DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO ANO 94 H
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014 H N O 31.310
EDIÇÃO SP/DF H CONCLUÍDA ÀS 23H58 H R$ 3,50
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F A L E C O M A F O L H A
EDITORIAIS Opinião A2
Leia “Odólarna balan- ça”, acerca de provável deficit comercial, e
“Sobre leise salsichas”, a respei- to de mudanças para redu- zir o
sofrimento animal. TEC
Aplicativos deixam plataformas on-line turbinadas ou mais fáceis de
usar A16
ILUSTRADA
Morre aos 70 anos cantor britânico Joe Cocker, ‘goela de ouro’ do
rock C1
OUTRO CANAL
Gabriel Medina virafilme, e TVs disputam exibir mundial de
surfeC5
Escolapúblicatemprimeiro avançonoEnemdesde2009
Pela primeira vez desde 2009, a presença de escolas públicas
avançou entre as melhores do país na prova doEnem. Dadosdo MECta-
buladospelaFolhamostram que, em2013,7,3%dos colé- giosentre os10%
mais bem colocadoserampúblicos.No ano anterior,foram 6,6%.
Essa participação caía desde quando o Enem pas- sou a funcionar
como vesti- bularpara universidades fe- derais.Nosnúmerosabsolu-
tos de 2013, 107 públicas fi- caram entre as 1.472 escolas da elite
do país. Nenhuma, porém, figura mais entre as
dezmelhores.CotidianoB1
Dilma diz quemanterá diretoria daPetrobras Presidente
definecomo‘absurdo’desvioem estatal,mas prestigia Graça
Foster
A presidente Dilma afir- mounestasegunda(22)que não
pretendealterara dire- toriadaPetrobras,apesarde considerar um
“absurdo” o montante de dinheiro des- viado peloesquema de cor-
rupçãonaestatal.Eladisse, porém, que fará trocas no
ConselhodeAdministração.
A petista defendeua pre- sidente da Petrobras e insi- nuou haver
interesse por trásdasacusaçõesdaex-ge- rente Venina Velosa, que
disse ter avisado sobre irre- gularidades antes do início da
Operação Lava Jato. “A quem interessa tirar Graça Foster?Sei da
lisura dela.”
No Rio, a chefe da Petro- brasdisseque se encontrou pessoalmente
com Venina “poucas vezes”, masnegou que tenha sido omissa na
apuração de supostos des- viosapontadosporela.“Te- nho feito
mudanças suces- sivasnacompanhianabus- ca
demelhorescontroles.”
Dilmadeclarouaindaque consultaráoprocurador-ge- ral da República,
Rodrigo Janot, antes de empossar ministros para saber se os
indicados porpartidosestão namirada PF.PoderA4e A5
BERNARDO MELLO FRANCO Janot será usado como escudo contra a
fúria de aliados incômodos. OpiniãoA2
RSexportatrigo contaminadopara aÁsiaeaÁfrica
Produtores gaúchos estão exportando para países da África e da
Ásia, a preço re- duzido, milhares de tonela- das de trigo afetado
por um fungoque,pelasnormasbra- sileiras, nãoé indicado nem
paraanimais.Osagricultores argumentam que cada país define as
regras para o con- sumohumano.MercadoA13
Papaafirmaque igrejasofrede‘15 doençasgraves’
Em discurso que sur- preendeu, o papa Francisco
disse,emmensagemdeNa- tal, que a Cúria Romana —cardeais, bispos e
monse- nhores daestrutura daSan- taSé—sofrede “15 doenças graves”.
Entreelas citou“al- zheimerespiritual”e “terro- rismo
dafofoca”.MundoA8
CIRCULAÇÃO 362.196/dia (impressos+ digitais)
poder+ mundo+mercado+ tec CADERNO B
cotidiano + saúde/ciência + esporte + folha corrida CADERNO C
ilustrada
O governo projetava alta deaté3,5%,masodesaque- cimento da economia
frus- trouaexpectativa. MercadoA12
17.out.1997/Reuters
SergioLima/Folha press
ATMOSFERA Cotidiano B2
,
, , ,
,
ObjetivoIntegrado
C AVALANCHE Escombrosdepartedomurodo
cemitériodaConsolação,quedesaboucoma fortechuvaem SãoPaulona
noitede ontem(22);em Higienópolis,o passageirodeum táxi
morreuapósumaárvorecaire atingiroveículo CotidianoB8
AvenerPrado/Folha press
ab PUBLICADO DESDE 1921 - PROPRIEDADE DA EMPRESA FOLHA DA MANHÃ
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E EDUARDO ALCARO (planejamento e novos negócios)
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Pressionado pelo ambiente in- ternacional conturbadoe pelasin-
certezas econômicas internas, o realatingiuna semanapassada o nível
mais desvalorizado em dez anos: R$ 2,76 para 1 US$.
A moeda brasileira perde valor desde 2011 sem que o país tenha se
beneficiado da contrapartida esperada. O estímulo às exporta-
ções,queganhamcompetitividade comorealmaisbarato,aindanão passouda
teoriaà prática.
Tudolevaacrerqueopaís,nes- teano, teráfeitomaisimportações do que
exportações, numa situa- ção inédita desde 2000. O Banco Central
projeta, além disso, um rombodeUS$86,2bilhões(4%do PIB)nas contas
externas (o saldo dastransações debens e serviços como restante do
mundo).
Emparte,osproblemasseexpli- campelocontextoglobal.Aqueda
dospreçosdasmatérias-primas,re- flexodadesaceleraçãodaChina,é
umadasprincipaisrazões.Opreço dominériode ferro, o maior item da
pauta de exportaçõesbrasilei- ras,caiupela metade neste ano.
Osbensmanufaturados,porsua vez, sofremcom a crise naArgen-
tina.ComvendasdeUS$3bilhões para o vizinho, o segmento auto-
motivoregistraquedade 40%em relação a 2013. Ao todo, as nego-
ciações externas acumuladas até novembro ficaram em US$ 207,6
bilhões, patamar 6% inferior ao do anopassado.
Osaldosónãofoipiorporqueo desaquecimentointernorefreiaas
importações. As compras de má- quinase equipamentos e bensin-
termediários estãoem contração, evidênciada baixadisposiçãodas
empresasbrasileiraspara investir.
Écertoqueoefeitodorealmais baratoaumentaarentabilidadeda
atividadeexportadorae,aolongo do tempo, atrairá investimentos
parasetores de bensmanufatura- dos nos quais o Brasil já foi com-
petitivo.Trata-se de processolen-
to,porém;levaráanos,nãomeses.
Alémdisso, nãohá garantiade sucesso,poisocenáriointernacio- nal
continuará pouco favorável. Depois da onda de globalização
dadécadade 2000,como avanço no comércio mundial propiciado
pelaChina, a perspectivaé de di- namismo menor. Ganhar merca- do
será mais difícil em uma eco- nomia globalque cresce menos.
OBrasil,ademais,perdeuopor- tunidades de conquistar espaço
nascadeias de valor quese inter- nacionalizaram.A integração de-
penderásobretudoda celebração deacordoscomerciaisdeenverga- dura,o
queimplicarámaior aber- tura à concorrência global.
Noplanodoméstico,serápreci- so reduzircustos,sobretudoos li- gados
a logística e tributos, além de darum saltode produtividade.
Nenhumadessastarefas serárea- lizadada noite parao dia.
O dólar na balança Apesar de desvalorização do real, Brasil deve
terminar o ano com deficit comercial; país precisa se adaptar ao
novo contexto global
“Leissão comosalsichas,é me- lhor não estar presente quando elas
são feitas.” A frase bem-hu- morada atribuídaao estadistaale-
mãoOttovonBismarck(1815-1898) poderiaseraplicadacomproprie- dadeà
maneiracomosão criados muitosbichoscuja carnese trans-
formaemalimentoparahumanos.
Issonãoquerdizer,porém,que apenas a fabricaçãode leisterá o poderde
erradicar técnicascruéis aindahojeempregadasparaaob- tençãode
proteínaanimal.
A discussão não se restringe à propaganda vegetariana, embo- ra
muitosargumentos só enverni- zemsentimentalismosdeslocados.
Jornalistas sérios como o ame- ricano Michael Pollan e filósofos
célebrescomooaustralianoPeter Singer escreveram livrosbem ob-
jetivossobre porcasimobilizadas paranãoesmagarleitõesvaliosos e
galinhasautomutiladassob oes- tresse de gaiolas comárea menor
queuma folhade papel.
Hárazõestambémeconômicas, alémdaséticas,paramodificaras práticasde
criação, comovêmfa- zendo algumas empresas gigan-
tesdosetoralimentarnoBrasil—e semque sejam obrigadaspor lei.
O bem-estar animalé hojeuma demanda crescente dos próprios
consumidores. O conglomerado Unilever, por exemplo, dispôs-se a
apoiar estudos com vistas a di-
minuiramortandadedepintinhos comumdia devida.
Trata-sedeaperfeiçoamentoain- daembrionárionopaís,quecarece de
sistemas reconhecidos de cer- tificaçãopara tais práticas. O selo
CertifiedHumane contano Brasil comuma única empresaagracia- da,a
paulista Korin.
A Korin cria todas as suas ga- linhas no chão, livres de gaiolas.
Em 1995, quando começou, aba- tia 12 mil frangos mensalmente;
aproduçãocresceuparaosatuais 450 mil abates ao mês. A compa- nhia
prevê dobrar esse desempe- nhoem doisanos.
Decerto esse ainda é um nicho deconsumo,emquecompradores
maisexigentes aceitampagar um sobrepreço pelo produto que, na sua
percepção, é superior, ainda que por razõesintangíveis.
É nessa direção,de todo modo, queomercadosemove,eumain-
dústriaalimentarcompretensões globaisnão podeficar alheiaa es- se
tipode pressão.
Sobre leis e salsichas
AsaçõesdeLirannãosere- sumem, no entanto, a matri- cular seu filho
em uma esco- la na qual ele poderia apren- der a coexistência ou
partici- pardemanifestaçõespelapaz. Logodepois queuma criança árabe
foi sequestrada e quei- mada viva em represália à
mortedetrêsadolescentesco- lonos judeus, ele e mais ou-
trosativistasisraelensesorga- nizaram brigadas que ronda-
vambairrosárabesdeJerusa- lém à noite a fim de impedir que ações
parecidas ocorres- semnovamente.Enquantová-
riosdiziamtemerpelaescala- da de violência enquanto
viamtudopelosofáda televi- são,Liranagiu,mesmosaben-
doquesuaaçãoeravistacom desprezopela grandemaioria de seus
concidadãos.
