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do estudanteNúm. X
1ª quinzena - outubro/2012
Folhetim do estudante é uma
publicação de cunho cultural e
educacional com artigos e textos
exclusivos de Professores, alunos
e membros da comunidade da
“E.E. Miguel Maluhy”.
Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br
Sugestões e textos para:
LUTO Morreu Eric Hobsbawm,
hoje, 01/10/2012, aos 95
anos, um dos maiores
pensadores da história do
tempo presente, para o
qual prestamos uma
homenagem nesse número
reproduzindo artigo recen-
te sobre sua produção.
Um minuto de silêncio ao
grande mestre na “arte” de
pensar a sociedade e
compreender seus paradig-
mas.
____
_________
_______________________
O marxismo é a chave para
o entendimento e eventual
superação do capitalismo,
avalia historiador.
Não há nenhum deus além
de Karl Marx, e Eric Hobsbawm é
seu profeta. Maior historiador
marxista ainda em atividade, aos 94
anos, o inglês Hobsbawm dedica sua
última obra – Como Mudar o Mundo
– Marx e o Marxismo – a mostrar
que o filósofo alemão, tido como
soterrado pelos escombros do Muro
de Berlim, continua a ser a chave
para o entendimento do capitalismo e
para sua superação, agora em tempos
de aquecimento global.
Já em seu livro A Era dos
Extremos, Hobsbawm colocou a
Revolução Bolchevique como o
principal evento do “breve século
20″ – que em sua visão acaba,
justamente, na implosão da URSS.
“O mundo que se esfacelou no fim
da década de 1980 foi o mundo
formado pelo impacto da Revolução
Russa de 1917″, escreveu ele, para
elaborar a teoria segundo a qual
todos os processos históricos do
período – das alianças diplomáticas
aos desdobramentos econômicos
globais – tiveram como eixo a
instalação do comunismo na Rússia.
Trata-se, obviamente, de um
exagero. Mas o Marx que
Hobsbawm tenta resgatar em seu
novo livro não é o de Lenin e de
Stalin, nem o dos marxistas
contemporâneos, e sim a essência de
seu pensamento.
Em Como Mudar o Mundo,
reedição de textos escritos entre
1956 e 2009, Hobsbawm trata de
diferenciar Marx do marxismo e de
sua aplicação extrema, o comunismo
– o que é conveniente, ao se observar
as atrocidades cometidas em nome
da igualdade. Para ele, dizer que o
marxismo é responsável por essas
tragédias “é o mesmo que afirmar
que o cristianismo levou ao
absolutismo papal”.
Hobsbawm se localiza entre
aqueles que veem Marx como um
mapa do caminho para a revolução e
os que o encaram simplesmente
como teoria. Mostra a ruptura dele
com os socialistas utópicos, mas
deixa claro o tributo que Marx lhes
paga na forma da ideia de que é
“inevitável” mudança não apenas de
regime de governo, mas de todo o
modo de vida sobre a Terra. Nos
últimos 130 anos, diz o historiador,
Marx foi o tema central da paisagem
intelectual e, graças à sua capacidade
de mobilizar forças sociais, foi uma
presença crucial na história. No
entanto, o desgaste provocado pelo
colapso da URSS expôs, nas palavras
de Hobsbawm, o “fracasso das
predições” das teorias marxistas.
De tempos em tempos,
anuncia-se que o capitalismo está no
fim. Como a história mostra, porém,
o moribundo arruma um jeito de se
recuperar, entre outras razões porque
a classe trabalhadora, que seria o
esteio da revolução, sofreu mudanças
dramáticas no último meio século, ao
ponto de se tornar irreconhecível
como “proletariado”. Mas
Hobsbawm, em meio à crise global
deflagrada em 2008, não resistiu à
tentação e escreveu que, desta vez,
vai: “Não podemos prever as
soluções dos problemas com que se
defronta o mundo no século 21, mas
quem quiser solucioná-los deverá
fazer as perguntas de Marx, mesmo
que não queira aceitar as respostas
dadas por seus vários discípulos”.
