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E3 PNI 80 anos Foz do Iguau, quinta-feira , 10 de janeiro de 2019 "El tormentoso" `lvarNœæezCabeza de Vaca passou pelas Cataratas PARQUE 80 ANOS RogØrio Bonato Reportagem Fundador da Provncia de Vera, hoje o ParanÆ, ele teria sido o primeiro europeu a suplantar as Cataratas VÆrios fatos histricos marcaram os primrdios da colonizaªo hispnica na AmØrica do Sul. O primeiro e um dos mais importantes foi a fundaªo da Real de NuestraSeæora Santa Mar- adelBuen Aire, ou Buenos Aires, destruda pelos ndi- os charruas, com seus colo- nizadores, empurrados e cer- cados ao norte, onde funda- ram NuestraSeæora Santa Mara de la Asuncin, ou simplesmente Assunªo, atual capital do Paraguai. Cumprindo as ordens do im- perador Carlos V, Cabeza de Vaca, nomeado Adelantado, empreendeu campanha para libertar a cidade e estabele- cer os marcos da coloniza- ªo em todo espao definido pelo Tratado de Tordesilhas. Segundo o historiador e pesquisador Henry Miller, Cabeza de Vaca foi provavel- mente o primeiro "homem moderno", dotado de um im- pressionante senso de deve- res humanitÆrios, o que o dis- tancia da brutal incursªo es- panhola comandada por ca- pitªes como Cortez e Pizar- ro. Os passos de `lvar, afi- nal, podem ser seguidos por duas obras fundamentais e relatadas por ele mesmo, "NaufrÆgios", que narra a saga de uma malfadada ex- pediªo AmØrica do Norte e "ComentÆrios", que detalha a sua chegada ao litoral de Santa Catarina, atØ a quebra do cerco em Assunªo. No caminho, o adelantando, pre- cisou transpor as precipita- ıes de rochas basÆlticas que formam as Cataratas do Igua- u. Em "NaufrÆgios", dom Cabeza narra a chegada AmØrica do Norte e as con- sequŒncias de uma terrvel tormenta, que levaram as naus pique. Chegando Flrida, os planos de con- quista foram frustrados pela fome, sede e ataques cont- nuos dos nativos. Apenas Cabeza de Vaca e outros trŒs tripulantes sobreviveram; fo- ram escravizados, barganha- dos entre aldeias e tribos n- mades, durante oito longos e sofridos anos, contornan- do o Golfo do MØxico atØ o Oceano Pacfico. Antes dis- so, supunha-se que a AmØ- rica era um colar de ilhas. Mesmo em regime de escra- vidªo, Cabeza de Vaca teve o cuidado de relatar o que via, atØ reencontrarem os espanhis nas proximidades de Vera Cruz, MØxico. Em contato com os amerndios, `lvarNœæes aprendeu a lidar Uma sala, localizada no interior do Marco das TrŒs Fronteiras, convida os visitantes para uma viagem de cinco minutos em uma projeªo tecnolgica que narra com detalhes a riqussima histria da formaªo deste que Ø um dos lugares mais singulares do mundo. A experiŒncia sensorial possibilita o envolvimento do visitante com a formaªo cultural, histrica, poltica e geolgica desta regiªo. O Memorial Cabeza de Vaca foi uma homenagem da concessionÆria Cataratas S/A esse homem notÆvel que nos deixou um legado de coragem e persistŒncia. AlØm do Memorial, existe tambØm o Restaurante Cabeza de Vaca no Marco das TrŒs Fronteira. O estabelecimento, com visªo especial para a Argentina e o Paraguai, reœne o melhor da gastronomia regional com Ærea temÆtica climatizada, integrada natureza e paisagem local. A casa Ø inspirada e tambØm homenageia o desbravador espanhol. (assessoria) Homenagem a Cabeza de Vaca na fronteira Foto: Marcos Labanca Memorial Cabeza de Vaca no Marco das 3 canar o caminho de Peabi- ru, que segundo os nativos, chegaria aos contrafortes andinos. Em sua companhia, Dom Cabeza levou 26 cava- los, 250 arcabuzieros e ba- listeiros, mais de 600 ndios e dois frades. Em algum mo- mento, adquiriu canoas de um agrupamento indgena nas margens do Rio Iguau, om parte da expediªo se- guindo por Ægua e a maioria por terra. Se encontraram no ponto de precipitaªo das Æguas, provavelmente acima de onde estªo localizadas as Cataratas. Conforme os escritos de Pero Hernandes, Cabeza de Vaca concluiu sua missªo, chegando Assunªo, em 11 de maro de 1542. Presume- se que tenha encontrado as Cataratas do Iguau em ja- neiro do mesmo ano; embo- ra sejam atribudos nomes como "Saltos de Santa Ma- ria", e frases como "divina- mente infernal, um privilØgio vŒ-las, uma temeridade en- frenta-las" nªo hÆ menªo, tampouco documentos e de- talhes sobre o que seriam as Cataratas do Iguau nos diÆ- rios daquela campanha. Ape- sar de um "homem moder- no", `lvarNœæesCabeza de Vaca, possivelmente nªo ha- via sido contagiado pelo sen- so de contemplaªo que nu- trimos nos tempos atuais. Foto: divulgaªo com muitas adversidades, o que lhe foi extremamente œtil anos mais tarde, em sua ex- pediªo por terras sulameri- canas. Segundo os "ComentÆri- os", Cabeza de Vaca desem- barcou na Ilha de Santa Ca- tarina e lÆ ficou alguns me- ses organizando uma expedi- ªo atØ Assunªo. Ele deixou a ilha em 18 de outubro de 1541; foi atØ Barra Velha, su- biu o Rio Itapocu e seguiu caminho pela Serra do Mar atØ os campos de lajes entre Irati e Ponta Grossa; encon- trou vÆrias vezes os rios Iguau, Tibagi e Iva, atØ al- Cabeza de Vaca sobre as Cataratas: "um privilØgio vŒ-las, uma temeridade enfrentÆ-las".

Foz do Iguaçu, quinta-feira , 10 de janeiro de 2019 PNI ...cabezanews.com/wp-content/uploads/2019/01/CARDERNO-ESPECIAL-PARQUE... · sar de um "homem moder-no", `lvarNœæesCabeza

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E3PNI 80 anosFoz do Iguaçu, quinta-feira , 10 de janeiro de 2019

"El tormentoso" ÁlvarNúñezCabeza de Vaca passou pelas Cataratas

PARQUE 80 ANOS

Rogério BonatoReportagem

Fundador da Província de Vera, hoje o Paraná, ele teria sido o primeiro europeu a suplantar as Cataratas

Vários fatos históricosmarcaram os primórdios dacolonização hispânica naAmérica do Sul. O primeiroe um dos mais importantesfoi a fundação da Real deNuestraSeñora Santa Marí-adelBuen Aire, ou BuenosAires, destruída pelos índi-os charruas, com seus colo-nizadores, empurrados e cer-cados ao norte, onde funda-ram NuestraSeñora SantaMaría de la Asunción, ousimplesmente Assunção,atual capital do Paraguai.Cumprindo as ordens do im-perador Carlos V, Cabeza deVaca, nomeado Adelantado,empreendeu campanha paralibertar a cidade e estabele-cer os marcos da coloniza-ção em todo espaço definidopelo Tratado de Tordesilhas.

Segundo o historiador epesquisador Henry Miller,Cabeza de Vaca foi provavel-mente o primeiro "homemmoderno", dotado de um im-pressionante senso de deve-res humanitários, o que o dis-tancia da brutal incursão es-panhola comandada por ca-pitães como Cortez e Pizar-ro. Os passos de Álvar, afi-nal, podem ser seguidos porduas obras fundamentais erelatadas por ele mesmo,"Naufrágios", que narra asaga de uma malfadada ex-

pedição à América do Nortee "Comentários", que detalhaa sua chegada ao litoral deSanta Catarina, até a quebrado cerco em Assunção. Nocaminho, o adelantando, pre-cisou transpor as precipita-ções de rochas basálticas queformam as Cataratas do Igua-çu.

Em "Naufrágios", domCabeza narra a chegada àAmérica do Norte e as con-sequências de uma terríveltormenta, que levaram asnaus à pique. Chegando àFlórida, os planos de con-quista foram frustrados pelafome, sede e ataques contí-

nuos dos nativos. ApenasCabeza de Vaca e outros trêstripulantes sobreviveram; fo-ram escravizados, barganha-dos entre aldeias e tribos nô-mades, durante oito longose sofridos anos, contornan-do o Golfo do México até oOceano Pacífico. Antes dis-so, supunha-se que a Amé-rica era um colar de ilhas.Mesmo em regime de escra-vidão, Cabeza de Vaca teveo cuidado de relatar o quevia, até reencontrarem osespanhóis nas proximidadesde Vera Cruz, México. Emcontato com os ameríndios,ÁlvarNúñes aprendeu a lidar

Uma sala, localizada no interior doMarco das Três Fronteiras, convidaos visitantes para uma viagem decinco minutos em uma projeçãotecnológica que narra com detalhesa riquíssima história da formaçãodeste que é um dos lugares maissingulares do mundo. A experiênciasensorial possibilita o envolvimentodo visitante com a formaçãocultural, histórica, política egeológica desta região. O MemorialCabeza de Vaca foi umahomenagem da concessionária

Cataratas S/A à esse homem notávelque nos deixou um legado decoragem e persistência.Além do Memorial, existe também oRestaurante Cabeza de Vaca noMarco das Três Fronteira. Oestabelecimento, com visão especialpara a Argentina e o Paraguai, reúneo melhor da gastronomia regionalcom área temática climatizada,integrada à natureza e à paisagemlocal. A casa é inspirada e tambémhomenageia o desbravadorespanhol. (assessoria)

Homenagem a Cabeza de Vaca na fronteira

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Memorial Cabeza de Vaca no Marco das 3

cançar o caminho de Peabi-ru, que segundo os nativos,chegaria aos contrafortesandinos. Em sua companhia,Dom Cabeza levou 26 cava-los, 250 arcabuzieros e ba-listeiros, mais de 600 índiose dois frades. Em algum mo-mento, adquiriu canoas deum agrupamento indígenanas margens do Rio Iguaçu,om parte da expedição se-guindo por água e a maioriapor terra. Se encontraram noponto de precipitação daságuas, provavelmente acimade onde estão localizadas asCataratas.

Conforme os escritos dePero Hernandes, Cabeza deVaca concluiu sua missão,chegando à Assunção, em 11de março de 1542. Presume-se que tenha encontrado asCataratas do Iguaçu em ja-neiro do mesmo ano; embo-ra sejam atribuídos nomescomo "Saltos de Santa Ma-ria", e frases como "divina-mente infernal, um privilégiovê-las, uma temeridade en-frenta-las" não há menção,tampouco documentos e de-talhes sobre o que seriam asCataratas do Iguaçu nos diá-rios daquela campanha. Ape-sar de um "homem moder-no", ÁlvarNúñesCabeza deVaca, possivelmente não ha-via sido contagiado pelo sen-so de contemplação que nu-trimos nos tempos atuais.

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com muitas adversidades, oque lhe foi extremamente útilanos mais tarde, em sua ex-pedição por terras sulameri-canas.

Segundo os "Comentári-os", Cabeza de Vaca desem-barcou na Ilha de Santa Ca-tarina e lá ficou alguns me-ses organizando uma expedi-ção até Assunção. Ele deixoua ilha em 18 de outubro de1541; foi até Barra Velha, su-biu o Rio Itapocu e seguiucaminho pela Serra do Maraté os campos de lajes entreIrati e Ponta Grossa; encon-trou várias vezes os riosIguaçu, Tibagi e Ivaí, até al-

Cabeza de Vaca sobre as Cataratas: "um privilégio vê-las, uma temeridade enfrentá-las".

E4 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O papel de Santos Dumont nacriação do Parque Nacional do Iguaçu

PARQUE 80 ANOS

Jackson LimaReportagem

Participação do pioneiro da hotelaria e turismo Frederico Engel foi importante para mudar o rumo da história

O pai da aviação, AlbertoSantos Dumont, chegou a Fozdo Iguaçu na segunda-feira, 24de abril de 1916, graças à ini-ciativa e visão do pioneiro igua-çuense Frederico Engel. "Fa-lando claro, meu avô Frederi-co Engel, foi a Puerto Aguirre"piranhar" hóspedes. Isso sem-pre acontecia quando chegavabarco de Posadas e BuenosAires", contou Renato RiosPruner, neto de Frederico, es-critor, piloto comercial e atu-almente instrutor de simula-dor de voo da GOL LinhasAéreas.

