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Horário de funcionamento do Sindicato no final de ano LUTO NOS MOVIMENTOS POPULAR E SINDICAL Bolinha parte, mas deixa um legado inestimável Wilson Fernando da Silva, Bolinha, que morreu no último domingo, representou o renascimento das organizações populares e sindicais na região de Sorocaba pós ditadura militar; Lula cancelou compromissos da Presidência para se despedir do amigo que conheceu há 40 anos Faleceu neste domin- go, dia 7, vítima de cân- cer, em Sorocaba, Wil- son Fernando da Silva, o Bolinha, que presidiu o Sindicato dos Metalúrgi- cos da Região nos anos 80 e levou a categoria a ser uma das primeiras do país a se filiar à então recém-fundada CUT. Líder carismático, estrategista, idealista e de per- sonalidade cativante, Bolinha conquistou amigos como o presidente Lula e representou, em Soro- caba, a transição da ditadura militar para a demo- cracia que o Brasil vive atualmente. PÁGs de 3 a 6 e editorial Mais dois mil amigos e admiradores de Bolinha passaram pelo velório realizado na sede do Sindicato, que ele conquistou para a categoria CULTO DE AÇÃO DE GRAÇA aos familiares e amigos Catedral Evangélica de Soroca- ba - Jardim Prestes de Barros Avenida João Valentino Joel, nº 680 - Jd Prestes de Barros Horário 19 horas MISSA DE SÉTIMO DIA Paróquia do Divino, no Largo do Divino Horário 10 horas As sedes do Sindicato em Sorocaba, Iperó e Araçariguama fecham no próximo dia 19 para as festas de fim de ano. Em Sorocaba o atendimento volta no dia 5 de janeiro de 2009. Em Iperó e Araçariguama o retorno será no dia 12 de janeiro. O clube de campo, em Sorocaba, fecha apenas no dia de Natal e Ano Novo, e nas segundas e terças-feiras como acontece costumeiramente. A Folha Metalúrgica, principal veículo de comunicação da categoria, também volta a ser publicada em janeiro. O site www.smetal.org.br permanecerá no ar todos os dias. Veja na página 4 os prazos de inscrições para a colônia de férias dos metalúrgicos para hospedagem em janeiro e fevereiro. Natal Sem Fome de Sorocaba vai até o dia 16 Mutirão da campanha nos bairros aconteceu somente no último final de semana; agora as doações podem ser entregues na sede do Sindicato dos Metalúrgi- cos de Sorocaba. Mais informações pelo telefone 3334-5400. PÁG. 8 FOTOS: GRUPO IMAGEM

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Horário de funcionamentodo Sindicato no final de ano

LUTO NOS MOVIMENTOS POPULAR E SINDICAL

Bolinha parte, mas deixaum legado inestimável

Wilson Fernando da Silva, Bolinha, que morreu no último domingo, representou o renascimento das organizações populares e sindicais naregião de Sorocaba pós ditadura militar; Lula cancelou compromissos da Presidência para se despedir do amigo que conheceu há 40 anos

Faleceu neste domin-go, dia 7, vítima de cân-cer, em Sorocaba, Wil-son Fernando da Silva, oBolinha, que presidiu oSindicato dos Metalúrgi-cos da Região nos anos80 e levou a categoria aser uma das primeiras do

país a se filiar à então recém-fundada CUT.Líder carismático, estrategista, idealista e de per-

sonalidade cativante, Bolinha conquistou amigoscomo o presidente Lula e representou, em Soro-caba, a transição da ditadura militar para a demo-cracia que o Brasil vive atualmente. PÁGs de 3 a6 e editorial

Mais dois mil amigos e admiradores de Bolinha passaram pelo velóriorealizado na sede do Sindicato, que ele conquistou para a categoria

CULTO DE AÇÃO DE GRAÇAaos familiares e amigos

Catedral Evangélica de Soroca-ba - Jardim Prestes de BarrosAvenida João Valentino Joel, nº680 - Jd Prestes de BarrosHorário 19 horas

MISSA DE SÉTIMO DIAParóquia do Divino, no Largo doDivinoHorário 10 horas

As sedes do Sindicato em Sorocaba, Iperó e Araçariguama fecham nopróximo dia 19 para as festas de fim de ano. Em Sorocaba o atendimentovolta no dia 5 de janeiro de 2009. Em Iperó e Araçariguama o retornoserá no dia 12 de janeiro.

O clube de campo, em Sorocaba, fecha apenas no dia de Natal e AnoNovo, e nas segundas e terças-feiras como acontece costumeiramente.

A Folha Metalúrgica, principal veículo de comunicação da categoria,também volta a ser publicada em janeiro. O site www.smetal.org.brpermanecerá no ar todos os dias.

Veja na página 4 os prazos de inscrições para a colônia de férias dosmetalúrgicos para hospedagem em janeiro e fevereiro.

Natal Sem Fome deSorocaba vai até o dia 16

Mutirão da campanhanos bairros aconteceusomente no último finalde semana; agora asdoações podem serentregues na sede doSindicato dos Metalúrgi-cos de Sorocaba. Maisinformações pelo telefone3334-5400. PÁG. 8

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Folha Metalúrgica

PÁG. 2 FOLHA METALÚRGICA Nº 549 4ª ED. NOVEMBRO 2008

Informativo semanal do Sindicato dosMetalúrgicos de Sorocaba e RegiãoDiretor responsável:AdemilsonTerto da Silva (pres. em exercício)Jornalista responsável: PauloRogério L. de Andrade

Sede Sorocaba: Rua Júlio Hanser, 140.Tel. (015) 3334-5400Sede Iperó: av. Santa Cruz, 65, centro.

Tel. (15) 3266-1888Sede Regional Araçariguama: ruaSanta Cruz, 260, centro. Tel (11) 4136-3840Contato em Piedade: Tel. (15) 9112-3148, falar com Neysite: www.smetal.org.bre-mail: [email protected]ão - IpagrafTiragem : 37 mil exemplares

Foi assim, semvaidade e sem

nunca se render apresão, inclusive

financeira ouameças físicas, que

Bolinha setransformou nummarco do pensa-

mento sindical e daesquerda

sorocabana.

