FLORIPA - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO ... 054.pdfF lorianópolis e São José, que comemoram aniversário agora em março (a primeira dia 23, e a segunda dia 19) vão

MARÇO DE 2019 - ANO VI - Nº 54

RIO TAVARES

EXEMPLAR G

RÁTIS

FLORIPA - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO AMARO DA IMPERATRIZ

Páginas 22 e 23 Página 5

CONVERSA DEESQUINA COMFERNANDO DAMÁSIO

AROMAS DOVINHOMARCELO ALONSO

735 MIL HABITANTES E 516 MIL VEÍCULOS. PÁGINAS 2 A 5

Página 19 Página 24

JACK OMARUJO POR

NEI DUCLÓS

Obras da alça de contorno daGrande Florianpolis já se arrastampor 11 anos. A concessão trocou dedono 3 vezes. Quem manda agorasão italianos, alemães e espanhóis.Você sabia disso?

Páginas 8 a 10

OBRAS SEM FIM

ELEVADO SERÁ ABERTODIA 23 ÀS 6 DA MANHÃ

FLORIANÓPOLIS - 346 ANOS

ALÇA DE CONTORNOESTÁ VIRANDO A NOVAHERCÍLIO LUZ

SÃO JOSÉ - 269 ANOS

VIZINHOS CHEIOS DE PROBLEMAS

CAOS na mobilidade trava a vida das duas cidades POLUIÇÃO compromete mananciais, baías e praias PREFEITURAS não controlam descarte clandestino de lixo

Fotos: BD

Florianópolis e São José, quecomemoram aniversárioagora em março (a primeira

dia 23, e a segunda dia 19) vão ficarnão apenas mais velhas maspodem ter uma população maiordo que aparentam. Hoje,oficialmente, a Capital tem 492.977habitantes e São José 242.927moradores.

Mas esses dados são de novemeses atrás, junho de 2018,quando o IBGE (InstitutoBrasileiro de Geografia eEstatística) divulgou a suaestimativa populacional anual.

Como a média de crescimentodas duas cidades, desde o Censo de2010, é de 4.273 moradores/anoem São José e 8.967habitantes/ano em Florianópolis,no aniversário deste ano a Capitaljá pode estar com uma populaçãoacima de de 500 mil habitantes eSão José beirando os 250 mil.

Pela média de crescimento,Florianópolis ganha 1.103habitantes por mês. Multiplicando

esses novos moradores por nove,que é o total de meses desde aúltima estimativa do IBGE (junhode 2018), a Capital pode ter ganhopelo menos mais 9.927 moradores.A soma destes novos habitantescom os da última estimativa(492.977), podem dar à Capital, nomês do aniversário uma populaçãode 502.904 moradores.

Fazendo o mesmo cálculo comSão José: a média de crescimento éde 356 novos moradores/mês.Desde a última estimativa, emjunho de 2018, há 9 meses, acidade pode ter ganho 3.204 novosmoradores que, somados aos daúltima estimativa (242.927), podemprojetar à cidade uma populaçãode 246.131 moradores.

Juntas, as duas cidades já têm,segundo a estimativa populacionaldo IBGE de 2018, 735.904habitantes. Mas, pela média decrescimento e passados novemeses daquela data, a soma doshabitantes de Florianópolis e SãoJosé já pode ser de 749.035

moradores.

Mobilidade – Com cada vezmais gente, as duas cidadesmultiplicam as consequências doseu maior problema, ocaos na mobilidade.Agora em março, mêsdo duplo aniversário,segundo estatística doDetran (até fevereiro de2019) Florianópolistinha 355.232 veículos eSão José uma frota de161.302 unidades.Somado, as duascidades vizinhas têmum total de 516.534veículos. Dividindo afrota pelo número demoradores de São José eFlorianópolis , a médiaé de 1,42 habitante porveículo.

Alguém acha que asautoridades atuais(governador, deputadosestaduais, prefeitos e

vereadores) terão capacidade deresolver as consequências dessabola de neve populacional eautomotiva?

2 MARÇO DE 2019Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

EDITORJurandir Camargo

COMERCIALFernando Damásio

DESIGN GRÁFICORonaldo Ferro

DIRETORESFernando Damásio e Jurandir Camargo

CIRCULAÇÃOFlorianópolis, São José, Biguaçu, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz

ENDEREÇOSAv. Josué Di Bernardi, 185 - Sl 27 - Campinas, São José, SC - CEP 88101-200

Rua João Motta Espezim, 1.107 - Saco dos Limões, Florianópolis, SC - CEP 88045-400

Fone (48) 98477-1499www.bomdiafloripa.com.br

[email protected] / [email protected]

TIRAGEM: 6 MIL EXEMPLARESFUNDADO EM 11 DE OUTUBRO DE 2013

COLABORADORESCarlos Moura, Fernanda Damásio e Nei Duclós

FLORIANÓPOLIS, 346 ANOS / SÃO JOSÉ, 269 ANOS

FLORIANÓPOLIS SÃO JOSÉ

FELIZ ANIVERSÁRIO, COM 735.904HABITANTES E 516.534 VEÍCULOSMas não se assuste: o número de habitantes de Florianópolis e São José já ébem maior, pois esta estimativa populacional do IBGE é de junho de 2018

PMSJ/Divulgação/BDPMF/Divulgação/BD

3MARÇO DE 2019Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz


Até 2015, Florianópolis eSão José tinhampraticamente a mesma

idade. Nascidas no Século 18, adiferença entre as duas cidades erade apenas 24 anos. Pela históriaque valia até então, Florianópolissurgira em 1726 e São José, em1750.

Vizinhas de cerca,comemoravam aniversário nomesmo mês, em março. Mas, comonum passe de mágica,Florianópolis acordou 53 anosmais velha no dia 23 de março de2016, no aniversário da Capital.Pela história antiga, que foi oficialdurante 290 anos, a Capital estariafazendo 293 anos agora em marçode 2018. Mas uma lei aprovadapela Câmara, em junho de 2015, esancionada pelo Legislativo emsetembro de 2015 mudou a data defundação de Florianópolis de 23 demarço de 1726 para 23 de marçode 1673. Como a lei só entrou emvigor em setembro de 2015, esteano é a quarta vez queFlorianópolis comemora a idadenova mais velha. Antes de 2016, adiferença de idade de Florianópolispara São José era de 23 anos.Agora, a Capital tem 77 anos amais que São José.

A lei - O projeto de mudançada idade da Capital, que há quatroanos não tinha três séculos e agorajá tem quase três séculos e meio(346 anos) foi do vereador AfrânioBoppré (PSOL), professor eeconomista. A mudança foifundamentada em estudos e provasdo Instituto Histórico eGeográfico de Santa Catarina, queconcluiu que o ano de 1726 é adata de emancipação deFlorianópolis de Laguna, e que afundação da cidade foi em 1673.

