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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO HABILITAÇÃO EM JORNALISMO NAIANA ALBUQUERQUE MARANHÃO RIBEIRO (DES)CAPRICHO: PLATAFORMA MULTIMÍDIA PARA ADOLESCENTES NÃO REPRESENTADAS PELA PRINCIPAL REVISTA TEEN DO BRASIL Salvador Bahia 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

NAIANA ALBUQUERQUE MARANHÃO RIBEIRO

(DES)CAPRICHO:

PLATAFORMA MULTIMÍDIA PARA ADOLESCENTES NÃO

REPRESENTADAS PELA PRINCIPAL REVISTA TEEN DO BRASIL

Salvador – Bahia

2014

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NAIANA ALBUQUERQUE MARANHÃO RIBEIRO

(DES)CAPRICHO:

PLATAFORMA MULTIMÍDIA PARA ADOLESCENTES NÃO

REPRESENTADAS PELA PRINCIPAL REVISTA TEEN DO BRASIL

Anteprojeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de graduação de Comunicação Social - habilitação em

Jornalismo, da Faculdade de Comunicação da Universidade

Federal da Bahia, como requisito avaliativo da disciplina

Elaboração de Projeto em Comunicação.

Docente: Profª. Maria Carmem Jacob de Souza

Sugestões de Orientação: Fábio Sadao Nakagawa ou Malu

Fontes

Salvador

2014

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RESUMO

O presente anteprojeto, apresentado como avaliação final da disciplina Elaboração de Projeto

em Comunicação (COM 116) na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da

Bahia, pretende detalhar as etapas de produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) a

ser apresentado no semestre 2015.2. Durante a adolescência, fase de transição da vida

marcada pelas crises e pela formação da identidade, as jovens recorrem frequentemente aos

meios de comunicação como referência para constituição do seu eu. Nesse espaço,

encontramos como veículo hegemônico a revista líder de mercado Capricho. Os meios criam

e reproduzem conteúdos que passam a ser referências não só culturais, mas também de

padrões para adolescentes encontrarem respostas e soluções para determinadas situações de

suas vidas. Desta forma, direta e indiretamente, as jovens acabam submetidas aos padrões de

beleza, de corpo e representações que são cultivados pelas publicações. Com objetivo de

elaborar uma plataforma online multimídia que sirva como uma alternativa às adolescentes

que não se sentem representadas por estes meios de comunicação hegemônicos,

especialmente a Capricho, este trabalho busca compreender a relação que as adolescentes

estabelecem com as publicações teen, observando em quais situações as jovens não se sentem

representadas. A pesquisa com as adolescentes permitirá uma identificação dos conteúdos e

dos interesses que traduzem de melhor forma a fase que estão vivendo para assim elaborar

essa plataforma. Lançada em forma de dossiê, o produto possuirá como referência as

narrativas multimídias verticais, buscando atrair e representar de forma fidedigna o universo

adolescente, com os conteúdos identificados como mais próximos da realidade das jovens.

Palavras-chave: adolescência; identidade; padrões; revista Capricho; referenciais;

representação; multimídia; webjornalismo; narrativas verticais.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................. 5

1.1 OBJETIVOS..................................................................................... 8

1.1.1 Objetivo Geral................................................................................. 8

1.1.2 Objetivos Espefícos......................................................................... 8

1.1.3 Objeto.............................................................................................. 8

2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................. 9

3. A DELIMITAÇÃO DA QUESTÃO................................................... 17

4. JUSTIFICATIVA................................................................................. 21

5. METODOLOGIA................................................................................ 23

6. CRONOGRAMA.................................................................................. 25

7. ORÇAMENTO..................................................................................... 27

8. REFERÊNCIAS................................................................................... 28

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1. INTRODUÇÃO

Desde cedo, as adolescentes são impostas a uma série de elementos culturais que,

direta ou indiretamente, influenciam na construção de suas identidades. Sejam estes elementos

do dia a dia, como ideais e pensamentos de pessoas que estão presentes no ambiente social em

que estas garotas vivem, ou então estímulos visuais, como programas de televisão, revistas,

anúncios, dentre outros. Eles tendem a incorporar uma narrativa unilateral, sobretudo do

corpo da adolescente contemporânea e de suas representações.

Como diz Filgueira (2003), quando se fala em cultura dos brasileiros não é difícil

observar as constantes imagens de corpos que nos são constantemente apresentadas e,

também, ditas. Desde as passarelas da moda, aos teatros e também na dança, nos esportes e

nas revistas, é notória a venda de objetos pela publicidade. Isso também ocorre nas novelas e

programas de televisão, nos filmes, nas ruas, parques e academias. Desta forma, para autora, o

corpo se exibe e ao mesmo tempo é exibido, tornando-se objeto de diferentes discursos e

desejos. A autora também mostra como o culto ao corpo é enfatizado como uma obrigação.

Vejamos:

Vivemos um momento em que o culto ao corpo se tornou quase uma obrigação.

Os corpos não só se tornaram mais visíveis como foram, também, tornados objetos de investigação. Ou seja, sobre ele se criam imagens, discursos, formas

de admirá-lo, de negá-lo, de representá-lo. O corpo não é só um corpo. É

também o que dele se diz. (FIGUEIRA, 2003, p.1).

A revista Capricho1, periódico que circula em todo o território nacional e líder de

vendas entre o público que se propõe, surge como elemento essencial no que tange aos

cuidados com o corpo, dando ênfase à atividade física, à beleza e à moda. “É possível pensar

que a Capricho é, junto a tantas outras, é uma instância a constituir identidades adolescentes (...).

1 A revista Capricho passou a ser mensal em abril de 2014. Antes disso, era uma publicação quinzenal com

tiragem de 200.000 exemplares por mês e mais de 2,5 milhões de leitores por edição. No entanto, apesar de ter

diminuído o número de edições, foi lançada uma revista digital semanal, a Capricho Week,disponível nas lojas

de aplicativos App Store e Google Play. Cada edição custa US$ 0,99. Além disso, a revista em papel ganhou

mais páginas, ganhou um papel de capa mais firme e passou a custar R$ 5,99, R$1,00 a mais do que o preço anterior. Na época, a diretora de redação do título, Tatiana Schibuola, declarou que a mudança foi para se

adequar à realidade das adolescentes, que passam boa parte do tempo conectadas à internet. “Quando a Capricho

passou a ser quinzenal, há 18 anos, não tínhamos uma internet tão disseminada. Então as leitoras contavam

apenas com a revista impressa para se atualizar. Mas hoje as adolescentes estão próximas de Capricho 24 horas

por dia. Temos o nosso site (...); a TV Capricho, ao vivo - das 17h às 19h, de segunda à sexta; e lançamos

recentemente a nova Capricho Week - uma edição semanal produzida exclusivamente para o celular. Diante

desse cenário, fazia todo o sentido que a revista tivesse periodicidade mensal”, afirmou TatianaSchibuola, em

entrevista ao site da editora Abril, disponível em: <http://grupoabril.com.br/pt/imprensa/releases/capricho-

anuncia-edicao-impressa-mensal-e-edicao-exclusiva-para-iphone>. Acesso em: 07 dez 2014.

