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GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 17, pp. 135 - 151, 2005. FONTES HISTÓRICAS E PESQUISAS GEOGRÁFICAS: RELATOS DE VIAJANTES, ICONOGRAFIA E CARTOGRAFIA Yuri Tavares Rocha* * Professor Doutor, Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected] RESUMO: Procurar informações geográficas nos registros históricos disponíveis pode ser uma tarefa difícil para quem não tem formação em História. Relataram-se aqui experiências de pesquisa em trabalhos de Geografia sobre o Jardim Botânico de São Paulo e sobre o pau-brasil. Entretanto, não se avaliou criticamente a aproximação entre a Geografia e a História nem se fez uma revisão de metodologias que podem ser adotadas. Comentou-se sobre a delimitação da escala temporal e quais as principais fontes de informações históricas utilizadas: arquivos e acervos históricos, relatos de viajantes e naturalistas, literatura, iconografia e cartografia. Fez-se um registro da experiência obtida na busca de informações históricas para ampliar o entendimento geográfico e a perspectiva histórica da paisagem. PALAVRAS-CHAVE: Geografia, Fontes Históricas, Jardim Botânico, Pau-brasil, Paisagem. ABSTRACT: Without an appropriate knowledge of in History it is hard to find geographical information in historical documents. This article presents two experiments in Physical Geography: one about Botanic Garden of São Paulo, and the other on Brazilwood, so that both of them required historical facts to be conducted. No critical assessment about the relation between Geography and History is made, neither a review of the alternative methodology. Both the time frame and the main historical information sources are mentioned in order to support specific geographical research like: historical documents, literature from voyagers and naturalists, literature, iconography and cartography’ s dates. All the efforts towards finding historical information are registered in order to increase the geographical knowledge about the historical landscape. KEY WORDS: Geography, Historical Sources, Botanic Garden, Brazilwood, Landscape. I- Introdução Além de a História ser um campo de pesquisa científica sobre os acontecimentos políticos, econômicos, culturais, sociais, científicos, tecnológicos e religiosos da trajetória temporal da humanidade, tem importância em todos os ramos da pesquisa científica, seja numa simples revisão bibliográfica sobre um determinado

Fontes Históricas e Pesquisas Geográficas: relatos de viajantes

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GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 17, pp. 135 - 151, 2005.

FONTES HISTÓRICAS E PESQUISAS GEOGRÁFICAS:RELATOS DE VIAJANTES, ICONOGRAFIA E CARTOGRAFIA

Yuri Tavares Rocha*

* Professor Doutor, Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.E-mail: [email protected]

RESUMO:Procurar informações geográficas nos registros históricos disponíveis pode ser uma tarefa difícilpara quem não tem formação em História. Relataram-se aqui experiências de pesquisa em trabalhosde Geografia sobre o Jardim Botânico de São Paulo e sobre o pau-brasil. Entretanto, não se avalioucriticamente a aproximação entre a Geografia e a História nem se fez uma revisão de metodologiasque podem ser adotadas. Comentou-se sobre a delimitação da escala temporal e quais as principaisfontes de informações históricas utilizadas: arquivos e acervos históricos, relatos de viajantes enaturalistas, literatura, iconografia e cartografia. Fez-se um registro da experiência obtida na buscade informações históricas para ampliar o entendimento geográfico e a perspectiva histórica dapaisagem.PALAVRAS-CHAVE:Geografia, Fontes Históricas, Jardim Botânico, Pau-brasil, Paisagem.

ABSTRACT:Without an appropriate knowledge of in History it is hard to find geographical information in historicaldocuments. This article presents two experiments in Physical Geography: one about Botanic Gardenof São Paulo, and the other on Brazilwood, so that both of them required historical facts to beconducted. No critical assessment about the relation between Geography and History is made,neither a review of the alternative methodology. Both the time frame and the main historicalinformation sources are mentioned in order to support specific geographical research like: historicaldocuments, literature from voyagers and naturalists, literature, iconography and cartography’s dates.All the efforts towards finding historical information are registered in order to increase thegeographical knowledge about the historical landscape.KEY WORDS:Geography, Historical Sources, Botanic Garden, Brazilwood, Landscape.

I- IntroduçãoAlém de a História ser um campo de pesquisacientífica sobre os acontecimentos políticos,econômicos, culturais, sociais, científicos,

tecnológicos e religiosos da trajetória temporalda humanidade, tem importância em todos osramos da pesquisa científica, seja numa simplesrevisão bibliográfica sobre um determinado

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assunto, para se saber o que já foi estudadosobre ele, ou seja, o processo histórico de umapesquisa desde o motivo de sua realização àevolução das técnicas envolvidas, até a históriado pensamento científico, ou seja, o processohistórico da evolução das ciências e suasinterseções com a Filosofia.

