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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Núcleo de Ciências Exatas e da Terra Departamento de Biologia NÍVEIS DE METAIS PESADOS EM TECIDOS MUSCULARES DE PEIXES DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MADEIRA EDUARDO ARAUJO DE SOUSA Porto Velho (RO) 2013

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Núcleo de ... · Níveis de metais pesados em tecidos musculares de peixes da bacia hidrográfica do Rio Madeira. / Eduardo Araujo de

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Núcleo de Ciências Exatas e da Terra

Departamento de Biologia

NÍVEIS DE METAIS PESADOS EM TECIDOS MUSCULARES DE PEIXES DA

BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MADEIRA

EDUARDO ARAUJO DE SOUSA

Porto Velho (RO)

2013

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Núcleo de Ciências Exatas e da Terra

Departamento de Biologia

NÍVEIS DE METAIS PESADOS EM TECIDOS MUSCULARES DE PEIXES DA

BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MADEIRA

EDUARDO ARAUJO DE SOUSA

Orientador: Dr. Wanderley Rodrigues Bastos

Área de concentração:

Biogeoquímica Ambiental

Porto Velho (RO)

2013

Monografia apresentada ao Departamento de

Biologia da Fundação Universidade Federal

de Rondônia – UNIR, como parte dos

requisitos para a obtenção do grau de

Bacharel em Ciências Biológicas.

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3

FICHA CATALOGRÁFICA

BIBLIOTECA PROF. ROBERTO DUARTE PIRES

Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11- 549

Sousa, Eduardo Araujo de.

S725n

Níveis de metais pesados em tecidos musculares de peixes da

bacia hidrográfica do Rio Madeira. / Eduardo Araujo de Sousa.

Porto Velho, Rondônia, 2013.

65f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências

Biológicas) – Departamento de Biologia, Núcleo de Ciências Exatas

e da Terra, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto

Velho, Rondônia, 2013.

Orientador: Prof. Dr. Wanderley Rodrigues Bastos.

1. Bioacumulação. 2. Consumo de Peixe. 3. Rio Madeira. 4.

Amazônia. I. Título.

CDU: 573(811.1)

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Núcleo de Ciências Exatas e da Terra

Departamento de Biologia

ATA DE EXAME DE TARABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A banca designada pelo CONDEP de Biologia, sob a coordenação do

orientador Prof. Dr. Wanderley Rodrigues Bastos e os professores MSc Marília

Hauser dos Santos e Dr. Márcio Rodrigues Miranda examinou a monografia “Níveis

de Metais Pesados em Tecidos Musculares de Peixes da Bacia Hidrográfica do

Rio Madeira”, elaborada pelo acadêmico Eduardo Araujo de Sousa e apresentada

como Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Biológicas. Aos 19 dias do mês

de abril de 2013 no período de 14:09hs a 14:41hs o aluno fez a apresentação

pública do trabalho no anfiteatro do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental no

Campus José Ribeiro Filho e debateu com os presentes as questões que foram

levantadas. Após a apreciação sobre o trabalho foi atribuída a média 98 (noventa e

oito) como nota do Trabalho de Conclusão de Curso

________________________________________________ Prof. Dr. Wanderley Rodrigues Bastos - UNIR

(orientador)

________________________________________________ MSc. Marília Hauser dos Santos – UNIR

________________________________________________ Prof. Dr. Márcio Rodrigues Miranda – UNIR/UFRJ

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5

Dedico esta monografia a minha

família e a minha namorada.

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6

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais por me auxiliar e me guiar em direção ao

caminho certo que é o da educação, pois se não fossem por eles certamente o meu

destino seria diferente. Quero também agradecer e muito ao professor Dr.

Wanderley por ter me dado uma chance de trabalhar em seu grupo de pesquisa e

por compartilhar seus conhecimentos comigo e também pela sua paciência em me

orientar.

Não posso também deixar de agradecer ao Igor por me ajudar em dicas sobre o

método utilizado, à Leidiane por me ajudar nas digestões e coleta de amostras de

peixes, ao Walkimar por me ajudar nas análises das inúmeras amostras na absorção

atômica (mais paciente do que eu por sinal), ao prof. Dr. Gil por auxiliar no

tratamento estatístico, à Marília por me ajudar nas planilhas, ao Márcio por me dar

algumas ideias interessantes que por sinal quero usá-las futuramente, à Roberta por

me ajudar e orientar quando iniciei o estágio no laboratório, e aos outros integrantes

do laboratório por proporcionar momentos de descontração e de reflexão também.

Agradecer ao Laboratório de Ictiologia e Pesca coordenado pela profª Drª Carolina

Dória, por ceder as amostras de peixes que utilizei para a construção dessa

monografia. Agradecer também ao consórcio Santo Antônio Energia por custear as

pesquisas realizadas pelo laboratório de Biogeoquímica Ambiental Wolfgang

Christian Pfeiffer.

Agradecer a minha namorada Débora que teve paciência comigo nos momentos em

que estive ausente, também por me dar conselhos valiosos e não deixar eu baixar a

cabeça em momentos de dificuldades. Agradecer aos meus amigos de curso que

foram companheiros comigo e também as minhas amigas do Laboratório de

Mastozoologia, Ravena, Sibely e Sheliane.

Peço desculpas se esqueci de citar alguém aqui, mas quero que todos que torceram

por mim se sintam agradecidos.

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“As descobertas científicas são quase exclusivamente de jovens, porque o ceticismo

ainda não lhes deteve a capacidade de se maravilharem.”

Carl Sagan

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ------------------------------------------------------------------------- 10

LISTA DE TABELAS ------------------------------------------------------------------------- 12

LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E UNIDADES ------------------------------- 13

RESUMO ---------------------------------------------------------------------------------------- 15

ABSTRACT ------------------------------------------------------------------------------------- 16

1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------ 17

1.1 DEFINIÇÃO DE METAIS PESADOS E SEUS COMPORTAMENTOS ----- 17

1.2 PEIXES COMO ALVOS DE METAIS --------------------------------------------------------- 18

1.3 METAIS PESADOS E SUAS RELAÇÕES COM OS ORGANISMOS ------ 19

1.3.1 Cromo ------------------------------------------------------------------------------------ 20

1.3.2 Cobre ------------------------------------------------------------------------------------- 20

1.3.3 Ferro -------------------------------------------------------------------------------------- 20

1.3.4 Manganês ------------------------------------------------------------------------------- 21

1.3.5 Zinco -------------------------------------------------------------------------------------- 21

1.3.6 Mercúrio --------------------------------------------------------------------------------- 22

1.3.7 Níquel ------------------------------------------------------------------------------------- 23

1.3.8 Chumbo ---------------------------------------------------------------------------------- 23

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1.4 HISTÓRICOS DE CONTAMINAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO

RIO MADEIRA --------------------------------------------------------------------------------- 24

2 REVISÃO DE LITERATURA ------------------------------------------------------------ 25

2.1 ESTUDOS SOBRE O MERCÚRIO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

MADEIRA ---------------------------------------------------------------------------------------- 25

2.2 ESTUDOS SOBRE METAIS PESADOS EM PEIXES -------------------------- 26

3 JUSTIFICATIVA ---------------------------------------------------------------------------- 26

4 OBJETIVOS ---------------------------------------------------------------------------------- 27

4.1 OBJETIVO GERAL ---------------------------------------------------------------------- 27

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ---------------------------------------------------------- 27

5 MATERIAIS E MÉTODOS --------------------------------------------------------------- 27

5.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA ---------------------------------------------------------------- 27

5.2 COLETA DAS AMOSTRAS ------------------------------------------------------------ 29

5.3 ESPÉCIES ESTUDADAS -------------------------------------------------------------- 29

5.4 EXTRAÇÃO QUÍMICA PARA MERCÚRIO TOTAL (Hg-T) -------------------- 32

5.5 EXTRAÇÃO QUÍMICA PARA OUTROS METAIS ------------------------------- 33

5.6 GERAÇÃO DE BANCO DE DADOS E TRATAMENTO ESTATÍSTICO --- 34

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO --------------------------------------------------------- 35

7 CONCLUSÕES ------------------------------------------------------------------------------ 51

8 RECOMENDAÇÕES ----------------------------------------------------------------------- 52

9 REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------------------- 52

APÊNDICES ------------------------------------------------------------------------------------ 62

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10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pontos de coleta de peixes para determinação dos níveis de

metais pesados na Bacia Hidrográfica do Rio Madeira. ----------------------------- 28

Figura 2 - Espécies de peixes utilizadas na determinação dos níveis de

metais pesados. -------------------------------------------------------------------------------- 30

Figura 3 - Processo de digestão química e análise de tecidos musculares de

peixes para Hg-Total (Mercúrio Total). --------------------------------------------------- 33

Figura 4 - Processo de digestão química e análise de tecidos musculares de

peixes para análise de metais pesados. ------------------------------------------------- 34

Figura 5 - Concentrações médias de Zn encontradas em cinco espécies

peixes da Bacia Hidrográfica do rio Madeira. ------------------------------------------- 38

Figura 6 - Concentrações médias de Pb encontradas em cinco espécies de

peixes da Bacia Hidrográfica do Rio Madeira. ------------------------------------------ 39

Figura 7 - Concentrações médias de Cu em cinco espécies de peixes da

Bacia Hidrográfica do Rio Madeira. ------------------------------------------------------- 40

Figura 8 - Concentrações médias de Ni em cinco espécies de peixes da Bacia

Hidrográfica do Rio Madeira. ------------------------------------------------------------------------- 41

Figura 9 - Concentrações médias de Hg em cinco espécies de peixes da

Bacia Hidrográfica do Rio Madeira. ------------------------------------------------------- 42

Figura 10 Concentrações médias de Cr em cinco espécies de peixes da

Bacia Hidrográfica do Rio Madeira. ------------------------------------------------------- 43

Figura 11 - Teste de normalidade de Shapiro-Wilk das variáveis jusante e

montante em P. latior. ------------------------------------------------------------------------- 45

Figura 12 - Teste de normalidade de Shapiro-Wilk das variáveis jusante e

montante em T. angulatus. ------------------------------------------------------------------ 45

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Figura 13 - Teste de normalidade de Shapiro-Wilk das variáveis jusante e

montante em S. fasciatus. ------------------------------------------------------------------- 46

Figura 14 - Concentrações de cromo em P. latior a jusante e a montante da

UHE Santo Antônio e valores do teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney (WMW). 47

Figura 15 - Concentrações de cromo em T.angulatus a jusante e a montante

da UHE Santo Antônio e valores do teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney

(WMW). ------------------------------------------------------------------------------------------- 47

Figura 16 - Concentrações de cromo em S. fasciatus a jusante e a montante

da UHE Santo Antônio e valores do teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney

(WMW). ------------------------------------------------------------------------------------------- 48

Figura 17 - Grupos formados a partir das concentrações de cromo em P.

latior, S. fasciatus e T. angulatus coletados a jusante (J) e montante (M) da

UHE Santo Antônio. --------------------------------------------------------------------------- 49

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12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número amostral de cinco espécies quantificadas em oito

elementos. ----------------------------------------------------------------------------------------- 35

Tabela 2 - Valores encontrados em amostras certificadas e porcentagens de

recuperação de oito metais pesados. ------------------------------------------------------ 36

Tabela 3 – Concentrações médias em mg.kg⁻¹ por peso úmido de oito metais

pesados em tecidos musculares de cinco espécies da Bacia Hidrográfica do

rio Madeira. ---------------------------------------------------------------------------------------- 37

Tabela 4 – Número amostral de P.latior, T. angulatus e S. fasciatus coletadas

a jusante e montante da UHE Santo Antônio. -------------------------------------------- 44

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E UNIDADES.

