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FUNÇÃO E ATUAÇÃO DO PEDAGOGO: UMA REFLEXÃO A … · Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica - Lei Complementar n. 103/2004 – Paraná (2004), as

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FUNÇÃO E ATUAÇÃO DO PEDAGOGO: UMA REFLEXÃO A PARTIR DO COLÉGIO ESTADUAL MONTEIRO LOBATO

Neusa Leonel 1

Ednéia Regina Rossi2

RESUMO

O presente artigo tem como propósito contribuir com o debate acerca da função do professor pedagogo no cotidiano das práticas escolares, em particular do Colégio Estadual Monteiro Lobato, do município de Umuarama. A construção desta reflexão se fará por meio da análise das atividades desempenhadas por este profissional no interior da escola e confrontando-as com as preceituadas na legislação educacional nacional e paranaense. A pesquisa organizou-se, primeiramente, a partir da análise da construção do perfil deste profissional, contida na legislação Brasileira e Paranaense, de forma a evidenciar a Identidade deste profissional, bem como sua especificidade e função no contexto escolar. Em segundo lugar, o trabalho foi direcionado para a coleta de dados, que se deu por meio de questionário aberto, com questões dirigidas a pedagogos e docentes do colégio pesquisado. As questões abordaram, especificamente, sobre a função e atuação deste profissional no referido colégio. Os dados coletados evidenciaram que há um consenso entre os pedagogos no que diz respeito ao que deveria ser sua real função, entretanto, na prática cotidiana, enfrentam dificuldades para executá-la, tendo em vista a diversidade de tarefas que lhes são cobradas, de cunho pedagógico ou não, e que ocupam a maior parte de seu tempo. A pesquisa revelou que existe uma certa desinformação, por parte de alguns profissionais da educação, sobre a função do pedagogo, isso se alia à falta de profissionais para desempenhar as diversas funções que a demanda educacional exige, o que sobrecarrega o trabalho do pedagogo, levando-o a secundarizar e a descaracterizar sua função.

Palavras-chave: professor pedagogo; identidade profissional; função e atuação.

1 Professora da Rede Pública Estadual do Paraná – Participante do PDE – 2010.

2 Professora Orientadora da Universidade Estadual de Maringá.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta os resultados da pesquisa do trabalho final do

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, a qual realizou-se em dois

momentos distintos. Primeiro, a revisão bibliográfica sobre o temática e a análise

das normativas que regulamentam o perfil deste profissional, possibilitou elaborar

um relato histórico da trajetória do pedagogo, na tentativa de suscitar uma reflexão

sobre a função e a identidade desse profissional no contexto da escola pública do

Paraná. No segundo momento, aplicou-se um questionário aberto, para coleta de

dados, em dois segmentos do Colégio Estadual Monteiro Lobato, visando investigar

o conhecimento e o pensamento sobre a função e prática do professor pedagogo no

cotidiano escolar.

Pretende-se que este artigo contribua com a reflexão acerca da função do

Professor Pedagogo na escola pública e a importância deste profissional para a

educação. Tendo em vista as várias possibilidades de discussão sobre a temática,

optou-se por refletir sobre uma suposta perda de identidade profissional do

pedagogo imposta, principalmente, pela falta de profissionais para desempenhar as

diversas funções que a demanda educacional pública exige na atualidade.

É importante recuperar a trajetória histórica do Pedagogo no espaço escolar,

cujo início se deu em meados do século XX, final da década de 1930, porém sem

função específica, até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDB n. 4024/61, que instituiu a formação dos Orientadores em Educação,

a qual foi posteriormente foi reorganizada pela Lei n. 5540/68, como especialistas de

múltiplas funções: Supervisor Escolar, Orientador Educacional, Administrador

Escolar, Inspetor Escolar, dentre outros.

De 1968 até os dias de hoje muitas alterações se efetivaram, contudo a

dificuldade de estabelecer um perfil para o pedagogo permanece. Este profissional

tem, em sua formação, os ranços da própria história de sua função e identidade,

além da vulnerabilidade das diversas políticas educacionais. É possível perceber,

também, que nem mesmo para o curso de graduação em Pedagogia está

suficientemente clara a definição da identidade e da função específica do pedagogo

na escola.

No Estado do Paraná, no exercício de sua profissão, com a instituição do

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Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica - Lei

Complementar n. 103/2004 – Paraná (2004), as funções de especialistas como

supervisor e orientador educacional foram unificadas, passando a ser denominada

de Equipe Pedagógica, cargo ocupado especificamente pelo “Professor Pedagogo”,

termo adotado pelo Estado do Paraná.