Mas,agora,elesabequetal- vez tenha chegado a hora de
esperaropior.Háalgumasse- manas, a coalização de Neta-
nyahufoidissolvida.Osmem- bros mais “moderados” (se é que o termo
ainda faz algum sentido) abandonaram o go- vernonomomentoemqueele
investia toda sua força para aprovar a transformação do
Estadoisraelenseem um“Es- tado judeu”. Certamente isto
seráfeitonospróximosmeses.
Ou seja, Israel será um Es- tadonoqual,entreoutrascoi- sas, 20% da
população (os não-judeus)estará definitiva- menterelegadaà
condiçãode cidadãodesegundaclasse.Al- gotão brutalquanto definiro
Brasilcomoumpaísnoquala cidadania plena é reservada aquelesquetêm
laçosde san- gueeculturacapazesdecons- tituir uma identidade social
excludente. O mínimo que se pode dizer é que um Estado
dessanaturezaestáameioca- minho para institucionalizar uma forma
profundamente perversade racismo.
A invenção do Estado mo- dernoteve,comoumadesuas
principaisvirtudes, a dissocia- çãoentrenação, Estadoe po- vo. Ele
construiu uma noção de cidadaniaassentadana in- diferença em
relação às dife- rençasculturais, religiosas,ét- nicas e a toda e
qualquer de- terminação identitária. Por maisquetalconstruçãotenha
sido constantemente destruí- dapelas forçasmaisobscuras davida
social,a ideia deuma igualdadepolíticabaseadana abstraçãoradical
dasdiferen- ças é a única coisa que impe- denossosEstadosdesetrans-
formaremem clubescomuni- taristasmilitarizados.
SeIsraelder esse passo,seu Estado será um trágico exem- plo de
clube dessa natureza e crianças como o filho de Liran terão
queacharoutraescola. VLADIMIR SAFATLEescreveàs terças-feiras
nestacoluna.
Autodestruição do Estado
V L A D I M I R S A F A T L E
SÃO PAULO - A revelação de ubí- quosesquemasdecorrupçãonaPe-
trobras faz com que muitos defen- dam a privatizaçãoda
empresa.
O argumento meparece umpou- coingênuo.Seestaremmãosdepar- ticulares
fosse garantia de não cor- rupção,diretoresdegrandesemprei- teiras
não estariam hoje na cadeia. Daínãodecorre,éclaro,queapriva-
tizaçãonãopossaservircomoremé- diopara vários malesque emmaior
oumenor grauassolamas estatais.
O filósofoPeter Singer,num livri- nho de 1999 em que defende que a
esquerdapasseaencamparodarwi- nismoemvezdecombatê-lo,coloca
bemoproblema.Nopapel,istoé,de modoabstratoesemconsiderarana- tureza
humana, a melhor forma de prover bens e serviços à população
seriaomonopólioestatal.Eletemas vantagensproporcionadaspelosga-
nhos de escala e não precisa distri- buirlucrosentre
osacionistas.
Narealidade,porém, umbomsi- nônimo de “ineficiência” é “mono- pólio
estatal”. Isso ocorre porque é
danaturezados sereshumanos tra- balhar melhor quando o fazem por
razões egoístas,istoé, pelavontade deganhardinheiroeprestígio.Seos
responsáveisportocarodiaadiada empresa não se beneficiam de seu
sucesso, o resultado é um divórcio entreos interessesda
organizaçãoe osde seus trabalhadores,o quege-
ra,namelhorhipótese,ineficiências, e, na pior,
corrupçãogeneralizada.
Daínãodecorrenecessariamente queaPetrobrastenhadeserprivati-
zada,masnãohádúvidadequeela precisaincorporarhábitosdeempre-
sasparticulares,comoarregimentar seusdiretoresporcritériosdecompe-
tênciaenãoporindicaçõespolíticas.
SegundoSinger,um dosgrandes erros da esquerda foi acreditar que
nãoexisteumanaturezahumanafi- xa,oquepermitiriaaosistemaforjar
homensmelhores.Nossanaturezaé híbrida:somoscapazesde cooperar
unscomos outros, masnãohesita- mosmuitoemtirarvantagemquan- doas
condiçõesse oferecem.
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Privatizar a Petrobras? H É L I O S C H W A R T S M A N
BRASÍLIA - Dilma Rousseff infor- mou ontem que não terá a
palavra finalnamontagemdeseunovomi- nistério. A nomeaçãode
cadaauxi- liardependerádoprocurador-geral da República, Rodrigo
Janot.Pelos planosda presidente,ele faráhora extra no fim do ano
como avalista dos escolhidos para a Esplanada.
A ideiaé simples:a cada vezque umpartidoindicarumministeriável,
Dilma ligará paraJanot.Ele consul- tará sua lista e dirá se o
aliado está entreossuspeitosde desviardinhei-
rodaPetrobras.Assim,apresidente se verálivredo constrangimentode
nomearumministroeterquedemi- ti-lologodepois,quandoadenúncia
daOperaçãoLavaJatovierapúblico.
“Paraqualquernomeação,nóspe- lo menos consultaremoso procura-
dor”,explicou Dilma,no tradicional caféda manhã natalinocom jorna-
listas no Paláciodo Planalto.
“Qualquerpessoaqueeuforindi- car,euconsultareioquetemquanto à
pessoa. Eu não quero que ele me diga o que. Eu só quero que ele
me
digasimou não, maisnada.” SeBrasíliafosseaRomaAntiga,o
procuradorseriaoCésarnoColiseu. Asortedecadaindicadodependerá deseu
gestoda tribuna.Polegarpa- racima,ministronomeado.Polegar para
baixo, ministro dispensado.
EstáclaroqueoobjetivodeDilma não é prestigiar Janot, e sim usá-lo
comoescudo contra a fúriade alia- dos incômodos. Aquele deputado do
PMDB não será ministro da Pre- vidência?Culpadoprocurador.Oex-
governador bonachão não vai con- trolar o orçamentodo Esporte? Sin-
tomuito,foioJanotquenãodeixou.
Conveniências à parte, é curioso queapresidenterecorraaoMinisté-
rioPúblicopara escolhero primeiro escalãodesuaequipe.Emtese,oPla-
naltojápagaascontasdaAbinpara evitar surpresas desagradáveis, co-
moa prisão deauxiliaresrecém-no- meados. A experiência do primei-
ro ano do governo, quando Dilma foiobrigadaa demitir seisministros
suspeitosde corrupção, sugere que essefiltronão é tãoconfiável
assim.
O procurador no Coliseu B E R N A R D O M E L L O F R A N C O
RIODE JANEIRO- Reconheço que acrônicaéímpiaparaessesdiasde
confraternização e piedade, mas nem por isso me liberto da neces-
sidadede reclamar contraa inexis- tênciadePapaiNoeledeDeus.Não
meinteressaa verdadedestaques- tão,nem apelareiparaa Comissão
Nacionalda Verdade.“Quidest ve- ritas?” —perguntou Pilatos a Cris-
to.Não teveresposta.
De minha parte, faço o que pos- so.ErgominhaárvoredeNatalefico
esperandoque alguma coisaacon- teça.Nos últimos anos,via satélite,
assistoà“MissadoGalo”rezadape- lo papa no Vaticano. É um espetá-
culobonito,quemuitomecomove. A mensagem do Natal fala de pas-
tores,de estrelase daimensanoite da Judeia onde apareceu uma mi-
lícia de Anjos cantando a “glória a DeusnasalturasepaznaTerraaos
homensde boavontade”.
São coisas que não existem no nosso dia a dia de todos os dias.
Masnãocustaesperarque alguma
coisa de bom ou de belo aconteça no mundo e em mim mesmo. Para
osmeus lados,ano após ano, cada Natal me trouxe uma dose de de-
sesperança e vazio.
Bemverdadequenãorezomais, desaprendi todas as orações que me
ensinaram.Tampouco escrevo cartasaoPapaiNoel.Aliás,nãosou
deescrevercartaalgumaeolhaque já escrevi muita coisa pior e mais
abominável.
Um pouco de humildade talvez mesalve.Anoquevemtentarei(se ainda
estivervivo), vero queacon- tece. Não é nada, não é nada, tal- vez
a culpa seja, como sempre, de minhacarnemá,egoístae pecado-
ra.Nãoseiexatamenteoquepedir noanoquevem,masjátenho,des- de já, o
início da carta: “Meu que- rido Papai Noel”.
NãoprecisobotarmeuCEP queé longo: 22.471-003. Depois de mais este
esforço de minha parte, acho que mereço, pelo menos, a esmo- la de
um sinal.
Carta que nunca escrevi C A R L O S H E I T O R C O N Y
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014 H H H
opinião A3ab
Escândalo na Petrobras Estamosperplexoscomo ca-
soPetrobrase aguardamoso an- damentodos processos referen- tes
aoscrimes cometidos. Porém mais urgenteseriaumplanopa- ratirara
empresade umlabirinto de gravesproblemas,comocom- promissosda
dívidaem 2015, baixado preçodo petróleo, que- dade investimentose a
nãodi-
vulgação do balanço trimestral. A presentediretoriatem condi-
ções deagirde acordocoma ne- cessidade atual?Estãopreocu-
padosapenas coma repercussão política, sem a diligência neces-
sáriaparacom a empresa.
JOSÉOSVALDOGONÇALVESANDRADE (BeloHorizonte,MG)
va.Nuncaimagineique seríamos acusados de
sê-loexcessivamente.
CLAUDIOWEBERABRAMO, diretor-executivo da TransparênciaBrasil(São
Paulo,SP)
Posse deDilma Deondevemo dinheiropa-
ELISABETHFIORENCIO(Teresópolis,RJ)
H
URIELVILLAS BOAS(Santos,SP)
em fériassem analisar projetos essenciais”(“Poder”,
22/12).Vi-
vemmesmo em outroplaneta, como disseuma vezClóvis Ros- si.Em
temposde ajustesna eco- nomia, compossíveisaumentos deimpostose
deinflação,nos- sosilustres congressistasse dão umaumento
—legal,porque fun- dadona Constituição— imoral.E, coma
consciênciatranquila,par- temparaum longorecesso.
