Upload
gilney-cardoso-pereira
View
233
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Impucas - MT
Citation preview
457
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
ESTRUTURA DA VEGETAO LENHOSA EM DOIS FRAGMENTOSNATURAIS DE FLORESTAS INUNDVEIS (IMPUCAS) NO PARQUE
ESTADUAL DO ARAGUAIA, MATO GROSSO1
Danielle Cristine de Figueiredo Barbosa2, Beatriz Schwantes Marimon3, Eddie Lenza3, Ben Hur MarimonJunior3, Edmar Almeida de Oliveira4 e Leandro Maracahipes4
RESUMO As impucas so fragmentos florestais que sofrem inundao sazonal e se localizam em rea detransio entre os biomas Cerrado e Floresta Amaznica. Este estudo objetivou avaliar e comparar a estruturada vegetao de duas impucas com diferentes estados de conservao no Parque Estadual do Araguaia (PEA),em Mato Grosso, uma no degradada (ND) (121911,2"S e 504415,6"W) e outra degradada (DE) (120904,2"Se 504937"W). Foram demarcados cinco transectos subdivididos em 50 parcelas permanentes de 10x20m.Todos os indivduos lenhosos com dimetro altura do peito > 5 cm foram amostrados. A impuca ND apresentou28 famlias, 42 gneros e 45 espcies, e a DE apresentou 22, 31 e 33, respectivamente. Na impuca ND, adensidade total foi de 2.177 ind.ha-1, a rea basal de 35,23 m.ha-1, e a diversidade de espcies de Shannon-Wiener de 2,87 nats.ind-1, e na DE foi 1.501 ind.ha-1, 25,16 m.ha-1 e 2,64 nats.ind-1, respectivamente. Asespcies que mais se destacaram foram Licania apetala, Calophyllum brasiliense, Ochthocosmus multiflorus,Mabea paniculata, Tachigali froesii e Xylopia sp. A impuca DE apresentou menores riqueza, diversidade deespcies, densidade e dominncia relativas do que a impuca ND, provavelmente devido ao histrico de perturbaese inundao anual. A similaridade florstica (Srensen) entre ambas foi alta. Contudo, ao compar-las comimpucas de Tocantins e outras florestas brasileiras, a similaridade foi baixa, sugerindo que as impucas de MatoGrosso e Tocantins apresentam identidade florstica prpria. Este estudo contribui para o conhecimento dosectonos brasileiros, para a elaborao do plano de manejo do PEA e para iniciativas de recuperao de impucasdegradadas.
Palavras-chave: Fitossociologia, Transio Cerrado-Floresta Amaznica, Cerrado e Pantanal do Araguaia.
STRUCTURE OF THE WOODY VEGETATION IN TWO NATURALFRAGMENTS OF FLOODPLAIN FORESTS (IMPUCAS) IN THE ARAGUAIA
STATE PARK, MATO GROSSO STATE
ABSTRACT Impucas are seasonally inundated forest fragments located in the transition between the Cerradoand Amazonian Forest biomes. The objective of this study was to evaluate and to compare the vegetationstructure of two impucas under different conservation status located at Araguaia State Park (AST), MatoGrosso State: non-altered vegetation structure (NA) (121911.2"S and 504415.6"W) and altered vegetationstructure (AL) (120904.2"S and 504937"W). It was delimited five transects subdivided into 50 permanentplots of 10x20 m. All woody individuals with diameter at breast height > 5cm were sampled. The NA impucapresented 28 families, 42 genera and 45 species and AL impuca 22 families, 31 genera and 33 species. Totaldensity, basal area and Shannon-Wieners diversity index were 2,177 ind.ha-1, 35.23 m.ha-1 and 2.87 nats.ind-1
1 Recebido em 19.08.2009 e aceito para publicao em 14.04.2011.2 Mestrado em Cincias Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT, Brasil. E-mail: .3 Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Nova Xavantina, MT, Brasil.E-mail: , e .4 Programa de Ps-graduao em Ecologia e Conservao, Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Nova Xavantina,MT, Brasil. E-mail: e .
458
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
BARBOSA, D.C.F., et. al.
in NA impuca and 1,501 ind.ha-1, 25.16 m.ha-1 and 2.63 nats.ind-1in AL impuca, respectively. The most importantspecies were Licania apetala, Calophyllum brasiliense, Ochthocosmus multiflorus, Mabea paniculata, Tachigalifroesii and Xylopia sp. The AL impuca presented smaller floristic richness, species diversity, density and relativedominance in comparison with NA impuca, probably due the historic of disturbance and annual flooding.Floristic similarity (Srensen) was high between ASP impucas. However, when they were compared with thoseof Tocantins and other Brazilian forests, the similarity was low, suggesting that impucas from Mato Grossoand Tocantins states presented their own floristic identity. This study contributes to the knowledge of the Brazilianecotones, for elaboration of ASP management plan and for actions of recovery degraded impucas.
Keywords: Phytosociology, Cerrado-Amazon Forest transition, Cerrado and Araguaia River Floodplain.
1. INTRODUO
As impucas so florestas inundveis que ocorremna extensa plancie de inundao do Araguaia, tambmconhecida por Pantanal do Araguaia, nos estados deTocantins (MARTINS et al., 2002; 2006; 2008; BRITOet al., 2006; 2008) e Mato Grosso (MARIMON; LIMA,2001; MARIMON et al., 2008). De acordo com Martinset al. (2002; 2006) e Brito et al. (2006), essas florestasocorrem em depresses naturais do terreno e estosujeitas a alagamento e a maior tempo de reteno degua em relao s outras fitofisionomias locais. Emfuno desse alagamento diferencial, as impucas ocorremem forma de fragmentos naturais e isolados na paisagem,e apresentam especificidades florsticas, estruturaise fisionmicas que as diferenciam da vegetao doentorno (BRITO et al., 2006; 2008). O termo impuca regional de Mato Grosso (EITEN, 1985) e a expressoipuca usada no estado de Tocantins (BRITO, 2005;MARTINS et al., 2002, 2006, 2008). Segundo Ferreira(2004), o termo origina-se do tupi e significa furo noigap e gua arrebentada.
Como esses fragmentos de floresta fazem a conexoentre rios, lagos e crregos no perodo de cheias, servindotambm como ninhais para a avifauna, a sua degradaopode intensificar o processo migratrio de predadoresnaturais e desencadear alteraes no equilbrio doambiente (MARTINS et al., 2002). Tais conexes naturaisfazem parte de um ciclo anual de cheias e vazantesque dirigem diversos processos ecolgicos importantesligados a esses ambientes inundveis, como a reproduoe o crescimento de plantas, de peixes e invertebradosque esto relacionados s oscilaes entre as fasesaqutica e terrestre dessas florestas (JUNK et al., 1989;SARMIENTO; PINILLOS, 2001).
As impucas esto localizadas na poro noroestedo bioma Cerrado, em uma regio de tenso ecolgica,na transio com a Floresta Amaznica, que foi
classificada como de importncia biolgicaextremamente alta (MARIMON;LIMA, 200; MARTINSet al., 2002; BRITO, 2005; MARIMON et al., 2006;2006; 2008). Apesar das depresses do terreno quepropiciam o alagamento no perodo das chuvas e dareteno de gua por longos perodos (MARIMONet al., 2008), as impucas diferem das florestas de galeria,que, segundo Ribeiro e Walter (2008), acompanhamrios de pequeno porte e crregos no Brasil central.A posio geogrfica pr-amaznica das impucas podefazer com que sofram influncias florsticas dos doisbiomas, caracterizando uma vegetao transicionalcom caractersticas prprias, mas ainda poucoconhecidas e estudadas (BRITO, 2005).
Tendo em vista a escassez de informaes sobreimpucas em Mato Grosso e o avano de atividadesantrpicas que colocam em risco a integridade dessasflorestas, este estudo teve por objetivo avaliar e comparara composio florstica e a estrutura da vegetao deduas impucas com diferentes estados de conservaono Parque Estadual do Araguaia (PEA). Este estudovisa contribuir para a elaborao do plano de manejodo Parque e o desenvolvimento de iniciativas derecuperao de impucas degradadas.
2. MATERIAL E MTODOS
O estudo foi realizado em dois fragmentos naturaisde florestas inundveis (impucas) localizados no ParqueEstadual do Araguaia (PEA), Mato Grosso. O PEAapresenta 223.619,54 hectares de rea e localiza-se noPantanal do Araguaia, na zona de transio entre osbiomas Cerrado e Floresta Amaznica, em uma extensaplancie sazonalmente inundada pelo Rio das Mortese pelo Rio Araguaia (MARIMON et al., 2006; 2008).
