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Plano Nacional de Qualificação Formação Inicial e Continuada na trajetória da Livro do Educador CONTEÚDOS BÁSICOS

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Livro didático FTG-PNQ, educador.

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Plano Nacional de Qualificação

Formação Inicial e Continuada

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CONTEÚDOS BÁSICOS

mINISTÉRIO DO TRABALHO E EmPREGO

Plano nacional de qualificação foRMação inicial e conTinuada

laBoRaTÓRio TRaBalHo & foRMaçãocoPPe / ufRJ

Rio de Janeiro2012

Livro do Educador

Ensino FUnDAMEnTAL

CONTEÚDOS BÁSICOS NA TRAJETÓRIA DA FORmAÇÃO TÉCNICA GERAL

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009, e a 5a edição do VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (março de 2009), da Academia Brasileira de Letras.

Ficha Catalográfica Provisória

Formação Técnica Geral – Ensino Fundamental: Livro do Aluno / Coordenação e elaboração: Laboratório Trabalho & Formação – COPPE/UFRJ.

Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2012. 210p. :il — (Conteúdos Básicos na Trajetória da Formação Técnica Geral)

ISBN XXX-XX-XXX-XXX-X

1. Capacitação para o trabalho I. Ministério do Trabalho e Emprego. II. Série.

PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONALFORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA

Presidência da RepúblicaDilma Rousseff

Ministério do Trabalho e EmpregoCarlos Daubt Brizola

Secretaria de Políticas Públicas de EmpregoRodolfo Péres Torelly

Departamento de QualificaçãoMarcos Antonio Teixeira

Formação Técnica GeralUniversidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJCoordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia - COPPEPrograma de Engenharia de Produção - PEPLaboratório Trabalho & Formação - LT&F

EQUIPE LT&F

CoordenaçãoFabio Luiz Zamberlan

ElaboraçãoCecília Maria Murrieta AntunesGabriella Dias de Oliveira Maria Beatriz Altenfelder Tomassini Misael Goyos de Oliveira – coordenação de projetoVânia Souza da Silva

Consultoria EspecializadaMarta Regina Domingues

RevisãoGraça Ramos

Apoio AdministrativoAndré dos Santos BarbosaElza Pinto CoutoJannine Salgueiro

IlustraçãoGuilherme Campello

Projeto Gráfico e Editoração EletrônicaAmanda de Menezes XavierLuisa Falcão da Cruz

Instituição GestoraFundação Universitária José Bonifácio

É papel do Ministério do Trabalho e Emprego contribuir para a preparação do trabalhador brasileiro visando sua colocação no mercado de trabalho e privilegiando a sua atuação cidadã e o desenvolvimento do país. Assim, o MTE tem atuado na criação da oportunidade de promover melhorias na política pública de qualificação profissional, com vistas principalmente ao controle das ações e aumento da qualidade pedagógica dos cursos promovidos com os recursos públicos federais sob gestão desta pasta ministerial. Por isso, o presente material didático, em consonância com as diretrizes de articulação entre Trabalho, Educação e Desenvolvimento, características do Plano nacional de Qualificação, tem como premissa o reconhecimento da Qualificação Profissional como direito, e o Trabalho com princípio educativo, considerando o saber acumulado pelos trabalhadores na busca pela qualidade pedagógica.Resultado de parceria do Ministério do Trabalho e Emprego com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, esta produção tem como objetivo apoiar as ações designadas como Conteúdos Básicos, que compõem todos os cursos desenvolvidos no âmbito dos Plano Nacional de Qualificação – PNQ, em complementação aos conteúdos específicos de cada ocupação.nosso anseio, ao contar com a colaboração de instituição de reconhecida especialidade na área da educação e trabalho, materializou-se em uma proposta pedagógica de aplicação nacional, que se presta a unificar e dar qualidade à oferta de conteúdos e percursos formativos componentes dessa etapa inicial dos cursos de qualificação social e profissional. nesse sentido, primou-se por considerar as diversidades de região e de público presentes nos programas, por meio de um processo educativo flexível e abrangente, referenciado na perspectiva de uma formação integral, que contempla o atendimento às dimensões intelectual e tecnológica na formação inicial do trabalhador. o Ministério do Trabalho e Emprego traz para si este papel: de criar os instrumentos que permitam a um número crescente de brasileiros enfrentar os desafios de um mundo em célere transformação, formado por cidadãos capazes de uma intervenção social e laboral solidária e propositiva.

