Upload
flavia-p-m-furieri
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
8/10/2019 Fisioterapia para LCP
1/7
ARTIGO DE REVISO
1 Professor Instrutor, Chefe do Grupo de Cirurgia do Joelho do Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Cincias Mdicas, Santa Casa de Misericrdia deSo Paulo (SCMSP) So Paulo, SP, Brasil.
2 Professor no Curso de Fisioterapia do Centro Universitrio So Camilo e Universidade So Judas Tadeu. Pesquisador no Laboratrio de Biomecnica da UniversidadeSo Judas Tadeu So Paulo, SP, Brasil.
3 Pesquisador no Laboratrio de Biomecnica da Universidade So Judas Tadeu So Paulo, SP, Brasil.4 Professor do Curso de Especializao em Fisioterapia Musculoesqueltica e Fisioterapeuta dos Grupos do Joelho e Traumatologia Esportiva da Santa Casa de Misericrdiade So Paulo So Paulo, SP, Brasil.
5 Professor Instrutor do Grupo de Cirurgia do Joelho do Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Cincias Mdicas, Santa Casa de Misericrdia de So Paulo
(SCMSP) So Paulo, SP, Brasil.
6 Professor Adjunto do Grupo de Cirurgia do Joelho do Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Cincias Mdicas, Santa Casa de Misericrdia de So Paulo
(SCMSP) So Paulo, SP, Brasil.
Trabalho realizado Grupo de Cirurgia do Joelho do Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Cincias Mdicas, Santa Casa de Misericrdia de So Paulo(SCMSP) So Paulo, SP, Brasil.
Correspondncia: Rua Barata Ribeiro, 380/64, Bela Vista 01308-000 So Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected]
Trabalho recebido para publicao: 22/12/2010, aceito para publicao: 04/10/2011.
PROTOCOLO DE REABILITAO PARA AS RECONSTRUESISOLADAS DO LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR
REHABILITATION PROTOCOL AFTER ISOLATED POSTERIOR
CRUCIATE LIGAMENT RECONSTRUCTION
Ricardo de Paula Leite Cury1, Henry Dan Kiyomoto2, Gustavo Fogolin Rosal3, Flvio Fernandes Bryk4, Victor Marques de Oliveira5,
Osmar Pedro Arbix de Camargo6
RESUmOElaborar um protocolo de reabilitao ps-reconstruo do ligamento
cruzado posterior (LCP) atravs de reviso da literatura. Foi realiza-
da uma reviso da literatura em busca de dados referentes a conceitos
e estudos biomecnicos relacionados com o ligamento cruzado pos-
terior do joelho, utilizando-se os bancos de dados Medline e Embase.
A estratgia de busca foi montada com a seguinte regra: problema ou
leso, associado a termos de localizao anatmica, procedimento de
interveno cirrgica associado a termos de reabilitao. Iniciamos o
processo desta forma e posteriormente realizamos restries a termos
especficos para melhorar a especificidade da busca. Para confeco
do protocolo, uma tabela foi construda para melhor direcionamento
dos dados, com base no tempo decorrido do procedimento cirrgico
at o incio da fisioterapia. Um protocolo de reabilitao foi criado
para melhor controle da descarga de peso nas primeiras semanas
com o auxlio de imobilizador de joelho. Objetivamos o ganho da
amplitude de movimento total do joelho, que deve ser conseguido
at o terceiro ms, evitando-se, assim, contraturas resultantes do
processo de cicatrizao tecidual. Os exerccios de fortalecimento
e treino sensrio-motor foram orientados de acordo, evitando-se
sobrecarga sobre o enxerto e respeitando os perodos de cicatrizao
do mesmo. O protocolo proposto nesta reviso foi enquadrado dentro
das evidncias atuais sobre o assunto.
Descritores Ligamento Cruzado Posterior; Joelho; Reabilitao
AbSTRACTTo create a rehabilitation protocol following reconstruction
of the posterior cruciate ligament (PCL), through a literature
review. The literature review was conducted in the Medline
and Embase databases, to search for data on biomechanical
concepts and analyses relating to the posterior cruciate ligament
of the knee. The search strategy was set up using the following
rules: problem or injury in association with anatomical location
terms; or surgical intervention procedure in association with
rehabilitation terms. We began the process in this manner
and subsequently introduced restrictions on certain terms to
improve the search specificity. To design the protocol, a table
was created for better data assessment, based on the time that
elapsed between surgery and the start of physiotherapy. A
rehabilitation protocol was created to improve weight-bearing
control in the initial weeks after surgery, with the aid of a knee
brace. Our aim was to achieve gains in total range of motion of
the knee, which should be attained by the third month, thereby
avoiding contractures resulting from the tissue healing process.
Strengthening exercises and sensory-motor training were guided
accordingly, thus avoiding overload on the graft and respecting
the healing phases. The protocol proposed through this review
was based on the current evidence relating to this subject.
