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REFLEXOES SOBRE COMPLEXITY SCIENCE NO DIREITO TRIBUTARIO André ~ollonil* O imperativo reducionista prescreveu a redução do Direito Tributário a norma positiva, uma proposição sobrejacente a uma estrutura proposicional sempre idêntica, em qualquer espaço-tempo. A universalidade e a eternidade da fórmula estrutural da norma jurídica estão traduzidas no princípio da homogeneidade sintática, amplamente aceito no discurso doutrinário. Mas assim, o Direito Tributário, sob a justificativa de tornar-se ciência, assume ares fortemente metafísicos ao fundar-se no universal e eterno. A Ciência do Direito Tributário, em vez de contribuir para a boa aplicação do Direito ao caso concreto e para o aprimoramento da matéria legislada, trabalha na idealidade metafísica - em grandiosos esforços teóricos que, muitas vezes, sobre trazerem poucos resultados úteis, implicam dificuldade para a vida concreta. Com isso, abandona o imperativo de utilidade que separaria a ciência da metafísica desde a tradição de Francis Bacon. Essa forma de proceder enraíza-se no pensamento científico simplificador. Um pensamento que mutila a realidade em partes estanques, a serem estudadas, cada uma, em isolamento, perante as demais. Seguindo essa tendência, a Ciência do Direito Tributário, antes de mais nada, separou a norma posta de seu contexto social. Parcelas desse contexto estudadas por outros saberes, como a Economia, a Sociologia, a Ciência Política, o Constitucionalismo Contemporâneo e a Ética, ficaram excluídas do estudo científico do Direito. E, mesmo dentro das normas postas, a Ciência tributarista opera um novo corte, voltando sua atenção apenas as normas que '' Doutor em Direito do Estado pela UFPR. Professor Adjunto do Programa de Pós- Graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Advogado. 24 dispõem sobre a instituição, a fiscalização e a arrecadação dos tributos. Até mesmo as normas que tratam do contencioso tributário, administrativo ou judicial, foram entregues a outra Ciência, o Direito Processual Tributário, seguindo-se o labor separatista. O pensamento voltado exclusivamente as normas postas optou, inclusive, por negar pertinência, em sua ciência, a preocupações com os efeitos que tais normas geram na vida social, e no ambiente no qual o próprio sistema normativo está inserido. A eficácia social da norma tributária foi tema também excluído pelo corte metodológico. Tal estudo estaria reservado para a Sociologia do Direito. Como nenhum sociólogo do Direito, no Brasil, optou por dedicar-se a construir uma Sociologia do Direito Tributário, nada sabemos nesse campo. Ao cortar-se o estudo das interações sistema-meio no Direito Tributário, também se deixou de lado o estudo das influências que o meio exerce nas normas tributárias. O resultado desse esforço simplificador foi a incompreensão do todo no qual o Direito Tributário está imerso e das permanentes alterações de sentido que as interações entre o sistema e seu meio provocam. Não se conhece o sentido e o significado das múltiplas manifestações do Direito Tributário na vida econômico-sócio- ambiental, em outputs, e desse entorno nas normas tributárias, como inputs. Não se sabe nada para além da norma posta. Fica inviabilizado o conhecimento daquilo que, de fora, condiciona o Direito Tributário e, tampouco, dos condicionamentos que o Direito Tributário devolve a seu entorno, e das significações que apenas emergem nessas interações. As múltiplas razões políticas, éticas e econômicas de ser do Direito Tributário ficam desconhecidas quando esse modelo redutor de conhecimento é adotado - como ficam sem tratamento científico rigoroso, igualmente, os efeitos que o Direito Tributário provoca na Política, na Ética e na Economia. E, como o Direito Tributário remete a seu entorno, numa realidade complexa sistêmica, e como adapta-se as mudanças como um verdadeiro complex adaptative system, se não se permite o conhecimento desse meio-ambiente, não se conhece o próprio Direito Tributário. Como último passo, no caminho da negação do conhecimento complexo, substitui-se a realidade a ser compreendida por um sistema ideal, construído pelo estudioso, com pretensão de coerência, mas sem necessária correspondência com a realidade empírica. Esse é o diagnóstico atual de boa parte da ciência tributarista contemporânea no Brasil. l 1,, ti ll REFLEXÕES soBRE coMP1.ExlrY sclsivcs No |›iRErro 'rR|Bu'rÁR|o André FoIIoni`2 Tnbmárg gngâraâg/o recfucionista prescrei/e_u a redução do Direito . _ positiva, uma proposiçao sobreiacente a uma estrutura proposicional sempre idêntica, em qualquer espaço-tempo. A universalidade e a eternidade da fórmula estrutural da norma Jurídica estão traduzidas no princípio da homogeneidade sintática, amplamente aceito' no discurso doutrinário. Mas assim, o Direito Tributario, sob aÀiustificativa de tornar-se ciência, assume ares go;tÊni:_nteTm_Êtafisicos ao fundar-se no universal e eterno. `A Ciencia D' _i io ri utario, em vez de contribuir para a boa aplicacao do ireito ao caso concreto e para o aprimoramento da matéria legislada, trabalha na idealidade metafísica E em grandiosos esforços teoricos que, muitas vezes, sobre trazerem poucos resultados úteis, implicam dificuldade para a vida concreta. Com isso, abandona o imperativo de utilidade que separaria a ciência da metafísica desde a tradição de Francis Bacon. ' _ _ Essa forma de proceder enraiza-se no pensamento científico simplificador. Um pensamento que mutila a realidade em partes estanques, a serem estudadas, cada uma, em isolamento, perante as demais. Seguindo essa tendência, a Ciência do Direito Tributario, antes de mais nada, separou a norma posta de seu contexto social. Parcelas desse contexto estudadas por outros saberes, como a Economia, _a Sociologia, a_ Ciência Política, o Constitucionalismo Contemporâneo e a Etica, ficaram excluídas do estudovcientífico do Direito. E, mesmo dentro das normas postas, a Ciência tributarista Opera um novo corte, voltando sua atenção apenas às normas que '2 pautar am oiieiia ao Eaiaúa para UFPR. Priziaaâzir Aaiiiiiiiz do Programa da Pós' Graduação em oizeiia da Pmiiiiizia universidade caiúiiza ao Paiaiià Advogada 24 ` ;_z_zL,z'«-›‹ffzz‹›i «H z ~a. 7, *_ -›-¬«~a.a-:aa..aa‹›.¬..<«a›zz-z-_..;».~«.a.___,, _ . .,...... DIREETG '£`ttl'3ü't*1tRZD E FllEillSl!llFttt dispoem sobre a instituiçao, a fiscalização e a arrecadaçao dos tributos. Ate mesmo as normas que tratam do contencioso tributario, administrativo ou judicial, foram entregues a outra Ciência, o Direito Processual Tributario, seguindo-se o labor separatista. O pensamento voltado exclusivamente às normas postas optou, inclusive, por negar pertinência, em sua ciência, a preocupações com os efeitos que tais normas geram na vida social, e no ambiente no qual o próprio sistema normativo está inserido. A eficácia social da norma tributária foi tema também excluído pelo corte metodológico. Tal estudo estaria reservado para a Sociologia do Direito. Como nenhum sociólogo do Direito, no Brasil, optou por dedicar-se a construir uma Sociologia do Direito Tributario, nada sabemos nesse campo. Ao cortar›se o estudo das interações sistema-meio no Direito Tributario, também se deixou de lado o estudo das influências que o meio exerce nas normas tributárias. O resultado desse esforço simplificador foi a incompreensao do todo no qual o Direito Tributário está imerso e das permanentes alterações de sentido que as interações entre o sistema e seu meio provocam. Não se conhece o sentido e o significado das múltiplas manifestações do Direito Tributario na vida econômico-sócio ambiental, em outputs, e desse entorno nas normas tributárias, como Inputs. Não se sabe nada para além da norma posta. Fica inviabilizado o conhecimento daquilo que, de tora, condiciona o Direito Tributário e, tampouco, dos condicionamentos que o Direito Tributário devolve a seu entorno, e das significações que apenas emergem nessas interações. As múltiplas razões políticas, éticas e econômicas de ser do Direito Tributario ficam desconhecidas quando esse modelo redutor de conhecimento é adotado - como ficam sem tratamento científico rigoroso, igualmente, os efeitos que o Direito Tributário provoca na Politica, na Etica e na Economia. E, como o Direito Tributário remete a seu entorno, numa realidade complexa sistêmica, e como adapta‹se às mudanças como um verdadeiro complex adaptative system, se não se permite o conhecimento desse meiofambiente, nao se conhece o próprio Direito Tributário. Como último passo, no caminho da negação do conhecimento complexo, substitui-se a realidade a ser compreendida por um sistema ideal, construído pelo estudioso, com pretensão de coerência, mas sem necessária correspondência com a realidade empírica. Esse e o diagnóstico atual de boa parte da ciência tributarista contemporânea no Brasil. 25