carlos daubt BrizolaMinistro do Trabalho e Emprego

Apresentação

Caro(a) Educador(a),Apresentamos a você o Livro do Educador do curso de formação profissional que ora se inicia. Você desempenhará um papel fundamental no desenvolvimento do curso no que se refere aos resultados a serem alcançados pelos educandos. O material – Livro do Aluno e Livro do Educador – foi concebido para servir de apoio e bússola para essa trajetória. Mas este material só atingirá as suas finalidades mais amplas com a sua mediação e orientação. A proposta de construção do curso considerou aspectos relevantes, tais como o perfil dos educandos, que podem representar uma rica diversidade no que diz respeito à faixa etária, à escolaridade e às experiências de trabalho e especificidades da região onde se encontram. Trabalha na perspectiva de um percurso que combina os conteúdos básicos com a Formação Técnica Geral e a integração entre esta formação inicial e o curso específico de qualificação profissional pelo qual eles optaram. Quanto ao perfil do aluno, há uma característica que é comum entre eles e que pode ser considerada bastante positiva – o objetivo que os trouxe a este curso. Todos estão em busca de novas aprendizagens para a inserção ou reinserção no mundo do trabalho. Logo, presume-se que estejam motivados a alcançar esse objetivo e esperançosos de que o caminho a ser percorrido trará mudanças qualitativas para suas vidas. O Livro do Aluno é o espaço onde ele expressa suas ideias, elabora seus textos e suas criações. Ele também é autor. Ao término do curso, os educandos terão, além de um livro de consulta, um rico diário da sua formação. Educador, esperamos que você goste do material e que ele venha de fato ao encontro de suas necessidades e expectativas. Ele está aberto às suas contribuições, de forma a contemplar aspectos específicos da sua região e das diferentes características do grupo. Você irá desempenhar um papel essencial na valorização da autoestima e da autoconfiança dos alunos sob sua responsabilidade. Sua participação será de grande importância para que eles consigam chegar aos seus objetivos e obtenham sucesso nessa jornada de inclusão e cidadania.Bom trabalho!

a equipe de elaboraçãoLaboratório Trabalho & Formação

Carta aos educadores

SUmÁRIO

1. Apresentação coletiva2. Em busca de identidades e afinidades3. Arte, cultura e trabalho4. Sonhos e expectativas de formação profissional5. informação organizada6. Projeto de orientação profissional - POP7. Projeto de orientação profissional8. Trabalho e transformação9. Trabalho e contradição10. A escravidão no Brasil11. Escravidão no trabalho: um problema atual12. Histórias de trabalho13. iniciando os princípios da Formação Técnica Geral14. Referências – Parte 1

1. sociedade e trabalho2. Técnica e culturas3. Técnica e processo histórico4. Técnica, ciência e tecnologia: conceitos que se completam5. Modo de produção e as sociedades6. Processo produtivo7. A organização da produção e do trabalho e suas fases históricas8. Direitos são para todos9. solidariedade10. Princípios da Formação Técnica Geral11. Referências – Parte 2

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PARTE 1: Homem, trabalho e transformação

PARTE 2: Sociedade, técnica e tecnologia

ConHEçA o MATERiAL DiDáTiCoMEToDoLoGiA: EsTRUTURAção iConoGRáFiCA

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1. Organizações econômicas e inserção profissional2. Organizações econômicas na sociedade moderna e cadeias3. Estrutura organizacional e gestão dos recursos4. Gestão estratégica dos recursos organizacionais5. Divisão do trabalho nas organizações econômicas6. Planejamento7. Planejamento, programação e controle da produção / PPCP8. Aprofundando os princípios da Formação Técnica Geral9. Referências – Parte 3

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PARTE 3: organização e gestão dos processos produtivos

152AnExos 1 E 2: iMAGEns DAs ATiViDADEs 2 E 16

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CONhEçA O MATERIAL DIDáTICO

o material de estudo e consulta foi criado levando-se em consideração os conteúdos básicos e os obrigatórios para a composição do livro e, também, o público a que se destina.Foi desenvolvido por solicitação do Ministério de Trabalho e Emprego/ MTE com a finali-dade de unificar o processo educativo, de forma a garantir o cumprimento de normas que tratam desses conteúdos e dos aspectos técnicos presentes no mundo do trabalho.Ao ingressarem no curso de Formação Profissional, esses trabalhadores estão dando um importante passo para ampliar suas oportunidades e seu crescimento pessoal e profissional. É importante que eles encontrem aqui o apoio e o respaldo necessários para persistirem na busca de seus objetivos.

PERCURSO FORmATIVOo percurso formativo dos alunos será desenvolvido sob a ótica de um projeto que se fundamenta na articulação entre os saberes já apropriados pelos alunos e novos conhe-cimentos, a sistematização de conteúdos formais, o desenvolvimento das habilidades e percepção de suas necessidades, sempre buscando uma posição crítica e autônoma na relação com o mundo do trabalho. A proposta, portanto, tem como alicerce o princípio de que o aprendizado deve ter sentido para o aluno, e que este se dá a partir das experi-ências e vivências que este educando traz.A formação profissional leva em conta as condições atuais do mundo do trabalho, tendo como principais componentes:■ os Conteúdos Básicos e obrigatórios;■ a Formação Técnica Geral (FTG)■ o Projeto de Orientação Profissional – POP

CONTEÚDOS BÁSICOS E OBRIGATÓRIOS E FORmAÇÃO TÉCNICA GERALTratar os Conteúdos Básicos e obrigatórios e a Formação Técnica Geral, de forma articu-lada, tem como objetivo desenvolver um processo educativo na perspectiva da formação integral. Toma por base o domínio mais geral das vivências e práticas educativas e labo-rais pelos trabalhadores, ressignificando-as, para revelar os saberes técnicos comuns a elas, orientados por concepções teóricas presentes em toda atividade humana produtiva.Tal construção ocorre por meio de um percurso formativo em que o mundo do trabalho é apresentado em sua lógica estruturante - o processo produtivo – combinado com os ele-mentos básicos do conhecimento humano – linguagem e raciocínio lógico e as demandas sociais como respeito ao meio ambiente, promoção da saúde, e cidadania, entre outros.

