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JUNHOFORTISSIMO Nº 4 — 2015
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O mês de junho, devido ao clima seco e ameno, é sempre reservado às nossas turnês por Minas Gerais, levando a grande música sinfônica, executada pela Filarmônica, patrimônio vivo da cultura, para várias regiões do estado.
Assim, após concertos em Divinópolis, Araxá e Uberlândia, nossa Orquestra apresenta-se apenas uma vez neste mês, dentro das séries Presto e Veloce, trazendo a vocês um concerto dedicado a compositores franceses. Damos novamente as boas-vindas ao maestro Yoav Talmi, que retorna a Belo Horizonte alguns anos após a sua estreia com
a Filarmônica, e recebemos pela primeira vez a violinista Liza Ferschtman. Obras de Berlioz, Saint-Saëns e César Franck compõem este rico e variado programa.
Após este programa, vocês podem se preparar para a maratona que a Filarmônica realiza no mês de julho, quando concertos frequentes aquecerão com extraordinária música e excelentes solistas o inverno que ora se inicia.
Desejamos a todos um bom concerto, antecipando os calorosos aplausos que certamente o seguirão.
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
FABIO MECHETTIDiretor Artístico e Regente Titular
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Jacksonville, sendo, agora, Regente Emérito destas duas últimas. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Realizou diversos concertos no México, Peru e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na Europa regeu a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia e a Orquestra da Radio e TV da Espanha. Dirigiu também a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na
Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente, estreou na Itália conduzindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2015 dirigirá a Orquestra Sinfônica de Odense, também na Dinamarca. No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. Recentemente, tornou-se o primeiro brasileiro a ser convidado a dirigir uma orquestra asiática, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse, da Orquestra Sinfônica de Spokane e da Orquestra Sinfônica de
FABIOMECHETTI
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YOAV TALMIregente convidado
LIZA FERSCHTMANviolino
PROGRAMA
Hector BERLIOZAbertura O Rei Lear, op. 4
Camille SAINT-SAËNSConcerto para violino nº 3 em si menor, op. 61 • Allegro non troppo
• Andantino quasi allegretto
• Molto moderato e maestoso
– INTERVALO –
César FRANCKSinfonia em ré menor• Lento – Allegro non troppo
• Allegretto
• Allegro non troppo
LIZA FERSCHTMANviolino
PRESTO
VELOCE
Quinta
Sexta
25/06
26/06
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A longa e impressionante carreira de Talmi como maestro convidado abrange vários continentes. Seus compromissos europeus incluem todas as principais orquestras de Londres, a Filarmônica de Berlim, Concertgebouw de Amsterdã, as sinfônicas de Viena e Praga, as filarmônicas de São Petersburgo, Oslo, Estocolmo, Varsóvia e Israel, a Orchestre National de France, Tonhalle de Zurique, Santa Cecília em Roma e orquestras de rádio em Israel, França, Itália, Espanha, Alemanha, Polônia, Holanda, Bélgica, Finlândia e Suécia. Apresentou-se várias vezes com a NHK Symphony e com a New Philharmonic Orchestra no Japão. Na América do Norte, Talmi tem aparecido com as orquestras de Dallas, Detroit, Houston, Indianapolis, Madison, Montreal, Pittsburgh, Rochester, Seattle, St. Louis, Toledo e Vancouver, assim como a Orquestra de Câmara de Los Angeles, a National Arts Centre Orchestra, a New York Chamber Symphony e a Orquestra de St. Luke. Suas atividades de verão incluem os festivais de música de Aspen, Casals em Porto Rico, Bergen, Chautauqua de Nova York, Helsinki, Houston’s Mostly Mozart, Jerusalém, Lanaudière e Festival de Waterloo.
Artista experiente em gravações, Yoav Talmi já trabalhou com os selos
Chandos, Decca, EMI, Naxos, Teldec, CBC Records, Atma e Analekta. Sua gravação da Nona Sinfonia de Bruckner com a Filarmônica de Oslo lhe rendeu o prestigioso Grand Prix du Disque em Paris. Suas duas últimas gravações de orquestrações de Bach e Debussy com a Sinfônica de Quebec ganharam o Prêmio Joker pela Revista Crescendo de Bruxelas. Sua gravação de Schoenberg e Tchaikovsky com a Orquestra de Câmara de Israel foi escolhida Gravação do Mês pela revista Fono-Forum da Alemanha. O London Penguin Guide concedeu a essa mesma gravação sua mais alta classificação. Sua gravação French Showpieces com a Sinfônica de Quebec e o violinista James Ehnes recebeu classificação “perfeita” e foi escolhida Gravação do Mês pela revista francesa Repertoire.