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REFLEXOES SOBRECOMPLEXITY SCIENCE NO DIREITO TRIBUTARIO Andr ~ol l oni l * OimperativoreducionistaprescreveuareduodoDireito Tributrioanormapositiva,umaproposiosobrejacenteauma estrutura proposicional sempreidntica,emqualquerespao-tempo. Auniversalidadeeaeternidadedafrmulaestruturaldanorma jurdicaestotraduzidasnoprincpiodahomogeneidadesinttica, amplamenteaceitonodiscursodoutrinrio.Masassim,oDireito Tributrio,sobajustificativadetornar-secincia,assumeares fortementemetafsicosao fundar-se nouniversal e eterno.ACincia doDireitoTributrio,emvezdecontribuirparaaboaaplicaodo Direitoaocasoconcretoeparaoaprimoramentodamatria legislada, trabalha na idealidade metafsica - em grandiosos esforos tericosque,muitasvezes,sobretrazerempoucosresultadosteis, implicamdificuldadeparaavidaconcreta.Comisso,abandonao imperativo de utilidade que separaria a cincia da metafsica desdea tradio de Francis Bacon. Essa forma deproceder enraza-se no pensamento cientfico simplificador.Umpensamentoquemutilaarealidadeempartes estanques, a serem estudadas, cada uma, em isolamento, perante as demais.Seguindoessatendncia,aCinciadoDireitoTributrio, antesdemaisnada,separou anorma posta deseucontextosocial. Parcelasdessecontextoestudadasporoutrossaberes,comoa Economia,aSociologia,aCinciaPoltica,oConstitucionalismo Contemporneoeatica,ficaramexcludasdoestudocientficodo Direito.E,mesmodentrodasnormaspostas,aCincia tributarista operaumnovocorte,voltandosuaatenoapenasasnormasque ''DoutoremDireitodoEstadopelaUFPR.Professor AdjuntodoProgramadePs- Graduao emDireito da Pontifcia Universidade Catlica do Paran. Advogado. 24 dispemsobreainstituio,afiscalizaoeaarrecadaodos tributos.Atmesmo asnormasquetratamdocontencioso tributrio, administrativoou judicial,foramentreguesaoutraCincia,oDireito ProcessualTributrio,seguindo-seolaborseparatista.O pensamentovoltadoexclusivamenteasnormaspostasoptou, inclusive,por negar pertinncia, em sua cincia,a preocupaes com osefeitosquetaisnormasgeramna vidasocial,enoambienteno qualoprpriosistemanormativoestinserido.Aeficciasocialda norma tributria foitematambmexcludopelocortemetodolgico. TalestudoestariareservadoparaaSociologiadoDireito.Como nenhumsocilogodoDireito,noBrasil,optoupordedicar-sea construiruma Sociologia doDireitoTributrio,nada sabemosnesse campo. Aocortar-se o estudodasinteraes sistema-meionoDireito Tributrio,tambmse deixou deladoo estudodasinflunciasque o meio exerce nas normas tributrias. Oresultadodesseesforosimplificadorfoiaincompreenso dotodonoqualoDireitoTributrioestimersoedaspermanentes alteraesdesentido queasinteraesentreosistemaeseumeio provocam.Noseconheceosentidoeosignificadodasmltiplas manifestaesdoDireitoTributrionavidaeconmico-scio- ambiental,em outputs, e desse entornonas normas tributrias,como inputs.Nosesabenadaparaalmdanormaposta.Fica inviabilizadooconhecimentodaquiloque,defora,condicionao DireitoTributrioe,tampouco,doscondicionamentosqueoDireito Tributriodevolveaseuentorno,edassignificaesqueapenas emergemnessasinteraes.Asmltiplasrazespolticas,ticase econmicas de ser doDireito Tributrioficamdesconhecidas quando essemodeloredutordeconhecimentoadotado - comoficamsem tratamentocientficorigoroso,igualmente,osefeitosqueoDireito TributrioprovocanaPoltica,natica enaEconomia.E,comoo DireitoTributrioremeteaseuentorno,numarealidadecomplexa sistmica,ecomoadapta-seasmudanascomoumverdadeiro complex adaptative system, se no se permite o conhecimento desse meio-ambiente,noseconheceoprprioDireitoTributrio.Como ltimopasso,nocaminhodanegaodoconhecimentocomplexo, substitui-searealidadeasercompreendidaporumsistemaideal, construdopeloestudioso,compretensodecoerncia,massem necessriacorrespondnciacomarealidadeemprica.Esseo diagnsticoatual de boa parte da cincia tributaristacontempornea no Brasil. l1 , ,til lR E F L E X E S soBR E coMP1 .E xl rYscl sivcs No |iR E rro 'rR |Bu'rR |oAndr F oIIoni`2Tnbmrg gng ra g/ o recfucionista p rescrei/ e_ u a reduo do Direito. _p ositiva , uma p rop osia o sobreia cente a umaestrutura p rop osiciona l semp re idntica , em qua l quer esp a o-temp o.A universa l ida de e a eternida de da frmul a estrutura l da normaJurdica esto tra duzida s no p rincp io da homogeneida de sinttica ,a mp l a mente a ceito' no discurso doutrinrio. Ma s a ssim, o DireitoTributa rio, sob a iustifica tiva de torna r-se cincia , a ssume a resgo; t ni: _ nteTm_ ta fisicos a o funda r-se no universa l e eterno. `A CienciaD'_ i iori uta rio, em vez de contribuir p a ra a boa a p l ica ca o doireito a o ca so concreto e p a ra o a p rimora mento da ma trial egisl a da , tra ba l ha na idea l ida de meta fsica E em gra ndiosos esforosteoricos que, muita s vezes, sobre tra zerem p oucos resul ta dos teis,imp l ica m dificul da de p a ra a vida concreta . Com isso, a ba ndona oimp era tivo de util ida de que sep a ra ria a cincia da meta fsica desde atra dio de F ra ncis Ba con.' _ _ E ssa forma de p roceder enra iza -se no p ensa mento cientficosimp l ifica dor. Um p ensa mento que mutil a a rea l ida de em p a rtesesta nques, a serem estuda da s, ca da uma , em isol a mento, p era nte a sdema is. S eguindo essa tendncia , a Cincia do Direito Tributa rio,a ntes de ma is na da , sep a rou a norma p osta de seu contexto socia l .Pa rcel a s desse contexto estuda da s p or outros sa beres, como aE conomia , _ a S ociol ogia ,a _ Cincia Pol tica , o Constituciona l ismoContemp or neo e a E tica , fica ra m excl uda s do estudovcientfico doDireito. E , mesmo dentro da s norma s p osta s, a Cincia tributa ristaOp era um novo corte, vol ta ndo sua a teno a p ena s s norma s que'2 p a uta r a m oiieiia a o E a ia a p a ra UF PR . Prizia a zir Aa iiiiiiiz do Progra ma da Ps'G ra dua o em oizeiia da Pmiiiiizia universida de ca iiiza a o Pa ia ii Advoga da24 ` ; _ z_ zL , z'-ffzzi H z ~a . 7, *_-- ~a .a -: a a ..a a . ..< a zz-z-_ ..; .~.a ._ _ _ , , _ . ., ......DIR E E TG ' `ttl '3 't*1 tR Z D E F l l E il l S l !l l F tttdisp oem sobre a instituia o, a fisca l iza o e a a rreca da a o dostributos. Ate mesmo a s norma s que tra ta m do contencioso tributa rio,a dministra tivo ou judicia l , fora m entregues a outra Cincia , o DireitoProcessua lTributa rio,seguindo-seol a borsep a ra tista .Op ensa mento vol ta do excl usiva mente s norma s p osta s op tou,incl usive, p or nega r p ertinncia , em sua cincia , a p reocup a es comos efeitos que ta is norma s gera m na vida socia l , e no a mbiente noqua l o p rp rio sistema norma tivo est inserido. A eficcia socia l danorma tributria foi tema ta mbm excl udo p el o corte metodol gico.Ta l estudo esta ria reserva do p a ra a S ociol ogia do Direito. Comonenhum socil ogo do Direito, no Bra sil , op tou p or dedica r-se aconstruir uma S ociol ogia do Direito Tributa rio, na da sa bemos nesseca mp o. Ao corta rse o estudo da s intera es sistema -meio no DireitoTributa rio, ta mbm se deixou de l a do o estudo da s infl uncia s que omeio exerce na s norma s tributria s.O resul ta do desse esforo simp l ifica dor foi a incomp reensa odo todo no qua l o Direito Tributrio est imerso e da s p erma nentesa l tera es de sentido que a s intera es entre o sistema e seu meiop rovoca m. No se conhece o sentido e o significa do da s ml tip l a sma nifesta es do Direito Tributa rio na vida econmico-scioa mbienta l , em outp uts, e desse entorno na s norma s tributria s, comoInp uts. No se sa be na da p a ra a l m da norma p osta . F icainvia bil iza do o conhecimento da quil o que, de tora , condiciona oDireito Tributrio e, ta mp ouco, dos condiciona mentos que o DireitoTributrio devol ve a seu entorno, e da s significa es que a p ena semergem nessa s intera es. As ml tip l a s ra zes p ol tica s, tica s eeconmica s de ser do Direito Tributa rio fica m desconhecida s qua ndoesse model o redutor de conhecimento a dota do - como fica m semtra ta mento cientfico rigoroso, igua l mente, os efeitos que o DireitoTributrio p rovoca na Pol itica , na E tica e na E conomia . E , como oDireito Tributrio remete a seu entorno, numa rea l ida de