Fisica Da Radioterapia

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  • TERAPIA COM FEIXES DE ELTRONS

    O 50 100 150 200 Distncia de uma estimada posio da fonte (cm)

    FIGURA XI-10 - Determinao da posio virtual da fonte.

    CONTAMINAO DE RAIOS X

    Existe no feixe de eltrons a chamada contaminao de raios X, proveniente de inte-raes por "bremsstrahlung" nos colimadores e no meio.

    Na curva de dose profunda (Fig. XI-4) a porcentagem (relativa dose mxima) des-

    ta contaminao no fim do alcance dos eltrons determinada quando a curva se

    estabiliza paralelamente ao eixo das abscissas.

    O valor desta contaminao depende principalmente da energia do feixe de el-

    trons (Tabela XI-1) e nos tratamentos habituais no assumem valores significativos.

    A preocupao que se deve ter nos tratamentos de toda a pele na qual todo o corpo

    irradiado.

    TABELA XI-1 - Valores percentuais da contamina-o de raios X (relativos dose mxima).

    Energia (MV) Contaminao (%)

    5 0,1 10 0,5 15 0,9 20 1,4 30 2,8 40 4,2

    PLANEJAMENTO DOS TRATAMENTOS

    A maioria dos tratamentos feita com um campo tnico, paralelo superfcie de

    interao, portanto, um procedimento bem simples. Apesar disso, existem certos

    parmetros e situaes que merecem um cuidado e que veremos a seguir.

    ESCOLHA DA ENERGIA E TAMANHO DO CAMPO

    A energia escolhida de acordo com a profundidade do tumor, normalmente para

    que o ttmiorfique contido na curva de 80%, mas no uma regra, e cada situao

    deve ser analisada clinicamente para a escolha da energia. 227

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    FIGURA XI-11 - Constrio lateral na curva de 80% (20MeV, campo lOcm x lOcm).

    Como regra prtica, para corrigir este efeito, aumenta-se em I c m todas as margens

    do campo. Este procedimento deve ser avaliado para cada caso (isodose, energia

    usada e aspectos clnicos da leso).

    INCLINAO DA SUPERFCIE

    Quando a superfde irradiada no perpendicular ao eixo central, podemos dizer

    que praticamente as curvas de isodose ficam paralelas superfcie e a distribuio

    de dose no eixo central praticamente a mesma que para uma incidncia normal do

    feixe (Fig. X I - 1 2 ) . Entretanto, superfcies irregulares podem espalhar eltrons em vrias direes e sentido, causando distribuio de dose bem complicada perto da

    superfde. Podemos, entretanto, corrigir estas irregularidades com o uso de 'IJOIUS".

    228

    CORREES PARA INOMOGENEIDADES

    A distribuio da dose dos feixes de eltrons pode ser alterada devido presena de

    inomogeneidades, tais como osso, pulmo e cavidade de ar.

    Se existir grande e inomognea fatia, a dose aps esta inomogeneidade poder ser

    corrigida usando-se o "coeficiente de teddo equivalente" (CET).

    A atenuao devida espessura z de inomogeneidade equivalente atenuao da

    espessura (z x CET) de gua. Na verdade, o CET para um dado material aproxima-

    damente o quodente da densidade eletrnica do material com a densidade eletrni-

    ca da gua.

    Para ossos esponjosos (por exemplo, o estemo), a densidade eletrnica muito pr-

    xima da gua, portanto o CET = 1 , j para ossos compactos (por exemplo, mandbu-la), cuja densidade eletrnica bem maior, temos o CET = 1 , 6 5 .

    A figura X I - 1 1 mostra uma curva de isodose para eltrons: nela, o campo na superfi-cie foi projetado na profundidade. Podemos notar que uma rea na profundidade

    de 8 0 % menor que na superficie, portanto, quando da escolha do tamanho de

    campo, deve-se levar em conta a constrio lateral na curva de 80%.

  • TERAPIA COM FEIXES DE ELTRONS

    FIGURA XI-12 - Ilustrao da configurao de isodose de um feixe no perpendicular a uma superficie irradiada (20MeV, campo lOcm x lOcm).

    Para o pulmo, apesar do CET variar com a profundidade, considera-se na prtica

    um valor mdio igual a 0,5.

    Podemos determinar um valor mais preciso por meio de relaes obtidas de medi-

    das in vivo que nos fornecem valores de CET em funo da espessura " x " de pulmo e para algumas energias:

    6MeV => CET = 0,35 + 0,989e^'726x

    9MeV => CET = 0,35 + l,616e-^'63i>^

    12MeV => CET = 0,35 + 0,968e^'330x

    15MeV CET = 0,35 + l,45e^'3oix

    18MeV CET = 0,35 + 0,819e-^'i5ix

    Para se determinar a dose num ponto aps a inomogeneidade, usamos uma profun-

    didade efetiva (d^^) obtida pela relao:

    d^f = d - z ( l - C E T )

    Por meio de tabelas de dose profunda para gua, a dose na profundidade efetiva

    (dgf) a mesma que na profundidade "d" aps a inomogeneidade de espessura "z".

    Na figura XI-13 temos um exemplo de modificao de uma isodose devido pre-

    sena de pulmo, e na figura XI-14, devido presena de osso. O espalhamento de

    eltrons nas bordas da inomogeneidade faz com que a dose profunda tenha luna

    variao bem complicada abaixo destas regies.

    Este problema aumenta quando a inomogeneidade pequena.

    CAMPOS ADJACENTES

    Muitas vezes, nos tratamentos radioterpicos, precisamos fazer o acoplamento de

    dois ou mais campos quando necessitamos irradiar uma grande rea. 229

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    FIGURA XI-13 - Exemplo de correo de isodose devido presena de pulmo (20MeV, campo lOcm x lOcm).

    FIGURA XI-14 - Exemplo de correo de isodose devido presena de osso (20MeV, campo lOcm x lOcm).

    Nesses casos, devemos tomar muito cuidado para que no tenham pontos de sub

    ou superdosagem.

    Na figura XI-15 temos exemplo de acoplamento de dois campos com separaes

    diferentes.

    Como em geral so tratados tumores superficiais, os campos so feitos sem separa-

    230 o, isto , adjacentes.

  • TERAPIA COM FEIXES DE ELTRONS

    FIGURA XI-15 - Acoplamento de dois campos de 15cm x 15cm e 20MeV de energia. A) Adjacentes. B) Sej^rao de 0,5cm. C) Separao de 1,0cm.

    PROTEES

    Muitas vezes temos campos de tratamento irregulares que devem ser delimitados

    com chumbo.

    A espessura desta proteo deve ser tal que reduza a intensidade do feixe entre 95 e

    98%. Na tabela XI-2 temos espessuras recomendadas de chumbo para diferentes

    energias de feixes de eltrons.

    TABELA XI-2 - Espessuras recomendadas de chumbo.

    Energia MeV Espessuras (cm)

    6 0,3 9 0,4

    13 0,6 17 1,0 20 1,0 231

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    232

    TERAPIA EM ARCO

    A terapia em arco com eltrons recomendada para leses situadas em superfcies curvas, por exemplo, na irradiao do cncer de mama aps uma mastectomia radi-cal. A vantagem sobre a tcnica tradicional de se irradiar estas reas com feixes tan-gentes de ftons a dose bem menor que o pulmo recebe.

    A calibrao de terapia em arco com feixes de eltrons deve ser feita por meio de medida direta com o uso de um simulador de forma cilindrica e de raio aproxima-damente igual ao da curvatura do paciente a ser irradiado, a dosimetria pode ser feita na profundidade d ^ ^ e podemos obter valores de dose/arco ( c G y / ) .

    Mesmo que a calibrao seja feita pela integrao de feixes (dirigidos isocentrica-mente atravs de ngulos espaados), comparando-se vrias isodoses, recomenda-mos uma dosimetria para a checagem dos valores obtidos.

  • Captulo

    MQUINAS DE TELETERAPIA

    XII

    RAIOS X DE QUILOVOLTAGEM

    Os raios X de quilovoltagem com suas respectivas propriedades j foram vistos no Captulo II.

    Veremos as categorias de terapia com equipamentos de quilovoltagem, de acordo com a energia do feixe.

    TERAPIA DE CONTATO

    Opera com potenciais de 30 a 50kVp, normalmente com 2mA de corrente, distncia foco-superfcie de 2cm ou menores e filtrao entre 0,5 e ImmAl .

    TERAPIA SUPERFICIAL

    Opera com potenciais de 50 a ISOkVp, corrente no tubo entre 10 e 20mA, distncia foco-superfde entre 20 e 40cm e filtrao entre 1 e 6mmAl.

    TERAPIA PROFUNDA (OU ORTOVOLTAGEM)

    Opera com potenciais de 150 a 300kVp, corrente no tubo entre 10 e 20mA, distncia foco-superfde entre 30 e 50cm e filtrao entre 1 e 4mmCu.

    Na maioria dos tratamentos radioterpicos com feixes de raios X de quilovoltagem, a dose calculada na pele do paciente, portanto, para uma profundidade zero.

    Algumas vezes, necessita-se saber a dose em profundidade. A figura XII-1 nos mos-tra a porcentagem de dose profunda versus a profundidade na gua, para feixes operando nas trs categorias citadas.

    A figura XII-2 mostra um equipamento de quilovoltagem que trabalha nas faixas superficial e profunda (ortovoltagem). 233

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    O 2 4 6 8 10 12

    Profundidade na gua (cm)

    FIGURA XII-1 - Curvas de porcentagem de dose profunda na gua para alguns feixes de raios X. a) 40kVp, CSR = l,5mmAl, filtro = ImmAl, DFS = 2cm, campo 2cm de dimetro; b) lOOkVp, CSR = 2,5mmAl, filtro = 2mmAl, DFS = 30cm, campo 10 x lOcm; c) 220kVp, CSR = 2,0mmCu, filtro = l,5mmCu, DFS = 50cm, campo 10 x lOcm.

    FIGURA XII-2 - Equipamento de quilovoltagem.

    234

    EQUIPAMENTOS DE TELECOBALTOTERAPIA

    At 1951, os nicos equipamentos existentes que usavam radioistopos como telei-

    sotopoterapia eram as unidades de tele-radium, que continham de 4 a lOg de ^^^Ra.

    Estes equipamentos eram carssimos e forneciam radiaes y de baixa intensidade, que os tomavam impraticveis.

  • M Q U I N A S D E T E L E T E R A P I A

    FIGURA XII-3 - Mecanismo rotacional de exposio da fonte.

    Como as fontes de telecobaltoterapia tm um tamanho finito (normaknemte 2cm de

    dimetro), as bordas do campo de radiao no so bem definidas. Esta indefinio

    das bordas chamada de penumbra. A figura XII-4 nos ustra o conceito de penumbra.

    Por tringulos semelhantes:

    P^ s

    D F S - c

    P = Penumbra = - ( D F S - c ) c 235

    Com o advento dos reatores nucleares, puderam ser produzidos radioistopos de

    alta atividade para o uso mdico, tais como o cobalto-60 ou o csio-137.

    As unidades de csio foram usadas por muito anos, mas, apesar da vantagem da

    meia-vida alta (30 anos), tinham muito mais desvantagens (rendimentos baixos,

    distncias de tratamentos curtas, penumbra muito grande, energia relativamente

    baixa, etc.) que as unidades de cobalto e caiu em desuso.

    O cobalto tem meia-vida fsica de 5,3 anos e emite radiaes y em cascata de 1,17 e l ,33MeV.

    O invlucro no qual a fonte fica encapsulada possui forma cilndrica com dimetro

    de 1 a 2cm e de ao inoxidvel.

    As unidades de telecobalto que existem comercialmente so similares e comportam

    fontes desde 1,11 W^Bq (3.000C) at 4,44 lO^^Bq (12.000C).

    Como os raios y so emitidos em todas as direes, deve haver uma proteo ao redor da fonte para absorver a radiao. Esta proteo feita normalmente de chumbo e urnio.

    Deve haver tambm um mecanismo de exposio da fonte, para que se possa usar o

    feixe de radiao y. Existem vrios destes mecanismos (Fig. XII-3).

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    Superficie

    FIGURA XII-4 - Ilustrao do conceito de penumbra.

    A regio que fica entre as isodoses de 50 e 2 0 % chamada de penumbra fsica e no deve ser maior que Icm. Podemos notar que a penumbra (geomtrica ou fsica) aumenta com a profundidade.

    A penumbra pode ser minimizada se aumentarmos a distncia c (fonte-diafragma). Isto pode ser feito por meio de um acessrio, um colimador auxiliar, acoplado no fim do colimador principal prximo do paciente, os chamados cortadores de penum-bra ("penumbra trimmer"), ilustrados na figura XII-5.

    Fonte

    Colimador

    Cortador de penumbra

    Penumbra reduzida

    236 FIGURA XIl-5 - Ilustrao do cortador de penumbra ("penumbra trimmer"'

  • MQUINAS DE TELETERAPIA

    Entretanto, devemos tomar cuidado para mantermos uma distncia suficiente da

    pele do paciente, para que os eltrons espalhados no diafragma ou nos cortadores

    de penumbra no a atinjam, aumentando a dose superficial.

    Na figura XII-6 apresentamos uma unidade de telecobaltoterapia.