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BEF Igarapé Belmont Foz

Cr Cromo

Cu Cobre

CUN Lago do Cuniã

Fe Ferro

H2O2 Peróxido de Hidrogênio

H2SO4 Ácido Sulfúrico

Hg Mercúrio

Hg-T Mercúrio Total

HNO3 Ácido Nítrico

JAD Rio Jatuarana II

JAM Rio Jaci-Paraná Montante

KMnO4 Permanganato de Potássio

mg Miligramas

mg.kg⁻¹ Miligramas por kilogramas

MeHg Metilmercúrio

Mn Manganês

Ni Níquel

p. u. Peso Úmido

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Pb Chumbo

ppb Parte Por Bilhão

ppm Parte Por Milhão

RSA Reservatório Porção Alta

RSB Reservatório Porção Baixa

RSJ Rio Jaci-Paraná Foz

RST Rio Jatuarana I

UHE Usina Hidrelétrica

WHO World Health Organization (Organização Mundial de Saúde)

Zn Zinco

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SOUSA, E. A.: Níveis de Metais Pesados em Tecidos Musculares de Peixes da

Bacia Hidrográfica do Rio Madeira. Monografia (Bacharelado) – Curso de Ciências

Biológicas, Departamento de Biologia, Fundação Universidade Federal de Rondônia,

Porto Velho, 2013, 65 p.

RESUMO

Os metais pesados são elementos químicos que estão distribuídos normalmente em

pequenas quantidades no ambiente, e estas quantidades são alteradas por fatores

naturais e fatores antropogênicos, sendo o último o mais impactante. As atividades

humanas como, a queima de combustíveis fósseis, não tratamento de resíduos

industriais, desmatamento entre outros, são grandes exemplos de atividades que

aumentam as concentrações de metais pesados no ambiente. E esses elementos

químicos em grande parte se destinam aos corpos hídricos, consequentemente,

contaminando toda a biota local. Os peixes como fazem parte da dieta humana, são

os principais vetores de metais pesados aos humanos. Com isso foram realizadas

análises nas espécies Potamorhina latior, Triportheus angulatus, Schizodon

fasciatus, Plagioscion squamosissimus e Rhaphiodon vulpinus para se conhecer os

níveis dos elementos Fe, Zn, Mn, Pb, Cu, Ni, Cr e Hg e verificar se a população que

consome tais espécies, corre risco de estar ingerindo altas doses de metais

pesados. Foram analisados os tecidos musculares e a quantificação dos elementos

químicos foi realizada em espectrofotômetro de absorção atômica por chama e

espectrofotômetro de absorção atômica por geração de vapor frio (para Hg). Os

resultados encontrados demonstraram que dos oito elementos analisados, somente

o cromo ultrapassou o limite para consumo estabelecido pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (0,1 mg.kg⁻¹) em todas as espécies, exceto em Plagioscion

squamosissimus. Comparando as concentrações de cromo em P. latior, T. angulatus

e S. fasciatus coletados a montante e jusante da UHE Santo Antônio, no qual se

mostraram maiores em espécimes da jusante para as três espécies, houve diferença

significativa (P<0,05) somente para P. latior e S. fasciatus, indicando que para as

duas espécies as concentrações de cromo serão maiores nos indivíduos da jusante

que a montante.

Palavras chave: Bioacumulação, Consumo de peixe, rio Madeira, Amazônia.

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16

SOUSA, E. A.: Levels of Heavy Metal in Muscles Tissues of Fish from Madeira

River Basin. Monograph (Graduation), Course of Biological Sciences, Department of

Biology, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2013, 65 p.

ABSTRACT

Heavy metals are chemical elements that are usually distributed in small amounts in

the environment, and these amounts are altered by natural and anthropogenic

factors, the latter being more impactful. Human activities such as the burning of fossil

fuels, untreated industrial waste, deforestation among others, are great examples of

activities that increase concentrations of heavy metals in the environment. And these

elements largely affect water bodies, thus contaminating all the local biota. Fish as

part of the human diet, are the main drivers of heavy metals in humans. Analyzes

were performed on fishes species Potamorhina latior, Triportheus angulatus,

Schizodon fasciatus Plagioscion squamosissimus and Rhaphiodon vulpinus to know

the levels of the elements Fe, Zn, Mn, Pb, Cu, Ni, Cr and Hg and verify that the

population consumes these species are at risk of being ingesting high doses of

heavy metals. Muscle tissues were analyzed and quantification of elements was

performed in an atomic absorption spectrophotometer and flame atomic absorption

spectrophotometer for gas flow (for Hg). The results showed that the eight elements

analyzed, only chromium exceeded the limit for consumption established by the

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (0.1 mg.kg⁻¹) in all species, except

Plagioscion squamosissimus. Comparing the concentrations of chromium in P. latior,

T. angulatus and S. fasciatus collected upstream and downstream of the UHE Santo

Antônio, in which specimens were higher in the downstream of the three species,

there was a significant difference (P<0.05) only for P. latior and S. fasciatus,

indicating that for both species the concentrations of chromium are greater in

individuals downstream from upstream.

Keywords: Bioaccumulation, Fish consumption, Madeira river, Amazon.

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17

1 INTRODUÇÃO

1.1 DEFINIÇÃO DE METAIS PESADOS E SEUS COMPORTAMENTOS

O termo “metais pesados” é utilizado para elementos químicos que

contaminam o meio ambiente, provocando diferentes danos à biota (TSUTIYA,

2006). Outros termos também utilizados são “elementos traço” ou “metais traço”

(GOMES & SATO, 2011). Normalmente os metais pesados se encontram em

pequenas quantidades no ambiente, e sua quantidade pode ser alterada tanto por

fatores naturais ou antropogênicos, sendo o ultimo mais impactante. Os metais

ocorrem naturalmente no meio ambiente através da desagregação das rochas e

erosão dos solos. No entanto, o aumento nas concentrações destes elementos

através das atividades antropogênicas pode alterar enormemente os ciclos

biogeoquímicos naturais dos mesmos em corpos hídricos (SALOMON et al, 1995).

Os ecossistemas aquáticos de modo geral, acabam sendo o destino final de

substâncias produzidas e despejadas no meio pela atividade antropogênica e, ou

processos naturais (PAIN, 1995), consequentemente, contaminando as formas de

vida aquática.

A biota aquática é capaz de concentrar metais pesados várias ordens de

grandeza acima das concentrações encontradas na coluna d’água, sendo por isso

responsável por grande parte da dinâmica destes poluentes no ambiente aquático

(PFEIFFER et al., 1985). Além disso, esses organismos também respondem por

grande parte da reciclagem de metais retidos nos compartimentos abióticos do

sistema (sedimento de fundo e material particulado em suspensão) e,

consequentemente, constituem a principal via de exportação desses elementos do

ambiente aquático para o terrestre via teia trófica, podendo chegar até o homem

(Fowler, 1982 apud KEHRIG et al., 2007).

No monitoramento de metais pesados em ambientes aquáticos, diferentes

tipos de matrizes são utilizados, seja para controle ou prevenção de possíveis

contaminações. Dentre as mais comuns está a biota, destacando-se os peixes, que

representam os organismos mais frequentemente empregados em programas de

monitoramento de metais pesados. Por possuir elevado teor proteico, além de vários

micronutrientes essenciais para a saúde humana, o peixe é um alimento de grande

valor nutricional. Entretanto, ao mesmo tempo em que o pescado é um valioso

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18

aliado na nutrição humana, pode ser também um produto de alto risco para a saúde.

Portanto, quantificar metais pesados em peixes, significa determinar os níveis de

metais pesados a que os seres humanos poderão estar expostos via alimentação

(ROCHA et al., 1985; TOMAZELLI, 2003; SILVEIRA, 2004; MENESES, 2008;

MARIANO-DA-SILVA et al., 2012).

1.2 PEIXES COMO ALVOS DE METAIS

Os corpos d’água são os principais destinatários de elementos-traço

produzidos tanto pelos processos de intemperismo e erosão como pelas atividades

industriais, domésticas e de agricultura (KALAY & CANLI, 2000). Esses elementos

introduzidos no ambiente aquático podem ser incorporados aos sedimentos

aquáticos e, toda a biota residente nesses sedimentos se tornam potenciais

acumuladores de metais pesados em diferentes graus (CROSS et al., 1970; BRYAN

& HUMMERSTONE, 1977).

Consequentemente, os peixes podem concentrar grandes quantidades de

alguns metais a partir da água (MANSOUR & SIDKY, 2002). Ao contrário de

contaminantes orgânicos, que a toxidade pode ser neutralizada com o tempo a partir

da biodegradação, os elementos-traço não podem ser degradados e sim sofrer

transformações químicas podendo passar à condições mais tóxicas e sua

concentração pode ser aumentada por bioacumulação (ASKOY, 2008).

Bioacumulação é em grande parte atribuída a diferenças na absorção e período de

depuração para vários metais em diferentes espécies de peixes (TAWARI-FUFEYIN

& EKAYE, 2007).

Diante disso, os peixes não podem escapar dos efeitos prejudiciais dos

poluentes. Vários estudos mostram que esses elementos em altas concentrações

tanto no sangue como nos tecidos alteram as atividades fisiológicas e bioquímicas

nos peixes (JEZIERSKA & WITESKA, 2001; BASA & USHA, 2003; VINODHINI &

NARAYANAN, 2009). Mesmo exposto a baixas concentrações de metais, os peixes

podem ser prejudicados. Apesar de não apresentarem sinais óbvios de doenças,

esses animais podem ter sua fecundidade reduzida, levando a um declínio em longo

prazo e eventual extinção da população afetada (KRISHNANI et al., 2003; BURGER

& GOCHFELD, 2005).

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19

Existem quatro vias possíveis para o processo de absorção de elementos-

traço pelos peixes, sendo elas: o alimento ingerido, difusão simples dos íons

metálicos pelos poros das brânquias, pela água potável e pela adsorção da pele

(SINDAYIGAYA et al., 1994). A sensibilidade por determinados tipos de metais são

diferenciadas a partir de cada espécie de peixe (ABDULLAH et al., 2007).

Akan et al. (2012) verificaram que as maiores concentrações de metais em

quatro espécies de peixes ocorriam nas brânquias e no fígado, porém, a maioria das

pesquisas são feitas a partir da análise do tecido muscular, devido o tecido ser um

alvo importante para o armazenamento de metais e por ser a principal parte

consumida do peixe pelos humanos (KUMAR et al., 2011).

Os peixes por serem umas das principais fontes de proteínas, ácidos graxos e

gorduras saturadas para homem, são os principais vetores de elementos-traço do

ambiente aquático para o organismo humano.

1.3 METAIS PESADOS E SUAS RELAÇÕES COM OS ORGANISMOS

Os metais pesados estão disponíveis naturalmente nos ambientes em

pequenas concentrações, da ordem de partes por bilhão (ppb) a partes por milhão

(ppm). Com relação à essencialidade dos metais para os organismos, eles podem

ser classificados em essenciais e não essenciais. Os essenciais (Cu, Fe, Mn, Ni, Cr

e Zn) são aqueles que possuem função biológica conhecida e são constituintes

obrigatórios dos metabolismos dos organismos, participando de processos

envolvendo compostos enzimáticos fazendo parte do sistema aceptor/doador de

elétrons (LACERDA et al., 1989; MALIK et al., 2010). Todas as substâncias que

interagem com os seres vivos, quando em excesso, podem se tornar tóxicas. Assim

como todos os micronutrientes essenciais, os elementos dessa classificação

apresentam duas zonas de exposição incompatíveis com a vida: tanto a deficiência

como o excesso podem levar à doença ou à morte (NATIONAL RESEARCH

COUNCIL, 1989). Os elementos não-essenciais (Hg e Pb) não possuem função

biológica e, portanto, são extremamente tóxicos aos organismos, podendo provocar

uma série de distúrbios tais como baixa fertilidade, diminuição nas defesas

imunológicas, redução na taxa de crescimento e patologias que podem levar a morte

(BAINY et al., 1998).

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20

Abaixo segue os elementos analisados nesse estudo e suas principais

características e complicações para a saúde.

1.3.1 Cromo

O cromo é um metal que apresenta uma relação ambígua com o organismo

humano. Em sua forma trivalente é um elemento biologicamente essencial e

indispensável para a vida, já que participa de diversos processos bioquímicos e

fisiológicos do ser humano, tais como do metabolismo da glicose, dos ácidos graxos

e do colesterol, além de estar envolvido em reações enzimáticas. Na sua forma

hexavalente, se comporta como um elemento altamente tóxico, que produz efeitos

reversíveis e irreversíveis, de forma aguda ou crônica, em diferentes sistemas dos

organismos (FLAHERTY, 1993).