"Chegando a Puerto Aguir-re - contou Renato Rios Pru-ner - ele soube que Santos Du-mont estava no hotel de Lean-dro Arrechea, (hotel da con-corrência). Daí ele veio corren-do para Foz e avisou o prefei-to Jorge Schimmelpfeng quefez, a contra-gosto, o conviteoficial. Santos Dumont aceitou.No mesmo dia foi de cavalo co-nhecer as Cataratas pelo ladobrasileiro. Lá, ficou hospeda-do por dois dias no Hotel deJesús Val, arrendado por En-gel", lembrou o neto do pionei-ro em visita à sede do GazetaDiário em 2017.

O contato de Santo Du-mont com as Cataratas mudouo roteiro original da viagem.Ao descobrir que as Cataratasdo Iguaçu estavam em terrasprivadas ele proferiu as pala-vras já eternizadas pelas me-mórias de ElfridaEngel NunesRios, avó do escritor iguaçu-ense: "Estas maravilhas nãopodem continuar a pertencera um particular". Em seguidaele anunciou: "Vou a Curitiba,falar com o presidente do es-tado". Quando partiu de Fozdo Iguaçu, no dia 27, em vezde regressar a Buenos Aires eembarcar para o Rio de Janei-ro em navio confortável, San-tos Dumont, partiu a cavalo emdireção à Guarapuava.

A visita ao lado argentinodas Cataratas teria bastado aSantos Dumont, caso Frederi-co Engel não tivesse aparecidoe mudado o rumo da história.

Em 3 de maio de 1916 che-gou a cavalo em Guarapuava.Três dias depois viajou de trema Curitiba, via Ponta Grossa.Por onde passou recebeu ho-menagens e foi alvo de festas.Finalmente, após participar eminúmeras atividades e ter ido aMorretes e Paranaguá, SantosDumont foi recebido pelo pre-sidente do Estado do Paraná,Affonso Alves de Camargo, nodia 8 de maio de 2016. Trêsmeses depois, era assinado o

Decreto 653, de 28 de julhode 1916 que desapropriava as1.008 hectares de Jesus Valpara a criação de um parque.

Anos mais tarde, o Paranáadquiriu terras levando os1.008 hectares para 3.551.Foram esses 3.551 hectaresque mais tarde o Governo doParaná passou ao GovernoFederal. Foi o início da viabili-zação do Parque Nacional doIguaçu.

Após a aquisição de maisterras, a área foi transformadaem Parque Nacional pelo De-creto-lei 1035 assinado pelopresidente Getúlio Vargas em10 de janeiro de 1939.

Foto:

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s "Cavalgada Patriótica"de Foz a GuarapuavaComo não havia estrada em mais da metade do caminho,Santos Dumont foi a cavalo até Guarapuava. Saiu de Foz doIguaçu e enfrentou mais de 300 quilômetros pela matavirgem, seguindo pelo aceiro que protegia a linha aberta pelaComissão Telegráfica General Bormann, do Exército,acompanhado de um soldado e do encarregado demanutenção da linha. Segundo Mário Rangel, um dos maiores especialistas noassunto, o inventor encarou o desconforto de subir e descermorros, atravessou área indígena, cruzou pântanos, riachose pontes precárias, numa cavalgada que durou seis dias. "Quando Santos Dumont fez a Cavalgada PatrióticaParanaense e foi a cavalo por um aceiro de linha telegráfica etelefônica na mata virgem, durante seis dias e centenas dequilômetros, dormindo mal, comendo mal, fazendo suasnecessidades em condições vergonhosas, com os pésinchados e desviando das cascavéis que tomavam sol emseu caminho, a notícia foi publicada, com fotos no Paraná, eele foi altamente festejado por onde passou", lembra Rangel. O jornal O Estado de São Paulo entrevistou Santos Dumonte publicou uma extensa reportagem. Um trecho dizia:"Chegando ao Salto do Iguassú fiquei, positivamente,maravilhado (...) Imagine uma immensaquéda d'águaofferecendo o maiz bizarro pittoresco deste mundo:cachoeiras numerosas e variadíssimas, ilhas espalhadas poralli, a vegetação e uma infinidade de aspectos belissimos. OIguassú, sem exaggero nenhum, é uma maravilha. Maior,muito maior que o Niagara. O Niagara é umaformidavelquéda d'água - mais nada. Não tem o lindopittoresco do Iguassú. Poder-se-ia dizer que ha umNiagarasaxonio nos Estados Unidos e um Niagara latino aquino sul da America..." (Fonte: suplemento especial do Estadão)

Além de cavalheiro, Santos Dumont era um bom cavaleiro.Fazia cavalgadas e participava de competições esportivas emsua juventude. A foto é do Centro de Documentação daAeronáutica, em data não identificada. Para ir a cavalo deFoz a Guarapuava, Santos Dumont levou seis dias.

Estátua em homenagem a Santos Dumont nasproximidades do Porto Canoas

E5PNI 80 anosFoz do Iguaçu, quinta-feira , 10 de janeiro de 2019

Parque Nacional Iguaçu foi inscrito noPatrimônio Mundial da Unesco em 1986

PARQUE 80 ANOS

Jackson LimaReportagem

A unidade de conservação é exemplo de sustentabilidade, onde é realizado o desenvolvimentosocioambiental com integração entre a proteção e conservação e o uso sustentável dos recursos naturais.

O Parque Nacional doIguaçu foi inscrito na Listado Patrimônio Mundial daUnesco durante a 10ª SessãoOrdinária do Comitê do Pa-trimônio Mundial realizadaem Paris entre 24 e 28 denovembro de 1986. Doisanos antes o Parque Nacio-nal Iguazú tinha passado pelomesmo processo. O Parqueargentino foi inscrito na Lis-ta do Patrimônio na 8ª Ses-são ordinária do Comitê doPatrimônio Mundial, realiza-da em Buenos Aires, Argen-tina, entre 29 de outubro e 2de novembro de 1984.

O Parque Nacional doIguaçu é resultado da desa-propriação de uma gleba de1.008 hectares de terra quehaviam sido doadas pela Co-lônia Militar do Iguassu aoespanhol Jesús Val. Após adesapropriação, o estado doParaná adquiriu terras au-mentando o tamanho da áreasob domínio do estado para3.551 hectares. Foi estaquantidade de terras que oParaná repassou para o Go-verno Federal que a transfor-mou no Parque Nacional doIguaçu em 1939. Depois, em1944 e mais recentementeem 1981, segundo a descri-ção da Unesco, a área de ter-

ra foi aumentada até chegaràs atuais 180, mil hectares deterras protegidas.

Embora na linguagem po-pular se afirme que a Unesco"declara" este ou aquele sítioou propriedade como Patri-mônio Mundial, a terminolo-gia oficial é "inscrição na lis-ta" que a instituição mantêm.Os países membros da Con-venção Internacional devemapresentar os bens que dese-jam colocar na lista que signi-fica o reconhecimento do va-lor universal e intrínseco da-quele bem cultural ou natural.Nas sessões ordinárias anuais,o Comitê decide se aceita ounega o pedido de inscrição.

O país interessado enviauma comitiva para defendera candidatura de seus benspúblicos a serem inscritos. Aexigência do Comitê é quepara ser aceito para inscriçãona lista, uma "propriedade"tem que satisfazer pelo me-nos um de dez critérios. OsParques Nacionais Iguaçu eIguazú satisfazem quatro -que significam os quatro re-quisitos da categoria "patri-mônio Natural". Entre elesestá "conter fenômenos natu-rais superlativos ou área debeleza natural excepcional eimportância estética; que se-jam exemplos extraordinári-os, representando estágiosmaiores da história da terra

O Parque Nacional protege uma riquíssima biodiversidade, constituída porespécies representativas da fauna e flora brasileiras

e conter habitats naturais im-portantes e significantes paraa conservação da diversidadebiológica inclusive das espé-cies ameaçadas de extinção.

Os parques do Brasil eArgentina na fronteira, ga-rantem esses valores. Bastaver o sucesso da história dasonças pintadas no ParqueNacional do Iguaçu, do usopúblico pelo turismo e dapreservação dos traços daMata Atlântica, nos quase250 mil hectares dos doisparques nacionais.

Fotos

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Patrimônio da Unesco a partir de 1986As Cataratas são a principal atração do parque e recebe quase 2 milhões de visitantes por ano

E6 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

"A concessão resultou em umagrande ferramenta de gestão de parques"

PARQUE 80 ANOS

Adelino de Souza, Robson Meireles e Jackson LimaReportagem

Declaração é do diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Ivan Baptiston, quefala também sobre a importância das Cataratas na economia da cidade

- O Parque Nacional doIguaçu é mesmo o principalparque nacional do Brasil?

- Em tamanho existemoutros, mas o parque Iguaçué emblemático e tem impor-tância nacional e internacio-nal. As Cataratas do Iguaçusão as mais belas do mundo.O parque tem uma floresta detamanho considerável no Suldo país, com uma conectivi-dade com outra grande flo-resta na Argentina.

- Como foi o processo deconcessão?

O processo de concessãofoi desafiador, mas resultounesse case e sucesso. O pri-meiro grande contrato é de1998, e então começou essedinamismo. Antes, para en-trar no parque, ficava um ser-vidor pegando ingresso namão, o visitante entrava decarro... era preciso dar umsalto e esse salto foi extrema-mente ousado e assertivo. Oprocesso do serviço conces-sionado, como os contratoscom a Cataratas S/A, o Ma-

cuco e Helisul, vem se con-solidando como uma grandeferramenta de gestão de par-ques. Foi um sucesso, garan-tindo qualidade na visitação,dinamismo na economia, ex-periência ao visitante e pro-teção ambiental.

- Pode-se afirmar queuma página foi virada apósa concessão....

- Exatamente,mas precisamos fri-sar que não é umprocesso acabado. Éum grande laborató-rio, um grande exer-cício de melhoriacontinuada. É umprojeto piloto. Ousa-mos fazer um servi-ço concessionado desse por-te em um parque que recebequase 2 milhões de turistaspor ano e, portanto, os servi-ços prestados devem ser mo-nitorados e melhorados, den-tro de uma relação público-privado transparente. Temosum relacionamento muitobom com todos, mas segui-

mos à risca a questão formaldo contrato.

- Hoje, o ICMBio não te-ria condições de receber essepúblico. Antes da concessãoo número de visitantes bei-rava os 500 mil?

- No máximo 600 mil. OICMBio não teria condiçõesde atender a essa demanda.Se quebra o motor de um bar-co, a concessionária manda

consertá-lo na hora. No ser-viço público, se o contratovencer ou tiver uma falha, obarco ficará parado até novalicitação e a embarcação dei-xará de prestar o serviço aovisitante. Esse parque nãofecha, é full. Você não podedizer ao turista que não tempasseio porque o motor do

barco está quebrado. Então,eu quero frisar que esse foium modelo de parceria pú-blico-privado de sucesso.

- Qual a importância des-se parque para a economiada cidade?

- Os dados revelam que54% da economia de Foz doIguaçu é gerada pelo turismo.Ninguém tem dúvida que alocomotiva do turismo é o

Parque Naci-onal do Igua-çu com suascataratas ma-ravilhosas. Ageração deempregos, emfunção doparque, é es-trondosa emhotéis, pousa-

das, restaurantes, agênciasde turismo, taxistas, guias deturismo, motoristas de vans,postos de combustíveis, etc.Um estudo do ICMBio reve-la que a cada real aplicado emuso público nos parques na-cionais, gera sete vezes maisrenda para a sociedade. Devoacrescentar que entre o par-

O engenheiro florestal e servidor público Ivan Carlos-Baptiston assumiu a direção do Parque Nacional doIguaçu em abril de 2015 e implantou um ritmo degestão baseada no diálogo e na transparência. Ele tema incumbência de gerir o principal parque do país querecebe quase 2 milhões de turistas por ano.Para exercer um cargo dessa envergadura, é precisomuita habilidade, competência e, sobretudo, jogo decintura. Apesar da fama de "linha dura", Baptistondesempenha esse cargo com maestria, graças ao seuprofissionalismo e amor pelo serviço público.Tendo como fundo a bela paisagem das Cataratas doIguaçu, Ivan Baptiston concedeu a seguinte entrevista aequipe do Gazeta Diário. Ivan Baptiston no mirante das Cataratas: visão privilegiada do paraíso

que a as concessionárias, sãogerados entre 850 a 1.000empregos diretos.