Keywords Posterior Cruciate Ligament; Knee; Rehabilitation
Os autores declaram inexistncia de conflito de interesses na realizao deste trabalho / The authors declare that there was no conflict of interest in conducting this work
Este artigo est disponvel online nas verses Portugus e Ingls nos sites: www.rbo.org.br e www.scielo.br/rbort
This article is available online in Portuguese and English at the websites:www.rbo.org.br and www.scielo.br/rbort
Rev Bras Ortop. 2012;47(4):421-7
8/10/2019 Fisioterapia para LCP
2/7
422
InTRODUO
A reabilitao do joelho na leso do ligamento cruza-
do posterior (LCP) tratado de forma conservadora ou ps-
-reconstruo carece de estudos biomecnicos, histolgi-
cos e clnicos, e se baseia muitas vezes em aspectos de
integrao e reabilitao do ligamento cruzado anterior,
que so transpostos para o LCP. O objetivo deste trabalho
revisar esses aspectos presentes na literatura atual e,
juntamente com o conhecimento tcito dos ltimos anos
no nosso servio, sugerir um protocolo de reabilitao.
mTODOS
A busca da literatura foi realizada na base de dadosda Medline pelo siteda Pubmed e a base de dados doEmbase utilizando-se da estratgia Paciente, Interven-o, Comparao e Resultados (outcome) (PICO). A
pesquisa foi dividida em estratgias de busca que en-fatizavam a amplitude de movimento e em exercciosteraputicos, utilizando-se as estratgias de pesquisadescritas a seguir.
Sobre a amplitude de movimento (ADM): Surgery,
ReconstructionePosterior cruciate ligamentforam com-
binados e os termosPosteromedial corner,Posterolateral
corner,Arthroplasty,Prosthesise Total knee replacement
foram utilizados para limpar a busca de artigos relacio-
nados. Alm disso, os termos Rehabilitation [Mesh] e
Range of motiontambm foram combinados na tentativa
de recuperar somente artigos relacionados ao ganho de
amplitude de movimento (ADM). Desta forma, foram
identificados 33 artigos; destes, 11 faziam relatos da am-
plitude e/ou mostraram o programa para ganho da ADM.Sobre o programa de exerccios:Posterior cruciate li-
gament[Mesh] foi combinado comPhysical therapy mo-
dalities[Mesh],Rehabilitation[Mesh],Exercise[Mesh],
Exercise therapy[Mesh],Exercise test[Mesh] como es-
tratgia, e foram identificados 19 artigos. Destes, seis
tinham como objetivo analisar o protocolo de reabilitao.
Alm disso, devido ao fato de poucos estudos in vivoestarem disponveis, tambm utilizamos uma estratgiacom maior sensibilidade, analisando os estudos de bio-mecnica in vitroe de modelos matemticos sobre os
exerccios relacionados ao joelho.Quando utilizamos o filtro de meta-anlise, ou estudos
clnicos controlados e randomizados, somente um estudo
foi identificado, e este no abordava todos os aspectos da
reabilitao. Sendo assim, a reviso (Tabela 1) foi feita
principalmente sobre trabalhos de cincia de base, e em
modelos de cadveres, devido aos poucos ensaios clnicos
controlados e randomizados encontrados. A construo
Taela 1 Reviso com busca sistematizada da literatura.
brace e exteso Descarga de peso ADm CCA CCf IQT
Fanelli et al(1994)(27) 6semana Tolerncia 0-90 sem prazo 0-70 X X
Irrgang e Fitzgerald(2000)(25)
6a 8semanas Tolerncia 0-90 6 a 8 semanas60 1a 3semanas
4a 6semanas 45
evitar, semdata definida
Sthelin et al(2001)(15) 6semana Tolerncia 0-90 X X X
Allen et al(2002)(28) 4semana Tolerncia X X4a 6
semanas16semana
Margheritini (2002)(18) 6semana Parcial at a 6ou 8semana Progressiva e lenta X6a 8
semanas
Evitar, pormsem data
definida
Bottoni e Parr (2003)(11)Desbloqueia apso bom controle do
quadrcepsProgressiva aps a 8semana
0 a 70 de 4 a 6semanas
X X X
Noyes et al(2003)(16) 6semanaParcial inicialmente e total aps a 6
semana3-0-120 X 0-70 8semana
Wang et al(2003)(8) 6semana Tolerncia Sem especificao X X 6semana
Chen et al(2003)(7) 6semana Tolerncia0 a 60 at a 6semanae 90 at a 8semana
X 6semana X
Faustino (2003)
(17)
6semana Tolerncia
Sem limite estipulado X12semana
MacGillivray et al(2006)(12) 4semana Parcial 0 a 90 X X X
Fanelli et al(2010)(21) 4a 6semanasSem carga at a 6, parcial entre
7a-10a e total na 11a semana3a 6semanas sem
ADM estipuladaX X X
Fanelli (2008)(3) 3a 6semanasSem carga at a 6, parcial entre 7a-
9a e total na 10a semanaIncio progressivo na 4
semana
0-45na 11
semana
0-45 na 11semana
Incio na 24semana
McAllister e Hussain
(2010)(20)3semana
Sem carga at a 3-6, parcialentre 3-6 e total na 6 semana
Incio entre a 3-6semanas
X X X
Quelard et al(2010)(19) 6semanaSem carga at o 10 dia, parcial entreo 11 e a 6a semana e total aps a 6a
semana
0-60at a 6semana,0-95 at a 8semana
e 0-120 aps a 8semana
2semana6semana
0-6016semana
Fanelli et al(2010)(21) 5semanaSem carga at a 5semana, parcial
at a 10semana e total apsa 10semana
5a 10semanas X 11semana X
Edson et al(2010)(22) 5semanaSem carga at a 5semana, parcial
at a 10semana e total apsa 10semana
5a 10semanasAps a 5semana
Aps a 10semana
0-6024semana
Rev Bras Ortop. 2012;47(4):421-7
8/10/2019 Fisioterapia para LCP
3/7
423
do protocolo foi realizada em uma planilha com forma-
to que acompanha a varivel tempo de ps-operatrio.