1.3.2 Cobre

O cobre é um dos principais metais de transição presentes no corpo humano.

O elemento é encontrado em vários fluídos do corpo humano como: soro, plasma,

eritrócitos, fluido espinhal, saliva e fluidos digestivos. O metal também é encontrado

em muitos tecidos como: cérebro, pulmão, coração, músculo, dentes, ossos, baço,

rim e fígado. Como pode ser observado, o elemento está distribuído em

praticamente todo o organismo (Comar & Bronner, 1968 apud SARGENTELLI et al.,

1996).

Para o metabolismo humano são necessários a ingestão de 2 a 5 mg de

cobre diários (LEHNINGER, 1986). Apesar de pequenas quantidades diárias deste

elemento que são necessárias, seu excesso na dieta pode ser tóxico devido à

afinidade desse metal com determinados grupos de enzimas responsáveis pelas

atividades catalíticas normais. O cobre pode provocar a inativação dessas enzimas e

é com maior probabilidade a origem do reflexo incondicional de rejeitar o cobre em

forma de vômito (SARGENTELLI et al., 1996).

Os principais sintomas de uma contaminação por cobre são: anemia, danos

no fígado e nos rins, irritações estomacais e intestinais (NONGBRI & SIYEM, 2012).

1.3.3 Ferro

O ferro é um elemento essencial necessário para muitas funções fisiológicas

e, em sua homeostase é estritamente regulado por vários mecanismos. Em sistemas

Page 21: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Núcleo de ... · Níveis de metais pesados em tecidos musculares de peixes da bacia hidrográfica do Rio Madeira. / Eduardo Araujo de

21

biológicos, o ferro existe em três estados de oxidação (II, III, e IV). A maior parte do

ferro no organismo está ligado à hemoglobina, transferrina, ferritina e em enzimas

que contém o ferro. Portanto, somente uma pequena quantidade deste elemento

livre está presente (VALKO et al., 2005).

Este metal participa de processos hepáticos, e também está associado ao

transporte de oxigênio através da hemoglobina, sendo considerado um dos

elementos mais importantes para o ser humano (BIRUNGI et al., 2007). Segundo a

WHO (World Health Organization) a quantidade diária necessária para um homem

adulto é de 20 mg.

O excesso de ferro no organismo pode causar a formação de radicais livres,

destruição de partes do DNA, peroxidação lipídica e oxidação de proteínas (VALKO

et al., op.cit.)

1.3.4 Manganês

O manganês tem papel importante em todos os organismos animais e

vegetais. O elemento é o 3° metal de transição mais importante na dieta humana

(atrás de Fe e Zn). A ANVISA recomenda uma ingestão diária de 5 mg. Em média

um organismo adulto contém 10 mg, concentrados no fígado e rins. Os sintomas da

deficiência de manganês incluem: perda de peso, fadiga, redução da fertilidade,

dermatite, perturbação no metabolismo de ossos e cartilagens, alteração da síntese

de insulina, redução da taxa de colesterol no sangue, intensificação de reações

alérgicas e inflamatórias e malformações fetais (ROCHA & AFONSO, 2012).

O manganês aparece como cofator de uma variedade de enzimas

responsáveis pelo metabolismo dos radicais livres nas mitocôndrias e pelo ciclo da

ureia. O manganês é essencial na síntese do colesterol e da dopamina. Vale

ressaltar que a forma biologicamente utilizável de manganês é o Mn²+, os elementos

nos demais números de oxidação são tóxicos. Contudo, o excesso de Mn²+ causa

desordens neurológicas e motoras e problemas respiratórios (ROCHA & AFONSO,

op. cit.).

1.3.5 Zinco

O zinco é um dos elementos mais comuns na Terra e pode ser encontrado no

ar, no solo, na água e está naturalmente distribuído nos alimentos (AZEVEDO &

CHASIN, 2003).

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O zinco tem funções importantes no organismo, pois participa de reações que

envolvem a síntese ou degradação de metabólitos maiores, como carboidratos,

lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos, além da estabilização destas duas ultimas e

na integridade de organelas celulares, assim como nos processos de transporte,

funções imunológicas e informação genética. Além disso, o zinco é essencial para

mobilização hepática de vitamina A, que atua na maturação sexual, fertilidade e

reprodução, na função fagocitária e imunitária celular. A deficiência de zinco no

organismo provoca diminuição no paladar, anorexia, apatia, retardo do crescimento,

alopecia, hipogonadismo, hipospermia e retardamento da maturação sexual,

intolerância a glicose e deficiência de imunidade. A toxicidade provocada pelo zinco

pode ser tanto aguda ou crônica. Quando aguda provoca náuseas, vômitos e dores

abdominais, e quando crônica provoca deficiência de cobre e anemia (MAHAN &

ESCOTT-STUMP, 1998).

1.3.6 Mercúrio

O mercúrio está naturalmente presente na desgaseificação de rochas, solo,

água e vulcões. Atividades humanas, como a combustão de combustível fóssil, tem

aumentado a quantidade de Hg na superfície da Terra (Mason et al., 1994 apud

HOLANDA, 2008).

A preocupação, a respeito da contaminação por mercúrio, surgiu,

principalmente, pelos efeitos à saúde decorrentes da exposição por metilmercúrio

(CH3Hg) forma mais tóxica deste metal. Esta forma orgânica de mercúrio pode ser

encontrada em grandes quantidades nos peixes topos de cadeia, devido à

capacidade deste metal bioacumular e biomagnificar ao longo dos níveis tróficos

(WATRAS e BLOON, 1992).

Os sintomas decorrentes da exposição ao metilmercúrio são de origem

neurológica e consistem em distúrbios visuais como escotomas (visão turva) e

redução do campo visual, ataxia (baixa coordenação para andar), parestesia

(insensibilidade na pele), neurestenia (dor nos nervos), perda da audição, disartria

(dificuldade na articulação das palavras), deterioração mental, tremor muscular,

distúrbio da motilidade e, nos casos de exposição grave, paralisia e morte. Verificou-

se que certas regiões do cérebro são particularmente sensíveis aos efeitos tóxicos

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do metilmercúrio, a saber, o córtex cerebral (especialmente o córtex visual) e a

camada granulosa do cerebelo (GOODMAN & GILMAN, 1991).

1.3.7 Níquel

O níquel é um elemento essencial ao homem, animais e plantas, mas em

excesso acaba por ser prejudicial (MALIK et al., 2010). Pequenas quantidades de

níquel são essenciais para o crescimento normal e reprodução em algumas

espécies animais, significando que este metal pode ser considerado como um

oligoelemento (WOO et al., 2009). Nos animais é importante no crescimento,

reprodução, metabolismo do Fe e Zn e para a hematopoiese (Evangelista, 2000;

Cozzolino, 2005 apud PALERMO, 2012).

Pouco se sabe sobre a toxicidade do níquel, e os estudos já realizados se

referem principalmente aos efeitos causados em mamíferos. Alguns estudos já

demonstraram que o níquel pode ser carcinogênico e capaz de induzir aberrações

cromossômicas em células nos seres humanos e outros mamíferos (VALKO et al.,

2006).

1.3.8 Chumbo

O chumbo é um metal naturalmente distribuído no ambiente de cor cinza-

azulado, tendo seu aumento causado a partir das atividades humanas, como

mineração, manufatura e queima de combustíveis fósseis. É provavelmente o metal

mais comum em casos de intoxicação por metais pesados. Todas as notícias sobre

a presença desse elemento em brinquedos ajudaram a criar a consciência pública

sobre os efeitos perigosos que ele causa. Todos os anos a indústria produz cerca de

2,5 milhões de toneladas de chumbo para produtos utilizados no dia-a-dia, sendo

maior parte dele utilizadas em baterias (RAVICHANDRAN, 2011).

As maiores fontes de chumbo na dieta humana provêm de alimentos ácidos

armazenados em recipientes com cerâmica em seu interior, já que a cerâmica pode

conter esmaltes a base desse metal. Outras fontes também são as tintas de

impressão, gasolina, fertilizantes a base de chumbo, água que percorre por canos

com tal elemento em sua constituição e fumaças de cigarro que contém vestígios

desse contaminante. A exposição ao chumbo pode afetar o sistema nervoso,

provocar anemia, danificar os rins, provocar aborto em mulheres grávidas, afetar a

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produção de espermatozoides nos homens, afetar o sistema cardiovascular, trato

gastrointestinal, sistema renal, nervoso entre outros (RAVICHANDRAN, op. cit.).

1.4 HISTÓRICOS DE CONTAMINAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

MADEIRA

O rio Madeira teve em seu passado recente uma corrida em busca do ouro de

aluvião que resultou na emissão de 87 t de Hg para o ambiente, no qual, 45% foram

despejados diretamente no rio como Hg metálico (PFEIFFER & LACERDA, 1988;

LACERDA et al., 1995). A atividade de garimpo na porção brasileira do rio Madeira

diminuiu desde 1995, porém o lado boliviano da bacia ainda continua, e o Hg

lançado nessa região eventualmente drena para o rio Madeira a partir de seus

principais afluentes bolivianos (MAURICE-BOURGOIN et al., 2000). Além disso,

duas usinas estão sendo construídas no rio Madeira durante esse estudo, e a região

do reservatório pode afetar diretamente a disponibilidade de metais pesados para a

biota aquática a partir da remobilização do elemento e dos demais metais pesados

presentes acumulados nos sedimentos (BASTOS et al., 2006).

A cidade de Porto Velho sofre com o parco saneamento básico e os cursos

d’água superficiais do perímetro urbano, especialmente os igarapés, acabam

servindo como pontos de destinação final de dejetos oriundos de diversas atividades

antropogênicas. Desta forma, os mesmos tornam-se vulneráveis aos processos de

eutrofização, contaminação bacteriológica e à introdução de diversos contaminantes,

a exemplo dos elementos-traço (SANTOS, 2009). Vale ressaltar que maioria dos

igarapés da cidade deságua no rio Madeira.

O rio provavelmente é contaminado também com elementos-traço advindos

do liquido percolado (chorume) produzido no ”lixão” da cidade que se distancia

aproximadamente 12 km da região central de Porto Velho e que fica muito próximo

ao rio Madeira. O chorume produzido no aterro alcança pequenos igarapés da

região e por fim deságua no rio Madeira (NASCIMENTO, 2009).

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ESTUDOS SOBRE O MERCÚRIO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

MADEIRA

Devido o histórico de contaminação do rio Madeira por mercúrio proveniente

principalmente da prática garimpeira no final do século XX, são inúmeros os

trabalhos publicados sobre o tema. Por outro lado, pesquisas relacionadas sobre a

contaminação dos peixes por outros metais ainda não foram publicadas. A maioria

das pesquisas sobre elementos-traço em peixes são realizadas em áreas costeiras,

isso se deve ao fato dessas regiões sofrerem as maiores variações físico-químicas e

possuírem as maiores taxas de retenção de sólidos em suspensão, sedimentos,

poluentes, matéria orgânica e nutrientes oriundos do continente (COSTA, 2007).

Quanto aos trabalhos publicados sobre o mercúrio em peixes, pode-se citar o

trabalho de Maurice-Bourgoin et al. (2000) que analisaram as concentrações de Hg

em três matrizes do Alto rio Madeira, sendo uma delas peixes. Os valores

encontrados ultrapassaram os limites globais estabelecidos para todas as matrizes.

Eles atribuíram à origem natural o mercúrio encontrado e que o Hg antropogênico

era relativamente localizado.

Bastos et al. (2006) trabalharam com várias matrizes, entre elas, os peixes.

Algumas espécies, principalmente carnívoras, apresentaram altas concentrações de

Hg (acima de 0,5 µg.g⁻¹) que ultrapassaram os limites da WHO (World Health

Organization) e que as concentrações eram maiores em espécies que ocupavam o

topo da cadeia alimentar (carnívoros) comparados aos outros níveis tróficos mais

basais (onívoros, herbívoros e detritívoros).

Bastos et al. (2007) verificaram que a bioacumulação do mercúrio em peixes

era influenciada pela sazonalidade do rio, onde as mudanças de hábitos alimentares

refletiam nas alterações das concentrações de mercúrio nos peixes.