Para ele, o futuro do marxismo e da
humanidade estão intimamente
vinculados.
No entanto, convém relevar
o entusiasmo de Hobsbawm. A
história mostra que é prudente ler
Marx mais como uma forma de
entender o mundo do que de mudá-
lo.
Marcos Guterman – O Estado de
S. Paulo
Folhetim
2
do estudante outubro/2012
debate
Ocidente X Oriente
Estamos ferrados neste mundo
regido pela dialética yanque de jogar míssil
e cesta básica. Falam por nós os Brasis
mouros e yslâmicos diante dos ataques da
mídia. Bresill, Brasilly, Braxilis, Brasilium,
Presill, Pressilli.
Lastimável cobertura facciosa da
TV sobre o atentado à ilha de Manhatan. É
deplorável a vídeo-demonização racista da
cultura árabe-muçulmana-islâmica-
sarracena.
Nossos autores clássicos já
sublinharam os traços culturais islâmicos, a
exemplo de Casa Grande & Senzala de
Gilberto Freyre evocando as mães-d´água e
a moura encantada no Nordeste.
O processo da miscigenação foi
realizado entre nós pelo amoroso método
árabe, fato esse que deixou deveras
impressionado o antropólogo alemão Franz
Boas radicado nos Estados Unidos: ele
ficou atônito perante a cópula metarracial.
Na arquitetura, o xará de Apipucos
foi entusiasta do pátio mourisco, esplêndido
recurso ecológico adaptado aos trópicos.
Sobre as influências muçulmanas
na arquitetura brasileira, Luís da Câmara
Cascudo, como sempre, dá um banho de
informação e sabedoria: “Reixas,
muxarabiês, torres de igrejas, dentéis,
molduras de janelas e portas interiores.
Recordo, na mobília tradicional, os sofás
amplos e baixos, escabelos, estrados,
palanques”.
No sul do país, Manoelito Ornellas
publicou o magnífico Gaúchos e Beduínos,
livro no qual mostra o quanto a cultura do
Rio Grande do Sul é devedora da influência
árabe: o gaúcho é o beduíno dos verdes
pampas. Que se alimenta, tal qual última
árvore em montanha, do orvalho da noite”
no dizer do tarimbado campeador Leonel
Brizola.
Outro autor clássico da
extremidade sulina, Rubens de Barcellos,
assinalou que a existência do gaúcho
transcorre asiaticamente à maneira do árabe
e do beduíno, “entre a correria das algaras e
o repouso das cabanas”.
Para o Brasil inteiro, o melhor
documento do lastro árabe-sarraceno é o
velho Luís da Câmara Cascudo com os seus
150 livros de consulta obrigatória.
Em Prelúdio e Fuga do Real, ele
chama Luís de Camões de mouro
indispensável. “ Mouros! Mouras! Juntos
estivemos 336 anos, e nunca ficamos
distanciados do seu fascínio.”
O cuscuz do Nordeste é árabe e
também o arroz-doce.
O mouro do Algarve em Portugal
viajou para o Brasil na memória do
colonizador. A memória moura ficou sendo
a marca essencial da cultura popular
brasileira.
Nós somos das Arábias e o nome
preferido é o do mouro no adágio brasileiro.
Força de mouro. Cara de mouro. Trabalho
de mouro.
O auto-popular Chegança. Mouros
e Cristãos. Vestido azul. Duelos de espadas.
É “o está escrito” no Alcorão. O fanatismo
religioso do destino no jogo do bicho. A
mouromania. A ciganada. A parlenda para
as crianças: bão-balalão, senhor capitão, em
terras de mouro, morreu seu irmão.
A mulher botando pano na cabeça
é costume mouro. Idem, a usança de
turbante nos penteados femininos. Também
os pés dos brasileiros com alpercata de
rabicho. Escreve Dom Cascudo: “Lembro a
alparcata, alpargat, como escrevia o padre
Antônio Vieira, alpercata, apragata, para o
nordestino, do árabe al-parcat, o mais
antigo calçado dos climas tropicais”.