Deste modo, o protocolo se torna de fcil visualizao e
consulta (Anexo 1).
RESULTADOS
O protocolo apresentado mostra o perodo de libera-o da carga precoce nas primeiras semanas, sendo feitade forma parcial com uso de duas muletas e com umimobilizador longo bloqueado em extenso.
As mobilizaes passivas para a melhora da amplitu-de de movimento (ADM) devem ser realizadas de forma
precoce; para isso, preconizamos um ganho progressivotendo como parmetro 70 de flexo na quarta semana e90 na sexta semana; e, depois, o ganho total da ADMdeve ser conseguido at o terceiro ms para evitar con-traturas resultantes do processo de cicatrizao tecidual.
Note que o movimento de flexo ativa do joelho deveser retardado por dois meses.
O perodo ps-cirrgico da reconstruo do LCPpode vir acompanhado de dor; neste caso, a analgesiarealizada por recursos eletroterpicos benfica para o
processo de reabilitao no sentido de comodidade parao paciente. O recurso da crioterapia deve ser utilizadosempre que o joelho apresentar quadro de dor ou edema.
A maior restrio da fisioterapia no processo de rea-bilitao do paciente est relacionada com os exercciosde fortalecimento. Em nosso protocolo, retardamos os
exerccios de cadeia cintica aberta (CCA) para os fle-xores do joelho, para a oitava semana de ps-operatrio,deixando os exerccios em cadeia cintica fechada (CCF)e aberta (CCA) dos extensores para a segunda semana.
O trabalho sensrio-motor deve iniciar junto com a
liberao dos exerccios de CCF para extensores, e a pro-
gresso de solos estveis para instveis deve ser realizada
at, aproximadamente, o quarto ms junto aos estresses de
deslocamento anteroposterior, laterolateral e rotacional,
respectivamente. Neste perodo, iniciamos o processo de
treino pliomtrico que reservamos populao de atletas.
A previso para a liberao de atividades gerais aosindivduos no atletas gira em torno do sexto ms, pror-rogada por mais dois meses para as atividades esportivasde nvel competitivo.
DISCUSSOO processo de reabilitao na leso do LCP avalia-
do como um ponto complementar, porm essencial na
recuperao funcional do joelho(1). Os protocolos de rea-
bilitao priorizam a proteo do ligamento reconstrudo,
evitando-se o estresse excessivo no enxerto durante a rea-
bilitao, at que ocorra integrao do mesmo(2); contudo,
no se sabe ao certo quais so as tenses seguras e o quepodem provocar durante os exerccios de reabilitao(3).
Pouco se conhece sobre as modificaes estruturais
do enxerto aps a reconstruo ligamentar. Bosch e Kas-perczyk(4)estudaram as caractersticas histoqumicas
e biomecnicas do enxerto do tero central do tendopatelar para reconstruo do ligamento cruzado anterior(LCA), em ovelhas, na inteno de entender o proces-so de integrao, e encontraram uma fase necrtica ediminuio da resistncia ao estresse principalmentena oitava semana ps-reconstruo. Dado interessante que foi encontrada necrose do enxerto at a semana104, isto , dois anos ps-reconstruo.
Alm disso, uma tarefa difcil determinar o estresseque os ligamentos esto sujeitos durante o movimento
passivo do joelho nas atividades de carga e de fora
muscular, e se essas so prejudiciais ao enxerto. Mtodosde mensurao direta como a colocao de clulas decarga (dispositivos de medio) no ligamento so muitodifceis para serem realizados in vivo. Desta maneira, es-tudos em cadveres e mtodos indiretos de biomecnicacomo a dinmica inversa, so os mais utilizados.