Todavia, buscar informações de uma áreaespecífica de pesquisa, como Física, Botânica ouGeografia, nos registros históricos disponíveis,acaba por ser uma tarefa difícil caso opesquisador não tenha formação acadêmica emHistória. Mas é uma tarefa que pode serrealizada e certamente o resultado obtido serásuperior ao que se alcançaria, caso não seousasse na ampliação das fronteiras dapesquisa fora da área específica, nas interfacesexistentes com a História.

Procurou-se, neste artigo, relatar atrajetória de duas pesquisas em Geografia: umasobre a história dos antigos e do atual JardimBotânico de São Paulo, juntamente com oestabelecimento de suas unidades de paisagem,e outra sobre a história do pau-brasil quanto àextração, comércio, tráfico, distribuiçãogeográfica e conservação1.

Essa trajetória foi percorrida por umengenheiro agrônomo que tinha visto aspectosda História em sua graduação quando foramestudadas a introdução no Brasil de plantascomo o café ou a cana-de-açúcar, a evolução dastécnicas agrícolas e da conservação de solo oua história de determinadas áreas da ciência comoBotânica, Química e Genética.

Quando aluno de pós-graduação emGeografia Física, ampliaram-se os horizontes deperspectivas históricas, a começar pela históriado pensamento geográfico e da evolução doconceito da paisagem na Geografia. Além dessesinteresses novos e desafiadores, os temas demestrado (antigos e atual Jardim Botânico deSão Paulo) e doutorado (História, distribuiçãogeográfica e conservação do pau-brasil)exigiram um aprofundamento na pesquisahistórica.

Nesse momento, não fora a excelente

formação acadêmica e a grande capacidadeinterdisciplinar do Prof. Dr. Felisberto Cavalheiro(In Memoriam, Departamento de Geografia,Faculdade de Filosofia, Letras e CiênciasHumanas, Universidade de São Paulo) em suaorientação e em seu exemplo de pesquisador,não se teria entendido a importância desseenfoque retrospectivo e na grande quantidadede informações que se pode retirar da História,que são básicas para a compreensão doscondicionantes vigentes do meio físico e daconfiguração atual da paisagem que se estuda.Não se trata somente de abordar a históriageológica da formação da paisagem mas detodos os momentos pelos quais passou amesma, inclusive aqueles determinados e ouinfluenciados pela ação antrópica.

Logicamente, não se estámenosprezando ou subestimando oshistoriadores profissionais e suas grandescontribuições já existentes na Geografia, nemquerendo obter resultados cientificamentefrágeis ou duvidosos alcançados porpesquisadores não historiadores, masincentivar a ampliação da atuação do geógrafona procura de informações históricasimportantes para sua pesquisa geográfica.Talvez, para os geógrafos que atuam no campoda chamada Geografia Humana, isso não sejamuito novo mas, provavelmente, pode ser paramuitos que trabalham e pesquisam naGeografia Física.

Pretendeu-se, simplesmente, registraros procedimentos seguidos e alguns dosresultados alcançados pelas duas pesquisasreferidas, tentando-se incentivar aquelespesquisadores que têm restrições pessoais,técnicas ou de formação na área da História paraperderem receios e se aventurarem na buscade informações sobre a história de seu temade pesquisa em outra fonte, na História, umairmã da ciência geográfica.

Reitera-se: não se trata de um artigopara avaliar criticamente a aproximação entrea Geografia e a História que existiu nessaspesquisas, muito menos uma revisão demetodologias que podem ser adotadas. É um

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relato de casos, um compartilhamento deexperiência desse enfoque histórico-geográficoou geográfico-histórico.

Procurou-se comentar resumidamentesobre a delimitação da escala temporalpesquisada e as principais fontes deinformações históricas que se utilizaram naspesquisas realizadas: arquivos e acervoshistóricos, relatos de viajantes e naturalistas,literatura, iconografia e cartografia.

Não se abordou, aqui, a elaboração dasrevisões bibliográficas rotineiramente feitaspelos pesquisadores nem o sensoriamentoremoto, também utilizado nas retrospectivashistóricas de uso de solo ou de transformaçãoda paisagem.

II- Delimitação da escala temporalA definição do tema a ser pesquisado e

das respostas às quais se desejam respondercientificamente são pressupostos básicos parao método científico em qualquer ciência. Tambémé fundamental em muitas ciências, como nocampo da Geografia Física, a delimitação daescala temporal em que se buscarão asinformações históricas importantes e quepoderão subsidiar as respostas obtidas ao finalda pesquisa. Essa delimitação e a pesquisanuma perspectiva histórica poderão levar a umaumento significativo da qualidade científica deseus resultados.