MARIAHELENA RABELOCAMPOS (NovaLima, MG)
todo antagonismoimplanta- dopormembros doPT naselei-
ções(“Paulistanos sãovistos como maisegoístase orgulhosos”,“Po-
der”,22/12).Pôr umaregião contra a outraé temerário,inconvenien- te
e irresponsável,gerando efeitos danosose imprevisíveis.O paulis-
tanoéorgulhosode suas raízese desuahistóriade lutanodesenvol-
vimentodoBrasil,massemprefoi acolhedor,recebendobrasileiros
detodosos rincõese estrangeiros.
TEREZINHADEJESUSDEFREITASCRUZ, funcionáriapública federal(SãoPaulo,
SP)
tagem“Bem-estardos animais entrana mirados gigantesda ali-
mentação”(“Mercado”, 21/12). Souobrigadaa parabenizar tam- bémas
empresaspor se preocu- paremcomos animais.Indepen- dentementedos
“avanços”, grito aomundoqueissotudoé umhor- ror,
umholocaustoanimal.
PATRÍCIA DUTRA, jornalista(Belo Horizonte, MG)
Banco BVA A açãodo BVAapresentoupro-
vasdeque oBC,durantea gestão dobanco,liberoumilhõesde reais
adevedoressem justificativa,se- gundoo administradorjudicial,e
deixoudegerira carteiradecrédi- to,criandoartificialpassivo ades-
cobertode,nomínimo,R$ 3,5bi. Nãodá paracontestarfatoscom frasesde
efeito(“ParaBC, açãoé frutode ‘sanhaindenizatória’”,
“Mercado”,19/12). O BCdeve pro- moverauditoriae darrespostaefe-
tivasobretais práticas, que,além degerar a responsabilidadecivilda
instituição,podemvir aconfigu- rara práticadedelito.A leianticor-
rupçãoconferegranderelevânciaà “cooperaçãoda pessoajurídicapa- raa
apuraçãodasinfrações”.O BC precisafazercumprira legislação.
ANTONIOCARLOSCONVERSANO, diretordoBancoBVA(SãoPaulo, SP)
ESPECIAL (18.DEZ,PÁG.2) A distância
entreCubaeosEUAédecercade144 km, não de 90 km, como publicado em
“‘Isolamento não funcionou por cincodécadas’, diz Obama”.
SERAFINA (14.DEZ,PÁG. 66) Diferente- mentedo
quefoipublicadona seção Vintage, o ator Chico Díaz escreveu que a
política brasileira é um “nin- cho abluto de maragaifos”.
ERRAMOS
[email protected]
Os sindicatos patronais associa- dos à Fiesp (Federação de Indús-
triasdo Estadode SãoPaulo)foram convocadosàs pressas paracompa-
recer nodia 24de novembroà uma assembleia-geral extraordináriada
instituição.O objetivoera discutira alteração de seus estatutos
para prorrogar o períodode mandatoda atual diretoria, o qual
expiraria le- galmenteem setembro de2015.
Emnenhummomentoaté adata da assembleia foi esclarecida qual seria a
obscura motivação para es- sa medida, que fere a tradição his-
tóricada casada indústria doEsta- do de São Paulo, a qual prevê a
al- ternância de direção a cada perío- do máximo de dois mandatos
con- secutivosde quatroanoscada um.
Haveria algumacrisefinanceira, institucional ou jurídica não reve-
ladaque,por ventura,motivasse le- gitimamente essa prorrogação de
mandatodaatualdiretoriae ocon- sequentecancelamentodaseleições
ordináriasprevistaspara ocorreren- treabrile setembrode 2015?
Dianteda crise conjuntural e es- trutural por que passa a indústria
brasileira, seriam os atuais inte- grantesdadiretoriadaFiesp osúni-
cosempresárioshabilitadose capa- citadosa defenderos interesses do
setorindustrialdiantedosgovernos federale estadual?
Ouseria,por acaso, motivadape- lo risco de uma eventual violação
dosartigos46e48dosestatutosque impedema Fiesp depromovercan-
didaturas a cargos eletivos políti- cos-partidários estranhos aos
seus quadros administrativos?
Em defesa da legalidade dos es- tatutos da Fiesp levantaram-se al-
gumas poucas vozes de importan- tes sindicatos de abrangência na-
cional, que nada ou pouco depen- demdaFiesp noseudiaa dia,mas quese
sentemameaçadospela cres- cente perda de credibilidade da
classeempresarialdiante da “poli- tização obsessiva e desvairada”
da Fiesp nosúltimosquatroanos.
Eles insistem que sejam preser- vadas as determinações
estatutá- rias para a realização das eleições em 2015 para a
diretoria e para o conselho fiscal,e se opõem aogol- pe de
alteração de estatuto ocorri- do nesta
últimaassembleia-geral.
Dos131sindicatos patronaisfilia- dos à Fiesp, apurou-se que 34 não
compareceramou seabstiveramde
votar, 5 decidiram votar contra a prorrogação, e pouco mais
de 2/3 deles, ou seja, 92 apoiaram a alte- raçãodo estatuto.
A prorrogação de mandato foi consumadaassimcomo foramelei-
tospor votaçãoindiretaos generais durante o regime militar. Havia
um cheirodeAI-5noaremuitosdosvo- tantescochichavamentre si temero-
sosda absurdasituaçãoque estavam endossando naquele momento. A
consciência,no fundo,registrae dói.
Nomomentoem queo país atra- vessa um quadro crítico de
equilí- brio macroeconômico, com ênfase
nacrescentecrisedosetorindustrial, a Fiesp, pela sua tradição de
digna eindependenterepresentanteda in- dústriapaulista, nãodeveria
aceitar atitudes casuísticase desmotivadas de razão, que venham a
ensejar a perdadecredibilidadeedereconhe- cimento juntoà
sociedadecivil e às autoridades governamentais.
Política empresarial e política partidárianãose confundeme têm de
atuarde formaisolada.Queima- ram-se pontes de relacionamentos dessa
instituição com os governos federal, estadual e municipal, as- sim
como com o PSB, PSDB, PT e PMDB. Um feito difícil de ser repe- tido
ou igualado por outrem, no qualseusprópriosautoresinsistem emnão
reconhecero seu“mérito”, num casoclássico de autoengano.
Manifestominhasolitáriaopinião decidadão,empresárioe ex-diretor de
RelaçõesInternacionais e Comér- cio Exterior da Fiesp. Esse é o
legí- timo sentimento que me move, es- perando que no futuro
próximo as lideranças empresariais do país se unam nesta
manifestação pela de- fesa da imagem e da legalidade de suas
instituições, atualmente tão delapidadas de representatividade.
ROBERTOGIANNETTIDA FONSECA, 64,economista, épresidenteda
KadunaConsultoria.Foidiretor de RelaçõesInternacionaise
ComércioExteriorda Fiesp- FederaçãodasIndústriasdoEstadodeSão
Paulo(2004-2013)
Em2003,26emcada1.000crian- ças nascidas no Brasil não chega- ramao
quintoaniversário.Dezanos depois,esse númerohaviacaídopa- ra14.
Esseprogressoé resultadode uminvestimentoestratégicoe dire- cionado
e de umcompromissofor- te por parte do governo brasileiro,
dasociedadecivil, dosetor privado e da comunidadeacadêmica.
Compolíticas sociaiscomo inves- timento no planejamento familiar,
assistênciamédica, agricultura,nu- trição, educação e geração de
em- pregos, o governo brasileiro trans- formousua
economia—capitalizan- do o dividendo demográfico— e
crioumelhoresperspectivaspara o futurode seuscidadãos.
Agora,ao investiraindamaisno desenvolvimentodas crianças, po-
demosajudá-lasa prosperar.
A saúdee odesenvolvimentonos primeiros anosde vidasão cruciais
parasedeterminaro futuro.A inte- ração com cuidadores, educação,
assistênciamédica,nutriçãoe apro- teção à criança, donascimentoaté
os oito anos, estabelecem o alicer- ce deuma vidaprodutiva.
Noano de 2003, a FundaçãoBill & Melinda Gates ajudou a lançar o
projetoGrandesDesafios naSaúde Global (Grand Challengesin Global
Health)—uma famíliade iniciativas para catalisar atitudes em
relação a problemas globais fundamentais
referentesà saúdee aodesenvolvi- mento, por meio do incentivo a
avanços em inovações científicas, técnicas, empresariais e
sociais.
Na década que se passou desde que o projeto começou, mais de 2.000
concessões foram entregues paraapoiartrabalhosem 80países.
A faseseguintefoi anunciadare- centemente,incluindo novasinicia-
tivas voltadas para um melhor su- porte a uma abordagem integrada
ao desenvolvimento saudável da criançae aofortalecimentodasmu-
lheres e meninas mais vulneráveis para melhorias na saúde e nos re-
sultados do desenvolvimento, as- simcomoa igualdadede gênero.
A plataformaToda Criança Pros- perando é composta por diversas
iniciativaspara apoiar onascimen- to,crescimentoe desenvolvimento.
Issoincluia iniciativaSalvandoCé- rebros, uma parceria catalisada
da Grandes Desafios Canadá, e finan- ciadapelo governocanadense,cu-
jo objetivoé incentivarideias ousa- dasqueprotejame alimentemode-
senvolvimentodo cérebro.
Desde 2011, a iniciativa investiu mais de 30 milhões de dólares ca-
nadensesem ciência,inovaçõesso- ciaise empresariaisem prolda saú-
de,nutrição,enriquecimentoe pro- teção. Graças a parceiros como as
Fundações Maria Cecília Souto Vi- digale Bernardvan Leer, a Salvan-
do Cérebros agora lança no Brasil ideiasousadas parafortalecer o
po- tencialdas crianças brasileiras.
Além disso, a Grandes Desafios Brasil,uma iniciativado Ministério
daSaúde,anuncioutambémumde- safio nacional para continuar mo-
vimentandoas pesquisasno Brasil, o que vaiajudaro paísa
prevenire a lidar com nascimentos prematu- ros, uma das maiores
causas de mortalidade infantil no mundo.
Ao expandir o foco para ajudar crianças nãosomente a sobreviver,
masa prosperar,o governodoBra- sil,a GrandesDesafiosBrasile par-
ceirosestão abrindo o caminhopa- ra um futuro ainda mais brilhante
para as crianças e a sociedade na qual elasviverãoe
prosperarão.