Há muitos anos já se discutiaqual era a data correta da fundaçãode Florianópolis, mas o assunto sóvirou um projeto de lei depois queo vereador Afrânio Bopprérecebeu documentos da família doex-desembargador e escritorNorberto Ulysséa Ungaretti,falecido em 2014. Ungaretti foivereador e presidente da Câmara apartir de 1964.

Foi criada, então, uma comissão

do Instituto Histórico eGeográfico de Santa Catarina(IHG/SC) para avaliar a questão.Integrada por Nereu do ValePereira, Sérgio Schmitz e EvaldoPauli a comissão deu parecerfavorável à mudança. A troca dedatas praticamente não causa maisconfusão. A cidade se adaptou.Afinal, há apenas quatro anos, em2016, Florianópolis comemorou290 anos e agora, em 2019,completa 346.

Com a mudança da data defundação, Florianópolis tambémpassou a ser a Capital mais antigado Sul do Brasil. Foi fundada em1673, Curitiba em 1693 e PortoAlegre em 1772. Mas todas as trêscapitais continuam comemorandoaniversário em março. Exatamenteno mesmo mês que a vizinha decerca, a cidade de São José.

A Capital ganhou opedaço mais rico deSão José

As fronteiras de São José jáchegaram até Lages. Incluíamunicípios vizinhos como

Angelina e Rancho Queimado, quese emanciparam em 1961 e 1962, eSão Pedro de Alcântara, que setornou município em 1995. Mas oterritório que São José perdeu emais causou impacto ao municípiofoi o Estreito. Toda essa regiãocontinental de Florianópolispertenceu a São José até 1943. Erao distrito josefense de João Pessoa,anexado a Florianópolis em 1º dejaneiro de 1944, através do decretonº 951, assinado por Nereu Ramos,que era interventor federal emSanta Catarina.

A justificativa para a anexaçãofoi que Florianópolis era uma dastrês menores capitais do Brasil eprecisava ter um tamanho maisadequado como sede do Estado.De fato, a população deFlorianópolis era de 41.338habitantes em 1920 e, 20 anosdepois, passou para 46.771 (apenas5.433 novos moradores). Depoisda anexação do distrito de JoãoPessoa (Estreito) Florianópolisteve um salto de crescimento. Emseis anos, de 1944 a 1950, ganhou20.859 moradores e pulou para67.630 habitantes.

A entrega do distrito de João

Pessoa, em 1944, derrubou aarrecadação e provocou aestagnação econômica de São José,que perdeu fontes de emprego egeração de renda. Historiadoressustentam que a anexação atendeua interesses da família Ramos, quetinha propriedades no Estreito,principalmente no Balneário. (Ointerventor que assinou aanexação, Nereu Ramos, foi umdos expoentes da família; eAderbal Ramos da Silva, outroexpoente, político com muitaspropriedades na região, foi eleitogovernador em 1947). Mas seatendeu ou não interesses dapoderosa família, a verdade é que aanexação de João Pessoa, que virouo Estreito, envolveu grandesinteresses políticos e econômicosde setores fundiários, imobiliários,madeireiros e até de exportação.

Encolhido em seu tamanho SãoJosé, que ainda tem uma densidadedemográfica de 1.376,78habitantes por km² (emFlorianópolis, a densidade é de623,68 hab/km²) conseguiureinventar-se. Hoje é a quartamaior cidade em população e aquinta economia de SC.

COMO FLORIPA FICOU 77 ANOSMAIS VELHA QUE SÃO JOSÉ

Região continental de Florianópolis pertenceu a São José até 1943.Era o distrito josefense de João Pessoa, anexado à Capitalem 1º de janeiro de 1944 e que virou o Estreito

Divulgação/BD

Com um dos maiores IDH(Índice deDesenvolvimento Humano)

do Brasil, as duas principais cidadesda Região Metropolitana atraemcada vez mais gente e os problemasse multiplicam com a mesmavelocidade. Não há uma redeintegrada de transporte público,nem de saúde, e a violência e acriminalidade assustam. Como ascidades vivem juntas, é mais fácilempurrar os problemas sociais parabaixo do tapete do vizinho. Umexemplo emblemático é a região dedivisa, uma espécie de terra deninguém. Ali, as cracolândias e olixo a céu aberto movem-se de umlado para outro.

Baseados sob o viaduto da ViaExpressa, no final da Av. Josué DiBernardes, numa tensa e extensaárea entre Campinas (SJ) e o MonteCristo (Floripa), fazem da regiãouma das chagas visíveis e semcontrole nas duas cidades. Aocupação desordenada e afavelização são outra marca deFlorianópolis e São José. Quase100 mil pessoas vivem em áreas derisco nas duas cidades. Osaneamento básico também écrítico: esgoto polue cada vez maispraias, rios e manguezais. As açõespúblicas não acompanham ocrescimento. As baías Norte e Sul,que banham as duas cidades, nãoconseguem ser despoluídas e a faltade balneabilidade afeta o turismo, amaricultura e a saúde da população.Sem planejamento, o resultado éaquele que todos estão cansados dever: os problemas só pioram.

Dos dois lados da divisa hámuita promessa municipal, estadual

e federal. Uma relação rápida deobras que não saem do papel ouque saem do papel mas nãoterminam: acesso ao novoAeroporto Hercílio Luz, Alça deContorno, Beira-mar de Barreiros,duplicações da SC-403 e da RuaAntônio Edu Vieira; restauração daPonte Hercílio Luz, elevado do RioTavares (prefeito Gean Loureiropromete entregar no dia doaniversário de Floripa, dia 23 demarço), Beira-rio de São José;Beira-mar de Barreiros; e estaçõesde tratamento de esgoto. As duascidades vizinhas têm pontoscríticos que cheiram a esgoto; osrios e ribeirões estão todospoluídos; os mangues ameaçadospor lixo, esgoto e ocupaçãoirregular; e as praias, um dostesouros, estão cada vez maiscomprometidas.

A violência continua sendopauta do dia a dia, embora asestatísticas da Secretaria deSegurança Pública mostrem umaredução nos índices. Segundo oboletim(nº 9) semanal deindicadores da SSP caiu o númerode homicídios em São José eFlorianópolis, na comparação comos mesmo período dos últimos 3anos. Veja quadro abaixo.

Em 2018 Florianópolis e SãoJosé tiveram, juntas, 126 mortesviolentas, bem menos que os quase200 assassinatos de 2017. Masainda assim é um númeroexpressivo.

Onde é a divisa?