Na pesquisa realizada sobre o JardimBotânico de São Paulo (ROCHA, 1999; ROCHA &CAVALHEIRO, 2000a,b; ROCHA & CAVALHEIRO,2001), procurou-se delimitar a escala temporala partir do momento em que a implantação dejardins botânicos se tornou relevante na ciênciabotânica, e em que contexto, juntando-se a issoa conjuntura político-econômica do Brasil dosséculos XVIII e XIX, quando se fizeram asprimeiras iniciativas de implantação dessasinstituições no País. Depois, conhecer quandoe como o Jardim Botânico de São Paulo esteveinserido na história da cidade, as razões quelevaram às mudanças de sede e, em relação aoatual Jardim Botânico, como foi a história de

formação de suas unidades de paisagem.Já na pesquisa histórica sobre o pau-

brasil (ROCHA, 2003, 2004), a escala temporalde pesquisa foi ampliada por várias razões. Aprimeira foi pela própria história do Brasil, desdesua descoberta no último ano do século XV, suainclusão na história ocidental e sua ligação comos povos europeus. Outra razão foi anacionalidade dos documentos históricos quese pretendiam consultar, estando tanto emarquivos e acervos portugueses e brasileiros,que foram consultados, quanto em arquivos deoutros países como Inglaterra, Holanda e França,cujas consultas não foram possíveis, ampliandoas indagações sobre como o pau-brasil estevepresente na história dessas sociedadeseuropéias. Mais uma razão foi a área dedistribuição natural do pau-brasil, que abrangedesde o Estado do Rio de Janeiro até o RioGrande do Norte, tendo-se que buscarinformações sobre o pau-brasil na história deocupação de seus territórios, desde ascapitanias hereditárias do início do PeríodoColonial.

Por vezes é difícil não cair em desviosnessa trajetória temporal e fugir de sua préviadelimitação. Estudando a história dos jardinsbotânicos, muitas vezes houve o interesse empesquisar mais sobre a introdução dedeterminadas plantas nesses jardins, buscarmais informações sobre a história dessasplantas; isso levaria a uma particularidadecientífica que fugiria do foco principal, que era ahistória dos jardins botânicos e não de suascoleções específicas. Porém, tais desvios podemser reavaliados e, se relevantes para apesquisa, ser incorporados na escala temporalanteriormente estabelecida.

Na pesquisa sobre o pau-brasil, teve-setendência de pesquisar sobre os tipos deembarcações que eram utilizados no transportedas toras de pau-brasil nos séculos de seucomércio e tráfico. Conseguiram-se identificarnomes e tipos de um grande número deembarcações que transportavam pau-brasilpara a Europa, principalmente no século XVIII.O aprofundamento nesse sentido levaria a um

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desvio e a uma pesquisa sobre a história navalcolonial brasileira, que não se enquadrava nospressupostos originais da pesquisa.

Assim, deverá haver sempre uma boadose de bom senso para que não se fuja muitoda delimitação original da escala temporaladotada na pesquisa geográfica em curso,controlando-se a sedução que a pesquisahistórica poderá exercer no geógrafo.

III- Arquivos e acervos históricosPara as pesquisas em História, as

consultas às fontes primárias de informaçõeshistóricas constituem uma etapa importante noprocesso investigativo.

Talvez ocorra, na consulta aos arquivose acervos históricos, que a formação acadêmicaem História tenha papel fundamental para obom desempenho da pesquisa. São maiores eespecíficas as exigências de conhecimentos paraa seleção das instituições a serem consultadas,uso de catálogos e guias de documentoshistóricos e entendimento de suas notaçõesbibliográficas, manuseio e preservação dedocumentos fisicamente frágeis, compreensãoda paleografia, dedicação e atenção na buscade detalhes escritos nos documentos e exatidãoao transcrever documentos, entre outrastarefas a serem realizadas.

Para capacitar o geógrafo adesempenhar sua pesquisa histórica a contentoe ultrapassar mais facilmente as dificuldades naexecução dessas tarefas, é imprescindível aorientação e o aconselhamento técnico ecientífico de historiadores, bibliotecários,arquivistas e pesquisadores da área deHistória2.

A seleção das instituições a seremconsultadas está diretamente ligada ao tema aser pesquisado e à escala temporal delimitadapara a pesquisa. Para a pesquisa sobre o JardimBotânico de São Paulo, selecionaram-se asinstituições que estavam ligadas à sua história,que foram o Instituto Butantã, InstitutoBiológico, Museu Paulista e Instituto deBotânica, e aquelas que teriam documentos

relativos à história da cidade e da capitania deSão Paulo, que foram o Arquivo do Estado deSão Paulo, Arquivo Nacional e FundaçãoBiblioteca Nacional.