GARYL. DARMSTADTémembrodadivisãode desenvolvimentoglobal
naFundaçãoBill &Melinda Gatese doFórumdeInvestimentoGlobalem
CriançasJovens
KARLEESILVERévice-presidentede desafios segmentados noprojeto
GrandChallengesCanadae membrodo Fórumde InvestimentoGlobalem
CriançasJovens
Oportunidades para as crianças do Brasil
R O B E R T O G I A N N E T T I D A F O N S E C A
G A R Y D A R M S T A D T E K A R L E E S I L V E R
Diante da crise por que passa a indústria, seriam os atuais
integrantes da direção da Fiesp os únicos empresários habilitados a
defender o setor?
Projeto da Fundação Bill & Melinda Gates lança no país
iniciativas ousadas para fortalecer o potencial das crianças
brasileiras
P
a
u
A seçãorecebemensagenspelo
[email protected], pelofax
(11)3223-1644e noendereço
al.BarãodeLimeira,425,SãoPaulo,CEP01202-900.A Folhase reservao
direitodepublicartrechos.
PAINEL DO LEITOR Os artigospublicados comassinaturanãotraduzem
aopiniãodo jornal.Sua publicaçãoobedece aopropósitode estimular o
debatedos problemas brasileirose mundiais e de refletiras
diversastendênciasdo pensamentocontemporâneo
TENDÊNCIAS / DEBATES
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Instinto parlamentar
Adivulgaçãodalistadepolíticoscitadosnadelação
ContençãoOsparlamen- taresresistema criminalizar o “caixa um” —243
deputa- dos e senadores receberam doações oficiais de emprei-
teiras investigadas na Ope- raçãoLavaJato,o equivalen- tea 41%
donovoCongresso.
Não quer... Ricardo Le- wandowskidemonstroucon- trariedade com
a estratégia dosadvogadosdospresosna LavaJato,deesperaroreces-
soparaingressar comos pe- didosde habeascorpus.
...calar Conversandocom um colega da corte, o presi- dente do
Supremo Tribunal Federal se queixou de que
elesdeveriamterapresentado aspetiçõesaojuiznaturaldo
caso,orelatorTeoriZavascki.
Déjà-vu 1 Na decisão em quenegouliberdadeaEduar- doLeite,da
CamargoCorrêa, o desembargadorJoãoPedro GebranNetocomparouaLa- va
Jato ao mensalão. Disse que “ela não pode ser ana- lisada comolhos
comuns”.
Déjà-vu2“Naaçãopenal 470,o próprioSupremoreleu
suajurisprudência.Omesmo caminho deverá ser seguido nestecaso”,
escreveu.
R.S.V.P. LindberghFarias (PT-RJ) convidou Paulo Ro- berto
Costa para ser seu se- cretáriodeEnergia,casoven- cesse as eleições
para o go- verno do Rio. O convite foi relatado pelo presidente da
Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro,em depoimentoaos
investigadores da LavaJato.
Bom partido O senador petista confirma o convite e diz que,
com “um currículo fortíssimo”, o ex-diretor da Petrobrasera
uma“possibili- dadereal”.“Agentenãosabia denada”,dizsobreoenvolvi-
mentodeCostanaLavaJato.
Mão aberta No depoi- mento, o presidente da Iesa também contou
que foi pro- curadopelotesoureirodoPT, João Vaccari Neto, em 2010.
A empreiteira contribuiu oficialmente para a campa- nha da sigla.
“Em torno de R$4milhões”,disseCarreira.
ÀmineiraAliadosdeGe- raldoAlckminavaliaramque Aécio Neves foi
“hábil” ao dizer que não pensa em ser candidato à Presidência no-
vamente e tratar o governa- dor como “nome colocado” para disputar
o Palácio do PlanaltopeloPSDB em2018.
OlhapraláComisso,di- zem interlocutores de Alck- min, o mineiro
tenta com- partilhar com o governador o foco dos ataques petistas,
além de vender uma ima- gem externa de conciliador.
Vem aqui O Palácio dos Bandeirantesiniciounofinal
desemanaasconversascom as siglas aliadas que devem integrar o
governo Alckmin.
Amigos, amigos Presi- dentedoPSDBmineiro,ode- putado Marcus
Pestana lan- çoucampanhapela lideran- ça dabancada.Envioumen-
sagemnofimdasemanaaos outros53colegasdeCâmara.
Negócios à parte Ape- sardemencionaraexistência deseis
adversáriosao posto, Pestanadizquequemapostar na divisão da bancada
“vai sedarmalcomoquemapos- tounasaçõesdaPetrobras”.
Ho,ho,ho Nacorridape- la presidência da Câmara, o deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) esteve com cin- co Papais Noéis só no últi- mo
domingo, em caminha- dacomumdeputadonoRio. “EstounumafaseBomVelhi-
nho,bem light”, autoavalia.
VejabemOpresidentedo PSB,CarlosSiqueira,diznão ter discutido
questões inter- nas do partido com o PSDB duranteasnegociaçõessobre
apresidênciadaCâmara.Diz ainda que não há relatos de assédio do
Planalto à sigla.
Ocustoprovocadopordecisõeserradasé muitomaiorque o
dacorrupção.A Petrobras
precisamelhoraro seu processodecisório. DO PESQUISADORJOSÉ
GOLDEMBERG,ministrono governoFernando Collor, sobrea crisevividana
estatale denúnciasdecorrupção edesviosderecursos.
O velhinho sempre vem? Seguranças daCâmara conversavamno iníciode
de-
zembro naentradado plenáriosobrea expectativade ga- nharbrindesde
Nataldosdeputados.
—Anopassadofoimuitobom.Comoerao nome da- quele
deputadomesmo?—perguntou umdos guardas.
—ValdemarCosta Neto —respondeuum veterano. —Isso.Chegaramumas30
sacolascom chesterdele. —Elefoi reeleito?—perguntouum
terceiro,esperando
quea boavontadedo parlamentarse repetisse. —Quenada!O
Valdemarestavapresoaté outrodiape-
lo mensalão...
NATUZA NERY MARIANAHAUBERT DEBRASÍLIA
A presidenteDilma Rous- seffdissenestasegunda(22) que não está
“pretendendo alterar a diretoria da Petro- bras”, apesar de
considerar um “absurdo” o valor des- viado da estatal pelo esque-
ma decorrupçãodescoberto pela Operação Lava Jato.
Emcafédamanhãcomjor- nalistas, Dilma defendeu
maisumavezapresidenteda companhia, Graça Foster, e
insinuouhaverinteressespor trás das acusações de Veni- na
Velosa,ex-gerenteda Pe- trobras que diz ter alertado Graça sobre
irregularidades anosantesdasinvestigações.
A presidente afirmou que consultaráo Ministério Públi- co antes de
empossar minis- tros para seu próximo man- dato.O objetivoé saberse
os nomesindicadosporpartidos estão fora da teia de investi- gações
da PolíciaFederal.
Dilma prometeu anunciar os novos integrantes do mi- nistériodia 29
dedezembro.
H
Empreiteiras Dilmaafirmouqueasemprei- teiras acusadas de participa-
ção no esquema devem ser punidas, mas não “destruí- das”. “Temos de
investigar e punir, isso não significa aca- bar com a empresa.
Escutei inclusive quenós íamos cha- mar [estrangeiras]. Por que tem
de chamar empresa es- trangeira, empreiteira?”,per-
guntou.“Temosdepararcom essahistóriadequebrartudo.”
Graça A presidenteindicouque de- saprova a ideia de um nome do
mercado financeiro para comandar a Petrobras. “Não é uma empresa
simples, tri- vial”, disse. Para ela, não se pode contratar ninguém
que interrompatodoo“choquede governança” que ela diz que Graça
promoveu na estatal.
“EuconheçoaGraça.Seida seriedade e da lisura dela. A Graça assumiu
a direção da Petrobras e mudou todaa di- retoria. Abriu todas as
inves- tigaçõesqueestãoemcurso.”
Pressão Dilma reconheceuque a exe- cutiva,de quem é amiga,en-
frenta pressões. “É um nível quepoucaspessoasseguram. Ela
segurapelos compromis- sos que tem com a Petrobras
Presidentediz quevai ouvir procuradorantes de nomear ministros,
masnão explicacomo a consulta seráfeita
Mudança iriainterromper ‘choque de governança’ na estatal, afirma
petista
Dilmadefende Petrobras e diz que atual diretoria fica
ecomopaís.Cria-seumclima sem apontar uma falha dela, um clima muito
difícil para ela. Agora, por isso vou tirá- la? Penalizo ela por
algo que nãoéresponsabilidadedela?”
Venina A presidente exibiu irritação ao falar de Venina Velosa.
“Como vocêtipifica alegação sem prova?”, indagou. “A quem interessa
tirar Graça Foster?O queestápor trás?”
Diretoresficam “EuvoualteraroConselho[de Administração] da empresa.
Nãoestoupretendendoalterar adiretoria”,disseDilma,sem
dardetalhes.Elaadiantouque opresidentedocolegiadonão
necessariamenteseráominis- tro da Fazenda, como hoje. Apesar do
indicativo de ma- nutenção da atual diretoria, auxiliares da
presidente ga- rantemqueatrocadecoman-
doésóumaquestãodetempo.
Balanço Dilma cobrou do Ministério Públicoacessoaosdepoimen-
tosdosdelatoresdoesquema, associando a divulgação do balanço da
estatal à necessi- dade de saber os montantes
desviados.Paraogoverno,as contasdaPetrobrassóterãoo aval de uma
auditoria inde- pendenteseosvaloresdesvia- dos forem conhecidos.
“[O MinistérioPúblico] não pode demorar anos sob pena de
comprometer o país”,disse.
MinistérioPúblico Dilma prometeu consultar o Ministério Público
antes de definirnomesparaseufuturo ministério.“Consultaremoso
procurador[geraldaRepúbli- ca, Rodrigo Janot]. Eu vou
perguntaroseguinte:há algu- macoisacontrafulanoqueme impeçade
nomeá-lo?Só isso quevouperguntar.Nãoquero saber o que ele não pode
me dizer.” A presidente não ex- plicou como fará a consulta,
masafirmou quenão“demo- nizará” indicaçõespolíticas.
Rebaixamento Dilma disse temer o rebaixa- mento da nota da
Petrobras pelasagênciasinternacionais declassificaçãoderisco,oque
poderia agravar suas dificul- dadesfinanceiras.“Trabalha-
moscomoseguintefato:uma luta incansável para não re- baixarem a
nota”,afirmou.