O time de futsal da Ma-notec precisa apenas de umempate diante do Urso FCpara se sagrar campeão daTaça Papagaio. A decisão,em jogo único, será nestedomingo, dia 14, às 15h, noginásio municipal GualbertoMoreira, na Vila Hortência.

Até a última segunda-fei-ra Sorocaba e região, comexcessão dos sindicalistascutistas, dos petistas dagema e de uma pequena par-cela de trabalhadores meta-lúrgicos, não sabiam do ta-manho da importância dopequeno Bolinha, o paulistade igaraí (SP), Wilson Fer-nando Bolinha.

E poucos ainda continu-ariam sem saber da capaci-dade desse trabalhador seteu amigo-irmão Taturana,entenda-se taturana comoLuiz Inácio Lula da Silva,não cancelasse sua agendapresidencial com quatrocompromissos, um delescom o ministro da Defesa daFrança, para dar um últimoadeus a Bolinha.

Homem pacato, de visãosocialista e de extrema ca-pacidade de articulação,Bolinha foi um marco, não sópara o sindicalismo, mastambém na construção dopensamento progressista deesqueda na região do ABCe em Sorocaba.

Bolinha coniveu comLula e deu palpites imporan-tes no momento em que oentão presidente do Sinica-do de São Bernardo dosCampos foi preso nas gran-des greves do ABC, quecomeçaram em 1978. FoiBolinha, um dos líderes domoviento grevista, comomostra o documentário Li-nha de Montagem de Rena-to Tapajós, a defender a or-ganização dos trabalhadorespor bairro, já que nas fábri-cas pequenas o sindicato nãoconseguia ter acesso com ascomissões de fábrica.

Foi Bolinha, também,quem varou madrugada a

O presente do reconhecimento

dentro, na casa do amigo-ir-mão ou numa cantina qual-quer, discutindo política,montando estratégia de comoenfrentar a Ditadura Militar eao mesmo tempo como or-ganizar os trabalhadores.

Lula nunca escondeu deninguém que ele o tinha comoum irmão e que via no com-panheiro uma de suas amiza-das mais importantes e profí-cua.

Foi Bolinha, também, que,ao ver todas as portas fecha-das nas fábricas do ABC, semudou para Sorocaba paraganhar a vida como trabalha-dor honesto e criar seus trêsfilhos.

Mas irriquieto, incormadocom o desmando da ditadu-ra, dos patrões e da pelega-gem sindical na região, nembem chegou a Sorocaba e járecomeçou sua militância sin-dical e política.

Foi assim, sem vaidade esem nunca se render a pre-são, inclusive financeira ouameças físicas, que Bolinhase transformou num marco dopensamento sindical e da es-querda sorocabana.

Nas décadas de 70 e 80,com a instalação Ditadura

Militar em 1964, Sorocabaque havia presenciado umsindicalismo sério e com-prometido com os trabalha-dores nas primeiras décadasdo século passado, vivia oauge do peleguismo.

Mesmo novato na cida-de, Bolinha, com seu discur-so sereno, mas incisivo econviencente, venceu ospelegos, assumiu a presidên-cia do Sindicato dos Meta-lúrgicos de Sorocaba em1983 e influenciou um semnúmero de dirigentes sindi-cais, como Hamilton Perei-ra, Carlos Roberto de Gás-pari, Arnô Pereira, Francis-co França, Geraldo Titoto,Izídio de Brito Correia,Ademilson Terto da Silva etantos outros.

O próprio presidenteLula sempre defendeu ummelhor aproveitamento dointelecto e da capacidade dearticulação e organizaçãosocial do companheiro,“mas ele mesmo preferiucuidar da família”, dizia opresidente em algumasoportunidades sobre o ami-go.

Mas toda essa trajetóriade sucesso, essa simplicida-de e honestidade não ga-nharaia o destaque mereci-do que ganhou na mídia nãofosse a visita de Lula ao ve-lório de Bolinha. Por isso, avinda do presidente à So-rocaba foi mais que umadeus ao irmão, foi presen-te, uma forma de dar ao ve-lho amigo o destaque quefato ele mereceia, emboraBolinha, o mais discreto detodos os sindicalistas, jamaistivesse sido amante dos ho-lefotes que tanto amplifica-ram sua partida.

O Sindicato dos Metalúrgicos começoua enviar aos seus sócios o manual de con-vênios para o próximo ano. O manual seráentregue em sua casa sem nenhum custo.A previsão é de que até o fim do ano todosos sócios já tenham recebido a cartilha.Mas se isso não ocorrer até o dia 5 de ja-neiro do ano que vem, procure a sede doSindicato, na rua Júlio Hanser, 140, Laje-ado, perto da rodoviária.

O novo manual, além das informaçõessobre os serviços oferecidos nas sedes deSorocaba e da região e do clube de cam-po, trás também uma lista amplamente di-versificada de lojas, clínicas e prestado-res de serviços que oferecem descontosespeciais aos trabalhadores metalúrgicosassociados.

Soldagem elétrica tig e mig, inspetor de qualidade, metrologia, leitura e interpretação dedesenho técnico e mecânico e operador de empilhadeira são os cursos que estão com inscriçõesabertas. Os sócios têm descontos.

CursoSoldagem elétrica tig e migCarga horária: 40 horasAulas: segunda, quarta e sexta-feiraManhã: das 8h às 12h e noite das 18h30 às 22h30Sócios: R$ 300,00 e R$ 420,00 não-sóciosMetrologiaCarga horária: 50 horasInscrição abertaSócios R$ 100,00, não-sócios R$ 170,00Vagas: 18 por turmaInspetor de qualidadeCarga horária: 40 horasInscrições abertasSócios R$ 155,00 e R$ 210,00 não-sóciosAulas: terça e quinta das 8h às 11h30 e das 18h30 às 22h.Leitura e Interpretação de Desenho Técinco MecânicoCarga horária: 84 horasSócios: R$ 125,00 e não-sócios R$ 200,00Operador de EmplilhadeiraCarga horária: 30 horasSócios R$ 180,00 e não-sócio 230,00Apenas 15 vagas.Mais informações pelo telefone 3012-4800, com Iara ou Paula

Uma partida de futebolacompanhada de churrasco emuito pagode acontece nopróximo dia 21 de dezem-bro. O evento, promovido

Cinco cursos estão cominscrições abertas

Sócios recebemmanual de convênios

Manotec precisa apenas deum empate para ser campeão

A entrada é franca.Invicto na competição, a

Manotec entra como favori-ta a levantar a taça, mas oUrso promete jogo duropara desbancar o até agorabicho-papão do torneio.