PROJETO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONALO Projeto de Orientação Profissional – POP, atividade complementar que dialoga com o material didático, permite a percepção dos alunos em relação a seu desenvolvimento. sis-tematiza práticas e marcos importantes do seu crescimento profissional e possibilita uma maior clareza na perspectiva de trabalhos futuros.

9QUALiFiCAção PRoFissionAL inCiAL E ConTinUADA

METODOLOGIA – ESTRUTURAçãO ICONOGRáFICA

Ao longo do material, utilizamos alguns ícones que identificam a metodologia aplicada no desenvol-vimento das atividades e, ainda, para dar destaque especial a determinados assuntos.

O que penso, o que sinto – Toda vez que o ícone que representa uma atividade denomi-nada O que penso, o que sinto aparecer é um sinal de que a turma irá realizar uma atividade de reflexão e registro. Esse é um espaço para o trabalho individual, em que o aluno tra-duzirá em texto as suas ideias e reflexões e o que sentiu numa determinada apresentação e no processo de interação que vivenciou. Pode indicar, ainda, a produção de um texto resumindo algum tema já discutido.

Trabalho coletivo – Num processo de aprendizagem, o trabalho coletivo proporciona a troca de saberes e a possibilidade de todos sentirem-se mais à vontade, para expor sua opinião. Por isso, foram incluídas, em vários momentos, atividades ou reflexões em grupo. É interessante que no trabalho em grupo seja escolhido um relator que irá levar as conclusões obtidas para o restante da turma. importa que todos assumam, alternadamente, o papel de relator, uma vez que o exercício de escrita a ser relatado e de sua apresentação contribuem para seu aperfeiçoamento com vistas a sua inserção social e profissional. Esse momento deve ser visto como uma oportunidade para a troca de ideias, a exposição das observações e a escuta de diferentes opiniões do grupo, para a construção coletiva do conhecimento.

Toda vez que o ícone e a chamada – Trabalho coletivo - aparecerem no livro, grupos deverão se formar, conforme a sua orientação, para realizar um trabalho coletivo.

A alternância na composição dos grupos favorece uma socialização mais ampla, já que potencializa a troca e integração da turma, desta forma o trabalho se torna mais produtivo estabelecendo trocas contínuas do está sendo discutido.

se no trabalho individual a autocrítica e a disciplina são fundamentais para a realização de uma atividade, no trabalho em grupo podemos destacar a capacidade de argumentar, de ouvir e aceitar a opinião do outro como pontos fundamentais para a realização satisfatória de uma produção coletiva que promova, de fato, a ampliação de conhecimentos. os dois momentos – trabalho individual e em grupo – são de grande importância e são procedi-mentos que se complementam de modo integrado.

Conversa de todos – Esse ícone indica o momento em que todos irão dar sua opinião, estar atentos à exposição do relator, contribuir com a sua experiência e conhecimentos, ou seja, irão socializar o resultado das discussões no trabalho coletivo e refletir, em conjunto, sobre algum tema ou texto trabalhado antes. É o instante do debate, da reflexão, da opi-nião e da síntese. Alunos e educador interagem, trocam experiências, saberes, abordam o tema proposto sob diferentes focos, ampliando a discussão. A sala de aula é o espaço privilegiado para ele falar o que sabe e esclarecer dúvidas, pois essa troca irá ajudá-lo muito no seu desenvolvimento profissional e intelectual. Para alguns pode, inclusive, ser um ambiente para se vencer a timidez e participar com suas opiniões, num exercício con-tínuo de expressão oral e análise crítica.

FoRMAção TÉCniCA GERAL10

Sistematizando saberes – A proposta desse momento é que o aluno escreva no seu livro, de forma ordenada e coerente, os pontos principais das Conversas de Todos ou dos Tra-balhos coletivos. A ideia é que esse material seja guardado como uma memória do curso, para que ele possa recorrer sempre que precisar. Então, é fundamental que ele registre por escrito o que considerar importante. Além de ser um espaço para resumir as suas conclu-sões, é o momento de exercitar a escrita e estruturar a sua opinião, tendo o registro do momento reflexivo que vivenciou.

Ampliando horizontes – Alguns temas poderão ser destacados nesse espaço para ampliar a visão sobre o tema. As informações complementares serão apresentadas por meio desse espaço.

É, ainda, um momento para aprimorar a leitura, possibilitando a vivência de um aprendi-zado diferente, promovendo a reflexão crítica e a ampliação do vocabulário com novos termos e expressões, permitindo uma melhor interpretação dos textos lidos.

Saiba mais – Esse espaço será usado para ampliar as informações sobre os autores, artistas citados nos textos, suas obras ou um determinado momento histórico importante para o contexto. O saiba mais trará sempre um texto elucidativo e citações para auxiliar na com-preensão do tema tratado.