Ajustefiscal A presidente afirmou que o ajustefiscalpróximoaR$100
bilhões, cogitado por sua equipeeconômica,nãopassa de “chute”, mas
prometeu medidas mais “drásticas” para organizar as contas pú-
blicas,gestocrucialparareto- maro crescimentodo país.
DEBRASÍLIA
A presidenteDilma Rous- seffconfirmouqueiráatuar para abrir o
capital da Cai-
xa, mas indicou que o pro- cessodevedemorar.Elanão deu detalhes de
como pre- tendeformalizaraoperação, mas,conforme antecipou a coluna
Mercado Aberto, da Folha,integrantesdogover- noacreditam quea
medida demoraráatédoisanospor- queseráprecisoorganizaro banco antes
do processo.
Petistaconfirma planodeabrir capitalda Caixa
a /
F
A presidente Dilma Rousseffdurantecafé damanhãcom jornalistasno
Paláciodo Planalto,nestasegunda-feira (22)
Dilma em diferentes momentos doeventocom a imprensa
ESCÂNDALO NA PETROBRAS
“Vouperguntar o seguinte: háalgu- macoisa contra fulanoqueme impe-
çadenomeá-lo? Só issoquevoupergun- tar.Nãoquero saber
oqueele[Janot]não podeme dizer
GRAÇA CONSULTA
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014 H H H
poder A5ab
PEDRO SOARES SAMANTHA LIMA DORIO
A presidenteda Petrobras, Graça Foster, admitiu, nesta
segunda-feira, ter encontra- do pessoalmente “algumas poucas vezes”
a funcionária Venina Velosa da Fonseca, que afirma ter feito à
execu- tiva e a outros diretores de- núnciasde irregularidadesna
companhia desde 2009.
Graçanegouter sidoomis- sa, “definitivamente”, e ne- gou também que
Venina te- nhasofridoassédiomoral. Ela dissequeVenina“nãoeraex-
plícita” eme-mails nosquais falavaem irregularidadesem licitações e
que, nos encon- tros pessoais, a ex-gerente
nuncaapresentoudenúncias.
“Veninanunca fez nenhu- ma denúncia usando as pa- lavrasconluio,
cartel,corrup- ção, fraude, lavagem de di- nheiro.Veninanuncafez
ne- nhuma denúncia na direto- riasobreessa questões.Eram
e-mailstruncados,cifradose
muito misturados”, disse a executivaementrevistaàFo- lhae
aojornal“O Globo”.
Graçarebateuainformação deque a funcionáriafoi para Cingapura
contra sua vonta- de.Segundoela,a remunera- çãode Venina em
Cingapura poderia chegara R$167,3 mil, “muitomais”do quea remu-
neraçãoda presidente.Procu- rada, Venina não respondeu aospedidos
de entrevista.
“Elapediu[parair].Agen- te não costuma falar salário.
OsaláriofixodelaeraR$69,1 mil. Quando voltou para lá, manteveesse
saláriomais R$ 54,4mil,a títulode adicional mensal. E depois,
limite de reembolsodealuguel,R$ 43,8 mil. Se eu somar, vai dar R$
167,3mil,que é muitomaisdo queeu ganho”, disseFoster.
Somados 13saláriose adi- cionais, mais 12 reembolsos de moradia,
Venina teria re- cebidoR$2,1 milhões emum ano.Segundoarquivodaem-
presanaCVM, Graçarecebeu R$1,9 milhãoem 2013.
SegundoGraça, asconver- sastrataramdaapreensãode Venina com a
transferência, da qual ela não se queixava. “Eu não fui omissa.
Definiti-
vamente eu não fui omissa. Tenhofeitomudançasnabus- ca de
melhores controles”.
“Ela [Venina] nunca disse
Oprimeiroencontrofoiem 2009,segundoGraça,parafa- lar da
investigação conduzi- daporVenina naáreadeco- municação da
diretoria de Abastecimentoquandoforam encontrados R$ 58 milhões em
gastos sem justificativa.
Na ocasião, segundo Gra- ça,a funcionáriase mostrava
“entristecida”. “Vi a Venina emocionada e muito triste. Havia uma
ruptura entre ela e o PauloRoberto [Costa].”
Confirmadas as irregulari- dades,graçasà investigação, decidiu-se
pela demissão do funcionário, que ocorreu em
2013.Graçadissequeelasem- pre“foi demuitotrabalho”,e negouser
próxima a ela.
Essas características, dis- se, credenciaram-na a dirigir o
escritório da Petrobras em Cingapura, cargoque elaplei-
teou.Veninavoltouna sema- na passada e perdeu o cargo de chefedo
escritórioporque uma investigação da Petro- brasapontou-acomoumados
11 funcionários responsáveis por não conformidades em
contrataçõesdasobrasda re- finaria deAbreue Lima.
Segundoa presidente da companhia,Venina nunca fezacusações usandoas
palavras ‘conluioou corrupção’
Graça Foster diz que ex-gerente da estatal pediu para ir a
Cingapura e que recebia cerca de R$ 167 milmensais
ChefedaPetrobras negatersidoomissa diantededenúncias
ESCÂNDALO NA PETROBRAS
OgrupoJBSnegou“de for- ma veemente” nesta segun- da-feira(22)
ligaçãocom em- presas doesquemade dolei- rosinvestigados naOperação
Lava Jato daPolíciaFederal.
Segundo o jornal “Valor Econômico”,oJBSdepositou,
em2012,R$800milemduas contasbancárias de umami-
croempresa,aGilsonMarFer- reiraME, quetemsedenuma casaabandonada em
SãoJo- sé dosPinhais (PR).
Essa empresa, segundo a Polícia Federal, recebeu ao menos
trêsdepósitospor or- demdo doleiroCarlosChater, que mantinha
negócios com AlbertoYoussef,presodesde marçopelaPF. Segundorela-
tório dapolícia,as contasda Gilsonreceberamumtotalde R$29 milhõesde
diversasem- presase pessoasfísicas.
O JBS disse que as contas emque depositouo dinheiro foram indicadas
pela Rodo GS Transportes e os valores correspondiama parcelas da
aquisição, pelo JBS, de uma unidadeindustrial em Ponta Porãe
centrosde distribuição emSãoJosédosPinhaiseIta- jaí, em 2012,
pertencentes à Rodoe a outrasempresas.
A Folha não localizou os donos da Rodo. No Cade há
registro da operação do JBS com a Rodo. Num dia que o
principalíndice daBolsabra- sileirasubiu,ospapéisda JBS
lideraramapontanegativado Ibovespacomperdade8,67%.
Empresafez depósitos em conta indicada
Grupo JBS negavínculo comdoleiros daLava Jato
OQUEELASDISSERAM O embate da gerente com a presidente da
estatal
VENINAVELOSA Oqueeu possofalaré o seguinte:se falarde
irregularidadena áreade comunicação é problemana licitação.Se
issonão está suficientementeclaro,eu, comogestora,posso falaro
seguinte:eu buscaria uma explicação,pr incipalmente porumapessoa
queeu tinha muitoacesso
ASDENÚNCIAS DE VENINA ERAMVAGAS?
VENINAVELOSA Eu trabalheijunto com PauloRoberto. Issoeu não
possonegar.Na diretoria deAbastecimento, a partir de2005...Se
eutivesse participadode algum esquema,eu nãoestaria aqui hoje.Não
teria feitoa denúnciaque eufiz
GRAÇAFOSTER Eudisse:“Venina, esse é um assunto do Abastecimento,
com PauloRoberto”[Costa]. Passei [osdados sobrea investigação] para
o Paulo.Soube desse assunto antespor umaconversa superficialda
diretoria.Não existia nada deAbreue Lima. Elanunca usouas palavras
conluio,cartel, corrupção, fraude, lavagemde dinheiro
GRAÇAFOSTER Trabalhamosna mesma área.Não éramos próximas.
Estivemosjuntas algumas poucasvezesnesse período emque
elapassoue-mail.O quea abatiae deixava tristeé quenãoestava
tendouma boa relação como Paulo.Elase queixavade faltade
apoio
GRAÇAFOSTER Euvia o prestígioqueela tinha como Paulo.Quandoele
virou diretor,três diasdepois Venina jáera assistente doPaulo. Ele
tinhanelamuitaconfiança. Aí elavirou gerente geral, gerente
executiva. Elatinha umaconvivência intensa como Paulo. Intensa.De
trabalho
ab A6 poder H H H TERÇA-FEIRA,
23 DE DEZEMBRO DE 2014
ASCRÍTICASde ministrosdo Supre- moedeadvogadosàdemoradeDil-
maRousseffnasubstituiçãodeJoa- quimBarbosaincorremnoquecriti-
cam:tambémelasdemorarammui- to. Ninguém com mais autoridade, e
portanto com menos difícil audi- ção na Presidência, do que os
pró-
prios ministros para realçar os in- convenientesque a
inexistênciado décimo primeiro traz àsjá retarda- dasdecisões
dotribunal.
Cobradaparaaindicaçãodono- vo ministro logo em seguida à re- núncia
deJoaquim Barbosa, Dilma nemsequer respondeuaos advoga- dos e
políticos. Mas a falta de pro- vidência era sensata. Havia
pela
frenteuma eleiçãopresidencial,e a nomeação irremediável para
um cargodetalimportânciaconviriafi- carparao eleito.
A escolhajá deveriaocorrer logo depois do resultado
eleitoral. Des- de então passaram-se dois meses.
E apenasse definiu,graças ao café presidencial com
jornalistas para iniciarestasemana,queJoséEduar- doCardozo
continuaráministro da
Justiça. Por via indireta, assim Dil-
maindicouqueainsistentenotada imprensa, dandoCardozo comofa-
voritoparaaindicação,eramesmo chute e bolafora. Quanto à função
denomear, o quese sabeé queDil- maconsomeosdiassobretudocom
discussõessobretal ouqual fulano ocuparátal ou qualministériosem
verba,comoserão todos.
Não é o primeiro caso de injusti- ficada demora de
Dilma Rousseff paranomeaçãoao Supremo.No an- terior,
tardou, tardou, e afinal no-
meou Luiz Fux. Por força do lobby que o próprio, ainda sob a
euforia danomeação, descreveucom crue-
za histórica.