A taça Papagaio, além depromover a integração entre

os trabalhadores metalúrgi-cos, também homenageia osindicalista Reinaldo de Pau-la Moreni, o Papagaio, umdos diretores mais popularesdo Sindicato dos Metalúrgi-cos, morto tragicamente emum acidente de carro há qua-se três, em Juquiá.

Futebol e confraternizaçãono campo do América

por Paulão e Amigos, vaiacontecer no campo do Amé-rica, ao lado do Centro Es-portivo André Matiello, emPinheiros, a partir das 13 ho-

ras.O encontro vai reunir bo-

leiros e os grupos de pagodeSamba Livre, Ó do BGÓ ePagode do Rilex.

MANOTECxZF DO BRASIL

x

Esporte e Lazer

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PÁG.3FOLHA METALÚRGICA Nº 5501ª ED. DEZEMBRO 2008

LIDERANÇA INESQUECÍVEL

WILSON FERNANDO DA SILVABOLINHA12 DE NOVEMBRO DE 19518 DE DEZEMBRO DE 2008

Bolinha em 1983ao receber a chavedo Sindicato dosMetalúrgicos deSorocaba eRegião, apósvencer as eleiçõese tirar do podersindicalistas quedurante quase 20anos foramsubservientes aosempresários e aoregime militar

Bolinha em 1º desetembro de 2007,durante a reinau-guração da sededo Sindicato,ampliada erevitalizada, comdireito a placas eauditório emhomenagem aolíder que mudou ahistória dosmovimentossindical e popularna região

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PÁG. 4 FOLHA METALÚRGICA Nº 549 4ª ED. NOVEMBRO 2008

Trajetória de Lutas

Batista (esq.) e Bolinha (com camiseta pelas eleições diretas para presidente), resp.diretor e presidente do Sind. Metalúrgicos Sorocaba e Região, no início dos anos 80

Wilson Bolinha no comando de um dos vários atos sindicais na Concha Acústica deSorocaba nos anos 80 Bolinha em porta de fábrica nos anos 80

No sentido horário, Bolinha, Arnê e Izídio em foto de 20 anos atrás

Bolinha, a esposa e os 3 filhos no sindicato, set. 1983

Bolinha durante ato na praça Cel.Fernando Prestes no final dos anos 80

Debaixo de chuva, Bolinha lidera assembléia na Jaraguá em 1994

Bolinha durante passeata em Sorocaba nos anos 80

Acima, assembléia comtrabalhadores da ZF, na sededo Sindicato, no final dosanos 90.

Ao lado, paralisação à beirada Castelinho em meadosdos anos 90

Ato contra o desemprego, na praça Cel. Fernando Prestes, no finaldos anos 90

Chapa 1 dos metalúrgicos em 1995 - Agachados: Circe, Arnô e Izídio; em pé:Bolinha, Fernando, Gáspari e Marcos Juscelino

Acima: Bolinha recebe, em 2003, das mãos do vereador Arnô, o título deCidadão Sorocabano

Ao lado, Lucilia, Bolinha e o deputado Hamilton, junto a um metalúrgico (devermelho) durante a reinauguração da sede do Sindicato dos Metalúrgicos deSorocaba, em setembro de 2007

Sindicalistas Valderlei Pedroso (Vande) e Wilson Bolinha durante confrontocom a polícia no final dos anos 80

MILITANTE ATÉ O FIMMesmo já debilitado pela doença, Bolinha acompa-nhou toda a movimentação política das últimaseleições municipais. Na foto acima, está ao lado deIzídio, candidato a vereador que apoiou, em frente aum comitê de campanha no Éden (bairro em queBolinha morava)

FOTOS ANOS 80: ARQUIVO DO SINDICATO - ANOS 90 E 2000: PAULO ROGÉRIO E GRUPOIMAGEM

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PÁG. 5FOLHA METALÚRGICA Nº 5501ª ED. DEZEMBRO 2008

Amizade de Longa Data

Wilson Fernando daSilva nasceu emIgaraí-SP, dia 12

de novembro de 1951. Apóscursar o Senai, começou atrabalhar como ferramentei-ro em metalúrgicas da regiãodo ABC paulista, na décadade 60.

Baixinho (1,60 mt) e atar-racado, Wilson ganhou doscompanheiros de fábrica oapelido de Batatinha, em alu-são a um desenho animadomuito popular na época. Em1967, trabalhando na Villa-res de São Bernardo doCampo, Batatinha tornou-seamigo de um jovem torneiromecânico conhecido comoTaturana, devido ao vastobigode negro.

Sob o período mais tru-culento da ditadura militar,Batatinha e Taturana eramquase alienados, pouco con-versavam sobre política oumovimento sindical. Logo emseguida, seus caminhos sedescruzaram.

Em meados dos anos 70,com a intensificação das mo-bilizações sindicais, Batatinhafoi ao Sindicato dos Meta-lúrgicos de São Bernardo doCampo relatar ao presidenteda entidade, conhecidocomo Lula, a situação dostrabalhadores da fábrica na

qual era funcionário.Ao encontrar-se com o

sindicalista ficou surpreso aover que Lula era, na verda-de, o velho companheiro Ta-turana, que ao cumprimentaro ex-colega de fábrica cha-mou-o de Bolinha, no lugarde Batatinha. E o apelidoBolinha pegou.

Em pouco tempo, Bolinharevelou-se um dos maisaguerridos militantes sindicaise pró-democracia da regiãoe do Estado. Um hábil estra-tegista e articulador de lutase negociações sindicais.