Você encontrará, ainda, no Livro do Aluno, um espaço dedicado a informações e esclarecimentos sobre termos pouco usados e expressões regionais contidos nos textos. Isso irá favorecer o entendi-mento acerca do assunto abordado e ampliará o vocabulário dos participantes.

11QUALiFiCAção PRoFissionAL inCiAL E ConTinUADA

HUMANIDADE, TRABALHO E RELAÇÕES SOCIAIS

PARTE

ConTEÚDos BásiCos nA FoRMAção TÉCniCA GERAL / Ensino FUnDAMEnTAL14

HoMEM, TRABALHo E TRAnsFoRMAção

ATIVIDADE 1 Apresentação inicial

ATIVIDADE 2 Identidades

ATIVIDADE 3 Comparando expressões artísticas

ATIVIDADE 4 Sonhos e expectativas profissionais

ATIVIDADE 5 Informações profissionais

ATIVIDADE 6 Fazendo e lendo tabelas

ProjETo DE orIEnTAção ProfIssIonAl – PoP fIChA 1

ATIVIDADE 7 Bola pra frente que atrás vem gente

ATIVIDADE 8 Jogo de Queimado

CoMPlEMEnTo – PoP fIChA 1

ATIVIDADE 9 Trabalho e transformação

ATIVIDADE 10 Trabalho e contradição

ATIVIDADE 11 Escravidão e preconceito

ATIVIDADE 12 Lendo o quadro de fiscalização do trabalho escravo

ATIVIDADE 13 Observando um gráfico

ATIVIDADE 14 Histórias e transformações

ATIVIDADE 15 Iniciando os princípios da FTg

ProjETo DE orIEnTAção ProfIssIonAl – PoP fIChA 2

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SUmÁRIODE ATIVIDADES

PARTE 1

15PLAno nACionAL DE QUALiFiCAção

1. Identidades

Desde o início do curso, é importante que os alunos percebam que o trabalho e a comuni-cação são fundamentais nas relações sociais. Por essa razão, as primeiras atividades promo-vem a apresentação dos alunos e a reflexão sobre os seguintes temas: identificação social, identidade pessoal e coletiva, comunicação, integração e interação nas relações de trabalho.

OBJETIVOS

Aluno

▪ Perceber a importância do trabalho e da comunicação no processo de desenvolvimento pessoal e profissional. ▪ Exercitar a expressão pessoal em múltiplas linguagens, especialmente a

oral e a escrita. ▪ Refletir sobre as posturas favoráveis ao bom relacionamento interpessoal. ▪ Reconhecer que o diálogo favorece o processo de aprendizagem e a

construção conjunta de conhecimento. ▪ Perceber que a documentação de identificação pessoal é uma exigência

do Estado para manter o controle social e para possibilitar a reivindicação dos direitos e o cumprimento dos deveres como cidadão. ▪ Compreender o conceito de identidade pessoal e coletiva e como elas se

constituem nas relações sociais. ▪ Refletir sobre as relações interpessoais, compartilhando os objetivos do

grupo.

Educador

▪ Promover a apresentação inicial dos alunos, desencadeando o processo de integração e interação da turma. ▪ Criar um ambiente propício à comunicação dialógica, à troca de infor-

mações e construção de um processo de aprendizagem participativo. ▪ Promover uma reflexão inicial sobre os direitos e deveres do trabalha-

dor, o controle social exercido pelo Estado e a importância dos docu-mentos de identificação na sociedade. ▪ Debater o que significa pertencer a um grupo que se encontra em pro-

cesso de formação, conceituando o que é o processo de integração. ▪ Incentivar o registro das reflexões pessoais no Livro do Aluno. ▪ Motivar a percepção das afinidades e diferenças pessoais e a reflexão

sobre como essas características individuais favorecem a construção de identidades coletivas de trabalho. ▪ Promover a definição dos objetivos comuns da turma, possibilitando a

construção de uma de identidade coletiva.

CONTEÚDOS BÁSICOS E OBRIGATÓRIOS INTEGRADOSComunicação verbal e escrita, leitura e interpretação de texto, direitos humanos, sociais e trabalhistas e relações interpessoais.