O PROTEGIDO
O deputado que está nos jornais por insultar a deputada Maria
do Rosário chegou a isso por um per- cursosemcurvasnem
desvios.Sua entrada na vida pública deu-se quandofez
umplanoparaexplodir
a adutora de água do Rio, além de outroscrimes,casonão fossemau-
mentados os soldos dos tenentes, seu posto no Exército. Deu o plano
a “Veja”, para chantagearo gover- no, e atribuiu a divulgação à mu-
lher. Mas a autoria não era dela e, assim comoa chantagem,era pas-
sível de processocriminal.
A proteçãode castaassegurou a impunidade do tenente
terrorista. Como capitão, deixou a ativa para eleger-se deputado,
com os votos dosmilitarese suasfamíliasnoRio, aos quais tem
representado com a
precisãoatestadapor suassucessi-
vasreeleições.Sempreobrandouma imbecilidadeagressiva em
seguida
auma cretiniceviolenta, e vice-ver- sa. Sempre sujeito a um artigo
do CódigoPenaledoRegimentodaCâ- mara.E sempreimpunemente.
O ataque à deputada Maria do Rosário, e àsmulheresem
geral,co- meçounaimpunidadeaoplanoter- rorista. Suadefesaa
pretextoda li- berdade de expressão não tem ca- bimento: a
liberdade de expressão não inclui o direito de agredir ver-
balmente. Ou, do contrário, não existiriamas
tãoconhecidasações
penaispor calúnia,difamação e in- júria,entre
outras.
SOCCER
O Botafogo, você sabe e não de- veesquecer,caiuparaasegundadi-
visão.Ou,comodizemos,paraa se-
gundona. Não todos. O “ministro” JoaquimLevydiz
queo Botafogo“le- vou um downgrade”.
MisterLevyé botafoguense, além do mais.
Orelegado J A N I O D E F R E I T A S
As críticas dosministros doSTFà demorade Dilma para substituir
Barbosa tambémdemorarammuito
COLUNISTAS DA SEMANA segunda: Ricardo
Melo, terça: Janio de Freitas, quarta: Elio
Gaspari, quinta: Janio de Freitas,
sexta: Reinaldo Azevedo, sábado: Demétrio
Magnoli, domingo: Elio Gaspari e Janio de Freitas
RENATA AGOSTINI DEBRASÍLIA
Segundoapuroua Folha,a decisãodeveserpublicadano
“DiárioOficial”daUniãoesta semana.Comisso,aSuperin- tendência-Geral
do Cade irá analisar paralelamente dois processossobre o
caso.
Oprimeiroserá concentra- do no envolvimento das 18
empresasacusadasde parti- cipar do conluio. No outro, será apurada
a atuação dos 109empregadosdestascom- panhias que supostamente
participaramdo cartel.
O objetivodo Cade é agili- zar a investigação do papel de cada
envolvidono esque- ma. Atendênciaé que odes- membramento torne a
apu- raçãodacondutadasempre- sasno cartelmaiscélere.
Enquantotodasas compa- nhiasacusadasjáforaminti-
madasasemanifestar,noca- so dos funcionários, esta fa- se aindaestá
emcurso,apu- rou a Folha. Muitosdelesvi- vem no exterior, o que
torna a notificação mais morosa. Há ainda aquelescujoende-
Processo apuraa existência de cartel em licitações de trens
emetrônosEstados deSP,RJ,MG,RSeDF
Cade irá investigar paralelamente as empresas acusadas de conluioe
a atuação dosfuncionários
Órgão regulador quer acelerar apuraçãosobrecarteldostrens
reço é desconhecido e até agoranãoforam localizados.
O prazoparaapresentação dedefesa—próximaetapado processo— sócomeçaa
con- tarquandotodososacusados forem notificados. Ou seja,
enquantooórgãonãoencon- traosfuncionários,oproces- so
fica“parado”.
Além disso, nafasede de- poimentos,é permitidoa ca- daacusadoa
inclusãode até três testemunhas. No limite, no caso das pessoas
físicas, onúmerodepessoasaserem ouvidaspodechegar a 436.
Comojáforamnotificadas, a partir do desmembramen-
to,asempresasterão60dias para apresentar sua defesa.
Nãoháprazomáximo paraa conclusãoda investigação.
As provas reunidas pelo Cadeindicamqueocartelte- riaatuado em
pelomenos 15 licitações promovidas entre osanosde 1998 e 2013.Estão
sob suspeita contratos que somamR$ 9,4bilhões.
Entre as empresas acusa- dasdeparticipardoesquema estão a espanhola
CAF, a ja- ponesa Mitsui, a canadense Bombardier, a francesa Als-
tom,a americanaCaterpillar, a sul-coreana Hyundai-Ro- teme a alemã
Siemens.
Entre as pessoas físicas, o maiornúmerode acusadosé da Alstom e da
Siemens. A empresaalemãfirmoucomo Cade o chamado “acordo de
leniência” no início de 2013 emtrocadereduçãonapuni- ção, que pode
chegar ao pa- gamentode até20%do fatu- ramentoda empresa.
O Cade atua apenasna es- feraadministrativa.Há ainda a investigação
criminal, que inclui a apuração do paga- mento de propina a funcio-
nários públicosnos governos doPSDBem SãoPaulo.
SérgioLima - 27.nov.2014/Folhapress
EstudantededireitodaPUC- RJ, Marco Antônio vai se for- mar no
início de 2015, segun- do sua assessoria. Elefoi elei-
todeputadocom119milvotos, com uma campanha com for-
teapoiodoPMDBdoRio(asi- glafinanciou68,6%dela).Di- ferentemente de
Pezão, o fi- lhodoex-governadorapoioua candidatura dosenadorAécio
Neves (PSDB) à Presidência.
O futuro secretário foi pre- sidente nacional da Juventu- dedo
PMDBe vice-presidente doPMDBdoRio.
RIO
A operaçãoda PF, querevi- rouaprefeituranaquinta(18),
foicomemoradacomfogosna cidade.Em setembropoliciais
jáhaviamapreendidoumaFer- rari queMota usava parapas- searno Rio.O
esquemaenvol- via fraudes em licitação e no- meação defantasmas. O
dele- gadoHyltonCoelhodizqueha- via“umaespéciedemensalão” para ao
menos 13 vereadores: “Ele [prefeito] é o chefedo es- quema”.
Procurado, o prefei- to nãorespondeu às ligações.
ITAGUAÍ
AAlstomconfessounosEs- tados Unidos que subornou funcionários
públicos para conquistarnegóciosna Indo- nésia, Arábia Saudita,
Egito eBahamasefechouumacor- do com o Departamento de Justiçapelo
qualpagaráuma multadeUS$772milhões(R$ 2bilhões)paraencerrarasin-
vestigaçõescriminais.
É a maior multa criminal por violação da lei america- na que proíbe
companhias comnegóciosnosEUAdepa- garpropinano exterior.
AAlstomconfessouterfal- sificado sua contabilidade, inserindo
valorespara pagar
propinascomosefossemdes- tinadosapagarconsultorias.
Segundo o Departamento de Estado, “a Alstom pagou mais deUS$
75milhões para conquistarprojetos de US$4 bilhões ao redor do
mundo, comumlucroparaa compa- nhia de aproximadamente US$300
milhões”.
O presidente da Alstom, Patrick Kron, disse em nota
que“haviaumasériedepro- blemasno passadoe nóses- tamos
profundamente arre- pendidos disso”. Para ele, o acordo mostra a
disposição de conduzir os negócios “de acordocomosmaiselevados
padrõeséticos”.
NoBrasil,aAlstomrecusou um acordo em janeiro, pelo
qual pagaria US$ 33 milhões (R$80milhõesàépoca)para pôr fim às
investigações que apontam que a empresa pa- gou propina a políticos
do PSDBe funcionáriospúblicos para obter um contrato para o
fornecimento de subesta- ções de energia em1998.
Umaação dos promotores Silvio Marques e José Carlos Blat pede o
bloqueio de R$ 1,13 bilhãoda empresa.
“Vamosusaressaconfissão nosEUAnasnossasações no
Brasil.PorqueaAlstompaga nosEUAe nãoquerpagar no Brasil? Pareceque
aempresa nãotemmedodaJustiçabra- sileira”, disseMarques.
A Alstomafirmacolaborar comas apurações noBrasil.
Alstomconfessanos EUAouso depropina
DASAGÊNCIASDENOTÍCIAS
Em sua mensagem de Na- tal, o papa Francisco sur- preendeu a todos
nesta se- gunda-feira (22),denuncian- do“as15doençasgraves”que
afetam a Cúria Romana.
NoVaticano, diantedecar- deais, bispos e e monsenho- res, Francisco
apresentou a lista das doenças que conta- minam os santos
palácios.
Entre elas estão rivalida- des, fofocas, “alzheimer es-
piritual”,“esquizofrenia exis- tencial”e atéfaltade humor.
O papa descreveu, de mo- do claro e direto, os defeitos e
aslimitaçõesda hierarquia da igreja. “Como qualquer corpohumano, a
Cúria sofre dedoenças,e éprecisoapren- dera curá-las.”
Pormeio deexpressõesim- pactantes, que provocaram desconcerto entre
membros da Cúria e funcionários da SantaSé,o papaanalisouas
principaispatologiasefez um chamado à reflexão, ao arre- pendimento
e à confissão.
Aprimeiradoençamencio- nada por Jorge Mario Bergo- glio é a de se
sentir imortal, autossuficiente e privado de autocrítica.
“UmaCúriaquenãofazau- tocrítica, não se atualiza e
nãotentamelhoraré umcor- po doente”,afirmou.
MUROS E COSTUMES
Alémda petrificação men- tal e espiritual e da falta de coordenação
—quefaz a igre- jaseruma “orquestra quesó produz ruído”—, Francisco
citou o que classificou como “alzheimer espiritual”, que leva o
apóstolo a esquecer o seufervorinicial.
Ele incluiu ainda entre os males a “esquizofrenia exis- tencial”,
que acomete aque- les que se esquecem de que estão a serviço de
“pessoas concretas”e selimitama rea- lizar trâmites burocráticos,
“construindomurose costu- mes em torno de si” e fican-
do“dependentesde seuspró- prios caprichos e manias”.