A Plancie do Araguaia uma unidade geomorfolgicade sedimentao, apresentando topografia plana e baixaaltitude (180 a 230m), nvel do lenol fretico superficial
459
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
elevado e predominncia de Plintossolos e Gleissolos,ambos com impedimento de drenagem que favorecea inundao sazonal (BRASIL, 1994; MARTINS et al.,2002). O clima do tipo Awi, segundo a classificaode Kppen (COCHRANE et al., 1985), com estao secaentre abril e setembro e chuvosa entre outubro e maro.Entre os meses de dezembro e abril, o Parque Estadualdo Araguaia permanece quase totalmente inundado,apresentando uma lmina dgua com altura que podevariar de 0,2 m, em pores planas dos camposgraminosos, a 2,5 m em depresses onde esto localizadasas florestas inundveis (MARIMON;LIMA, 2001;MARIMON et al., 2008).
As impucas amostradas foram selecionadas deacordo com observaes preliminares, visandoestabelecer dois padres distintos, um de vegetaodegradada (DE) e um de vegetao no degradada (ND).A impuca DE (120904,2"S e 504937"W) apresentouelevada ocorrncia de indivduos de Scleria sp. (capim-navalha ou tiririca-de-vampira), marcas de fogo na maioriados troncos das rvores, presena de clareiras,proximidade de reas habitadas (sedes de fazendas)e estradas, e gado. A impuca ND (121911,2"S e504415,6"W) apresentou uma situao antagnicaem todos os aspectos anteriormente mencionados.
No h atividades de cultivo de gros nasproximidades das impucas estudadas no PEA. Nessecaso, os impactos sofridos na impuca DE estodiretamente relacionados ao acesso do gado bovino,que afeta a comunidade de plntulas (pisoteio) em umprocesso similar ao descrito por Vzzotto et al. (2000)e Santos et al. (2008), e ao fogo, que penetra na florestano perodo da seca, causando danos principalmente regenerao natural e malha de razes das rvores(NEPSTAD et al., 1999; MARTINS et al., 2002). Umdia aps a concluso da amostragem nesta impuca,em setembro de 2007, foi registrada uma queimada emseu interior, e a rpida expanso do fogo foi facilitadapela presena de Scleria sp. Nesta impuca tambmforam observadas rvores tombadas com marcas dequeimada na base do tronco.
Em cada impuca, foi demarcado um hectare emtransees paralelas distantes 50 m entre si e com 20 mde largura, que transpuseram a floresta transversalmentede uma borda a outra. As transees foram subdivididasem 50 parcelas permanentes de 10 x 20 m onde forammedidos o dimetro e a altura e identificados todos
os indivduos com DAP (dimetro ao nvel do peito)> 5 cm, incluindo lianas, palmeiras e indivduos mortosem p.
Foi coletado material vegetativo e reprodutivode todas as espcies amostradas, o qual foi herborizado,identificado e tombado no acervo do Herbrio NX(UNEMAT-Campus de Nova Xavantina). O sistemade classificao utilizado foi o APG II (2003).
Para cada hectare, foram calculados os parmetrosfitossociolgicos: densidade, frequncia e dominnciarelativas e o valor de importncia (MLLER-DOMBOIS;ELLENBERG, 1974), com o uso do programa Fitopac1 (SHEPHERD, 1994). Tambm foram calculados o ndicede diversidade de espcies de Shannon-Wiener(H; nats ind.-1) e a equabilidade de Pielou (J)(MAGURRAN, 1988). Os resultados do H determinadospara cada impuca foram comparados utilizando-se oteste t de Hutcheson (ZAR, 1999).
Tendo em vista que na literatura cientfica s hestudos detalhados sobre duas impucas no estadode Tocantins (BRITO, 2005; BRITO et al., 2006; 2008;MARTINS et al., 2008), verificou-se a similaridadeflorstica dessas com as deste estudo e com outrasflorestas associadas a corpos dgua (inundveis ouno) dos biomas Cerrado e Floresta Amaznica. Paraavaliar a similaridade florstica, foi utilizado o ndicede Srensen (KENT; COKER, 1992).
Em cada impuca, foram coletadas 20 amostras de solosdistribudas ao acaso dentro das parcelas, entre 0 e20 cm de profundidade, para a determinao dos parmetrosde fertilidade. As amostras foram submetidas anlisequmica no Laboratrio Agroanlise em Cuiab-MT,seguindo o que foi proposto por Embrapa (1979).
3. RESULTADOS
Os solos das impucas estudadas so distrficos,licos, fortemente cidos, com baixa saturao e somade bases e elevadas concentraes de matria orgnica,capacidade de troca catinica e teores de N, P e K(Tabela 1).
Foram amostradas, nas duas impucas, 52 espcies,48 gneros e 31 famlias botnicas. Na impuca ND, foramregistradas 45 espcies, 42 gneros e 28 famlias, ena impuca DE foram 33 espcies, 31 gneros e 22 famlias(Tabela 2). O ndice de diversidade de espcies deShannon-Wiener (H) calculado para a impuca ND foi
460
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
BARBOSA, D.C.F., et. al.
Parmetros ND DE
pH H2O 4,6 (0,12) 4,6 (0,13)P (mg.dm-3) 25,4 (13,2) 23,5 (11,7)K+ (mg.dm-3) 122,8 (36,1) 110,0 (31,5)Ca++ (cmolc.dm
-3) 0,30 (0,09) 0,25 (0,08)Mg++ (cmolc.dm
-3) 0,22 (0,07) 0,17 (0,07)Al+++(cmolc.dm
-3) 2,61 (0,56) 3,0 (0,47)M. O. (g.dm-3) 69,7 (5,12) 90,2 (10,6)N (g.kg-1) 7,04 (1,67) 11,45 (1,18)SB (cmolc.dm
-3) 0,83 (0,23) 0,71 (0,15)CTC (cmolc.dm
-3) 16,1 (1,85) 19,7 (2,2)V (%) 5,2 (1,2) 3,6 (0,7)Ca/Mg 1:1,36 1:1,47
Tabela 1 Resultado das anlises qumicas dos solos de dois fragmentos de florestas inundveis (impucas) no Parque Estadualdo Araguaia, Mato Grosso. ND: floresta inundvel no degradada (n= 20); DE: floresta inundvel degradada(n= 20). Mdias e valores entre parnteses correspondem ao desvio-padro (SB: soma de bases trocveis; CTC:capacidade de troca catinica; V: saturao por bases; e M.O.: matria orgnica).
Table 1 Results from chemical soil analyses for two floodplain forest fragment (impucas) in Araguaia State Park, MatoGrosso state, Brazil. ND: non-altered flooded forest (n= 20); DE: altered flooded forest (n= 20). Means and standarddeviation in parenthesis (Parmetros: parameters; SB: sum of exchangeable bases; V: base saturation; M. O.:organic matter).
de 2,87 nats.ind-1 e, para a impuca DE, foi 2,64, valoresque diferiram significativamente entre si (teste t deHutcheson, t= 5,6, p< 0,001). Por outro lado, aequabilidade de Pielou (J) foi similar entre as duasimpucas (ND= 0,74 e DE= 0,75), ambas apresentandovalores reduzidos, devido elevada dominncia numricade poucas espcies. Na impuca ND, Micropholisgardneriana concentrou quase 30% de todos osindivduos, enquanto 24% dos indivduos amostradosna impuca DE pertenceram Licania apetala (Tabela 2).
Na impuca ND foi registrada uma densidade totalde 2.177 ind.ha-1, sendo 2.003 vivos e 174 mortos emp (8% do total). Na impuca DE, foi registrado um totalde 1.501 ind.ha-1, sendo 1.336 vivos e 165 mortos (11%).A rea basal dos indivduos vivos foi de 35,23 m2.ha-1na impuca ND e 25,16 m2.ha-1 na DE (Tabela 2).
As famlias que apresentaram maior VI (valor deimportncia) na impuca ND foram Sapotaceae (20,9% doVI total), Chrysobalanaceae (12,1%), Ebenaceae (7,8%),Clusiaceae (5,6%) e Ixonanthaceae (5,3%), correspondendoa cerca de 52% do VI da comunidade (Tabela 2). Na impucaDE, Chrysobalanaceae (20,3% do VI total), Fabaceae-Faboideae (11,5%), Fabaceae-Caesalpinioideae (11,3%),Ixonanthaceae (11,2%) e Euphorbiaceae (7,7%) foram asmais importantes, correspondendo a 62% do VI total.
As espcies que apresentaram maiores densidadesna impuca ND foram Micropholis gardneriana,Ochthocosmus multiflorus, Combretum laxum, Licania
kunthiana e Roupala montana, somando 54,7% dototal de indivduos amostrados e 40,6% do VI total(Tabela 2). As maiores densidades da impuca DE foramregistradas para Licania apetala, O. multiflorus,Tachigali froesii, Xylopia sp. e Mabea paniculataque representam 63,5% do total de indivduos e 54,1%do VI total (Tabela 2). As espcies que apresentarammaiores reas basais na impuca ND foram M.gardneriana, Calophyllum brasiliense, L. kunthiana,L. apetala e Diospyros guianensis, e na DE foramL. apetala, T. froesii, O. multiflorus e Leptolobiumnitens (Tabela 2).