A sinergia entre Florianópolis eSão José é tão intensa que, além defazer aniversário no mesmo mês,muitas vezes é difícil saber em qualmunicípio se está. Na partecontinental, as áreas urbanas seentrelaçam em tantas ruas e vielasque a duas cidades parecem irmãssiamesas. As Avenidas MaxSchramm, no Estreito, e aLeoberto Leal, em Barreiros, são

uma rua só. Na Via Expressa, numpiscar de olhos quem estava emSão José já está em Florianópolis;ou se está ao mesmo tempo em SãoJosé e Florianópolis. Depende paraque lado se olhar. O rio Araújo,antigo divisor de águas, de tãopoluído foi canalizado e hojepraticamente é uma divisaescondida, envergonhada. Até umrecente marco de São José, opórtico na foz do rio Araújo, queindicava onde começava a terra dovizinho foi levantado do lado deFlorianópolis. Há quase dois anosfoi derrubado e isso não fez muitadiferença.

Morar em São José e trabalharem Florianópolis, e vice-versa, é tãocomum que ninguém mais nota. Aseconomias das duas cidadescresceram e há negócios, serviços,comércio, empregos, e diversão earte dos dois lados. São José, porexemplo, há muito tempo deixoude ser “cidade dormitório” daCapital. Ainda permanecem algunsantigos costumes, como ojosefense dizer “vou lá no centro”quando quer avisar que está indopara Florianópolis.



CIDADES VIZINHAS, PROBLEMAS COMUNS

Cidade (*) 2016 2017 2018 2019

Florianópolis 15 42 28 11

São José 9 5 7 5

(*) Homicídios em 2019, até 11/03/2019

NÚMERO DE HOMICÍDIOS

DIVISA SÃO JOSÉ/FLORIANÓPOLIS: drogas, esgoto e lixo

Divulgação/BD



Desde que a prefeitaAdeliana Dal Pontadministra São José (está

no 2º mandato), o município é umdos poucos em Santa Catarina quemantém suas finanças no azul. Oprincípio é básico: gastar menos doque arrecada.

No mês passado, o secretário deFinanças, Antônio Carlos Vieira, oVieirão, detalhou na Câmara asmetas fiscais do 3º quadrimestre de2018. A arrecadação cresceu 6,3%e atingiu R$ 665,5 milhões. Destetotal R$ 403,9 milhões foramrecursos próprios e R$ 261,6milhões vinculados. O ICMS foi aprincipal fonte (R$ 127,1 milhões),IPTU (R$ 67,8 milhões), FPM (R$64,9 milhões) e ISS (R$ 58,6milhões).

A despesa do município somouR$ 602,1 milhões. Foram R$ 106,6milhões para a Educação (26,3%),

acima do percentual legal de 25%;R$ 101 milhões para a Saúde (25,3%), também superior à exigêncialegal de 15%; e R$ 97,7 milhõespara infraestrutura, coleta deresíduos, manutenção de vias eoutros serviços.

Com pessoal foi gasto R$ 296,8milhões, o que representa 48,8%das despesas do município,também abaixo do limite legal de54% exigido pela Lei deResponsabilidade Fiscal.

Para o secretário Vieirão isso éo resultado de um programa degestão que prioriza a transparênciae a responsabilidade em relação àscontas públicas. Nessa linha,fechou 2018 com superávit de R$63 milhões. Agindo assim, aprefeitura consegue realizarpequenas obras na cidade “comcomeço, meio e fim”, comosempre repete a prefeita.

BOAS NOTÍCIAS

Oprefeito de Florianópolis,Gean Loureiro, jácombinou: vai liberar o

trânsito no elevado do Rio Tavaresàs 6 horas da manhã do dia 23 demarço, aniversário da cidade. Sefizer isso, dá um grande presente àCapital e carimba seu currículopolítico, pois o elevado é uma dasobras emblemáticas deFlorianópolis, que começam e nãoacabam.

As obras do elevado iniciaramem 2015, na gestão do ex-prefeitoCésar Souza Junior. Paralisou váriasvezes e quando ele saiu, só 20% daobra tinham sido feitos. Em 2 anose 3 meses da nova gestão, Geanacelerou a obra nos últimos quatromeses (3 turnos de trabalho) edecidiu entregar o elevado noaniversário da cidade. Nessacorreria, pode não dar tempo para opaisagismo e urbanização do

entorno (projeto já foi concluído eserá licitado em breve). O custo daobra: R$ 16 milhões na estrutura eR$ 15,4 milhões com asdesapropriações.

Perfil - Há décadas Florianópolisvive uma crise financeira. Por issoGean tem como perfil concluir oque foi começado e abandonado.Exemplo: a Upa Continente,entregue em fevereiro. Começou aser construída em 2010 para acabarem 2011. Parou e só foi finalizadaem 2015. Mas não atendeu ninguéme, abandonada, deteriorou-se.Precisou de uma reforma completa,que custou R$ 2 milhões.

A Upa prevê realizar 5.600atendimentos/mês. Funcionará 24h(3 médicos de dia e 2 à noite), paracasos de urgência e emergência. Aequipe terá 25 médicos, 8enfermeiros, 18 técnicos deenfermagem.

FLORIANÓPOLIS SÃO JOSÉ

ELEVADO ABRE ÀS 6H DO DIA 23 CONTAS EM DIA, UMA MARCA DA CIDADE


RETRATOS URBANOS

Uma das coisas que osgovernantes mais gostam (há outras,muitas outras) é entrar para aposteridade. Quando seu nome nãoestá em uma placa de inauguração,daquelas em que todo mundo érelacionado, criam uma galeria paracolocar sua foto e transformar-seem imortal.

Na foto à esquerda, o ex-governador Eduardo Pinho Moreiraantes de sair foi conferir se estavabem na foto, ao lado da imagempóstuma de Luiz Henrique, nagaleria dos ex-governadores de SC,no centro administrativo.

Já na foto à direita, está faltandoele, como diz aquele samba. É agaleria dos ex-prefeitos de São José.Funciona assim: quando acaba omandato, o prefeito que entramanda providenciar uma pinturacom o perfil do prefeito que sai.Afinal, quando sair, também vaiquerer entrar na galeria. Mas nocantinho abaixo, onde deveria estarimortalizado para a história o ex-prefeito Djalma Berger, que saiu daprefeitura há seis anos, ninguémcolocou o quadro com a imagemdele. Ô, gente.

A foto é da rua Dona Nicota,no Campeche. Além das pessoasque vivem ali, também écaminho tradicional para chegara praia, pois sai direto ondeficava o Bar do Seu Chico, muitoquerido na comunidade. Isso nosbons tempos. Agora, a Rua DonaNicota virou área de despejo deesgoto do condomínio LasRozas Village. Há poucos dias,moradores filmaram um drenode esgoto direto do prédio para arua, na maior cara de pau. Foipra internet e denunciado pelaAmocam, a associação demoradores. Houve atéjustificativa: “O caminhão limpafossa atrasou”. E jogaram na rua.

