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NÚCLEO DE SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
FLEXIBILIDADE EM POLICÍAIS MILITARES: UM ESTUDO DESCRITIVO
ALAN JOSÉ DE MELO MACHADO
MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO
Porto Velho – Rondônia
2011
2
FLEXIBILIDADE EM POLICÍAIS MILITARES: UM ESTUDO DESCRITIVO
AUTOR: Alan José de Melo Machado
ORIENTADOR: Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Educação Física do Núcleo de Saúde da
Fundação Universidade Federal de Rondônia para obtenção
do título de Licenciado em Educação Física.
Porto Velho – Rondônia
2011
3
FICHA CATALOGRÁFICA
MACHADO, Alan José de Melo
Flexibilidade em policiais militares: um estudo descritivo / Alan José de Melo
Machado Porto velho-(RO)
44 pág.
Monografia (Conclusão de Curso) – Departamento de Educação Física
(UNIR). Área de Concentração: Atividade Física e Saúde.
ORIENTADOR: Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves
1. Aptidão Física. 2. Flexibilidade. 3. Saúde.
4
Autor: Alan José de Melo Machado.
Título: Flexibilidade em policiais militares.
Data da Defesa: 10/06/2011
BANCA EXAMINADORA
Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves
.
Julgamento: ______________ Assinatura _______________________________
Prof. Ms. Eurly Kang Tourinho
Julgamento: ______________ Assinatura _______________________________
Prof. João Bernardino de Oliveira Neto
Julgamento: ______________ Assinatura _______________________________
NOTA: ____________(_____________________)
5
DEDICATÓRIA
A Meus filhos que são a minha inspiração nos
momentos de atribulação, a minha esposa e
companheira que me deu força para que eu
realizasse meus sonhos, a meus pais pela
dedicação com a qual me criaram. E aos
professores pela paciência que tiveram ao me
transmitir conhecimento durante toda minha vida
acadêmica.
6
SUMÁRIO
SUMÁRIO ................................................................................................................. vi
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS ......................................................................... vii
RESUMO .................................................................................................................. viii
ABSTRACT .............................................................................................................. ix
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
1.1. Justificativa ........................................................................................................ 12
1.2. Objetivos do estudo ........................................................................................... 14
1.3. Objetivos Específicos ......................................................................................... 14
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 14
2.1. Orientações ....................................................................................................... 14
2.2. A polícia militar e a companhia de operações especiais ................................... 15
2.3. Flexibilidade ...................................................................................................... 22
2.4. Treinamento da flexibilidade .............................................................................. 29
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 35
3.1. Caracterização do estudo ................................................................................. 35
3.2. População e amostra ........................................................................................ 35
3.2.1. Procedimentos para seleção da amostra ....................................................... 35
3.3 Instrumentos e coleta de dados ......................................................................... 35
3.4 Estatística .......................................................................................................... 36
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GLOSSÁRIO
7
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Tabela 1 - Valores do Teste de Sentar e Alcançar – Masculino;
Tabela 2 – Média e desvio padrão dos dados antropométricos e da idade entre o grupo de
faixa etária de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos de idade. Porto Velho (RO), 2006;
Tabela 3 - Distribuição de freqüência dos policiais conforme classificação de acordo com os níveis de flexibilidade. Gráfico 01: Níveis de flexibilidade dos policiais
8
Flexibilidade em Policiais Militares: um estudo descritivo
Alan José de Melo Machado
RESUMO O estilo de vida é caracterizado por padrões de comportamento identificáveis que podem ter
um efeito profundo na saúde dos seres humanos e está relacionado com diversos aspectos
que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas (WHO, 1998).
Os músculos constituem um componente fundamental da flexibilidade por suas
propriedades elásticas (DANTAS, 1995), o que está em concordância com Fox et al. (1986)
na seguinte citação: “é, no entanto, a fibra muscular que apresentará o maior potencial para
o desenvolvimento da flexibilidade”. Em algumas profissões, a flexibilidade, como outras
capacidades motoras, exerce papel importante para o desenvolvimento de suas tarefas
diárias, um bom exemplo é a do policial militar, ela é bastante solicitada em diversas
articulações, pois no decorrer de seu trabalho ele realiza movimentos vigorosos. Assim esta
pesquisa tem como questão central o seguinte questionamento: quais os níveis de
flexibilidade na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, dos policiais militares da companhia
de operações especiais da Cidade de Porto Velho/RO. A amostra consta de 61 indivíduos
do sexo masculino, com faixa etária entre 20 e 39 anos, todos lotados na Companhia de
Operações Especiais da Policia Militar de Rondônia (COE/RO). Foi utilizado o teste de
"Sentar-e-alcançar" [(Seat and Reach Test (Jonson e Nelson, 1979)], proposto por Filho
(1999), Nos resultados, observou-se que nenhum participante alcançou o melhor nível,
apenas 5% dos indivíduos com idade de 20 a 29 anos e 7% dos indivíduos de 30 a 39 anos
alcançaram o nível satisfatório. Com 28,5% no nível intermediário dos indivíduos de 20 a 29
anos e 20,5% da faixa etária de 30 a 39 anos. Através desses resultados, observa-se uma
necessidade de mais pesquisas e programas para o desenvolvimento da flexibilidade
desses policiais, elaborados por profissionais da área da saúde juntamente com o Comando
da Corporação.
Palavras Chaves: 1. Aptidão Física. 2. Flexibilidade. 3. Saúde.
9
Flexibility in Military Police: a descriptive study
Alan José de Melo Machado
ABSTRACT The lifestyle is characterized by behavior patterns that can have a profound effect on the health of humans and is related to several aspects that reflect the attitudes, values and life opportunities of people (WHO, 1998). The muscles are a key component of the flexibility of its elastic properties (Dantas, 1999), which is in agreement with Fox et al. (1986) in the following quote: "It is, however, the muscle fibers that present the greatest potential for the development of flexibility." In some professions, flexibility, like other motor skills, plays an important role in the development of their daily tasks, a good example is the military police, it is fairly applied in several joints, because in the course of his work he performs vigorous movements . So this research is a central issue the question: what levels of flexibility in the age group 20 to 39 years, the company of military police special operations of the City of Porto Velho, RO. The sample consists of 61 males, aged between 20 and 39 years, all blended in the company of Special Operations Military Police of Rondônia (COE / RO). Test was used to "sit-and-reach" ([Seat and Reach Test (Johnson and Nelson, 1979)] proposed by Son (1999), Results showed that no participant has reached the highest level, only 5 % of persons aged 20 to 29 years and 7% of individuals between 30 and 39 years reached a satisfactory level. With 28.5% at the intermediate level of individuals aged 20 to 29 years and 20.5% of females aged 30 to 39 years. Through these results, there is a need for more research and programs to develop the flexibility of these officers, drawn up by health professionals with the Command of the Corporation. Keywords: 1. Physical Fitness. 2. Flexibility. 3. Health
10
1. INTRODUÇÃO
Estilos de vida inadequados e aptidão física diminuída são motivos de preocupação
no ambiente de trabalho, pois afetam a saúde e o bem-estar com conseqüências para
indivíduos e empresas. Trabalhadores com baixos níveis de aptidão física e estilos de vida
inadequados podem ser menos produtivos, apresentar menor capacidade de decisão e
estão mais predispostos ao absenteísmo.
A qualidade de vida assim como a saúde depende de uma série de determinantes
complexos e de difícil mensuração. Contudo, esses determinantes são dependentes de um
estilo de vida adequado, tendo a aptidão física como potencializador (CSEF, 1998;
USDHHS, 1996). Para quantificar qualidade de vida, saúde, estilo de vida, aptidão física e a
própria atividade física existem diversos índices e indicadores (longevidade, escolaridade,
renda, pressão arterial, perfil lipídio sangüíneo, tabagismo, hábitos alimentares, testes de
aptidão física e quantificação da atividade física habitual). Contudo, alguns indicadores
principalmente os que estão fundamentados em variáveis fisiológicas e os que permitem
verificação direta, como a escolaridade comprovada de um determinado indivíduo, por
exemplo, são mais objetivos do que aqueles indicadores que medem comportamentos ou o
que o indivíduo diz que faz (CORBIN et. al. 2000; MORROW et al. 2000; USDHHS, 1996;
BAUMGARTNER e JACKSON, 1995).
Segundo Nahas (2001), a inatividade física representa uma causa importante de
debilidade, de reduzida qualidade de vida e morte prematura nas sociedades
contemporâneas, particularmente nos países industrializadas, pois a probabilidade de
ocorrer um infarto em uma pessoa sedentária é duas vezes maior quando comparados com
aqueles que são regularmente ativos.