Aspectos relacionados amplitude de movimento
Para evitar a perda da amplitude de movimento(ADM), Irrgang e Harner(5)dividiram os cuidados comos joelhos reconstrudos em trs fases: na pr-cirrgica,deve ser focada a eliminao do edema, da dor e a res-
taurao da ADM; na fase intraoperatria, a ADM pare-ce estar intimamente relacionada ao posicionamento dostneis sseos e a tcnica cirrgica; na fase ps-cirrgica,a mobilizao precoce e o ganho de mobilidade com aextenso restaurada entre duas e trs semanas e a flexoobtida at o terceiro ms so preconizados(6).
Restries em relao ao limite de ganho de flexo
do joelho so discutidas e controversas nos protocolosde reabilitao encontrados na literatura. Alguns auto-res priorizam limitar a angulao entre 0 e 60(7-10), 0 e70(11), 0 e 90(12-15), 0 e 120(16), sem limite estimulado(17)
e conforme a tolerncia do paciente(18)
. Quelard et al(19)
preconizam um protocolo gradativo para o ganho damobilidade passiva do joelho, realizando uma amplitu-de 0-60 nas primeiras seis semanas, 0-90 da sexta aoitava semanas e de 0-120 a partir da oitava semana.
Alguns estudos utilizam um protocolo mais lento e no
realizam a mobilizao passiva do joelho nas primeiras
semanas. McAllister e Hussain(20)iniciam entre a terceira
e a sexta semanas, Fanelli et al(21)entre a quinta e a 10a
semanas, Fanelli(3)na quarta semana e Edson et al(22)na
quinta semana.
Os critrios de progresso da ADM no so discutidosRev Bras Ortop. 2012;47(4):421-7
PROTOCOLO DE REABILITAO PARA AS RECONSTRUES ISOLADAS DO LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR
8/10/2019 Fisioterapia para LCP
4/7
424
nos protocolos encontrados e nenhuma explicaobiomecnica justifica o motivo de se limitar o ganhopassivo do movimento. Os protocolos adotados naliteratura existente parecem estar baseados em experinciasclnicas pessoais(22).
Estudos in situ sobre as tenses no LCP(23)demons-
traram que, com o aumento do grau de flexo passiva dojoelho, h tambm aumento nas tenses no LCP e, almdisso, o estresse em varo e o cisalhamento posterior da t-
bia tambm podem gerar aumento de fora sobre o LCP(24).
Devido a essas evidncias, devemos ser cautelosos com
o ganho de ADM passiva do joelho; por outro lado, a de-
mora no ganho de movimento pode trazer consequncias
como a restrio de amplitude articular e perda funcional.
Um dos procedimentos prticos utilizados por diver-sos profissionais, durante a reabilitao, a estabiliza-o da tbia com presso anterior constante na regio
posterior da perna a fim de evitar tenses excessivasno ligamento. A diminuio da tenso no LCP com aanteriorizao da tbia demonstrada em estudos emcadveres(24)e defendida por Irrgang e Fitzgerald(25)emseu protocolo de reabilitao.
Nosso protocolo restringe o ganho de ADM passivaat 70 por quatro semanas evoluindo a 90 por maisduas semanas. Aps a sexta semana, o ganho de ADM
passiva progressivo conforme a tolerncia do pacien-te, porm mantemos a fora de anteriorizao passivaaplicada tbia at a 10asemana.
Liberao da descarga de peso (marcha)A liberao de descarga de peso precoce nas recons-
trues isoladas do LCP uma prtica comum entre os
protocolos de reabilitao citados na literatura(11,12,16),porm no existe um consenso sobre o quanto poderiaser empregada sem causar efeitos deletrios ao enxertoem cicatrizao. Muitos protocolos(7,15,17) so favor-veis descarga de peso precoce conforme tolerncia do
paciente; ou seja, a descarga poder ser completa nasprimeiras semanas de reconstruo.
Atravs de um trabalho com modelo matemtico, Shel-
burne e Pandy(26)
demonstraram que, devido s foras in-cidentes sobre o joelho durante a descarga de peso, a tbia
apresenta tendncia ao cisalhamento anterior em relao
ao fmur, o que, teoricamente, no sobrecarregaria o LCP.Bosch e Kasperczyk(4), em seu experimento com ove-
lhas, verificaram que o movimento e a descarga de peso
precoce no geraram rupturas e nem aumento do compri-
mento do enxerto. Corroborando com esse conceito, Tou-
toungi et al(2)verificaram que o efeito de compresso axial
tende a diminuir o cisalhamento femorotibial e, consequen-
temente, os estresses gerados nos ligamentos centrais.
