39
FLUXO DE INFORMAÇÕES, COMUNICAÇÃO E A SEGURANÇA DO PACIENTE GUILHERME BRAUNER BARCELLOS GRAMADO, 03/11/2016

FLUXO DE INFORMAÇÕES, COMUNICAÇÃO E A SEGURANÇA DO PACIENTE GUILHERME BRAUNER BARCELLOS GRAMADO, 03/11/2016

Embed Size (px)

Citation preview

Transicao do Cuidado Hospital / Ateno domiciliar

Fluxo de informaes, Comunicao Ea segurana do paciente

Guilherme brauner barcellosGRAMADO, 03/11/2016

Declarao de Conflitos de InteresseH pelo menos 10 anos, no possuo nenhum tipo de relao direta com indstrias de medicamentos ou tecnologias. No mais recebo sequer visitas de propagandistas destas empresas.

Roteiro da apresentaoValorizao global do tema dentro do hospital e algumas intervenes aplicveis;A alta hospitalar como momento onde o assunto ganha mxima relevncia.

IMPORTNCIA DA COMUNICAO

Erros nas trocas de informaes esto entre os mais comuns e com maiores consequncias na assistncia sade

A atenuacao dos problemas decorrentes da falta de comunicacao poderia economizar $240 bilhoes por ano nos EUA (IOM 2012).

Os desafios da comunicao aumentam com a complexidade do paciente + a complexidade e a fragmentao do cuidado

Fonte: The Advisory Board Company 2015

O Novo normal tem sido a complexidade e a fragmentao

O Novo normal tem sido a complexidade e a fragmentao

Histria coletada por 3 diferentes profissionaisEvento adverso medicamentoso Alta retardada por deteriorao secundria a condio adquirida evitvelnfase inadequada em recuperaoMdico no comunica plano teraputico enfermeiraFatores psicossociais recm identificados foram modificao de plano teraputico10FRAGMENTAO

Em um estudo classico, pesquisadores descobriram que receber atendimento por medico estranho a equipe foi um preditor de complicacoes mais importante que a gravidade da doenca do paciente (Petersen 1994).

ESTRUTURA, HIERARQUIAS E GRADIENTES DE AUTORIDADETodas as organizaes precisam de estrutura e hierarquias para que no se transformam em um caos;Mas gradientes de autoridades muito grandes igualmente no servem.

Comisso que trabalhacomunicao

Eric Edwin Howell, M.D.Division Director, Collaborative Inpatient Medicine Service (CIMS) at Johns Hopkins Bayview Medical CenterAssociate Professor of MedicineALGUMAS INTERVENES INTRA-HOSPITALARES APLICVEISFORMAO DE VERDADEIRAS EQUIPES;COMBATE A TODA DESCONTINUIDADE EVITVEL;COORDENAO DO CUIDADOQUEM O SEU MDICO?QUEM A SUA ENFERMEIRA?Ferramentas de comunicaoProcesso normatizado de passagem de plantoes/turnosUnidades geogrficasRound interdisciplinares estruturadosTreinamento CRMHospitalistas

Ferramenta sbar de comunicao

Originalmente, foi desenvolvida pela marinha nos EUA para ser usada em submarinos nucleares. Mais recentemente, tem sido usada com sucesso na saude, sendo de facil aplicacao com bom treinamento. Na maioria dos programas de treinamento, o foco e a enfermagem a fim de estruturar a comunicacao com os medicos, de forma a capturar atencao e gerar acoes apropriadas. A necessidade para o treinamento surgiu a partir do reconhecimento de que muitos enfermeiros tem sido educados para relatar historias, enquanto os medicos tem sido treinados para pensar e, tambem, processar informacoes objetivas.

15Teach back

PROCESSO NORMATIZADO DE PASSAGEM DE PLANTO/TURNOS

Foram capazes de demonstrar reduo de 23% em eventos adversos.

Muito alm da ferramenta esquerda, que representa um mnemnico auxiliar s passagens de casos orais e escritas, a iniciativa contou com incorporao de contedos tericos relacionados ao assunto comunicao no currculo formal daqueles em treinamento nas organizaes envolvidas, capacitaes inclusive dos instrutores, mecanismos de feedbacks, alm de pesada campanha institucional para melhor aproveitamento e sustentabilidade do programa.

N Engl J Med 371:1803-1812November 6, 2014unidades geogrficas

ROUNDS INSTERDISCIPLINARES ESTRUTURADOS

TREINAMENTO CRM

No sistema de sade do U.S. Veterans Affairs, compararam os resultados cirrgicos de 74 hospitais, nos quais as equipes tinham recebido treinamento, com de 34 hospitais que ainda no haviam implementado o programa. Os resultados demonstraram menor mortalidade nos hospitais que realizaram o CRM. Houve ainda uma resposta dose dependente treinamento adicional resultou em redues ainda maiores. Vrios outros estudos tambm demonstraram benefcios do treinamento de equipes, mas houve outros com resultados negativos. O peso das evidncias apoia a premissa de que o treinamento de trabalho em equipe melhora tanto a cultura de segurana quanto os desfechos clnicos.alta hospitalar: um processo crticoDesafios para os profissionais da sade no so poucosComunicao entre os profissionais da sadeComunicao com os pacientesComunicao entre hospitais e unidades bsicas (banco de dados nacional padronizado quando teremos?)

