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1 do estudante Núm. XXIX- ANO II 2ª quinzena - Dezembro/2013 Folhetim do estudante é uma publicação de cunho cultural e educacional com artigos e textos de Professores, alunos, membros da comunidade da “E. E. Miguel Maluhy” e de pensadores humanistas. Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br Sugestões e textos para: [email protected] Opinião... pág. 2 Carta ao Leitor... pág. 4 Resenhas... pág. 5 EDIÇÃO EXTRA A Matemática e a Música Falar de Matemática e Música pode nos causar a impressão de estarmos falando de uma só coisa. Ambas tocam nossos sentidos, cada uma a seu modo. Causam-nos assombro e êxtase, nos intrigam e convidam- nos a uma viagem ao nosso interior nivelando-nos a quase zero ou transcendendo-nos quase ao infinito, e assim, nos desafiam assemelhando-se à esfinge falando aos ouvidos do tempo. Decifra-me ou te devoro! O ponto de intersecção de ambas reside no status de linguagem. Matemática e Música possuem sua sintaxe e sua semântica, seu aspecto pragmático e o transcendente. Ou seja, cada uma com sua face, se expressa na forma de linguagem. Do espírito humano grávido de beleza e harmonia, nascem a Matemática e a Música. Nasceram provavelmente juntas, na mesma maternidade, onde nossos ancestrais, moradores das cavernas, após uma caça bem sucedida registravam na forma de desenho seus feitos nas paredes das cavernas e em seguida lançavam seu grito primal como expressão de sua conquista, nascendo aí, a partir dos desenhos a geometria e do grito primal, a Música, em suas formas mais rudimentares. Juntas desde o anel zero da humanidade rompem os horizontes tribais e encontram guarida na Grécia Antiga, onde Pitágoras sedimentou bases sólidas para estas expressões, e em particular, para a música. Para ele, tudo era número. O som era o número em movimento. Matemáticos, físicos e filósofos se embriagaram de música. Galileu indagou por que alguns sons são mais agradáveis que outros. Euclides também já tinha desfrutado da mesma indagação. Leonard Euler, um matemático do século XVIII escreveu um tratado sobre a relação existente entre harmonia e os números inteiros. Joahannes Kepler acreditava que as rotações dos planetas criavam literalmente a “música das esferas”, isto é, uma contraparte acústica de suas leis matemáticas sobre o movimento planetário. Por outro lado, músicos se embriagaram de matemática para descrever o sistema de sua arte. Bach, o mais famoso e respeitado pesquisador dos tratados de fuga, também gostava de cânone, um gênero correspondente à fuga e que ele tratava como um “quebra- cabeça”, que para All- Kwoarismi seria simplesmente Aljbr, isto é, no velho e bom português, Álgebra. Chopin, seguindo a mesma linha, dizia: “A fuga é como lógica pura em música”. A impregnação mútua vem sendo construída do berçário aos dias de hoje. Caminhando lado a lado, matemáticos e músicos, expressam e interpretam a realidade, escrevendo intrigantes páginas de pura beleza e harmonia, que nem sempre a razão está pronta para compreendê-las e admirá-las. Prof. Ubiratan Barros Arrais Mestre em Educação Matemática pela PUC/SP, professor titular de Metodologia do ensino de matemática da UNIB, Coordenador do ensino de matemática para o Ens.Médio da Fundação Bradesco e docente da rede pública estadual. Folhetim

Folhetim do Estudante - Ano II - Núm. XXIX

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1

do estudante Núm. XXIX- ANO II

2ª quinzena - Dezembro/2013

Folhetim do estudante é uma

publicação de cunho cultural e

educacional com artigos e textos

de Professores, alunos, membros

da comunidade da “E. E. Miguel

Maluhy” e de pensadores

humanistas.

Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br

Sugestões e textos para:

[email protected]

Opinião... pág. 2

Carta ao Leitor... pág. 4

Resenhas... pág. 5

EDIÇÃO

EXTRA

A Matemática e a

Música

Falar de Matemática e

Música pode nos causar a

impressão de estarmos falando

de uma só coisa. Ambas tocam

nossos sentidos, cada uma a seu

modo. Causam-nos assombro e

êxtase, nos intrigam e convidam-

nos a uma viagem ao nosso

interior nivelando-nos a quase

zero ou transcendendo-nos quase

ao infinito, e assim, nos

desafiam assemelhando-se à

esfinge falando aos ouvidos do

tempo. Decifra-me ou te devoro!

O ponto de intersecção de

ambas reside no status de

linguagem. Matemática e Música

possuem sua sintaxe e sua

semântica, seu aspecto

pragmático e o transcendente.