Bastos et al. (2008) analisaram as concentrações de mercúrio em espécies de

peixes advindas do rio Jamari e do Complexo do rio Madeira, no qual compararam

as concentrações nos dois pontos, a biomagnificação do Hg refletida nos hábitos

alimentares, e os níveis de Hg relacionado ao tamanho e peso.

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2.2 ESTUDOS SOBRE METAIS PESADOS EM PEIXES

Como dito anteriormente, dados sobre elementos-traço em peixes na Bacia

Hidrográfica do rio Madeira ainda não foram publicados. Vale ressaltar que na

Amazônia brasileira os dados sobre o tema também são escassos. Estudos na

Amazônia são de suma importância, pois atualmente os rios amazônicos estão

sendo muito visados como potenciais geradores de energia para o Brasil e até

outros países da América do Sul a partir das construções de usinas hidrelétricas

(UHE’s), como exemplo têm-se as UHE’s Santo Antônio e Jirau em Rondônia e Belo

Monte no Pará. Os impactos causados por esses empreendimentos podem

contribuir na ampliação dos níveis de metais pesados na biota aquática e atingir o

homem, principalmente os ribeirinhos que vivem a partir dos recursos pesqueiros.

Barros et al. (2010) é um dos poucos trabalhos feitos em rios amazônicos,

onde realizaram análises de Al, Cd e Cr em três espécies de peixes oriundos do rio

Gelado no estado do Pará, e os valores das concentrações médias de Cd e Cr

encontrados para as três espécies ficaram acima dos limites estabelecidos para

consumo (1,0 e 0,1 mg.kg⁻¹ respectivamente), e eles atribuíram origem geoquímica

e não de origem antropogênica aos elementos estudados.

Como maioria das pesquisas sobre o tema no Brasil são realizadas no litoral

brasileiro, a base desse estudo foi feita em cima desses trabalhos. O que se pôde

observar é que a maioria das espécies estudadas nesses trabalhos possuem o

hábito alimentar carnívoro, o que dificulta comparar uma eventual bioconcentração

dos elementos tendo como principal via o alimento ingerido.

Quanto às concentrações, os elementos analisados nesse estudo mais

presentes nos peixes vistos em outros trabalhos são Fe, Zn e Cu (CARVALHO et al.,

2000; FILHO et al.,2003; COSTA, 2007; SOUZA et al., 2009; GOMES & SATO,

2011). Isso porque esses elementos fazem parte de processos vitais do organismo e

por serem abundantes no planeta (COMAR & BRONNER, 1968; AZEVEDO &

CHASIN, 2003; BIRUNGI et al., 2007)

3 JUSTIFICATIVA

A região da Bacia Hidrográfica do rio Madeira apresenta uma riqueza imensa

em espécies de peixes, nas quais muitas são utilizadas como principal fonte de

proteína animal pela população local. Paradoxalmente, essas espécies podem atuar

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como os principais vetores de contaminação por elementos-traço. Como não há

dados publicados sobre o monitoramento de metais em peixes (com exceção do Hg)

na bacia em questão, é necessário que seja feito um levantamento de dados para a

região, principalmente pelo fato das construções das usinas do Madeira e a

implantação de indústrias no Estado (p.ex. laticínios, frigoríficos, curtumes) que

podem alterar os ciclos naturais dos elementos químicos e/ou promoverem

lançamentos sem tratamento e, consequentemente, provocar a contaminação por

metais pesados dos cursos d’águas e dos peixes.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Determinar os níveis de metais pesados em cinco espécies de peixes da

Bacia Hidrográfica do rio Madeira.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Quantificar os níveis dos metais Cu, Pb, Zn, Mn, Fe, Ni, Cr e Hg em músculos

de cinco espécies de peixes de diferentes hábitos alimentares;

Comparar as concentrações dos metais pesados com os limites estabelecidos

pelos órgãos de saúde para consumo humano (ANVISA);

Comparar os níveis dos eventuais elementos que ultrapassem os limites da

ANVISA em espécimes coletados a montante e jusante do aproveitamento da

UHE Santo Antônio para verificar se existe diferença significativa das

concentrações entre as duas regiões.

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA

A área de estudo localiza-se a montante (RSJ, RSB, RSA, RST e JAM) e a

jusante (JAD, BEF e CUN) da construção do aproveitamento da UHE Santo Antônio

no rio Madeira (Figura 1). O empreendimento está situado a montante 10 km da

cidade de Porto Velho tendo como limite o eixo da barragem da UHE de Jirau (cerca

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de 120 km a montante da cidade de Porto Velho) e a jusante do eixo do

aproveitamento da UHE Santo Antônio.

A região de estudo como em todo o estado de Rondônia apresenta um clima

tropical quente e úmido, com altas temperaturas durante todo o ano. A média anual

da temperatura do ar gira em torno de 24°C e 26°C. As temperaturas máximas

oscilam entre 30°C e 34°C e as mínimas variam entre 17°C e 23°C. A precipitação

média anual varia de 1.400 a 2.500mm/ano e mais de 90% desta ocorre na estação

chuvosa. A média anual da umidade relativa do ar varia de 80% a 90% no verão, e

em torno de 75%, no outono – inverno (SEDAM, 2002).

Figura 1 – Pontos de coleta de peixes para determinação dos níveis de metais pesados na Bacia

Hidrográfica do rio Madeira. Rio Jaci-Paraná montante do distrito (JAM) e Jusante (RSJ), UHE Santo

Antônio Porção Alta do Reservatório (RSA) e Porção Baixa (RSB), rio Jatuarana (RST), rio Jatuarana

II (JAD), Igarapé Belmont Foz (BEF) e Lago do Cuniã (CUN).

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5.2 COLETA DAS AMOSTRAS

As amostras de peixes foram obtidas junto ao Programa de Monitoramento e

Conservação da Ictiofauna do rio Madeira entre 26 de julho e 5 de agosto de 2012.

Após as despescas no Laboratório de Ictiologia e Pesca/UNIR foram retirados

tecidos musculares de vários espécimes, onde se obteve também as informações de

identificação e biometria das espécies.

Foram coletadas amostras de tecidos musculares de 157 espécimes de

peixes sendo 19 da espécie Schizodon fasciatus, 37 da Potamorhina latior, 34 da

Triportheus angulatus, 41 da Plagioscion squamosissimus e 26 da Rhaphiodon

vulpinus oriundas de oito pontos dentro da bacia hidrográfica do rio Madeira sendo

cinco a montante da UHE Santo Antônio e três a jusante (Figura 1).

As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos com o código de

laboratório e o nome das respectivas espécies. Em seguida, as amostras foram

conservadas em freezers com temperatura média de –20°C até o momento das

análises.

5.3 ESPÉCIES ESTUDADAS

Foram estudadas cinco espécies de diferentes hábitos alimentares (Figura 2).

As espécies foram selecionadas considerando a abundância das mesmas na

respectiva coleta e por serem muito visadas no consumo humano.

A espécie Rhaphiodon vulpinus (Figura 2) é conhecida no Brasil pelos nomes

populares de dourado-cachorro, peixe-cachorro ou facão devido aos grandes dentes

caninos que apresenta (SILVA, 2011). Habita tanto reservatórios como rios de águas

correntes (AGOSTINHO et al., 2003). Possui um hábito alimentar piscívoro, podendo

eventualmente complementar com insetos e material vegetal (PACHECO et al.,

2009). Rhaphiodon vulpinus não é uma espécie importante no ponto de vista

comercial, isso se deve a pouca quantidade de carne e muitas espinhas (PACHECO

op. cit.). Por esse motivo a espécie é consumida em maior parte pela população

ribeirinha.

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Figura 2 – Espécies de peixes utilizadas na determinação dos níveis de metais pesados. A –

Rhaphiodon vulpinus (CP=45,8 cm) piscívoro; B – Plagioscion squamosissimus (CP=15 cm)

carnívoro; C – Potamorhina latior (CP=15,8 cm) detritívoro; D – Schizodon fasciatus (CP=14,3 cm)

herbívoro; E – Triportheus angulatus (CP=7,9 cm) onívoro. Fotos: Bruno Barros e Tiago Pires

(Laboratório de Ictiologia e Pesca da UNIR).

Plagioscion squamosissimus é conhecido popularmente como pescada,

pescada-do-piauí, corvina, cruvina, pescada-foguete, tortinha, soleira, entre outros.

A espécie era originalmente distribuída nas bacias dos rios Orinoco e Amazonas e

rios das guianas (FELIX et al., 2009). É uma espécie muito consumida, tendo sua

maior produção pesqueira no nordeste brasileiro (DNOCS, 1986 apud COSTA et al.,

2009). Apresenta uma forte tendência a carnivoria, demonstrando uma grande

plasticidade e caráter oportunista no seu hábito alimentar (MEDEIROS et al., 2007).

Potamorhina latior (branquinha-comum) é detritívora, alimenta-se

principalmente de algas, perifíton e detritos (POUILLY & RODRIGUEZ, 2004). Fugi &

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Hahn (1991) destacam que os peixes detritívoros têm importante papel na

bioecologia dos sistemas em que vivem. Elas atuam na fase de pré-mineralização

de matéria orgânica presente no lodo, tornando-o mais facilmente degradável pelos

microorganismos, acelerando desta forma a ciclagem de nutrientes (Gneri &

Angelescu, 1951; Bowen, 1983 apud BEVILAQUA, 2009). Gonçalves & Batista

(2008) verificaram em seu trabalho que a espécie é muito consumida por ribeirinhos

e comercializada em mercados e feiras de Manacapuru (AM). Por esse ponto de

vista, pode-se levar em consideração que a preferência pela espécie é grande em

várias cidades ribeirinhas da Amazônia, já que elas são utilizadas na pesca de

subsistência e comercial pelas populações tradicionais ribeirinhas.

Piau, aracú-pintado, boca-de-chinelo são alguns dos nomes populares da

espécie Schizodon fasciatus. É uma espécie muito comum na bacia amazônica e de

relevante importância na pesca da região, ocupando, em certas épocas do ano o

segundo lugar, em tonelagem, do pescado desembarcado em Manaus (SANTOS,

1981). Apresentam um hábito alimentar herbívoro generalista, na qual consomem

folhas, raízes, algas, sementes entre outros (SANTOS,op. cit.).

A espécie Triportheus angulatus é conhecida popularmente como sardinha de

água doce. É uma espécie neotropical de pequeno porte que habita em rios que

foram barrados (SILVA-FILHO et al., 2011). Essa espécie junto com outras duas

espécies de sardinha de água doce eram pouco consumidas até a década de 1970,

cerca de 2% do volume de pesca, e atualmente estão entre os peixes de maior

volume desembarcado no porto de Manaus e Manacapuru, cerca de 12% (Petrere

Jr, 1978; Merona & Bittencourt, 1988; apud PRESTES et al., 2010; Ruffino et al.,

2006). Yamamoto et al. (2004) em um estudo de dieta de Triportheus angulatus

verificaram a preferência alimentar da espécie por frutos/sementes, insetos,

zooplâncton e restos vegetais, se caracterizando como hábito alimentar onívoro.

Das cinco espécies utilizadas nesse estudo, somente Rhaphiodon vulpinus

não faz parte da lista das espécies comercializadas nos portos de desembarque

pesqueiro do alto e médio rio Madeira no estado de Rondônia e as demais estão

inseridas em um grande grupo que compreende somente 7,44% do pescado

comercializado na região (DÓRIA et al., 2012).

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5.4 EXTRAÇÃO QUÍMICA PARA QUANTIFICAÇÃO DE MERCÚRIO TOTAL (Hg-T)

Para a determinação de Hg-T as amostras de tecido muscular foram

descongeladas e pesadas em balança de precisão. Para os de hábito alimentar

carnívoro pesou-se cerca de 0,200g e os não carnívoros pesou-se cerca de 0,400g,

ambos peso úmido (p.u.). Para o controle de qualidade analítico foi utilizado uma

amostra de referência certificada (DOLT-2 - fígado de dogfish - National Research

Council of Canada) e a PXMD 5130, esta elaborada no laboratório de Biogeoquímica

Ambiental Wolfgang Christian Pfeiffer/UNIR a partir da liofilização e homogeneização

de tecido muscular da espécie Phractocephalus hemioliopterus (pirarara).