Tempo sugerido: Duas horas e trinta minutos

ConTEÚDos BásiCos nA FoRMAção TÉCniCA GERAL / Ensino FUnDAMEnTAL16

HoMEM, TRABALHo E TRAnsFoRMAção

REFLEXÕES SOBRE O TEmAnos primeiros momentos, de qualquer curso, a noção de turma ainda é um tanto vaga para todos. É comum percebermos que os alunos sentem diversas emoções, tais como: o estra-nhamento, a curiosidade, o acanhamento, a solidariedade etc. O educador ao acolher os alunos ameniza as apreensões que são comuns quando o entro-samento entre os participantes ainda não se efetivou, e ao incentivar a apresentação de cada um canaliza a comunicação ampliando-a para todos. Assim, a noção de como será a turma começa a se delinear de modo mais evidente para os alunos. A formação de uma turma é um processo de desenvolvimento gradativo, por essa razão, no início do Livro do Aluno, você encontrará a ficha de pertencimento. Nela cada aluno irá registrar seus dados de identificação, de identidade individual e de identidade da turma. A concepção de como será o grupo de trabalho deve ser uma construção coletiva, para tal, os temas desenvolvidos neste e no próximo capítulo irão remeter-se, em certos momentos, à ficha de pertencimento.As relações interpessoais se efetivam na comunicação em grupo, por isso na Conversa de todos (realizada na Atividade 1 – Quem somos?) solicita-se aos alunos que se expressem uti-lizando diversas linguagens. Quando os alunos percebem que a expressão pessoal se realiza por meio de diferentes linguagens e que todas são relevantes, fica mais fácil compreenderem a importância da comunicação interpessoal no trabalho.Na Atividade 2 – Eu e os outros, a turma irá refletir sobre a satisfação no trabalho, os direi-tos do trabalhador (conteúdo obrigatório) e a dinâmica dialógica, (processo que valoriza as trocas e os diálogos na elaboração do conhecimento), que deve permear os ambientes de trabalho e de aprendizagem (veja os textos de apoio sobre Paulo Freire).O educador pode criar elos de identidade entre os alunos? Ou será que o papel do educador é apenas promover condições para que as identificações de afinidades e diferenças pessoais se realizem?O educador no processo de formação profissional tem a função de impulsionar os proces-sos de aprendizagem, de criar um espaço formativo democrático e de incentivar as relações interpessoais no desenvolvimento do curso.A dinâmica dialógica (processo que valoriza as trocas e os diálogos na elaboração do conhe-cimento), a percepção, aceitação e integração das afinidades e das diferenças pessoais, a troca de saberes, o esforço na construção coletiva de conhecimento da turma irão determi-nar os elos de comunhão e, consequentemente, a qualidade do processo de aprendizagem desencadeado.O aluno, ao perceber a interação como a influência que um exerce sobre o outro e vice-versa, em toda relação social, poderá entender melhor como a sua presença pode contribuir na troca de saberes, informações e vivências que ocorrerão no decorrer do curso, assumindo, assim, uma participação mais ativa e produtiva na construção coletiva do conhecimento.A interação amplia e fortalece a formação de identidades. A criação de identidades propicia a valorização, individual e coletiva, das culturas dos alunos e de suas comunidades, referenda os seus modos de expressão, seus repertórios de ações e posturas, suas experiências grupais, seus ambientes.Ao afirmarem suas identidades, os alunos se assumem como sujeitos históricos, portadores e produtores de conhecimento, e relacionam com maior segurança os conteúdos abordados com suas realidades vividas, concretas.

PARTE 1

17PLAno nACionAL DE QUALiFiCAção

Quem somos?

Eu e os outros

ATIVIDADE 1

Leia com os alunos os dois primeiros pará-grafos do capítulo – Identidades, que desta-cam a importância do curso e a centralidade do trabalho nas relações sociais. os alunos escolheram uma formação espe-cífica e para ingressar nela precisam passar por esta etapa inicial de formação. será que os alunos estão conscientes dos obje-tivos deste curso? Ou será que para eles o curso representa apenas uma etapa obrigatória de aprendizagem a ser cumprida para chegarem onde almejam?Motive os alunos a entenderem melhor como o curso, Conteúdos básicos na trajetó-ria da Formação Técnica Geral, pode contri-buir para sua formação profissional. Nos tex-tos de apoio deste capítulo, você encontrará algumas informações explicitando os pro-pósitos do curso.Destaque o Roteiro de perguntas para apre-sentação, que se encontra em anexo no final do livro, para utilizá-lo na apresentação. A atividade será guiada pelo roteiro de per-guntas e orientada por você.Leia com os alunos o texto que precede a atividade, explique o que é uma Conversa de todos e como a apresentação irá se desen-volver. inicie a atividade se apresentando. Você pode dar exemplos do uso de múltiplas lin-guagens na sua apresentação, o que por certo irá descontrair a turma. Em seguida, responda às perguntas iniciais do roteiro adaptando-as para sua realidade como edu-cador. Responda, também, à primeira per-

gunta sequencial, para que os alunos perce-bam como será o ritmo da apresentação, depois entregue o roteiro para o aluno a sua esquerda, dando continuidade à apresenta-ção. se o número de participantes não for muito grande, você terá tempo para fazer o roteiro de perguntas circular mais de uma vez, assim os alunos poderão se apresentar sob dife-rentes aspectos provocados pelas questões do roteiro.Muitas das perguntas sequenciais foram baseadas na poesia Cântico da rotina, de Ana Miranda (que será lida na atividade pos-terior a esta) com o objetivo de criar um elo entre os temas: a importância da comunica-ção nos grupos de trabalho e os direitos do trabalhador.Encerrada a apresentação, converse com os alunos sobre o que sentiram ao participar da atividade. solicite a opinião de todos, levan-tando questões como: Foi possível conhecer um pouco mais os colegas? As perguntas propostas pelo roteiro eram interessantes?No final da atividade, não se esqueça de apresentar o ícone o que penso, o que sinto. Neste momento, você pode motivá-los à expressão escrita, talvez alguns dos alunos precisem superar dificuldades pessoais nessa forma de comunicação. Procure orientá-los, deixando-os à vontade para irem se adaptando às solicitações de escrita, de modo gradativo, no decorrer do curso. Explique que a ideia nesse ícone é realizar registros de percepções e de aprendizagens, traçando uma memória das aulas.