    FIGURA XII-6 - Unidade de telecobalto.

    EQUIPAMENTOS DE MEGAVOLTAGEM

    C o m j vimos, nos equipamentos de quilovoltagem os eltrons so acelerados por

    meio de uma diferena de potencial aplicada diretamente entre o filamento e o alvo.

    Devido a problemas de isolao e gerao de alta voltagem, este processo de produ-

    o de raios X limitado, e no conseguimos energias muito altas (at cerca de

    2.000kV). 237

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    FIGURA XII-7 - Esquema dos dois discos paralelos.

    FIGURA XII-8 - Esquema da srie de discos paralelos.

    238

    Se em vez de usarmos um gerador de tenso constante utilizarmos um gerador de tenso varivel, que ora cria um campo eltrico em um sentido, ora em outro, e se colocarmos uma srie destes discos ligados aos pares a geradores capazes de criar campos eltricos variveis (Fig. XII-8), teremos o seguinte processo: o eltron, devi-do ao combinada do primeiro par de placas (discos), sofre acelerao e ultrapas-sa a placa positiva. Nesse instante, a configurao do campo se modifica - o par de placas seguintes se apresentar ao eltron segundo a situao de "placa negativa atrs" e "positiva na frente". Como conseqncia o eltron ainda mais acelerado.

    Podemos construir um tubo de tal forma que os campos eltricos estejam, em cada

    instante, contribuindo para aumentar a energia do eltron.

    Para obtermos raios X de energias maiores, teremos de usar uma tcnica diferente de acelerao de eltrons, sem necessidade de altas diferenas de potencial entre dois eletrodos. Temos os chamados aceleradores lineares.

    Se tomarmos duas placas metlicas em forma de disco, com um orifcio no meio, paralelas e ligadas entre si por uma tenso constante (Fig. Xn-7), e abandonarmos um eltron no centro do orificio da placa negativa, ele, por fora do campo eltrico criado, ir em direo placa positiva. Se isto ocorrer no vcuo, o eltron, inicial-mente parado, ganhar mais energia e conseguir ultrapassar sem dificuldade a placa positiva.

  • MQUINAS DE TELETERAPIA

    Ondas RF do magnetron

    Fonte de

    eltrons

    FIGURA XII-9 - Diagrama esquemtico de um tubo acelerador

    Apesar de as ondas RF, como qualquer outra radiao eletromagntica, terem velo-cidade da luz no vcuo, podem em condies especiais viajar bem mais lentamente, por exemplo, passando pelo tubo acelerador. Nestas condies a velocidade exata depende dos orifcios dos discos e tambm do espaamento entre eles. Portanto, se fizermos com que as ondas RF penetrem em um tubo acelerador cujos espaamen-tos entre os discos aumentam progressivamente, poderemos tambm aumentar a velocidade da onda.

    Os eltrons so injetados no tubo pelo lado onde a velocidade da onda mnima e so "carregados" por ela, aumentando sua veloddade na mesma proporo que a da onda.

    O comprimento de onda (k) da ordem de lOcm e o comprimento da estrutura aceleradora determinado pela energia mxima desejada aos eltrons.

    Por exemplo: o comprimento do tubo acelerador para 4MeV de energia da ordem de 30cm e para 20MeV, de 230cm. A intensidade mxima do campo eltrico acelera-dor de 150V/cm, normalmente opera-se com valores menores.

    Estas estruturas devem ser cuidadosamente desenhadas e construdas para garan-tir a sincronizao do campo e a velocidade dos eltrons. 239

    Este o prinrpio bsico de funcionamento dos aceleradores lineares, porm utili-zando ondas de radiofreqncia (RF) de 3.000MHz, que como todas as radiaes eletromagnticas so campos alternados, eltrico e magntico.

    Desde que um campo eltrico aplique fora em uma partcula carregada colocada nele, se um eltron ou agrupamento de eltrons injetado em um feixe de ondas RF em lugar apropriado e tempo certo, ele estar sujeito a esta fora e tender a ser levado pela onda. Grosseiramente falando, o que acontece muito parecido com o "surfista" no mar levado pela onda.

    Estas ondas RF, provenientes de vlvulas especiais chamadas magnetron (para ener-gias de at lOMeV) ou klystron (para energias acima de lOMeV), so microondas geradas em pequenos pulsos (cada pulso dura aproximadamente 3}is) que so envia-das atravs de um guia de onda a um tubo cilndrico que possui no seu interior vrios discos metlicos com pequeno orifcio no meio. Estes orifcios e o espaa-mento entre os discos variam. Este tubo chamado de acelerador, no qual os eltrons so acelerados at a energia desejada (Fig. XII-9).

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    240

    Quando estes eltrons acelerados deixam o tubo acelerador, formam normalmente um feixe paralelo de aproximadamente 3mm de dimetro e so dirigidos direta-mente para um alvo metlico (normalmente tungstnio) para a produo dos raios X, pelo mesmo processo j visto no item "Produo de raios X " , pg. 24).

    Desde que os raios X de megavoltagem tenham sua distribuio angular acentua-damente para a frente, o alvo, ao contrrio dos raios X de quilovoltagem, de trans-misso. tambm devido a este fato que a isodose do feixe deve ser modificada por meio de um filtro "achatador" do feixe visto no Captulo VIII.

    Em alguns aceleradores, este alvo pode ser removido quando desejado e os eltrons colidem em lmina metlica (chumbo ou cobre) bem fina (cerca de 0,3mm) para ser espalhados e termos um feixe de eltrons para tratamentos radioterpicos. Este es-palhamento tambm pode ser feito por meio de uma varredura eletromagntica.

    Nos aceleradores lineares, na maioria das vezes o tubo acelerador to grande que no pode ser usado verticalmente, e portanto so colocados horizontalmente. Nesse caso, o feixe de eltrons quando deixa o tubo, antes de colidir com o alvo, tem de sofrer deflexo magntica, normalmente um "looping" de 270.

    Aceleradores normalmente no tm seu rendimento (taxa de dose) constante com o

    tempo. Esta variao ocorre devido a oscflaes normais e intrnsecas de alguns de

    seus componentes. Portanto, no podemos calibrar um acelerador linear em termos

    de cGy/min , como se faz nas unidades de cobalto.

    Para resolver este problema, duas cmaras de ionizao, situadas abaixo do alvo e do filtro achatador do feixe, independentes uma da outra, que garantem que a dose prescrita seja dada. Uma checa a outra monitorizando a dose, fornecendo lei-turas que so digitadas automaticamente no painel de controle do acelerador, que so as chamadas "unidades monitor", que na verdade uma dose em determinada distncia foco-superfcie (normalmente 1 metro) para um campo de lOcm x lOcm na profundidade de dose mxima (d^^ ).

    Quando fazemos a calibrao do acelerador, estamos checando a resposta destas c-maras, ou seja, se os valores das imidades no monitor correspondem dose esperada.

    A especificao da qualidade dos feixes de raios X de megavoltagem produzidos pelos aceleradores lineares normalmente dada em termos do quociente da relao tecido-meio para as profimdidades de 20cm e lOcm, para uma distncia fixa da fonte ao detetor e para um campo de lOcm x lOcm no plano do detetor.

    J os fabricantes dos aceleradores costumam fornecer o potencial nominal de acele-rao em M V ou a porcentagem de dose profunda para um campo de lOcm x lOcm, distncia foco-superfcie de lOOcm e profundidade de lOcm em meio de densidade igual a Ig /cm^.

    O acelerador montado em um "brao" (gantry) ligado a um "armrio" que contm sistemas do equipamento, inclusive eletrnicos. O acelerador pode girar na posio horizontal no eixo do brao. O feixe de radiao que sai do acelerador sempre dirigido e centrado no eixo do brao. O eixo central do feixe de radiao intercepta o eixo do brao em um ponto do espao chamado de "isocentro".

    Muitos dos componentes eletrnicos auxiliares esto no mdulo de comando (pai-nel de comando) que fica do lado de fora da sala de tratamento. Normalmente, perto do mdulo de comando fica uma cabine onde se encontra o modulador, que tem como principal finalidade a produo de pulsos de alta tenso (para a magne-tron ou klystron e para o tubo acelerador).

    Na figura XII-10 temos o corte de um acelerador linear mostrando seus principais

    componentes, e na figura Xll-11, um acelerador linear.

  • MQUINAS DE TELETERAPIA

    FIGURA XII-10 - Diagrama esquemtico de um acelerador linear.

    1. Magnetron ou klystron - fonte de microondas para a acelerao dos eltrons.

    2. Circulador - isola a magnetron ou a klystron das microondas refleti-das.

    3. Bomba de vcuo - para termos vcuo no tubo acelerador 4. Fonte de eltrons - fornece os eltrons que so ejetados na estrutura

    aceleradora. 5. Estrutura aceleradora - onde os eltrons so acelerados. 6. Alvo - pata a produo de raios X; pode ser retrtil para feixes de

    eltrons. 7. Magneto - defletem os eltrons que saem do tubo acelerador para

    que colidam com o alvo ou nas lminas espalhadoras para feixes de eltrons.

    8. Filtro achatador - cone metlico para modificar a isodose. 9. Lminas espalhadoras (ou varredura eletromagntica) - para termos

    feixes de eltrons. 10. Cmaras de ionizao - fornecem leituras das "unidades monitor". 11. Sistema ptico - para produzir um campo luminoso coincidente com

    o campo de radiao. 12. Indicador ptico - da distncia foco-superfcie. 13. Colimadores - blocos de tungstnio que se movem por meio de mo-

    tores (alguns aceleradores tm colimadores com movimentos inde-pendentes) para termos o campo de irradiao.

    14. Isocentro - o eixo central do campo e o eixo de rotao dos colimado-res so coincidentes e interceptam o eixo de rotao do brao em um ponto virtual denominado isocentro.

    15. Contrapeso - para equilibrar a distribuio de massa do acelerador 16. Campo de radiao - feixe de ftons ou de eltrons. 17. Brao ("gantry") - estrutura que pode girar 360. 18. Guia de onda - carrega a microonda da magnetron ou klystron ao

    tubo acelerador. 19. Indicadores digitais - indicam a angulao do brao, dimenses do

    campo no isocentro, ngulo de rotao da coluna, etc. 241

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    FIGURA XII-11 - Acelerador linear

    TESTES DE ACEITAO

    Para o uso dos equipamentos de teleterapia no tratamento clnico radioterpico, antes de entrarem em funcionamento rotineiro, h necessidade de comprovar-se seu perfeito funcionamento, por meio de certos testes, chamados de testes de aceita-o. Com eles, verificamos se as especificaes da mquina so concordantes com as fornecidas pelo fabricante/vendedor.

    So necessrios testes mecnicos, eltricos e com o feixe de radiao. Iremos descre-ver os testes que devem ser feitos por ocasio da instalao do equipamento. A maio-ria destes testes que iremos ver se aplicam tambm aos simuladores. Para os equi-pamentos de quilovoltagem,, sugerimos os testes de controle e garantia de qualida-de citados no item "Controle e garantia de qualidade", pg. 251.

    Recomendamos, como procedimento fundamental, manuteno preventiva dos equipamentos, feita por profissionais de engenharia clnica, treinados especifica-mente para a rea de radioterapia.

    242

    TESTES INICIAIS

    O primeiro exame que deve ser feito verificar se esto funcionando todos os movi-

    mentos do equipamento. Devem ser suaves, no podendo ter folgas ou pontos pre-

    ferenciais de permanncia.

    Deve-se verificar tambm se esto funcionando todos os botes para desligamento de emergncia, sistema de udio e vdeo de comunicao com o paciente, mecanis-mo de desligamento de feixe ("switch") na porta da sala, etc. Juntamente a estes testes iniciais, podemos ligar o aparelho e efetuar o levantamento radiomtrico dos ambientes anexos sala para nos certificarmos que a blindagem est adequada.

  • MQUINAS DE TELETERAPIA

    FIGURA XII-12 - Ilustrao do ajuste do eixo central.

    'Jii>aAC KL-Uii. Lt tNtNGIA NUCLtAH/S* tt^

    243

    SIMETRIA DOS COLIMADORES

    Tomamos uma folha de papel milimetrado e a colocamos em cima da mesa do equipa-mento. Verificamos com ajuda de um nvel se a coluna est a 180 (ou 0). Desenhamos no papel milimetrado campos quadrados de 5cm x 5cm, lOcm x lOcm, 15cm x 15cm e 30cm x 30cm com rgua.

    Instalamos no aparelho o indicador mecnico do raio central chamado "front poin-

    ter" e verificamos se a distncia foco-mesa est idntica de tratamento.

    Rodamos o colimador para verificarmos se o centro dos campos est no eixo do colimador.

    Para cada campo verificamos: a) se as bordas esto paralelas e ortogonais; b) a sime-

    tria dos colimadores.

    Tolerncia:

    a ) < 1 b) < I m m

    ISOCENTRO DE ROTAO DOS COLIMADORES

    Isocentro mecnico

    Instalamos no aparelho o indicador mecnico do raio central ("front pointer") (Fig. XII-12). Tomamos uma folha de papel milimetrado e a colocamos em cima da mesa do equipamento.