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Posso dizer que não há uma identidade adolescente fixa. Ela é criada e representada de diferentes

formas, em diferentes grupos sociais, religiões, etnias, etc” (FIGUEIRA, 2003, p.7).

A mesma autora ressalta, inclusive, que a revista Capricho – apesar de ter sofrido

diversas transformações editoriais desde seu início, em 1952 - é uma publicação2 que, há

algum tempo, se consolidou no mercado editorial brasileiro como uma revista dirigida ao

público feminino adolescente.

a Capricho quer mostrar o que é atual e o que está interessando as suas leitoras. São, por exemplo, as reportagens com atores e atrizes das telenovelas, as

matérias sobre comportamento, beleza e moda que passam a ocupar as suas

páginas. Deseja-se agora agradar e conquistar um novo público, identificado

como sendo constituído por jovens de 15 a 29 anos (...) em 1999, há uma mudança na direção da revista e com ela a decisão de ampliar seu público alvo,

chegar às meninas que estão vivendo a adolescência, independente de suas

idades. Ou seja, aqui o que importa já não é mais fixar idades para suas leitoras. O que está posto é a possibilidade de viver a adolescência desde que a garota se

identifique e/ou seja identificada com essa denominação. (FIGUEIRA, 2003,

p.7).

Além de ser utilizada frequentemente pelas adolescentes que querem encontrar

respostas ou soluções para determinadas situações de suas próprias vidas, a publicação, assim

como outras para o público, como a revista Todateen3 e a revista Atrevida

4, representa uma

instância de referência cultural que influencia na construção de identidades adolescentes,

criada e representada de diferentes formas, em diferentes grupos sociais, religiões, etnias, etc,

como ressalta Filgueira (2003).

A Capricho é instância pedagógica produtora de conhecimento e de saberes

sobre o corpo, a moda, a atividade física, a beleza, a saúde e a sexualidade pois

figuram nas suas páginas diversas representações de corpo, vários discursos que apontam caminhos e atitudes a serem seguidos, depoimentos de personalidades

tomadas como exemplos, anúncios que vendem distintos produtos específicos...

enfim, nas páginas da Capricho ensina-se como ser uma adolescente bonita,

atraente e moderna. (FIGUEIRA, 2003, p.3).

2 Neste trabalho, “publicação”, quando relacionado à revista Capricho, deverá ser vista como sinônimo da marca

e dos seus mais diversos produtos – aplicativo, site, revista impressa, entre outros. 3 A revista Todateen, da Editora Alto Astral, é publicada mensalmente e teve sua primeira edição publicada em

1995. Direcionada ao público adolescente feminino das classes A e B, de 12 a 17 anos, a revista fala sobre amor,

sexo, relacionamento, drogas, família, moda, beleza, saúde, música, ídolos e baladas, entre outros assuntos para

este público. De acordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC), a revista tem circulação mensal média

de 90 mil exemplares. O site da revista, hospedado no UOL, tem cerca de 1,1 milhão de visitas por mês. 4 A Atrevida também é uma revista voltada ao público adolescente feminino. Publicada mensalmente pela

Editora Escala, traz assuntos como amor, relacionamento, sexualidade, beleza, moda, música, ídolos e

atualidade. O primeiro exemplar da Atrevida foi publicado em 1994.

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Apesar da forte influência do periódico na construção de identidades, nem sempre – e

na maioria das vezes - as adolescentes se sentem representadas por aqueles valores, imagens

e, sobretudo, corpos que são vendidos. Enquanto a Capricho fala para as adolescentes serem

elas mesmas, em algumas matérias, nos próprios editoriais de moda aparecem modelos

magras e consideradas no padrão ideal de beleza. Uma das questões que guia este trabalho é a

seguinte: como elaborar uma publicação para uma “adolescente moderna” que não se encaixa

nos padrões da Revista Capricho?

A partir das considerações feitas sobre a influência da revista Capricho no cenário

contemporâneo e nas ideias expostas sobre a forma que o corpo e outros padrões, são

exibidos, abordados, discutidos e, de certa forma, vendidos, nesse e outros periódicos, este

trabalho tem por objetivo apresentar uma alternativa ao público jovem5 feminino, por meio de

um site em forma de plataforma online e multimídia, que não se sente – e nem precisa se

sentir – representado pela revista Capricho.

5Neste projeto, os termos “adolescente” e “jovem” devem ser entendidos como sinônimos.

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1.1. OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Planejar e produzir uma plataforma online multimídia voltada ao público adolescente

que não se sente representado pelos conteúdos produzidos e compartilhados por revistas e

portais homogêneos, como a revista líder de mercado Capricho.

1.1.2 Objetivos específicos

Compreender a relação que as adolescentes estabelecem com as revistas teen e seus

respectivos sites;

Observar em quais situações as jovens não se sentem representados pela Capricho com

maior frequência;

Identificar, por meio das adolescentes, quais conteúdos e interesses que traduzem de

melhor forma à fase que estão vivendo;

Elaborar uma plataforma online multimídia que atraia e represente de forma fidedigna

o universo adolescente, com os conteúdos identificados como mais próximos da

realidade das jovens. Além disso, a plataforma pode atrair pais, educadores e outras

pessoas que não estejam vivenciando esse período da vida, mas que, porventura,

convivam com adolescentes;

Desenvolver uma estratégia de divulgação da plataforma online.

1.1.3. Objeto

Este trabalho tem como objeto a produção de uma plataforma online multimídia que

atraia o público adolescente do sexo feminino que não se sente representado pelas revistas

teen atuais e seus respectivos sites. Provisoriamente intitulado de “(Des)capricho”, fazendo

uma analogia direta à revista Capricho e ao fato de que não é preciso seguir todos os padrões

impostos pela sociedade não somente às adolescentes, mas às mulheres em geral, o site tem

como principal objetivo trazer conteúdos alternativos aos disponibilizados pelas revistas e

publicações brasileiras para este público jovem. A plataforma pretende ir de encontro ao que é

ditado e produzido, sobretudo pelas revistas Capricho, Atrevida e Todateen. Para tanto,

trazendo outras abordagens das mesmas questões e, ainda, colocando em pauta conteúdos não

discutidos por estas publicações.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

A proposta de trazer uma alternativa de conteúdo ao público adolescente feminino ao

que é produzido pelos meios de comunicação vigentes, como é o caso da revista Capricho, é o

que orienta a minha proposta de pesquisa. Para tal, é preciso compreender qual o público da

Capricho e a qual público irei me dirigir.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)6, a adolescência é o

período entre 12 e 18 anos. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS)7 defende uma

abrangência maior: dos 10 aos 19 anos. A Organização das Nações Unidas (ONU), por sua

vez, limita a juventude entre as idades 15 e 24 anos. Apesar dessas definições, este trabalho

não pretende se fixar em um limite cronológico e compreende que qualquer uma das

limitações terá ao menos uma parcela do seu público, já que o público alvo da Capricho,

adotado desde 1982, é composto por jovens de 15 a 29 anos. De acordo com a Marplan,

empresa de pesquisa de mercado que lida com a publicidade da revista, 65% do público da

Capricho tem idades entre 10 e 19 anos. Da mesma forma, 51% dos leitores são de classes A e

B (MARPLAN, 2013). Atualmente, com tiragem de cerca de 160 mil exemplares, a revista

mensal atinge uma média de 1,8 milhão de leitoras por edição.