Para Guedes; Guedes (1998), um bom nível de aptidão física relacionado à saúde
dispõem de elementos como flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, resistência
muscular localizada e composição corporal, que são considerados fundamentais para que o
ser humano tenha uma vida com menos riscos de desenvolver as doenças crônico-
degenerativas.
O estudo da flexibilidade, no momento atual, auxilia para o desenvolvimento do bem
estar de trabalhadores. Alguns profissionais necessitam de um bom condicionamento físico
para desenvolverem suas atividades no Brasil e no mundo. Alter (1999) citando Garhammer
(1989) explica que a flexibilidade é reconhecida como fator crucial no movimento hábil,
podendo, consequentemente, desempenhar um papel significativo na determinação do
resultado final de vários desempenhos.
O crescente desenvolvimento da "ciência" do esporte nos proporciona cada dia
novos conhecimentos e maneiras de treinamento físico, técnico, tático e psicológico
11
diferenciado. O condicionamento físico dos atletas é um dos aspectos que mais se
desenvolveu na ciência do treinamento nos últimos tempos. As capacidades motoras
apresentam características próprias para seu aperfeiçoamento, dentre elas está à
flexibilidade que pode ser definida como a capacidade da unidade musculotendínea,
alongar-se enquanto um segmento corporal ou articulação se move através da amplitude de
movimento livre de dor e restrições.
A flexibilidade pode ser considerada fundamental na realização de certas tarefas e,
além disso, os últimos progressos em medicina física e reabilitação indicam que é
igualmente importante para a saúde geral e a aptidão física do ser humano. Exemplo disso
são os exercícios de flexibilidade que vêm sendo prescritos com sucesso para o alívio da
tensão neuromuscular generalizada e das lombalgias. Em resumo, segundo Fox (1991), os
atletas quando mantêm um grau satisfatório de flexibilidade, ficam menos suscetíveis a
certas lesões musculares.
Diversos estudiosos tecem definições e fazem algumas conceituações sobre
flexibilidade, à definição dada por Tubino (1984, p.181), é “a qualidade física que condiciona
a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de
determinadas ações”. Esta definição poderia ser complementada e enunciada por Dantas
(1998, p.33), como: “qualidade física responsável pela execução voluntária de um
movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações,
dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”.
Conforme considerações de Farias Junior & Barros, (1998), a falta de exercícios
voltados ao desenvolvimento da flexibilidade, pode provocar disfunções musculares, de
postura e problemas articulares. O declínio da flexibilidade nas regiões do quadril e da
coluna lombar, em pessoas não atletas podem provocar lombalgias (dores na região da
coluna lombar), que afetam normalmente 80% das pessoas em determinadas fases da vida.
Em algumas profissões, a flexibilidade, como outras capacidades motoras, exerce
papel importante para o desenvolvimento de suas tarefas diárias, um bom exemplo é a do
policial militar. No trabalho policial a flexibilidade é bastante solicitada em diversas
articulações, pois no decorrer de seu trabalho ele realiza movimentos vigorosos como entrar
e sair rapidamente de uma viatura, escalar muros e edificações correr nadar saltar sempre
utilizando equipamentos pesados como: colete, coldre, armas de fogo, coturno e capacete.
No trabalho de controle de distúrbios: onde além de todos os equipamentos já
citados o policial adiciona o uso do escudo balístico do bastão da caneleira e da cutuveleira,
chegando a acrescentar vários quilos ao seu peso corporal.
12
Diante do exposto e da realidade da prática de exercícios físicos que acompanham
estes profissionais, esta pesquisa tem como questão central o seguinte questionamento:
quais os níveis de flexibilidade na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, dos policiais
militares da companhia de operações especiais da Cidade de Porto Velho/RO?
1.1. JUSTIFICATIVA
O estilo de vida é caracterizado por padrões de comportamento identificáveis que
podem ter um efeito profundo na saúde dos seres humanos e está relacionado com diversos
aspectos que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas
(WHO, 1998).
Segundo Dantas (1999), a elasticidade do tecido muscular e do tecido conjuntivo é
reduzida pela inatividade. Esse fenômeno pode ser constatado em sua completa magnitude,
quando existe uma inatividade total com a ocorrência de atrofia muscular. Para Silva,
Taranto e Piaseck (2006), as queixas de dores nas costas aumentam cada vez mais na
medida em que as pessoas se deslocam e trabalham sentadas ou pouco se movem.
O alongamento se refere à forma de trabalho que visa manter os níveis de
flexibilidade obtidos e realizar os movimentos de amplitude normal com o mínimo de
restrição física possível. O flexionamento visa obter uma melhora de flexibilidade através da
viabilidade de amplitudes de arcos de movimento articular superior a original (DANTAS,
1999). Segundo Alter (1999), flexibilidade é a amplitude de movimento disponível em uma
articulação ou grupo de articulações, referindo-se a extensibilidade dos tecidos
periarticulares para permitir movimentos normais ou fisiológicos de uma articulação ou
membro.
Falar em flexibilidade é, portanto, se referir aos maiores arcos, ou seja, a maior
amplitude de movimento possível por articulações envolvidas que se pode realizar. Como a
prática desportiva exige a utilização completa dos arcos articulares especificamente
envolvidos nos gestos desportivos, fica muito difícil, se não impossível, o desempenho de
alto rendimento sem se dispor de um bom nível de flexibilidade nos segmentos musculares
empenhados e/ou nas articulações envolvidas. Pode-se então, constatar que a flexibilidade,
segundo Achour Jr. (1996, p.103), “[...] é importante para o atleta melhorar aquelas
amplitudes de movimento e reduzir os riscos músculos-articulares”.
O aumento da flexibilidade e a importância de medir esta variável estão no fato de
mostrar ao indivíduo que a prática de atividade física pode melhorar seu estado de saúde e
contribuir na produção de seu trabalho (DANTAS, 1999).
13
O policial militar, por determinação das constituições Federal e Estadual,
desempenha tarefas específicas na área da segurança pública. Sua atribuição principal
constitui a manutenção da segurança pública por meio do policiamento ostensivo. Para isto,
é necessário que permaneça diariamente nas ruas atuando preventivamente na
manutenção da ordem e repressivamente na restauração da mesma (BRASIL, Constituição
de 1988).
Durante a jornada de trabalho o policial militar permanece por muitas horas de pé,
caminha, corre, carrega material pesado e eventualmente precisa fazer uso exaustivo da
força (VELHO, 1994; SILVEIRA, 1997). Baixos níveis de aptidão física podem limitar o
exercício da sua função, pois aumenta o estresse, diminui a percepção de bem-estar e pode
influenciar na sua capacidade de decisão (DANNA e GRIFFIN, 1999).
Seguindo esta linha de pensamento, pode-se enfatizar a importância dos exercícios,
melhorando o nível de flexibilidade na perspectiva de preparação destes profissionais
contribuindo com a melhoria no desempenho das suas funções diárias.
Para Bezerra Filha (2004), na atividade Policial Militar, em particular, a aptidão física
torna-se fundamental, pois, nas adversidades de sua função, é necessário ao policial militar
que ele tenha um bom nível de aptidão física que ele possa agir de forma eficiente e eficaz
na preservação da ordem pública.
Essa preocupação é evidenciada já na seleção dos candidatos aos cursos
desenvolvidos na Polícia Militar, pois o bom desenvolvimento em uma bateria de testes de
habilidades físicas é um dos requisitos essenciais para o ingresso na PM, ou seja, o
candidato precisa estar fisicamente apto para o ingresso nas fileiras da corporação.
Mas uma realidade constante é que quando o policial é designado para sua função
fim, o treinamento físico que ocorreu durante o curso de formação é deixado de lado, muitas
vezes por causa da alta carga de trabalho e do pouco espaço de tempo para a recuperação
física e mental, sendo que uma agravante deste problema é que aqueles que trabalham na
área conhecida como operacional, tem sua parte física e mental levadas ao extremo
esgotamento, por motivo dos diferentes climas, terrenos e situações vivenciadas por esses
profissionais.
O interesse da pesquisa está na possibilidade de explicar qual o verdadeiro papel da
flexibilidade, dentro de um contexto da promoção da saúde e prevenção de lesões aos
profissionais em questão, na busca dos benefícios propalados e que somente serão
alcançados mediante treinamento dos níveis de flexibilidade, que segundo Achour Jr. (2004,
p.66), o estilo de vida pouco ativa e a falta de exercícios específicos de alongamento
14
geralmente levam à incapacidade para execução de movimentos amplos, em virtude da
diminuição da flexibilidade.