Demitido após uma grevee perseguido no ABC, Boli-nha mudou-se para Soroca-ba em 1981. Logo empre-gou-se na metalúrgica Peter-co, em São Roque. Envolven-do-se novamente na militân-cia, tomou contato com mem-bros da oposição que, desdea década anterior, tentavamrealizar eleições legítimas ederrotar os diretores sindicaissubservientes ao regime mili-tar e afinados com as ideolo-gias patronais.

Em 1983, após um pro-cesso judicial, são realizadasnovas eleições no Sindicatodos Metalúrgicos. Concor-rem três chapas. E a equipeliderada por Bolinha vence adisputa. O lema foi “por um

sindicalismo autônomo ecombativo, pela democraciae por uma Central Única dosTrabalhadores”.

A central única (CUT)defendida pela chapa de Bo-linha seria fundada naquelemesmo ano, e no mesmo mês[agosto], em que se realiza-ram as eleições metalúrgicasde Sorocaba e região.

Aqueles primeiros anosde novo sindicalismo em So-rocaba foram de enfrenta-mento direto. O Sindicato lu-tava para alcançar conquis-tas básicas para a categoria,e também para deixar claroseu diferencial em relação àsdiretorias anteriores. Os pa-trões e o regime de governo,por sua vez, esforçavam-separa negar espaço trabalhis-ta e social para esse novomodelo de organização dostrabalhadores. Para isso, porvezes, utilizavam-se da re-pressão. E os sindicalistas nãose esquivavam do embate.

Luís Inácio Lula da Silvaesteve diversas vezes na ci-dade para colaborar na reor-ganização e reestruturação doSindicato local, deixado amingua pela direção chama-da pelega.

Em 1986 Bolinha foi ree-leito presidente da entidade.Embora já sob uma demo-

cracia política parcial (a elei-ção direta para presidente daRepública ainda não haviasido realizada), os enfrenta-mentos diretos pouco refre-aram.

Bolinha não concorreu àseleições sindicais de 1989, afim de tentar - com a ausên-cia de representantes da “ve-lha guarda” - conciliar doisgrupos antagônicos que ha-viam se formado nos anosanteriores dentro do Sindica-to.

Geraldo Titotto Filho as-sumiu a presidência. Mas asdivergências internas não ces-saram.

Por isso, em 1992 duaschapas da CUT concorreramàs eleições. Venceu a Chapa1, liderada por Carlos Ro-berto de Gáspari e com Bo-linha novamente entre os di-retores. Inaugurou-se o con-ceito de “Sindicato Cidadão”,pela qual a entidade, além dasquestões trabalhistas nas fá-bricas, passou a se dedicarmais aos direitos do trabalha-dor na sociedade. Os chama-dos direitos de cidadania,como emprego, saúde, habi-tação, informação, cultura,etc.

Wilson Bolinha ainda inte-grou outras duas diretoriasaté 2002, uma sob a lideran-

ça de Gáspari e uma com Izí-dio de Brito Correia na pre-sidência. Nesse período, elerepresentou a categoria tam-bém na Federação Estadualdos Metalúrgicos da CUT(FEM) e na ConfederaçãoNacional dos Metalúrgicosda CUT (CNM).

Mas que nenhum desavi-sado pense que este texto éuma homenagem póstuma.Longe disso. Bolinha estábem, mora no Éden, em So-rocaba, e é avô de três ne-tos.

Bolinha hoje fabrica arte-sanalmente engenhosos reló-gios de madeira. Relógiosque têm seus minutos e ho-ras marcados por... BOLI-NHAS !!! Bolinhas de aço,utilizadas em rolamentos.

Uma das dicas de Bolinhaé sobre as características es-senciais do militante. Para

ele, ao militante, seja das áre-as política, sindical ou soci-al, é necessário, acima detudo, a capacidade de indig-nar-se diante das injustiças.Outro pré-requisito ao ver-dadeiro militante, segundoBolinha, é estar aberto aaprender, sempre.

Essas características — acapacidade de indignação ea vontade de aprender —marcaram toda a trajetória deBolinha. Mesmo em seu mo-mento atual, algo lúdico, es-sas qualidades fazem-se per-ceber em seus comentáriose conselhos, sempre de vi-são avançada, muito além daconjuntura atual, e semprerevelando a velha sede dejustiça social.

Paulo Rogério Leite de Andrade -JornalistaTexto originalmente publicado narevista Provocare no início de 2006

A curiosa história dos amigos

Batatinha e Taturana

As imagens abaixo retratam os amigos e companheiros de lutas sindicais e políticasLula e Bolinha em diversos períodos (todas em Sorocaba) e ajudam a explicar umpouco do porque o presidente da República cancelou compromissos oficiais paradar o último adeus ao líder popular sorocabano que ele chamava de “irmão”

FOTOS ANOS 80: ARQUIVO DO SINDICATO - ANOS 90 E 2000: PAULO ROGÉRIO E GRUPO IMAGEM

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PÁG. 6 FOLHA METALÚRGICA Nº 550 1ª ED. DEZEMBRO 2008

Exemplo de vida

Faleceu neste domin-go, dia 7, às 18h30, em So-rocaba, Wilson Fernandoda Silva, o Bolinha, quepresidiu o Sindicato dosMetalúrgicos da Regiãonos anos 80 e levou a ca-tegoria a ser uma das pri-meiras do país a se filiar àentão recém-fundadaCUT.

Bolinha tinha 57 anosde idade e há um ano luta-va contra um câncer. Eledeixa esposa, Lucilia, trêsfilhos Daniela (34), Fran-cis (33), Camila (30) etrês netos.

Bolinha foi velado noSindicato dos Metalúrgi-cos em Sorocaba, a pedi-do da família, que sempresoube da importância queele dava para o movimen-to sindical e popular comoforma de transformar asociedade para melhor eajudar a protejer os direi-tos dos trabalhadores.

Mais de 2 mil pessoaspassaram pelo velório dosindicalista entre a noitede domingo e a tarde desegunda-feira. O presiden-te Lula esteve presente,além de deputados, verea-dores e outras autorida-des.

