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Filosofia– Ficha de Aplicação 10º Ano Embora muitas vezes se usem as palavras moral e ética como equivalentes, elas não significam o mesmo. Moral Ética É o conjunto de condutas e normas que costumamos aceitar como válidas. Responde à questão «que devo fazer» ou como devo agir em tal circunstância concreta, É a reflexão sobre o porquê de considerarmos morais as nossas acções. Reflecte sobre os princípios que devem orientar a vida humana e sobre as finalidades que lhe dão Nome:_______________________________________________________________ __ Data:____/_____/______ Obser.: __________________ Prof.:__________

Ft10 011 (Ética e Moral, Eu, Outros e Instituições)

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FILOSOFIA 10ºANO

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Embora muitas vezes se usem as palavras moral e ética como equivalentes, elas não significam o mesmo.

Moral ÉticaÉ o conjunto de condutas e normas que costumamos aceitar como válidas. Responde à questão «que devo fazer» ou como devo agir em tal circunstância concreta, designando o conjunto das normas obrigatórias (imperativos e interditos) estabelecido no interior de um grupo, sociedade ou cultura, para orientar a acção.

É a reflexão sobre o porquê de considerarmos morais as nossas acções. Reflecte sobre os princípios que devem orientar a vida humana e sobre as finalidades que lhe dão sentido. Analisa os princípios que regem a constituição das normas orientadoras da acção e os respectivos fundamentos (razões justificadoras).”

10º AnoFilosofia– Ficha de Aplicação

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Data:____/_____/______ Obser.: __________________ Prof.:__________

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Situação-Problema

Seja, por exemplo, o caso seguinte: alguém tem em seu poder um bem alheio que lhe foi confiado em depósito pelo seu dono, que entretanto faleceu sem que os seus herdeiros saibam nem possam vir a saber nunca desse depósito. (…) O possuidor desse depósito, exactamente nessa altura, caiu na ruína total, vendo a sua família, mulher e filhos aflitos e cheios de privações, e sabendo que ao apropriar-se do depósito poderia livrar-se de privações num abrir e fechar de olhos. Além disso, suponhamos que o nosso homem é filantropo e caritativo, enquanto que os herdeiros são ricos e egoístas, e de tal modo gastadores que acrescentar o depósito à sua fortuna seria como atirá-lo directamente ao mar. Se se pergunta agora sem tais circunstâncias seria permitido o uso do depósito em benefício próprio, sem dúvida se deveria responder: «Não!» E em vez de evocar todo o tipo de justificações, dir-se-ia tão-somente: «É injusto», isto é, opõe-se ao dever.

Kant

A dimensão ética do ser humano.

“O ser humano pode agir segundo orientações resultantes de códigos de conduta exteriores – códigos jurídicos em vigor e padrões sociais adoptados pelo seu grupo de pertença (dimensão social) ou agir segundo orientações auto-impostas (dimensão ética).

A dimensão ética é, portanto, o domínio da acção humana orientado por valores ético-morais, como bem/mal, justo/injusto, correcto/incorrecto, propostos pela consciência moral que é a capacidade interior de orientação, de avaliação e de crítica da nossa conduta. Esta vivência guiada por valores e normas auto-impostas pela consciência moral define o indivíduo como um ser ético-moral.

Um ser ético-moral: a) considera imparcialmente os seus interesses e os alheios; b) reconhece princípios éticos de conduta; c) não se deixa guiar por impulsos, mas escuta a razão; d) delibera com autonomia, independentemente das pressões; c) age em função de valores e ideais que reconhece como certos – bons – para se tornar melhor ser humano.

Acção moral é a acção realizada pelo agente, de acordo com as orientações da sua consciência. A moralidade é o esforço para orientar a nossa conduta por princípios racionalmente justificados, tendo em conta tanto os nossos interesses como os interesses de todos os que serão afectados oelas nossas acções.

Boas acções são as que convêm à nossa condição de seres racionais, isto é, as que promovem a nossa humanidade e a de todos. Más acções são as que não nos convêm, por serem contrárias àquilo que devemos ser.

Intenção e Norma

Para a moralidade de uma acção não basta o acordo externo com a norma (ou seja, a regra socialmente estabelecida); é fundamental a intenção, isto é, o julgamento íntimo que cada um faz do que é permitido e do que é proibido, pois, só toma uma decisão ética (faz uma opção moral) o indivíduo que se «obriga» a si mesmo a respeitar o fim que definiu como bom, visando o seu aperfeiçoamento, ainda que só ele saiba qual a verdadeira intenção da sua opção.

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No domínio da moralidade, ainda que haja pressão social, a única autoridade que guia cada indivíduo e perante a qual tem de prestar contas é a própria consciência, e é também ele o único responsável pelos seus actos, uma vez que a acção foi uma escolha sua. A liberdade (a obrigação da pessoa de se orientar pela própria consciência moral) e a responsabilidade moral (reconhecimento da autoria da ação e a obrigação de responder perante a própria consciência) são duas características da ação moral.

A dimensão pessoal e social – o si mesmo, o outro e as instituições

O ser humano é um ser social, por isso, a sua existência individual só se realiza e ganha sentido

na vivência partilhada com os outros e a realização de cada um supõe a realização de todos os outros. Assim, a acção moral tem de adoptar um posicionamento não apenas \individual mas comunitário, colocando-se na perspectiva da universalidade do agir.

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Juízos éticos.

Os juízos éticos (isto é, as proposições que expressam uma avaliação das acções a partir da adopção de um determinado padrão ou critério valorativo), têm que ter em conta tanto os nossos interesses como os interesses de todos os outros.

A ética deve definir princípios universais reguladores da convivência social que privilegiem o altruísmo em vez do egoísmo, a solidariedade em vez da competição,

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a cooperação em vez da hostilidade e o bem-estar colectivo em vez do benefício pessoal; estabelecer os direitos e os deveres de cada um; propor fins para a realização pessoal e social do indivíduo.

Funções e importância da consciência moral

É esta vivência social humana que permite a formação da consciência moral que é uma capacidade interior de orientação, de avaliação e de crítica do modo como vivemos.

O conceito de consciência inclui um sentido: a) apelativo para valores e normas ideais, funcionando como uma espécie de bússola orientadora da acção; b) imperativo, pois ordena uma acção compatível com os valores defendidos pelo agente; c) judicativo, pois assume-se como juiz dos actos e das intenções do agente; d) censório, pois elogia ou censura o agente conforme a acção obedece ou não aos ideais e valores por ele assumidos.

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