“Curar esta doença muito graveé urgente e indispensá-
Tomdafalafoisevero aotratardefofocas, ‘terrorismo’contrao qual
todosdevemse proteger,diz pontífice
‘Como qualquer corpo humano, Cúria sofre de doenças’,afirma
Francisco na mensagem de Natal
Igreja sofre de ‘esquizofrenia’ e ‘alzheimer espiritual’, diz
papa
vel”,afirmou o papa. O tomde suafalafoiseve-
ro quando citou a “fofoca”, uma “erva daninha”, e con-
vocou todos a se protegerem desse “terrorismo”, porcon- ta
dosestragosque causa.
Outra patologiacitadape- lopapafoi o“rostofúnebre”: eleconsidera
queo apóstolo deva ser “uma pessoa amá-
vel,serena e entusiasmada”. “[Ele]devetransmitiralegria.
Quebemfazumaboadosede
humor...”,recomendou. Franciscolembrou queum
dialeuque ossacerdotessão como aviões, “só são notícia quando
caem”.
“Equantomal podecausar a todo o corpo da igreja ape-
nas um sacerdote que caia”, disse, referindo-se indireta- mente aos
escândalos se- xuais e financeirosda igreja.
Aofinalde suamensagem, Franciscoafirmouque“a cu-
raéfrutodatomadadecons-
ciênciada doença”. Opapapediuqueosbispos
ecardeaispermitamqueoEs- pírito Santo inspire as suas ações, em vez
de confiarem apenas em suas próprias ca-
pacidadesintelectuais.
AndreasSolaro/Pool/Reuters
EnriqueDe LaOsa -20.dez.2014/Reuters
PATRÍCIACAMPOSMELLO ENVIADAESPECIALA HAVANA
Mais um mistério envol- vendo as ultrassigilosas ne-
gociaçõesentre EstadosUni- dos e Cuba foi revelado: um bebê de
proveta foi crucial parao restabelecimentodas relações diplomáticas
entre os dois países.
Quandoos trêsespiõescu- banoslibertadosforam rece- bidosno
aeroportoemHava- na,na quarta(17),uma ima- gemgeroufofocana ilha
in- teira.AdrianaPerez,mulher de Gerardo Hernández, 49, líder do
grupo, estava visi-
velmente grávida. ComoGerardoestavapreso
“Ninguém entende como ela ficou grávida. Acho que elapodiafazer
visitasíntimas para elelá nosEUA, sópode serisso”,disse àFolhaa
ven- dedora TaniaRodriguez.
Foi mais complicado. Adrianaera proibidade visi- tarseu maridona
prisão, por- que ela também trabalhava paraa inteligência
cubana.
A gravidez foiparteda ne- gociação para soltar Alan Gross,o
americano queesta-
vapreso desde2009em Cuba porlevarmateriais deteleco-
municaçõesa dissidentes.
INSEMINAÇÃO
ACNN revelou que, duran- te asnegociações,o esperma de Hernández
foi coletado e enviado para Cuba, onde Adrianafez inseminaçãoarti-
ficial. Em troca, Havana ga- rantiumelhorescondiçõesna prisão para
Alan Gross, cuja saúdeestavadebilitada.A in-
formaçãofoiconfirmadanes- ta segunda (22)pelo Departa- mentode
EstadodosEUA.
Hernándezfoi condenado
por conspiração para come- terassassinato,quandoaFor- ça Aérea
cubana, a partir de informações do espião, der- rubou dois aviões
da ONG Brothers to the Rescue que iriamsobrevoarHavanapara jogar
panfletos.
Havana argumentou que estavatentandoevitarque os
cubano-americanoscometes- sem ataques terroristas.
A troca de prisioneiros — osespiões Gerardo,Ramóne
Antonio,peloladocubano,e AlanGrosse RolandoSarraff, pelo americano—
foi essen- cial para o restabelecimento dasrelaçõesentreos
países.
Nesta segunda (22), Josefi- na Vidal, responsávelpor as-
suntosrelacionados aos EUA na ilha, disse que Cuba está abertaa
todoo pacotede pro- postasdogovernoamericano para melhorar as
relações e fortalecer as empresas priva- dase a sociedade
civil.
Gravidez demulher deespiãopreso fez parte doacordo entre Cuba e
EUA
c FOCO
Sentir-seautossufi- ciente, nãofazendo
Trabalhardemais sem repouso
comos quechoram'
ao excessode planejamento
Trabalharsem coordenação, como
esqueceram de seu encontro como Senhor
Fazer da aparência e dos títulos o principal
objetivo da vida
‘Esquizofrenia existencial’, que
pelascostas
Terum 'rosto fúnebre’, muitasvezessintoma
Tentar preenchero vazioexistencial do
sermaisfortes doque o todo
MUYHERMANOS
Os prelados conservadores que fazem críticas mais abertas ao papa
Francisco
CARDEAL
RAYMONDBURKE
ARCEBISPO
STANISLAWGADECKI
Polonês,criticoua ênfasedo papa à misericórdia,pois isso “dáa
impressão deque o ensinamento daigreja nãoera misericordioso”
BISPO
THOMASTOBIN
BISPOROGELIO
ARCEBISPO
CHARLESCHAPUT
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014 H H H
mundo A9ab
ATENAS PODE ter inventado a de- mocracia, mas, agora,
dirigentes
gregos (e os mercados financeiros
internacionais)estãoemplenacam-
panhaterrorista paraevitar que se pratique o mais
simbólico ato de- mocrático,que é o de votar.
Por partes: 1 - O Parlamento grego está vo-
tandoparaescolherumnovopresi- dente. São necessários 200 votos,
dos300congressistas,paraqueum candidato se eleja.
2 - O candidato da coalizão go- vernista obteve, na primeira
vota- ção,apenas160votos.Nestaterça-
feira,23, faz-sea segundavotação, comidêntico quórum.
3 - Sede novonão foremalcança- dosos200votos,aporcentagemmí-
nima cai para 180 na terceira e úl- timavotação,a se realizar
dia29.
4-Senemassimforeleitoumpre- sidente,é obrigatóriaa convocação
de eleições gerais, estas sim desti- nadas a escolherquem governa,
já que o presidente é umafiguraape- nas cerimonial.
Eleições,parameugosto,sãosem- pre a solução, não um
problema.
Masparaa Grécia,presano labi- rinto de sua formidável crise,
con- vocar eleiçõesgeraisequivalea en- tregar o poder a uma certa
Syriza (Coligação de Esquerdas), confor-
medemonstramtodasaspesquisas.
E a Syriza é virulentamente con- tra o programa de
austeridade im-
plantadonos últimosanose tidoco- mo responsável por um
retrocesso econômico inéditoem país quenão
enfrentouuma guerra. A economiaretrocedeu25% nes-
sescincoanosdecrise,odesempre- go saltou de 8,3% para27% e a
dí- vida pública mantém-se em núme-
rosassustadores( € 322bilhões,cer- cade 170%do
PIB).
A Syrizaquer renegociara dívida eimplantarumprogramadegastos
sociaisde cercade€ 11,6bilhões—
condiçõesquesãoumanátemapa-
raoscredoreseparaatroika(Ban- coCentralEuropeu,FundoMonetá-
rioInternacional e Comissão Euro-
Paraevitarque a eleiçãoseja an- tecipada (o normal seria
realizá-la em junho de 2016), o governo do conservador
AntonisSamaras(No- vaDemocracia)estáfazendoodia- bo.
Literalmente.
Segundo denúncia de um depu- tado dogrupo Gregos Independen- tes,
um intermediário supostamen- teemnomedogovernoofereceusu- borno
para que votasse a favor de Stavros Dimas, o candidato
oficia-
listaà Presidência.O governo nega, como é fácil deimaginar.
MasSamarastambémtentouado- çarabocadoscongressistasaopro-
meterque,seelegeremumpresiden- te(mesmoquenãosejaDimas),an- tecipaa
eleiçãogeralparao fimde
2015,em vez de fazê-la no início do ano, como seria de regra
caso não seconsiga elegero presidente.
Espera,com esseintervalo,que se
consolideatímidaeincipienterecu-
Éuma apostanadademocrática, mas que se explica pelos números
deoutrapesquisa,doPewResearch Center(EUA):95%dosgregossedi-
zeminsatisfeitos coma maneira co- moandam ascoisasem
seupaís.
Votar na coligação que promete mudá-las radicalmenteseria muito
natural—e democrático.
[email protected]
Grécia ‘desinventa’ a democracia C L Ó V I S R O S S I
Riscodequea esquerda ganhe umaeventual eleição geral leva
amanobrasnada limpasou democráticas
COLUNISTASDA SEMANA segunda: RubensRicupero, terça: ClóvisRossi,
quarta: MatiasSpektor, quinta: ClóvisRossi, sexta: Marcos Troyjo,
sábado: Alexandre VidalPorto, domingo: ClóvisRossi
DIOGO BERCITO
ENVIADOESPECIALA TERRASSA (ESPANHA)
Quandoa reportagemper- gunta para fiéis na porta da mesquita Badr,
em Terrassa (Espanha),sobreum brasilei- ro que costumava rezar ali,
alguémlhe interrompe e diz: “MasHakimestá preso!”
Hakim, 18, é o brasileiro detido na Bulgária na sema-
napassadaa caminhoda Sí- ria,ondese juntariaaos com- batentesda
milíciaradicalEI (EstadoIslâmico).
Alegandosigilo, autorida- des búlgaras informaram só suas iniciais,
K.L.R.G. A Fo- lha apurou que o primeiro nomeé Kaíque,
e umdos so- brenomes, Ribeiro. Procura- dos, os órgãos responsáveis
em Madri afirmaram não ter autorização para divulgar o
nomecompletodo brasileiro.
Suairmã, encontradapela reportagem em Terrassa e que não quis se
identificar, confirmoua informação,mas preferiunão falarsobreo as-
sunto até que ele seja extra- ditado a Madri. “Só tenho a
dizerqueeleéumbommeni- no, estudioso, e nunca teve problemaaquiou
noBrasil.”
Ojovem,naturaldeFormo- sa (GO), atende pelo nome árabe Hakim desde
sua con-
versão ao islã, quando ele já viviana Espanha.
DESCONFIANÇA
Nofimda oraçãodestase- gunda (22), membros da co- munidademuçulmana
local encaminhavama reportagem ora ao escritório da mesqui- ta, ora
a fiéis que pudessem conhecerHakim.
Masumhomemjovemves- tidocom roupastradicionais, coma
cabeçacobertaporum lenço, dava em árabeinstru-
çõespara queeles nãofalas- semsobreo caso.