comp l exasistmica , e como a da p ta se s muda na s como um verda deirocomp l ex a da p ta tive system, se no se p ermite o conhecimento dessemeiofa mbiente, na o se conhece o p rp rio Direito Tributrio. Comol timo p a sso, no ca minho da nega o do conhecimento comp l exo,substitui-se a rea l ida de a ser comp reendida p or um sistema idea l ,construdo p el o estudioso, com p retenso de coerncia , ma s semnecessria corresp ondncia com a rea l ida de emp rica . E sse e odia gnstico a tua l de boa p a rte da cincia tributa rista contemp or neano Bra sil .25Ebastantecomumencontrarrefernciasa"sistemado Direito" ou a "sistema jurdico"na literatura especializada.Igualmente, comumencontrarautoresquesereferema"complexidade"do sistemajurdicoregistrandoqueoDireitoumsistemacomplexo. Quandoissoocorre,noentanto,raramenteostermos"sistema"e "complexidade"sousadosemqualquersentidodiferentedoseu significadocorrentenalinguagemnatural."Sistema"utilizadono sentidodeconjuntodeelementoscomcertaunidadeeharmonia estrutural."Complexo"utilizadonosentidodecomplicado, intrincado,difcil.Porcontadesseusodespreocupadodostermos, encontram-se textosdoutrinriosque, tendoem vista a complexidade do fenmenojurdico,recomendamumprocedimento redutor:dever- se-ia isolar oDireito mediante estudoexclusivodasnormas jurdicas. Esseisolamentoreducionistaseriacondionecessriapara compreenderum sistema complexocomo o jurdico.Note-se: reduzir seriacondiodesuacompreensoe,portanto,condiode possibilidade da Cincia doDireito. Mas, nas ltimas dcadas,desenvolveu-se, a partir do estudo dossistemascomplexosedasqualidadesqueessessistemas costumamapresentar,oquesetemchamadodeComplexity Sciences,oucinciasdacomplexidade.Jhproduoterica relativamenteslidasobreacomplexidadenateoriasistmicaem camposcomoaFsica,aBiologia,aCinciadaComputao,a EconomiaaSociologia.NoDireito,porm,produoainda incipiente. AsComplexitySciencesemergemdeumarevoluo cientfica queabalouosalicercesda cincianormal quandoestase mostrou impotente para tratardos sistemas complexos,notadamente dosComplexAdaptativeSystems(CAS).Curiosamente,umdos pontoscruciaisquedemonstramainsuficinciadoparadigma reducionista est em que,nos sistemascomplexos, o mtodo redutor revela-seinadequadoparasua~or n~r eenso' ~. Hojesabe-seque tentarisolarumsistema complexodoseumeiopara finsdeestudo pode serumgraveerro.Vriossoosmotivosque apontampara o equvocodaanlisereducionista.Umdelesaconstatao,hoje trivial,dequeesseisolamentorompeacadeiadeinteraese l3HOLLAND, John H. Complexity: a veryshort introduction. London: Oxford University Press, 2014, p.2. retroaesresponsveispelasqualidadesemergentesdosistema, isto,aquelaspropriedades queapenasemergemquandootodo consideradoemconjunto.Separareliminaraemergnciae,com isso, perdera qualidadeque deveria sercompreendida.O queresta aincompreenso, anocincia.Note-seaoposio:reduzir,em muitoscasos,impedeacompreensoe,portanto,inviabilizaa Cincia dos sistemas complexos,inclusive doDireito. Ento,enquantomuitosjuristasseguemsustentandoque, diante da complexidade do sistema jurdico,o mtodo cientfico deve seroreducionismo,grandepartedoscientistasdeoutrasreas afirmamocontrrio:diantedacomplexidadedeumsistema,o mtodo cientfico frequentemente no pode ser o reducionismo! Ateoriadossistemascomplexos,porassimdizer,uma ontologia,porqueestudacomosoecomosecomportamesses sistemas.Oestudodessessistemas,entretanto,problemticoe levantaquestesdefundamento,suscitandoindagaes propriamenteepistemolgicas:comosedeveestudaresses sistemas.H,ento,asteoriasdossistemascomplexose,ladoa lado, a epistemologia da complexidade, com todasas suasvariaes eindefiniesprpriasdeumacincia- talvez- aindapr- paradigmtica. Mas, para compreender suaspossveis aplicaesaoDireito Tributrio, preciso superar a crena segundoa qual para conhec- lo bastava identificara sua unidademnima e irredutvel, de estrutura idntica e eterna,e dali seguirno conhecimento de cada uma dessas unidadesformadorasdosistema, emumreducionismo de inspirao cartesiana.Masesseestudodamnimaunidadeimpotentepara fornecerqualquerexplicaoarespeito dosentidodosistema,edo sentidodessesistemajurdicoenquantopartedeumsistema ecolgicomaior.DizerqueoDireitoTributrioumconjuntode normase compreend-lo enquanto tal,embora importante,apenas umpasso.Hmaisafazer.Essareduopodeserumprimeiro passo,umaaproximaoheursticadoobjetomaisoumenos relevante;contudo,estancarnelaimpedirodesenvolvimentoda cincia. Aepistemologia dofimdosculopassadoedoincio deste sculodireciona-se embusca dacompreensoedoenfrentamento dascomplexidades.Hcinciasquessetornampossveis assumindo-seacomplexidadeenquantomtodoeumnovocampo 27 Jii : ra To " rnioui iirio 2; , rii.ssnrsr.!tit t'i`G ' 'l ftil tl J'l `. tR !U E fi ztl tfiil .E ba sta nte comum encontra r referncia s a sistema doDireito" ou a sistema jurdico" na l itera tura esp ecia l iza da . Igua l mente,e_ comum encontra r a utores que se referem comp l exida de dosistema juridico registra ndo que o Direito um sistema comp l exo.Qua ndo isso ocorre, no enta nto, ra ra mente os termos sistema " ecomp l exida de so usa dos em qua l quer sentido diferente do seusignifica do corrente na l ingua gem na tura l . S istema util iza do nosentido de conjunto de el ementos com cena unida de e ha rmoniaestrutura l . Comp l exoe util iza do no sentido de comp l ica do,intrinca do, difcil . Por conta desse uso desp reocup a do dos termos,encontra mse textos doutrinrios que. tendo em vista a comp l exida dedo fenomeno jurdico, recomenda m um p rocedimento redutor: dever-sezia isol a r o Direito media nte estudo excl usivo da s norma s jurdica s.E sse isol a mento reducionista seria condio necessa ria p a racomp reender um sistema comp l exo como o jurdico. Note-se: reduzirseria condio de sua comp reenso e, p orta nto, condio dep ossibil ida de da Cincia do Direito,Ma s, na s ul tima s dca da s, desenvol veu-se, a p a rtir do estudodos sistema s comp l exos e da s qua l ida des que esses sistema scostuma m a p resenta r,o que se tem cha ma do de Comp / exityS ciences, ou ciencia s da comp l exida de. J h p roduo tericarel a tiva mente sol ida sobre a comp l exida de na teoria sistmica emca mp oscomo a fisica , a Biol ogia , a Cincia da Comp uta o, aE conomia a S ociol ogia . No Direito,p orem, p roduo a indaincip iente.As Comp l exity S ciences emergem de uma revol uocientfica que a ba l ou os a l icerces da cincia norma l qua ndo esta semostrou imp otente p a ra tra ta r dos sistema s comp l exos, nota da mentedos Comp l ex Ada p ta tive S ystems (CAS ). Curiosa mente, um dosp ontos crucia is que demonstra m a insuficincia do p a ra digmareducionista est em que, nos sistema s comp l exos, o metodo redutorrevel a -se ina dequa do p a ra sua comp reenso. Hoje sa be-se quetenta r isol a r um sistema comp l exo do seu meio p a ra fins de estudop ode ser um gra ve erro, Vrios so os motivos que a p onta m p a ra oequvoco da a nl ise reducionista . Um del es e' a consta ta o, hojetrivia l , de que esse isol a mento romp e a ca deia de intera es e` HOL L AND, .ionn H. coiiip texiiy. a very snort iriiroouoiion. L ondon: oxfora universityPresa , 2oi4, o. 2.26retroa es resp onsveis p el a s qua l ida des emergentes do sistema .isto e, a quel a s p rop rieda des que a p ena s emergem qua ndo o todo considera do em conjunto. S ep a ra r e el imina r a emergncia e, comisso, p erder a qua l ida de que deveria ser comp reendida . O que restae a incomp reenso, a no cincia . Note-se a op osio: reduzir, emmuitos ca sos, imp ede a comp reenso e, p orta nto, invia bil iza aCiencia dos sistema s comp l exos, incl usive do Direito.E nto, enqua nto muitos jurista s seguem sustenta ndo que,dia nte da comp l exida de do sistema jurdico, o mtodo cientfico deveser o reducionismo, gra nde p a ne dos cientista s de outra s rea sa firma m o contrrio: dia nte da comp l exida de de um sistema , ometodo cientifico frequentemente no p ode ser o reducionismolA teoria dos sistema s comp l exos , p or a ssim dizer, umaontol ogia , p orque estuda como so e como se comp orta m essessistema s. O estudo desses sistema s, entreta nto, e p robl emtico el eva ntaquestesdefunda mento,suscita ndoinda ga esp rop ria mente ep istemol gica s:como se deve estuda r essessistema s. H, ento, a s teoria s dos sistema s comp l exos e, l a do al a do, a ep istemol ogia da comp l exida de, com toda s a s sua s va ria ese indetinies p rop ria s de uma cincia - ta l vez - a inda p rep a ra digmtica .Ma s. p a ra comp reender sua s p ossiveis a p l ica