Como a plataforma multimídia surge como uma alternativa às jovens que não se

sentem representadas pela revista, o público escolhido para o produto online coincide com o

público da revista Capricho. Já o público target, mais específico, será de meninas de 13 a 17

anos, o equivalente ao adotado pela publicação após sua reforma visual, em 2006.

“CAPRICHO é hoje uma marca presente em vários aspectos da vida da adolescente brasileira.

Está na revista, no site, no celular, em produtos licenciados, games e eventos. Sempre

buscando explicar o mundo de um jeito simples e divertido e oferecendo os serviços mais

relevantes para as meninas de 13 a 17 anos” (ABRIL)8.

É importante observar, ainda, que o momento da vida denominado de adolescência

pode ser entendido como um período determinante e essencial para a formação da identidade

de qualquer indivíduo. Para Figueira (2003), a revista Capricho é uma publicação dirigida ao

público feminino adolescente, que não se caracteriza, necessariamente, por uma divisão em

6 Endereço da versão online do Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm >. Acesso em: 8 dez. 2014. 7 Endereço do site da Organização Mundial da Saúde, que identifica a adolescência como uma “transição

crítica”, entre os 10 e 19 anos de idade. Disponível (em inglês) em: <http://www.who.int/maternal_child

_adolescent/topics/adolescence/dev/en>. Acesso em: 8 dez 2014. 8 Disponível em: <http://capricho.abril.com.br/revista/historia.shtml>. Acesso em 7 de dez. 2014.

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faixas etárias, mas que, de certa forma, influencia na forma de ver o mundo, opiniões,

representações tidas como referência para suas leitoras.

Por mais que a Biologia considere a adolescência como a etapa do amadurecimento

sexual, Lisa França (2004), assim como Figueira, também considera que este período depende

também da forma que são maturadas questões emocionais. Portanto, ao longo deste trabalho

será utilizado o conceito da psicologia de que “esta etapa do desenvolvimento humano

envolve, além das transformações do corpo, o desenvolvimento psicológico e social e que este

período criador e construtivo ocorre dentro de um processo de crise, carregado de sofrimento

e angústias” (FRANÇA, 2004, p. 2).

A crise, como explicitada por França (2004), faz parte do processo de construção da

identidade, que implica em definir quem o indivíduo é, seus valores e quais as decisões que

quer escolher para a vida. Citado por Aznar-Farias, Shoen-Ferreira e Matos (2003), Erikson

define identidade como uma “concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas

com os quais o indivíduo está solidamente comprometido” (ERIKSON apud AZNAR-

FARIAS; SCHOEN-FERREIRA; MATOS, 2003). Esta crise, também é definida por Marcia

(1966) como um momento em que as escolhas são reavaliadas, podendo acontecer de forma

tumultuada ou gradativa.

Nessa fase, por vezes tumultuada, muitos dos adolescentes precisam recorrer a

referências sejam estas revistas, peças publicitarias, dentre outros que, ao mesmo tempo em

que oferecem soluções a determinadas situações em que eles se encontram, também

contribuem com conteúdos e ideais que são aproveitadas pelos adolescentes para a construção

de suas identidades.

Ao entrar em contato com a revista Capricho, as adolescentes, sobretudo do sexo

feminino, podem ter seu repertório ampliado, de maneira que influencie a construção da sua

identidade, de seu lugar de fala e de sua representação social frente aos grupos com os quais

se relacionam em diferentes ambientes. Segundo Figueira (2003), “É possível pensar que a

Capricho é, junto a tantas outras, é uma instância a constituir identidades adolescentes (...).

Posso dizer que não há uma identidade adolescente fixa. Ela é criada e representada de

diferentes formas, em diferentes grupos sociais, religiões, etnias, etc” (FIGUEIRA, 2003, p.7).

Ao mesmo tempo, a mesma autora defende que a publicação já tem uma série de

conceitos e representações formados, que são passados para as jovens como se fossem

verdadeiros e unilaterais. É o caso dos conhecimentos, saberes e representações sobre o corpo,

a moda, a atividade física, a beleza, a saúde. De acordo ela, “nas páginas da Capricho ensina-

se como ser uma adolescente bonita, atraente e moderna” (FIGUEIRA, 2003, p.3).

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Uma representação que constantemente aparece com discurso formado, sobretudo

quando o objeto de pesquisa é a revista Capricho, segundo a autora, é a forma que os corpos

são mostrados. O corpo feminino é frequentemente apresentado e cultuado como uma

obrigação. Ela afirma, portanto, que “sobre ele se criam imagens, discursos, formas de

admirá-lo, de negá-lo, de representá-lo. O corpo não é só um corpo. É também o que dele se

diz” (FIGUEIRA, 2003, p.1).

Além de ser usada frequentemente pelas adolescentes que, por se encaixarem neste

momento tumultuado e crítico, querem encontrar soluções para diversas questões e situações

de suas vidas, a publicação - líder de vendas e de mercado para o público – segundo Filgueira,

influencia diretamente na construção da identidade de jovens, representada de diferentes

formas. No entanto, mesmo que indiretamente, a publicação ensina às adolescentes como

seguir os padrões impostos e que ela mesma cultua.

Já para Ferro, Giglio, Penteado e Barbarini (2009), apesar de tirar as dúvidas e

satisfazer alguns dos desejos das leitoras – que, de certa forma, já fazem parte do padrão

imposto - a revista vende outros padrões, não só de beleza, mas também de comportamentos.

Isto acontece quando, por exemplo, generalizam a ideia de que toda garota sofre por amor, de

que todas as meninas têm que estar em forma, de que aquele “tipo de roupa combina com o

seu corpo” ou até mesmo quando a publicação utiliza “essa é a tendência do momento”.