O incrível é que napropaganda da ConstrutoraÁlamo sobre o Las Rozas (com zmesmo), está escrito assim:“Rodeado por áreas depreservação permanente, acaminho da praia e com váriasopções de acesso, este é umempreendimento para quem desejaviver em meio a tranquilidade deum aconchegante vilarejo, sem

abrir mão da comodidade que umacidade sofisticada oferece. No LasRozas Village você vai curtir a vidacomo ela é: maravilhosa o tempointeiro”.

Agora, com a foto do despejode esgoto, a propaganda ficoucompleta.

Fora de foco

FOTINHA NA PAREDE

?

Redes Sociais/Divulgação/BD

BDSecom/Divulgação/BD

Cae Martins



NEGÓCIOS DA CHINA

ALÇA DE CONTORNOÉ UMA NOVA PONTEHERCÍLIO LUZ? Concessão já trocou de donos três vezes em11 anos, e a obra não termina. Qual foio lucro até agora?

POR JURANDIR CAMARGO

Será que concessão da BR 101,trecho Curitiba/Palhoça -que inclui as obras da alça de

contorno da Grande Florianópolis-, também transformou-se numnegócio tão lucrativo quanto asobras sem fim da ponte HercílioLuz?

Na Hercílio Luz, em 37 anos, jáforam gastos mais de R$ 700milhões e ninguém consegueenxergar uma luz no fim da ponte.Na alça de contorno, parte de umaconcessão negociada em 2008,também já se vão 11anos. E aestrada, que deveria estar prontaem 2012, agora está prometidapara 2022.

A diferença com a ponte é queninguém sabe quanto essaconcessão já rendeu de lucro.

A BR 101 e alça estão sobcontrole da Autopista Litoral Sul.Junto com outras oito importantesconcessões de rodovias no Brasil(em SP, MG, PR e RJ), fazem partede um mesmo pacote ganho pelaespanhola OHL em 2008. Detalhe:essas concessões já trocaram dedono três vezes (média de umdono a cada três anos e meio).

Na soma das transações feitasentre os megagruposinternacionais nesse troca-troca dodomínio do pacote de rodovias, jáforam movimentados mais de R$66 bilhões com a compra e vendade ações, remuneração de ativos edívidas assumidas. Com tantovolume financeiro, o negócio nãodeve ser ruim. Por isso, no caso específico daGrande Florianópolis, é ridículoque 58 km de pistas da alça decontorno não tenham perspectivade conclusão depois de 11 anos.Esse atraso prolonga o caos namobilidade urbana nas quatromaiores cidades da RegiãoMetropolitana, que têm uma frota

de mais de 673 mil veículos epopulação de quase 1 milhão dehabitantes.

Por que o negóciotroca tanto dedonos?

A OHL foi a primeiraconcessionária do pacote queinclui a BR 101 (com a alça decontorno) e outras cinco rodoviasno Brasil, localizadas nos estadosmais ricos do país (SP, MG, PR, RJe SC). A Obrascón, Huarte, Lain(OHL) é uma empresa espanholaque surgiu da junção de trêsmegagrupos. A Obrascón, fundadaem Bilbao em 1911, fundiu-se coma Huarte, que existia desde 1927em Pamplona, e a Lain, empresaincorporada por uma subsidiáriada John Laing Construction, doReino Unido, e que em maio de1999 ingressou na ObrascónHuarte formando a OHL.

Essas fusões e trocas societáriasentre concessionáriasinternacionais parecem ser o elo deum engenhoso método para seganhar muito dinheiro comrodovias no Brasil. A OHL é umexemplo: ganhou cinco grandesconcessões de estradas em 2007,não cumpriu as obras no prazo eainda retirou R$ 310 milhões dolucro do pedágio antes de vendertudo e deixar o país. Comparando,levou embora o valor de quasemeia ponte Hercílio Luz.O TCU (Tribunal de Contas daUnião) investigou favorecimentofinanceiro ao grupo e descobriuque a empresa chegaria ao final daconcessão do trechoFlorianópolis/Curitiba com lucroindevido de R$ 790 milhões. Mas oTCU chegou tarde: a OHL já tinhavendido suas ações e caído fora.

Ficamos com a alça na mão.Quem comprou o butim da OHLfoi a Arteris, uma empresa recémcriada e que pertence aomegagrupo espanhol Abertis, quedepois desse bom negócio virou amaior operadora de rodovias nomundo. Isso foi em 2012, ano emque a OHL havia garantido, emcontrato, entregar a obra prontaalça de contorno.

O novo grupo espanhol,Abertis/Arteris, fez o seguintenegócio com a OHL: ficou com100% das ações da Partícipes enBrasil, que controlava 60% docapital da OHL Brasil, pagou 11milhões de euros (cerca de R$ 50milhões, cotação março de 2019),repassou 10% das ações para aOHL e ainda assumiu uma dívidade 504 milhões de euros (quase R$3 bilhões).

A operação foi um negócio daChina, pois antes de vender ativospara a Abertis a OHL comprou5% das ações da própria Abertis.Resultado: foi vendida mas ficoucom 15% da outra, com direito aum lugar no conselho deadministração da Abertis.

Não por acaso, a negociaçãoAbertis/OHL foi considerada, em2014, pela Bolsa de Valores deMadri a mais complicada operaçãodo mercado acionário espanhol.Tanto isso é verdade que a Arteris,logo depois, transferiu 49% dasações para o grupo canadenseBrookfield por 362 milhões deeuros (cerca de R$ 1,45 bilhão aocâmbio de hoje). Os dois grupos, aAbertis (51% das ações) eBrookfield (49%) sepultaram aOHL Brasil e criaram a Arteris.(Em SC é Arteris/AutopistaLitoral Sul).

Essa operação de compra evenda permitiu ao grupo Abertiscontrolar 3,4 mil quilômetros deestradas com pedágio, comintegrando nove concessões no

Brasil. Mas a Arteris sob ocomando da Abertis/Brookfield,atuou só durante três anos. Foivendida em maio de 2018.

É o método dos espanhóis:cobram pedágio, faturam e depoisvendem a concessão. Desta vez aAbertis, dona da Arteris, que eradona de nove concessões no Brasil(rodovias em SP, MG, RJ, PR e SC)foi vendida por R$ 63 bilhões.

Desde maio do ano passadoalça de contorno (e as outrasconcessões) tem três novos donos:o grupo italiano Atlantia, oespanhol ACS e o alemãoHochtief.

É muito estranho que, até agora,em SC, depois da concessão da alçade contorno passar para o controlede um terceiro dono, ninguém falesobre o negócio, apesar de a ofertapública de ações estar sendoestruturada desde 2017. O martelofoi batido na Bolsa de Madri no dia14 de maio de 2018, mas no Brasilas informações sobre o negócio járolam há muito tempo. No dia 9 defevereiro do ano passado, vésperade carnaval, foi publicado noDiário Oficial da União autorizaçãoda ANTT para que o grupo alemãode infraestrutura Hochtiefassumisse as concessões dasrodovias Fernão Dias (BR-381),Regis Bittencorut (BR-116),Planalto Sul (BR-116), Litoral Sul(BR-101 com a alça de contorno) eo trecho fluminense da BR-101entre Niterói e a divisa com oEspírito Santo. Ninguém leu oDiário Oficial na véspera docarnaval.