As dez espcies de maior valor de importncia(VI) corresponderam a cerca de 63% do VI total naimpuca ND e 77% na DE, indicando altarepresentatividade de poucas espcies nas comunidadesamostradas (Tabela 2). Entre essas espcies, apenasLicania apetala, Ochthocosmus multiflorus eCalophyllum brasiliense estiveram entre as dez maisimportantes nas duas impucas. Por outro lado,Micropholis gardneriana, Licania kunthiana,Combretum laxum, Diospyros guianensis, Roupalamontana, Ternstroemia candolleana e Eschweileraovata apresentaram os dez valores mais expressivosde VI apenas na impuca ND, enquanto Tachigali froesii,Leptolobium nitens, Xylopia sp., Mabea paniculata,Ormosia excelsa, Duroia prancei e Mauritiella armataestiverem entre as dez espcies melhor representadasem VI apenas na impuca DE (Tabela 2).
461
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
Esp
cie
sF
aml
ias
NN
DR
DR
FR
FR
DoR
DoR
VI
VI
ND
DE
ND
DE
ND
DE
ND
DE
ND
DE
Lica
nia
apet
ala
(E.
Mey
.) F
rits
chC
HR
YSO
BA
LA
NA
CE
AE
75
317
3,74
23,7
74,
6210
,22
7,57
23,9
515
,93
57,8
7Ta
chig
ali
froe
sii
(Pir
es)
L.
G.
FAB
AC
EA
E-C
aes.
39
124
1,95
9,28
2,77
8,47
3,79
15,5
18,
5133
,27
Sil
va &
H.
C.
Lim
aO
chth
ocos
mus
mul
tifl
orus
Duc
keIX
ON
AN
TH
AC
EA
E16
020
17,
9915
,04
4,31
7,99
2,90
10,0
015
,20
33,0
4Li
cani
a ku
nthi
ana
Hoo
k. F
.C
HR
YSO
BA
LA
NA
CE
AE
133
26,
640,
156,
160,
248,
950,
1621
,76
0,55
Lept
olob
ium
nit
ens
Vog
elFA
BA
CE
AE
-Fab
.2
46
41,
204,
792,
317,
992,
338,
345,
8421
,12
Xyl
opia
sp.
AN
NO
NA
CE
AE
44
111
2,20
8,31
3,39
6,54
1,71
6,24
7,29
21,0
8M
abea
pan
icul
ata
Spru
ce e
x B
enth
.E
UPH
OR
BIA
CE
AE
54
95
2,70
7,11
4,16
7,02
0,99
2,97
7,85
17,1
0C
alop
hyll
um b
rasi
lien
se C
ambe
ss.
CL
USI
AC
EA
E3
53
81,
752,
843,
244,
6011
,54
4,30
16,5
211
,74
Com
bret
um l
axum
Jac
q.C
OM
BR
ETA
CE
AE
134
25
6,69
1,87
5,39
3,63
2,02
0,39
14,1
05,
89D
uroi
a pr
ance
i St
eyer
m.
RU
BIA
CE
AE
87
20,
405,
390,
925,
080,
353,
001,
6713
,47
Dio
spyr
os g
uian
ensi
s (A
ubl.
) G
rke
EB
EN
AC
EA
E5
92
12,
951,
572,
311,
947,
212,
0512
,46
5,56
Tern
stro
emia
can
doll
eana
Waw
raPE
NTA
PHY
LL
AC
AC
EA
E6
99
3,44
0,67
4,78
1,69
3,31
0,71
11,5
33,
08D
iosp
yros
xav
anti
na S
othe
rsE
BE
NA
CE
AE
77
24
3,84
1,80
4,01
1,69
3,43
1,06
11,2
84,
55M
ouri
ri a
cuti
flor
a N
audi
nM
EL
AST
OM
ATA
CE
AE
20
20
1,00
1,50
2,16
3,39
1,36
1,92
4,52
6,81
Hyd
roch
orea
co
rym
bosa
FAB
AC
EA
E-M
im.
11
90,
051,
420,
152,
910,
022,
370,
226,
69(R
ich.
) B
arne
by&
J.W
. G
rim
esP
era
scho
mbu
rgki
ana
EU
PHO
RB
IAC
EA
E7
16
0,35
1,20
0,92
3,63
0,42
1,79
1,69
6,62
(K
lotz
sch)
Ml
l. A
rg.
Dul
acia
egl
eri
(Ran
gel)
Sle
umer
OL
AC
AC
EA
E3
36
1,65
0,45
3,54
1,21
0,41
0,12
5,60
1,78
Pou
teri
a tr
iloc
ular
is C
ronq
uist
SAPO
TAC
EA
E1
51
10,
750,
822,
002,
182,
211,
504,
964,
50O
cote
a ce
rnua
(N
ees)
Mez
LA
UR
AC
EA
E1
14
0,05
1,05
0,15
2,18
0,01
0,65
0,21
3,87
Sala
cia
impr
essi
foli
a (M
iers
) A
. C
. Sm
.C
EL
AST
RA
CE
AE
14
10,
700,
071,
690,
240,
340,
012,
730,
33H
irte
lla
grac
ilip
es (
Hoo
k. f
.) P
ranc
eC
HR
YSO
BA
LA
NA
CE
AE
18
30,
900,
221,
080,
480,
630,
212,
600,
92P
assi
flor
a cf
. ha
emat
osti
gma
PASS
IFL
OR
AC
EA
E1
12
0,55
0,15
1,39
0,48
0,11
0,04
2,04
0,67
Mar
t. e
x M
ast.
Mal
ouet
ia f
lave
scen
s (W
illd
. ex
APO
CY
NA
CE
AE
94
0,45
0,30
0,92
0,48
0,24
0,05
1,62
0,83
Roe
m.&
Schu
lt.)
Ml
l. A
rg.
Con
tinua
C
ontin
ued
Tab
ela
2
Par
met
ros
fito
ssoc
iol
gico
s pa
ra a
s es
pci
es c
om D
AP
> 5c
m a
mos
trad
as e
m u
ma
impu
ca n
o d
egra
dada
(ND
) e u
ma
degr
adad
a (D
E) n
oPa
rque
Est
adua
l do
Ara
guai
a, N
ovo
Sant
o A
ntn
io-M
T. N
mer
o de
indi
vdu
os (N
), de
nsid
ade
rela
tiva
(DR
), fr
equ
ncia
rela
tiva
(FR
), do
min
nci
are
lativ
a (D
oR) e
val
or d
e im
port
nci
a (V
I). E
spc
ies
em o
rdem
de
ocor
rnc
ia e
dec
resc
ente
de
VI.
Cae
s.=
Cae
salp
inio
idea
e, F
ab.=
Fab
oide
aee
Mim
.= M
imos
oide
ae.
Tabl
e 2
P
hyto
soci
olog
ical
par
amet
ers
for
spec
ies
wit
h D
BH
> 5
cm in
the
non-
alte
red
impu
ca (N
D) a
nd th
e al
tere
d im
puca
(DE
) in
the
Ara
guai
a St
ate
Par
k, N
ovo
Sant
o A
ntn
io-M
T. N
umbe
r of i
ndiv
idua
ls (N
), re
lativ
e de
nsity
(RD
), re
lativ
e fr
eque
ncy
(RF
), re
lativ
e do
min
ance
(RD
o) a
nd im
port
ance
valu
e (V
I). S
peci
es in
occ
urre
nce
orde
r an
d de
crea
sing
VI.
Cae
s.=
Cae
salp
inio
idea
e, F
ab.=
Fab
oide
ae a
nd M
im.=
Mim
osoi
deae
.
462
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
BARBOSA, D.C.F., et. al.
Tab
ela
2 -
Con
t.Ta
ble
2 -
Con
t.
Pan
opsi
s ru
besc
ens
(Poh
l) R
usby
PR
OT
EA
CE
AE
53
0,25
0,22
0,77
0,73
0,38
0,43
1,40
1,38
Gen
ipa
amer
ican
a L
.R
UB
IAC
EA
E4
10,
200,
070,
620,
240,
350,
061,
160,
38
Cro
ton
cune
atus
Klo
tzsc
hE
UPH
OR
BIA
CE
AE
32
0,15
0,15
0,46
0,48
0,02
0,02
0,63
0,66
Mic
roph
olis
ga
rdne
rian
aSA
POTA
CE
AE
581
-28
,98
-7,
60-
21,9
3-
58,5
6-
(A.
