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Escola Secundária João de Deus 1oº ano Biologia/Geologia Out. 2009 Ficha de Trabalho Nome: _____________________________________ N.º: ___ Turma: ___ UNIDADE: Módulo Inicial – A Geologia, os geólogos e os seus métodos. SUBUNIDADE: A medida do tempo geológico e a idade da Terra. Os geólogos no séc. XIX iniciaram a elaboração de uma escala de tempo geológico, tendo em conta as relações existentes entre as rochas que se encontravam expostas à superfície ou em minas, procurando determinar a sua idade relativa. Os estudos estratigráficos para datação das rochas baseiam-se em pressupostos básico essenciais: 1. Princípio da horizontalidade – definido por Nicolau Steno (séc. XVII), refere que a deposição dos sedimentos ocorre numa posição horizontal, comprovado por observações feitas por si em diferentes ambientes de sedimentação (fig.1) 2. Princípio da sobreposição - definido por Nicolau Steno (séc.XVII), refere que numa sucessão de estratos não deformados, um estrato é mais antigo que o estrato superior e mais recente que o estrato inferior. Assim, com base neste princípio, caso os estratos contenham fósseis, os fósseis contidos nos estratos superiores serão mais recentes do que os fósseis contidos nos estratos inferiores (fig.2) Este princípio não se aplica a camadas que estejam deformadas ou invertidas, pois essa deformação deu-se posteriormente à sua formação. As rochas sedimentares podem sofrer processos de erosão, dobras ou falhas e intrusão, que não vão respeitar este princípio. Assim sendo, o Figura 2 Figura 1

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Page 1: FT Idade Relativa

Escola Secundária João de Deus1oº ano Biologia/Geologia

Out. 2009

Ficha de Trabalho

Nome: _____________________________________ N.º: ___ Turma: ___

UNIDADE: Módulo Inicial – A Geologia, os geólogos e os seus métodos.

SUBUNIDADE: A medida do tempo geológico e a idade da Terra.

Os geólogos no séc. XIX iniciaram a elaboração de uma escala de tempo geológico, tendo em conta as

relações existentes entre as rochas que se encontravam expostas à superfície ou em minas, procurando

determinar a sua idade relativa.

Os estudos estratigráficos para datação das rochas baseiam-se em pressupostos básicos essenciais:

1. Princípio da horizontalidade – definido por Nicolau Steno (séc. XVII), refere que a deposição dos

sedimentos ocorre numa posição horizontal, comprovado por observações feitas por si em diferentes

ambientes de sedimentação (fig.1)

2. Princípio da sobreposição - definido por Nicolau Steno (séc.XVII), refere que numa sucessão de estratos

não deformados, um estrato é mais antigo que o estrato superior e mais recente que o estrato inferior.

Assim, com base neste princípio, caso os estratos contenham fósseis, os fósseis contidos nos estratos

superiores serão mais recentes do que os fósseis contidos nos estratos inferiores (fig.2)

Figura 1

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Este princípio não se aplica a camadas que estejam deformadas ou invertidas, pois essa deformação

deu-se posteriormente à sua formação. As rochas sedimentares podem sofrer processos de erosão, dobras

ou falhas e intrusão, que não vão respeitar este princípio. Assim sendo, o princípio da sobreposição não pode

ser aplicado indiscriminadamente, pois os processos geológicos originam situações especiais, geralmente

referidas como excepções.

1. Relativamente ao esquema A:

1.1 Ordena os estratos pelo número correspondente, desde o mais antigo até ao mais recente.

1.2 Agrupa a(s) série(s) de estratos, de acordo com as características de deformação que apresentam.

1.3 Refere sobre qual série de estratos decorreu uma fase erosiva.

2. Relativamente aos esquemas B e C:

2.1 Explica os fenómenos observados no esquema B.

2.2 Explica os fenómenos observados no esquema C.

2.3 Indica por que razão se poderá afirmar que, nestes esquemas, não é aplicável o Princípio da Sobreposição.

2.4 Ordena os estratos nos dois esquemas (pela letra correspondente) desde o mais antigo até ao mais recente.

James Hutton (séc XVIII) confirmou o seu modelo de evolução geológica, segundo o qual o tempo seria

infinito e ciclicamente as rochas formar-se-iam por acumulação de sedimentos, dando-se depois a sua deformação

e constituição de relevos, cuja destruição daria origem a novas rochas (admitindo ainda a possibilidade das

Figura 2

Excepções do Princípio da Sobreposição

Figura 3

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erupções vulcânicas resultarem de magmas oriundos da liquefacção de sedimentos acumulados), ao, nos seus

trabalhos de campo deparar-se com discordâncias angulares (fig. 4).