O mouro mágico, sabedor das
manhas e segredos, “seduz para o amor e a
vida farta e feliz”.
Foram os mouros que construíram
a igreja de Notre-Dame em Paris. O
folclorista Francisco Vasconça aponta as
semelhanças entre Afeganistão e Canudos
de Antônio Conselheiro e Deus e o Diabo
na Terra do Sol de Glauber Rocha. O sertão
árabe. Afeganisertão.
Não espanta se por lá aparecer o
mote do Bom Jesus Antônio Conselheiro:
“O Afeganisertão vai virar mar”.
Herdamos da mouraria o jeito de
comer refeição no chão limpo, os pratos no
solo, a toalha de algodão, assim como o
beber depois de comer e não durante a
refeição. Fala Cascudo:
“Sentar-se sobre as pernas dobradas era
jeito mouro. De cócoras era indígena.
Pernas cruzadas, mulher fazendo renda, é
modo japonês e chino.”
A mulher no cavalo, montada de
lado, é invenção moura. Nossas amazonas
guerreiras não usavam saias. Do mulherio
mouro temos os leques, os guarda-sóis, os
véus para o rosto, além de tinta para as
sobrancelhas e líquidos que dão brilho aos
olhos.
O aboio é canto oriental na
pastorícia brasileira. O pandeiro é mouro,
assim como o tamborim e o adufe.
Os mouros foram os fanáticos pelo
açúcar, tal qual o brasileiro que não
dispensa de adoçar a boca depois da
refeição. “Onde estiver o mouro, o árabe, aí
estará, infalivelmente, a doçaria” sentencia
o mestre inigualável do folclore brasileiro.
Os mouros plantaram canaviais no sul da
Espanha, século 15. A cana-de-açúcar foi
nosso primeiro sabor de engenho: “cana
para mastigação e não para o sorvo”. Quem
chupa cana tem bons dentes ? dirá o
esculápio Silva Mello antes da voga do
smile roliudiano no cinema e TV! Sorria,
meu bem.
Não vamos esquecer que azeite e
azeitona são vocábulos árabes. De origem
árabe é o hábito de beijar o pão quando este
cai no chão antes de apanhá-lo.
Leitor do Alcorão, Cascudo cita
Allah-U-Akbar, ou seja, o “Deus é grande”
que está na boca do povo e escrito nos pára-
choques dos caminhões “ só Deus sabe ou
sabe Deus...
Digo e aviso que é mouro nosso
costume de rogar praga a torto e a direito.
Imprecação. Peste. Desgraceira. Maldição.
Sobretudo nas horas abertas. Praga ao
meio-dia esquenta água fria.
Homem de Deus. Criatura de
Deus. Filho de Deus. Embora Alá não
pudesse ter filhos. Na África, o negro
mandingueiro já estava islamizado antes de
vir para o Brasil com seus orixás trazidos
pelas vozes dos canaviais.
Outra permanência moura: a
humilhação que é apanhar de chinela. Há
também a evocação paradisíaca,
encontradiça no Alcorão e no dia-a-dia.
Lembro minha mãe, dona Adelaide
Felisberto, professora primária em Santa
Adélia, minha primeira professora, interior
folhetim
3
do estudante outubro/2012
de São Paulo: “Esse menino quer é sombra
e água fresca!”
Os usos e costumes brasileiros
revelados pela etnografia cascudiana
atestam a presença do Oriente no cotidiano.
Dançamos a alegoria moura com lundum e
batukada, pedimos bênção com a mão na
cabeça, respeitando o cadáver, temendo lua
nova, relâmpago, trovão, estrela cadente,
anjo mau, água parada.
O grande mistério, posto em
evidência pelo mestre Câmara Cascudo em
seu Geografia do Brasil Holandês, é que o
batavo esteve no Nordeste décadas e não
deixou no vocabulário popular brasileiro
senão o pão “brote”. Exceto o nome folk-
lore, criado por arqueólogo inglês, pouca
coisa ficou no espírito popular brasileiro da
inglesia colonialis que nos vampirizou
desde o Tratado de Methuem até 1930.