- Como funciona a parce-ria com o parque do lado ar-gentino?

- Desde que eu chegueiaqui, em 2003, a gente sempreconversa com os argentinos.Há uma troca de informaçõesrespeitosa e muito grande, massempre na informalidade. Em2016 assinamos uma carta deintenções porque compartilha-mos as Cataratas, a natureza.Por esse pacto nós buscamosdecisões convergentes, quenão sejam conflituosas e quevalorizem esse ente únicosem comprometer a estéticadessa magia que são as Ca-taratas para que cada umdos lados tenha uma visãomais selvagem, mais naturalpossível. Nesse caso a com-petição não é salutar porqueacabará matando a galinhados ovos de ouro. Nós temosum conselho consultivo e osargentinos participam dele,assim como nos convidamsempre a participar de suasdiscussões e decisões.

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"Hoje o ICMBio não teriacondições de atender com

eficiência os quase 2 milhões deturistas que entram no parque"

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PARQUE 80 ANOS

As Cataratas terão novas passarelas,novas trilhas, mirantes e elevadores

Diretor do parque explica osmotivos do atraso na construçãoe explica como funciona o novoplano de manejo

- O parque argentinotem passarelas amplas etrilhas maiores que asnossas. Aqui já foramanunciadas novas passa-relas, mas está tudo para-do. Por que não anda? Équestão ambiental?

- Há uns oito anos che-gou a ser anunciada a exis-tência de R$ 9 milhõespara revitalização comple-ta de trilhas e passarelas.Nós reconhecemos que astrilhas e os mirantes aindasão tímidos para uma visi-tação maior e não temos amenor dúvida que é preci-so melhorar. Só que parachegar a um bom termo decomo fazer e o que fazer,vai tempo. Projetos técni-cos foram elaborados peloICMBio e a Cataratas S/Atambém apresentou um.Ali é preciso ver a questãoda estabilidade geotécnicaporque existe uma encos-ta frágil. Fomos obrigadosa fazer uma contençãopara evitar um desmoro-namento que poderia cau-sar uma tragédia.

- Isso implicaria tam-bém em alteração contra-tual com a concessioná-ria?

- Como é uma parceriapúblico-privada, isso im-plicaria em uma repactua-ção de contrato e o atualcontrato já passou por trêstermos aditivos. Então, épreciso ver se faz um in-vestimento dessa monta erepactua o mesmo contra-to ou se abre um novo pro-cesso de concorrência comessa possibilidade de in-vestimento.

- Então teremos deaguardar muito mais tem-po para as novas passare-las e trilhas?

Adelino de Souza, Robson Meireles e Jackson LimaReportagem

- Não digo muito tempo.Provavelmente em 2019será lançando o projeto demanifestação de interessepara empresas interessa-das em fazer esse investi-mento. Aquele que for me-lhor habilitado, fará o in-vestimento. A previsão é deampliar trilhas e passare-las, mirantes e elevadores,inclusive com acessibilida-de para cadeirantes e ido-sos.

- Você participou ativa-mente de toda a elabora-ção do novo plano de ma-nejo, aprovado recente-mente. Porque ele foi mu-dado?

- O antigo plano de ma-nejo era muito bom, masmuito detalhista que deli-neava até o tamanho e a corde uma mesa, por exemplo.Isso engessava muito asações. Vejamos o caso doacesso dosveículos aoparque. Oantigo planode manejoprevia ot r a n s p o r t eúnico e hori-zontal. Nãoolhava o plu-ralismo e od i n a m i s m oque é todo o trade e o servi-ço de transporte, essa ca-deia produtiva complexaexistente em Foz do Igua-çu. Houve essa queda debraço, essa briga de quase20 anos que todos acompa-nharam porque mexia comtoda a condição social, eco-nômica de trabalho de mi-lhares de pessoas. O novoplanjo de manejo fala queé possível sistemas modaisdiferentes de transporte.Com isso o transporte não

ficará exclusivamente coma concessionária e o peque-no empresário que tem suavan terá condições e parti-cipar e garantir sua sobre-vivência. Evidente que ga-rantimos a gestão de quementra no parque e o contro-le rigoroso da velocidade.

- É um plano global, es-tratégico...

- Esse plano novo é es-tratégico, estabelece as nor-mas gerais, sem chegar aosdetalhes. Ele diz, por exem-plo, que pode haver uma tri-lha aqui, mas quem vai di-zer a forma, tamanho, etc.são estudos específicos. Na

zona de uso intensivo é pos-sível ter asfalto, prédio, ele-vador, etc. Na zona de usoextensivo, pode haver estru-turas menores, como peque-nos quiosques e sanitários.Já na zona de uso primiti-vo, você pode visitar, masserão permitidas apenas es-truturas primitivas. Comisso, atenderemos tambémalguns municípios do entor-no do parque.

- Dentro desse novo pla-no, existe um limite para

entrada de visitantes emdomingos e feriados?

- Não. Nós pretendemosdesestimular o morador deFoz e lindeiros a visitar oparque nos feriadões e fi-nais de semana. Ele seráestimulado em vir durantea semana e na baixa tem-porada.

- Existe um sistema mui-to eficiente de repressãoaos crimes ambientais, acaça, a pesca no interior doparque, o que é muito sa-lutar. Como está o sistemade educação ambiental nosmunicípios do entorno?

- Ao longo dos últimos10 anos desenvol-vemos políticas derepressão para ga-rantir maior inte-gridade do parque.Cheguei a condu-zir uma linha maisdura para desen-volver essas ações,ao mesmo tempoem que participavadas ações sociais e

de educação ambiental. Apartir do novo plano de ma-nejo as ações foram remo-deladas e nós vamos conti-nuar muito atuantes nosmunicípios do entorno doparque. As ações repressi-vas irão continuar porqueexistem pessoas que nãoquerem entender os novostempos de preservação davida animal e a flora.

- Qual é o papel da con-cessionária e do gestor do

parque que é o ICMBio?Muitas pessoas fazem

uma confusão sobre que éuma concessionária e umgestor. Os parques nacio-nais estão sob a responsa-bilidade do ICMBio e nóssomos servidores públicosfederais. As concessões sãoserviços que o planejamen-to possibilita. As concessi-onárias prestam um servi-ço que o ICMBio não temcondições de realizar.

- Existe uma construçãomaravilhosa sobre o rioSão João que foi a primei-ra usina hidrelétrica e hojeestá abandonada. Existealgum projeto para aqueleespaço?

- Nós temos um carinhomuito grande por aquelausina e certamente vamosgarantir a integridade his-tórica do prédio, como osdutos e toda a estrutura.Existem ideias para apro-veitar aquele prédio quepoderá fazer parte de umroteiro de visitação.

- O Hotel das Cataratasfez um arrendamento e as-sumiu alguns compromis-sos que não foram cumpri-dos. Agora outra empresacomprou o hotel, como ficaa situação?

- O hotel foi arrendadoporque está sob a gestãoda Secretaria de Patrimô-nio da União. Trabalhamosjuntos no ultimo edital em2004/2005 e quem ganhoufoi a antiga Orient Ex-press, hoje Belmont. Den-tro do contrato foram co-locados quatro encargosmuito grandes: fazer arede elétrica subterrânea,melhorar o receptivo na en-trada, apoiar o projetoOnça do Iguaçu e a im-plantação da ciclovia.Quando estávamos cons-truindo a ciclovia encon-tramos vestígios da antigaestrada das cataratas. Ain-da existem cerca de 5 qui-lômetros de paralelepípedoe a nossa proposta é res-gatar essa parte do patri-mônio histórico. Falta pou-co para o hotel concluir aparte que lhe cabe dessaciclovia.

"Chegamos a conduzir umalinha mais dura para combatera caça e proteger a fauna e a

flora do parque"

Baptiston: "O plano de manejo do parque é estratégico"

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E8 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Um rica e grande biodiversidadePARQUE 80 ANOS

Jackson LimaReportagem

No Parque Nacional do Iguaçu já foram feitos registros de 386 aves, 176 peixes, 83 mamíferos, 48 répteis, entre outros

O visitante raramente temoportunidade de ver este deta-lhe do Parque Nacional doIguaçu. Além de estar em umaárea onde três países e dois riosque se encontram, o ParqueNacional do Iguaçu está emuma área de transição de trêsdomínios morfoclimáticos. Éuma espécie de fronteira natu-ral entre o que os cientistaschamam de domínio dos Pla-naltos das Araucárias, o domí-nio do Chaco e o Domínio daMata Atlântica. Isso significaque a fauna e a flora do parquetem influencia desses três gran-des ambientes naturais.

As araucárias ocupam umaporção de terras na parte cen-tral e mais alta do Parque Na-cional, na metade do caminhoentre Foz do Iguaçu e Casca-vel. O domínio do chaco, asso-ciado a cerrados, encontra-seao leste do Parque, já em terri-tório paraguaio e Argentino. E,na maior parte da área protegi-da, predomina a Mata Atlânti-ca. O que denuncia esse cará-ter de transição é a presença deuma fauna com representantesdas três vertentes naturais.

Estudo inéditoO Relatório final do Diag-

nóstico Ambiental e Socioeco-nômico do Parque Nacional doIguaçu realizado em 2017 paraatualização do Plano de Mane-jo apontou uma fauna e floramuito mais exuberante do quese imaginava. No estudo iné-dito de 32 páginas os pesqui-sadores encontraram: 839 in-vertebrados; 386 aves; 176peixes; 83 mamíferos; 48 rép-teis e 13 anfíbios. Também fo-ram catalogados 770 angios-permas (plantas espermatófi-tas cujas sementes são prote-gidas por uma estrutura deno-minada fruto); 431 fitoplânc-ton (conjunto dos organismosplanctônicos vegetais) e 15pteridophyta (grupo de vege-tais vasculares parafilético semsementes, com o cormo com-posto por raiz, caule e folhas).

Pássaros típicos da MataAtlântica fizeram do PNI o seular. É o caso da jacutinga, dajandaia, do surucuá-de-peito-

azul, o tucano-de-bico-verde, oRamphastosdicolorus, o tuca-no flautim Schiffornisvirescense a saíra-sete-cores. Já o grim-peirinho - um pássaro típicodas terras das araucárias - tam-bém habita o Parque Nacionaldo Iguaçu. Aves típicas do cer-rado, como o tucanuçu e o ara-paçu-do-cerrado são represen-tantes da vegetação e ambien-te do cerrado.

Mamíferos Jaguatirica, onça parda,

gato maracajá, gato-mourisco

ou maracajá-preto e a onçapintada, só para citar os felinos,são parte da fauna do ParqueNacional do Iguaçu. Após anosde declínio na população daonça pintada, por exemplo,elas começam a retornar e se-rem cada vez mais vistas porvisitantes, equipes do parque etrabalhadores do turismo.

A lontra, o jacaré de papoamarelo, o lagarto, o cachor-ro-vinagre, veado-bororó, otamanduá-bandeira e a antasão grandes exemplos de habi-tantes do Parque Nacional. Nas

trilhas, os quatis chamam aatenção dos turistas.

BorboletasO Parque Nacional do Igua-

çu tem centenas de espécies deborboletas. Quem percorre a tri-lha das Cataratas pelo lado brasi-leiro verá dezenas dessas espéci-es. Entre elas as borboletas daimensa família das ninfálidas, per-tencentes ao gênero Diaethria.Traduzindo, são as diversas espé-cies de borboletas que parecemter estampadas nas asas os nú-meros 80, 88, 89 e até 98.

A mais famosa delas, a 88,Diaethriaeluina é uma das maisfotografadas por visitantes detodo o mundo e não deixa deser um símbolo não oficial doParque Nacional do Iguaçu.

Às margens do rio, ao lon-go da BR-469, podem ser vis-tas grupos de borboletas decores e espécies variadas. Natrilha são avistadas, também,borboletas maiores, como asmorfos azuis, as malaquitasesverdeadas e as thoas grandes,que encantam os olhos dos vi-sitantes.

