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Fiódor Dostoiévski Фёдор Достое вский Fiódor Dostoiévski, fotografado em 1879. Nascimento 11 de novembro de 1821 Moscou Morte 9 de fevereiro de 1881 (59 anos) São Petersburgo Nacionalidade Rússia Ocupação Romancista Influências Influenciados Magnum opus Crime e Castigo Assinatura Fiódor Dostoiévski Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Fiódor Mikhailovich Dostoiévski (em russo Фёдор Миха йлович Достое вский, AFI [ˈfʲodər mʲɪˈxajləvʲɪtɕ dəstɐˈjɛfskʲɪj]; Moscovo, 30 de Outubro / 11 de Novembro de 1821 — São Petersburgo, 28 de Janeiro / 9 de Fevereiro de 1881) – ocasionalmente grafado como Dostoievsky – foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. É tido como o fundador do existencialismo, mais frequentemente por Notas do Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo já escrita." A obra dostoievskiana explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio: seus escritos são chamados por isso de "romances de ideias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações. O modernismo literário e várias escolas da teologia e psicologia foram influenciadas por suas ideias. Dostoiévski logrou atingir certo sucesso com seu primeiro romance, Gente Pobre, que foi imediatamente muito elogiado pelo poeta Aleksandr Nekrassov e por um dos mais importantes críticos da primeira metade do século XIX, Vladimir Belinski. Porém, o escritor não conseguiu repetir o sucesso até o retorno à Sibéria, quando escreveu o semibiográfico Recordações da Casa dos Mortos, sobre a prisão que sofrera. Posteriormente sua fama aumentaria, principalmente graças a Crime e Castigo. Seu último romance, Os Irmãos Karamazov , foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito. Perigoso, segundo Stálin, até 1953 o currículo soviético para estudos universitários sobre o escritor o classificava como "expressão da ideologia reacionária burguesa individualista". Segundo ele mesmo, seu mal era uma doença chamada consciência. A obra de Dostoiévski exerce uma grande influência no romance moderno, legando a ele um estilo caótico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada. Índice 1 Biografia 1.1 Primeiros anos Influências [Expandir] Influenciados [Expandir] nota 1 (c. juliano) (c. juliano) 3 4 5 5 6 7 7

Fiódor Dostoiévski

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Page 1: Fiódor Dostoiévski

Fiódor DostoiévskiФёдор Достое́вский

Fiódor Dostoiévski, fotografado em 1879.

Nascimento 11 de novembro de 1821Moscou

Morte 9 de fevereiro de 1881 (59 anos)São Petersburgo

Nacionalidade Rússia

Ocupação Romancista

Influências

Influenciados

Magnumopus

Crime e Castigo

Assinatura

Fiódor Dostoiévski

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fiódor Mikhailovich Dostoiévski (em russo ФёдорМиха́йлович Достое́вский, AFI [ˈf̡odər mʲɪˈxajləvʲɪtɕdəstɐˈjɛfskʲɪj]; Moscovo, 30 de Outubro / 11 deNovembro de 1821 — São Petersburgo, 28 de Janeiro

/ 9 de Fevereiro de 1881) – ocasionalmente grafadocomo Dostoievsky – foi um escritor russo, considerado umdos maiores romancistas da literatura russa e um dos maisinovadores artistas de todos os tempos. É tido como ofundador do existencialismo, mais frequentemente por Notasdo Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a"melhor proposta para existencialismo já escrita."

A obra dostoievskiana explora a autodestruição, ahumilhação e o assassinato, além de analisar estadospatológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio:seus escritos são chamados por isso de "romances deideias", pela retratação filosófica e atemporal dessassituações. O modernismo literário e várias escolas dateologia e psicologia foram influenciadas por suas ideias.

Dostoiévski logrou atingir certo sucesso com seu primeiroromance, Gente Pobre, que foi imediatamente muitoelogiado pelo poeta Aleksandr Nekrassov e por um dosmais importantes críticos da primeira metade do século XIX,Vladimir Belinski. Porém, o escritor não conseguiu repetir osucesso até o retorno à Sibéria, quando escreveu osemibiográfico Recordações da Casa dos Mortos, sobre aprisão que sofrera. Posteriormente sua fama aumentaria,principalmente graças a Crime e Castigo.

Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, foiconsiderado por Sigmund Freud como o melhor romance jáescrito. Perigoso, segundo Stálin, até 1953 o currículosoviético para estudos universitários sobre o escritor oclassificava como "expressão da ideologia reacionáriaburguesa individualista". Segundo ele mesmo, seu mal erauma doença chamada consciência. A obra de Dostoiévskiexerce uma grande influência no romance moderno, legandoa ele um estilo caótico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada.

Índice

1 Biografia

1.1 Primeiros anos

Influências [Expandir]

Influenciados [Expandir]

nota 1

(c. juliano)

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juliano)

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Mariinsky Hospital em Moscovo, local de

nascimento de Dostoiévski.

1.2 Início da carreira literária1.3 Exílio na Sibéria

1.4 Carreira literária tardia

2 Obra

2.1 Estilo

2.2 Personagens

2.3 Crítica

3 Legado e influência

4 Obras

4.1 Romances

4.2 Novelas e contos

4.3 Não ficção4.4 Cartas

5 Galeria de imagens

6 Ver também

7 Referências7.1 Obras citadas

8 Notas

9 Bibliografia10 Ligações externas

Biografia

Primeiros anos

Fiódor foi o segundo dos sete filhos nascidos do casamentoentre Mikhail Dostoyevski e Maria Fedorovna. A mãe doescritor morreu quando ele ainda era muito jovem, detuberculose, e o pai, que era médico, pode ter sido assassinadopelos próprios servos, que o consideravam autoritário. Algunsbiógrafos afirmaram que foi quando Dostoievski teve suaprimeira crise epilética, fato disputado pelos seus atuaisestudiosos, principalmente Joseph Frank.