Ou seja, cada uma com sua face,

se expressa na forma de

linguagem.

Do espírito humano

grávido de beleza e harmonia,

nascem a Matemática e a

Música.

Nasceram provavelmente juntas,

na mesma maternidade, onde

nossos ancestrais, moradores das

cavernas, após uma caça bem

sucedida registravam na forma

de desenho seus feitos nas

paredes das cavernas e em

seguida lançavam seu grito

primal como expressão de sua

conquista, nascendo aí, a partir

dos desenhos a geometria e do

grito primal, a Música, em suas

formas mais rudimentares.

Juntas desde o anel zero

da humanidade rompem os

horizontes tribais e encontram

guarida na Grécia Antiga, onde

Pitágoras sedimentou bases

sólidas para estas expressões, e

em particular, para a música.

Para ele, tudo era número. O

som era o número em

movimento.

Matemáticos, físicos e

filósofos se embriagaram de

música. Galileu indagou por que

alguns sons são mais agradáveis

que outros. Euclides também já

tinha desfrutado da mesma

indagação. Leonard Euler, um

matemático do século XVIII

escreveu um tratado sobre a

relação existente entre harmonia

e os números inteiros. Joahannes

Kepler acreditava que as

rotações dos planetas criavam

literalmente a “música das

esferas”, isto é, uma contraparte

acústica de suas leis matemáticas

sobre o movimento planetário.

Por outro lado, músicos

se embriagaram de matemática

para descrever o sistema de sua

arte. Bach, o mais famoso e

respeitado pesquisador dos

tratados de fuga, também

gostava de cânone, um gênero

correspondente à fuga e que ele

tratava como um “quebra-

cabeça”, que para All-

Kwoarismi seria simplesmente

Aljbr, isto é, no velho e bom

português, Álgebra. Chopin,

seguindo a mesma linha, dizia:

“A fuga é como lógica pura em

música”.

A impregnação mútua vem

sendo construída do berçário aos

dias de hoje.

Caminhando lado a lado,

matemáticos e músicos,

expressam e interpretam a

realidade, escrevendo intrigantes

páginas de pura beleza e

harmonia, que nem sempre a

razão está pronta para

compreendê-las e admirá-las.

Prof. Ubiratan Barros Arrais Mestre em Educação Matemática pela

PUC/SP, professor titular de

Metodologia do ensino de matemática

da UNIB, Coordenador do ensino de

matemática para o Ens.Médio da

Fundação Bradesco e docente da rede

pública estadual.

Folhetim

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do estudante ano II dezembro/2013

OPINIÃO

ORGULHO DE

QUEM FEZ A

LIÇÃO DE CASA

Estudantes e docentes da

escola Miguel Maluhy, podem

desfrutar das férias, com a

consciência tranquila, de quem fez

o dever de casa. Durante todo o

ano letivo, graças às

oportunidades de trocas de

experiências e à livre associação

do corpo docente, por afinidade,

muitos trabalhos foram

desenvolvidos com êxito e quem

saiu ganhando foi aluno!

A escola contou com três

projetos norteadores, cujas

propostas respeitavam a faixa

etária e o interesse dos educandos

sendo destinado ao 1º ano do

ensino médio, o tema

“Desvendando SP”, ao 2º ano,

“Identidade Cultural” e ao 3º ano,

“Projeto de vida”. Além dos

projetos interdisciplinares, nossa

escola desenvolveu ações e

situações de protagonismo, em

que os estudantes puderam

mostrar o fruto de seus trabalhos e

pesquisas, como a Mostra

Cultural. Houve uma grande

comoção e circulação de pessoas

da comunidade e familiares, que

interessados nos temas dessa

mostra, entravam de sala em sala,

questionando e escutando dos

alunos suas explicações e os

objetivos das exposições.

No que tange às ações de

recreação e entretenimento, no

período diurno os estudantes

participaram do Torneio de Vôlei,

visitas gratuitas a diversos

espaços de aprender distribuídos

pela cidade, pelo Programa

Cultura é Currículo e do Festival

de Talentos, já os alunos do

período noturno receberam a

Companhia de Teatro “Lona

Preta”, com uma divertida peça

teatral, de forte aparato teórico e

linguagem jovem, além do projeto

Escritor na Escola, que propiciou

o contato dos alunos com o

escritor do livro “As núpcias do

escorpião”, de forma descontraída

e animada, com entrevistas,

autógrafos e até fotos com o autor.

Podemos resumir o ano

letivo de 2013, com destaque aos

professores e estudantes, que

desempenharam um excelente

papel de integração e

compromisso e com a certeza e o

orgulho de quem realmente fez a

lição de casa!