DC
.) P
ierr
e
Rou
pala
mon
tana
Aub
l.P
RO
TE
AC
EA
E8
8-
4,39
-4,
16-
3,80
-12
,36
-
Esc
hwei
lera
ova
ta (
Cam
bess
.) M
iers
LE
CY
TH
IDA
CE
AE
67
-3,
34-
4,93
-3,
12-
11,4
0-
Sloa
nea
garc
kean
a K
. Sc
hum
.E
LA
EO
CA
RPA
CE
AE
40
-2,
00-
3,70
-3,
54-
9,23
-
Sym
mer
ia
pani
cula
ta
Ben
th.
POLY
GO
NA
CE
AE
64
-3,
20-
3,24
-2,
09-
8,52
-
Pag
amea
gui
anen
sis
Aub
l.R
UB
IAC
EA
E3
0-
1,50
-2,
16-
0,82
-4,
47-
Cat
hedr
a ac
umin
ata
(Ben
th.)
Mie
rsO
LA
CA
CE
AE
13
-0,
65-
1,69
-0,
24-
2,58
-
Stry
chno
s gu
iane
nsis
(A
ubl.
) M
art.
LO
GA
NIA
CE
AE
11
-0,
55-
1,23
-0,
22-
2,00
-
Eug
enia
flo
rida
DC
.M
YR
TAC
EA
E1
0-
0,50
-1,
08-
0,22
-1,
80-
Nee
a ov
alif
olia
Spr
uce
ex J
.A.
Schm
idt
NY
CTA
GIN
AC
EA
E9
-0,
45-
1,23
-0,
11-
1,80
-
Sim
aba
orin
ocen
sis
Kun
thSI
MA
RO
UB
AC
EA
E5
-0,
25-
0,77
-0,
74-
1,76
-
Dav
illa
kun
thii
A.
St.-
Hil
.D
ILL
EN
IAC
EA
E7
-0,
35-
1,08
-0,
05-
1,47
-
Mac
haer
ium
in
unda
tum
(M
art.
ex
FAB
AC
EA
E-
Fab.
7-
0,35
-0,
77-
0,23
-1,
35-
Ben
th.)
Duc
ke
Myr
cia
fall
ax (
Ric
h.)
DC
.M
YR
TAC
EA
E7
-0,
35-
0,62
-0,
07-
1,03
-
Alc
horn
ea
scho
mbu
rgki
i K
lotz
sch
EU
PHO
RB
IAC
EA
E4
-0,
20-
0,46
-0,
12-
0,78
-
Coc
colo
ba
sp.
POLY
GO
NA
CE
AE
3-
0,15
-0,
46-
0,03
-0,
64-
Myr
tace
ae
(no
-ide
ntif
icad
a)M
YR
TAC
EA
E2
-0,
10-
0,31
-0,
02-
0,43
-
Cas
eari
a sp
.SA
LIC
AC
EA
E2
-0,
10-
0,15
-0,
02-
0,27
-
Ery
thro
xylu
m
angu
ifug
um
Mar
t.E
RY
TH
RO
XY
LA
CE
AE
1-
0,05
-0,
15-
0,02
-0,
23-
Orm
osia
exc
elsa
Ben
th.
FAB
AC
EA
E-
Fab.
-5
1-
3,82
-4,
36-
7,45
-15
,62
Mau
riti
ella
arm
ata
(Mar
t.)
Bur
ret
AR
EC
AC
EA
E-
34
-2,
54-
3,87
-0,
96-
7,38
May
tenu
s sp
.C
EL
AST
RA
CE
AE
-2
8-
2,10
-3,
87-
1,21
-7,
18
Voch
ysia
div
erge
ns P
ohl
VO
CH
YSI
AC
EA
E-
7-
0,52
-1,
21-
2,33
-4,
06
Gar
cini
a m
adru
no (
Kun
th)
Ham
mel
CL
USI
AC
EA
E-
9-
0,67
-0,
48-
0,13
-1,
29
Byr
soni
ma
ripa
ria
W.
R.
And
erso
nM
AL
PIG
HIA
CE
AE
-1
-0,
07-
0,24
-0,
05-
0,37
Eug
enia
sp
.M
YR
TAC
EA
E-
1-
0,07
-0,
24-
0,02
-0,
34
463
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
A similaridade florstica entre as duas impucasdeste estudo foi elevada (67%). Das 52 espciesamostradas nas duas impucas do Parque Estadualdo Araguaia (ND e DE), 26 foram comuns, 19 exclusivasda impuca ND e sete exclusivas da impuca DE (Tabela 2).Entretanto, apesar da elevada similaridade florstica,a estrutura da vegetao foi distinta entre as impucas.A impuca DE apresentou menor riqueza e diversidadede espcies, menor densidade e menor rea basaldo que a ND (Tabela 2).
Comparando-se as impucas deste estudo com asde Tocantins (BRITO, 2005; BRITO et al., 2006; 2008;MARTINS et al., 2008), a similaridade florstica entreas impucas no-degradadas (MT e TO) foi inferior a15%, e entre as impucas degradadas foi inferior a 4%,valores considerados baixos. Em geral, as impucas desteestudo apresentaram maior similaridade florstica comuma floresta inundvel (21%) e uma impuca (26%)localizadas na Plancie do Araguaia (RATTER, 1987;MARIMON; LIMA, 2001).
Comparaes da composio florstica das impucasdeste estudo com outras florestas inundveis, de brejoou higrfilas, de vrzea, riprias ou de galeria e cambarazal(OLIVEIRA-FILHO, 1989; KLINGE et al., 1995;MARQUES et al., 2003; ALMEIDA et al., 2004;DAMASCENO-JNIOR et al., 2005; ARIEIRA; NUNESDA CUNHA, 2006) resultaram em valores do ndicede Srensen inferiores a 10%.
4. DISCUSSO
Os parmetros dos solos das impucas deste estudoforam similares aos registrados por Correia et al. (2001)e Reatto et al. (2001) em solos de florestas de galeriado Brasil central. Os reduzidos teores de Ca e Mg nasimpucas do PEA (deste estudo) so similares aosregistrados por Martins et al. (2006; 2008) em duasimpucas no estado de Tocantins e por Ratter (1987)em florestas inundveis na Ilha do Bananal. Os valoresde pH registrados neste estudo esto de acordo como que foi registrado por Martins et al. (2006), segundoos quais, valores entre 4,1 e 5,5 representam as condiesgerais de acidez dos solos na Plancie do Araguaia.
Os valores de P encontrados nas impucas do PEA(> 24 mg.dm-3) so muito superiores aos valoresregistrados em Tocantins (< 3 mg.dm-3) (RATTER, 1987;MARTINS et al., 2008), indicando que essas florestasinundveis podem apresentar variao na disponibilidade
deste elemento de uma regio para outra, tal comoobservado por Haugaasen e Peres (2006), que encontrarammaiores concentraes de P em solos de uma florestade igap, quando comparada a uma floresta de vrzeana Amaznia. Alguns estudos demonstraram que aconcentrao de P pode aumentar quando os solossofrem inundao, e a mobilizao deste elementoprovavelmente est associada biogeoqumica de outroselementos (MOORE et al., 1992; CHACON et al., 2005).A relao Ca:Mg registrada nas impucas do PEA foisimilar de Tocantins, o que revela a natureza do materialde origem desses solos (MARTINS et al., 2006).
Os elevados teores de Al e da acidez e a baixaconcentrao de Ca e bases trocveis nos solos dasimpucas estudadas representam um padro similar aoencontrado em florestas de vrzea e igap na Amaznia,que tambm esto sujeitas inundao sazonal (FURCH;KLINGE, 1989; HAUGAASEN; PERES, 2006; FAJARDOet al., 2009). Neste estudo, os valores de Al so maiselevados do que os encontrados por Martins et al.(2008) nos solos de duas impucas de Tocantins(< 1,3 cmolc.dm
-3). Tais condies edficas das impucas,especialmente as do PEA, associadas ao encharcamentosazonal, pressupem adaptaes fisiolgicas particularesdas espcies para competir nesse ambiente extremo(SCARANO et al., 1997), especialmente na fase deestabelecimento das plntulas. Nesse caso, as elevadasconcentraes de matria orgnica resultantes da baixadecomposio no ambiente anaerbico encharcado(CORREIA et al., 2004), ao lado dos altos teores deN, P e K nos solos das impucas estudadas, podemajudar na compensao dos fatores extremos. Infelizmente,alm do trabalho de Tocantins, nenhum outro sobreas condies edficas de impucas est disponvel naliteratura para mais comparaes.
