51
Formação Pedagógica Inicial de Formadores Módulo 5. Recursos Didáticos e Multimédia Sub-Módulo 5.1 EXPLORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS

Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

  • Upload
    lehuong

  • View
    219

  • Download
    4

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica Inicial de Formadores

Módulo 5. Recursos Didáticos e Multimédia

Sub-Módulo 5.1 – EXPLORAÇÃO DE RECURSOS

DIDÁTICOS

Page 2: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

2

EXPLORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS

Page 3: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

3

Índice

Competências a adquirir 4

Conteúdos Programáticos 4

Público-Alvo 4

Benefícios de Utilização 5

Condições de Utilização 5

Introdução 6

1. Recursos Didáticos 7

2. Seleção dos Recursos Didáticos 9

3. Classificação dos Recursos Didáticos 10

4. Recursos Visuais 12

5. Recursos Auditivos 22

6. Recursos Audiovisuais 23

7. Outros Recursos 35

8. Gestão do Espaço de Formação/Cenários Pedagógicos 39

9. Condições da Sala de Formação 46

Conclusão Final 48

Bibliografia 49

Anexos 50

Page 4: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

4

Competências a Adquirir

No final deste sub-módulo de formação, deverá ficar apto a:

Selecionar os recursos mais adequados ao contexto de formação;

Identificar as regras de utilização dos principais recursos didáticos, as suas vantagens e

limitações;

Selecionar, conceber e adequar os meios pedagógico-didáticos em função da estratégia

pedagógica adotada;

Adaptar o cenário/sala de formação aos objetivos pretendidos.

Conteúdos Programáticos

Definição de “Recurso Didático”;

Classificação dos Recursos Didáticos (Visuais, Auditivos, Audiovisuais, outros recursos);

Fatores a considerar na seleção dos Recursos Didáticos;

Vantagens e desvantagens dos Recursos Didáticos;

Cuidados a ter na utilização dos recursos didáticos;

Gestão do espaço de formação (disposição da sala);

Condições da sala de formação.

Público-Alvo

Este manual destina-se a candidatos a formadores, formadores, gestores de formação, e outros

profissionais que por inerência das suas funções tenham necessidade de adquirir ou desenvolver

competências nesta área da formação.

Page 5: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

5

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

´

Benefícios de Utilização

Considerando que os recursos didáticos se constituem como ótimos auxiliares de apoio ao formador,

não só por facilitarem a transmissão dos conteúdos, como também por permitirem uma melhor

interiorização da mensagem, cumpre a quem os utiliza, saber utilizá-los da forma mais correta em

contexto de formação.

Ao longo deste manual, procuramos indicar-lhe os recursos mais visados na formação, as vantagens

e desvantagens de cada um, bem como as regras de exploração de cada um deles, por forma a tirar

maior partido de cada recurso e a adaptá-lo a cada estratégia pedagógica.

Estamos certos de que, com as dicas que lhe deixamos ao longo deste manual, poderá selecionar os

recursos mais adequados a cada tema/objetivo e usufruir eficazmente de cada recurso.

Condições de Utilização

Este manual destina-se quer a formação presencial quer a formação desenvolvida num modelo de

formação mista que concilia módulos presenciais com módulos em bLearning.

Na segunda modalidade este recurso encontra-se disponível em plataforma de eLearning,

possibilitando que o participante tenha um fácil acesso aos conteúdos, e que faça uma gestão da sua

aprendizagem de acordo com as suas disponibilidades e necessidades. Poderá ser consultado em

tempo real ou guardado em formato digital para utilização posterior.

Page 6: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

6

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Introdução

Neste submódulo são apresentados os recursos mais comuns e que nem sempre são bem

explorados em formação, bem como as principais regras de utilização e exploração pedagógicas a

eles associadas. É também feita uma leve referência a alguma tecnologia de ponta menos usual.

Embora alguns dos recursos apresentados se encontrem em desuso, não podemos esquecer que em

contexto formativo nem sempre dispomos da última tecnologia, daí que tenhamos que nos adaptar

aos recursos existentes e utilizá-los da melhor forma possível.

Por fim, identificam-se outros recursos que podem ser utilizados no contexto formativo, bem como

diferentes formas de disposição e cenários que pode atribuir à sala de formação.

As dicas que apresentamos são apenas alguns conselhos, para uma correta utilização dos recursos

didáticos em formação. Contudo, há exceções à regra, que dependem muitas das vezes do próprio

espaço de que se dispõe para dar formação e dos recursos existentes. Nessas situações, cabe-lhe a

si, enquanto formador, adotar as estratégias que lhe parecem mais adequadas para a utilização dos

recursos sem comprometer a aprendizagem dos formandos.

Page 7: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

7

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

1. Recursos Didáticos

Entende-se por recurso didático todo o equipamento ou material que auxilia e facilita o processo de

aprendizagem. Outro termo também corrente na Formação Profissional é o de auxiliar/suporte

pedagógico.

Alguns autores utilizam a designação de meios audiovisuais. Contudo, esta terminologia pode induzir

em erro, uma vez que tomada à letra abrange apenas as formas de comunicação ou transmissão de

informação que façam apelo ao sentido da audição e da visão ou a ambos, excluindo todos em que

intervêm outros sentidos. Qualquer recurso utilizado na formação deve ter como características ser:

Adequado Conciso

Simples Necessário

Atrativo Manejável

A RETER

Vantagens dos

Recursos Didáticos

Limites dos

Recursos Didáticos

Suscitam maior interesse e atenção;

Objetivam o conteúdo das palavras;

Facilitam a compreensão e a troca de ideias/discussão;

Facilitam a retenção na memória;

Ajudam a concretizar e a consolidar os conhecimentos;

Diminuem o tempo de formação;

Superam limitações físicas ou de segurança.

Reduzem o papel do formador;

Podem dificultar o diálogo;

Podem despersonalizar a mensagem;

Não deixam espaço à imaginação.

Page 8: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

8

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

1.1 PREPARAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS

Na preparação dos recursos/auxiliares deve assegurar-se, à partida, que correspondem aos

objetivos que foram definidos para a sessão, e que:

Ajudem os formandos a aprender;

Ajudem a explicação do formador;

Sejam adequados e estejam relacionados com a sessão;

Sejam simples e contenham a informação essencial;

Constituam um complemento e não uma substituição do papel

do formador.

Page 9: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

9

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

1.2. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS

Na utilização é essencial uma familiarização com o equipamento ou material, sendo aconselhável a

sua experimentação prévia.

Recorrer a diversos recursos (ex: quadro branco, apresentações, filmes, etc.) pode ser uma estratégia

para manter o interesse dos formandos, mas a sua utilização deve ser feita no momento oportuno,

realizada com moderação e acessível a todos.

Ao utilizar os recursos didáticos o formador não se deve esconder atrás dos equipamentos, para que

estes não constituam um obstáculo à comunicação.

2. Seleção dos Recursos Didáticos

Apesar das reconhecidas vantagens dos auxiliares pedagógicos, o seu uso deve obedecer a uma

escolha criteriosa.

As Sessões de Formação não se devem transformar em "Feiras de audiovisuais".

Para cada situação certos meios são mais apropriados do que outros, mas é preciso ter presente

quenão há “eleitos” e que não existem recursos didáticos universais.

A RETER

Na seleção dos recursos devem ser analisados e ponderados fatores como:

Os objetivos da Formação;

Os destinatários;

O conteúdo;

As condicionantes materiais;

As condicionantes de espaço;

O tempo disponível e o horário da sessão;

A relação custo / benefício.

