42
FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21 SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Com o Alto Patrocínio da Sua Excelência o Presidente da República Sob o patrocínio do Senhor Janez Potocnik Comissário Europeu para o Ambiente

Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

Embed Size (px)

DESCRIPTION

En el transcurso del último siglo, el camino que ha tomado la economía mundial preocupa a todos los países. Es necesario dirigir los procesos de mundialización de la economía que tan fuertemente influyen sobre la evolución de las sociedades. Se trata de solucionar los desequilibrios entre los países ricos y los países pobres. Pero también entre la naturaleza y la humanidad. Una misión quimérica pero ineludible donde la provincia de Soria aporta sabiduría histórica, pragmatismo vital y el entusiasmo de sus gentes. Hace más de 20 años que el Foro de Soria comenzó esta andadura, realizando la agenda 21 local de toda la provincia conforme a los criterios de la Cumbre de la Tierra de Río, en 1992. Asimismo, este año celebramos 10 años de la convocatoria de conferencias internacionales sobre desarrollo sostenible para concienciar al conjunto de la sociedad. Lisboa fue en el año 2011 el marco del Foro Mundial Lisboa 21 sobre agua, energía y desarrollo sostenible, donde celebraremos nuestro décimo aniversario. Queremos unir los esfuerzos de todos para mostrar los avances europeos en sostenibilidad tras la Cumbre de Río en 1992 y la de Johannesburgo en 2002. Y de este modo fue presentado en la Cumbre de la Tierra Río+20 que tuvo lugar en el año 2012 en Río de Janeiro.

Citation preview

Page 1: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

1

SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Com o Alto Patrocínio

da Sua Excelência

o Presidente da República

Sob o patrocínio

do Senhor Janez Potocnik

Comissário Europeu para o Ambiente

Page 2: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

2

Patrocínios

Apoios

Organização

Colaboração

Media partners

Apoio internacional

Page 3: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

www.forummundiallisboa21.org

em português / en castellano / in english

Page 4: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum
Page 5: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

LISBOA 24 E 25 DE OUTUBRO 2011

SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA

Page 6: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

Edição com o apoio de

Fundação Calouste Gulbenkian

Coordenação

Carlos Fernández-Jáuregui

Amalio de Marichalar, Conde de Ripalda

Conteúdo

Alberto Crespo Milliet

Revisão

Luis Veiga da Cunha

César Dopazo García

José Matos Silva

José Luis Moreira da Silva

António Neves de Carvalho

Equipa de apoio

Lorena Varela de la Peña

Ariadna Corbi Ferrer

Design

Paulo Emiliano

impressão

Agapex

Lisboa, Abril de 2012

500 exemplares

Page 7: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum
Page 8: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

8

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

RESUMO EXECUTIVO

Versão Portuguesa

LISBOA 24 E 25 DE OUTUBRO 2011

SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA

Page 9: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

9

RESUMO DO DOCUMENTO FINAL

1. DESCRIÇÃO GERAL DO FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

Nos dias 24 e 25 de outubro de 2011 realizou-se em Lisboa, Portugal, o Fórum Mundial Lisboa 21 sobre Água,

Energia e Desenvolvimento Sustentável.

O Fórum Mundial Lisboa 21 apresentou-se como uma proposta às instituições e à sociedade civil das ideias

básicas para um desenvolvimento racional. O objetivo central era criar consciência sobre a problemática

da sustentabilidade do desenvolvimento, centrando o debate nos elementos básicos Água e Energia e

procurando reunir as experiências dos últimos 20 anos.

O evento realizou-se na Sociedade de Geografia de Lisboa, Portugal, com a participação de mais de 650

pessoas. O programa constou de oito mesas redondas e cinco sessões paralelas, nas quais expuseram os

seus critérios e posições especialistas, instituições e empresas.

1.1. ORGANIZAÇÃO DO FÓRUM

Organizadores

Fundação Gulbenkian, Fundação EDP, ACEGE, Universidade Católica Portuguesa, Instituto Português de

Corporate Governance, Instituto de Empreendedorismo Social, Câmara de Comércio e Indústria Luso-

Espanhola, Agência para a Energia ADENE, Water Assessment & Advisory Global Netowork (WASA-GN),

Instituto de Estudos Económicos, Club de Excelência em Sustentabilidade, Universidad San Pablo CEU,

Fundação ADECCO, FOES, Fórum Soria 21 Para o Desenvolvimento Sustentável.

Patrocinadores

Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Wellington, Fundação ACS, ENDESA, CEMEX,

Banco BIC, Fundação Montepio, SAPO, REN, WIN Energy, ENCE.

Colaboradores

SIEMENS, Fundação MAPFRE, Banco Espírito Santo (BES), Banco Santander TOTTA, Banco Popular, SRS FOCUS

MATTERS, VOLVO, Fundação Luso, MARSH, Fundação GALP Energia, Agreda.

Apoio

Sociedade de Geografia de Lisboa, Delta Cafés, PARTEX, CONDÉ NAST, LIPOR, About Media, Uría & Menéndez

– Proença de Carvalho, FULCRO, LABORLA, SKIPSO, SPECTACOLOR, ALSTOM, El Corte Inglés, REPSOL, Green

Media, GAMESA

Media Partners

Diário Económico, Vida Económica, IMPRESA, TVI, Água & Ambiente, NATURLINK

1.2. TEMAS DO FÓRUM

Programa principal

Mesa 1: A Água, situação atual global e perspetivas futuras

Mesa 2: A Crise mundial da água. Necessidades globais de solução

Mesa 3: A Água como elemento estruturador. O caso da Península Ibérica

Mesa 4: O Futuro da Energia

Mesa 5: Desafios energéticos nos países desenvolvidos e países emergentes

Page 10: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

10

Mesa 6: As necessidades energéticas do desenvolvimento sustentável

Mesa 7: Água e Energia. Educação e cultura de sustentabilidade

Mesa 8: A importância da Comunicação no debate dos recursos hídricos e energéticos a nível global

Sessões paralelas

Sessão 1: Energia para o Desenvolvimento

Sessão 2: Eficiência e Sustentabilidade

Sessão 3: Sustentabilidade e inovação social nas organizações

Sessão 4: Iniciativa, Educação e Responsabilidade

Sessão 5: Cultura, quarto pilar da Sustentabilidade

2. GUIAS E DOCUMENTOS PRÉVIOS AO FÓRUM.

2.1. RESUMO DOS ALINHAMENTOS PARA OS CONFERENCISTAS.

Mesa 1. A ÁGUA, SITUAÇÃO ATUAL GLOBAL E PERSPETIVAS FUTURAS

A primeira mesa deveria estabelecer as bases gerais do debate. É importante que os participantes percebam

a existência de uma situação crítica da água no mundo. O debate deve dirigir-se no sentido de projetar

ações globais para mitigar esta situação dentro do quadro da sustentabilidade do desenvolvimento. É mais

importante a discussão dos conceitos sobre os quais se construiu o processo do que o debate sobre temas

locais, não porque estes não sejam relevantes mas sim pela dimensão planetária que alcançaram os problemas.

Mesa 2. A CRISE MUNDIAL DA ÁGUA. NECESSIDADES GLOBAIS DE SOLUÇÃO

Se for possível entender as causas da situação crítica da água no mundo também será possível apresentar

soluções. Atualmente, o debate sobre a crise da água anda à volta de temas que vão desde a problemática

da governabilidade até à conceção de que tudo se resume a uma falta de infraestruturas hídricas. No fundo

o tema central é outro e está mais relacionado com o que se entende por desenvolvimento e sobre se é

possível a sustentabilidade de um modelo baseado no consumo crescente de recursos limitados.

Mesa 3. A ÁGUA COMO ELEMENTO ESTRUTURADOR. O CASO DA PENÍNSULA IBÉRICA

A água é naturalmente um elemento estruturador que, a partir da bacia hidrográfica, dá forma não só aos

sistemas ecológicos mas também modela os sistemas sociais e culturais. O problema principal está menos

relacionado com a dicotomia entre conflito e cooperação e mais com o como repensar a gestão dos recursos

hídricos com sistemas políticos artificiais que se sobrepõem e fragmentam os sistemas naturais onde reside

a água. Os problemas da água entre Espanha e Portugal são um objeto de estudo interessante que mostra

tanto encontros como desencontros e pode ser adequado para exemplificar não só o que se deve ou não

fazer, na gestão de águas transfronteiriças, mas também para o tornar num espaço de reflexão sobre o como

fazer e que mecanismos operativos se podem aplicar para uma gestão partilhada.

Mesa 4. O FUTURO DA ENERGIA

O tema mais importante no debate mundial é, atualmente, o futuro da energia. A situação atual, as reservas

do planeta, as consequências do esgotamento dos combustíveis fósseis e as opções possíveis ou as fontes

energéticas do futuro são temas de máximo interesse. O mundo atual aumenta continuamente o consumo de

energia e não é difícil perceber que a situação é tudo menos sustentável. Está na hora de pensar em alternativas.

Page 11: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

11

SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Uma possível opção a considerar para o futuro, se se quiser manter o crescimento atual, parece ser a energia

atómica. Neste caso, o tema central volta-se para o debate sobre se queremos manter o esquema budines as

usual e aceitar os riscos inerentes ou repensar os paradigmas de desenvolvimento e crescimento.

Mesa 5. DESAFIOS ENERGÉTICOS NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS E PAÍSES EMERGENTES

O tema é particularmente importante à luz da crise económica que preocupa os países industrializados. A sua

solução não é previsível num curto prazo e em relação aos desafios e às pressões que este desenvolvimento

explosivo possa gerar no setor Energia. Este processo, baseado na aplicação escrupulosa das regras de

mercado, permitiu o crescimento de países que estão focados num processo de produção e crescimento

económico, privilegiando estes fatores sobre os fatores básicos de sustentabilidade.

Mesa 6. AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O tema de fundo faz referência às fontes e à provisão de energia necessária para desencadear um processo

de desenvolvimento e às restrições que impõem a escassez do petróleo e a alteração climática gerada

pela emissão de CO2 na atmosfera. Do ponto de vista energético as opções de solução às contradições

conceptuais entre desenvolvimento e sustentabilidade não são muitas: ou uma alteração radical do modelo

de crescimento e consumo ou uma alteração no tipo e fonte de energia para uma mais barata, mais limpa

e mais abundante que possibilite continuar com a tendência atual. Atualmente, todas as fontes de energia

renováveis juntas, abastecem apenas um pouco mais de 15% do consumo mundial.

Mesa 7. ÁGUA E ENERGIA. EDUCAÇÃO E CULTURA DE SUSTENTABILIDADE

A Educação, como ferramenta para a criação e manutenção de um conjunto de padrões culturais que

favoreçam a sustentabilidade, deve ser prioridade das políticas públicas e do interesse da sociedade em

geral. O termo Cultura deve focar-se nos padrões de comportamento de um conjunto social e centrar o

debate na possibilidade de desenvolver esses padrões culturais orientados para a sustentabilidade.

Mesa 8. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO DEBATE DOS RECURSOS HÍDRICOS E ENERGÉTICOS A

NÍVEL GLOBAL

A participação dos usuários na gestão da água (segundo princípio da Declaração de Dublin) implica

que deve existir uma base informativa suficiente que possibilite essa participação. O tema em discussão

envolve as necessidades dos usuários, os meios de comunicação massiva e as ferramentas necessárias para

converter o processo em algo permanente, sustentado e gerido adequadamente. No campo energético a

comunicação deverá responder às necessidades de informação dos usuários em relação às condições da

oferta e da procura e à necessidade de tornar transparentes as decisões políticas do setor.

2.2. RESUMO DOS DIRETRIZES PARA OS MODERADORES

Mesa 1. A ÁGUA, SITUAÇÃO ATUAL GLOBAL E PERSPETIVAS FUTURAS

É importante que os participantes (público e conferencistas) percebam a existência de uma situação crítica da

água no mundo e que o debate se direcione na apresentação de ações globais para mitigar esta situação num

quadro de sustentabilidade. Para entender a natureza da crise é necessário considerar os seguintes elementos:

• A água é abundante mas os recursos hídricos são limitados.

• A distribuição de água e de população no mundo não é uniforme.

• O consumo de água é proporcional à população, mas o crescimento do consumo é maior do que o da

população.

• Para apresentar soluções devemos entender as causas.