Seguir um padrão de representação imposto e cultuá-lo não é uma exclusividade da

revista Capricho. Revistas femininas, em geral, acabam por estabelecer uma relação afetiva

com o seu público. De acordo com Rempel e Iensen Bortoluzzi (2012), essas revistas

assumem papéis de amigas, conselheiras – até mesmo em suas linguagens - e também

funcionam como verdadeiros manuais, guias de comportamento e conduta para suas leitoras.

“Ao fazerem isso, estas publicações disseminam maneiras de ser mulher, constroem

identidades e apresentam ao seu público um modelo de feminino a ser seguido” (REMPEL e

IENSEN BORTOLUZZI, 2012, p.1).

Citando Lipovetsky, as mesmas autoras dizem que a representação da mulher foi do

caráter de divindade, à dona de casa, nos povos antigos, e a admiração por sua beleza, na

mitologia grega. Já na Idade Média, época marcada pela efervescência do cristianismo, a

beleza feminina era vista como demoníaca. Durante a Renascença, no entanto, a mulher era

admirada por sua graça, por sua beleza e por sua harmonia. Na Idade Moderna, começam a

ser lançados os manuais de beleza e as normas de conduta para as mulheres. As autoras

ressaltam que a ideia da beleza feminina foi transformada nos últimos anos, mas que,

atualmente, as mulheres são levadas a seguir um padrão. “A mulher hoje deve ser magra e

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jovem. É o tempo da beleza do corpo, nunca se falou tanto em regimes, exercícios,

medicamentos e cosméticos” (LIPOVETSKY apud REMPEL e IENSEN BORTOLUZZI,

2012, p.5).

As autoras ressaltam, ainda, que o culto a beleza e ao corpo, hoje, são discursos muito

presentes na vida das mulheres. Ser bela, para Rempel e Iensen Bortoluzzi (2012), parece ser

como um pré-requisito para ser mulher. As revistas femininas, inclusive, dão espaço para este

discurso e acabam por legitimar e reforçar os pensamentos presentes no senso comum.

Fairclough (2001) atenta que precisamos de um olhar mais crítico acerca das

ordens discursivas hegemônicas, pois apenas através da criticidade dos cidadãos

poderá haver mudança. Revistas, assim como os meios de comunicação em geral, só fazem circular discursos que já existem e são muito bem intuídos em

nossa sociedade. A mudança dificilmente partirá destes meios, pois estes

veiculam o que vende, o que público espera. Assim, é preciso uma maior

conscientização sobre estes discursos, para que o publico os entenda e queira algo diferente. (FAIRCLOUGH apud REMPEL e IENSEN BORTOLUZZI,

2012, p.10).

O público adolescente, entretanto, por encontrar-se em uma fase de tumultuada que

envolve não apenas a sua formação física como psicológica, como já foi dito, acaba por ser

influenciado de forma mais incisiva por todos os valores e representações das revistas teen,

além de conteúdos produzidos em sites, publicações, peças publicitárias, entre outros produtos

emissores de mensagens.

Assim como desconstruir padrões que já estão enviesados na sociedade

contemporânea, como dito por Rempel e Iensen Bortoluzzi (2012), não é uma tarefa fácil, a

forma de lidar com o público jovem também precisa ser tratada com cuidado. De acordo com

Alves (2006), as habilidades cognitivas das novas gerações são diferentes das de seus pais e

avós. Isto implica não só em sua forma de pensar, como as relações que estabelecem com os

meios de comunicação. O mesmo autor afirma, ainda, que o maior problema dos jornais é o

desinteresse dos jovens. Os adolescentes de hoje não sabem como era o mundo sem celular e

muito menos sem internet, “que são outra ponta visível e popular do enorme iceberg que é a

Revolução Digital em curso. Para essas novas gerações, o mundo baseado em dados é a

norma e não a exceção ou a novidade” (ALVES, 2006, p.4).

Ao mesmo tempo, o futuro dos meios de comunicação também permanece incerto, já

que vivemos em um período de constantes mudanças. Ainda assim, se antes a recepção das

mensagens era feita através de uma seleção de um gatekeeper – aquele que escolhe o que será

noticiado, podendo ser desde um repórter até um chefe de reportagem ou diretor de redação –

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agora, “o receptor tem o controle, o poder de acessar uma infinidade de fontes, sem as

barreiras de tempo e espaço que limitavam sua ação até o advento da web” (ALVES, 2006,

p.4). É possível notar, então, uma transformação do modelo de comunicação linear até então

predominante, com a transferência do poder, que passa do emissor para o receptor. Este, hoje,

pode escolher e selecionar quais conteúdos serão acessados e lidos.

Segundo Alves (2006, p.5), quando o jornalismo passa para a web, deixa de ser um

produto e passa a ser um ‘jornalismo-serviço’. Desta forma coloca as informações à

disposição de quem quiser consumi-las. A tecnologia digital - seja através do webjornalismo

ou não - “oferece ao receptor das mensagens jornalísticas ainda mais poder, ao abrir uma

gama de possibilidades de busca e de reorganização do material oferecido pelos meios de

comunicação” (ALVES, 2006, p.5).

Com o advento da web, que tem a capacidade de envolver todos os outros meios, o

termo “multimídia” torna-se mais frequente. Para Alves (2006, p.6), portanto, “a internet pode

ser rádio, TV, jornal, revista, tudo ao mesmo tempo”. Para isto, o jornalismo não precisa mais

respeitar todos os limites dos meios tradicionais, podendo misturar diversas características

específicas de cada meio, formando uma narrativa hipermídia, que tem como principais

características a multimidialidade, hipertextualidade, interatividade e integração. Entre outras

características, o jornalismo digital implica em uma atualização contínua, personalização de

conteúdos e participação dos receptores.

A interatividade é caracterizada pelo hipertexto – texto da narrativa hipermídia – que

faz com que a linguagem na web seja personalizada e em constante transformação, de acordo

com Gamela, Silva e Freitas (2011). Assim, o hipertexto é um elemento de articulação e

ligação entre várias narrativas e mensagens isoladas ou integradas umas com as outras e

permite com que o receptor ou leitor manipule o conteúdo diretamente, realize interferências e

percorra seu próprio caminho, fazendo com que a experiência da narrativa seja feita de forma

personalizada.

A mensagem na web, portanto, pode ser organizada das mais variadas maneiras – com

textos, fotos, vídeos, infográficos – e todos estes elementos assumem papeis essenciais nas

construções dos discursos e narrativas. Os autores afirmam que a “estruturação do layout, a

integração dos meios, a adaptação dos conteúdos e a orientação de leitura assumem-se aqui

como elementos fulcrais para a coesão da narrativa e para a hierarquização da informação”

(GAMELA; SILVA; FREITAS, 2011, p.9).

