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Como forma de complementar a visita de estudo ao convento de Mafra, o professor responsável pela disciplina de filosofia propôs-nos a visualização de um filme intitulado “O Nome da Rosa”. A ação decorre na época da Baixa Idade Média e tem como cenário um mosteiro, que é adjetivado como um local de perigo e mistério. O filme acima referenciado, da autoria de Jean-Jacques Annaud, incide em duas personagens fulcrais para o desenvolvimento da história: William Baskerville e Adso. William é um monge franciscano que com a ajuda do seu aprendiz Adso vai tentar decifrar o mistério relacionado com as sucessivas mortes que ocorriam no convento e que causavam o pânico entre os fiéis. De forma a poder solucionar esta questão que assombrava o mosteiro, William necessita de contactar com aquilo que se encontra para além do evidente, para além dos padrões que até então se tinham apresentado e tinham como base a Igreja, a religião. É então, neste dado momento, que William opta por, juntamente com Adso, dar início às investigações, onde o ênfase atribuído à ciência é notório, pois esta era vista como a “chave” do problema. No filme “O Nome da Rosa” uma das temáticas centrais prende-se com a relevância que começou a ser dada à ciência e, posteriormente, à luta que se gerou em torno da religião e da ciência pois, tal como é evidente no filme, os ideais defendidos pela Igreja eram completamente opostos aqueles defendidos pela ciência. Devido à informação veiculada através do filme cabe-nos a nós, como espectadores e observadores, tirarmos as devidas elações, e de acordo com a obra analisada em sala de aula intitulada Princípios da Filosofia , é possível estabelecer-se uma comparação entre um dos temas mais controversos do filme e a visão filosófica de Descartes, pois este sendo visto como um dos representantes máximos do Renascimento e percursor do iluminismo apresenta-nos um conjunto de ideais filosóficos muito avançados para a época, ou seja, Descartes apoiava a duvida baseada no racionalismo, era este o trajeto para se poder alcançar a desejada compreensão do mundo que rodeia os Homens, ou até mesmo questões relacionadas com a identidade divina. Descartes, era um filósofo apologista da verdade e que para se conseguir chegar à verdade é necessário duvidar-se de tudo. Este filósofo como percursor do Iluminismo defendia que o homem deveria seguir o caminho racional, devia seguir a lógica, procurando uma explicação baseada na ciência, e não apenas nas teorias baseadas em Deus. Conforme o Inês Gomes nº7 12ºB

Filo Sofia

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Como forma de complementar a visita de estudo ao convento de Mafra, o professor responsvel pela disciplina de filosofia props-nos a visualizao de um filme intitulado O Nome da Rosa. A ao decorre na poca da Baixa Idade Mdia e tem como cenrio um mosteiro, que adjetivado como um local de perigo e mistrio. O filme acima referenciado, da autoria de Jean-Jacques Annaud, incide em duas personagens fulcrais para o desenvolvimento da histria: William Baskerville e Adso. William um monge franciscano que com a ajuda do seu aprendiz Adso vai tentar decifrar o mistrio relacionado com as sucessivas mortes que ocorriam no convento e que causavam o pnico entre os fiis. De forma a poder solucionar esta questo que assombrava o mosteiro, William necessita de contactar com aquilo que se encontra para alm do evidente, para alm dos padres que at ento se tinham apresentado e tinham como base a Igreja, a religio. ento, neste dado momento, que William opta por, juntamente com Adso, dar incio s investigaes, onde o nfase atribudo cincia notrio, pois esta era vista como a chave do problema. No filme O Nome da Rosa uma das temticas centrais prende-se com a relevncia que comeou a ser dada cincia e, posteriormente, luta que se gerou em torno da religio e da cincia pois, tal como evidente no filme, os ideais defendidos pela Igreja eram completamente opostos aqueles defendidos pela cincia. Devido informao veiculada atravs do filme cabe-nos a ns, como espectadores e observadores, tirarmos as devidas elaes, e de acordo com a obra analisada em sala de aula intitulada Princpios da Filosofia, possvel estabelecer-se uma comparao entre um dos temas mais controversos do filme e a viso filosfica de Descartes, pois este sendo visto como um dos representantes mximos do Renascimento e percursor do iluminismo apresenta-nos um conjunto de ideais filosficos muito avanados para a poca, ou seja, Descartes apoiava a duvida baseada no racionalismo, era este o trajeto para se poder alcanar a desejada compreenso do mundo que rodeia os Homens, ou at mesmo questes relacionadas com a identidade divina. Descartes, era um filsofo apologista da verdade e que para se conseguir chegar verdade necessrio duvidar-se de tudo. Este filsofo como percursor do Iluminismo defendia que o homem deveria seguir o caminho racional, devia seguir a lgica, procurando uma explicao baseada na cincia, e no apenas nas teorias baseadas em Deus. Conforme o desenvolvimento da histria impossvel no se estabelecer uma comparao entre os princpios filosficos defendidos pela personagem William e os ideais filosficos de Descartes, pois ambas as vises convergem em diversos pontos, entre eles o rejeitar das ordens da igreja catlica e a dvida que fica no ar no filme visionado que se prende com a dvida na infabilidade da palavra de Deus. Noutra perspetiva, relacionando o convento de Mafra com o filme O Nome da Rosa, so dois locais onde se pratica o culto religioso, enquanto no mosteiro do filme O Nome da Rosa inicialmente era privilegiada a palavra de Deus, o mesmo acontece no convento de Mafra surgindo a um dado momento (aparecimento do monge franciscano para investigar a causa das mortes que ocorriam no mosteiro) uma divergncia entre a relao que se possa estabelecer entre o mosteiro (filme O Nome da Rosa) e o convento de Mafra, uma vez que este continua a ser o local onde se privilegia a palavra de Deus, enquanto que no mosteiro surge a dualidade entre os que seguem a palavra de Deus e aqueles que seguem a cincia, pelo facto de esta ser entendida como uma afronta aos olhos da Igreja. Em suma, o filme O Nome da Rosa d-nos uma perceo da igreja, e do mundo da religio um pouco obscura e nada credvel por outro lado, percecionado o lado da cincia que rotulado como a estrada para alcanar a verdade que, posteriormente, nos encaminha at ao saber. Ins Gomes n7 12B