Page 10: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

10

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

3. Classificação dos Recursos Didáticos

Os recursos didáticos têm a grande virtude de apelarem aos vários sentidos. Este facto rentabiliza a

capacidade dos formandos e facilita a sua aprendizagem.

É habitual que no nosso processo de aprendizagem se privilegie mais um sentido relativamente aos

restantes (Visual, Auditivo, Cinestésico). Estudos realizados para saber a percentagem de informação

retida no processo de aprendizagem sugerem que retemos aproximadamente:

10% do que lemos;

20% do que ouvimos;

20% do que vemos;

50% do que vemos e ouvimos simultaneamente;

80% do que dizemos;

90% do que dizemos enquanto fazemos

algo em que refletimos e participamos

pessoalmente.

Page 11: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

11

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

A RETER

São os seguintes os recursos didáticos mais frequentemente usados na formação:

Recursos Visuais:

- Não Projetáveis:

- Quadros

- Modelos e Maquetas

- Documentos Gráficos

- Recursos do Meio Ambiente

- Projetáveis:

- Retroprojetor

Recursos Auditivos:

- Rádio

- Leitor de CD

- Gravador

- Leitor de MP3

Recursos Audiovisuais:

- Filmes Pedagógicos (VHS, CD, DVD)

- TV e Vídeo

- Câmara de Vídeo

- Multimédia

- Outros

Page 12: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

12

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

4. Recursos Visuais

Os recursos visuais dividem-se em não Projetáveis (de observação direta, sem recurso a aparelhos

óticos ou eletrónicos) e Projetáveis (projeção da imagem num ecrã).

4.1. RECURSOS VISUAIS NÃO PROJETÁVEIS

Esta categoria engloba um extenso conjunto de meios e de recursos, sendo os mais importantes:

Quadros – constituem-se como um dos auxiliares mais usados pelo formador.

Modelos e Maquetas – em formação a melhor situação é mostrar o objeto real, mas sempre que

o tamanho é muito grande (ex: avião) ou muito pequeno (ex: célula), ou o objeto é muito

complexo (ex: motor de explosão) ou perigoso (ex: armas), as maquetas e os modelos (com

indicação da escala para não induzir em erro) são o recurso ideal.

Documentos Gráficos – como organogramas, diagramas, esquemas, gráficos, fotografias,

desenhos, cartazes, livros, manuais, fotocópias, etc. Estes completam de forma simples e

prática a informação apresentada e apelam a técnicas variadas como: letra, a utilização da cor,

o desenho, o recorte, a colagem e a fotografia. Têm ainda a vantagem de implicarem um baixo

custo, serem de fácil adaptação aos conteúdos, transporte, utilização e preparação.

Recursos do Meio Ambiente – como museus, bibliotecas, empresas, instalações fabris, feiras,

exposições, a própria natureza ou outros recursos que permitam ligar as aprendizagens às

realidades concretas.

Deste vasto conjunto, os mais usuais em formação são os QUADROS. Existem diferentes tipos de

quadros:

Quadro preto (ardósia), em desuso;

Quadro verde (sintético);

Quadro branco ou cerâmico;

Quadro de papel, quadro de conferência ou flipchart;

Quadro magnético;

Quadro de afixação (cortiça).

Page 13: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

13

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Os mais utilizados são o quadro branco/magnético e o quadro de papel, também designado por

flipchart. No quadro branco normalmente regista-se a informação geral e no quadro de papel a

informação síntese.

Apesar da sua extrema simplicidade, existe um conjunto de regras de utilização do quadro que, a não

serem seguidas pelo formador, podem pôr em risco a própria eficácia da Formação. O formador, na

utilização do quadro, deve considerar que:

UMA APRESENTAÇÃO DEVE SER:

- Limpa - Organizada

- Agradável

Fig. 1: Quadro branco

Para isso, torna-se necessário, em primeiro lugar, proceder a um planeamento que seja o ponto de

partida do assunto a tratar. Existem temas que, por si só, podem dispensar a utilização de auxiliares

pedagógicos e outros onde se torna necessária a associação a um meio audiovisual.

Aspetos a considerar na utilização do quadro:

O tipo de mensagem a inscrever: desenhos, gráficos, frases;

A durabilidade da mensagem;

A utilização durante toda a sessão, ou apenas numa parte;

A quantidade de participação dos Formandos (aspeto que condiciona o espaço de

ocupação do quadro e que é difícil de prever).

Ao escrever no quadro, o Formador deve ter em atenção que existem alguns fatores que

influenciam a atenção e o nível de aprendizagem dos formandos. São eles:

o tamanho da letra, deve ser de forma a que seja legível pelo participante mais distante. A

distância entre as letras também é importante;

o estilo de letra, deve ser simples, sem grandes "floreados";

Page 14: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

14

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

o tipo de letra, as frases não devem ser escritas em maiúsculas, porque o tamanho idêntico

de todas as letras prejudica a legibilidade, situação que não acontece com as minúsculas;

a espessura, deve ser proporcional à altura dos caracteres;

A disposição da informação em linhas horizontais e regulares;

o espaçamento, entre letras e palavras;

a repetição oral do que se escreve, de modo a tornar mais fácil a compreensão e fixação

dos conceitos, por parte dos formandos;

A utilização de diferentes cores, como fator facilitador da atenção e aprendizagem. A

utilização de diferentes cores permite ao formador dar uma maior ênfase a determinados

temas, criar relações entre ideias, enfim, tornar mais rica e agradável a sua apresentação;

não estar de costas para o grupo, mas ligeiramente de lado, para que o contacto visual

com os formandos se possa manter e para que seja mais fácil a projeção da sua voz;

não "escrevinhar", ao redor do quadro, frases ou palavras que pela sua importância não

devem ficar "escondidas" entre outras mensagens;

apagar o quadro, a menos que se necessite de voltar a abordar o assunto.

Como é evidente, esta última situação não se aplica ao quadro de papel. No entanto, e com as

devidas adaptações, diremos que é aconselhável mudar de folha, sempre que o tema ou o assunto a

abordar seja diferente do anterior.

O Quadro Branco

O quadro branco serve

essencialmente para registar

informações importantes que

vão sendo abordadas ao

longo das sessões.

Fig. 2: Quadro fixo e Quadro giratório

Page 15: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

15

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Para além do quadro fixo, pode ainda ser utilizado o quadro giratório que reúne outras vantagens, tais

como: possuir dois espaços para escrever, conter um ângulo de rotação de 360º que permite fixá-lo

na posição desejada, e poder ser deslocado de um espaço para outro.

No quadro branco deve escrever-se com marcadores não permanentes. Se por lapso se utilizarem

marcadores permanentes (para quadro de papel) deve utilizar-se um pano branco limpo ou um

algodão embebido em álcool e limpar em movimentos não circulares. Nunca embeber o apagador em

álcool pois o efeito é ainda pior.

Para além da escrita direta o quadro branco tem ainda como funções:

Servir de quadro magnético;

Servir de ecrã de projeção, tendo cuidado com o eixo de projeção

(encadeamento); Permitir o preenchimento de grelhas, legendas ou esquemas

projetados.

Vantagens

Desvantagens

Baixo custo de aquisição;

Facilidade de utilização;

Utilização de cores;

Elevada durabilidade;

Polivalência: escrita, ecrã, quadro magnético;

Versatilidade.