Page 12: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

12

Mesa 2. A CRISE MUNDIAL DA ÁGUA. NECESSIDADES GLOBAIS DE SOLUÇÃO

A crise mundial da água é o resultado de um desequilíbrio entre a oferta de água do meio natural e a

procura de água pela sociedade. Este desequilíbrio é o resultado da interação do Homem com o Meio num

ambiente físico e num quadro de gestão da água. A crise da água é um fenómeno multidimensional que

envolve elementos físicos do meio natural, elementos culturais e sociais, em que todos se interrelacionam e

se entrelaçam como causas e efeitos.

• Crescimento da população e aumento da procura.

• Poluição do recurso.

• Alteração climática.

A crise da água foi qualificada como uma crise de governabilidade. Este conceito envolve muitos aspetos até

agora não consideradas na gestão da água e implica que haja uma forma virtuosa de a governar, baseada

na capacidade de formular políticas com efetividade, administrar recursos com eficiência e providenciar

serviços com eficácia.

Enfrentar a crise é uma tarefa complexa que requer repensar os nossos padrões de comportamento e

principalmente as nossas formas habituais de pensamento.

A velocidade de crescimento da procura de água aproxima-a da disponibilidade do recurso. Pode-se

atenuar o crescimento da procura com a aplicação de novas tecnologias e a racionalização dos padrões

de consumo ainda que não se possa evitar completamente. A proximidade e a gravidade da crise da água

parecem indicar que se torna necessária uma alteração mais profunda, uma alteração de paradigma. Uma

alteração de paradigma não é mais do que uma alteração de pensamento, a substituição de uma forma

de pensar por outra que se adeque de melhor forma às alterações no ambiente com um nível de maior

racionalidade.

Mesa 3. A ÁGUA COMO ELEMENTO ESTRUTURADOR. O CASO DA PENÍNSULA IBÉRICA

A água é um elemento dinâmico e mutante ciclicamente. A água no mundo segue um padrão circulatório

dependente de variáveis climáticas tais como temperatura, radiação e ventos. Está associada a uma

estrutura física, a bacia hidrográfica, que é o recetáculo de captação e o leito natural de circulação das

águas. A bacia hidrográfica é uma realidade hidrológica, mas é também uma unidade natural territorial,

social, ecológica e económica a partir da qual se pode entender e planificar o desenvolvimento de uma

sociedade. A água tanto pode ser uma fonte de conflito como uma fonte de cooperação e há exemplos

de ambos os casos ao longo da história. No entanto, o mundo parece ir entendendo lentamente que os

cursos de água, mais do que fronteiras divisórias entre países são elementos de união e que a cooperação

produz mais benefícios que o conflito.

No caso da Península Ibérica a exposição dos conferencistas devia referir-se, de forma não exclusiva, aos

seguintes temas:

• A Diretiva Quadro da Água na Europa.

• O modelo de gestão integrada dos recursos transfronteiriços.

• A planificação hidrológica e a obrigação de a realizar instituída pela Diretiva Quadro.

• Os Planos de Desenvolvimento Hídrico acordados.

• A problemática das bacias hidrológicas partilhadas por Espanha e Portugal e a assimetria de países rio

abaixo ou rio acima.

• Os acordos transfronteiriços entre Espanha e Portugal e os princípios de gestão que incorporam.

Sugere-se a exploração da possibilidade de administração dos recursos hídricos partilhados através de

Confederações Binacionais de Bacias Hidrográficas.

Page 13: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

13

SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Mesa 4. O FUTURO DA ENERGIA

Existe uma relação direta e evidente entre energia e desenvolvimento. A partir da Revolução Industrial o

progresso e o crescimento das sociedades humanas estiveram condicionados, de forma cada vez mais

intensa, ao consumo de energia e associados a um processo de alteração paulatino das fontes energéticas.

A situação atual da energia pode apreciar-se pelos seguintes valores: 84% provém de fontes não

renováveis. 61% de fontes de energia primária que emitem CO2 e são poluentes. 3% de fontes com uma

alta dependência da água. 12% da energia primária é renovável, não poluente, com uma dependência

muito grande da água.

A produção de biocombustíveis tem uma baixa eficiência e consome quase tanta energia, em termos

de combustível, transporte, pesticidas e fertilizantes, como a que gera. Além disso, serve-se de terras

potencialmente utilizadas na produção de alimentos, geram-se deficits na produção de alimentos e

consequentemente aumento dos preços.

A extração de petróleo é uma atividade industrial que requer energia. Para extrair um barril de petróleo

é necessário gastar uma quantidade de energia que seja equivalente a menos de um barril de petróleo

para que esta extração seja rentável. Em meados do século XIX, os campos petrolíferos em exploração

tinham uma relação de 1 para 50. Por cada barril de petróleo investido na exploração obtinham-se 50.

Atualmente esta relação (taxa de retorno energético) está na ordem de 1 para 5. É previsível que num

futuro relativamente próximo o petróleo, do qual se obtém 33% da energia consumida no mundo, deva

ser substituído por outra fonte energética.

Mesa 5. DESAFIOS ENERGÉTICOS EM PAÍSES DESENVOLVIDOS E EMERGENTES

Desde a década anterior que o mundo foi espetador de uma alteração notável no equilíbrio mundial com a

aparição dos países emergentes, economias em desenvolvimento, que num período de tempo relativamente

curto mostraram um crescimento explosivo. Quatro destes países (China, Rússia, Brasil e Índia), os maiores

em território e população, destacam-se pelas altíssimas taxas de crescimento das suas economias e por

uma dinâmica produtiva imparável. Estima-se que nas próximas duas décadas o produto interno bruto dos

países emergentes aumente em 5.3 % anual, frente a 2.5% dos países da OCDE. Como consequência deste

crescimento os países emergentes serão nesse lapso de tempo, os principais consumidores de energia.

(Fonte: EIA. World Energy Outlook 2011).

Desafios dos Países desenvolvidos

• Apurar e assumir os graus de responsabilidade na produção de poluentes e as implicações para os países

emergentes.

• Assumir a liderança mundial na reformulação do modelo económico-industrial atual.

• Alterar o esquema de transferência industrial

Desafios dos países emergentes

•Estruturar o crescimento das suas economias com base em considerações globais de sustentabilidade

• Definir e planificar de forma responsável o futuro energético

•Repensar a opção de ter assumido um modelo de desenvolvimento baseado na insustentabilidade

Mesa 6. AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Uma das características dos países desenvolvidos é o seu alto nível de consumo. Desenvolvimento

Sustentável implica restrições e condições que estabeleçam regras para o crescimento e para o consumo.

Atualmente o termo Desenvolvimento Sustentável é questionado e a sua utilização requer maior

especificidade quanto às condições de fronteira e ao horizonte de tempo. Pode-se entender que o termo

desenvolvimento sustentável implica um aumentar sem fim. Isto significa que o que está a crescer se

Page 14: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

14

estenderá a um tamanho desmedido. Contrastando isto com o tamanho finito dos recursos, dos ecossistemas,

do meio ambiente e da Terra, a frase Desenvolvimento Sustentável parece ser um oximoro.

Do ponto de vista energético as opções de solução às contradições conceptuais entre desenvolvimento e

sustentabilidade não são muitas; ou se faz uma alteração radical no modelo de crescimento e consumo ou uma

alteração no tipo e fonte de energia para uma mais barata, mais limpa e com menor taxa de esgotamento que

possibilite continuar com a tendência atual. Todas as energias renováveis juntas alcançam apenas 15% do total

consumido atualmente. Algumas destas fontes renováveis têm escassa possibilidade de substituir totalmente os

combustíveis fósseis. A opção de energia nuclear tem possibilidades certas de substituição parcial dos mesmos

a médio prazo e sem maiores dificuldades técnicas, ainda que com os riscos inerentes à sua utilização.

Mesa 7. ÁGUA E ENERGIA. EDUCAÇÃO E CULTURA DE SUSTENTABILIDADE

Para apresentar soluções devemos tentar entender as causas dos problemas. A água e a energia são as duas

variáveis mais importantes da função de desenvolvimento e a forma como se manusearem pode fazer com

que a sustentabilidade seja uma enteléquia inalcançável ou um paradigma possível.

Se definirmos Cultura como o conjunto de padrões de comportamento instalado numa sociedade humana

podemos verificar que as três origens da insustentabilidade, consumo, crescimento e comportamento, são

em grande medida, traços culturais. Como qualquer outro traço, podem ser modificados através da educação

como instrumento de mudança. Podemos definir modelos culturais que favoreçam a sustentabilidade e

tentar instalá-los na sociedade.

Uma cultura de sustentabilidade é um conjunto de padrões que definem o que fazer e o como fazer em

relação a:

• Valorização dos recursos e conhecimento da sua importância.

• Dispor de informação oportuna e pertinente sobre a realidade dos recursos e do meio natural.

• Um paradigma de pensamento que não esteja orientado para o consumo.

• Consciência da responsabilidade social e individual quanto à importância do cuidado do meio natural e da

necessidade imperiosa de enquadrar o crescimento no conceito de sustentabilidade.

Os padrões culturais de uma sociedade são multidimensionais e formam uma estrutura, que quando é sólida

e está corretamente armada, pode perdurar no tempo. Neste conjunto são reconhecíveis em diferentes

latitudes, culturas e religiões elementos culturais associados à valorização da água.

Mesa 8. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO DEBATE DOS RECURSOS HÍDRICOS E ENERGÉTICOS A

NÍVEL GLOBAL

Em janeiro de 1992 celebrou-se em Dublin, Irlanda, a Conferência Internacional sobre a Água e o Meio

Ambiente (CIAMA) como reunião preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

e o Desenvolvimento (CNUMAD) que se realizou no Rio de Janeiro, em junho de 1992. Como conclusão da

reunião adotou-se a Declaração de Dublin sobre Água e Desenvolvimento Sustentável que consiste em

quatro princípios recomendados para a gestão da água e que desde então se constituíram nos elementos

diretórios para a administração dos recursos hídricos.

O segundo princípio da mencionada Declaração especifica que:

“O aproveitamento e a gestão da água devem ser inspirados numa abordagem baseada na participação dos

usuários, dos planificadores e dos responsáveis pelas decisões a todos os níveis.”

A participação dos usuários, tal como está apresentada na Declaração de Dublin, é um processo que só se

pode dar se existir uma base comunicacional preestabelecida e operativa.

A estrutura do setor energético difere da do setor hídrico. No primeiro caso, a gestão está focada na exploração

e no outro na administração do recurso. Diferem também pela natureza do bem e pela propriedade legal

Page 15: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

15

SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

do recurso. No entanto, a importância do tema e o efeito que tem no setor doméstico, também implica a

necessidade de um processo de comunicação que vise informar o consumidor sobre decisões e situações

que possam afetar profundamente a sua economia e o seu nível de vida.

Em ambos os casos, ainda que com diferentes intensidades, o papel dos diretores do setor deve adaptar

uma nova abertura em relação ao interlocutor-usuário. Esta deve traduzir-se na instalação permanente de

canais e meios de comunicação, mecanismos e metodologias que possibilitem a circulação de informação

veraz e oportuna e a participação efetiva nas decisões do setor.

3. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DO FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

As seguintes são as conclusões extraídas das apresentações e intervenções realizadas durante o Fórum.

3.1 DECLARAÇÃO FINAL DO FÓRUM ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

• Todos os participantes reconhecem e consideram urgente levar a cabo uma alteração de paradigma

depois de analisarem que o atual modelo de desenvolvimento está esgotado e não é sustentável. Também

reconhecem que atualmente existe uma falta de liderança a nível local, regional e mundial.

• Identificou-se que os problemas vinculados à água e à energia têm um paralelismo uma vez que o

número de pessoas sem acesso a serviços básicos de água é o mesmo que ao de energia considerando as

peculiaridades de ambos os âmbitos.

• O crescimento da população e os 7000 milhões de pessoas com que contamos no mundo fazem com

que a população urbana já seja uma maioria a partir de 2011 e com que os problemas do atual modelo

continuem a deteriorar a qualidade de vida da população por falta de serviços básicos acessíveis.

• Adota-se a Cultura como 4º pilar da sustentabilidade por ser a melhor herança moral da sociedade, para dar

coesão e inspirar uma mudança de atitude em prol de um progresso inteligente.

• Reconhece-se que a crise de governabilidade que atravessa a água é o resultado da falta de gestores e

políticos idóneos e pede-se aos países para criarem autoridades de água ao mais alto nível, da mesma

forma, tendo-se identificado que mais de 25 agências da ONU se dedicam aos temas da água dando sinais

contraditórios e equivocados em muitos casos, pede-se aos países a criação de uma só Agência Mundial da

Água na ONU para garantir coerência e melhorar a governabilidade da água.

