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A crítica como papel de bala Reações de ressentimento nostálgico, e certo proselitismo agressivamente conservador, dominaram (até agora, salvo engano, sem maior ressonância) os necrológios de Wilson Martins, desde sua morte em 30 de janeiro deste ano. Mais do que avaliações de fato da trajetória e da prolífica contribuição documental do colunista e pesquisador, ou figurações autoelogiosas minimamente convincentes (mediadas pela do morto) para o crítico enquanto herói solitário e combativo, o que essas manifestações, vindas de segmentos diversos do campo literário, parecem evidenciar, ao contrário, é o apequenamento e a perda de conteúdo significativo da discussão crítica, assim como da dimensão social da literatura no país nas últimas décadas. Ao lado dessa retração, e em relação direta com ela, manifesta- se fenômeno curioso, espécie de negativo da situação — comentada à época por Roberto Schwarz — de dominância de uma cultura de esquerda durante os primeiros anos de ditadura militar no Brasil dos anos 1960. Agora há um conservadorismo que é francamente hegemônico. E envolve desde o retorno às figuras todo-poderosas do especialista monotemático, do agenciador com capacidade de trânsito inter- institucional e do colecionador de miudezas, às interlocuções preferencialmente de baixa densidade dos minicursos e palestras- espetáculo, do universo das regras técnicas e das normas genéricas e subgenéricas, fixadas acriticamente em oficinas de adestramento, à glamorização midiática de instituições autocomplacentes como a Academia Brasileira de Letras e correlatas, a formas variadas de culto a personalidades literárias, em geral mortas (e Clarice Lispector, Leminski, Ana Cristina Cesar têm sido objeto preferencial de dramaturgias miméticas, curadorias acríticas, ficções e comentários "à maneira de"), mas também em vida veem-se autores, mal lançados em livro, se converterem em máscaras que, com frequência, os aprisionam em marcas registradas mercadológicas de difícil descarte. Como se tornou, a meu ver, a trajetória tão distinta de Marcelo Mirisola e Patrícia Melo, para ficar em dois exemplos de escritores cuja produção poderia ir bem além do exercício automimético. A idealização de Wilson Martins como imago exemplar do crítico, nesse contexto, não chega propriamente a espantar. Talvez a virulência com que ela tem sido feita nos elogios fúnebres, isso sim seja curioso. Uma virulência que supõe um conflito no entanto invisível, apenas virtual. Nada que se explique, entretanto, via clichê cordial. Pois não há lugar para cordialidade alguma num campo cuja retração e desimportância amesquinham e tornam ainda mais cruenta a disputa por posições, pelos mínimos sinais de prestígio e por quaisquer possibilidades de autorreferendo. Daí a truculência preventiva, propositadamente categórica, emocionalizada, nada especulativa. Espantosa talvez seja a falta de reação mesmo por parte daqueles cuja formação ou experiência crítica seria de molde a articular formas potenciais de dissensão. E que, ao contrário, recebem o

Flora Sussekind - A Crítica Como Papel de Bala

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Flora Sussekind

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A crtica como papel de bala

Reaes de ressentimento nostlgico, e certo proselitismo agressivamente conservador, dominaram (at agora, salvo engano, sem maior ressonncia) os necrolgios de Wilson Martins, desde sua morte em 30 de janeiro deste ano. Mais do que avaliaes de fato da trajetria e da prolfica contribuio documental do colunista e pesquisador, ou figuraes autoelogiosas minimamente convincentes (mediadas pela do morto) para o crtico enquanto heri solitrio e combativo, o que essas manifestaes, vindas de segmentos diversos do campo literrio, parecem evidenciar, ao contrrio, o apequenamento e a perda de contedo significativo da discusso crtica, assim como da dimenso social da literatura no pas nas ltimas dcadas.

