25
21/11/08 FORRAGICULTURA INTRODUÇÃO COURO CHARQUE CARNE FRIGORIFICADA PECUÁRIA LAVOURA SIST. AGRO-SILVO-PASTORIL A Revolução Farroupilha (10 anos) começou por causa do imposto do sal muito alto cobrado pelo império. No inverno perde-se 5% dos rebanhos. É um valor muito alto (2000 cabeças). Um desfrute de 8% também é muito baixo. Tecnologia moderna disponível e qualidade zootécnica dos rebanhos. Brasil – Extensão territorial e clima. Sistema europeu – Pecuária tecnicamente evoluída. CAMPOS NATURAIS DO RIO GRANDE DO SUL Campanha, Serra do Sudeste, Depressão Central, Missões (parte), Encosta do Sudeste, Litoral Sul e Campos de Cima da Serra. 1. Campos duros e pedregosos, pouco profundos (Uruguaiana, Quarai, Alegrete, Livramento e Itaqui); 2. Campos finos em solos férteis e profundos (Bagé, Hulha Negra, Candiota, Pinheiro Machado, Herval e Jaguarão); 3. Campos médios e grossos em solos profundos (São Gabriel, Rosário, Livramento (parte), São Sepé (parte), considerados campos sujos; 4. Campos duros com rochas e matas arbustivas (Pinheiro Machado, Caçapava, Encruzilhada, Santana da Boa Vista, Piratini, Canguçu, Lavras do Sul (parte) e Bagé (parte), também são campos sujos com aroeira, vassoura e alecrim. CONCEITOS Pastagens, capineiras, glebas, potreiros, etc. Alimento barato. Pastagem – Cobertura vegetal de gramíneas e/ou leguminosas que podem ser nativas, melhoradas, cultivadas ou artificiais. São áreas cobertas por vegetação nativa ou plantas introduzidas e adaptadas, que são utilizadas para pastoreio dos animais.

Forragicultura - PUCRS

Embed Size (px)

Citation preview

  • 21/11/08

    FORRAGICULTURA

    INTRODUO

    COURO CHARQUE CARNE FRIGORIFICADA

    PECURIA LAVOURA SIST. AGRO-SILVO-PASTORIL

    A Revoluo Farroupilha (10 anos) comeou por causa do imposto do sal muito alto

    cobrado pelo imprio.

    No inverno perde-se 5% dos rebanhos. um valor muito alto (2000 cabeas).

    Um desfrute de 8% tambm muito baixo.

    Tecnologia moderna disponvel e qualidade zootcnica dos rebanhos.

    Brasil Extenso territorial e clima.

    Sistema europeu Pecuria tecnicamente evoluda.

    CAMPOS NATURAIS DO RIO GRANDE DO SUL

    Campanha, Serra do Sudeste, Depresso Central, Misses (parte), Encosta do Sudeste,

    Litoral Sul e Campos de Cima da Serra.

    1. Campos duros e pedregosos, pouco profundos (Uruguaiana, Quarai, Alegrete, Livramento

    e Itaqui);

    2. Campos finos em solos frteis e profundos (Bag, Hulha Negra, Candiota, Pinheiro

    Machado, Herval e Jaguaro);

    3. Campos mdios e grossos em solos profundos (So Gabriel, Rosrio, Livramento (parte),

    So Sep (parte), considerados campos sujos;

    4. Campos duros com rochas e matas arbustivas (Pinheiro Machado, Caapava,

    Encruzilhada, Santana da Boa Vista, Piratini, Canguu, Lavras do Sul (parte) e Bag

    (parte), tambm so campos sujos com aroeira, vassoura e alecrim.

    CONCEITOS

    Pastagens, capineiras, glebas, potreiros, etc. Alimento barato.

    Pastagem Cobertura vegetal de gramneas e/ou leguminosas que podem ser nativas,

    melhoradas, cultivadas ou artificiais.

    So reas cobertas por vegetao nativa ou plantas introduzidas e adaptadas, que so

    utilizadas para pastoreio dos animais.

  • 2

    Pastagens cultivadas So aquelas em que o homem contribui diretamente para sua

    formao.

    Pastagens nativas So formadas por plantas nativas ou adaptadas, distribudas

    naturalmente (anuais e perenes).

    A parte area das plantas que elabora os alimentos (protenas, acares, etc.)

    essenciais ao desenvolvimento das mesmas.

    As razes absorvem do solo a gua e sais minerais, que so posteriormente sintetizados

    nas folhas em contato com o gs carbnico e energia solar.

    Pastagens melhoradas So intermedirias entre nativas e artificiais.

    Introduo de leguminosas fixadoras de nitrognio e ricas em protenas e sais

    minerais. Novas espcies, limpeza, adubao e manejo adequado.

    Pastejo contnuo a forma mais primitiva. Consiste em deixar os animais em um

    mesmo pasto por um ou vrios anos.

    Pastejo diferido Permite que as plantas completem seu ciclo vegetativo antes de

    serem pastoreadas.

    Pastejo rotativo Excelente para gado leiteiro. Diviso de potreiros em duas

    (alternado) ou mais reas. Permanncia em cada potreiro por 5, 10, 20 ou 30 dias ou ento

    vinculado ao crescimento das plantas. Quando se utilizam cercas eltricas numa mesma rea

    chamado de "pastejo em bandas" ou pastejo parcelado.

    Forrageira Toda a planta que se destina a alimentao animal, principalmente

    poaceas e fabaceas.

    So alimentos volumosos de baixo teor energtico (18% de fibra).

    Secos Fenos, palhas, sabugos, farinhas, etc.

    Verdes Forragens, silagens, razes e tubrculos, etc.

    Gramneas (Poaceas)

    Raiz Fasciculadas e adventcias;

    Caule Tipo colmo (no se ramifica), com ns e entrens;

    Rizomas subterrneo nas perenes;

    Estoles decumbentes;

    Folha Sssil, invaginantes, dsticas, com lgulas, lminas compridas, lanceoladas,

    com nervuras paralelinervas.

  • 3

    Flores Unissexuadas ou hermafroditas, aclamdeas, superovariadas, androceu

    trmero, dispostos em espigueta.

    Espiguetas 2 brcteas na base (gluma I e gluma II);

    2 brcteas florferas (lema e plea);

    eixo interno (rquiz).

    Inflorescncia Espiguetas dispostas em panculas, rcenos ou espigas.

    Fruto Tipo cariopse.