Compra - A Hochtief, filial daACS na Alemanha, assumiu ocontrole da Abertis (Arteris). Osativos passaram para umconsórcio: 50% mais uma açãocom a italiana Atlantia, 30% com aespanhola ACS e 20% menos umaação com a Hochtief.

Divulgação/BD


NEGÓCIOS DA CHINA

Grupo é controladopela Benetton

AAtlantia SpA (antiga Autostrade SpA ) éuma holding italiana cujo principal ativoé a Autostrade per l’Italia, a maior

concessionária da rede italiana de autoestradas.O grupo atua globalmente no setor deinfraestrutura rodoviária e aeroportuária, com5.000 Km de autoestradas na Itália, Brasil, Chile,China, Polônia e na gestão dos aeroportos deFiumicino e Ciampino (Itália) e de Nice,

Cannes-Mandelieu e Saint Tropez (França). Omaior acionista individual da Atlantia, com cercade 38% da ações, é a Sintonia, veículo deinvestimento da família Benetton. A sede daAtlantia é em Roma, onde foi fundada em 2002por Alessandro Benetton. Em 2017, só com agestão de rodovias e aeroportos, o faturamentofoi de R$ 30 bilhões. A origem do grupo é anode 1950, quando foi criada a SocietàConcessioni e Costruzioni Autostrade com oobjetivo de participar, com outros grandesgrupos industriais, da reconstrução da Itália nopós-guerra. Nas décadas seguintes adquiriuempresas e concessões. Já em 2006, comoAtlantia, projetou uma incorporação com aAbertis com o objetivo de criar um megagrupoeuropeu.

O governo italiano, que na verdade tem asconcessões rodoviárias em mãos, vetou onegócio. Em 2012, a Atlantia consolidou sua

estratégia de expansão internacional por meio dajoint venture no Brasil com o grupo Bertin, paracriar um polo de manutenção de mais de 1.500quilômetros de malha rodoviária concentradaem São Paulo. No verão de 2017, retomou oprojeto de conquista da empresa espanholaAbertis (faturamento, em 2017, de mais de R$25 bilhões, lucros de R$ 4,5 bilhões, 7.500quilômetros de rodovias na Espanha, França,Alemanha, Brasil e Chile) com a ACS-Hochtief,do espanhol Florentino Pérez, patrono do RealMadrid. Em março de 2018, a Atlantia e a ACS-Hochtief chegaram a um acordo, com ofertaconjunta pelo controle da Abertis com umaproposta R$ 90 bilhões. Entre 2016 e 2029 serãocerca de R$ 62 bilhões de investimentos emrodovias, dos quais 5,3 bilhões de euros já foramautorizados. No caso de aeroportos sob suaadministração serão investidos 2,6 bilhões deeuros.

OS NOVOS DONOSAs corporações que compraram a Abertis, antiga dona da Arteris/Autopista Litoral Sultambém são megaempresas mundiais na área de infraestrutura.

Patrão é Florentino Pérez,patrono do Real Madri

OGrupo ACS (Actividades deConstrucción y Servicios, S.A.),empresa de capital aberto, foi fundado

em 1997 e tem sede em Madri, na Espanha. Seucomandante é Florentino Pérez Rodríguez, quetambém é patrono do Real Madri. A ACS atua

nos ramos de obras públicas, construçãoresidencial e não-residencial, concessionária deinfraestrutura para transporte, gestão defacilidades, serviços de meio ambiente,logísticas, serviços industriais. Seu faturamento,em 2016, foi de R$ 166 bilhões (valoratualizado), com um lucro de quase R$ 4 bilhões(atualizado). É uma das principais empresas deconstrução do mundo, com projetos em mais de30 países. Tinha 66.000 funcionários em 2017.No primeiro trimestre de 2018, teve lucro de R$1,225 bilhões. As vendas do grupo ACS nosprimeiros três meses do ano atingiram mais deR$ 42 bilhões. Seu mercado geográfico édiversificado: 44% das vendas são nos EstadosUnidos, 20% na Europa, 19% na Austrália, 7%na Ásia, 8% na América do Sul e 2% na África.As vendas na Espanha, onde fica sua sede,representam 14% do total. Sua carteira denegócios no primeiro trimestre estava avaliada

em R$ 326 bilhões. Os investimentos, nomesmo período, foram de cerca de R$ 90bilhões. Algumas obras da ACS pelo mundo:geração hidráulica e no rio Peace (Canadá);construção da nova torre de 12 andares dohospital Metrohealth Center em Cleveland,Ohio (EUA); extensão do metrô deCopenhagen (Dinamarca); contratos demineração na Austrália; construção do parquefotovoltaico de Tailem Bend (Austrália); obras esuporte para a manutenção de redes de média ebaixa tensão na Argentina; operação emanutenção da rede de esgotos em Madri(Espanha). Na área de serviços a ACS faz agestão integral do lar de idosos de San Cristóbalde la Laguna em Tenerife (Espanha) e o serviçode limpeza em hospitais da ComunidadeValenciana e das Ilhas Canárias (Espanha). Ogrupo tem participação em mais de 60 empresasem vários países.

Construiu o Führerbunker,cenário do suicídio de Hitler

AHochtief Aktiengesellschaft (que équem comprou as ações daAbertis/Arteris para depois repartir

com a ACS e Atlantia) é uma empresa deconstrução alemã sediada em Essen, na Renânia

do Norte-Vestefália. É a maior empresa deconstrução da Alemanha, opera globalmente etambém é classificada como uma das maioresempresas de construção geral dos EstadosUnidos, através de sua subsidiária Turner.Emprega mais de 53.000 funcionários em cincodivisões corporativas. A história da empresaremonta a 1874 (surgiu com o nome deGebrüder Helfmann, Bauunternehmer) e incluiproezas de engenharia como o transporte dostemplos de rocha de Abu Simbel, no Egito(salvando-os da ascensão do rio Nilo causadapela represa de Aswan), projetos deinfraestrutura como o novo AeroportoInternacional de Atenas e a primeira usina

nuclear da Alemanha. Durante a Segunda Guerra Mundial, a

Hochtief implantou trabalho forçado emprojetos de construção e construiu oFührerbunker em Berlim, cenário do suicídio deAdolf Hitler, além da casa de Hitler em Berghofe a sede do Wolfschanze. Suas obras maisrecentes são a ponte do Bósforo (Turquia),Aeroporto Internacional Rei Abdulaziz (ArábiaSaudita) e a Torre Commerzbank, em Frankfurt.No final de 2010, o grupo espanhol ACS, que jádetinha 30% das ações da Hochtief, lançou umaoferta que permitiu participação adicional de20% na empresa.