Nascido em Israel, Yoav Talmi é graduado pela Rubin Academy of Music de Tel Aviv e The Juilliard School de Nova York, onde obteve formação em Composição e Regência com doações da America Israel Cultural Foundation. Recebeu o Koussevitzky Memorial Conducting Prize no Festival de Tanglewood 1969 e o Rupert Conductor’s Competition 1973, entre outras premiações no seu país e no Canadá.
Celebrado nos dois lados do Atlântico, Yoav Talmi é maestro principal convidado da Orquestra de Câmara de Israel e maestro emérito da Quebec Symphony. É chefe do Departamento de Regência na Buchmann-Mehta School of Music da Universidade de Tel Aviv. Talmi atuou como maestro principal da Hamburg Symphony, maestro principal convidado da Filarmônica de Munique, diretor musical da San Diego Symphony, da Filarmônica de Arnhem e da Orquestra de Câmara de Israel, além de fundador e primeiro diretor musical da New Israeli Opera.FO
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Curtis Institute, Filadélfia, e de David Takeno, em Londres.
A violinista se apresentou com todas as orquestras holandesas mais notáveis, incluindo a Real Concertgebouw e a Rotterdam Philhamonic. Foi solista da Orquestre National de Belgique, da European Union Youth Orchestra, da Orquestra Yomiuri Nippon, Malaysian Philharmonic, Schleswig-Holstein Festival Orchestra, Bremen Philharmonic, Radio Symphony Orchestra de Praga, Malmö Symphony e Bergen Philharmonic. Trabalhou com maestros como Stephan Blunier, Frans Bruggen, Christoph von Dohnanyi, Claus Peter Flor, Neeme Järvi, Yakov Kreizberg, Zdenek Macal, Jun Maerkl, Gianandrea Noseda, Marc Soustrot, Leonard Slatkin, Thomas Sondergard, Karl-Heinz Steffens, Mario Venzago e Jaap van Zweden.
Na música de câmara, Liza colabora regularmente com artistas como Inon Barnatán, Jonathan Biss, Nobuko Imai, Elisabeth Leonskaja, Enrico Pace, Christian Poltera, Lars Anders Tomter e Alisa Weilerstein. Além de festivais internacionais, apresentou-se no Alice Tully Hall em Nova York, na Biblioteca do Congresso em Washington, Wigmore Hall em Londres, Brahms Saal do Musikverein em Viena e o Concertgebouw em Amsterdã.
Desde 2007, Liza é diretora artística do Delft Chamber Music Festival, um dos maiores festivais na Europa. Nesse período, o festival tornou-se amplamente conhecido por sua programação ousada, com performances dinâmicas de artistas de todo o mundo.
Destaques da temporada passada foram a apresentação das obras completas de Bach em Amsterdã e uma turnê com a Budapest Festival Orchestra e o maestro Iván Fischer.
Na atual temporada, a violinista fará estreias com a BBC National Orchestra do País de Gales, filarmônicas de Londres e de Essen, Staatskapelle Weimar e Flanders Symphony Orchestra. Ela fará apresentações de música de câmara no Liederhalle, em Stuttgart, e no Beethoven Haus, em Bonn, e vários recitais na Holanda.
O álbum em que Liza apresenta concerto e romances de Beethoven foi aclamado pela crítica, bem como suas gravações com concertos de Dvorák, Röntgen, obras solo de Bach e Ysaye (escolha do mês The Strad CD) e obras duo de Beethoven e Schubert. Seu próximo CD apresentará obras solo de Bach, Biber, Bartók e Berio (Callenge Classics).
A violinista holandesa Liza Ferschtman é conhecida por suas performances entusiásticas e programas interessantes. Sua presença é marcante tanto em concertos quanto em música de câmara, recitais ou trabalhos solo. Em 2006, recebeu o maior prêmio atribuído a um músico na Holanda, o Dutch Music Prize.
Nascida em uma família de músicos russos, Liza Ferschtman teve como uma de suas primeiras influências o violinista Philipp Hirschhorn. Foi aluna de Herman Krebbers no Conservatório de Amsterdã, de Ida Kavafian no
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PRESTO E VELOCE 1716
IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela
UFMG, doutorando de Francês no King’s
College London e colaborador do ARIAS/
Sorbonne Nouvelle Paris 3.