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    / I \

    FIGURA XII-13 - Verificao radiolgica do isocentro de rotao do colimador

    Devemos repetir este procedimento abrindo o colimador que foi fechado e fechan-do o que foi aberto.

    Tolerncia: estes pontos de cruzamento devem estar contidos dentro de um crculo

    com dimetro < 2mm quando o colimador girar 360.

    244

    ISOCENTRO DE ROTAO DA COLUNA

    Isocentro mecnico

    Instalamos no aparelho o indicador mecnico do raio central ("front pointer"), fa-

    zendo com que sua extremidade coincida com a distncia foco-eixo de rotao (iso-

    centro). Colocamos preso ao fim da mesa uma ponteira coincidindo com a extremi-

    dade do indicador mecnico do raio central e efetuamos a rotao da coluna (Fig.

    XII-14).

    Verificamos com um nvel se a coluna est a 180 (ou 0) . Com este indicador do

    eixo central instalado, efetuamos rotaes de 45 em 45 do colimador e o eixo cen-

    tral deve permanecer estacionado.

    Tolerancia: os pontos do eixo central devem estar contidos dentro de um crculo com dimetro < 2mm quando o colimador girar 360.

    Isocentro com radiao

    Colocamos a coluna do equipamento em 180 (ou 0).

    Tomamos um filme radiolgico e o colocamos perpendicularmente ao eixo central

    do feixe. Com o indicador mecnico do raio central colocamos o isocentro na regio

    central do filme. Retiramos o indicador mecrco. Fechamos a quase zero ( 0,25mm)

    um dos colimadores e abrimos totalmente o outro ( 40cm). Fazemos exposies

    girando o cabeote em intervalos de 30 e deveremos ter como imagem segmentos

    de reta que devero se cruzar em um nico ponto (Fig. XII-13).

  • MQUINAS DE TELETERAPIA

    FIGURA XII-14 - Verificao mecnica do isocentro de rotao da coluna.

    A ponta deste indicador mecnico deve permanecer em um mesmo ponto.

    Tolerncia: este ponto deve-se mover dentro de uma esfera com dimetro < 2mm

    quando a coluna girar 360.

    Isocentro com radiao

    Posicionamos mn fikne radiolgico paralelamente ao eixo central do feixe (vertical-mente mesa). Com o indicador mecnico do raio central colocamos o isocentro na

    regio central do filme. Retiramos o indicador mecnico. Fechamos a quase zero

    ( 0,25mm) o coUmador que fica perpendicular ao filme e abrimos totalmente o que

    fica paralelo ( 40cm).

    Efetuamos as exposies angulando a coluna de 30 em 30 e deveremos ter como

    imagem no filme vrios segmentos de reta, que se cruzam em um tnico ponto, o

    isocentro de rotao da coluna (Fig. XII-15).

    Tolerncia: este ponto deve-se mover dentro de um crculo com dimetro < 2mm

    quando a coluna girar 360. 245

  • r-ISICA DA RADIOTERAPIA

    FIGURA XII-15 - Verificao radiolgica do isoceritro de rotao da coluna.

    ISOCENTRO DE ROTAO DA MESA

    Isocentro mecnico

    Instalamos novamente o indicador mecnico do raio central ("front pointer"). To-

    mamos uma folha de papel milimetrado e a colocamos em cima da mesa do equipa-

    mento.

    Verificamos com um nivel se a coluna est a 180 (ou 0). Com este indicador do

    eixo central instalado indicando o isocentro na mesa efetuamos rotaes de 45 em

    45 da mesa e o eixo central deve permanecer estacionado.

    Tolerncia: os pontos do eixo central devem estar contidos dentro de um crculo

    com dimetro < 2mm quando a mesa girar de 90 a 270.

    246

    Isocentro com radiao

    Fechamos a quase zero ( 0,25mm) um dos colimadores e abrimos totalmente o ou-

    tro ( 40cm). Tomamos um filme radiolgico e o colocamos sobre a mesa perpendi-

    cularmente ao eixo central do feixe. Fazemos exposies girando a mesa em interva-

    los de 30 e deveremos ter como imagem segmentos de reta que devero se cruzar

    em um tnico ponto (Fig. XII-16).

    Devemos repetir este procedimento abrindo o colimador que foi fechado e fechan-

    do o que foi aberto.

    Tolerncia: este ponto de cruzamento deve estar contido dentro de um crculo com dimetro < 2mm quando a mesa girar de 90 a 270.

  • MAQUINAS DE TELETERAPIA

    /

    FIGURA Xn-16 - Verificao radiolgica do isocentro de rotao da mesa.

    POSIO DA FONTE EM TELECOBALTOTERAPIA

    O centro da fonte deve ficar na direo do eixo geomtrico do campo. Para verificar-

    mos seu posicionamento, podemos fazer o seguinte teste:

    - Colocamos uma cmara de ionizao bem fixada ao sistema do diafragma do apa-

    relho, de modo que ela fique dentro do campo e perto da borda.

    - Fazemos vrias exposies idnticas e tiramos uma mdia. A seguir, viramos 180

    o sistema diafragma com a cmara e fazemos, ento, outra srie de exposies e

    tiramos outra mdia. Se estes valores mdios diferirem em mais de 5%, provavel-

    mente a fonte estar deslocada. A figura XII-17 ilustra a situao onde a fonte est

    deslocada.

    ESCALA DO COLIMADOR

    Devemos verificar se os valores de tamanho de campo marcados na escala do coli-

    mador coincidem com a realidade, bastando para isso medirmos as dimenses do

    campo e compar-las aos valores lidos na escala do colimador.

    Entretanto, convm observar se o feixe luminoso est bem centrado com o eixo cen-

    tral. Esta verificao pode ser feita observando-se a simetria da regio iluminada

    em relao ao eixo central.

    H necessidade de repetir-se este procedimento angulando os colimadores de 90 e

    180.

    Tolerncia: < 2mm. 247

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    FIGURA XII-17 - Ilustrao de uma fonte fora do eixo central.

    COINCIDNCIA DO CAMPO LUMINOSO COM O CAMPO RADIOATIVO

    Um dos testes mais importantes a verificao da coincidncia do campo luminoso

    com o radioativo. Para isso, tomamos um filme radiolgico e marcamos na sua su-

    perfi'cie, com fio de chumbo, um campo quadrado de 20cm x 20cm. Colocamos na escala do colimador o valor do campo, e com o filme perpendicular ao feixe faze-

    mos coincidir o campo luminoso com a rea marcada no filme na distncia do iso-

    centro. Fazemos uma exposio e verificamos se o campo delimitado pela radiao

    coincide com o marcado pelo campo luminoso.

    A figura XII-18 ilustra como aparece a imagem de um campo radioativo coincidente

    com o luminoso.

    Tolerncia: 2mm.

    248 FIGURA XII-18 - Coincidncia do campo luminoso com o radioativo.

  • MQUINAS DE TELETERAPIA

    INDICADORES PTICOS DA DISTNCIA E DO TAMANHO DE CAMPO

    Muitos aparelhos de teleterapia possuem um sistema ptico indicador de distncias foco-superfde e de tamanho de campo. Instalamos no aparelho o indicador mec-nico do raio central ("front pointer") e comparamos as distncias nele marcadas com as fornecidas pelo sistema ptico.

    Quanto ao tamanho do campo, medimos suas dimenses em uma distncia e com-paramos com os valores fornecidos pelo sistema ptico.

    Tolernda: < 2mm.

    RETCULOS INDICADORES DO EIXO CENTRAL

    Muitos equipamentos tm retculos metlicos em cruz (ou marcas impressas em uma fina placa de acrflico transparente) para a indicao do eixo central do campo. Esta indicao deve permanecer constante com rotaes do cabeote e coincidente com outro parmetro j checado (por exemplo, o "front pointer").

    Tolerncia: Imm.

    LASER DE LOCALIZAO

    Os lasers das salas de tratamento e simulao, convergindo para o isocentro do equi-pamento, auxiliares na localizao dos pacientes, tambm devem ser checados.

    Tolerncia: I m m no isocentro.

    UNIFORMIDADE DO FEIXE (PLANURA)

    Tomamos uma cmara de ionizao e com ela fazemos medidas ao longo de um campo de radiao. Estas medidas podem ser feitas no ar para radiaes de quilo-voltagem para uma distncia foco-superfcie determinada. O deslocamento da c-mara deve ser feito em uma mesma direo e de centmetro em centmetro.

    Nos aparelhos de megavoltagem, essas medidas devem ser feitas em algumas pro-fundidades (por exemplo, d , lOcm e 15cm) no simulador equivalente a tecido e em planos perpendiculares ao eixo central e nos eixos x e y do campo.

    Este teste deve ser feito pelo menos com duas dimenses de campo (lOcm x lOcm e 40cm X 40cm). Deve-se tambm fazer medidas angulando os colimadores em 90 e 180.

    Este teste trabalhoso quando feito manualmente^ deslocando ponto a ponto a c-mara de ionizao. Com um sistema de varredura automtica (ver item "Medida da curva de isodose", pg. 138) o trabalho fica bem mais rpido e podemos fazer estas medidas com vrias dimenses de campo, para posteriores transferncias dos da-dos obtidos para um sistema de planejamento computadorizado (ver item "Dose integral", pg. 178).

    Aps as medidas feitas, podemos coloc-las em um grfico (Fig. XII-19) e definir a planura do feixe. A variao da intensidade mnima para a intensidade mxima dentro de 80% das dimenses do campo no deve ser maior que 6%.

    SIMETRIA DO CAMPO

    Os valores obtidos no teste da planura (ver item anterior) podem ser usados para a avaliao da simetria do campo.

    As medidas em pontos simtricos ao eixo central no devem diferir em mais de 2%. 249

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    Dose(%) 1 1 1 1 I 1 1 1 1 1 1 1 l i l i 1 1 I 1 1 1 1 1 1

    1 i 0,8L L

    1 1 / i ^

    i '

    " i 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 I 1 1 1 1 1 1 i 1 r

    100

    80

    60

    40

    20

    -20 -8,00 -6,00 ^ ,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00

    "Crossplane" (cm)

    FIGURA XII-19 - Definio da planura.

    TESTE DE ENERGA

    Um teste rpido da energia feito medindo-se a radiao em duas profundidades em um simulador equivalente a tecido (recomenda-se a lOcm e 20cm) e comparan-do a razo entre elas com a razo entre as porcentagens de dose profunda da tabela utilizada na rotina diria para as mesmas condies de irradiao.

    Tolerncia: 2%.

    250

    POSIO EFETIVA DA FONTE

    Em geral, o valor exato da distncia foco-superfcie no muito importante, mas fundamental que seja constante. Normalmente, as distncias da fonte so medidas de um ponto de referncia, geralmente na sua superfcie. A radiao espalhada em tomo da fonte pode causar aparente posio desta, principalmente nos feixes de eltrons. O uso, nesse caso, da lei do inverso do quadrado da distncia para se de-terminar a quantidade de radiao em outra distncia no correto. Para tanto, precisamos saber a posio efetiva da fonte.

    Atravs de medidas experimentais em vrias distndas, mantendo-se a abertura do colimador constante, podemos plotar em grfico a raiz quadrada do inverso da lei-tura (eixo y) pela respectiva distncia (eixo x), e obteremos uma reta. Por regresso linear podemos tambm obter a equao desta reta mdia (y = ax -H b) , cujo ponto de interseco no eixo das abscissas (y = 0) nos fornecer a posio efetiva da fonte

  • MQUINAS DE TELETERAPIA

    CONTROLE E GARANTIA DE QUALIDADE

    Um bom programa de controle e garanta de qualidade da mais suma importncia

    em centro de radioterapia, pois minimiza erros e, portanto, acidentes.

    Os dados obtidos do controle de qualidade devem ser anotados em um livro pr-

    prio, tanto para podermos avaliar o comportamento da mquina num perodo de

    tempo ou como um documento do funcionamento do equipamento em um deter-

    minado perodo.

    Como veremos, a freqncia dos testes de controle e garanta de qualidade vari-vel para cada caso: se um mau funcionamento ocorrer, a freqncia de determinado teste aumenta.

    A seguir iremos enumerar alguns testes e procedimentos, a freqncia mdia que

    devero ser feitos e os limites de variao aceitveis.

    CALIBRAO DE ROTINA

    Devemos medir a taxa de dose para unidades de quilovoltagem e telecobalto ou

    dose/unidades monitor para os aceleradores, conforme o protocolo de dosimetria

    adotado (ver item "Com cmaras de ionizao", pg. 89).

    Unidades de quilovoltagem - freqncia: mensal; tolerncia: 3%. Unidades de telecobalto - freqncia: mensal; tolerncia: 2%. Aceleradores - freqncia: semanal; tolerncia: 1%.

    Obs: nos aceleradores novos, recomenda-se que esta medida seja feita diariamente

    at que se tenha valores estveis. 251

    FILTROS EM CUNHA

    Com o mesmo mtodo da verificao da planura, colocando um filtro em cunha no feixe para um campo de lOcm x lOcm e fazendo medidas em algumas profundida-des, obteremos a curva angulada do referido filtro. Esta angulao no deve ser diferente da especificada dentro de 2.

    CMARAS MONITORAS

    A linearidade das cmaras monitoras dos aceleradores lineares, que nos fornecem

    as "unidades monitor" (UM), deve ser verificada (ver item "Fatores de correo

    para as cmaras de ionizao", pg. 80).