ATIVIDADE 2

Antes de iniciar a atividade, faça com a turma uma leitura coletiva do Cântico da rotina, de Ana Miranda. Veja o vídeo da formação de formadores (que foi encaminhado para sua instituição),

nele há uma bela interpretação do poema. se puder, passe o vídeo para a turma, após ter realizada a leitura coletiva do poema. A finalidade da atividade é ampliar a percep-ção da centralidade do trabalho nas relações

ConTEÚDos BásiCos nA FoRMAção TÉCniCA GERAL / Ensino FUnDAMEnTAL18

HoMEM, TRABALHo E TRAnsFoRMAção

sociais, provocando o debate sobre os direi-tos do trabalhador e sua realização pessoal.Observe as questões que foram propostas para reflexão coletiva – Todo trabalhador tem direito a dizer o que pensa? Mas o que é dizer o que se pensa?A questão é levantada para possibilitar aos alunos distinguir as posturas espontaneístas das posturas dialógicas e compreender as razões que tornam a postura dialógica mais produtiva, favorecendo o processo de apren-dizagem e contribuindo para a melhoria das relações de trabalho. Os textos de apoio deste capítulo abordam aspectos da teoria dialógica de Paulo Freire que trazem subsí-dios para a fundamentação do debate.Todo trabalhador, ao dizer o que pensa, expõe sua análise de mundo, pois apresenta uma leitura pessoal sobre um ponto de vista da realidade em que se está inserido. É importante que os alunos percebam que o pensamento de uma pessoa é sempre único, mas ele é, também, influenciado e delimi-tado pelo meio social, cultural, econômico e político no qual o indivíduo se relaciona, se forma e vive.O trabalhador, ao expressar o que pensa, pode desencadear em quem o escuta dife-rentes interpretações de seu pensamento. Quando a comunicação entre as pessoas se estabelece de forma equilibrada, ou seja, em condições de liberdade democrática para a exposição de ideias e visões de mundo, num ambiente em que há abertura para contra-

posições de visões diversificadas da reali-dade, cria-se uma dinâmica dialógica que favorece o processo de mútua aprendiza-gem e de construção de novos conhecimen-tos. É importante que percebam que a vivência em grupo exige uma postura atenta de escuta e respeito aos outros e que assumam esta postura na prática grupal, ou seja, uma postura cuidadosa para que o que for dito não afete ou ofenda os sentimentos, crenças e valores de ninguém e nem desrespeite a opinião dos demais. Realize com a turma o fechamento dos prin-cipais aspectos analisados pela turma, des-tacando-os no quadro ou em uma folha de papel. Em seguida, explique a função do ícone Sis-tematizando saberes. É importante que todos percebam que o sis-tematizando saberes é o momento de refle-xão pessoal, de análise e interpretação do que foi debatido em grupo, de revisão e reorganização de conceitos sob o ponto de vista do aluno. A síntese é um processo de autoria que tem por base a vivência do aluno acrescida de novos conhecimentos, resultando em uma reformulação de visão de mundo. O exercí-cio da escrita, análise crítica e síntese, como um produto de autoria, é um processo gra-dativo que irão desenvolver e aperfeiçoar ao longo do curso, e que é primordial no exer-cício de qualquer profissão.

ATIVIDADE 3

Esta atividade fundamenta-se nos textos que a antecedem, sendo estes: Identificação pessoal e social, identidades individuais e identidade coletiva. O texto Identificação pessoal – Quem sou? tem a finalidade de provocar a reflexão sobre a identidade pessoal, apontando perguntas que levem a turma a expressar o que enten-dem por identidade pessoal e, a partir da

visão dos alunos, introduzir os textos que visam organizar e dar sequência à reflexão.O texto Identificação social – Como nos identificam? atende a dois objetivos: o pri-meiro é o de demonstrar que na sociedade atual a identificação documental tem a fun-ção de controle social, pois ela permite o reconhecimento do indivíduo como um cidadão, e o segundo é o de levar o aluno a

PARTE 1

19PLAno nACionAL DE QUALiFiCAção

perceber que o conjunto de documentos sociais retratam a identidade de uma pessoa revelando seus movimentos de desenvolvi-mento pessoal e profissional.o controle social do Estado se efetiva atra-vés de registros numéricos, fotográficos, de dados de origens e digitais que são inseri-dos nos documentos, permitindo ao governo exigir o cumprimento de deveres, tais como: registrar o nascimento de filhos, votar nas eleições, respeitar as leis e não cometer infrações, pagar impostos etc. Assim como possibilita o acesso aos serviços públicos de saúde, educação, formação profissional e ao mercado de trabalho.Ao lermos os documentos de um indivíduo podemos ver informações importantes sobre sua vida, do nascimento até sua morte, sendo necessários para a inserção no traba-lho os certificados de formação escolar e profissional.O texto Identidades individuais – Como sou? tem a finalidade de demonstrar como a identidade individual de uma pessoa se constituiu em constante transformação. Leia o texto com os alunos, dando e solici-tando exemplos. Em seguida, peça aos alunos que encontrem a ficha de pertencimento (que se encontra no início do livro), orientando-os para que preencham na ficha os dados destacados em Minha identificação e em Minha identi-dade, neste subtítulo eles irão preencher apenas o item Meu jeito de ser: como eu sou. (O item sequente – Meu sonho é – deverá ser preenchido quando você for tra-balhar com a turma o capítulo sonhos e expectativas profissionais). A identidade de uma pessoa é o modo como ela se vê, portanto o aluno pode optar por colocar na ficha uma foto pessoal, ou fazer um autorretrato. no item Meu jeito de ser: como eu sou, o aluno vai definir com se vê. Esclareça que o modo de ser não é o tipo físico da pessoa, por exemplo: alto, gordo

