FP 2010 AC2_Teorias Deterministas

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TEORIAS DETERMINISTAS DO SCULO XIX1. DETERMINISMO GEOGRFICO/CLIMTICO 2. DETERMINISMO HISTRICO 3. DETERMINISMO RACIAL

Determinismo climtico ou geogrfico: o meio natural (clima, relevo, altitude, solo, vegetao, distribuio de rios, definio das estaes do ano, proximidade/distncia da linha do Equador, localizao no Hemisfrio Norte ou Sul) determina o desenvolvimento civilizacional. Pensamento caracterstico: o calor torna os habitantes dos trpicos preguiosos. Determinismo histrico: o desenvolvimento histrico ocorre atravs de estgios obrigatrios que se sucedem. H tambm as ideias de causalidade, superao e desfecho/pice. Exemplo: teoria marxista (capitalismo ditadura do proletariado/socialismo comunismo); evolucionismo cultural (selvageria barbrie civilizao). Determinismo racial: a raa determina o desenvolvimento civilizacional. Pensamentos caractersticos: as raas devem se manter puras; a raa negra inferior; a mistura gera degenerao.

No campo da Antropologia, no sculo XIX, duas teorias concorriam para oferecer explicaes sobre a diversidade cultural humana: 1. Evolucionismo cultural (um tipo de determinismo histrico): partia da ideia de que a humanidade teve uma s origem biolgica (Monogenismo) e que as diferenas civilizacionais tenderiam a desaparecer; 2. Poligenismo: fazia parte do campo do determinismo racial; pregava que a humanidade teve vrias origens biolgicas e que diferenas civilizacionais nunca desapareceriam.

EVOLUCIONISMO CULTURAL

Os antroplogos evolucionistas partiam da pergunta: se o homem um s no planeta, por que existem culturas diferentes? Qual a origem das instituies sociais e qual seu futuro?CIVILIZAO BARBRIE SELVAGERIAESCALA EVOLUTIVA LEWIS HENRY MORGAN, EUA, 1877

Ferro Arco e flexa e caa (metaDomesticao lurgia) Cermica de animais e Agricultura

Escrita, forma urbana

Coleta de frutos e nozes

Fogo e pesca

CIVILIZAO

BARBRIE

SELVAGERIA Hiptese: todas as sociedades passam pelas mesmas etapas de desenvolvimento, indo da etapa mais simples (com um menor grau de racionalidade das instituies sociais) para a mais complexa. Este fato gerado pela uniformidade das operaes da mente humana e pela correta aplicao da razo vida social (=Lei da ao e do pensamento humanos). As diferenas culturais correspondem a diferenas de ritmos/velocidades de desenvolvimento. No futuro todos atingiro o mesmo tipo de civilizao. ABORDAGEM DIACRNICA E COMPARATIVA.

1. A Antropologia do sculo XIX busca uma explicao cientfica para a coexistncia no planeta de sociedades industrializadas e sociedades tribais. 2. A Antropologia aplica um modelo de conhecimento similar ao das cincias naturais, porm nem todo antroplogo do perodo faz observao direta, por isso so chamados de antroplogos de gabinete. O conhecimento cientfico da sociedade pressupe a descoberta de leis sociais. 3. o EVOLUCIONISMO CULTURAL, baseado no postulado da unidade biolgica e psquica da humanidade, parte da noo da uniformidade das operaes da mente humana. Para os evolucionistas h uma espcie humana nica que se desenvolve em ritmos diferentes: a racionalidade levaria ao aperfeioamento das instituies sociais e ao modelo ocidental de civilizao.

DETERMINISMO RACIAL

1.Raas so espcies biolgicas distintas. Existe uma ordem natural que as hierarquiza: existem raas superiores e inferiores. A miscigenao leva degenerao.

2. Diferenas fsicas correspondem a habilidades, tendncias morais, propenses civilizacionais e formas de comportamento distintas. Assim, cada raa possui caractersticas morais, intelectuais e civilizacionais prprias, que se expressam na cor da pele, no tipo do cabelo e no formato dos olhos e da cabea.

3. O indivduo o resultado final das caractersticas de seu grupo racial, no possuindo, assim, livre-arbtrio.

Capacete frenolgico

Escala usada para determinar a cor dos olhos

Ao lado: fotograma do documentrio Homo sapiens 1900, de Peter Cohen

Fotograma do documentrio Homo sapiens 1900, de Peter Cohen

Escala usada para determinar a cor dos cabelos

Ao lado, fotograma do documentrio Homo sapiens 1900, de Peter Cohen

Mapa frenolgico

Cranioplagimetro

Cientistas estrangeiros que opinaram, no sculo XIX, sobre a miscigenao no Brasil: a. Gobineau, que disse que o Brasil se extinguiria em 200 anos; b. Agassiz. Veja sua opinio:

... que qualquer um que duvide dos males da mistura de raas - e inclinese, por mal entendida filantropia,a botar abaixo todas as barreiras que as separam - venha ao Brasil. No poder negar a deteriorao decorrente da amlgama das raas (...) que vai apagando rapidamente as melhores qualidades do branco, do negro e do ndio, deixando um tipo indefinido, hbrido, deficiente em energia fsica e mental (Agassiz, 1868).

Cientistas brasileiros que aplicaram as teses do determinismo racial: a. Raimundo Nina Rodrigues (mdico) props que a legislao deveria ser elaborada por mdicos e que deveria existir um conjunto de leis para os brancos e outro para os negros; b. Renato Kehl (mdico) props a esterilizao dos mestios.

A redeno de Can, Modesto Brocos y Gmez, 1895. Esta obra foi apresentada no I Congresso Internacional das Raas, realizado em Paris, em 1911, para ilustrar a teoria do branqueamento defendida por Joo Batista Lacerda para o Brasil.