    INDICADORES DE ANGULAO

    Os indicadores de angulao devem ser verificados por meio de medidores de an-

    gulao (nveis), que devem ser colocados na coluna, no colimador e na mesa.

    Tolerancia: < 1.

    TERAPIA EM ARCO

    As velocidades de rotao ( /min ) para as unidades de telecobaltoterapia ou ( U M / )

    para os aceleradores lineares devem fazer com que o ngulo de parada seja concor-

    dante com o ngulo determinado, com variao mxima de 0,75.

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    Nas tabelas XII-1, XII-2 e XII-3 temos, para equipamentos de quilovoltagem, mega-voltagem e simuladores, respectivamente, sugestes de testes e freqncias para um programa de controle e garantia de qualidade.

    TABELA XII-1 - Testes de controle e garantia de quadade - quilovoltagem.

    Teste Freqncia Tolerncia

    Dispositivos de segurana Diria Funcional Movimentos do aparelho e mesa Diria Funcional Campo limiinoso x radioativo* Mensal 2mm Retculos* Semanal Imm Medida da camada semi-redutora Anual 10% Planura (sentido direo ctodo/nodo) Semestral 3% Isocentro do colimador Semestral < 2mm de dimetro Isocentro da coluna Semestral < 2mm de dimetro Isocentro da mesa Semestral < 2iiun de dimetro

    * Para colimador luminoso.

    TABELA XII-2 - Testes de controle e garantia de qualidade - megavoltagem.

    Teste Freqncia Tolerncia

    Lasers de localizao Diria Imm no isocentro Movimentos do aparelho e mesa Diria Funcional Dispositivos de segurana Diria Funcional Monitorizao do paciente Diria Funcional Comunicao com o paciente Diria Funcional Retculos Diria Imm Indicadores pticos Semanal < 2mm Campo liuninoso x radioativo Semanal 2mm Energia* Mensal 2% Planura Mensal** 3% Simetria do campo Mensal** < 2% em pontos simtricos Indicadores de angulao Mensal

  • Captulo

    B r a q u i t e r a p i a XIII

    INTRODUO

    Braquiterapia o tratamento radioterpico feito por meio de nucldeos radioativos

    onde a fonte de radiao fca a uma curta distancia, em contato ou at mesmo im-

    plantada na regio que deve receber a dose.

    O primeiro nucldeo radioativo utilizado foi o -^^^Ra, atualmente so utilizados: ^'^Co,

    "^Cs, i^^Au, i^^Ir e muitos outros. Apesar de no ser mais utilizado, principalmente pelo vazamento do gs radnio (produto de desintegrao) que ocorria em caso de

    ruptura, o uso do ^^^Ra foi to importante que a maioria das tabelas de dosagem

    foram feitas para ele.

    A tabela Xni-1 nos fornece propriedades de alguns nucldeos usados em braquiterapia.

    TABELA Xni-l - Alguns nucldeos e suas propriedades*.

    Nucldeo Meia-vida Energia

    dos ftons

    r (R/h mCi

    a Icm)

    AR

    (cGy/h mCi a Icm)

    AR

    (HGy/h- GBq a Im)

    z Ra (f = 0,5mmPt) 1.600 anos

    E,,x = 2.45MeV E.d = a8MeV 8,25 7,23 195,3

    f'OCo 5,26 anos

    Emx = l'33MeV E. ,d = l'25MeV 13,07 11,45 309,4

    137CS 30 anos

    E. = 0,66MeV Ed = 0,66MeV 3,26 2,86 77,2

    198AU 2,7 dias

    E^, , = 0,68MeV E,d = 0,42MeV 2,38 2,08 56,3

    1251 59,6 dias Emx = 0,035MeV Ed = a028MeV 1,45 1,27 34,3

    192ir 74,2 dias

    En,.x = 0,61MeV Ed = 0,37MeV 4,69 4,11 111,0

    * No clculo da razo kerma-ar ( ^ ) = 33,97J/C (ar seco). 253

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    Costuma-se identificar a atividade dos nucldeos pelo nmero de mg equivalentes de 22^Ra (mgEqRa) filtrado com 0,5mmPt. Dessa forma, toda vez que uma atividade for dada como sendo " X mgEq", estaremos nos referindo a um nucldeo com uma atividade equivalente a " X mg" de ^^^Ra.

    Se compararmos o fator T (constante espeafica dos raios y - ver item "Medida da ' dose", pg. 89) de um elemento radioativo com o do ^^^Ra, teremos a equivalncia entre eles.

    Por exemplo:

    r226Ra = 8 , 2 5 R / m C i - h a I cm r 6 0 C o = 1 2 , 9 R / m C i - h a I cm

    ^ = ^ 2 ^ = 0 , 6 4 r ^"Co 12,9

    Portanto:

    0,64mCi de ^"Co equivalente a ImCi de ^^^Ra

    lembrando que:

    ImCi de 226Ra igual a Img de ^^^Ra, teremos que:

    0,64mCi de ^Co so equivalentes a Img de ^^^Ra

    A seguir, a equivalncia com o ^^^Ra de alguns elementos radioativos:

    0,64mCi de ''"Co equivalente a Img de ^'^^Ra 2,53mCi de ^^''Cs so equivalentes a Img de ^^^Ra 3,53mCi de ^^^Au so equivalentes a Img de ^^^Ra l ,77mCi de ' ir equivalente a Img de ^^^Ra 5,69mCi de ^^sj gao equivalentes a Img de ^^^Ra

    Esses materiais so comercializados em fontes seladas (lacradas), que podem ser em forma de tubos, agulhas, fios ou sementes.

    Principalmente nos tubos e nas agulhas pode existir filtrao inerente: ateno, pois os valores dos P e das equivalncias citadas so para materiais radioativos sem fil-tro (exceo para o ^^^Ra), logo, correes de absoro pelos filtros, quando houver, devem ser feitas para o uso correto das tabelas.

    Os tubos normalmente tm:

    Comprimento total: 2cm Comprimento ativo: l ,25cm Dimetro externo: 2,65mm Espessura da parede: 0,5mm

    Atividade: de 463MBq (12,5mCi) at 2.313MBq (62,5mCi)

    As agulhas normalmente tm:

    Comprimento total: de 2,45cm at 6cm Comprimento ativo: de l ,5cm at 5cm Dimetro externo: l ,85mm Espessura da parede: 0,6mm Atividade: de 3,7MBq (0, lmCi) at 7,4MBq (0,2mCi)

    As sementes normalmente tm:

    Comprimento total: 4,5mm Comprimento ativo: 3mm Dimetro externo: 0,8mm

    254 Atividade: de 159,8Bq (4,32mCi) at 1.328MBq (35,9mCi)

  • BRAQUITERAPIA

    Os materiais radioativos so colocados nessas cpsulas metlicas-padro (tubos e

    agulhas), que servem para absorver as radiaes P emitidas (^"Co, " ' 'Cs ) .

    Os tubos so usados normalmente nos tratamentos \intracavitrios (ver item "Apli-

    cao intracavitria e endolume", pg. 266), principalmente nas aplicaes gineco-

    lgicas (ver item "Controle radiogrfico dos implantes", pg. 274) ou em moldes

    para~aplicaes externas (ver item "Aplicao externa", pg. 262).

    As agulhas so utilizadas nas aplicaes intersticiais (ver item "Aplicao intersti-

    cial", pg. 269).

    Atualmente, grande a utilizao de fios de '^'^^Ir, que so metlicos com cobertura de platina de cerca de 0, lmm, para a absoro das partculas p. Apresentam-se em

    forma de um fio torcido de maneira contnua, tpo bobina, normalmente com 500mm

    de comprimento e 0,3mm de dimetro, que podem ser cortados no comprimento

    necessrio. Tambm podem ser encontrados na forma de alfinete ("single-pin") ou

    de grampo ("hairpin"), com cerca de 60mm de comprimento e 0,6mm de dimetro.

    Sua at ividade/mm de fio varia de l ,48MBq {4Q[iCi) at l l , l M B q (300|iCi). Nas figu-ras XlII-1 e XlII-2 temos a ilustrao dessas fontes.

    FIGURA XIII-1 - Corte de um tubo (A) e uma agulha (B) de ' ^Cs.

    12

    1-5

    dimetro 0-3mm

    60

    dimetro 0-6mm A B C

    FIGURA XIII-2 - Formas dos fios de ' ir: A) Bobina. B) Grampo. C) Alfinete (dimenses em mm). 255

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    IBiiiii^llilliiillH^Mi FIGURA XIII-3 - Aplicadores para aplicaes ginecolgicas

    (ver item "Radium moldagem ginecolgica", pg. 276). A) Tipo fletcher B) Tipo Henschke.

    '2mm

    -14-

    2mm

    256 FIGURA Xin-4 - Aplicadores para implante com fios de ''^Ir (dimenses em mm).

    Na utilizao prtica, para no ficarem em contato direto com a leso, estes tubos ou fios so colocados nos chamados apUcadores, que tm dimenses padronizadas para poder conter os materiais radioativos, facilitando a geometria da aplicao.

    No passado, os tubos eram colocados nos aplicadores e, aps, inseridos no paciente,

    e os implantes eram feitos diretamente com as agulhas nas leses. Este procedimen-

    to acarretava duas enormes desvantagens:

    a) A dose recebida pelo pessoal tcnico envolvido na colocao do aplicador

    j com o material radioativo era muito grande e, portanto, um procedi-

    mento condenvel do ponto de vista de proteo radiolgica.

    b ) A impossibilidade de um estudo prvio da geometria, ajustes de carrega-

    mento e avaliao da dose.

    Atualmente, utilizamos apUcadores metUcos e rgidos ou flexveis de teflon ou ni-

    lon, que s aps sua colocao no paciente (intracavitria ou intersticial) e verifica-

    o radiolgica de seu posicionamento e clculo das doses que se colocam as car-

    gas (tubos, fios ou sementes).

    o sistema chamado de "afterloading" (carregamento posterior), que reduz consi-deravelmente a exposio do pessoal tcnico envolvido. Nas figuras XIII-3 e XIII-4 temos alguns tipos de apUcadores.

  • BRAQUITERAPIA

    CLCULO DA DOSE

    TAXA DE EXPOSIO

    Para fontes pontuais, a taxa de exposio em determinada distncia obtida por

    meio do F do elemento e da lei do inverso do quadrado da distncia (ver item "Lei

    do inverso do quadrado da distncia", pg. 55).

    Por exemplo: uma fonte pontual de ^^^jr com uma atividade de 50mCi produz que

    taxa de exposio na distncia de 5cm?

    Soluo:

    r do i^^ir (ver Tabela XIII-1) 4 ,66R/mCi h a I c m

    Portanto, a taxa de exposio a 5cm ser:

    (X) = 4 ,66R/mCi h 50mCi 9 ,32R/h

    Se a fonte tiver um filtro, este valor dever ser corrigido pela absoro deste.

    J para as fontes lineares, usamos um mtodo idealizado por Rolf Sievert: consiste

    em dividirmos a fonte linear em fontes elementares e usarmos a lei do inverso do

    quadrado da distncia, a constante especfica dos raios ye a absoro pelo filtro, para

    cada um dos pedaos elementares (Fig. XIII-5).

    onde:

    di (x,y) o c dx \ L r^

    di (x,y) = taxa de exposio (X) no ponto P(x,y) contribuio de dx dx = elemento da fonte A = atividade total da fonte (mCi) L = comprimento total da fonte (cm) r = distncia do elemento dx ao ponto P(x,y) (cm) |a,f = coeficiente de atenuao Hnear para o filtro (cm) a = espessura do filtro na direo do ponto P(x,y) (cm)

    t

    COS0 = tsece

    (onde t e a espessura do filtro no eixo y)

    FIGURA Xni-5 - Diagrama ilustrativo do mtodo de Sievert. 257

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    di (x,y) = r dx . J _ . e-M,(t sece) r2

    mas: V V

    cosG = ^=i>r = y - = y sec0 r cose

    x = y tg9 dx = y sec^G d0

    Logo:

    l (x,y) = (X) = A - r L y

    g-H, t sece . J 0 _ e - u , t s e c e . d e (1)

    Que conhecida como a "integral de Sievert". Na tabela XIII-2 temos valores de

    integrais de Sievert em funo de 0, e t.

    Observaes:

    a) Se x > ' 2

    Se x < ^ :

    9, e,

    o o

    e, e,

    + o o

    b) Como se leva em conta a absoro pelo filtro, o F para fonte nao-filtrada. Por exemplo: o F do 226Ra sem filtro 9 ,09R/mCi h a Icm.

    c) Para 0 < 0,35 radianos (20), a correo da variao da filtrao com o

    ngulo pode ser desprezada, e a integral pode ser aproximada para:

    I (x ,y) = ^ ^ - e - ^ ' ' ' [d0

    que resolvendo teremos:

    L - y

    y I (x ,y ) = f; -e- ' '(02 + 01)

    L se x >

    2

    s e x < ^

    DOSE NO TECIDO

    Podemos substituir na relao de Sievert, para o nucldeo em questo, a constante especfica dos raios y (F) por outra constante: a razo kerma-ar (K^^). Dessa forma, teremos no ponto P(x,y) no ar uma taxa de dose (D) em vez de uma taxa de exposi-o (X). S no podemos esquecer que as unidades da atividade A e das distncias L

    258 e y devem ser as mesmas da constante usada.