Na véspera do Carnaval de2018, a ANTT publicouno Diário Oficial da

União a autorização para a vendada Arteris para a Hochtief.Ninguém leu? Pelo valor da vendada Abertis (Arteris) para aHochtief, R$ 63 bilhões, pelomenos dá para perceber que, noBrasil, somos muito descuidados,e a concessão de rodovias é umótimo negócio no País.

A Arteris era uma das maioresconcessionárias do Brasil.Administrava mais de 3.200 Kmde rodovias em operação. Dassuas nove concessionárias (SP,MG, RJ, PR e SC), detinha 100%do capital da Autovias, Centroviase Intervias e, também, 100% docapital da Autopista Fernão Dias,Autopista Regis Bittencourt,Autopista Planalto Sul, AutopistaFluminense e da nossa conhecidaAutopista Litoral Sul. O controle

era exercido pela Partícipes enBrasil S.L., companhia estruturadacom 51% das ações com a AbertisInfraesctruturas S.A. e 49% com aBrookfield Motorways HoldignsSRL. Tudo isso agora pertence aoconglomerado Atlantia, ACS eHochtief..

É incrível que, ainda hoje, atransação seja praticamentedesconhecida.

Um mercadobilionário

Esse troca-troca de donos fazparte do jogo bilionário e lucrativoem que as corporaçõesinternacionais transformaram osistema de concessões no Brasil. Jáfoi assim quando a Abertis (donada Arteris) comprou a concessão

da OHL, e a história repetiu-secom a venda da Arteris para osmegagrupos Atlantia/ACS/Hochtief.

Afinal, o Brasil era o quartomaior mercado da Abertis,responsável por 14% de seusingressos de recursos, e ninguémlarga um osso desses. “Se trata deun portfolio de autopistas sólido”,reconheceu Salvador Alemany,empresário espanhol que era opresidente da multinacionalAbertis até o último dia 18 demaio de 2018. Afinal, ainda hámuito tempo e dinheiro pelafrente, pois essas concessõesvencem somente entre 2028 e2033.

Em 2018, já sob o comando datroika Atlantia/ACS/Hochtief, obalanço da Arteris apresentou umareceita bruta de R$ 4,1 bilhões.Desse resultado, 69% foramreceitas de pedágio. No ano

passado, passaram pelas cancelasda Arteris no Brasil 651,5 milhõesde veículos, 65% deles pesados.

NEGÓCIOS DA CHINA

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UMA MÁFIA DA GRILAGEM NO CAMPECHE?

OCampeche é umdos bairros quemais cresce em

Florianópolis e virou umparaíso de grileiros. É oque que denunciareportagem de Vanessada Rocha publicada nojornal Notícias do Dia,com o título “Campechevira queridinho dosgrileiros”.

Segundo a matéria avenda de imóveis ilegaisno Campeche envolvedocumentos frios, falhasna fiscalização e atéameaças de morte.

“Eles ameaçaram demorte a família de ummembro do Judiciário queatuou contra asirregularidades. Eles são umamáfia”, relata uma testemunha, quenão se identifica com medo demorrer. A suspeita é que a cartacom ameaça tenha sido enviado aoservidor da Justiça por grileiros doSul da Ilha, diz a reportagem.

Segundo o jornal, construtoresque já lucraram muito no Norte daIlha agora estão de olho no Sul.“Eles constroem pequenoscondomínios e vendem a preçosque equivalem a menos da metadedo valor do metro quadrado na

região. À margem da lei, osclandestinos não apresentamdocumentos da obra para oscompradores. Apenas fazem umcontrato de compra e venda,cobram antecipado e orientam omorador a fazer usucapião para

regularizar a moradia nofuturo”.

É alto risco de compraresse tipo de imóveis semalvará, com construçõesfora dos padrõespermitidos pelo PlanoDiretor e em áreasproibidas, pois asedificações podem serdemolidas. O jornalentrevistou a defensorapública Ana Teive Auras,que alertou que isso (apicaretagem) é muitocomum em Florianópolise que na Defensoriaexistem vários casos depessoas que compraramimóveis com dívidas oucom falsos proprietários.

Nos processos judiciais deobras irregulares no Sul da Ilha, asirregularidades mais comuns sãoprédios fora do padrão permitido econstruções em APP (Áreas dePreservação Permanente) comodunas, restinga e nascentes.

Documentos frios, obras ilegais e até ameaças de morte. Denúncia é do jornal Notícias do Dia


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JURANDIR CAMARGO

Na década de 70 recebi ainformação de que ogeneral Alfredo

Stroessner, ditador-presidente doParaguai, tinha nascido no Brasil.A pauta era fantástica e fiquei comela na cabeça durante anos, até odia em que, como repórter de OEstado, fui cobrir uma visita deStroessner a Florianópolis.

O governador à época era JorgeBornhausen, e era costume levar ovisitante ilustre até a sacada doPalácio Cruz e Sousa, de frentepara a Praça XV, e lá de cimasaudar o povo lá embaixo.

Na calçada da praça, eu

observava aquela cena prosaica: oditador paraguaio na sacada, opovo na rua como plebe, e eupensando: esse sacana é umbrasileiro. Nesse devaneio, sinto opeso de uma mão sobre meuombro. Viro a cabeça num átimo evejo um homem, terno de linhobranco, cerca de 50 anos, queaponta para o general Stroessner ediz: “Ele é gaúcho. É umgauchão!”.

Senti um frio na barriga. Olheipara a sacada, fixei o olhar emStroessner mas, quando virei paratrás, o misterioso homem do ternobranco havia desaparecido nomeio da multidão.

Na ditadura Stroessner, o ABCColor, o jornal mais importante do

Paraguai era o único que nasvisitas do general Ernesto Geisel aAssunção acrescentava umsobrenome estranho ao nome dopresidente brasileiro: ErnestoBeckmann Geisel.

No Brasil, nunca ninguémchamou Geisel de Beckmann. Erauma deferência paraguaia, talvezrespeito de velhos conhecidos,filhos de imigrantes alemães comoGeisel e Stroessner, nascidostalvez na mesma região.

Geisel nasceu em BentoGonçalves e Stroessner terianascido em Estrela, duas cidadesdo Rio Grande do Sul. A famíliado ditador teria ido para oParaguai quando ele tinha um ano,

e registrado Stroessner comocidadão paraguaio.

Lenda ou não, o ditadorAlfredo Stroessner acaboumorrendo no Brasil, em 2006,depois de quase 20 anos de exílio.Foi sepultado em Brasília, mas nãodá para dizer que ele tenha sidoenterrado em “seu país natal”. Enem que o Paraguai era a suapátria, pois o povo paraguaiorejeitou receber o corpo deStroessner de volta. Houve lá umagrande mobilização popular, quetinha como palavra de ordem umavingança: “Ni muerto loqueremos”.