A digestão química foi realizada seguindo-se os métodos de Bastos et al

(1998), onde foram colocados nas amostras cerca de 2,0mL de H2O2 concentrado e

5,0mL de solução sulfonítrica 1:1 (HNO3:H2SO4). Em seguida as amostras foram

colocadas em blocos digestores a temperatura de 70 °C. Após 30 min foram

adicionadas às amostras cerca de 5,0mL da solução de KMnO4 5 % e recolocadas

no bloco digestor por mais 20 minutos. Após cerca de 12h em repouso (overnight)

foram adicionadas às amostras gotas de cloridrato de hidroxilamina a 12%. A leitura

das amostras para quantificação de Hg-T foi realizada no espectrofotômetro de

absorção atômica por geração de vapor frio (FIMS-400, Perkin Elmer) (Figura 3).

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Figura 3. Processo de digestão química e análise de tecidos musculares de peixes para Hg-Total

(Mercúrio Total). A – Retirada de tecido muscular úmido para pesagem; B – Pesagem da amostra de

tecido muscular de peixe em balança de precisão; C – Digestão química das amostras em bloco

digestor; D – Leitura das amostras em aparelho de Espectrofotometria de Absorção Atômica por

Vapor de Gás Frio. Fotos: Laboratório de Biogeoquímica Ambiental Wolfgang Christian Pfeiffer.

5.5 EXTRAÇÃO QUÍMICA PARA OUTROS METAIS PESADOS

As amostras de peixes foram descamadas e desossadas para se obter

somente o tecido muscular. Em seguida, foram pesados 10 g de tecido (peso úmido)

por espécime, e levadas a uma estufa para secagem a 105 °C durante 48 horas.

Depois desse procedimento as amostras foram pesadas novamente para se obter o

peso seco, que ficou em media de 2,3 g para cada amostra. O método de digestão

química utilizado foi adaptado de Akan et al. (2012). Depois da pesagem, as

amostras foram levadas ao forno mufla para passarem peloo processo de calcinação

(transformação das amostras em cinzas) durante 48 horas em temperatura máxima

de 400°C. Depois da calcinação, as amostras passaram pelo processo de

solubilização química das cinzas. Esta fase consistiu na adição de 3,0 mL de ácido

nítrico, secagem em chapa de aquecimento até 120 °C, adição de 2 mL de ácido

clorídrico, novamente secagem em chapa de aquecimento com a mesma

temperatura. Em seguida, adicionou-se 15,0 mL de ácido clorídrico 0,1 N (Normal) e

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as amostras foram filtradas por gravidade em filtros de celulose (Whatman) em funis

de polipropileno e acondicionados em tubos do tipo Falcon com volume final de 15,0

mL. Finalmente as amostras foram levadas para leitura em aparelho de

Espectrofotometria de Absorção Atômica de Chama (Perkin-Elmer, AAS 400) (Figura

4). Para controle analítico foram utilizadas amostras de referência certificadas

(DOLT-2 – NRC Canadá e SS2 – SCP SCIENCE).

Figura 4. Processo de digestão química e análise de tecidos musculares de peixes para análise de

metais pesados. A – Tecido muscular de peixe desossado e descamado; B – Secagem das amostras

na estufa; C – Pesagem dos tecidos secos em balança de precisão; D – Calcinação das amostras em

forno mufla; E – Digestão química das amostras em placa aquecedora; F – Filtragem das amostras

em filtros de celulose e funis de polipropileno; G – Leitura das amostras em aparelho de

Espectrofotometria de Absorção Atômica por Chama. Fotos: Laboratório de Biogeoquímica Ambiental

Wolfgang Christian Pfeiffer.

5.6 GERAÇÃO DE BANCO DE DADOS E TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Para o conhecimento de médias e desvios padrões foi utilizado o software

Microsoft Office Excel versão 2007. Para os testes estatísticos foram utilizados os

softwares Action 2.5 e XLSTAT das empresas Estatcamp e Addinsoft

respectivamente. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para conhecer a distribuição

dos grupos. O teste U de Wilcoxon-Mann-Whithey foi utilizado para comparações

entre espécies semelhantes e o teste de Kruskall-Wallis com comparações múltiplas

utilizando o procedimento de Dunn foi utilizado para comparações entre todas as

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espécies. O teste U de Wilcoxon-Mann-Whithey e o teste de Kruskall-Wallis são

utilizados em dados não paramétricos.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados um total de 157 espécimes de peixes sendo 19 de

Schizodon fasciatus, 37 de Potamorhina latior, 34 de Triportheus angulatus, 41 de

Plagioscion squamosissimus e 26 de Rhaphiodon vulpinus (Tabela 1). Porém, em

alguns espécimes, as concentrações de determinados metais pesados (os de

concentrações mais baixas) ficaram abaixo do limite de detecção da técnica, isso

pode ter sido provocado por erros no procedimento de calcinação das amostras,

onde alguns exemplares não foram completamente transformados em cinzas,

proporcionando a não quantificação dos elementos de baixas concentrações,

ficando decidido o descarte dos resultados desses elementos não quantificados

(Apêndice A).

Para se obter uma maior confiabilidade nos resultados obtidos a partir das

amostras de peixes, foram usadas amostras de referências certificadas, cuja as

recuperações de cada elemento foram entre 94 e 110% (Tabela 2).

Tabela 1. Número amostral de cinco espécies quantificadas em oito elementos estudados.

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Os resultados mostram que os metais Zn e Fe foram os elementos que

apresentaram as maiores concentrações médias respectivamente nos tecidos

musculares das cinco espécies estudadas (Tabela 3), sendo observado um padrão

para todas as espécies quanto a maior sensibilidade pelos dois elementos

respectivamente. Quanto aos demais elementos, as concentrações se apresentaram

abaixo de 1,0 mg.kg⁻¹

A partir das concentrações encontradas a ordem de bioacumulação de

elementos-traço foi a seguinte em todas as espécies: S. fasciatus

Zn>Fe>Pb>Mn>Cr>Cu>Ni>Hg, P. latior Zn>Fe>Mn>Pb>Cu>Cr>Ni>Hg, T. angulatus

Zn>Fe>Pb>Mn>Cr>Cu>Hg>Ni, P. squamosissimus Zn>Fe>Pb>Hg>Mn>Ni>Cu>Cr e

R. vulpinus Zn>Fe>Hg>Pb>Mn>Cu>Cr>Ni.

Tabela 2. Valores encontrados em amostras certificadas e porcentagens de recuperação de oito

metais pesados. Os valores de referência foram obtidos das amostras certificadas: DOLT-2 (NRC –

Canadá), SS2 (SCP-SCIENCE) e AFPX 5130 (Laboratório de Biogeoquímica Ambiental Wolfgang

Christian Pfeiffer).

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37

Tabela 3. Concentrações médias em mg.kg⁻¹ por peso úmido de oito metais pesados em tecidos

musculares de cinco espécies da Bacia Hidrográfica do rio Madeira. n = número de indivíduos; DP =

Desvio padrão.

S. fasciatus P. latior T. angulatus R. vulpinus P. squamosissimus

Zn (mg.kg⁻¹) 6,45 5,01 7,80 5,58 3,85

n (DP) 19 (±2,62) 37 (±1,82) 34(±1,65) 26 (±1,36) 41 (±0,81)

Fe (mg.kg⁻¹) 3,96 4,82 4,79 4,21 2,35

n (DP) 19 (±1,11) 37 (±2,41) 34 (±2,20) 26 (±1,29) 41 (±1,08)

Pb (mg.kg⁻¹) 0,59 0,56 0,61 0,50 0,38

n (DP) 19 (±0,30) 35 (±0,24) 34 (±0,36) 26 (±0,26) 39 (±0,22)

Mn(mg.kg⁻¹) 0,46 0,57 0,59 0,39 0,19

n (DP) 19 (±0,24) 37 (±0,46) 34 (±0,34) 26 (±0,18) 41 (±0,08)

Cu (mg.kg⁻¹) 0,25 0,31 0,33 0,30 0,11

n (DP) 19 (±0,10) 35 (±0,12) 33 (±0,19) 25 (±0,14) 38 (±0,06)

Ni (mg.kg⁻¹) 0,14 0,17 0,14 0,16 0,15

n (DP) 19 (±0,04) 37 (±0,11) 30 (±0,10) 26 (±0,08) 41 (±0,11)

Cr (mg.kg⁻¹) 0,38 0,30 0,45 0,23 0,09

n (DP) 19 (±0,22) 37 (±0,25) 30 (±0,30) 25 (±0,16) 39 (±0,08)

Hg (mg.kg⁻¹) 0,09 0,12 0,24 0,72 0,34

n (DP) 19 (±0,07) 36 (±0,05) 34 (±0,12) 21 (±0,31) 40 (±0,16)

Os valores médios dos elementos Zn, Fe, Mn, Pb, Cu, Cr e Ni desse estudo

estiveram muito abaixo dos valores encontrados por Teles et al. (2008). Estes

autores compararam as concentrações dos mesmos elementos-traço em cinco

espécies de peixes divididas em três níveis tróficos (herbívoro, não carnívoro e

carnívoro) coletados na Bacia Hidrográfica do rio Caiapó na altura do estado de

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38

Goiás. Essas diferenças de concentrações podem ser devido as características

geoquímicas da bacia do rio Caiapó que diferem das características da bacia do rio

Madeira, e também pelas espécies serem distintas nos dois estudos, já que a

sensibilidade por determinados tipos de metais são diferenciadas a partir de cada

espécie de peixe (ABDULLAH et al., 2007).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece os limites

máximos recomendados para consumo de contaminantes inorgânicos permitidos em

alimentos em peso úmido (p. u.). O Decreto 55871/65 estabelece os limites para Ni

(5,0 mg.kg⁻¹ p. u.) e Cu (30,0 mg.kg⁻¹ p. u.). A portaria 685/98 estabelece os limites

para Cr (0,1 mg.kg⁻¹ p. u.), Pb (2,0 mg.kg⁻¹ p. u.), Zn (50,0 mg.kg⁻¹ p. u.) e Hg (0,5

mg.kg⁻¹ p. u. para peixes não carnívoros e 1,0 mg.kg⁻¹ p. u. para peixes carnívoros).

Os elementos Fe e Mn ainda não possuem um limite máximo para consumo em

alimentos na legislação brasileira.

As concentrações médias de zinco (Figura 5) nas cinco espécies estiveram

muito abaixo dos limites estabelecidos pela ANVISA que é de 50,0 mg.kg⁻¹ p. u.,

com os maiores valores observados em Triportheus angulatus (7,80 mg.kg⁻¹ p. u.) e

os menores em Plagioscion squamosissimus (3,85 mg.kg⁻¹ p. u.).

Figura 5. Concentrações médias de Zn encontradas em cinco espécies peixes da Bacia Hidrográfica

do rio Madeira.

mg.

kg-¹

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39

Portanto, as cinco espécies se mostram não contaminadas pelo elemento

zinco, e as concentrações encontradas provavelmente são utilizadas nas reações

metabólicas das mesmas, já que o zinco sendo um elemento essencial possui

funções importantes na síntese ou degradação de metabólitos como os carboidratos,

lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos, além de possuir funções nos processos de

transporte, funções imunológicas e informação genética (MAHAN & ESCOTT-

STUMP, op. cit.).

Para chumbo, as concentrações médias também estiveram abaixo dos limites

estabelecidos pela ANVISA que é de 2,0 mg.kg⁻¹ p. u., sendo as concentrações

muito próximas em todas as espécies.

Figura 6. Concentrações médias de Pb encontradas em cinco espécies de peixes da Bacia

Hidrográfica do rio Madeira.

O chumbo não é um elemento essencial e essas concentrações encontradas

podem ser de origem antropogênica, já que grande parte da distribuição do chumbo

no ambiente é provocada por atividades humanas, como a mineração, queima de

combustíveis fósseis e má destinação de produtos com este metal em sua

constituição (pilhas, baterias automotivas, etc). E esse elemento pode ser destinado

aos corpos d’água e, consequentemente, bioconcentrar na biota aquática.

mg.k

g-¹

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40

Apesar de estar abaixo do limite estabelecido pela ANVISA, o consumo

elevado dessas espécies pode causar uma contaminação por chumbo. Portanto, é

necessário que se faça um consumo moderado dessas espécies.