A diversidade de atividades desempenhadas pelo pedagogo ao longo do

tempo, acabou por, historicamente, descaracterizá-lo dentro do contexto escolar,

provocando dúvidas entre os envolvidos no processo educativo, sobre qual seria a

função específica deste profissional na escola.

Assim, buscou-se evidenciar os problemas e as dificuldades de maior

relevância enfrentadas pelos pedagogos no dia a dia escolar, refletindo sobre as

mesmas. Para isso, foi imperioso buscar subsídios teóricos que fundamentassem a

prática do pedagogo na escola, contribuindo para um maior embasamento na

formulação de uma proposta de implementação prática junto aos pedagogos e

docentes do Colégio Estadual Monteiro Lobato, no município de Umuarama.

Aplicou-se questionário aberto e específico para os pedagogos, com quatro

questões pertinentes à sua função e da mesma forma um questionário com cinco

questões abertas para os docentes, apenas do Ensino Fundamental, para investigar

a visão que os mesmos têm sobre a função e atuação do professor pedagogo no

Colégio.

A pesquisa realizada revela uma insatisfação existente entre os profissionais

da área, causada pela diversidade de tarefas desempenhadas pelos pedagogos na

escola, de cunho pedagógico ou não; falta de conhecimento por parte de alguns

docentes sobre a real função do pedagogo, bem como a falta de profissionais para

realizar as outras atividades, demandadas pelo Colégio, que acabam

sobrecarregando o pedagogo, impedindo-o de desempenhar com qualidade a sua

atribuição primordial que é oferecer suporte pedagógico aos professores para que

juntos possam garantir êxito ao processo ensino-aprendizagem.

É importante ressaltar, ainda, a importância do trabalho do pedagogo no

espaço escolar, vivenciada durante o Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE, para a elevação da qualidade na educação. Também ficou evidente as

dificuldades vividas pelo pedagogo no desempenho da função, dentre elas: a

carência de funcionários para desempenhar as diversas funções demandadas na

escola hoje; a falta de conhecimento por parte do próprio pedagogo, dos professores

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e da comunidade escolar com relação a sua real função; o acúmulo de tarefas

paralelas e/ou secundárias que ocorrem por falta de planejamento das ações diárias

da escola, de forma a não permitir a prática pedagógica em conformidade com as

atribuições descritas no Edital de concurso.

2. A TRAJETÓRIA DO PROFESSOR PEDAGOGO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

E PARANAENSE

Para discutir o perfil profissional do pedagogo, sua função e atuação no

espaço escolar, foi preciso fazer uma breve retomada histórica com o propósito de

analisar a caminhada do pedagogo, que devido às mudanças na legislação foi

marcada por diversas alterações de atribuições e competências, revelando muitos

percalços na construção da identidade deste profissional no espaço escolar.

O surgimento do pedagogo nas escolas brasileiras deu-se em meados do

século XX. Desde então, muitos papéis foram designados a esse profissional, devido

às várias mudanças na legislação educacional que alteraram a organização do

trabalho pedagógico no interior da escola.

Por meio do Decreto n.1190/39, foi criado o curso de pedagogia no Brasil,

que se formavam, em três anos, os bacharéis denominados de “técnicos em

educação” e, se cursassem mais um ano (curso de didática), passavam a ser

detentores de diploma de licenciados, para atuarem como professores da Escola

Normal. No entanto, não ficou clara a definição do campo profissional do bacharel

em pedagogia, bem como sua especificidade e função.

Nos anos 60, com a homologação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional - LDB n. 4024/61, a educação brasileira foi padronizada e

instruía em seu artigo 62 sobre a formação dos orientadores em educação,

classificando-os em dois tipos: os do ensino médio (art. 63) e os do ensino primário

(art. 64).

Esta Lei trouxe, em seu escopo, uma visão profissionalizante, e conforme

Parecer n.251/62 do Conselho Federal de Educação – CFE, o curso assume a

formação tanto do técnico em educação quanto a do professor das disciplinas

pedagógicas do curso normal. Assim, o curso passa a formar bacharel inclui, de

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maneira vaga, a formação de especialistas. O Parecer faz referência a este

profissional como “técnico de educação”, “especialista de educação”,

“administradores e demais especialistas em educação”, ou ainda “profissional”

destinado às funções não docentes do setor de educação, contudo, não faz menção

ao campo de trabalho do profissional quando se trata do técnico ou dos especialistas

de educação.

Em 1962, ocorre a primeira reforma do curso de pedagogia em decorrência

das exigências da LDB n. 4024/61, porém, esse quadro permaneceu estável até

1969, e por determinação da Lei n. 5540/68, artigo 30, foi reorganizada a formação e

abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura, sendo criadas as “habilitações”.