É aceite hoje por alguns biógrafos, porém sem provasconcretas, que o doutor Mikhail Dostoiévski, seu pai, foiassassinado pelos próprios servos de sua propriedade rural emDaravói, indignados com os maus tratos sofridos. Tal fato teria

exercido enorme influência sobre o futuro do jovem Fiódor, que desejou impetuosamente a morte de seuprogenitor e em contrapartida se culpou por isso, fato que motivou Freud a escrever o polêmico artigoDostoiévski e o Parricídio. Freud é muito criticado por alguns estudiosos por ter escrito seu ensaiobaseado em rumores, sem uma pesquisa profunda sobre a vida de Dostoiévski.

Joseph Frank apresenta documentos médicos que atestam que Mikhail Dostoiévski morreu, na verdade, deuma apoplexia, e os boatos em contrário foram propagados para diminuir o preço da propriedade dosDostoiévski, pela qual um vizinho mostrava interesse.

Início da carreira literária

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Fiódor Dostoiévski como

engenheiro.

Na Academia Militar de Engenharia (em russo Военныйинженерно-технический университет), em São Petersburgo,Dostoiévski aprendeu matemática e física. Também estudou a obra deShakespeare, Pascal, Victor Hugo e E.T.A. Hoffmann, já que afaculdade tinha um bom programa de literatura, que focavaprincipalmente a produção francesa. Nesse mesmo ano, escreveu duaspeças românticas, Mary Stuart e Boris Godunov, influenciado pelopoeta romântico alemão Friedrich Schiller. Dostoiévski descrevia-secomo um "sonhador" em sua juventude e, em seguida, um admirador deSchiller. Em 1843, terminou seus estudos de engenharia e adquiriu apatente de tenente militar, ingressando na Direcção-Geral dosEngenheiros, em São Petersburgo.

Em 1844, Honoré de Balzac visitou São Petersburgo, e Dostoiévski,como uma forma de admiração, fez sua primeira tradução, EugeniaGrandet, e saldou uma dívida de 300 rublos com um agiota. Estatradução despertou sua vocação, levando-o pouco tempo depois aabandonar o exército para dedicar-se exclusivamente à literatura.Trabalhou como desenhista técnico no Ministério da Guerra, em SãoPetersburgo. Fez traduções de Balzac e George Sand.

Alugou, em 1844, uma casa em São Petersburgo e dedicou-se à escritade corpo e alma. Nesse mesmo ano, deixou o exército e começou a escrever sua primeira obra, o romanceepistolar Gente Pobre, trabalho que iria fornecer-lhe êxitos da crítica literária, cuja leitura de Bielínski, o maisinfluente crítico da literatura russa, o fez acreditar ser Dostoiévski "a mais nova revelação do cenário literário dopais."

Em O Diário de um Escritor, recordou que após concluir Gente Pobre deu uma cópia para seu amigo DmitryGrigorovich, que a entregou ao poeta Nikolai Alekseevich Nekrasov. Com a leitura do manuscrito em voz alta,ambos ficaram extasiados pela percepção social da obra. Às quatro horas da manhã, foram até Dostoiévskipara dizer que seu primeiro romance era uma obra-prima. Nekrasov mais tarde entregou a obra a Bielínski."Um novo Gogol apareceu!", disse Nekrasov. "Pra você, os Gogol nascem como cogumelos!", Bielínskirespondeu. Logo depois, porém, o crítico concordaria. Ele estava extasiado com o movimento realista naEuropa, e considerou o romance de Dostoiévski como a primeira tentativa do gênero na Rússia.

Saí da casa dele [Bielínski] em estado de êxtase. Parei por um instante na esquina desua casa, olhei para o céu, para o sol luminoso, para as pessoas que passavam, ecompreendi, no mais fundo do meu ser, que aquele tinha sido um momento solene naminha vida, um marco decisivo, que alguma coisa inteiramente nova havia começado.

– Dostoiévski sobre as palavras de Bielínski, em, 'Diário de um Escritor'

O livro foi publicado no ano seguinte, fazendo de Dostoiévski uma celebridade literária aos vinte e quatro anosde idade. Ao mesmo tempo, começou a contrair algumas dívidas e sofrer de uma enfermidade nervosa,frequentemente confundida com sua epilepsia, que começou a se manifestar muitos anos mais tarde. Seusromances seguintes, O Duplo (1846), que retrata uma personalidade cindida, Noites Brancas (1848), queretrata a mentalidade de um sonhador, Niétochka Nezvánova (1849), que jamais foi terminado, e a Inveja doMarido e Esposa de Outro, não tiveram o êxito esperado, e sofreram críticas muito negativas, inclusive de

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Bielínski, que criticava aquilo que, no futuro, se tornaria a marca principal de Dostoiévski: a psicologia de seuspersonagens. Nesta época entrou em contato com alguns grupos de socialistas utópicos, que discutiam aliberdade humana.

Exílio na Sibéria

Dostoiévski foi detido e preso em 23 de abril de 1849 por participar de um grupo intelectual revolucionáriochamado Círculo Petrashevski, sob acusação de conspirar contra o Nicolau I da Rússia. Depois dasrevoluções de 1848, na Europa, Nicolau mostrou-se relutante a qualquer organização clandestina que poderiapôr em risco sua autocracia.

A principal acusação contra Dostoiévski foi por ter lido em público, em duas ocasiões, uma carta aberta deBielínski, então falecido, ao escritor Nikolai Gogol, em que o escritor é criticado por suas visões políticas esociais conservadoras.

O Círculo Petrashevsky era dedicado principalmente à discussão das condições de vida na Rússia, centradanas obras da imensa biblioteca de obras proibidas de Petrashevsky, obras que, segundo os registros dasociedade, Dostoiévski consultou em várias ocasiões. Na verdade, Dostoiévski não ia às reuniões do Círculohá mais de três meses quando foi preso, e participava realmente de uma organização radical liderada porNikolai Spechniev, radical que se tornaria o protótipo para Nikolai Stavróguin, protagonista de Os Demônios.Essa organização, porém, não foi descoberta pelas autoridades e sua existência só veio a público em 1922.