oes a o DireitoTributrio, p reciso sup era r a crena segundo a qua l p a ra conhece-l o ba sta va identifica r a sua unida de mnima e irredutvel , de estruturaidntica e eterna , e da l i seguir no conhecimento de ca da uma dessa sunida des forma dora s dc sistema , em um reducionismo de insp ira oca rtesia na , Ma s esse estudo da minima unida de imp otente p a rafornecer qua l quer exp l ica o a resp eito do sentido do sistema , e dosentido desse sistema jurdico enqua nto p a rte de um sistemaecol gico ma ior. Dizer que o Direito Tributrio e um conjunto denorma s e comp reende-l o enqua nto ta l , embora imp orta nte, e a p ena sum p a sso. Ha ma is a fa zer. E ssa reduo p ode ser um p rimeirop a sso, uma a p roxima o heurstica do objeto ma is ou menosrel eva nte; contudo, esta nca r nel a e imp edir o desenvol vimento dacincia .A ep istemol ogia do fim do scul o p a ssa do e do incio destesecul o direciona -se em busca da comp reenso e do enfrenta mentoda s comp l exida des. H cincia s que s se torna m p ossveisa ssumindo-se a comp l exida de enqua nto mtodo e um novo ca mp o27de conhecimento apresenta-se na contemporaneidade: ascomplexity sciences. Masdequesetrataumpensamentocientficocomplexo? Releva,aqui,ocuidadoparaevitarmal-entendidos.necessrio afastaroequvocodesecompreendercomplexidadecomomistura desaberes,comocoqueteldecincias,comosincretismo metodolgico. Ademandaporum conhecimentocapazdesedirigir aotodo,edecompreenderoquehnasfronteirasentreas disciplinascientficas,suasinter-relaesesuastrocasretroativas, nosignificaoabandonodessasdisciplinas.Ointerdisciplinar pressupeasdisciplinasi4.Massignificasabersemprequeas disciplinas promovem um corte abstrato e,muitas vezes, arbitrrio no real, e que esse corte no impede, alis demanda, um conhecimento voltadoparaoqueficoudeleexcludo,natentativadeuma compreensomaisampla.Assim,porexemplo,umpensamento complexo doDireito Tributrio, que pretenda entender suasrelaes comaEconomia,nodevermisturarDireitoTributriocom economia,mixando odiferentenouno.Fazerdamultiplicidade dos diferentes uma realidade una ,tambm,uma atitude simplificadora, que deve serevitada. Holismo tambmsimplificao. Aocontrrio, precisocompreenderascomplexidadesdeumeoutro,suas diferenas e seusinter-relacionamentos. Uma cincia complexono deve totalizar, isto , construir uma viso unitria e antidiferenciadora. necessriodiferenarparacompreenderasrelaesentreos diferentes15. Taisdiferenasnoexcluemanecessidade,muitasvezes, decompreenderaEconomiaparabemcompreenderoDireito Tributrioevice-versa,porexemplo.Compreender suasinfluncias recprocasalgoquenoservivel,nemaumestudo exclusivamente jurdico-tributrio,nemaumestudoexclusivamente econmico,masaumacinciacomplexaqueamplieavisopara incluir ambos enquanto aspectos de compreenso das relaes entre sistemas complexos. Essa uma forma depensar afastada de plano peladoutrinatributarista,desdeseujustocombateao"direito tributrioinvertebrado".Paraadoutrina,quetantolutoupela 14 BORGES, Jos SoutoMaior. Em socorro da obrigaotributria.In: SANTI.Eurico MarcosDiniz de(Coord.). Curso de direitotributrioe finanas pblicas: do fatoa norma, da realidade ao conceito jurdico. S2o Paulo: Saraiva, 2008, p. 412. 15 ALEXY,Robert. Teoriados direitos fundamentais. Traduo de Virglio Afonso da Silva. So Paulo: Malheiros, 2008, p. 32. 28 autonomizaodoestudodoDireitoTributrio,umapropostade reintegrao complexa doDireito Tributrio em seu entorno pode-lhe parecerabsurda,emfunodeseusprprioscondicionamentos noolgicos. No senso comum metaterico dos tributaristas sabe-se, a priori,quetodaconsideraopolticaoueconmicanegativaao Direito Tributrio, antes mesmo que seja tentada, e qualquer tentativa assim,desdelogo,impedida.Essaideiajamaispoderser contestadapelaexperinciaemcontrrio- curiosamente,uma cincia impede a experincia, em vez de nela se basear. Acincia,tradicionalmente, busca um conceitonuclear, uma palavra-chave, a partirda qualseguepara construirseusistemade conhecimento:clula,gene,tomo,signo,lutadeclasses,mo invisvel, pulso etc. No Direito Tributrio, esse conceitonuclear j foi a autonomia, quelevou a interpretao econmica, e o fato gerador; atualmente, anorma. Mas emumuniverso complexo, demltiplas determinaes,emconstanteinteraoemutao,umapalavra- chaveficaria deslocada.OWollen deStammler,asolidariedadede Duguit,oSollendeKelsen:todasessassimplificaesrevelam, apenas,aspectosparciaisdosproblemas,mantendoveladosos demais.Anorma,jhalgumasdcadas,oconceito-chaveda teoria doDireito Tributrio.E claroque, atualmente,onde hDireito, h norma. Mas Direito no snorma: reduzi-lo a esse termo-chave ,apretextodebemconhecer,ignorarsuasoutrasdimensese, mesmo, ignorar o que asprpriasnormas tm de inter-relaes com osdemaisaspectosdojurdico.Anormadeveserpensadaem conjunto com aquilo que a condiciona e determina, e integrada aquilo sobreoqueelaexerceinfluncia.Noentanto,paraquementende que,aoconhecimentocientfico,estexclusivamentereservadaa tarefa de buscar a unidade e a simplicidade em meio a complexidade, encontrar a partcula simples e uniforme dentro da diversidade, achar aunidademnimaeirredutveldemanifestaodarealidade complexa,falaremcinciacomplexaparece,desdelogo,um contrassenso.Quemouvefalaremcomplexo,pensalogoem simplific-lo,torn-loclaro,compreensvel,facilitado;purific-lode suas impurezas. certoqueconhecimentocientficoenvolvedistino. Distinguir Direito TributriodeEconomia, Sociologia,Poltica eEtica umprimeiropassoimportanteparaconhec-lo.Oconhecimento cientficoimplicaaanlise.Eimportantesepararasvriasnormas jurdicas tributrias entre normas de competncia e de imunidade, de 29 J, _lL ,,D HE E `i'l 5 'i'Z `l ?1 l i'i" iF `.(il X i !`I .rQ ; 7 3 F i" il . \ X E tiE 1 'T i 'i" R ii`tiU`E ' l .R `E L l ]5 F !t`l idevconhecimento a p resenta -se ria contemp ora neida de: a s comp l exitysciences.Ma s de que se tra ta um p ensa mento cientifico comp l exo?: l _ ?: _ \ ; _ a , a gui, _ o cuida do p a ra evita r ma l fentendidos. necessriodesa _ ; > e_ eZ uivo: o ge se corrir_ reender_ comp l exida de como misturame_ odO_ g_ c z A drgma nfoa que ede iencia s,como sincretismoa o wdo e -de com POV Um Con ecimento ca p a z de se dirigir, _ _ - _ _ _ Preender o que ha na s fronteira s entre a sdi_ scip |ina s_ cientifica s, sua s inter-rel a es e sua s troca s retroa tiva s,na o significa o_ a ba ndono dessa s discip l ina s. O interdiscip l ina rp ressup oe a s discip l ina s. Ma s significa sa ber semp re que a s: _ ; f_ 2IF |IF _ I_ 2_ l _ i?; 5r: i?0 C\ / (e_ i_ 1 L _ i_ m corte bstra to e, muita s vezes, a rbitra rio no_ / O_ _ do p a m O a o imp e e, a l ia s dema nda , um conhecimento_ que ficou del e excl uido,na tenta tiva de umag_ fl _ l P_ f: )l (e_ rif _ e: )oD_ ma is _ _ a n_ ; p l a _ . _ Assim, p or exemp l o, um p ensa mentocomp a E ire_ i o ri uta rio, que p retenda entender sua s' rel a oes_ conomia , na o devera mistura r Direito Tributa rio comeconomia , mixa ndo o diferente no uno. F a zer da mul tip l icida de dosdiferentes uma rea l ida de una , ta mbem, uma a titude simp l ifica doraque deve ser evita da . Hol ismo ta mbm simp l ifica o. Ao contrrio'e_ p reciso comp reender a s comp iexida des de um e outro, sua s_ _ eCeS s_ _ _ D. d_ _ ee_ cons ruir uma visa o unita ria e a ntl diferencia dora ._ _ _ a r p a ra comp reender a s rel a oes entre osdiferentes _Ta is diferena s no excl uem a necessida de, muita s vezesd_ e_ bcomp reen_ der a E conomia p a ra bem comp reender o Direitori _ uta rio e viceversa , p or exemp l o. Comp reender sua s infl uncia sl e'Pf0 C5 9E QO que no ser vivel ,nem a um estudoe |U V_ a fTl i i fdioo-l fil _ > _ L itrio nem a um estudo excl usiva menteeconomicg. ma s a uma ciencia comp l exa que a mp l ie a viso p a rain_ c_ uir a m os enqua nto a sp ectos de comp reensa o da s rel a es entres s ema s comp l exos. E ssa e uma forma de p ensa r a fa sta da de p l a nop el a doutrina tributa nsta , desde seu justo comba te a o direitotributa rio invertebra do" . Pa ra a doutrina , que ta nto l utou p el a E iorioss Jos somo Ma ior E m ooorro oz oizri - i ' -,, - _ _ gzzo iriizuizria . izzz sANTi, E uzrooi_ ^ r< = S _ l 3 If\ I1 de Cofrd.i. curso uodrrerifz tributa rio z iinznzs p oiizzs- a o ra io _ _ o_ r_ T , va ia l ida de a o conceito iuridico. S a o Pa ul o: _ S a ra iva _ 20 0 8, p . 