Sobre o pau-brasil, ampliou-se oespectro de instituições a serem consultadas,incluindo-se também algumas portuguesas,uma vez que a história de extração dessamadeira está ligada à nossa história colonial.Visitaram-se os seguintes acervos e arquivoshistóricos: Biblioteca Geral da Universidade deCoimbra, em Portugal; Biblioteca Municipal deÉvora, em Portugal; Academia das Ciências deLisboa, Arquivo Histórico Ultramarino e Torre doTombo/Instituto dos Arquivos Nacionais, emLisboa (Portugal); Biblioteca Pública Municipal doPorto, na cidade do Porto (Portugal); e, ArquivoNacional e Fundação Biblioteca Nacional, no Riode Janeiro.

A consulta aos catálogos e guias dedocumentos históricos é fundamental na seleçãodos documentos que serão examinados nasinstituições consultadas, para que se diminua aquantidade de documentos a ser examinada.Muitos desses catálogos já estão organizadospor assunto, por período ou por umacombinação de ambos e apresentam índicesremissivos temáticos e onomásticos, que podemauxiliar na localização de documentos deinteresse para a pesquisa em curso. Nessesíndices, é importante procurar todos os arranjosde palavras possíveis que possam se referir aoassunto pesquisado. Por exemplo, para o pau-brasil, procuraram-se também as palavrasmadeira, corante, comércio, tráfico e feitoria,entre outras.

Também é importante, quandoencontrado um documento de interesse parase consultar na íntegra, copiar corretamentesuas notações bibliográficas constantes nocatálogo; são essas notações que possibilitarãoao bibliotecário ou arquivista localizar odocumento no acervo da instituição visitada.

Na pesquisa sobre o pau-brasil,consultaram-se catálogos que viabilizaram aconsulta a mais de 800 documentos históricos:RIVARA (1850), BASTO (1938, 1953), MORAIS

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(1941), CRUZ (1959), MENDES (1960),ACADEMIA (1987, 1990), RAMOS (1988),FARINHA (1990), INSTITUTO (1993, 1995a,b,1997), BOSCHI (1995), BRASIL (2000),MARTINHEIRA (2001), PROJETO RESGATE (2002)e VELOSO (s. d.).

Vale lembrar que, mesmo previamenteselecionados nos catálogos, muitos documentospoderão ser lidos mas não necessariamentecontribuirão com informações pertinentes aotema pesquisado. É um risco que se tem quecorrer para ter certeza que se consultoucorretamente aquele acervo e que se esgotoua maioria das frentes para a referida pesquisa,mesmo que isso implique em algum empregode tempo e de maior esforço de pesquisa.

Uma das maiores dificuldadesenfrentadas na consulta aos documentoshistóricos é a compreensão da paleografia, jáque muitas vezes são documentos manuscritose não impressos e com a caligrafia e a ortografiausuais de suas épocas de produção. O que sepode fazer para auxiliar na compreensão dedocumentos de caligrafias mais difíceis é umglossário com letras ou expressões maisencontradas nos documentos das quais seobteve certeza quanto aos seus significados.Por exemplo, as notações Lix a ou Li8ª emdocumentos dos séculos XVII e XVIIIsignificavam a abreviatura de Lisboa, capital eporto importante de Portugal.

Ressalte-se que, além de a paleografiavariar em função da época de sua produção,também varia muito em relação ao estilo doescrevente ou escrivão que a produziu, podendodificultar a compreensão de alguns documentosde caligrafias mais elaboradas. Na maioria dasvezes, os documentos eram escritos porpessoas que exerciam somente essa função edesenvolviam seu próprio estilo artístico decaligrafia.

A maioria dos documentos históricos dasfontes primárias de consulta é composta dedocumentos manuscritos, cuja tinta pode já terperdido um pouco de sua cor, de pergaminho(os mais antigos) e papel de diversascomposições e gramaturas que, após muitos

anos de arquivamento e sucessivas consultas,podem apresentar diferentes estados deconservação, dependendo das formas em quesão preservados e se já passaram ou não poralgum processo de restauro. Assim, é sempreexigido um grande cuidado no manuseio dessesdocumentos, muitas vezes podendo exigir o usode máscaras, luvas e pinças. Recomenda-se quepessoas suscetíveis a rinites ou processosalérgicos usem máscaras, pois o material podeliberar partículas da própria fragmentação dopapel, fungos e outros corpos alérgenos.

Durante a consulta aos documentos,pode-se não conseguir ler, decifrar outranscrever todo o documento de interessedurante a visita ao acervo ou arquivo. Assim, énecessário saber se e como a instituição poderádisponibilizar uma cópia do documento para seuposterior exame detalhado por parte dopesquisador. Essas instituições podem ter parteou todo o acervo já disponível em microfilmes,consultados ao invés dos próprios documentos,e podem disponibilizar os serviços de cópiaseletrostáticas, fotocópias e digitalização dosdocumentos de interesse. Obviamente, haveráum custo para a realização desses serviços, oque acarretará uma despesa extra aopesquisador, se não previu esse custo nopedido de financiamento de sua pesquisa, sefor o caso. Raramente as instituições permitemo uso de máquina fotográfica do própriopesquisador para reproduzir os documentos.