Em 23 de abril de 1849, ele e os outros membros do Círculo Petrashevski foram presos. Dostoiévski passouoito meses na Fortaleza de Pedro e Paulo até que, em 22 de dezembro, a sentença de morte por fuzilamento foianunciada. Em 23 de dezembro, os membros foram levados ao lugar da execução, e três membros do grupo,inclusive o próprio Petrashevski, foram amarrados aos postes em frente ao pelotão. Dostoiévski era um dospróximos, e se lembrou, posteriormente, de ter dividido seu tempo para se despedir dos amigos e refletir sobresua vida. Quando disse a Nikolai Spechniev, que se encontrava atrás dele, "Nós estaremos com Cristo", orevolucionário respondeu "Um pouco de poeira". Antes da ordem para o fuzilamento, chegou uma ordem doCzar para que a pena fosse comutada para prisão com trabalhos forçados e exílio. Depois os membrossouberam que a ordem havia sido assinada há dias, mas que o Czar exigira a falsa execução como uma puniçãoa mais. Dostoiévski recebeu os grilhões e partiu para o exílio na noite de Natal. Todos esses fatos foramcontados pelo escritor em uma carta a seu irmão Mikhail Dostoiévski, na qual ele faz várias referências a obraOs Últimos Dias de um Condenado à Morte, de Victor Hugo.

O príncipe Myshkin, de O Idiota, oferece uma descrição sobre essa mesma experiência. Após a simulação daexecução, Fiódor passou a apreciar o próprio processo da vida como um dom incomparável e, ao contrário dodeterminismo e do pensamento materialista, o valor da liberdade, integridade e responsabilidade individual.

Anos mais tarde, Dostoiévski descreveu seu sofrimento para seu irmão, dizendo-se um "silenciado em umcaixão" e que o local onde estava "deveria ter sido demolido anos atrás".

No verão, confinamento intolerável, no inverno, frio insuportável. Todos os pisosestavam podres. A sujeira no chão tinha uma polegada de espessura; alguém poderiatropeçar e cair… Éramos empilhados como anéis de um barril… Nem sequer havialugar para caminhar… Era impossível não se comportar como suínos, desde oamanhecer até o pôr-do-sol. Pulgas, piolhos, besouros a celemim.

– Dostoiévski sobre seu local de prisão

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Dostoiévski em 1863.Dostoiévski após exílio.

Uma das maiores surpresas de Dostoiévski foi descobrir que na prisão existiam as mesmas diferenças sociaisque existiam do lado de fora. Dostoiévski conta como os camponeses zombavam dos intelectuais, por sua faltade destreza física nos trabalhos. Quando Dostoiévski tentou participar de um protesto contra a má qualidade dacomida, os prisioneiros não aceitaram, dizendo que ele comprava a própria comida. Quando lhes explicou queo fazia por camaradagem, eles ficaram atônitos e perguntaram como um senhor podia ser camarada de umcamponês. Essas experiências são contadas em seu livro Recordações da Casa dos Mortos.

Também foi na prisão que Dostoiévski sofreu seu primeiro ataque de epilepsia, doença que o acompanhariapelo resto da vida, e que também atinge vários de seus personagens, como o Príncipe Míchkin (O Idiota),Kiríllov (Os Demônios) e Smerdiákov (Os Irmãos Karamázov). Embora alguns biógrafos insistam que aprimeira crise de Dostoiévski aconteceu antes da prisão, as cartas que ele enviou ao irmão deixam bastanteclaro que ele só começou a apresentar a doença durante sua prisão. Os estudos médicos nunca chegaram aum acordo sobre a epilepsia de Dostoiévski. Freud afirmou que era uma doença histérica, e não epilepsia.

Não só pelas Cartas mas também pelos testemunhos deixados por seus contemporâneos, podemos perceberque Dostoiévski nunca abandonou a religião Ortodoxa, na qual fora criado, ao contrário da lenda que seformou posteriormente.

Foi libertado em 1854 e condenado a quatro anos de serviço no Sétimo Batalhão, na fortaleza deSemipalatinsk, no Cazaquistão, além de soldado por tempo indefinido. Apaixonou-se por Maria DmitriévnaIssáieva, mulher de um conhecido. Com a morte do marido e já no próximo ano, em fevereiro de 1857,casaram-se. Na noite de núpcias Dostoiévski sofreu uma violenta crise de epilepsia.

Maria Dmitriévna Issáieva já tinha um filho de oito anos do primeiro casamento, Pável Issáiev, frequentementereferido pelo apelido de Pácha na biografia do escritor. Ela sofria de tuberculose, e é aceita como o modelopara Katerina Marmeladova de Crime e Castigo.

Carreira literária tardia

Depois de dez anos voltou àRússia. Na Sibéria chamou aexperiência de uma"regeneração" das suasconvicções, rejeitou a atitudecondescendente deintelectuais, que pretendiamimpor seus ideais políticossobre a sociedade, e chegoua acreditar na bondadefundamental da dignidade edo povo comum. Descreveuesta mudança no esboço queaparece em O Diário de umEscritor, O Mujique Marei:"Sou filho da descrença e dadúvida, até ao presente emesmo até à sepultura. Queterrível sofrimento me causou,e me causa ainda, a sede decrer, tanto mais forte na minhaalma quanto maior é onúmero de argumentos contrários que em mim existe! Nada há de mais belo, de mais profundo, de mais

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Primeira edição do

Vremya.

perfeito do que Cristo. Não só não há nada, mas nem sequer pode haver."

Por este tempo começou a escrever Memórias da Casa dos Mortos, baseado em suas experiências comoprisioneiro. Como ex-forçados eram proibidos de escrever memórias e relatos, Dostoiévski disfarçou a obracomo ficção, dizendo-a obra de um homem preso por assassinar a esposa em uma crise de ciúmes. Esse fatogerou um equívoco, e por anos muitas pessoas acreditaram que esse havia sido de fato o crime do escritor. Aobra foi um grande sucesso na Rússia, e restabeleceu a reputação literária de Dostoiévski.