Alguns estudos realizados com policiais militares detectaram níveis insatisfatórios de
aptidão física na referida população, e apontam para a necessidade de que estas pessoas
apresentem graus elevados de qualidades físicas básicas necessárias ao desempenho
profissional específico. Nesse aspecto, até onde se investigou na literatura especializada,
poucos foram os estudos realizados no Brasil e em Rondônia com a referida população, o
que justifica a realização desta pesquisa, a qual pretende investigar o nível de flexibilidade
em policiais militares na faixa etária de 20 a 39 anos.
1.2. OBJETIVOS DO ESTUDO
1.2.1. OBJETIVO GERAL
Investigar os níveis de flexibilidade, na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, dos
integrantes da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar na Cidade de Porto
Velho/RO.
1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar o nível de flexibilidade em policiais militares nas faixas etárias de 20 a 29,
30 a 39 anos;
Comparar os dados coletados;
Descrever os métodos de treinamento da flexibilidade.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. ORIENTAÇÕES
A fim de atender aos objetivos deste estudo, este capítulo apresenta os subsídios
necessários para uma ampla discussão dos resultados encontrados nesta pesquisa,
facilitando e possibilitando um melhor entendimento desta investigação. Dessa forma, os
tópicos que abordam os aspectos relativos a este estudo, obedecem a seguinte ordem: a) A
polícia militar e a companhia de operações especiais, Histórico; b) tabelas de operações
realizadas pela companhia de operações especiais; c) Organograma da Polícia Militar de
Rondônia; d) considerações gerais sobre os policiais militares; e) Flexibilidade, definição; f)
Importância da flexibilidade; g) Para a saúde; h) Para a performance; i) Métodos de
15
avaliação de flexibilidade; j)Instrumentos; l) Avaliação da flexibilidade; m) Fatores limitantes
de flexibilidade; n) Fatores influenciadores da flexibilidade; o) Treinamento a flexibilidade; p)
Métodos para desenvolvimento da flexibilidade; q) Métodos estático; r) Método passivo (ou
flexionamento estático); s) Método balístico; t) Método da facilitação neuromuscular
proprioceptivo.
2.2. POLÍCIA MILITAR E COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
2.2.1. HISTÓRICO
A Polícia Militar do Território Federal de Rondônia foi criada através da Lei Federal nº
6270 de 26 Novembro 1975, regulamentada através do Dec Federal nº 79.108 de 11 Janeiro
1977. O Comando Geral da Polícia Militar de Rondônia (PMRO) instalado em 13 Maio de
1976, situado à Av. Benjamin Constant nº 1147 em Porto Velho, sendo o seu primeiro
Comandante o Major INF EB IVO CÉLIO DA SILVA, comissionado no posto de TEN CEL
PM, o qual foi colocado a disposição do Território pelo Presidente da República em 26
Fevereiro de 1976. O Quartel do Comando Geral mudou-se para as atuais instalações na
Av. Tiradentes nº 3360 - Bairro Pedacinho de Chão no dia 11 Junho 1979 (Portal
Corporativo - Polícia Militar de Rondônia, 2003).
Os primeiros policiais foram homens servidores da antiga Guarda Territorial, a qual
teve dezenove Sargentos, três Cabos e cinqüenta e seis Soldados aproveitados dos cento e
sessenta e seis Guardas Territoriais inscritos. O efetivo foi aumentando gradualmente, em
1993, foi afixado que o efetivo da PM deveria ser composto por 8.406 policiais através da
Lei Estadual nº 6078 de 08 setembro 93 (Portal Corporativo - Polícia Militar de Rondônia,
2003).
As missões dos policiais variam conforme o setor ao qual foi engajado, por exemplo,
os militares do Primeiro Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) são encarregados de realizar o
policiamento ostensivo nas diversas modalidades e cumprir com as diferentes missões
policiais militares, sendo responsáveis pela execução da atividade fim da Corporação no
setor mais antigo da cidade. Enquanto os militares do Quinto Batalhão de Polícia Militar (5º
BPM) são responsáveis pelo setor mais jovem e demais distritos da cidade. (Portal
Corporativo - Polícia Militar de Rondônia, 2003).
Já a Companhia de Operações Especiais (COE) foi instituída no dia 7 de dezembro
de 1982, através do decreto n° 717 da lavra do então Governador JORGE TEIXEIRA DE
OLIVEIRA, recebeu como primeira denominação COMPANHIA DE POLÍCIA DE CHOQUE,
com o objetivo de ser a unidade da polícia militar especializada, treinada e qualificada
operacionalmente para desenvolver e cumprir as missões de contra-guerrilha rural e urbana.
16
Além de desenvolver outras atividades de caráter extraordinário determinado pelo comando
da corporação.
No dia 26 de abril de 1985, mediante o Decreto n° 2.641, assinado pelo Governador
do estado de Rondônia Ângelo Angelim, extinguindo-se a Companhia de Policiamento de
Choque, e foi criado o PELOTÃO DE CHOQUE (PEL CHQ) contando organicamente com
33 (trinta e três) policiais militares. Contudo, em virtude do crescimento populacional do
Estado, pela elevação do nível operacional da tropa e pela as adversidades na área de
segurança pública geradas pelas atividades desordenadas de garimpo em meados da
década 1980, foi extinto o Pelotão de Choque, e criada a COMPANHIA DE OPERAÇÕES
ESPECIAIS (COE), na conformidade do Decreto n° 3.261, de 14 de abril de 1987, pelo
então governador Jerônimo Santana, recebendo nova estrutura através do Decreto n° 6.078,
de 8 de setembro de 1993 pelo governador em exercício Osvaldo Piana Filho.
Em 7 de dezembro de 1996, o Decreto n° 7.633, do então governador Valdir Raupp
de Mattos extinguiu a COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (COE ) e deu nova
designação à unidade de elite da polícia militar do estado de Rondônia, passando ser
denominada de COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS (CCD). No entanto, em
virtude da gama de atividades operacionais desenvolvidas pela referida Organização policial
militar e resgate do nome histórico desta unidade de elite, de forma a reconhecer as ações
que lhe eram atribuídas, vislumbrou-se a necessidade de novamente retornar á designação
de COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (COE) através do Decreto n° 10.147, de 15
de outubro de 2002 da lavra do Governador José Bianco. Hoje situada a avenida jatuarana,
bairro Cohab, em Porto Velho, a COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS possuia na
época da pesquisa um efetivo de 97 (noventa e sete) policiais militares, sendo 06 (seis)
policiais femininas e 91 (noventa e um ) masculinos.
2.2.2. TABELAS DE OPERAÇÕES REALIZADAS PELA COMPANHIA DE OPERAÇÕES
ESPECIAIS.
Para um melhor entendimento da atividade destes policiais e do quantitativo de horas
de trabalho dos mesmos, estão relacionadas nas tabelas a seguir as operações realizadas
nos anos de 2003 a julho de 2006 pela COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (COE).
17
OPERAÇÕES REALIZADAS EM 2003
1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO
Ano Tipo de policiamento realizado N° de
operações
Horas
trabalhadas
2003 Apoio a SEAPEN (revista, mutirão, vacinação, rebelião em
presídios)
28 224
Apoio a órgão de justiça (Escolta de Preso) 25 200
Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 01 08
Segurança de autoridades 01 08
SOMA 55 440
2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES
Ano Tipo de policiamento realizado N° de
operações
Horas
trabalhadas
2003 Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2003) 09 72
Apoio 3° BPM 01 8
Apoio Companhia de Guarda 02 16
Apoio ao BPA 03 24
Revista Centro de Correção 02 16
Comando de Abordagem 53 424
Policiamento bancário 53 424
Reintegração de posse 02 16
SOMA 125 1000
18
OPERAÇÕES REALIZADAS EM 2004
1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO
Ano Tipo de policiamentos realizados N° de
operações
Horas
trabalhadas
2004 Apoio SEAPEN (revista, multirão, vacinação, rebelião em
presídio)
17 136
Apoio a Órgão de Justiça (Escolta de Preso) 22 176
Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 20 160
SOMA 59 472
2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES
Ano Tipo de policiamentos realizados N° de
operações
Horas
trabalhadas
2004 Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2004) 18 144
Apoio 7° BPM 02 16
Comando de Abordagem 17 136
Reintegração de posse 01 08
Apoio a DAL (Escolta de munições) 03 24
SOMA 41 328
19
OPERAÇÕES REALIZADAS EM 2005
1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO
Ano Tipo de policiamento realizado N° de
operações
Horas
trabalhadas
2005 Apoio a SEAPEN (revista, mutirão, vacinação, rebelião em
presídios)
10 80
Apoio a órgão de justiça (Escolta de Preso) 02 16
Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 46 368
Segurança de autoridades 03 24
SOMA 63 488
2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES
Ano Tipo de policiamentos realizados N° de
operações
Horas
trabalhadas
2004 Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2005) 15 120
Apoio 5° BPM 01 08
Comando de Abordagem 03 24
Reintegração de posse 01 08
Apoio Companhia de Guarda 04 32
Apoio ao BPA 02 16
SOMA 26 208
20
OPERAÇÕES REALIZADAS DE JANEIRO A JULHO DE 2006
1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO
Ano Tipo de policiamento realizado N° de
operações
Horas
trabalhadas
Jan
a
Jul/06
Apoio a SEAPEN (revista, mutirão, vacinação, rebelião em
presídios)
14 112
Apoio a SESDEC 01 08
Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 01 08
Segurança de autoridades 06 48
Apoio a Polícia Civil 02 16
Apoio a PRF 01 08
SOMA 25 200
2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES
Ano Tipo de policiamentos realizados N° de
operações
Horas
trabalhadas
Jan
a
Jul/06
Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2005) 13 104
Comando de Abordagem 23 184
Escolta de valores 01 08
Apoio Companhia de Guarda 01 08
Apoio ao BPA 02 16
SOMA 40 320
21
2.2.3. ORGANOGRAMA DA POLÍCIA MILITAR DE RONDÔNIA
A figura a seguir mostra como estar organizada a Polícia Militar do Estado de
Rondônia, que possui o slogan “para servir e proteger”.