As duas impucas de Tocantins, estudadas porMartins et al. (2008) e Brito et al. (2006; 2008), apresentarammaior riqueza de famlias (35 na impuca antropizadae 34 na preservada), gneros (57 e 44) e espcies (70e 49) e maior diversidade de espcies (H= 3,44 e2,97 nats.ind-1) em relao s impucas deste estudo.Alm disso, foi observada baixa similaridade florsticaentre as impucas do PEA e aquelas de Tocantins, bemcomo diversas espcies tpicas de formaes savnicasdo Cerrado nestas ltimas. Esses resultados sugeremque h uma diferenciao florstica e estrutural entreas impucas de Mato Grosso e Tocantins, e novos estudosso necessrios para conhecer as causas destas
464
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
BARBOSA, D.C.F., et. al.
ND (Tabela 2). Com relao rea basal, a impuca DE(25,16 m2.ha-1) pode ser classificada como floresta aberta,segundo Pires e Prance (1985). Entretanto, tal comoobservado por Kunz et al. (2008), os valores de reabasal so diretamente influenciados pelo dimetro mnimoda amostragem, o tipo florestal e o estado de conservaoda rea estudada. Assim, a menor rea basal observadana impuca DE em relao impuca ND pode ser explicadapelo maior grau de degradao da primeira, uma vezque a fitofisionomia e os critrios de amostragem foramos mesmos. Nesse caso, os impactos do fogo e dapresena do gado podem estar contribuindo para areduo da densidade e da biomassa da vegetaolenhosa na impuca DE, promovendo maior luminosidadee alterando as caractersticas da comunidade, tal comoobservado por Martins et al. (2002) em impucas deTocantins. Segundo Felfili et al. (2000) e Henriquese Hay (2002), o fogo pode ser responsvel pela mortee excluso de algumas espcies sensveis e pela reduono nmero de indivduos.
O percentual de indivduos mortos em p amostradosna impuca ND (8%) foi semelhante quele registradopor Brito et al. (2008) na impuca preservada de Tocantins(8,89%). Felfili (2000) considera que o percentual demortos em p em florestas de galeria bem preservadasdo Brasil central encontra-se em torno de 5%. Nessecaso, para impucas, o percentual de mortos esperadopode ser moderadamente mais elevado do que aqueleregistrado em florestas de galeria, uma vez que as impucasse desenvolvem sobre substratos sujeitos a alagamentos,onde as taxas de mortalidade seriam naturalmente maiores.
A proporo de indivduos mortos amostradosna impuca DE (11%) do PEA foi superior quela registradana impuca antropizada de Tocantins (3,22%) (BRITO,2005; BRITO et al., 2008). Considerando que a impucaDE deste estudo e a antropizada, estudada em Tocantinsencontram-se em diferentes condies ambientais eem diferentes nveis de impactos, novos estudos sonecessrios para avaliar as diferenas encontradasna proporo de indivduos mortos nas duas reas(TO e MT).
A elevada representatividade em VI, densidadee nmero de espcies da famlia Chrysobalanaceae nasimpucas deste estudo, uma importante caractersticaflorstica dessas florestas. Esta famlia consideradauma das principais em florestas de terra firme da Amaznia(PRANCE et al., 1976 apud KLINGE et al., 1995) e a
diferenas, que podem estar associadas a diferentesregimes de inundao, estgios de sucesso, histricode perturbao e estados de conservao (BARBOSAet al., 2010).
Os baixos valores de diversidade e riqueza deespcies das impucas do PEA em relao a outras florestasriprias de Mato Grosso, estudadas por Marimon etal. (2002), Ivanauskas et al. (2004) e Kunz et al. (2008),podem ser atribudos caracterstica de maior e maisprolongado alagamento das impucas, visto que as referidasflorestas esto sujeitas a inundaes sazonais de drenagemrpida, e as impucas estudadas podem permanecerinundadas por at cinco meses. Guarino e Walter (2005)observaram que florestas localizadas em reasperiodicamente inundveis apresentam menor diversidadede espcies quando comparadas a florestas sobre solosbem drenados. Semelhante s impucas deste estudo,as matas de brejo no estado de So Paulo (TORRESet al., 1994; IVANAUSKAS et al., 1997; TONIATO etal., 1998) apresentaram baixos valores de diversidadedevido ao alagamento como fator restritivo.
Apesar disso, a densidade total de indivduosamostrados nas impucas do PEA pode ser consideradaelevada, visto que os valores foram superiores quelesencontrados em outras florestas inundveis (KLINGEet al., 1995; IVANAUSKAS et al., 1997; DAMASCENO-JUNIOR et al., 2005) ou em impuca preservada (BRITOet al., 2006; 2008). Nesse caso, apesar das impucasdo PEA estarem sujeitas ao impacto de queimadas edo gado, sua localizao em uma unidade de conservaopode ser fator determinante de maior nmero deindivduos.
A rea basal da impuca ND (35,23 m2.ha-1) foi similaraos resultados registrados por Brito et al. (2008) naimpuca preservada de Tocantins (31,16 m2.ha-1), porPitman et al. (2001) em 24 reas de floresta de terrafirme na Amaznia ( 30 m2.ha-1), alm de estar dentrodos limites observados por Lamprecht (1972) para florestasda Amrica do Sul (30-40 m2.ha-1). O valor de rea basalregistrado na impuca ND permite que ela seja caracterizadacomo floresta tropical densa, de acordo com aclassificao proposta por Brown e Lugo (1992) paraflorestas inundveis, confirmando o bom estado deconservao desta impuca.
A impuca DE apresentou menor densidade, menorriqueza e diversidade de espcies e menor rea basal,refletindo um padro estrutural diferente da impuca
~~
465
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
sua abundncia nos neotrpicos seria devido habilidadede se adaptar a diferentes habitats (PRANCE, 1992).Alm disso, representada por espcies essencialmenteamaznicas, que penetrariam no Cerrado atravs dasflorestas de galeria (PRADO;GIBBS, 1993) e demaisformaes florestais, como seria o caso das impucas.
As famlias Sapotaceae (PINTO; OLIVEIRA-FILHO,1999) e Ixonanthaceae (BERRY; RAMREZ, 1995) tambmapresentariam vnculo florstico fortemente associado Floresta Amaznica e, nesse caso, a elevada importnciadas referidas famlias nas impucas estudadas pode estarrelacionada localizao pr-amaznica do PEA,confirmando a forte influncia daquele bioma na floradas impucas. Por outro lado, Euphorbiaceae uma famliacomum em florestas de galeria do Brasil central (SILVA-JNIOR et al., 2001), evidenciando tambm uma ligaoflorstica com formaes florestais do Cerrado e o carterecotonal das impucas do PEA.
Comparando-se as impucas do PEA com as deTocantins, observou-se que a famlia Sapotaceae, quefoi a mais importante na impuca ND deste estudo, eIxonanthaceae, que foi importante nas duas impucasde Mato Grosso, no foram mencionadas nos estudosde Tocantins (BRITO, 2005; BRITO et al., 2008; MARTINSet al., 2008). Este aspecto sugere que a composioflorstica das impucas pode variar dependendo dalocalizao geogrfica, reforando ainda mais anecessidade de ampliar os estudos em diferentes regiesdo Brasil para garantir ampla caracterizao destafitofisionomia e o estabelecimento de estratgias deconservao.
As espcies Licania apetala, Ochthocosmusmultiflorus, Mabea paniculata, Xylopia sp., Tachigalifroesii e Calophyllum brasiliense podem serconsideradas tpicas das impucas do PEA, poisapresentaram densidades superiores a 30 indivduosem ambas e estiveram entre as dez de maior VI em pelomenos uma das impucas estudadas. Alm de C.brasiliense e T. froesii (=Sclerolobium froesii),Leptolobium nitens (=Acosmium nitens), tambm foiconsiderada espcie comum de impucas em estudosflorsticos pioneiros realizados por Eiten (1985) e Ratter(1987) na regio. Entretanto, os moradores do PEAmencionam que ainda h muita extrao de madeiradas impucas, e as espcies mais procuradas so C.brasiliense (construo de casas e galpes) e Tachigalifroesii (cercas e currais).
As sementes de C. brasiliense, apesar de nogerminarem enquanto inundadas, germinam mesmo apsvrios meses de submerso e suas plntulas conseguemcrescer normalmente tanto em solos inundados quantoem solos bem drenados (MARQUES; JOLY, 2000). Essascaractersticas fazem com que a espcie seja muitofrequente em vrios ambientes ribeirinhos do Brasile em outros ambientes neotropicais, onde o solo permanente ou periodicamente inundado (SCARANOet al., 1997), o que explica sua representatividade nasimpucas estudadas.