Ao lado dessa retrao, e em relao direta com ela, manifesta-se fenmeno curioso, espcie de negativo da situao comentada poca por Roberto Schwarz de dominncia de uma cultura de esquerda durante os primeiros anos de ditadura militar no Brasil dos anos 1960. Agora h um conservadorismo que francamente hegemnico. E envolve desde o retorno s figuras todo-poderosas do especialista monotemtico, do agenciador com capacidade de trnsito inter-institucional e do colecionador de miudezas, s interlocues preferencialmente de baixa densidade dos minicursos e palestras-espetculo, do universo das regras tcnicas e das normas genricas e subgenricas, fixadas acriticamente em oficinas de adestramento, glamorizao miditica de instituies autocomplacentes como a Academia Brasileira de Letras e correlatas, a formas variadas de culto a personalidades literrias, em geral mortas (e Clarice Lispector, Leminski, Ana Cristina Cesar tm sido objeto preferencial de dramaturgias mimticas, curadorias acrticas, fices e comentrios " maneira de"), mas tambm em vida veem-se autores, mal lanados em livro, se converterem em mscaras que, com frequncia, os aprisionam em marcas registradas mercadolgicas de difcil descarte. Como se tornou, a meu ver, a trajetria to distinta de Marcelo Mirisola e Patrcia Melo, para ficar em dois exemplos de escritores cuja produo poderia irbem alm do exerccio automimtico.

A idealizao de Wilson Martins como imago exemplar do crtico, nesse contexto, no chega propriamente a espantar. Talvez a virulncia com que ela tem sido feita nos elogios fnebres, isso sim seja curioso. Uma virulncia que supe um conflito no entanto invisvel, apenas virtual. Nada que se explique, entretanto, via clich cordial. Pois no h lugar para cordialidade alguma num campo cuja retrao e desimportncia amesquinham e tornam ainda mais cruenta a disputa por posies, pelos mnimos sinais de prestgio e por quaisquer possibilidades de autorreferendo. Da a truculncia preventiva, propositadamente categrica, emocionalizada, nada especulativa. Espantosa talvez seja a falta de reao mesmo por parte daqueles cuja formao ou experincia crtica seria de molde a articular formas potenciais de dissenso. E que, ao contrrio, recebem o autoapequenamento da crtica e do espao para o debate pblico com passividade, resignao, quase desinteresse, incapazes de encontrar um campo ativo, mesmo minsculo, de resistncia ou interferncia.

Talvez caiba, ento, observao mais detida desses necrolgios que figuram o colunista como um injustiado, como uma espcie de heri solitrio na pontualidade de suas resenhas semanais, em moldes idnticos, ao longo de cerca de seis dcadas. Pois, se podem ser lidos como particularmente sintomticos de uma reduo do potencial de dissenso das intervenes no calor da hora, esses lamentos sinalizam, por outro lado, com singular acuidade, a perda de lugar social da crtica. O que os faz adotarem tom crescentemente exacerbado, agressivo, medida que se percebem disfuncionais, e dispensveis, mesmo em meio a um fluxo crescente de lanamentos, no que se refere divulgao e afirmao de nomes e obras. Por vezes ainda lhes cabe o espao de cerca de quarenta linhas de uma orelha ou de alguma declarao sobre a importncia da obra. Ou o lugar meio envergonhado de um posfcio ou nota introdutria. No muito mais do que isso ou as duas ou trs laudas de uma resenha. Qual o interesse de um comentrio crtico quando se pode obter muito mais visibilidade para escritores e lanamentos por meio de entrevistas, notas em colunas sociais e participaes em eventos de todo tipo?