    Destacam-se

    Avena bizantina Aveia

    Avena sativa L Aveia

    Avena strigosa Aveia preta

    Brachiaria brizantha cv maximum Marundu

    Brachiaria decumbens Stapf Brachiaria

    Brachiaria humidicula B. umidicula

    Brachiaria mutica (Forsk) Stapf Angola

    Brachiaria plantaginea (Link) Hitch Capim papu

    Bromus auleticus Cevadilha

    Bromus catharticus Vahl. Cevadilha

    Cencrus ciliaris L Buffel

    Cynodon dactilon Tifton 85, Bermuda

    Cynodon aethiopicus Estrela africana

    Dactylis glomerata Datilis, Orchard

    Eriochloa polystachia (HBK) Hitch Angolinha

    Festuca arundinacea Festuca

    Holcus lanatus L Capim lanudo

    Hordeum vulgare L Cevada

    Lolium multiflorum Lam. Azevm

    Panicum maximum Jacq Colonio, Tobiat, Tanznia.

    Paspalum dilatatum Grama comprida

    Paspalum notatum Grama forquilha

    Paspalum notatum Pensacola

    Penisetum americanum Capim elefante

    Penissetum purpureum Schum Capim elefante

  • 4

    Phalaris aquatica Falaris

    Secale cereale L Centeio

    Setaria italica Moha

    Sorghum sudanensis (Piper) Stapf Capim Sudo

    Sorghum vulgare Pers var candatum (Hack) Hill Feterita

    Zea mays L Milho

    Leguminosas (Fabaceas)

    Raiz Axial, pivotante.

    Caule Herbceo, arbustivo, arbreo.

    Folhas Compostas, alternadas, estipuladas.

    Flores Diclamidas, unicarpelares, multiovuladas.

    Inflorescncia Pancula, rceno, etc.

    Fruto Tipo legume (vagem).

    Destacam-se

    Centrosema pubenscens Benth Jitirana

    Chicorium intybus Chicoria

    Colopogonium muconoides Desv Colopogonium

    Galactia stricta Benth Galactia

    Leucaena leucocephala Lam Leucena

    Lotus corniculatus Cornicho

    Lotus pedunculatus Cornicho

    Lotus tunuis Cornicho

    Macropitilium atropurpureum Urb Siratro

    Medicago hispida Gaert var denticulata (Will) Urb Trevo de carretilha

    Medicago sativa Alfafa

    Ornithopus sativus Broth Serradela

    Pueraria phaseoloides Benth kudzu tropical

    Stylosantes gracilis HBK Alfafa do nordeste

    Trifolium alejandrinum Trevo alexandrino

    Trifolium pratense Trevo

    Trifolium repens Trevo branco

    Trifolium subterraneum L Trevo subterrneo

    Vigna unguiculata Feijo mido

  • 5

    MORFOLOGIA

    Morfologia das gramneas

    Sistema radicular Fasciculado e fibroso.

    Caules Tipo colmo, quando areo, cilndrico, delgado, dividido por ns, contendo

    em cada n uma folha (alternas). Possui gemas basais que permitem o entouceiramento

    (perflios). Estoles So eixos caulinares desenvolvidos acima do solo, verdes e cilndricos,

    que podem produzir novas plantas. Exemplo: Chloris gayana. Rizomas So caules

    subterrneos com ns, entrens, gemas e folhas escamiformes (catfilos), de crescimento

    horizontal.

    Folhas Expanso laminar do caule. Se o comprimento for maior do que 6 vezes a

    largura linear; Se a maior largura estiver no meio da folha ser lanceolada. A folha contm

    bainha, colar, lgula e lmina. Bainha uma estrutura cilndrica, aberta longitudinalmente,

    que cobre o entren e se insere no n do colmo. Colar a regio da juno da bainha com a

    lmina na face dorsal da folha. Lgula Situa-se na parte ventral da folha, como um

    prolongamento da bainha, curta, delgada e transparente. tima para taxonomia. Aurculas

    Apndice lateral da base da lmina ou no pice da bainha. Lmina ou limbo a parte plana

    da folha, delgada, com nervura central e outras paralelas. As nervuras so continuaes das

    nervuras da bainha. Escamas So folhas reduzidas que ocorrem em brotos e em rizomas.

    Protegem os brotos como ocorre em bambu. Brcteas So protees para as inflorescncias.

    Prfilo Estrutura modificada da bainha que protege a gema lateral como em capim elefante..

    rgos forais Flor - constituda pelas lodiculas (glumllulas) com funo de

    perianto reduzido e rgo de reproduo (androceu e gineceu). A flor est no pice de um

    eixo, aclamida (sem proteo de clice e corola), mas possui um invlucro constitudo por

    brcteas. Espigueta formada por um pequeno eixo chamado rquila no qual se inserem as

    flores. Na base h um par de brcteas (gluma inferior e superior). Mais acima h as glumelas

    (lema e plea, externa e interna, inferior e superior). Este conjunto protege a flor. O flsculo

    compe-se de lema, plea e uma flor.

    Inflorescncia

    Pode ser terminal ou axilar e construda pelo agrupamento das flores. A unidade da

    inflorescncia a espigueta. Tipos de inflorescncia Espiga, rceno ou cacho epancula.

    Na espiga as espiguetas so ssseis como no trigo e centeio. No rceno (cacho) as

    espiguetas so pediceladas como em Paspalum. Na pancula o eixo prinncipal ou rquis

  • 6

    ramificado, como no capim colonio. Cada tipo pode ser dividido em laxa, contrada,

    digitada, pseudo, etc.

    Pedicelo a haste menor e ltima ramificao da inflorescncia. As espiguetas que

    no tem pedicelo so denominadas de ssseis.

    Glumas As glumas podem ter 1, 3, 5, 7 nervuras. As vezes as glumas so aristadas

    pois a nervura principal se prolonga fina e delgada.

    Lema Nas plantas primitivas uma brctea tpica, esverdeada, carenada e nervada,

    lembrando uma gluma. Nas plantas evoludas so sempre delgadas, de textura delicada. Est

    sempre presente na espigueta.

    Plea binervada, sem nervura principal, com espao cncavo entre elas formando

    um estojo. A plea recoberta pelo lema e, juntos, envolvem e protegem a flor.

    Lodculas Em geral so duas lodculas situadas em frente do lema. Sua funo

    provocar a abertura dos flculos.

    Arista uma continuao da nervura principal que se prolonga como um pelo rgido

    ou cerda.

    Desarticulao a maneira pela qual a espigueta se desprende da rquis. Pode

    ocorrer abaixo das glumas, entre a gluma superior e o primeiro flsculo ou em todos os ns da

    rquila acima das glumas.