O curso passou a formar, prioritariamente, os “especialistas em educação”

(supervisão escolar, orientador educacional, administrador escolar, inspetor escolar,

etc.). Porém, a regulamentação do exercício da profissão de orientador educacional

só foi definida com a homologação da Lei da Reforma Universitária n. 5564/68.

No ano seguinte, na tentativa de superar as falhas do curso de pedagogia,

foi instituído o Parecer n. 252/69 que, incorporado à Resolução n. 02/69 – CFE fixou

os conteúdos mínimos e a duração para o curso de graduação. Com isso, buscava-

se solucionar a carência da identidade do pedagogo à medida que direcionava sua

atuação e determinava que o único título a ser conferido pelo curso de pedagogia

passava a ser o de licenciado, formando então os professores para o ensino normal

e os especialistas para as atividades de orientação, supervisão, administração e

inspeção no âmbito das escolas e sistemas escolares (SILVA, 2006, p.25 e 26).

Contudo, o referido Parecer regulamentava a estrutura curricular do curso, porém

continuava a indefinição com relação à especificidade e a identidade do profissional

formado em pedagogia.

No início dos anos 70, desencadeou um movimento para redefinição do

curso de pedagogia, questionando sua identidade e a do profissional pedagogo.

Nesse período, é implantada a segunda LDB n. 5692/71, que fixava as Diretrizes e

Bases do Ensino de 1º e 2º graus e instituía em seu artigo 10, a obrigatoriedade da

“Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional, em cooperação com

os professores a família e a comunidade” (BRASIL LDB n. 5692/71). Em

decorrência, passou-se a exigir das orientadoras educacionais atividades voltadas à

psicologia, que envolvia aconselhamento vocacional ou profissional e desta forma o

orientador educacional assumia a função de orientação terapêutica e psicológica,

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cabendo a ele dar conselhos aos alunos e ajustá-los ao modelo de família, de escola

e de sociedade.

É preocupante a constatação de que as mudanças ocorridas na legislação

referentes ao curso de pedagogia, até a década de 1990, foram inócuas, no que

tange à definição de sua identidade e a função específica do profissional formado

nesta área.

A legislação dos cursos de formação de professores e especialistas vigorou

por cerca de 30 anos, de 1969 até a aprovação da LDB n. 9394/96. Esta Lei

procurou reorganizar o sistema de ensino brasileiro com a regulamentação das

áreas de formação de professores, de gestão escolar e nas áreas do currículo.

Em 1996, com a implantação da LDB n. 9394, e de acordo com Resolução

n. 01/06 - CNE/CP, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais, o curso de

Licenciatura em Pedagogia, destina-se à:

formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, RESOLUÇÃO CNE/CP N. 01/2006, p.2).

A LDB n. 9394/96, também normatiza as habilitações dos especialistas em

educação, abrindo a possibilidade para graduados em outros cursos, que não

pedagogia, a exercerem esta função. Vejamos:

Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base nacional comum. (BRASIL, LDBEN n. 9394, 1996).

É importante ressaltar que o modelo de formação previsto no Parecer n.

252/69 permaneceu em vigor até 2005, quando então foi definido as novas diretrizes

nacionais para o curso de pedagogia.

De acordo com a Resolução n. 01/2006 – CNE/CP, que instituiu as Diretrizes

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Curriculares Nacionais, define que o pedagogo é um profissional habilitado para

atuar como docente na Educação Infantil, nas Séries Iniciais do ensino

Fundamental, nas disciplinas de formação pedagógica do Ensino Médio, na

organização e gestão de sistemas, unidades, projetos educacionais (escolares e não

escolares) e na produção e difusão do conhecimento nas diversas áreas da

educação.

Para Libâneo (2004) a formação do pedagogo é generalista, pois esse

profissional exerce as funções de especialista, professor e gestor escolar.

As alterações nas normativas, que definem a formação inicial e o perfil

profissional do pedagogo, podem ser percebidas nas mudanças ocorridas no seu

campo de atuação.

No Estado do Paraná, por exemplo, na década de 90, o orientador

educacional teve sua função assegurada no interior da escola pública e na ausência

deste profissional, a demanda permanecia em aberto porque não poderia ser

suprida com profissionais de outras áreas.

A partir do ano 2000, com a Resolução n. 3651/2000, da Secretária de

Estado da Educação - SEED, as funções de Orientador Educacional e Supervisor

Educacional foram unificadas, sendo redefinidas com a denominação de “Equipe

Pedagógica”.