Caso se tenha um computador portátil,as anotações das informações encontradas nosdocumentos históricos podem ser feitasdiretamente nele, já na formação de um bancode dados do próprio pesquisador, facilitando aorganização e a análise posterior dos dadoscoletados.

Na pesquisa sobre o Jardim Botânico deSão Paulo, pode-se citar, como exemplo deimportante informação encontrada nosdocumentos históricos consultados, a datacorreta da ordem de fundação do primeiro JardimBotânico de São Paulo. A Figura 1 mostra aprimeira página do documento Memoria Relativaao Estabelecimento do Hospital Militar e Jardim

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Botanico desta Cidade, de 14 de janeiro de 1803e pertencente ao acervo da Fundação BibliotecaNacional, que informou que a data da ordem decriação do referido jardim fora 19 de novembrode 1799, eliminando dúvidas a esse respeito,uma vez que autores como MARTINS (1911),TEIXEIRA (1988) e KLIASS (1993) indicavam osanos de 1796 ou 1798 como corretos, já quedesconheciam o referido documento consultado(ROCHA & CAVALHEIRO, 2000b).

Já na pesquisa sobre o pau-brasil,inúmeros documentos encontrados foram

Figura 1 (à esquerda) - Primeirapágina do documento MemoriaRelativa ao Estabelecimento doHospital Militar e Jardim Botanicodesta Cidade, de 14 de janeiro de1803, assinado por AntônioManoel de Mello Castro eMendonça, governador e capitãogeneral da Capitania de SãoPaulo.Fonte: Fundação BibliotecaNacional (Rio de Janeiro).

importantes para a pesquisa, sendo que agrande maioria estava inédita de avaliação,compilação e análise. Um dos mais curiosos é ode 11 de outubro de 1787, com sugestões docapitão-mór da Vila de Goiana, atual cidade domesmo nome no estado de Pernambuco, paraque se fizesse o manejo de árvores de pau-brasil, isso no século XVIII: “os tocos que ficãona terra todos arrebentão, e de doze te vinteannos se tornão os filhos em sufficiente Páo”(Figura 2).

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Figura 2 (abaixo) – Detalhe do documento de 11 de outubro de 1787 que tratava do manejode árvores de pau-brasil.

Fonte: Arquivo Histórico Ultramarino (Lisboa).

Os historiadores já realizaram muitas pesquisas nessas fontes primárias, tendo produzidoobras com documentos históricos comentados e analisados e, muitas vezes, transcritos para aortografia atual, facilitando muito a procura pelo geógrafo das informações históricas da paisagem.

Na pesquisa sobre o pau-brasil, as obras de CÂMARA (1960), TEIXEIRA DA MOTA (1969),STEGAGNO-PICCHIO (1988), ALBUQUERQUE (1989), COUTO (1989), MEYER (1992), TEIXEIRA (1998),BRANDÃO (2000), AMADO & FIGUEIREDO (2001) e SILVA (2001) são exemplos desse fato.

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IV- Relatos de viajantes e naturalistasEssa fonte de informações históricas é

uma das mais importantes para os estudosgeográficos, uma vez que esses relatos sãogeralmente ricos em descrições da cultura, domeio físico e da paisagem, conhecidos epercorridos pelos viajantes. Exemplo disso e deimportância significativa para a Geografia é orelato das viagens de Alexander von Humboldtfeitas ao Novo Mundo a partir do final do séculoXVIII (HUMBOLDT, 1969, 1985).

Pode-se confundir esse tipo de obracom uma obra literária típica, que muitas vezestambém traz informações históricas importantese subsidiárias para a pesquisa geográfica, o quese comentará mais adiante. A maior diferença éque esses relatos, na grande maioria,apresentam-se como diários de viagens e comoregistros de experiências pessoais,descrevendo as impressões de seu autor quantoà vivência que teve, sobre os lugares queconheceu e, muitas vezes, de sua atuaçãoprofissional nessa vivência, evitando o aspectoficcional ou romanceado de uma obra literária.

Porém, isso não significa que os autoresdesses relatos não tenham desenvolvido seusestilos de redação próprios ou suas análisescríticas sobre as vivências descritas. Em algunscasos, essas qualidades presentes no texto éque podem tornar a leitura de um relato deviajante mais interessante do que outro.

São inúmeros os viajantes e naturalistasque contribuíram para o registro da história dapaisagem brasileira desde o século XVI. Porém,deve-se ficar atento para as tendências einfluências políticas, religiosas, militares oupessoais que seus registros podem apresentare procurar entender a conjuntura da época emque foram escritos.