etc., mas se refere ao tipo de personalidade e visão de mundo, por exemplo: comunica-tivo, crítico, calmo, fofoqueiro, solidário etcAvise aos alunos para preencherem a ficha a lápis, pois poderão, no decorrer do curso, modificar o que desejarem. Explique que os demais itens serão preenchidos no próximo capítulo.O texto Identidades coletivas – Como somos? tem o objetivo de destacar a importância da interação nas relações sociais e a sua função formativa na construção das identidades pes-soais, coletivas e profissionais.Você pode enriquecer a reflexão sobre iden-tidade profissional levantando algumas questões, por exemplo: ■ Os professores têm uma identidade profis-sional?■ Que outras profissões vocês conhecem que têm uma identidade profissional bem evidente?■ Como será a identidade profissional da pro-fissão na qual estão se preparando para desenvolver?inicie a atividade lendo com os alunos o que ela propõe. Em seguida, distribua uma folha de papel para cada aluno, a fim de que pos-sam escrever o interesse e o objetivo que consideram comum a todos.Passe para um papel pardo ou para o qua-dro da sala de aula o esquema de síntese do debate, transcrevendo nele as contribuições textuais dos alunos.Perfil e objetivos da turma

interesses, afinidades e diferenças

Aspectos Marcantes

objetivos Comuns

ConTEÚDos BásiCos nA FoRMAção TÉCniCA GERAL / Ensino FUnDAMEnTAL20

HoMEM, TRABALHo E TRAnsFoRMAção

Provoque, então, o debate sobre a seguinte questão: É possível estabelecer uma identi-dade coletiva a partir do perfil que construí-ram? Motive-os a justificarem suas opiniões.incentive-os a criar uma frase que repre-sente os objetivos da turma. Lembre que há um espaço na ficha de pertencimento do livro do aluno, no subtítulo identidade da turma, para que coloquem o objetivo da turma criado coletivamente.Em seguida, solicite que cada um pense em uma palavra que represente a ideia que tem sobre a turma, e que digam, um a um, rapi-

damente, a palavra que escolheram. Depois de todos terem se expressado, pergunte à turma se alguma dessas palavras pode ser escolhida para dar nome à turma. Lembre que há um espaço na ficha de per-tencimento do livro do aluno, no subtítulo identidade da turma, no qual os alunos devem transcrever o nome da turma.A ficha de pertencimento está quase com-pleta, os únicos itens que faltaram, que se referem aos sonhos, serão completados no próximo capítulo.

TEXTO DE APOIO Sobre o Plano Nacional de Qualificação e o curso Conteúdos Básicos Uma Política Pública de Qualificação, que venha se afirmar como um fator de inclusão social, de desenvol vimento econômico, com geração de trabalho e distribuição de renda, deve nortear-se por uma concepção de qualificação entendida como uma construção social (...) Nesses termos, a qualificação profissional, como uma complexa construção social, inclui, necessariamente, uma dimensão pedagógica, ao mesmo tempo em que não se restringe a uma ação educativa, nem muito menos a um processo educativo de caráter exclusiva-mente técnico. Por outro lado, quanto mais associada estiver a uma visão educativa que a tome como um direito de cidadania, mais poderá contribuir para a democratização das relações de trabalho e para imprimir um caráter social e participativo ao modelo de desen-volvimento. (PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO – PNQ, 2003-2007) O Plano Nacional de Qualificação (PNQ), elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, articula as dimensões do trabalho, da educação e do desenvolvimento nos Planos Territoriais de Qualificação (PlanTeQs) e nos de Planos Setoriais de Qualificação (PlanSeQs), ofertando aos trabalhadores ações de educação profissional inicial e conti-nuada.Os cursos ofertados neste plano têm duas dimensões que se complementam: uma dimensão básica (inicial e conteúdos básicos e obrigatórios) e uma dimensão específica (técnica). o total de carga horária (inicial e técnica) não pode ser menor do que 80 horas e dever ter uma média de 200 horas. A qualidade pedagógica é um dos requisitos fundamentais para a seleção e a avaliação das entidades que desenvolvem ações de qualificação social e profissional. De acordo com o Termo de Referência no 575, aprovado pelo CoDEFAT em 28 de abril de 2008, a qualidade pedagógica deve incluir de forma integrada os conteúdos indicados, sem prejuízo de outros que se definam em função da realidade local, das necessidades dos/as trabalhadores/as, do desenvolvimento do território, do mercado de trabalho e do perfil da população a ser atendida.