41 2_ ,oizori roorrz dos direitos irmzizmerrtzrs. Tra duo a o virgiiio Afonso ossiivz. sa o Pa ul o: Mziirorroo, a nos, p . a z.28a utonomiza a o do estudo do Direito Tributrio, uma p rop osta dereintegra o comp l exa do Direito Tributrio em seu entorno p ode-thep a recer a bsurda , em funo de seus p rp rios condiciona mentosnool ogicos. No senso comum meta terico dos tributa rista s sa be-se, ap riori, que toda considera o p ol itica ou econmica e nega tiva a oDireito Tributrio, a ntes mesmo que seja tenta da , e qua l quer tenta tivaa ssim e, desde l ogo, imp edida . E ssa ideia ia ma is p odera sercontesta da p el a exp erincia em contrrio curiosa mente, umaciencia imp ede a exp erincia . em vez de nel a se ba sea r.A cincia , tra diciona l mente, busca um conceito nucl ea r, umap a l a vra cha ve. a p a rtir da qua l segue p a ra construir seu sistema deconhecimento: cel ul a , gene, tomo, signo, l uta de cl a sses, ma oinvisivel , p ul so etc. No Direito Tributrio, esse conceito nucl ea r ja foia a utonomia , que l evou a interp reta o econmica , e o fa to gera dor;a tua l mente, e a norma . Ma s em um universo comp l exo, de ml tip l a sdetermina es, em consta nte intera o e muta o, uma p a l a vra -cha ve fica ria desl oca da . O W o/ / en de S ta mml er, a sol ida rieda de deDuguit, o S ol ien de K el senz toda s essa s simp l ifica es revel a m,a p ena s, a sp ectos p a rcia is dos p robl ema s, ma ntendo vel a dos osdema is. A norma , j h a l guma s dca da s, e o conceito-cha ve dateoria do Direito Tributa rio. E cl a ro que, a tua l mente. onde h Direito.ha norma . Ma s Direito no s norma : reduzil o a esse termo-cna ve , a p retexto de bem conhecer, ignora r sua s outra s dimenses e,mesmo, ignora r o que a s p rp ria s norma s tm de interzrel a es comos dema is a sp ectos do iurdico. A norma deve ser p ensa da emconjunto com a quil o que a condiciona e determina , e integra da quil osobre o que el a exerce infl uncia . No enta nto, p a ra quem entendeque, a o conhecimento cientfico, est excl usiva mente reserva da ata refa de busca r a unida de e a simp l icida de em meio comp l exida de,encontra r a p a rtcul a simp l es e uniforme dentro da diversida de, a cha ra unida de minima e irredutvelde ma nifesta o da rea l ida decomp l exa . fa l a r em ciencia comp l exa p a rece, desde l ogo,umcontra ssenso. Quem ouve fa l a r em comp l exo, p ensa l ogo emsimp l ifica -l o, torna -l o cl a ro. comp reensvel , fa cil ita do; p urific-l o desua s imp ureza s. certo que conhecimento cientfico envol ve distina o.Distinguir Direito Tributa rio de E conomia , S ociol ogia , Pol tica e E tica um p rimeiro p a sso imp orta nte p a ra conhece-l o. O conhecimentocientifico imp l ica a a nl ise. E imp orta nte sep a ra r a s vria s norma sjurdica s tributria s entre norma s de comp etncia e de imunida de, de29incidnciaedeiseno;delanamentoedesuspensoeextino docrditotributrio;entreasnormasgeraisquepreveemesses institutoseasnormasindividuais queosaplicamconcretamente.O conhecimentocientficodependedaobjetivao.Cabecaracterizar osinstitutosdoDireito Tributrio,comoaanterioridade,naquiloque elatemdecomumemtodasassuasmanifestaes- umperodo entrea publicaoda norma e aincidnciadotributo- e o que tem de especfico - anterioridaderelativa ao prximo exerccio financeiro, oudenoventadias.Conhecer,cientificamente,selecionaro relevanteedescartaroirrelevante.vlidosaberseodestinodo dinheiro arrecadado relevante para a determinao da obrigao ou nodepagarumtributo.Masoconhecimento,seestancana distinoeescondeasrelaes;seinterrompidonaanliseese nega a sntese; se objetivamas esqueceas individualidades,o papel dosujeitocognoscentee asaleatoriedades;se selecionamas olvida que a seleo uma atividade do cientista e, no necessariamente,a realidadeobservadatemosmesmosseccionamentos;esseum conhecimentoque, a pretexto de conhecer,distorce arealidade a ser conhecida,porquesimplificaoquecomplexoe,portanto,no compreendea complexidade.Muitasdessasseparaesrevelaram- se, no caminharda cincia,impeditivas do conhecimento daquilo que complexo.Atualmente,busca-secompreenderarealidade complexa, em seus mltiplos condicionamentos. Epistemologiacomplexa tambmno - nempode ser,sob penadenegar-seenquantotal- umareceitaparaacompreenso definitivadarealidade.Bemdiferentemente,emalgumasdesuas vertentes,asteoriasdacomplexidadeaceitamcomoimpossveltal compreenso,pretensoscabvelaumacinciasimplificada.S quemsimplificaarealidadepodepretenderumconhecimento definitivo.Quem a admitecomplexa tambmaadmiteinapreensvel emsuatotalidade.Trabalharemcomplexidadetrabalharcomo problemadaincompletudedoconhecimentocientfico,embora procuretrabalharcomoqueficoudeforadoconhecimento disciplinar:quaisosconceitosnoexplorados?Quaisasrelaes impensadasentreasdisciplinas?Comoseinterligaoquefora separadopor fronteirasintransponveis?Acomplexidadenouma respostadefinitiva;antes,umdesafioparaopensamento,um convite para o enfrentamento do problema e no para seu descarte.16 "Complexa"umsistemaconstitudoporelementos heterogneos em constante interao.Algunssistemas complexos - o casodoDireito - so formadospor elementos que semodificam a partirdas interaes deuns com os outros ou dosistema com seu meio.Esses elementos so,ento,chamadosagentes e o sistema entendido como adaptativo - complex adaptative system ou CAS. Um sistemaqualificadocomocomplexosemuitosagentes independentesinteragemdediversasmaneiras.Almdisso,a riqueza dessasinteraespermite aosistema comoum todoseauto organizarespontaneamente, sem que algum assuma o comando ou planeje conscientemente esse movimento. Algunssistemas - os CAS - adaptam-seasinformaesdomeioemqueseinserem,e sistemascomplexos, aointeragirem, adaptam-se uns aosoutros.0 sagentes,dealgummodo,transcendemasimesmos,permitindoo surgimentodepropriedadescoletivasqueoselementosjamais apresentariamindividualmente.Sosistemasadaptativos,isto, respondemaeventosdeformaativa,deformaatiraremvantagem desseseventos,processandoinformaes".Essessistemas complexosautoorganizadoseadaptativostambmapresentamum certodinamismoque os tornaqualitativamente diferentes deobjetos estticos, por mais complicados que sejami8. Essas interaesproduzem propriedades no presentes nem redutiveis as partes que formamo sistema - soasemergncia^'"^. Justamenteporqueosistema complexocaracteriza-seenquantotal emvirtudedasinteraes,estsujeitoaflutuaeseadaptaes, sendoportantomodificvelnotempoenoespao,oprocedimento redutor tradicional de compreenso invivel.Realidades complexas j6HOFKIRCHNER, Wolfgang. The challenge ofcornplexity: social and hurnan sciences in theinforrnationage.In: Institute forPhilosophicalResearch,BulgarianAcaderny0f Sciences(ed.).ProceedingpapersofXXIVVarnaInternationalPhilosophical School. Sofia: IPhR, 2007, p. 449-455. " LEWIN. Ro~er . Cornplexity: life at the edge ofchaos. 2.ed. London: Phoenix, 2001,.- 137. WALDROP,M. Mitchell. Cornplexity: the ernerging scienceat the edge oforder and chaos.19New York: Touchstone,1992, p. 11. GOLDSTEIN, Jeffrey.Ernergence asa construct:history and issues.Ernergence.V. 1, n.1, 1999, p. 49. 3 1 il\ifa , , , ., , , ., , , , , , , t , , __i'\ '\ ` I E 'F `L ! '(`R PzE i'F 'i'R l l } F ' 1 F l L .' t `` l '\ma si iiw rtio z: mmsrirtii E 5 ~aE K 5incidncia e de isen o; de l a n a me ~ - ~do crdito tributrio? entre a s normgso geega cissl qeel p gexieg g f; l : *: r_ : _ f: 2i: ; " i: : ; " : " ' -S O_ _ _ _ _ p ende da objefiva a o. Ca be ca ra cteriza ros institutos do Direito Tributrio, como a a nteriorida de, na quil o queel a tem de comum em toda s a s _ sua s ma nifesta es - um p eriodoentre a p ubl ica ca o da norma e a incidncia do tributo ~ e o que tem: egel l gna " _ 0 i'I< ; eh: _ l : tiva _ a o_ r; r imo exercicio fina nceiro,rel eva nte e desca rta ryo irrel eva nte CI en iiia mente' e S el ecl qna rOdinheiro a rreca da do rel eva nte a r-d/ a lO 'sa br se O qesml o dono de p a gm um _ _ _ _ b_ _ _ Ma l l a a e_ gef" _ l " a o da obriga a o oudistino e esconde a s reta 5- O CPU ecl mentw' se esia -" ca na_ _ _ _ oes, se e interromp ido na a na l ise e senega a sintese; se obietiva ma s esquece a s individua l ida des o p a p eldo suieito cognoscente e a s a l ea torieda des; se sel eciona ma s Qividaque_ a sel eo uma a tivida de do cientista e, no necessa ria mente area l ida de observa da tem os mesmos secciona mentos' esse timconhecimento que, a p retexto de conhecer, distorce a rea l ida de a ser *'_ 1 nh_ ; @ _ 2: _ 1 _ 1 _ i_ eP f : _ l _ _ _ S _ _ ien; _ i: _ _ l ; _ f2_ : cz qi: s comp l exo e, _ p orta nto, nose, no ca minha r da ciencia im el ti E dssa s sep a ra oes revel a ra m-e comp l exo. Atua l mentetfusd Va s oconhemmemo da qul l ? quecom hexa , _ i , a