No estudo de Noyes e Barber-Westin
(6)
, que envolve
a reconstruo do LCP, a descarga de peso foi realizadade forma progressiva, com rtese protetora bloquea-da em extenso por quatro semanas, at a liberao dacarga total por volta da quinta semana; porm, outrosestudos so divergentes. Alguns autores preconizam quea descarga de peso deve ser conforme tolerncia do pa-
ciente e iniciada j na primeira semana(7,8,15,17,20,27,28)
, umestudo restringe uma carga parcial at a sexta semana(16),outros at a oitava semana(11,18).
A descarga de peso, em alguns protocolos, no pre-
conizada nos primeiros dias ps-reconstruo. Quelard
et al(19)realizam seu protocolo inicialmente sem descarga
de peso nos 10 primeiros dias, evoluindo para descarga
parcial no 11odia at a quinta semana e total aps a sexta
semana. McAllister e Hussain(20)no utilizaram a descarga
de peso por trs semanas, evoluindo para descarga par-
cial na quarta e quinta semanas e total, na sexta semana.
Edson et al
(22)
permaneceram cinco semanas sem descargade peso, evoluindo para parcial na sexta semana e total
na 10a semana. Outros autores tm protocolos diferentes
(Tabela 1); contudo, todos utilizam a rtese protetora blo-
queada em extenso associada descarga de peso.
Embasado nos estudos citados acima, nosso grupocada vez mais se sente seguro para recomendar descargade peso parcial, com evoluo para total de acordo coma tolerncia do paciente para as leses isoladas do LCP.
Fortalecimento muscular
Para o processo de fortalecimento muscular, a uti-
lizao de exerccios de cadeia cintica aberta (CCA)ou fechada (CCF) geram controvrsias sobre a eficciano ganho de fora, controle dos msculos do joelho eestresse gerado nos ligamentos entre as duas opes de
reabilitao. H tendncia de utilizao dos exercciosem CCF no incio dos protocolos e uma complementa-o com exerccios de CCA na fase mais avanada(29-34),
pois os primeiros (CCF) geram foras de compressoaxial sobre a articulao, o que diminuiria as forasde cisalhamento no joelho, alm de levar contraosimultnea do quadrceps e isquiotibiais, desejveis na
fase inicial de reabilitao.Nos protocolos de reabilitao citados em estudosprvios(7,11,17), a introduo dos exerccios em cadeias
cinticas aberta e fechada realizada de forma arbitrria
e sem respaldo de trabalhos que quantifiquem as tensesno LCP ou suas consequncias em relao lassido li-
gamentar durante o processo de reabilitao. Quelard et
al(19)recomendam o incio da CCA para fortalecimento
do quadrceps a partir da segunda semana, alguns estudos
sugerem iniciar a CCA nas primeiras trs semanas(7-9,11)
e outros introduzem somente entre a quarta e a sexta
semanas
(10,13,14,22)
. Fanelli
(3)
s inicia o fortalecimento doRev Bras Ortop. 2012;47(4):421-7
8/10/2019 Fisioterapia para LCP
5/7
425
quadrceps em CCA na 11asemana em angulao de 0-45.
Algumas angulaes de proteo so preconizadas
para os exerccios de fortalecimento do quadrceps emCCA. Variam entre 0 e 60(9,13,14), enquanto outros au-tores recomendam esse fortalecimento de 0 a 70 (27).
Drselen et al(23)demonstraram, em cadveres, e ou-
tros autores(2,33,35)
, em modelos matemticos, que nosexerccios em CCA o msculo quadrceps poderia di-minuir o estresse sobre o LCP, principalmente no finalda extenso do joelho, sendo este o exerccio de escolhano incio do processo de reabilitao.
Uma ressalva deve ser feita em relao aos exer-ccios em CCA para o quadrceps e suas implicaes
na reabilitao ps-reconstruo do ligamento cruzadoposterior. Se considerarmos somente as angulaes de
proteo em relao ao enxerto do LCP, poderemos cau-sar estresses demasiados na articulao femoropatelar e,consequentemente, leso da cartilagem de revestimentodesta articulao(36). Portanto, a angulao segura parao neoligamento compreende angulao de 0 a 70(25),e a proteo da articulao femoropatelar envolve asangulaes de 45 a 90(36). Assim, visando proteger oenxerto e a femoropatelar, nosso grupo utiliza-se da an-gulao de 45 a 70 para estimular o quadrceps. Comonos resta somente essa pequena amplitude de movimen-to, realizamos os exerccios de CCA de forma isomtri-ca em mltiplos ngulos dentro da faixa de seguranadescrita. O objetivo da CCA aberta na fase inicial noest relacionado ao ganho de fora, resistncia ou po-
tncia muscular, mas ao fato de recrutar o mximo defibras musculares. Assim, realizamos a CCA associandoa contrao voluntria mxima do paciente e a eletroes-timulao neuromuscular a fim de combater a inibioartrognica presente em joelhos doentes(37).
Os protocolos de reabilitao por ns encontradosintroduzem os exerccios em CCF para fortalecimentodo quadrceps em diversos perodos do protocolo dereabilitao. Esses perodos variam entre a quarta(9,10),sexta(19,27), oitava(11,14), 10a(22), 11a (3,21)e 12asemanas(17).