Posição tendencial do utilizador (de costas);

Legibilidade limitada com traço fino;

Canetas específicas;

Informação não reutilizável (apagando a informação, esta desaparece). Contudo, através de um processo eletrónico podem reproduzir-se cópias em papel da informação escrita no quadro.

~

Flipchart

Montado num cavalete que pode ser regulado

em altura e inclinação, a parte superior do

quadro tem uma barra de suporte e fixação do

conjunto de folhas.

Fig. 3: Utilização do Flipchart

Page 16: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

16

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

A principal função é o registo da informação síntese, para que a qualquer momento se possam

relembrar as ideias-chave. Pode ter ainda como funções:

Servir de ecrã de projeção;

Substituir o quadro magnético, recorrendo a fita-cola.

Vantagens

Desvantagens

Fácil utilização;

Baixo custo de aquisição;

Preparação prévia (a informação pode já estar pronta ou com um rascunho a lápis);

Conservação e utilização posterior;

Utilização de cores;

Diversos materiais de escrita (lápis de cera, lápis de cor, carvão);

Posição do utilizador (de lado).

Área de escrita muito limitada;

Carácter permanente da informação (o que implica que qualquer emenda provoque rasuras).

4.2. RECURSOS VISUAIS PROJETÁVEIS (MEIOS E RECURSOS)

O Retroprojetor

O retroprojetor é um aparelho que permite a projeção a curta

distância de documentos transparentes, produzindo uma boa imagem.

O seu uso em ações de formação tornou-se bastante popular, sendo,

até há pouco tempo, um dos equipamentos base presentes numa sala

de formação. Atualmente, devido à preferência por meios

audiovisuais, este equipamento já não é tão utilizado. No entanto, se

preferir a sua utilização, pode recorrer a retroprojetores portáteis,

extremamente leves e compactos, que se transportam numa pasta de

reduzidas dimensões. Fig. 4: Retroprojetor portátil

Os procedimentos para garantir um visionamento em boas condições são os seguintes:

Ligue a ficha de alimentação elétrica à tomada;

Coloque o acetato no porta-documentos;

Acione o interruptor de funcionamento, o que fará acender a lâmpada. Caso isso não

aconteça é possível que a mesma esteja fundida. Deve então substitui-la por uma nova

Page 17: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

17

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

sem tocar diretamente na mesma (utilize um lenço ou um pano), abrindo o retroprojetor.

Tenha cuidado para que o vidro do porta-documentos não se descole e se parta por

acidente;

Regule o tamanho e a posição da imagem, aproximando ou afastando o retroprojetor do

ecrã de projeção e elevando ou baixando o espelho de orientação;

Foque a imagem rodando o manípulo de focagem (geralmente próximo do espelho).

Cuidados a ter

Apesar do retroprojetor ser um auxiliar pedagógico simples e de fácil manuseamento,

existem muitos formadores que mantêm um "relacionamento" difícil com ele.

Assim, indicamos-lhe alguns princípios que podem facilitar esse "relacionamento":

1. O formador deve estar sempre numa posição frontal em relação ao grupo, de modo a não

perder o contacto visual com os formandos;

2. O retroprojetor deve estar à direita do formador;

3. Deve evitar a leitura exaustiva do acetato mas, se tiver que o ler, não o deve fazer no ecrã

de projeção, mas sim diretamente no acetato;

4. Caso necessite de apontar alguma informação relevante, poderá com o auxílio de uma

caneta apontar diretamente no acetato, não deve apontar na tela de projeção;

5. Deve evitar qualquer tipo de movimento na frente da luz de projeção, já que com isso

criará sombras no ecrã;

6. Quando o tema a expor tiver vários pontos-chave, não deve apresentar o acetato na sua

totalidade, podendo utilizar uma "Máscara" progressiva ou seletiva, que permite que os

conteúdos vão sendo “descobertos”;

7. O retroprojetor só deve ser ligado após ter sido aberto o espelho e colocado na superfície

de projeção o acetato a apresentar;

8. Seja imaginativo, sirva-se de desenhos, esquemas, caricaturas, ou elabore exercícios que

tenham posteriormente que ser completados pelos participantes;

9. Evite a luz branca, e não deixe o aparelho ligado em permanência. Desligue-o para trocar

de transparência ou para solicitar a intervenção dos participantes;

10. Por último, não desligue o retroprojetor da corrente antes da ventoinha/turbina de

arrefecimento parar.

Se usar algo para apontar, pouse-o quando já não precisar dele. Antes do início de cada sessão e de

acordo com o Plano de Sessão, o formador deverá ordenar os acetatos seguindo a sequência

prevista para a sua apresentação. Os acetatos devem ser utilizados apenas se servirem para apoiar,

Page 18: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

18

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

ilustrar e sistematizar os temas expostos. Para além disso, não devem ser utilizados em excesso e

devem conter apenas a informação necessária, ou tópicos de leitura que servirão de base à

apresentação do formador. O acetato não substitui o formador, ele é apenas um mero auxiliar para a

sua exposição.

Vantagens

Desvantagens

Baixo custo;

Utilização de cores;

Economia de tempo (escrita prévia à sessão);

Durabilidade do documento;

Reutilização dos documentos;

Escrita direta;

Revelação progressiva da informação;

Utilização combinada com outros meios, ex. quadro branco;

Não há obscurecimento da sala.

Ruído durante o funcionamento;

Exige preparação prévia.

O Acetato

Os suportes de informação destinados à retroprojeção são conhecidos, na linguagem corrente, como

acetatos ou transparências.

Embora quase em desuso, este suporte é muitas vezes utilizado como um recurso de emergência, ou

um recurso alternativo.

A construção de um Acetato pode seguir 3 vias:

Produção Direta - elaborado manualmente pelo formador, com canetas apropriadas ou outros

materiais;

Produção Indireta - obtém-se através da fotocopiadora ou da impressora a partir do computador;

Produção Mista - envolve ambas as produções anteriores.

Existem acetatos específicos para serem utilizados em fotocopiadoras (lisos) e em impressoras

(rugosos, se forem para impressoras a jato de tinta, ou lisos para impressoras a laser).

Page 19: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

19

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

A não utilização de acetatos adequados à produção indireta, põe em risco a operacionalidade dos

equipamentos (o acetato derrete no interior das fotocopiadoras), ou produz resultados desastrosos (a

não aderência da tinta, nas impressoras).

É fundamental que o acetato

contenha um conjunto de

características:

- Legibilidade - Clareza

- Simplicidade

Fig. 5: Características que um acetato deverá conter.

Para que isto aconteça, deverá realizar sempre um trabalho de planeamento, no qual serão

ponderados os seguintes aspetos:

1. Que assuntos vou abordar?

2. Que desenhos, ilustrações ou outros materiais vou utilizar?

3. Que tipos de letra e cores vou selecionar?

4. Que sequência vou dar aos acetatos que criei?

Regras de elaboração de um acetato (regras também aplicáveis à elaboração de

diapositivos em PowerPoint)

Um título;

Um assunto por acetato;

Não colocar demasiada informação e texto;

Três ideias-chave no máximo;

Se o conteúdo for muito complexo é preferível dividi-lo por vários acetatos;

Não deve escrever mais de 7 linhas por acetato. Cada linha não deve conter

mais de 7 palavras;

Uso de quatro cores, no máximo;

Letras legíveis;

O tamanho das letras é importante assim como a distância entre elas;

Palavras sempre completas.

Page 20: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

20

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Poderá ainda conciliar diferentes cores de forma a obter efeitos de:

SUAVIDADE E HARMONIA, quando se utilizam cores análogas, isto é, as que têm em comum uma

cor base, variando a sua proporção.

Exemplo: amarelo, laranja, verde.

EFEITOS DE CONTRASTE E DE CHAMADA DE ATENÇÃO, quando se utilizam cores

complementares – cores opostas.

Exemplo: laranja, azul.

EFEITOS DE SUAVIDADE E MONOTONIA, quando se utiliza uma variação de intensidade de uma

mesma cor.

Exemplo: vermelho, vermelho escuro, etc.

As Telas

Os recursos visuais projetáveis necessitam de telas,

que permitem que a imagem projetada do aparelho

seja refletida na sua superfície.

Relativamente à posição da tela na sala de formação deve ter

presente as seguintes regras:

O ângulo entre o eixo de projeção e a tela deverá ser de

aproximadamente, 90º para evitar distorções geométricas na imagem (Fig. 7);

O eixo de projeção da imagem deve coincidir com o centro da tela;

Page 21: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

21

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

O retroprojetor e a tela não constituem as "peças" mais importantes da sala de formação, devendo por

isso ocupar um lugar discreto na sala, de modo a permitir uma fácil movimentação quer do formador

quer do grupo;

Igualmente, aquando da sua instalação na sala, deverá assegurar-se de que todos os elementos

do grupo ficarão em posição de observar a imagem na tela, sem obstáculos e sem esforços;

A superfície da tela deve estar sempre bem esticada; No fim da projeção deve enrolar-se a tela de forma a proteger a superfície de potenciais danos e

sujidade.

Quanto à distância, o formador deverá ter presente o seguinte princípio:

Quanto maior for a distância entre o aparelho e a tela, maior a imagem projetada. Adquire-se assim

maior visibilidade embora se possa perder a nitidez da imagem. Se for o caso – a perda de nitidez –

poder-se-á sempre proceder à focagem das imagens através do manípulo localizado no braço do

retroprojetor.

Fig. 7: Posição do retroprojetor relativamente à tela

Fig. 8: Posição correta do retroprojetor em relação a uma tela inclinada

Fig. 9: Posição incorreta do retroprojetor Relativamente à tela vertical

Page 22: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

22

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

5. Recursos Auditivos

Os recursos auditivos englobam todos os meios que utilizam unicamente o som como veículo para

transmissão da informação.

Há milhares de anos que o Homem transmite os seus conhecimentos através de um meio sonoro - a

voz humana. Para além disso, os recursos auditivos apresentam a vantagem de estarem muito

vulgarizados visto uma grande percentagem da população possuir rádio, gravador e sistemas de alta-

fidelidade.

Os documentos auditivos utilizáveis como recursos didáticos vão desde a música, entrevistas,

discursos de figuras públicas, “livros falados”, até às gravações resultantes de situações de formação

(ex: role-play).

Os vários documentos auditivos podem ser trabalhados pelos seguintes meios:

Rádio

Gravador

Leitor de CD

Leitor de MP3

O rádio e o gravador podem revelar-se de excelente

utilidade em situações de formação na área do

Atendimento Telefónico ou de aprendizagem de

Línguas Estrangeiras, podendo treinar aspetos como

a dicção, a respiração, a construção das frases ou o

tom de voz.

Fig. 10: Gravador

Com efeito a gravação das vozes dos formandos e a sua posterior audição, permite uma análise

crítica – individual ou coletiva – a diversos níveis, nomeadamente, dicção, entoação e/ou correção de

palavras.

Também o leitor de CD e o leitor de MP3

apresentam grandes vantagens como a qualidade

do registo sonoro, o acesso instantâneo às faixas,

facilidade e comodidade de operação devido à sua

pequena dimensão, durabilidade, possibilidade de

fazer cópias sem perda de qualidade e

compatibilidade informática.

Fig. 11: Leitor MP3

Page 23: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

23

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Ligando este equipamento a um computador com colunas poderá enriquecer a formação com

músicas selecionadas por si tendo em conta a prossecução dos objetivos da mesma.

6. Recursos Audiovisuais

Os recursos audiovisuais, tal como o nome indica, são aqueles que associam a imagem (animada ou

não) ao som. Os principais recursos audiovisuais são:

O Filme Pedagógico

A Televisão/Vídeo/Leitor de DVD

A Câmara de Vídeo

Os Multimédia

Na utilização dos filmes e vídeos deve haver:

Uma seleção criteriosa do suporte;

Um visionamento prévio, para se familiarizar com o assunto e assegurar que os comentários

a fazer se aplicam à imagem;

Uma apresentação do suporte aos formandos, explicando-lhes o que vão ver;

Identificação dos pontos principais, devendo o formador começar por colocar as questões que

preparou anteriormente.

6.1. O FILME PEDAGÓGICO

Os filmes pedagógicos constituem-se como ótimos recursos para dinamizar as sessões de formação.

No entanto, a exploração de um filme requer por parte do formador uma preparação prévia, uma vez

que a sua exploração obedece a regras pedagógicas específicas.

Assim, na exploração pedagógica de um filme deverão ser tidos em conta os seguintes fatores:

A. A sua Duração;

B. O seu Conteúdo/Estrutura;

C. O seu Enquadramento/Função na ação.

Page 24: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

24

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

A. Duração Habitualmente o tempo médio de duração de um filme pedagógico oscila entre 15 e 30 minutos.

No caso dos filmes de maior duração é aconselhável a divisão da sua apresentação em "partes" de

conteúdo independente, de forma a permitir uma integração e assimilação progressiva dos

conhecimentos, por parte dos formandos. Ao optar por essa segmentação, torna-se possível

promover exercícios ou reflexões sobre os conteúdos abordados e, eventualmente, propor a revisão

de algumas das imagens mais importantes do filme.

Em filmes de curta duração, torna-se aconselhável o visionamento por inteiro, aparecendo o momento

da reflexão e realização de exercícios apenas no seu final. Nestes casos é também possível ao

formador explorar pedagogicamente o filme através de um novo visionamento, procurando então

chamar a atenção, por exemplo através da função "Pausa", para os aspetos mais importantes do seu

conteúdo.

B. Conteúdo/Estrutura

O conteúdo de um filme pode diferenciar-se, para além do tema específico que versa, pela forma de

abordagem que o mesmo promove.

Assim, um filme pode ser estruturado segundo uma forma predominantemente reflexiva, isto é,

colocando ao longo do seu visionamento questões diversas, questões essas que podem, por

exemplo, ser aproveitadas pelo formador para fazer paragens e para propor um debate ou uma

reflexão aos formandos.

Se por outro lado a estrutura do filme for predominantemente descritiva e sequencial em termos de

apresentação de conceitos, torna-se difícil a sua separação em diferentes módulos, devendo então

optar-se pelo seu visionamento integral.

A título de exemplo, deixamos-lhe em anexo uma proposta de exploração do filme “Assertividade”, e

uma sugestão do modo como poderia dinamizá-lo numa sessão de formação.

C. Enquadramento/Função

Ao elaborar o seu plano de sessão vai prever a utilização dos diferentes meios audiovisuais e outros

instrumentos pedagógicos que lhe permitam atingir os objetivos que previamente definiu.

A par dessa escolha, deve ponderar igualmente os momentos apropriados à intervenção desses

mesmos meios.

Page 25: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

25

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Assim, a apresentação de um filme pode ser feita nos seguintes momentos:

MOMENTO

DA SESSÃO

OBJETIVO

INÍCIO

Terá como objetivo principal a sensibilização dos formandos para o tema a

tratar.

DECURSO

Já a sua utilização no decurso da ação, poderá servir para outros objetivos,

nomeadamente:

Apresentação dos principais conceitos;

Suporte de análise de casos, tendo em vista a discussão e reflexão dos

formandos.

FIM

Se se pretender sintetizar e apresentar as conclusões relativas aos temas e

conceitos abordados, a apresentação do filme deverá surgir no final da ação.

Como vantagens e desvantagens dos filmes pedagógicos, indicamos:

Vantagens

Desvantagens

Qualidade da imagem e do som;

Reprodução do movimento;

Durabilidade. Quando corretamente acondicionados podem durar dezenas de anos;

Reparação fácil do suporte, por colagem (para o formato VHS).

Elevado custo de produção;

Custo elevado do equipamento de filmagem; Exige conhecimentos específicos;

Exige preparação prévia;

Não permite atualizações de conteúdo, sem o recurso a software especializado.

Page 26: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

26

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

6.2. A TELEVISÃO, O VÍDEO E O LEITOR DE DVD

A utilização da televisão e do vídeo em ações de formação é bastante frequente, seja através da

apresentação de filmes pedagógicos, seja através do visionamento de situações de aprendizagem

como, por exemplo, autoscopias, estudos de caso e role-play.

Na verdade, estes recursos audiovisuais permitem não só uma exploração pedagógica dos conteúdos

dos filmes, como também a reprodução instantânea do trabalho previamente realizado (por exemplo,

em situações de filmagens). Os filmes em VHS, apesar de estarem a ser absorvidos pelos DVD,

ainda têm alguma representatividade, em virtude de muitos dos suportes formativos de referência se

encontrarem ainda neste formato. A tendência presente e futura já não comporta a produção e

comercialização de filmes em formato analógico, devido às mais valias introduzidas pelos DVD. Mas,

enquanto não for realizada na íntegra a conversão das obras de referência produzidas no passado, de

VHS para DVD, continuarão a ter alguma utilização na formação, embora sem predominância a

médio/longo prazo.

Fig. 12 Vídeo e Televisão

Quanto ao leitor de DVD, e tendo em conta a

transição inexorável que se está a verificar do

formato VHS para o formato digital, apresenta-

se como o grande herdeiro do vídeo.

Fig. 13: Leitor de DVD

Em qualquer dos casos, a utilização deste tipo de equipamentos requer alguns conhecimentos

técnicos por parte do formador.

Ao nível dos cuidados técnicos a ter antes do início de cada sessão, destaca-se:

Verificação do funcionamento do equipamento;

Sintonização da televisão no canal adequado (vídeo ou leitor de DVD);

Controlo da distância entre a televisão e os formandos;

Controlo do volume de som;

O cuidado para não haver reflexos de luz ou outras interferências no ecrã do aparelho.

Page 27: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

27

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

6.3. A CÂMARA DE VÍDEO

A utilização da câmara de vídeo em sessões

de formação surge, nomeadamente, associada

à filmagem de situações de role-play,

simulações e/ou autoscopias.

Durante a filmagem deve: Fig. 14: Câmara de filmar

Procurar fixar as expressões e gestos dos formandos que,

pela sua correção ou incorreção, possam ser aproveitadas

pedagogicamente, na altura do seu visionamento;

Evitar qualquer fonte de encandeamento (nunca se deve

posicionar em frente a uma fonte de luz, mas procurar um

ângulo de 30 a 45 graus);

Colocar-se num espaço que tenha boa visibilidade e que ao

mesmo tempo não interfira na visibilidade do grupo de

formandos;

Recorrer sempre que possível a um tripé, para fixar a

câmara (melhora a qualidade das filmagens e alivia o

esforço do formador);

Fig. 15: Tripé Manter uma presença discreta para que a utilização

deste equipamento não seja alvo de

atenção/preocupação excessiva.

Page 28: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

28

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

As vantagens deste recurso audiovisual são já reconhecidas a nível global, sobretudo ao nível de

ações de formação na área comportamental, nomeadamente:

Autoscopias

Liderança

Técnicas de Vendas

Atendimento ao Público

Técnicas de Negociação

etc.

6.4. OS MULTIMÉDIA

Os recursos multimédia, hoje em dia, são indispensáveis para um trabalho rápido, atual e de

qualidade. Apresentam vantagens para a formação como, por exemplo, a motivação que geram, a

flexibilidade e o respeito pelo ritmo individual de aprendizagem. São ao mesmo tempo fonte e meio

para uma ampla criatividade e inovação.

O desenvolvimento tecnológico atual é rápido, implicando mudanças e adaptações permanentes a

novas oportunidades na área de Multimédia, oferecendo muitas possibilidades em termos de

quantidade de recursos a utilizar, bem como no modo de exposição dos conteúdos. Vejamos, então,

exemplos de alguns suportes multimédia que poderão ser utilizados em formação:

Page 29: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

29

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

6.4.1. Materiais suporte:

CD Rom (Compact Disk Read Only Memory) – São os suportes mais comuns e baratos, mas

têm a desvantagem de só poderem ser gravados uma única vez. Um CD-R de 12 cm é capaz

de armazenar entre 650 e 800 Mb de informação visual e auditiva (entre 74 a 90 minutos de

música num CD áudio);

CD RW (Compact Disk Rewritable) – Possibilitam múltiplas gravações. Inicialmente eram

extremamente caros, mas atualmente já estão disponíveis por valores bastante acessíveis;

DVD-ROM (Digital Versatile Disc - Read Only Memory) – Semelhante ao CD, tem igualmente

um diâmetro de 12 cm. Varia na capacidade de armazenamento de 4,7 GB por camada e por

lado, podendo conter um máximo de 4 camadas (duas por cada lado) num total de 17 GB, o

que permite a criação de DVD Vídeo. Quando se utilizam duas camadas, o tamanho do pit

(longa espiral formada por depressões onde são armazenados os dados) cresce 10%, razão

pela qual a capacidade total máxima de um DVD de dois lados e duas camadas por lado não é

de 4 x 4,7 GB;

DVD RW (Digital Versatile Disc - Rewritable) – À semelhança do que acontece com o CD

RW, este tipo de DVD também permite realizar múltiplas gravações;

DVD VIDEO (Digital Versatile Disc - Video) – Capacidade para armazenar um filme de longa-

metragem (superior a 2h) em formato digital MPEG-2, conjuntamente com legendas até trinta e

dois idiomas e uma banda sonora dobrada até oito idiomas em seis canais de som (dolby

digital 5.1.);

BD-ROM (Blu-ray) vs. HD-DVD (Hi-Definition Discs) – Estes dois formatos constituem a

tecnologia da próxima geração compatível com DVD. Rivalizam o papel principal no futuro

próximo dos suportes a comercializar, podendo alcançar capacidades de armazenamento na

ordem dos 50 GB;

CD ROM XA (CD ROM Extended Arquitecture) – Com grande capacidade de arquivo de som,

texto, imagens, gráficos, e sua apresentação em simultâneo;

CD-I (CD Interactive) – Sistema multimédia interativo com áudio digital, imagens e gráficos

animados;

DV-I (Digital Video Interactive) – Tecnologia multimédia com extraordinária capacidade de

arquivo de informação;

SATÉLITE – Telecomunicação por satélite abrange vastas áreas e tem grandes possibilidades

de exploração na formação.