se C ml ireender a rea l ida dep , em seus mul tip l os condiciona mentos.E p istemol ogia comp l exa ta mbm no - nem p ode ser, sobPerl a de " l f 5 el l ql l nto ta l - uma receita p a ra a comp reensodefinitiva da rea l ida de, Bem diferentemente, em a l guma s de S ua svertentes, a s teoria s da comp l exida de a ceita m como imp ossvel ta lcom ee ' - . ._ _ _ _ .Pr_ nsa o, _ p retensa oso ca bivel a uma ciencia simp l ifica da . S ouem simp l ifica a rea l ida de p ode p retender um conhegmemcef' " . ` - - , initivo Quem a a dmite comp l exa ta mbm a a dmite ina p reensivelem sua tota l ida de. Tra ba l ha r em comp l exida de e tra ba l ha r com op mbiema da l " C0 mD etude do conhecimento cientifico emboral 1 _ r0 c_ ure tra ba l ha r com o que ficou de fora do conhecimentof l 5C'l J|l fl I'I Ql ti OS Conceitos no exp l ora dos? Qua is a s rel a esimp erisa da s entre a s discip l ina s? Como se interl iga o que forasep a ra do p or fronteira s intra nsp onveis? A comp l exida de no uma3 0resp osta definitiva ; a ntes, um desa fio p a ra o p ensa mento. umconvite p a ra o enfrenta mento do p robl ema e no p a ra seu desca rte." Comp l exo" um sistema constituido p or el ementosheterog neos em consta nte intera o. Al guns sistema s comp l exos - o ca so do Direito ~ so forma dos p or el ementos que se modifica ma p a rtir da s intera es de uns com os outros ou do sistema com seumeio. E sses el ementos so, ento, cha ma dos a gentes e o sistema e'entendido como a da p ta tivo - comp l ex a da p fa tive system ou CAS . Umsistema qua l ifica do como comp l exosemuitosa gentesindep endentes intera gem de diversa s ma neira s. Al m disso,ariqueza dessa s intera es p ermite a o sistema como um todo se a utoorga niza r esp onta nea mente, sem que a l gum a ssuma o coma ndo oup l a neie conscientemente esse movimento. Al guns sistema s - os CASf a da p ta m-se a s informa es do meio em que se inserem, esistema s comp l exos, a o intera girem. a da p ta m-se uns a os outros. Osa gentes, de a l gum modo, tra nscendem a si mesmos, p ermitindo osurgimento de p rop rieda des col etiva s que os el ementos ja ma isa p resenta ria m individua l mente, S o sistema s a da p ta tivos, isto e',resp ondem a eventos de forma a tiva , de forma a tira rem va nta gemdesses eventos,p rocessa ndo inl orma es" .E sses sistema scomp l exos a uto orga niza dos e a da p ta tivos ta mbm a p resenta m umcerto dina mismo que os torna qua l ita tiva mente diferentes de objetosestticos, p or ma is comp l ica dos que seja m.E ssa s intera es p roduzem p rop rieda des no p resentes nemredutiveis s p a rtes que forma m o sistema 4 so a s emergncia s" i .Justa mente p orque o sistema comp l exo ca ra cteriza -se enqua nto ta lem virtude da s intera es, est sujeito a fl utua es e a da p ta es,sendo p orta nto modificvel no temp o e no esp a o, o p rocedimentoredutor tra diciona l de comp reenso e' invivel . R ea l ida des comp l exa s'E HoF i< iR ci-ii iE R , woitga ng. The chciicngc cr ccmp iexity. socia l a nd huma n sciencesiri the iril oima tion a ge. l n: Institute foi Phiiosop hica i F iesea rch, Bul ga ria n Aca demy olsciences (cd), Procecding p a p ers cr xxiv vzmz interna tiona l Phiicstzp hica ischool . sol ta : |Phi= i, 20 0 7, p . 449 -455, i_ E wiN, R oger. comp iexl ty: iil c a t the edge cl cha os. 2. co. L cnccn: Phoenix. 20 0 1 ._ 1 3 7.P W Ai.Di= ioP, M. Mitchel l . comp isxityz the ernergrig science si the ca ga ci crcr a ndcha os. New vrtxz Tctichstne, 1 9 9 2, ia . ti,W eoL DsTE |N. Jenicy. E meigciice a s a ccnsriiictz history a nd issues. E mcrgencc. v.i ii. i, tese, p . s3 1so"sistemas",naclssicadefiniodeLudwigVonBertalanffy: "complexos de elementos em intera~o"'~. Omeroconhecimentoindividualizadodaspartesdeum sistemacomplexoincapazdeprovero conhecimentodotodo.Diz Bachelard:"Conhecer-se-otantomelhoroslaosdorealquanto mais cerrado se fizerdeles o tecido,se multiplicarem asrelaes, as funes,asinteraes.Oeltronlivremenosinstrutivodoqueo eltron ligado; o tomo,menos instrutivo do que a molculan2'. No conhecendotodosospreceitosintegrantesdedeterminado ordenamentojurdicoquesecompreendeoordenamentoenquanto tal,porqueoordenamentoeseuentornoespao-histrico-cultural impem,aquelaspartesintegrantes,determinados condicionamentos,cujoentendimentonecessrioparaa compreensodecadaumadelas.Assim,conhecerumelemento isoladoouasomadeelementosinsuficienteparaconhecero conjuntoeaspropriedadesqueoselementosadquiremquando inseridosnosistema.Ampliando-seaviso,noconhecendoo direito positivo e a economia que se compreende a sociedade na qual ambosseinserem,porqueessasociedadepodeterpropriedades no encontrveisemcadaumdaqueles elementosnem redutveis a eles,enemcompreensveisapartirdoestudodoDireitoeda Economia. Certos conhecimentos obtidos por anlise e simplificao no permitemcompreenderaspropriedadesdoconjunto,nemmesmo partindodasomadosconhecimentosisoladosdaspartes.Porque o todomaisdoqueasomadaspartes.Porm,comootodo condiciona as prprias partes, tambm verdadeiro que o todo , em certosentido,menosdoqueasomadaspartes:fossem,esses segmentosdotodo,incondicionadospelatotalidade,e,assim, pudessemrevelartodasassuaspotencialidades,comporiamuma somamaior.NoDireito,porexemplo,umanorma,quepoderiaser validamenteinterpretadademuitasformas,asvezestemessa amplitude reduzida a poucas possibilidades, e, eventualmente,a uma nica possibilidade,emfunoprecisamentedoscondicionamentos impostos pelo todo - ordenamento, mbito cultural em que se insere, 20BERTALANFFY,LudvigVon.Teoriageraldossistemas.2.ed.Traduode Francisco M. Guimares.Petrpolis-RJ: Vozes,1975, p. 56. 21BACHELARD,Gaston.Onovoespritocientfico.Trad.JoaquimJosMoura Ramos et al. So Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 170. (Col. Os Pensadores). 32 situao espao-temporal etc. Assim,o todomenos doque a mera somadesuaspartesdesvinculadasdotodo.Surgeumduplo paradoxo: o sistema ,simultaneamente,mais emenosque a soma desuaspartes.Enxergue-se arealidademaisamplamenteeser possvel compreender que o prprio Direito, e o Direito Tributrio,so inibidos, em suas potencialidades,por integraremum todosocial que oscondiciona.Etambmapolticaeaeconomiatmsuas potencialidadeslimitadasporque o todo,que contm o direito,limita- as.E,precisamenteporqueumapartepodeterumacaracterstica relevante para que,enquantoconstituintedeum todo,faacomque esse todo condicione as demais partes, invivel querer, at mesmo, conhecerumapartedotodosemconhecerasoutras.Sobreesse ponto,afirmaGastonBachelard,nombitodascinciasnaturais:'E intillevarmaislongeaanliseaopontodeisolarsobtodosos pontos devista um objetonico,porque parececlaroquenomundo damicrofsicaonicoepeculiarperdesuaspropriedades sub~tanciais"~'.Isso porque se perde a dimensorelacional: o ser da partculasoemrelao.Separarcadaserhumanopara compreendera sociedadeenfrentariaomesmoproblema. NoDireito Tributrio,sabe-sequeissoassimdentrodoordenamento,e, ento,prega-se,comrazo,umainterpretaosistemtica.Porm, impedir-se transcenderoordenamentoimplicadesconsiderarqueo prprioordenamentoparteemumtodomaior.Deixa-sede compreenderoscondicionamentosexterioresqueodeterminam- porisso,deixa-sedecompreend-loadequadamente.Dapoder-se dizer que ainterpretaosistemtica doDireitono sistmica - , portanto, parcial e frequentementeinadequada. Sistemascomplexosestosujeitosadesorganizaese reorganizaesemnovasconfiguraes.Sistemascomplexosso sucessesininterruptasdeordem,interaesqueprovocam desordem,novasinteraesquelevamanovasorganizaesque, por sua vez, desordenam-se,e assim sucessivamente.Na tradio,o mundofsicoconcebidocomoordenado,aobedecer,sempre,as mesmasleisnaturais.Eissonoapenascomoumahiptesede cinciaconstrutivista,mascomoaverdadeuniversalsobreoreal, aindaqueissosejainsuscetveldeverificaoempiricaZ3.Omundo 22 Epistemologia: trechosescolhidos por Dominique Lecourt. Traduo deNathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar,1977, p. 14-15. 23 WIENER,Norbert.Cibernticaesociedade: ousohumanode sres humanos.3. ed. Trad. Jos Paulo Paes. So Paulo: Cultrix, s.d.,p. 9. 3 3 'riiliil, .._ .z_ .oiosrvn wnt rrrrrirtzir 2 .