Em relao s angulaes de proteo, trs variantes
foram encontradas em nossa pesquisa. Alguns autorescomeam com miniagachamentos de 0 a 45(3,25), outrosintroduzem a CCF em uma angulao de 0 a 70(16)ealguns estudos(19,22)iniciam de 0-60.
Estudos in vivo(38-40)analisando o comprimento do LCPnativo atravs de mensuraes realizadas com ressonnciamagntica demonstraram aumentos do comprimento das
duas bandas do LCP em angulaes maiores de flexoem CCF. Porm, este tipo de mensurao no capaz
de definir a quantidade de tenso gerada no LCP durante
os exerccios ativos da reabilitao; portanto, somente
mensuraes diretas, atravs de clulas de carga, seriam
capazes de definir essas tenses, mas a metodologia desseprocedimento torna-se muito difcil para avaliar o LCP.
Em relao aos exerccios em CCF, estes ditos exer-ccios seguros em relao s foras de cisalhamentoanterior da tbia(26), devem ser realizados com cuidadona fase inicial do processo de reabilitao na cirurgia
do LCP. Os fatores que podem influenciar sobre os es-tresses nos ligamentos cruzados so as foras geradaspelas contraes musculares, como as co-contraes e
as foras de reao do solo(32).Shelburne e Pandy(26)demonstraram que a partir dos
10 de flexo, nos exerccios de CCF, o LCP demonstratenso aumentada, porm o pico de estresse ocorre emtorno de 80 de flexo.
Em nosso protocolo, os exerccios em CCF soiniciados a partir da segunda semana e so realizadosinicialmente em situaes de sobrecarga controlada.Utilizamos exerccios em superfcies estveis, como oleg press, os miniagachamentos e atividades funcionaiscomo levantar e sentar em cadeiras altas.
A amplitude de movimento deve respeitar as angu-laes de 0 a 45, pois o cisalhamento da tbia se fazna direo anterior, o que pouparia o LCP de tenses
exageradas, alm de proteger a articulao femoropate-lar(25). Aps os 70-80, as tenses aumentam considera-velmente, provocando estresses demasiados no LCP(26).
J os msculos isquiotibiais (IQT), quando contra-dos de forma isolada, portanto, em CCA, aumentama tenso sobre o LCP, devido fora de trao destes
msculos sobre a tbia(2,26,34,35). Shelburne e Pandy(26)demonstraram que os IQT so responsveis por umatenso posterior constante e, de acordo com o aumentode flexo do joelho, as foras que favorecem a anterio-rizao da tbia so diminudas.
Os protocolos geralmente postergam a introduo dosexerccios direcionados aos isquiotibiais visando no ten-
sionar demasiadamente o enxerto durante a fase inicial do
ps-operatrio. Os autores discordam em quando iniciar otrabalho muscular dos posteriores da coxa, variando entre
a sexta semana(8), oitava semana(16), nona semana(13), 16a
semana(28)
, 24a
semana(3,19,22)
. Em nosso protocolo, osexerccios para isquiotibiais so postergados at oitava
semana, visando poupar as foras de posteriorizao na
tbia durante a fase inicial do protocolo de reabilitao.
Andersen et al(41)verificaram que aps o perodo de10 a 12 semanas da cirurgia do LCP, os pacientes comamplitude de movimento funcional, marcha normaliza-da e com pouca ou nenhuma queixa clnica importan-te possuem menor preocupao em relao ao tipo deexerccio, velocidade de realizao e msculos a seremenfatizados para a normalizao da fora muscular e a
restaurao dos dficits funcionais remanescentes.Rev Bras Ortop. 2012;47(4):421-7
PROTOCOLO DE REABILITAO PARA AS RECONSTRUES ISOLADAS DO LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR
8/10/2019 Fisioterapia para LCP
6/7
426
Treino sensrio-motor
Uma das estruturas que auxiliam na propriocepo do
joelho o LCP(42), devido a uma enorme quantidade de
mecanorreceptores encontrados neste ligamento. O efeito
proprioceptivo do LCP principalmente estudado e discu-
tido em relao preservao ou no deste ligamento nas
cirurgias de prtese total de joelho. Os resultados so con-
troversos ao comparar os joelhos com e sem o ligamento,
quando avaliado o desfecho funcional do joelho(43).
Devido ao processo de leso do LCP e de seu papelsobre a propriocepo, o treinamento sensrio-motorsempre deve ser realizado e a evoluo deve ser feita
em solos estveis e de exerccios estticos para solosinstveis com exerccios dinmicos e cada vez maisespecficos ao objetivo funcional(43).