Gilberto Freyre gostava do anglo, fazia
elogios ao terno branco legado pelos
ingleses no Brasil. Eu, por mim, passo a
bola. Fui conhecer a Inglaterra, passei lá
dois dias e saí correndo.
Da influência norte-americana no
cotidiano do povo brasileiro o que ficou “
pelo menos até a década de 1960,
registrado cientificamante pelo folclore “
foi apenas o gesto do sinal positivo dado
com o dedão erguido da mão, aprendido
pela caboclada em Panamerim Fields,
durante a Segunda Guerra, assistindo ao
movimento dos aviões no aeroporto de
Natal.
O Alá pós-petróleo muda a leitura
e o significado do Alcorão, que descreve o
paraíso como sendo formado por uma série
de jardins dos trópicos onde correm muitos
rios e água cristalina.
O problema é que Maomé aboliu a
birita. E o Brasil ainda não acordou para a
civilização da biomassa úmida das
florestas.
Hasta cuando?
Gilberto Felisberto Vasconcellos
RESENHAS
RIO
O filme RIO conta a estória de
Blue, um filhote de Arara Azul, que
vivia na floresta e que foi
contrabandeado para o exterior. Ele foi
criado por uma menina nos Estados
Unidos com hábitos e costumes de lá.
Para salvar sua espécie que estava em
extinção precisava vir ao Brasil se
encontrar com uma fêmea da mesma
espécie.
Esse filme apresenta que Blue
era muito diferente dos pássaros de sua
espécie que viviam no Brasil, ele era
um pássaro domesticado com uma
cultura diferente, Blue não sabia voar,
era um pássaro criado dentro de uma
gaiola. A fêmea da mesma espécie,
Jade, era uma ave livre. Quando Blue
chegou ao Brasil para conhecer sua
espécie ocorreram muitos problemas e
eles foram capturados por um
contrabandista de aves.
Esse filme aponta uma crítica
sobre a desigualdade social já que em
uma parte do filme mostra-se um
menino tentando ajudar, mas por sua
posição social de morar na favela, um
menino que não tem família, acaba
ocorrendo uma certa desconfiança da
sociedade em geral em relação a isso.
No Rio de Janeiro há muita
pobreza, desigualdade, crimes, isso
tudo é muito comum por lá. Em minha
opinião o filme mostrou uma
representação da realidade que existe
no Rio de Janeiro.
Poliana Batista – 8ªD
RIO
O Filme retrata as tristes
realidades brasileiras tais como:
contrabando de animais silvestres,
abandono infantil, crianças usadas pelo
crime, pobreza e uma visão deturpada
que os estrangeiros tem do Brasil além
de também mostrar as diferenças
sociais e o preconceito. Nesse caso o
preconceito fica aparente na cena em
que o garoto negro oferece ajuda ao
cientista e à estrangeira, a desconfiança
do cientista surge pelo fato do garoto
ser pobre e não ter família. O filme
mostra a ideia que os estrangeiros tem
do país e que eles podem fazer o que
quiserem por aqui.
Por outro lado retrata também
a importância da liberdade do animais
e dos pássaros, mostra também a
beleza do Brasil e a felicidade do povo
no carnaval. Mostra ainda que existem
pessoas que se importam com a
natureza e com os animais.
Patrick Ferreira – 8ªD
Resenhas do filme “RIO”
Direção: Carlos Saldanha
Brasil -2011
folhetim
4
do estudante outubro/2012
RESENHAS
A morte e a morte de Quincas
Berro D´água
A obra literária convertida
em filme transmite uma ideia de que
a vida monótona baseada em um
cotidiano que a sociedade impõe,
pressiona tanto o ser humano que El
começa a ter a necessidade de uma
válvula de escape, o que é bem
normal já que todos que levam uma
vida assim tem um “happy hour”,
entretanto no caso de Quincas, em
um dia de estresse, ele decide
abandonar a vida de cidadão casado
e respeitável na sociedade para se
entregar a uma vida de “vagabundo”,
realizando seus desejos carnais e se
apegando aos vícios.