“Hakimvinhasemprecom os amigos. Eram um grupo pequenoe
nãoconversavam sobreessascoisascomosou- tros”,disseum fiel,sem
reve- lar o nome. Outros diziam nunca tê-lo visto no recinto.
Há nítido temor de que a história do extremista brasi- leiro leve a
uma associação damesquita aoEI.
A menção ao brasileiro le- vava,na maioriados casos,à frase
“o brasileiro alto!”.Pa- recia haver consenso de que
tivessecabeloclaroe nãofa- lasse árabefluente.
Informaçõesoficiaisapon- tamque Hakim estejadetido
KaíqueRibeiro,18, foi detido na Bulgária, no meioda travessiaaté o
território sírio; eledeve serextraditadoa Madri
Fiéisde templona Espanha frequentado porjovem que tentava lutarcom
facção na Síria evitam dardetalhes sobre ele
Brasileiro radicaleradiscretoemmesquita
A polícia da Catalunha já entrou no apartamento do
amigomarroquinodeHakim,
também detido na Bulgária. Apesar de as informações
preliminares terem registra- doqueHakimvivianapeque-
nacidadepróximadeMonis- troldeMontserrat,a reporta- gem apurou com
a família queele morava em Terrassa.
OUTROCASO
O caso lembra o de Brian de Mulder,filhode umabra- sileiraquese
converteuao is- lãna Bélgica,aderiu aoEsta- do Islâmico e passou a
ser chamadodeAbuQassemBra- zilientreos militantes.
Semparadeiro conhecido, Briané julgadoporum tribu-
nalbelgaportervínculocom rede terrorista.
ESPANHA
PORTUGAL
FRANÇAOceanoAtlântico
Madri
Terrassa
ab A10 mundo H H H
TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2014
CompanhiaPaulistade Securitização- CPSEC CNPJnº 11.274.829/0001-07-
NIREnº 35300373367
AtadaAssembleiaGeralExtraordináriada
CompanhiaPaulistadeSecuritização-CPSECrealizadaem18
dedezembrode2014 1. Data, Hora e Local da Assembleia:
Assembleia realizada no dia dezoito do mês de dezembro de
2014, às 17 horas, na sala de reuniões da Companhia Paulista de
Securitização - CPSEC, situada à Avenida Rangel Pestana nº 300, 3º
andar, nesta Capital. 2.Convocação: Dispensada a publicação de
Editais de Convocação, conforme o disposto no Artigo 124, §4º da
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 3.
Presença: Acionistas representando a totalidade do capital
social da Companhia. 4. Mesa: Os
trabalhosforampresididospeloSenhorAndreaSandroCalabiesecretariadospeloSenhorJorgeLuizAviladaSilva.5.OrdemdoDia:Conformeaprovado(i)naSeptuagésima
NonaReuniãodaDiretoriadaCompanhia,realizadaem17de
dezembrode2014,(ii)naQuinquagésimaOitavaReuniãoOrdináriadoConselhoFiscaldaCompanhia,realizada
em17de dezembrode2014,e
(iii)naVigésimaReuniãoExtraordináriadoConselhode
AdministraçãodaCompanhia,realizadaem17de
dezembrode2014,(emconjunto,as
“AprovaçõesSocietárias”),osacionistasdaCompanhiadereuniramparadeliberarsobreasseguintesmatérias:(a)aprovaraaquisição,pelaCompanhia,de
parcelado direito autônomo de recebimento de créditos tributários
relativos ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercador ias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
InterestadualeIntermunicipaldeComunicação-ICMS,nostermosdoartigo155,incisoII,daConstituiçãoFederal,vencidosenãopagosnasuarespectivadatadevencimento,
osquaisforamobjetodeparcelamentoscelebradosnoâmbitodoProgramaEspecialdeParcelamento-PEP(“PEP”),aserrealizadamediantecessãoonerosadofluxofinanceiro
dereferidos direitoscreditórios peloEstado deSão PauloàCompanhia
(“DireitosCreditórios doPEP”);(b) aprovara celebraçãodo
3º(terceiro) aditamentoà “EscrituraParticular
da1ª(Primeira)EmissãodeDebênturesSimples,NãoConversíveisemAções,emSérieÚnica,daEspéciecomGarantiaReal,paraDistribuiçãoPública,comEsforçosRestritos
de Colocação da Companhia Paulista de Securitização” (“Debêntures
da 1ª Emissão” e “Escritura da 1ª Emissão”), conforme deliberado na
assembleia geral de titulares de Debênturesda1ªEmissão,realizadaem6
denovembrode2014(“AGDda1ªEmissão”);(c)aprovara
celebraçãodo2º(segundo)aditamentoao“InstrumentoParticularda1ª
(Primeira) Emissão Privada de Debêntures Subordinadas, Não
Conversíveis em Ações da Companhia Paulista de
Securitização”(“Debêntures Subordinadas”e “Escritura da
EmissãoSubordinada”);(d)ratificaraaprovaçãopeloConselhodeAdministraçãodaCompanhiasobrea
realizaçãoda2ª(segunda)emissão,pelaCompanhia,dedebêntures simples,
não conversíveis em ações da Companhia, da espécie quirografária,
com garantia adicional real, em 2 (duas) séries, para distribuição
pública com esforços restritos, nos termos da Instrução da Comissão
de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 476, de 16 de janeiro de 2009,
conforme alterada (“Instrução CVM 476”), em regime de melhores
esforços,novalortotaldeatéR$6.800.000.000,00(seisbilhõeseoitocentosmilhõesdereais)(“Debênturesda2ªEmissão”),nostermosda“EscrituraParticularda2ª(Segunda)
Emissão de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, da
Espécie Quirografária, com Garantia Real Adicional, em 2 (Duas)
Séries, para Distribuição Pública com EsforçosRestritos,da
CompanhiaPaulistade Securitização”(“Escriturada 2ªEmissão”);(e)
aprovaraoutorga degarantia, emfavordas Debênturesda1ª
Emissão,representada
porcessãofiduciáriadosaldopositivodacontaemquea
CompanhiareceberáofluxoderecursosdosDireitosCreditóriosdoPEP,paraassegurarocumprimentodasobrigações
daCompanhiaaseremassumidasnaEscriturada1ªEmissão(“ContadeRecebimentoPEP”e“CessãoFiduciáriadaContadeRecebimentoPEP”,respectivamente),conforme
aprovado nas Aprovações Societárias e na AGD da 1ª Emissão;(f)
ratificar, por ocasião da emissão das Debêntures da 2ª Emissão, a
outorga de garantia real em favor das Debêntures da 2ª Emissão
representada pela cessão fiduciária dos direitos de crédito de
titularidade da Companhia referentes aos recursos mantidos e/ou
depositados e/ou
aplicaçõesmantidas,creditadose/oureferentesemcontascorrentesdaCompanhiavinculadasdiretamenteà
emissãodasDebênturesda2ªEmissão(“CessãoFiduciáriade
ContasVinculadas da 2ª Emissão”);(g) autorização para que os
membros do Conselho de Administração deliberem sobre as matérias
constantes dos itensVI aVIII do artigo 59daLei nº6.404,de15
dedezembrode1976,emrelaçãoàsDebênturesda2ªEmissão,conformeautorizao§4ºdo
referidodispositivoeprevistonoincisoIIdo artigo12do Estatuto Social
da Companhia. 6. Deliberações: Colocadas em discussão as
matérias apresentadas, por unanimidade de votos e sem ressalvas,
observadas as principais condições substancialmente estabelecidas
no Documento I da presente ata, e com base no Parecer do Conselho
de Defesa dos Capitais do Estado - CODEC n° 146/2014,
foramaprovadas:(a)aquisição,pelaCompanhia,deparceladofluxofinanceirocorrespondentea71%(setentaeumpor
cento)dovalordosaldodevedordecadaparcelamento vigente relativamente
aos Direitos Creditórios do PEP, mediante a celebração do
instrumento a ser firmado entre a Companhia e o Estado de São
Paulo, nos termos da Lei Estadual nº 13.723, de 29 de setembro de
2009, conforme alterada, para a cessão onerosa dos Direitos
Creditórios do PEP pelo Estado de São Paulo à Companhia, cujos
termos e condições foram submetidos e aprovados pela Consultoria
Jurídica da Secretaria da Fazenda por meio do Parecer nº 1542/2014,
ratificados pela Procuradoria Geral do Estado - PGE; (b) celebração
do 3 o (terceiro) aditamento à Escritura da 1ª Emissão; (c)
celebração do 2 o (segundo) aditamento à Escritura da Emissão
Subordinada; (d) consignação de ciência e ratificação da aprovação
pelo Conselho de Administração da Companhia sobre a realização da
emissão, pela Companhia, das Debêntures da 2ª
Emissão;(e)constituição,pelaCompanhia,degarantiarealemfavordasDebênturesda
1ªEmissão,representadapelaCessãoFiduciáriadaContade RecebimentoPEP;
(f)
consignaçãodeciênciaeratificaçãodaconstituição,pelaCompanhia,degarantiarealemfavordasDebênturesda2ª
Emissão,representadapelaCessãoFiduciáriadeContas
Vinculadasda2ªEmissão;e(g)autorizaçãoparaqueosmembrosdoConselhodeAdministraçãodeliberemsobreasmatériasconstantesdositensVIa
VIIIdoartigo59da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, em
relação às Debêntures da 2ª Emissão, conforme autoriza o §4º do
referido dispositivo e previsto no inciso II do artigo 12 do
Estatuto Social da Companhia. 7.Encerramento: Nada mais havendo a
ser tratado, foram encerrados os trabalhos, lavrando-se a presente
ata, a qual, depois de lida e aprovada, vai por todos assinada.São
Paulo, 18 de dezembro de 2014. Certifico que confere com a original
lavrada em livro próprio. Mesa:Andrea Sandro Calabi -
Presidente;Jorge LuizAvilaDaSilva-Secretário.Acionistas:Estadode
SãoPaulo;Companhia Paulistade Parcerias- CPP;AndreaSandro
Calabi;PhilippeVedolimDuchateau; JorgeLuiz Avila da Silva.JUCESP nº
508.331/14-6 em 19/12/2014.F lávia Regina Britto - Secretária Geral
em Exercício. Documento I - I.Principais
características a serem alteradas por meiodo3º(terceiro)aditamentoà
Escriturada1ªEmissão:(i)GarantiasReais:constituiçãodegarantiaadi