Em 1859, após meses de árduo esforço, conseguiu ser solto sob a condição de residir em qualquer lugar,exceto em São Petersburgo e Moscou, e assim, mudou-se para Tver. Ele conseguiu publicar O Sonho do Tio eAdeia Stepánchikovo. As obras não obtiveram as críticas esperadas por Dostoiévski. Em dezembro domesmo ano, foi finalmente autorizado a regressar a São Petersburgo, onde fundou com seu irmão Mikhail arevista Vremya ("O Tempo"), em que publicou o romance em folhetim Humilhados e Ofendidos, que tevegrande sucesso. Sua obra Memórias da Casa dos Mortos foi um enorme sucesso quando então publicada emcapítulos no jornal O Mundo Russo.

Entre 1862 e 1863, fez várias viagens pela Europa, incluindo Berlim, Paris, Londres,Genebra, Turim, Florença e Viena. Durante essas viagens teve um relacionamentoamoroso fugaz com Paulina Súslova, uma estudante de ideias progressistas. Perdeumuito dinheiro jogando e retornou à Rússia no fim de outubro de 1863, sozinho esem recursos. Durante este tempo o seu jornal tinha sido proibido, por publicar umartigo sobre a Revolução Polaca de 1863.

Em 1864, conseguiu editar com seu irmão o jornal chamado Epokha ("Época"), noqual publicou Memórias do Subsolo. Seu ânimo acabou após a morte de suaesposa, seguida pouco depois pela de seu irmão. Além disso, seu irmão Mikhaildeixou uma viúva, quatro filhos e uma dívida de 25 mil rublos, tendo de sustentá-los. Dostoiévski sustentava também o enteado Pável Issáiev e o irmão NikolaiDostoiévski, arquiteto formado mas conhecido alcoólatra. Tentando darcontinuidade à revista, acumulou muitas dívidas. Para sanar seus problemas

financeiros e cuidar de sua saúde, partiu para o estrangeiro, onde perdeu o restante do dinheiro que ganhara emcassinos. Dostoiévski é frequentemente descrito como viciado em jogo, mas nunca jogou na Rússia, apenasna Alemanha e na França. Ali se reencontrou com Paulina Súslova e tentou reatar o relacionamento, mas foirejeitado.

Em 1865 começou a elaborar Crime e Castigo, uma de suas obras capitais, que apareceu na revista OMensageiro Russo, com grande sucesso. Quando seu editor determinou um curto prazo para que terminasse olivro, contratou a estenógrafa Anna Grigórievna Snítkina, na época com vinte e quatro anos, a quem dedicou,em apenas vinte e seis dias, o livro O Jogador. O relacionamento com Anna finalmente terminou emcasamento em 15 de fevereiro de 1867.

Para fugir da pressão dos credores, resolveram viajar pela Europa. O casal residiu em Dresden (ondeDostoiévski viu o quadro Cristo Morto de Hans Holbein, o Jovem, de grande importância em O Idiota),Genebra, onde nasceu e morreu pouco tempo depois sua primeira filha, Sônia, o que deixou o escritorarrasado; Milão, Florença e novamente em Dresden, onde nasceu a segunda filha do casal, Liubóv. Em 1868escreveu O Idiota e, em 1871, terminou Os Demônios, publicado no ano seguinte. A ideia inicial de O Idiotasurgiu de uma notícia de jornal sobre uma jovem de quinze anos, Olga Umetskaya, que colocou fogo na casada família após sofrer anos de maus tratos e espancamentos. A personagem Nastássia Filipóvna foi baseadanela. Já Os Demônios surgiu do assassinato do jovem I. I. Ivanov, que queria abandonar uma organizaçãoradical e foi morto pelos colegas, comandados por Sergey Nechayev. Netcháiev era um conhecido radical,ligado a Mikhail Bakunin, que depois o rejeitou por horror aos seus métodos políticos escusos.

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Túmulo Dostoiévski no monastério

Alexander Nevsky.

Anos antes, um romance russo já havia sido escrito sobre os niilistas: Pais e Filhos, de Turgueniev. Enquanto aintelectualidade russa criticou duramente o livro, a revista de Dostoiévski publicou uma resenha favorável,escrita por Nikolai Strakhov, amigo de Dostoiévski e importante crítico literário, que dizia que o livro não eranem a condenação nem a apoteose do niilista, mas sua tragédia. Essa crítica valeu o reconhecimento deTurgueniev, que publicou outros textos na revista dos irmãos Dostoiévski. Os dois escritores, porém, tiveramuma grande briga em Baden-Baden, centrada no romance Fumaça, de Turgueniev, muito crítico à Rússia e àsua suposta declaração de se considerar agora um alemão. Dostoiévski também criticou o recente prefácio aPais e Filhos, no qual Turgueniev teria se curvado aos niilistas, segundo o escritor. Dostoiévski assumiu umgrande risco com Os Demônios, que foi visto pela crítica como ofensivo às novas gerações e panfletário.Segundo Joseph Frank , o momento em que Os Demônios se tornou grande foi quando o autor começou amisturar o panfleto que escrevia com o poema que tinha planejado, A Vida de Um Grande Pecador, quenunca chegou a escrever mas do qual usou concepções em OsDemônios, O Adolescente e Os Irmãos Karamazov.

A partir de 1873 publicou em jornal Diário de um Escritor, queescreveu sozinho, compilando histórias curtas, artigos políticos ecríticas literárias, obtendo grande sucesso. Em 1875, publicou OAdolescente, na prestigiada revista Os Anais da Pátria. O romancefoca em um tema que sempre tinha preocupado o escritor: as famíliasacidentais. Esta publicação seria interrompida em 1878 para darinício à elaboração do seu último romance, Os Irmãos Karamazov,que foi publicado em grande parte no jornal russo O Mensageiro.

Em 1880 participou da inauguração do monumento a AleksandrPushkin em Moscou, onde proferiu um discurso memorável sobre odestino da Rússia no mundo. Em 8 de novembro desse ano, terminaOs Irmãos Karamazov, em São Petersburgo. Morreu nesta cidade,em 9 de fevereiro de 1881, de uma hemorragia pulmonar associadacom enfisema e ataque epiléptico. Foi enterrado no CemitérioTijvin, dentro do monastério Alexander Nevsky em SãoPetersburgo. Estima-se que o funeral foi assistido por cerca desessenta mil pessoas. Em sua lápide podem-se ler os seguintesversos de São João, que também serviu como subtítulo de seu últimoromance, Os Irmãos Karamazov:

Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não

morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.