Mesmo a família de Quincas
já o tendo como morto, para seus
amigos de farra Quincas estava vivo,
e não compartilhando com a
perspectiva da família, durante o
velório, pegaram o corpo de Quincas
e partiram para uma noite de
aventuras bem ao estilo do notório
“vagabundo”.
Após algumas aventuras com
o defunto pela noite baiana, seus
amigos junto como o corpo de
Quincas, saíram a navegar e já com o
barco em alto mar se depararam com
uma tempestade e ali testemunharam
a partida de Quincas quando o corpo,
em função da violência das ondas,
cai no mar e logo assumiram que ele
decidiu tirar a própria vida por não
querer ser enterrado em um caixão,
sendo essa sua segunda morte pois a
família já o tinha considerado morto.
Observando como Quincas
viveu após ter abandonado sai vida
de cidadão respeitável, pode-se
concluir que essa vida não lhe trazia
nenhuma felicidade, já sua vida de
“vagabundo” lhe rendeu muitos
amigos e muita alegria, ou seja, ele
realmente começou a viver quando
morreu para essa sociedade de
aparências.
Se você reprime seus desejos
carnais, você nega a própria
humanidade. O instinto é mais
confiável do que a razão.
Romário Oliveira – 2ºF
______________________________
A morte de uma
Bahiano
Logo no início do filme já
aparece o protagonista contando suas
mortes, ai começa contando sobre a
primeira morte que seria a “morte
social” de Joaquim, o Comendador,
que era um pessoa bem sucedida na
vida, tinha mulher, uma filha e de
uma hora para outra ele decide largar
tudo o que ele conquistou ao longo
dos anos de trabalho e vira um
vagabundo, cachaceiro que seria
conhecido como Quincas Berro
D´Água. Quincas foi tentar ser dar
bem mas não deu certo. Ao ver uma
garrafa cristalina e achou que era
cachaça mas quando bebeu ele
percebeu que era água e gritou –
Águaaaaaaaa. Quincas morreu do
jeito que ele gostava, bebendo e
festejando com seus amigos
inseparáveis e ao verem que ele
estava morto, mas não acreditando
nisso, conseguem “dar um perdido”
nos familiares e como era dia de seu
aniversário decidem festejar indo a
vários lugares com o defunto.
Vão ao candomblé, ao
Cabaré, tudo para dar a Quincas uma
demonstração de amizade e que eles
eram realmente amigos e a morte não
mudaria isso.
Decidem ir ao porto e num
barco vão para o mar, enfrentam uma
tempestade e o corpo de Quincas cai
do barco e fica no mar para sempre
como um espírito livre, a última
vontade de Quincas. Por isso ele
largou a vida como Joaquim, o
comendador, jogou-se no mar para
não ficar preso a sete palmos abaixo
da terra para sempre.
O filme é uma paródia da
obra literária. Ele possui alguns
elementos do livro, mas não é fiel, já
que cortaram passagens e
adicionaram outras situações que não
aparecem no livro. Uma das partes
cortadas é a briga pelas roupas de
Quincas e se ele vai ser enterrado ou
não com roupas novas além de
adicionarem uma situação sobre o
suposto filho bastardo de Quincas
que eu não observei em minha leitura
da obra.
Quincas Berro D´Água é um
ótimo livro e o filme é muito
engraçado. Quando foi sugerida a
leitura fiquei com o “pé atrás”, mas
quando você começa a ler você
percebe o quanto essa estória é
empolgante e engraçada, mas como
sempre o livro é melhor, acredito, eu.
Vou explicar!
Pelo fato de ter lido primeiro
e depois ter visto o filme acho que
seu tivesse visto o filme primeiro
minha opinião seria diferente da que
tenho hoje, já que o filme sugere
Quincas como um “modelo” de vida,
pois quando ele vira cachaceiro, ele
aparenta ter se tornado mais humano
ajudando outras pessoas. Já no livro
é ressaltado o valor da amizade e que
mesmo morto, ele e os amigos vão
tomar umas e a vida segue. Isso é
Quincas Berro D´Água.