As concentrações médias de cobre (Figura 7) também se apresentaram

abaixo do limite estabelecido pela ANVISA para consumo, sendo as concentrações

em todas as espécies, exceto P. squamosissimus, muito próximas.

Figura 7. Concentrações médias de Cu em cinco espécies de peixes da Bacia Hidrográfica do rio

Madeira.

O cobre é um elemento essencial e é encontrado em vários fluídos corporais

e tecidos como cérebro, coração e músculo (Comar & Bronner, 1968 apud

SARGENTELLI et al., op. cit.). Portanto, as concentrações de cobre encontradas nas

cinco espécies estudadas são provavelmente utilizadas na fisiologia desses animais.

As concentrações médias de níquel (Figura 8) se apresentaram muito abaixo

do limite estabelecido para consumo pela ANVISA (5,0 mg.kg⁻¹ p. u.), e assim como

o chumbo, as concentrações médias de todas as espécies estiveram muito

próximas.

mg.k

g-¹

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41

Figura 8. Concentrações médias de Ni em cinco espécies de peixes da Bacia Hidrográfica do rio

Madeira.

O níquel possui funções essenciais no crescimento normal e reprodução de

algumas espécies animais podendo se considerado um oligoelemento (WOO et al.,

2009). Portanto, as concentrações encontradas nas cinco espécies são

provavelmente utilizadas nos processos fisiológicos desses animais, já que as

concentrações médias encontradas são baixas e quase semelhantes nas cinco

espécies.

Os resultados para mercúrio (Figura 9) também estiveram abaixo dos limites

estabelecidos pela ANVISA. Para não carnívoros o limite é de 0,5 mg.kg⁻¹ e para

carnívoros o limite é de 1,0 mg.kg⁻¹. A única espécie que apresentou desvio padrão

acima do limite foi R. vulpinus, as demais ficaram abaixo dos limites.

Esse elemento foi o único desse estudo que demonstrou o fenômeno da

biomagnificação, que é o aumento gradativo das concentrações do elemento em

indivíduos que se localizam acima das demais espécies na cadeia trófica, sendo o

individuo mais basal o que possui a menor concentração, e o topo de cadeia o que

possui maior concentração.

mg.k

g-¹

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42

Figura 9. Concentrações médias de Hg em cinco espécies de peixes da Bacia Hidrográfica do rio

Madeira. A linha azul determina o limite estabelecido pela ANVISA (0,5 mg.kg⁻¹) para peixes não

carnívoros (S. fasciatus, P. latior e T. angulatus) e a linha vermelha (1,0 mg.kg⁻¹) determina o limite

para peixes carnívoros (P. squamosissimus e R. vulpinus).

O mercúrio não é um elemento essencial e sua presença em altas

quantidades nos organismos, principalmente o metil-Hg que é a forma orgânica e

mais tóxica, podem provocar danos de origem neurológica.

Portanto, sugere-se que as espécies aqui estudadas sejam consumidas de

forma moderada, pois a velocidade de depuração desse elemento nos organismos é

muito lenta, e o consumo elevado pode provocar uma diferença significativa entre a

velocidade de consumo e a velocidade de eliminação, podendo provocar a

bioacumulação elevada desse elemento no organismo e se tornar danoso ao

mesmo.

Apesar dos elementos Zn, Cu, Pb, Ni e Hg analisados nesse estudo

apresentaram-se abaixo dos limites da ANVISA, é sempre necessário que sejam

feitas análises de acompanhamento desses elementos para se ter um controle da

contaminação por metais pesados que podem na pior das hipóteses atingir o

homem.

mg.k

g-¹

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43

O cromo foi o único dos oito elementos analisados nesse estudo que

ultrapassou o limite estabelecido para consumo (Figura 10). O valor permitido é de

0,1 mg.kg⁻¹ p. u., e os valores encontradas chegaram a ultrapassar – em algumas

espécies – sete vezes mais do que o valor permitido. A média de P. squamosissimus

foi a única que não ultrapassou o limite.

Figura 10. Concentrações médias de Cr em cinco espécies de peixes da Bacia Hidrográfica do rio

Madeira. A linha vermelha representa o limite estabelecido pela ANVISA para consumo de Cr em

alimentos (0,10 mg.kg⁻¹).

O cromo é um elemento essencial na sua forma trivalente, pois participa de

diversos processos bioquímicos e fisiológicos. Já na sua forma hexavalente, se

comporta como um elemento altamente tóxico que produz efeitos reversíveis e

irreversíveis, de forma aguda ou crônica, em diferentes sistemas dos organismos

(FLAHERTY, 1993).

Esse elemento está naturalmente distribuído nos ambientes na forma

elementar ou trivalente. Suas concentrações em solos não contaminados ocorrem

em baixas concentrações. Quase todo o cromo hexavalente do ambiente se origina

de atividades antrópicas como, oxidação industrial de depósitos de cromo,

combustão de combustíveis fósseis, madeira, papel e indústrias de curtume (WHO,

1988).

mg.k

g-¹

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44

Os resultados para cromo apresentados aqui se referem ao cromo total (todas

as formas existentes de cromo), e assim como para os outros elementos, análises

periódicas são recomendadas. Vale ressaltar que o consumo de altas doses de

cromo, em nível de nutriente, pode causar dermatites, úlceras, problemas renais e

hepáticos (ANDERSON, 1986; MERTZ, 1993).

Como o cromo foi o único elemento desse estudo a ultrapassar o limite

máximo para consumo estabelecido pela ANVISA, obteve uma atenção especial. O

metal teve suas concentrações comparadas nas espécies P. latior, T. angulatus e S.

fasciatus entre montante e jusante da UHE Santo Antônio, partindo da hipótese de

que os indivíduos da jusante da barragem apresentariam os maiores valores, por

estarem recebendo diretamente os rejeitos das atividades humanas de toda cidade

de Porto Velho a partir dos esgotos e dos igarapés que são afetados pelo liquido

percolado produzido no lixão da cidade e que, consequentemente, deságuam no rio

Madeira.

As três espécies foram escolhidas para a comparação devido apresentarem

bom número de amostras (Tabela 4) tanto a montante como a jusante da UHE Santo

Antônio.

Tabela 4. Número amostral de P.latior, T. angulatus e S. fasciatus coletadas a jusante e montante da

UHE Santo Antônio. n = número de indivíduos.

Espécie Montante (n) Jusante (n)

P. latior 26 11

T. angulatus 12 18

S. fasciatus 11 8

Para início de comparação foi realizado primeiramente o teste de normalidade

de Shapiro-Wilk para verificar se as variáveis estavam modeladas em uma

distribuição normal ou não (Figuras 11,12 e 13).

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45

0.4 0.5 0.6 0.7 0.8

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Papel de Probabilidade

Dados

No

rma

l

0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5

-2-1

01

2

Papel de Probabilidade

DadosN

orm

al

Figura 11. Teste de normalidade de Shapiro-Wilk das variáveis jusante e montante de P. latior.

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Papel de Probabilidade

Dados

No

rma

l

0.2 0.4 0.6 0.8

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Papel de Probabilidade

Dados

No

rma

l

Figura 12. Teste de normalidade de Shapiro-Wilk das variáveis jusante e montante de T. angulatus.

P-valor = 0,8907

Jusante

P > 0,05

Ju

P-valor = 0,0006

Montante

P < 0,05

P-valor = 0,0432

Jusante

P < 0,05

P-valor = 0,1878

Montante

P > 0,05

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46

0.4 0.5 0.6 0.7

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

Papel de Probabilidade

Dados

No

rma

l

0.1 0.2 0.3 0.4

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Papel de Probabilidade

Dados

No

rma

l

Figura 13. Teste de normalidade de Shapiro-Wilk das variáveis jusante e montante de S. fasciatus.

As variáveis P. latior jusante, T. angulatus montante, S. fasciatus montante e

jusante apresentaram distribuições normais (P>0,05) e as demais não apresentaram

distribuições normais (P<0,05).

Como os dados obtidos não satisfazem as exigências das técnicas

estatísticas clássicas como, as distribuições normais ou gausianas em todas as

variáveis, foi decidido utilizar testes para dados não paramétricos.

Foi realizado o teste U de Wilcoxon-Mann-Whithey (WMW) para as amostras

da jusante e montante de P. latior, S. fasciatus e T. angulatus para verificar se os

valores são significativos em cada espécie distribuidas nesses pontos. As espécies

P. latior e S. fasciatus apresentaram diferenças significativas (P<0,05), indicando

que os espécimes de cada espécie coletados a jusante apresentam as

concentrações mais elevadas de cromo (Figuras 14 e 16). A espécie T. angulatus

não apresentou diferença significativa (Figura 15).

P-valor = 0,1504

Jusante

P > 0,05

P-valor = 0,2553

Montante

P > 0,05

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JUSANTE MONTANTE

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

Cr

(mg

.kg

-¹)

Figura 14. Concentrações de cromo em P. latior a jusante e a montante da UHE Santo Antônio e

valores do teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney (WMW).

JUSANTE MONTANTE

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

Cr

(mg

.kg

-¹)

Figura 15. Concentrações de cromo em T.angulatus a jusante e a montante da UHE Santo Antônio e

valores do teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney (WMW).

. Média

Mediana

25% a 75%

Máximo

Mínimo

Outliers – 0,5072

0,4882

Teste de WMW

W = 283

p-valor = 1,63-8

α = 0,05

. Média

Mediana

25% a 75%

Máximo

Mínimo

Teste de WMW

W = 99

p-valor = 0,72

α = 0,05

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JUSANTE MONTANTE

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Cr

(mg

.kg

-¹)

Figura 16. Concentrações de cromo em S. fasciatus a jusante e a montante da UHE Santo Antônio e

valores do teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney (WMW).

Também foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis a posteriori que também

demonstrou diferença significativa entre os grupos (P<0,05). Como diferenças foram

encontradas, utilizou-se o procedimento de Dunn para comparações múltiplas, que

compara os grupos tomados dois a dois e revela quais grupos variam entre si. O

motivo da utilização desse teste é devido a capacidade que o procedimento de

Dunn tem em formar os grupos a partir das relações entre as variáveis, nesse caso

as concentrações de cromo (Figura 17), e como é um modelo de comparação

múltipla não paramétrico, foi necessário a utilização do teste de Kruskal-Wallis.

. Média

Mediana

25% a 75%

Máximo

Mínimo

Teste de WMW

W = 84

p-valor = 3,17-4

α = 0,05

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49

P. latiorJ P. latiorM S. fasciatusM T. angulatusM

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

Cr

(mg

.kg

-¹)

Figura 17. Grupos formados a partir das concentrações de cromo e valores do teste de Kruskal-Wallis

(KW) em P. latior, S. fasciatus e T. angulatus coletados a jusante (J) e montante (M) da UHE Santo

Antônio.

Após os resultados obtidos através dos testes estatísticos podemos inferir

que as atividades humanas tem influência direta nas altas concentrações de cromo

nos peixes a jusante da UHE Santo Antônio, pois os espécimes das espécies P.

latior e S. fasciatus apresentaram concentrações elevadas e significativas nessa

região em comparação com as concentrações encontradas nos espécimes de

ambas as espécies a montante.

C A BC AB BC ABC

P. latior (J) P. latior (M) S. fasciatus (J) S. fasciatus (M) T. angulatus (J) T. angulatus (M)

Grupos

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50

Vale lembrar que grande parte dos espécimes de toda a área de estudo estão

apresentando elevados níveis de cromo em seus tecidos, não somente a jusante,

mas este sendo sim o que possui maiores concentrações. Molisani et al.(2004),

dizem que os potenciais riscos de contaminação geradas pelas indústrias têm maior

relevância quando comparados aos riscos gerados pelos esgotos domésticos e pela

agricultura.