Em 2004 é instituída a Lei Complementar n.103/2004 – Paraná, que trata do

Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, e

estabelece no inciso V do Art. 4º, o conceito fundamental de professor, alterando a

nomenclatura dos especialistas. A partir daí, as funções dos especialistas,

supervisor e orientador educacional foram unificadas, passando a ser equipe

pedagógica, cargo a ser ocupado pelo professor pedagogo, termo adotado pelo

Estado do Paraná.

Diante deste novo contexto, surge uma nova realidade e as tarefas que até

então eram realizadas pelo orientador ou supervisor, passaram a ser desenvolvidas

pelo professor pedagogo.

Porém, em 2004, por meio do Edital n. 37/2004 – Paraná (2004), a SEED

redefine as Atividades do Cargo do Professor Pedagogo nos Estabelecimentos de

Ensino de Educação Infantil, Educação Profissional, Ensino Fundamental e Ensino

Médio da rede estadual do Paraná.

Em 2007, a SEED, por meio do Edital n.10/2007 – GS/SEED, ao normatizar

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a realização do concurso público para o cargo de professor pedagogo, descreve as

atividades inerentes ao cargo deste profissional nos estabelecimentos de ensino da

rede pública estadual sendo:

Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto

Político-Pedagógico - PPP e do Plano de Ação da Escola;

Coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica

Curricular – PPC da Escola a partir das Políticas Educacionais da SEED/PR

e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para

reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e

para a elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola;

Participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico

escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da

educação escolar;

Sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação

do processo ensino e aprendizagem de modo a garantir o atendimento as

necessidades do educando;

Participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os

profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como

finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;

Analisar as propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na

escola, observando a legislação educacional em vigor e o Estatuto da

Criança e do Adolescente, como fundamentos da prática educativa;

Coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do PPP e da

PPC da Escola, intervindo na elaboração do calendário letivo, na formação

de turmas, na definição e distribuição do horário semanal das aulas e

disciplinas, da hora-atividade, no preenchimento do Livro Registro de Classe

de acordo com as Instruções Normativas da SEED e em outras atividades

que interfiram diretamente na realização do trabalho pedagógico;

Coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas

a partir de critérios legais, pedagógicos e didáticos e da PPC da Escola;

Organizar e acompanhar a avaliação do trabalho pedagógico escolar pela

comunidade interna e externa;

Apresentar propostas, alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o

desenvolvimento e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar,

conforme o PPP, a PPC, o Plano de Ação da Escola e as Políticas

Educacionais da SEED;

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Coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção

de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir

da PPC e do PPP da escola;

Participar da organização pedagógica da biblioteca, assim como do

processo de aquisição de livros e periódicos;

Orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto

ao coletivo de professores da escola;

Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores

da escola, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência,

debates e oficinas pedagógicas;

Organizar a hora-atividade do coletivo de professores da escola, de maneira

a garantir que esse espaço-tempo seja utilizado em função do processo

pedagógico desenvolvido em sala de aula;

Atuar, junto ao coletivo de professores, na elaboração de propostas de

recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem

identificadas em sala de aula, de modo a garantir as condições básicas para

efetivação do processo de socialização e apropriação do conhecimento

científico;

Organizar a realização dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um

processo coletivo de formulação do trabalho pedagógico desenvolvido pela

escola e em sala de aula, além de coordenar a elaboração de propostas de

intervenção decorrentes desse processo;

Informar ao coletivo da comunidade escolar os dados do aproveitamento

escolar;

Coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do

Regimento Escolar, garantindo a participação democrática de toda a

comunidade escolar;

Orientar a comunidade escolar na proposição e construção de um processo

pedagógico numa perspectiva transformadora;

Ampliar os espaços de participação, de democratização das relações, de

acesso ao saber da comunidade escolar;

Participar do Conselho Escolar, subsidiando teórica e metodologicamente

as discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho

pedagógico escolar;

Propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e sua

participação nos diversos momentos e órgãos colegiados da escola;

Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas

as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação

do compromisso ético-político com todas as categorias e classes sociais

(PARANÁ, EDITAL GS/SEED N.10/2007, p. 2-3).

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Observa-se que apesar dos avanços nas políticas educacionais do Estado, o

pedagogo continua exercendo diferentes funções, assumindo tarefas pertinentes ou

não a sua função, porque na maioria das vezes desconhece as atribuições que

foram estabelecidas no próprio edital do concurso que o legitimou no cargo, ficando

a serviço da direção para resolver problemas emergenciais do cotidiano escolar.

Atitude ingênua seria pensar que a identidade e a função do professor

pedagogo na escola pública serão resgatadas sem a interferência de políticas

educacionais ou que essas prerrogativas serão respeitadas apenas pela

participação e compromisso do professor pedagogo. É necessário que haja

mobilizações e ações de rupturas, seguidas de qualificação profissional por meio de

cursos de capacitação, encontros com profissionais da área, e que a escola realize

de fato, um trabalho coletivo, democrático e com a participação de todos os

envolvidos no processo educativo, onde finalmente cada profissional poderá

direcionar no seu plano de trabalho as ações específicas de sua função.