Profª. Kacianna Amorim

Coordenadora Pedagógica do

Ensino Médio

A Geografia e a

literatura

Existe uma incompreensão

originada na ausência de uma

reflexão profunda sobre o ensino e

a interdisciplinaridade.

O trabalho coletivo torna a escola

melhor, os alunos mais

qualificados, dialogando sobre o

estudar. Uma bibliografia básica

sobre o tema:

GEOGRAFIA & LITERATURA

(ensaios sobre geograficidade, poética

e imaginação. Autores: Eduardo

Marandola Jr e Lucia Helena Batista

Gratão, Ed. Eduel.

Reflexões a partir da crônica de

Plínio Marcos. Amor é amor. A

vida no urbano que a tudo avilta,

mesmo assim, faz com que

persistam nos alunos os mais

intensos desejos de amor e justiça.

Eis aqui alguns exemplos:

A PERDA DE UM LADO

DO CORAÇÃO

Um homem muito pobre,

simplesmente humilde morava

sozinho, depois de perder sua

mulher e seu único filho num

acidente de carro. Esse

acontecimento destruiu a vida do

humilde homem, muito abalado

tava quase perdendo a vontade de

viver e, além disso, perdeu seu

emprego de pedreiro, e passou a

ser catador de latinha. Sem

dinheiro perdeu sua casa alugada

e começou a morar na rua.

Ganhando cerca de 20 a 30 R$ por

semana catando latinha, tomava

café quase todos os dias numa

padaria e almoçava uma vez por

semana, quando não tinha

dinheiro e estava com fome,

dormia para passa a fome. Esse

homem perguntava a Deus todos

os dias “ó senhor por que tudo

isso, porque”.

folhetim

Page 3: Folhetim do Estudante - Ano II - Núm. XXIX

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do estudante ano II dezembro/2013

Vivendo 3 anos neste estado sem

lugar para morar, desempregado,

sem alimento quase para se

sustentar. Um dia esse homem

encontrou um bilhete premiado de

400 mil reais, isso fez sua vida

melhorar um pouco comprou sua

casa própria agora tinha onde

dormir e ele tinha o que comer e

nem precisava trabalhar. Mais,

nenhum dinheiro preenchera o

vazio do coração desse humilde

homem que não encontrara a

felicidade depois do falecimento

da sua mulher e se seu filho

sempre faltara a outra parte de sua

coração.

Alisson V. de Carvalho - 8ª B

MULHERES MENINAS

QUE PRECISAM SER

MAIS FORTES

Já passei por coisas que nem

imaginava passar. Meninas quando

se amarram em homens fecham os

olhos para o mundo e não, e não

gosta de olhar para as realidades da

vida, e nunca querem ler, saber,

ouvir coisas que não lhe agradam.

São decepções atrás de decepções,

erros após erros, falhar que não

deviam ser cometidas, promessas

que não deveriam ser prometidas,

palavras que nunca deveriam ser

ditas, pois homens acham que

coisas bobas não machucam mais

ás vezes acaba sendo um

sofrimento maior que o

sentimento. Certas brigas, certas

palavras, certas atitudes e certas

decepções acabam sendo marcadas

na nossa vida, coisas que nem o

tempo ou outro alguém pode

apagar. Amar gera muitas

consequências ate porque amar é

“treta”. A confiança é muito difícil

de se conquistar e a maioria dos

homens que consegue conquistar a

quebram, e confiança quebrada

jamais é a mesma. Mulheres no

fundo são todas frágeis e se brincar

com uma gera sofrimento,

imagine com duas ao mesmo

tempo? E depois ter uma dura

escolha com quem quer ficar, com

quem sene um sentimento maior, e

com quem sente bem ao seu lado,

mas acabam esquecendo que todas

em sentimentos, todas choram,

todas sentem, todas pensam, todas

amam, todas sofrem e todas tem o

seu limite, assim como eu cheguei

ao meu limite todas assim como eu

passo, e já passamos madrugadas

em claro refletindo como seria se

tivéssemos uma atitude diferente,

como seria se tivéssemos nos

apaixonado pela pessoa errada e

como seria se o destino fosse

diferente, mesmo sabendo que não

mandamos nos nossos sentimentos.