= r= ifis^ .t= = issa o " sistema s" , na cl ssica del inia o de L udwig Von Berta l a nl fy:comp l exos de el ementos em intera o" 2 .O mero conhecimento individua l iza do da s p a rtes de umsistema comp l exo inca p a z de p rover o conhecimento do todo DizBa cl iel a rd; Conhecer-se-o ta nto mel hor os l a os do rea l qua ntoma is cerra do se fizer del es o tecido, se rriul tip l ica rem a s rel a es a sfunes, a s intera es. O el tron l ivre menos instrutivo do que oeiel fofl |'Qa d0 0 tomo. menos instrutivo do que a mol cul a " 2`. No conhecendo todos os p receitos integra ntes de determina doordena mento Juridico que se comp reende o ordena mento enqua ntota l , p orque o ordena mento e seu entorno esp a o-histrico-cul tura ll I'Tl D0 em, a quel a s p a rtes integra ntes, determina doscondiciona mentos,cujoentendimento necessrio p a raacomp reenso de ca da uma del a s. Assim. conhecer um el ementoisol a do ou a soma de el ementos insuficiente p a ra conhecer oconjunto e a s p rop rieda des que os el ementos a dquirem qua ndoinseridos no sistema . Amp l ia ndo-se a viso, no e conhecendo odireito p ositivo e a economia que se comp reende a socieda de na qua la mbos se inserem, p orque essa socieda de p ode ter p rop rieda desna o encontra veis em ca da um da quel es el ementos nem redutveis ael es, e .nem comp reensl veis a p a rtir do estudo do Direito e daE conomia .`Certos conhecimentos obtidos p or a nl ise e simp l ifica o nop ermitem comp reender a s p rop rieda des do conjunto, nem mesmop a rtindo da soma dos conhecimentos isol a dos da s p a rtes. Porque otodo.e ma is do que a soma da s p a rtes. Porm, como o todocondiciona a s p rop ria s p a rtes, ta mbm e verda deiro que o todo emCem? 5 l Id0 . menos do que _ a soma da s p a rtes: fossem, essessegmentos do todo, incondiciona dos p el a tota l ida de,e, a ssim,p udessem revel a r toda s a s sua s p otencia l ida des, comp oria m umasoma ma ior. No Direito, p or exemp l o. uma norma , que p oderia serva l ida mente interp reta da de muita s l orma s, s vezes tem essaa mp l itude reduzida a p ouca s p ossibil ida des, e, eventua l mente, a umaf1 " l P S S l bIl ICl d9 . em funa o p recisa mente dos condiciona mentosimp ostos p el o todo - ordena mento. mbito cul tura l em que se insere,TD. _a E nrAL ANF ifv, L tidvig v; n._ Teiid gera r dos sistema s. 2. dd. rra du d deF r riziscd mcdima r es.Peirdp diis-ndzvdzzs isvs iz se2* BACHE L AR D ea sidzi o novo es " i " ri-' ' V fHa ma s et I S _ i P ` V p irio cieniico. Tra d. Joa quim Jose Moura3 2 a . a o zu d. izriicuiiizra i. i9 7, p ivo (cdi os Pensa dores).i1 t` : il !*E 'E 1 ^ t`t !BU'l 'Iit`tl l i E E -`ik '.iil S U -'itl z `situa o esp a o-temp ora l etc. Assim, o todo menos do que a merasoma de sua s p a rtes desvincul a da s do todo. S urge um dup l op a ra doxo: o sistema , simul ta nea mente, ma is e menos que a somade sua s p a rtes. E nxergue-se a rea l ida de ma is a mp l a mente e serp ossvel comp reender que o p rop rio Direito, e o Direito Tributa rio, soinibl dos, em sua s p otencia l ida des, p or integra rem um todo socia l queos condiciona . E ta mbm a p ol tica e a economia tm sua sp otencia l ida des l imita da s p orque o todo. que contm o direito, l imita -a s. E , p recisa mente p orque uma p a rte p ode ter uma ca ra ctersticarel eva nte p a ra que, enqua nto constituinte de um todo, fa a com queesse todo condicione a s dema is p a rtes, invivel querer, a t mesmo,conhecer uma p a rte do todo sem conhecer a s outra s. S obre essep onto. a firma G a ston Ba chel a rd. no mbito da s cincia s na tura is: Eintil l eva r ma is l onge a a na l ise a o p onto de isol a r sob todos osp ontos de vista um objeto nico, p orque p a rece cl a ro que no mundoda microl isica o nico e p ecul ia r p erde sua s p rop rieda dessubsta n: ia is" 22. Isso p orque se p erde a dimenso rel a ciona l : o ser dap a rticul a s o em rel a o. S ep a ra r ca da ser huma no p a racomp reender a socieda de enfrenta ria o mesmo p robl ema . No DireitoTributrio, sa be-se que isso a ssim dentro do ordena mento, e,ento. p rega -se, com ra za o, uma interp reta o sistemtica . Porm,imp edir-se tra nscender o ordena mento imp l ica desconsidera r que op rp rio ordena mento p a rte em um todo ma ior. Deixa -se decomp reender os condiciona mentos exteriores que o determina m -p or isso, deixa zse de comp reend-l o a dequa da mente. Da p oder-sedizer que a interp reta o sistemtica do Direito no e sistmica - ,p orta nto, p a rcia l e frequentemente ina dequa da .S istema s comp l exos esto sujeitos a desorga niza oes ereorga niza es em nova s configura es. S istema s comp l exos sosucessoes ininterrup ta s de ordem,intera es que p rovoca mdesordem, nova s intera es que l eva m a nova s orga niza es que,p or sua vez, desordena m-se, e a ssim sucessiva mente. Na tra dio, omundo fisico concebido como ordena do, a obedecer, semp re. a smesma s l eis na tura is,E isso no a p ena s como uma hip otese decincia construtivista , ma s como a verda de universa l sobre o rea l ,a inda que isso seia insuscetivel de verifica o emp rica . O mundo22 E p isieml ogia . trechos escol hidos p or Dominique L eizouri. Tra duo de Na tha na eiC. Ca ixeiro. R io de Ja neiro: Z a ha r, 1 9 77, p . 1 4-1 5.23 W IE NE R , Norbert. Ciberntioa 2 S ocieda de: O uso huma no de seres huma nos. 3 .ed. Tra d. JOS Pa ul o P3 9 5. S o Pa ul o: Cul ttix, S .d., p 9 .3 3fsicoimanentehojecompreendidocomoumvir-a-ser,um Uma cinciaquepretendaconhecerenoescamoteara permanente devirde sucesses de caose ordem,no comoum ser complexaprecisainvestigarambos:ordemedesordem.Deve Besttico, eterna, universai e identicamente ordenado24. compreendercomo,emseumeioprprio.ordemedesordem relacionam-se,paraproduzirorganizaes.semprereordenadasa possvelquesemantenhauma ordemrazovel nopartir de desorganizaes tambmrecorrentes, e compreenderessa mesmohavendoprofundadesordememseu reordenao a todomomento0 DireitoTributrionoestlivre da Interior?NoCorretonegaraexistnciadedesordemno~ i ~ ~ i ~ ~ degradaoouda disperso.Umtributo.concebidocoerentemente) Tributrio:desentendimentosdoutrinrios;decisesjudiciaiscomeaareceberinterpretaesdoutrinriasOUjurisprudenciaise equivocadas;argumentosincorretosoucnicos;emendasalteraeslegislativas,aparecemregimesespeciais,atficar quedesvirtuamosignificadoanteriordosistema;irreconhecvelereorganizar-seemnovoformato,muitasvezes infralegais aplicadasemdesacordocomaconstituio;leisdisforme. Perceber essas mudanas no 6, porm, o que se costuma que excluem a Constituio do mbito dos processos administrativos;fazer.AOcontrrio:encontram-semanifestaesdoutrinriasno lanamento detributosinexistentes,porerrooum-f,;dec,araessentido de quealteraeslegislativas nada alteram - Comono contribuinte transformadas em constituies definitivas dedainserodopargrafoniconoartigo116doCdigoTributrio tributrio; confisses irretratveis de dbito, onde no h ilicitude nem Nacional,~nc\uive,nosentido de quenema obrigaotributria;operaesempresariaismaquiadasparaSubstituio deumaconstituioporoutracapazdemodificara pareceremoutras;fatosgeradoresocultadosdoagentefiscal;realidade - comonocasodas funesdasnormas geraisde direito cOrrupOde juizese agentes fiscaise contribuintes corruptoresetc, tributrio. Arealidadedodireitotributrio,lembramKlausTipkeejoachirn Impedido deveroentornoe encerradoemsua disciplina.o Langy complexa. a revelar a "...real desordem do DireitoTributrio, cientista incapaz de compreenderOSefeitos quesua cinciagera daassimchamadaselvatributria(Steuerdschu/ge/)oucaos tributrio(Steuerchaos)"...,Oqueimpe,doutrina,amissode no meio que a recebe, e que com ela interage. A tica dominantena cincia a de que cincia e tica no dizem respeito uma a Outra. Da orientandoaboaproduolegislativa,emocupaode legeferenda25 SeissovaieparaoDireitoTributrio premissacorreta,segundoaqualimpossvelsaber-se ludo tudo,eque,portanto,precisocontentar-seComumsaberparcial. certamentevale,talvezCommaiorintensidade,paraoDireito Tributriobrasileiro. Todaessa realidade no cabe numa explicao retira-se a concluso: ento, quanto mais redutor for um pensamento, mais eleter a deaproximar-seda verdadecientfica,ainda nOrmativasimplificadora,quepartadapressuposiodeuma realidadeordenada,queobedecessesempresmesmasregras que seja apenas a verdade sobreum Campoparcial. O defeito estruturaisemateriaisdeorganizaonormativa,Umaexplicao queenferma essa est,deumlado,na Sua falsidade, 'Om0 ao invs de explicar, esconde o risco permanente em que deoutro,nasuainaceitabilidade. E umaconclusofalsaporque, queredutor,osabernoporissoseaproximarmaisda sevivenomundocontemporneocomplexo,inclusivenomundo jurdico-tributrio brasileiro. verdade,aonegligenciarasemergnciasquesaparecemno conjunto, e as inter-relaes entre OSmltiplos aspectos da realidade. ODireito Tributrioestemdesequilbrio, porissotemuma uma inaceitvelporque.deumconhecimentoredutor* histria. altera-se,progride,regride, flutua,reorganiza-seapartirde tm-seseguidoaes redutoras,quetmdirecionadoatcnica quesurgemdeseuinterior ouquelhesoimpostas do para queameaamtantosujeitosiolados Dono equilbrionasce coerncia,edelao desequilbrio'6.quanto ofuturode toda ahumanidade. Sofrem-se asconsequncias danosasdatcnicaredutora,inclusivenoDireito,eparticularmente 24 PRIGOGINE~I l ~a; STENGERS,Isabelle. Orderoutof &aos:manVsnew dialogueno Direito Tributrio. with nature. Toronto: Bantam, 1984, p. 23. 