O sepultamento acon-teceu às 18h no cemitérioPax.

Lula cancelou diversoscompromissos, inclusiveuma reunião com o minis-tro da defesa da França,para vir dar o último adeusao velho amigo.

Trajetória

Amigo do presidenteLula desde a década de 60e militante sindical meta-lúrgico do ABC nos anos70, Bolinha mudou-separa Sorocaba em 1981.Logo empregou-se em

“Bolinha dava um conselho aos novos dirigentes que considero a síntese da personalidade delemesmo. Ele dizia que ao bom militante não devem faltar duas virtudes: a capacidade de indignar-sediante das injustiças e a consciência de que é necessário ser um eterno aprendiz” - Carlos Robertode Gáspari, que presidiu o sindicato de 1992 a 1995 e de 1995 a 1998.

uma metalúrgica local e,em 1983, disputou aseleições do sindicato ederrotou a diretoria deentão, considerada atrela-da ao empresariado e sim-pática ao regime militar.

Mesmo em Sorocaba,Bolinha não perdeu con-tato com Lula, pois, alémdo companheirismo entreeles desde a época das his-tóricas lutas sindicais doABC, as famílias de am-bos desenvolveram laçosde amizade.

Ao longo de sua traje-tória, Bolinha tambémconquistou a admiração eo respeito de outras lide-ranças de projeção do PT,como o senador AloísioMercadante e os deputa-dos federais Vicentinho eArlindo Chinaglia, entreoutros. É esperada a pre-sença de algumas dessaslideranças no velório dosindicalista de Sorocaba.

Bolinha foi eleito pre-sidente do Sindicato dosMetalúrgicos de Soroca-ba e Região por duas ges-tões: 1983/86 e 1986/89.Ele deixou a diretoria em1989, mas retornou em1992, quando foi eleitomembro da executiva. Em1998 ele deixou definiti-vamente a direção sindi-cal.

No ABC, Bolinha tra-balhou na Villares, naMercedes e na Brastemp,entre outras. Na região deSorocaba, foi funcionárioda Peterco e da Metal Ya-nes.

Bolinha estava aposen-tado, mas lideranças polí-ticas e sindicais, da CUT,do PT e de movimentossociais da região de Soro-caba nunca deixaram deprocurar os conselhos eorientações do pioneiro ecarismático líder.

Morre Bolinha, um ícone domovimento sindical cutista

“Bolinha era nossa principal referência política. Ele construiu o alicerce dos movimentos sindi-cal e social na região. Uma pessoa inteligente, decidida, idealista, convicta ... mas extremamentegenerosa e sensível. Um exemplo de líder e de ser humano para todos os que conviveram com ele”— Izídio de Brito Correia, presidente do Sindicato desde 1998

“Bolinha não veio ao mundo para ser coadjuvante. Ele veio para ser protagonista. Em tudo o queele participava, era líder. Era de uma inteligência incomum, de uma garra contagiante e, ainda,extremamente simpático. Conquistava a todos que conviviam com ele” – Hamilton Pereira, depu-tado estadual (PT-SP) e ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

“Quem teve o privilégio de conviver com o Bolinha não se surpreendeu com as milhares depessoas que estiveram em seu velório e sepultamento, nem com as figuras ilustres que fizeramquestão de lhe prestar homenagens. Bolinha mereceu. Foi líder, foi mestre, estrategista, conselhei-ro, amigo. Ele personificou o real sentido da palavra companheiro, muito usada no movimentosindical cutista” – Geralto Titotto Filho – presidente do Sindicato entre 1989 e 1992

Repercussão

O presidente Lula não foi a única presença ilustre afazer questão de dar o último adeus ao Bolinha. Aspresenças são provas do respeito e admiração quealiados e até adversários tinham pelo Bolinha.

Também estiveram no velório do sindicalista soro-cabano os deputados federais Vicentinho, ArlindoChinaglia e João Paulo Cunha; o presidente da CUTnacional Arthur Henrique da Silva, o ex-ministro e pre-feito eleito de São Bernardo Luiz Marinho; o deputa-do estadual Hamilton Pereira, o prefeito de Porto Fe-liz Cláudio Maffei; o prefeito eleito de Piedade Gere-mias Pinto, a representante do Ministério da Educa-ção do estado Iara Bernardi, os vereadores Arnô Pe-reira, Francisco França, Tânia Baceli e Antônio Sér-gio Ismael (todos acima do PT).

Também se despediram de Bolinha e deram con-dolências à família o subdelegado do trabalho VitórioCattai; Gabriel Bittencourt (PCdoB) e representantesde diversos outros partidos, além de dirigentes das maisdiversas categorias profissionais ligadas à CUT e tam-bém de outras centrais sindicais.

RESPEITADO POR MUITOSHomenagens de autoridades e lideranças

Velório aconteceu na sede do Sindicato, por onde passaram mais dois mil amigos e admiradores de Bolinha, inclusive o presidente Lula

Bolinha foi seputado no cemitário PAX, em Sorocaba; Amigos e familiares se emocionaram na despedida do líder que marcou a história sindical de Sorocaba

Visivelmente emocionado,o presidente Lula não quis falar com aimprensa após passar pelo velório do amigo em Sorocaba Perfeitamente lúcido até a véspera da morte, Bolinha lutou bravamente

contra o câncer durante um ano; a foto acima é de setembro deste ano

FOTOS: GRUPO IMAGEM

Page 7: FOTOS: GRUPO IMAGEM - cnmcut.org.brcnmcut.org.br/sgc_data/publicacao/pdf/{C180E586-B005-4381-9CAC... · informações pelo telefone 3334-5400. PÁG. 8 FOTOS: GRUPO IMAGEM. Folha Metalúrgica

CurtasGoverno libera recursos anticrise

Demissões setoriais e oportunistas

Mercadante prevêque Brasil vai sofrermenos com a crise

Uma comitiva de dirigen-tes do Sindicato e trabalha-dores metalúrgicos de Soro-caba e região participaramno último dia 3, em Brasília,da 5ª Marcha da ClasseTrabalhadora.