Citado por Balogh, Marcelo Tas também defende a hipertextualidade e a relação entre

os meios de comunicação. Segundo ele, “a tendência é que todas as mídias comecem a se

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acasalar muito facilmente. O livro tem um caso com a aparelhagem de som, a TV flerta com o

jornal, o cinema com o satélite, o telefone com o videocassete... todos abençoados por essa

promiscuidade cibernética” (TAS apud BALOGH, 2002, p.25).

Mesmo com todas estas características diferenciadas, Gamela, Silva e Freitas (2011)

defendem que o modelo de pirâmide invertida seja utilizado nos textos para web devem

utilizar. Neste caso, as informações principais devem estar no início da matéria, como ocorre

no jornalismo tradicional; a mesma lógica deve ser aplicada aos outros parágrafos. Links

podem ser utilizados para estruturar a informação e relacionar artigos diferentes, aumentando

a navegabilidade e gerando mais visitas ao site. Portanto, “devemos criar conteúdos

complementares e referir artigos em arquivo relacionados com a nossa história” (GAMELA;

SILVA; FREITAS, 2011, p.23). Essas características fazem do conteúdo algo perene, quando

presente na web, já que os textos na internet estarão sempre disponíveis – e podem ser usados

como referência para textos futuros e, ainda, serem relacionados com outros conteúdos. Os

mesmos autores afirmam, no entanto, que o receptor deve encontrar pirâmides flutuantes na

web, já que escolherá sua rota única de navegação. A pirâmide invertida, neste caso, é própria

de cada um, de acordo com a apresentação e exposição de cada tema.

Apesar de ir de encontro com o modelo de anunciantes que sustenta a mídia impressa,

televisiva e radiofônica, o jornalismo digital e suas tecnologias têm se reinventado para

consolidar um negócio específico. Ainda assim, Alves (2006) afirma que, de certa forma, o

jornalismo feito na web põe “em xeque” as formas tradicionais de jornalismo.

Ainda que o jornalismo da web tenha crescido em audiência, [...] não se viu

nesta primeira década a construção de um modelo de negócio sólido, baseado

em publicidade e no pagamento de assinaturas. As verbas de publicidade que

vinham ajudando a financiar o jornalismo estão, em grande parte, sendo desviadas para portais e sítios de busca que não têm operações jornalísticas. Se

as tendências atuais permanecerem inalteradas, como será possível financiar,

por exemplo, uma redação de 1200 jornalistas, como a do New York Times? (ALVES, 2006, p. 7).

Apesar de ser um tanto quanto pessimista com relação ao futuro dos meios de

comunicação tradicionais, o autor destaca que não é possível saber e nem prever quais serão

os resultados e consequências da Revolução Digital no futuro. Segundo ele estamos imersos

em um processo de transição que mal começou e que deve se estender por algum tempo. É

este o momento, então, de reinventar o jornalismo para uma sociedade em rede. Desta forma,

nada melhor do que os jovens para testar estas reinvenções. Afinal, eles fazem parte do futuro.

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O formato de plataforma online, portanto, além de permitir um diálogo maior com o

público adolescente e jovem, promovendo a interação, possibilita a utilização de diferentes

formatos para a construção da narrativa hipermídia e multimídia. Como diz Freitas (2005), a

natureza da escrita e principalmente da leitura do jovem é marcada pela interatividade e esta

se faz presente de forma mais aguçada no contexto virtual.

o espaço virtual apresenta-se integrado ao seu dia-a-dia, sendo parte de sua

realidade, local de encontro com outras pessoas e com os interesses próprios da idade de transição. Eles transitam pelo espaço cibernético, explorando a web

num movimento de acessar uma coisa, depois outra, fazer conexões, juntar

elementos diferentes, realizando um verdadeiro exercício de bricolage. E nesse movimento vão reelaborando vivências próprias de seu cotidiano a partir das

práticas discursivas que ali produzem. (FREITAS, 2005, p. 93).

De acordo com a autora, que fez um estudo de caso, além do espaço online ser a

melhor forma de aproximar deste público, outra estratégia é se colocar no lugar dele,

atentando-se para um espaço com escrita mais subjetiva e pessoal. Para tanto, mesmo que a

plataforma seja para adolescentes, é preciso compreender a subjetividade deste público

mesclando características de sites construídos por adolescentes quanto para adolescentes.

Estas características podem ser melhor visualizadas no trecho abaixo:

O site produzido para adolescentes assemelhava-se muito às revistas impressas destinadas a este público. A HP (home page ou página de entrada) possuía

características de um índice de revista impressa, com os links convidando à

navegação pelas diferentes sessões dessa revista on-line. Na HP apresentavam-

se muitos slogans para chamar a atenção, propagandas comerciais, um discreto apelo ao consumo, além de uma categorização padronizada dos interesses

adolescentes: sexo, drogas, beleza, saúde, moda, filmes, televisão, jogos, entre

outros (...). Em contrapartida, ao caracterizarmos a página construída por uma adolescente de 18 anos, notamos que esse site girava em torno da autora e de

seus interesses (...). Enfim, havia uma marca de autoria e uma escrita mais

subjetiva. Na verdade, a adolescente manifestava interesse em interagir com pessoas e supunha um auditório social para o qual construía seu site.

(FREITAS, 2005, p. 88).

A partir da interação e dinamicidade requerida pelo público adolescente, as narrativas

multimídia verticais encaixam-se como símbolo de inovação jornalística. A densidade

informativa, a verticalização, a integração dos recursos multimídias, a utilização consistente

de menus de navegação e os botões de compartilhamento para as redes sociais sugerem novos

padrões às narrativas multimídias, que são como uma estratégia comunicacional mais

apropriada à produção jornalística em redes digitais.

Page 16: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

16

Desta forma, Barbosa, Normande e Almeida (2014) citam Barbosa e Farbiarz (2009),

que defendem a estética base de dados9, pilar para a visualização/apresentação das narrativas

verticais, como uma nova metáfora para a representação da informação jornalística. Os

autores elencam exemplos de narrativas multimídias verticais que marcaram na história do

jornalismo: "Snow Fall: Tha Avalanche at Tunnel Creek", do NYT, "NSA Files Decoded:

What the revelations menos for you", do The Guardian e "A Batalha de Belo Monte", da

Folha de S. Paulo, primeira do tipo produzida no Brasil. Estes exemplos materializam a

metáfora da estética base de dados e serão utilizados como referencial neste trabalho.

Também são caracterizados pela exigência dos usuários, que buscam "encontrar originalidade

nos sites - seja nos conteúdos, seja nas opções de visualização para os mesmos ou nas opções

de interação e, assim, realizarem uma experiência de navegação mais envolvente em sites

jornalísticos" (BARBOSA e FARBIARZ apud BARBOSA; NORMANDE e ALMEIDA,

2014).