25 Klaus; LANG, Joaquim. Direito tributrio. Traduo de~~i~~ ~ i ~ F ~ ~ ~ ~ ~ ~ ,agirlevaauma ticadairresponsabilidadecientfica. Porto Alegre: Sergio Fabris, 2008, p. 72. 26AOcumpririadescreverseuobjetoisoladocom PRIGOGINE, Ilya. O nascimento do tempo. Lisboa: ~ d . 70,1999, p, 39-42 e 65-67. 34 35 i ,l1lJ liiniruwo Trtiniiriinia -. i-i .i; .; m1 tril `z; ; i`i'u` 'E 'E il l l .i'i` rl l ii l fl hiiii ififtfisico ima nente hoje comp reendido como um vir-a -serump erma nente devir de sucesses do ca os e ordem, no como um seresta tico, eterna , universa l e identica mente ordena do"Comoe p oss vel que se ma ntenha uma ordem ra zovel noDireito Tributa rio, mesmo ha vendo p rofunda desordem em 5%interior? No correto nega r a existncia de desordem no DireitoTributa rio:.desentendimentosdoutrinrios;decisesjudicia isequivoca da s,a rgumentosincorretosouc nicos;emenda s " S " C " a l 5 QU E desvirtua m o significa do a nterior do sistema 'norma s intra l ega is a p l ica da s em desa cordo com a Constituio' l eisque excl uem a Constituio do mbito dos p rocessos a dministra tivos'l a na mento de tributos inexistentes, p or erro ou m-fe' decl a ra esdo contribuinte tra nsforma da s em constituies definitiva s de crditotributrio: confisses irretra tveis de dbito, onde no ha ' il icitude nem b9 a o tributa ria ; op era es emp resa ria is ma quia da s p a rap a recerem outra s; fa tos gera dores ocul ta dos do a gente fisca l 'C U P de l l l l l es e a gentes l sca is e contribuintes corrup tores etc.A rea l ida de do direito tributrio, l embra m K l a us Tip k e e Joa chimL a ng, e comp l exa , a revel a r a '^ ._ ..rea / desordem da Direito Tributrio,da a ssim cha ma da se/ va tributria (S teuerdschul gel ) ou ca o;tributa rio (8 l eueroha os)" _ _ _ , o que imp e a doutrina a misso derenova -l o, orienta ndo a boa p roduo l egisl a tiva em ocup a o de/ ege ferenda zs. S e isso va l e p a ra o Direito Tributa rio a l emoCefta menl e Va l e. ta l vez com ma ior intensida de p a ra o D reitdTributrio bra sil eiro. Toda essa rea l ida de no ca be, numa exp l ica o ' 'If_ ': ('jVa S l mil l l l l d f. que p a rta da p ressup osio de umaea ' 39 _ 0 f< 9 l '1 d21 que obedecesse semp re s mesma s regra sestrutura is e ma teria is de orga niza o norma tiva . U ma exp l ica ocomo essa , a o inves de exp l ica r, esconde o risco p erma nente em que_ 5 , V_ IV no mundo contemp or neo comp l exo, incl usive no mundol uridico~tributa rio bra sil eiro.O Direito Tributrio est em desequil brio p or isso tem umah 5' " a ~ 3 " 9 " 5'S 9 i Pl 0 Ql 9 f giide. fl utua , r9 orga niza se a p a rtir dede50 |'Cl f1 S . que surgem de seu interior ou que l he so imp osta s doexterior. Do na o equil ibrio na sce coerncia , e del a o desequil brio.az. Pi= iiG oeiNE . iiya , srE i\ iG E F is, i oeii _ _ . _grin na ture. rizmnici ezriia m, 1 9 54, ? 2a _ e om' M M mms mens new d'a ' 9 " eTiPK E , K ia us; L ANc, Jca qo' .ir 't rt, ti- - - i -ima Al egre: S rgio Pa l ms' mg, p ir7e2io ri u a rm. Tra dua o de L uiz Doria F urquimPF riG ociNE , iiya . 0 na scimento mz temp o. L isboa ; E d 7o, 1 9 ee, p . se-42 e s5zs7_3 4U ma cincia que p retenda conhecer e na o esca m tea r: Ia ea l igid/ comp l exa p recisa investiga r a mbos: ordem eesor ed .somemcomp reender como, em seu meio P[0 P Ol dem e d Ba da s 2rel a ciona m-se. p a ra p rodul l r 0 [9 6 l Z 0 e5z S emp ie fefefeger E ssap a rtir de desorga niza oes ta mbem recorren_ tes, Ae4 CG TP tl we dareordena o a todo momento. O Direito Tributa riqjna o eiwmemedegra da o ou da disp ersa o. iJm tributo, concebi o coer d ncia is ezcomea a receber interp reta oes doutriria ria s ou iurisp ru et ca ra l tera es l egisl a tiva s,a p a recem regimes esp ecia is, 1 : 5 Vezesirreconhec vele reorg il f-S G em ~ 0 \ { 0 forma to, mui S mmadisforme. Perceber essa s muda na s na o e, p orem. 0 HU B 5, 5 P?fa zer. Ao contrrio: encontra m-se ma nifesta oes doutrina ria s nosentido de que a l tera es l egisl a tiva s na da a l tera m -l _ < Jm0 Tfl gu< ; f gda insero do p a rgra fo nico no a rti9 .ms U 0 C0 1 9 fl S ms aNa ciona l . incl usive, ma nifesta oes no sentido de QU E gem m fca r aS ubstituio de uma Consutg i nz esog ofiftg zgerea isnel direitorea l ida de e como no ca sotributrio.imp edido de ver o entorno e encerra do em sua discip l ina , 0cientista inca p a z de comp reender os efeitos que _ sua dcienr: : : ger: :no mem que 3 recebe, e quel eom eta intera ge. A etica oml o Va Dacincia e a de que cincia e etica na odizem r9 S P9 l Yg uma ud S brep remissa correta , segundo a qua l e imP 55/ el 53 '59 her a ma 'tudo, e que, p orta nto, p reciso contenta rfse com um sa nsa p nemozretira se a concl uso: enta o, qua nto ma is redutor foi U ' \ D ' a inda ;ma is el e ter a cha nce de P|'0 l " " a f'5e da Vel da fj 'eg ' `foa 'dee mque seja a p ena s a verda de sobrerum ca mp o p a roia .fu td dque enierma essa concl uso esta , de um l a do, na sua a si a e, e,de outro, na sua iria ceita bil ida de. E uma concl usa o fa l sa p orque,a inda que redutor, o sa ber na o P l _ l S 55 3 Pf > " a '5 mg: gverda de, a o riegl igencia r a s emergeijcl a que S 0 a p a rei: ma de` nt a inter-rel a es entre os mul tip l os a sp ectos da rea i . coniu o, e s _ ' _ uma concl uso ina ceita vel p orque. de um conhecimdento rteriitizr m, 5e segutdg a es redul ora s, que tem direciona ' a sma dosCient fica p a ra construes que a mem if= \ " \ 5U l e\ 5 l g, a snt o tuturo de toda a huma nida de S ofrem-se a s conseq efl l ua o _ ' _ _ _ga nosa s da tcnica redutora , incl usive no Direito, e p a rticul rr l eno Direito Tributrio.E sse a gir l eva a uma tica da irresp onsa bil ida de cientifica .Ao cientista cump riria descrever seu obieto isol a do com ri9 fi3 5despreocupadocomasconsequnciaspossveisapartirdessa empreitada.Quepodedizeradoutrinatributaristaarespeitodos efeitosquesuas teoriaspodemcausarno sujeitocontribuinte,ouna sociedadeeconomicamente organizada? Nada, seessa sociedadee aquele sujeitoestiveremexcludosdaspreocupaes dotributarista. Seredevirseparam-se,razoevontadecindem-seeopem-se, cinciae tica vivemnum distanciamentooriginrioeconstitutivode ambas, to pleno quantoirrevogvel. Pretenderumsabercomplexopretenderasuperao dessacondiocientfica.Significaacreditarna possibilidadedeum sabercientfico que nomascare oreal, que no'isole elementos em um sistema(relaoparteltodo) e osistemade seu entorno(relao si ~t ema/ mei o) ~~. Umacinciaaptaapermitiratentativade compreenderasinter-relaesentreosmltiplos,complexose volveisentesintramundanos,aincludoocientista.Um conhecimentoquenoimpea a solidariedadeentreCinciaetica, equenooponha,de formadualista,cinciaearte.Queassumao riscoeoenfrente,semescamote-lo,avizinha-senohorizontedos tributaristas. ALEXY,Robert. Teoriados direitosfundamentais.TraduodeVirglioAfonsoda Silva. So Paulo: Malheiros, 2008. BACHELARD,Gaston.Epistemologia:trechosescolhidosporDominiqueLecourt. Traduo de Nathanael C. Caixeiro. 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Uma cincia a p ta a p ermitir a tenta tiva decomp reender a s inter-rel a es entre os ml tip l os, comp l exos evol veisentes intra munda ncs,a incl udo0cientista . I Umconhecimento que no imp ea a sol ida rieda de entre Cincia e E tica ,e que no op onna , de forma dua l ista , cincia e a rte. Que a ssuma orisco e o enfrente, sem esca mote-io, a viznha zse no horizonte dostributa rista s.R E F E R NCIASAu xv, ia izizsri Tssrizi iss a irsitss iima ziirisriisis. Trziiiii o dz virgiiio Aizzriszi a sS l iva . S o Pa ul o: Ma iheiru. 20 0 8 .a AcHE i/ trio, cssiiiri. E p isizmoisgisz irsziizzs zszoiniiiizs p or Dominique L zziirtrrsiiz o s Nsirisnssi c. csi eirs. R io se .isiisirizz zsiisr, ievv._ O novo esp rito cient cu. Tra d. Joa quim Jos Moura F ta mos et a l S oPa uiu. Abrii Cul tura i, 1 9 78 .BE HTAL ANF F Y, L udvig \ / on. Teoria gera l dos S il ema s 2. ed. Tra duo deF ra ncisco M. G uima res. 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