Aproximadamente 35 miltrabalhadores de todo o paíse de diversas categorias par-ticiparam da Marcha, queteve como tema o desenvol-

A diretoria do Sindicato parabeniza a eleição dos 18trabalhadores (oito titulares e oito suplentes) da JohnsonControls que vão representar os funcionários na CIPA(Comissão Interna de Prevenção a Acidente) em 2009.

A eleição foi realizada no dia 30 de setembro. Forameleitos titulares: Jair Paulo da Silva, Paulo Leandro deQueiroz, Flávio Souza Machado, Leandro Pellotta Ribeiro,Jair Pereira, Itamar Nosor Carneiro Jr, Deivison Pereira eAna Carolina Camargo. Suplentes: José Ferreira de Souza,Davi Rodrigues Maciel, Marcos Antônio Martins Costa,Jefferson Theodoro, Jonatas Sanches Targa, João PauloCarneiro Ribeiro, Airton Rodrigues Filho e Francine SilvaCardoso.

Um estudo elaborado pelasubseção do Dieese instala-da no Sindicato dos Metalúr-gicos de Sorocaba e Regiãorevelou que este ano foramcriados 5.732 postos de tra-balho na categoria no municí-pio de Sorocaba.

Usando como fonte o Ca-dastro Geral de Emprego eDesemprego (Caged), órgãodo Ministério do Trabalho, oDieese descobriu que havia30.980 metalúrgicos na cida-de em 2007. Este ano, atéoutubro, havia 36.712 meta-lúrgicos em Sorocaba.

Esse número coloca Soro-caba em 4º lugar no rankingde empregos metalúrgicos noestado de São Paulo, atrásapenas de São Paulo, SãoBernardo do Campo e Gua-rulhos e à frente de tradicio-nais pólos industriais, comoCampinas e São José dosCampos.

2008 teve 6 mil novosempregos metalúrgicos

Contrariando as constan-tes notícias sobre crise, o nú-mero de metalúrgicos em fé-rias coletivas na região deSorocaba neste final de ano émenor do que no final do anopassado.

Em 2007, 26 empresas daregião deram férias para7.272 metalúrgicos no final doano. Agora em 2008, até oúltimo dia 9 de dezembro, 35empresas comunicaram aoSindicato que darão fériaspara 4.600 metalúrgicos.

A redução das férias é ain-da menor se for levado emconta que, de acordo com oDieese (Subseção Metalúrgi-cos de Sorocaba), havia 36mil metalúrgicos na região em

O presidente doSindicato dos Metalúrgicosdo ABC, Sérgio Nobre,defende que a crise [daagiotagem] seja analisadaem sua perspectiva correta,sem a escandalizaçãopromovida pelos meios decomunicação para que oproblema não se agrave.

“Os problemas nãodevem ser minimizados,mas também não podem seraumentados”, afirma SérgioNobre.

Para Nobre, em umcontexto em que aexpectativa é muito alta,“dramatizar a situaçãoaprofunda as dificuldades.Economia também é umestado de espírito. Se todosacreditarem que tudo estáperdido, tudo se perderá”.

Ele lembra que atésetembro, consumo,produção e empregocresciam a um ritmorecorde para a década.

Nobre diz que a partirdaquele mês [setembro] a“crise da agiotagem” criououtro ambiente, que foiagravado por fatorespsicológicos devido a fériascoletivas ou paralisaçõestécnicas não planejadas - osdois mais em função doaumento da incerteza geraldo que por fatos objetivos.

Sérgio Nobre querseparar fatos - problemasno crédito, queda nospreços de produtos paraexportação, redução donível de atividade mundial -da avaliação dos fatos.

A avaliação é subjetiva.Se um consumidor achaque a crise será muito bravae passar a temer por seuemprego, a tendência seráreduzir suas compras.Reduzindo, derruba aprodução e a empresademite. “É assim que seforma a espiral darecessão”, explica odirigente.

Como essesmovimentos não se dão emcima de dados objetivos,mas da sensação sobre oque poderá acontecer, opapel dos meios decomunicação passa a serfundamental e poderá seconstituir em um tiro no pé.“Não se trata da imprensasonegar informações, masde saber como tratar asnotícias em ambientesnervosos”, finaliza opresidente do Sindicato.

Cai o número de fériascoletivas na categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou nos últi-mos 30 dias aproximadamente 20 bilhões para aquecer omercado interno e evitar que a crise norte-americana afeteo Brasil de forma significativa.Somente às montadoras, se-tor que influi diretamente no número de postos de trabalhodos metalúrgicos, o governo disponibilizou, através de li-nhas de créditos do BNDES e do Banco do Brasil, R$ 4bilhões. O governo ainda esticou o prazo de vencimentosde alguns tributos que incidem diretamente na cadeia deprodução de carros.

A crise mundial tem provocado algumas baixas emSorocaba, mas as demissões, até o momento, são setoriaise tem atingido apenas setores de produtos exportados.

Algumas demissões também são oportunistas.Empresas não-comprometidas com os trabalhadoresaproveitam o rumor da crise para demitir, como fezrecentemente a Abragol, de Iperó. Ela dispensou 300trabalhadores.

De histórico problemático, a Abragol mantinha mais dametade dos trabalhadores em regime temporário e fechouas portas em alguns lugares por onde passou para se instalarcom novo nome em cidades vizinhas.

Trabalhadores da JohnsonControls elegem cipa

O senador Aloízio Mer-candante, que dia 1º de de-zembro esteve no Sindicatodos Metalúrgicos para umapalesta, avalia que a crise in-ternacional vai atingir todo omundo, mas que o Brasil de-verá ser um dos que sofre-rão menor impacto, ao ladoda Índia, Rússia e China.

Para ele, os países doBric (Brasil, Rússia, Índia eChina), embora não escapemdos efeitos da crise, estariammais bem posicionados paraenfrentar a desaceleração daeconomia e a forte contraçãodo crédito internacional, aocontrário de outros países deeconomia aberta.