Matheus Nascimento – 2ºF
Resenhas do filme “A morte e a
morte de Quincas Berro
d´água” adaptação da obra de
Jorge Amado
Direção: Sérgio Machado
Brasil -2010
folhetim
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do estudante outubro/2012
PROVOCAÇÕES
Descobrindo a Cultura
Árabe
Ao visitar a Mesquita
Islâmica em Santo Amaro com
um dos grupos de alunos do
PLCA – Programa de Língua e
Cultura Árabe, fiquei maravilhado
com à diversidade cultural que me
deparei. Ao contrário do que diz à
mídia os mulçumanos não se
restringem apenas a "homens
bombas", Denominação pejorativa
àqueles que criticam por
conhecimento limitado.
No dia, 18/08/2012, foi
minha primeira visita, tive a
oportunidade de ver o desjejum
do Hamadam, onde os
mulçumanos ficam 30 dias sem
comer enquanto há sol; e também
os visitei no dia 26/08 quando me
maravilhei com a diversidade
cultural. Havia homens e
mulheres dançando, "churrascada"
para todos, esporte para a
garotada, músicas típicas entre
outras. Assim podemos ver que
não podemos nos adentrar na
alienação dada pela televisão, e,
sim, procurar por onde
argumentar sobre um assunto,
assim você poderá discutir por
uma determinada cultura.
Aos que querem se
informar, pesquisem, pois a
cultura árabe é maravilhosa. E aos
que teimam, ainda, em não
acreditar eu rezo, para que um dia
possam se emancipar.
Luiz Henrique – 3ºG
VARIEDADES
As Crônicas de Nárnia:
O Sobrinho do Mago Autor : C. S. Lewis
As crônicas de Nárnia são
uma série de sete livros criados
pelo autor irlandês C. S. Lewis,
que começou escrevendo a
crônica “O Leão, a feiticeira e o
guarda-roupa”, depois dando
continuidade a outras seis
crônicas, todas sobre uma terra
mágica chamada Nárnia.
“O Sobrinho do Mago” se
resume na criação de Nárnia,
criada por um enorme leão que
tem poderes mágicos,
aparentemente sua magia vem
através de sua voz, já que Nárnia
surge com uma linda canção que
vinha da grande boca do leão,
criando o céu, o mar, as estrelas, o
sol, os animais e até os seres
mágicos.
O leão então, pede para o
garoto Digory(que chegou a
Nárnia através da magia dos anéis
que seu tio possuía) em um lugar
além de Nárnia que vá atrás do
fruto da vida, e o garoto o
encontra (um fruto proibido que
lembra vagamente o mito de Adão
e Eva, o que faz sentido já que o
leão chama os humanos de filhos
de Adão) e entrega para
Aslam(como era conhecido o
leão) e assim foi plantado o fruto
na margem do rio de Nárnia. A
árvore que cresceu ali nasceu para
proteger Nárnia do mau que lá
habitava, o mau descrito por
Aslam nessa crônica.
É um outro ponto de vista,
para quem gosta de estórias de
magia e ficção e gostaria de ter
uma outra opinião, de como o
mundo foi criado. Eu recomendo
e acredito que vão adorar este
livro cheio de aventuras e muita
magia.
Michael David Rocha – 1ºJ
folhetim
6
do estudante outubro/2012
POÉTICAS
ROJO
(homenagem a Eric Hobsbawm)
Oh vieja España
Cuando en su conciencia
Quisera olvidar
De la poesia de Lorca
De las pinturas de Dali
y Picasso por supuesto
De los fotogramas de Buñuel
De la violetera
De las paellas valencianas
De la guitarra de Paco
y de las toradas en Madrid
Terra del sangre rojo
De los Quixotes de Cervantes
Derrotados en la guerra civil
Adaptação incidental da canção “Velha
Espanha” de Sérgio Lara e Tio Santos,
inspiradora de um artigo que escrevi com
forte influência de Hobsbawm e que retorna
nesse momento de grande pesar...