— Evangelho

segundo João,

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Obra

Estilo

Dostoiévski necessitava de dinheiro e sempre fora apressado em concluir suas obras, por isso disse nãoconseguir realizar seu pleno poder literário. Mais tarde, por saber bem o que as seguintes palavrassignificavam, disse: "A pobreza e a miséria formam o artista." Embora a frase pareça abrangente egeneralizada, Fiódor costumou desviar-se do estilo de escritores que descreviam o círculo da família moldadosna tradição e nas "belas formas", e engendrou no caos familiar os que humilhavam e insultavam. Essencialmenteum escritor de mitos (e às vezes comparado por isso a Herman Melville), criou um trabalho com uma enorme

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Retrato de Fiódor Dostoiévski (1872), por

Vassilij Grigorovič Perov.

vitalidade e de um poder quase hipnótico, caracterizado por cenas febris e dramáticas, onde os personagensapresentam comportamento escandaloso, e atmosferas explosivas, envolvidas em diálogos socráticosapaixonados, a busca de Deus, do mal e do sofrimento dos inocentes.

Seus romances ocorrem em um período curto (por vezesapenas alguns dias), o que permite ao autor fugir de uma dascaracterísticas dominantes da prosa realista: a degradaçãofísica que ocorre ao longo do tempo. Seus personagensencarnam valores espirituais que são, por definição,atemporais. Outros temas recorrentes em sua obra sãosuicídio, orgulho ferido, a destruição dos valores familiares, orenascimento espiritual através do sofrimento, a rejeição doOcidente e da afirmação da ortodoxia russa e o czarismo.Estudiosos como Mikhail Bakhtin têm caracterizado o trabalhode Dostoiévski como diferente de outros romancistas; eleparece não aspirar por uma visão única e vai além dadescrição sob diferentes ângulos, caracterizando-o comoromance polifônico. Dostoiévski engenhou romances cheios deforça dramática em que os personagens e os opostos pontosde vista são realizados livremente, em violenta dinâmica.

O espaço e o tempo em Dostoiévski são analisados às vezescomo "discretos, onde o inesperado não apenas é possívelcomo também sempre se realiza". Através da minimizaçãodo tempo de passagem, onde os fatos aparecem de forma derepente, o instante ganha o tempo e logo depois relaxa,desaparecendo nas cenas. Certos autores comparam o tempo e o espaço em Dostoiévski com cenascinematográficas: o uso constante da palavra russa vdrug (de repente), que aparece 560 vezes na edição russade Crime e Castigo, tem a proposta de levar ao leitor a impressão de tensão, de desigualdade e denervosismo, elementos característicos da estrutura do romance dostoievskiano. Além da palavra vdrug emCrime e Castigo, a literatura de Dostoiévski utiliza muito os números, às vezes usando-os com extremaprecisão: a dois passos...., duas ruas a direita, como também usa números elevados e redondos (100, 1000,10000). Acredita-se que esses elementos são "mitopoéticos": Crime e Castigo possui sete partes (6 partes e oepílogo), sendo que, na composição do romance, ele é dividido em 7 capítulos (cada parte), e a "hora fatídica"é indicada como depois das 7. Na literatura dostoievskiana, o processo de evolução da humanidade se dápela repetição de dificuldades e ocasiões, e também pelo uso da memória e da lembrança, por mais infernal quetudo isso possa parecer ao personagem.

Fiódor publicou inúmeros contos: O Mujique Marëi, O Sonho de um Homem Ridículo, Bobock e outros,além de novelas: O Senhor Prokhartchin, A Dócil, O Homem Debaixo da Cama, Uma História Suja, OPequeno Herói, Uma Criatura Gentil, Coração Fraco e Noites Brancas. Criou duas revistas literárias:Tempo (Vrêmia) e Época, colaborando ainda nos principais órgãos da imprensa russa.

Personagens

Provavelmente Dostoiévski foi muito influenciado por tradições folclóricas. Algumas acreditavam que as águasde rios, mares e lagos representavam a fronteira entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.Geograficamente, além do rio Nieva, na Rússia, coexistem outros meios aquáticos, e por conta disso a cidadede São Petersburgo tornou-se fantástica e diabólica, o que influenciou a cultura popular e a literatura russa,juntamente com Fiódor. Outro motivo para o surgimento do chamado “mito de Petersburgo” foi a morte,durante a construção da cidade, de centenas de milhares de pessoas, que ficaram enterradas em suas

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Notas de Dostoiévski para o

quinto capítulo de Os Irmãos

Karamazov.

fundações, pela impossibilidade de se retirar tantos corpos. . O mito de Petersburgo havia sido desenvolvido,na literatura, por Púchkin, em O Cavaleiro de Bronze, e Gogol, em Avenida Niévski. Posteriormente aDostoiévski, foi trabalhado por outros escritores como Andrei Biéli, Aleksandr Blok, Anna Akhmatova eJoseph Brodski. Por conta da influência que arrecadou através dessa cultura – onde o homem está entre avida e a morte –, as personagens da literatura de Fiódor estão constantemente expostas a ocasiões complexas,beirando os limites da razão e da lógica, e os limites do que o ser humano é capaz de realizar diante deproblemas universais; contudo, em geral, as personagens de Fiódorpodem ser classificados em diferentes categorias: cristãos humildes emodestos (Príncipe Mishkin, Sonia Marmeládova, Aliosha Karamazov),autodestrutivos e niilistas (Svidrigáilov, Smerdiakov, Stavroguin,Maslobóiev), cínicos e libertinos (Fiódor Karamazov, Prince Valkorskii),intelectuais rebeldes (Rodion Românovitch Raskólnikov, IvanKaramazov), enquanto regidos por ideias e não imperações sociais oubiológicas.