E o pior de tudo é que só se

importam quando estamos

distantes ou brigados só dão valor

quando perde. E quando decidimos

seguir em frente eles voltam e nos

faz sofrer mais ainda. Enfim, já

sofri por amor e decepções, mas

não consigo dar um basta em um

amor que cada dia mais tem

crescido dentro de mim, prefiro

arriscar e não dar certo do que

futuramente me arrepender por não

ter tentado ser feliz ao lado de

quem amo, espero que um dia eu

possa ter o privilegio de ser amado

assim como amo. Meninas

mulheres que precisam ser

urgentemente mais fortes.

Carla Carmelo da Silva - 8ª C

A periferia vive de alegrias e

tristezas esmo com as dificuldades

e os problemas. Você pode

escolher um domingo e um bairro

periférico, se você for nesse bairro

e não tiver uma roda de samba ou

um boteco em festa há algo errado.

Diferente dos outros bairros nobres

como Morumbi, Butantã, onde os

domingos são tão desertos que

entristece as pessoas em um conto

do Tico chamado debutando o

homem tinha um cargo ótimo,

uma linda filha, e também uma

esposa bem vaidosa, mais mesmo

assim não tinha felicidade. Isso

prova que podem nos afastar o

máximo da burguesia mais não se

pode tirar a feijoada de sábado e

alegria da periferia.

Diego M. Santos - 1º I

Prof. Rubens Santos

folhetim

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do estudante ano II dezembro/2013

CARTA AO

LEITOR

A confiança solidária

ao entardecer

Aquele que amo

Disse-me

Que precisa de mim.

Por isso

Cuido de mim

Olho meu caminho

E receio ser morta

Por uma só gota de chuva.

(Bertold Brecht)

Em um domingo à noite,

saímos de casa, sem um endereço

preciso, para achar a casa do

professor Maurílio, estava ansioso

em saber sobre o resultado de sua

cirurgia. Sendo a noite, toquei em

uma casa e não obtive resposta. Um

vizinho atencioso, sendo solidário,

veio com as informações que

precisávamos de que tudo estava

correndo bem.

Escrevo refletindo sobre o

tempo em que ele nos deixou.

Preparou inteiramente a vida

funcional e o trabalho para conduzir

a sua aposentadoria. Mas aqui

recordo de maneira nítida, sua

ardente paciência em apresentar as

formulações matemáticas, quantas

vezes fossem necessárias a um

aluno, até que o mesmo pegasse o

fio da meada. Com sua maneira

suave, polida e jamais alterada,

sempre disposto a ensinar aos

alunos, se não conseguiu grandes

matemáticos conseguiu o que mais

desejamos de um aluno, o seu

respeito e a sua ternura.

Da mesma maneira, me

recordo da professora Elizeth.

Chegar antes das seis da manhã ao

seu velório e encontrar, seu esposo

sozinho naquele momento, trouxe-

me a necessária força que a

solidariedade apresenta em um

momento tão dramático em nossas

vidas. Tendo que ir trabalhar na

outra rede, sai cedo em direção ao

gesto solidário e necessário de

quando perdemos um companheiro.

Dela, lembro-me de uma noite em

que ela comentou entre nós, que um

aluno grosseiro havia feito algum

tipo de piada grosseira, sobre a

doença que fez com que ela ficasse

manca de sua perna direita. Ela

disse ao aluno, eu desenvolvi essa

doença, quando eu tinha exatamente

a sua idade. Neste ano, aprendi com

uma colega que com seu marido

vivendo na Europa, ela realizaria

aqui no Brasil os testes hormonais

para conseguir engravidar-se e

realizar este imenso desejo

feminino. Infelizmente não

realizado e que terminou levando

sua vida. Como era formidável seu

sorriso de pessoa amiga e aberta ao

diálogo.

Quando soube do

falecimento do coordenador

Marcos, professor de matemática

por atropelamento, fiquei perplexo.

Ainda que discordasse de seus

métodos, uma perda de alguém que

dialogava me causou um

constrangimento enorme. Tinha um

excessivo humor para lidar com os

conflitos pedagógicos da escola,

talvez nossa ausência de humor,

realmente impeça que tratemos a

questão pedagógica, com uma

profundidade mais ampla e com um

dialogo mais fecundo.

É claro que tudo isso me

vem à lembrança neste final de ano.

Um ano que desejo que termine

muito rapidamente, pois levou o que

tinha melhor em mim em esperanças

e solidariedade. Experimentar em

nós mesmos as dores esfaceladas da

vida, realmente nos impõe a

necessidade de descobrir novas

forças e conseguir com nervos

tensos passos firmes para entrar em

sala de aula. Ao passar por esta

prova, de maneira tão nebulosa, que

agradeço a todos que foram

solidários contribuindo para que

conseguisse permanecer em pé e

lúcido. Dois amigos perdidos em

dramáticos suicídios, a nebulosa

enfermidade que atingiu minha

única irmã, até a fragilidade de meu

próprio organismo, enfraquecido

que me obrigou a afastar-me das

aulas.