• Observa-se que a meta do milénio relativamente à água (7) não se vai cumprir no ano 2015 e que em muitos

casos o número de pessoas sem acesso a saneamento seguro aumentou e que portanto esta é a segunda vez

que fracassa uma Década dedicada à água potável e ao Saneamento (a primeira Década foi 1980-1990)

• Reconhece-se que o desenvolvimento e a inovação tecnológica são a garantia para procurar melhores

formas de transformar a energia e considera-se que a alternativa nuclear requer maior discussão e análise,

pelo que se propõe a continuação do debate em âmbitos especializados.

• Recomenda-se a criação de um Centro Mundial que permita analisar e estudar o desenvolvimento

sustentável e que leve a cabo uma monitorização dos avanços do conhecimento, vinculando a sociedade

civil; além de adotar a Carta da Terra como documento para a educação num desenvolvimento sustentável.

• Concluiu-se que a atual universidade é um formador de soluções para problemas do século passado

pelo que requeremos que a universidade altere o seu enfoque de formação e investigação e responda aos

problemas do século 21.

• Por fim, reconheceu-se que os atuais meios de comunicação se devem reinventar para cumprirem o seu

papel de formador de opinião de forma veraz e transparente.

Lisboa, 25 de outubro de 2011

Page 16: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

16

3.2. CONCLUSÕES

3.2.1 A Ideologia do Desenvolvimento

Ao finalizar o século passado impôs-se no mundo um modelo de mercado e um paradigma que prometia

que, se se seguissem as receitas do mercado e da globalização, o mundo encontraria a solução para todos

os seus problemas. Passados quase vinte anos o mundo ainda se encontra longe da solução para os seus

problemas crónicos, com novos problemas adicionais e com crises globais de energia, recursos hídricos e

aquecimento global. Tudo parece indicar que a ideologia do desenvolvimento era um mito baseado numa

falsa premissa: que o mundo e os recursos naturais eram infinitos e inesgotáveis.

O nível de desenvolvimento atual da tecnologia, derivado da aliança da ciência com o mercado, tem um

nível de impacto tão alto no imaginário social que faz supor que a tecnologia possa ser uma solução imediata

para as crises. Descobertas de novos materiais e tecnologias parecem estar sempre ao virar da esquina para

dar solução aos problemas da humanidade. Sempre e quando se puder pagar o preço de mercado destes

engenhos. Mas a crise da água, particularmente, é pouco sensível à tecnologia e neste campo o único

avanço que poderia ter um impacto imediato sobre os estados críticos atuais seria a descoberta de uma

fonte de energia limpa, barata e inesgotável.

Até que isto não aconteça, as crises agudizar-se-ão de forma sustentável. Se acontecer, convém

recordar as palavras de Albert Einstein sobre a energia nuclear: “O mundo que criamos, como resultado

de um nível de pensamento, gerou problemas que não podemos resolver com esse mesmo nível de

pensamento Para que a humanidade possa sobreviver, necessitamos de uma forma substancialmente

nova de pensar e aprender”.

3.2.2 A Sustentabilidade do Desenvolvimento

Em 1987, foi apresentado oficialmente o Relatório Brundtland (Our Common Future, Brundtland 1987),

elaborado pela Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio ambiente e o Desenvolvimento. Neste

relatório aparece pela primeira vez o termo Desenvolvimento Sustentável e com ele alguns conceitos que é

necessário repensar à luz do tempo decorrido:

Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a

possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.

Este desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado se população e crescimento estiverem em harmonia com

o sempre mutável potencial produtivo dos ecossistemas.

O tema não é apenas o número de pessoas, mas sim a relação desse número de pessoas com os recursos disponíveis.

São necessários passos urgentes para limitar as taxas extremas de crescimento populacional.

Em 1968 um grupo de 105 cientistas e políticos de 30 países reuniram-se em Roma, Itália, para refletir acerca

do crescimento da sociedade. Em 1972 o grupo, já conhecido como o Club de Roma, publicou o resultado

das suas primeiras reflexões, o livro “Os Limites do Crescimento” (The Limits to Growth), cuja conclusão

principal foi a seguinte:

“se o atual aumento de população mundial, industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração de

recursos naturais se mantiver sem variações, alcançar-se-ão os limites absolutos de crescimento na terra durante

os próximos cem anos”.

A versão simplificada desta conclusão pode ler-se como:

“Não pode haver um crescimento populacional, económico e industrial ilimitado num planeta de recursos

limitados”.

O imperativo atual é encontrar as formas e os meios para que o crescimento das nações esteja de acordo

com os recursos naturais.

Page 17: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

17

SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

3.3 RECOMENDAÇÕES

As seguintes recomendações foram extraídas da participação dos assistentes.

3.3.1. Recomendação 1. Promover uma alteração de paradigma

Perante a perceção da profundidade e multiplicidade das crises no mundo, a observação mais recorrente

foi a necessidade de modificar a sociedade, a economia e as formas de vida atuais. Isto foi exposto como a

necessidade de reformular o paradigma sobre o qual está construído o mundo.

Uma mudança de paradigma não é mais do que uma mudança de pensamento, a substituição de uma forma

de pensar por outra de uma racionalidade superior. Uma das consequências das crises é que obrigam a

repensar situações, problemas e respostas e a procurar alternativas de maior efetividade, eficácia e eficiência.

A profundidade da crise e a racionalidade mais básica indicam que está na hora de alterar os padrões

de comportamento e pensamento das sociedades humanas, de gerir rigorosamente o crescimento e o

consumo. Nada na história da humanidade permite afirmar que estas alterações sejam possíveis. Geralmente

os modelos obsoletos mantêm-se até ao seu esgotamento e autodestruição. No entanto, nunca antes as

sociedades humanas estiveram melhor preparadas nem contaram com tantos meios e capacidades como

hoje para se automodificarem. Só o tempo dirá se somos capazes de o fazer.

3.3.2 Recomendação 2. Criar a Agência Mundial da Água

A indiscutível importância da água para a vida torna imprescindível a existência de um organismo ao mais

alto nível que atue como referente global da gestão hídrica.

No sistema das Nações Unidas existem 25 agências e comissões que, direta ou indiretamente, trabalham no

tema, o que resulta num setor fragmentado e com duplicidade de funções.

No ano de 2008, como conclusão da Expo Zaragoza, o governo de Espanha comprometeu-se a apoiar para

dar impulso à criação da Agência Mundial da Água. Neste sentido o Pabellón Puente da Expo Zaragoza

registava entre os seus conteúdos expositivos dois temas destacados:

• A necessidade de unificar, a nível global, o enfoque, a discussão e as ações referentes aos recursos hídricos

numa só agência.

• A urgência de reconhecer a nível mundial a Água como um Direito Humano.

No ano de 2010 o reconhecimento do Direito Humano à Água pela Assembleia das Nações Unidas confirmou

a importância das iniciativas.

Como se manifestou durante o Fórum de Lisboa, existe um grande interesse de Portugal em relação à

materialização desta iniciativa e ao compromisso manifesto de apoio.

Entre as funções principais desta Agência estariam:

• Propor um quadro normativo mundial acerca dos recursos hídricos, especialmente no que se refere a

bacias hidrográficas transnacionais.

• Disseminar efetivamente a informação hídrica que gera o sistema de NNUU.

• Apoiar e assistir os países no levantamento de informação hídrica e na criação de sistemas de informação

coerentes e estandardizados.

• Promover modelos de gestão da água de maior racionalidade que os atuais, com enfase na gestão sistémica

e na planificação multissetorial.

• Promover a difusão e o intercâmbio eficaz e global de boas práticas, lições aprendidas, modelos e processos

reproduzíveis, experiências que tenham alcançado o êxito e recomendações, através de um centro próprio

de documentação e transferência sobre água.

• Impulsionar a educação, os princípios e os valores que suscitem uma cultura de sustentabilidade.

Page 18: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21

18

3.3.3 Recomendação 3. Criação de um Centro Mundial de Desenvolvimento Sustentável.

O termo Desenvolvimento Sustentável implica um conceito complexo cuja utilização requer maior

especificidade no seu uso quanto às condições de fronteira e ao horizonte de tempo, onde se aplicar o

conceito. O qualificativo “sustentável”, aplicado a um fenómeno de crescimento como é o desenvolvimento,

sem quantificadores de tempo ou quantidade, implica um aumentar sem fim. Significa que o que está em

crescimento se estenderá a um tamanho infinito. A contrastar com isto está o tamanho finito dos recursos,

dos ecossistemas, do meio ambiente e da Terra, a frase Desenvolvimento Sustentável parece ser um oximoro.

O desenvolvimento das nações, como era entendido até hoje, obedece a um modelo comparativo. Na

ausência de uma conceptualização clara, universalmente partilhada, e de uma escala de proporcionalidade

que permita qualificar cada caso específico, para medir o grau de desenvolvimento de um país recorre-

se a um ranking de comparação à cabeça do qual se encontram os países de maiores rendimentos per

capita, e cuja caraterística é o seu elevado nível de consumo. De facto, associa-se, sem grande erro, o

nível de desenvolvimento de um país com o seu consumo. A última finalidade do desenvolvimento das

nações parecer ser o tornar-se grande consumidor de bens, de recursos naturais e de serviços. Conceber

uma redução geral e consensual do consumo é uma tarefa sem esperança na realidade de um sistema

económico que privilegia o crescimento acima da sustentabilidade, num mundo em que os países de menor

desenvolvimento desejam para si os níveis de bem-estar material do mundo desenvolvido e dificilmente

vão renunciar à opção do crescimento económico.

Tudo isto leva à compreensão da necessidade de estudar o fenómeno do desenvolvimento, do crescimento

e do consumo com maior profundidade. Não é possível continuar a usar o adjetivo da sustentabilidade

como parte da retórica política. É necessário redefinir conceitos a partir das constrangedoras realidades

atuais e formular novas teorias com base na racionalidade. Se a sustentabilidade não for possível, o planeta

está inevitavelmente condenado. Se a sustentabilidade for possível, é nosso dever entendê-la, construir um

modelo de relações causais que a administre e adequá-lo às formas sociais.

Propõem-se a adoção da Carta da Terra como instrumento para a educação no Desenvolvimento

Sustentável, como parte do novo paradigma para a sociedade global do século XXI e como linha de base

ética e democrática.

A recomendação 1 assinala a necessidade de mudar os paradigmas atuais. A recomendação 3 implica a

criação de um centro pensante, sob orientação das NNUU, onde se analise e valorize as opções alternativas,

os custos sociais e económicos e as consequências no tempo.

3.3.4 Recomendação 4. Promover a Cultura como pilar central da Sustentabilidade.

Define-se Cultura como o conjunto de padrões de comportamento instalados numa sociedade. Os

padrões culturais de uma sociedade são multidimensionais e formam uma estrutura que quando é sólida,

e está corretamente munida, não perdura apenas no tempo mas também, eventualmente, possibilita a

autoadaptação a mudanças no ambiente.

A cultura é o resultado de somas históricas e a sua formação obedece à acumulação de padrões de

comportamentos que respondem ao meio. Este processo não é outra coisa senão uma dinâmica de

adaptação que vai construindo a história de um grupo humano.

Existem na história exemplos de culturas que perduraram por milénios (China, Egito faraónico) e que

sucumbiram por incapacidade de adaptação às mudanças e de culturas que não souberam manter a

sua identidade por excesso de adaptação (Roma). De qualquer forma o fenómeno cultural requer uma

manutenção constante tendo em vista a alta ou baixa adaptabilidade do grupo social. Isto justifica a

existência na sociedade de um elemento com capacidade para avaliar a validade de determinados padrões e

principalmente para conceber novos modelos culturais e para os instalar na sociedade através da educação.

Page 19: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

19

SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A cultura ocidental, em termos gerais o paradigma vigente, já mostra sinais de incompatibilidade com as

mudanças. É possível detetar nela padrões de comportamento disfuncionais que ameaçam derrubar toda

a estrutura social, económica e política. É necessário, desde a ótica de mudança de paradigma, apurar as

disfuncionalidades e substitui-las por uma cultura focada na adaptação às mudanças e à sustentabilidade.

Uma cultura de sustentabilidade é um conjunto de padrões que deveriam definir o que fazer e como fazer

em relação a:

• Avaliação dos recursos e conhecimento da sua importância.

• Dispor de informação oportuna e pertinente sobre a realidade dos recursos e do meio natural.

• Um paradigma de pensamento que não esteja focado no consumo.

• Consciência da responsabilidade social e individual no que se refere à importância dos cuidados para com

o meio natural e à necessidade imperiosa de enquadrar o crescimento no conceito de sustentabilidade.

A criação e implantação a nível global de uma cultura baseada nestes valores seria a melhor herança moral

para as gerações futuras.

