Ficha TeoricoPratica 2

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Ficha sobre resumos teóricos de bioquímica.

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    Disciplina de Bioqumica

    Licenciatura em Fisioterapia 1 ano 1 Semestre

    Cintica enzimtica

    As enzimas so na sua maioria protenas e funcionam como catalizadores biolgicos, isto , agentes catalizadores das reaces dos sistemas biolgicos, que no so consumidos no decurso da reaco. A ocorrncia de uma reaco qumica implica a absoro de energia para a quebra das ligaes qumicas que constituem os reagentes, e consequente libertao de energia aquando da formao dos produtos. A energia necessria para dar incio reaco designa-se de energia de activao

    (G). A energia de activao necessria para dar incio a uma dada reaco geralmente conseguida por absoro de calor exterior reaco. Esta absoro de energia torna os reagentes instveis e adequadamente mais reactivos para a reaco. Nos sistemas vivos, caso no existissem altas barreiras de energia de activao, a decomposio das biomolculas aos seus monmeros constituintes ocorria espontaneamente. As enzimas catalizam as reaces qumicas nos sistemas biolgicos por diminurem a energia de activao das reaces. Assim, as ligaes nas molculas de reagente podem quebrar-se s temperaturas moderadas a que vivem a maioria dos organismos. As enzimas possuem locais activos especficos e muito selectivos para a ligao ao substrato. O local activo de uma enzima pode conduzir diminuio da energia livre de activao de uma dada reaco, por exemplo, I) ao proporcionar um ambiente apropriado para conduzir interaco dos reagentes nas orientaes correctas; II) ao ligar o substrato ao local activo numa orientao ou conformao desfavorvel, e como tal mais reactiva; III) ao proporcionar determinados microambientes mais favorveis ocorrncia da reaco que cataliza. As enzimas so protenas, pelo que so tambm molculas muito sensveis s condies ambientais. Logo, as enzimas apresentam gamas de funcionamento e pontos de actividade ptimos para determinadas condies de temperatura, pH e fora inica. Por outro lado, a actividade de algumas enzimas tambm regulada por cofactores inorgnicos (ies) ou orgnicos (coenzimas). A actividade enzimtica ainda regulada por inibidores enzimticos que reduzem selectivamente o funcionamento das enzimas tanto de forma irreversvel, como reversvel, dependendo do tipo de ligaes em causa. Um inibidor competitivo de uma dada enzima estruturalmente semelhante ao substrato, pelo que compete com o substrato pela ligao ao local activo. Um inibidor no competitivo liga-se a outro local da enzima que no o local activo, alterando a estrutura e propriedades, e por conseguinte as funcionalidades do local activo. Algumas enzimas alteram-se conformacional e estruturalmente, quando ligadas a determinadas molculas reguladoras (activadoras ou inibidoras) atravs dos seus locais alostricos. Os locais alostricos das enzimas esto geralmente localizados entre as diferentes subunidades da estrutura quaternria da enzima. Alteraes conformacionais na enzima provocadas pela ligao das molculas reguladoras aos locais alostricos, podem por exemplo, promover a ligao de mais molculas de substrato atravs de um mecanismo de cooperatividade.

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    A regulao da actividade enzimtica das enzimas do metabolismo ocorre de diversas formas, sendo que, a regulao mais comum atravs de inibio retroactiva. Na inibio retroactiva, o produto de uma determinada via metablica capaz de inibir a enzima envolvida no passo inicial dessa mesma via metablica. Desta forma, a clula conserva e gere da melhor forma os seus recursos energticos, apenas promovendo a produo das molculas que necessita apenas quando estas se encontram a baixas concentraes.

    Aula Terico-Prtica n2 Questes

    1.Qual destas molculas, alm das molculas de substrato, liga ao local activo de uma enzima? a) activador alostrico b) inibidor alostrico c) inibidor no competitivo d) inibidor competitivo 2. Se uma enzima estiver saturada com substrato, a forma de aumentar mais ainda a velocidade da reaco qumica em causa seria com: a) a adio de mais molculas de enzima b) o aquecimento da soluo a 90C c) a adio de mais substrato d) a adio de um inibidor alostrico e) a adio de um inibidor competitivo 3. As enzimas aceleram as reaces metablicas porque: a) alteram a variao da energia livre de Gibbs que acompanha a reaco b) transformam um processo endergnico num processo espontneo c) diminuem a energia livre de activao da reaco d) desviam a reaco do estado de equilbrio e) estabilizam as molculas de substrato 4. Na seguinte via metablica ramificada, as setas a tracejado e com o sinal negativo, simbolizam a inibio pelos respectivos produtos, desses passos da via metablica. Qual das seguintes reaces predominar se tanto os produtos Q como S estiverem presentes na clula a altas concentraes: a) L M b) M O c) L N d) O P e) R S

    5. A penicilina passvel de ser hidrolisada pela enzima penicilinase (-lactamase), enzima presente em algumas bactrias resistentes penicilina. A massa molar da penicilinase na bactria de 29.6 kDa. No sentido de avaliar a actividade cataltica da penicilinase, a quantidade de penicilina

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    hidrolisada num minuto (1 min) em 10 ml de soluo com 1 ng de penicilinase foi medida em funo da concentrao de penicilina (tabela I). Tabela I: Numero de moles de produto em funo da concentrao de substrato.

    [Penicilina] N moles de penicilina hidrolisada

    0.1 x 10-5 M 0.11 x 10 -9

    0.3 x 10-5 M 0.25 x 10 -9

    0.5 x 10-5 M 0.34 x 10 -9

    1.0 x 10-5 M 0.45 x 10 -9

    3.0 x 10-5 M 0.58 x 10 -9

    5.0 x 10-5 M 0.61 x 10 -9

    Assumindo que a concentrao de penicilinase no variou apreciavelmente durante o ensaio, obtenha e responda: a) Os grficos de Michaelis-Menten e de Lineweaver-Burk para os resultados. b) A penicilinase obedece a uma cintica de Michaelis-Menten? Se sim, quais os valores de KM e Vmax? c) Qual o nmero de turnover da penicinilase nas condies experimentais utilizadas, assumindo um local activo de ligao ao substrato por molcula de enzima? (Turnover number = nmero de molculas de substrato convertidas em produto, por molcula de enzima por unidade de tempo, velocidade mxima de reaco). 6. A cintica de uma dada enzima foi medida em funo da concentrao de substrato na ausncia e presena de 2 x 10-3 M de inibidor (I) (Tabela II) Tabela II: Concentrao de substrato e velocidades de reaco na presena e ausncia de inibidor.

    [S] Velocidade (V) (moles/min)

    Sem inibidor Inibidor

    0.3 x 10-5 M 10.4 4.1

    0.5 x 10-5 M 14.5 6.4

    1.0 x 10-5 M 22.5 11.3

    3.0 x 10-5 M 33.8 22.6

    9.0 x 10-5 M 40.5 33.8

    a) Quais so os valores de Vmax e KM na ausncia e presena de inibidor? b) Estamos na presena de uma inibio competitiva ou no competitiva? c) Qual a constante de ligao do inibidor (KI) (ver equao no anexo A)?

    7. O grfico de 1/V versus 1/[S] comummente designado de grfico de Lineweaver-Burk. Outra forma de expressar os resultados da actividade enzimtica obtendo um grfico de V versus V/[S], tambm conhecido por grfico de Eadie-Hofstee. a) Rearranje a equao de Michaelis-Menten para obter uma equao de V em funo de V/[S]. b) Qual o significado do declive, intercepo nas ordenadas e intercepo nas abcissas do grfico de V versus V/[S]? c) Faa um esboo do grfico de V versus V/[S] na ausncia de inibidor, na presena de inibidor competitivo e na presena de inibidor no competitivo.

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    V

    Substrato + Inibidor

    [S] Diferentes KM

    KIM (Subtrato na presena de inibidor competitivo) (substrato) KM

    Anexo A Inibio da cintica enzimtica Modelo de Michaelis-Menten

    1. Inibio competitiva 1.1 Equilbrios envolvidos 1.2 Adaptao da equao de Michaelis-Menten presena do inibidor competitivo, com constante de dissociao do complexo Inibidor-Enzima (KI) e concentrao de Inibidor ([I]):

    ______ = ______ + ______ ( 1 + ____ ) ( ____ ) 1.3 Grfico de Michaelis-Menten na presena de substrato e na presena de substrato e de inibidor competitivo 1.4 Grfico de Lineweaver-Burk na presena de substrato e na presena de substrato e de inibidor competitivo.

    Substrato

    Substrato + Inibidor

    Declives KM/Vmax

    Na recta (substrato+inibidor) o declive maior resulta do KM mais alto (KIM) na presena de inibidor competitivo.

    Mesmo Vmax logo mesma intercepo no eixo dos YY.

    1/Vmax

    1 1 1 [I]

    [S] KI V Vmax

    KM

    Vmax

    Mesmo Vmax com e sem inibidor

    Substrato

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    2. Inibio no competitiva 2.1 Equilbrios envolvidos 2.2 Adaptao da equao de Michaelis-Menten presena do inibidor no competitivo, com constante de dissociao do complexo Inibidor-Enzima (KI), concentrao de inibidor [I], e velocidade mxima na presena de inibidor (VImax).

    VImax = ___________ 2.3 Grfico de Michaelis-Menten na presena de substrato e na presena de substrato e de inibidor no competitivo 2.4 Grfico de Lineweaver-Burk na presena de substrato e na presena de substrato e de inibidor no competitivo.

    Vmax

    1 + [I]/KI

    Mesmo KM logo mesma interceco no eixo dos XX

    O menor valor de Vmax, leva a um maior valor de 1/Vmax (intercepo no eixos dos YY) e a um maior declive (pois declive = KM/Vmax)

    Mesmo KM na ausncia e presena de inibidor

    V

    [S]

    Vmax (substrato)

    VImax (substrato + inibidor)

    substrato + inibidor

    substrato

    Substrato

    Substrato + Inibidor