PARA OUVIR
Berlioz – Orchestral Overtures – Royal
Philharmonic Orchestra – Thomas Beecham,
regente – Naxos Classical Archives,
Classics on line, 9.80711 – 1954
PARA ASSISTIR
Orquestra Sinfônica da Universidade
Estadual da Flórida – Matthew Bishop,
regente | Acesse: fil.mg/breilear
PARA LER
Lauro Machado Coelho – Sinfonia
Fantástica: vida e obra de Hector
Berlioz – Algol Editora – 2009
William Shakespeare – O Rei Lear –
Millôr Fernandes, tradução – L&PM – 1997
de discurso que caracteriza o poema sinfônico e retrabalha os eventos e as personagens do Rei Lear. Dramática e enérgica, a abertura repercute o sinfonismo de Beethoven, que, como declara Berlioz, “abriu diante de mim um novo mundo da música, como Shakespeare me revelara um novo universo poético”. A peça de Shakespeare narra a tragédia de um rei que decide repartir ainda em vida seu reino entre suas três filhas, desencadeando uma terrível sequência de episódios
marcados pela ganância, a bajulação e a traição que conduzem à loucura e à morte. Entre o tema de Cornélia no oboé e os graves do rei Lear, a abertura de Berlioz perde em sentido discursivo para ganhar em intensidade, assim como o mais célebre verso da peça de Shakespeare: “nunca, nunca, nunca, nunca, nunca!”.
ABERTURA O REI LEAR, OP. 4 (1831) 14 min
Logo após mudar-se para Paris em 1821, Berlioz torna-se assíduo frequentador de óperas. O gosto pela música e a predileção pelas literaturas francesa e latina e pela geografia marcam sua adolescência. Porém, viu-se obrigado pelo pai a estudar Medicina. O contato com o mundo musical em Paris o convence a abandonar por definitivo a Medicina, após sua graduação em 1824. Em 1826 ingressa no Conservatório de Paris, na classe de Jean-François Le Sueur, uma das mais influentes figuras do cenário musical francês durante a Revolução, o Império e a Restauração. Os anos que se seguem são cruciais para o desenvolvimento de sua linguagem musical. Concorre ao Prix de Rome por quatro vezes, entre 1826 e 1830, vencendo-o afinal com a cantata La Mort de Sardanapale. Paralelamente, a leitura de Goethe – Fausto acabava de ser traduzido para o francês por Gérard de Nerval – e a descoberta da obra de William Shakespeare são essenciais para a consolidação de uma linguagem artística que combina, das mais diversas formas, música com referências literárias.
Em setembro de 1827, Hector Berlioz assiste à montagem de Hamlet no
Hector Berlioz | França, 1803 – 1869
teatro Odéon. Embora, à época, não dominasse a língua inglesa, viu-se profundamente envolvido pelo esquema dramático de Shakespeare. Para ele, o dramaturgo inglês representava a superação das restrições formais e o mais eloquente modelo de expressão dramática e discurso poético. Inspirado por ele, Berlioz elaboraria sua concepção de “verdade expressiva”. Em uma carta de 1828 descreve Shakespeare e Goethe como “os silentes confidentes de meus sofrimentos; eles têm a chave para a minha vida”. A partir da obra de Shakespeare, Berlioz compõe três peças menores inspiradas em Hamlet – uma fantasia sobre A Tempestade, a sinfonia dramática Romeu e Julieta e as aberturas orquestrais Beatriz e Benedito e O Rei Lear.
Em 1831, ano de composição de O Rei Lear, Berlioz era já um compositor respeitado em Paris em razão do Prix de Rome e de sua Sinfonia Fantástica, ambos de 1830. Por acreditar que a música instrumental tivesse maior capacidade expressiva e maior poder de articulação do que a música vocal ou o texto, opta por suprimir a noção
INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, cordas.
PRESTO E VELOCE 1918
MOACYR LATERZA FILHO Pianista e cravista,
Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa,
professor da Universidade do Estado de Minas
Gerais e da Fundação de Educação Artística.
claro dessa vinculação visceral de Saint-Saëns à linguagem romântica. Concluído em 1880, foi dedicado ao grande virtuoso (e também compositor) Pablo de Sarasate, que o estreou nesse mesmo ano. Outras obras de Saint-Saëns dedicadas a Sarasate revelam um foco bem direcionado na exibição virtuosística do intérprete, bem como o conhecimento e domínio do compositor na linguagem e no estilo violinísticos: é o caso, por exemplo, da famosa Introdução e Rondó Caprichoso. No entanto, o Concerto op. 61 é bem mais focado na inventividade melódica que em efeitos virtuosísticos e, trazendo inclusive reminiscências de outras obras do próprio compositor, desvela outro lado da mentalidade musical romântica, não menos apaixonada,
mas cujos arroubos se dirigem mais a uma espécie de contemplação da intimidade individual do compositor que a bravuras do intérprete virtuoso.