Até hoje, acho que esta é umagrande matéria que eu ainda nãoescrevi”.

“NI MORTO LO QUEREMOS”

Na posse do novo diretor da Itaipu Binacional o presidente Jair Bolsonaro reverenciou a memóriado general Alfredo Stroessner, ditador que mandou no Paraguai durante 35 anos (1954 a 1989).

Aproveito o gancho ruim para desenterrar uma boa história.


MARCELO ALONSO(Sommelier Personal)

Apresentação

Ovinho é uma bebidaoriginária da natureza.Mas é, também, o

resultado de um conjunto deconhecimentos técnicos. É umproduto diferenciado: mais do queser apenas bebido, deve sertambém apreciado.

Espero, com essas dicas, auxiliaraos que simplesmente bebem quetenham informações que lhespermitam, na próxima taça devinho, desfrutar de algo além deuma bebida alcoólica. Quero, demaneira simples, fazê-losvislumbrar algo que remete aosdeuses da Antiguidade, aos sábiosdo passado e às pessoas felizes dopresente, que tiveram – e têm – novinho uma alegre e saudávelbebida.

Degustandoo vinho

Dicas essenciais para desfrutarcom prazer de uma degustação devinhos.

1. Degustar requer certaconcentração e, se você tivercondições de preparar umambiente para isto, tantomelhor.

• Iluminação: a luz ideal é anatural, do dia. Quando tivernecessidade de iluminaçãoartificial, prefira as luzes amarelas,mais parecidas com a do sol.

• Ambiente: deve ser calmo efresco, preferencialmente longe demuito barulho.

• Local neutro, sem cheirosfortes de comida e/ou outros.

• Estar bem-disposto. Umagripe, mal-estar, stress ou cansaçopodem alterar muito suascondições de avaliação.

• Evite usar muito perfume,pois pode atrapalhar sua percepçãodos outros aromas.

• Evite fumar ou tomar caféantes ou durante a degustação.

• Tenha em mãos sua caixa dearomas.

Dica: organize um álbum dedegustação. Esta é uma boa ideia,pois, com o passar do tempopodemos esquecer os vinhos queprovamos, ou ficarmos confusossobre quando e com o que odegustamos. Mais tarde você podeaté criar um arquivo em seucomputador.

2. Degustando:

• Escolha uma taçatransparente.

• Não encha até o topo, o idealé servir 1/3 de vinho.

• Segure a taça sempre pelahaste.

• Uma noção geral: você gostaou não do vinho e por quê?

• Não use detergente para lavaras taças. O melhor é lavá-las emágua quente e com as mãos. Deixesecar ao ar livre e depois retire asmanchinhas com um pano limpoembebido em álcool.

• Concentre-se para lembrar-sedas impressões e sensações dovinho.

OlharAtenção: todos os vinhos,

independentemente da cor, devemestar límpidos. A turbidez e ouopacidade, geralmente, indicamque ele está com defeito.

Observar a cor pode nos dardicas preciosas sobre o vinho, taiscomo:

• Idade• Algumas características do ano

da colheita.• A variedade da uva.Baralho das Cores: compare as

cartas com o vinho em sua taçapara descobrir o nome da cor eoutros dados importantes:

De acordo com a uva utilizada ea região de origem, ele teránuances mais intensas ou maissuaves, o que nos possibilita saber,por exemplo, se é um Pinot Noirou um Tannat, pois as cores dosdois são muito diferentes.

Regra GeralVinhos brancos quanto mais

claros (palha), mais jovens. Com aevolução vão escurecendo, indo doamarelo-palha ao tom âmbar.Exceção: os vinhos brancos desobremesa, que mesmo quandojovens já apresentam um tomamarelo dourado bem intenso.

Vinhos tintos quanto maisescuros (púrpura), mais jovens.Com a idade eles vão perdendocor, evoluindo de púrpura aogranada.

Quando chegam ao declínioadquirem um tom acastanhado, oque indica que o vinho já passoudo tempo de consumo, estragou.

NarizO aroma é o elemento essencial

que caracteriza um vinho. Emboraapreciá-lo seja fácil, identificá-los émuito mais difícil pois a variedadede aromas encontrada nos vinhos é

enorme.• Escolha um aroma na Caixa

de Aromas, sem ver o nome,molhe a fita olfativa e cheire.

• Sinta o aroma e procureidentificar se é floral, frutado,amadeirado, etc.

• No Baralho dos Aromas, vejaa família, a classificação e em quevinhos ele costuma aparecer.

• Repita a operação com outrosaromas, mas lembre-se que oolfato cansa logo. Não exagere!

• Treinar sempre é o melhorrecurso para adquirir uma boamemória olfativa.

Você sabia? Os aromas dovinho se originam de substânciasvoláteis que evaporamprogressivamente quando o vinhoé aerado (entra em contato com ooxigênio). É por isso querecomendam girar a taça váriasvezes ou até, em alguns casos,decantá-lo antes de prová-lo.

As sensações táteis na bocaauxiliam-nos a perceber os outroselementos no vinho. Tais como:corpo, acidez, tanino, álcool edoçura.

Além destas qualidades, procuretambém identificar:

• Equilíbrio e harmonia entre oálcool, acidez, doçura eadstringência.

• A duração, ou final de boca.Quanto tempo depois de engolir,ainda consegue sentir o gosto dovinho (quanto mais tempo, melhora qualidade).

AROMAS DO VINHO


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DESTAQUEFernanda

Experiência

O grupoConexãoFlorianópolisreuniu-se paratrocarexperiênciassobre asdiferentesformas notratamento eeducação dosseus filhos.

Academia 24hs Liderado por Vitor

Mendes, o grupo deprofissionais da

Academia Afitnessdeixa as aulas cada vez

mais animadas.

Tal mãe, tal filhaJacirene Siqueira e Ariane, sempre juntas,

valorizam o amor de mãe e filha.

Academia 24hs (1)O professor Nata Quadros promove, emcada participante, a vontade de retornar

todos os dias para a aulas de Zumba.

BenzedeiraDona Dina, 87 anos, moradora doRibeirão da Ilha e uma das poucas

benzedeiras atuantes na Ilha.



Fernando Damásio

e-mail: [email protected](48) 98477-1499

Carnaval sem-vergonhaAlgumas fotos do carnaval falam por si: ausência decivilidade, com atos de vandalismo e descaso com osbens públicos, e blocos de sujo que levaram ao pé daletra o seu adjetivo e proporcionaram um deprimente

espetáculo de falta de educação.

Verde na Alesc

O boa praça ecompetente assessorpolítico Neves, cuidaagora de projetossobre sustentabilidadee meio ambiente nogabinete do deputadoIvan Naatz, doPartido Verde (PV).