O lagarto teiú é visto com facilidade no interior do Lindas borboletas chamam a atenção dos visitantes nas trilhas

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Quatis: uma atração a mais a encantar os turistasLindo e chamativo, o tucano se alimenta nas árvores do parque

E9PNI 80 anosFoz do Iguaçu, quinta-feira , 10 de janeiro de 2019

O repovoamento da onça-pintadaPARQUE 80 ANOS

Adelino de SouzaReportagem

A recuperação da população de onças-pintadas vem sendo motivo de júbilo naequipe local do ICMBio e das concessionárias do Parque Nacional do Iguaçu

O animal mais importan-te da parque foi praticamen-te extinto durante a coloni-zação. A iniciativa para re-cuperar a população das pin-tadas partiu do pesquisadoraposentado do ICMBio, Pe-ter Crawshaw Junior em1990, com o projeto Carní-voros do Iguaçu, hoje intitu-lado Onça do Iguaçu.

A onça-pintada é conhe-cida como o maior felino dasAméricas e está ameaçada deextinção. O projeto ficouparado durante alguns anos,mas voltou com força totalem 2009.

Em 2009 a população deonças-pintadas no lado bra-sileiro era estimada em ape-nas 12 exemplares. Graças aoprojeto, em 2016 subiu para22 animais. A coordenadoraexecutiva do projeto Onçado Iguaçu, Yara Barros, dis-se que está sendo feito umcenso em parceria com a

Argentina (projeto Yaguare-té) quando será possível sa-ber o número exato destesfelinos nos dois parques.

"Guarda-chuva"O biólogo e doutor em

Zoologia do CENAP, CarlosBrocardo, cedido ao ParqueNacional do Iguaçu, diz queo projeto Onça do Iguaçutrabalha com a conservaçãoda biodiversidade como umtodo. "O foco na onça-pin-tada é por ela ser uma es-pécie "guarda-chuva". Issosignifica que ao conservar-mos a onça no parque, es-taremos garantindo a con-servação da cutia, do gato-mato, da anta, da jacutinga,do palmito, do pinheiro-do-paraná", diz ele.

"Como a onça está notopo da cadeia alimentar, enecessita de uma grande áreapara viver, ao conseguirmosassegurar condições para aonça procriar, as demais es-pécies e serviços ecossistêmi-cos também serão assegura-

O dia 29 de novembrofoi escolhido pelo Brasilpara ser o dia Nacional daOnça Pintada. Uma datapara unir esforços emações de divulgação sobrea importância ecológica,econômica e cultural des-ta espécie que se tornousímbolo da conservação dabiodiversidade de nossopaís. Nesse dia, ICMBio or-ganizou extensas ativida-des educativas no interiordo parque.

O papel de liderançaque o Brasil vem exercen-do nos esforços de conser-vação da espécie, foi desta-que durante a Conferênciaentre as Partes da Conven-ção de Diversidade Bioló-gica, realizado no final doano passado no Egito.

Durante a conferênciafoi apresentado um plano de

Onça Pintada: símbolo brasileiro da conservação da biodiversidade éprotegida no parque e admirada pela população

dos", acrescenta. Para monitorar os ani-

mais, a equipe do ProjetoOnça do Iguaçu utiliza câme-

ras fotográficas instaladas nointerior da mata. Por meiodessas câmeras é possívelobservar o período de ativi-

dade das onças, seus com-portamentos, como acasala-mento, alimentação, caça edescanso.

O Dia da Onça-Pintadaação global para a conserva-ção da espécie, visando tra-balhar em conjunto para as-segurar a preservação de 30unidades de conservação pri-oritárias e o estabelecimen-to de corredores de conecti-vidade.

Atiaia: a heroínaque contagiou a

comunidadeNos últimos tempos, as

onças-pintadas têm sido ob-servadas com frequência namargem da rodovia que levaàs Cataratas, na trilha do Ma-cuco e nas imediações doHotel das Cataratas. Guias eturistas não cansam de pro-duzir imagens desses belosanimais.

A onça que mais deu o arda graça foi a Atiaia. Em suaterceira gestação, ela presen-teou moradores e visitantes

com três belas oncinhas, quehoje devem estar beirando osseis meses e logo serão inde-pendentes.

A aparição dasonças contagiou atodos de formamuito positiva. "Éimpress ionantecomo os servidoresdo ICMBio e con-cessionárias dessaunidade passarama se preocupar emanifestam umamor muito grandepelas onças. Eles sesentem partícipes equerem ajudar naproteção dessesanimais", diz o di-retor do ParqueNacional do Igua-çu, Ivan Baptiston. "E nós fi-camos ainda mais felizes por-que onde tem onça pintada

Atiaia e um de seus três filhotes: irradiando beleza econtagiando a comunidade

existe o equilíbrio do ecos-sistema", acrescenta.

"A beleza dessas onçasdespertou um sentimento

muito forte não apenas en-tre os funcionários, mas emtoda a cidade. Os motoris-

tas se sentem importantesem dirigir devagar, os guiasdizem aos turistas que es-tão protegendo os animais",

acrescenta o gerente da Ca-taratas S/A, AdelioDeme-terko.

E10 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Trabalho profissional e integrado possibilitouaumento na visitação, diz Adélio Demeterko

PARQUE 80 ANOS

Da redaçãoReportagem

Quando a Cataratas S/A venceu aconcorrência, em 1999, o Parque Nacionaldo Iguaçu recebia 700 mil visitantes porano. Hoje são 1,9 milhão, graças aosserviços de excelência prestados e àsparcerias desenvolvidas. Para conhecer osucesso desse empreendimento, a equipedo Gazeta Diário ouviu o diretor daempresa, Adélio Demeterko.

- Como estava o turismo noParque Nacional do Iguaçuantes da concessão?

- O turismo em Foz doIguaçu estava estagnado e semperspectivas de crescimento.Existia um potencial turísticomuito grande, mas faltava ges-tão profissional, infraestruturae serviços eficientes para oatendimento aos visitantes. Oparque recebia uma média de700 mil visitantes durante oano. Juntamos forças com oIBAMA, na época, e criamosum sistema que se tornou re-ferência em qualidade de aten-dimento e gestão socioambien-tal. A concessão fez uma gran-de transformação no Parque.

- Depois que a CataratasS/A ganhou a concessão, aprestação e serviços ao turistamudou da água pro vinho.Como é gerenciar uma empre-sa desse porte, responsável porgrande parte desse enormecomplexo chamado ParqueNacional do Iguaçu?

- É um grande desafio. Bus-camos dia a dia garantir asmelhores experiências para osvisitantes do Parque Nacionaldo Iguaçu. Só conseguimosrealizar esse trabalho, graçasao esforço diário de todos osnossos colaboradores, tam-bém da equipe do ICMBio, for-necedores e outras instituiçõespúblicas e privadas que atuam

no funcionamento do parque.Existe um engajamento muitogrande das pessoas para termosos melhores resultados para asociedade e turistas que visitamesse lugar que é um Patrimô-nio Natural da Humanidade.

- A Cataratas S.A é umaempresa iguaçuense que pres-ta em serviço em outros par-ques brasileiros. Quantos fun-cionários existem hoje?

- A Cataratas do IguaçuS.A, foi criada aqui em Foz doIguaçu, no ano de 1999, e co-meçou sua operação no Par-que Nacional do Iguaçu. Hoje,a empresa cresceu, possui cer-ca de 1000 funcionários e estáem alguns dos principais atra-tivos do Brasil. Aqui na nossacidade a Cataratas do IguaçuS.A é responsável pela gestãoda visitação turística do Par-

que Nacional do Iguaçu e doMarco das 3 Fronteiras. Estána essência da empresa o cui-dado com o meio ambiente,atendimento de excelência eenvolvimento com a comuni-dade do entorno dos atrativosque operamos para colaborarno desenvolvimento regional.

- Um dado significativo foio aumento do número de tu-ristas a partir da concessão.Quantos turistas visitavam oparque antes da época da con-cessão e qual é o número atu-almente?

- Antes a visitação estava es-tancada na casa dos 700 mil vi-sitantes por ano. Implantamosum trabalho de melhoria conti-nua e de relacionamento comtodos os setores da sociedade ealcançamos 1 milhão de visitan-tes em 2005, e em 2018, atingi-

mos cerca de 1 milhão e 900mil visitantes, que é o recordede visitação anual do Parque.

- Quais foram os outros fa-tores que contribuíram paraesse aumento?

- A profissionalização de to-dos os setores do turismo danossa cidade foi fundamentalpara este nível de excelência queconquistamos. Hoje temos ser-viços de qualidade oferecidospelos nossos hotéis, restauran-tes, pousadas, operadoras, agên-cias, guias de turismo, enfim,toda cadeia produtiva de turis-mo. Temos um grande trabalhoque é desenvolvido de forma in-tegrada, com a participação dainiciativa privada, entidades deturismo, comunidade e poderpúblico, representado pela pre-feitura, governos estaduais e fe-deral e Itaipu Binacional.

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Demeterko: "Temos a missão de melhorar a atuação na área de sustentabilidade"

- Quais são os principaisdesafios de atuar em uma dassete maravilhas da natureza?

- O Parque é um patrimô-nio do mundo. Atualmente anossa principal missão é me-lhorarmos a atuação na áreade sustentabilidade. Isso en-volve a nossa inserção na co-munidade local, gerar inova-ções e desenvolver ações paramaior eficiência das nossasoperações. Uma preocupaçãoque temos para futuro é a ne-cessidade de revitalização dainfraestrutura das trilhas emirantes das Cataratas. A es-trutura do parque melhoroubastante nos últimos anos,mas a trilha das Cataratas ain-da é um grande gargalo para aqualidade da experiência dosnossos visitantes e, conse-quentemente do desenvolvi-mento do turismo no parque.

O turista é bem recebido e segue até as Cataratas emônibus confortáveis

Centro de recepção de visitantes da Cataratas S/A eo portão do parque

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E11PNI 80 anosFoz do Iguaçu, quinta-feira , 10 de janeiro de 2019

PARQUE 80 ANOS

"Precisamos revitalizar as trilhas"Diretor da Cataratas S.A. fala também do sentimento de orgulho dos moradores deFoz em ter essa maravilha e receber bem o turista

- Porque você acha que éum grande gargalo?

- Pela falta de acessibili-dade e porque as trilhas emirantes são muito peque-nos e acanhados. Nos dias degrande visitação, como feri-ados e na alta temporada,existe um acúmulo de pes-soas nas trilhas. Além deprejudicar a qualidade daexperiência turística dos vi-sitantes, essa situação tam-bém nos causa uma preocu-pação muito grande com asegurança dessas pessoas.Acreditamos que para com-portar um maior número devisitantes e melhorar a qua-lidade da visita precisamosrevitalizar as Trilhas das Ca-taratas e outras áreas, comoo Centro de Visitantes. Che-gamos num ponto que todaa infraestrutura do parqueprecisa ser melhorada.

- Você falava sobre a mu-dança de comportamento doiguaçuense e do pessoal daregião em relação ao par-que. Como isso foi aconte-cendo e qual o sentimentoda equipe Cataratas S/A?

- Notamos que aos pou-cos o orgulho e o sentimen-to de pertencimento da po-

Da redaçãoReportagem

pulação foram resgatados. Osentimento das pessoas queresidem aqui é de orgulho,esse sentimento é comparti-lhado com os visitantes. Nos-sos funcionários também sen-tem prazer em participar daexperiência diária de emoci-onar as pessoas que chegamde todas as partes do mundopara visitar as Cataratas doIguaçu. É um ciclo de um tra-balho focado nas pessoas e naexcelência do atendimento.

- Qual a importância doParque Nacional do Iguaçupara o turismo, preservaçãodo meio ambiente e para odesenvolvimento de Foz doIguaçu?

- Entendo que o ParqueNacional do Iguaçu tem umpapel central no equilíbrio daeconomia da cidade, no desen-volvimento do turismo e, cla-ro, tem uma importância imen-surável para a conservação dabiodiversidade do planeta.

O Parque é abastecidopor uma grande cadeia desuprimentos para o seu fun-cionamento e atendimentodas necessidades de milharesde visitantes. Essa cadeia éformada por inúmeras em-presas da região, gerandoempregos, renda e desenvol-vimento.

Nós, da Cataratas do

Iguaçu S.A., queremos forta-lecer ainda essa cadeia pro-dutiva de desenvolvimentoeconômico regional, gerarmais ganhos ambientais econtribuir para a competiti-vidade do nosso destino tu-rístico para brasileiros e es-trangeiros.

- Entre diversos projetosque a Cataratas S.A desenvol-ve está a Meia Maratona dasCataratas. Como é organizaresta corrida que tem adesãode corredores do Brasil e de

outros países? Quais são osresultados deste evento?