    Com a introduo da constante especfica dos raios y (F), transformamos a proporcio-

    nalidade em igualdade e temos:

  • TABELA XIII-2 - Integrais de Sievert.

    BRAQUITERAPIA

    e-n, sece.

    9 () 0,000 0,025 0,050 0,075 0,100 0,125 0,150 0,175 0,200 0,225 0,250

    2 0,0349 0,0340 0,0332 0,0324 0,0316 0,0308 0,0300 0,0293 0,0286 0,0279 0,0272 4 0,0698 0,0681 0,0664 0,0638 0,0632 0,0616 0,0601 0,0586 0,0571 0,0557 0,0544 6 0,1047 0,1021 0,0996 0,0971 0,0947 0,0924 0,0901 0,0879 0,0857 0,0836 0,0815 8 0,1396 0,1362 0,1328 0,1295 0,1263 0,1232 0,1201 0,1171 0,1142 0,1114 0,1087

    10 0,1745 0,1702 0,1660 0,1619 0,1578 0,1539 0,1501 0,1464 0,1427 0,1392 0,1358 12 0,2094 0,2042 0,1991 0,1942 0,1894 0,1847 0,1801 0,1756 0,1712 0,1670 0,1628 14 0,2443 0,2382 0,2323 0,2265 0,2209 0,2154 0,2100 0,2048 0,1996 0,1947 0,1898 16 0,2792 0,2723 0,2655 0,2588 0,2523 0,2460 0,2399 0,2339 0,2280 0,2223 0,2168 18 0,3142 0,3063 0,2986 0,2911 0,2838 0,2767 0,2697 0,2629 0,2563 0,2499 0,2436 20 0,3491 0,3403 0,3317 0,3233 0,3152 0,3072 0,2995 0,2920 0,2846 0,2773 0,2704 22 0,3840 0,3742 0,3648 0,3555 0,3465 0,3378 0,3292 0,3209 0,3128 0,3049 0,2971 24 0,4189 0,4081 0,3978 0,3877 0,3779 0,3682 0,3589 0,3498 0,3409 0,3322 0,3237 26 0,4538 0,4422 0,4309 0,4198 0,4091 0,3987 0,3885 0,3785 0,3688 0,3594 0,3502 28 0,4887 0,4761 0,4639 0,4519 0,4403 0,4290 0,4180 0,4972 0,3967 0,3865 0,3766 30 0,5236 0,5100 0,4968 0,4840 0,4714 0,4592 0,4474 0,4358 0,4245 0,4135 0,4028 32 0,5585 0,4329 0,5298 0,5160 0,5025 0,4894 0,4767 0,4662 0,4521 0,4404 0,4289 34 0,5934 0,5778 0,5626 0,5479 0,5335 0,5195 0,5059 0,4926 0,4796 0,4671 0,4548 36 0,6283 0,6117 0,5955 0,5797 0,5644 0,5495 0,5349 0,5208 0,5070 0,4936 0,4805 38 0,6632 0,6455 0,6283 0,6115 0,5952 0,5793 0,5638 0,5488 0,5342 0,5199 0,5061 40 0,6981 0,6793 0,6610 0,6432 0,6259 0,6090 0,5926 0,5767 0,5611 0,5460 0,5314 42 0,7330 0,7131 0,6937 0,6748 0,6564 0,6386 0,6212 0,6044 0,5879 0,5720 0,5564 44 0,7679 0,7468 0,7263 0,7063 0,6869 0,6680 0,6497 0,6318 0,6145 0,5976 0,5812 46 0,8028 0,7805 0,7588 0,7377 0,7172 0,6973 0,6779 0,6591 0,6408 0,6230 0,6057 48 0,8377 0,8142 0,7912 0,7690 0,7483 0,7263 0,7059 0,6861 0,6668 0,6481 0,6299 50 0,8726 0,8478 0,8236 0,8001 0,7773 0,7552 0,7337 0,7128 0,6926 0,6729 0,6538 52 0,9076 0,8813 0,8558 0,8311 0,8071 0,7838 0,7612 0,7392 0,7180 0,6973 0,6772 54 0,9425 0,9148 0,8879 0,8619 0,8366 0,8122 0,7884 0,7653 0,7430 0,7213 0,7003 56 0,9774 0,9482 0,9199 0,8925 0,8660 0,8402 0,8153 0,7911 0,7676 0,7449 0,7228 58- 1,0123 0,9815 0,9518 0,9229 0,8950 0,8680 0,8418 0,8164 0,7918 0,7680 0,7449 60 1,0472 1,0148 0,9834 0,9531 0,9238 0,8954 0,8679 0,8412 0,8155 0,7905 0,7664 62 1,0821 1,0479 1,0149 0,9830 0,9522 0,9223 0,8935 0,8656 0,8386 0,8125 0,7872 64 1,1170 1,0810 1,0462 1,0126 0,9802 0,9488 0,9185 0,8893 0,8610 0,8337 0,8073 66 1,1519 1,1139 1,0772 1,0418 1,0077 0,9748 0,9430 0,9124 0,8828 0,8542 0,8266 68 1,1868 1,1466 1,1079 1,0706 1,0347 1,0001 0,9668 0,9347 0,9037 0,8738 0,8451 70 1,2217 1,1792 1,1383 1,0990 1,0611 1,0248 0,9898 0,9561 0,9237 0,8925 0,8624 72 1,2566 1,2115 l,l682 1,1267 1,0868 1,0485 1,0118 0,9765 0,9425 0,9099 0,8786 74 1,2915 1,2435 1,1976 1,1537 1,1116 1,0713 1,0327 0,9956 0,9601 0,9261 0,8934 76 1,3264 1,2752 1,2264 1,1798 1,1353 1,0928 1,0522 1,0134 0,9763 0,9407 0,9067 78 1,3613 1,3065 1,2543 1,2048 1,1577 1,1128 1,0701 1,0294 0,9906 0,9536 0,9182 80 1,3962 1,3371 1,2812 1,2283 1,1783 1,1309 1,0860 1,0433 1,0028 0,9643 0,9276 82 1,4311 1,3668 1,3065 1,2499 1,1967 1,1466 1,0993 1,0547 1,0125 0,9725 0,9347 84 1,4661 1,3952 1,3296 1,2687 1,2120 1,1591 1,1095 1,0630 1,0193 0,9781 0,9392 86 1,5010 1,4213 1,3492 1,2834 1,2230 1,1673 1,1157 1,0677 1,0228 0,9807 0,9412 88 1,5359 1,4427 1,3624 1,2916 1,2282 1,1706 1,1178 1,0690 1,0237 0,9813 0,9415

    1,5708 1,4506 1,3652 1,2927 1,2286 1,1708 1,1179 1,0691 1,0237 0,9813 0,9415 90 259

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    TABELA XIII-3 - Valores de ).^^^, e F^^^ para alguns nucldeos.

    Nucldeo F m,ar

    0,0323 0,0290 1,11

    0,0297 0,0267 1,11

    137CS 0,0326 0,0293 1,11 192IJ. 0,0324 0,0291 1,11 1251 0,0289 0,0??5 1,28

    "8Au 0,0328 0,0295 1,11 A taxa de dose (D) para o tecido ser obtida por um fator de correo F ^ (Tabela

    XIII-3) atravs dos coeficientes de massa de absoro de energia do meio e do ar:

    M \ p /tecido

    V P / gua

    (Kb]

    \ P I ar [ P 1 ar

    = F

    Portanto, a relao de Sievert para termos a taxa de dose num ponto P(x,y) no tecido

    ser:

    AK I (x ,y ) = ( D ) = ^ -

    e-H, t sece . (J0 _ e-n, t sece . Q m,ar (2)

    Dividindo (2) por (1) teremos:

    8 ,

    (X)

    L - y

    e,

    e-i ( ' t sece , de- g - H , t s e c 9 . 0

    A-r 62

    t sec9 de- tsece , de

    m,ar

    L - y

    (X) r Mas, a razo kerma-ar igual a 0,876 vez a exposio (ver tem "Valor da dose", pg.

    84), logo podemos assumir que K^ . = 0,876 - F.

    (D)

    (X) = 0,876 - F

    m,ar

    Mas, tratando-se de dose em um meio (tecido), temos tambm de estudar a absor-

    o e o espalhamento da radiao:

    Para fontes pontuais, a absoro obtida pelo fator (e"^"^), onde ^ o coeficiente de

    atenuao linear no teddo e d a distnda da fonte, e o espalhamento (B) dado por:

    B = 1 -f (^d)"^

    Essa relao de correo para o espalhamento da radiao, onde e K, so constantes,

    vem sendo estudada por muitos autores, como Webb e Fox (1971), Komelsen e Young

    (1981) e Angelopoulos (1991) que determinou mn fator de correo-conjunto para a 260 absoro e o espalhamento da radiao na gua, para alguns nucldeos (Tabela Xni-4).

  • BRAQUITERAPIA

    d = Icm d = 2cm d = 3cm d = 4cm d = 5cm d = 6cm d = 7cm d = 8cm d = 9cm

    "Co 0,989 0,978 0,964 0,947 0,928 0,906 0,881 0,853 0,822

    137CS 0,994 0,987 0,976 0,959 0,938 0,912 0,881 0,845 0,805 192II. 1,009 1,016 1,014 1,004 0,985 0,958 0,923 0,879 0,827 1251 1,016 0,902 0,740 0,581 0,447 0,340 0,256 0,189 0,133

    "Au 1,003 1,005 1,000 0,987 0,968 0,942 0,910 0,870 0,823

    Para fontes Lineares, o fator de correo para a absoro e o espalhamento da radia-o tambm variar para cada posio do ponto P(x,y) e dever, portanto, ser inte-grado em relao ao ngulo 0.

    interessante notar que para pontos prximos da fonte, onde normalmente se faz o clculo da dose, os fatores de absoro e espalhamento se compensam, com exceo do ^^l, que tem atenuao bem maior. Talvez, por este motivo, por muitos anos estes fatores no foram considerados nos clculos de dose. Atualmente so levados em conta nos sistemas de planejamento computadorizados.

    SISTEMAS DOSIMTRICOS

    Chamamos de sistema dosimtrico em braquiterapia o conjxmto de regras que le-

    vam em conta a atividade das fontes, a constante especfica dos raios y (F) ou a

    razo kerma-ar (K^^), a geometria das fontes e o mtodo da aplicao, para que se

    obtenha uma distribuio de dose adequada por meio de planos ou volumes a serem

    tratados.

    Existem alguns sistemas dosimtricos (Quimby, Paterson-Parker ou Manchester, Pa-

    ris, Estocolmo e outros), todos com o objetivo de conseguirmos uma boa distribui-

    o da dose. Baseiam-se no uso de regras de distribuio e tabelas para os clculos

    da dose.

    Dos sistemas dosimtricos iremos ver o Sistema da Quimby e o de Paterson-Parker (ou Manchester).

    Sistema da Quimby (1932) - caracterizado por uma distribuio uniforme das fon-tes (cargas) que tm a mesma atividade linear. Este mtodo no nos d uma distri-buio uniforme da dose, que bem maior no centro do plano (ou volume) do que na periferia. Quimby, posteriormente, tambm desenvolveu um sistema de dosa-gens para fontes lineares, que so muito lteis para certos tipos de aplicaes braqui-terpicas.

    Sistema de Paterson-Parker ou Manchester (1934) - caracterizado por uma distribui-o no uniforme das fontes (cargas) com o intuito de se conseguir uma dose com

    certa homogeneidade ( 10%) em um plano ou volume. O sistema, portanto, tem

    regras de distribuio do material radioativo.

    Apesar do uso cada vez maior de computadores para o clculo de dose e construo

    das curvas de isodose, os mtodos manuais de clculo so muito importantes, pois,

    alm de fazerem parte do aprendizado, muitos centros de radioterapia ainda o usam.

    Podemos dizer que em braquiterapia existem os seguintes tipos de aplicaes: ex-

    terna, intracavitria, endolume e intersticial. Algumas delas podem ser aplicaes

    permanentes, sendo na grande maioria aplicaes temporrias. 261

    TABELA XIII-4 - Fator de correo de absoro e espalhamento para gua.

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    Nos itens:

    "Aplicao extema" veremos e exemplificaremos o mtodo e as regras de Paterson-Parker e da Quimby para planos.

    "Aplicao intracavitria e endolume" veremos e exemplificaremos o mto-do da Quimby para fontes lineares.

    "Aplicao intersticial" novamente Paterson-Parker para planos e volumes.

    Consideraes

    1. As tabelas de Paterson-Parker e da Quimby no foram corrigidas para a atenuao ou espalhamento no tecido.

    2. Na preparao das tabelas de Paterson-Parker, a atenuao da dose, devi-do filtrao oblqua, no foi considerada completamente. Devido a esse fato, a dose de um implante-padro aproximadamente 2 a 4 % menor que a calculada pelas tabelas.