COnSIDERAES fInAISO protocolo proposto, em sua maior parte, foi enqua-
drado dentro das evidncias atuais sobre o assunto e temsido utilizado em nosso servio com boa tolerncia por
parte dos pacientes. O estado atual de evidncias nospermitiu analisar cada fase do processo de reabilitao;porm, mais estudos de cunho clnico com maior forade evidncia devem ser realizados.
REfERnCIAS1. Wilk KE. Rehabilitation of isolated and combined posterior cruciate ligament
injuries. Clin Sports Med. 1994;13(3):649-77.
2. Toutoungi DE, Lu TW, Leardini A, Catani F, OConnor JJ. Cruciate ligament
forces in the human knee during rehabilitation exercises. Clin Biomech(Bristol,Avon). 2000;15(3):176-87.
3. Fanelli GC. Posterior cruciate ligament rehabilitation: how slow should we go?
Arthroscopy. 2008;24(2):234-5.
4. Bosch U, Kasperczyk WJ. Healing of the patellar tendon autograft after pos-
terior cruciate ligament reconstruction--a process of ligamentization? An ex-
perimental study in a sheep model. Am J Sports Med. 1992;20(5):558-66.
5. Irrgang JJ, Harner CD. Loss of motion following knee ligament reconstruction.
Sports Med. 1995;19(2):150-9.
6. Noyes FR, Barber-Westin SD. Reconstruction of the anterior and posterior
cruciate ligaments after knee dislocation. Use of early protected postoperative
motion to decrease arthrofibrosis. Am J Sports Med. 1997;25(6):769-78.
7. Chen CH, Chen WJ, Shih CH. Double-bundle posterior cruciate ligament reconstruction
with quadriceps and semitendinosus tendon grafts. Arthroscopy. 2003;19(9):1023-6.
8. Wang CJ, Chen HS, Huang TW. Outcome of arthroscopic single bundle recons-truction for complete posterior cruciate ligament tear. Injury. 2003;34(10):747-51.
9. Leighton MM, Bach BR. Reabilitao das leses dos ligamentos do joelho. In: TriaAJ. Leses ligamentares do joelho. Rio de Janeiro: Revinter; 2002. p. 289-319.
10. Weber MD, Woodall WR. Reabilitao do joelho. In: Andrews JR, Harrelson GL,Wilk KE. Reabilitao fsica do atleta. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p. 399-456.
11. Bottoni CR, Parr RR. Double bundle arthroscopic posterior cruciate ligament
reconstruction using a new medial femoral cortical bridge technique. Techni-
ques in Knee Surgery. 2003;2(4):239-49. Available from: www.en.aspetar.com/
mritems/pdf/pcl%20op%20techs.pdf. Accessed in 2010 (Ago 11).
12. MacGillivray JD, Stein BE, Park M, Allen AA, Wickiewicz TL, Warren RF. Compa-rison of tibial inlay versus transtibial techniques for isolated posterior cruciate liga-ment reconstruction: minimum 2-year follow-up. Arthroscopy. 2006;22(3):320-8.
13. Kisner C, Colby LA. O Joelho. In: Kisner C, Colby LA. Exerccios teraputicos.
So Paulo: Manole; 1998. p. 407-57.
14. Monteiro CG, Forgas CB. Assistncia fisioteraputica nas leses do ligamento
cruzado posterior. In: Cohen M, Abdalla RJ. Leses nos esportes. Rio de
Janeiro: Revinter; 2003. p. 558-59.
15. Sthelin AC, Sdkamp NP, Weiler A. Anatomic double-bundle posterior cruciate
ligament reconstruction using hamstring tendons. Arthroscopy. 2001;17(1):88-97.16. Noyes FR, Medvecky MJ, Bhargava M. Arthroscopically assisted quadriceps double-
-bundle tibial inlay posterior cruciate ligament reconstruction: An analysis of techniques
and a safe operative approach to the popliteal fossa. Arthroscopy. 2003;19(8):894-905.
17. Faustino CAC. Reconstruo do ligamento cruzado posterior com os enxertos dostendes dos msculos flexores do joelho. Acta Ortop Bras. 2003;11(2):95-101.
18. Margherit ini F, Rihn J, Musahl V, Mariani PP, Harner C. Posterior cruciate liga-
ment injuries in the athlete: an anatomical, biomechanical and clinical review.
Sports Med. 2002;32(6):393-408.
19. Quelard B, Sonnery-Cottet B, Zayni R, Badet R, Fournier Y, Hager JP, et al.
Isolated posterior cruciate ligament reconstruction: is non-aggressive reha-
bilitation the right protocol? Orthop Traumatol Surg Res. 2010;96(3):256-62.
20. McAllister DR, Hussain SM. Tibial inlay posterior cruciate ligament reconstruc-
tion: surgical technique and results. Sports Med Arthrosc. 2010;18(4):249-53.
21. Fanelli GC, Beck JD, Edson CJ. Double bundle posterior cruciate ligament recons-truction: surgical technique and results. Sports Med Arthrosc. 2010;18(4):242-8.