Sabidamente, o estado de Rondônia é um dos grandes centros agropecuários

do norte brasileiro, sendo a cidade de Porto Velho detentora de um rebanho de

532.859 cabeças de gado de corte (IDARON, 2008), consequentemente, um dos

maiores produtores de couro do estado. Na indústria do curtume, grandes

quantidades de cromo são utilizadas para preservar esse material, e grande parte

desse elemento químico pode ser eliminada sem o devido tratamento. A cidade de

Porto Velho até novembro de 2012 possuia três empresas de curtume com licença

de operação autorizada, sendo uma localizada em uma região banhada por igarapés

e muito proxima do rio Madeira (SEDAM, comunicação pessoal).

Quanto aos grupos formados a partir das concentrações de cromo (Figura

17), a análise estatítica encontrou cinco grupos distintos de concentração de cromo,

sendo a espécie P. latior a única a apresentar grupos distintos para os espécimes a

montante (A) e a jusante (C). O que poderia talvez estar influenciando nas

concentrações de cromo nos grupos A e C correspondentes a P. latior que se

diferenciam das concentrações das outras duas espécies? Teria o metabolismo de

P. latior alguma característica própria para a bioacumulação de cromo, tal como uma

eliminação fraca ou inexistente? Quais fatores estariam contribuindo para a

semelhança dos outros grupos? O hábito alimentar pode influenciar na

bioacumulação de cromo para a espécie P. latior?

Seria interessante realizar um estudo sobre as concentrações de metais

pesados em conteúdos estomacais e correlacioná-los com as concentrações em

tecidos, para verificar se os níveis de cada elemento presentes nos conteúdos

estomacais são proporcionais as concentrações encontradas nos outros tecidos.

Teles et al. (2008) propuseram que a espécie herbívora (Myleus torquatus) em seu

estudo, apresentava maiores concentrações de cromo devido o tipo de alimento que

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51

ingeria, e que as altas concentrações do elemento poderia estar relacionada com a

biodiversidade da região estudada. Bueno (2003) cita que as espécies que se

alimentam no fundo possuem maior capacidade de bioacumular o elemento cromo,

pois como se sabe, as concentrações de elementos-traço são maiores no sedimento

de fundo em comparação com a água, podendo em alguns casos, exceder em cinco

vezes a orden de grandeza presente na água (BRYAN & LANGSTON, 1992), e

espécies que se alimentam no fundo, como os iliófagos, estão mais suscetíveis a

bioconcentração de metais pesados.

Diante do problema, é necessário que medidas sejam tomadas pelos orgãos

de controle ambiental na questão que envolve o cromo, identificando as origens da

contaminação por esse elemento, como foi visto nesse estudo, os rejeitos

domésticos produzidos na cidade de Porto Velho também podem ser responsáveis

por parte na contaminação, e quais seriam as outras fontes responsáveis pelas altas

concentrações de cromo nas áreas que se distanciam da cidade, como por exemplo,

a região a montante da UHE Santo Antônio? poderia ser uma característica

geoquímica (natural) da região proporcionar elevadas concentrações de cromo na

biota sem que cause danos a mesma, ou seria esses altos valores de origem

antropogênica?

7 CONCLUSÕES

A ANVISA estabelece para alimentos, os limites máximos recomendados para

consumo de cada um dos elementos Cu, Zn, Pb, Cr, Ni e Hg. Dos seis elementos

analisados nesse estudo, somente o cromo se apresentou acima do limite

estabelecido pela legislação vigente. As espécies Potamorhina latior e Schizodon

fasciatus apresentaram concentrações significativas de cromo na região próxima a

cidade de Porto Velho (Jusante), corroborando ao fato de que as atividades

humanas podem estar contribuindo para o elevado nível de cromo nos peixes nessa

área, já que todas as descargas de esgoto da cidade de Porto Velho deságuam no

rio Madeira. Foi observado também que as outras espécies tiveram concentrações

de cromo acima do limite permitido pela ANVISA para consumo humano mesmo se

apresentando longe da região a jusante da UHE Santo Antônio.

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52

8 RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se uma atenção ao elemento cromo ampliando a investigação

com objetivos em compreender a fonte desse elemento, inclusive em estudos

futuros a especiação química para determinar a valência química (Cr III – Cr VI)

desse elemento presente nos peixes da região. Pois, o cromo hexavalente tem

reconhecida potencialidade carcinogênica. Ao final dessa monografia um relatório

técnico será produzido e entregue nas Secretarias Estadual e Municipal de Meio

Ambiente do Estado referente a este estudo.

9 REFERÊNCIAS

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(Labeo rohita). International Journal of Agriculture and Biology, 9(2), 333-337.

2007.

AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; SUZUKI, H. I.; JÚLIO-JR, H. F.: Migratory fishes

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Biology, Fisheries and Conservation Status. (Ed. Carolsfeld. J.; Harvey, B.; Ross,

C. & Baer, A.). IDRC and World Bank, Canada, 19-98, 2003.

AKAN, J. C.; SALWA, M.; YIKALA, B. S.; CHELUBE, Z. M.: Study on the distribution

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State, Nigeria. British Journal of Applied Science and Technology, 2(4), 311-333,

2012.

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ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Legislação em Vigilância

Sanitária. Portaria n° 55871, de 26 de março de 1965, Normas Reguladoras do

Emprêgo de Aditivos para Alimentos. Disponível em <

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/414d248047458a7d93f3d73fbc4c6735/

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Planilha geral das concentrações de metais pesados em tecido

muscular em mg.kg⁻¹.

Hg Cu Fe Zn Mn Pb Cr Ni Barragem Espécie

0,1273 0,4096 9,0918 11,8046 1,5659 0,1639 0,5020 0,1575 Jusante P. latior

0,1431 0,3631 6,1541 6,1870 0,3369 0,3784 0,5370 0,1082 Jusante P. latior

0,1186 0,3166 5,5976 7,4046 0,3657 0,5687 0,5408 0,0946 Jusante P. latior

0,1519 0,2821 5,7443 6,9932 0,9956 0,4559 0,3606 0,1515 Jusante P. latior

0,1735 0,4357 10,4397 7,1618 0,7525 0,4125 0,6042 0,0469 Jusante P. latior

0,2376 0,4142 10,0023 6,3560 0,6829 0,7331 0,7680 0,2147 Jusante P. latior

0,1228 0,4270 5,3167 6,4920 0,5336 0,4461 0,8658 0,1315 Jusante P. latior

0,3045 0,4098 8,2025 6,6353 0,7700 0,5729 0,6804 0,1299 Jusante P. latior

0,0486 0,1315 8,3672 7,6843 0,7463 0,7375 0,6709 0,1983 Jusante P. latior

0,0662 0,5187 7,0117 4,9392 0,5183 0,8031 0,5139 0,1476 Jusante P. latior

0,0440 0,5534 8,7362 7,7057 0,4410 1,1296 0,7852 0,1171 Jusante P. latior

0,0677 0,4010 4,8338 3,9390 0,4189 0,8069 0,5073 0,0158 Montante P. latior

0,0849 0,2730 2,6409 6,3793 0,6843 0,7592 0,2083 0,3122 Montante P. latior

0,1115 0,1823 1,2865 3,7631 0,6860 0,2748 0,1110 0,2470 Montante P. latior

0,0765 0,2057 3,8479 4,5990 0,5242 0,4234 0,2059 0,5626 Montante P. latior

0,0916 0,1923 2,4530 4,1609 0,6252 0,5585 0,2115 0,2825 Montante P. latior

0,0775 0,1827 2,5892 3,9803 0,2662 0,2968 0,1076 0,2011 Montante P. latior

0,0622 0,1392 2,8606 4,2043 0,7918 0,4323 0,2922 0,4132 Montante P. latior

0,0976 0,1764 2,0493 4,4686 0,4357 0,7493 0,1834 0,2667 Montante P. latior

0,1161 0,1622 2,6304 5,2169 0,2966 0,6164 0,1789 0,2058 Montante P. latior

0,1328 0,1505 2,0163 4,6929 0,3661 0,5241 0,1658 0,1921 Montante P. latior

0,1085 0,3854 1,9572 4,0070 0,2719 0,9937 0,0998 0,2281 Montante P. latior

0,1114 0,2380 4,1253 4,0587 0,3866 0,4262 0,1607 0,3323 Montante P. latior

0,0867 0,3136 3,6184 3,3523 0,2891 0,3871 0,0837 0,1917 Montante P. latior

0,1202 0,3631 2,9056 4,2101 0,4312 0,6058 0,2423 0,2509 Montante P. latior

0,1211 0,1940 4,7258 4,2847 0,3469 0,6848 0,0843 0,0479 Montante P. latior

0,1215 0,3413 3,2130 2,8866 0,5327 0,5244 0,1261 0,1387 Montante P. latior

0,1190 0,2515 4,4565 4,4316 0,3242 0,8855 0,0804 0,0886 Montante P. latior

0,1270 0,3457 3,2329 2,9973 0,6789 0,6100 0,1238 0,1628 Montante P. latior

0,1345 0,1741 5,3598 3,2265 0,2562 0,4650 0,0583 0,0527 Montante P. latior

0,0886 0,4527 5,9822 3,2864 0,2783 0,1801 0,0584 0,0893 Montante P. latior

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63

0,1443 0,3185 2,3890 4,0820 0,2932 0,3239 0,1850 0,2332 Montante P. latior

0,1375 0,1712 3,5204 3,0173 0,2329 0,6058 0,1011 0,0681 Montante P. latior

0,1395 0,3820 4,3938 3,7578 0,3543 0,0379 0,0278 0,0333 Montante P. latior

0,1092 0,4384 6,3386 4,1131 0,2318 0,8583 0,0030 0,0274 Montante P. latior

0,1160 4,6954 5,0818 0,4947 0,0746 0,0914 Montante P. latior

5,4194 3,8990 2,7887 0,4882 0,1242 Montante P. latior

0,2516 0,5679 6,4927 8,7668 1,6723 0,8601 0,4508 0,1173 Jusante T. angulatus

0,1692 0,3083 2,5019 9,7905 0,6227 0,5187 0,8480 0,0410 Jusante T. angulatus

0,2645 0,2265 3,7522 8,9571 0,6461 0,5623 0,7034 0,0612 Jusante T. angulatus

0,4039 0,6500 7,3499 6,8378 0,7232 0,6523 0,9083 0,1743 Jusante T. angulatus

0,1526 0,8023 9,7200 6,8806 0,6934 0,5136 0,7984 0,1336 Jusante T. angulatus

0,2824 0,5355 7,4897 6,8247 0,5123 0,7115 0,5677 0,1608 Jusante T. angulatus

0,1137 0,3932 5,4852 9,0366 0,5835 1,5570 0,6304 0,1368 Jusante T. angulatus

0,1259 0,3887 3,5289 6,5937 0,8288 0,4923 0,0424 0,0882 Jusante T. angulatus

0,2505 0,2700 3,1405 7,8175 0,8649 0,4579 0,0544 0,0209 Jusante T. angulatus

0,1328 0,0998 1,8836 9,5538 0,9239 0,7802 0,0906 0,0017 Jusante T. angulatus

0,1615 0,4343 7,8136 5,1308 0,5985 0,0081 0,0142 0,0126 Jusante T. angulatus

0,2055 0,1453 7,5507 7,3218 0,3293 0,6488 0,0704 0,0858 Jusante T. angulatus

0,1472 0,3468 1,1630 7,6825 0,4798 0,6398 0,4665 0,1615 Jusante T. angulatus

0,2267 0,0449 3,6791 8,6930 0,2742 0,9740 0,6338 0,1524 Jusante T. angulatus

0,1272 0,5346 2,8047 7,9997 0,4553 0,1834 0,3858 0,1074 Jusante T. angulatus

0,1955 0,3551 7,9565 9,9370 0,9234 0,5468 0,6241 0,1236 Jusante T. angulatus

0,1343 0,5037 5,5913 7,4019 0,4827 0,4964 0,5926 0,1325 Jusante T. angulatus

0,2442 0,4374 7,9413 8,1937 1,1412 1,1112 0,6739 0,1236 Jusante T. angulatus

0,1076 0,4762 5,8154 11,2315 0,4102 0,9238 0,0992 Jusante T. angulatus

0,1777 0,5364 7,5123 6,9962 0,4420 0,3101 Jusante T. angulatus

0,1741 6,2478 8,2792 0,5019 1,3665 Jusante T. angulatus

0,1748 0,3302 3,1783 7,6632 1,0958 0,4089 0,3226 0,1110 Montante T. angulatus

0,4593 0,1546 3,7694 7,0336 0,5009 0,7664 0,7223 0,3272 Montante T. angulatus

0,4375 0,3803 4,0793 9,3325 0,4316 0,7540 0,9554 0,1812 Montante T. angulatus

0,2592 0,2227 2,9472 10,7520 0,6173 0,1142 0,6710 0,1336 Montante T. angulatus

0,3862 0,3492 4,2416 6,8974 0,5156 0,8669 0,5763 0,2596 Montante T. angulatus

0,3205 0,3098 4,1413 7,2113 0,2759 0,2032 0,4359 0,1500 Montante T. angulatus

0,2296 0,3842 4,5225 7,7354 0,3824 0,7878 0,6483 0,1195 Montante T. angulatus

0,2670 0,1245 5,5501 10,4256 0,0417 0,1325 0,0596 0,2757 Montante T. angulatus

0,2046 0,0992 3,6470 5,5979 0,0637 0,1590 0,1017 0,5151 Montante T. angulatus

0,1956 0,1200 1,8352 4,8350 0,2888 0,8484 0,0716 0,1866 Montante T. angulatus

0,2335 0,1838 2,3613 7,6323 1,0602 0,9571 0,0615 0,0782 Montante T. angulatus

0,2128 0,1312 1,9889 5,4277 0,5357 0,1528 0,2089 Montante T. angulatus

0,7150 0,0048 5,1467 4,6608 0,0782 0,3548 Montante T. angulatus

0,0855 0,2771 4,3153 7,1556 0,5498 0,6128 0,3649 0,1138 Jusante S. fasciatus

0,0874 0,3033 4,2500 8,5344 0,9776 0,6834 0,7386 0,1379 Jusante S. fasciatus

0,1857 0,2392 5,6819 6,5426 0,5852 0,9074 0,4544 0,1346 Jusante S. fasciatus

0,1599 0,2713 4,1039 11,1196 0,7956 0,3858 0,4177 0,1379 Jusante S. fasciatus

0,0640 0,3703 5,1697 10,6429 0,4703 0,1628 0,5369 0,1872 Jusante S. fasciatus

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64

0,1139 0,2575 5,3449 8,6841 0,5472 0,4615 0,7486 0,1303 Jusante S. fasciatus

0,0880 0,3002 3,0832 11,3201 0,8579 0,7342 0,5414 0,1061 Jusante S. fasciatus

0,0946 0,3776 4,0248 8,1271 0,5796 1,5140 0,7526 0,2246 Jusante S. fasciatus

0,2525 0,1966 2,6140 5,6281 0,4612 0,6678 0,1545 0,1965 Montante S. fasciatus

0,0268 0,2079 2,3242 3,9653 0,2979 0,6277 0,1685 0,1517 Montante S. fasciatus

0,1925 0,1822 1,7416 4,1136 0,3468 0,4741 0,1521 0,1642 Montante S. fasciatus

0,0077 0,0026 5,1746 4,2472 0,1861 0,5337 0,0635 0,0922 Montante S. fasciatus

0,0144 0,0183 4,0078 2,8841 0,4868 0,5753 0,1534 0,0830 Montante S. fasciatus

0,0275 0,2255 5,0380 4,0366 0,3849 0,4583 0,2912 0,1791 Montante S. fasciatus

0,0110 0,2423 2,6118 4,3089 0,1423 0,3854 0,3356 0,1411 Montante S. fasciatus

0,0323 0,3697 3,8840 4,0180 0,2480 0,5313 0,4547 0,1768 Montante S. fasciatus

0,0871 0,3016 3,2964 5,3601 0,2892 0,8607 0,3996 0,1410 Montante S. fasciatus

0,1061 0,3593 3,9511 6,0284 0,2373 0,5590 0,3649 0,0983 Montante S. fasciatus

0,0890 0,2435 4,5411 5,8597 0,2048 0,0757 0,1036 0,1419 Montante S. fasciatus

0,3298 0,0913 1,0207 2,9878 0,2074 0,3033 0,1347 0,1471 Montante P. squamosissimus

0,3646 0,1165 0,8989 3,7006 0,2378 0,6623 0,1099 0,2539 Montante P. squamosissimus

0,3688 0,0631 1,3487 2,7320 0,0754 0,0633 0,1691 0,6108 Montante P. squamosissimus

0,2029 0,0601 1,3236 3,0317 0,2306 0,4480 0,0429 0,3355 Montante P. squamosissimus

0,2296 0,1259 0,9574 3,2323 0,1756 0,3663 0,1313 0,2112 Montante P. squamosissimus

0,4050 0,1013 2,8454 4,0396 0,1156 0,1078 0,0640 0,0781 Montante P. squamosissimus

0,2588 0,1204 1,1744 3,8816 0,1917 0,5202 0,1033 0,1839 Montante P. squamosissimus

0,3477 0,1132 2,6111 3,9818 0,1200 0,1583 0,0336 0,0820 Montante P. squamosissimus

0,2025 0,1370 1,4450 3,7594 0,2273 0,4416 0,1143 0,2679 Montante P. squamosissimus

0,2908 0,0615 3,0334 3,2561 0,2489 0,3928 0,1069 0,0652 Montante P. squamosissimus

0,1491 0,1141 3,6309 4,6329 0,1768 0,3903 0,0457 0,0701 Montante P. squamosissimus

0,1838 0,0997 1,0940 4,0081 0,2787 0,2044 0,0898 0,2358 Montante P. squamosissimus

0,2570 0,1117 3,0299 4,2477 0,0663 0,1361 0,0710 0,0553 Montante P. squamosissimus

0,4405 0,1388 1,2957 4,6697 0,2202 0,6765 0,0831 0,2004 Montante P. squamosissimus

0,1957 0,1434 3,5810 5,6378 0,3164 0,1778 0,0799 0,0754 Montante P. squamosissimus

0,5587 0,1563 1,1604 4,0847 0,2193 0,3510 0,0861 0,2033 Montante P. squamosissimus

0,2598 0,2299 1,2957 4,5140 0,2425 0,3989 0,1406 0,1682 Montante P. squamosissimus

0,3696 0,1883 3,5282 2,0269 0,0890 0,1456 0,0427 0,0385 Montante P. squamosissimus

0,1833 0,1195 1,3257 4,0269 0,2039 0,4063 0,0395 0,2603 Montante P. squamosissimus

0,1276 0,1087 1,4380 3,3018 0,1920 0,3484 0,0749 0,2315 Montante P. squamosissimus

0,1645 0,0455 1,1298 3,5582 0,2214 0,3908 0,1247 0,1823 Montante P. squamosissimus

0,5245 0,1953 3,3486 2,8805 0,1487 0,5874 0,0057 0,0838 Montante P. squamosissimus

0,5100 0,0264 2,0006 5,5359 0,4418 1,0215 0,2266 0,2419 Montante P. squamosissimus

0,1998 0,0066 2,1673 3,5191 0,2748 0,4737 0,0962 0,1739 Montante P. squamosissimus

0,1889 0,1159 2,7005 2,9369 0,2057 0,3824 0,0123 0,0552 Montante P. squamosissimus

0,4234 0,0956 1,2307 3,5250 0,2121 0,4865 0,0937 0,2984 Montante P. squamosissimus

0,1703 0,0692 2,9324 3,3840 0,2697 0,3647 0,0795 0,0541 Montante P. squamosissimus

0,4240 0,1304 3,2974 3,5758 0,1109 0,5966 0,0262 0,0672 Montante P. squamosissimus

0,1728 0,0545 3,4106 3,9263 0,2144 0,0330 0,0498 0,0743 Montante P. squamosissimus

0,5679 0,1507 2,9893 3,9189 0,1344 0,5310 0,0464 0,0900 Montante P. squamosissimus

0,2528 0,1126 3,2624 3,7095 0,2084 0,3014 0,0682 0,0412 Montante P. squamosissimus

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65

0,4175 0,0861 3,2537 4,1721 0,1604 0,1124 0,0719 0,0857 Montante P. squamosissimus

0,2177 0,0731 3,3796 5,0863 0,3288 0,0482 0,0053 0,1173 Montante P. squamosissimus

0,2679 0,0057 2,9766 3,1249 0,2253 0,4900 0,0571 0,0430 Montante P. squamosissimus

0,2059 0,1397 4,0265 3,8860 0,1340 0,4253 0,0510 0,0987 Montante P. squamosissimus

0,5587 0,2191 3,0553 3,5695 0,1047 0,0980 0,0291 0,0532 Montante P. squamosissimus

0,5223 0,1332 2,9739 2,8606 0,0798 0,2794 0,3485 0,1007 Montante P. squamosissimus

0,8885 0,2402 3,3661 3,6966 0,1441 0,7315 0,0572 0,0745 Montante P. squamosissimus

0,5655 1,0596 5,6323 0,1091 0,8162 0,3691 0,0721 Montante P. squamosissimus

0,4347 4,7070 5,2122 0,0763 0,0871 Montante P. squamosissimus

1,1225 4,3744 0,1388 Montante P. squamosissimus

0,5942 0,4596 5,7390 6,6911 1,0740 1,0605 0,6371 0,2276 Jusante R. vulpinus

0,8745 0,4165 4,8886 7,3608 0,3677 0,6969 0,4762 0,1407 Jusante R. vulpinus

0,7686 0,1948 1,6506 4,3562 0,6240 0,7450 0,4702 0,1429 Jusante R. vulpinus

0,6487 0,4960 6,8306 10,2039 0,3853 0,6558 0,5206 0,1177 Jusante R. vulpinus

0,3776 0,4184 4,6901 4,4432 0,2324 0,6816 0,3618 0,1417 Montante R. vulpinus

0,6487 0,3168 3,4172 5,3814 0,3900 0,6600 0,1951 0,2825 Montante R. vulpinus

0,5004 0,3916 4,2269 5,9356 0,3767 0,5541 0,1817 0,2871 Montante R. vulpinus

1,7030 0,3666 4,1419 4,6147 0,2707 0,3223 0,1037 0,2937 Montante R. vulpinus

0,7237 0,3703 2,9899 4,8714 0,2690 0,5381 0,1310 0,2297 Montante R. vulpinus

0,5782 0,3126 2,3476 5,5779 0,3009 0,8653 0,2108 0,2525 Montante R. vulpinus

0,5950 0,0364 1,7019 3,6404 0,3031 0,6811 0,0797 0,2111 Montante R. vulpinus

0,9362 0,1693 3,2423 4,3669 0,2684 0,2201 0,0992 0,0499 Montante R. vulpinus

0,4059 0,4562 3,5535 5,2941 0,4118 0,5375 0,1194 0,3197 Montante R. vulpinus

0,5043 0,0109 4,0261 4,8217 0,2643 0,1232 0,0866 0,0895 Montante R. vulpinus

0,6009 0,4087 3,0631 5,3103 0,3554 0,7770 0,1412 0,2490 Montante R. vulpinus

1,1518 0,1220 3,4707 4,5657 0,2863 0,0951 0,1319 0,0821 Montante R. vulpinus

1,0196 0,1895 5,6638 4,3831 0,2527 0,2384 0,0919 0,1261 Montante R. vulpinus

0,7667 0,3224 4,7369 6,0264 0,4084 0,1772 0,2008 0,0596 Montante R. vulpinus

0,5582 0,0230 5,3308 6,6324 0,5224 0,0607 0,0824 0,2050 Montante R. vulpinus

0,3561 0,2328 4,8249 5,6769 0,4064 0,3439 0,1156 0,0737 Montante R. vulpinus

0,8273 0,3557 3,8803 4,8671 0,3340 0,2871 0,1872 0,1307 Montante R. vulpinus

0,3466 5,7180 5,0377 0,1851 0,6588 0,1214 0,0519 Montante R. vulpinus

0,2926 4,5706 5,1087 0,2615 0,6392 0,2475 0,0798 Montante R. vulpinus

0,3375 4,3550 5,6016 0,5191 0,4755 0,4873 0,1642 Montante R. vulpinus

0,3361 4,2959 6,7312 0,5441 0,6675 0,2261 0,1086 Montante R. vulpinus

6,0241 7,5859 0,4286 0,2520 0,1099 Montante R. vulpinus