9 De forma resumida, base de dados pode ser compreendida como um conjunto de dados interrelacionados, que

são organizados de forma a permitir a recuperação da informação. Por meios ópticos ou magnéticos – como

discos, acessadas local ou remotamente, armazenam dados e informações.

Page 17: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

17

3. DELIMITAÇÃO DA QUESTÃO

A adolescência é um período marcado, sobretudo, pela maturação das questões

emocionais. De acordo com Lisa França (2004) e Figueira (2003), este um período turbulento,

caracterizado por crises, já que é uma etapa de formação física e de identidade. Inseridos em

um mundo moderno, globalizado e guiado pelas regras do capitalismo, ser humano algum está

isento ao contato com uma série de produtos, mensagens e estímulos produzidos através de

revistas, peças publicitárias, comerciais, etc.

Quando se fala em adolescentes do sexo feminino está relação acontece de forma mais

evidente, já que desde pequenas as jovens são ensinadas - por um modelo patriarcal - de como

devem agir, posicionar-se e, sobretudo, como deve ser o seu padrão físico. Segundo Rempel e

Iensen Bortoluzzi (2012), vivemos no tempo da beleza do corpo – nunca se falou tanto em

regimes, exercícios, medicamentos e cosméticos – por isto, a mulher deve ser magra e deve

parecer jovem. Em momento de formatação de ideias, as jovens acabam por receber estes

padrões – cultuados pelos meios de comunicação hegemônicos – como unilaterais e

universais. As mesmas autoras dizem, ainda, que diversas publicações disseminam maneiras

de ser mulher, construindo identidades e apresentam um modelo de feminino a ser seguido.

Nesse contexto, portanto, a revista Capricho surge como fator essencial, pois é lida

por mais de 160 mil leitoras mensais, além de visitantes nas redes sociais, aplicativo e,

inclusive, o site da publicação – além de todos os produtos comercializados com a marca.

Considerada algo muito maior do que apenas uma revista, a Capricho é uma instância de

referência na construção de identidades adolescentes, criada e representada de diferentes

formas. Como afirma Figueira (2003, p.3), “nas páginas da Capricho ensina-se como ser uma

adolescente bonita, atraente e moderna”.

Um dos questionamentos centrais do trabalho é relacionado ao que faz com que as

jovens, mesmo não se sentindo representadas pela Capricho, a adquira e consuma seu

conteúdo. Para Berimbau e Cretaz (2011), isto tem a ver com a forte estratégia de marketing

da marca, que adota o marketing 360º, e o próprio design personalizado oferecido pela

publicação. No entanto, a liderança de mercado também tem a ver com o poder viral da

revista e o fato dela estar presente em diversas plataformas.

Para Levinson (1998), marketing 360° é uma prática que tem foco no cliente,

em que se deve utilizar o máximo de plataformas midiáticas disponíveis para

impactar seu público-alvo, unindo as tradicionais formas de veiculação com conteúdo direcionado na internet (websites, hotsites e perfis da marca em redes

Page 18: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

18

sociais, por exemplo). O autor ainda destaca que essa estratégia não chega a ser

invasiva, como ligações de telemarketing, e tende a ter um custo baixo. O

marketing 360° procura criar oportunidades de contato com o consumidor quando ele não está esperando ser atingido por publicidade, transformando seu

cotidiano midiático em possibilidades de contato – como, por exemplo, gerar

interesse por um produto durante suavisita no Facebook. Esse tipo de estratégia

pressupõe um razoável investimento em publicidade, de modo que sejam utilizadas, de maneira integrada, as mídias online e as offline, tradicionais,

como rádio,televisão e revistas (BERIMBAU; CRETAZ, 2011, p. 8).

Ainda assim, não há respostas específicas sobre o que aproximaria o público não

representado da publicação. Outra questão norteadora deste trabalho, como já citado acima,

é a representação feminina nas mais diversas publicações. Para tal também será dado um

destaque especial.

A partir do pressuposto de que nem todas as jovens são representadas por grande parte

dos meios, este trabalho irá elaborar uma plataforma online interativa e multimídia como

forma de ir de encontro ao conteúdo que é produzido e cultuado pelas revistas teen, com

ênfase na revista Capricho. A partir disso, a plataforma será lançada em forma de dossiê,

utilizando como referência as narrativas multimídias verticais e funcionando como um

produto alternativo a este público. Neste momento também deverá ser considerado o público

que não lê à Capricho, justamente por não se sentir representado pelos conteúdos produzidos e

divulgados pela publicação.

Pretendo colocar em prática uma narrativa de caráter multimídia inédita, que possa

surpreender tanto pela abordagem do conteúdo, atraindo tanto o público que consome à

Capricho, quanto o que não consome por não se sentir representado, além de pais, educadores,

entre outras pessoas que, porventura, estabeleçam alguma relação com o público jovem. Além

disso, após elaboração e aplicação de questionário e realização de entrevista, serão definidas

as pautas de lançamento do produto. Questões relativas à maneira como esses adolescentes

enxergam o mundo e seu próprio mundo, sem “tendências” ditadas, provavelmente estarão

presentes. O produto final terá um o apelo visual inovador como forma de atrair e dialogar

com todo este público e abrigar os mais diversos conteúdos multimídias. De acordo com

Freitas (2005), o movimento de leitura realizado pelo adolescente é marcado pela

interatividade, o que pode ser provado através do caminho percorrido no ambiente digital.

o espaço virtual apresenta-se integrado ao seu dia-a-dia, sendo parte de sua realidade, local de encontro com outras pessoas e com os interesses próprios da

idade de transição. (...) nesse movimento vão reelaborando vivências próprias

de seu cotidiano a partir das práticas discursivas que ali produzem. (FREITAS, 2005, p. 93).

Page 19: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

19

Os conteúdos abordados no produto dependem diretamente dos resultados obtidos

após pesquisa próxima com o público, que será uma das primeiras etapas do projeto. Ainda

assim, como exemplo de pautas a serem abordadas é possível citar o poliamor, além da

homossexualidade. Outro possível conteúdo da plataforma pode ser um editorial que tenha

algum tema central, mas com pessoas de diferentes classes sociais, cores de pele e histórias,

de forma a questionar e ir de encontro aos padrões de beleza dos editoriais de moda das

revisas teen.

A ideia é que a plataforma seja lançada em forma de dossiê10

, com certa quantidade de

reportagens e conteúdos multimídia. No entanto, a ideia é que o site funcione também como

um blog, com uma atualização contínua, característica do webjornalismo11

. Além disso,

podem ser incluídas outras abas ou “seções” com a intenção de aproximar os públicos de

diferentes idades. Em uma delas, por exemplo, serão disponibilizados vídeos próprios, através

da realização de entrevistas com adolescentes ou até mesmo com pessoas que estejam na fase

adulta, que podem relatar suas experiências pessoais com a revista Capricho e quais as razões

por não se identificarem pelos conteúdos específicos publicados pelo periódico.