Crítica

Segundo o escritor Mário Pontes, as novas traduções em línguaportuguesa – lançadas no Brasil – das obras de Dostoiévski, como OIdiota demonstram um estilo "menos castiço", argumentando que "[…]toda a obra [original] de Dostoiévskifoi escrita em circunstâncias adversas: luto, doenças, dívidas, incontrolável atração pelo jogo, censura evigilância policial, daí porque a pressa transparece nos seus romances, onde uma descrição pode serinterrompida de repente por um nervoso, etc." Segundo Mário Pontes, os romances de Dostoiévskiapresentam incoerências, repetições e saltos derivados desses problemas pessoais do autor. Embora o críticoavalie as traduções mais antigas como trabalhos feitos em cima de edições francesas que possivelmente traziamerros, e que as novas edições brasileiras apresentam um estilo dostoievskiano "muito menos castiço do que osanteriores", ele diz que, todavia, "[estão] muito mais próxima[s] do original", e finaliza dizendo que "[…]todosesses acidentes e defeitos, que as novas traduções se empenham em preservar, não bastam para afetar ointeresse que desperta no leitor a profundidade do mergulho de Dostoiévski na alma humana."

Legado e influência

O russo Alexey Rémizov, durante exílio em Paris, em 1927, escreveu: "A Rússia é Dostoiévski. Rússia nãoexiste sem Dostoiévski." A maioria dos críticos concorda que Dostoiévski, Dante Alighieri, WilliamShakespeare, Miguel de Cervantes, Johann Wolfgang von Goethe, Luís de Camões, Victor Hugo e outrospoucos escolhidos tiveram uma influência decisiva sobre a literatura do século XX, especialmente noexistencialismo e expressionismo.

A influência de Dostoiévski é imensa, de Hermann Hesse a Marcel Proust, William Faulkner, Albert Camus,Franz Kafka, Yukio Mishima, Roberto Arlt, Ernesto Sábato e Gabriel García Márquez, para citar algunsautores. Na verdade, nenhum dos grandes escritores do século XX foram alheios ao seu trabalho (comalgumas raras exceções, tais como Vladimir Nabokov, Henry James ou D.H. Lawrence). O romancistaamericano Ernest Hemingway também citou Dostoiévski em uma de suas últimas entrevistas como uma dassuas principais influências.

Nietzsche referiu-se a Dostoiévski como "o único psicólogo com que tenho algo a aprender: ele pertence àsinesperadas felicidades da minha vida, até mesmo a descoberta Stendhal." Certa vez disse, referindo a Notasdo Subsolo: "chorei verdade a partir do sangue". Nietzsche refere-se constantemente a Dostoiévski em suasnotas e rascunhos no internato entre 1886 e 1887, além de escrever diversos resumos das obras deDostoiévski. "Um grande catalisador: Nietzsche e neo-idealismo russo", disse Mihajlo Mihajlov.

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Estátua de Dostoiévski em

Omsk: Fiódor se tornou um

dos mais proeminentes

autores da Rússia no século

XIX.

Com a publicação de Crime e Castigo em 1866, Fiódor se tornou um dosmais proeminentes autores da Rússia no século XIX, tido como um dosprecursores do movimento filosófico conhecido como existencialismo. Emparticular, Memórias do Subsolo, publicado pela primeira vez em 1864, temsido descrito como o trabalho fundador do existencialismo. ParaDostoiévski, a guerra é a revolta do povo contra a ideia de que a razãoorienta tudo.

Obras

Romances

1846 - Bednye lyudi (Бедные люди); em português: Gente Pobre

1846 - Dvoinik (Двойник. Петербургская поэма); em português O

Duplo: Poema de Petersburgo

1849 - Netochka Nezvanova (Неточка Незванова); em português:

Niétochka Nezvánova

1859 - Dyadyushkin son (Дядюшкин сон); em português: O Sonho do Tio,ou O Sonho de Titio, ou O Sonho do Príncipe

1859 - Selo Stepanchikovo i ego obitateli (Село Степанчиково и его обитатели); em português:

Aldeia de Stiepantchikov e seus Habitantes ou A vila de Stepanhchikov e seus habitantes.

1861 - Unijennye i oskorblennye (Униженные и оскорбленные); em português: Humilhados e

Ofendidos

1862 - Zapiski iz mertvogo doma (Записки из мертвого дома); em português: Recordações da Casa

dos Mortos ou Memórias da Casa Morta1864 - Zapiski iz podpolya (Записки из подполья); em português: Memórias do Subsolo, Notas do

Subterrâneo, A Voz do Subsolo, Cadernos do Subsolo

1866 - Prestuplenie i nakazanie (Преступление и наказание); em português: Crime e Castigo

1867 - Igrok (Игрок); em português: O Jogador

1869 - Idiot (Идиот); em português: O Idiota

1870 - Vechnyj muzh (Вечный муж); em português: O Eterno Marido

1872 - Besy (Бесы); em português: Os Demônios ou Os Possessos1875 - Podrostok (Подросток); em português: O Adolescente

1881 - Brat'ya Karamazovy (Братья Карамазовы); em português: Os Irmãos Karamazov

Novelas e contos

1846 - Gospodin Prokharchin (Господин Прохарчин); em português: Senhor Prokhartchin

1847 - Roman v devyati pis'mahh (Роман в девяти письмах); em português: Romance em Nove

Cartas1847 - Khozyajka (Хозяйка); em português: A Senhoria ou A Dona da Casa

1848 - Polzunkov (Ползунков);

1848 - Slaboe serdze (Слабое сердце); em português: Coração Fraco

1848 - Tchestnyj vor (Честный вор); em português: O Ladrão Honesto

1848 - Elka i svad'ba (Елка и свадьба); em português: Uma Árvore de Natal e Uma Boda

1848 - Tchujaya jena i muj pod krovat'yu (Чужая жена и муж под кроватью); em português: O

homem debaixo da cama ou A Mulher Alheia e o Homem Debaixo da Cama1848 - Belye nochi (Белые ночи); em português: Noites Brancas

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1849 - Malen'kij geroi (Маленький герой); O Pequeno Herói

1862 - Skvernyj anekdot (Скверный анекдот); Uma História Suja ou Uma História Lamentável1865 - Krokodil (Крокодил); em português: O Crocodilo

1873 - Bobok (Бобок); em português: Bóbok

1876 - Krotkaia (Кроткая); em português: Uma Criatura Gentil, também A Dócil, A Meiga, Ela era

doce e humilde e Ela.