2.1. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGAGÓGICA

NO COLÉGIO ESTADUAL MONTEIRO LOBATO

A construção do projeto de intervenção pedagógica foi respaldada na

análise dos dados coletados nas entrevistas com 05 (cinco) Professores Pedagogos

e 30 (trinta) docentes das Séries Finais do Ensino Fundamental do Colégio Estadual

Monteiro Lobato – EFM, atuantes no período matutino e vespertino. O questionário

teve como objetivo identificar a visão que os próprios pedagogos têm sobre sua

função e prática cotidiana no espaço escolar e investigar, também, qual a visão que

os docentes têm sobre a função relacionada à prática do professor pedagogo no

referido estabelecimento de ensino.

2.1.1. Coleta de Dados

Para efetuar a coleta de dados foi elaborado para os professores

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pedagogos e docentes um questionário com questões abertas, onde os mesmos

responderam livremente as perguntas, assim como emitiram suas opiniões sobre a

função e a prática do professor pedagogo no Colégio alvo.

2.1.2. Ações Desenvolvidas

1. Aplicação do questionário aos professores das séries finas do Ensino

Fundamental, durante a Hora Atividade no período da manhã e da tarde;

2. Aplicação do questionário às professoras pedagogos atuante nos turnos manhã e

tarde;

3. Encontro com os professores pedagogos para a tabulação dos dados da Pesquisa

aplicada aos docentes;

4. Encontro com os professores pedagogas para a categorização das respostas e

fazer um contraponto com o resultado da pesquisa, realizar estudos sobre a função

do pedagogo, tendo como principal material de apoio o Edital n.10/2007 GS/SEED.

5. Reunião com professores pedagogos, tendo como finalidade: Reflexão sobre a

prática diária; análise do atual plano de ação e comparação entre as atribuições que

são específicas ou não; e definir ações que contribuem para a organização do

trabalho pedagógico. Foram utilizados como material de apoio e suporte dessa

etapa os textos do Caderno Pedagógico: Função e Atuação do Pedagogo: Uma

Reflexão a Partir do Colégio Estadual Monteiro Lobato.

6. Apresentação, durante reunião pedagógica, dos resultados da pesquisa aplicada

junto aos docentes e pedagogos do Colégio. Na oportunidade, numa tentativa de

aumentar o conhecimento do pedagogo sobre sua função no contexto atual da

Escola Pública Paranaense e também para esclarecer a todos os profissionais

envolvidos no processo ensino aprendizagem, foi feita a leitura do Edital n.10/2007 –

GS/SEED, o qual relaciona todas as atividades inerentes ao cargo do professor

pedagogo nos estabelecimentos de ensino da rede pública estadual.

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2.1.3. Resultado da pesquisa

No segundo semestre de 2011, realizamos a Intervenção Pedagógica na

escola, na metodologia adotada foi a pesquisa de campo. Aplicou-se um

questionário aberto para coleta de dados em dois segmentos do Colégio Estadual

Monteiro Lobato. Os resultados obtidos dos questionários foram transcritas e

comentadas no desenvolvimento do presente artigo.

O questionário aplicado junto ao segmento dos Professores Pedagogos

versou sobre os seguintes pontos: o entendimento dos mesmos quanto a sua função

e prática no cotidiano escolar; o que é necessário para ser pedagogo na escola

pública hoje; principais dificuldades/problemas encontrados para o desempenho da

função; prática exigida pela comunidade escolar; existência de condições para o

desenvolvimento das atribuições que lhes são exigidas pelos documentos da SEED

e atividades que ocupam a maior parte do tempo do professor pedagogo para

exercer sua função na escola.

Na questão I função do professor pedagogo, responderam: orientar e

organizar o trabalho pedagógico na escola; auxiliar o corpo docente na utilização do

material didático para alcançar um ensino de qualidade; dar suporte metodológico e

acompanhar o trabalho docente; orientar a equipe docente na elaboração do Plano

de Trabalho Docente; revisão periódica do PPP; elaboração de documentos;

disponibilizar metodologias, materiais didáticos e acervo bibliográfico objetivando

aumentar o conhecimento.

Na questão II o que é necessário para ser pedagogo na escola pública hoje

e as principais dificuldades vividas pelo mesmo, foram relacionadas,

respectivamente: ser observador, atencioso, articulador, gostar do que faz, ser

dinâmico, ser persistente, ser paciente e ter clareza da função que exerce;

problemas familiares que refletem negativamente na escola, sobrecarga de trabalho

e atuar fora da função atendendo emergências.