Na pesquisa sobre o Jardim Botânico deSão Paulo, encontraram-se informaçõeshistóricas interessantes nos relatos deviajantes, presentes nas obras de KIDDER(1839), BUENO (1840), PFEIFFER (1880),KOSERITZ (1883), RAFFARD (1890), WRIGHT(1902), MOURA (1943), SOMMER (1953), DANON& TOLEDO (1974) e GARDNER (1975).

Sobre o pau-brasil, o número dessesrelatos consultados e relevantes foi muito maior,justamente pela grande abrangência da escalatemporal, desde o século XVI, e da extensãogeográfica de distribuição da espécie, do Rio deJaneiro até o Rio Grande do Norte. Os principaisviajantes e naturalistas consultados e queapresentaram informações importantes sobreo tema estudado foram: André João Antonil,André Thevet, Ambrósio Fernandes Brandão,Diogo de Campos Moreno, Dionigi Carli daPianceza, Fernão Cardim, Francisco Soares,Gabriel Soares de Sousa, George Marcgraf, HansStaden, Jean de Léry, Pêro de MagalhãesGândavo e Simão de Vasconcelos.

Obtiveram-se as informações históricasnas obras de CARVALHO (1927), CAPISTRANODE ABREU (1928), MARCGRAVE (1942), CANSTATT(1954), STADEN (1974), BRANDÃO (1977),THEVET (1978), CARDIM (1980, 1997), LÉRY(1980), RIBEYROLLES (1980), ANTONIL (1989,2001), GÂNDAVO (1989), PRADO JÚNIOR (1989),SOARES (1989), SOUSA (1989), MEYER (1992),BELLUZZO (1994), VERRI (1994), VIEIRA DEMELLO (1996), TEIXEIRA (1998), GÓES (1999),HERKENHOFF (1999), MORENO (1999),VASCONCELOS (2001) e ZIEBELL (2002).

Em relação a essas fontes deinformações históricas, uma iniciativa singularno Brasil foi a edição da Coleção Reconquista doBrasil , uma parceria entre a Editora daUniversidade de São Paulo (São Paulo) e aEditora Itatiaia (Belo Horizonte), dirigida porMário Guimarães Ferri e iniciada na década de1970. Essa coleção é composta pela reediçãode relatos de mais de vinte viajantes enaturalistas, cujas obras muitas vezes jáestavam esgotadas, facilitando o acesso aosconhecimentos desses autores sobre aspectosflorísticos, faunísticos, geográficos,paisagísticos, geológicos, etnográficos eculturais acumulados durante suas viagens ouestadias no Brasil.

São exemplos de autores dessa coleção:Hans Staden (STADEN, 1974), Auguste de Saint-Hilaire (SAINT-HILAIRE, 1974a,b, 1976), LuísD’Alincourt (D’ALINCOURT, 1975), George

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Gardner (GARDNER, 1975), Alcide D’Orbigny(D’ORBIGNY, 1976), Johann Emanuel Pohl (POHL,1976) e Wilhelm Ludwig von Eschwege(ESCHWEGE, 1979).

V- LiteraturaA produção literária de toda cultura

apresenta aspectos históricos de sua formação,de suas transformações sociais, políticas eeconômicas e descrições de seus aspectosnaturais e culturais de diferentes épocas. Essasobras literárias podem ser objeto de pesquisado geógrafo pesquisador da história dapaisagem.

No caso do Brasil, pesquisando nossasdiferentes paisagens, recomenda-se que osgeógrafos leiam obras de escritores como ÉricoVeríssimo, Euclides da Cunha, Graciliano Ramos,João Guimarães Rosa, Jorge Amado e Raquelde Queiroz, entre muitos outros autores daliteratura nacional. Nas obras de autores comoesses certamente serão encontradas descriçõesdas paisagens que serviram de cenário paraseus enredos e personagens, que poderãocontribuir com informações históricas egeográficas dessas paisagens, relevantes paraa pesquisa em curso.

Uma obra que analisou a ligação entrea Geografia e a Literatura é O mapa e a trama,escrita por Carlos Augusto de FigueiredoMonteiro (MONTEIRO, 2002), comentando aGeografia expressa em obras de GuimarãesRosa, Aluísio de Azevedo, Graciliano Ramos,Machado de Assis, Lima Barreto e Graça Aranha.

É um dos raros momentos na literaturabrasileira em que um geógrafo de expressãonacional e internacional alia seu arsenal científicoà sua vivência intelectual, juntando a Ciência(Geografia) e a Arte (Literatura) em prol deambas.

Outra obra muito interessante,importante para a literatura nacional e queapresenta uma mistura de obra literária e relatode viagem foi escrita por Euclides da Cunha.Terra Sem História (Amazônia), primeira parte dolivro À margem da história (CUNHA, 1999), traz

o registro de sua participação em uma viagemà Amazônia no início do século XX, como chefeda Comissão de Reconhecimento das Nascentesdo rio Purus, apresentando uma descriçãogeográfica e expressiva dessa sua experiênciana região amazônica, dentro de seu estilocaracterístico.