As grandes descontinuidades no registo geológico, marcadas pela ausência de camadas mais ou menos

espessas, designam-se por discordâncias estratigráficas simples (lacunas) ou discordâncias estratigráficas

angulares que podem ser explicadas por ausência de sedimentações no local ou por erosão de camadas que

existiam.

3. Princípio da Continuidade Lateral – Os estratos podem ser mais ou menos espessos consoante as

condições de sedimentação do local. Isto permite datar, em colunas estratigráficas de dois lugares afastados,

sequências de estratos idênticos desde que as sequências de deposição sejam semelhantes (Fig. 5)

4. Princípio da Identidade Paleontológica – definido por William Smith (séc.XIX), refere que estratos que

contenham o mesmo conjunto de fósseis têm a mesma idade, independentemente da sua distância geográfica

(fig.5)

Fig.4 - Trata-se de superfícies que separam sequências de estratos com diferentes inclinações e cujo significado geológico pode ser integrado na seguinte reconstituição de acontecimentos:1º - deposição dos estratos da sequência inferior, em posição horizontal.2º - orogenia – deformação dos estratos da sequência inferior.3º - erosão dos estratos da sequência inferior.4º - deposição dos estratos da sequência superior, em posição horizontal.5º - eventual deformação de ambas as sequências (por esse motivo os estratos da série superior não conservaram a posição horizontal original).

Figura 5

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Fig.5 – A correlação de estratos em três locais distintos, separados por quilómetros, com base no seu conteúdo fóssil. Os fósseis mostram que no local 3 não se encontra presente o estrato D, indicando que não terá sido depositado ou que foi removido antes da deposição do estrato E. As amonites (A – Mesozóico) e as trilobites (B – Paleozóico) são exemplos de bons fósseis de idade.

De salientar que nem todos os fósseis possuem as características ideais para datações relativas dos estratos.

Para tal são usados os fósseis dos organismos que viveram em épocas muito específicas, durante um intervalo de

tempo o mais curto possível e de preferência com uma distribuição mundial, que permita correlacionar o máximo de

estratos possíveis – fósseis de idade ou característicos.

5. Princípio da Intersecção – refere que toda a estrutura geológica (falha, dobra, filão, inclusão magmática)

que atravesse (intersecte) outra é mais recente do que a que é atravessada (intersectada).

Figura 6 – Corte geológico

5.1 Dos estratos representados na figura 6, indica o mais recente e o mais antigo. Justifica.

5.2 Na figura apresentada, podemos ver, para alem dos estratos sedimentares, três estruturas: dobras, falha e

filão.

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CHAVE

A – Princípio da horizontalidade original. C – Princípio da identidade paleontológica.

B – Princípio da intersecção. D – Princípio da sobreposição.

5.2.1 Indica, justificando, se essas estruturas geológicas são posteriores ou anteriores à formação dos estratos

sedimentares.

5.3 Reconstrói, de uma forma simples, a história geológica do corte representado.

5.4 Procura indicar fenómenos que introduzam excepções ao princípio da sobreposição dos estratos.

6. Princípio da Inclusão – refere que fragmentos de uma determinada rocha (encraves ou xenólitos)

incorporados ou incluídos noutra rocha são sempre mais antigos do que a rocha que os engloba. São

exemplos: fragmentos de rochas mais antigas incorporados em rochas sedimentares mais recentes e

porções de rochas mais antigas no seio de intrusões ou extrusões magmáticas (fig. 7).

Figura 7

Exercícios:

1.1. Procura, em cada esquema I, II, III e IV estabelecer uma ordem cronológica entre as diferentes estruturas geológicas, respondendo às questões que te são colocadas.

1.2 Refere o princípio em que te baseaste para responderes à questão colocada em cada um dos esquemas.

2. Faz corresponder uma letra da chave a cada número da respectiva afirmação.

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AFIRMAÇÕES1 - Os sedimentos acumulam-se em camadas em que os mais antigos encontram-se nas camadas inferiores e os mais recentes encontra-se nas camadas superiores, desde que não tenham ocorrido significativas deformações tectónicas.2 - Uma falha ou um corpo rochoso intrusivo é mais recente do que as rochas atravessadas ou fracturadas.3 - Os sedimentos geralmente são depositados em camadas horizontais.4 - Estratos caracterizados pela mesma associação de fósseis são, aproximadamente, da mesma idade.

3. Refere as características que um grupo de seres vivos deve apresentar para poder ser considerado um bom indicador da idade de um estrato rochoso.

4. A figura 8 representa uma sequência sedimentar.4.1 Partindo do princípio que não houve inversão de camadas, ordena os estratos do mais antigo para o mais recente, utilizando as letras de A a F.

4.2 Indica que fenómeno geológico poderá estar a separar os conjuntos ilustrados na fig 8. Justifica.

Figura 8