Fabricam-se nomes e ttulos vendveis, vende-se, sobretudo o nome das editoras, e sua capacidade de descobrir "novos talentos" semestralmente, ao sabor das feiras literrias. E, nesse sentido, formas dissentneas de percepo, como a crtica, se mostram particularmente incmodas. Formas personalistas e estabilizadoras, ao contrrio, se esvaziadas, parecem continuar benvindas. Se adotado o perfil do colunista que "sabe ficar no seu lugar", que funciona, com voz opinitica, e sem maiores tenses, como moldura quase invisvel, inconsequente, para o que o mercado editorial ou o prprio veculo quiser referendar. Se desse lugar sem qualquer ressonncia no houver condies reais de interveno, formulao de questes relevantes e expanso do mnimo espao pblico talvez ainda disponvel para um exerccio crtico que no se confunda inteiramente com busca de prestgio ou com um guia de consumo.

Talvez seja necessrio, na discusso de um espao ainda crtico para a crtica, matar mais uma vez Wilson Martins. J que sua transformao em imago exemplar parece expor inequvoca vontade de retorno a algo prximo tradio das Belas Letras, a um regime estvel e hierarquizado de vozes e gneros, a regras fixas de apreciao e prtica textual, a um apagamento de novos espaos de legibilidade, espaos ainda no demarcados ou nomeados, e sugeridos por formas de compreenso expansivas, e no exclusivas, do campo da literatura. Um desejo de reierarquizao e pureza que no parece sem sintonia com o temor de um universo sciopoltico menos hierarquizado, com a expanso meio informe de uma classe mdia cujo imaginrio no parece ultrapassar uma coleo inesgotvel de bens de consumo. E com uma extraordinria expanso das prticas digitais de escrita, acompanhada, paradoxalmente, no entanto, de uma quase invisibilidade coletiva dessas manifestaes, de um encolhimento quase ao absurdo da esfera pblica.

Destaco, ento, a ttulo de exemplo, dentre os textos sobre a morte de Martins que parecem operar de modo reativo um fechamento auto-afirmativo do campo literrio, os de Alcir Pcora, professor da Unicamp, publicado no suplemento "Mais!" da "Folha de S. Paulo"; do escritor Miguel Sanches Neto, divulgado em publicao de circulao menor, e orientao orgulhosamente conservadora, o jornal curitibano "Rascunho"; e, por ltimo, um post includo no blog de Srgio Rodrigues no portal de notcias do IG.

Apesar de assemelhar-se aos demais no elogio fnebre, em que a um velho modelo de crtica como afirmao personalista do gosto corresponde um territrio embelezado do literrio, este ltimo o menos enftico dos trs, sublinhando, mais de uma vez, meio a medo, o fato de "quase nunca concordar" com Martins. Desvinculando-se, assim, de maiores filiaes, aponta simultaneamente, no entanto, "uma concordncia maior", ligada a certa capacidade demarcatria, pois Martins seria algum "que ousava falar de literatura de dentro", que parecia habitar o campo letrado, posicionando-se na contramo das "verdades importadas de campos fora das letras". O que interessa a ele parece ser a estabilidade identitria, uma garantia de intransitividade para o campo literrio, o que a leitura de Wilson Martins invariavelmente oferecia, como uma ilha intemporal, propositadamente cega, sem lugar para a dvida, em meio ao movimento relacional, autoinstabilizador da parte mais significativa do exerccio crtico da segunda metade do sculo XX.

Ecos de uma vontade de retorno a um literrio-apenas-literrio se notam, igualmente, nas outras duas notas fnebres. A de Miguel Sanches Neto no toa fala de Martins como "o crtico", aquele que seria uma mistura de "bibliotecrio" extremamente abrangente, voraz, pois o seu interesse seria por "toda a produo nacional", e de "leitor seletivo", cujo territrio independente, personalista, seria imune a influncias, compadrios, regionalismos.

Uma espcie de posio sem posio que, se j passvel de discusso pela simples insero num veculo comercial, pelo exame do conjunto de resenhas produzidas por ele ao longo dos anos, no apontaria, na verdade, para atributo propriamente invejvel na experincia analtica. Nesta, ao contrrio, so a capacidade de elucidao da prpria cadeia argumentativa, e das condies de constituio do sentido e de formulao do juzo, ao lado da articulao de relaes crticas significativas com a hora histrica alguns dos fatores preponderantes. E no uma sonhada disponibilidade sem limites ou uma capacidade de exaustiva amostragem e arquivamento da produo editorial.

