetros quadrados a alguns hectares

    Marco Antonio Igarashi

    Fonte: Associao Catarinense de AqiculturaFoto: Ilustrativa