- O evento desenvolve oespírito comunitário, mobi-liza instituições e pessoas emprol do bem estar da socie-dade. Em 2007, quando co-meçamos o projeto da MeiaMaratona das Cataratas, onúmero de pessoas que pra-ticavam o esporte na cidadeera muito tímido. Hoje, sãomilhares de corredores espa-lhados pela cidade e dezenasde corridas que surgiramdespois da Meia Maratonadas Cataratas. A maioria des-sas pessoas se preparam anointeiro para viver este mo-mento especial de correruma das corridas mais belasdo mundo em Foz do Igua-çu. A cidade ganha com agrande visibilidade que a cor-rida gera na mídia nacional,em qualidade de vida dosparticipantes e ganha tam-bém economicamente.

A cada edição da corrida,que neste ano de 2019 che-gará a sua 12ª edição, injetamilhões de reais, com a vin-da de 5 mil pessoas, entrecorredores e acompanhan-tes, que movimentam toda arede de hospedagem, gastro-nomia, transporte, turismo evarejo da cidade.

- Por que a empresa Ca-taratas S.A também apoia e

participa da gestão do timede futsal na cidade?

- O propósito do GrupoCataratas é de realizar expe-riências transformadoras e deimpacto positivo, pensandonisso, criamos o InstitutoConhecer para Conservarcomo braço da empresa parao desenvolvimento de proje-tos sustentáveis. Entendemosque precisamos estar envol-vidos em projetos que aju-dem num desenvolvimentomais amplo da nossa cidade.O Foz Cataratas Futsal nas-ceu dessa vontade de inves-tir nas pessoas e fazer mais.O time de futsal tem comoobjetivo estratégico a promo-ção do esporte como meio detransformação social. Esta-mos conseguindo cumprircom a nossa missão que éinspirar, motivar e oportuni-zar a pratica esportiva paracrianças e jovens. Além dacontribuição direta nas pes-soas, a comunidade ganhouum importante lazer, ao po-der acompanhar as partidasde futsal do Foz Cataratas,no Ginásio Costa Cavalcantiou pelos canais de televisãocom o SporTV. Hoje o timeestá entre os melhores daLiga Nacional de Futsal e é oatual campeão paranaense,tudo isso é motivo de muitoorgulho pra todos nós.A Meia Maratona das Cataratas recebe 5 mil pessoas e desenvolve o espírito comunitário

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Adélio Demeterko e integrantes da equipe: "o Parque Nacional do Iguaçu tem um papelcentral no equilíbrio da economia da cidade"

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E12 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

E13Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 PNI 80 anos

Lideranças destacam a importânciahistórica, econômica e ambiental do parque

PARQUE 80 ANOS

Parque tem importância estratégica, é ícone e exemplo para o país, um cartão postal para o mundo e o motor da nossa economia

Da redaçãoReportagem

"O Parque Nacionalpossui importância estra-tégica para a nossa cida-de, para o Brasil e para oMundo, tanto no aspec-to da Biodiversidade,

como do Patrimônio His-tórico e também no aspec-to econômico. Hoje o Par-que, além da beleza na-tural internacionalmenteconhecida, se tornou umareferência mundial naquestão da Biodiversida-de, da preservação e equi-

líbrio da natureza. Issopara nós, de Foz do Igua-çu, é motivo de muitoorgulho em possuir umpatrimônio natural reco-nhecido mundialmente eque cada vez mais ganhaimportância no desenvol-vimento sustentável."

"O Parque Nacional doIguaçu, que abriga as fa-mosas cataratas, é o prin-cipal atrativo turístico dacidade e da região trina-cional. Os números mos-tram isso, afinal, maisuma vez, o recorde de vi-sitação foi batido, comquase 1,9 milhão de visi-tantes em 2018. A unida-

de é importante não sópara o turismo, mas tam-bém para toda a economiada cidade. O meio ambi-ente também tem muito acomemorar nestes 80anos, visto que o traba-lho de educação e conser-vação ambiental realiza-do no parque é exemplopara o país. A própria po-

pulação iguaçuense é be-neficiada com parte dosrecursos arrecadados nabilheteria do Parque Na-cional, pois ao ser direci-onada ao Fundo Iguaçuvolta para a sociedade pormeio de ações e projetosapoiados e executadospela entidade em prol dodesenvolvimento."

"Foz do Iguaçu é hoje um dos principais destinosturísticos brasileiros, reconhecido pela diversidade deatrativos. Mas com certeza o Parque Nacional do Igua-çu é o nosso principal cartão-postal no país e mundoafora. Seu valor ambiental e turístico é imensurável.Patrimônio Natural da Humanidade, o parque rece-beu 1,9 milhão de visitas só no ano passado.

São pessoas de todo o Brasil e de 172 países quemovimentaram os meios de hospedagem e gastronô-micos, além de outros setores da nossa economia.Entre elas, visitantes ilustres como presidentes, reis,rainhas, princesas, artistas, esportistas, entre outraspersonalidades nacionais e internacionais, que com-provam a magnitude das Cataratas do Iguaçu, umadas Sete Novas Maravilhas do Mundo."

"Além do valor ambiental, o Parque Nacional doIguaçu, um dos principais atrativos do Brasil, é omotor da nossa principal atividade econômica. A in-dústria do turismo hoje movimenta diretamente einternamente dezenas de setores de Foz do Iguaçu.

As empresas concessionárias que atuam na uni-dade de conservação, por exemplo, contribuem naarrecadação de impostos ao município, ou seja, recei-ta a ser revertida em serviços para a população. Onosso desafio é integrar ainda mais os milhões deturistas brasileiros e estrangeiros ao comércio e ser-viços de todas as regiões de Foz para gerar mais em-pregos e distribuir renda em toda a cidade."

Referência MundialExemplo para o país

Cartão postal

Motor da economia

Chico Brasileiro - Prefeito de Foz do Iguaçu

Carlos Silva, presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur)

Para Jaime Nascimento, presidente do Visit Iguas-su, o Parque Nacional do Iguaçu, em especial as Cata-ratas, são um ícone brasileiro e "o nosso principal atra-tivo, o grande motor do turismo de Foz do Iguaçu".

Ele destaca que a preservação e a conservação do PNIsão vitais para o turismo e lembra que há uma relação dedependência entre a preservação e a atratividade do Par-que para o turista. "Um Parque deteriorado, degradado eurbanizado não atrairá turistas, portanto, a preservaçãosignifica potencial e atratividade turística", comenta.

Na opinião do presidente do Visit Iguassu, a cida-de também precisa dar a sua contribuição e estar con-dizente com o símbolo que é o Parque Nacional doIguaçu. "Ele deve ser um elemento de motivação paraque a cidade tenha políticas e ações de preservaçãodo meio ambiente", sugere Jaime.

Ícone brasileiroNeuso Rafagnin, presidente do Sindhotéis

Faisal Ismail, presidente da ACIFI

Jaime Nascimento, presidente do Visit Iguassu

ArquivoFotografias

E14 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Santuário ecológico de beleza infinitaPARQUE 80 ANOS

Diretor da Itaipu diz que lucidez de brasileiros e argentinos garantiu a criação e preservação deste verdadeiro santuário ecológico de beleza infinitaMarcos Stamm *

Foz do Iguaçu é umacidade privilegiada emtodos os sentidos. De umlado, sedia a parte brasi-leira da usina de Itaipu,a maior do mundo em ge-ração de energia e tam-bém um atrativo turísti-co que a cada ano recebemais visitantes.

De outro lado, geo-graficamente, tem o Par-que Nacional do Iguaçu,patrimônio natural dahumanidade, onde estãoas Cataratas do Iguaçu,que não por acaso detêmo título de uma das 7 ma-ravilhas mundiais da na-tureza.

A natureza presen-

teou Foz do Iguaçu e suavizinha Puerto Iguazúcom esta maravilha, masfoi a lucidez de brasilei-ros e argentinos, em anosque hoje parecem remo-tos, que garantiu a cria-ção e preservação desteverdadeiro santuário eco-lógico de beleza infinita.Num paralelo com Itai-pu, foi esta mesma luci-dez de brasileiros e para-guaios que permitiramaos dois países ter umausina que é orgulho detodos nós.

Nesses 80 anos de cri-ação do Parque Nacionaldo Iguaçu, a Itaipu Bina-cional, que considera aquestão ambiental priori-dade absoluta, só tem a

elogiar não só os que cri-aram o Parque, comoaqueles que, no passado

e no presente, garantemsua preservação e, aomesmo tempo, possibili-

*Marcos Stamm, é diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional

Fauna e flora exuberantes

É preciso investir em melhorias

Danilo Vendrúscolo, presidentedo Programa Oeste emDesenvolvimento

Yuri Benites, Gerente Geral do Complexo TurísticoItaipu. Conselheiro Titular do Conparni

Um presente de Deus "O Parque Nacional do Iguaçu é

uma das unidades ambientais mais im-portantes do país, tanto pela existên-cia das Cataratas do Iguaçu quantopelo trabalho ambiental nele desenvol-vido. Por ser o principal termômetroda visitação turística da cidade, a re-serva ajuda a revelar como anda a eco-nomia de Foz do Iguaçu. Os sucessi-vos recordes de público nos últimosanos confirmam a boa fase do turis-mo na cidade, pois a movimentaçãode turistas fomenta vários segmentoseconômicos e traz empregos e rendapara a população. Ter o parque em nos-so quintal de casa é um presente deDeus que temos de valorizar."

Mario Camargo, presidente do Conselhode Desenvolvimento Econômico e Socialde Foz do Iguaçu (Codefoz)

Foz do Iguaçu está em umterritório privilegiado. Além doencontro de três países comculturas riquíssimas em umapaisagem exuberante, as con-dições únicas no mundo paraa construção da maior gerado-ra de energia limpa e sustentá-vel do planeta temos o nossoParque Nacional do Iguaçu,que tem sua importância ím-par por abrigar um dos últimosremanescentes conservados eprotegidos do bioma mataatlântica com uma fauna e flo-ra exuberante. Além disso, como privilégio de ter em seu inte-rior as Cataratas do Iguaçu,uma das sete maravilhas danatureza, reconhecida em todoo mundo pela singularidade dasua paisagem, pela energia de

suas águas, e pelas sensaçõesmemoráveis que passa aos mi-lhares de visitantes que vem detodo o mundo para viver essaexperiência.

Nosso principal atrativoturístico que movimenta a eco-nomia da cidade completa 80anos e merece muito ser come-morado, porém os desafios con-tinuam. Proteger o PNI, recu-perar e manter a fauna e floracom resultados tão positivoscomo o Projeto Onças do Igua-çu, o cuidado com o interior eo entorno do Parque e a quali-dade das águas do Rio Iguaçumerecem uma atenção especi-al, para que o parque continuea ser o nosso principal atrati-vo e a imagem representativada nossa cidade.

Foz do Iguaçu é conhe-cida é reconhecida mundi-almente devido ao seuprincipal atrativo que é oParque Nacional do Igua-çu e suas belezas naturais.

O governo Federal temem mãos um dos maioresativos turístico do mundocom potencial em receberno médio prazo mais queo dobro dos atuais 1,9 mi-lhão de visitantes.

É preciso investir emmelhorias de acesso ao par-que com duplicação da Av.das Cataratas, construçãode ciclovias, pista de pedes-tres e iluminação especialem todo seu trajeto.

Se faz necessário tam-bém promover investimen-tos no atual Aeroporto dan-do condições de recebermosvoos internacionais de to-dos os continentes.

O Governo Federal fa-zendo sua parte dará con-dições para que o setor pri-vado promova investimen-tos de toda ordem, pois in-vestir no turismo em Fozé retorno garantido no mé-dio e longo prazo.

O parque nacional nãoé apenas um patrimônio daregião trinacional doIguassu e sim um patrimô-nio do Brasil e da huma-nidade.

tam que visitantes domundo inteiro tenhamacesso a uma paisagem

única e inesquecível.O Parque Nacional do

Iguaçu é vital em todosos sentidos, para a fau-na, para a flora, para apesquisa, para o conhe-cimento e para a valori-zação dos nossos bensnaturais. É também fun-damental para Foz doIguaçu atrair cada vezmais visitantes, o que setraduz em recursos pro-venientes da chamada"indústria sem chami-nés", o turismo.