Lisboa, dezembro de 2011

Page 20: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

20

FORO MUNDIAL LISBOA 21

FORO MUNDIAL LISBOA 21SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE

RESUMEN EJECUTIVO

Versión Español

LISBOA 24 Y 25 DE OCTUBRE 2011

SOCIEDAD DE GEOGRAFIA DE LISBOA

Page 21: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

21

RESUMEN DEL DOCUMENTO FINAL

1. DESCRIPCIÓN GENERAL DEL FORO MUNDIAL LISBOA 21

Los días 24 y 25 de Octubre de 2011 se realizó en Lisboa, Portugal, el Foro Mundial Lisboa 21 sobre Agua,

Energía y Desarrollo Sostenible.

El Foro Mundial Lisboa 21, se planteó como una propuesta a las instituciones y la sociedad civil de las ideas

básicas para un desarrollo racional. El objetivo central era crear conciencia sobre la problemática de la

sostenibilidad del desarrollo, centrando el debate en los elementos básicos Agua y Energía y buscando

recoger las experiencias de los últimos 20 años.

El evento se realizó en la Sociedad de Geografía de Lisboa, Portugal con la participación de más de 650

personas. El programa constó de ocho mesas redondas y cinco sesiones paralelas, en las cuales expusieron

sus criterios y posiciones expertos, instituciones y empresas.

1.1. ORGANIZACIÓN DEL FORO

Organizadores

Fundación Gulbenkian, Fundación EDP, ACEGE, Universidad Católica Portuguesa, Instituto Portugués de

Corporate Governance, Instituto de Empreendedorismo Social, Cámara de Comercio e Industria Luso-

Española, Agencia para la Energía ADENE, Water Assessment & Advisory Global Netowork (WASA-GN),

Instituto de Estudios Económicos, Club de Excelencia en Sostenibilidad, Universidad San Pablo CEU,

Fundación ADECCO, FOES, Foro Soria 21 Para el Desarrollo Sostenible.

Patrocinadores

Fundación EDP, Fundación Calouste Gulbenkian, Fundación Wellington, Fundación ACS, ENDESA, CEMEX,

Banco BIC, Fundación Montepío, SAPO, REN, WIN Energy, ENCE.

Colaboradores

SIEMENS, Fundación MAPFRE, Banco Espíritu Santo (BES), Banco Santander TOTTA, Banco Popular, SRS FOCUS

MATTERS, VOLVO, Fundación Luso, MARSH, Fundación GALP Energía, Agreda.

Apoyo

Sociedad de Geografía de Lisboa, Delta Cafés, PARTEX, CONDÉ NAST, LIPOR, About Media, Uría & Menéndez

– Proença de Carvalho, FULCRO, LABORLA, SKIPSO, SPECTACOLOR, ALSTOM, El Corte Inglés, REPSOL, Green

Media, GAMESA

Media Partners

Diario económico, Vida Económica, IMPRESA, TVI, Agua & Ambiente, NATURLINK

1.2. TEMAS DEL FORO

Programa principal

Mesa 1: El Agua. Situación actual global y perspectivas futuras

Mesa 2: La Crisis mundial del agua. Necesidades globales de solución

Mesa 3: El Agua como elemento vertebrador. El caso de la Península Ibérica

Mesa 4: El Futuro de la Energía

Mesa 5: Retos energéticos en los países desarrollados y países emergentes

Page 22: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

22

FORO MUNDIAL LISBOA 21

Mesa 6: Las necesidades energéticas del desarrollo sostenible

Mesa 7: Agua y Energía. Educación y cultura de sostenibilidad

Mesa 8: La importancia de la Comunicación en el debate de los recursos hídricos y energéticos a nivel global

Sesiones Paralelas

Sesión 1: Energía para el Desarrollo

Sesión 2: Eficiencia y Sostenibilidad

Sesión 3: Sostenibilidad e innovación social en las organizaciones

Sesión 4: Iniciativa, Educación y Responsabilidad

Sesión 5: Cultura. Cuarto pilar de la Sostenibilidad

2. GUÍAS y DOCUMENTOS PREVIOS DEL FORO.

2.1. RESUMEN DE LOS LINEAMIENTOS PARA LOS PONENTES.

Mesa 1. EL AGUA, SITUACIóN ACTUAL GLOBAL Y PERSPECTIVAS FUTURAS

La primera mesa debería establecer las bases generales del debate. Es importante que los participantes

perciban la existencia de una situación crítica del agua en el mundo. El debate debe dirigirse hacia el

planteamiento de acciones globales para mitigar esta situación dentro del marco de la sostenibilidad del

desarrollo. Resulta más importante la discusión de los conceptos sobre los cuales se ha construido el proceso,

que el debate sobre temas locales, no porque estos no sean relevantes, sino por la dimensión planetaria que

han alcanzado los problemas.

Mesa 2. LA CRISIS MUNDIAL DEL AGUA. NECESIDADES GLOBALES DE SOLUCIóN

Si es posible entender las causas de la situación crítica del agua en el mundo será posible también plantear

soluciones. En el momento actual, el debate sobre la crisis del agua gira en torno a temas que van desde la

problemática de la gobernabilidad hasta el planteamiento que todo se reduce a una falta de infraestructura

hídrica. En el fondo el tema central es otro y está más relacionado con lo que se entiende por desarrollo y

sobre si es posible la sostenibilidad de un modelo basado en el consumo creciente de recursos limitados.

Mesa 3. EL AGUA COMO ELEMENTO VERTEBRADOR. EL CASO DE LA PENÍNSULA IBÉRICA

El agua es naturalmente un elemento vertebrador que, a partir de la cuenca hidrográfica, da forma no sólo

a los sistemas ecológicos sino también modela los sistemas sociales y culturales. El problema principal está

menos relacionado con la dicotomía entre conflicto y cooperación y más con el cómo repensar la gestión de

los recursos hídricos con sistemas políticos artificiales que se superponen y fragmentan a los sistemas naturales

donde reside el agua. Los problemas del agua entre España y Portugal son un objeto interesante de estudio

que muestra tanto encuentros como desencuentros y puede ser adecuado para ejemplificar no solo lo que se

debe hacer o no hacer en la gestión de aguas transfronterizas, sino también para convertirlo en un espacio de

reflexión sobre cómo hacer y qué mecanismos operativos pueden aplicarse para la gestión compartida.

Mesa 4. EL FUTURO DE LA ENERGÍA

El tema más importante en el debate mundial es actualmente el futuro de la energía. La situación actual, las

reservas del planeta, las consecuencias del agotamiento de los combustibles fósiles y las opciones posibles

o las fuentes energéticas del futuro son temas de máximo interés. El mundo actual aumenta continuamente

Page 23: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

23

SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE

el consumo de energía y no es difícil percibir que la situación es todo menos sostenible. Es hora de pensar en

alternativas. Una posible opción a considerar para el futuro, si se quiere mantener el crecimiento actual, parece

ser la energía nuclear. El tema central entonces se traslada al debate sobre si queremos mantener el esquema

business as usual y aceptar los riesgos inherentes o repensar los paradigmas de desarrollo y crecimiento.

Mesa 5. RETOS ENERGÉTICOS EN LOS PAÍSES DESARROLLADOS Y PAÍSES EMERGENTES

El tema es particularmente importante a la luz de la crisis económica que preocupa a los países industrializados.

Su solución no es previsible en un corto plazo y en relación a los retos y las presiones que este desarrollo

explosivo puede generar en el sector energético. Este proceso, basado en la aplicación escrupulosa de las

reglas del mercado, ha permitido el crecimiento de países que están enfocados en un proceso de producción

y crecimiento económico, primando estos factores sobre los elementos básicos de sostenibilidad.

Mesa 6. LAS NECESIDADES ENERGÉTICAS DEL DESARROLLO SOSTENIBLE

El tema de fondo hace referencia a las fuentes y al suministro de energía necesaria para desencadenar

un proceso de desarrollo y a las restricciones que imponen la escasez de petróleo y el cambio climático

generado por la emisión de CO2 a la atmósfera. Desde el punto de vista energético las opciones de solución

a las contradicciones conceptuales entre desarrollo y sostenibilidad no son muchas: o una modificación

radical del modelo de crecimiento y consumo o un cambio del tipo y fuente de energía por una más barata,

más limpia y más abundante que posibilite continuar con la tendencia actual. Actualmente, todas las fuentes

de energía renovable juntas, suministran algo más del 15% del consumo mundial.

Mesa 7. AGUA Y ENERGÍA. EDUCACIóN Y CULTURA DE SOSTENIBILIDAD

La Educación, como herramienta para la creación y mantenimiento de un conjunto de patrones culturales

que favorezcan la sostenibilidad, debe ser la prioridad de las políticas públicas y de interés para la sociedad

en general. El término Cultura debe enfocarse hacia los patrones de comportamiento de un conjunto social

y centrar el debate en la posibilidad de desarrollar esos patrones culturales orientados a la sostenibilidad.

Mesa 8. LA IMPORTANCIA DE LA COMUNICACIóN EN EL DEBATE DE LOS RECURSOS HÍDRICOS Y

ENERGÉTICOS A NIVEL GLOBAL

La participación de los usuarios en la gestión del agua (segundo principio de la Declaración de Dublín)

implica que debe existir una base informativa suficiente que posibilite esa participación. El tema en discusión

incluye entonces, las necesidades de los usuarios, a los medios de comunicación masiva y las herramientas

necesarias para convertir el proceso en algo permanente, sostenido y adecuadamente gestionado. En el

campo energético la comunicación deberá responder a las necesidades de información de los usuarios

en relación a las condiciones de oferta y demanda y a la necesidad de hacer transparentes las decisiones

políticas sobre el sector.

2.2. RESUMEN DE LAS DIRECTRICES PARA LOS MODERADORES

Mesa 1. EL AGUA, SITUACIóN ACTUAL GLOBAL Y PERSPECTIVAS FUTURAS

Resulta importante que los participantes (público y ponentes) perciban la existencia de una situación crítica

del agua en el mundo y que el debate se dirija hacia el planteamiento de acciones globales para mitigar esta

situación en un marco de sostenibilidad. Para entender la naturaleza de la crisis es necesario considerar los

siguientes elementos:

• El agua es abundante pero los recursos hídricos son limitados.

• Las distribuciones del agua y de la población en el mundo no son uniformes.

Page 24: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

24

FORO MUNDIAL LISBOA 21

• El consumo de agua es proporcional a la población, pero el crecimiento del consumo es mayor que el de

la población

• Para plantear soluciones debemos entender las causas.

Mesa 2. LA CRISIS MUNDIAL DEL AGUA. NECESIDADES GLOBALES DE SOLUCIóN

La crisis mundial del agua es el resultado de un desequilibrio entre la oferta de agua del medio natural y la

demanda de la sociedad. Este desequilibrio es el resultado de la interacción del Hombre con el Medio en

un entorno físico y en un marco de gestión del agua. La crisis del agua es un fenómeno multidimensional

que involucra elementos físicos del medio natural, elementos culturales y sociales, todos los cuales se

interrelacionan y entrelazan como causas y efectos.

• Crecimiento de la población y aumento de la demanda

• Contaminación del recurso

• Cambio climático

La crisis del agua ha sido calificada como una crisis de gobernabilidad. Este concepto, involucra muchos

aspectos hasta ahora no considerados en la gestión del agua e implica que hay una forma virtuosa de

gobernarla, basada en la capacidad de formular políticas con efectividad, administrar recursos con eficiencia

y proveer servicios con eficacia.

Enfrentarse a la crisis es una tarea compleja que requiere repensar nuestros patrones de comportamiento y

principalmente nuestras formas habituales de pensamiento.

La velocidad de crecimiento la demanda de agua acerca ésta a la disponibilidad del recurso. Se puede ser

ralentizar el crecimiento de la demanda con la aplicación de nuevas tecnologías y la racionalización de los

patrones de consumo aunque no se puede evitar completamente. La cercanía y gravedad de la crisis del

agua parecen indicar que es necesario un cambio más profundo, un cambio de paradigma. Un cambio de

paradigma no es más que un cambio de pensamiento, la sustitución de una forma de pensar por otra que

se adecue mejor a los cambios en el entorno con un mayor nivel de racionalidad.

Mesa 3. EL AGUA COMO ELEMENTO VERTEBRADOR. EL CASO DE LA PENÍNSULA IBÉRICA

El agua es un elemento dinámico y cambiante cíclicamente. El agua en el mundo sigue un patrón

circulatorio dependiente de las variables climáticas como temperatura, radiación y vientos. Está asociada a

una estructura física, la cuenca que es el receptáculo de captación y el cauce natural de circulación de las

aguas. La cuenca es una realidad hidrológica, pero es también una unidad natural territorial, social, ecológica

y económica a partir de la cual se puede entender y planificar el desarrollo de una sociedad. El agua puede

ser tanto una fuente de conflicto como una fuente de cooperación y hay ejemplos de ambos casos a lo

largo de la historia. Sin embargo el mundo parece ir entendiendo lentamente que los cursos de agua, más

que fronteras divisorias entre países son elementos de unión y que la cooperación produce más beneficios

que el conflicto.

En el caso de la Península Ibérica el planteamiento de los ponentes debería referirse, aunque no

exclusivamente, a los siguientes temas:

• La Directiva Marco del Agua en Europa

• El modelo de gestión integrada de los recursos transfronterizos.

• La planificación hidrológica y la obligación de realizarla instituida por la Directiva Marco

• Los Planes de Desarrollo Hídrico concertados.

• La problemática de las cuencas compartidas entre España y Portugal y la asimetría de países aguas arriba

o aguas abajo.

• Los acuerdos transfronterizos entre España y Portugal y los principios de gestión que incorporan.

Page 25: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

25

SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE

Se sugiere explorar la posibilidad de administración de los recursos hídricos compartidos a través de

Confederaciones Binacionales de Cuenca.

Mesa 4. EL FUTURO DE LA ENERGÍA

Existe una relación directa y evidente entre energía y desarrollo. A partir de la Revolución Industrial el

progreso y crecimiento de las sociedades humanas ha estado condicionado, en forma cada vez más intensa

por el consumo de energía y asociado a un proceso de cambio paulatino de las fuentes energéticas.

La situación actual de la energía puede apreciarse por los siguientes valores: El 84% proviene de fuentes no

renovables. El 61% de fuentes de energía primaria que emiten CO2 y son contaminantes. El 3% de fuentes

tiene una alta dependencia del agua. El 12% de energía primaria es renovable, no contaminantes, con una

dependencia alta del agua.

La producción de biocombustibles tiene una baja eficiencia y consume casi tanta energía, en términos

de combustible, transporte, pesticidas y fertilizantes, como la que genera. Además se emplean tierras

potencialmente utilizadas en la producción de alimentos, se generan déficits en la producción de éstos y,

consecuentemente, aumentos de sus precios.

La extracción de petróleo es una actividad industrial que requiere energía. Para extraer un barril de petroleo se

requiere gastar una cantidad de energía que sea equivalente a menos de un barril de petroleo para que esta

extracción sea rentable. A mediados del siglo XIX, los campos petrolíferos en explotaión tenían una relación de

1 a 50. Por cada barril de petroleo invertido en la explotación se obtenían 50. Actualmente esta relación (tasa

de retorno energético) es del orden de 1 a 5. Es previsible que en un futuro relativamente próximo el petróleo,

del cual se obtiene el 33% de la energía consumida en el mundo, deba sustituirse por otra fuente energética.

Mesa 5. RETOS ENERGÉTICOS EN PAÍSES DESARROLLADOS Y EMERGENTES

Desde la década anterior el mundo ha sido espectador de un cambio notable en el equilibrio mundial con

la aparición de los países emergentes, economías en desarrollo, que en un período de tiempo relativamente

corto han mostrado un crecimiento explosivo. Cuatro de estos países (China, Rusia, Brasil e India), los más

grandes en territorio y población, destacan por las altísimas tasas de crecimiento de sus economías y por

una dinámica productiva imparable. Se estima que en las próximas dos décadas el producto interior bruto

de los países emergentes se incrementará un 5.3 % anual, frente a un 2.5% de los países de la OACDE.

Como consecuencia de este crecimiento los países emergentes serán en ese lapso de tiempo, los principales

consumidores de energía. (Fuente: EIA. World Energy Outlook. 2011).

Retos de los Países desarrollados

• Deslindar y asumir los grados de responsabilidad en la generación de contaminantes y las implicaciones

para los países emergentes.

• Asumir el liderazgo mundial en la reformulación del modelo económico-industrial actual.

• Cambiar el esquema de transferencia industrial

Retos de los países emergentes

• Estructurar el crecimiento de sus economías en base a consideraciones globales de sostenibilidad

• Definir y planificar en forma responsable el futuro energético

• Repensar la opción de haber asumido un modelo de desarrollo basado en la insostenibilidad

Mesa 6. LAS NECESIDADES ENERGÉTICAS DEL DESARROLLO SOSTENIBLE

Una de las características de los países desarrollados es su alto nivel de consumo. Desarrollo Sostenible

implica restricciones y condiciones que establecen reglas para el crecimiento y el consumo.

Actualmente el término Desarrollo Sostenible es cuestionado y su utilización requiere una mayor

Page 26: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

26

FORO MUNDIAL LISBOA 21

especificación de las condiciones de contorno y del horizonte temporal. Se puede entender que el

término desarrollo sostenible implica aumentar sin fin. Esto significa que lo que está creciendo tenderá

a un tamaño desmedido. Contrastado esto con el tamaño finito de los recursos, los ecosistemas, el medio

ambiente y la Tierra, la frase Desarrollo Sostenible parece ser un oxímoron.

Desde el punto de vista energético las opciones de solución a las contradicciones conceptuales entre

desarrollo y sostenibilidad no son muchas; o un cambio radical del modelo de crecimiento y consumo o

un cambio del tipo y fuente de energía por una más barata, más limpia y con menor tasa de agotamiento

que posibilite continuar con la tendencia actual. Todas las energías renovables juntas apenas alcanzan al

15% del total consumido actualmente. Algunas de estas fuentes renovables tienen escasa posibilidad de

sustituir totalmente a los combustibles fósiles. La opción de energía nuclear tiene posibilidades ciertas de

sustitución parcial a medio plazo de los mismos y sin mayores dificultades técnicas, aunque con los riesgos

inherentes a su utilización.

Mesa 7. AGUA Y ENERGÍA. EDUCACIóN Y CULTURA DE SOSTENIBILIDAD

Para plantear soluciones debemos intentar entender las causas de los problemas. El agua y la energía son las

dos variables más importantes de la función de desarrollo y la forma como se manejen puede hacer que la

sostenibilidad sea una entelequia inalcanzable o un paradigma posible.

Si definimos la Cultura como el conjunto de patrones de comportamiento instalado en una sociedad humana

podemos apreciar que los tres orígenes de la insostenibilidad, consumo, crecimiento y comportamiento,

son en gran medida, rasgos culturales. Como cualquier otro rasgo, pueden ser modificados a través de

la educación como instrumento de cambio. Podemos definir los modelos culturales que favorezcan la

sostenibilidad e intentar implantarlos en la sociedad.

Una cultura de sostenibilidad es un conjunto de patrones que definen qué hacer y cómo hacer en relación a:

• Valoración de los recursos y conocimiento de su importancia.

• Disponer de información oportuna y pertinente sobre la realidad de los recursos y el medio natural.

• Un paradigma de pensamiento que no esté orientado al consumo.

• Conciencia de la responsabilidad social e individual en cuanto a la importancia del cuidado del medio

natural y de la necesidad imperiosa de enmarcar el crecimiento en el concepto de sostenibilidad.

Los patrones culturales de una sociedad son multidimensionales y forman una estructura, que cuando es

sólida y está correctamente armada puede perdurar en el tiempo. En este conjunto son reconocibles en

diferentes latitudes, culturas y religiones elementos culturales asociados a la valoración del agua

Mesa 8. LA IMPORTANCIA DE LA COMUNICACIóN EN EL DEBATE DE LOS RECURSOS HÍDRICOS Y

ENERGÉTICOS A NIVEL GLOBAL

En Enero de 1992 se celebró en Dublín, Irlanda, la Conferencia Internacional sobre el Agua y el Medio

Ambiente (CIAMA) como reunión preparatoria para la Conferencia de las Naciones Unidas sobre el Medio

Ambiente y el Desarrollo (CNUMAD) que se desarrolló en Río de Janeiro en junio de 1992. Como conclusión

de la reunión se adoptó la Declaración de Dublín sobre Agua y Desarrollo Sostenible, consistente en cuatro

principios recomendados para la gestión del agua, que desde entonces han constituido los elementos

rectores de la administración de los recursos hídricos.

El segundo principio de la mencionada Declaración específica que:

“El aprovechamiento y la gestión del agua debe inspirarse en un planteamiento basado en la participación de los

usuarios, los planificadores y los responsables de las decisiones a todos los niveles.”

La participación de los usuarios, tal como está planteada en la Declaración de Dublín, es un proceso que sólo

puede darse si existe una base de comunicación preestablecida y operativa.

Page 27: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

27

SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE

La estructura del sector energético difiere de la del sector hídrico. En un caso, la gestión está enfocada a la

explotación y en el otro hacia la administración del recurso. Difieren también en la naturaleza del bien y

en la propiedad legal del recurso. Sin embargo la importancia del tema y el efecto que tiene en el sector

doméstico, también implica la necesidad de un proceso de comunicación dirigido a informar al consumidor

de decisiones y situaciones que pueden afectar profundamente su economía y nivel de vida.

En ambos casos, aunque con diferentes intensidades, el papel de los directivos del sector debe incorporar una

nueva apertura hacia el interlocutor-usuario. Ésta debe traducirse en la instalación permanente de canales

y medios de comunicación, mecanismos y metodologías que posibiliten la circulación de información veraz

y oportuna y la participación efectiva en las decisiones del sector.

3. CONCLUSIONES y RECOMENDACIONES DEL FORO MUNDIAL LISBOA 21

Las siguientes son las conclusiones extraídas de las ponencias e intervenciones realizadas durante el Foro.

3.1 DECLARACIÓN FINAL DEL FORO AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE

• Todos los participantes reconocen y consideran urgente llevar a cabo un cambio de paradigma después

de analizar que el actual modelo de desarrollo está agotado y no es sostenible. También reconocen que en

la actualidad existe una falta de liderazgo a nivel local, regional y mundial.

• Se ha identificado que los problemas vinculados al agua y la energía tienen un paralelismo ya que el

número de personas sin acceso a servicios básicos de agua es el mismo que al de energía considerando las

peculiaridades de ambos ámbitos.

• El crecimiento de la población y los 7000 millones de personas con las que se cuentan en el mundo

hacen que la población urbana ya sea una mayoría a partir del 2011 y que los problemas del actual modelo

seguirán deteriorando la calidad de vida de la población por falta de servicios básicos accesibles.

• Se adopta la Cultura como 4º pilar de la sostenibilidad al ser la mejor herencia moral de la sociedad, para

cohesionar e inspirar un cambio de actitud en bien de un progreso inteligente

• Se reconoce que la crisis de gobernabilidad que atraviesa el agua, es el resultado de la falta de gestores

y políticos idóneos y se pide a los países crear autoridades de agua al más alto nivel, de igual manera

habiéndose identificado que más de 25 agencias de ONU se dedican a temas de agua dando señales

contradictorias y equivocadas en muchos casos, se pide a los países la creación de una sola Agencia Mundial

del Agua en la ONU para garantizar coherencia y mejorar la gobernabilidad del agua

• La Meta del milenio relativa el agua (7) se observa que no se va a cumplir el año 2015 y que en muchos

casos el número de personas sin accesos al saneamiento seguro se ha incrementado y que por la tanto esta

es la segunda vez que fracasa una Década dedicada al agua potable y Saneamiento (la primera Década fue

1980-1990)

• Se reconoce que el desarrollo y la innovación tecnóloga, son la garantía para buscar mejores formas de

transformar la energía y se considera que la alternativa nuclear requiere mayor discusión y análisis, por lo que

se propone seguir el debate en los ámbitos especializados.

• Se recomienda la creación de un Centro Mundial que permita analizar y estudiar el desarrollo sostenible y

que lleve a cabo un monitoreo de los avances del conocimiento, vinculando a la sociedad civil; además de

adoptar la Carta de la Tierra como documento para la educación en un desarrollo sostenible.

• Se concluyó que la actual universidad es un formador de soluciones para problemas del siglo pasado por

lo que requerimos que la universidad cambie su enfoque de la formación y la investigación y responda a los

problemas del siglo 21

Page 28: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

28

FORO MUNDIAL LISBOA 21

• Finalmente se reconoció que los actuales medios de comunicación deben reinventarse para cumplir su rol

de formador de opinión de forma veraz y transparente.

Lisboa 25 de octubre 2011

3.2. CONCLUSIONES

3.2.1 La Ideología del Desarrollo

Al finalizar el siglo pasado se impuso en el mundo un modelo de mercado y un paradigma que prometía

que, de seguir estos las recetas del mercado y la globalización, el mundo encontraría la solución a todos

sus problemas. Casi veinte años después el mundo se encuentra aún lejos de la solución a sus problemas

crónicos, con nuevos problemas adicionales y con crisis globales de energía, recursos hídricos y calentamiento

global. Todo parece indicar que la ideología del desarrollismo era un mito basado en una falsa premisa: que

el mundo y los recursos naturales eran infinitos e inagotables.

El nivel de desarrollo actual de la tecnología, derivado de la alianza de la ciencia con el mercado, tiene un

nivel de impacto tan alto en el imaginario colectivo que hace suponer que la tecnología puede ser una

solución inmediata a las crisis. Descubrimientos de nuevos materiales y, tecnologías parecen estar siempre

a la vuelta de la esquina para dar solución a los problemas de la humanidad. Siempre y cuando se pueda

pagar el precio de mercado de estos ingenios. Pero la crisis del agua, particularmente, es poco sensible a

la tecnología y en este campo el único avance que podría tener un impacto inmediato sobre los estados

críticos actuales seria el descubrimiento de una fuente de energía limpia, barata e inagotable.

Mientras esto no suceda, las crisis se agudizarán en forma sostenida. Convendría recordar las palabras de Albert

Einstein sobre la energía nuclear: “El mundo que hemos creado como resultado de un nivel de pensamiento, ha

generado problemas que no podemos resolver con ese mismo nivel de pensamiento Para que la humanidad

pueda sobrevivir, necesitaremos una manera substancialmente nueva de pensar y aprender”.

3.2.2 La Sostenibilidad del Desarrollo

En 1987, fue presentado oficialmente el Informe Brundtland (Our Common Future, Brundtland 1987),

elaborado para Comisión Mundial de Naciones Unidas para el Medioambiente y el Desarrollo. En este

informe aparece por primera vez el término Desarrollo Sostenible y con él algunos conceptos que es

necesario repensar a la luz del tiempo transcurrido:

Desarrollo sostenible es desarrollo que satisface las necesidades del presente sin comprometer la posibilidad de

que futuras generaciones satisfagan sus propias necesidades.

Este desarrollo sostenible sólo puede ser alcanzado si población y crecimiento están en armonía con el siempre

cambiante potencial productivo de los ecosistemas.

El tema no es solamente el número de personas, sino la relación de ese número de personas con los recursos

disponibles. Pasos urgentes son necesarios para limitar las tasas extremadas de crecimiento poblacional.

En 1968 un grupo de 105 científicos, y políticos de 30 países se reunión en Roma, Italia para reflexionar sobre

el crecimiento de la sociedad. En 1972 el grupo, ya conocido como el Club de Roma publicó un resultado

de sus primeras reflexiones, el libro “Los Límites del Crecimiento” (The Limits to Growth), cuya conclusión

principal fue la siguiente:

“si el actual incremento de la población mundial, la industrialización, la contaminación, la producción de

alimentos y la explotación de los recursos naturales se mantiene sin variación, se alcanzarán los límites absolutos

de crecimiento en la tierra durante los próximos cien años”.

La versión simplificada de esta conclusión puede leerse como:

“No puede haber un crecimiento poblacional, económico e industrial ilimitado en un planeta de recursos

limitados”.

Page 29: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

29

SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE

El imperativo actual es encontrar las formas y los medios para que el crecimiento de las naciones sea acorde

con los recursos naturales.

3.3 RECOMENDACIONES

Las siguientes recomendaciones fueron extraídas de la participación de los asistentes.

3.3.1. Recomendación 1. Promover un cambio de paradigma

Ante la percepción de la profundidad y multiplicidad de las crisis en el mundo, la observación más recurrente

fue la necesidad de modificar la sociedad, la economía y las formas de vida actuales. Esto ha sido planteado

como la necesidad de reformular el paradigma sobre el cual está construido el mundo.

Un cambio de paradigma no es más que un cambio de pensamiento, la sustitución de una forma de pensar

por otra de una racionalidad superior. Una de las consecuencias de las crisis es que obligan a repensar

situaciones, problemas y respuestas y a buscar alternativas de mayor efectividad, eficacia y eficiencia.

La profundidad de la crisis y la racionalidad más básica indican que es hora de cambiar los patrones de

comportamiento y pensamiento de las sociedades humanas, gestionar rigurosamente el crecimiento

y el consumo. Nada en la historia de la humanidad permite afirmar que estos cambios sean posibles.

Generalmente los modelos obsoletos se han mantenido hasta su agotamiento y autodestrucción. Sin

embargo nunca antes las sociedades humanas han estado mejor preparadas ni han contado con tantos

medios y capacidades como hoy para auto- modificarse. Sólo el tiempo dirá si somos capaces de hacerlo.

3.3.2 Recomendación 2. Crear la Agencia Mundial del Agua

La indiscutible importancia del agua para la vida hace imprescindible la existencia de un organismo del más

alto nivel que actúe como referente global de la gestión hídrica.

En el sistema de Naciones Unidas existen 25 agencias y comisiones que directa o indirectamente trabajan en

el tema, lo cual resulta en un sector fragmentado y con duplicidad de funciones.

El año 2008, como conclusión de la Expo Zaragoza se comprometió el apoyo del gobierno de España para

dar impulso a la creación de la Agencia Mundial del Agua. En este sentido el Pabellón Puente de la Expo

Zaragoza registraba entre sus contenidos expositivos dos temas destacados:

• La necesidad de unificar a nivel global la el enfoque, la discusión y las acciones referidas a los recursos

hídricos en una sola agencia

• La urgencia de reconocer a nivel mundial el Agua como un Derecho Humano.

El año 2010 el reconocimiento del Derecho Humano al Agua por la Asamblea de Naciones Unidas confirmó

la importancia de las iniciativas.

Como se manifestó durante el Foro de Lisboa, existe un gran interés de Portugal hacia la materialización de

esta iniciativa y el compromiso manifiesto de apoyo.

Entre las funciones principales de esta Agencia estarían:

• Proponer un marco normativo mundial sobre los recursos hídricos, especialmente en referencia a cuencas

transnacionales.

• Diseminar efectivamente la información hídrica que genera el sistema de NNUU.

• Apoyar y asistir a los países en el levantamiento de información hídrica y en la creación de sistemas de

información coherentes y estandarizados.

• Promover modelos de gestión del agua de mayor racionalidad que los actuales, con énfasis en la gestión

sistémica y la planificación multisectorial.

• Promover la difusión y el intercambio eficaz y global de buenas prácticas, lecciones aprendidas, modelos

Page 30: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

30

FORO MUNDIAL LISBOA 21

y procesos reproducibles, experiencias que hayan alcanzado el éxito y recomendaciones, a través de un

centro propio de documentación y transferencia sobre agua.

• Impulsar la educación, los principios y los valores que, susciten una cultura de sostenibilidad.

3.3.3 Recomendación 3. Creación de un Centro Mundial de Desarrollo Sostenible.

El término Desarrollo Sostenible implica un concepto complejo cuya utilización requiere mayor especificación

de su uso, en cuanto a las condiciones de contorno y el horizonte temporal en los que se aplica el concepto.

El calificativo “sostenible”, aplicado a un fenómeno de crecimiento como es el desarrollo, sin cuantificadores

de tiempo o cantidad implica aumentar sin fin. Significa que lo que está creciendo tenderá a un tamaño

infinito. Contrastado esto con el tamaño finito de los recursos, los ecosistemas, el medio ambiente y la Tierra,

la frase Desarrollo Sostenible parece ser un oxímoron.

El desarrollo de las naciones, como se entiende hoy, obedece a un modelo comparativo. En ausencia de

una conceptualización clara, universalmente compartida y de una escala de proporcionalidad que permita

calificar cada caso específico, para medir el grado de desarrollo de un país se recurre a un ranking a la

cabeza del cual se encuentran los países de mayor renta per cápita, y cuya característica es su elevado

nivel de consumo. De hecho se asocia, sin gran error, el nivel de desarrollo de un país con el de su consumo.

La finalidad última del desarrollo de las naciones parece ser el convertirse en grandes consumidores de

bienes, recursos naturales y servicios. Plantear una reducción general y consensuada del consumo resulta

una tarea sin esperanza en la realidad de un sistema económico que prioriza el crecimiento por encima de

la sostenibilidad, en un mundo en el cual los países de menor desarrollo desean los niveles de bienestar

material del mundo desarrollado y difícilmente van a renunciar a la opción del crecimiento económico.

Todo esto lleva a la comprensión de la necesidad de estudiar el fenómeno del desarrollo, el crecimiento y

el consumo con más profundidad. No es posible seguir usando el adjetivo de la sostenibilidad como parte

de la retórica política. Es necesario redefinir conceptos a partir de las abrumadoras realidades actuales y

formular nuevas teorías sobre la base de la racionalidad. Si la sostenibilidad no es posible, el planeta está

condenado irremisiblemente. Si la sostenibilidad es posible, es nuestro deber entenderla, construir un

modelo de relaciones causales que la genere y adecuar las formas sociales al mismo.

Se plantea la adopción de la Carta de la Tierra como instrumento para la educación en Desarrollo Sostenible,

como parte del nuevo paradigma para la sociedad global del siglo XXI y como línea de base ética y

democrática.

La recomendación 1 señala la necesidad de cambiar los paradigmas actuales. La recomendación 3 implica

la creación de un centro pensante, dependiente de NNUU, desde el cual se analicen y valoren las opciones

alternativas, los costes sociales y económicos y las consecuencias futuras.

3.3.4 Recomendación 4. Promover a la Cultura como pilar central de la Sostenibilidad.

Se define Cultura como el conjunto de patrones de comportamiento instalados en una sociedad. Los

patrones culturales de una sociedad son multidimensionales y forman una estructura, que cuando es

sólida y está correctamente armada no sólo perdura en el tiempo sino que eventualmente posibilita la auto

adaptación a cambios en el entorno.

La cultura es el resultado de sumas históricas y su formación obedece a la acumulación de patrones de

comportamiento que responden al medio. Este proceso, no es otra cosa que una dinámica de adaptación

que va construyendo la historia de un grupo humano.

Existen en la historia ejemplos de culturas que perduraron por milenios (China, Egipto faraónico) y que

sucumbieron por incapacidad de adaptarse a los cambios y de culturas que no supieron mantener

su identidad por exceso de adaptación (Roma). De todas formas el fenómeno cultural requiere un

Page 31: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

31

SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE

mantenimiento constante según la alta o baja adaptabilidad del grupo social. Esto merece la existencia en la

sociedad de un elemento con capacidad de evaluar la validez de determinados patrones y principalmente

de diseñar nuevos modelos culturales para instalarlos en la sociedad a través de la educación.

La cultura occidental, en términos generales el paradigma vigente, muestra ya señales de incompatibilidad

con los cambios. Es posible detectar en ella patrones de comportamiento disfuncionales que amenazan

con derrumbar toda la estructura social, económica y política. Es necesario, desde la óptica del cambio de

paradigma, tamizar las disfuncionalidades y sustituirlas por una cultura enfocada hacia la adaptación a los

cambios y a la sostenibilidad.

Una cultura de sostenibilidad es un conjunto de patrones que deberían definir qué hacer y cómo hacer en

relación a:

• Valoración de los recursos y conocimiento de su importancia.

• Disponer de información oportuna y pertinente sobre la realidad de los recursos y el medio natural.

• Un paradigma de pensamiento que no esté enfocado en el consumo.

• Conciencia de la responsabilidad social e individual en cuanto a la importancia del cuidado del medio

natural y de la necesidad imperiosa de enmarcar el crecimiento en el concepto de sostenibilidad.

La creación e implantación a nivel global de una cultura basada en estos valores sería la mejor herencia

moral para las generaciones futuras.

Lisboa, Diciembre de 2011

Page 32: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

32

WORLD FORUM LISBON 21

WORLD FORUM LISBON 21ON WATER, ENERGY AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT

EXECUTIVE SUMMARY

English Version

LISBON 24TH AND 25TH OCTOBER 2011

GEOGRAPHIC SOCIETY OF LISBON

Page 33: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

33

EXECUTIVE SUMMARY

1. OVERVIEW OF THE LISBON WORLD FORUM 21

The Lisbon 21 World Forum on Water, Energy and Sustainable Development was held at the Geographic

Society of Lisbon (Portugal) on October 24th and 25th, 2011.

The Lisbon 21 World Forum was conceived as a proposal for bringing together institutions and civil society

to raise general social awareness of the problems of sustainable development. The debate focused on Water

and Energy and compared experiences on these two commodities over the last 20 years.

More than 650 attendees participated at this event. It was structured as a central programme with eight

round tables and five parallel sessions. Experts, institutions and businesses expounded their criteria and

opinions.

1.1. ORGANISATION OF THE FORUM

Organisers

Fundación Gulbenkian, Fundación EDP, ACEGE, Universidade Católica Portuguesa, Instituto Portugues

de Corporate Governance, Instituto de Emprendedorismo Social, Cámara de Comercio e Industria Luso-

Española, Agencia para la Energía ADENE, Water Assessment & Advisory Global Network (WASA-GN), Instituto

de Estudios Económicos, Club de Excelencia en Sostenibilidad, Universidad San Pablo CEU, Fundación

ADECCO, FOES, Foro Soria 21 para el Desarrollo Sostenible.

Sponsors

Fundación EDP, Fundación Calouste Gulbenkian, Fundación Wellington, Fundación ACS, ENDESA, CEMEX,

Banco BIC, Fundación Montepío, SAPO, REN, WIN ENERGY, ENCE.

Collaborators

SIEMENS, Fundación MAPFRE, Banco Espíritu Santo (BES), Banco Santander TOTTA, Banco Popular, SRS FOCUS

MATTERS, VOLVO, Fundación Luso, MARSH, Fundación GALP Energía, Agreda.

Support

Sociedade de Geografía de Lisboa, Delta Cafés, PARTEX, CONDÉ NAST, LIPOR, About Media, Uría & Menéndez

– Proença de Carvalho, FULCRO, LABORLA, SKIPSO, SPECTACOLOR, ALSTOM, El Corte Inglés, REPSOL, Green

Media, GAMESA

Media Partners

Diario Económico, Vida Económica, IMPRESA, TVI, Agua &Ambiente, NATURLINK

1.2. FORUM TOPICS

Main programme

Table 1: Water: the global situation today and the outlook for the future

Table 2: The worldwide water crisis: Needs for a global solution

Table 3: Water as the core element: The example of the Iberian Peninsula

Table 4: The future of energy

Table 5: Energy challenges in developed and emerging nations

Table 6: Energy needs for sustainable development

Page 34: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

34

WORLD FORUM LISBON 21

Table 7: Water and energy: Education and culture in sustainability

Table 8: The importance of communication in the debate on water and energy resources at a global level

Parallel sessions

Session 1: Energy for Development

Session 2: Efficiency and Sustainability

Session 3: Sustainability and social innovation in organisations

Session 4: Initiative, Education and Responsibility

Session 5: Culture: the fourth pillar of Sustainability

2. GUIDES AND PRELIMINARy FORUM DOCUMENTS

2.1. SUMMARY OF THE GUIDELINES FOR SPEAKERS

Table 1. WATER: THE GLOBAL SITUATION TODAY AND THE OUTLOOk FOR THE FUTURE

The first round table was instrumental to set the groundwork for general debates. It was important for

participants to feel how critical the water situation is in the world and for the debate to focus on global

actions to mitigate this situation. The discussion on the concepts underlying the process was even more

important than the debate on local topics, not because the latter are not important but because of the

global dimensions the problems have reached.

Table 2. THE WORLDWIDE WATER CRISIS: NEEDS FOR A GLOBAL SOLUTION

If it is possible to understand the causes behind the critical situation of water in the world, it must also

be possible to come up with solutions. At present, the debate on the water crises is dwelling on subjects

ranging from governance problems to the consideration that the stumbling block to progress is the lack

of waterworks infrastructure. However, the real issue is related to what is meant by development and to

whether a model can be sustainable if it is based on ever-increasing consumption of finite resources.

Table 3. WATER AS THE CORE ELEMENT: THE EXAMPLE OF THE IBERIAN PENINSULA

Water is a core element that naturally shapes ecosystems as well as social and cultural systems alike. The

main problem is not the dichotomy between conflict and cooperation, but rethinking how to manage water

resources with artificial political systems that superimpose and fragment natural systems of which water is

only a part. Water issues between Spain and Portugal pose an interesting case study that shows ups and

downs; they can not only illustrate what to do and avoid in managing water across borders, but serve to

reflect on water management sharing and pertinent operative mechanisms to apply.

Table 4. THE FUTURE OF ENERGY

The most important global debate today is on the future of energy: what current reserves amount to, how

long the planet can rely on depleting resources, what the consequences of running out of fossil fuels would

be and what possible options or future energy sources could replace those. The world today displays an ever-

growing demand for energy, and it is not hard to see that this energy system is anything but sustainable. The

time has come to think about energy alternatives; should the current growth in demand continue, a part of

future scenarios seems to be the nuclear energy. The main dilemma is then whether we wish to maintain the

“business as usual” trends with acceptance of the inherent risks, or to re-think our paradigms of development

and growth.

Page 35: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

35

ON WATER, ENERGY AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT

Table 5. ENERGY CHALLENGES IN DEVELOPED AND EMERGING NATIONS

This topic is particularly important in the light of the economic downturn facing many industrial countries,

the solution to which cannot be anticipated in the short term. This situation confronts the energy sector

with challenges and risks and might trigger social unrest and conflict. Based on the unwavering application

of market rules, this process has allowed countries to grow unchecked, favouring the economic throughput

and results above the basic social and environmental sustainable values.

Table 6. ENERGY NEEDS FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT

The energy resources and conversion technologies needed to trigger an environmentally friendly

development process are at the core of this debate. The restrictions set by the oil exhaustion and by the

climate change induced by CO2 emissions into the atmosphere is a prime consideration. The options

available to solve the conceptual contradictions between development and sustainability are limited: either

a radical change in the model of growth and consumption, or shifting to a cleaner and in exhaustible source

of energy to stay on the current direction. Currently, all sources of renewable energy together amount to

little more than 15% of the energy used worldwide.

Table 7. WATER AND ENERGY: EDUCATION AND CULTURE IN SUSTAINABILITY

As a tool for creating and maintaining a set of cultural values, favouring sustainability, education must

become a priority in public policy. The term “culture” should focus on the behaviour patterns of the society.

The debate should aim at the possibility of developing cultural patterns focussed on sustainability.

Table 8. THE IMPORTANCE OF COMMUNICATION IN THE DEBATE ON WATER AND ENERGY RESOURCES

AT A GLOBAL LEVEL

User participation in how water is managed (the second principle in the Declaration of Dublin) implies

that there should be a large enough computer database to make this participation possible. The issue at

hand thus involves the users’ needs, the mass media and the tools needed to give the process an initial

momentum that can be sustained and adequately managed. In the energy field, communications should

emphasize the users’ need for information on conditions of supply and demand and the transparency of

policy decisions and regulatory measures.

2.2. SUMMARY OF GUIDELINES FOR MODERATORS

Table 1. WATER, THE GLOBAL SITUATION TODAY AND THE OUTLOOk FOR THE FUTURE

It is important for participants (listeners and speakers alike) to feel how critical the water situation is in the

world. The debate should address global actions to mitigate this situation within a sustainability framework.

The following issues are essential to understand the nature of the crisis:

• Water is abundant, but water resources are limited

• Water is not distributed evenly among the population of the world regions

• The use of water is proportional to the population, but the increment rate of its use is greater than the

growth rate of population

• To pose solutions one first need understand the causes

Table 2. THE WORLDWIDE WATER CRISIS: NEEDS FOR A GLOBAL SOLUTION

The worldwide water crisis is the result of an imbalance between the water supply and its demand by citizen.

This imbalance arises from the way “man” and “nature” interact in the physical world as well as from the

water management framework. The water crisis is a multi-dimensional phenomenon that involves physical

Page 36: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

36

WORLD FORUM LISBON 21

elements of the natural environment, as well as cultural and social elements. All of them are interrelated, and

their causes and effects are interwoven.

• Population growth and increased demand

• Water pollution

• Climate change

The water crisis has been qualified as a crisis of governability. This concept involves many dimensions not

yet considered in water management. It implies that there are prospects for governing water based on the

capacity to devise effective policies and administrate tools and to provide quality services.

Facing the crisis head-on is a complex task that requires rethinking our patterns of behaviour.

The speed at which the water supply approaches the unmet water demand limits can be slowed down by

applying new technologies and rationalising the patterns of use. The nearness and severity of the water crisis

indicates that a deeper change is needed, a paradigm shift.

Table 3. WATER AS THE CORE ELEMENT: THE EXAMPLE OF THE IBERIAN PENINSULA

Water is a dynamic and cyclic element. Water in the world flows depending on climate variables such as

temperature, sunlight and winds. Water flow is associated with a physical structure, the basin, which is the

holding vessel and natural route for water circulation. Basins are a hydrological reality, but they are also part

of a natural territorial, social, ecological and economic unit on which the understanding and development

of a society should be based. Water can be a source of conflict as well as one of cooperation, and both

extremes have been well documented throughout history. However, the world seems to be slowly learning

that waterways, more than lines dividing countries, are unifying elements, and that cooperation produces

greater returns than conflict.

In the case of the Iberian Peninsula, the arguments of the speakers should refer, but not be limited, to the

following topics:

• The Framework Directive of Water in Europe

• The integrated management model of cross-border resources.

• Hydrological planning and the obligation to do so as instituted by the Framework Directive

• The accorded Water Development Plans

• Troubles with shared basins between Spain and Portugal and the asymmetry of upstream and downstream

countries

• Cross-border agreements between Spain and Portugal and the management principles they contain

It is suggested to explore the possibility of administrating the shared water resources by means of bi-lateral

Water Basin Confederations.

Table 4. THE FUTURE OF ENERGY

There is a direct and visible relationship between energy and development. Ever since the Industrial

Revolution, progress and growth of human societies has been conditioned more and more intensely by

energy use and associated with a process of gradual shift in energy sources.

84% of the primary energy currently comes from fossil non-renewable sources 12% is generated from

renewable sources that are non-polluting but are highly dependent on water.

Bio-fuel production is in its infancy, inefficient and energy intensive. Furthermore, the share of arable land to

grow energy crops which otherwise could potentially be producing food is significant; this might generate

deficits in the food production chain and consequently increase food prices.

Pumping oil from wells is an energy-intensive industrial activity. In the mid 1800s, the oil fields in use had

an energy ratio of 1:50. For every barrel of oil spent, the return was 50 barrels. Today, this energy ratio has

Page 37: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

37

ON WATER, ENERGY AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT

dropped to 1:5. It is therefore to be expected that in the relatively near future, 33% of the energy from oil will

have to be found from some other source.

Unconventional oil and gas reserves could moderately improve this perspective.

Table 5. ENERGY CHALLENGES IN DEVELOPED AND EMERGING NATIONS

Over the last decade, the world has witnessed a notable change in the geo-strategic balance due to the

emergence of developing economies that have undergone a large population explosion in a relatively

short time. Four of those nations (China, Russia, Brazil and India), the largest in size and in population, are

noteworthy for their very rapidly growing economies and unstoppable dynamics of production. According

to estimates, over the next twenty years the gross domestic product of emerging countries will grow at an

average annual rate of 5.3%, in contrast to 2.5% for the OECD nations. Emerging economies will become the

largest users of energy in that period of time. (Source: EIA. World Energy Outlook. 2011).

Challenges for Developed Nations

• Accept some degree of responsibility for CO2 emissions

• Accept global leadership in reformulating the current industrial-economic model

• Change the patterns of technology transfer

Challenges for Emerging Nations

• Adapt their economic growth within clear sustainability targets

• Define and plan the future energy system in a responsible manner

• Learn from previous mistakes of developed countries

Table 6. ENERGY NEEDS FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT

One of the characteristics of developed nations is their high level of consumption. Development is a

synonym for growth. Sustainable development involves restrictions and conditions that set limits on growth

and soaring consumption.

The term “sustainable development” is currently under question, and its use requires greater specification

in terms of boundary conditions and the time frame involved. The term sustainable development can be

misconstrued as implying endless growth. This would mean that the growing entity would end up becoming

extremely large. When contrasted with the finite size of our resources, ecosystems, the environment and the

Earth, the term Sustainable Development seems to be an oxymoron.

From the energy point of view, the options available for solutions to the conceptual contradictions between

development and sustainability are few: either a radical change in the model of growth and consumption, or

changing to a cleaner and almost inexhaustible source of energy to stay on the current direction. All renewable

energies together hardly account for 15% of the total current energy consumption and cannot replace fossil

fuels in the medium-term. Nuclear energy seems to be a sensible option to substitute a significant share of

fossil generation in the medium term with no technical problems, but with its associated risks.

Table 7. WATER AND ENERGY: EDUCATION AND CULTURE IN SUSTAINABILITY

To propose solutions one first must understand the causes. Water and energy are the two most important

commodities enabling development. The way in which they are both managed is far from sustainable.

Culture is defined as the set of behavioural patterns immanent in a human society. Cultural traits can be

modified by education as an instrument of change. Education models should promote sustainability as a

social value.

A culture of sustainability should insist on:

• Valuing resources and understanding their importance

Page 38: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

38

WORLD FORUM LISBON 21

• Having timely and pertinent information on the reality of natural resources and the environment

• Avoiding wasteful use of resources

• Fostering social and individual awareness of the importance of preserving the environment.

The cultural patterns of a society are multidimensional and make up a structure that, when solid and

correctly built, can last over time. The value attached to water is recognisable in different latitudes, cultures

and religions.

Table 8. THE IMPORTANCE OF COMMUNICATION IN THE DEBATE ON WATER AND ENERGY RESOURCES

AT A GLOBAL LEVEL

The International Conference on Water and the Environment (ICWE) was held in Dublin in January 1992. It

was a preparatory meeting for the UN Conference on the Environment and Development (UNCED) which

took place in Rio de Janeiro in June 1992. The meeting concluded with the adoption of the Dublin Statement

on Water and Sustainable Development. It recommends four principles, which since then have become the

guiding elements in water management.

The second principle specifies that:

“Water development and management should be based on a participatory approach, involving users,

planners and policy-makers at all levels”.

User participation as recommended in the Dublin Statement is a process which can only occur if there is a

pre-established functional base of communication.

The structures of the energy and water sectors are different. The former focuses on generation for

commercialization whereas the latter administers the resource. They also differ in the nature of goods and

their legal ownerships. However, the importance of the subject and the effect it has on the domestic sector

also requires a communication process to inform consumers on decisions and situations that can deeply

affect their economies and standards of living.

Decision-makers must promote the permanent access to media channels, mechanisms and methodologies

to provide true and timely information, and to participate effectively in debates on sector issues.

3. CONCLUSIONS AND RECOMMENDATIONS FROM THE LISBON WORLD FORUM 21

The following conclusions are drawn from the papers and talks delivered at this Forum.

3.1 CLOSING STATEMENT OF THE FORUM

• All the attendees acknowledge how vitally important it is to change the paradigm after analysing the

current model of development and finding it spent and unsustainable.

• The water problem and the energy problem are clearly viewed as being intertwined: the number of

people lacking access to basic water supplies is the same as the number of people lacking access to energy,

considering the particulars of both.

• Population growth and the 7 billion people alive in the world make the population of urban dwellers

the majority as of 2011. The problems affecting the world today will keep dragging down the quality of life

because of a lack of accessible basic services.

• Culture is adopted as being the 4th pillar of sustainability, being the best moral inheritance that society

has to bring people together and inspire a change in behaviour for the good of a smarter type of progress.

• The governance crisis that water is experiencing is acknowledged as being the result of a lack of skilled

politicians and water managers. Nations are therefore being asked to create boards of water authorities at

Page 39: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

39

ON WATER, ENERGY AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT

the highest levels. Similarly, it was found that there are more than 25 different agencies at the United Nations

working on water-related issues, thus often giving contradictory and incorrect signals. Consequently,

countries are being asked to create a World Water Agency in the UN instead to ensure coherence and

improve the governance of water.

• The goal set for water in the new millennium (7) is clearly not going to be achieved by the year 2015. Indeed,

in many cases, the number of people without access to safe plumbing has actually gone up, subsequently

making this the second Decade dedicated to Potable Water and Plumbing (the first was from 1980-1990).

• Technological development and innovation are acknowledged as being the best guarantee to finding

new ways to transform energy, while the nuclear energy alternative is deemed to need further discussion

and analysis, so the proposal is to continue with the debate in the various specialised fields.

• The recommendation is to create a World Centre for analysing and studying sustainable development and

for monitoring the progress made and engaging the civil population. They also recommend adopting the

Earth Charter to teach about sustainable development.

• They then conclude that the current university setup is designed around solving last century’s problems,

and therefore a new approach is needed for teaching and research that better addresses the problems of

the 21st century.

• Finally, it is acknowledged that the current means of communication should be overhauled to fulfil their

role as opinion-makers in a more truthful and transparent way.

3.2. CONCLUSIONS

3.2.1 The Ideology of Development

At the end of last century the world was set along the track of a market-based model. A paradigm stated that

should the world follow market and globalisation recipes, it would find the solution to all its woes. Nearly

twenty years later, the world remains far from solving its chronic problems and, in fact, has additional new

problems and global crises on energy, water resources and global warming. Everything seems to indicate

that the ideology of development was a myth based on a false premise: that the world and its natural

resources were infinite and inexhaustible.

The current level of technological development, derived from the alliance between science and market,

has such a high degree of influence on the social mindset that it leads to thinking that technology is the

instant solution to the crisis. Breakthroughs in materials and technologies always seem to be right around

the corner to solve any problem, as long as one can pay the market price of these inventions. But the water

crisis is particularly resilient to technology; in this field the only progress that may have an immediate effect

on the present critical situations would be the discovery of a source of clean, cheap and unlimited energy.

Until that happens, the crisis will become more and more acute. If that happens, it would be wise to recall

the words of Albert Einstein on nuclear energy: “The world we have made, as a result of the level of thinking

we have done thus far, creates problems we cannot solve at the same level of thinking at which we created

them. For mankind to survive, we will need a substantially new way of thinking and learning.”

3.2.2 The Sustainability of Development

In 1987 the Brundtland Report (Our Common Future, Brundtland 1987) was officially presented to the United

Nations World Commission for the Environment and Development. The term “sustainable development”

appears in this report for the first time, along with some concepts that must be re-thought in the light of

time since then:

Sustainable development is development that satisfies that needs of the present without jeopardizing the possibility

Page 40: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

40

WORLD FORUM LISBON 21

for future generations to satisfy their own needs.

This sustainable development can only be reached if population and growth are in harmony with the ever

changing production potential of ecosystems.

The matter is not only the number of people, but the relationship between that number of people and the available

resources. Urgent steps are needed to limit the extreme rates of population growth.

In 1968 a group of 105 scientists and politicians from 30 countries met in Rome to reflect on the growth of

society. In 1972, the group, now known as the Club of Rome, published a result of their first reflections, the

book “The Limits to Growth”, the main conclusion to which was the following:

“...if the current increase in world population, industrialization, contamination, food production and exploitation of

natural resources goes on unchecked, the earth will reach its absolute values of growth in the next one hundred years.”

The simplified version of this conclusion can be read as:

There can be no unlimited growth in population, economy and industry on a planet with finite resources.”

The current need is to find ways and means for the growth of nations to be in harmony with natural resources.

3.3 RECOMMENDATIONS

The following recommendations were drawn from the attendees’ participation.

3.3.1 Recommendation 1: Promote a Change in Paradigm

Regarding the perception of the depth and multiplicity of the crises assailing the world today, the most

frequently made observation was the need to modify society, the economy and the current way of living.

This was posed as the need to reformulate the paradigm on which the world is based.

A paradigm shift is nothing but a change in mindsets; the replacement of one way of thinking by a more

rational one. One of the consequences of crises is that they force citizens to re-think situations, problems and

answers and to seek out more effective and efficient solutions based upon logical alternatives.

The urgency of this crisis and the most basic rationality indicate that time has come to modify patterns

of behaviour and thought in human societies and smartly manage growth and consumption. Nothing in

human history confirms that these changes are possible. Generally speaking, obsolete models have always

been held beyond reasonable limit. However, never before have human societies been better equipped nor

had so many means and capabilities as we do today. Only time will tell if we are capable of doing so.

3.3.2 Recommendation 2: Create a World Water Agency

The undeniable importance of water for life makes it necessary to have an organization at the highest level

to act as a global reference point for water management issues.

In the United Nations system there are 25 agencies and commissions that directly or indirectly work on this

subject. This makes the sector fragmented and inoperable, and functions are duplicated. In 2008, one of the

outcomes of Expo Zaragoza was the Spanish government’s commitment to pushing for the creation of the

World Water Agency. In this sense the Bridge Pavilion of the Expo Zaragoza recorded between its contents

two highlights:

• The need to unify globally the actions concerning water resources into a single agency.

• The urgency of worldwide to recognize water as a Human Right .

The year 2010 the recognition of the Human Right to water by the United Nations Assembly confirmed the

importance of the initiatives.

As manifested during the Lisbon Forum, there is a great interest of Portugal towards the realization of this

initiative and the commitment of support.

The main functions of this agency will be:

Page 41: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

41

ON WATER, ENERGY AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT

• Propose a global normative on water resources, especially in reference to transnational basins.

• Disseminate water information generated by the United Nations system.

• Support and assist countries in the lifting of water information and the creation of consistent and

standardized information systems.

• Promote water management models of more rational than at present, with an emphasis on systemic

management and multisectoral planning.

• Promote the difussion and exchance effective and global of good practices, lessons learned, models and

reproducible processes, experiences that have achieved success and recommendations, through a centre of

documentation and transfer on water.

• Promoting education, the principles and values that promote a culture of sustainability.

3.3.3 Recommendation 3: Create a World Centre for Sustainable Development.

The term Sustainable Development implies a complex concept whose use requires a precise specification of

the boundary conditions and time frame in which the concept must be applied. The qualifier “sustainable”,

as related to a phenomenon of growth such as development, without any quantifiers of time or quantity,

implies endless increase; whatever is growing will tend to do so with no foreseeable limit. When contrasted

with the finite size of our resources, ecosystems, the environment and the Earth, Sustainable Development

sounds rather like a contradiction in terms.

The development of nations, as it is currently understood, obeys a comparative model. The degree of

development of a country is measured by using a ranking at the top of which are the nations with the

highest income. A common characteristic of developed nations is their high level of consumption, to appoint

that the ultimate purpose of a country’s socio-economic improvement is to turn it into a large consumer

of natural resources, manufactured goods and services. Proposing a general and consensual cutback on

consumption is a hopeless task in an economic system that prioritizes growth above sustainability. This is

particularly so in a world where developing nations long for the upper status of developed consumers, and

are unlikely to willingly renounce the option of economic growth.

The need to understand the phenomenon of development, growth and consumption in greater detail is

compelling. The adjective “sustainable” cannot longer be used merely as political rhetoric. Concepts must

be defined based on the overwhelming current realities and new theories must be formulated on the basis

of rationality rather than rhetoric. If sustainability is not possible, the planet is doomed with no solution. If,

however, sustainability is possible, it is our duty to understand it, to build a model of causal relations that

generates it and to change social patterns to fit it in.

The adoption of the Earth Charter as a tool for education in Sustainable Development, as part of the new

paradigm for the global society of the twenty-first century and as ethical and democratic baseline arises.

Conclusion 1 points out the need to change the current paradigms. Conclusion 3 involves creating a think

tank depending the United Nations for analysing and assessing plausible options, the social and economic

costs and future consequences.

3.3.4 Recommendation 4: Promote culture as the central pillar of Sustainability.

The cultural patterns of a society are multidimensional and make up a structure that, when solid and correctly

built, can not only last over time but gradually enables adaptation to changes.

Culture is the additive result of historical events and is shaped by the accumulation of patterns of behaviour

in response to the environment. This is essentially a dynamic process of adaptation that constitutes the

history of a group of people.

History yields many examples of cultures that lasted for centuries (China, Ancient Egypt) but that succumbed

Page 42: Fórum Mundial Lisboa 21/ Foro Mundial Lisboa21/ Lisboa21 World Forum

42

WORLD FORUM LISBON 21

due to their inability to adapt to change. On the other hand, some cultures have been unable to keep

their own identity due to overzealous adaptation (Rome). In either case, the cultural phenomenon requires

constant surveillance vis-a-vis the high or low adaptability of the social group. This merits the existence of

a social entity able to assess the validity of certain patterns, design new cultural models and instil them via

education.

Current culture is showing signs of incompatibility with changes. Patterns of dysfunctional behaviour

are emerging that threaten to bring down the entire social, economic and political structure. It therefore

becomes necessary to weed out the dysfunctions and replace them with a culture focused on adaptation

to changes and sustainability.

A culture of sustainability is a set of patterns that should define what to do and how to do it in terms of:

• Assessing resources and understanding their importance

• Having timely and pertinent information on the reality of resources and the natural environment

• Fostering mindsets not focused on soaring consumption

• Making society and individual citizens aware of the importance of taking care of the environment and of

the urgent need to encompass growth within the concept of sustainability.

The creation and implementation a global level of a culture based on these values would be the best moral

legacy for future generations.

Lisbon, December 2011