1876 - Mujik Marej (Мужик Марей); em português: O Mujique Marei

1877 - Son smeshnogo tcheloveka (Сон смешного человека); em português: O Sonho de um

Homem Ridículo

Não ficção

1863 – Ziminie Zamietki o lietnikh vpyetchatleniiakh (Зимние заметки о летних впечатлениях); em

português: Notas de Inverno sobre Impressões de Verão

1873 – 1878 Dnievnik pissatelia (Дневник писателя); em português: Diário de um Escritor

Cartas

Suas cartas foram publicadas postumamente em antologias diversas.

Galeria de imagens

Selo da União Soviética.

Anna, segunda esposa.

Anna e filhos.

Caricatura.

Stasov

Fotografia de 1876.

Memorial.

À direita, comValikhanov.

Ver também

Page 12: Fiódor Dostoiévski

Língua russa

EntropiaFilocalia

Livre-arbítrioNiilismo

Albert Camus

Alexander SoljenítsinMikhail Bakhtin

Igreja Ortodoxa RussaDeterminismo

Referências

1. ↑ Dostoevsky's other Quixote (influence of Miguel de Cervantes' Don Quixote on Fyodor Dostoevsky's TheIdiot) Fambrough, Preston (http://goliath.ecnext.com/coms2/gi_0199-5055894/Dostoevsky-s-other-Quixote-influence.html).

2. ↑ Escritores que influenciaron a Dostoyevski(http://www.realc.emory.edu/russian/DOSTOEVSKY/writers.html).

3. ↑ "Problemas da Poética de Dostoiévski / Mikhail Bakhtin"(http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=5876). Acesso: 11 de novembro, 2008

4. ↑ Existentialism from Dostoevsky to Sartre Walter Kaufmann ISBN 0-452-00930-8 página 125. ↑ Encyclopædia Britannica Online (http://original.britannica.com/eb/article-

9108410/Fyodor-Dostoyevsky) (em português). Original.britannica.com.6. ↑ Freud, Sigmund, Writings on Art and Literature7. ↑ ___ "Fiodor Mikhailovitch Dostoiévski"

(http://www.cafedostoievski.info/literatura/escritores/dostoievski/principal.html), em Café Dostoiévski(http://www.cafedostoievski.info/). Acesso: 11 de novembro, 2008

8. ↑ Biografía de Fiódor Dostoyevski (http://www.fedordostoievsky.com/ppal.htm). Fedordostoievsky.com.9. ↑ Notas desde el subsuelo Coradella Collegita Bookshelf edition, Acerca del autor.

(http://worldebooklibrary.com/eBooks/Coradella_Collegiate_Bookshelf_Collection/Dostoevsky-notesfromtheunderground.pdf) (PDF) (em inglês). Worldebooklibrary.com.

10. ↑ Revista de la Universidad UNAM (México) (http://www.revistadelauniversidad.unam.mx/2306/pdfs/105-106.pdf) (PDF).

11. ↑ Predefinição:Joseph Frank, As Sementes da Revolta12. ↑ Cronologia de Fiódor Dostoyevski (http://www.fedordostoievsky.com/cronologia.htm).

Fedordostoievsky.com.13. ↑ ibid14. ↑ Dostoyevski frente al nihilismo (http://www.cuentayrazon.org/revista/pdf/124/Num124_006.pdf) (PDF).

Cuentayrazon.org.15. ↑ Biografia de Dostoyevski em Literaturas.com

(http://www.literaturas.com/v010/sec0310/suplemento/biografion.htm). Literaturas.com.16. ↑ Carta de Dostoyevski a su hermano (http://home.swipnet.se/~w-15266/cultur/fyodor/fdprison.htm).17. ↑ Vida en el exilio Frank 76. Quoted from Pisma, I: 135-137

(http://www.dartmouth.edu/~karamazo/bio04.html).18. ↑ lpm-editores.com.br (http://www.lpm-editores.com.br/v3/livros/layout_autor.asp?ID=835470) (em

português). Lpm-editores.com.br.19. ↑ Biografia Grandes autores (http://www.sociedadedigital.com.br/artigo.php?artigo=225&item=3) (em

português). Sociedadedigital.com.br.20. ↑ Biografía de Fiódor Dostoyevski em Letrópolis (http://www.letropolis.com.ar/2005/11/07_dostoievski.htm).

Letropolis.com.21. ↑ Diario La Capital: «Fedor Dostoievski, el escriba del alma»

(http://www.lacapital.com.ar/2006/02/12/seniales/noticia_268348.shtml). Lacapital.com.22. ↑ Evangelho de João 12:24, Almeida Corrigida e Revisada Fiel, 1994

(http://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/12;) (em português). Bibliaonline.com.br.23. ↑ Título ainda não informado (favor adicionar) (http://www.fedordostoievsky.com/portugues/portugues2.htm)..

Acesso: 25 de outubro, 2008.24. ↑ Influencia de Fiódor Dostoyevski en la Literatura (http://www.fedordostoievsky.com/influencia-

obras.htm).

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Obras citadas

Um estudo de Vladimir Toporov (Doutorando Edelcio Rodiney Américo - USP), A Estrutura doRomance de Dostoiévski em Relação com Esquemas Arcaicos do Pensamento Mitológico(http://www.abralic.org.br/enc2007/anais/21/536.pdf)

Notas

1. ↑ A falta de critérios mais definidos para a transliteração do alfabeto cirílico para o latino no idiomaportuguês faz com que existam diversas variantes da grafia do nome possam ser utilizadas

simultaneamente; além de Fiodor Dostoiévski, pode-se encontrar comumente a versão anglicizadaFyodor Dostoievsky, e híbridos como Dostoiévsky.

Bibliografia

Língua portuguesa (traduções e leitura adicional)

DOSTOIÉVSKI, Fiodor. Crime e Castigo. Trad. Paulo Bezerra. Editora 34, São Paulo, 2001.