A Itaipu Binacionalparabeniza a todos e to-das que ali têm funções,seja para os cuidadosambientais, seja parabem receber os turistas.Parabéns!

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E15Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 PNI 80 anos

Circuito M'Boi integrará trilhase os passeios serão gratuitos

PARQUE 80 ANOS

Concessão, no valor de R$ 6.5 milhões,prevê exploração de espaços comerciais epasseios de barco, mas as trilhas serãogratuitas para o visitante do parque

Adelino de SouzaReportagem

O novo serviço a serlançado pelo Parque Na-cional do Iguaçu irá in-tegrar as trilhas do PoçoPreto e Bananeiras. Ba-tizado como CircuitoM'Boi, o produto irá am-pliar e diversificar os pas-seios de ecoaventura naunidade de conservação.

O chefe do Parque,Ivan Baptiston, explicouque o circuito foi imple-mentado em 2003, antesda aprovação do novoplano de manejo. "O con-trato está vencendo e va-mos publicar o edital delicitação desse novo cir-cuito de acordo com o queestabelece o novo planode manejo. Mas as tri-lhas não serão concessi-onadas, elas serão livrespara quem entrar no par-que. O visitante que com-

pra o ingresso poderá fa-zer as trilhas a pé ou debicicleta sem pagar nadamais adicional", diz Ba-tiston.

"No final da trilhaserá concessionado o ser-viço de lanchonete, sou-venir, entre outros. Se ovisitante quiser fazer opasseio de barco, ele com-pra o passeio da conces-sionária", acrescenta odiretor.

Dentro do projeto,haverá também umanova trilha, ligando a doPoço Preto a Bananeiras."Será uma trilha rústica,selvagem que possibilita-rá ao visitante sair doPoço Preto e chegar à tri-lha das Bananeiras. Látambém haverá restau-rante, lanchonete e sani-tários concessionados",diz Ivan Batiston. Nos-sa ideia é não mais con-cessionar os espaços,

apenas as atividades, pro-movendo passeios aber-tos, mais acessíveis aopúblico", acrescenta.

ComturA proposta do novo cir-

cuito já foi apresentada pelo

DivulgaçãoFotografias

O visitante poderá fazer as trilhas sem custo adicional, mas os passeios de barco serão pagos:é possível conhecer as ilhas dos Papagaios e das Garças

Instituto Chico Mendes deConservação da Biodiversi-dade (ICMBio) ao Conse-lho Municipal de Turismo(Comtur) em dezembro de2018. O edital para investi-dores deverá ser lançadoainda em breve.

A concessão, no valorde R$ 6,5 milhões, serápara contrato de 20 anos.A projeção é de aumentodos atuais 10 mil para225 mil visitantes parti-cipantes dos atrativos deecoaventura, no períodode nove anos.

Também estão previs-tos passeios aquáticospelo rio Iguaçu, ativida-des de aventura e de con-templação com tirolesa earvorismo, serviços dealimentação e comércio.Dentro da nova filosofia,o visitante poderá esco-lher os produtos de for-ma individual e não maispelo pacote de serviçoscomo vem sendo atual-mente.

"O projeto está ali-nhado com o novo Planode Manejo do parque e

Trilha do Poço Preto abriga diversas espécies de plantas exóticas eanimais silvestres, num percurso de 9 quilômetros

O presidente do Comtur, Carlos Silva, afirmouque o novo atrativo irá contribuir para aumentaro tempo de permanência dos visitantes nacidade. "Os visitantes ficarão mais tempo emFoz do Iguaçu, beneficiando os demais atrativos,hotéis e restaurantes de Foz do Iguaçu",enfatizou. "A concessão também é umaoportunidade de negócio para os empresários einvestidores da região", frisou Silva."São inovações que valorizam a vivência dovisitante com a natureza e irão incrementar oecoturismo com novas trilhas e passeios queressaltam nossa vocação para o turismo deaventura", apontou o presidente do Comtur. "Oturista ainda terá mais comodidade comrestaurantes e espaços comerciaisdiversificados", completou.

Comtur destacaimportância donovo circuito

busca enriquecer as expe-riências do visitante, au-mentando ainda mais ovínculo com a natureza",frisa Baptiston.

"A proposta é resulta-do de pesquisas de ben-chmarks e mercado, estu-dos de viabilidade e ava-

liações com o trade turís-tico", informou CibeleMunhoz Amato, do setorde uso público do parque."O novo atrativo serácomplementar aos de-mais que já são ofertadosna unidade de conserva-ção", disse.

E16 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

E17Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 PNI 80 anos

Um legado para as futuras geraçõesPARQUE 80 ANOS

A procura pelo turismo de natureza éuma tendência mundial para apróxima década, e o Parque Nacionaldo Iguaçu tem tudo para aprimorarcada vez mais o turismo de experiênciae de contato com a natureza

Gilmar Piolla*

Antes de tudo, é pre-ciso reconhecer que de-vemos a existência doParque Nacional doIguaçu a gerações ante-riores, que, 80 anosatrás, entenderam a im-portância de termos umalinha demarcatória paraa expansão da fronteiraagrícola e de preservar-mos esse importante pa-trimônio natural da hu-manidade que temos noquintal de casa.

Se hoje o nosso par-que é modelo de preser-vação e ao mesmo tempode desenvolvimento sus-tentável do turismo, égraças à visão estratégi-ca e ao pioneirismo de"desbravadores" como oengenheiro André Rebou-ças, o aviador Santos

Dumont, o ex-governa-dor Afonso Camargo e oex-presidente GetúlioVargas.

Muito provavelmente,o desmatamento teria sealastrado até as barran-cas do Rio Iguaçu caso oparque não tivesse sidocriado em 1939. Certezaque não teria sobrado depé um palmo de mataatlântica, como aconte-ceu em outras regiões.Um fato relevante é quea criação do parque nãoimpediu que as regiõesoeste e sudoeste parana-ense se desenvolvessem ese destacassem entre asbacias mais produtivasdo país. Muito pelo con-trário: a floresta exerceefeito positivo sobre o cli-ma e o regime de chuvasda região.

Portanto, a área pre-servada do Parque Naci-

onal do Iguaçu se cons-titui num ativo de valorincomensurável. Não sópor ser exemplo de con-servacionismo, de biodi-versidade protegida e deimpacto notável sobre aprodutividade agrícola,mas também por ser mo-

delo de desenvolvimentosustentável do turismo.A procura pelo turismode natureza é uma ten-dência mundial para apróxima década. E os par-ques protegidos, onde es-pécies ameaçadas de ex-tinção estão se reprodu-zindo naturalmente,como as onças-pintadasno Parque Nacional doIguaçu, são os que vão sesobressair na preferênciado público.

O Parque Nacionaldo Iguaçu foi o primeirodo Brasil a se abrir parao turismo em concessãodos serviços para a ini-ciativa privada. Movi-menta a economia deFoz do Iguaçu e regiãotrinacional. O parqueconsta na lista dos síti-os de Patrimônio Natu-ral Mundial da Unesco,desde 1986, e as Catara-tas do Iguaçu foram elei-tas uma das Novas SeteMaravilhas da Natureza,em 2011. Nossas quedasd´água impressionamturistas de todos os can-tos do mundo. No entan-to, quanto mais naturaise protegidas estiverem,cercadas de um ecossis-

*Gilmar Piolla, jornalista, é secretário de Turismo, Indústria,Comércio e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu

tema harmônico, maiorvalor poderão agregar aoturismo.

Mas, para que issoaconteça, devemos ser,a partir de agora, refe-rência em gestão de par-ques nacionais e de pa-trimônio natural. Queninguém se engane como barulho retórico atu-al: a sustentabilidade éhoje um requisito indis-pensável para conquis-tar novos mercados. Noturismo, principalmen-te. Neste sentido, suge-rimos duas medidas ur-gentes: adoção de umsistema de mobilidadeelétrica, com emissãozero, para atender fluxocrescente de visitantesno interior do parque, ea revitalização da Trilhadas Cataratas. O ParqueNacional do Iguaçu podeser também modelo bem-sucedido de autossufici-ência energética. O par-que poderá gerar lá den-tro boa parte da energiaque é consumida pelaestrutura de visitação.Sem impacto algum aomeio ambiente, a UsinaSão João poderia voltara gerar eletricidade. Pa-

ineis solares instaladosna cobertura do Centrode Visitantes tambémpoderiam virar fonte deenergia. Assim como po-deria ser montada umapequena planta de bio-gás para aproveitamen-to do esgoto e restos or-gânicos do Hotel dasCataratas e do Restau-rante Porto Canoas.

Por fim, acredito queo Parque Nacional doIguaçu tem tudo paraaprimorar cada vez maiso turismo de experiênciae de contato com a natu-reza. Os benefícios dosíons negativos do ar danévoa das Cataratas. Osestímulos sonoros, rela-xantes e renovadores, dossons da natureza... ascaminhadas em trilhasmata adentro... os ba-nhos de floresta... enfim,possibilidades infinitaspara as atuais e futurasgerações.

Nem aqueles que, nopassado, ousaram enfren-tar a ira dos colonizado-res imaginavam que esseparque, um dia, seriamotivo de tanto orgulho!

Viva o Parque Nacio-nal do Iguaçu!

Sem impacto algum ao meio ambiente, a Usina São João poderia voltar a gerar eletricidade

Um cenário para reis, rainhas, chefesde estado, atores, atrizes e diretores

VISITANTES ILUSTRES

"É uma das paisagens mais espetaculares que eu já vi", disse Francis Ford Copolla, diretor de "O Poderoso Chefão" e "Apocalipse Now"

Da redaçãoReportagem

Príncipes, princesas,reis, rainhas, chefes deestado, atores, atrizes ediretores famosos já visi-taram o Parque Nacionaldo Iguaçu e se encanta-ram com as Cataratas.Quem esquece a imagemda Princesa Diana, noauge de sua fama, posan-do para os fotógrafos napassarela das Cataratasdo Iguaçu?

Uma das visitas maisemblemáticas, foi a dodiretor e produtor Fran-cis Ford Copolla, dosaclamados filmes "O Po-deroso Chefão" e "Apoca-

lipse Now". O cineastaconheceu as Cataratasainda em 2003 quandoviajou pelo Brasil e Ar-gentina buscando inspi-ração para produzir umnovo filme.

Gostou tanto da pai-sagem, que viria outrasvezes. Mais ainda: fezquestão de participar dacampanha em prol dasCataratas como uma dasSete Maravilhas da Na-tureza. "Uma das maisespetaculares paisagensque eu já vi e um dos lu-gares mais incríveis quevisitei são as Cataratasdo Iguaçu", comentou ocineasta.

Copolla enalteceu a

preservação existente noParque Nacional do Igua-çu e comparou as nossasCataratas com NiágaraFalls, na fronteira dosEstados Unidos com oCanadá: "O parque cria-do ao redor das Cataratasdo Iguaçu é maravilhosoe está em ótimas condi-ções de preservação. E aspróprias quedas, que po-dem ser vistas de muitoslugares, estão além doque se possa imaginar. Écomo se fossem dez Cata-ratas do Niágara juntas",afirmou o diretor.

Bill Clinton eRoger Moore

O ex-presidente dos

DivulgaçãoFotografias

Estados Unidos da Amé-rica, Bill Clinton, um dosmais destacados dos úl-timos tempos, também fi-cou encantada com asCataratas. "Eu conheciaapenas por fotos. Nin-guém consegue imaginarcomo é realmente. É preci-so vir aqui e ver. É inacre-ditável", disse Clinton queestava ao lado do atorAnthony Hoppkins. Alémde conhecer as Cataratas,os dois fizeram o passeiodo Macuco Safari.

Não é de agora que oParque Nacional do Igua-çu recebe personalidades.O famoso ator RogerMoore, imortalizado napele de James Bond 007

não somente visitou,como filmou nas Catara-tas algumas cenas de umdos mais notáveis filmesda trilogia: "007 Contrao Foguete de Morte".

Wyller e SpielbergOs mais antigos ain-

da lembram a passagempor Foz do Iguaçu de umdos maiores cineastas detodos os tempos, WilliamWyller, premiado com os-car pelo filme "Bem-Hur".Wyller estava a caminhodo Rio de Janeiro quandovisitou as Cataratas e la-mentou estar aposentadoporque gostaria de ambi-entar um de seus filmescom essas belas imagens.