    3. Algumas tabelas apresentam valores de dosagens em termos de mg h para l.OOOcGy, ou seja, um produto da atividade (mg) pelo tempo (h) para nos fornecer uma dose. Mas, ateno, a relao mg h no representa uma unidade de dose, apenas para o clculo da distribuio do material radio-ativo no plano ou volume, para que a dose preconizada seja assegurada.

    A ttulo de ilustrao, fizemos um levantamento de pacientes submetdas a braqui-terapia intracavitria ginecolgica (ver item "Radium moldagem ginecolgica", pg. 276) e observamos que, para uma mesma dose fixa de 4.000cGy em determinado ponto " A " comum s pacientes, houve variao no nmero de mg h de 3.250 at 4.250 (Fig. Xin-6), o que ratfica o conceito que mg h no uma unidade de dose.

    4.000mg . h (23 pacientes)

    3 .500mg . h (27 pacientes)

    3 .750mg . h (26 pacientes)

    FIGURA XIII-6 - mg h e nmero de pacientes para uma dose de 4.000cGy no ponto "A"

    APLICAO EXTERNA

    Nesses casos, o material radioativo fica a uma certa distancia da superficie a ser tratada, normalmente apoiado e distribuido em molde (Fig. XIII-7).

    Paterson e Parker construram tabelas que nos fornecem, para vrias reas e distn-cias de tratamento, nmeros de mg de radium, que nos do, na distncia escolhida,

    262 l.OOOcGy em uma hora (Tabela XIII-5).

  • BRAQUITERAPIA

    Material radioativo \

    rea a ser tratada

    FIGURA Xin-7 - Ilustrao de aplicao externa.

    TABELA XIII-5 - Paterson-Parker - mg h para l.OOOcGy para vrias reas e distncias de trata-mento ( *Ra, filtro = 0,5mmPt).

    Distncia de tratamento (cm)

    rea (cm ) 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

    0 32 127 285 506 792 1,139 1,551 2,026 2,566 3,166 1 72 182 343 571 856 1,204 1,625 2,100 2,636 3,295 2 103 227 399 632 920 1,274 1,697 2,172 2,708 3,349 3 128 263 448 689 978 1,331 1,760 2,241 2,772 3,383 4 150 296 492 743 1,032 1,388 1,823 2,307 2,835 3,450 5 170 326 531 787 1,083 1,436 1,881 2,369 2,896 3,513 6 188 354 570 832 1,134 1,495 1,938 2,432 2,956 3,575 7 204 382 603 870 1,182 1,547 1,993 2,490 3,011 3,634 8 219 409 637 910 1,229 1,596 2,047 2,548 3,067 3,694 9 235 434 667 946 1,272 1,645 2,099 2,605 3,123 3,752

    10 250 461 697 982 1,314 1,692 2,149 2,660 3,178 3,809 12 278 511 755 1,053 1,396 1,780 2,247 2,769 3,284 3,917 14 306 557 813 1,120 1,475 1,865 2,341 2,870 3,389 4,027 16 335 602 866 1,184 1,553 1,947 2,429 2,968 3,490 4,131 18 364 644 918 1,245 1,622 2,027 2,514 3,063 3,585 4,240 20 392 682 968 1,303 1,690 2,106 2,601 3,155 3,682 4,341 22 418 717 1,021 1,362 1,755 2,180 2,683 3,242 3,777 4,441 24 444 752 1,072 1,420 1,821 2,252 2,764 3,326 3,872 4,540 26 470 784 1,122 1,477 1,881 2,328 2,841 3,405 3,962 4,634 28 496 816 1,170 1,530 1,943 2,398 2,917 3,484 4,047 4,730 30 521 846 1,215 1,582 2,000 2,468 2,997 3,562 4,131 4,824 32 546 876 1,261 1,635 2,060 2,532 3,073 3,639 4,220 4,915 34 571 909 1,305 1,688 2,119 2,598 3,145 3,713 4,306 5,000 36 594 935 1,349 1,743 2,179 2,662 3,215 3,787 4,389 5,089 38 618 967 1,392 1,793 2,234 2,726 3,285 3,859 4,466 5,174 40 642 994 1,432 1,843 2,290 2,787 3,351 3,931 4,546 5,258 42 664 1,024 1,472 1,894 2,344 2,848 3,421 4,003 4,626 5,341 44 685 1,053 1,511 1,942 2,399 2,908 3,484 4,071 4,706 5,47? 46 708 1,080 1,550 1,990 2,452 2,966 3,548 4,139 4,781 5,505 48 729 1,110 1,585 2,037 2,504 3,025 3,612 4,207 4,857 5,586 50 750 1,141 1,619 2,083 2,556 3,082 3,676 4,275 4,929 5,668 60 851 1,283 1,790 2,319 2,815 3,362 3,974 4,605 5,288 6,054 70 947 1,426 1,944 2,532 3,059 3,628 4,257 4,913 5,632 6,419 80 1,044 1,567 2,092 2,726 3,301 3,891 4,532 5,213 5,958 6,756 263

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    Exemplo 1

    Uma regio de lOcm^ deve ser tratada com ^^^Ra (f = 0,5mmPt) colocado em rea igual, na distancia de l ,5cm. Qual ser o nmero de mg necessrio para acumular

    uma dose de .OOOcGy em trs dias (72h) na respectiva regio?

    Por meio da tabela XIII-6, para lOcm^ e distncia = l ,5cm temos 697mg h para

    l.OOOcGy.

    Para .OOOcGy teremos 697mg h x 6 = 4.182mg h

    Portanto, para 72h teremos 4.182mg h / 7 2 h = 58mg

    Para o exemplo 1, somente calculamos a quantidade de Ra que deveramos usar para obtermos a dose desejada, no nos importando com sua distribuio na rea de aplicao.

    Para a uniformidade de dose na regio a ser tratada, foram desenvolvidas regras de distribuio por Paterson e Parker, que sero vistas a seguir.

    Crculos:

    d = dimetro do crculo

    h = distncia de tratamento

    Distribuio percentual das cargas:

    h 1-3 3-6 6 7,5 10

    Crculo extemo 100% 95% 80% 75% 70%

    Crculo intemo 0 0 17% 22% 27%

    Centro 0 5% 3% 3% 3%

    Obs.: a) se d / h > 6 deveremos ter um crculo interno de dimetro = d /2 ;

    b) eUpses de pequena excentricidade podem ser consideradas como crculos.

    No exemplo 1, para a rea de lOcm^, supondo um crculo de dimetro 3,5cm e sendo

    a altura l ,5cm, teramos

    d_ _ 3,5 _ 9 o h 1,5 "^'"^

    Portanto, todo material radioativo dever ficar no crculo externo.

    Retngulos:

    a = lado menor b = lado maior h = distncia de tratamento

    Se a < 2h: todo material radioativo na periferia; a > 2h: o material radioativo tambm

    deve ser colocado em uma linha interna ao retngulo, paralelo ao lado maior e espa-

    ado 2h.

    Se o retngulo for muito alongado, necessita-se colocar mais material radioativo na

    seguinte porcentagem:

    Fator de elongao b/a

    Aumento das mg h por 5% 9% 12%

  • BRAQUITERAPIA

    Exemplo 2

    Usando o mesmo valor do exemplo 1, no qual a rea de lOcm^, vamos supor agora que esta rea tem a forma de um retngulo de 2cm x 5m e a altura h seja ainda l ,5cm.

    a = lado menor = 2cm < 2h = 2 x 1,5 = 3cm

    Portanto, todo material radioativo dever ficar na periferia.

    b / a = lado maior / lado menor = 5 / 2 = 2,5

    Portanto, a quantidade de mg dever ser aumentada em cerca de 7%.

    Logo, teremos:

    4.182mg h + 4.182mg h = 4.474,7mg h

    Portanto, para 72h:

    4.474,7mg h / 7 2 h = 62mg

    Doses no mais na superficie e sim a alguns centmetros de profundidade tambm podem ser calculadas pela tabela XIII-6, somente usando como distncia de trata-mento a distncia (h) do aplicador superficie, mais a distncia (d) da superficie profundidade desejada.

    Exemplo 3

    rea de 8cm^ deve ser tratada com dose na profundidade de Icm. O aplicador de rea, tambm de 8cm^, est colocado a l ,5cm acima da superfde. Qual o nmero de mg necessrio para acumular uma dose de 4.000cGy em 4 das?

    Na tabela Xni-6, para uma rea de 8cm^ e distnda = h + d = 1,5 + 1 = 2,5cm, teremos:

    1.229mg h para 1 .OOOcGy, portanto, para 4.000cGy

    1.229mg h X 4 = 4.916mg h

    Para 4 das = 96h, teremos:

    4.916mg h / 9 6 h = 51mg

    Quimby construiu tabelas que nos fornecem, para vrios formas de reas (crculos, quadrados, retngulos) e distncias de tratamento, nmeros de mg de Ra que nos do, na distncia escolhida, l.OOOcGy (Tabela XIII-6).

    A distribuio do material radioativo uniforme e, portanto, no existe homogenei-dade muito grande na distribuio da dose. A dose prescrita obtida no eixo per-pendicular no centro da rea.

    Exemplo 4

    Usando a tabela Xin-7, vamos refazer o exemplo 2.

    Para um retngulo de 2cm x 5cm e distnda h = l,5cm, teremos, interpolando valores:

    490mg h para l.OOOcGy,

    para .OOOcGy teremos:

    490mg h X 6 = 2.940mg h

    Para 3 das = 72h teremos:

    2 . 9 4 0 m g - h / 7 2 h = 41mg

    Como sabemos, o sistema da Quimby, usando uma distribuio uniforme das fon-tes, tem distribuio no uniforme da dose. O centro do plano recebe, portanto, uma dose muito maior que a periferia. 265

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    Distncia (cm) 1 2' 3 - . '4 5' 6

    0,5 47 80 11 181 234 319 1,0 145 187 234 319 394 482 1,5 301 345 426 506 598 725 2,0 528 577 646 745 846 977 2,5 782 846 920 1.016 1.229 1.346 3,0 1.160 1.224 1.298 1.404 1.522 1.665

    Aplicadores quadrados (comprimento do lado em cm)

    Distncia (cm) 1 2 3 4 5 6

    0,5 49 85 122 210 266 372 1,0 150 200 253 348 431 544 1,5 314 367 442 544 638 782

    2,0 532 606 686 795 910 1.064 2,5 777 846 952 1.075 1.213 1.458 3,0 1.160 1.224 1.351 1.479 1.617 1.777

    Aplicadores retangulares (dimenses em cm)

    Distncia (cm) 1X1,5 2 x 3 3 x 4 4 x 6 6 x 9 8 x 1 2

    0,5 54 110 152 305 606 1.016

    1,0 157 228 291 453 772 1.181

    1,5 317 394 496 664 1.005 1.442

    2,0 538 628 761 930 1.319 1.777 2,5 767 894 1.053 1.213 1.617 2.128 3,0 1.181 1.266 1.420 1.617 2.054 2.660

    Devido a esta razo, para uma mesma dose no centro do plano necessita-se de me-

    nor quantidade de atividade, se comparada com o sistema de Paterson-Parker. Os

    exemplos 2 e 4 atestam este fato.

    266

    APLICAO INTRACAVITRIA E ENDOLUME

    Aplicao intracavitria aquela na qual o material radioativo (com seus respecti-

    vos aplicadores) est em uma cavidade do corpo. chamada de aplicao endolu-

    me se estiver em uma cavidade virtual (lume).

    Para uma quantidade de material radioativo, a dose a uma certa distncia depende

    do comprimento da fonte e da filtrao.

    Edith Quimby desenvolveu, por meio da integral de Sievert, um sistema de dosa-

    gens e confeccionou as tabelas XIII-7 e XIII-8, que nos fornecem c G y / h mg para

    fontes lineares de radium com filtrao de 0,5mmPt, para vrias distncias perpen-

    diculares fonte, e para intervalos de 0,5cm na direo de seus comprimentos, sem

    considerar a absoro e o espalhamento. J as tabelas de Paterson-Parker para fon-

    tes lineares s nos fornecem a dose ao longo da perpendicular fonte que passa

    pelo seu centro.

    TABELA XIII-6 - Quimby - mg h para l.OOOcGy para vrias reas e distancias de tratamento (226Ra, filtro = 0,5mmPt) (de Hendee, W. R.: Medical Radiation Physics, 1970).

    Aplicadores circulares (dimetro em cm)

  • BRAQUITERAPIA

    TABELA XIII-7 - cGy/h mg para fontes lineares de ^ ' Ra (f = 0,5mmPt) de comprimentos ativos 0,5cm-l,0cm-l,5cm-2,0cm.