Fonte: Portal Corporativo - Polícia Militar de Rondônia (2003).
22
2.2.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS POLICIAIS MILITARES
Os policiais militares, mesmo antes de serem admitidos nesta profissão já devem
apresentar qualidades físicas superiores às apresentadas pela maioria das pessoas
comuns. Os testes de aptidão física funcionam como uma forma de eliminatória de
concursos de admissão para a classe social referida, sendo estes aplicados aos
concorrentes em disputa pelas vagas disponíveis, as quais se encontram descritas em
edital; Deste modo, todos aqueles que apresentarem baixo desempenho nos testes físicos
são classificados como não aptos e conseqüentemente estão fora da seleção. Os referidos
testes normalmente envolvem parâmetros neuromusculares e cardiopulmonares, além dos
componentes físicos como, por exemplo, a estatura, que é considerada de alta relevância na
triagem dos PMs, sendo comum os editais descreverem que os concorrentes deverão
apresentar escores da referida variável de no mínimo 1,60 m, sob pena de serem
desclassificados.
Para realizar esta seleção, bem como a formação dos referidos profissionais o
Estado investe tempo, recursos humanos e financeiros. Assim, deve-se resguardar a saúde
e o bem-estar dos PMs para que estes desenvolvam satisfatoriamente sua função de
proteção à sociedade (RODRIGUEZ-AÑEZ, 2003). Neste sentido a Educação Física para
policiais militares tem por objetivo: a) proporcionar a manutenção preventiva da saúde; b)
desenvolver, manter e recuperar a condição física geral dos militares; c) cooperar no
desenvolvimento das qualidades morais e profissionais e; d) proporcionar uma redução dos
níveis de stress adquiridos no cotidiano do trabalho (BARBOZA & SANDES, 2002).
2.3. FLEXIBILIDADE.
2.3.1. DEFINIÇÃO.
Segundo Caspersen et al (1985), a aptidão física é a capacidade de realizar
atividades físicas, sendo dependente de características inatas ou adquiridas pelos
indivíduos. Para Knapik et al (1989), o teste de aptidão física é uma maneira simples de
medir as habilidades militares, utilizando os maiores grupos musculares e o sistema
cardiorrespirátorio, os resultados estão relacionados ao nível de aptidão física e a
habilidade.
De acordo com Weineck (2003), os principais requisitos motores são resistência,
força, velocidade e flexibilidade.
23
A flexibilidade é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um
movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações,
sem riscos de provocar lesões, os fatores que influenciam são: idade, sexo, hora do dia,
temperatura do ambiente, estado de treinamento e situação do atleta (PLATONOV, 2004). É
a capacidade e a característica de um atleta de executar movimentos de grande amplitude,
ou sob forças externas, que requeiram a movimentação de muitas articulações (WEINECK,
2003).
A flexibilidade conforme (WEINECK, 2005, p.470). “É a capacidade e a característica
de um atleta de executar movimentos de grande amplitude, ou sob forças externas, ou ainda
que requeiram a movimentação de muitas articulações”. Na definição de Tubino (1984, p.
181), “é a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a
movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações”.
A flexibilidade é de suma importância na realização de determinados gestos
desportivos e movimentos que de outra forma, seriam impossíveis de serem realizados sem
essa capacidade física.
Na educação física e nos esportes, fala-se de flexibilidade mais no sentido de
mobilidade articular, como a capacidade de utilizar quase que completamente a extensão do
movimento de uma articulação.
Segundo Barbanti (1996, p.79), no uso do vocabulário esportivo, entende-se por
flexibilidade a qualidade de flexível, a capacidade de elasticidade, a facilidade de ser
manejado, a maleabilidade, a agilidade, a vivacidade, além de certas adaptações
psicológicas.
Pode-se então dizer que a flexibilidade desempenha papel importante em numerosas
modalidades esportivas além de exercê-lo também nas atividades da vida diária. Sendo
definida por Holmann e Hettinger (1983, p.157), como “a extensão possível no âmbito de
movimentos voluntariamente em uma ou mais articulações”.
A flexibilidade conforme Dal’molin Kiss (2003, p.225), é definida como a qualidade
física responsável pela “amplitude de movimentos disponível em uma articulação ou
conjunto de articulações”.
Essa definição poderia ser completada e enunciada por Holland apud Dantas (1995,
p. 33), como: “qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de
amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos
limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”.
24
2.3.2. FLEXIBILIDADE E SAÚDE DO TRABALHADOR
O corpo humano é projetado para a ação. Os grupos musculares longos, os tendões
e os ligamentos permitem que os braços e as pernas realizem uma ampla variedade de
esforços e atividades esportivas, enquanto o cérebro coordena a liberação de sangue,
oxigênio, combustíveis do coração e dos pulmões. Todos os vários sistemas do corpo se
comunicam entre si pelas vias químicas e nervosas para assegurar uma coordenação
precisa da atividade. Quanto mais esses sistemas são utilizados, mais o exercício torna-se
fácil e prazeroso.
Para condições fisiológicas e de saúde ideais é essencial à existência de uma função
músculo-esquelética sadia. Uma boa condição muscular e de flexibilidade proporciona maior
capacidade para realizar as atividades da vida diária, com eficiência e menos fadiga.
Também permitem realizar atividades esportivas com melhor desempenho e menor riscos
de lesões, além de ajudar a manter uma boa postura (NAHAS, 2001).
Embora seja verdade que poucas pessoas morrem em decorrência da falta de força
muscular e da falta de flexibilidade, um número significativo de indivíduos – que se não
fosse por isso seriam considerados sadios –, sofre de problemas lombares crônicos e de
redução na massa muscular. A medida que o corpo perde tecido magro, observa-se uma
redução concomitante em seus níveis metabólicos basal e de repouso. Freqüentemente, a
ingesta alimentar não se reduz na mesma proporção em que o gasto metabólico diminui,
resultando daí um aumento dos depósitos de gordura. Finalmente, na ausência de um
estímulo apropriado, os ossos perdem força, em conseqüência da perda de matriz óssea e
dos sais minerais. A osteoporose e as fraturas de quadril e vértebras freqüentemente
resultam deste processo degenerativo (POLLOCK & WILMORE,1993).
As lombalgias representam a principal enfermidade da sociedade moderna. Em
1974, as companhias de seguro registraram mais pedidos por problemas lombares do que
qualquer outra causa. KRAUS & RAAB (1961), demonstraram que mais de 80% das
lombalgias são secundárias à deficiência muscular. Sabe-se também, que as lombalgias
afetam aproximadamente 80% da população em algum momento da vida (BARROS, 2000).
Sobre este assunto, KRAUS & RAAB (1961), relatam numa pesquisa longitudinal de
2 a 8 anos, que envolveu 233 pacientes com queixas de dor lombossacra em um programa
de fortalecimento muscular e flexibilidade, 82% assinalaram uma boa resposta, 15,5%, uma
resposta razoável, enquanto apenas 2,5% relataram respostas negativas ao programa de
exercícios.