Na questão III foi perguntado se há condições de desenvolver todas as

atribuições exigidas pelos documentos da SEED e por quê? Todos responderam

que não há condições. Os argumentos arrolados foram: grande número de alunos

que o pedagogo atende; grande número de alunos que precisam de muita atenção,

problemas que os alunos vivenciam em casa; excesso de imprevistos do cotidiano

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escolar que retiram o pedagogo constantemente de sua função pedagógica;

atividades (tarefas) secundárias de outros setores e problemas disciplinares dos

alunos provocando o adiamento das questões pedagógicas.

A questão IV solicitou que fossem enumeradas as atividades que ocupam a

maior parte do tempo do pedagogo no cotidiano escolar, ficando assim relacionadas:

reclamação de alunos e de professores; registro de ocorrência; atender alunos que

vem para a escola com problemas de saúde; atendimento de telefone;

encaminhamento de e-mails; preenchimento de fichas controles e planilhas;

intervenção em sala de aula por solicitação do professor motivada por indisciplina;

controlar horários de chegada de alunos em atraso e alunos faltosos; apartar brigas

entre alunos; resolver problemas de agressão física entre alunos; receber

justificativa de faltas feita pelos pais ou responsáveis; resolver problemas de

rendimento escolar com pais ou responsáveis; suprir falta de professores com

atividades docentes.

O questionário aplicado junto ao segmento dos docentes teve por objetivo

evidenciar se, em suas vivências como docentes, o trabalho desenvolvido pelo

pedagogo atendia as suas expectativas e necessidades e qual o entendimento que

os professores possuem acerca da função e da atuação do trabalho do pedagogo..

A questão I buscou investigar qual o entendimento dos docentes quanto a

função do pedagogo na escola. As respostas mais frequentes foram: mediar o

processo ensino-aprendizagem; interagir entre família e escola, educando o

professor para que o processo ocorra; prestar assistência aos alunos, professores e

à família; propor alternativas que visem a redução da evasão escolar e o acesso

para todos à escola, tornando-a igualitária e democrática; acompanhar o trabalho

pedagógico e organizar a documentação pedagógica do Colégio; articular as

práticas pedagógicas; identificar e solucionar problemas na aprendizagem; ajudar o

professor a manter a disciplina na sala de aula; buscar a integração entre escola e a

comunidade; orientar o professor na elaboração do Plano de Trabalho Docente;

direcionar alunos com defasagem para a Sala de Apoio à Aprendizagem e Sala de

Recursos; dar suporte pedagógico ao professor em sala de aula; dar suporte

tecnológico aos docentes; encaminhar estudos e discussões quanto ao aprendizado

e ao desenvolvimento psicológico da fases/idades; auxiliar os educadores

proporcionando-lhes maior criatividade na aplicação das disciplinas.

A questão II intencionou saber como os docentes vêem a atuação do

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pedagogo no ambiente escolar. As respostas evidenciam que o pedagogo é um “faz

de tudo” na escola, vejamos: atende aluno, na maior parte do tempo; com

sobrecarga de trabalho burocrático, fugindo de sua verdadeira função; realizando

tarefas que não são suas e “apagando incêndios” em sala de aula; desenvolvendo

trabalho burocrático e deixando o professor desamparado; como organizador das

práticas pedagógicas no ambiente escolar; com atuação positiva e satisfatória; como

orientador do trabalho docente, oferecendo métodos diferentes que despertam o

interesse do aluno; como elo entre família e escola; como profissional de suma

necessidade na escola, mas que precisa de formação e condições de trabalho

adequados; como profissional importante para o desenvolvimento da aprendizagem;

como profissional que promove o bom relacionamento entre educador e educando;

como peça fundamental para a organização escolar e apoio para a equipe docente;

como aquele que oriente e sana dúvidas; como atuante na parte pedagógica; como

essencial no auxílio ao professor e que resolve conflitos em sala de aula e

problemas de falta (ausência) de alunos; como um trabalhador qualquer.