Quando se estudou o Jardim Botânicode São Paulo, encontrou-se num romance doséculo XIX chamado Rosaura, a Enjeitada, deautoria de Bernardo Guimarães, impressõesdesfavoráveis a respeito da paisagem doprimeiro Jardim Botânico, por meio de um deseus personagens: “deixemos esse recantoque não inspira prazer nem melancolia, saudadenem esperança; deixemos esse lago lodoso epútrido, essa mísera aléia de oliveiras que nãodão flor nem fruto, essas palmeiras raquíticas”(GUIMARÃES, s.d.).

Muitos livros têm suas histórias ficcionaisbaseadas em fatos históricos ou desenvolvidasa partir deles. Um exemplo desse fato e que selocalizou na pesquisa sobre o pau-brasil é oromance chamado Pau-brasil (Rouge brésil), doescritor francês Jean-Christophe Rufin (RUFIN,2002). Ganhador do prêmio literário Goncourt2001 , esse livro tem sua história ficcionaloriginada na existência de uma expediçãofrancesa que chegou ao Brasil em meados doséculo XVI com a intenção de fundar uma colôniafrancesa, a France Antarctique, em terras dedomínio português, escolhendo para isso aregião da atual cidade do Rio de Janeiro, cujasmatas naquela época possuíam muitas árvoresde pau-brasil.

VI- IconografiaApesar de o Brasil ter suas imagens

registradas pelas artes plásticas há poucotempo, excetuando-se a produção indígena eem comparação com a produção iconográfica deoutras culturas como a romana, a grega, aegípcia ou as orientais, tem-se um acervorelevante quando se procura nesses registrosiconográficos as imagens referentes à históriada paisagem ou aos aspectos geográficos. Aiconografia presente na cartografia será

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comentada adiante.Inicialmente, deveu-se o registro iconográfico às obras de navegantes e viajantes que

percorreram o Brasil desde o século XVI, muitas vezes ilustrando seus relatos com imagens deíndios, aldeias, animais, plantas e paisagens. São exemplos as xilogravuras das obras do naveganteitaliano Américo Vespúcio sobre suas viagens ao Mundus Novus, do frei André Thevet e do francêsprotestante Jean de Léry sobre suas estadas na France Antarctique e do alemão Hans Stadensobre suas viagens ao Brasil (Figura 3), entre outros.

Figura 3 – Uma das ilustrações do livro que relatou a experiência de Hans Staden como cativode índios brasileiros no século XVI.

Fonte: STADEN (1974).

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Um importante acontecimento para aprodução iconográfica de nossa paisagem foi ainvasão holandesa no nordeste brasileiro noséculo XVII. Durante a existência do BrasilHolandês, o príncipe Maurício de Nassau (JohanMaurits de Nassau-Siegen) trouxe pintores ecientistas para representarem e estudarem aflora, a fauna, os índios e as paisagensbrasileiras, tão exóticas para os padrõeseuropeus. Contribuíram magnificamente paraisso Albert Eckhout, Frans Post, Georg Marcgrafe Willem Piso.

As expedições científicas européias, quevieram ao Brasil a partir do século XVIII paraestudar a natureza que tanto fascinava o VelhoMundo, também foram responsáveis por umaparte significativa da iconografia nacionalimportante para os estudos geográficos. Porém,foi no século XIX que se realizou um maiornúmero de expedições organizadas comoverdadeiramente científicas.

Algumas dessas expedições foram asrealizadas pelos ingleses Joseph Banks, DanielCarl Solander e Sidney Parkinson, componentesda viagem de circunavegação do capitão JamesCook que, entre novembro e dezembro de 1768,exploraram a costa brasileira; pelosportugueses Alexandre Rodrigues Ferreira,Joaquim José Codina, José Joaquim Freire eAgostinho Joaquim do Cabo, que percorreramas capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, MatoGrosso e Cuiabá entre 1783 a 1793; pelopríncipe alemão Maximilian von Wied-Neuwied,acompanhado por Friedrich Sellow e GeorgWilhelm Freyriss, que percorreram o Brasil entre1815 e 1817; pela missão austríaca de 1817 a1825, composta por vários cientistas e artistas,entre eles Johan Sebastian Mikan, JohannEmmanuel Pohl, Thomas Ender, Johann Baptistevon Spix e Carl Friedrich Phillip von Martius; pelobarão russo Georg Heinrich von Langsdorff entre1822 e 1829, que foi acompanhado em suasviagens por Johann Moritz Rugendas, LudwigRiedel e Georg Freyriss, entre outros; e, pelosingleses Henri Walter Bates e Alfred RusselWallace, que viajaram e estudaram a Amazôniadurante anos em meados do século XIX(BELLUZZO, 1994).