Curtindoa vida

A grande KatiaFreitas, amiga de

infância destecolunista, aproveitabem o que a cidade

oferece para umbom descanso.

FamíliaWaldemar Bornhausen Neto, secretário de Desenvolvimento

Econômico e Inovação de São José, aproveita o tempo livre para desfrutarmomentos felizes junto a família. Por isso está sempre de bem com a vida.

Família destaqueA coluna cumprimenta a família do Dr. Elias Sombrio (advogado), sua

esposa Hilda (também advogada) e os filhos Eduardo (engenheiro) e Lyara(médica). Parabéns.


AmigosEste grupo reúne-se sempre as quartas-feiras para comemorar a semana, colocar

o papo em dia e falar das coisas da cidade. São amigos, simplesmente.

Homem showConhecido em todas as rodas, o popular

Roberto Carlos foi testar um dos patinetes doGean Loureiro. Testou e aprovou. Mas,segundo o nosso galã, andar de busão é maistranquilo.

Com carinhoBruno Damásio, piloto da equipe

Garage 55, com sua esposa Julianamostra como é bom ser feliz.

Dupla imbatívelFeliciano Falcão (o homem do gato) e Nilson

Fraga (diz que é o melhor na tarrafa) merecemdestaque nesta coluna. São amigos queridos deinfância deste colunista. Um forte abraço

PresenteGlaicon, o famoso Bonitão (ao lado do

colunista) ganhou de um grupo de amigos doSufocos Restaurante, onde trabalha, ummicro-ondas como presente de casamento.Quem coordenou a vaquinha foi o MarcosEscobar, que até devolveu troco porquesobrou dinheiro. A festinha de entrega tevedireito a balões e tudo mais.

Queridos

JuscelinoXavier de Souza

Rocha, CamilaXavier Rocha eRosana Rocha

curtem uma boamúsica no

SufocosRestaurante. Sãopessoas queridas

e especiais.


JACK O MARUJO

Ninguém mais se entende noBrasil. Amizades e amoresse rompem e há

insatisfação geral na política, nacultura, nos negócios, nas relaçõesinternacionais. Nosso capitão Jack oMarujo foge muito para o alto mar,mas é sempre atingido pelo clima dedesavenças. Suas respostasacompanham o clima de rupturas,mas como de costume com a graçae a contundência de todo dia..

- A Rússia ameaça entrar naguerra, capitão.

- Melhor chegar a um acordo. OExército Vermelho toma Brasíliapelo Twitter, disse Jack o Marujo.

- Explique a piada para que eutambém possa rir.

- Nós não queremos que vocêria, disse Jack o Marujo.

- O sr está errado, capitão.- Não me conserte. Meus

defeitos são a melhor parte, disseJack o Marujo.

- Por que será que só escrevemmerda? - Porque só pensam merda, disseJack o Marujo.

- Será que existe vida inteligenteem outros planetas?

- Em algum lugar deve ter, disseJack o Marujo.

- Nas suas palestras, o sr. ficanervoso com a casa cheia?

- Nada. Eu conto as cabeças emultiplico pelo valor da entrada,disse Jack o Marujo.

- O sr. tem lado, capitão? - Não precisa.Tenho base, disse Jacko Marujo.

- Houve sacanagem mesmo, masquem nunca, não é capitão?

- Eu nunca, disse Jack o Marujo.

- É só uma sugestão deinvestimento. Eu não preciso doseu dinheiro, disse o agiota.

- Entendo. Você só precisa queeu me desfaça desse dinheiro, disseJack o Marujo.

- O sr. está muito irascível. Evitochegar perto para não ouvir o quenão quero.

- Não tenha receio, disse Jack oMarujo. Não vou lhe chamar deidiota se você não for.

- Diga algo que eu preciso ouvir,capitão.

- Cale- se, disse Jack o Marujo.

- Por que o sr. ainda navega seestá no fim da vida? perguntou oGrumete.

- Só pelo divertimento, disse Jacko Marujo.

- Como está a viagem, capitão?- Parti cedo, quando o sol ainda

estava de conversa com a Lua, disseJack o Marujo. Apontei o navio paraas estrelas. Hoje contorno Saturno.

- O que é uma tempestade,capitão?

- É quando Deus solta oscachorros, disse Jack o Marujo.

- O sr. se sente só em alto mar?

- Só quando naufrago, disse Jack oMarujo.

- O Sr. que é bem informado,tem alguma informação decocheira?

-. Os cavalos não conversamcomigo, disse Jack o Marujo.

- Qual a pior ameaça, capitão?- Amigo, eu sei onde você mora,

disse Jack o Marujo.

- O senhor sempre diz coisas,capitão.

- Exato. Jamais replico, contesto,obtempero, ignoro ou concluo. Sódigo, disse Jack o Marujo.

- Vi o senhor na rua outro dia,capitão.

- Era plágio, disse Jack o Marujo.Não sou visível a olho nu e não mearrisco em terra firme.

- Mas eu tenho razão, capitão!- Não importa ter razão. Importa

o que você faz com ela, disse Jack oMarujo.

CLÁSSICOS DE JACK

- O que o senhor levaria parauma ilha deserta, capitão?

- Um navio, disse Jack o Marujo.

- Sente saudade de algum lugar,capitão?

- Certa vez naufraguei na costada Grécia,.disse Jack o Marujo.Trabalhei num porto de pescadores.Fui sóbrio e solidário. Quando vimembora, entoaram canções do mar.

- Quais nossas chances? gritou oGrumete no meio da tempestade.

- Nenhuma, disse Jack o Marujo

- Hoje tem Lua, disse a Sereia.- Sim, disse Jack o Marujo. Só

notei agora, quando ela seaproximou de ti.

- Há tempos o senhor não falanada.

- Quando não me escuto,desapareço, disse Jack o Marujo. Sófica o sentimento, invisível como ovento.

- Hoje estou vazia, disse amulher.

- Vamos pingar uma gota deorvalho, disse Jack o Marujo.Receita da Lua quando a manhãpede um perfume.

- Por que o sr. tem esse nomeestrangeiro? perguntou o grumete.

- Nasci no alto mar,disse Jack oMarujo.Terra de ninguém,lugar semporto.Sou vento

O sr. me leva para o outro ladodo mar? perguntou a viajante. Nãoprecisa, disse Jack o Marujo. Ooutro lado do mar é este.

- O sr. costuma sustentar seuspontos de vista, capitão?

- Nunca, disse Jack o Marujo.Eles que aprendam a se virarsozinhos.

- O sr. ainda dirige! disse oimberbe vendo Jack o Marujo novolante de um Simca Chambord.

- Verdade? Pensei que estava nobanco de trás, disse o capitão.

JACK NA MARÉ ALTA DOS CONFLITOS

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FLORIPA - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO ... 054.pdfF lorianópolis e São José, que comemoram aniversário agora em março (a primeira dia 23, e a segunda dia 19) vão