Entre os instrumentos dedefesa para se enfrentar acrise, o senador lembrou queo Brasil poderá ter acesso aum fundo de US$ 30 bilhõesdo tesouro americano, des-tacando ainda que o sistemafinanceiro local não sofre aameaça de insolvência, como

ocorre nos Estados Unidos ena Ásia.

Mercadante também sali-entou que o depósito com-pulsório das instituições finan-ceiras no Banco Central bra-sileiro é elevado, em torno de50%, ao contrário de outrospaíses como a Argentina e oMéxico, o que poderá ser útilpara amenizar o impacto dafalta de crédito global.

Para o senanador, o go-verno Lula vem montando

uma agenda propositiva e cri-ando mecanismos para o en-frentantamento das conseqü-ências da quebradeira norte-ameriacana. Ele vê, inclusive,uma certa possibilidade de ospaíses do Bric obterem atéalgumas vantagens com a cri-se que começou nos EstadosUnidos. “A palavra crise, nochinês aintigo, escria-se comdois caracteres; um significa-va periogo, o outro oportu-nidade”, brinca.

2007, contra mais de 40 miltrabalhadores na base esteano.

Novos comunicados po-dem chegar ao Sindicato, masestariam fora do prazo, poisa comunicação deve ser feitaaté 15 dias antes do início dasférias.

Considerando apenasSorocaba, 6.900 metalúrgi-cos saíram em férias para asfestas de fim de ano. Agora,a previsão é de que 4 milmetalúrgicos entrem em féri-as coletivas na cidade.

Em 2007 havia 30 milmetalúrgicos em Sorocaba.Este ano a categoria já somamais de 36 mil trabalhadoresna cidade. Em resumo, foram

criados quase 6 mil postos detrabalho e o volume de fériascoletivas, por enquanto, estáabaixo do ano passado (leiasobre empregos metalúrgicosnesta edição).

Segundo, o vice-presiden-te do Sindicato, as férias co-letivas são uma oportunida-de para as empresas fazeremmanutenção de máquinas eajuste de layout. Ele afirmaque nos últimos dois anos amaioria das indústrias traba-lharam com mais de 80% dacapacidade de produção,sem parar. “Essa situaçãocontribuiu muito para o au-mento no número de aciden-tes de trabalho na categoria”,afirma o dirigente.

Em outubro deste ano,segundo o estudo, Sorocabafoi a cidade do estado quemais criou empregos metalúr-gicos, com saldo positivo de629 postos de trabalho. Emsegundo lugar ficou o muni-cípio de São Paulo, com sal-do positivo de 261 empregos.Em terceiro, Espírito Santodo Pinhal, com 254 postos detrabalho na categoria.

O saldo positivo, aponta-do no estudo, é formado peladiferença entre admitidos edemitidos no período.

Para o presidente do Sin-dicato, Izídio de Brito Cor-reia, esse resultado é frutotanto de políticas de desen-volvimento do governo Lulaquanto da diversidade doparque industrial de Soroca-ba. “O crescimento do setorautomotivo é uma prioridadedo governo, e Sorocaba temmuitas fábricas do segmento.

A Petrobrás não pára decrescer e muitas empresaslocais são suas fornecedoras.O setor de mineração rece-beu incentivos e temos fabri-cantes de equipamentos paraesse fim. O poder de consu-mo do brasileiro e o númerode consumidores de eletroe-letrônicos aumentou, fazendocrescer a produção de fábri-cas locais desses produtos.Houve incentivos do gover-no para energia alternativa etemos empresas daqui quetrabalham com produtos des-sa área”, exemplifica o diri-gente, que assumirá uma ca-deira de vereador na Câma-ra de Sorocaba em janeiro.

“As exportações, por ou-tro lado, não vivem seu me-lhor momento. Mas o merca-do interno tem conseguidocompensar em grande parteessa deficiência”, ressalta Izí-dio.

METALÚRGICOS DE SOROCABA

Indústriaautomotivapode passar2009 semdemitir,afirmaSindicatodo ABC

Sérgio Nobre é presidente do Sindicato dosMetalúrgicos do ABC

Palestra de Mercadante, dia 1º, aconteceu no auditório “Bolinha”, no Sindicato dos Metalúrgicos

vimento e a valorização dotrabalho.

Organizado pela CUT, aMacha tem a finalidade deprovocar o debate entre aclasse trabalhadora e os se-tores empesariais e do gover-no, sempre na busca do cres-cimento do nível de empre-go, de melhores condições detrabalho e aumento das ga-rantias coletivas.

Sindicato participada 5ª Macha daClasse Trabalhadora

PÁG. 7FOLHA METALÚRGICA Nº 5501ª ED. DEZEMBRO 2008

Marcha reuniu 35 mil trabalhadores em Brasília; Sorocaba marcou presença

Mulheres metalúrgicas de Sorocaba participaram e divulgaram suas bandeiras de lutas

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Por determinação inédi-ta do Supremo TribunalFederal (STF), a Secreta-ria de Educação de Soro-caba terá de garantir vagasem creche às crianças naunidade mais próxima daresidência dos respectivossolicitantes (familiares),mantendo-se tal comodida-de.

Atualmente falta vaganas creches e muitas vezesquando a família conseguea escola fica distante.

O ministro Marco Auré-lio Mello, no despacho que

A diretoria do Sindi-cato dos Metalúrgicosde Sorocaba e regiãodeseja a todos os traba-lhadores e familiares umfim de ano repleto desaúde e felicidade.

Embora algumas ta-jédias tenham abalado osmetalúrgicos esse ano,a categoria teve muito oque comemorar em2008, principalmente areposição salarial commédia de 3 pontos per-

O Sindicato dos Jornalis-tas Profissionais no Estado deSão Paulo, filiado à CUT,contam, desde a última sema-na, com uma sede regionalpara atender os profissionaisde Sorocaba e de outros 52municípios que compreendema base regional da instituição.

A inauguração da subse-de, que funcionará em uma

O vereador FranciscoFrança (foto), do PT, cobrada Prefeitura de Sorocaba in-formações sobre a paralisa-ção da construção do Pou-patempo, na região central dacidade, e a deterioração pre-coce das pistas das ciclovi-as.