Entre celebridades po-demos citar ainda Cathe-rine Deneuve, Steven Spi-elberg, Robert Kennedy,David Rockfeller, Helmu-th Khol, Mario Soares e,claro, o eterno ex-primei-ro ministro britânico, JackChan, Katy Perry, TonyBlair e sua esposa Cheri.

Sem esquecer nossoscompatriotas FHC, Sar-ney, Lula, Gisele Bund-chen, Luciano Huck,Adriane Galisteu, IsisValverde, a bela Ana Hi-ckmann, Giovana Anto-nelli, o cantor Daniel,Bruno Gagliasso (queagora está na novela das8), Mateus Solano e Ca-mila Queiroz.

Princesa Diana, Bil Clinton e Antonhy Hopkins, Jack Chan, Francis Ford Copolla, Gisele Bundchen, Mujica, Tony Blair, Katy Perry

E18 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

E19Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 PNI 80 anos

Hollywood também se rende àmagia das Cataratas do Iguaçu

VISITANTES ILUSTRES

"Mr Magoo", "Pantera Negra", mas o destaque foram os filmes "A Missão", "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" e "007 Contra o Foguete da Morte"

Adelino de SouzaReportagem

Uma nave atravessaas cortinas de água,numa combinação perfei-ta entre a paisagem na-tural das Cataratas doIguaçu e efeitos especiais.É a cena de abertura dofilme "Pantera Negra" quearrecadou em sua primei-ra semana cerca de US$500 milhões.

"Pantera Negra" é ape-nas um dos dezenas de

filmes e novelas tendocomo cenário as encanta-doras Cataratas do Igua-çu. "Recebemos a visitada equipe de produçãoque decidiu filmar nasCataratas porque elaspossuem uma das maio-res expressões cênicas danatureza. Os parques fo-ram criados para protegera memória de feições dasnações e da natureza sel-vagem. Nesse sentido, ocinema pode ajudar a va-lorizar e divulgar estas

expressões magníficas doplaneta Terra", explicaIvan Baptiston, diretordo Parque Nacional doIguaçu.

Outros filmes de su-cesso tiveram cenas gra-vadas neste cenário detirar o fôlego. Entre eles,podemos citar "IndianaJones e o Reino da Cavei-ra de Cristal", com Har-rison Ford, "OO7 Contrao Foguete da Morte", comRoger Moore, "As Tarta-rugas Ninjas", "Fora das

DivulgaçãoFotografias

Robert de Niro escala os paredões das Cataratas no celebrado filme "A Missão" "Pantera Negra" mostra imagens incríveis das Cataratas

Sombras". "Paddington2", "Pela Janela", "MrMagoo", "Capitão Améri-ca: Guerra Civil", "UmaMulher Fantástica", ven-cedor de três prêmios doFestival de Berlim de2017. Merece destaque"Miame Vice", do cineas-ta Michael Mann, que feza mais bela tomada aéreadas Cataratas.

Mas foi "A Missão",emblemático filme de Ro-land Joffé, que correu omundo mostrando as

Cataratas em detalhes,indicado a sete vezes aoOscar e vencedor do Leãoe Ouro no Festival deCannes. As cenas de Ro-bert de Niro e JeremyIrons escalado os pare-dões das Cataratas sãocenas de tirar o fôlego.

"A Missão" chega a seruma superprodução, umépico com grandes tomadaspara caber numerosos figu-rantes, a floresta e as mo-numentais quedas d'água.

E o roteiro tem muito

a ver com a nossa região,onde os guaranis foramcatequizados pelos jesuí-tas e escravizados e dizi-mados pelos colonizado-res. O roteirista RoberBolt ("Doutor Jivago" e"Lawrence da Arábia"mostrou um evento his-tórico da formação e des-truição das grandes mis-sões jesuíticas no séculoXVIII e os interesses daIgreja Católica e das mo-narquias da Espanha ePortugal.

A Lenda das CataratasConta-se que os índios Caigangues,habitantes das margens do Rio Iguaçu,acreditavam que o mundo eragovernado por M'Boy, um deus quetinha a forma de serpente e era filho deTupã. Igobi, o cacique dessa tribo, tinhauma filha chamada Naipi, tão bonita queas águas do rio paravam quando ajovem nelas se mirava.Devido à sua beleza, Naipi eraconsagrada ao deus M'Boy, passando aviver somente para o seu culto. Havia,porém, entre os Caigangues, um jovemguerreiro chamado Tarobá que, ao verNaipi, por ela se apaixonou.No dia da festa de consagração da belaíndia, enquanto o cacique e o pajébebiam cauim (bebida feita de milhofermentado) e os guerreiros dançavam,Tarobá aproveitou e fugiu com a linda

Naipi numa canoa rio abaixo, arrastadapela correnteza. Quando M'Boypercebeu a fuga de Naipi e Tarobá, ficoufurioso. Penetrou então as entranhas daterra e, retorcendo o seu corpo, produziuuma enorme fenda, onde se formou agigantesca catarata.Envolvidos pelas águas, a canoa e osfugitivos caíram de grande altura,desaparecendo para sempre. Diz alenda que Naipi foi transformada emuma das rochas centrais das cataratas,perpetuamente fustigada pelas águasrevoltas. Tarobá foi convertido em umapalmeira situada à beira de um abismo,inclinada sobre a garganta do rio.Debaixo dessa palmeira, acha-se aentrada de uma gruta sob a Garganta doDiabo onde o monstro vingativo vigiaeternamente as duas vítimas.

E20 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Muita emoção e adrenalina nosincríveis passeios por terra, água e ar

PARQUE 80 ANOS

Jackson LimaReportagem

A visão colossal por trilhas, passarelas e mirantes; a adrenalina nos passeios de barco e a visão panorâmica nos voos de helicóptero

As Cataratas do Iguaçusão inesgotáveis no sentido dasua capacidade de provocaremoções, sentimentos e pen-samentos positivos indefini-damente. Não importa quan-tas vezes as tenhamos visita-do, toda vez que a visitamosvoltamos a sentir novas emo-ções.

Sentir a brisa fina que bro-ta dos saltos e chega até nóscom a força do vento na pas-sarela que nos leva ao miran-te principal, mexe com os sen-timentos, "lava nossa alma".

Ao subir de elevador até o mi-rante temos uma visão pano-râmica, a única do mundo.

Vê-las da trilha dá o privi-légio de estarmos de frentecom uma das maravilhas na-turais do Planeta. Vê-las debarco pelo passeio do Macu-co, arranca lá do fundo emo-ções ligadas à adrenalina e aoêxtase. Todos voltam a ser cri-anças quando o barco seaproxima das quedas.

Elas podem ser vistastambém do ar. Um voo pa-norâmico sobre as Cataratasa bordo de um helicóptero daHelisul - concessionária do

serviço - trabalha a misturaentre a adrenalina de estarvoando com a paz transmiti-da pela visão indescritíveldas águas, rochas, floresta eilhas, em um mistura divinade cores dos diferentes tonsde verde, o branco das águas,o cinza esbranquiçado dasnuvens e da neblina que sobedas Cataratas. Do colossalpasseio de helicóptero é pos-sível ver de perto a Gargantado Diabo, com toda sua for-ça e esplendor.

Há ainda o rafting - umaatividade esportiva transfor-mada em passeio - acompa-

Muita adrenalina e emoção nos passeios do MacucoEm cada trecho das trilhas uma visão privilegiada do paraíso

nhado por profissionais ex-perientes do remo, permitesentir a emoção básica de es-tar na água, na velocidadedela, sentindo os caprichosdela e comemorando todasfaçanhas quando o passeiotermina com um banho no rioque acaba de saltar as Cata-ratas.

Muitas das pessoas que vi-sitam as Cataratas já estive-ram nelas antes. E os visitan-tes de primeira viagem prome-tem voltar. E, em cada reen-contro, as Cataratas recebema todos com novidades porque como disse Heráclito:

"Ninguém pode entrar duasvezes no mesmo rio, poisquando nele se entra nova-mente, não se encontra asmesmas águas, e o próprio serjá se modificou".

Há ainda as trilhas comoa da Bananeira e do PoçoPreto que permitem contatocom a mata, com o verde, ani-mais e o rio Iguaçu, a mon-tante das Cataratas, compossibilidade de incluir ou-tras experiências como re-mar entre as ilhas e observaraqui e ali tartarugas toman-do sol, sob o olhar de um ja-caré-do-papo-amarelo.

A primeira visão, no mirante do hotel, o início de um cenário deslumbranteNos voos de helicóptero da Helisul, uma visão global das Cataratas

Fotos

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E21Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 PNI 80 anos

Conhecendo os principais saltosPARQUE 80 ANOS

Durante sua vazão normal, de1.500 metros cúbicos porsegundo, as Cataratas possuementre 175 a 285 saltos

Jackson LimaReportagem

O número de saltosnas Cataratas do Iguaçudepende do volume deágua do rio Iguaçu. Emgrandes vazões, como asregistradas em 2014,quando passou dos 40mil metros cúbicos porsegundo, não dá parapensar em saltos separa-dos. A vazão normal é decerca de 1.500 metroscúbicos por segundo. Énessa faixa que se arris-ca dizer que as Catarataspossuam entre 175 saltose 285 saltos.

Na descrição daUnesco chega-se a falarem quase 300 saltos.Seja lá qual for o núme-ro de saltos, aquelesidentificados por nomenão passam de 20. Veja-mos alguns dos princi-pais saltos.

Garganta do DiaboO salto Garganta do

Diabo é o maior das Ca-taratas do Iguaçu e énele onde se encontra omirante do mesmo nomeno lado argentino, ondea visão é privilegiada.

Saltos Floriano,Benjamim Constant

e DeodoroO Salto Floriano

nome dado em homena-gem ao primeiro presiden-te republicano do Brasilencontra-se ao lado daestrutura do elevador. Apassarela panorâmica dolado brasileiro, que levaaté a borda do cânion,permite a observação des-ses três saltos de frente.E a Garganta do Diaboao fundo do cânion.

Saltos Santa MariaNão se fala muito des-

ses saltos atualmente.Um dos motivos é queeles, como sendo a conti-nuação do trajeto daságuas que caem do SaltoFloriano, não são vistosdo lado brasileiro. Quemestá no mirante panorâ-mico à beira do cânion,estará na parte superiordos Saltos Santa Maria.

Duas irmãsSão dois saltos no lado

argentino das Cataratas.Para quem está no pri-meiro mirante das Cata-ratas pelo lado brasileiro,em frente ao Hotel das

Cataratas, os saltos DosHermanas se vê ao ladode uma estrutura que pa-rece um farol cor de rosa.Era um antigo mirante.

San Martín Também para quem

está no lado brasileiro, é aprimeira grande visão dasCataratas, lado argentino.Para quem olha desde oBrasil, logo à frente está aIlha San Martín, atrás delaestá o salto San Martín.

Dois e TrêsMosqueteiros

Saltos do lado argen-tino mas vistos de frentesomente pela margembrasileira. Partindo, doprimeiro mirante descen-do a trilha, são os saltosque se vê na frente do es-paço Naipi.

DivulgaçãoFotografias

Garganta do Diabo

Salto Floriano

Salto San Martin Salto duas Irmãs

E22 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Vulcanismo global põe as Cataratasna rota da História da Terra

PARQUE 80 ANOS

Jackson LimaReportagem

Há cerca de um milhão de anos, o rio Iguaçu caia direto no rio Paraná, onde hoje é o Marco das Três Fronteiras

"As Cataratas do Iguaçu sãouma feição natural única no mun-do", lembrou o diretor do ParqueNacional do Iguaçu Ivan Baptis-ton em recente palestra sobre aimportância das Cataratas e doParque que a protege. Feição na-tural para os geólogos, por exem-plo, é o nome dado às caracterís-ticas naturais da superfície terres-tre como rios, lagos, morros, mon-tanhas, matas e florestas nativas.

As Cataratas como feição é umconjunto que reúne em um mes-mo lugar todas essas característi-cas. Tudo combinado na medidacerta ao ponto de qualifica-la paraser alvo de palavras como beleza,maravilha e paisagem cênica devalor universal.

O rio Iguaçu que forma asCataratas é considerado peloscientistas como um rio muitoantigo. Isso pode ser visto naforma de antigos leitos abando-nados às margens dos rios nosdois lados dos Parques Nacio-nais Iguaçu/ Iguazú. As rochasde cor escura por onde o rio es-corre e cai no cânion são tãovelhas quanto o Oceano Atlân-tico. Datam de eventos vulcano-lógicos de mais de 500 milhõesde anos.