A espcie Licania apetala tambm foi registradaentre as dez de maior densidade na impuca preservadade Tocantins (BRITO et al., 2008) e entre as maisimportantes na estrutura de florestas de galeria doBrasil central (SILVA-JNIOR et al., 1996; 2001;SCHIAVINI et al., 2001). Ribeiro et al. (1999)observaram ainda que esta espcie apresenta ampladistribuio na Floresta Amaznica. Nesse caso, L.apetala parece ser uma das espcies com mais amplarea de distribuio em florestas inundveis dos biomasCerrado e Floresta Amaznica, provavelmente devido sua tolerncia ao encharcamento sazonal (SILVA-JNIOR et al., 1996).
Considerando-se que a densidade de Licaniakunthiana foi muito superior na impuca ND desteestudo, esta espcie pode no ser capaz de tolerarperturbaes (fogo e pisoteio de gado) e por esse motivo,pode se adaptar melhor em ambientes no degradados.De acordo com Ratter et al. (1973), L. kunthiana umaespcie caracterstica de florestas sempre-verdes, queocasionalmente esto sujeitas s inundaes. Estudospara avaliar o crescimento de espcies de impucasdeveriam incluir esta para testes.
As espcies Micropholis gardneriana, Licaniakunthiana, Combretum laxum, Diospyros guianensis,Roupala montana, Ternstroemia candolleana eEschweilera ovata podem ser consideradas indicadorasde impucas no degradadas, pois apresentaram altadensidade e importncia estrutural (elevado VI) somentena impuca ND. Provavelmente essas espcies so menosresistentes ao fogo e ao pisoteio do gado. Apesar deM. gardneriana ter sido citada por Mendona et al.(2008) como de ocorrncia em florestas ciliares e degaleria do bioma Cerrado, este estudo representa oprimeiro registro desta espcie como a de maior importnciaecolgica em uma floresta inundvel. Entretanto, a
466
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
BARBOSA, D.C.F., et. al.
degradao ambiental das impucas do PEA podercoloc-la em risco, uma vez que no houve registrodela na impuca DE.
Por outro lado, as espcies Licania apetala,Tachigali froesii, Leptolobium nitens, Xylopia sp.,Mabea paniculata, Ormosia excelsa, Duroia pranceie Mauritiella armata foram mais abundantes eimportantes na impuca DE, sendo consideradasindicadoras de impucas degradadas. As referidasespcies foram consideradas por Ratter (1987), Kubitzki(1989), Pott e Pott (1994), Varela et al. (2005) e Marimone Lima (2001) invasoras ou comuns em florestasantropizadas do Pantanal e da Amaznia, ou na transioentre os biomas Cerrado e Floresta Amaznica. L. apetalae T. froesii, apesar de ocorrerem tambm na impucaND, quando registradas em elevadas densidades podemindicar impucas degradadas, uma vez que a abundnciae o VI dessas espcies foram trs vezes superioresna impuca DE. Nesse caso, os distrbios provocadospelo fogo e pelo gado no PEA podem estar contribuindopara alterar a composio florstica e a estrutura davegetao das impucas, desfavorecendo um conjuntode espcies e favorecendo outro.
Dentre as 10 espcies de maior VI amostradas nasimpucas do PEA, apenas quatro, Calophyllumbrasiliense, Licania apetala, Diospyros guianensise Eschweilera ovata tambm apareceram em destaquenas duas impucas de Tocantins (BRITO et al., 2006;2008; MARTINS et al., 2008). Apesar das impucas deMato Grosso e de Tocantins estarem localizadas namesma plancie de inundao, distantes entre si menosde 200 km em linha reta, apresentam composio florsticae estrutura da vegetao diferenciadas, caracterizandoque esta fitofisionomia pode variar dependendo dograu de interferncia antrpica, nvel de inundao,fatores edficos, localizao geogrfica, dentre outros.
Um aspecto que precisa ser salientado que asimpucas estudadas em Tocantins encontram-seposicionadas geograficamente mais na borda da planciede inundao do Rio Araguaia do que as impucas estudadasem Mato Grosso. Este fato pode explicar a ocorrnciade um grande nmero de espcies tpicas de Cerradosentido restrito nas impucas de Tocantins, como Curatellaamericana, Qualea grandiflora e Q. multiflora (BRITOet al., 2008; MARTINS et al., 2008), provavelmente refletindomenor grau de inundao e maior influncia florsticadas fitofisionomias savnicas do bioma Cerrado. Assim,a divergncia florstica e estrutural observada entre as
impucas do PEA e as de Tocantins pode ser determinada,em parte, pela influncia da flora adjacente, ou seja,maior participao da flora amaznica nas impucas deMato Grosso e maior participao da flora do Cerradonas impucas de Tocantins.
As impucas do PEA apresentaram maior similaridadeflorstica com as florestas inundveis da Plancie doAraguaia (RATTER, 1987; MARIMON;LIMA, 2001)provavelmente por estarem geograficamente maisprximas dessas do que das demais florestas comparadas.Neste caso, fatores como altitude, latitude e caractersticasclimticas podem ser determinantes para definir asimilaridade florstica entre florestas sazonalmenteinundveis dos biomas Cerrado e Floresta Amaznica.Estudos mais detalhados e levantamentos em diferentesreas so imprescindveis para compreender os padresflorsticos e fitogeogrficos dessas importantes e rarasformaes vegetais.
Analisando-se as listagens da flora fanerogmicacompiladas por Ribeiro et al. (1999), Felfili et al. (2001)e Mendona et al. (2008), observa-se que 60% das espciesamostradas nas impucas do PEA foram registradas emdiferentes fitofisionomias do Cerrado e 27% tambmna Floresta Amaznica, confirmando a influncia dessesdois biomas na composio florstica das impucas doPEA, localizadas em rea de transio. Entre as espciesamostradas no PEA, 27% tambm foram observadasem estudo efetuado por Pott e Pott (1994) no Pantanalmato-grossense (BARBOSA et al., 2010), sugerindoque a natureza alagvel desses dois pantanais selecionaespcies tolerantes ao encharcamento sazonal. Noentanto, a despeito da influncia florstica desses trsricos e diversos biomas brasileiros, as impucasapresentaram, em geral, baixa riqueza e diversidadeda flora lenhosa, devido seleo de poucas espciesadaptadas ao encharcamento sazonal.
5. CONCLUSO
A posio geogrfica das impucas do ParqueEstadual do Araguaia pode estar contribuindo paraque sofram influncias florsticas dos biomas Cerradoe Floresta Amaznica, representando uma vegetaotransicional com caractersticas prprias. As espciesLicania apetala, Calophyllum brasiliense,Ochthocosmus multiflorus, Mabea paniculata, Tachigalifroesii e Xylopia sp. podem ser consideradas tpicasde impucas do Parque Estadual do Araguaia.
467
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
A menor riqueza, diversidade de espcies, densidadee dominncia relativa da impuca DE em relao NDdeve-se provavelmente ao histrico de perturbaessofrido por cada uma e ao perodo que esto sujeitas inundao anual. Baseando-se na rea basal por hectare,a impuca ND pode ser considerada uma floresta densa,e a impuca DE uma floresta aberta.
Os fatores responsveis pela reduzida similaridadeflorstica observada entre as impucas deste estudoe as impucas de Tocantins precisam ser avaliados emnovos estudos. Entretanto, a reduzida similaridade podeestar relacionada s diferenas no regime de inundao,no histrico, no tipo de perturbao e na localizaodas impucas de Tocantins mais margem da Planciedo Araguaia, sugerindo maior influncia dasfitofisionomias savnicas do bioma Cerrado. possvelque as impucas de Mato Grosso e Tocantins apresentemidentidade florstica prpria.
Os solos das impucas deste estudo apresentamcaractersticas compatveis com outras florestas sujeitas inundao nos biomas Cerrado e Floresta Amaznica.Tais condies sugerem que este pode ser consideradoum ambiente extremo no s pelo encharcamento sazonale anoxia, mas tambm por condies edficas que podemestar atuando na seleo de espcies arbreas.
Apesar de se tratar de uma unidade de conservao,o histrico de perturbaes antrpicas, provocadaspelo fogo e pelo gado no PEA, pode estar reduzindoa densidade, a riqueza e a diversidade florstica e alterandoa composio de espcies e a estrutura da vegetaode impucas. Dessa forma, este estudo fundamentalpara embasar o plano de manejo do Parque Estadualdo Araguaia, norteando estratgias de controle dosimpactos e a escolha de espcies para recuperaode impucas j degradadas, reduzindo os riscos de extinolocal e de alteraes irreversveis neste frgil e poucoconhecido ecossistema do estado de Mato Grosso.
6. AGRADECIMENTOS
CAPES, pela bolsa concedida ao primeiro autor; Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de MatoGrosso (FAPEMAT, Proc. 0650/2006), pelo financiamentoda pesquisa; e Secretaria do Estado de Meio Ambientede Mato Grosso (SEMA-MT), por autorizar odesenvolvimento deste estudo e disponibilizar o usoda sede do Parque Estadual do Araguaia para o alojamentodos pesquisadores.