AMERICO, Edelcio, Texto de São Petersburgo na literatura russa, dissertação, Faculdade deFilosofia, Letras e Ciências Humanas USP, 2006, Biblioteca FFLCH-USP (setor de teses).BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski, Editora Forense Universitária, 2ª edição,

São Paulo, 1997.LÓTMAN, Iúri. Simbologia de São Petersburgo e os problemas da semiótica da cidade (Simvólika

Peterburga i problemy semiótiki góroda)//Istoria i tipológuia rússkoi kultury, São Petersburgo, 2002,págs. 208-221.

MELETÍNSKI, Eleazar. Os arquétipos literários, Ateliê Editorial, São Paulo, 1998.PONDÉ, Luiz Felipe. "Crítica e profecia - A filosofia da religião em Dostoiévski", Ed. 34, São Paulo,

2003.PROPP, Vladimir. Morfologia do conto maravilhoso, Forense-Universitária, Rio de Janeiro, 1984.SCHNAIDERMAN, Boris. "Dostoiévski - Prosa Poesia", Perspectiva, São Paulo, 1982. Análise de: O

senhor ProkhartchinTOPOROV, Vladimir. Petersburgo e o texto de São Petersburgo da literatura russa (Peterburg i

peterbúrgskii tekst rússkoi literatury)// Peterbúrgskii tekst rússkoi literatury, São Petersburgo, 2003___ Mito, ritual, símbolo e imagem, ("Mif, Ritual, Simbol, Obraz"), pág- 193-211. Moscou, 1993.

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26. ↑ Vladimir Toporov, p.427. ↑ Vladimir Toporov, p.628. ↑ Vladimir Toporov, p.529. ↑ Fiodor Dostoiévski, O Idiota (Trad. Paulo Bezerra) Editora 34, 672 páginas.30. ↑ Mário Pontes, "Tradução revela Dostoiévski menos castiço"

(http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernos/ideias/2003/03/07/joride20030307010.html). Acesso: 10 deNovembro, 2008

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Línguas estrangeiras

Ligações externas

FedorDostoievsky.com Fedor Dostoievsky — biografia, cronologia, influência, trabalhos, frases, aanálise de seu nome. (http://www.fedordostoievsky.com/portugues/portugues1.htm) (em português)O crocodilo, por Fiódor Dostoiévski (http://e-nigma.com.pt/criticas/crocodilo.html) (em português) uma

crítica de Alexandre Beluco.Fyodor Dostoevsky's brief biography and works (http://Dostoyevsky.thefreelibrary.com/) (em inglês)

Obras de Fyodor Dostoevsky (http://www.gutenberg.org/author/Fyodor+Dostoyevsky) no Projeto

Gutenberg

Full texts of some Dostoevsky's works in the original Russian (http://ilibrary.ru/author/dostoevski/) (eminglês)

Another site with full texts of Dostoevsky's works in Russian(http://www.magister.msk.ru/library/dostoevs/) (em inglês)

Dostoïevski, John Cowper Powys, préface de Marc-Edouard Nabe, Bartillat, Paris, 2001 ISBN

284100242X

La transversalité du thème religieux dans Les Démons (ou les Possédés) de Dostoïevski, par A.Messaoudi, Paris, éditeur Indépendant, 2006, 358 p. ISBN 2353350062

Dostoïevski, mémoires d'une vie, par sa femme A.G. Dostoïevskaïa, aux éditions Mémoire du Livre"Instant historique" in Les Très Riches Heures de l'humanité, Stefan Zweig, éd. Livre de Poche, 2005:

récit du simulacre d'exécution sur la place Semenov le 22 décembre 1849.L'esprit de Dostoievski, par Nicolas Berdiaeff (1921), éd. St-Michel 1929, Paris et Liège.

La vie pathétique de Dostoïevski, par André Levinson, éd. Plon, Paris, 1931.La philosophie de la tragédie, Dostoïevski et Nietzsche, par Léon Chestov, Paris, J. Shiffrin - Editionsde la Pléiade 1926.

La Création littéraire chez Dostoïevski, Jacques Catteau, Paris, Institut d'études slaves, 1978. ISBN

2720401420

La Figure du crime chez Dostoïevski, Vladimir Marinov, Paris, Puf, 1990. ISBN 2130431739

Correspondance de Dostoïevski (1832-1864), présentée par Jacques Catteau, traduction d'Anne

Coldefy-Faucard, éd. Bartillat, 1998, 816 páginas.Dostoïevski, les années miraculeuses (1865-1871), Joseph Frank, traduit de l'américain par AlineWeil, éd. Actes Sud, 1998, 768 páginas.

Récit et foi chez Fédor M. Dostoïevski. Contribution narratologique et théologique aux "Notesd'un souterrain" (1864), Daniel S. Larangé, Paris-Turin-Budapest, éd. L'Harmattan, 2002 (Critiques

littéraires). ISBN 2747518450

Dostoïevski, biographie par Leonid Grossman, Éd. Parangon, Paris, 2003.

La poétique de Dostoïevski, Mikhaïl Bakhtine.Vérité romanesque et mensonge romantique, René Girard.Dostoïevski, André Gide.

Dostoevsky, Joseph Frank. Princeton University Press, Princeton, 1979-2003 (5 volumes).Económica, Bajtín, Mijail.México D.F., 1986.

Crime and Punishment, Fyodor Dostoevsky, translated by Richard Pevear and Larissa Volokhonsky.Vintage Classics, 1992, Nova Iorque.

Crime and Punishment, Fyodor Dostoevsky, translated by Constance Garnett, introduction by JosephFrank. Bantam Books, 1987, Nova Iorque.

Page 15: Fiódor Dostoiévski

Fyodor Dostoyevsky - Biography, ebooks, quotations, and other resources(http://www.fmdostoyevsky.com) (em inglês)

Dostoevsky Research Station (http://www.kiosek.com/dostoevsky/contents.html) (em inglês)ALEXANDER II AND HIS TIMES: A Narrative History of Russia in the Age of Alexander II, Tolstoy,

and Dostoevsky (http://people.emich.edu/wmoss/publications/) (em inglês)Cronologia (http://fyodordostoevskychronicle.blogspot.com) (em português) por Erik Lindgren

Biografia (http://www.helium.com/tm/437407/fyodor-mikhailovich-dostoyevsky-before) (em inglês) porIolo Savill

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