    Sexo A flor pode ser hermafrodita, estaminada, pistilada e neutra (sem estames e

    pistilos).

    Androceu o rgo masculino constitudo de estames.Consiste num filete e uma

    antera bilocular, abrindo-se por fendas longitudinais. As anteras so fixas.

    Pistilo Possui um ovrio spero, tri carpelar e uni carpelar, contendo um nico

    vulo, dois estiletes e dois estigmas.

    Fruto uma cariopse formada externamente de um delicado pericarpo, encerrando

    uma s semente rica em endosperma com o embrio situado na base. Na prtica os frutos das

    gramneas so chamados de gros.

    Embrio Est unido pelo cotildone (escutelo) cuja funo dissolver as

    substncias nutritivas do endosperma e pass-las as outras partes do embrio (plntula) em

    desenvolvimento.

    Morfologia das leguminosas (fabaceas)

    Sistema radicular Pivotante com razes principal, secundrias, tercirias, etc.

    Possuem ndulos onde alojam bactrias que vivem em simbiose com a planta.

  • 7

    Caules Areos, terrestres, rasteiros, trepadores, volveis, eretos.

    Gemas Esto localizadas nas axilas das folhas. Podem ser vegetativas ou

    reprodutivas.

    Folhas Em geral so compostas, com pecolo, rquis e fololos.

    Estpulas So formaes laminares na base dos pecolos. Sua funo est ligada

    proteo da gema axilar da folha.

    rgos florais Envoltrios Clice e corola. Quando so diferentes a flor dita

    heteroclamida. Quanto ao nmero de peas so pentmeras (5 spalas e 5 ptalas). A corola

    papilioncea e contm o estandarte que a ptala maior. As asas esto dispostas lateralmente

    e so duas; A quilha, com duas ptalas unidas em forma de quilha de navio. O androceu o

    rgo sexual masculino da flor.

    Inflorescncia Em geral um rceno (cacho) com flores pediceladas inseridas num

    eixo indefinido. Pode ser terminal ou axilar.

    Fruto um legume (vagem) de um s carpelo, seco, com deiscncia (abertura) por

    duas fendas longitudinais. As vagens podem ser do tipo folculo, lomento, aqunio, utrculo.

    Semente Podem ser do tipo reniforme (Medicago), ovide (Trifolium incarnatum),

    cordiforme (Trifolium reppens), elptica (Ornithopus sativus), cubo (Lupinus alba), esfricas

    (Vcia vilosa), etc.

    ECOLOGIA

    o estudo das relaes recprocas entre organismos e seu ambiente.

    Biocenose

    A biocenose constituda por cinco nveis de energia (nveis trficos).

    T1 a comunidade de plantas que captam e armazenam a energia solar atravs da

    fotossntese e libertam oxignio. o nvel produtor ou autotrfico. Todos os demais nveis

    dependem dele.

    T2 So os herbvoros que consomem as plantas do T1 para utilizar sua energia acumulada.

    T3 So os carnvoros que se alimentam dos herbvoros do T2.

    T4 So animais que obtm parte da energia comendo carnvoros T3.

    T2, T3, T4 So os macro consumidores heterotrficos.

    T5 So organismos saprfitos tais como fungos, bactrias, protozorios (parte), minhocas,

    centopias, insetos, moluscos, etc que se alimentam de restos de plantas, fezes e cadveres de

    animais. Alguns so parasitos. No conjunto so decompositores do ecossistema.

  • 8

    A PASTAGEM QUANTO AO PERODO PRODUTIVO

    Na Amrica Latina 90% da produo pecuria dependem de campos naturais.

    Estudando-se a composio dos campos naturais no Rio Grande do Sul foram

    constatados 97 gneros e 826 espcies de gramneas e mais de 200 espcies de leguminosas.

    A maioria das gramneas de vero pertencem a Paniceae e Andropogoneae, enquanto

    as de inverno so Stipeae e Festuceae. Nas gramneas de vero predominam os gneros

    Panicum e Paspalum, enquanto nas de inverno os gneros mais comuns so Bromus, Stipa e

    Piptochaetium. Para as leguminosas os principais gneros de inverno so Medicago,

    Trifolium, Vcia e Adesmia e para o vero os gneros so Desmodium e Phaseolus.

    Hibernais

    So de clima temperado; germinam ou rebrotam no outono, desenvolvem-se no

    inverno e florescem na primavera.

    Avena sativa L Aveia

    Lolium multiflorum Lam. Azevm

    Holcus lanatus L Capim lanudo

    Bromus catharticus Vahl. Cevadilha

    Secale cereale L Centeio

    Hordeum vulgare L Cevada

    Medicago hispida Gaert var denticulata (Will) Urb Trevo de carretilha

    Ornithopus sativus Broth Serradela

    Trifolium subterraneum L Trevo subterrneo

    Cereais de inverno a base de aveia tem oferta boa no outono, com mxima produo

    no inverno e decaem na primavera. Azevm tem pouca oferta de outono, mas boa no

    inverno e na primavera. A consoriao sempre melhora a oferta.

    Azevm e aveia, juntos podem equilibrar a produtividade do pasto.

    Setaria italica (moha) e sorgos so mais precoces do que Sudan e Setaria.

    Milho tem grande importncia para quem trabalho com tambos.

    recomendvel o uso de forragens de multipropsito, com trs a quatro espcies

    complementares como trevos, lotus e azevm.

    Gramneas perenes Azevm, aveia, centeio, etc.

    Gramneas anuais Phalaris, azevm, etc.

    Leguminosas perenes Alfafa, cornicho, etc.

    Leguminosas anuais Ervilhaca, serradela, etc.

  • 9

    Estivais

    So de clima tropical; iniciam na primavera, crescem e frutificam no vero e outono.

    Brachiaria plantaginea (Link) Hitch Capim papu

    Sorghum sudanensis (Piper) Stapf Capim Sudo

    Sorghum vulgare Pers var candatum (Hack) Hill Feterita

    Vigna unguiculata Feijo mido

    Gramneas perenes Capim elefante, colonio, etc.

    Gramneas anuais Milho, sorgo, etc.

    Leguminosas perenes Centrosema, soja perene, etc.

    Leguminosas anuais Feijo mido, mucuna preta, etc.

    A pastagem quanto ao ciclo

    Anuais Vivem menos de um ano;

    Perenes Sobrevivem por vrios anos. So perenes:

    Brachiaria brizantha cv maximum Marundu

    Brachiaria decumbens Stapf Brachiaria

    Brachiaria humidicula B. umidicula

    Brachiaria mutica (Forsk) Stapf Angola

    Cencrus ciliaris L Buffel

    Eriochloa polystachia (HBK) Hitch Angolinha

    Cynodon dactilon Tifton 85

    Panicum maximum Jacq Colonio, Guin

    Penissetum purpureum Schum Capim elefante, Napier

    A pastagem quanto ao hbito de crescimento

    Estolonfero Caules horizontais, folhas verticais, com gemas de renovao.

    Prostradas Semelhantes, porm seus caules no emitem razes.

    Rizomatoso Caules e gemas subterrneas.

    Cespitoso Apresenta touceiras (macegas).

    Ereto Crescimento perpendicular ao solo, com gemas acima do nvel.

    Decumbentes Incio estolonfero, depois ereto.

    Trepador (escandente) Plantas que se apiam nas demais.

    Desenvolvimento vegetativo

    A unidade bsica o meristema ou gema de crescimento.

  • 10

    Meristemas apicais do origem aos demais tecidos;

    Meristemas axilares do origem a fase vegetativa de perflios, talos e estoles;

    Meristemas basilares localizam-se nos ns basais e tem latncia relativa;

    Meristemas foliares do pecolos e fololos em fabaceas e lminas e bainhas nas poaceas;

    Meristemas nodais intercalares do crescimento aos entrens, talos, razes, estoles e

    rizomas.

    Quanto maior o nmero de colmos e de perfilhos maior ser a produo de matria

    seca por unidade de rea.

    Desenvolvimento Consiste em uma sucesso obrigatria de etapas para a gerao de

    um novo rgo tipo folha, talo, raiz, flores, etc. Pode ser vegetativo ou reprodutivo.

    Crescimento Consiste no aumento do n de clulas de um determinado rgo.

    FORMAO E MANEJO

    A pastagem a parte mais econmica da alimentao animal. As tropicais so mais

    produtivas do que as temperadas. Boas pastagens fornecem protenas, energia, minerais e

    vitaminas adequadamente. A escolha de boas forrageiras, adaptadas a regio, fundamental

    para o xito da implantao de pastagens artificiais. Potencial produtivo, persistncia e

    adaptao a fatores biticos, climticos e edficos e hbitos de crescimento so fundamentais.

    Exigncias e tolerncias podem ser determinantes para o objetivo que se quer.

    Aveia, azevm, trevo vermelho, produzem bem no primeiro outono/inverno, pois so

    de ciclo curto, depois tendem a diminuir a produo. J a festuca, o cornicho e trevo branco

    tm menor produo, mas resistem por mais tempo, pois so de ciclo longo.

    O valor nutritivo das consorciaes permanece elevado no outono e inverno decaindo

    na primavera com a florao. O grau de digestibilidade maior em consorciaes do que em

    sorgo puro. Por isso, culturas de duplo propsito (forragem e gro) como trigo e cevada, so

    recomendadas. Em resteva de arroz o trevo branco, o cornicho e o azevm so fundamentais.

    Tambm na soja, antes da colheita, este plantio pode ser realizado por avio.

    Adubao e Nitrognio

    Que me perdoem os outros adubos, mas nitrognio fundamental, especialmente pela

    sua capacidade de aumentar a produo de massa. produzido pela atividade bacteriana sobre

    resduos animais e vegetais. O solo tem grande quantidade de nitrognio, mas liberado

    lentamente, a base de 50 kg/N/ano, no entanto, o consumo de N pelas plantas muito

    superior, necessitando, por tanto, de complementao. Sabe-se que o Nitrognio pde ter

  • 11

    perda de at 40%por volatilizao e lixiviao. Para produzir 10.000kg de matria seca so

    necessrios 300 kg/N/ha. Na consorciao com leguminosas o N chega ao solo:

    -por excreo direta nos ndulos das razes quando h condies muito favorveis;

    -por decomposio de razes, ndulos e morte das plantas;

    -por dejeo animal, ou seja, atravs das fezes.

    Realizar a anlise de solo para verificar a disponibilidade de macros (NPK) e micros

    elementos (Cobre, molibidnio, etc) indispensvel. Em determinadas situaes, basta o

    emprego de Fsforo para obter-se um incremento de at 40% na produo.

    Tambm o pH do solo tem grande influncia na formao da pastagem e para corrigir

    nveis altos de acidez indispensvel a utilizao do calcreo. Basicamente h dois tipos de

    calcreo, o dolomtico, que contm magnsio e o calctico que no contm magnsio. Para se

    ter uma idia da importncia do pH do solo veja-se a tabela a seguir.

    TABELA 01 Estimativa de aproveitamento de nutrientes em funo do pH do solo. pH

    Elemento 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0

    Nitrognio

    Fsforo

    Potssio

    Enxofre

    Clcio

    Magnsio

    20

    30

    30

    40

    20

    20

    50

    32

    35

    80

    40

    40

    75

    40

    70

    100

    50

    50

    100

    50

    90

    100

    67

    70

    100

    100

    100

    100

    83

    80

    100

    100

    100

    100

    100

    100

    Mdias 26.7 46.2 64.2 79.5 93.8 100

    Fonte: EMBRAPA

    Limitaes

    1. Problemas de implantao tais como baixa adaptabilidade, balano equilibrado entre as

    espcies, tipo de semeadura.

    2. Falta de equilbrio entre poaceas e fabaceas. H uma tendncia a ter mais fabceas.

    3. Invaso precoce de pragas e a conseqente competitividade.

    4. Baixa persistncia e estabilidade.

    5. Para o RS a vida til da pastagem de 4 a 5 anos.

  • 12

    TABELA 02 Caractersticas de algumas espcies quanto a resistncias. Caractersticas Espcies

    Resistncia seca Andropogom gayanus

    Ppenisetum purpurium

    Cynodon spp

    Resistncia ao frio Paspalum guenoarum

    Paspalum notatum

    Resistncia umidade Brachiaria arecta (Brachiaria do brejo)

    Brachiaria mutica (angola)

    Echinochloa polystachia (canarana)

    Echinochloa pyramidalis (canarana lisa)

    Eriochloa polystachia (angolinha)

    Resistentes solos cidos Andropogom gayanus

    Brachiaria decumbens

    Panicum maximum

    Resistncia a sombra parcial Panicum maximum

    Melinis minutiflorum

    Tolerantes ao alumnio Desmodium

    Estilosantes

    Resistnia baixa fertilidade Digitaria decumbens

    Paspalum notatum (comum)

    Paspalum notatum (pensacola)

    Exigentes em fertilidade Penisetum purpureum

    Uma boa forrageira tem

    1. Alta relao folha/haste;

    2. Bom crescimento o ano inteiro;

    3. Perenidade;

    4. Facilidade de estabelecimento e dominncia;

    5. Boa produo de sementes frteis e de fcil colheita;

    6. Boa palatabilidade;

    7. Resistncia a doenas e pragas;

    8. Resistncia as variaes climticas;

    9. Resistncia ao pisoteio;

    10. Alto valor nutritivo.

    Plantio

    Por mudas em reas pequenas e por sementes em reas grandes.

  • 13

    Pode-se semear manualmente, a lano, por mquina especializada, acoplada ao trator,

    ou por avio. Quando manual, em covas, a distncia deve ser de 0,50 a 1,00 metro.

    No plantio por mudas pode-se usar de 5 a 10 hastes por cova ou ainda fazer a diviso

    de touceiras. importante a adubao qumica em funo da anlise qumica do solo.

    Tambm indispensvel o monitoramento aps o plantio para identificar a necessidade de

    replantio.

    TABELA 03 Quantidades de sementes por hectare utilizadas em plantio para algumas

    forrageiras. Nome comum Nome cientfico Quantidade/ha

    Aveia preta Avena strigosa L. 80 a 100 Kg/ha

    Azevm anual Lolium multiflorum Lam. 30 Kg/ha

    Centeio Cecale cereale L. 40 a 50 Kg/ha

    Falaris Phalaris aquatica L. 15 a 20 kg/ha

    Festuca Festuca arundinacea Schreb. 20 a 30 Kg/ha

    Cornicho Lotus corniculatus L. 12 a 15 kg/ha

    Cornicho El Rincn Lotus subfllorus Lag. 4 a 6 kg/ha

    Ervilhaca Vicia sativa L.

    Trevo branco Trifolium repens L. 2 a 3 kg/ha

    Trevo subterrneo Trifolium subterraneum L. 4 a 6 kg/ha

    Trevo vermelho Trifolium pratense L. 6 a 8 kg/ha

    Trevo vesiculoso Trifolium vesiculosum L. 8 a 10 kg/ha

    SEMENTES

    Grau de pureza o peso de sementes puras em uma partida de 100 kg de sementes

    comercializadas. Na prtica pesa-se uma amostra de 100 gramas e depois separa-se areia,

    palha, cisco, pedras, gravetos, etc que so impurezas. Se as impurezas pesarem 20 gramas, por

    exemplo, ento haver 80% de sementes puras na amostra.

    Poder germinativo Para verificar basta colocar 100 sementes para germinar. Se

    germinarem 60 sementes, ento o poder germinativo de 60%.

    Valor cultural Conhecendo-se a pureza e o poder germinativo, calcula-se o valor

    cultural pela frmula: VC% = %P x %G / 100 = 80x60/100 = 4800/100 = 48%

    Taxa de semeadura

    Capim Tanznia

    Distncia entre linhas 0,50m

    Distncia entre plantas 0,05m

  • 14

    Valor cultural 25%

    N sementes / kg 960.000

    Estimativa de germinao 40%

    Clculos

    1. rea ocupada por uma planta 0,5 m x 0,05m = 0,025m

    2. N plantas/ha 1 = 0,025m x = 10.000m x=10.000/0,025=400.000pl/ha

    3. Quant. sem. puras (VC=25%) 100 sem.com = 25 sem.puras 960.000=x

    x=960.000sem/kg x 25 / 100 240.000sem.puras/kg

    4. Quant.sem.com/ha 1kg sem.com =240.000 sem.puras x =400.000 sem.puras

    x = 400.000x1kg/240.000 = 1,7 kg/ha/sem.com

    5. Quant.sem.com/ha, considerando uma perda de 60% de plantas por fatores ambientais.

    Ou seja, de 100kg sobram apenas 40kg. 100kg = 40kg x = 1,7kg/ha

    x = 1,7kg/ha x 100 / 40kg 4,25kg/ha

    Portanto, so necessrias 2,5 vezes mais de sementes.

    MUDAS

    Para elefante, napier, mineiro, taiwan, cameroon e similares utilizam-se os colmos

    inteiros ou pedaos de 3 a 4 ns, com 90 a 100 dias de vegetao. Usam-se sulcos a distncia

    de 0,5m a 1,0m entre sulcos, com colmos em linha contnua.

    Para capins prostrados como pangola, bermuda, estrela africana e brachiarias os

    espaamentos podem ser de 0,5m x 0,5m a 1,0m x 1,0m utilizando-se estolhos de 20 a 30

    centmetros ou mesmo mudas enraizadas.

    MANEJO

    Aps a implantao da pastagem necessrio um bom manejo para que se obtenha

    alta produtividade e a longevidade da mesma.

    Para tanto determinante o conhecimento das inter-relaes do sistema, ou seja, da

    relao solo-pastagem-animal.

    O solo a base do sistema e fonte de nutrientes para a pastagem. A planta a fonte de

    nutrientes para o animal. O animal atua como modificador das condies de solo e planta.

    Sistemas de produo

    A produo animal depende da espcie, da raa e do sistema de produo.

  • 15

    O sistema de produo depende do clima e do solo e tambm das espcies vegetais

    utilizadas. Os sistemas de produo podem ser basicamente extensivos ou intensivos.

    Forrageiras com caractersticas produtivas, nutricionais e reprodutivas acima da mdia

    obtida pelo campo nativo so essenciais. A produo estacional, velocidade de rebrote,

    agressividade, digestibilidade resistncia a doenas e pragas podem ser decisivos.

    Um bom sistema de pastejo deve

    1. Proporcionar ao gado alimentao nutritiva e regular o ano todo;

    2. Aumentar a produo forrageira por unidade de rea;

    3. Reduzir a degradao ambiental;

    4. Conservar a fertilidade do solo.

    5. Aumentar a produtividade do rebasnho.

    Pastejo contnuo

    o mais primitivo, consta de uma pastagem que utilizada de forma contnua durante

    o tempo todo. A lotao fixa e no h descanso para recuperao da pastagem.

    So desvantagens do pastejo contnuo

    1. A seletividade que faz desaparecerem as plantas palatveis;

    2. O desaparecimento de vrias espcies que no produzem nem competem;

    3. O favorecimento de plantas invasoras;

    4. A degradao e degenerao da pastagem;

    5. O aumento de pragas e doenas;

    6. O desenvolvimento de ectoparasitos (bernes e carrapatos);

    7. A menor capacidade por unidade de rea.

    Pastejo alternado

    Como indica o nome, o pastejo realizado em pelo menos duas reas, sendo que os

    animais permanecem por determinado perodo em cada rea.

    Pastejo protelado ou diferido

    Protelar ou adiar a ocupao do pasto possibilita a forrageira sementar e assim garantir

    a renovao da pastagem. A rea deve ser dividida em trs ou mais parcelas.

    Pastejo rotativo

    No pastejo rotativo ou rodzio o tempo de pastoreio e a carga ou lotao de cada

    potreiro so determinadas pelo crescimento da forrageira.

  • 16

    Permite a utilizao total da produo forrageira sempre em estado vegetativo novo.

    Pastejo rotativo racional (Voisin)

    uma forma aperfeioada de pastoreio em que se objetiva atender as exigncias do

    animal e da planta.

    Os animais so distribudos por parcela, separados por categorias do tipo vacas com

    terneiro ao p, vacas prenhes, animais em crescimento e gado solteiro.

    Cada rea ser utilizada por tempo limitado evitando prejudicar o rebrote das plantas.

    Adubao bsica, calcreo e nitrognio sero adicionados conforme as necessidades

    do pasto constatadas por anlise de solo.

    Pastejo em faixas (parcelado)

    Consiste no consumo dirio de uma faixa previamente calculada, delimitada por cerca

    eltrica deslocada a cada dia.

    SUPLEMENTAO

    Complemento alimentar ministrado em perodos crticos. Feno, medas de campo,

    silagem e outros.

    Feno Da prpria pastagem ou de culturas especialmente destinadas. Pode estar na

    forma de medas, rolos, montes de feno, etc para serem liberadas na poca crtica.

    Silagem Pode ser milho, sorgo, feijo mido, ou consorciaes. Tambm razes e

    tubrculos como mandioca, batata, inhame, palma forrageira, etc podem ser ministrados.

    Problemas decorrentes de suplementao alimentar

    ACIDOSE Ocorre quando os animais passam de uma dieta com alto teor de fibra

    para uma dieta com alto teor de carboidratos de fcil digesto.

    Haver rpida multiplicao de bactrias amilolticas, com elevada produo de cido

    ltico no rumem. As bactrias ruminais no conseguiro transform-lo em cido propinico,

    ento o cido ltico entra na corrente sangunea e o animal morre por acidose no sangue.

    Sintomas Laminite, ou seja, patas e mos inchadas, abscessos no fgado, etc.

    Diarria pastosa, diminuio na produo de saliva, o animal para de alimentar-se, permanece

    deitado e morre.

    ALCALOSE Ocorre quando o animal ingere quantidades de protena com alimento

    deficiente em energia. Isso aumenta a produo de amnia no rumem causando intoxicao.

  • 17

    Sintomas Atonia do rumem (para de funcionar), diarria pastosa, escura, menor

    ingesto de alimento, hipomagnesiemia e morte.

    HIPOMAGNESIEMIA Conhecido como tetania do pasto. Ocorre um distrbio na

    absoro de magnsio pelo rumem, em conseqncia, h menor ingesto alimentar, andar

    vacilante, o animal se isola dos demais, apresenta dorso arqueado, maxilares apertados e

    salivao. Pode ocorrer a morte.

    PADRES DE MANEJO

    TABELA 04 - Resposta a presso de pastejo (carga animal) em pastoreio extensivo.

    Lotao (UA/ha) Resposta da pastegem Consequncias

    Baixa (< 0,75) Pastejo seletivo pelos animais

    Baixa qualidade da forrageira

    Alta concorrncia de plantas daninhas

    Produo animal alta

    Produo por ha baixa

    Mdia (0,75 a 1,25) Situao intermediria Situao intermediria

    Alta (> 1,25) Menor quantidade de forragem (boa)

    Menor persistncia da pastagem

    Menor concorrncia de plantas daninhas

    Produo animal baixa

    Produo por ha alta

    H limite mx. lotao

    TABELA 05 Desempenho da pastagem em funo do sistema de pestejo.

    Produo Pastejo

    Tipo de uso

    Indicao

    Investimento Por animal Por ha

    Contnuo Animais por +

    30 dias/rea

    Sistema extensivo

    Baixa produtividade

    Baixa lotao

    Baixo em cercas Mdia alta Mdia baixa

    Rotativo At 4 divises

    anim.por 7 a 30

    dias/rea

    Sist. pouco intensivo

    Lotao mdia

    Mdio em cercas Mdia Mdia

    Rotativo

    intennsivo

    + de 4 potreiros

    anim. de 1 a 7d/a

    Sistema intensivo

    Produo alta

    Adubao e alta lotao

    Mdio em cercas

    e adubos

    Mdia baixa Mdia alta

    TABELA 06 Altura das plantas em pastejo contnuo e rotativo e tempo de descanso.

    Espcie forrageira Altura past. contnuo (cm) Tempo em pastejo rotativo (dias)

    Hbito de crescimento Mxima Mnima Desc. inverno Desc. vero De pastejo

    Quicuio (decumbente)

    Braquiaro (semidecumbente)

    Colonio e panicuns

    (ereto/entouceirado)

    35 45

    45 50

    60 80

    15 20

    25 30

    30 40

    28 35

    35 42

    10 - 15

  • 18

    PRODUO DE MASSA VERDE/SECA

    Para realizar-se o ajuste de lotao necessrio conhecer-se a real produo de massa

    verde ou de massa seca da pastagem. Se for o caso de massa verde, importante lembrar que

    a quantidade consumida varia em funo do teor de gua. O consumo de matria seca

    relativamente constante, ou seja, em torno de 11 kg/UA.

    No pastoreio contnuo, por exemplo, o que se v o resduo, a sobra no consumida.

    O crescimento no se v, pois est sendo consumido. A disponibilidade no o resduo e sim

    o resduo mais o crescimento. Por isso, para avaliar o crescimento preciso o estabelecimento

    de reas de excluso de pastejo, como gaiolas.

    J que no possvel medir-se cada planta da populao de uma pastagem, a

    amostragem fundamental e bsica para medir a vegetao. As amostras podem ser

    aleatrias, aleatrias estratificadas e sistemticas.

    Alm de conhecer a composio florstica necessrio quantific-la, ou seja,

    estabelecer os parmetros de freqncia, densidade, cobertura e peso.

    Freqncia Este parmetro d a idia de ocorrncia ou no de uma determinada

    espcie na composio da pastagem. a relao entre o nmero de amostras com a espcie e

    o nmero total de amostras. Se em 50 pontos amostrados. uma espcie (Eragrostis sp por

    exemplo) foi constatada em 37, a sua freqncia ser de F=37/50 = 0,74 (ou seja, 74%).

    No caso, no interessa quantos indivduos aparecem por amostra e sim se a espcie

    est presente ou no.

    Estabelecendo-se classes de freqncia (1,2,3,4,5) tem-se:

  • 19

    Classe 1 1 a 20%

    Classe 2 21 a 40%

    Classe 3 41 a 60%

    Classe 4 61 a 80%

    Classe 5 81 a 100%

    Assim, no exemplo anterior (0,75) a freqncia classe 4. Noutro pasto a mesma

    espcie poderia ser (0,25) classe 2. Isto permite comparao entre potreiros ou reas

    diferentes.

    Densidade Mede o nmero de indivduos por unidade de rea (m) em uma

    pastagem. Expressa a abundncia da espcie em relao a rea estudada. Equivale a densidade

    populacional. Pode-se utilizar como classificao uma escala numrica, por exemplo: 1

    escasso; 2 ocasional; 3 pouco freqente; 4 freqente; 5- abundante.

    Se, em 50 amostras encontrarmos 200 plantas de uma mesma espcie, teremos:

    D = 200pl / 50 m = 4 plantas por metro quadrado.

    Cobertura Expressa a projeo vertical da parte area da planta sobre o solo.

    Tambm esta medida pode ser estratificada.

    1. Cobertura menor do que 5% da superfcie do solo;

    2. Cobertura entre 5 e 25% da superfcie do solo;

    3. Cobertura entre 25 e 50% da superfcie do solo;

    4. Cobertura entre 50 e 75% da superfcie do solo;

    5. Cobertura entre 75 e 100% da superfcie do solo.

    Assim uma cobertura 3 equivale de 25 a 50% da superfcie do solo. O restante, claro,

    estar coberto por outras espcies ou ento ser solo desnudo.

    Peso uma medida de quantidade de forragem produzida pela pastagem, portanto,

    muito importante para o clculo da capacidade de suporte da mesma. O peso expresso em

    kg/ha. Pode ser referente a peso verde (planta recm cortada), peso seco ao ar (10 a 12% de

    umidade) e peso seco em estufa (usa-se uma temperatura prxima a 100C at obter-se peso

    constante, ou seja, massa seca MS). Em geral a amostra de 1 m cortado rente ao cho.

    Dificuldades Duas espcies aparecem em todas as amostras. A espcie A com uma

    ocorrncia por amostra; a espcie B com dez ocorrncias por amostra. No entanto, ambas tm

    freqncia de 100% (???).

    Espcies que formam touceiras com muitos perflios (aparecem poucas por amostra) e

    espcies de talo nico e solitrio (aparecem muitas por amostra) (???).

    Como avaliar estolonferas e rizomatosas???

  • 20

    Determinao da disponibilidade de forragem

    1. Corte da amostra total Ut6iliza-se um quadrado de 1m x 1m, disposto ao acaso, em 10

    ou 20 locais de amostra. Devem-se evitar pontos "fracos", por pisoteio e acmulo de esterco,

    como as proximidades de cochos, bebedouros e locais de pouso. Corta-se rente ao solo e pesa-

    se a amostra verde. Pode-se fazer suba mostras separando-se folhas, talos e outros materiais.

    2. Coleta de folhas Semelhante ao anterior, porm coletam-se apenas folhas e ponteiros.

    Com o peso da matria seca em gramas, multiplica-se por 10 ou 20 para obter-se a

    disponibilidade em kg/ha.

    3. Estimativa visual comparativa Primeiro marca-se um quadrado em que h menor

    quantidade de folhas do potreiro, que recebe nota 10; A seguir marca-se outro em que h a

    maior quantidade de folhas do potreiro, que recebe nota 30; Em continuao determina-se um

    padro intermedirio entre os dois anteriores, com nota 20. Ento percorre-se a rea, com o

    quadrado, atribuindo nota com base nos padres de referncia (10, 20, 30).

    Em um potreiro de 30 ha podero ser feitas 120 determinaes de reas para avaliao.

    Processam-se as amostras e utiliza-se para o clculo a matria seca de folhas verdes. Com os

    resultados das amostras e das notas constri-se um grfico de disperso na planilha eletrnica.

    No menu "grficos" abrir a janela "adicionar linhas de tendncias", selecionar o "tipo de

    regresso" e nas "opes" ativar os menus "exibir equaes no grfico" e "exibir valor de R-

    quadrado no grfico". Faz-se a mdia das notas dos pontos da estimativa visual e multiplica-

    se pelo Y da equao de regresso (disponibilidade ou resduo).

    No exemplo, considerando a mdia como 23 teremos: Y (resduo) = 40.117 + 113,7 (nota)

    Y (resduo) = 40.117 + 113,7 x 23 = 2.575 kg/ha de matria seca (MS).

  • 21

    Ajuste de lotao

    Oferta a relao entre a quantidade de massa seca (MS) para cada 100 kg de peso

    vivo (PV) expressa em percentagem. o material disponvel independente do consumo.

    A oferta deve ser 3 a 4 vezes maior do que a necessidade de consumo.

    Em pastos de Braquiaro, Mombaa e Camerum constataram-se nveis de consumo

    voluntrio da ordem de 1,5% a 2,7% do peso vivo em MS por dia.

    Carga animal a quantidade de peso por rea. Independe do nmero de cabeas.

    Unidade animal (UA) Equivale a 450 kg de peso vivo.

    Taxa de lotao Corresponde ao nmero de UA por ha num determinado momento.

    Ajuste emprico (altura do pasto) Fixa-se uma altura de pastejo (Exemplo:

    Braquiaro, 20 a 30cm de altura) e coloca-se ou retira-se animais conforme o pasto cresce ou

    decresce. A altura do resduo indicador prtico para evitar sub ou super pastejo. TABELA 07 Altura da pastagem (cm) de gramneas.

    Altura (cm) Espcies Entrada Sada

    Penisetum purpureum (elefante) Panicum maximum cv Mombaa Panicum maximum cv Tanznia Andropogon gayanus B. brizantha cv Marand B. decumbens cv Brasilisk B. humidcula Cynodon ssp. (Tifton)

    160-180 120-130 100-120 50-60 40-50 258-30 15-20 25-30

    35-40 40-50 30-40 20-30 20-25 10-15 5-8

    10-15 Fonte: Correa, 2000

  • 22

    TABELA 08 Altura da pastagem (cm) por espcies perenes e anuais em trs nveis de fertilidade ou adubao

    da pastagem.

    Espcie Alta Mdia Baixa

    Penisetum purpureum (elefante)

    Panicum maximum cv Mombaa

    Panicum maximum cv Tanznia

    Panicum maximum cv Colonio

    Panicum maximum cv Aruana

    Panicum maximum cv Massai

    B. brizantha cv Xaras

    B. brizantha cv Marand

    B. decumbens cv Brasilisk

    B. humidcola cv

    Andropogon gayanus

    Cynodon ssp. (Tifton)

    Sorgo bicolor (forrageiro)

    Penisetum americanum (Milheto)

    Avena sativa (Aveia)

    40

    30

    25

    20

    15

    15

    20

    15

    10

    8

    15

    8

    20

    15

    10

    50

    40

    35

    25

    20

    20

    25

    20

    15

    14

    20

    12

    30

    25

    12

    60

    50

    45

    35

    30

    30

    35

    30

    25

    20

    30

    16

    40

    30

    15

    Fonte: Kichel

    Ajuste emprico (resduo)

    Braquiaro em pastejo contnuo 1.700 a 2.300 kg/ha

    Elefante ano em pastejo contnuo 2.300 kg/ha

    Em pastejo rotacionado 1.500 a 2.500 kg/ha

    O resduo ps pastejo 400 a 1000 kg/ha

    Ajuste com base no consumo Disponibilidade de folhas verdes mais ponteiros.

    rea total 80 ha

    rea por potreiro 20 ha

    Nmero de potreiros 4

    Tempo de descanso 30 dias

    Tempo de ocupao 10 dias

    Consumo (UA) 11 kg/dia MS (2,5% de 450 kg)

    Disponibilidade (folh/pont) 500 g/m MV (mdia de 10 amostras)

    Brachiaria brizantha com 23% de MS em dezembro.

    Peso seco amostra 115 g/m (folhas + ponteiros)

    Em um hectare 115g x 10.000 = 1.150.000g/ha = 1.150 kg/ha

    Desconta-se 500 kg/ha de resduo, sobram 1.150 500 = 650 kg/ha

  • 23

    Lotao (650kg / 11kg) 59 UA/dia

    Taxa de lotao instantnea 59 UA/dia / 10 dias = 5,9 UA/ha

    Taxa de lotao instantnea por potreiro 5,9 UA x 20ha = 118UA em 20 ha

    Taxa de lotao (real) 118UA/80ha = 1,5 UA / ha

    FRMULA

    Lotao = )//().(

    )().500(/UAMSdiakgconsumoUAdiasTempopastharoreapotreidisphaMSkg

    Ajuste por oferta de folhas

    Carga animal = hasofertasfoltempopastx

    MSdispx100

    Taxa lotao = animalXpeso

    aanimalc arg

    Lotao = taxa lotao x rea

    Exemplo

    Disponibilidade 2.329kg/ha

    Mt. pastejo contnuo 30 dias

    Carga animal %830100329.2

    xx 968kg/ha de peso vivo

    8% significa 8kgMS/100kgPV/dia

    Taxa de lotao 970/350 = 2,8 cab/ha

    Lotao (2,8x10ha) 28 cabeas em 10 ha por 30 dias.

    Frmula

    Lotao = )/((%).).(

    )(.100)./(cabkganimalXpesoofertadiasTempopast

    hareahakgDispMS

    Exemplo de pastejo rotacionado

    Quantidade de animais 12 vacas e um touro

    Tempo de descanso por rea 30 dias

    Tempo de pastejo por rea 15 dias

    Unidade animal (1UA) 450 kg PV

    Uma vaca 400 kg PV

    Um touro 600 kg PV

    Taxa de lotao 1,5 UA/ha

  • 24

    Adubao s na formao da pastagem.

    Clculos

    Frmula: Np = (Pd / Tp) + 1 onde:

    Np=nmero de potreiros; Pd=perodo de descanso;

    Tp=tempo de pastejo. Np=30/15+1 = 3 potreiros

    Peso dos animais (12 vacas x 400kg)+(1touro x 600Kg) = 5.400 kg

    rea total do pasto (1,5UA/ha x 450kg) = 675 kgPV 5.400/675 = 8 ha

    rea de cada potreiro 8 ha / 3 = 2,67 ha

    Outro exemplo

    Perodo de descanso do pasto 33 dias;

    Tempo de pastejo 3 dias.

    Np=(Pd/Tp)+1 = 12 potreiros

    Produo de matria verde

    Supondo uma mdia mensal de 0,53 kg por m tem-se um total mdio anual de

    0,53 x 12 = 6,36kg/m Num ha teremos 1 m 6,36 kg

    10.000 x x = 63.600 kg/ha

    Admitindo-se uma perda de 20% teremos 63.600-20% = 50.880 kg/ha

    Considerando que 1UA (450kgPV) consome 10$ PV/dia teremos:

    1 dia 45,0kg 365dias x x = 365x 45 = 16.425kgMV/ha/ano

    Capacidade de suporte

    calculada com base no consumo de forragem por UA e a disponibilidade da

    pastagem. Consumo MV/UA/ano = 16.425 kg Dispon./ha/ano = 50.880kg

    Ento 16.425 kg/ha/ano 1UA 50.880 kg/ha/ano x

    x = 50.880/16.425 = 3,1 UA/ha/ano

    rea necessria

    Capacidade de suporte 3,1 UA/ha/ano

    N total de animais do rebanho 200 cabeas

    Ento 200/3.1 = 64,52 ha 64,52 ha/12potr. = 5,4 ha/cada potreiro

    PRESSO DE PASTEJO

    a quantidade de forragem consumida por dia por cada 100kg de peso vivo.

  • 25

    Consumo por animal

    Bovino de corte adulto 2 a 2,5% do peso vivo em MS;

    Vaca de leite produzindo 3 a 4% do peso vivo em MS;

    Ovinos adultos 2,5 a 3% do peso vivo em MS;

    Cordeiros 3 a 4% do peso vivo em MS.

    Presso de pastejo (PP)

    PP (%) = 100/.

    /)(.pesovivoanimaisn

    diasnhareaMSDisp

    MSdisp =- matria seca disponvel por ha

    Pesovivo/100 = Peso dos animais utilizados divididos por 100.

    Exemplo

    Um produtor tem 20 ha de pastagem com disponibilidade de MS de 1.600kg/ha.

    Para pastejar 20 animais de 350kg de peso vivo cada, por 230 dias, qual a presso de

    pastejo?

    PP(%) = 100/3502030/201600

    xx = 15,23 o que os animais vo receber por 30 dias para

    cada 100kg de peso vivo.

    Portanto, 15,23 x 350 / 100 = 53,30 kg de MS por dia em 30 dias.