    Distancia ao longo do eixo do tubo (cm do centro)

    Distncia do tubo (cm) 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

    Comprimento ativo 0,5cm

    0,5 29,4 15,9 5,78 2,69 1,38 0,82 0,53 0,32 0,25 0,18 0,14 0,75 13,6 9,67 4,48 2,50 1,47 0,92 0,62 0,43 0,30 0,24 0,19 1,0 7,84 6,28 3,96 2,26 1,41 0,93 0,65 0,46 0,33 0,26 0,20 1,5 3,48 3,14 2,42 1,71 1,18 0,85 0,63 0,44 0,38 0,28 0,23 2,0 1,98 1,88 1,57 1,25 0,95 0,74 0,57 0,45 0,34 0,28 0,23 2,5 1,27 1,22 1,00 0,92 0,77 0,61 0,50 0,39 0,32 0,27 0,23 3,0 0,88 0,85 0,79 0,70 0,62 0,51 0,42 0,36 0,29 0,26 0,21 4,0 0,50 0,49 0,47 0,44 0,39 0,34 0,31 0,27 0,24 0,21 0,18 5,0 0,32 0,31 0,31 0,29 0,27 0,26 0,21 0,21 0,19 0,16 0,15

    Comprimento ativo l,0cm

    0,5 24,6 17,2 6,60 2,84 1,47 0,83 0,55 0,35 0,21 0,16 0,10 0,75 12,4 9,67 5,20 2,68 1,52 0,96 0,62 0,43 0,33 0,24 0,18 1,0 7,40 6,21 3,98 2,36 1,44 0,96 0,67 0,47 0,34 0,26 0,20 1,5 3,42 3,10 2,44 1,74 1,22 0,86 0,63 0,47 0,37 0,28 0,23 2,0 1,96 1,85 1,57 1,26 0,98 0,73 0,57 0,45 0,35 0,27 0,24 2,5 1,26 1,21 1,09 0,93 0,76 0,62 0,49 0,41 0,33 0,27 0,23 3,0 0,87 0,85 0,79 0,70 0,61 0,51 0,43 0,35 0,30 0,26 0,22 4,0 0,49 0,49 0,47 0,44 0,39 0,35 0,31 0,27 0,24 0,21 0,18 5,0 0,32 0,31 0,30 0,29 0,27 0,25 0,23 0,21 0,19 0,17 0,15

    Comprimento ativo l,5cm

    0,5 20,6 17,1 8,12 3,28 1,63 0,91 0,57 0,37 0,25 0,15 0,10 0,75 11,0 9,37 5,68 2,95 1,63 1,00 0,66 0,45 0,32 0,25 0,17 1,0 6,75 6,00 4,14 2,51 1,56 1,00 0,68 0,48 0,35 0,27 0,21 1,5 3,30 3,05 2,43 1,76 1,24 0,89 0,H 0,48 0,36 0,29 0,23 2,0 1,90 1,80 1,57 1,26 0,98 0,75 0,58 0,46 0,36 0,28 0,24 2,5 1,24 1,19 1,08 0,93 0,76 0,63 0,50 0,45 0,33 0,27 0,23 3,0 0,86 0,84 0,78 0,70 0,61 0,51 0,43 0,36 0,29 0,28 0,22 4,0 0,49 0,48 0,47 0,44 0,39 0,35 0,31 0,28 0,25 0,21 0,19 5,0 0,31 0,31 0,30 0,29 0,27 0,26 0,23 0,21 0,19 0,17 0,15

    Comprimento ativo 2,0cm

    0,5 17,3 15,8 10,1 4,05 1,85 1,01 0,60 0,38 0,26 0,16 0,11 0,75 9,68 8,79 6,17 3,36 1,82 1,07 0,69 0,47 0,33 0,26 0,18 1,0 6,21 5,72 4,31 2,70 1,65 1,06 0,72 0,50 0,37 0,27 0,21 1,5 3,10 2,93 2,42 1,82 1,30 0,93 0,67 0,50 0,38 0,29 0,24 2,0 1,85 1,75 1,55 1,26 1,00 0,77 0,59 0,46 0,36 0,29 0,24 2,5 1,21 1,17 1,07 0,92 0,77 0,63 0,50 0,42 0,33 0,27 0,24 3,0 0,85 0,83 0,78 0,70 0,61 0,52 0,44 0,36 0,30 0,26 0,22 4,0 0,49 0,48 0,47 0,43 0,39 0,36 0,31 0,27 0,25 0,20 0,18 5,0 0,31 0,31 0,30 0,29 0,27 0,26 0,23 0,21 0,19 0,17 0,15

    267

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    tubo (cm) 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

    Comprimento ativo 2,5cm

    0,5 14,6 13,9 11,0 5,33 2,24 1,16 0,65 0,42 0,27 0,18 0,12 0,75 8,53 8,05 6,40 3,89 2,08 1,19 0,75 0,50 0,35 0,25 0,19 1,0 5,65 5,33 4,35 2,96 1,82 1,15 0,76 0,53 0,38 0,28 0,22 1,5 2,96 2,80 2,40 1,87 1,36 0,96 0,70 0,51 0,40 0,30 0,25 2,0 1,77 1,72 1,53 1,27 1,01 0,80 0,61 0,47 0,37 0,29 0,25 2,5 1,19 1,15 1,05 0,91 0,78 0,64 0,51 0,41 0,34 0,27 0,23 3,0 0,84 0,82 0,77 0,69 0,61 0,52 0,44 0,37 0,31 0,26 0,22 4,0 0,48 0,47 0,46 0,43 0,39 0,36 0,31 0,28 0,25 0,21 0,19 5,0 0,31 0,31 0,30 0,28 0,27 0,25 0,23 0,21 0,19 0,17 0,16

    Comprimento ativo 3,0cm

    0,5 12,8 12,4 11,0 6,87 2,88 1,35 0,75 0,45 0,29 0,20 0,13 0,75 758 7,32 6,35 4,42 2,44 1,36 0,82 0,54 0,37 0,26 0,21 1,0 5,15 4,95 4,30 3,10 2,04 1,26 0,82 0,57 0,41 0,29 0,23 1,5 2,75 2,66 2,35 1,90 1,43 1,01 0,78 0,54 0,41 0,32 0,25 2,0 1,69 1,65 1,50 1,28 1,03 0,82 0,63 0,48 0,39 0,30 0,25 2,5 1,15 1,12 1,03 0,92 0,78 0,64 0,53 0,43 0,35 0,28 0,24 3,0 0,82 0,80 0,76 0,69 0,61 0,52 0,45 0,38 0,31 0,27 0,23 4,0 0,47 0,47 0,46 0,43 0,39 0,35 0,31 0,27 0,25 0,22 0,19 5,0 0,31 0,30 0,28 0,28 0,27 0,26 0,23 0,21 0,19 0,17 0,15

    Comprimento ativo 4,0cm

    0,5 10,1 10,0 9,47 8,32 5,27 2,21 1,04 0,59 0,35 0,24 0,16 0,75 6,17 6,05 5,72 5,92 3,42 1,92 1,07 0,66 0,44 0,30 0,22 1,0 4,31 4,22 3,94 3,39 2,49 1,60 1,01 0,66 0,47 0,34 0,25 1,5 2,42 2,38 2,24 1,93 1,54 1,16 0,83 0,61 0,46 0,34 0,27 2,0 1,55 1,51 1,42 1,26 1,08 0,86 0,67 0,53 0,41 0,33 0,27 2,5 1,07 1,04 0,99 0,90 0,79 0,66 0,55 0,46 0,37 0,30 0,25 3,0 0,78 0,78 0,77 0,73 0,67 0,61 0,46 0,39 0,32 0,27 0,23 4,0 0,47 0,46 0,44 0,42 0,39 0,35 0,31 0,28 0,25 0,22 0,19 5,0 0,30 0,30 0,29 0,28 0,27 0,25 0,23 0,21 0,19 0,17 0,16

    Comprimento ativo 5,0cm

    0,5 8,15 8,13 8,00 7,65 6,75 4,38 1,81 0,85 0,48 0,29 0,20 0,75 5,16 5,12 4,99 4,68 4,02 2,80 1,56 0,88 0,55 0,37 0,26 1,0 3,68 3,63 3,52 3,23 2,78 2,05 1,33 0,84 0,57 0,39 0,29 1,5 2,14 2,11 2,03 1,87 1,61 1,30 0,97 0,71 0,52 0,39 0,29 2,0 1,40 1,39 1,33 1,22 1,08 0,91 0,74 0,58 0,47 0,36 0,28 2,5 0,99 0,98 0,94 0,85 0,79 0,68 0,58 0,48 0,40 0,32 0,27 3,0 0,73 0,72 0,69 0,65 0,60 0,53 0,47 0,40 0,34 0,28 0,25 4,0 0,45 0,44 0,43 0,41 0,38 0,35 0,32 0,28 0,26 0,23 0,20 5,0 0,29 0,29 0,28 0,27 0,26 0,25 0,23 0,21 0,19 0,18 0,16

    268

    TABELA XIII-8 - cGy/li mg para fontes lineares de ^*Ra (f = 0,5mmPt) de comprimentos ativos 2,5cm-3,0cm-4,0cm-5,0cm.

    Distncia ao longo do eixo do tubo (cm do centro)

    Distncia do

  • BRAQUITERAPIA

    Exemplo 5

    Calcule a taxa de dose ( c G y / h ) no ponto X da figura XIII-8 (supor filtro de 0,5mmPt

    e comprimento ativo dos tubos de 2cm).

    20mg lOmg

    L, = 4,5cm

    FIGURA XIII-8 - Esquematizao de uma irradiao intracavitria.

    Tubol

    Por meio da tabela XIII-7, para o ponto X, teremos:

    0 ,61cGy/h mg (L^ = 2cm e h = 3cm)

    Como so 20mg, teremos:

    0 ,61cGy/h mg X 20mg = 12 ,2cGy/h

    Tubo 2

    Por meio da tabela XIII-8, para o ponto X, teremos:

    0 ,30cGy/h mg (L2 = 4cm e h = 3cm)

    Como so lOmg, teremos:

    0 ,30cGy/h mg x lOmg = 3 ,0cGy/h

    Portanto, teremos no ponto X contribuio de ambos os tubos:

    12,2cGy/h + 3 c G y / h = 15 ,2cGy/h

    APLICAO INTERSTICIAL

    Para certos tpos de leses, as aplicaes externas e as intracavitrias so substitu-das por outro tipo: a aplicao intersticial, que so implantes de material radioativo no prprio volume do tumor. Esses implantes so, na maioria dos casos, temporrios, ficando determinado tempo no paciente at acumular a dose desejada. Antigamen-te eram feitos com agulhas (ver Fig. XIII-1) que continham material radioativo (por exemplo ^^^Ra e ^^Cs), hoje em dia usam-se aplicadores (ver Fig. XIII-4) com formas de agulhas e posteriormente carregados com fios de ^^^Ir (ver Fig. XIII-2). Aplica-es permanentes so menos freqentes, usando-se materiais de meia-vida curta, tais como i^^Au, ""Y, etc.

    claro que nos implantes regies prximas ao material radioativo recebero dose muito grande em relao a outras regies. Portanto, conseguir uma homogeneidade de dose na conceituao vista at agora praticamente impossvel. Para tanto, sero consideradas como regies homogneas aquelas em que a intensidade da radiao varia em pequenos limites, exceto para as regies prximas das fontes. 269

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    FIGURA XIII-9 - Ilustrao de arrarijos para implante plano.

    Quando em um nico plano, a dose determinada para uma espessura de Icm, no qual o material radioativo o plano central. A quantidade de material radioativo, expressa em mg h, para produzir uma dose de l.OOOcGy a 0,5cm de distncia do piano (Tabela XIII-9).

    A distribuio das agulhas de material radioativo em implante plano comumente

    segue as seguintes regras:

    - As agulhas so arranjadas em linhas paralelas, separadas por Icm, e seus fins devem ser cruzados por outras agulhas em ngulos retos (Fig. XIII-IO). Para cada final "no-cruzado", devemos deduzir 10% da rea do implante.

    - Quando necessrio fazer-se um implante em dois planos, a distncia en-tre eles dever ser de Icm. Se esta separao for maior que Icm, a quanti-dade de mg h dever ser aumentada por um fator que depende da dis-tnda entre os planos (Tabela X1II-9B).

    - Para separaes entre os planos maiores que l ,5cm, teremos na zona me-diana entre os dois planos uma dosagem relativamente menor (Tabela XIII-9C).

    Exemplo 6

    - Implante em um nico plano (Fig. XIII-10)

    - Dose requerida = .OOOcGy - rea = 25cm2

    Como um fim no est cruzado:

    1 0 ' 270

    rea = 25cm'- - i \W0) 25cm2 = 22,5cm2

    r i r ' i

    Paterson e Parker descreveram dois mtodos para aplicaes intersticiais, cada um dos quais com tabelas de dosagens e regras de distribuio: implantes plano e volu-mtrico.

    IIVIPLANTE PLANO

    Nesses casos, o material radioativo deve ser arranjado em um nico ou em vrios planos paralelos (Fig. XIII-9).