É importante que em uma das seções da plataforma seja explicitado qual o objetivo

dela e a que ela se propõe para que os visitantes vejam que não é apenas uma motivação

pessoal, mas sim uma questão que envolve a escolha de conteúdo e de representação das

revistas mais lidas pelo público jovem atualmente, entre outros padrões “vendidos” por estas

publicações.

A intenção é que o site seja elaborado da forma mais dinâmica possível tendo como

referência os formatos das narrativas multimídia como a publicação de “Snow Fall: The

avalanche at Tunnel Creek”12

, produzida pelo The New York Times (NYT), em dezembro de

2012, considerada por Barbosa, Normande e Almeida (2014) como símbolo de inovação de

10

Dossiê é uma coleção de documentos relativos a um processo, um indivíduo ou a qualquer assunto. Neste

caso, o dossiê virtual deve ser considerado como um conjunto de pautas que será lançado na “primeira leva” do

site. 11 Para Ferreira e Dalmonte, pensar nas modalidades da comunicação na internet e, sobretudo o webjornalismo é

pensar em fluxo contínuo de informações. “Nesse sentido, o Webjornalismo, pelo uso dos recursos da Web,

permite um discurso realista, visto que pode mostrar pedaços da realidade, sem um corte temporal tão grande,

entre o acontecimento e sua divulgação, bem como o uso de imagens, áudio, vídeo de quem testemunhou o

ocorrido. Da mesma forma, o ponto de vista, ou o depoimento, de quem presenciou o ocorrido, o mesmo de

quem quer opinar, pode ser agregado àquele discurso, conferindo um maior sentido de realidade ao fato”.

(FERREIRA e DALMONTE, 2008, p. 16) 12 Disponível em: <http://www.nytimes.com/projects/2012/snow-fall/?forceredirect=yes#/?part=tunnel-creek>.

Acesso em 08. Dez. 2014.

Page 20: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

20

narrativa jornalística, além de “NSA Files Decoded: What de Revelations Means for You”13

,

do The Guardian, “A Batalha de Belo Monte”14

, da Folha de S. Paulo.

13

Disponível em: <http://www.theguardian.com/world/interactive/2013/nov/01/snowden-nsa-files-surveillance-

revelations-decoded#section/1 >. Acesso em 08. Dez. 2014. 14

Disponível em: <http://arte.folha.uol.com.br/especiais/2013/12/16/belo-monte/index.html >. Acesso em 08.

Dez. 2014.

Page 21: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

21

4. JUSTIFICATIVA

Com este Trabalho de Conclusão de Curso desejo construir uma plataforma online

interativa e multimídia para adolescentes que funcione como uma alternativa – seja na forma

de abordar as pautas ou até mesmo nas representações do corpo - ao conteúdo que é

produzido e/ou divulgado pelos periódicos e sites online atuais mais acessados por esse

público, a exemplo da revista Capricho, Todateen e Atrevida.

Minha trajetória acadêmica e minha inserção no mercado de trabalho marcam a minha

opção pelo tema e pelo formato do trabalho, que incluirá conteúdos multimídia – com vídeos

próprios, fotografias, peças gráficas, ilustrações e fotomontagens. Desde o início do curso,

busquei descobrir as possibilidades que o jornalismo poderia me trazer. Fiz de tudo um

pouco: participei de instâncias da Faculdade de Comunicação da UFBA – a exemplo da

Produtora Júnior (PJr), empresa júnior de comunicação da universidade, na qual fui trainee,

gerente e Diretora de Comunicação (DCOM) e pude desenvolver habilidades pessoais, como

liderança, além de conhecimentos técnicos nas áreas de comunicação organizacional, design,

edição de vídeos, assessoria de comunicação, produção de eventos, etc.

Também fiz parte do Laboratório de Fotografia da UFBA (Labfoto/UFBA), no qual

fui monitora durante um semestre e pude aprender os fundamentos básicos da fotografia e do

fotojornalismo. Pude, também, trabalhar na redação do Jornal Correio*, como estagiária do

programa Correio de Futuro, e das editorias de Economia, Imóveis - além das experiências na

editoria de Cidades -, onde descobri a paixão em escrever sobre comportamento, não só dando

o serviço às pessoas, mas contando histórias e tornando os conteúdos mais entendíveis aos

leitores e receptores da informação.

Paralelo a isso, pessoalmente, desde pequena acompanho à revista Capricho, e

desenvolvi uma imensa afinidade com o site e pelo periódico. Fui assinante da revista e

durante muito tempo quis ter um blog de moda ou um site que pudesse ser visitado pelo

público adolescente. Ao mesmo tempo, ao estudar para elaborar este projeto, percebi que – na

verdade – a publicação nunca me representou: nunca tive o “corpo perfeito”, nem queria saber

apenas sobre sexo, moda e beleza, e nem sempre pensava sempre em meninos. Na verdade,

queria escrever e falar para meninas iguais a mim sobre algumas coisas, assuntos, pautas e

discussões que não estavam inclusas na abordagem da publicação. Queria ser entendida, mas,

principalmente, me sentir representada.

Page 22: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

22

Acredito, então, que existam muitas jovens que, por diversos motivos, também não se

sintam representadas pela revista adolescente mais vendida no país. Para mim este projeto

justifica-se por propor o desenvolvimento de um projeto paralelo ao que é seguido pelas

revistas para o público adolescente - tradicionais e homogêneas - já citadas neste trabalho.

Estas seguem a mesma linha de abordagem e mesmas pautas e, ainda, produzem conteúdos

contraditórios. Ao mesmo tempo em que recomendam que as adolescentes sejam elas

mesmas, produzem editoriais de moda com modelos magras, por exemplo. Outro exemplo é o

fato de darem dicas sobre “a primeira vez” e como se comportar durante a transa, em diversos

exemplares, mas, ao mesmo tempo, falarem que não é preciso ter pressa para este momento,

que é normal ser virgem com esta idade.

As publicações não só “ditam” padrões, representações e formas de comportamento

em diversos momentos, como cultuam estas representações. Quando dizem que algo “é a

última tendência do momento”, ou até mesmo quando recomendam certos produtos, roupas e

acessórios a serem comprados e utilizados pelas garotas.

Page 23: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

23

5. METODOLOGIA

O principal objetivo deste trabalho é o planejamento e produção de uma plataforma

online multimídia voltada ao público adolescente, como alternativa aos canais de

comunicação homogêneos, como é o caso das revistas e portais da Todateen, Atrevida e,

principalmente, da marca líder de mercado no ramo: a Capricho.