Por isso a flexibilidade é de suma importância na realização de determinados
gestos e movimentos que de outra forma, seriam impossíveis de serem realizados sem essa
capacidade física. Ela aumenta a eficiência mecânica dos movimentos, fazendo com que o
25
indivíduo tenha um desperdício menor de energia na execução de suas atividades, além de
auxiliar na profilaxia de lesões e dos vícios posturais, reduzir as tensões musculares e
auxiliar na melhoria da contratilidade muscular. (Retirado do site flexibilidade, 2005).
A flexibilidade se refere à elasticidade ou à descontração muscular do corpo ou de
articulações específicas, envolvendo as inter-relações ósseas, musculares, fasciculares,
tendinosas, ligamentares e do tecido adiposo e cápsula articular. De acordo com DEVERIES
(1986), uma limitação da flexibilidade geralmente resulta em um aumento da tensão
muscular e tendinosa que restringem a amplitude dos movimentos. Não obstante, a gordura
em excesso também não pode representar um fator adicional de contribuição.
Quando se relaciona a flexibilidade com a saúde, (Achour Júnior, 1994; 1996; Nahas,
1989; Guedes & Guedes, 1995) e com o desempenho atlético, ( Mathews, 1980; Higajo et
al., 1991), verifica-se um grau de associação positiva entre estes dois fatores.
Sua definição é resumida por GENTTMAN, 1994, como a capacidade de movimentar
as partes do corpo, através de uma ampla variação de movimentos sem distensão
excessiva das articulações e ligamentos musculares. A flexibilidade é bastante específica
para cada articulação (Hall 1993; Phillips & Haskell, 1995), podendo variar de indivíduo para
indivíduo e até no mesmo indivíduo (Achour Júnior, 1994; Hoeger & Hoeger,1994
A flexibilidade é limitada em algumas articulações tanto por estruturas ósseas como
pela massa de músculo existente, ou por ambos. Estes fatores mecânicos não podem ser
modificados. Para a maioria das articulações, a limitação da amplitude de movimento é
imposta pelos tecidos móveis, incluindo a musculatura e seus envoltórios; os tecidos
conjuntivos, com tendões, ligamentos e cápsulas articulares; e a pele (DEVRIES, 1986).
Vários fatores são capazes de influenciar na flexibilidade articular. Em primeiro lugar,
quanto mais ativo for o indivíduo geralmente mais flexível também será (DEVRIES, 1986;
Achour Júnior, 1995a; 1995b; 1996). Porém, ao que tudo indica, essas atividades teriam que
utilizar a amplitude total de movimentos de cada articulação específica para se conseguir os
benefícios associados. Em segundo lugar, com relação ao sexo e idade, parecem existir
algumas peculiaridades; mulheres são mais flexíveis que os homens; e a flexibilidade
tendem a um declínio com o envelhecimento (Pollock & Wilmore, 1993; Hoeger & Hoeger,
1994; Dantas, 1994; Achour Júnior, 1996), mulheres seriam mais flexíveis que os homens.
O aquecimento local da articulação teria uma influência positiva no aumento da flexibilidade
enquanto o resfriamento promoveria o contrário e finalmente existe ainda a possibilidade de
que a hipermobilidade possa resultar em flacidez articular o que poderia resultar em risco de
lesão (DEVRIES, 1986).
Uma função musculoesquelética normal requer que uma amplitude de movimento
adequada seja mantida em todas as articulações. Há um interesse particular na manutenção
da flexibilidade da região lombar e posterior da coxa. Para (GUEDES & GUEDES, 1995), a
26
falta de flexibilidade nessas regiões pode ser associada com um risco aumentado de
desenvolvimento de dor lombar crônica, provocando desconforto, dor, incapacidades e
queda no rendimento das atividades do cotidiano, ainda conforme ( RIIHIMAKI, 1991 ) este
fator tem uma associação com possíveis desvios posturais. (LIVRO DO GUEDES).
Indivíduos que apresentam índices de flexibilidade mais elevados tendem a mover-
se com maior facilidade e são menos susceptíveis a lesões quando submetidos a esforços
físicos mais intensos, e geralmente apresentam menor incidência de problemas na esfera
ósteo-mio-articular (CORBIN & NOBLE, 1985).
Portanto, programas de exercícios preventivos e de reabilitação devem incluir
atividades que promovam a manutenção de uma boa flexibilidade, particularmente na região
lombar, pois estes exercícios exercem influência sobre a estrutura e a composição
bioquímica dos tecidos conectivos (Weineck, 1991), mantendo ou elevando a capacidade de
extensibilidade muscular.
Os exercícios de alongamento também tem sido empregados com eficiências em
programas de reabilitação de problemas músculo-articular (Ashmen et al.,; Hall, 1993), na
redução da tensão muscular (Acsm, 1987) e como forma de preparação para esforços
vigorosos (Dan wathen, 1989).
Para que os efeitos associados aos exercícios de alongamento sejam progressivos e
permanentes é necessário um aumento do tempo de permanência na posição de
alongamento (Moffatt,1994).
Outro fator relacionado ao trabalho de flexibilidade, diz respeito ao momento certo de
sua execução. Alguns autores (Pollock & Wimore, 1993; Acsm,1987; Dan Wathen, 1989;
Amorin et al., 1990), argumentam que os exercícios de flexibilidade possam ser realizados
antes e depois das sessões dos programas de exercícios. Porém, Donnelly et al., 1992,
encontrou evidências em seus estudos, onde justificam cuidados na aplicabilidade de
exercícios de flexibilidade no final de sessões muito intensas devido ao aumento de
possibilidade de lesões no tecido muscular.
Os estudos realizados por Harre (1976, p.170) apud Weineck (2005, p.272), diz que
a flexibilidade é “um pré-requisito elementar para uma execução qualitativa e
quantitativamente boa do movimento”. Complementa Achour Jr. (2004, p.27), que
“exercícios de flexibilidade bem orientados na infância/adolescência aumentam as
condições para que a mesma se mantenha em bons níveis na idade adulta”.
Assim sendo, a prática da flexibilidade pode ser entendida como um elemento básico
indispensável no processo de treinamento e no cotidiano das pessoas.
27
2.3.5. METODOS DE AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE.
A flexibilidade não é um parâmetro fácil de ser medido, mesmo quando se dispõem
de um laboratório especializado. Diversos testes, como o do sentar e alcançar, foram
elaborados, mas eles são capazes de fornecerem apenas estimativas e não medidas
absolutas de flexibilidade. Hoeger (1986) propôs uma bateria simples de testes de
flexibilidade que parece ser suficientemente relevante para ser incluída numa seqüência de
testes de avaliação do condicionamento físico.
Várias técnicas vêem sendo empregadas para mensurar os níveis de flexibilidade
articular. A verificação desses níveis pode ser de forma direta e indireta. As medidas de
forma direta expressam os resultados em graus e respeitam o aspecto da especificidade da
articulação, sendo com isso, descritas como as mais precisas (Silva et al., 1985; Higajo et
al., 1991; Getteman, 1994); utiliza-se para obtenção dessas medidas diretas, o goniômetro
(Ashmen et al., 1996) e o flexômetro de Leighton (Mathews, 1980; Silva et al., 1985) Porém,
essas técnicas, por demandarem muito tempo e dinheiro, dificultam suas aplicações em
trabalhos epidemiológicos (Genttman, 1994).
Dentre os diversos testes indiretos para se medir a flexibilidade, o que vem se
utilizando com mais freqüência, tanto para crianças e adolescentes (Guedes, 1994; Achour
Júnior, 1996) quanto para adultos (Viana et al., 1985; Pereira, et al., 1988; Chivasnsk &
Mattos, 1989), é o teste de sentar e alcançar. Além disso, o teste de sentar e alcançar é
bastante aceito por ter algumas características como: utilização de movimentos parecidos
com os do cotidiano; facilidade de aplicação; alta reprodutibilidade; por avaliar a flexibilidade
da coluna e dos músculos isquiotibiais (Silva et al., 1985; Achour Júnior, 1994; Acsm, 1987).
Para estabelecer correlação entre o teste de sentar e outros instrumentos de medida
da flexibilidade, QUEIROGA et al.; 2005, verificaram correlação moderada (r=0,75) existente
entre as medidas de flexibilidade tronco/quadril, feita pelo flexímetro, e o teste de sentar e
alcançar.
Outra forma de avaliar a flexibilidade é através do Flexiteste, que consiste na medida
e avaliação da mobilidade passiva máxima de vinte movimentos articulares corporais (36 se
considerados bilateralmente), englobando as articulações do tornozelo, joelho, quadril,
“tronco”, punho, cotovelo e ombro. Oito movimentos são feitos nos membros inferiores, três
no tronco e os nove restantes nos membros superiores. A numeração dos movimentos é
feita em um sentido distal-proximal. Cada um dos movimentos é medido em uma escala
crescente e descontínua de números inteiros de 0 a 4, perfazendo um total de cinco valores
possíveis.