  • BRAQUITERAPIA

    TABELA XIIl-9 - A, B e C: mg h para LOOOcGy para implante plano e fatores de correo para dois planos ( ^ Ra com filtrao de 0,5mmPt).

    rea (cm ) mg h para LOOOcCy

    rea (cm^) mg h para

    LOOOcCy

    0 32 24 444 1 72 26 470 2 103 28 496 3 128 30 521 4 150 32 546 5 170 34 571 6 188 36 594 7 204 38 618 8 219 40 642 9 235 42 664

    10 250 44 685 12 278 46 708 14 306 48 729 16 335 50 750 18 364 60 851 20 392 70 947 22 418 80 1.044

    Fatores de correo para dois planos

    Separao Fator X mg h

    1,5cm

    2,0cm

    2,5cm

    1,25

    1,40

    1,50

    Dois pianos (dose mnima)

    Separao rea Fator X dose

    2,0cm 0-25cm2 0,8 2,0cm 25-50cm2 0,9

    2,5cm 0-25cm2 0,7 2,5cm 25-50cm2 0,8

    FIGURA Xni-10 - Ilustrao de implante em um nico plano. 271

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    Por meio da tabela XIII-9A, para esta rea necessitaremos de:

    424,5mg h para l.OOOcGy

    Portanto, para .OOOcGy teremos:

    424,5mg h X 6 = 2.547mg h

    Usando 7 agulhas de 5mg, portanto 35mg, teremos:

    2 . 5 4 7 m g - h / 3 5 m g s 7 3 h

    Exemplo 7

    - Implante em dois planos

    - Dose requerida = 5.500cGy - rea = 20cm2

    - Separao entre os planos = 2,5cm

    - Todos os fins esto cruzados

    Por meio da tabela XIII-9A, para esta rea necessitaremos de:

    392mg h para l.OOOcGy

    Portanto, para 5.500cGy teremos:

    392mg h X 5,5 = 2.15mg h

    Para uma separao de 2,5cm, por meio da tabela XIII-9B teremos de aumentar o

    nmero de mg h pelo fator 1,5, logo:

    2.15mg h X 1,5 = 3.234mg h

    Usando 8 agulhas de 3mg em cada plano, portanto 48mg nos dois planos, o tempo

    de tratamento ser:

    3 . 2 3 4 m g - h / 4 8 m g = 7,4h

    Concluindo, a dose mxima ser de 5.500cGy e a dose mnima (Tabela XIII-9C) ser:

    5.500cGy x 0,7 = 3.850cGy

    IMPLANTE VOLUMTRICO

    Este mtodo usado quando o implante plano no corresponde configurao da

    leso. Normalmente, o material radioativo distribuido em volume cilndrico.

    Na tabela de dosagens (Tabela XIII-10) para implantes volumtricos, temos a quan-

    tidade de mg h para l.OOOcGy no volume. Por meio desta, devemos procurar o

    volume do implante e no o volume do tumor.

    A distribuio do material radioativo no volume deve obedecer algumas regras:

    - 75% do material radioativo na superficie e 2 5 % no centro do volume. - Para um volume cilndrico, o mais comum, devemos ter a seguinte distri-

    buio do material radioativo:

    rea lateral = 5 0 % Cada uma das bases = 12,5%

    Centro = 2 5 % - Para cada base no cruzada reduzir o volume em 7,5%. - Devem-se fazer correes devido ao alongamento do cindro (Tabela XIII-11).

    Exemplo 8

    Implante volumtrico com a forma cilndrica deve ser feito com 14 agulhas de 4cm

    de comprimento ativo e cada agulha com material radioativo de atividade equiva-

    272 lente a Img de ^^^Ra.

  • BRAQUITERAPIA

    TABELA XIII-10 - mg h para l.OOOcGy no volu-me do implante P^Ra, f = 0,5mmPt).

    Volume (cm ) m g h

    5 106 10 168 15 220 20 267 30 350 40 425 50 493 60 556 80 673

    100 782 140 979 180 1.156 220 1.322 260 1.479 300 1.627 340 1.768 380 1.902

    TABELA XIII-11 - Correes devido ao alongamento do cilindro.

    Comprimento 1,5 2,0 2,5 3,0

    Dimetro 1,5 2,0 2,5 3,0

    mg h aumentada de... 3% 6% 10% 15%

    Dose desejada no volume = .OOOcGy

    Dimenses do cilindro:

    comprimento = 4cm dimetro da base = 3cm

    Portanto, o volume do cilindro = 28,3cm''.

    Como uma das bases no ter o material radioativo, teremos de reduzir o volume

    em 7,5%, portanto, o volume corrigido ser:

    30cm ( 7 , 5 )

    liooi 30cm = 2cm3

    No levaremos em conta o fator de alongamento do cilindro (Tabela XlII-11), pois o

    comprimento dividido pela base menor que 1,5.

    Portanto, por meio da tabela XIII-10, para um volume de 2cm^ necessitaremos de:

    316,83mg h para l.OOOcGy,

    logo, para .OOOcGy:

    316,8mg h X = 1.900mg h

    Se colocarmos 8 agulhas de Img na rea lateral, 4 agulhas de I m g no centro do cilindro, 2 agulhas de Img na base.

    Sendo o ntmero total de agulhas = 14, teremos a seguinte distribuio percentual:

    rea lateral = ( 8 / 1 4 ) 100 = 57%

    Centro do cilindro = (4 / 1 4 ) 100 = 29%

    Uma das bases = ( 2 / 1 4 ) 100 = 14%

    O tempo de tratamento ser (usando, como vimos, 14 agulhas de Img cada) = 1 . 9 0 0 m g - h / 1 4 m g s l 3 h 273

  • FSCA D RADIOTERAPIA

    Raios X - AP

    Raios X - LAT

    FIGURA XIII-11 - Diagrama de uma agulha observada por dois planos.

    recomendvel que o eixo central destas radiografias (AP e LAT) se encontrem em

    um nico ponto. Para facilitar esta geometria, recomendamos usar a tcnica de iso-

    centro, com o uso de um simulador.

    Um anel de metal de dimetro conhecido deve ser colocado perto do implante. Se a

    distncia do filme ao implante e do filme ao anel for a mesma, ou bem prxima, as

    imagens do implante tero a mesma magnificao do anel.

    Fator de magnificao = FM = Imagem do dimetro do anel Dimetro do anel

    Geometricamente, por meio da figura XIII-11 teremos:

    ( B ) = a2 + ( Z 2 - Z , ) 2

    mas,

    logo,

    mas,

    logo.

    a2 = ( X 2 - X i ) 2 + ( Y 2 - Y /

    ( A B ) = V(X2-Xi)2 + ( Y 2 - Y i ) 2 + ( Z 2 - Z /

    274 ( A B ) = V (X2 -X , )2 + b2

    CONTROLE RADIOGRFICO DOS IMPLANTES

    Na maioria das vezes, os implantes (planos ou volumtricos) ficam com uma geo-

    metria, por motivos tcnicos na hora da insero, um pouco diferente da preestabe-

    lecida.

    Se fizermos duas radiografias ortogonais do implante, uma ntero-posterior (AP) e

    outra lateral (LAT), poderemos ter uma melhor avaliao da sua rea ou volume.

    Na figura XIII-11 temos um diagrama das projees em dois planos de uma agulha

    de um implante qualquer, simulando as duas radiografias ortogonais.

  • BRAQUITERAPIA

    onde:

    - Xj ) = projeo de (AB) na radiografia AP na linha de base (eixo X)

    b = projeo de (AB) na radiografia LAT

    Obs.: lembramos que os valores obtidos pelas radiografias devem ser corrigidos

    pelo fator de magnificao.

    Exemplo 9

    Na figura XIII-12 temos duas geometrias obtidas por meio de radiografias ortogo-

    nais (AP e LAT) de um implante plano.

    Raios X - LAT FM = 1,025

    Raios X - AP FM = 1,10

    (X,-X,)

    FIGURA Xin-12 - Esquema das radiografias ortogonais de um implante.

    Largura do plano = LjL2

    Medida direta na radiografia lateral = b = 2,25cm

    Projeo de L1L2 na radiografia AP (na linha de base) = (X2 - X^) = l ,4cm

    Portanto:

    2 + / 2,5 \

    i\u ) 11,025 j onde: 1,1 e 1,025 = respectivos fatores de magnificao das radiografias AP e LAT

    Comprimento ativo das agulhas = 5cm

    logo,

    rea do plano = 5cm x 2,5cm = 12,5cm2

    como OS finais no esto cruzados, a rea dever ser corrigida:

    rea corrigida = 12,5cm2 - 12,5cm2 = lOcm^

    Por meio da tabela XIII-9A, temos para um plano de lOcm:

    250mg h para l.OOOcGy

    Se a dose total requerida for de .OOOcGy, teremos:

    250mg h X = l.SOOmg h para .OOOcGy

    Como a atividade de cada tubo de SmgEqRa e temos 3 tubos, a atividade total ser:

    3 X 5mgEqRa = 15mgEqRa

    Logo, o tempo do implante ser:

    1.500mg h / 15mg = lOOh 275

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    RADIUM MOLDAGEM GINECOLGICA

    Aplicaes intracavitrias no tratamento do cncer do colo do tero so umas das

    mais comuns e, portanto, de maior nmero feitas pelos centros de radioterapia. De-

    vido a este fato, vamos descrever esta tcnica, conhedda como radium moldagem

    ginecolgica (RAM). O mtodo de clculo da dose ser o da Quimby.

    Os aplicadores para a colocao do material radioativo so fundamentalmente dois:

    Vaginais - so elipsoides de revoluo, denominados ovides, e usados em par. Normalmente, so colocados em cada fmix lateral ao nivel da crvix; em alguns

    casos os ovides so usados em linha ao longo da vagina, neste caso passam a ser

    chamados de tandem.

    Os tamanhos destes ovides foram selecionados em trs dimenses: 2,0-2,5-3,0cm

    de dimetro.

    Intra-uterinos - so conhecidos pelo nome de sondas intra-uterinas. Estas sondas normalmente tm comprimento varivel de 2 a 8cm, suficientes para a colocao de

    1 a 4 elementos radioativos de comprimento 2cm.

    Quanto quantidade de material radioativo e a maneira com que deve ser distribu-

    da nos aplicadores, existem certas regras (Manchester) que no necessitamos segui-

    las "a risca" (depende do sistema dosimtrico utilizado), que dizem o seguinte:

    Aplicadores vaginais

    Dimetro de 2cm (pequeno) - carga = 17,5mg por ovoide Dimetro de 2,5cm (mdio) - carga = 20,0mg por ovoide Dimetro de 3cm (grande) - carga = 22,5mg por ovoide

    Aplicadores intra-uterinos

    2cm de comprimento - carga = 20mg

    4cm de comprimento - carga = 15mg-10mg

    6cm de comprimento - carga = 15mg-10mg-10mg

    Sem de comprimento - carga = 15mg-15mg-10mg-10mg

    (cargas colocadas do fundo para o colo)

    Devido distribuio da radiao no ser muito homognea, foi necessrio escolher

    certos pontos, que servissem como referenda para o estabelecimento das dosagens.

    Estes pontos deveriam ser tais que pudessem ser facilmente comparados de pacien-

    te para paciente.

    Na prtica, foram escolhidos dois pontos principais, denominados A e B:

    Ponto A - pode ser encontrado medindo-se 2cm acima do nvel inferior da sonda intra-uterina (colo do tero) e 2cm lateralmente ao plano do tero (Fig. XIII-13).

    Ponto B - situa-se no mesmo nvel que o ponto A, mas a 5cm da sonda intra-uterina (Fig. XIII-13).

    Em alguns casos, o tero pode estar deslocado. Quando isto acontece, o ponto A se

    desloca com o tero, e o ponto B, que no se situa em tecidos dependentes do tero, permanecer fixo (Fig. XIII-14).

    Exemplo 10

    Clculo de dosagem para radium moldagem ginecolgica, pelo mtodo da Quimby.

    Calcule a taxa de dose e o tempo de aplicao para uma dose de 4.000cGy no ponto

    276 A (Fig. Xin-15), feita com a seguinte distribuio:

  • BRAQUITERAPIA

    FIGURA XIII-13 - Localizao dos pontos A e B na irradiao do cncer do tero.

    B W - . ^ ^ - ^ ^ - ^ - ' 1 ^ ^ ^ . B 5cm-

    FIGURA XIII-14 - Pontos A e B em tero deslocado.

    1 2cm I

    - -

    3cm

    I 11cm T -

    1cm

    i_ I

    15mg 0

    lOmg (2)

    r ' 20rng 20mg

    Icm

    Som

    FIGURA Xin-15 - Distribuio dos tubos para o exemplo 11. 277

  • FSICA DA RADIOTERAPIA

    278 FIGURA XIII-16 - Radiografia ntero-posterior de radium moldagem ginecolgica.

    a) Sonda intra-uterina (do fundo para o colo) - tubos de 15 e lOmg (2cm de

    comprimento ativo e filtro = 0,5mmPt).

    b ) Ovides - um tubo de 20mg em cada ovoide.

    Para o clculo da dose no ponto A, temos de verificar a contribuio de cada um dos

    tubos:

    Por meio da tabela XIII-8 e da figura XIII-15, as contribuies no ponto A so as

    seguintes:

    Tubo 1 - 15mg (1, 2) l , 5 5 c G y / h mg 15mg = 23 ,25cGy/h

    Tubo 2 - lOmg (1, 2) l , 55cGy /h mg lOmg = 15 ,5cGy/h

    Tubo 3 - 20mg ( 3 , 1 ) 0 ,72cGy/h mg 20mg = 14 ,4cGy/h

    Tubo 4 - 20mg (3, 3) 0 ,44cGy/h mg 20mg = 8 ,80cGy/h

    TOTAL = 61 ,95cGy/h

    Para uma dose de 4.000cGy no ponto A, teremos um tempo de:

    4.000cGy , 6 4 h 3 4 m i n 61 ,95cGy/h

    Na prtica, os dados de posicionamento dos aplicadores e das fon