Uma vez que um dos objetivos específicos deste projeto é compreender a relação que

as adolescentes estabelecem com as revistas teen e seus respectivos sites, o primeiro passo

para a realização deste trabalho é recolher depoimentos, através de entrevistas e de um

questionário online, com o público alvo de adolescentes do sexo feminino já definido. Desta

forma será possível entender o porquê até mesmo as jovens que não se identificam com estas

revistas, as compram e leem. Nesta etapa, as jovens também serão questionadas sobre quais

situações e conteúdos produzidos por estes meios de comunicação não lhes agrada e nem

representa, além de quais conteúdos e interesses traduzem de melhor forma à fase que estão

vivendo e quais conteúdos elas sentem falta nestes produtos.

Irei aplicar um questionário, por meio da plataforma Google Docs, entre adolescentes

e adultos (que leram ou ainda leem Capricho), para saber os aspectos citados acima. No

questionário, a idade do participante deve ser informada, bem como a maneira que ele

consome o produto – através da internet, aplicativo, ou impresso. As perguntas do formulário

também devem incluir questões como quais os arcos temáticos que mais interessam ou

interessavam o participante, enquanto adolescente em fase de formação e construção de

identidade, além de indagar se algumas das representações utilizadas pela publicação já foram

usadas por ela em algum momento de sua vida. O questionário deve ser produzido e

divulgado tão logo este anteprojeto for concluído e servirá como um dos pontos de partida

para o trabalho. Acredito que não deverá ser respondido só por adolescentes que consomem à

revista Capricho, mas também por adultos, que possam dizer de que forma a revista

influenciou ou não em suas vidas e na construção de conceitos e identidade.

Ao mesmo tempo serão feitas entrevistas em vídeo com adolescentes, que devem

contar suas experiências pessoais com a revista Capricho, bem como da apreensão dos

conteúdos exibidos para sua própria vida e o que elas sentem falta neste produto. Para tanto,

será produzido um roteiro para as entrevistas. Esse material, que servirá como auxílio para a

construção do trabalho, também deve ser disponibilizado na plataforma online a ser

desenvolvida.

Page 24: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

24

Esta escolha também coincide com outro dos objetivos específicos do trabalho, que se

propõe a elaborar uma plataforma online multimídia que atraia e represente de forma

fidedigna o universo adolescente, com os conteúdos identificados como mais próximos da

realidade destes jovens, mas também pode atrair pais, educadores e outras pessoas que não

estejam vivenciando esse período da vida, mas que, porventura, convivam com adolescentes.

De início a ideia é ter entre 100 e 200 respostas no questionário online e dez

entrevistas presenciais. Este recorte, porém, é apenas um norteador. Se, durante a realização

do projeto, for constatado que representa um número insuficiente ou excessivo, deve ser

revisto. Tão logo este período de entrevistas e respostas no questionário for finalizado, devo

fazer uma análise destes dados e definir quais pautas deverão ser abordadas no lançamento da

plataforma online, que será em forma de dossiê virtual e, depois, poderá seguir com outras

matérias, como se fosse um blog.

Em seguida, pretendo reservar um tempo para pesquisar plataformas online tendo

como referência as narrativas verticais já citadas e planejar como será feito o site. Neste

processo devo considerar desde o aspecto visual, que deve atrair ao público, e, também, como

será a divisão de abas, editorias e de que forma as pautas se encaixarão. Como a plataforma

que abrigará a plataforma online ainda não foi escolhida, nesse período inicial também devo

buscar compreender um pouco mais das possíveis opções, como o Wordpress15

, Wix16

e o

Jux17

, bem como o que é oferecido por cada uma e qual é melhor para abrigar uma narrativa

multimídia. Para elaboração do site irei contatar um profissional da área de tecnologia da

informação ou programador visual.

Já o processo de apuração e redação das pautas do produto deve levar em conta não

apenas a escrita dos textos, como também a produção de infográficos, imagens e todo o

aspecto multimídia que a plataforma propõe. Estas multimídias poderão ser feitas por mim ou

por um designer gráfico.

Após a publicação da plataforma, além de aplicar uma estratégia de divulgação,

pretendo adquirir certa quantidade de anúncios pela internet, através do Facebook e do

Google, para que meu público seja atingido de forma mais eficiente.

15 http://wordpress.com/ 16 http://pt.wix.com/ 17 https://jux.com/

Page 25: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

25

6. CRONOGRAMA

Com o objetivo de cumprir todas as etapas necessárias para a conclusão do projeto, foi

desenvolvido o seguinte cronograma. Para tanto, foram designadas as atividades que devem

ser realizadas durante o semestre 2015.1, com a disciplina COM 117 (Desenvolvimento

Orientado de Projeto) e durante o semestre de 2015.2, etapa que inclui a elaboração do

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e a defesa pública.

Mês

Atividade

Jan. Fev. Mar. Abril Maio Jun. Jul. Ago. Set e

Out.

Nov. Dez.

1. Aplicação

do

Questionári

o no Google

Docs

X X

2.Realização

das

entrevistas

em formato

de vídeo

X X

3. Análise

dos dados e

escolha das

pautas que

serão feitas

inicialmente

para o

lançamento

do produto

X X

4. Escolha

da

plataforma

que deve

abrigar os

conteúdos

online

X X

5. Apuração

das pautas

para o

primeiro

dossiê da

plataforma

X X

6. Redação

dos textos

do primeiro

X X

Page 26: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

26

dossiê e das

outras abas

do produto

6.

Elaboração

dos

infográficos,

imagens e

multimídias

que devem

compor o

site

X X X

7.

Contratação

de um

profissional

para

elaboração

do site

X X

8.

Desenvolver

uma

estratégia de

divulgação

da

plataforma

online

X X X

9.

Elaboração

do memorial

X X X

10. Defesa

pública do

TCC

X

Page 27: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

27

7. ORÇAMENTO

Este orçamento foi construído a partir do contato inicial com profissionais da área de

programação visual e de design gráfico.

Atividade Quantidade Valor Total

Design do site em

formato web 2.0

- R$ 2.000 R$ 2.000,00

Anúncios no Facebook

e Google

R$500 R$500

Total R$ 2.500,00

Page 28: [FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

28

8. REFERÊNCIAS

FIGUEIRA, Márcia Luiza Machado. A Revista Capricho e a construção de representações

de feminilidade adolescente. In CONGRESO IBEROAMERICANO DE HISTORIA DE LA

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adolescência: uma análise do processo de recepção. Comunicação & Informação, Goiânia,

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<http://www.revistas.ufg.br/index.php/ci/article/view/24446>. Acesso em: 07 dez. 2014.

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2014.

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Acesso em: 08 dez. 2014.

LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sonia Chagas; SANTANA, Isnaia Veiga. Manual

de estilo acadêmico: monografias, dissertações e teses. 4. ed. rev. e ampl. Salvador:

EDUFBA, 2008.