O texto de Alcir Pcora opera exemplarizao semelhante da figura do crtico, a comear do elogio duplo contido no ttulo do artigo publicado na "Folha": "Erudito dissonante". Uma erudio que contrasta s reas que lhe parecem dominantes nos departamentos de Letras os estudos tericos e os estudos culturalistas e que figuram como oponentes surdos em sua reavaliao do trabalho de Wilson Martins. A vontade de afirmao da importncia do crtico morto leva-o, nessa linha, a comparar o seu trabalho ao de Darnton e Chartier, apontando papel antecipador em seu interesse pela cultura material e pela histria do livro e da leitura. Uma coisa, porm, compilar material que poder se tornar relevante segundo outra perspectiva de leitura, outra bem diversa constituir conscientemente um objeto de estudo, um ponto de vista anatico, uma operao crtica, ou a avaliao de um campo disciplinar.

Se no possvel ver crtica ou cronologicamente em Wilson Martins um precursor do trabalho de Henri-Jean Martin e Lucien Febvre ou da teoria das materialidades da comunicao, h outra ordem de atributos que levam Pcora a destac-lo. Uma no-cordialidade propositada (aspecto talvez discutvel, apenas aparente, se observam-se com cuidado os no violentamente criticveis por ele e o que se resguarda, no seu caso, via antagonizao); a truculncia verbal (tambm no exclusiva, bastando observar, nesse sentido, alguns dos colunistas mais populares e longevos em diversas reas e meios de comunicao); o orgulho de estar sozinho (quando, ao contrrio, desde os anos de estabilizao democrtica, no pas, so figuras marcadas exatamente por um conservadorismo ativo que tm se mostrado legio e emprestado a respeitabilidade de nomes j feitos s pginas de entretenimento e opinio dos jornais).

Quando os tempos polticos se mostram outros, e uma homogeneizao impositiva parece barrar as cises necessrias experincia crtica do prprio tempo, quando j no se constituem, com facilidade, margens articuladas de resistncia e situaes definidas e consequentes de conflito, talvez seja mais fcil converter a crtica em operao reativa, disfuncional, mas virulenta, cujo motivo condutor passa a ser o retorno autocongratulatrio a um passado de glrias, no qual os textos de interveno podiam ainda provocar controvrsia, e o prestgio das Belas Letras enobrecia igualmente crticos e escritores.

O que parece, no entanto, nostlgico, reativo, talvez no aponte exclusivamente para um perodo anterior formao da crtica moderna no Brasil, mas para uma reproduo esvaziada de sentido, e desligada de vnculos efetivos com a experincia histrica, de comportamentos, prticas de escrita e certo culto autodivulgao e vida literria que parecem se expandir (em prmios, concursos, revistas, blogs, antologias, bolsas de criao) em movimento inverso ao da restrio que se opera no campo da produo e da compreenso da literatura, ao da quase total desimportncia de livros e mais livros que se acumulam sem maior potencial de instabilizao, sem provocar qualquer desconforto, sem fazer pensar. Uma restrio que talvez indique uma incapacidade no s da crtica, mas do campo literrio, de modo geral, de reinventar a sua sociabilidade, de produzir condies outras para a prpria prtica.

Lembro, nesse sentido, a resposta de Jacques Rancire quando indagado, em entrevista recente, a respeito de uma srie de escritores contemporneos. Sem desqualific-los, comentaria, no entanto, distinguindo a atual da fico de at meados do sculo XX: "Penso simplesmente que a literatura no inventa hoje categorias de decifrao da experincia comum". E concluindo numa espcie desdramatizada de beco sem sada: "As formas de narratividade, de expressividade, de inteligibilidade que ela inventou foram apropriadas por outros discursos ou outras artes, ou banalizadas pelas formas de comunicao".