Page 30: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

30

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

6.4.2. Equipamentos multimédia:

Computador

Projetor multimédia

Quadro interativo

Vídeo interativo

Vídeotexto interativo

Simulador

Redes de informática

O computador constitui uma poderosa tecnologia que permite fazer apresentações com grande

facilidade, através da utilização de diversos programas. Com este equipamento poderá produzir um

recurso de grande qualidade, criar e manipular imagens, e construir suportes formativos à sua medida.

Page 31: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

31

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Na utilização do computador em formação deve:

Planear a sua aplicação

em conformidade com os

objetivos da sessão;

Familiarizar-se com o

equipamento (se não for o

seu) antes da apresentação

em sala;

Assegurar-se da

compatibilidade dos vários

equipamentos

(computador, impressora,

etc.);

Simular no local antes da

chegada dos formandos;

Manter um design simples

e elegante;

Ter sempre um plano B

para o caso de avarias ou

vírus: fazer cópias de

segurança dos trabalhos e

levar outro suporte com a

mesma informação.

Colocar o equipamento de

forma a não criar barreiras

aos participantes e garantir

a visão em toda a sala de

formação;

Page 32: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

32

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Na sua aplicação mais avançada, o computador pode transformar-se numa ferramenta de animação e

simulação, produzindo cor e efeitos especiais como, por exemplo, a simulação de voo de um avião

747 num exercício de aprendizagem em computador.

Para apresentações animadas e dinâmicas existem projetores que reproduzem o conteúdo do

monitor, permitindo uma visão ampliada (ex. projetor de vídeo ou projector multimédia). Em caso de

utilização de colunas, tenha cuidado em regular o volume do som no início das apresentações.

O projetor de vídeo (videoprojetor ou projetor

multimédia) permite a projeção direta dos conteúdos

audiovisuais do computador e do leitor de DVD para

uma tela de projeção. Permite igualmente a projeção

direta de outros suportes como fotografias de

máquinas fotográficas digitais ou filmes de câmaras

de filmar digitais.

Fig. 17: Funcionamento do projetor

multimédia

Vantagens

Desvantagens

Excelente qualidade da imagem e do som;

Produção rápida e relativamente fácil;

Novas capacidades de animação, simulação, efeitos de cor e transformação de folhas de cálculo e números em gráficos; Produção de apresentações mais interessantes.

Custo elevado do equipamento;

Exige conhecimentos específicos;

Exige preparação prévia;

Vulnerabilidade a avarias e a

vírus.

Page 33: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

33

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Para a sua correta utilização será necessário:

Fazer as ligações necessárias entre o projetor de vídeo e o suporte utilizado

(computador, câmara de filmar, outro);

Controlar o botão de standby (consumo mínimo) e de permuta da ligação com

o suporte utilizado;

Posicionar o projetor de vídeo de forma central; colocando lateralmente o

recurso/suporte utilizado de forma a assegurar um acesso fácil;

Colocar-se junto do suporte para efetuar a “leitura” da informação, sempre

que possível, mas sem perder ou diminuir muito o contacto visual com os

formandos;

Usá-lo por períodos de tempo não muito longos, pois apesar de ser um

recurso muito apelativo pode conduzir a uma excessiva passividade dos

formandos.

Como ligar o projetor multimédia ao computador:

1. Ligar o cabo de transmissão de dados entre o

computador e o projetor;

2. Ligar os cabos de alimentação das máquinas e

dar início ao funcionamento das mesmas;

3. Retirar a proteção da lente e ajustar a altura do

projetor em relação ao ecrã (90º);

4. Ajustar a focagem e o zoom da projeção, se

necessário.

Fig. 18: Projetor multimédia

Page 34: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

34

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

O quadro interativo é outro recurso que pode

utilizar em contexto formativo. Este quadro

funciona como um ecrã de projeção, que

permite uma interação direta entre os

conteúdos projetados e os participantes.

Fig.19 Quadro interativo Fonte: smarttech.com/business/meetings

/interactive.asp

Tudo isto resulta da conjugação de 3 componentes:

Computador

Projetor multimédia

convencional

Software que controla todo o

sistema

Estes componentes são totalmente interativos. É disponibilizada uma caneta específica que permite

escrever, fazer esquemas e gráficos, ou destacar informações/conceitos importantes sobre a

aplicação que esteja a ser projetada.

Este recurso é de fácil utilização, uma vez que é compatível com os sistemas operativos mais

utilizados. Por outro lado, tem a vantagem da informação poder ser reutilizada, visto poder ser

guardada e editada a qualquer momento. Disponibiliza ainda tecnologia wireless e sistema

videoconferência, sendo a transferência da informação realizada em tempo real.

Semelhante a outros recursos, este equipamento possui ainda a vantagem de poder ser movível,

podendo ser deslocado para diferentes espaços, ou simplesmente fixado na parede.

Page 35: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

35

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Como requisitos obrigatórios são necessários:

Computador com ligação USB ou com cabo série;

Um projetor de dados e um cabo RGB.

Nota: Poderá consultar mais informações em http://www.smarttech.com

O vídeo interativo apresenta exemplos e demonstrações, motivando através do som e das imagens.

O videotexto interativo é a forma eficaz e económica de difundir a (in)formação, através de

terminais que utilizam o telefone.

O simulador proporciona a aprendizagem em segurança e é menos oneroso do que certas tarefas

complexas.

As redes de informática proporcionam a difusão de material pedagógico concebido centralmente

através dos vários terminais dos formandos.

6.5. POWER POINT

Diapositivos em PowerPoint

O powerpoint é uma das ferramentas mais utilizadas em formação. A utilização deste software

permite-lhe tornar a apresentação dos conteúdos mais atrativa, podendo recorrer a diferentes layouts,

No módulo seguinte iremos abordar o modo como poderá conceber apresentações em PowerPoint.

7. Outros Recursos

O material de que dispõe para realizar a formação não se restringe unicamente ao equipamento que

anteriormente apresentámos. Pode usufruir de uma série de outros recursos para dinamizar as suas

sessões, despertar a curiosidade e o interesse dos participantes e desenvolver-lhes competências

nos diferentes domínios.

Em síntese:

Aceda agora à 1.ª parte do filme “Recursos didáticos na formação” disponível nos

anexos – filme n.º 1.

Page 36: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

36

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

Vejamos alguns dos recursos a que pode recorrer:

Revistas /

Livros

Jornais

Plasticina

Imagens simbólicas

/

Caricaturas

Papel de

cor / Cartões /

Cartolinas

Outros acessórios (peças de

vestuário) etc.

Balões

Lápis e Canetas de cor

Lego

Puzzle

Linhas /

Lã / Corda

Bolas

Fig. 20: Exemplo de recursos

Pode utilizar estes recursos para desenvolver atividades de grupo e jogos pedagógicos em que os

participantes tenham de, por exemplo, “construir legos ou puzzles”, “moldar peças em plasticina”,

“elaborar cartazes apelativos em cartolina ou papel de cor”, “selecionar informação em livros e

revistas”, “efetuar dobragens em papel”, ou mesmo “transpor obstáculos” utilizando cordas ou outros

recursos para o efeito, etc.