A medida é feita pela execução lenta do movimento até a obtenção do ponto máximo
da amplitude e a posterior comparação entre os mapas de avaliação e a amplitude máxima
28
obtida pelo avaliador no avaliado. Habitualmente, o ponto máximo da amplitude de
movimento é detectado com facilidade pela grande resistência mecânica do indivíduo,
mostraram coeficientes de correlação intraclasse sistematicamente altos para as medidas
do Flexiteste e, em particular, para o Flexíndice.
A flexibilidade pode ser observada através da avaliação direta ou indireta do ângulo
do movimento. Em síntese Leighton (1955) apud W. Holmann e Hettinger (1983, p.160),
construiu um flexômetro para uma verificação que chegasse a mais exata possível, sendo
que este aparelho é fixado ao corpo, indicando a amplitude do movimento.
2.3.6. INSTRUMENTOS.
1 - Flexômetro de Leighton;
2 - Fleximeter - (Baseado no Flexômetro de Leighton);
3 - Eletro goniômetro;
4 - Goniômetro - (Goniometria) ;
5 – Flexiteste.
2.3.7. AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE
A flexibilidade conforme Rocha (2004, p.133), pode ser medida de 03 (três) formas
descriminadas:
a) Medida angular – mede-se a flexibilidade por meio de instrumentos específicos como:
goniômetro, hidrogoniômetro e flexômetro, que fornecem valores em graus;
b) Medidas lineares – medidas pelas quais, por meio de uma fita metálica, com a grandeza
gradual em centímetros, são calculadas linearmente as distâncias entre uma extremidade e
outra de um ou mais segmentos corporais;
c) Medida adimensional – mede-se a flexibilidade através de valores dados às observações,
feitas pelo avaliador, das amplitudes dos movimentos realizados pelo testado.
A mobilidade articular para Farinatti (1999, p.66), “é resultado da ação de uma força
sobre os seguimentos biomecanicamente articulados à articulação, quais sejam, os osso,
cápsula articular, ligamentos, tendões, músculos gordura e pele”.
Sobre o assunto Rocha (2004, p.132), cita diversos fatores que estão ligados a
flexibilidade:
a) Superfície óssea – quando limita a mobilidade articular: articulação do cotovelo;
b) Músculos – pouca elasticidade das fibras ou em função do tamanho, impedindo a
continuação do movimento;
29
c) Ligamentos – através da elasticidade dos mesmos;
d) Tendões – através da elasticidade dos mesmos;
e) Partes moles da Articulação – pelo grau de deformação, possibilita melhorar o
movimento;
f) Maleabilidade da pele.
A flexibilidade, maleabilidade da pele e elasticidade muscular é influenciada segundo
Dantas (2003, p.179), por:
a) Idade – à proporção que o indivíduo vai ficando mais velho, menor sua flexibilidade;
b) Sexo – a mulher geralmente é mais flexível do que os homens, pois seus tecidos são
menos densos;
c) Temperatura ambiente – a temperatura alta funciona da mesma forma que o
aquecimento. À temperatura baixa, o frio reduz a elasticidade muscular, diminuindo a
flexibilidade;
d) Hora do dia - a flexibilidade aumenta com o passar das horas do dia atingindo o máximo
por volta das 13 horas;
g) Composição Corporal (referente ao colágeno);
h) Estado de treinamento (quanto mais treinado, mais flexível, mudando o potencial de
flexibilidade do indivíduo).
2.4. TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE.
O treinamento da flexibilidade diariamente melhora o desempenho permitindo maior
movimento nas articulações do corpo. Conforme Barbanti (1996, p.83), a flexibilidade poderá
ser melhorada se exercícios próprios forem executados persistentemente. Se os exercícios
forem interrompidos por um período de tempo, ela voltará aos valores iniciais. Os exercícios
produzem sensações desagradáveis nos músculos, tornando-os dolorosos. Após a
repetição sistemática dos exercícios, desaparecem estas sensações e o desenvolvimento
da flexibilidade é mais rápido.
Treinar a flexibilidade é uma necessidade encontrada praticamente por todos os
atletas, seja ele competidor ou não, devido à extrema importância que esta qualidade física
apresenta para a saúde do aparelho locomotor, Achour Jr. (1996, p.103), sobre o assunto
ensina: “a flexibilidade é importante para o atleta melhorar a qualidade do movimento, para
realizar habilidades atléticas com grandes amplitudes de movimento e reduzir os riscos de
lesões músculos-articulares”.
De acordo com os estudos realizados por Hernandes Junior (2002, p.91), o mesmo
afirma que: quando se executa um movimento, tem-se como limite para a amplitude do
mesmo em relação ao corpo a flexibilidade articular, porém, esta não se limita apenas ao
30
fator amplitude do movimento, pois uma pessoa flexível geralmente possui mais habilidade
motora do que uma menos flexível.
Isto ocorre devido ao fato de o treinamento de flexibilidade ser de característica
psicomotora, o que acarreta em melhoria da coordenação global dos movimentos
articulares. “Para Zaciorsky (1972) apud Barbanti (1996, p.84), a flexibilidade não precisa
ser necessariamente desenvolvida ao máximo, mas até o ponto que seja garantido uma
execução dos movimentos necessários sem prejuízos”.
Dal’molin Kiss (2003, p.225), comenta que a flexibilidade é formada por:
a) Elasticidade – é a capacidade de músculos e tendões que cruzam a articulação, em
aumentarem e diminuírem seu comprimento em função do movimento solicitado;
b) Plasticidade – é o grau de deformidade temporária, que estruturas musculares e
articulares sofrem durante a execução de determinado movimento;
c) Maleabilidade – é a capacidade de extencibilidade da pele, quanto maior, menor a
incapacidade de mobilidade;
d) Mobilidade – refere-se à amplitude de movimento permitida pela articulação em função de
seus diversos componentes.
e) Ligamentos – tem baixo coeficiente de elasticidade e alto coeficiente de plasticidade;
f) Tendões – tem baixo coeficiente de elasticidade e de plasticidade.
2.4.1. MÉTODOS PARA DESENVOLVIMENTO DA FLEXIBILIDADE.
Hernandes Junior (2002, p.92), afirma que: Os métodos de desenvolvimento da
flexibilidade atuam quase que totalmente sobre a melhoria do comprimento das fibras
musculares e da capacidade de relaxamento das mesmas, para que atinjam o comprimento
máximo. Segundo o mesmo os métodos para o desenvolvimento da flexibilidade podem ser
divididos em: estático, balístico, ativo, passivo e neuromuscular proprioceptivo (FNP).
MÉTODO ESTÁTICO.
O método estático não utiliza força externa, ou seja, a ajuda de um companheiro, por
exemplo, para a execução de seus exercícios, tendo como método mais famoso ou
conhecido como alongamento. A amplitude da posição deve ser a necessária para que se
sinta um leve estiramento na musculatura alongada.
Este método parece ser o mais difundido pela sua facilidade de aplicação,
aprendizado, menores riscos de lesões e eficiência. Parece também ser o método prioritário
para o desenvolvimento da flexibilidade quanto à segurança (MOORE 1980, OSTERNING
31
1990). Esse método consegue diminuir a excitabilidade do motoneurônio alfa, em função da
menor velocidade, criando melhores adaptações aos tecidos musculares e conjuntivos
favorecendo as propriedades mecânicas (VUJNOVICH 1994). Outro fator abordado é o
menor consumo de energia com diminuição do sofrimento muscular, favorecendo o
relaxamento e o alívio de algias (DEVRINES 1981). Porém em outro estudo (MURPHY
1991), observa-se a análise do método estático na contribuição do aquecimento geral,
relaxamento, sofrimento muscular, prevenção de lesões e melhoria da performance. A
opinião crítica a essas observações são discutidas em função do pequeno aumento da
temperatura corporal, que parece ser insuficiente para proporcionar um aquecimento geral
do organismo, e diminuir os riscos de lesões, sendo ainda um método com quase nenhuma
velocidade de movimento que pouco favoreceria o sistema circulatório e o relaxamento. Em
relação ao desenvolvimento da performance, pouco valor foi mencionado em função da
pequena especificidade do movimento. Estudiosos, comentam como maior benefício do
método estático a diminuição do estresse físico do tecido muscular, tentando identificar o
volume e intensidade para tal atribuição (BANDY & IRON 1994, HARDY 1986).
MÉTODO PASSIVO (OU FLEXIONAMENTO ESTÁTICO).