alta hospitalar: um processo crticoDesafios para os pacientesCompreender as instruesInstrues por escrito nem sempre fceis de seguirInstrues verbais geralmente complexas e despejadas Aderncia

Metade dos pacientes admite algum grau de no-aderncia

Kripalani S, et al. Mayo Clin Proc 2008No-adernciaaps alta hospitalaralta hospitalar: um processo crticoProblemas e eventos adversos tornam-se comuns1 a cada 2 pacientes so vtimas de erros associados aos cuidados em sade 1 a cada 5 sofrem eventos adversosMetade dos eventos adversos evitvelO impacto de readmissoes imensoEstudo de Jencks e colaboradores, NEJM 200920% dos pacientes do Medicare readmitidos dentro de um ms aps a alta e um tero retorna dentro de 90 dias Estimaram o custo das readmisses evitveis em 17 bilhes de dlares! Tese de doutorado de Marizlia Leo de Moreira USP 2010Analisadas 12.878.422 internacoes; a proporcao de readmissoes foi de 19,8%. Quanto leitos abriramos reduzindo 5%?Maior utilizao das j superlotadas salas de emergncia dos hospitais, porta de entrada do sistema

Poucos sumrios de alta chegam ao mdico da Ateno Primria at o momento que o paciente retorna para sua primeira consulta ps-alta.

Kripalani S, et al. JAMA 2007

Transferncia de informao na alta hospitalar um processo falho (at mesmo em boston)Revisadas 1501 altas de 5 hospitais Dados importantes faltaram nos sumrios: Exame fsico na admisso (11.4%)Condio na alta (14.2%)Lista de medicaes pr-admisso (20.3%)Razes para alteraes nas medicaes (35.3%)Lembrete de teste com resultado pendente (47.2%)Planejamento do follow up (11.1%)

Gandara E, et al. J Hosp Med 2009Confuso com as medicaes so comunsReviso de medicaes por farmacutivos do Brigham & Womens Hospital (Boston, MA)Discrepncias entre a lista pr-admisso e da alta de 49%Metade potencialmente danosa

Contato telefnico ps-altaDiscrepncias entre a lista da alta e a das medicaes em uso domiciliar de 29%

Schnipper JL, et al. Arch Intern Med 2006Erros relacionados quebra de continuidadeMetade dos pacientes que tiverem alta de um hospital geral foi atingida por algum erro Erro de medicao 42%Medicao registrada no ambulatrio diferente da orientada no hospital no momento da altaTeste diagnstico recomendado ou at agendado, mas no realizado 12%Resultado pendente na alta e depois no checado 8%

Moore C, et al. J Gen Intern Med 2003De 2644 altas de 2 centros mdicos acadmicos, em 1095 (41%) haviam resultados pendentes

Realizado contato com amostragem dos mdicos do ambulatrio: 2/3 desconheciam existir pendnciasDestas pendncias (pesquisadores e mdicos entrevistados concordaram), 37% demandavam aes, 13% delas urgentes

Roy C, et al. Ann Intern Med 2005Exames ou Resultados se perdem aps alta hospitalarRecomendaesno so seguidasDe 693 altas hospitalares, em 191 (27.6%) havia recomedao de algum tipo de follow upProcedimentos diagnsticos (47.9%)Encaminhamento para subespecialidades (35.4%)Testes laboratorias (16.7%)

35.9% das recomendaes no foram seguidas

A presena destas recomendaes no sumrio de alta aumentou a chance de cumprimento (OR=2.35, p=0.007)

Moore C, et al. Arch Intern Med 2003Intervenes possveisAntes da altaEducao do pacientePlanejamento precoce da alta

Depois da altaFollow-up adequadoTelefone ps-altaVisita domicilar

Hansen LO, et al. Ann Intern Med 2011Fazendo a ponteContinuidade do mdico Gerente de transioIntrues adequadas para a alta hospitalar

Kripalani S, et al. JAMA 2007Projeto RED (Reengineered discharge)Desenvolvido por uma equipe da Boston University

Resumo do Protocolo:Aconselhamento intensivo pr-altaNurse Discharge Advocate: educao do paciente, reconciliao medicamentosa, agendamento de follow-upUma nota de alta personalisadaUm telefonema por farmacutico precoce ps alta (2-4 dias)Uma consulta de seguimento em tempo adequado

Intervention(n = 370)Control(n = 368)ER Visits*16.5%24.5%Rehospitalization**15%21%*p < 0.05

**p = 0.09Jack BW, et al. Ann Intern Med 2009Resultados do projeto redRecente estudo avaliando o BOOST em 11 hospitais norte-americanos encontrou reduo mdia de readmisses em 30 dias de 13.6%

Article first published online: 22 JUL 2013

Gesto da altano hcpa

Obrigado!Dvidas, sugestes ou crticas:

[email protected] da comunicao no cincia espacial as intervenes que foram apresentadas so possveis a custos manejveis. Exigem vontade institucional, uma equipe de trabalho forte e apreciao de princpios bsicos de melhoria da qualidade.