Page 37: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

37

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

A utilização destes recursos em diferentes atividades, pode auxiliá-lo na exploração de alguns

conteúdos ou conceitos importantes como: “Liderança”, “Trabalho em Equipa”, “Cooperação”,

“Competição”, “Comunicação”, “Assertividade”, etc.

Vejamos três situações diferentes:

1. Imagine que pretende explorar um determinado conceito.

Para isso, distribui barras de plasticina aos formandos e

solicita que moldem uma peça em plasticina que

corresponda à perceção que eles têm desse mesmo

conceito. Posteriormente, cada formando poderá partilhar a

sua perceção e debater a sua opinião sobre o tema.

2. Vamos supor que tem como objetivo explorar os

conceitos de “Trabalho em Equipa”, “Liderança”, “Divisão

de Papéis” etc. Pode dividir o grupo em vários subgrupos

e solicitar que se organizem internamente de forma a

efectuarem o máximo de barcos de papel, no menor

tempo possível. Para o efeito pode recorrer a papel de

cor.

No decorrer da atividade certamente poderá observar se

algum dos elementos assume a liderança, se os

elementos funcionam ou não em equipa, se se organizam

internamente dividindo papéis/funções, e qual a

importância da aplicação desses conceitos no

desempenho final do grupo.

3. Tem como objetivo explorar o conceito de “Cooperação”.

Para isso propõe ao grupo que se divida em subgrupos,

tendo como recurso uma corda (colocada a uma altura

superior a 1,5m) e pede a cada subgrupo que transponha

todos os seus elementos de um lado para o outro da corda.

No desenrolar do jogo pedagógico pode analisar se existe

efetivamente cooperação entre os membros de cada

subgrupo.

Page 38: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

38

Após a exploração da atividade, pode aproveitar

para decorar a sala com os objetos produzidos

pelos formandos, ou mesmo forrar as paredes da

sala com trabalhos ou com outros elementos

necessários ao desenrolar da sessão.

Fig. 21: Afixação de cartazes em sala

Pode ainda utilizar em algumas atividades,

desde que não prejudique a concentração dos

participantes, música em sala para criar um

ambiente favorável e descontraído.

Fig. 22: CD de música

Para além destes recursos, há ainda cursos que necessitam de recursos técnicos específicos,

como é por exemplo dos cursos de Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho e de

Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho (homologados pela Autoridade para as

Condições no Trabalho). Nestes cursos, o formador deve demonstrar recursos como:

Equipamentos de proteção individual: luvas, máscaras, visores, óculos de proteção, etc.

Mala de primeiros socorros

Extintores móveis de diversos tipos de agente extintor

Outros equipamentos: Luxímetro, Higrómetro, Anemómetro, Tubos detetores de gases

e bombas de aspiração, Sonómetro, Dosímetro de ruído e de radiação, Acelerómetro,

Detetores de incêndio, Explosivímetro, Detetores de gases etc.

Em síntese:

Veja a 2.ª parte do filme “Recursos didáticos na formação”– filme n.º 2 nos anexos.

Page 39: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

39

8. Gestão do Espaço de Formação / Cenários Pedagógicos

Disposição da Sala de Formação

Tal como a diversificação dos recursos pode influenciar o dinamismo incutido às sessões de

formação, também a diferença de cenário pode constituir um elemento diferenciador no processo de

aprendizagem. Para além disso, optar por colocar a sala mediante certas e determinadas disposições

permite-lhe enquanto formador ter um maior controlo sobre o desempenho dos formandos, e facilitar

a interação entre os diferentes elementos do grupo.

O modo como vai dispor a sala, colocar as cadeiras e as mesas, depende essencialmente do espaço

que possui, dos objetivos que pretende atingir e das estratégias de formação que definiu.

Assim, deixamos-lhe algumas sugestões sobre o modo como pode dispor a sala de formação:

Disposição em “U”: é sem dúvida o cenário

mais utilizado em formação, porque é versátil

e adapta-se a qualquer circunstância. Esta

disposição pode ser utilizada para a aquisição

de conhecimentos e competências, onde o

formador pode assumir ora o papel de orador,

ora o de animador/moderador de grupos.

Fig. 23: Disposição em U

Disposição em redor do objeto: é muitas

vezes utilizada para atividades de carácter

demonstrativo. Pode utilizar-se esta disposição

quando se pretende desenvolver habilidades

psicomotoras, que exijam a realização de

atividades práticas por parte dos formandos.

Os elementos do grupo colocam-se em redor

do objeto que vai ser alvo de utilização, de

modo a que todos possam visualizar

corretamente o que está a ser demonstrado.

Fig. 24: Disposição em redor

do objeto

Page 40: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

40

Sempre que utilizar esta disposição deve ter em conta que a mesma não pode ser utilizada com

muitos formandos porque vai exigir da sua parte um grande controlo sobre as atividades que estão a

ser realizadas, para que a qualquer momento possa corrigir possíveis erros.

Disposição em círculo: pode ser utilizada

para realização de trabalhos em grupo,

discussões, debates, etc. Esta posição

permite aos participantes discutirem temáticas

abordadas no curso, partilharem ideias,

experiências, e chegarem a conclusões

importantes.

Formador

Fig. 25: Disposição em círculo

Este cenário pode ser também utilizado em dinâmicas de grupo em que seja necessário ter alguns

participantes como meros observadores dos restantes subgrupos.

Vejamos agora algumas aplicações práticas das diferentes disposições da sala.

Page 41: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

41

Técnica “Philips 6/6”

Está recordado da técnica “Philips 6/6” abordada no Manual de Métodos e Técnicas Pedagógicos?

Pois bem, esta técnica implica que o grupo seja fracionado em subgrupos de 6 elementos, e que se

reúna várias vezes para chegar a um consenso.

Cada subgrupo elege um porta-voz que, perante os outros participantes e sob orientação do

formador, elaborará uma síntese das opiniões expressas. Terminado esse debate, haverá novas

reuniões até se chegar a um acordo conjunto.

As variantes desta técnica são numerosas, e terá de existir alguma imaginação e inovação no modo

de fracionamento dos subgrupos e disposições da sala. Assim, poderia optar por diferentes cenários,

tais como:

Primeiro Cenário:

Fig. 26: Técnica “Philips 6/6” - Cenário 1

Segundo Cenário:

Fig. 27: Técnica “Philips 6/6” - Cenário 2

Page 42: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

42

Terceiro Cenário:

Fig. 28: Técnica “Philips 6/6” - Cenário 3

Técnica “Cochicho”

A técnica do “Cochicho” também ela abordada no Manual de Métodos e Técnicas Pedagógicos,

permite utilizar diferentes disposições. O grupo é dividido em pequenos subgrupos de dois elementos

cada, em que cada elemento dialoga com o companheiro mais próximo, de forma a chegarem a uma

opinião sobre um tema.

Como disposições propomos:

Primeiro cenário:

Fig. 29: Técnica “Cochicho” - Cenário 1

Page 43: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

43

Segundo cenário:

Fig. 30: Técnica “Cochicho” - Cenário 2

Técnica “Trabalho de Grupo”

Recorda-se da atividade pedagógica que atrás abordamos sobre como explorar os conceitos de

“Trabalho em Equipa”, “Liderança” e “Divisão de Papéis”, em que os participantes reunidos em

subgrupos tinham que realizar o maior número possível de barcos de papel?