Sobre a importância do trabalho pedagógico, junto ao trabalho docente, a

questão III revelou as seguintes opiniões dos educadores sobre o mesmo: de suma

importância; próximo ao professor; suporte ao professor; essencial; que troca

informações; mediador junto ao trabalho docente na PPC e PTD, acompanha

conteúdos, metodologias e avaliações; de grande importância, desde que não fique

somente no livro de chamada; que dá orientações pedagógicas quanto à avaliação,

retomadas e recuperação; o que soluciona junto aos professores os problemas de

aprendizagem; é o aprimorador do trabalho docente; o que detêm os métodos e

técnicas de aprendizagem, as quais em parceria com o professor fazem a diferença

na escola; o que tem um olhar diferente para o aluno e conhece meios que o faz

aprender e ajuda o professor a encontrar caminhos diversos para obter êxito na

aprendizagem; que ajuda a alcançar os objetivos propostos pela escola; aquele que

ajuda na aplicação das disciplinas e na elaboração dos documentos da escola; é o

contato entre professores e alunos; o que detecta falhas na aprendizagem; o que

melhora a aprendizagem dos alunos com métodos diferenciados e criatividade; o

que desperta o interesse dos alunos; é um profissional que deixa a desejar na

escola devido às exigências da SEED.

A questão IV verificou, junto aos docentes, quais os momentos que os

mesmos mais solicitam a colaboração do pedagogo e obteve as seguintes

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respostas: quando ocorre indisciplina; para comunicar as faltas dos alunos; em caso

grave de agressão; quando o problema foge do controle; em caso de doença;

quando ocorre perca de avaliação; quando há dificuldades na aprendizagem; na

elaboração do PTD e PPC e quando tem Conselho de classe; para auxiliar na

complementação de conteúdos; para solicitar a presença dos pais quando

necessário; para orientar no preenchimento do livro de chamada; quando há dúvidas

quanto ao método de trabalhar; para solicitar estratégias e metodologias; para

compartilhar experiências; para solucionar desafios; para avaliar alunos especiais;

para a elaboração de materiais didáticos e esclarecer dúvidas; para o preenchimento

de documentos; nunca pede ajuda; não pede ajuda porque não há retorno favorável.

Quanto ao olhar que o professor possui em relação ao trabalho desenvolvido

pelo pedagogo e sua correspondência com as necessidades do trabalho docente,

questão V obteve-se posições diferentes. Dos docentes entrevistados as opiniões

divergiram. Há um grupo que considera que sim, que o trabalho do pedagogo

corresponderia às necessidades do trabalho docente, dentre as justificativas

arroladas encontramos que corresponde: devido aos vários projetos pedagógicos da

escola; pois facilita o trabalho do professor; porque o pedagogo conhece os métodos

e as técnicas utilizadas no processo ensino-aprendizagem; pois ele iria além de suas

atribuições; uma vez que está sempre disposto a ouvir professores e alunos para

tomada de decisão, visando o bom desenvolvimento do processo ensino-

aprendizagem; pois seria o elo entre os profissionais e a comunidade escolar. Deste

grupo dois entrevistados chamam atenção. Embora tenham respondido de forma

afirmativa, ou seja, que o trabalho executado pelo pedagogo corresponderia às suas

necessidades como docentes; um deles afirma não saber exatamente qual é a sua

função no contexto escolar e outro destaca que há uma sobrecarga de trabalho

burocrático e um número insuficiente destes profissionais na escola.

Já, um segundo grupo considera que o trabalho do pedagogo não

corresponderia às suas necessidades como docentes. É importante destacar que,

nas respostas dos entrevistados, o que se observa em suas justificativas não seria

por uma displicência deste profissional no exercício de sua profissão, mas uma

disfunção, um desvirtuamento de seu papel profissional ou uma sobrecarga de

atividades por ele desenvolvida. Vejamos alguns dos argumentos dos entrevistados

do motivo pelo qual consideram que o trabalho do pedagogo não corresponderia às

suas necessidades docentes: o pedagogo estaria muito envolvido com o serviço

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burocrático e o número de profissionais é insuficiente; muito envolvido com

problemas de indisciplina, trabalho com os pais e outros; está envolvido em outras

questões, menos com a de ensino-aprendizagem; ele não desempenha sua

verdadeira função; deveria estar mais voltado ao auxílio do professor; atende

somente alunos e não consegue realizar outras tarefas; está envolvido com

questões paralelas e não pode atender o professor com a devida qualidade.

Convém destacar que alguns outros professores consideram que os

pedagogos atenderiam parcialmente ou em algumas situações específicas às suas

necessidade docentes, para este grupo faltaria muito ainda para que o pedagogo

conseguisse atuar de forma mais efetiva junto aos professores, o pouco que fazem é

realizado com dificuldade, pois seria preciso mais profissionais para que o trabalho

fosse mais produtivo.