As obras de LAU (1969), BELLUZZO(1994), HERKENHOFF (1999) e DIENER & COSTA2002), entre outras, são importantesreferências sobre a iconografia das paisagensbrasileiras.

VII- CartografiaPrincipalmente os mapas produzidos a

partir dos séculos XV e XVI, além derepresentarem as partes do Novo Mundo e daÁsia já descobertas, apresentavam, na maioriadas vezes, registros iconográficos referentes aaspectos imaginários, náuticos, geográficos,mercantis, militares, faunísticos, florísticos eetnográficos. Esses desenhos ou ilustrações sãochamados de iluminuras, cuja definição é:“conjunto de elementos decorativos e dasrepresentações com imagens executadas nummanuscrito para o embelezar” (FERREIRA, s. d.).

Essas iluminuras davam grande valorestético aos mapas e preenchiam vazios derepresentação, uma vez que ainda não existiaminformações geográficas para seremcartografadas em muitas partes dos mapas,principalmente nas regiões interiores doscontinentes representados.

Como os mapas, além de juntaremciência e técnica, também são resultado da arte,sempre refletem tendências artísticas de suaépoca de produção, tais como o barroco e oromantismo, e de seus locais de origem, comseus valores culturais (ADONIAS, 2002). “Osmapas têm fragmentos que merecemobservação demorada, pois os detalhes maisvaliosos desses monumentos culturais escapamao observador apressado, apesar de estaremtodos ali à frente” (MICELLI, 2002).

Assim, as iluminuras presentes nosmapas são alguns desses detalhes a seremmuito bem observados e que podem trazer,também, informações sobre a história dapaisagem, da mesma forma que osconhecimentos cartográficos são “apoiosindispensáveis a qualquer estudo histórico”(GUEDES, 2002), extrapolando sua importânciapara outras ciências que não somente a

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Geografia. “Os mapas antigos são uma dasferramentas mais valiosas que possuímos paracompreender o passado” (CURTIS, 2002).

No caso da pesquisa sobre o pau-brasil,observou-se que essa espécie e outras davegetação brasileira estiveram representadasem diversos mapas. Algumas iluminurasdemarcavam a existência de florestas tropicaismas eram representadas como as florestadastemperadas européias. Em outros mapas, ocorte, transporte, escambo e embarque de torasde pau-brasil foram muito bem representados(Figura 4).

Procuraram-se mapas com essasiluminuras em diversas obras e referências,tanto dentro da produção cartográficaportuguesa como nas espanhola, francesa,italiana, holandesa, inglesa e alemã, todasescolas cartográficas influenciadas pelaprimeira, principalmente nos séculos XVI e XVII.

As obras de CORTESÃO & TEIXEIRA DAMOTA (1960a,b, 1987), MAPA (1993), BELLUZZO(1994), TESOUROS (1997) e O TESOURO (2002)são fundamentais para pesquisar a iconografiaexpressa pela cartografia.

Figura 4 – Mapa xilogravado Brasil (original: 26,3 x 36,4cm) de Giácomo Gastaldi, de 1550, publicadona obra Raccolta di Navegationi et Viaggi de Giovanni Battista Ramusio.Fontes: Fundação Biblioteca Nacional (Rio de janeiro) e O TESOURO (2002).

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8. Considerações finaisRegistrou-se aqui um pouco da

experiência na busca de informações históricaspara ampliar o entendimento geográfico dapaisagem. Creio que esse relato poderáincentivar o geógrafo a se aventurar um poucomais nas searas históricas.

Inspirou-se no relato do Prof. Dr. CarlosAugusto de Figueiredo Monteiro sobre sua

Notas

1 Agradecimentos à Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo (Fapesp), pelofinanciamento quase que completo das pesquisasrealizadas sobre o Jardim Botânico de São Paulo(Auxílio a Pesquisa, Proc. n. 1997/7396-2); e,spbre a história, a distribuição geográfica e aconservação do pau-brasil (Projeto Temático Pau-brasil, Proc. n. 2000/6422-4).

trajetória de geógrafo (MONTEIRO, 2000), tipode contribuição ainda muito raro mas de grandeimportância para a história da GeografiaBrasileira.

Dessa forma, procurou-se registrar osbastidores da trajetória de um pesquisadorcaminhando pelo mundo da Geografia à procurade algumas histórias.

2 Agradecimentos aos bibliotecários e arquivistas detodas as instituições, bibliotecas, acervos earquivos portugueses e brasileiros visitados, pelaatenção e ajuda imprescindível; e, também, àProfa. Dra. Heloísa Liberalli Bellotto (Pós-graduação em História/FFLCH/USP).

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Trabalho enviado em fevereiro de 2005.

Trabalho aceito em março de 2005.

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