No momento em que são distribuídos os elementos por subgrupos, pode também fazer a seleção de

alguns participantes que terão a missão de observar o desempenho dos colegas, o que vai influenciar

a disposição do espaço de trabalho. Os observadores não devem ser integrados no grupo que estão

a observar, mas colocados a uma certa distância dos participantes que estão a observar, para que

possam anotar o desempenho desses elementos.

Proposta de cenário:

Fig. 31: Proposta de Técnica “Trabalho de Grupo”

Page 44: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

44

Técnica “Discussão”

Após a exposição de um tema, pode solicitar aos participantes que discutam esse mesmo tema.

Nesse caso pode propor aos participantes que se posicionem em mesa redonda (disposição em

círculo).

Se considerar importante para o objetivo que pretende alcançar, pode ainda trabalhar com dois

grupos de trabalho: “Grupo de Discussão” e “Grupo de Observadores”. O grupo de discussão ficará

reunido em mesa redonda/círculo a debater o tema proposto, podendo ser ou não

monitorizado/liderado por um participante. O segundo grupo, o que contempla os observadores, ficará

numa posição mais discreta, mantendo alguma distância face ao grupo de discussão, de forma a

fazer as anotações do que está a ser discutido. Os observadores apenas tiram notas, não podendo

intervir na discussão.

Como disposições propomos:

ou

Fig. 32: Propostas de Técnica “Discussão”

Page 45: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

45

Técnica “Painel”

Com o objetivo de aprofundar um determinado tema e partilhar experiências, pode convidar alguns

especialistas/peritos no assunto, com o intento de abordarem e debaterem o tema visado em frente

de um auditório composto pelos formandos. Os elementos que constituem o Painel (grupo de

especialistas e formador) devem estar bem posicionados, para que possam ser vistos pelos restantes

participantes.

Proposta de cenário:

Formador

Especialistas

Fig. 33: Proposta de Técnica

Outra variante da técnica “Painel” consiste em selecionar alguns dos participantes para interrogar

esses especialistas, mantendo-se assim uma conversação um pouco mais informal.

Caso pretenda, pode ainda optar por constituir um outro grupo, designado por “Sintetizadores”, ou

seja, um grupo que vai anotando as ideias mais importantes e fazendo a síntese do que foi abordado

ao longo da conversação.

Proposta de cenário:

Grupo de

Interrogadores

Formador Grupo de

Especialistas

Grupo de

Sintetizadores

Fig. 34: Proposta de Técnica “Painel” - Sintetizadores

Page 46: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

46

9. Condições da Sala de Formação

Anteriormente abordámos o modo como pode usufruir do espaço de formação, dispondo a sala de

múltiplas formas, em função dos objetivos que pretende atingir. Lembramos-lhe que o bom formador

também é o que consegue trabalhar com as condições que tem. Contudo, é muito importante que

antes de iniciar uma sessão de formação estejam garantidas as condições físicas essenciais para um

bom aproveitamento pedagógico. Qualquer participante cujo bem-estar físico não seja o melhor, ou

não se encontre confortável, terá uma menor predisposição para aprender.

Assim, aquando da preparação da sala de formação, deve ter em conta:

Condições logísticas:

Dimensão da sala: é aconselhável que a sala de formação tenha 2m2

de

dimensão/participante, para que formador e formandos possam circular livremente pelo

espaço.

Características do mobiliário: as mesas devem ter espaço suficiente para escrever e as

cadeiras devem ser confortáveis. É ainda aconselhável que se utilize mobiliário de baixo

nível refletor.

Condições ambientais:

Temperatura ambiente: temperaturas demasiado elevadas podem provocar dores de

cabeça, irritabilidade, fadiga e, por sua vez, a diminuição do desempenho, etc. Por outro

lado, temperaturas demasiado baixas podem provocar dificuldades de concentração e

atenção. A temperatura confortáve l para um contexto de formação deve situar-se entre

20 a 26 graus centígrados.

Iluminação: evite que os formandos se sentem muito próximos de fontes de luz, de forma a

que a intensidade da mesma não provoque encadeamentos e possíveis casos de

desconforto. O encadeamento pode ocorrer quando a iluminação artificial não está

devidamente protegida, as janelas não estão protegidas da luz solar, ou quando existe

mobiliário e equipamento brilhante.

Page 47: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

47

Condições Técnicas

Cabos e fios: Os cabos, fios do equipamento que vão ser utilizados no decurso da

formação, bem como outro tipo de equipamentos, devem estar devidamente arrumados e

mantidos de forma discreta na sala, de modo a que ninguém tropece e se mantenham as

condições de segurança essenciais.

Para terminar:

Estamos certos de que neste momento se encontra ciente da importância dos auxiliares pedagógicos

e da construção de um “cenário” para o desenvolvimento da formação.

A RETER

O Bom formador sabe utilizar adequadamente os recursos didáticos e

gerir espaços de formação. O Bom formador nunca se queixa da falta

de recursos ou das condições da formação. O Bom formador sabe que

os recursos podem falhar e por isso tem sempre preparadas outras

soluções.

Page 48: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

48

Conclusão Final

Os recursos didáticos constituem um importante auxiliar pedagógico para o formador. A sua

utilização em ações de formação concorre para uma aprendizagem mais facilitada, organizada e

sistematizada por parte dos formandos, ganhando-se assim, no seu todo, uma maior eficácia na

Formação.

Como formador deve estar ciente da importância de uma abordagem profissional no planeamento,

preparação e utilização dos recursos para melhorar as suas sessões. Isso passa essencialmente

pelo conhecimento das vantagens e desvantagens dos vários auxiliares pedagógicos e pela

capacidade de fazer deles um uso inteligente e imaginativo.

Os recursos didáticos devem surgir naturalmente como um dos auxiliares que terá à sua disposição

para o desenvolvimento da sessão de formação, mas no sentido restrito de "auxiliar" e não de

"muleta" ou "tábua de salvação". Os recursos didáticos servem para facilitar a aprendizagem e não

para substituir a figura do formador ou a falta / pouca qualidade do conteúdo,

ofuscando / deslumbrando os formandos.

Finalmente, tenha em conta que, como em tudo na vida, deve utilizar os recursos didáticos com

moderação para evitar efeitos negativos.

Page 49: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

49

Bibliografia

Delgado, P.P. (1998), “Formación de Formadores”, Ediciones Pirámide

Lebel, P. “Audio-Visual et Pedagogie – films, diapositive et magnetoscope”, Enterprise - Moderne

D’edition

Machado, A. R. “Guia Prático para o uso do retroprojector”, Colecção Aprender – I.E.F.P.

Minicucci, A. (1987), “Técnicas do Trabalho de Grupo”, Editora Atlas,

S. Paulo

Nérici, I. G. (1992), “Metodologia do Ensino – Uma Introdução”, Editora Atlas, S. Paulo

Parra, N. & Parra, I. C. “Técnicas Audiovisuais de Educação”, Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais

Pereira, A. J. “O Retroprojector e a produção de transparências”, Colecção Formar

Pedagogicamente, I.E.F.P.

Ribeiro, C. P.; Dias J. P. & Relvas, L. “Os meios Audiovisuais na Formação”, Colecção Aprender -

I.E.F.P.

Adaptado a partir de um trabalho elaborado por Adelaide Franco e José Afonso Oliveira

Page 50: Formação Pedagógica Inicial de Formadoresrecursos.formacaoinovacao.com/submod5_1/subm_51.pdf · 7 Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos 1. Recursos

Formação Pedagógica de Formadores Exploração de Recursos Didáticos

50

ANEXOS