Diante dos dados coletados, considera-se que a finalidade da aplicação do

questionário foi atingida, uma vez que tanto os professores quanto a equipe

pedagógica foram prestativos e colaboraram para a realização da pesquisa, isso

contribuiu para reforçar a confiabilidade nas respostas dadas às questões

apresentadas, desta forma foi possível conhecer a visão exata que os pedagogos

têm sobre a sua função e atuação e da mesma forma saber a visão que os docentes

têm em relação à função e atuação do professor pedagogo no interior da escola.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo contribui para problematizar a atuação do professor pedagogo

no exercício de sua função. A gama de atividades solicitadas e demandadas pela

comunidade escolar, no dia a dia, fez com que o mesmo perdesse gradativamente a

sua identidade profissional, tornando-o desconhecido enquanto principal articulador

do Projeto Político Pedagógico, a via responsável pela fluência e êxito de todo o pro-

cesso de desenvolvimento educacional da escola pública. Libâneo (1999) afirma que

“[...] a questão mais relevante, todavia, é o esvaziamento dos estudos sistemáticos

de educação e a descaracterização profissional do pedagogo”.

Diante deste contexto, este trabalho intenciona contribuir com a ampliação e

o aprofundamento da discussão da temática em questão. É possível identificar que

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na trajetória da legislação nacional, que regulamenta esta profissão, a função do pe-

dagogo na escola não se mostrou claramente definida, contribuindo, ainda mais,

para a fragilização da identidade profissional do pedagogo. Contudo, quando nos re-

portamos à política educacional paranaense percebemos uma clara redefinição das

atribuições do pedagogo no espaço escolar, conforme já exposto durante o desen-

volvimento deste artigo.

Está constatação permite considerar que o Estado do Paraná, ao evidenciar

as atribuições deste profissional, contribui para que se resgate a identidade profis-

sional do pedagogo. Contudo, não podemos deixar de destacar que é responsabili-

dade do Estado garantir as condições de trabalho para este profissional. Ao atribuir

para apenas um profissional, o professor pedagogo, os papeis de supervisionar o

trabalho docente e orientar alunos e familiares um destes ou parte destes papeis se

fragilizaram no processo. Pela pesquisa realizada observa-se que as exigências prá-

ticas do dia-a-dia impõem-se as demais atividades. É preciso considerar que os

problemas enfrentados pelas escolas mudaram ou se intensificaram nos últimos

anos. A questão da violência de diferentes ordens, por exemplo, está presente no

cotidiano da escola. Diante deste contexto, sente-se a necessidade que se discuta

outro reordenamento para a gestão escolar atual. Precisamos de um número maior

de profissionais envolvidos com a gestão escolar para que demandas que hoje estão

impossibilitadas de atendimento possam ser contempladas.

Por outro lado, é preciso considerar, também, o que este profissional precisa

fazer para melhorar a sua atuação. Precisamos, urgentemente, de muito estudo, de

um maior comprometimento com a educação pública e de muita reflexão sobre a

prática do pedagogo. As reclamações são importantes, pois revelam uma problemá-

tica. Contudo, é preciso transpô-las. O pedagogo precisa assumir um papel mais

propositivo. Propor outra prática que possa superar os desafios que emergem no

dia-a-dia da escola. Isso exige envolvimento, sensibilidade, ousadia, e, acima de

tudo, acreditar na possibilidade de superação das dificuldades da escola pública de

hoje.

Ao findar este estudo, fica a certeza de que estes momentos de análises e

reflexões possibilitadas pelo PDE é uma oportunidade sem precedentes, um mo-

mento importante na história e na política da educação paranaense. É preciso aten-

tar para que esta oportunidade seja utilizada para a melhoria do contexto de nossas

escolas. É necessário que o professor pedagogo, imbuído de responsabilidade políti-

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ca e social no exercício de sua função, saiba diagnosticar os problemas, muitos até

recorrentes no interior da escola, e da mesma forma propor soluções.

Acreditamos que não existe um modelo ideal de atuação, até por que as

realidades são múltiplas, contudo, há possibilidade de busca, de compromisso e de

melhoria. Neste sentido, reforçamos a necessidade do professor pedagogo estar

constantemente aprendendo, renovando e reformulando sua prática, contribuindo

para que a escola cumpra com sua função educacional.

4. REFERÊNCIAS

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________. Presidente da República. Lei n. 5.540 de 28 de novembro de 1968. Fixa Normas de Organização e Funcionamento do Ensino Superior e sua Articulação com a Escola Média e dá Outras Providências. Brasília: 1968.

________. Ministério da Educação. Conselho Federal de Educação. Parecer n. 252

de 1969. Estabelece o Currículo Mínimo do Curso de Pedagogia. Brasília: 1961.

_______. Presidente da República. Lei n. 5692 de 11 de agosto de 1971. Lei que fixa as Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Brasília: MEC, 1971.

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________. Conselho Nacional da Educação/Conselho Pleno. Resolução n. 1 de 15

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de maio de 2006. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, Licenciatura. Brasília: 2006.

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