22. Edson CJ, Fanelli GC, Beck JD. Postoperative rehabilitation of the posterior
cruciate ligament. Sports Med Arthrosc. 2010;18(4):275-9.
23. Drselen L, Claes L, Kiefer H. The influence of muscle forces and external
loads on cruciate ligament strain. Am J Sports Med. 1995;23(1):129-36.
24. Markolf KL, ONeill G, Jackson SR, McAllister DR. Effects of applied quadricepsand hamstrings muscle loads on forces in the anterior and posterior cruciate
ligaments. Am J Sports Med. 2004;32(5):1144-9.
25. Irrgang JJ, Fitzgerald GK. Rehabilitation of the multiple-ligament-injured knee.
Clin Sports Med. 2000;19(3):545-71.
26. Shelburne KB, Pandy MG. Determinants of cruciate-ligament loading during
rehabilitation exercise. Clin Biomech (Bristol, Avon). 1998;13(6):403-413.
27. Fanelli GC, Giannotti BF, Edson CJ. The posterior cruciate ligament arthrosco-
pic evaluation and treatment. Arthroscopy. 1994;10(6):673-88.
28. Allen CR, Kaplan LD, Fluhme DJ, Harner CD. Posterior cruciate ligament
injuries. Curr Opin Rheumatol. 2002;14(2):142-9.
29. Draganich LF, Vahey JW. An in vitro study of anterior cruciate ligament strain
induced by quadriceps and hamstrings forces. J Orthop Res. 1990;8(1):57-63.
30. Escamilla RF, Fleisig GS, Zheng N, Barrentine SW, Wilk KE, Andrews JR.
Biomechanics of the knee during closed kinetic chain and open kinetic chain
exercises. Med Sci Sports Exerc. 1998;30(4):556-69.
31. Escamilla RF. Knee biomechanics of the dynamic squat exercise. Med SciSports Exerc. 2001;33(1):127-41.
32. Palmitier RA, An KN, Scott SG, Chao EY. Kinetic chain exercise in knee reha-
bilitation. Sports Med. 1991;11(6):402-13.
33. Lutz GE, Palmitier RA, An KN, Chao EY. Comparison of tibiofemoral joint
forces during open-kinetic-chain and closed-kinetic-chain exercises. J Bone
Joint Surg Am. 1993;75(5):732-9.
34. Mesfar W, Shirazi-Adl A. Biomechanics of changes in ACL and PCL material
properties or prestrains in flexion under muscle force-implications in ligament
reconstruction. Comput Methods Biomech Biomed Engin. 2006;9(4):201-9.
35. Zavatsky AB, Beard DJ, OConnor JJ. Cruciate ligament loading during iso-
metric muscle contractions. A theoretical basis for rehabilitation. Am J Sports
Med. 1994;22(3):418-23.
36. Steinkamp LA, Dillingham MF, Markel MD, Hill JA, Kaufman KR. Biomecha-
nical considerations in patellofemoral joint rehabilitation. Am J Sports Med.
1993;21(3):438-44.
37. Fischer-Rasmussen T, Krogsgaard M, Jensen DB, Dyhre-Poulsen P. Inhibitionof dynamic thigh muscle contraction by electrical stimulation of the posterior
cruciate ligament in humans. Muscle Nerve. 2001;24(11):1482-8.
38. Komatsu T, Kadoya Y, Nakagawa S, Yoshida G, Takaoka K. Movement of the
posterior cruciate ligament during knee flexion--MRI analysis. J Orthop Res.
2005;23(2):334-9.
39. Li G, DeFrate LE, Sun H, Gill TJ. In vivo elongation of the anterior cruciate ligament and
posterior cruciate ligament during knee flexion. Am J Sports Med. 2004;32(6):1415-20.
40. DeFrate LE, Gill TJ, Li G. In vivo function of the posterior cruciate ligament
during weightbearing knee flexion. Am J Sports Med. 2004;32(8):1923-8.
41. Andersen LL, Magnusson SP, Nielsen M, Haleem J, Poulsen K, Aagaard P.
Neuromuscular activation in conventional therapeutic exercises and heavy re-
sistance exercises: implications for rehabilitation. Phys Ther. 2006;86(5):683-97.
42. Pagnano MW, Cushner FD, Scott WN. Role of the posterior cruciate ligament
in total knee arthroplasty. J Am Acad Orthop Surg. 1998;6(3):176-87.
43. Lephart SM, Fu FH. Proprioception and neuromuscular control in joint stability.
Philadelphia: Human Kinetics; 2001.
Rev Bras Ortop. 2012;47(4):421-7
8/10/2019 Fisioterapia para LCP
7/7
427
Aexo 1 Protocolo reabilitao do ligamento cruzado posterior.
Rev Bras Ortop. 2012;47(4):421-7
PROTOCOLO DE REABILITAO PARA AS RECONSTRUES ISOLADAS DO LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR