8/20/2019 Fotografia e Consumo

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Fotografia e Consumo

 As imagens que nos levam a lugares impensados ou que alimentam

nosso repertório ao mesmo tempo em que enchem nossos olhos, mostram-nos o vazio – de estar naquele lugar ou de possuír aquilo que apreciamos.

Sea um produto, uma família feliz, um carro ou uma viagem, uma !oa

imagem pode nos fazer desear.

"eseo e consumo andam sempre untos sendo que o segundo # a

consequ$ncia do primeiro. % consumo de qualquer produto que at# o

&enascimento era pautado no sistema de trocas, foi amplamente

impulsionado com a ascen'(o da classe !urguesa que na tentativa de

possuir tudo aquilo que a classe no!re possuía) copiando suas roupas, seus

quadros, suas casas, seus h*!itos alimentares. +as foi após a &evolu'(o

ndustrial que a indstria realmente teve a necessidade de criar um grupo de

consumidores para escoar tudo o que a m*quina a vapor produzia.

 A epress(o sociedade de consumo nasce nos anos /0 e se

populariza 10 anos depois, pautada neste consumo o!etual e materialista

que caracterizou a primeira fase do consumo, caracterizado pela produ'(o

em massa. Com o passar do tempo, a epans(o das 2necessidades3

humanas muda esta din4mica e as preocupa'5es ligadas ao estilo de vida,

epress5es de si mesmo e dar sentido ao que possuía come'aram a permear 

todo este sistema. "iferentes camadas sociais tem acesso a produtos sem

necessidade estrita e come'am a adquirir produtos com menor tempo devida, visando o prazer dos instantes.

 A partir da d#cada de 60 o sistema capitalista come'a uma

reestrutura'(o concomitante 7s transforma'5es nas comunica'5es e as

coisas passam a ser glo!ais) marcas mundiais e empresas gigantescas

aumentam sua produ'(o agora com aspecto 2personalizado3. % consumo

nutre um ideal de felicidade, diferencia'(o social disfar'ada de estilo de vida,

e moldado em fun'5es de crit#rios pessoais) consumo criativo, consumo

su!etivo e hiperconsumo.

8illes 9ipovets:; descreve !em todas estas fases e como o consumotransformou o homem em um hiperconsumidor em seu livro A Felicidade

m seguida, tornou-se um produto de consumo caro e

voltado 7s elites. Com a populariza'(o de cameras e sistemas de impress(o

a fotografia entra para o cotidiano dos grandes acontecimentos de nossas

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vidas, registrando momentos importantes. =a era digital ela entre para a

rotina di*ria manifestada pelo registro constante de instantes criados como

2!elos3 pra registrar em imagens o di*rio de nossa vida.

&equisito fundamental na compra de um aparelho de celular,

adquirindo cada vez mais fun'5es em formatos diversificados, as camerasdeiam de ser um equipamento de atividade profissional para um gadget que

nos acompanha, t(o necess*rio quanto um relógio foi um dia) * # um item de

primeira necessidade.

Se estamos na era do consumo eperencial, nada melhor do que a

fotografia para registrar aqueles momentos que n(o poder(o ser guardados

de outra forma al#m da memória? >stamos cercados por enquadramentos,

cenas e cores que !uscam representar aromas, sa!ores e lem!ran'as que

recheiam as redes sociais em composi'5es mais orchestradas que a própria

fotografia pu!licit*ria.

mersa em tal compleidade a fotografia # um produto de consumo ao

mesmo tempo em que impulsiona o ato de consumir eperi$ncias,

momentos, trocas. > em!ora eistam acontecimentos que n(o poder(o ser 

captados da mesma forma com que foram sentidos, ou cenas que n(o ir(o

ser vistas da mesma forma pela lente da camera @como o tigre fantasma de

2A ida Secreta de Balter +itt;3, n(o conseguimos mais nos separar dela,

porque somos homo consumericus.