7. REFERNCIAS
ALMEIDA, S. S.; AMARAL, D. D.; SILVA, A. S.L. Anlise florstica e estrutura de Florestas deVrzea no esturio amaznico. ActaAmazonica, v.34, n.4, p.513-524, 2004. APG II -Angiosperm Phylogeny Group II. An update ofthe Angiosperm Phylogeny Group classificationfor the orders and families of flowering plants:APG II. Botanical Journal of theLinnean Society, v.141, p.399-436, 2003.
ARIEIRA, J.; NUNES DA CUNHA, C.Fitossociologia de uma floresta inundvelmonodominante de Vochysia divergens Pohl(Vochysiaceae), no Pantanal Norte, MT, Brasil.Acta Botanica Brasi l ica , v.20, n .3 ,p.569-580, 2006.
BARBOSA, D. C. F. et al. Composio florstica dedois fragmentos naturais de florestas inundveis(impucas) no Parque Estadual do Araguaia-MT.In: SANTOS, J. E.; GALBIATI, C.; MOSCHINI, L.E. (Orgs.). Gesto e educao ambiental gua, biodiversidade e cultura. SoCarlos: Rima, 2010. v.2. p.69-81.
BERRY, P. E.; RAMREZ, N. Taxonomic changes inIxonanthaceae from the Venezuelan Guyana.Novon, v.5, p.227-229, 1995.
BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente e daAmaznia Legal. IBAMA. Plano de aoemergencial para o Parque Nacionaldo Araguaia. Documento de InformaesBsicas. 1994. 56p.
BRITO, E. R. Florstica e estrutura defragmentos naturais de florestasinundveis Ipucas e identificaode reas degradadas da Fazenda LagoVerde, Lagoa da Confuso-TO. 2005. 80f.Tese (Doutorado em Cincia Florestal) Universidade Federal de Viosa, Viosa, MG, 2005.
BRITO, E. R. et al. Estrutura fitossociolgica deum fragmento natural de floresta inundvel emrea de orizicultura irrigada, municpio de Lagoada Confuso, Tocantins. Revista rvore, v.30,n.5, p.829-836, 2006.
468
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
BARBOSA, D.C.F., et. al.
BRITO, E. R. et al. Estrutura fitossociolgica deum fragmento natural de floresta inundvel emrea de Campo Sujo, Lagoa da Confuso,Tocantins. Acta Amazonica, v.38, n.3, p.379-386, 2008.
BROWN, S.; LUGO, A. E. Aboveground biomassestimates for tropical moist forests for BrazilianAmazon. Interciencia, v.17, n.1, p.8-18, 1992.
CHACON, N. et al. Implications of soil organiccarbon at the biogeochemistry of iron andaluminum on soil phosphorus distribution inflooded forests of the lower Orinoco River,Venezuela. Biogeochemistry, v.73,p.555-556, 2005.
COCHRANE, T. T. et al. Land in TropicalAmerica. Cali: CIAT/Embrapa-CPAC, 1985.
CORREIA, J. R. et al. Influncia de fatoresedficos na distribuio de espcies arbreas emmatas de galeria na regio do Cerrado: umareviso. In: RIBEIRO, J.F.; FONSECA, C. E. L.;SOUSA-SILVA, J. C. (Eds.). Cerrado:caracterizao e recuperao de matas de galeria.Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. p.51-76.
CORREIA, J. R.; REATTO, A.; SPERA, S. T. Solose suas relaes com o uso e manejo. In: SOUZA,D. M. G.; LOBATO, E. (Eds.). Cerrado:correo do solo e adubao. Braslia: EmbrapaCerrados, 2004. p.29-61.
DAMASCENO-JUNIOR, G. A. et al. Structure,distribution of species and inundation in ariparian forest of Rio Paraguai, Pantanal, Brazil.Flora, v.200, p.119-135, 2005.
EITEN, G. Vegetation near Santa Teresinha, NEMato Grosso. Acta Amazonica, v.15, n.3-4,p.275-301, 1985.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAAGROPECURIA - EMBRAPA. Centro Nacionalde Pesquisa de Solos. Manual de mtodosde anlises de solo. 2.ed. Rio de Janeiro:1979. 212p.
FAJARDO, J. D. V.; SOUZA, L. A. G.; ALFAIA, S.S. Caractersticas qumicas de solos de vrzeassob diferentes sistemas de uso da terra, na calhados rios baixo Solimes e mdio Amazonas. ActaAmazonica, v.39, n.4, p.731-740, 2009.
FELFILI, J. M. et al. Changes in the floristiccomposition of cerrado sensu stricto in Brazilover a nine-year period. Journal of TropicalEcology, v.16, p.579-590, 2000.
FELFILI, J. M. et al. Flora fanerogmica dasMatas de Galeria e Ciliares do Brasil Central. In:RIBEIRO, J. F.; FONSECA, C. E. L.; SOUSA-SILVA, J. C. (Eds.). Cerrado: caracterizao erecuperao de Matas de Galeria. Planaltina:Embrapa, 2001. p.195-263.
FELFILI, J. M. Crescimento, recrutamento emortalidade nas matas de galeria do PlanaltoCentral. In: CAVALCANTI, T. T.; WALTER, B. M.T. (Orgs.). Tpicos atuais em botnica.LOCAL: SBB/Embrapa, 2000. p.152-158.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionrioeletrnico aurlio da lnguaportuguesa. 3.ed. 2004. CD ROM.
FURCH, K.; KLINGE, H. Chemical relationshipbetween vegetation, soil and water in contrastinginundation areas of Amazonia. In: PROCTOR, J.(Ed.). Mineral nutrients in tropicalforest and savanna ecosystems. Oxford:Blackwell, 1989. p.189-204.
GUARINO, E. S. G.; WALTER, B. M. T.Fitossociologia de dois trechos inundveis deMatas de Galeria no Distrito Federal, Brasil.Acta Botanica Brasilica , v.19, n.3,p.431-442, 2005.
HAUGAASEN, T.; PERES, C. A. Floristic, edaphicand structural characteristics of flooded andunflooded forests in the lower Rio Purs regionof central Amazonia, Brazil. Acta Amazonica,v.36, n.1, p.25-36, 2006.
HENRIQUES, R. P. B.; HAY, J. D. Patterns anddynamics of plant populations. In: OLIVEIRA, P.S.; MARQUIS, R. J. (Eds.). The cerrados ofBrazil. New York: Columbia University Press,2002. p.140-158.
IVANAUSKAS, N. M.; MONTEIRO, R.;RODRIGUES, R. R. Estrutura de um trecho defloresta Amaznica na bacia do alto rio Xingu.Acta Amazonica , v.34, n.2, p.275-299, 2004.
469
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
IVANAUSKAS, N. M.; RODRIGUES, R. R.; NAVE,A. G. Aspectos ecolgicos de um trecho defloresta de brejo em Itatinga, SP: florstica,fitossociologia e seletividade de espcies.Revista Brasileira de Botnica, v.20, n.2,p.139-153, 1997.
JUNK, W. J.; BAYLEY, P. B.; SPARKS, R. E. Theflood pulse concept in riverfloodplain systems.In: DODGE D. P. (Ed.). INTERNATIONAL LARGERIVER SYMPOSIUM, 1989, Ottawa.Proceedings Ottawa: Canadian SpecialPublication of Fisheries and Aquatic Sciences,1989. p.110-127.
KENT, M.; COKER, P. Vegetationdescription and analysis; a practicalapproach. London: Belhaven Press, 1992. 363p.
KLINGE, H.; ADIS, J.; WORBES, M. Thevegetation of a seasonal vrzea forest in thelower Solimes River, Brazilian Amazonia. ActaAmazonica, v.25, n.3-4, p.201-220, 1995.
KUBITZKI, K. The ecogeographicaldifferentiation of Amazonian inundation forests.Plant Systematics and Evolution , v.162,p.285-304, 1989.
KUNZ, S. H. et al. Aspectos florsticos efitossociolgicos de um trecho de FlorestaEstacional Pereniflia na Fazenda Trairo, Baciado rio das Pacas, Querncia-MT. ActaAmazonica, v.38, n.2, p.245-254, 2008.
LAMPRECHT, H. Einige strukturmerkmalenaturlicher Tropenwaldtypen und ihrenwaldbauliche bedeutung.Forstwissenschaften Zentralblatt, v.91,p.270-277, 1972.
MAGURRAN, A. E. Ecological diversityand its measurement. London: Croom Helm,1988. 179p.
MARIMON, B. S. et al. Observations on thevegetation of northeastern Mato Grosso, Brazil.IV. An analysis of the Cerrado-Amazonian Forestecotone. Edinburgh Journal of Botany,v.63, n.2/3, p.323-341, 2006.