Prof. Valter Gomes
AGENDA
Cine-Pipoca: “O Caçador de Pipas”
11/10/2012, sala 17- noturno
ESPECIAL O fim de uma era
Morre o historiador Eric
Hobsbawm, aos 95 anos, em
Londres. Autor de ‘Era das
Revoluções’ e ‘Era dos extremos’
deixa mulher, filhos, netos, bisnetos
e milhares de leitores e admiradores.
Morreu na manhã desta
segunda (1) o historiador marxista
Eric Hobsbawm, britânico de origem
judaica, em Londres, aos 95 anos.
Hobsbawm estava com pneumonia e
não resistiu ao tratamento.
De acordo com comunicado
divulgado por sua família,
Hobsbawm deixa "não só sua mulher
dos últimos 50 anos, Marlene, seus
três filhos, sete netos e um bisneto,
mas também seus milhares de
leitores e pesquisadores no mundo
todo". Autor de Era dos Impérios,
Era das Revoluções, Era dos
Extremos e Globalização, Democra-
cia e Terrorismo – entre muitos
outros –Hobsbawm revolucionou –
de fato – a historiografia e a
interpretação da História sobre o
nosso tempo.
Relevante e fundamental
Poucos historiadores tiveram
o privilégio e a lucidez de refletir
sobre sua própria época. Britânico,
nascido em Alexandria, no Egito em
1917, Hobsbawm passou seus
primeiros anos em Viena, nas ruínas
do último grande império europeu, o
Habsburgo. Ainda criança se muda
para Berlim, onde permanece até
vitória do partido nazista em 1933.
Quando a Segunda Guerra Mundial
teve inicio - já historiador e membro
do Partido Comunista Britânico -
colaborou com os serviços de
inteligência e integrou o Royal Army
Educational Corps, uma divisão
responsável pela instrução e
educação dentro do exército.
Na década de 60, se
relaciona com a privilegiada geração
de historiadores marxistas ingleses,
como Christopher Hill e Edward
Thompson. Seu interesse pelo
trabalhismo o leva a estudar as
revoluções burguesas do século XIX.
Nascia a preciosa série dividida em
eras: Revoluções (1789-1948),
Capital (1848-1975), Impérios
(1875-1914). Bibliografia obrigatória
dos cursos de História de todo
mundo, seus trabalhos sobre o
período ainda foram acrescidos de
dois livros fundamentais sobre
História Moderna: A Invenção das
Tradições (1983) e Nações e
Nacionalismo desde 1780 (1991).
Seu trabalho mais marcante,
no entanto, viria com “A Era dos
Extremos” de 1991. Coincidindo
com boa parte do seu tempo de vida,
o historiador se coloca no papel de
testemunha do mais interessante e
sangrento século da história, como
costumava dizer. Ele divide o
período em três eras. A primeira, a
da catástrofe, marca as duas grandes
guerra, o surgimento da União
Soviética, a crise econômica de 1929
e o aparecimento dos fascismos. A
segunda, nas décadas de 50 e 60,
chamada de anos dourados, período
de grande expansão econômica do
capitalismo. Por fim, entre 1970 e
1991, o desmoronamento final,
quando os sistemas ideológicos e
institucionais caem por terra.
Hobsbawm viveu muito, mas
parece pouco frente à magnitude de
sua obra. Foram mais de 30 livros,
alguns sobre paixões pessoais, como
“A História Social do Jazz” (1989),
outros como reafirmação de sua
coerência ideológica, como seu
último, “Como mudar o mundo:
Marx e o Marxismo” (2011). Nos
últimos anos, permaneceu ativo e
publicando muito. Em 2002 lançou
sua autobiografia, “Tempos
Interessantes”. Cinco anos depois,
alguns ensaios que incluíam análises
pontuais sobre o mundo pós 11 de
setembro. Sua morte, aos 95 anos,
deixa gerações de historiadores órfãs
de um dos historiadores mais lidos e
influentes do último século.
Bruno Garcia – Revista de
História
1/10/2012
folhetim