O método passivo considerado por Dantas (1988, p.75), é quando há a utilização de
força externa, ou seja, a ajuda de um companheiro, ou equipamento auxiliando a atingir o
máximo de amplitude no movimento.
Para se empregar este método deve-se, lentamente chegar ao limite normal do arco
articular do executante (limiar entre o alongamento e o flexionamento), forçar suavemente
alem deste limite, aguardar cerca de seis segundos e realizar novo forçamento suave,
procurando alcançar o maior arco de movimento possível. Neste ponto arco articular obtido
deve ser mantido por 10 a 15 segundos
A desvantagem desse método conforme Weineck (2005, p.278), baseia-se “no fato
de que esse tipo de treinamento, ao contrario do método ativo, não leva a um fortalecimento
paralelo dos antagonistas, sendo, portanto, de pouco valor para algumas modalidades
esportivas”.
Diversos profissionais insistem em recomendar tempos de permanência maiores dos
que os indicados, baseados em vagas experiências pessoais, sem o indispensável respaldo
da ciência.
Os cientistas que estudaram o assunto, ficam mesmo com os tempos indicados.
BORMS, VAN ROY SANTES & HAENTJENS (1987), indicam como ideal um tempo de
insistência de 10 segundos e chegaram a conclusão que tempos de 20 ou 30 segundos são
32
desnecessários. Já MADDING, WONG, HALLUM & MEDEIROS (1987), comparando os
efeitos provocados por insistências de 15, 45 e 120 segundos, verificaram não haver
qualquer vantagem na utilização de insistências com mais de 15 segundos.
Para superar as dúvidas que possam persistir quanto à eficácia de aumentar o tempo
de insistência para conseguir um melhor efeito de treinamento, cabe citar o trabalho de
BANDY, IRION & BRIGGLER (1997), que compararam os efeitos de insistências de 30 e de
60 segundos, com uma ou três repetições e não encontraram diferenças significativas entre
os resultados.
O único estudo encontrado, de BANDY & IRION (1994), que se opõe ao que foi
exposto até aqui, aponta melhoras de flexibilidade, depois de seis semanas de treinamento,
dos grupos que realizaram insistências de 30 e de 60 segundos, sobre o grupo que realizou
insistências de 15 segundos. No entanto, os autores consideraram o tempo total de
atividade e não a insistência depois de se alcançar o arco máximo de movimento, detalhe
que exige que estes resultados não sejam levados em consideração.
A tensão isométrica provocada pela insistência estática a que se submete o músculo,
atua sobre o Órgão Tendinoso de Golgi, provocando um relaxamento da musculatura
agonista, acarretando que o fator limitante do movimento seja, normalmente, a articulação.
Por ser esta estrutura que suporta a força que se está realizando, ela tende a se adaptar,
aumentando a extensibilidade de seus tecidos moles e diminuindo, desta forma, sua
estabilidade. O fenômeno exposto torna contra indicado o Método Passivo para o
treinamento da flexibilidade das articulações sujeitas a choques nos desportos de contato.
(McNAIR & STANLEY,1996).
MÉTODO BALÍSTCO.
O método balístico caracteriza-se pela movimentação da articulação, para que a
mesma atinja o máximo possível de amplitude no movimento; exemplo eleva-se as pernas
no plano frontal, onde, através da movimentação da mesma, tenta-se atingir o máximo de
amplitude no movimento, sem que acarrete lesões. Porém o mesmo autor afirma que o
método ativo é aquele que alcança a maior amplitude articular possível pela atividade
muscular, sem auxílio externo.
Realizado através de movimentos com velocidade de forma ritmada, apresenta uma
proposta de treinamento menos monótona e mais específica (OLCOTT 1980). Porém o
método parece estimular o reflexo miotático através do aumento de tensão dos fusos
musculares devido a velocidade e a força aplicada, criando adaptações neurais
inadequadas, assim como maiores possibilidades de lesões (ALTER 1996). Uma variação
33
importante parece ser o aumento da temperatura corporal, com maior tempo de duração e
menor aplicação de força (LIGHT 1994). Existem evidências que são poucos os esportes
que necessitam de graus elevados de uma flexibilidade estática e sim da especificidade
para a melhoria da performance, sugerindo a utilização da técnica de flexibilidade dinâmica,
variante do método balístico atuando no aprendizado motor (HEDRICK 2000). Acredita-se
que essa técnica dinâmica pode ser utilizada como aquecimento para uma atividade física
em função de elevação da temperatura corporal (HEDRICK 2000).
MÉTODO DA FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PRÓPRIOCEPTIVO.
Este método se baseia no princípio da facilitação neuro proprioceptiva, é realizado
basicamente no relaxamento do músculo antagonista durante a contração do agonista.
Conforme Araújo (1987) apud, Farinatt, (2000, p.75),
É uma técnica que mescla de forma muito interessante, as atuações dos fusos musculares e dos órgãos tendinosos de golgi, consistindo em levar o movimento a sua máxima amplitude e, logo a seguir, contrair a musculatura alongada, numa duração em torno de seis segundos por 2 a 4 vezes.
O músculo agonista é o que realiza a contração durante o movimento em uma
determinada articulação, cabendo ao músculo antagonista realizar o movimento inverso ao
do agonista.
Parece ser considerado o mais efetivo no ganho de amplitude do movimento
(MOORE & HUTTON 1980). Seus benefícios estão associados ao ganho de flexibilidade,
equilíbrio das forças atuantes, melhoria da coordenação inter e intra muscular, circulação
sangüínea e relaxamento (PRENTICE 1994). Porém considera-se que o método seja
doloroso e perigoso, pela tensão aplicada a musculatura (CORNELIUS 1995). O método
FNP se apresenta superior aos demais, em função das conquistas neurofisiológicas e pelas
propriedades viscoelásticas atingidas pela unidade músculo-tendão-fáscia (BURKE 2000).
Essas hipóteses são discutidas pelo aumento do limiar excitatório dos receptores
musculares, com recrutamento adicional dos motoneuronios alfa e pela deformação do
tecido conjuntivo através das alterações viscoelásticas.O pesquisador ainda comenta que o
método se difere pela possibilidade de relaxamento durante as mudanças de comprimento
muscular. Outro estudo (OSTERNING 1990) realizado com trinta atletas de ambos os sexos
de idade variada entre dezoito e trinta e seis anos, valendo-se de diferentes técnicas do
método FNP, questiona as diferenças existentes na flexibilidade entre atividades de corrida
de resistência e de alta intensidade.
34
FLEXIBILIDADE E PERIODIZAÇÃO
O principal fator determinante na escolha do método de flexionamento utilizado, será,
conforme foi explanado, a necessidade do aumento da flexibilidade. Este efeito será obtido,
prioritariamente, devido ao aumento da mobilidade articular ou da elasticidade muscular.
As articulações sujeitas a choques nos desportos de contato devem ter preservada
sua estabilidade pela ênfase no aumento da elasticidade muscular em detrimento da
atuação sobre a mobilidade articular. O efeito inverso será desejável para o treinamento
da flexibilidade dos grupos musculares que necessitam realizar sustentação de um
segmento corporal ou que apresentarão contrações explosivas durante a performance.
Respeitando-se estes postulados básicos, chega-se a conclusão que o treino da
flexibilidade de um cliente empregará métodos distintos para cada segmento corporal
considerado, conforme o tipo de atividade específica para a qual se está treinando.
A escolha do método adequado de treinamento de flexibilidade também será
diretamente influenciado pela época da periodização que se esteja considerando. Como se
sabe o macrociclo no personal training será dividido, para fins de treinamento, em quatro
períodos: o de Adaptação, o de Preparação, o de Manutenção e o de Transição.
No Período de preparação ter-se-á duas fases, a Básica, com um característica de
treinamento geral e a Específica, quando o cliente realiza as transferências de habilidades e
capacidades necessárias ao atendimento de seus objetivos. Ao final deste período o cliente
deve haver alcançado todos os objetivos: funcionais, estéticos e higiênicos a que se propôs.
No Período de Manutenção o cliente recebe o "polimento", o "ajuste fino" e a
consolidação dos resultados de treinamento do macrociclo. Neste período ele não deve
necessitar adquirir mais nada em termos de treinamento, apenas manter o que conseguiu
no período anterior.
Surpreendentemente existe pouca pesquisa recente na área de intervenção dos
métodos e o incremento da flexibilidade em indivíduos em diversas faixas etárias. A
preponderância de evidência é que a flexibilidade desenvolvida através de seus métodos
podem ser úteis em um programa de exercícios para indivíduos com mobilidade total
reduzida ou para aqueles que buscam aumento de performance desportiva.
35
3. METODOLOGIA.
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.