Para alm do quadro local, o que Rancire sublinha, em perspectiva mundial, a aparente interrupo de um perodo de vigorosa contribuio dos estudos literrios s cincias humanas (como ocorreu ao longo do sculo passado), e de poder significativo de interferncia e transformao do literrio sobre outras prticas artsticas. O que no apenas no Brasil parece encontrar resposta compensatria sua desnecessidade, e a uma fraca ressonncia, em premiaes, incentivos, edies de luxo. E numa ficcionalizao autotlica de uma espcie de territrio exclusivo para o literrio e sua crtica, de lugar sem condicionamentos ou ecos, que, hipoteticamente sem interferncia de outras artes e disciplinas, se mostra, por isso mesmo, incapaz de se repensar e de estabelecer ligaes mais consequentes com o prprio tempo.

Curiosamente, como j demonstraram h alguns anos George Kornis e Fbio S Earp, e mais recentemente Jaime Mendes, em estudos sobre a economia do livro, se, em termos de oferta, de nmero de exemplares, o mercado literrio vem apresentando um crescimento de mais de 30% desde 2004, isso no se tem feito acompanhar, todavia, nem do aumento de alcance dessa produo, nem de faturamento por parte das editoras, nem de capacidade de absoro por parte de consumidores e bibliotecas. E como volta a um jogo entre iguais, a um territrio mais restrito, homogneo e regulado, de relevncia previamente estabelecida, como volta s Belas Letras que se pode compreender a virulenta ressurreio de Wilson Martins, o desejo de Srgio Rodrigues de um campo puro do literrio, a ideia de uma amostragem irrestrita como a de Miguel Sanches Neto (pois previamente demarcada por gneros, dices, territorializaes diversas), o sonho com um tempo em que "a literatura e o crtico no pareciam ter que sair de cena", para voltar ao texto melanclico e, a meu ver, equivocado, de Pcora.

E, no entanto, talvez seja exatamente desse "lugar estreito demais", e pouco pblico, desse ponto cego que talvez no se veja em jornais e nas manifestaes mais concorridas da vida literria, que caiba crtica e literatura definir outros espaos de atuao e trnsito, lugares no demarcados (retroativamente) pelo beletrismo redivivo, nem pelas identidades estveis do resenhista, do prefaciador, do professor judicativo, do ficcionista auto-mimtico. Mas em movimentos de deslocamento nos quais a literatura e a crtica se vejam foradas, como observa Agamben ao pensar sobre o contemporneo, a mergulharem "a pena nas trevas do presente". E a sarem de si no sentido da figurao de novas formas de visualizao e radicalidade. maneira do que faz Carlito Azevedo ao reinventar a prpria dico em meio tenso entre o poema como narrativa e percurso e a sua dramatizao interna em estaes imagticas instveis. maneira do que fizeram Bia Lessa e Maria Borba, em bela operao crtica, ao amputarem cenicamente, em "Formas breves", a obra de Tchekhov, Kafka, Thomas Bernhard, Srgio e Andr SantAnna, Almodvar e mais e mais. maneira da concepo musical de Rodolfo Caesar, na qual a reflexo em livro sobre a composio "Crculos ceifados", funciona como fator de variao operatria, como obra suplementar por meio da qual escrita e escuta se desdobram e interferem, sem coincidncia, potencializando o campo de tenses em que se investiga a experincia composicional. Ou, para ficar em mais um exemplo apenas, como no enfrentamento quase de estrangeiro de Nuno Ramos diante da matria verbal que, em livros como "Cujo" (Editora 34) e "" (Iluminuras), adquire um nvel singular de presena, parecendo intensificar-se exatamente pelo lugar de fora em que se processam essas intervenes.

*FLORA SSSEKIND crtica literria, pesquisadora da Fundao Casa de Rui Barbosa e professora de teoria do teatro da UNI-Rio. Autora de "A voz e a srie" e "O Brasil no longe daqui", entre outros.