MARIMON, B. S. et al. Pantanal doAraguaia - ambiente e povo: guia deecoturismo. Cceres: UNEMAT, 2008. 95p.
MARIMON, B. S.; LIMA, E. S. Caracterizaofitofisionmica e levantamento florstico preliminarno Pantanal dos Rios Mortes-Araguaia,Cocalinho, Mato Grosso, Brasil. Acta BotanicaBrasilica, v.15, n.2, p.213-229, 2001.
MARIMON, B. S.; FELFILI, J. M.; LIMA, E. S.Floristics and phytosociology of the gallery forestof the Bacaba Stream, Nova Xavantina, MatoGrosso, Brazil. Edinburgh Journal ofBotany, v.59, n.2, p.303-318, 2002.
MARQUES, M. C. M.; JOLY, C. A. Estrutura edinmica de uma populao de Calophyllumbrasiliense Camb. em floresta higrfila do sudestedo Brasil. Revista Brasileira deBotnica, v.23, n.1, p.107-112, 2000.
MARQUES, M. C. M.; SILVA, S. M.; SALINO, A.Florstica e estrutura do componente arbustivo-arbreo de uma floresta higrfila da Bacia do RioJacar-Pepira, SP, Brasil. Acta BotanicaBrasilica, v.17, n.4, p.495-506, 2003.
MARTINS, A. K. E. et al. Relaes Solo-Geoambiente em reas de ocorrncia de ipucas naplancie do Mdio Araguaia Estado deTocantins. Revista rvore, v.30, n.2, p.297-310, 2006.
MARTINS, I. C. M. et al. Diagnstico ambientalno contexto da paisagem de fragmentos florestaisnaturais ipucas no municpio de Lagoa daConfuso, Tocantins. Revista rvore, v.26,n.3, p.299-309, 2002.
MARTINS, S. V. et al. Floristic composition oftwo wetland forests in Araguaian Plain, Stateof Tocantins, Brazil, and comparison withother areas. Revista rvore , v.32, n.1,p.129-141, 2008.
MENDONA, R. C. et al. Flora vascular do BiomaCerrado; checklist com 12.356 espcies. In: SANO,S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F.Cerrado: ecologia e flora. Braslia: EmbrapaInformao Tecnolgica, 2008. v.2. p.422-1279.
MOORE, P. A.; REDDY, K. R.; GRAETZ, D. A.Nutrient transformations in sediments asinfluenced by oxygen supply. Journal ofEnvironmental Quality, v.21, p.387-393,1992.
470
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
BARBOSA, D.C.F., et. al.
MLLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aimsand methods of vegetation ecology. NewYork: J. Wiley & Sons, 1974. 574p.
NEPSTAD, D. C.; MOREIRA, A. G.; ALENCAR, A.A. Floresta em chamas; origens, impactos epreveno do fogo na Amaznia. Braslia: IPAM/Woods Hole Research Center, 1999. 202p.
OLIVEIRA-FILHO, A. T. Composio florstica eestrutura comunitria da floresta de galeria doCrrego da Pacincia, Cuiab (MT). ActaBotanica Brasilica, v.3, n.1, p.91-112, 1989.
PINTO, J. R. R.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. Perfilflorstico e estrutura da comunidade arbrea deuma floresta de vale no Parque Nacional daChapada dos Guimares, MT, Brasil. RevistaBrasileira de Botnica, v.22, n.1, p.53-67,1999.
PIRES, J. M.; PRANCE, G. T. The vegetationtypes of the Brazilian Amazon. In: PRANCE, G.T.; LOVEJOY, T. E. (Ed.). KeyEnvironments: Amazonia. Oxford: PergamonPress, 1985. p.109-145.
PITMAN, N. C. A. et al. Dominance anddistribution of tree species in upperAmazonian terra firme forests. Ecology , v.82,n.8, p.2101-2117, 2001.
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal.Corumb: Embrapa-SPI, 1994. 320p.
PRADO, D. E.; GIBBS, P. E. Patterns of speciesdistributions in the dry seasonal forests of SouthAmerica. Annals of the MissouriBotanical Garden, v.80, n.4, p.902-927, 1993.
PRANCE, G. T. The phytogeography of savannaspecies of neotropical Chrysobalanaceae. In:FURLEY, P. A.; PROCTOR, J.; RATTER, J. A.Nature and dynamics of forest-Savanna Boundaries. London: Chapman &Hall, 1992. p.295-330.
RATTER, J. A. et al. Observations on thevegetation of northeastern Mato Grosso I. Thewoody vegetation types of the Xavantina-Cachimbo Expedition area. PhilosophicalTransactions of the Royal Society ofLondon, v.266, p.449-492, 1973.
RATTER, J. A. Notes on the vegetation of theParque Nacional do Araguaia (Brazil). NotesRBG Edinburgh, v.44, n.2, p.311-342, 1987.
REATTO, A. et al. Solos de ocorrncia em duasreas sob matas de galeria no Distrito Federal:aspectos pedolgicos, uma abordagem qumica efsico-hdrica. In: RIBEIRO, J.F.; FONSECA, C. E.L.; SOUSA-SILVA, J. C. (Ed.). Cerrado:caracterizao e recuperao de matas de galeria.Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. p.115-140.
RIBEIRO, J. E. L. S. et al. Flora da ReservaDucke: Guia de identificao das plantasvasculares de uma floresta de terra-firme naAmaznia Central. Manaus: INPA, 1999. 816p.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. As principaisfitofisionomias do Bioma Cerrado. In: SANO, S.M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. Cerrado:ecologia e flora. Braslia: Embrapa InformaoTecnolgica, 2008. p.151-212.
SCARANO, F. R. et al. Plant establishment onflooded and unflooded patches of afreshwater swamp forest in southeasternBrazi l . Journal of Tropical Ecology ,v.14, p.793-803, 1997.
SCHIAVINI, I.; RESENDE, J. C. F.; AQUINO, F. G.Dinmica de populaes de espcies arbreas emMata de Galeria e Mata Mesfila na margem doRibeiro Panga, MG. In: RIBEIRO, J. F.;FONSECA, C. E. L.; SOUSA-SILVA, J. C. (Ed.)Cerrado: caracterizao e recuperao deMatas de Galeria. Planaltina: Embrapa Cerrados,2001. p.267-299.
SHEPHERD, G. J. FITOPAC 1 - Manual dousurio. Campinas: UNICAMP, Departamento deBotnica, 1994. 88p.
SANTOS, A. L. S.; PEREIRA, E. C. G.; ANDRADE,L. H. C. Fragmentao florestal decorrente do usodo solo e do processo de degradao ambiental,no municpio de Junqueiro (AL). Caminhos deGeografia, v.9, n.25, p.115-120, 2008.
SARMIENTO, G.; PINILLOS, M. Patterns andprocesses in a Seasonally Flooded Tropical Plain:the Apure Llanos, Venezuela. Journal ofBiogeography, v.28, n.8, p.985-996, 2001.
471
Revista rvore, Viosa-MG, v.35, n.3, p.457-471, 2011
Estrutura da vegetao lenhosa em...
SILVA-JNIOR, M. C. et al. Anlise da flora deMatas de Galeria no Distrito Federal: 21levantamentos. In: RIBEIRO, J. F.; FONSECA, C.E. L.; SOUSA-SILVA, J. C. (Ed.). Cerrado:caracterizao e recuperao de Matas de Galeria.Planaltina: Embrapa, 2001. p.143-191.
SILVA-JNIOR, M. C.; FURLEY, P. A.; RATTER, J.A. Variations in tree communities and soils withslope in gallery forest, Federal District, Brazil.Advances in Hillslope Processes, v.1,p.451-469, 1996.
TONIATO, M. T. Z.; LEITO-FILHO, H. F.;RODRIGUES, R. R. Fitossociologia de umremanescente de floresta higrfila (mata de brejo)em Campinas, SP. Revista Brasileira deBotnica, v.21, n.2, p.197-210, 1998.
TORRES, R. B.; MATTHES, L. A. F.; RODRIGUES,R. R. Florstica e estrutura do componentearbreo de mata de brejo em Campinas, SP.Revista Brasileira de Botnica, v.17, n.2,p.189-194, 1994.
VARELA, V. P.; COSTA, S. S.; RAMOS, M. B. P.Influncia da temperatura e do substrato nagerminao de sementes de itaubarana (Acosmiumnitens (Vog.) Yakovlev) Leguminosae,Caesalpinoidea. Acta Amazonica, v.35, n.1,p.35-39, 2005.
VZZOTTO, V. R.; MARCHEZAN, E.;SEGABINAZZI, T. Efeito do pisoteio bovino emalgumas propriedades fsicas do solo de vrzea.Cincia Rural, v.30, n.6, p.965-969, 2000.
ZAR, J. H. Bioestatistical analysis. 4.ed.Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1999.