Este estudo é caracterizado como sendo do tipo descritivo, que é uma pesquisa que
se preocupa com status e inclui várias técnicas, descrevendo uma situação sem interferir na
mesma (Barbanti, 2002; Jerry & Jack, 2002).
3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA.
A população deste estudo foi composta por policiais militares do Estado de
Rondônia. A amostra constando de 60 indivíduos do sexo masculino, com faixa etária entre
20 e 39 anos, todos lotados na Companhia de Operações Especiais da Policia Militar de
Rondônia (COE/RO).
3.2.1. PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA AMOSTRA.
Realizou-se uma reunião com os indivíduos que compõem a amostra, na qual se fez
uma palestra para os interessados em participar do estudo, os quais, depois de fornecidas
as devidas explicações a respeito da metodologia a ser utilizada na pesquisa, foram
convidados a participar do experimento voluntariamente.
3.3. INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS.
Foi utilizado o teste de "Sentar-e-alcançar" [(Seat and Reach Test (Jonson e Nelson,
1979)], proposto por Filho (1999)), que objetiva medir a flexibilidade do quadril, dorso e
músculos posteriores dos membros inferiores.
Tem como objetivo mensurar a flexibilidade tóraco-lombar e pélvica de forma ativa,
em sujeitos de qualquer idade, verificando a maior distância horizontal possível alcançada
pelo avaliando partindo de um ângulo de 90º formado pelo tronco e membros inferiores.
Os materiais utilizados foram: material básico de anotações; caixote de madeira
(flexômetro), medindo 30 x 30 x 30 centímetros em cuja parte superior é fixada uma escala
métrica de 43 centímetros (WELLS & DILLON, 1952).
O avaliado realizou um prévio aquecimento com exercícios de alongamento. Sentado
no solo, perna estendida com a sola dos pés descalça apoiadas contra o banco. O avaliado
projetou-se lentamente para frente com ambas as mãos paralelas tão distantes quanto
36
possíveis, mantendo esta posição por alguns segundos. O avaliador apoiou-se com as mãos
os joelhos do avaliado, sem pressioná-los para que se mantivessem estendidos. O escore é
o ponto mais distante alcançado com a ponta dos dedos das mãos. Foi registrada a melhor
das três marcas.
Figura 1: Teste de flexibilidade sentar e alcançar.
Os procedimentos para a coleta de dados aconteceram através de uma ficha para
obtenção dos dados referentes ao avaliado, como nome, idade, como também os resultados
em "cm" das três tentativas do teste.
Os resultados foram comparados com os valores referenciais apresentados na
tabela a seguir, com a classificação em função do desempenho no teste de sentar e
alcançar, de acordo com a faixa etária e sexo, estabelecidos pelo Colégio Americano de
Medicina do Esporte (QUEIROGA, 2005). Para comparações em trabalhos científicos os
valores referenciais são muito utilizados para realizar comparações.
Tabela 1 - Valores do Teste de Sentar e Alcançar – Masculino
Idade 20-29 30-39 40-49 50-59 >60
Muito alto > 48 > 46 >43 >41 >38
Alto 33-48 30-46 28-43 25-41 23-38
Intermediário 25-32 23-29 20-27 24-28 15-22
Baixo <25 <23 <20 <18 <15 Fonte: ACMS (2000).
3.4. ESTATÍSTICA.
Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva: média (X), desvio padrão
(S) e percentual (%). Os cálculos foram realizados na planilha Excel, encontrado no
programa Microsoft Windows 2000.
37
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo serão abordados e discutidos os resultados encontrados na pesquisa
com outros estudos semelhantes, realizados em âmbito local ou em outras localidades, este
procedimento faz-se necessário para se ter uma visão geral da flexibilidade dos
trabalhadores analisados.
Os dados referentes à idade e flexibilidade dos grupos de estudos são mostrados na
tabela (2).
Tabela 2 – Média e desvio padrão dos dados antropométricos e da idade entre o grupo
de faixa etária de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos de idade. Porto Velho (RO), 2006.
Grupos 20-29 Anos 30-39 anos
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Idade 26,38
± 2,29
34,51 ±3,41
Flexibilidade 18,90 ± 10.98
20,92 ± 8,89
N 21 39
Fonte: Dados do Estudo (2006).
A flexibilidade seguiu uma característica descrita na literatura por vários autores
(SIMÃO, 2003), em que se observa com o processo de envelhecimento uma diminuição na
amplitude articular ocasionando valores reduzidos na qualidade física flexibilidade.
Na tabela 3 é apresentado os resultados da distribuição de freqüência da amostra,
conforme os níveis de flexibilidade estabelecidos pelo Colégio Americano de Medicina do
Esporte (QUEIROGA, 2005).
Tabela 3 - Distribuição de freqüência dos policiais conforme classificação de acordo com os níveis de flexibilidade.
Idade 20 a 29 % 30 a 39 %
Muito alto - 00 - 00
Alto 01 05 07 18
Intermediário 06 28,5 08 20,5
Baixo 14 66,5 24 61,5
Total 21 100 39 100
38
De acordo com os resultados, não foi alcançado, por nenhum dos participantes da
pesquisa, o melhor nível, apenas 5% dos indivíduos com idade de 20 a 29 anos e 7% dos
indivíduos de 30 a 39 anos alcançaram o nível satisfatório. Com 28,5% no nível
intermediário dos indivíduos de 20 a 29 anos, já se pode observar que o treinamento de
flexibilidade não vem sendo satisfatório, nem mesmo para essa faixa etária mais jovem,
confirmando a falha nesse tipo treinamento, temos o resultado que apenas 20,5% da faixa
etária de 30 a 39 anos também atingiram o nível intermediário.
O mais preocupante dos resultados, é que a grande maioria dos indivíduos dos dois
grupos, está no nível baixo, ficando 66,5% do grupo mais jovem e 61,5% do grupo mais
experiente.
Em pesquisa realizada por Bezerra (2004), com policiais militares do 5º Batalhão de
João Pessoa – PB, verificou-se que o grupo apresentou valores médios abaixo do
encontrado na literatura, que é de 28 a 32 para homens (ACSM, 2003).
Esses resultados demonstram que apesar de a flexibilidade ser um fator
imprescindível na preparação física desses profissionais, há muito tempo, ela não vem
sendo trabalhada da forma como deveria. Deixando bem claro a necessidade de mais
trabalhos sobre esse assunto.
A seguir, é demonstrado os níveis de flexibilidade dos policiais militares, separados
por idade.
Níveis de Flexibillidade
0%5%
29%
66%
0%
18% 21%
61%
0%
20%
40%
60%
80%
20 A 29
30 A 39
20 A 29 0% 5% 29% 66%
30 A 39 0% 18% 21% 61%
Muito Alto Alto Intermed Baixo
Gráfico 01: Níveis de flexibilidade dos policiais
39
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos nesta pesquisa revelam uma triste realidade, que apesar
desses profissionais terem o elemento físico como de grande valia para realizar de forma
segura e eficaz o seu trabalho, vê-se que os dados mostram uma falta de treinamento no
que diz respeito ao desenvolvimento da flexibilidade.
Nos resultados do teste de flexibilidade o grupo mais experiente obteve melhor
resultado que o grupo mais jovem, ao contrário do que era esperado, por sabemos que os
mais jovens têm maior facilidade em desenvolver flexibilidade, mas sem diferença
significativa entre ambos. No entanto, quando se verifica a freqüência de integrantes nas
categorias referenciais da população, identificou-se que em sua maioria encontram-se na
classificação abaixo da média.
Faces as observações encontradas neste estudo, vê-se que a algum tempo não há
um treinamento direcionado a esse fator físico, apesar de ele ser de grande importância
para esses profissionais, para melhorar a qualidade do movimento, na realização de
habilidades atléticas com grandes amplitudes de movimento e reduzir os riscos de lesões
músculos-articulares, como já citado por Achour Jr. (1996, p.103)
Concluiu-se que os militares que compõem a Companhia de Operações Especiais
(COE) necessitam de um programa de atividade física mais estruturada, tendo em vista os
resultados encontrados.
Baseado na literatura existem vários treinamentos possíveis para o desenvolvimento
da flexibilidade que podem ser aplicados a esses policiais, para que isso ocorra, há a
necessidade de novas pesquisas e disponibilidade de profissionais dispostos, juntamente
com o Comando da Corporação, a aplicar essas atividades.
40
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GLOSSARIO
Flexibilidade: a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a
movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações.
Jiu-jitsu: arte suave.
Lombalgia: dores na região da coluna lombar.
Trabalho de guarda: posição no qual o atleta fica pôr cima do adversário, estando entre as
pernas deste, preso ou não.