Mais que obra representativa da literatura violinística, esse concerto é a expressão autêntica de um espírito que encontrou na linguagem romântica perfeitamente consolidada seu caminho de expressão: um espírito criador vinculado indissociavelmente à mentalidade artística que testemunhou e que tomou para si como legítima e bastante.
O Romantismo, essa grande corrente literária, humanista e artística, desponta, no alvorecer do século XIX, como condestável revolucionário da liberdade. Na música, abraçado ideologicamente ainda por Beethoven, elaborado como linguagem por compositores do porte de Schumann, Chopin e, mais tarde, Brahms, e tendo gerado sua própria mitologia, nas figuras quase sobrenaturais de Paganini ou de Liszt, o propósito inicial do Romantismo é romper com os grilhões formais e sociais da arte musical que, sem renegar o passado, se recusa a submeter-se a fórmulas limitadoras da expressão individual do artista.
Porém, tendo se alicerçado nessa postura revolucionária cuja bandeira maior é a da liberdade – sobretudo a liberdade individual de expressão artística – o Romantismo consolida-se como linguagem e elabora uma espécie de gramática própria, relativamente independente de correntes nacionais ou individuais. O universo romântico produz então seus defensores ferrenhos, cujas obras, por um lado, testemunham as conquistas feitas na expressão musical e em sua linguagem. Por outro lado, em curioso paradoxo, essa postura defensiva acaba por negar o próprio
Camille Saint-Saëns | França, 1835 – Argélia, 1921
ideal libertário inaugurado pelo movimento romântico, recusando-se a considerar possíveis muitos dos novos caminhos de expressão cujas portas o próprio Romantismo logrou abrir.
Talvez seja esse o caso do francês Camille Saint-Saëns. Vinculado indissociavelmente à linguagem romântica, Saint-Saëns se refere com ironia (e às vezes com escárnio) à nova música que, em princípios do século XX, começa a se manifestar. Visto dessa maneira, Saint-Saëns poderia bem se assemelhar à figura exagerada e grotesca de um reacionário radical. No entanto, visto de outra maneira, pode-se vislumbrar nele e em sua obra o artista apaixonado, produto de uma época e de uma mentalidade que ele mesmo vivenciou e de que foi testemunha: Saint-Saëns nasce no ano da morte de Mendelssohn, tem nove anos quando morre Chopin e obras suas foram divulgadas e executadas por Liszt, a quem conhece no auge da carreira. Talvez exatamente por isso Saint-Saëns se mostre tão refratário às novas investidas musicais de finais dos oitocentos, apesar de ter sido professor de nada menos do que Gabriel Fauré, por sua vez professor de Ravel.
Último dos seus três concertos para violino, o concerto op. 61 é exemplo
INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
PARA OUVIR
CD Saint-Saëns – Concerto para Violino nº
3; Vieuxtemps Concerto para Violino nº 5
– London Symphony Orchestra – Lawrence
Foster, regente – Kyung Wha Chung,
violino – Decca, UCCD 9624 – 2008
PARA ASSISTIR
Orquestra da Rádio e Televisão da Suíça
Italiana – Piero Bellugi, regente – Silvia
Marcovici, violino | Acesse: fil.mg/ssviolino3
PARA LER
René Dumesnil – Portraits de musiciens
français – Librairie Plon – 1938
CONCERTO PARA VIOLINO Nº 3 EM SI MENOR, OP. 61 (1880) 29 min
PRESTO E VELOCE 2120
Aos treze anos, César Franck mudou-se para Paris, levado pelo pai, que ambicionava para o talentoso filho uma rentável carreira de pianista. Entretanto, o menino tímido, retraído e avesso aos palcos acabou descobrindo sua verdadeira vocação ao frequentar as classes de órgão no Conservatório.
Como organista de igreja, César Franck levava uma vida metódica. Profundamente religioso, exercia seu trabalho como uma missão; dava aulas particulares e compunha regularmente, sobretudo obras corais e peças para o órgão, transformado em confidente cotidiano. Aceitou com imensa satisfação o cargo de organista titular da igreja de Sainte-Clotilde, onde um instrumento maravilhoso, construído por Cavaillé-Coll, correspondia à sua inigualável maestria de intérprete e improvisador. O reconhecimento público traduzia-se na gratidão dos fiéis e dos músicos que frequentavam a igreja para ouvi-lo. Entre outros, Franz Liszt, admirador incondicional, cuja influência foi fundamental para César Franck, principalmente
quanto à elaboração da forma cíclica presente em todas as suas obras-primas finais. As preferências modelares do compositor belga continuaram sendo Bach e Beethoven, mas ele soube contemporizá-las, de maneira muito pessoal, com seu gosto pelo cromatismo e pelas modulações incessantes.
Aos cinquenta anos, César Franck foi nomeado professor de órgão pelo Conservatório de Paris. Sob o pretexto de ensinar o instrumento, suas aulas transformaram-se em verdadeiras classes de composição para uma geração de alunos que o adoravam. Era o começo de um reconhecimento público tardio e que só se consolidou após sua morte. Por longo tempo condenado à obscuridade, César Franck habituara-se a longas reflexões; tornou-se extremamente meditativo, meticuloso e exigente como compositor. Em seus últimos anos, dedicava-se de cada vez a um gênero para, nele, lapidar apenas uma e definitiva obra-prima. Assim surgiram o Quinteto para piano e cordas (1879), as Variações sinfônicas (1885), o Quarteto em Ré Maior (1889), o Prelúdio, coral e fuga (1884), a Sonata
para violino e piano (1886) e a Sinfonia em ré menor (1888). A importância histórica dessas obras é enorme – elas foram decisivas para a mudança do cenário musical parisiense, indiferente ou até hostil à música instrumental sinfônica e camerística.
Sob tal aspecto, a Sinfonia de César Franck marca um ponto culminante na renovação da música orquestral francesa do final do século XIX. Foi elaborada dentro dos princípios cíclicos – a semelhança entre os elementos básicos (motivos intervalares e rítmicos) dos temas de todos os movimentos cria uma sintonia entre as seções, dando maior unidade à composição.
O primeiro movimento, Lento – Allegro non troppo, centrado em duas tonalidades de base – ré menor e fá menor –, deixa-se marcar por muitas modulações. Suas melodias predominantemente cromáticas circulam por vários campos tonais, tornando o discurso sonoro bastante dinâmico. Inicia-se com a apresentação, nas cordas graves, de um dos temas-chave da obra, em ré menor, sombrio e interrogativo.
A essa ansiosa indagação respondem os violinos, com uma melodia melancólica, porém mais expansiva. Um crescendo conduz ao Allegro non troppo. Há uma repetição de todo o material, agora em fá menor. Na sequência dessa reprise, os violinos e as madeiras agudas apresentam um dos temas mais marcantes da Sinfonia, o que se convencionou chamar Motivo da Fé. O desenvolvimento combina ousadamente os vários temas, alternados, modulados, modificados. Um desenho descendente dos violinos e das violas conduz à reexposição, quando as cordas graves, em trêmulos, apoiam a reapresentação do tema Lento inicial pelos metais. A reexposição termina com um coral entregue aos sopros. A coda, condensando os principais motivos, conclui o movimento de maneira apoteótica, em Ré maior.
Ao longo do Allegretto, o andamento mantém-se inalterado, mas esse segundo movimento apresenta um duplo caráter, de forma a cumprir habilmente os papéis do Andante e do Scherzo das sinfonias clássicas. Divide-se, assim, em duas seções, absolutamente simétricas quanto ao
César Franck | Bélgica, 1822 – França, 1890INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, harpa, cordas.SINFONIA EM RÉ MENOR (1886/1888)
39 min
PRESTO E VELOCE 2322
POM_0005_15_AD Parceria Filarmônica.indd 1 08/05/15 13:34
PARA OUVIR
CD César Franck - Sinfonia em ré menor –
Royal Concertgebouw Orchestra –
Ricardo Chailly, regente – Decca – 1987
CD César Franck – Sinfonia em ré menor –
Royal Philharmonic Orchestra – Raymond
Leppard, regente – Publifolha, Coleção
Folha de Música Clássica – 2006
PARA ASSISTIR
Orquestra Nacional da França –
Leonard Bernstein, regente
Acesse: fil.mg/fsinfremenor
PARA LER
Ralph Hill – Sinfonia – Editora Ulisseia – 1959
número de compassos. A primeira inicia-se com o melancólico canto confiado ao corne inglês, em clima de intensa poesia, sobre os pizzicatti das cordas e os acordes da harpa. O episódio correspondente ao Scherzo se apresenta sobre o trêmulo das cordas e tem a melodia central introduzida pelo clarinete, com ritmos pontuados. A parte conclusiva estabelece um diálogo apaixonado dos temas apresentados e, após suas elaboradas modulações, o movimento se encerra sobre o acorde de Si bemol maior.
O Finale – Allegro non troppo foi concebido dentro da forma sonata. Mas, seguindo o princípio cíclico,
recapitula motivos dos movimentos precedentes, transfigurados em suas novas funções e acrescidos de outras ideias adjacentes. A enorme coda transforma-se numa síntese dos principais temas de toda a Sinfonia, reapresentando inclusive o Motivo da Fé do Allegro inicial. A rica orquestração e a tonalidade de Ré maior levam a uma conclusão grandiosa, repleta de alegria.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG, autor
dos livros Músico, doce músico e O grão
perfumado – Mario de Andrade e a arte do
inacabado. Apresenta o programa semanal
Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
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PRÓXIMOSCONCERTOS
DIA 30, LABORATÓRIO DE REGÊNCIA
quinta, 20h30, Sala Minas GeraisRegentes participantes
WAGNER / BEETHOVEN
CONCERTOS PARA A JUVENTUDE
Realizados em manhãs de domingo,
são concertos dedicados aos jovens
e às famílias, buscando ampliar
e formar público para a música
clássica. As apresentações têm
ingressos a preços populares.
CLÁSSICOS NA PRAÇA
Realizados em praças da Região
Metropolitana de Belo Horizonte, os
concertos proporcionam momentos
de descontração e entretenimento,
buscando democratizar o acesso da
população em geral à música clássica.
CONCERTOS DIDÁTICOS
Concertos destinados a grupos de
crianças e jovens da rede escolar
e a instituições sociais, mediante
inscrição prévia. Seu formato busca
apoiar o público em seus primeiros
passos na música clássica.
FESTIVAL TINTA FRESCA
Com o objetivo de fomentar a criação
musical entre compositores brasileiros e
gerar oportunidade para que suas obras
sejam apresentadas em concerto, este
Festival é sempre uma aventura musical
inédita. Como prêmio, o vencedor recebe
a encomenda de outra obra sinfônica
a ser estreada pela Filarmônica no
ano seguinte, realimentando o ciclo da
produção musical nos dias de hoje.
ACOMPANHE A FILARMÔNICA EM OUTRAS SÉRIES DE CONCERTO
LABORATÓRIO DE REGÊNCIA
Atividade pioneira no Brasil, este
laboratório é uma oportunidade
para que jovens regentes brasileiros
possam praticar com uma orquestra
profissional. A cada ano, quinze
maestros, quatro efetivos e onze
ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e
ensaios com o regente Fabio Mechetti.
O concerto final é aberto ao público.
TURNÊS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Com essas turnês, a Orquestra
Filarmônica de Minas Gerais
busca colocar o estado de Minas
dentro do circuito nacional e
internacional da música clássica.
TURNÊS ESTADUAIS
As turnês estaduais levam a música de
concerto a diferentes cidades e regiões de
Minas Gerais, possibilitando que o público
do interior do Estado tenha contato direto
com música sinfônica de excelência.
CONCERTOS DE CÂMARA
Realizados para estimular músicos
e público na apreciação da música
erudita para pequenos grupos. A
Filarmônica conta com grupos de
Metais, Cordas, Sopros e Percussão.
Julho
DIAS 2 E 3, ALLEGRO 5, VIVACE 5
quinta e sexta, 20h30, Sala Minas GeraisFabio Mechetti, regente
Arnaldo Cohen, piano
RIPPER / RACHMANINOFF / SCHOENBERG /
RIMSKY-KORSAKOV
DIAS 9 E 10, PRESTO 5, VELOCE 5
quinta e sexta, 20h30, Sala Minas GeraisFabio Mechetti, regente
Arnaldo Cohen, piano
DVORÁK / DUTILLEUX / RACHMANINOFF
DIA 12, TURNÊ ESTADUAL
domingo, 20h, MarianaMarcos Arakaki, regente
TCHAIKOVSKY / DVORÁK / PROKOFIEV /
VAUGHAN WILLIAMS / WAGNER / GOMES
DIAS 16 E 17, ALLEGRO 6, VIVACE 6
quinta e sexta, 20h30, Sala Minas GeraisFabio Mechetti, regente
Sergej Krylov, violino
HONNEGER / PAGANINI / DUKAS
DIAS 23 E 24, PRESTO 6, VELOCE 6
quinta e sexta, 20h30, Sala Minas GeraisFabio Mechetti, regente
Eliane Coelho, soprano
RAVEL / R. STRAUSS
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DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
REGENTE ASSOCIADO
Marcos Arakaki
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** convidado
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Instituto Cultural Filarmônica
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint – Spalla
Rommel Fernandes –
Spalla Associado
Ara Harutyunyan –
Spalla Assistente
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Bojana Pantovic
Dante Bertolino
Hyu-Kyung Jung
Marcio Cecconello
Mateus Freire
Rodolfo Toffolo
Rodrigo Bustamante
Rodrigo Monteiro Braga
Rodrigo de Oliveira
SEGUNDOS VIOLINOS
Frank Haemmer *
Leonidas Cáceres ***
Guilherme Monteiro
Jovana Trifunovic
Leonardo Ottoni
Luka Milanovic
Marija Mihajlovic
Martha de Moura
Pacífico
Radmila Bocev
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
VIOLAS
João Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Juan Castillo
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Nathan Medina
VIOLONCELOS
Robson Fonseca ****
Elise Pittenger ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emilia Neves
Eneko Aizpurua Pablo
Lina Radovanovic
Daniel Enache *****
CONTRABAIXOS
Colin Chatfield *
Nilson Bellotto ***
Brian Fountain
Marcelo Cunha
Pablo Guiñez
Wallace Mariano
William Brichetto
FLAUTAS
Cássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
OBOÉS
Alexandre Barros *
Ravi Shankar ***
Israel Muniz
Moisés Pena
CLARINETES
Marcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Campos Franco
Alexandre Silva
FAGOTES
Catherine Carignan *
Victor Morais ***
Andrew Huntriss
TROMPAS
Alma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Garcia Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
TROMPETES
Marlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONES
Mark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
TUBA
Eleilton Cruz *
TÍMPANOS
Patricio Hernández
Pradenas *
PERCUSSÃO
Rafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
HARPA
Giselle Boeters *
TECLADOS
Ayumi Shigeta *
GERENTE
Jussan Fernandes
INSPETORA
Karolina Lima
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
Débora Vieira
ARQUIVISTA
Sergio Almeida
ASSISTENTES
Ana Lúcia Kobayashi
Claudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE
MONTAGEM
Rodrigo Castro
MONTADORES
André Barbosa
Hélio Sardinha
Jeferson Silva
Klênio Carvalho
Risbleiz Aguiar
Conselho Administrativo
PRESIDENTE EMÉRITO
Jacques Schwartzman
PRESIDENTE
Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS
Angela Gutierrez
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Marcus Vinícius Salum
Mauricio Freire
Mauro Borges
Octávio Elísio
Paulo Brant
Sérgio Pena
Diretoria Executiva
DIRETOR PRESIDENTE
Diomar Silveira
DIRETOR
ADMINISTRATIVO-
FINANCEIRO
Estêvão Fiuza
DIRETORA DE
COMUNICAÇÃO
Jacqueline Guimarães
Ferreira
DIRETORA DE
MARKETING E
PROJETOS
Zilka Caribé
DIRETOR DE
OPERAÇÕES
Ivar Siewers
DIRETOR DE
PRODUÇÃO MUSICAL
Marcos Souza
Equipe Técnica
GERENTE DE
COMUNICAÇÃO
Merrina Godinho
Delgado
GERENTE DE
PRODUÇÃO MUSICAL
Claudia da Silva
Guimarães
ASSESSORA DE
PROGRAMAÇÃO
MUSICAL
Carolina Debrot
PRODUTORES
Geisa Andrade
Luis Otávio Rezende
Narren Felipe
ANALISTAS DE
COMUNICAÇÃO
Andréa Mendes
(Imprensa)
Marciana Toledo
(Publicidade)
Mariana Garcia
(Multimídia)
Renata Romeiro
(Design gráfico)
ANALISTA DE
MARKETING DE
RELACIONAMENTO
Mônica Moreira
ANALISTAS DE
MARKETING E
PROJETOS
Itamara Kelly
Mariana Theodorica
ASSISTENTE DE
COMUNICAÇÃO
Renata Gibson
ASSISTENTES DE
MARKETING DE
RELACIONAMENTO
Eularino Pereira
Rildo Lopez
Equipe Administrativa
GERENTE
ADMINISTRATIVO-
FINANCEIRA
Thais Boaventura
ANALISTAS
ADMINISTRATIVOS
João Paulo de Oliveira
Paulo Baraldi
ANALISTA CONTÁBIL
Graziela Coelho
ANALISTA DE
RECURSOS HUMANOS
Quézia Macedo Silva
SECRETÁRIA
EXECUTIVA
Flaviana Mendes
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
Cristiane Reis
AUXILIARES
ADMINISTRATIVOS
Pedro Almeida
Vivian Figueiredo
RECEPCIONISTA
Lizonete Prates Siqueira
AUXILIARES DE
SERVIÇOS GERAIS
Ailda Conceição
Márcia Barbosa
Nayara Assis
MENSAGEIROS Lucas Lima
Serlon Souza
MENOR APRENDIZ
Diego Soares
Sala Minas Gerais
GERENTE DE
INFRAESTRUTURA
Renato Bretas
TÉCNICO DE
ILUMINAÇÃO E ÁUDIO
Rafael Franca
ASSISTENTES
OPERACIONAIS
Jorge Correia
Rodrigo Brandão
FORTISSIMO junho nº 4 / 2015
ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina
Godinho Delgado
EDIÇÃO DE TEXTO
Berenice Menegale
FOTO DA CAPA: RENATA GIBSON ILUSTRAÇÕES: MARIANA SIMÕES
3130
COMIDAS E BEBIDAS
Seu consumo não é permitido no
interior da sala de concertos.
OLÁ, ASSINANTE
ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO
3219-9009 (segunda a sexta, 9h a 18h) www.filarmonica.art.br
PARA APRECIAR UM CONCERTO
PONTUALIDADE
Uma vez iniciado um concerto,
qualquer movimentação perturba
a execução da obra. Seja pontual
e respeite o fechamento das
portas após o terceiro sinal. Se
tiver que trocar de lugar ou sair
antes do final da apresentação,
aguarde o término de uma peça.
CONVERSA
A experiência do concerto inclui o
encontro com outras pessoas. Aproveite
essa troca antes da apresentação e
no seu intervalo, mas nunca converse
ou faça comentários durante a
execução das obras. Lembre-se de
que o silêncio é o espaço da música.
APARELHOS CELULARES
Confira e não se esqueça, por
favor, de desligar o seu celular ou
qualquer outro aparelho sonoro.
FOTOS E GRAVAÇÕES
EM ÁUDIO E VÍDEO
Não são permitidas na
sala de concertos.
TOSSE
Perturba a concentração dos músicos
e da plateia. Tente controlá-la com
a ajuda de um lenço ou pastilha.
APLAUSOS
Aplauda apenas no final das obras.
Veja no programa o número de
movimentos de cada uma e fique de
olho na atitude e gestos do regente.
CRIANÇAS
Caso esteja acompanhado por
criança, escolha assentos próximos
aos corredores. Assim, você
consegue sair rapidamente se
ela se sentir desconfortável.
CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS
Fortissimo, além de seu programa mensal de concertos, é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Para evitar o desperdício, pegue apenas um exemplar ao mês. Caso não precise dele após o concerto, devolva-o nas caixas receptoras.
O programa se encontra também disponível em nosso site, na agenda de concertos. www.filarmonica.art.br
FOT
O:
EUG
ÊNIO
SÁV
IO
HORÁRIOS E PREÇO DO ESTACIONAMENTOpara concertos na Sala Minas Gerais
Você já pode falar com a ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO aqui mesmo, na Sala Minas Gerais. Toda a nossa
administração já se encontra no novo endereço. O acesso é pela
Rua Alvarenga Peixoto, 2030, entre Tenente Brito Melo e Uberaba.
Outra boa notícia é que o ESTACIONAMENTO já
está funcionando, também com entrada pela
Alvarenga Peixoto. Ele tem um preço diferente para
você que vem assistir à Filarmônica e dá acesso direto
à sala de concertos. Que tal desfrutar desse conforto?
Importante: é preciso apresentar o
ingresso na hora do pagamento.
preço único
QUINTAS E SEXTAS das 19h às 24h
SÁBADOS das 16h às 21h
DOMINGOS das 9h às 14h
R$ 15
32
As bandeiras são trabalhadoras
silenciosas em favor da acústica.
Raramente vistas pelo público,
junto com o difusor móvel elas são
responsáveis pelos ajustes que
permitem variar as características
sonoras da Sala Minas Gerais.
Ainda que não estejam à vista na
maior parte dos concertos, nos
ensaios elas são chamadas a suprir
a ausência de público na plateia e,
assim, ajudam maestro e músicos
a encontrarem o som perfeito para
as obras daquele programa. Quando
a música pede uma orquestra
pequena, as bandeiras ficam no
campo de visão do público, pois são
necessárias para contrabalançar a
ausência de músicos, cadeiras e
instrumentos. Elas são, portanto,
parte de um conjunto de elementos
que contribuem para a afinação da
Sala Minas Gerais, sempre em busca
da maior beleza e equilíbrio sonoro.
Bandeiras acústicasSALA MINAS GERAIS
FOT
O:
REN
ATA
GIB
SON
FOT
O:
REN
ATA
GIB
SON
34Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais apresentam
SUMÁRIO
PRESTO VELOCEQuinta Sexta
25/06
p. 8
26/06
Yoav Talmi, regente convidadoLiza Ferschtman, violino
BERLIOZSAINT-SAËNS
FRANCK
Abertura O Rei Lear, op. 4 Concerto para violino nº 3 em si menor, op. 61Sinfonia em ré menor
SALA MINAS GERAIS
Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
WWW.FILARMONICA.ART.BR
/filarmonicamg @filarmonicamg /filarmonicamg/filarmonicamg
www. incon f i denc i a . com.b r
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