Segundo o geólogo FábioBraz Machado, da UniversidadeEstadual de São Paulo (Unesp),e do Centro Universitário Salesi-ano de São Paulo, entre 250 e 120milhões de anos, explosões vul-cânicas da crosta terrestre namodalidade vulcanismo de fissu-ras expulsou o material do cen-tro da terra se elevou, esfriou eexpandiu.

Ao expandir-se, forçou a se-paração dos continentes. A Áfri-ca se separou da América do Sul.Mudanças na costa do continen-te fez a serra do Mar se levantare as nascentes de rios reverterama direção para o interior do Pa-raná. É o caso do Iguaçu, rio quenasce na forma de milhares nas-centes no primeiro Planalto doParaná ou Planalto de Curitiba eviaja quase mil quilômetros nadireção do rio Paraná.

Um projeto ousado, ini-ciado em 2003, o Corredorde Biodiversidade permitea dispersão dos genes deflora e fauna. É um autên-tico "corredor da vida", ca-paz de neutralizar o efeitoilha, que compromete adiversidade das espécies eas expõe ao risco de extin-ção.

O primeiro passo paraa implantação do Corredorda Biodiversidade foi re-constituir a ligação verdeentre a faixa de proteçãodo reservatório da Itaipu eo Parque Nacional do Igua-çu, nos municípios de San-ta Terezinha de Itaipu eSão Miguel do Iguaçu.

No Brasil, o Corredorde Biodiversidade abran-ge as áreas das bacias dosrios Paraná e Iguaçu,compreendendo a Baciado Rio Paraná III, os par-ques nacionais da IlhaGrande e do Iguaçu, oParque Estadual do Tur-

Há cerca de um milhão deanos, o rio Iguaçu caia direto norio Paraná. Era uma queda de umsalto só, na região onde hoje estáo Marco das Três Fronteiras.Graças à erosão regressiva, asCataratas "caminharam" na taxade centímetros por ano em dire-ção para onde estão hoje. A via-gem regressiva continua.

Hoje, as Cataratas formamum sistema de cachoeiras cujonúmero varia entre 175, segun-do a literatura turística brasilei-ra, até 285 segundo dados argen-tinos. O rio Iguaçu inteiro cai emum cânion com saltos entre 60 e80 metros de altura ao longo de2.700 metros, em um desenhosemelhante a uma ferradura.

Desde 1939 as Cataratas sãoprotegidas pelo Parque Nacionaldo Iguaçu. Desde 1986 é parteda Lista do Patrimônio Mundialda Unesco e desde 2011 é umadas Sete Novas Maravilhas daNatureza.Maravilhas da Natureza, segundo a New Seven Wonders, com uma votação histórica

Corredor da Biodiversidade liga o parque às áreas de proteção da Itaipu

vo (RS), a Área de ProteçãoAmbiental Federal das Ilhase Várzeas do Rio Paraná e oParque Estadual do Morro doDiabo (SP).

O Corredor de Biodiversi-dade abrange ainda unidadesde conservação no Paraguai(Museu Bertoni) e na provín-cia argentina de Missiones,

além do Parque Nacional delIguazú.

ObjetivosOs objetivos do corredor

ecológico é permitir o livre des-locamento de animais, a disper-são de sementes e o aumentoda cobertura vegetal. Ele reduzos efeitos da fragmentação dos

ecossistemas ao promover a liga-ção entre diferentes áreas e permi-tir o fluxo gênico entre as espéciesda fauna e flora. Esse trânsito per-mite a recolonização de áreas de-gradadas, em um movimento quede uma só vez concilia a conserva-ção da biodiversidade e o desen-volvimento ambiental na região.(redação com informações do JIE)

Corredores de biodiversidade permitem o fluxo gênico entre as espécies da fauna e flora

E23Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 PNI 80 anos

Cataratas Day gera mídia gratuita econscientiza moradores e visitantes

PARQUE 80 ANOS

A mobilização ocorre nos ladosbrasileiro e argentino dasCataratas do Iguaçu; em 2018novo recorde de visitantes

Da redação com assessoriaReportagem

O dia 11 de novembrode 2018 marcou o aniver-sário de sete anos da elei-ção das Cataratas doIguaçu como uma dasNovas Sete Maravilhasda Natureza. Nesse dia,Moradores de Foz e re-gião, ciclistas, turistas einternautas publicaramselfies, fotos e vídeos dasCataratas, gerando am-pla repercussão nas redessociais.

A campanha, conhe-cida como #CataratasDay, bateu recorde depúblico nesse dia reunin-do 9.026 pessoas nas Ca-taratas do Iguaçu. Acampanha teve apoio dasentidades que compõem a

Gestão Integrada do Turis-mo de Foz do Iguaçu (Pre-feitura Municipal, ItaipuBinacional, Visit Iguassu,Instituto Polo Iguaçu eFundo Iguaçu, com oapoio do Instituto ChicoMendes de Conservaçãoda Biodiversidade (ICM-Bio) e da Cataratas S/A).

A iniciativa gera per-tencimento da comunida-de, chama atenção paraa preservação da biodiver-sidade do Parque Nacio-nal do Iguaçu, Patrimô-nio Natural da Humani-dade, e também é umaação inteligente de buzzmarketing e de geraçãode mídia espontânea.

De acordo com o ba-lanço de visitação do Ins-tituto Chico Mendes,4.510 pessoas entraram

Ratinho Júnior: o parque é modelo daboa prática da preservação ambiental

Cataratas Day é mais uma campanha de sucesso

no atrativo com ônibusgratuitos, cedidos pelaPrefeitura Municipal,4.116 visitaram o atrati-vo nos seus próprios veí-culos com acesso pelo

Centro de Recepção deVisitantes do parque e400 ciclistas participaramdo pedal ao amanhecer.Ainda segundo o ICM-Bio, foi registrada a visi-

tação de 6.283 turistasneste dia 11 de novem-bro, totalizando 15.309pessoas.

A mobilização ocorrenos lados brasileiro e ar-

gentino das Cataratas doIguaçu, que trabalharamem conjunto para elegeras Cataratas como umadas Sete Maravilhas Na-turais.

O Parque Nacional doIguaçu completa 80 anoscomo uma referência eum modelo de que a boaprática da preservaçãoambiental pode convivercom o desenvolvimentosustentável.

É nessa unidade deconservação de proteçãointegral, que guarda a úl-tima mancha de MataAtlântica ao sul do Brasil,onde convivem, pelo me-nos, 45 espécies de mamí-feros, entre eles a onça-pintada, o maior mamífe-ro carnívoro das Améri-cas, 257 de borboletas, 12de anfíbios, 41 de serpen-tes, 8 de lagartos, 18 depeixes e 200 espécies de

aves em total harmoniacom a convivência huma-na e com a geração deemprego e renda.

Esses números sãoimpressionantes e repro-duzem um inventáriomagnífico. Pode contarcom essa diversidade e, aomesmo tempo, ser umdos maiores polos deatração turística do mun-do, desenvolvendo a eco-nomia local, é uma con-quista que deve ser refe-renciada.

Se pelo parque já pas-saram 1 milhão e 900 milvisitantes apenas no anode 2018, isso não interfe-riu nem impediu o cres-cimento das espécies na-

tivas, entre elas onça-pintada, símbolo do par-que, que cresceu cerca de70% nos últimos anos.

A gestão do parque ea sua interação pacíficae produtiva com a cidadeé a prova de que é possí-vel potencializar os gan-hos ambientais e melho-rar a qualidade do turis-mo. Não precisamos des-truir a natureza para ge-rar emprego e renda.

Reconhecido pelaUnesco como PatrimônioNatural da Humanidade, os 169.695 hectares doparque guardam uma be-leza inestimável que ser-ve de moldura para asCataratas do Iguaçu,

uma das sete maravilhasnaturais do mundo.

É um privilégio poder-mos preservar esse cená-rio que guarda ainda umahistória curiosa provan-do que os homens de vi-são é que transformam omundo. Foi Santos Du-mont, o pai da aviaçãoquem se encantou com aexuberância do local etrabalhou pela desapro-priação da área que for-mou a base do ParqueNacional do Iguaçu em1916.

Desejar vida longa aoParque do Iguaçu é dese-jar vida saudável à huma-nidade e a preservação devalores que nos permitem

resgatar a vida em coo-peração.

Que possamos convi-ver com esse privilégiosempre e que as próxi-

*Carlos Massa Ratinho Junior, governador do Paraná

mas gerações continuema replicar esse modelo deconvivência e a desfrutardessa maravilha queDeus nos deu.

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E24 PNI 80 anos Foz do Iguaçu, quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Batendo recordes de visitaçãoPARQUE 80 ANOS

Da redação com assessoriaReportagem

A cada ano cresce o número de visitantes no Parque Nacional do Iguaçu; em 2018 foram quase 1,9 milhão de visitantes

O Parque Nacional do Igua-çu recebeu 1.895.508 visitan-tes durante todo o ano de 2018.É a maior visitação já registra-da em um único ano na unida-de de conservação. O cresci-mento da visitação turística foide 6% no comparativo com omesmo período do ano de 2017.

Os brasileiros lideram oranking com 1.025.629 visitas.Na sequência dos países commais representatividade vemArgentina, Paraguai, EstadosUnidos, França, Alemanha,Espanha, Inglaterra, Chile ePeru.

Os estados brasileiros queregistraram o maior número devisitas, respectivamente, são:São Paulo, Paraná, Santa Ca-tarina, Rio de Janeiro, RioGrande do Sul, Minas Gerais,Bahia, Pernambuco, MatoGrosso do Sul e Ceará.

Para Ivan Baptiston, chefedo Parque Nacional do Igua-çu, o objetivo da administra-ção é melhorar a qualidade doambiente e as experiências dosvisitantes. "O ano de 2018 foifantástico para o Parque. Foium ano de trabalho intenso egrandes conquistas. Consegui-mos concluir a revisão do pla-no de manejo, que abre novaspossibilidades para o parque, e

ajuda organizar as atividadespara os próximos anos".

O diretor da concessionáriaCataratas S/A, Adelio Deme-terko, diz que o crescimento davisitação e a melhoria na qua-lidade ambiental é resultado deuma agenda positiva, novos in-vestimentos em infraestruturae divulgação, resultado de umagrande parceria das institui-

Visitação nas Cataratas aumenta a cada ano, quebrando recordes sucessivos

ções públicas e privadas.

Trabalho de sucessoO Parque Nacional do Igua-

çu é administrado pelo Insti-tuto Chico Mendes de Conser-vação da Biodiversidade (ICM-Bio), órgão federal responsávelpela administração das unida-des de conservação do Brasil.

Desde o ano de 1999, o Par-

2018: 1.895.5082017: 1.788.9222016: 1.560.7922015: 1.642.0932014: 1.550.6072013: 1.518.8762012: 1.535.3822011: 1.394.1872010: 1.265.7652009: 1.070.0722008: 1.154.0462007: 1.055.4332006: 954.0392005: 1.084.2392004: 980.9372003: 764.7092002: 645.8322001: 735.7752000: 767.1571999: 772.287

Histórico devisitação anual

que Nacional do Iguaçu contacom gestão dos serviços de vi-sitação turística do Grupo Ca-taratas, empresa que nasceuem Foz do Iguaçu (PR), e atu-almente opera em outros par-ques e atrações por meio deconcessões públicas, promo-vendo o turismo sustentável egerando impacto positivo nasociedade e no meio ambiente.

Ambiente privilegiado no Restaurante Porto Canoas

Restaurante Porto CanoasJá imaginou apreciar a

vista espetacular das Cata-ratas do Iguaçu, uma das pai-sagens mais belas do mun-do, em um ambiente onde oar puro da floresta se con-funde com aromas suaves deuma cozinha muito especial?

Esse lugar existe e estálocalizado no Parque Nacio-nal do Iguaçu, às margens doRio Iguaçu, proporcionandovista única da parte superi-or das famosas Cataratas.Estamos falando do restaurante Por-to Canoas, onde você tem a sua dis-posição uma ampla variedade de co-midas, bebidas e sobremesas e a tri-lha sonora deste ambiente são os sus-surros das Cataratas do Iguaçu.

Especializado na típica cozinharegional brasileira e outras delicio-sas iguarias como antepastos e so-bremesas, o Restaurante Porto Ca-noas também se caracteriza pelo ex-celente atendimento.

Gastronomia regional brasileira e umatendimento especializado

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