Foi em um entardecer

também no final de semestre, que

mereci a acolhida fraterna e humana

de duas colegas professoras

Luciana de Geografia e Neusa de

Matemática, uma confiança baseada

na fé e na confiança celestial para

ter forças para prosseguir. Foi sim,

este gesto terno dessas duas

companheiras que me encheram de

uma energia vitalizada e abençoada

pela lealdade humana que

contribuíram diretamente para que

permanecesse em pé na humildade e

pronto para as adversidades que

pudessem advir. Não terei jamais

palavras para lhes agradecer esse

grande momento de humanismo

solidário que vivenciamos juntos.

É claro que nosso trabalho

esgotante, sobrecarregado, nos

deixam tensos demais. Mas é no

companheirismo que nos fundimos

como pessoas e seres repletos de

generosidade e certeza na justiça. E

desta maneira, confiando na

solidariedade destes irmãos

trabalhadores que peço todas as suas

preces e afetos para nossa

companheira de trabalho a

professora Iracema, que adoecida

não estará neste encerramento de

ano conosco. Nossos gestos

demonstram sempre o que somos e

desta maneira, abençoado pela

solidariedade lhes desejo o melhor

da vida e do futuro, a todos,

fraternalmente, Professor Rubão.

Prof. Rubens Santos

folhetim

Page 5: Folhetim do Estudante - Ano II - Núm. XXIX

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do estudante ano II dezembro/2013

RESENHAS

Homúnculo

“A razão vos é dada para

discernir o bem do mal”

Dante Alighieri

A tecnologia atual avança

numa velocidade incrível,

permitindo a comunicação em

tempo real com pessoas de vários

lugares diferentes, tudo no

conforto, ao alcance das mãos,

mas nunca houve uma geração de

pessoas que não se comunicam

realmente, amigos que não

compartilham experiências,

famílias que não dividem mais,

nem ao menos, a mesa no jantar.

Estamos conectados

artificialmente, regredindo em

pequenos aspectos que

organizaram os ancestrais do

homo sapiens em sociedade.

A sociedade é dividida,

cada um por si. O empresário não

quer saber o porquê do viciado

estar nas ruas e o viciado não quer

saber se o empresário tem família

ao esfaqueá-lo por uma nota de 10

reais. Enquanto o empresário

letrado é dotado de decência e

moralidade adquirida por anos de

educação burguesa e religiosa, o

viciado tem total desprezo pelas

regras ou qualquer moral que seja,

entretanto o que os distancia são

as suas concepções de vida,

daquilo que é necessário ou não.

As diferenças existenciais

padronizadas por ambos os lados

define uma sociedade dividida em

parâmetros estabelecidos pelo

meio em que convivem; um cão é

um cão aonde quer que vá, então

por que humanos são divididos

por meio de classes, status, etc,

mesmo convivendo em

sociedade?

Talvez, todos os conceitos

morais, todas as regras, todos os

padrões sociais acumulados sejam

a causa de tamanho

distanciamento entre os

indivíduos, inibindo , censurando

os instintos básicos de um ser

humano, ao ponto de uma mãe

negar ao próprio filho afeto

visando apenas o tão aclamado

deus do novo mundo: o dinheiro.

A própria relação amorosa, entre

seres humanos, torna-se cada vez

mais banalizada, na medida em

que o medo da tão temida rejeição

floresce no instinto que jaz como

adubo de inseguranças. Não é

nenhuma surpresa o crescimento

das indústrias pornográficas e do

dinheiro que ganham vendendo

fantasias para os que vivem

isolados dentro de seus pequenos

cubículos mentais (talvez em

forma de pedágio).

A cidade flui, em suas ruas

pessoas sem rostos, fantoches

guiados por impulsos genéricos

fabricados em série, com sonhos

suprimidos, emoções devidamente

medicadas. Viver em meio á

urbanização é viver em um

constante estado esquizofrênico

(uma esquizofrenia social). A

sanidade que, vendida àqueles

cujas mentes turvas são lúgubres e

tempestuosas, é tão bela e

cuidadosa quanto um abatedouro

com paredes feitas de vidro.

Romário Teixeira – 3ºD

AGENDA

Formatura dos alunos concluintes

Ensino Fundamental - 18/12/2013

Ensino Médio - 19/11/2013

Local : no Pátio do MALUHY das

19h ás 23h

Feliz NATAL e um ano de 2014

mais próspero e mais positivo

para a toda a humanidade.

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