Os questionamentos sur-giram a partir de denúnciasveiculadas pela imprensa.

França quer saber quaismotivos que provocaram oatraso no início das obras ese a previsão do atendimen-to ao público continua o mes-mo: junho de 2009. “Sabe-mos que a construção é res-ponsabilidade do Governodo Estado”, observa França.“Porém, na ocasião da divul-gação do empreendimento, aPrefeitura foi a porta-voz dogoverno estadual e tambémusou intensamente isso como

A campanha NatalSem Fome de Sorocaba entra na

sua última semana de ar-recadação. Portanto, sevocê ainda não colaborou,não deixe de ajudar. Pro-cure a sede do Sindicato,na rua Júlio Hanser, 140,Lajeado, e faça a sua doa-ção.

O CIESP, também par-ceiro nessa campanha,está fazendo contato comvocê, empresário, paraque você faça a sua doa-ção em dinheiro ou emmercadorias. Não deixede ajudar. As arrecadaçõesvão até o dia 16.

No último fim-de-se-mana, durante um mutirãode voluntários em dezenasde bairros da cidade, fo-

Os metalúrgicos de Iperó também estão empenhados na Campanha Natal Sem Fome. O prazo de arrecadaçãotambém termina no dia 16 e todos os mantimentos coletados naquele município serão doados a famíliascarentes daquela cidade.

Se você ainda não fez sua doação, procure a sede de Iperó, que fica na rua Samuel Domingues, 29, centro,ao lado da Igreja Matriz.

Termina nopróximo dia 15 oprazo de inscriçõespara a ocupação dacolônia de férias doSindicato na IlhaComprida, litoral sul,para o mês de janeiro.

Para se inscrever o metalúrgico precisa ser sócio evir pessoalmente à sede do Sindicato, na rua JúlioHanser, 140, Lajeado, das 9h30 às 15h e das 16h30 às18h. O sorteio das vagas será no dia 16 de dezembro.

Para a ocupação em fevereiro as inscrições serãofeitas entre os dias 5 e 15 de janeiro. Maisinformações pelo telefone (15) 3334-5400 ou 3334-5402, com Bete.

Sindicato desejaboas festas e contacom categoria para

as lutas em 2009

Natal Sem Fome entra na reta finalPÁG. 8 FOLHA METALÚRGICA Nº 550 1ª ED. DEZEMBRO 2008

Solidariedade

ram arrecadados 15 tone-ladas de alimentos.

Esse ano, 30% de todoo volume arrecadado seráenviado às vítimas das en-chentes em Santa Catari-na. O restante será dividi-do em cestas básicas eentregue a dezenas de en-tidades assistenciais ca-dastradas no Banco de Ali-mentos de Sorocaba. Es-sas entidades, por sua vez,são as responsáveis porfazer esses alimentos che-garem à mesa das famíli-as carentes de Sorocabaantes do Natal.

Este ano a CampanhaNatal Sem Fome comple-ta 15 anos de solidarieda-de.

Informações pelo tele-fone 3334-5400

Iperó também faz arrecadaçãoSTF exige crechedo prefeito Lippi

indeferiu o recurso da Pre-feitura de Sorocaba, lamen-tou a insistência do municí-pio “em ver preservada aprática nefasta de menos-prezo àqueles que não têmcomo prover as despesasnecessárias a uma vida emsociedade”.

O não-cumprimento daterminação do Supremopoderá acarretar responsa-bilidade das autoridadescompetentes, conforme oartigo 53 do Estatuto daCriança e do Adolescente(ECA).

França cobra doPaço informaçõessobre Poupatempo eestragos nas ciclovias

peça de campanha eleitoral”,completa.

Sobre as ciclovias, o par-lamentar quer saber uma sé-rie de questões, como o quan-to já foi investido nas obras,o quanto ainda será gasto eporque muitos trechos já es-tão se deteriorando.

Os requerimentos de co-brança ao prefeito já foramvotados e aprovados pelaCâmara na última semana.

Jornalistas ganhamsede regional doSindicato da categoria

sala no prédio da subsede daCUT em Sorocaba, na ruaCesário Mota, 482, centro,foi no último dia 4 e reuniuprofissionais de comunica-ção, políticos e sindicalistas.

O jornalista José AntônioRosa será o diretor regional,juntamente com as tambémjornalistas Carla de Campose Adriane Mendes.

Inscrições paracolônia de fériasem janeirotermina dia 15

centuais acima da infla-ção para toda a catego-ria.

Para o ano que vem, ameta de toda a diretoriaé promover o debate elutar com todas as for-ças para que a crise in-ternacional reflita o me-nos possível em toda acategoria.

Parabéns a todos osmetalúrgicos, sindicali-zados ou não, e muitaforça e união para 2009.

Mutirão nos bairros aconteceu somente no último final de semana; agora as doações podem ser entregues na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba

A partir da esq. os diretores regionais José Antônio, Adriane Mendes e o presidente do Sindicatodos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, José Augusto Camargo

Pela truculência e arbitrarie-dade com que a ZF do Brasil temtratado seus trabalhadores ulti-mamente, principalmente pelafalta de diálogo com o Sindicatoque os representa e pela demis-são de pelo menos 20 trabalha-dores lesionados, além de outrasdemonstrações sublinhares dearrogância, o informativo Inter-cambiar, uma publicação do Co-mitê Nacional dos Trabalhado-res da ZF, compara a atual ges-tão de Wilson Brício e Édson

Mattos com a malfadada admi-nistração de Norberto Farina, nofinal dos anos 90.

Intransigente, Farina instalouum desconforto tão grande en-tre os funcionários que culminoucom a perda do contrato da em-presa com a Mercedes Benz.

Trabalhadores e Sindicatoesperam que Brício e Mattosmudem o rumo e não sigam amesma trajetória de Farina para obem de todos, inclusive da em-presa.

ZF: jornal da CNM compara direçãoatual da fábrica com a dos anos 90

neste final de ano acesse o sitewww.smetal.org.br

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agem

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