PARTE 1

21PLAno nACionAL DE QUALiFiCAção

Conteúdos básicos: comunicação verbal e escrita, leitura e compreensão de texto e raciocínio lógico matemático.Conteúdos obrigatórios: saúde e segurança no trabalho, educação ambiental, direitos humanos, sociais e trabalhistas, relações interpessoais no trabalho, informação e orien-tação profissional.Educador, note que esses são os conteúdos exigidos para a formação inicial, a norma especifica, também, quais são os conteúdos obrigatórios dos cursos de qualificação con-tinuada. Verifique quais são, pesquisando o termo citado. O curso Conteúdos básicos na trajetória da Formação Técnica Geral tem a finalidade de propor uma metodologia formativa e unificar o processo educativo, de forma a garantir o cumprimento de normas que tratam desses conteúdos e dos aspectos técnicos presentes no mundo do trabalho.No início do Livro do Educador, você encontra informações complementares sobre a Formação Técnica Geral e do Projeto de Orientação Profissional – POP.

Reflexões sobre a função do educador e a importância da linguagem no processo pedagógicoPaulo Freire transformou radicalmente a prática pedagógica com seu método, sua con-tribuição teórica e sua prática de ensino, ele se dedicou ao ensino de jovens e adultos valorizando seus saberes, suas culturas e suas práticas de trabalho. Em sua teoria, destaca a centralidade do trabalho e a importância da comunicação no processo de aprendizagem, para ele o conceito de diálogo é fundamental no processo educacional.Ao refletir sobre sua prática (seu trabalho cotidiano) e atuar sobre ela, homens e mulheres necessitam comunicar-se. Dialogar é atuar e pensar como sujeitos e permitir que outras pessoas sejam sujeitos críticos. Na concepção de Paulo Freire, o diálogo é uma relação horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança, fé e confiança. (...) Em sua obra, teoria, método e prática formam um todo, guiado pelo princípio da relação entre o conhecimento e o conhecedor, constituindo, portanto, uma teoria do conhecimento e uma antropologia nas quais o saber tem um papel emancipador.Para pôr em prática o diálogo, o educador não pode se colocar na posição ingênua de quem se pretende detentor de todo o saber, mas deve se colocar na posição humilde de quem sabe que não sabe tudo, reconhecendo que o educando é alguém que tem toda uma experiência de vida e por isso também é portador de um saber.

Esquema do diálogo

A com B = comunicação A com B = intercomunicação Matriz = amor, esperança, fé e confiança, crítica.

ConTEÚDos BásiCos nA FoRMAção TÉCniCA GERAL / Ensino FUnDAMEnTAL22

HoMEM, TRABALHo E TRAnsFoRMAção

CONSIDERAÇÕES:

PARTE 1

23PLAno nACionAL DE QUALiFiCAção

2. Identidades

Desde o início do curso, é importante que os alunos percebam que o trabalho e a comuni-cação são fundamentais nas relações sociais. Por essa razão, as primeiras atividades promo-vem a apresentação dos alunos e a reflexão sobre os seguintes temas: identificação social, identidade pessoal e coletiva, comunicação, integração e interação nas relações de trabalho.

OBJETIVOS

Aluno

▪ Perceber a importância do trabalho e da comunicação no processo de desenvolvimento pessoal e profissional. ▪ Exercitar a expressão pessoal em múltiplas linguagens, especialmente a

oral e a escrita. ▪ Refletir sobre as posturas favoráveis ao bom relacionamento interpessoal. ▪ Reconhecer que o diálogo favorece o processo de aprendizagem e a

construção conjunta de conhecimento. ▪ Perceber que a documentação de identificação pessoal é uma exigência

do Estado para manter o controle social e para possibilitar a reivindicação dos direitos e o cumprimento dos deveres como cidadão. ▪ Compreender o conceito de identidade pessoal e coletiva e como elas se

constituem nas relações sociais.

Educador

▪ Destacar a importância do trabalho e da comunicação nas relações humanas. ▪ Promover a apresentação inicial dos alunos, desencadeando o processo

de integração e interação da turma. ▪ Criar um ambiente propício à comunicação dialógica, à troca de infor-

mações e construção de um processo de aprendiPropiciar a identificação das múltiplas linguagens utilizadas nas relações humanas.

CONTEÚDOS BÁSICOS E OBRIGATÓRIOS INTEGRADOSComunicação verbal e escrita, leitura e interpretação de texto, direitos humanos, sociais e trabalhistas e relações interpessoais.

REFLEXÕES SOBRE O TEmAnos primeiros momentos, de qualquer curso, a noção de turma ainda é um tanto vaga para todos. É comum percebermos que os alunos sentem diversas emoções, tais como: o estra-nhamento, a curiosidade, o acanhamento, a solidariedade etc. O educador ao acolher os alunos ameniza as apreensões que são comuns quando o entro-samento entre os participantes ainda não se efetivou, e ao incentivar a apresentação de cada um canaliza a comunicação ampliando-a para todos. Assim, a noção de como será a turma começa a se delinear de modo mais evidente para os alunos.

Tempo sugerido: Duas horas e trinta minutos

realização: