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Fundo de Pensões Aberto
Banif Reforma Jovem
Relatório e Contas Anual
2014
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 2
Índice 1 Enquadramento Macroeconómico ................................................................................................ 3
1.1 Enquadramento Internacional ............................................................................................... 3 1.2 Enquadramento Nacional ...................................................................................................... 5 1.3 Mercado de Trabalho ............................................................................................................ 7 1.4 Evolução dos Preços ............................................................................................................. 8 1.5 Balança de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional ............................................ 9 1.6 Crédito e Recursos ............................................................................................................. 10 1.7 Taxas de juro e indexantes de mercado ............................................................................... 11 1.8 Programa de Assistência Económica e Financeira ................................................................. 11 1.9 Política Monetária ............................................................................................................... 12 1.10 Mercados Financeiros ......................................................................................................... 14
2 Relatório de Gestão .................................................................................................................. 15 2.1 Composição da carteira a 31/12/2014 ................................................................................. 15 2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões ...................................................... 16 2.3 Política de investimento: objectivos e princípios ................................................................... 35 2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais ................................................................. 37 2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual .......... 37 2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos .............................................................. 38 2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões ............................................................. 41 2.8 Benchmarks de performance e resultados ............................................................................ 44 2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto ............................................ 46 2.10 Utilização de produtos derivados ......................................................................................... 50
3 Demonstrações Financeiras ....................................................................................................... 52 3.1 Demonstração da Posição Financeira ................................................................................... 52 3.2 Demonstração de Resultados .............................................................................................. 53 3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa ....................................................................................... 54 3.4 Notas às Demonstrações Financeiras ................................................................................... 55
1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora ....... 55 2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício .................................................. 56 3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas............................................... 56 4 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões ................................................................... 59 5 Riscos associados à carteira de investimentos ................................................................. 60 6 Inventário dos investimentos a 31/12/2014 com indicação do justo valor .......................... 61 7 Investimentos ............................................................................................................... 61 8 Devedores e Credores .................................................................................................... 61 9 Acréscimos e Diferimentos ............................................................................................. 62 10 Contribuições ................................................................................................................ 62 11 Benefícios pagos ............................................................................................................ 65 12 Ganhos líquidos dos investimentos.................................................................................. 67 13 Rendimentos líquidos dos investimentos ......................................................................... 67 14 Outros rendimentos e ganhos ......................................................................................... 67 15 Outras despesas ............................................................................................................ 68 15 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas.......... 68 16 Garantias por parte da entidade gestora ......................................................................... 68
4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões ................................................... 69 5 Anexos .................................................................................................................................... 70
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 3
1 Enquadramento Macroeconómico
1.1 Enquadramento Internacional
De acordo com o FMI, a economia global terá crescido 3,3% em 2014, o mesmo que em 2013, um
desempenho abaixo das expectativas iniciais que foi muito condicionado pela evolução negativa de
algumas das principais economias, em particular durante o primeiro trimestre do ano.
Evolução do Crescimento Global
Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro de 2015
Esse comportamento negativo fez-se sentir na economia norte-americana que sofreu o impacto de
condições climatéricas extremamente adversas no 1º trimestre do ano, que contribuíram para a queda da
procura interna. Esta economia sofreu ainda da queda abrupta das exportações, após o forte
desempenho desta rubrica no último trimestre de 2013, e da correcção da variação de existências, na
sequência da acumulação de inventários ocorrida na segunda metade de 2013. Estes factores, de
natureza temporária, não alteraram a dinâmica da economia tendo-se verificado uma recuperação
significativa a partir do segundo trimestre, com a economia a crescer acima de 3% em termos anuais na
segunda metade do ano. A recuperação foi liderada pelo consumo privado, que beneficiou do forte
desempenho do mercado de trabalho, da melhoria dos balanços financeiros das famílias e da melhoria da
confiança dos consumidores. O investimento, especialmente o não residencial, também teve um
contributo favorável, beneficiando dos elevados níveis de utilização da capacidade produtiva.
Na Europa, o ritmo da recuperação permanece moderado, com os vários países a enfrentar a gestão do
legado da crise financeira, a suportar os custos de um ajustamento macroeconómico inacabado e a lenta
implementação de reformas, assim como a persistente reduzida tendência de crescimento. De acordo
com as previsões de Inverno da Comissão Europeia, a Zona Euro cresceu 0,8% em 2014, tendo
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 4
recuperado do crescimento negativo registado em 2013 (-0,5%). No seu conjunto, a UE cresceu 1,3%,
recuperando de uma variação nula em 2013.
O desempenho da Zona Euro continua a ser desigual entre as várias economias e negativamente
impactado pelo processo de desalavancagem dos agentes públicos e privados, pela persistência da
fragmentação financeira, apesar dos avanços conseguidos em termos de União Bancária, e pelo elevado
desemprego em muitas destas economias. Neste sentido, contrasta o crescimento de 4,8% registado na
Irlanda com a queda de 2,8% no Chipre e de 0,5% em Itália. A Alemanha, por seu turno, cresceu 1,5%,
a França 0,4% e Espanha 1,4%, enquanto a Grécia regressou ao crescimento pela primeira vez após 6
anos de recessão. A queda do preço do petróleo, em conjunto com a depreciação da taxa de câmbio
efectiva do euro, as medidas de expansão quantitativa do BCE e o plano de investimento promovido pela
Comissão Europeia são factores positivos que poderão permitir sustentar a recuperação em 2015.
O processo de desinflação continuou em 2014, com os preços a subirem 0,4% na Zona Euro (0,6% na
UE) depois de terem subido 1,4% e 1,5%, respectivamente, em 2013. No entanto, verificou-se deflação
em 5 países da Zona Euro – Grécia (-1,4%), Espanha (-0,2%), Chipre (-0,3%), Portugal (-0,2%) e
Eslováquia (-0,1%). A descida do preço do petróleo, na segunda metade do ano, deverá continuar a
impactar sobre a taxa de inflação, em particular na primeira metade de 2015.
No quadro do reforço da arquitectura institucional da Zona Euro, prosseguiu em 2014 o processo de
construção da União Bancária, destacando-se o início de funcionamento do Mecanismo Único de
Supervisão Bancária, liderado pelo BCE no papel de supervisor único, a partir de Novembro. Este início foi
precedido por um exercício de análise completa dos bancos que entraram, numa primeira fase, sob
directa supervisão do BCE (que representam cerca de 85% dos activos bancários na Zona Euro), que
incluiu a avaliação da qualidade dos activos e testes de esforço sobre a capacidade de suportar cenários
adversos.
O Japão registou um crescimento praticamente nulo em 2014, que se terá cifrado, de acordo com o FMI
em 0,1%, após um crescimento de 1,6% em 2013. A economia entrou em recessão técnica no 3º
trimestre, sofrendo o impacto negativo sobre a procura interna resultante do aumento do imposto sobre
o consumo, que não foi suficientemente compensado pelo aumento do investimento em infra-estruturas.
De acordo com o FMI, o crescimento das economias emergentes caiu ligeiramente em 2014 (4,4%) face
a 2013 (4,7%), com a maioria dos blocos económicos a registarem um abrandamento, sobretudo na
primeira metade do ano, com um crescimento abaixo das expectativas resultante da menor procura
externa por parte dos EUA e da China e, para um conjunto de países, menor procura interna e fraco
crescimento do investimento.
O desempenho da Rússia (que caiu de 1,3% em 2013 para 0,6% em 2014), dos países da América
Latina e Caraíbas (de 2,8% para 1,2%) em especial o Brasil (que cresceu apenas 0,1% em 2014 face a
2,5% em 2013), foi muito abaixo das expectativas, sendo poucos os países onde o crescimento acelerou,
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como por exemplo a Índia (de 5,0% para 5,8%). Outra economia cujo comportamento no primeiro
trimestre foi desapontante foi a China, onde o esforço das autoridades para conter o rápido crescimento
do crédito provocou um abrandamento da procura interna maior que o antecipado e uma correcção na
actividade de construção residencial. Em resposta a este facto, as autoridades recorreram a medidas
limitadas e direccionadas para impulsionar o crescimento na segunda metade do ano, incluindo um corte
de impostos para PME, aumento do investimento público em infra-estruturas e cortes no rácio de
reservas legais dos bancos. Estas medidas terão permitido, de acordo com o FMI, atingir um crescimento
de 7,4% para a totalidade do ano, em linha com os objectivos das autoridades, mas abaixo do registado
em 2013 (7,8%).
Um dos aspectos mais marcantes do ano de 2014 foi o desempenho dos preços do petróleo, que
registaram uma queda abrupta na segunda metade do ano, de cerca de 55% entre Junho e Dezembro.
Esta queda foi, de acordo com o FMI, provocada por uma inesperada fraqueza da procura nalgumas das
principais economias, em particular as economias emergentes, o que também se reflectiu na queda do
preço dos metais industriais. Mas a maior queda registada no preço do petróleo sugere uma grande
contribuição de factores do lado da oferta, incluindo a decisão por parte da OPEP, a 27 de Novembro, de
manter os actuais níveis de produção apesar do crescente aumento da produção dos produtores não-
OPEP, especialmente os EUA.
Ao longo da primeira metade de 2014 assistiu-se igualmente ao recrudescimento dos riscos geopolíticos
em diversas geografias, com potenciais impactos sobre o preço das commodities energéticas,
nomeadamente o petróleo e o gás, mas também com potenciais impactos de desestabilização de zonas
do globo já de si altamente instáveis, como o Médio Oriente. Neste contexto, assume particular relevo o
conflito entre a Rússia e a Ucrânia relacionado com a península da Crimeia e mais tarde com zonas
separatistas do Leste da Ucrânia, que motivou a reacção internacional com a imposição de sanções
económicas à Rússia. De assinalar igualmente a manutenção do clima de guerra civil na Síria e a
propagação deste conflito para o Iraque, onde foi instaurado um califado designado por ISIL.
1.2 Enquadramento Nacional
A economia portuguesa registou em 2014 um crescimento positivo, após 3 anos consecutivos de queda
real do produto. De acordo com a estimativa rápida do INE, o PIB cresceu 0,9% em volume, após ter
registado uma queda de 1,4% em 2013. O crescimento registado em 2014 consolida uma tendência de
crescimento que se verifica desde o 1º trimestre de 2013, e que foi apenas interrompida no primeiro
trimestre de 2014, mostrando uma trajectória de recuperação gradual da actividade, em linha com o
crescimento registado para a Zona Euro. Esta evolução moderada ocorre num quadro de continuação do
ajustamento gradual dos desequilíbrios macroeconómicos, com redução do endividamento externo, e de
queda do nível de preços. De facto, a procura interna continua condicionada pelo ainda elevado nível de
endividamento do sector privado e pelo processo de consolidação orçamental, enquanto o dinamismo das
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exportações, num contexto de melhoria dos termos de troca, favoreceu a obtenção de excedentes da
balança corrente e de capital, o que permite a melhoria da posição de investimento internacional.
Evolução do PIB
Fonte: INE
A evolução do PIB teve subjacente um comportamento do consumo privado como a variável mais
dinâmica da despesa, tendo acelerado face ao ano anterior. Esta evolução reflectiu tanto a evolução dos
bens e serviço de consumo corrente como a dos bens de consumo duradouro. No caso dos bens
duradouros, as vendas de veículos automóveis de passageiros cresceram 29,8% no terceiro trimestre,
após 35,5% no segundo trimestre. O número médio mensal de carros vendidos em 2014 ascendeu a
12.000, significativamente abaixo do número médio vendido no período de 10 anos entre 2001 e 2010
(cerca de 17.000 carros). O índice de volume de negócios deflacionado no comércio a retalho de bens
duradouros cresceu 2,4% no terceiro trimestre de 2014, mostrando uma tendência ascendente ao longo
do ano (-0,1 e 0,5 por cento no primeiro e segundo trimestres, respectivamente).
Esta evolução do consumo privado é consistente com a evolução da confiança dos consumidores, que
apresentou uma recuperação ao longo do ano, tendo permanecido acima da média verificada para este
indicador nos últimos 10 anos. O consumo privado beneficiou igualmente da dinâmica do mercado de
trabalho ao longo do ano.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) interrompeu em meados de 2013 a trajectória de redução
registada desde 2009, que implicou uma queda do nível deste agregado de cerca de 30%. A FBCF terá
assim registado em 2014 um comportamento positivo, continuando a apresentar, no entanto, uma
marcada dicotomia entre o comportamento do investimento em construção e o investimento em material
de transporte e máquinas e equipamentos. A actividade de construção continuou a diminuir, o que é
visível na informação relativa às vendas de cimento para o mercado nacional, que diminuíram 8,9%, o
que foi mais do que compensado pelo crescimento das componentes de material de transporte, com as
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 7
vendas de veículos comerciais ligeiros a crescerem 59,9% enquanto as vendas de veículos comerciais
pesados a subirem 42,4%. No que respeita às importações nominais de máquinas e equipamentos,
registou-se um crescimento de 6,4% num quadro de diminuição dos preços desta componente das
importações.
No que respeita às exportações, registou-se em 2014 um crescimento moderado, que beneficiou de
comportamento similar da componente de bens e da componente de serviços. Em termos nominais, as
exportações de bens aumentaram 1,5% no terceiro trimestre, sendo que, excluindo os combustíveis, o
crescimento foi de 3%. De entre os sectores exportadores de bens, o destaque vai para o vestuário e
calçado, veículos automóveis e produtos alimentares e bebidas. No que respeita à exportação de
serviços, destaca-se o forte crescimento das exportações de turismo, traduzindo o crescimento das
dormidas de não residentes, que ascendeu a 7,9% no terceiro trimestre de 2014. A receita nominal de
viagens e turismo também aumentou significativamente, crescendo 13,7% no terceiro trimestre de 2014.
As importações, por seu turno, tiveram um comportamento consentâneo com a maior dinâmica das
componentes da procura interna com maior conteúdo importado, nomeadamente a FBCF em material de
transporte e em máquinas e bens de equipamento e o consumo de bens duradouros.
1.3 Mercado de Trabalho
De acordo com o inquérito ao emprego do INE, a taxa de desemprego situou-se em 13,9% em 2014,
uma redução de 2,3 pontos percentuais face ao valor de 2013 (16,2%). O número de desempregados
registou uma quebra de 129 mil, passando de 855,2 mil em 2013 para 726 mil em 2014 (-15,1%), após
ter registado uma subida de 3,1% no ano anterior. Em termos trimestrais, a taxa de desemprego passou
de 15,3% no 4º trimestre de 2013 para 13,5% no 4º trimestre de 2014, tendo ainda assim subido 0,4
p.p. face ao verificado no trimestre anterior, interrompendo a trajectória descendente iniciada no 2º
trimestre de 2013. A diminuição homóloga do número de desempregados foi menos intensa no 4º
trimestre, passando de uma variação de -16,0% no 3º trimestre para -13,6%.
O emprego registou um aumento de 1,6% em 2014, após a diminuição de 2,6% verificada no ano
anterior. No 4º trimestre, o emprego aumentou 0,5% em termos homólogos (2,1% no 3º trimestre). A
população activa diminuiu 1,1% em 2014 (variação de -1,8% em 2013), traduzindo a redução do número
de desempregados, uma vez que o emprego aumentou. A população activa passou de 5.284,6 mil em
2013 para 5.225,6 mil em 2014.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 8
Evolução da Taxa de Desemprego
Fonte: INE
1.4 Evolução dos Preços
Os preços no consumidor têm vindo a desacelerar desde 2012, num contexto de deterioração da posição
cíclica da economia portuguesa, em particular a moderada evolução da procura interna e do mercado de
trabalho, e da diminuição dos preços das importações excluindo bens energéticos. Em 2014, os preços
registaram uma queda significativa, com a taxa de variação média anual do IPC a cair 0,3%, face a um
crescimento de 0,3% em 2013.
A redução da taxa de variação do IPC foi sobretudo determinada pela evolução do preço dos produtos
alimentares não transformados, cuja variação média anual passou de 2,6% em 2013 para -2,1% em
2014, principalmente devido aos subgrupos das frutas e dos produtos hortícolas. Os produtos energéticos
contribuíram igualmente para a redução do IPC, registando uma taxa de variação de -1,4% em 2014 (-
0,7% no ano anterior), sobretudo devido à diminuição do preço dos combustíveis na segunda metade do
ano. No que respeita à variação dos preços das categorias de bens e serviços, verificou-se em 2014 um
crescimento médio anual dos preços dos serviços de 0,8% (0,7% em 2013), enquanto a taxa de variação
média dos preços dos bens foi de -1,1% (face a uma variação nula em 2013).
No que respeita à inflação subjacente, ou seja, retirando as componentes voláteis dos bens energéticos e
alimentares não transformados, verificou-se alguma estabilidade dos preços, que passaram de uma
variação de 0,2% em 2013 para 0,1% em 2014.
O IHPC, o índice utilizado para comparações internacionais cuja estrutura de ponderação difere da do IPC
por incluir a despesa de não residentes no país e excluir a despesa de residentes no exterior, apresentou
uma taxa de variação média anual de -0,2% em 2014 (0,4% em 2013). O diferencial entre a taxa média
anual do IHPC de Portugal e da Zona Euro situou-se em -0,6% em 2014 (-1,0 p.p. em 2013).
Evolução da Inflação (IHPC)
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 9
Fonte: INE
1.5 Balança de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional
Em 2014 a economia portuguesa registou uma capacidade líquida de financiamento externo – medida
pelo saldo conjunto das balanças corrente e de capital – de 3,6 mil milhões de euros, o que corresponde
a 2,1% do PIB, interrompendo a tendência de melhoria que se verifica desde 2009 (em 2013 situou-se
em 4,3 mil milhões de euros). O saldo conjunto da balança corrente e de capital diminuiu 1,0 p.p. do PIB
relativamente a 2013. Esta evolução é explicada pelo aumento dos défices da balança de bens e da
balança de rendimento primário, em 0,5 p.p. e 0,4 p.p. do PIB, respectivamente, assim como pela
diminuição dos excedentes da balança de serviços e de capital (ambos em 0,1 p.p.). Por seu turno, o
saldo do rendimento secundário em percentagem do PIB registou uma melhoria de 0,1 p.p. em relação a
2013.
A balança comercial (balança de bens e serviços) registou um excedente de 2,0 mil milhões de euros,
em resultado do aumento das exportações de bens e serviços em 2,5%, enquanto as importações
cresceram 4,1%. O défice da balança de bens aumentou cerca de 0,5 p.p. do PIB, atingindo -9 mil
milhões de euros em 2014, em virtude do crescimento das importações de bens em 3,3% que superou o
pequeno aumento das exportações, de 1,7%. A balança de serviços apresentou um excedente de 10,9
mil milhões de euros, em linha com o registado em 2013, onde se destacam as despesas de turistas
estrangeiros realizadas em Portugal, que cresceram 12,4%.
A capacidade líquida de financiamento da economia portuguesa reflectiu-se no aumento de activos
líquidos de Portugal face ao exterior, que resultou, de acordo com o Banco de Portugal, do segmento das
operações de outro investimento, uma vez que no investimento directo e no investimento de carteira as
operações realizadas conduziram a uma diminuição dos activos líquidos sobre o exterior.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 10
Dado o aumento de activos líquidos de Portugal face ao exterior, a Posição de Investimento Internacional
(PII) de Portugal, medida pela diferença entre o stock de activos e passivos de natureza financeira,
tornou-se menos negativa em 6,7 p.p. do PIB em relação à posição observada no final de 2013. Assim,
no final de 2014, a PII ascendeu a -193,1 mil milhões de euros, ou seja, -110,7% do PIB.
A dívida externa líquida situou-se, no final de 2014, em 182,4 mil milhões de euros (104,5% do PIB),
mais 3,8 p.p. do que no final de 2013.
1.6 Crédito e Recursos
O crédito bancário voltou a contrair em 2014, pelo 4º ano consecutivo, tendo a taxa de variação anual
em Dezembro ficado em linha com a do período homólogo, em -5,6%. O crédito interno ascendeu a 312
mil milhões de euros no final de 2014, menos 18,7 mil milhões de euros que no final de 2013. A
contracção do crédito verificou-se na generalidade dos sectores, à excepção das administrações públicas,
com o crédito a sociedades não financeiras a cair 14,1 mil milhões de euros e o crédito a particulares a
cair 4,2 mil milhões de euros. O crédito ao sector financeiro não monetário caiu 2,5 mil milhões de euros.
O crédito às administrações públicas registou um aumento de 2,1 mil milhões de euros em relação ao
final de 2013.
Em consequência da redução do crédito, os activos líquidos (de passivos) do sector monetário sobre o
exterior aumentaram cerca de 13,8 mil milhões de euros, em resultado do contributo dos bancos e do
Banco de Portugal, que registaram acréscimos de 12,0 e 1,8 mil milhões de euros, respectivamente. No
entanto, a posição externa líquida do sector monetário manteve-se negativa, tendo atingido -13 mil
milhões de euros em Dezembro de 2014, reflectindo essencialmente os activos externos líquidos
negativos do Banco de Portugal.
Em 2014, o financiamento obtido pelos bancos portugueses junto do Eurosistema decresceu, o segundo
ano consecutivo de queda após o aumento registado entre 2007 e 2012. No final de 2014 este montante
ascendeu a 31,3 mil milhões de euros, menos 16,6 mil milhões que os 47,9 mil milhões de euros
registados no final de 2013. A tendência de queda na utilização de fundos do BCE tem sido uma
constante, tendo-se registado 14 descidas mensais nas últimas 15 observações, sendo a excepção o mês
de Novembro de 2014, devido à operação de TLTRO levada a cabo pelo BCE. A exposição no final de
2014 é a mais baixa desde Abril de 2010, apresentando uma descida de 29,2 mil milhões de euros face à
utilização máxima de 60,5 mil milhões de euros verificada em Junho de 2012.
No que respeita aos depósitos, verificou-se no ano de 2014 uma ligeira diminuição de 0,8 mil milhões de
euros, tendo totalizado 224,7 mil milhões no final do ano. Os depósitos do sector privado não monetário
reduziram-se em 1,4 mil milhões de euros, em resultado do efeito conjugado da diminuição dos depósitos
das instituições financeiras não monetárias (-3,0 mil milhões de euros) e do aumento dos depósitos de
sociedades não financeiras e de particulares (0,9 e 0,7 mil milhões de euros, respectivamente). Os
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 11
depósitos das administrações públicas aumentaram cerca de 0,6 mil milhões de euros. No caso dos
particulares, e à semelhança dos últimos anos, estes revelaram em 2014 uma tendência crescente por
depósitos com prazos superiores a 2 anos, representando 31,5% dos depósitos do sector.
Em relação aos títulos emitidos por bancos residentes, verificou-se em 2014 pelo segundo ano
consecutivo um decréscimo, de 25,3 mil milhões de euros. Os títulos emitidos ascendiam a 60,7 mil
milhões de euros, dos quais aproximadamente 55% se encontravam na carteira do próprio sector
monetário.
1.7 Taxas de juro e indexantes de mercado
Em 2014, à semelhança do sucedido em 2013, as taxas de juro de novas operações de empréstimos
diminuíram, num movimento que foi mais expressivo nos novos empréstimos concedidos a sociedades
não financeiras, cuja taxa média se fixou em Dezembro, em 4,09%, menos 99 pb que no período
homólogo. A taxa de juro dos novos empréstimos concedidos a particulares situou-se em 5,3%, menos
80 pb do que em Dezembro de 2013, e foi transversal aos segmentos de habitação, consumo e outros
fins, sendo mais expressiva nestes dois últimos.
Tal como em 2013, as taxas de remuneração dos depósitos diminuíram em 2014, tendo-se fixado em
Dezembro em 0,7% e 1,16%, respectivamente, no que respeita a depósitos de sociedades não
financeiras e de particulares.
As taxas Euribor desceram em 2014 em todos os prazos, tendo a descida sido mais marcada no segundo
semestre, fixando-se 20 pb abaixo dos níveis registados no período homólogo. Esta descida acompanhou
a descida das taxas de referência do BCE, cuja principal taxa de referência, a Refi Rate, registou duas
descidas de 10 pb, tanto em Junho como em Setembro, passando de 0,25% no início do ano para 0,05%
em Dezembro.
1.8 Programa de Assistência Económica e Financeira
O ano de 2014 foi ainda caracterizado pelo fim do Programa de Assistência Económica e Financeira a que
Portugal esteve vinculado nos últimos 3 anos, tendo-se optado por uma saída do programa para um
regime de financiamento de mercado sem assistência oficial por parte dos mecanismos cautelares
existentes no âmbito da UE. Neste contexto, é de assinalar a restauração do acesso ao financiamento de
mercado, com emissões de dívida de cerca de 17 mil milhões de euros em 2014, através de emissões
sindicadas e por leilão, que encontraram elevado apetite de investidores internacionais e investidores
institucionais.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 12
1.9 Política Monetária
No que respeita à política monetária, continuou a verificar-se, ao longo de 2014, um cenário de ampla
liquidez proporcionada por políticas monetárias extremamente expansionistas protagonizadas pelos
principais Bancos Centrais, apesar de se começarem a evidenciar dinâmicas distintas em ambos os lados
do Atlântico. Assim, nos EUA, a FED continuou a trajectória, iniciada em Dezembro de 2013, de remoção
gradual dos estímulos monetários de expansão quantitativa, através da redução do montante de compras
de activos em mercado, ao ritmo de 10 mil milhões de dólares em cada reunião, processo que finalizou
em Outubro de 2014. Paralelamente, a FED decidiu remover, em Março, os limiares quantitativos de
referência para determinar a evolução futura da política monetária, nomeadamente uma taxa de
desemprego de 6,5% e uma taxa de inflação até 0,5 p.p. acima de 2%. A partir de Outubro, o foco
passou a residir na definição da estratégia de saída do período de extrema acomodação monetária e da
gestão do processo de subida de taxas de juro, que se antecipa para o segundo semestre de 2015.
No Japão, num contexto de dados económicos fracos após a subida do imposto sobre o consumo, e na
sequência da revisão em baixa do cenário por parte do Banco do Japão, a autoridade monetária decidiu
aprofundar a acomodação monetária com uma nova ronda de expansão quantitativa, anunciada em
conjunto com a alteração da política de investimento do fundo de pensões público (Government Pension
Investment Fund (GPIF)). Esta nova ronda de expansão quantitativa projecta o balanço do Banco do
Japão para um patamar sem paralelo no contexto das economias desenvolvidas, a alteração da política
de investimento do GPIF, privilegiando a alocação a acções em detrimento de obrigações, que passam de
uma alocação preferencial de 60% para 35% no médio/longo prazo, pretende impulsionar o investimento
e o consumo.
Na Zona Euro, o BCE reforçou ao longo da primeira metade do ano a indicação de que pretende manter
as taxas de juro baixas por um período prolongado de tempo, numa tentativa de demarcar a alteração de
política nos EUA com a situação na Zona Euro. Com efeito, com o crescimento abaixo do esperado e
níveis de inflação muito baixos, num contexto de fragmentação dos mercados financeiros e queda do
crédito concedido, o BCE implementou, na reunião de 6 de Junho, um conjunto de medidas tendentes a
aumentar os níveis de liquidez e facilitar novos fluxos de crédito à economia real, que incluiu um corte
nas taxas de juro directoras (para 0,15% na Repo Rate e 0,4% na taxa permanente de cedência),
introdução de uma taxa de depósitos negativa (-0,10%) e a cedência de liquidez através de Operações
de Refinanciamento de Prazo Alargado (ORPA) direccionadas (TLTRO na designação inglesa). O BCE
afirmou igualmente que, se necessário, poderia recorrer a instrumentos não convencionais para lidar de
forma eficaz com os riscos de um período de inflação baixa. O BCE anunciou ainda que as reuniões
consagradas à política monetária passarão a ter lugar de 6 em 6 semanas e, numa medida tendente a
tornar mais transparente o processo de decisão e melhor comunicar com o mercado, que pretende
publicar as actas das discussões sobre política monetária.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 13
Em Setembro, concretizou o recurso a medidas não convencionais de política monetária, através do
anúncio dos detalhes operacionais do programa de compra de títulos de dívida colateralizados (ABSPP) e
do anúncio de um novo programa de compra de covered bonds (CBPP3), que incide sobre títulos cujos
activos subjacentes são crédito hipotecário e crédito ao sector público emitidos em euros por instituições
financeiras monetárias da Zona Euro. Estas medidas têm como objectivo melhorar o funcionamento do
mecanismo de transmissão da política monetária e facilitar novos fluxos de crédito à economia, quer por
via directa nos mercados destes instrumentos financeiros, quer por via indirecta, através da propagação
de efeitos positivos noutros mercados. Contribuem igualmente para aumentar o balanço do BCE
(Eurosistema), que publicamente anunciou o objectivo de aumento daquele agregado para os níveis do
início de 2012, ou seja, de passar de cerca de 2 milhões de milhões de euros no início de Novembro de
2014 para cerca de 3 milhões de milhões de euros, o nível registado em Março de 2012. Na reunião de
Setembro, o BCE anunciou igualmente uma nova descida das taxas directoras em 10 pb, passando a taxa
de refinanciamento para 0,05% e a taxa de depósito para -0,20%.
Apesar deste conjunto de medidas se destinar a provocar um impacto significativo no balanço do
Eurosistema e contribuir para reforçar o forward guidance e a transmissão da política monetária, o BCE
sublinhou o compromisso de recorrer a instrumentos adicionais de política não convencional, caso se
tornem necessárias novas medidas para retornar a inflação da Zona Euro para níveis abaixo mas
próximos de 2%. Tal veio a ocorrer na primeira reunião de política monetária de 2015, a 22 de Janeiro,
com o anúncio da extensão do programa de compra de activos para activos investment-grade
denominados em euros, emitidos por Governos e agências da Zona Euro e Instituições da UE.
Evolução das taxas directoras do BCE
Fonte: BCE
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 14
1.10 Mercados Financeiros
No que respeita aos mercados financeiros, assistiu-se durante o ano de 2014 a uma forte valorização em
praticamente todas as classes de activos, beneficiando da ampla liquidez proporcionada pelas políticas
monetárias expansionistas na generalidade dos blocos económicos. Outra das características de 2014 foi
o regresso da volatilidade, apesar de níveis ainda reduzidos.
Os principais índices accionistas registaram valorizações em 2014, embora menores do que em 2013. Os
mercados europeu e norte-americano obtiveram ganhos de 4,4% e 11,4%, respectivamente. Em
Portugal, após ter estado a ganhar 18% até ao início de Abril, o índice PSI-20 caiu 26,8%, o que
constituiu um dos piores resultados a nível mundial, superado apenas pelos mercados russo e grego. O
índice da Morgan Stanley para os mercados emergentes mostrou, em 2014, uma queda de 4,6%, muito
próxima da observada no ano anterior (-5,0%).
Em 2014, as taxas de rendibilidade da dívida pública voltaram a mostrar uma redução, a um ritmo ainda
mais acentuado do que no ano anterior, tendo atingido novos mínimos desde a criação da Área do Euro,
situação que se observou igualmente em Portugal. A acção do BCE voltou a ser determinante para o
comportamento das taxas Euribor que registaram quedas no ano, para novos mínimos, com os prazos a
1 e 2 semanas a encerrar em níveis negativos.
A evolução mais positiva da economia norte-americana e a conclusão do programa de aquisição de
activos por parte da Fed levaram o dólar a registar uma apreciação face às principais moedas. A adopção
de novas medidas expansionistas por parte do BCE conduziu, adicionalmente, a uma depreciação em
10% do euro em relação à moeda norte-americana.
No que respeita às commodities, os preços caíram 29,2% em 2014, de acordo com o índice geral
publicado pelo FMI. Do conjunto destes activos, destaca-se a queda da energia (-39%) e das
commodities não energéticas (-9,9%), dentre as quais releva, com sinais contrários, a queda do minério
de ferro (-49%) e a subida do Café Arábica (+58%).
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 15
2 Relatório de Gestão
2.1 Composição da carteira a 31/12/2014
Valor Global do Fundo 585.457 €
Número de UP's 103.590
Valor UP 5,6517 €
Informação Geral
Yield Médio Spread Médio*
Imobiliário -15,87% -1.595
Obrigações 2,81% 274
Liquidez 1,50% 142
Fundo -0,15% -23
* Sobre Euribor a 3 meses (medido em pontos base)
Características da Carteira
Evolução Valor UP
4,4000
4,6000
4,8000
5,0000
5,2000
5,4000
5,6000
5,8000
6,0000
Asset Allocation
Acções48%
Taxa Fixa28%
Taxa Variável9%
Imobiliário7%
Outros5%
Liquidez3%
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 16
2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões
Janeiro
Janeiro ficou marcado por dois períodos distintos. Durante a primeira quinzena, a generalidade dos
activos de risco beneficiou das boas perspectivas económicas e acumulou ganhos. Contudo, na segunda
quinzena, o sentimento de risco recuou com receios ligados a mercados emergentes, nomeadamente
com expectativas de um maior abrandamento na China, por o indicador de actividade (PMI) preliminar de
Janeiro ter caído abaixo de 50 pela primeira vez nos últimos 7 meses, e, sobretudo, devido a fortes
quedas nas moedas emergentes mais vulneráveis. Nas economias desenvolvidas, a Zona Euro parece
estar a arrancar de forma mais decidida. O PMI industrial subiu para 53.9, um máximo de 32 meses,
enquanto o PMI do sector de Serviços subiu para 51.9, ambos acima das expectativas. A economia alemã
evidenciou mais uma vez o maior contributo para esta subida e, nesse sentido, o índice de confiança da
indústria (IFO) voltou a subir em Janeiro, atingindo o máximo desde Julho de 2011. Contudo, a inflação
manteve-se em níveis muito reduzidos (0,8% e core 0,7%). O Banco Central Europeu manteve um
discurso bastante cauteloso, ao reforçar a comunicação do foward guidance e mostrando-se disponível
para voltar a actuar caso seja necessário. Uma vez que Mario Draghi não vislumbra, por agora, uma
ameaça deflacionista, mesmo após nova descida do índice de inflação em Dezembro, a próxima medida
do BCE poderá passar por um LTRO condicional ao crédito à economia.
Nos EUA, destaque para o relatório de emprego de Dezembro, o qual desapontou com um abrandamento
vincado da criação de emprego, a menor desde Janeiro de 2011 -embora a taxa de desemprego tenha
caído para 6,7% devido à redução da população activa. Ainda assim, o relatório poderá ter sido
enviesado pelas condições climatéricas adversas nos EUA. De resto, outros indicadores sugerem a
manutenção de um crescimento saudável, como as vendas a retalho e índices regionais de actividade os
quais superaram as expectativas. A Fed voltou a reduzir as compras mensais de activos em $10bl na sua
reunião de 29 de Janeiro, passando para $65bl por mês. Apesar da instabilidade nos mercados
emergentes e de um relatório de emprego menos vigoroso em Dezembro, a Reserva Federal não recuou
e manteve a medida já sinalizada anteriormente, sublinhando a aceleração da actividade nos últimos
trimestres.
O forte apetite por risco periférico do início do ano abriu uma janela de oportunidade a emitentes
periféricos acederem ao mercado primário a taxas bastante mais razoáveis. Assim, a Irlanda emitiu a 10
anos com um yield de 3,53%, a menor para este prazo desde a introdução do euro; a Espanha emitiu a 5
anos com um custo de 2,38%, um recorde para o país e mais tarde colocou a maior emissão sindicada
para investidores institucionais de dívida pública da história da zona euro (€ 10.000 milhões emitidos a 10
anos, com uma procura de €39.600 milhões); Portugal colocou €3,25mil milhões da OT de Jun 2019,
tendo recolhido cerca de €11mil milhões de ordens; os bancos ibéricos regressaram ao mercado com
emissões a 5 anos de Bankia, BES e CGD (este em formato covered). Para além disso, os países
periféricos registaram desenvolvimentos positivos. Em Itália, os 3 principais partidos políticos chegaram a
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 17
acordo para reformar a Lei Eleitoral enquanto em Portugal, a Ministra das Finanças garantiu que o défice
de 2013 deverá situar-se nos 4,7% do PIB, consideravelmente inferior ao objectivo de 5,5%. Seguindo a
tendência dos últimos meses, e após a S&P ter retirado a vigilância negativa do rating soberano de
Portugal, a Moody’s fez o upgrade da Irlanda para Baa3 e colocou o outlook em positivo. Desta forma, a
dívida irlandesa recupera o estatuto de Investment Grade, já que a Moody’s era a única agência que
classificava o país como junk. Em contraste, apenas um maior ruído político na Grécia.
Fevereiro
Fevereiro revelou-se um mês muito favorável para os activos de risco, sobretudo na periferia da zona
euro, a qual beneficia da melhoria dos seus fundamentais, num contexto global de taxas de juros
deprimidas. Na zona euro, o crescimento do PIB de 0,3% no quarto trimestre de 2013 deixou claro que a
tendência de recuperação está a acelerar, embora se mantenha a um ritmo moderado. Os números são
encorajadores sobretudo pelo carácter alargado em termos geográficos, não se limitando ao core da
Europa. Portugal obteve, pela primeira vez desde 2010, um crescimento em termos homólogos. As
perspectivas permanecem favoráveis, pese embora uma ligeira correcção do indicador de actividade
(PMI) preliminar compósito de Fevereiro, de 52,9 para 52,7, penalizado sobretudo por uma deterioração
em França, onde o PMI do sector de serviços caiu 2 pontos para 46,9. Na Alemanha, o índice de
confiança da indústria (IFO) superou as expectativas e atingiu novo máximo dos últimos dois anos e
meio. O BCE não introduziu qualquer novidade na sua reunião mensal. Mario Draghi sublinhou que a
situação permanece “muito complexa” pelo que o BCE continua preparado para actuar caso se torne
necessário. Contudo, foi igualmente desvalorizada a recente descida da inflação, a qual se deverá
sobretudo às componentes da energia e alimentação e estará contida aos países intervencionados. A
Moody’s aumentou o rating do Reino de Espanha em um nível para Baa2 e, simultaneamente, reviu o
outlook de estável para positivo. A agência elogiou o progresso no rebalanceamento da economia, as
reformas estruturais e a reestruturação do sector bancário.
Nos Estados Unidos, a maioria dos indicadores revelaram uma fraqueza significativa, mas a sua
interpretação deve ser feita à luz do impacto das condições climatéricas muito adversas, as quais deverão
enviesar esses dados pelo menos até final de Março. Ainda assim, mais perto do final do mês, alguns
indicadores inverteram a tendência e superaram as expectativas, incluindo vários índices de preços do
mercado imobiliário, vendas de novas casas, e encomendas de bens duradouros. Diversos analistas
reviram em baixa as estimativas de crescimento do primeiro trimestre mas, em contrapartida, reviram-
nas igualmente em alta para o segundo trimestre. Janet Yellen, na sua primeira audição no Congresso,
adoptou um discurso de continuidade do antecessor, confirmando expectativas de que o ritmo de
retirada dos estímulos monetários será mantido ($10bl por reunião da Fed). Yellen reiterou ainda o
foward guidance e revelou, sobre o mercado de trabalho, dar maior importância a medidas de qualidade
como a taxa de participação ou quantidade de empregos em part-time e não apenas o valor da taxa de
desemprego.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 18
Neste contexto, a classe das acções retomou os ganhos, e a generalidade dos mercados desenvolvidos
passou a exibir ganhos no cômputo do ano. O S&P500 subiu 4,3% e o Eurostoxx50 4,5%. Em
contraponto, o Nikkei225 deslizou 0,5%. Nos mercados emergentes, por seu turno, embora se
mantenham negativos no ano, o índice MSCI Emerging Markets recuperou no mês 3,2%.
A taxa fixa não seguiu uma tendência definida. Embora o mês tenha sido marcado por fortes movimentos
favoráveis para os activos de risco, os yields dos Bunds e Treasuries praticamente não sofreram
alterações, com os investidores a concentrarem-se no risco de deflação após o índice harmonizado de
inflação na Alemanha ter caído para 1,0% e do euro ter valorizado mais de 2,3% face ao dólar. A dívida
pública periférica voltou a acumular ganhos. Os índices de retorno total Bloomberg/EFFAS para
maturidades superiores a 1 ano registaram ganhos assinaláveis: Irlanda +1,2%, Espanha 1,3%, Itália
1,5%, Portugal 1,8% e Grécia +19,5% (!). Esta performance significa que em vários prazos os yields
desta dívida já se encontram a níveis mínimos de sempre e, em termos de spreads, em mínimos desde o
início de 2011. Destaque-se ainda a emissão em Portugal de €3.000 milhões a 10 anos, a qual acumulou
ordens de €9.800 milhões, e a substituição do governo italiano (com um perfil reformista). Estes dois
eventos não interromperam a tendência de compressão de spreads.
O mercado de crédito reverteu totalmente a correcção moderada do mês anterior. Os índices de Credit
Default Swaps atingiram novos mínimos: o iTraxx Main 5 anos desceu 12pb para 70pb, enquanto o
iTraxx Crossover estreitou 59pb para 258pb. Na dívida High Yield, o spread do benchmark JP Morgan HY
diminuiu 51pb para 403pb, com o índice a ganhar 1,9% no mês. A dívida subordinada reagiu com algum
desfasamento: após valorizar em Janeiro, o iBoxx € Tier 1 em preço corrigiu 0,2% para 69,8%. Por fim,
na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local em dólares recuperou
3,9%, a beneficiar da estabilização das moedas emergentes.
Março
Os mercados financeiros iniciaram Março focados nos mercados emergentes, nomeadamente nas tensões
na Crimeia e na vulnerabilidade da economia chinesa. Contudo, apesar de não se perspectivarem novos
estímulos dos principais bancos centrais, a generalidade dos activos de risco beneficiou do crescimento
económico e inverteu a correcção inicial. Na zona euro, os dados mais recentes continuam a ser
consistentes com um crescimento moderado, embora se tenha assistido a um recuo ou moderação da
generalidade dos índices de confiança relativos a Março. Ainda assim, estes indicadores continuam
suportados pela Alemanha, enquanto se registou uma recuperação em França. O maior destaque vai,
contudo, para nova descida da inflação para 0,5%, um mínimo desde Outubro de 2009. Apesar da
tendência deprimida da inflação, o BCE voltou a não introduzir qualquer alteração de política monetária
na sua reunião mensal. Mario Draghi sublinhou que os indicadores têm confirmado o cenário de
recuperação económica, o que deverá gradualmente reflectir-se nos índices de inflação. Mais tarde, Jens
Weidmann, presidente do Bundesbank, não excluiu a possibilidade do BCE levar a cabo um programa de
compra de activos, o que contribuiu para aumentar as expectativas para a reunião do BCE em Abril.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 19
Em Portugal, o banco central reviu em alta a projecção para o crescimento do PIB de 0,8% para 1,2%
este ano e de 1,3% para 1,4% em 2015, em linha com a clara tendência dos vários índices de confiança
e actividade da economia nacional. Para além disso, o INE divulgou que o défice de 2013 se quedou nos
4,9% do PIB (vs 5,5% de objectivo) e governo anunciou uma execução fiscal a Fevereiro
significativamente melhor que a orçamentada. Na Grécia, após a aprovação no Parlamento de novas
reformas estruturais, a troika desbloqueou vários desembolsos em atraso do programa de resgate.
Nos EUA, a economia deu alguns sinais de recuperação do impacto das condições climatéricas adversas.
Mesmo que alguns dados estejam ainda enviesados por esses factores, a criação de emprego, o ISM
industrial, a confiança dos consumidores e a produção industrial recuperaram este mês, inclusivamente
superando as expectativas. Na primeira reunião presidida por Janet Yellen, a Reserva Federal ajustou a
sua definição de forward guidance, deixando cair o limite de 6,5% na taxa de desemprego para passar a
considerar subidas de taxas. Yellen sugeriu que essas subidas graduais poderiam ocorrer 6 meses após o
término do programa de Quantitative Easing, o qual foi novamente reduzido em $10 mil milhões para
$55 mil milhões mensais. A queda inesperada de 18% nas exportações chinesas em Fevereiro gerou
novos receios de um abrandamento mais brusco na China. Outros indicadores, como a produção
industrial, as vendas a retalho e o investimento relativos ao mês de Fevereiro também desapontaram,
indicando que a economia estará a abrandar para um crescimento de cerca de 5% (anualizado) neste
trimestre. Em simultâneo, os investidores receiam que o banco central possa vir a travar a expansão do
crédito, numa altura em que pela primeira vez ocorreu um default de uma empresa chinesa. No final do
mês, o banco central chinês tomou mais um passo para permitir a desvalorização do yuan ao alargar a
banda de flutuação da sua moeda. Esta medida visou interromper a valorização contínua do yuan e o
fluxo excessivo de capitais para a China e permitiu mitigar os receios de hard-landing na China. A agência
de rating S&P cortou o Brasil em 1 nível para BBB- com outlook estável. O corte deveu-se à deterioração
das contas públicas e às menores perspectivas de crescimento da economia brasileira.
Neste contexto, o desempenho da classe de acções em Março foi diferenciado. Por um lado, os
Emergentes recuperaram de um início negativo e o MSCI Emerging Markets subiu 2,9% no mês. Por
outro, os Desenvolvidos encerraram Março praticamente inalterados: o S&P subiu 0,7% (suficiente para
registar um novo máximo), o Eurostoxx50 ganhou 0,4% e o Nikkei deslizou 0,1%. Os yields longos de
dívida core da zona euro estiveram suportados pela aversão ao risco, não reagindo de forma significativa
às indicações da Reserva Federal. Na Alemanha, os yields dos Bunds a 10 anos desceram 6pb para
1,57%, o nível mais baixo desde Julho do ano passado, voltando a divergir dos Treasuries, onde os yields
subiram 7pb para 2,72%. A dívida pública periférica manteve o impressionante ritmo de ganhos, à
medida que os yields se aproximam de valores mínimos de sempre. Os índices de retorno total
Bloomberg/EFFAS para maturidades superiores a 1 ano registaram ganhos assinaláveis: Itália 1,4%,
Espanha 1,8%, Portugal 3,5% e Grécia +5,4%. Os spreads de crédito registaram uma correcção
moderada. Os índices de Credit Default Swaps alargaram ligeiramente: o iTraxx Main 5 anos subiu 5pb
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 20
para 76pb, enquanto o iTraxx Crossover alargou 29pb para 286pb. Este comportamento foi mais
prenunciado no segmento não financeiro e levou os índices do iBoxx a um retorno total similar à taxa
fixa. O High Yield destacou-se, com o spread do benchmark JP Morgan HY a diminuir 24pb para 379pb,
com o índice a ganhar 0,95% no mês. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço valorizou 0,4%
para 70,2%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local em
dólares recuperou 2,8%, a beneficiar da estabilização das moedas e do estreitamento de spreads
emergentes.
Abril
Os activos de risco mantiveram-se bem suportados em Abril com bons indicadores nas economias
desenvolvidas, taxas de juro muito deprimidas e o regresso de grandes operações de fusões e aquisições
na Europa. Na zona euro, os índices de actividade preliminares de Abril apontam para a uma aceleração,
ainda que moderada, no crescimento. O indicador compósito da Eurolândia subiu de 53,1 para 54,0, um
máximo desde Junho de 2011, suportado por uma nova subida na Alemanha (confirmada pela subida do
índice de confiança da indústria, IFO, para perto dos máximos do ano), a qual contrariou uma queda
superior ao esperado em França. Contudo, o maior enfoque no mês foi para a subida da inflação de
0,2% para 0,7% em Abril. Ainda assim, a subida foi inferior à esperada e não afastou os receios
deflacionistas. Embora não tenha tomado nenhuma acção concreta, o BCE adoptou uma postura mais
cautelosa, ao reconhecer ter sido surpreendido com a queda da inflação em Março e ao admitir a
existência de unanimidade para tomar medidas não-convencionais caso o problema persista. Contudo,
não existe ainda unanimidade dentro do BCE sobre quais as medidas a tomar. A agência de rating Fitch
melhorou a avaliação de vários países da periferia. Para Portugal, a Fitch reviu o outlook de “negativo”
para “positivo”, mantendo o rating em BB+. A melhoria do crescimento económico, a execução
orçamental em 2013 e a almofada de liquidez que o Tesouro conserva justificaram a medida. Para além
disso, o rating de Espanha foi melhorada em 1 nível para BBB+ e o outlook de Itália passou de negativo
para estável. Em ambos os casos, a decisão baseou-se na melhoria macroeconómica, na redução dos
custos de financiamento e em menores riscos de eventuais necessidades de capital do sistema financeiro
serem supridas pelo Estado.
Nos EUA, os dados relativos a Março deram sinais de recuperação do impacto das condições climatéricas
adversas. Mesmo que alguns dados continuem ainda enviesados por esses factores, a criação de
emprego manteve-se bastante sólida, com os valores dos dois meses anteriores revistos em alta, as
vendas automóveis atingiram um máximo dos últimos 7 anos e meio, as vendas a retalho subiram 1,1%,
a maior subida em 18 meses, a produção industrial cresceu 0,7% e as encomendas de bens duradouros
registaram a maior subida desde Novembro. Contudo, o PIB praticamente não cresceu no primeiro
trimestre, decepcionando mesmo as expectativas mais deprimidas. O consumo mostrou resiliência e
cresceu 3,0% no mesmo período, mas as restantes componentes do PIB caíram. Contudo, as
perspectivas para o segundo trimestre são de rápida recuperação devido à melhoria dos índices ISM e
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 21
dos restantes indicadores mencionados. A Reserva Federal reduziu, pela quarta vez, o volume de compra
mensal de activos em $10.000 milhões, para $45.000 milhões. Numa reunião que praticamente não
introduziu outras novidades, a Fed manteve o optimismo de que a economia irá reacelerar após a
travagem verificada no primeiro trimestre devido a condições climatéricas adversas.
Neste contexto, as acções em Abril registaram ganhos ligeiros. O S&P, após atingir um novo máximo,
recuou ligeiramente e encerrou o mês pouco alterado (+0,6%). Na zona euro, o Eurostoxx50 a subiu
1,2%, os Mercados Emergentes encerraram praticamente inalterados (MSCI Emerging Markets +0,1%),
enquanto no Japão, o Nikkei recuou 3,5%, penalizado com uma apreciação do iene e receios do impacto
do aumento do IVA no consumo japonês. Pese embora a melhoria das perspectivas económicas, as
curvas de rendimentos perderam inclinação pela descida dos prazos longos. Na Alemanha, os yields dos
Bunds a 10 anos desceram 10pb para 1,47%, o nível mais baixo dos últimos 12 meses, deprimidos pelos
riscos deflacionistas. Nos Treasuries, os yields também não reagiram aos dados macroeconómicos e
desceram 7pb para 2,65%. A dívida pública periférica manteve o impressionante ritmo de ganhos, à
medida que os yields se aproximam de valores mínimos de sempre. Os índices de retorno total
Bloomberg/EFFAS para maturidades superiores a 1 ano registaram ganhos assinaláveis: Portugal e Grécia
lideraram ganhos com +2,0%, seguidos de Itália +1,3% e Espanha 1,2%. A Grécia, depois de 4 anos de
ausência e um default, regressou a mercado com uma emissão a 5 anos no montante de €3.000ml, a
qual gerou ordens superiores a €20.000ml e Portugal conduziu o primeiro leilão de OT (em oposição a
operações sindicadas já efectuadas) desde o programa de resgate, colocando dívida a 10 anos a 3,575%,
a taxa mais baixa desde o início de 2006. A classe de crédito voltou a estar bastante suportada. Os
índices de Credit Default Swaps estreitaram para perto dos mínimos desta fase do ciclo: o iTraxx Main 5
anos desceu 6pb para 70pb, enquanto o iTraxx Crossover caiu 13pb para 272pb. No segmento de High
Yield, o retorno total do benchmark JP Morgan HY foi de 1,1% decorrente da componente de
rendimento, dado que o respectivo spread se manteve inalterado. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1
em preço valorizou 0,8% para 70,7%.
Maio
Ao contrário do adágio popular que aconselha a vender em Maio, o mês foi favorável para os activos de
risco, sobretudo na Europa, que beneficiou da perspectiva de intervenção do BCE e de menores tensões
geopolíticas. Na Zona Euro, contudo, a recuperação económica ainda permanece frágil e divergente. O
PIB do 1º Trimestre cresceu apenas 0,2%, o mesmo ritmo do trimestre anterior. Para além do
crescimento em Espanha (+0,4%), apenas a Alemanha surpreendeu pela positiva (+0,8%, o maior em 3
anos) e contribuiu positivamente para o crescimento agregado. Os restantes países decepcionaram, com
destaque para a estagnação em França, o recuo em Itália (-0,1%) e Portugal (-0,7%) e uma forte queda
na Holanda (-1,4%). Mais tarde, os índices preliminares de actividade (PMI) de Maio registaram um
pequeno recuo. O índice industrial caiu para 52,5 de 53,4, com uma queda em França para 49,3. No
sector dos serviços, o avanço no índice na Alemanha para 56,4 evitou um recuo no índice agregado para
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 22
a região, o qual subiu ligeiramente para 53,5. No mesmo sentido, o indicador de confiança da indústria
na Alemanha (IFO) recuou um pouco devido à componente de expectativas. Por fim, a inflação subiu
para 0,7% em Abril, de um mínimo de 54 meses de 0,5% no mês anterior. Contudo, as expectativas
apontam para novo abrandamento em Maio. Na sua reunião mensal, o Banco Central Europeu manteve a
política monetária mas sinalizou uma alteração no próximo mês. Mario Draghi deixou clara a maior
preocupação com a subida do euro e disse explicitamente que o BCE está confortável em actuar em
Junho, uma vez ser consensual que a trajectória esperada da inflação não é satisfatória. As agências de
rating melhoraram as perspectivas sobre a dívida pública periférica durante o mês. Para Portugal, a S&P
reviu o outlook do rating (actualmente em BB) de negativo para positivo e a Moody’s deu um passo mais
significativo ao subir o rating em um nível para Ba2 e mantendo-o em revisão para um novo upgrade.
Para a Irlanda, a Moody’s reviu em alta de 2 níveis o rating da dívida pública irlandesa de Baa3 para
Baa1, atribuindo um outlook estável. Para Espanha, a S&P subiu o rating para BBB (de BBB-), a primeira
subida desde que fora retirado o estatuto de AAA em 2009. Finalmente, a Fitch passou o rating da Grécia
para B (de B-), defendendo que a economia já estará numa trajectória de recuperação.
Nos EUA, os dados mais relevantes parecem ter confirmado a reaceleração esperada para o segundo
Trimestre. Enquanto o ISM subiu para 54,9, o relatório de emprego evidenciou a maior criação de postos
de trabalho em mais de 2 anos, contribuindo para a descida da taxa de desemprego para 6,3%. No
entanto, outros indicadores não seguiram uma tendência clara, tal como vendas a retalho praticamente
inalteradas, uma correcção nos preços do imobiliário e uma queda de 0,6% na produção industrial. O
discurso de Janet Yellen no Congresso sinalizou um adiamento da primeira subida de taxas. A
governadora da Reserva Federal garantiu que a política monetária irá manter-se bastante expansionista,
advertindo que a recuperação total do mercado imobiliário irá demorar mais tempo, o estado do mercado
de trabalho ainda não é satisfatório e que a inflação se encontra persistentemente baixa. Contudo,
acredita que a economia irá reacelerar no 2º Trimestre, pelo que os estímulos monetários continuarão a
ser retirados gradualmente.
Neste contexto, as acções acumularam novos ganhos em Maio. Nos EUA, o S&P500 atingiu um novo
máximo, com uma subida de 2,1%. Na zona euro, a perspectiva de intervenção do BCE suportou o
Eurostoxx50 (+1,4%). No Japão, o Nikkei inverteu a tendência de queda e recuperou 2,3%. Contudo, o
destaque vai para os Emergentes que beneficiaram da estabilização das tensões na Ucrânia e da queda
dos yields nos mercados desenvolvidos, o que contribuiu para o MSCI Emerging Markets subir 3,3%. A
taxa fixa manteve a tendência imperturbável de queda de yields, mesmo quando os indicadores
económicos se revelaram acima do esperado. Na Alemanha, os yields dos Bunds a 10 anos desceram
11pb para 1,36%, o nível mais baixo dos últimos 12 meses. Nos Treasuries, os yields voltaram a não
reagir aos dados macroeconómicos e desceram 17pb para 2,48%. A dívida pública periférica sofreu uma
correcção em meados do mês, com os investidores a aproveitarem para realizar mais-valias em
antecipação das eleições europeias. Contudo, os resultados eleitorais, pese embora partidos anti-sistema
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 23
tenham vencido em vários países, foram genericamente bem recebidos, sendo particularmente favoráveis
para o governo italiano, com a vitória com mais de 40% da votação para o partido do Primeiro-ministro
Renzi, que assim poderá beneficiar de maior estabilidade para avançar com reformas estruturais. Assim,
os yields longos encontram-se em mínimos históricos não apenas na periferia, mas também nos países
do core. Os índices de retorno total Bloomberg/EFFAS para maturidades superiores a 1 ano registaram
ganhos moderados no mês: +0,2% em Portugal, +0,6% em Itália e +0,8% em Espanha, a qual
beneficiou do crescimento do PIB no primeiro trimestre. A Grécia constituiu a excepção (-0,4%),
penalizada pela vitória eleitoral do SYRIZA. A classe do crédito voltou a estar bastante suportada e com
reduzida volatilidade. Os índices de Credit Default Swaps estreitaram para perto dos mínimos desta fase
do ciclo: o iTraxx Main 5 anos desceu 4pb para 66pb, enquanto o iTraxx Crossover caiu 19pb para
254pb. No High Yield, o retorno total do benchmark JP Morgan HY foi de 0,9% decorrente do
rendimento, dado que o respectivo spread alargou marginalmente (+6pb). Na dívida subordinada, o
iBoxx € Tier 1 em preço corrigiu 0,2% para 70,55%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da
JP Morgan de dívida em moeda local em dólares valorizou 2,1%. Desta forma, o benchmark de EMD
acumula ganhos de 4,9% no ano.
Junho
O mês de Junho ficou marcado pelo BCE e pelas medidas apresentadas por Mario Draghi que superaram
as expectativas dos investidores, conduzindo a uma subida dos activos de risco, em particular na
periferia. Contudo, na parte final do mês os activos de risco na zona euro corrigiram com a tomada de
mais-valias. O BCE anunciou um pacote de medidas sem precedentes para combater os riscos de
deflação. As taxas directoras foram cortadas em 10pb para 0,15% e a taxa de depósito para um valor
negativo (-0,10%). Foi divulgado um programa de 8 empréstimos condicionais à concessão de crédito à
economia. Para além de medidas adicionais de incremento da liquidez, Mario Draghi revelou ainda que o
BCE está a preparar um plano de compra de activos, nomeadamente de ABS. Na zona euro, a inflação de
Maio voltou a surpreender em baixa. A inflação homóloga harmonizada na Alemanha abrandou de 1,1%
para 0,6%, enquanto na periferia desceu para níveis muito deprimidos: Itália 0,4%, Espanha 0,2% e
Portugal -0,3%. Assim, a inflação agregada voltou a descer de 0,7% para apenas 0,5%. Os dados de
actividade, por seu turno, sinalizaram algum arrefecimento. O índice PMI compósito agregado caiu para
52,8, um mínimo dos últimos 6 meses, pressionado quer pela actividade em França, quer na Alemanha. A
agência de rating S&P fez o upgrade da dívida pública da Irlanda de BBB+ para A- com outlook positivo.
Nos EUA, o PIB do primeiro trimestre foi revisto em forte baixa para -2,9%, a maior queda desde o início
de 2009, penalizado pelo arrefecimento do consumo. Os dados entretanto revelados indiciam uma
recuperação no segundo trimestre, quer no consumo, com a confiança dos consumidores em máximos a
reflectir as significativas melhorias do mercado de trabalho, quer no investimento, com as encomendas
de bens de capital a acelerar e o ISM a subir para 55,4 em Maio. Entretanto, o FMI cortou a estimativa
para o PIB dos EUA em 2014 de 2,8% para 2,0%, alertando que a Reserva Federal irá ser forçada a
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 24
manter as taxas directoras em níveis baixos por mais tempo, uma vez que o pleno emprego será apenas
atingido em 2017. A Reserva Federal manteve o ritmo de cortes de estímulos monetários conforme se
esperava: o programa de compra mensal de activos foi reduzido em $10bl para $35bl. Simultaneamente,
Janet Yellen manteve um discurso cauteloso, sublinhando a preocupação com o ainda elevado
desemprego e a lenta recuperação do mercado imobiliário, em linha com o adiamento da projecção de
subidas de taxas da própria Reserva Federal.
Neste contexto, as acções acumularam em Junho novos ganhos. Nos EUA, o S&P atingiu um novo
máximo, com uma subida de 1,9%. No Japão, o Nikkei (+3,6%) manteve a tendência de recuperação e
nos Emergentes, o MSCI Emerging Markets subiu 2,3%. Na zona euro, contudo, os ganhos decorrentes
das medidas do BCE acabariam por reverter e o Eurostoxx50 perdeu 0,5% no mês, penalizado pelo
sector financeiro com riscos de litigação e anúncios de aumento de capital a pressionar o sector. A taxa
fixa manteve a tendência imperturbável de queda de yields, mesmo na sequência da melhoria do
sentimento com o BCE. A perspectiva da inflação se manter muito deprimida por um longo período
justifica esta tendência, sendo que o aumento das tensões geopolíticas no Iraque poderá ter contribuído
igualmente. Na Alemanha, os yields dos Bunds a 10 anos desceram 11pb para 1,25%, o nível mais baixo
dos últimos 14 meses. Nos EUA, os Treasuries, por seu turno, intensificaram a divergência e os yields
subiram 6pb para 2,53% em reacção aos dados macroeconómicos. A dívida pública periférica iniciou o
mês com ganhos significativos após a reunião do BCE mas acabaria por corrigir parcialmente no final do
mês, com os investidores a aproveitarem para realizar mais-valias no fecho do semestre. No cômputo de
Junho, os yields terminaram a descer ainda assim, sobretudo nos prazos mais curtos, aqueles que são
mais afectados pelas medidas do BCE. Os índices de retorno total Bloomberg/EFFAS para maturidades
superiores a 1 ano registaram ganhos moderados no mês: +0,4% em Portugal (onde a correcção foi
mais acentuada), +1,5% em Itália e +1,3% em Espanha. A classe do crédito voltou a estar bastante
suportada e com reduzida volatilidade. Os índices de Credit Default Swaps estreitaram ligeiramente para
os mínimos desta fase do ciclo: o índice iTraxx Main 5 anos desceu 4pb para 62pb, enquanto o iTraxx
Crossover caiu 12pb para 242pb. No segmento de High Yield, o retorno total do benchmark JP Morgan
HY foi de 0,9% decorrente do carry, dado que o respectivo spread se alargou marginalmente (+1pb +ara
385pb). Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço corrigiu 0,3% para 70,37%. Por fim, na classe
de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local em dólares valorizou 1,0%. Desta
forma, o benchmark de EMD acumula ganhos de 6,0% no ano.
Julho
Em Julho, a performance dos activos de risco foi muito condicionada pela crise nas holdings do Grupo
Espírito Santo, com o caso a ultrapassar as fronteiras nacionais e a ameaçar aumentar a aversão ao risco
mesmo a nível global, e pelas tensões geopolíticas que se agudizaram com a queda de um avião em
território ucraniano, novas sanções à Rússia e uma ofensiva israelita na faixa de Gaza. Ainda assim, sinais
encorajadores da economia americana contribuíram para limitar as perdas.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 25
Na zona euro, os indicadores revelados seguiram em linha com os do mês anterior ao apontar para um
arrefecimento da aceleração económica e levaram alguns analistas a reduzir estimativas para o
crescimento do segundo trimestre. Os índices de actividade preliminares de Julho (PMI) constituíram uma
excepção: após 2 meses de queda, o PMI compósito subiu para 54,0 suportado pelo sector de serviços
em França e Alemanha. Contudo, o indicador de confiança da indústria na Alemanha (IFO) mais tarde
viria a cair mais do que o esperado para o mínimo desde Outubro, a terceira queda consecutiva. Dados
fracos na maior economia da região levaram o Bundesbank a alertar que a economia poderia ter
estagnado no segundo trimestre. Após o anúncio no mês anterior de um pacote de medidas sem
precedentes, a reunião mensal do BCE de Julho não trouxe novidades significativas. Para além da
revelação de que no próximo ano as reuniões passarão a realizar-se de 6 em 6 semanas, intervaladas
com a divulgação das respectivas actas, o principal destaque foi para os detalhes para uso dos
financiamentos orientados para a economia real (TLTRO) mostrarem regras pouco restritivas, o que se
poderá traduzir numa utilização mais alargada por parte dos bancos.
Em Portugal, a Moody’s elevou o rating da dívida pública em um nível para Ba1, com outlook estável. A
agência justificou a decisão com a consolidação orçamental obtida e a almofada de liquidez que o Estado
mantém, para além de defender que a crise no BES e os chumbos do Tribunal Constitucional poderão ser
ultrapassados com impactos limitados.
No Reino Unido, a economia cresceu 3,1% no segundo trimestre, o mais rápido desde o início de 2007.
Nos EUA, o PIB cresceu 4,0%, mais do que compensando a contracção de 2,1% verificada no primeiro
trimestre. Os dados subsequentes indiciam um crescimento saudável: os índices de actividade (ISM)
corrigiram ligeiramente, mas mantêm-se em níveis bastante saudáveis: 55,3 no sector industrial e 56,0
no sector dos serviços; a criação de emprego voltou a acelerar, superando expectativas já elevadas, e a
taxa de desemprego caiu para 6,1%, um mínimo de 6 anos e um valor já dentro do intervalo estimado
pela Reserva Federal para o final do ano; a componente core das vendas a retalho cresceu 0,6% em
Junho e foi revisto em alta o crescimento do mês anterior; a produção industrial abrandou ligeiramente
mas mantém-se em expansão; vários índices de actividade regionais, já relativos em Julho, subiram
acima das expectativas. Em contrapartida, a actividade da construção permanece bastante fraca, com
quedas muito significativas na construção de novas casas e nas licenças para construir.
As minutas da reunião da Fed de 18 de Junho revelaram a intenção de terminar o programa de
Quantitative Easing em Outubro, com um corte final de $15 mil milhões. Contudo, a Reserva Federal irá
continuar a reinvestir os cupões e amortizações da carteira de Treasuries e ABS para além dessa data,
pelo menos até à primeira subida de taxas. Mais tarde, sem surpresas, a Fed reduziu esse programa em
$10 mil milhões para $25 mil milhões na reunião no final do mês.
A economia chinesa cresceu 7,5% no segundo trimestre, a primeira aceleração em 3 trimestres. O ritmo
de crescimento, igual ao objectivo oficial para o ano de 2014, poderá reflectir várias medidas
governamentais de estímulo monetário e fiscal.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 26
Neste contexto, as acções registaram desempenhos diversos. Os maiores ganhos foram acumulados
pelos mercados asiáticos, com o Nikkei a subir 3,0% e o mercado chinês a compensar perdas na Europa
de Leste e a garantir ganhos de 1,4% no MSCI Emerging Markets. Nos EUA, o S&P atingiu um novo
máximo no início do mês mas acabaria por descer 1,5% com os riscos geopolíticos e receios que a Fed
inicie mais cedo a fase de subida de taxas de juro. A zona euro, contudo, foi a geografia mais penalizada
pelo impacto do conflito na Ucrânia e da crise no BES, a qual questionou a recuperação económica e a
credibilidade das instituições na Periferia. Enquanto o Eurostoxx50 perdeu 3,5% no mês, o PSI20 caiu
12,1%.
Na taxa fixa, o desempenho foi igualmente diverso: enquanto os yields dos Treasuries subiram
ligeiramente, na Alemanha os yields bateram novos mínimos, com os 10 anos a descer 9 pontos base
para 1,15%. Esta divergência deveu-se sobretudo às diferentes perspectivas económicas nas duas áreas,
tendo sido agravada pelas sanções à Rússia as quais terão previsivelmente maior impacto na zona euro.
A dívida pública periférica resistiu bem à crise do BES em Portugal e ao contexto de maior aversão ao
risco, algo que não será alheio ao suporte da promessa de liquidez abundante pelo BCE. Apesar da maior
volatilidade, os spreads encerraram o mês mais apertados e os yields a descer significativamente. Os
índices de retorno total Bloomberg/EFFAS para maturidades superiores a 1 ano registaram ganhos no
mês de 0,9% em Portugal, Espanha e Itália, superando os 0,7% do respectivo índice alemão.
A maior aversão ao risco não penalizou demasiado a classe do crédito, embora o desempenho tenha sido
negativo. Apesar de parte dessa aversão resultar de problemas no sector financeiro, praticamente não
ocorreu diferenciação entre emitentes financeiros e não financeiros. Os índices de Credit Default Swaps
alargaram moderadamente: o iTraxx Main 5 anos subiu 3pb para 65pb, enquanto o iTraxx Crossover
aumentou 22pb para 263pb. No High Yield, o retorno total do benchmark JP Morgan HY foi de -0,3%
decorrente do alargamento de 33pb no spread para 418pb. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em
preço permaneceu praticamente inalterado nos 70,35%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice
da JP Morgan de dívida em moeda local em dólares desvalorizou 1,1%, fruto de uma depreciação das
moedas emergentes, penalizadas pela perspectiva de subidas de taxas mais cedo nos EUA.
Agosto
A intensificação dos riscos geopolíticos (Ucrânia, Iraque, Gaza e ébola) colocou os investidores mais
cautelosos no início do mês, sobretudo na Europa, onde a recuperação económica está a ser questionada
por indicadores económicos muito fracos na zona euro. Contudo, o discurso de Mario Draghi em Jackson
Hole levou os investidores a especular sobre a possibilidade do BCE anunciar um maior programa de
compra de activos, o que proporcionou um desempenho muito favorável para a generalidade dos activos
financeiros. Na zona euro, o PIB do segundo trimestre dos principais países voltou a desapontar:
estagnação em França (0,0% pelo segundo trimestre consecutivo) e recuo na Alemanha (-0,2% após
+0,7% no primeiro trimestre) e em Itália (-0,2%, entrando em recessão técnica). Em Portugal, o PIB
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 27
recuperou 0,6%, igualando a queda no trimestre anterior. Os dados mais recentes, já relativos ao
terceiro trimestre, voltaram a decepcionar. O indicador preliminar de actividade (PMI) compósito desceu
em Agosto, de 53.8 para 52.8, revertendo assim a subida do mês anterior e igualando o mínimo do ano
enquanto o índice de confiança da indústria na Alemanha (IFO) registou a quarta queda consecutiva,
para o mínimo dos últimos 13 meses. Os índices de confiança poderão ter sido penalizados pela
intensificação das sanções à Rússia. Enquanto isso, a inflação homóloga média voltou a resvalar, caído
uma décima para 0,3%. Mario Draghi mostrou-se mais preocupado com a redução significativa em
Agosto das expectativas de inflação de longo prazo, as quais poderão já não estar ancoradas,
reafirmando-se disponível para apresentar mais medidas num contexto de dados macroeconómicos
desapontantes. O governador do BCE evidenciou ainda uma posição sobre a política fiscal mais próxima
de Itália e França, ao defender uma maior intervenção que permita reduzir a carga fiscal tendo como
contrapartida cortes na despesa pública não produtiva.
Em Portugal, o banco central decidiu no início do mês aplicar ao BES uma medida de resolução, na qual
separou o balanço do banco em dois: no BES (o bad bank) permaneceram os activos problemáticos
enquanto para o “Novo Banco” foram transferidos os restantes activos e injectado novo capital de €4,9
mil milhões. Os accionistas e credores subordinados do BES terão de suportar as perdas, enquanto os
depósitos e a dívida sénior transitaram para o “Novo Banco”.
Nos EUA, o crescimento acelerou e parece estar mais sustentado. O crescimento do PIB no segundo
trimestre foi revisto em alta para 4,2%, a criação de emprego tem ultrapassado consecutivamente os 200
mil postos de trabalho nos últimos 6 meses, os indicadores do mercado imobiliário recuperaram após
vários meses de retracção, e o indicador de actividade do sector de serviços (ISM) atingiu em Julho o
máximo desde 2005 chegando a nível de 58,7 pontos. Janet Yellen não introduziu alterações no seu
discurso em Jackson Hole, continuando a defender que a queda na taxa de desemprego sobrestima a
melhoria do mercado laboral, um sinal que o início da fase de subidas de taxas não se encontra iminente.
No Japão, o PIB caiu, em termos anualizados, 6,8% no segundo trimestre. Esta é a maior queda desde o
tsunami em 2011 e reflecte a esperada queda no consumo e investimento ligado à subida do IVA
ocorrida em Abril.
Neste contexto, as acções iniciaram o mês a corrigir mas inverteram a tendência e a generalidade
encerrou o mês com ganhos. Os maiores foram acumulados pelos EUA, a beneficiar do bom momento
macroeconómico, com o S&P500 a estabelecer um novo máximo histórico e a subir 3,8%. Na zona euro,
o Eurostoxx50 recuperou 1,8% com a Periferia ainda a pesar: ainda que tenham terminado em
recuperação, o MIB e o PSI20 caíram 0,6% no mês. No Japão, o Nikkei desceu 1,3%, enquanto os
emergentes mantiveram a tendência positiva, com o MSCI Emerging Markets a ganhar 2,1%.
Na taxa fixa, o agravamento do cenário de crescimento e inflação conduziu os yields na Alemanha a
novos mínimos, com os 10 anos a descer 27pb para 0,89%, movimento intensificado com a possibilidade
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 28
de maior intervenção do BCE. Nos EUA, apesar da divergência económica face à fraqueza na zona euro,
os yields também desceram (22pb nos 10 anos). A dívida pública periférica foi das classes mais
beneficiadas com as expectativas de actuação do BCE, com os yields a quebrarem novos mínimos.
Apesar de um início mais volátil, os spreads encerraram o mês mais apertados e os yields a descer
significativamente. Os índices de retorno total Bloomberg/EFFAS para maturidades superiores a 1 ano
registaram ganhos no mês de 2,6% na Grécia, 2,2% em Espanha, 1,9% em Portugal, o que compara
com os 1,8% do respectivo índice alemão. O crédito, à semelhança de outras classes de risco, recuperou
rapidamente da correcção do início do mês, ficando bastante suportada pelo discurso de Draghi em
Jackson Hole. Os ganhos foram pouco diferenciados, embora o sector financeiro tenha feito um ligeiro
underperformance. Os índices de Credit Default Swaps estreitaram moderadamente: o iTraxx Main 5
anos desceu 5pb para 60pb, enquanto o iTraxx Crossover apertou 21pb para 243pb. No segmento de
High Yield, o retorno total do benchmark JP Morgan HY foi de 0,7% com o spread praticamente
inalterado nos 416pb. Na dívida subordinada, a recuperação foi mais tímida e o iBoxx € Tier 1 em preço
desceu 0,2% para 70,2%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em
moeda local em dólares desvalorizou 0,5%, acomodando uma ligeira depreciação das moedas
emergentes.
Setembro
O mês ficou marcado pelo anúncio de novas medidas do BCE para fazer face aos crescentes receios
deflacionistas e por uma forte valorização do dólar (perto de 4% face ao euro). Na zona euro, os dados
macroeconómicos voltaram a desapontar. Embora a produção industrial tenha acelerado para 2,2% em
Julho e sugerido algum crescimento económico no início do 3ºT, os restantes indicadores contrariaram
essa perspectiva. O indicador de actividade compósito preliminar de Setembro (PMI) desceu para 52.3, o
mínimo desde Novembro do ano passado, penalizado sobretudo pela queda em França, enquanto o
índice de confiança da indústria na Alemanha (IFO) caiu para o mínimo desde Abril do ano passado.
Simultaneamente, a inflação homóloga manteve a tendência de queda e deslizou para 0,3%.
Este contexto forçou o BCE a anunciar o lançamento de um programa de compra de activos privados não
financeiros, entre ABS e covered bonds. O montante dependerá da utilização de fundos através dos
TLTRO mas Mario Draghi assegurou que será significativo e consistente com o aumento da Balanço do
BCE para níveis de 2012. O primeiro TLTRO (leilão de liquidez a 4 anos dirigido à economia real) registou
uma procura de €82,6 mil milhões, um montante aquém das expectativas. Os investidores, contudo,
reagiram favoravelmente, na perspectiva que estes leilões serão insuficientes e o BCE será forçado a
alargar o programa de compra de activos para obrigações soberanas. No Reino Unido, depois de
sondagens que indiciavam uma vitória do “Sim” no referendo pela independência da Escócia, a votação
popular rejeitou esta hipótese, evitando assim um cenário de extrema incerteza política e económica. O
governo francês cortou as estimativas de crescimento para os próximos anos e, por consequência, adiou
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 29
o cumprimento do objectivo de défice inferior a 3% apenas para 2017. Na Grécia, a S&P subiu o rating
da dívida grega em 1 nível para B.
Nos EUA, ao contrário da Europa, os dados continuaram a surpreender em alta. Os índices de actividade
(ISM) contrariaram expectativas de correcção e prolongaram a subida: 59,0 na indústria (máximo desde
2011) e 59,6 nos serviços (máximo desde 2005). As vendas a retalho aceleraram em Agosto, com as
vendas automóveis a atingirem máximos de 8 anos, em linha com a subida da confiança dos
consumidores para um máximo de perto de 5 anos. O PIB do segundo trimestre foi revisto em alta de
4,2% para 4,6%, impulsionado pelo consumo e investimento privado. O relatório de emprego, contudo,
contrariou esta tendência, com um forte abrandamento da criação de emprego, o que, ainda assim, foi
desvalorizado dado que nos 6 meses anteriores o emprego tem evidenciado um forte dinamismo. A
Reserva Federal, para além de cortar conforme se esperava em mais $10 mil milhões o programa de
compra mensal de activos, manteve o discurso defensivo de que as taxas de juro se irão manter baixas
por “um período considerável” após a conclusão do programa de compra de activos e que persiste uma
“significativa subutilização do factor trabalho”. Contudo, os membros da Fed reviram em alta as suas
previsões sobre a evolução da taxa directora (fed funds), sugerindo um ritmo mais acelerado na fase do
ciclo de subidas de taxas face às expectativas.
Neste contexto, as acções registaram comportamentos diversos nas várias geografias. A melhor
performance deu-se no Japão com a subida de 4,9% do Nikkei, em linha com a depreciação do iene. Na
zona euro, o Eurostoxx50 recuperou 1,7%, suportado pelo BCE e pelo sector financeiro. Nos EUA, após
atingir máximos históricos, o S&P500 corrigiu 1,6%. Por fim, os Emergentes lideraram as perdas, com
uma queda do MSCI Emerging Markets de 7,6%. Vários factores penalizaram os Emergentes, tal como os
receios de subida dos yields dos Treasuries, o impacto da valorização do dólar, as eleições no Brasil ou a
significativa descida do preço de várias commodities. Na taxa fixa, o plano do BCE conduziu a uma maior
inclinação da curva de rendimentos alemã, pela descida dos prazos curtos (os 2 anos caíram 5pb para -
0,08%) e subida nos prazos longos (os 10 anos subiram 6pb para 0,95%). Esta subida da parte longa,
após os yields terem atingido novos mínimos logo no início do mês, foi bastante mitigada na parte final
de Setembro com o regresso dos receios deflacionistas. Nos EUA, os yields aliviaram dos mínimos de
forma mais significativa (15pb nos 10 anos), intensificando-se a divergência face à zona euro. A dívida
pública periférica manteve-se suportada pelas expectativas do BCE vir a avançar com um programa de
Quantitative Easing que inclua também dívida soberana. Os spreads a 10 anos encerraram o mês mais
apertados, com descidas de 12pb em Portugal, 15pb em Espanha e 16pb em Itália. A excepção foi a
Grécia, onde apesar do upgrade do rating, o spread alargou 76pb com receios relativamente à coesão
política do governo. O crédito esteve um pouco mais pressionado, mas a correcção apenas foi mais
notória nas classes de maior risco. Os índices de Credit Default Swaps (CDS) alargaram moderadamente:
o iTraxx Main 5 anos subiu 2pb para 62pb, enquanto o iTraxx Crossover aumentou 14pb para 257pb. A
classe de High Yield registou um mês com um desempenho negativo, com o retorno total do benchmark
JP Morgan HY a cifrar-se em -1,1% com o spread a alargar 36pb para 452pb. Na dívida subordinada, as
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 30
vendas foram limitadas e o iBoxx € Tier 1 em preço desceu apenas 0,2% para 70,0%. Por fim, na classe
de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local em dólares desvalorizou 5,1%, o
que significa que está praticamente inalterado no acumulado do ano.
Outubro
O mês ficou marcado pelo disparar da volatilidade, a queda do preço do petróleo, superior a 20% desde
os máximos de Junho, e a forte subida do dólar. Dados muito fracos na Alemanha e a aproximação do
final do programa de compra de activos da Reserva Federal americana questionaram de forma mais
veemente o crescimento global, renovaram os receios deflacionistas e intensificaram a volatilidade nos
activos de risco. Com a recuperação dos activos de risco no final da semana, ficou claro que os mercados
financeiros globais continuam a necessitar dos estímulos monetários para manterem os ganhos.
Na zona euro, a deterioração do momento económico na Alemanha implicou uma quebra de perspectivas
de crescimento. Após uma aceleração em Julho, a produção industrial alemã caiu 4,0% em Agosto, a
maior queda desde o início de 2009 e que implica que a variação homóloga negativa pela primeira vez
em mais de um ano. Simultaneamente, as exportações caíram 5,8% em Agosto, o que equivaleu
igualmente à maior queda em mais de 5 anos. Na mesma linha, o indicador de confiança dos
empresários (IFO) caiu pelo sexto mês consecutivo para um mínimo dos últimos 22 meses. A reunião
mensal do BCE não trouxe qualquer novidade relevante em relação ao programa de compra de activos.
Mario Draghi limitou-se a esclarecer que o universo de activos investíveis (ABS e Covered bonds) é de €1
bilião e a reiterar que há unanimidade dentro do BCE para usar medidas adicionais caso seja necessário.
A EBA e o BCE anunciaram os resultados do Asset Quality Review (AQR) e dos testes de stress,
evidenciando que 24 bancos exibiam um défice de capital de €24,2 mil milhões, embora considerando o
que foi realizado e anunciado já em 2014, apenas 13 bancos necessitam de reforçar capital em €6.8 mil
milhões. Apesar de este montante ser relativamente reduzido e gerível, o exercício foi encarado como
credível. A tendência de inflação muito reduzida é cada vez mais global. A inflação homóloga desceu para
1,2% no Reino Unido (um mínimo dos últimos 10 anos) e para 1,6% na China (mínimo desde Janeiro de
2010).
Nos EUA, alguns dados no início do mês perderam algum dinamismo, tal como os indicadores de
actividade (ISM), quer na Indústria (-2,4 pontos para 56,6) quer no sector de Serviços (-1,0 ponto para
58,6). No entanto, a maioria continua a apontar para um crescimento bastante saudável. O relatório de
emprego superou de novo as expectativas com a criação de emprego a acelerar em Setembro e o
número do mês anterior foi revisto em alta, contribuindo para a descida da taxa de desemprego para
5,9%. O PIB no terceiro trimestre cresceu 3,5% (anualizado) em vez de 3,0% esperado, com o consumo
público a suportar o crescimento adicional, enquanto o consumo privado beneficia de níveis de confiança
em máximos dos últimos 7 anos, em linha com a descida do desemprego e do preço da gasolina. Apesar
do aumento da volatilidade nos mercados financeiros de meados de Outubro, a Fed mostrou uma
mensagem de confiança ao terminar o programa de compra de activos e ao reconhecer a forte melhoria
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 31
do mercado de trabalho. Ainda assim, continua a sublinhar que deverá passar um “período considerável”
até se iniciar a fase de subidas de taxas directoras.
Na China, o PIB abrandou de 7,5% no segundo trimestre para 7,3% no terceiro trimestre, o menor
crescimento trimestral desde o início de 2009. O excesso de capacidade industrial e a correcção dos
preços do imobiliário deverão colocar o crescimento chinês no total de 2014 no ritmo mais baixo desde
1990. O FMI reviu em baixa as estimativas de crescimento global para 2014 (-0,1% para 3,3%) e 2015 (-
0,2% para 3,8%). O FMI estima uma probabilidade de 40% para um cenário de recessão na zona euro,
recomendando que o BCE aplique um amplo programa de compra de activos. O Banco do Japão
aumentou, de forma inesperada, o objectivo de expansão da oferta monetária de 60 a 70 biliões de ienes
para 80 biliões de ienes por ano, através da compra de obrigações (JGB) e ETF domésticos (esta
componente irá triplicar). Simultaneamente, o fundo de pensões governamental, o maior a nível mundial
($1,2tr), confirmou os rumores que iria aumentar a alocação a acções domésticas de 12% para 25%.
Neste contexto, as acções experimentaram um pico de volatilidade a meados do mês mas retomaram o
movimento de recuperação na segunda quinzena com bons dados económicos e uma época de
resultados francamente positiva. Nos desenvolvidos, o S&P500 liderou a recuperação e encerrou
novamente em máximos com uma subida de 2,3% no mês. A zona euro, pelo contrário ficou bastante
aquém e apenas reverteu metade do movimento de queda, pelo que perdeu 3,5% no mês. No Japão, as
medidas do Banco do Japão e governo impulsionaram o Nikkei, o que contribuiu para a subida de 1,5%
no mês. Nos Emergentes, por seu turno, o MSCI Emerging Markets ganhou 1,1%, condicionados pelo
impacto da valorização do dólar, as eleições no Brasil ou a significativa descida do preço de várias
commodities. Na taxa fixa, os receios deflacionistas mantiveram os yields muito deprimidos, mesmo num
contexto no final do mês favorável aos activos de risco. Os Bunds a 10 anos desceram 11 pontos base
para 0,84%, enquanto nos EUA, os Treasuries caíram 15pb para 2,34%. A dívida pública periférica
suportou bem o pico de volatilidade, embora tenha apresentado no mês uma performance negativa. O
alargamento de spreads foi limitado pelas expectativas de Quantitative Easing do BCE, ainda que não
tenham sido dados passos concretos nesse sentido. Nos 10 anos, Espanha alargou 4pb, Itália 12pb e
Portugal 16pb. Na Grécia, receios de eleições antecipadas levaram a um forte movimento de venda, com
os spreads a alargarem 153pb para 721pb, um valor superior ao final de 2013. O crédito registou um
desempenho negativo no mês, com os segmentos de maior risco a corrigirem de forma mais significativa.
Os índices de Credit Default Swaps (CDS) alargaram moderadamente: o iTraxx Main 5 anos subiu 3pb
para 65pb, enquanto o iTraxx Crossover aumentou 96pb para 353pb. A classe de High Yield registou um
mês com um desempenho marginalmente negativo, com o retorno total do benchmark JP Morgan HY a
cifrar-se em -0,2% com o spread a alargar 20pb para 472pb. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em
preço desceu 0,6% para 69,7%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida
em moeda local em dólares valorizou 1,6% a beneficiar da descida dos yields.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 32
Novembro
A volatilidade reduziu-se em Novembro e os activos de risco beneficiaram do suporte dos bancos
centrais. O principal destaque vai para a queda de perto de 20% (em USD) do preço do petróleo que
poderá vir a revelar-se favorável para o crescimento das economias desenvolvidas, ainda que no curto
prazo reforce a tendência desinflacionista. Na zona euro, o crescimento trimestral do PIB no 3º trimestre
de 0,2% superou as estimativas de 0,1%, suportado por um crescimento de 0,3% em França. A
Alemanha apresentou um crescimento anémico de 0,1%, ainda assim suficiente para evitar recessão
técnica, algo que não aconteceu em Itália, onde o PIB contraiu (-0,1%) pela quarta vez nos últimos 5
trimestres. No campo oposto, em Espanha, confirmou-se o crescimento de 0,5%. Este cenário de
crescimento bastante modesto não deverá acelerar no 4º trimestre tendo em consideração os índices
preliminares de actividade (PMI), os quais voltaram a decepcionar após uma ligeira subida em Outubro.
O PMI compósito da zona euro desceu 0,8 para 51,4 em Novembro, o mínimo do ano. Ainda assim, o
indicador de confiança da indústria na Alemanha (IFO) registou uma ligeira recuperação, interrompendo
quedas nos 6 meses anteriores. Por outro lado, a inflação homóloga manteve a tendência e desceu uma
décima para 0,3%. Na reunião mensal do BCE, Mario Draghi reiterou a intenção de expandir o balanço
para os níveis verificados no início de 2012 (um aumento de cerca de €1tr) e manteve a mensagem de
que o BCE está preparado para implementar novas medidas, caso seja necessário. Mais tarde, na semana
em que o BCE iniciou as compras de ABS, Mario Draghi referiu a necessidade urgente de trazer a inflação
para o objectivo. Este discurso seguiu-se a outros membros do BCE referirem de forma explícita a
possibilidade de compra de obrigações soberanas, hipótese cada vez mais consensual para o início de
2015 entre os investidores.
Nos EUA, o PIB do 3º trimestre foi revisto em alta de 3,5% para 3,9% devido ao incremento do consumo
e investimento, pelo que o crescimento nos últimos 2 trimestres foi o mais elevado em cerca de 10 anos.
Este dinamismo deverá prolongar-se, dado o nível elevado dos indicadores de actividade (ISM da
indústria subiu para 59,0 o que iguala o nível mais elevado do ano e corresponde ao máximo dos últimos
3 anos) e a melhoria do mercado de trabalho, com criação de cerca de 200 mil postos de trabalho e
descida da taxa de desemprego para 5,8% em Outubro.
Nas economias emergentes, os indicadores de actividade estabilizaram, mas mantêm-se em níveis
modestos. Na Rússia, a economia tem abrandado bastante devido ao impacto das sanções económicas e
à queda dos preços das commodities. As moedas emergentes foram penalizadas contra o USD,
nomeadamente o rublo, tendo o Banco Central da Rússia anunciado que deixaria de intervir para manter
a banda de flutuação da moeda. Na China, o Banco Central cortou taxas directoras pela primeira vez em
2 anos. De forma inesperada, a taxa de depósito foi cortada em 25pb para 2,75% e a taxa de
empréstimo em 40pb para 5,60%. No Japão, o PIB caiu 0,4% no 3º trimestre face ao anterior,
contrariando expectativas de crescimento de 0,5%. A subida em Abril do IVA, de 5% para 8%, terá tido
um impacto superior ao estimado pelo governo e banco central e conduzido a economia japonesa para
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 33
nova recessão. Este número desapontante levou o PM Shinzo Abe a adiar em 18 meses a subida do IVA,
para o 2º trimestre de 2017, e a convocar eleições antecipadas, para as quais se espera uma ampla
vitória do seu Partido Liberal Democrata.
Neste contexto, as acções beneficiaram do suporte dos bancos centrais e dos dinamismos da economia
dos EUA, assim como da conclusão da época de resultados que superou as estimativas. Nos
desenvolvidos, o Eurostox50 liderou os ganhos, recuperando 4,4%, impulsionado pela subida de 7,0% do
DAX. Nos EUA, o S&P500 estabeleceu um novo máximo, encerrando com uma subida de 2,45% no mês.
No Japão, o Nikkei ganhou 6,4%, com o mercado a focar-se no adiamento do aumento do IVA em lugar
da queda do PIB, assim como ainda nas medidas do Banco do Japão anunciadas em Outubro. Nos
Emergentes, por seu turno, o MSCI Emerging Markets perdeu 1,1%, condicionados pelo impacto da
depreciação das moedas emergentes e das commodities. Na taxa fixa, a tendência de descida dos yields
manteve-se imperturbável, mesmo num contexto favorável aos activos de risco. As curvas de rendimento
fizeram flattening com a descida dos prazos longos e evidenciaram uma volatilidade muito reduzida. Os
receios deflacionistas, reforçados com a queda dos preços da energia, não se dissiparam mesmo com a
perspectiva de compra por parte do BCE, o que leva os yields a níveis muito deprimidos. Os Bunds a 10
anos desceram 14pb para 0,70%, enquanto nos EUA, os Treasuries caíram 17pb para 2,16%. A dívida
pública periférica beneficiou da perspectiva de QE do BCE e corrigiu o desempenho desfavorável do mês
anterior. Nos 10 anos, Espanha estreitou 4pb, Itália 17pb e Portugal 23pb. Na Grécia, a volatilidade
baixou, embora os spreads tenham voltado a alargar (+43pb) na ausência de acordo com a troika para o
período pós-resgate. O crédito voltou a estar muito suportado e os spreads atingiram mínimos do ano.
Contudo, apesar dos índices de Credit Default Swaps (CDS) terem estreitado de forma significativa (o
iTraxx Main 5 anos desceu 7pb para 58pb, enquanto o iTraxx Crossover baixou 34pb para 319pb) a
performance das obrigações não acompanhou este dinamismo. A classe de High Yield registou um
desempenho positivo, com o retorno total do benchmark JP Morgan HY a cifrar-se em 1,1% com o
spread a estreitar 19pb para 453pb. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço manteve-se
inalterado nos 69,7%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em
moeda local em dólares desvalorizou 1,3% penalizado pela depreciação cambial das moedas emergentes.
Dezembro
Dezembro ficou marcado por dois momentos distintos: uma forte correcção nos activos de risco,
provocada pela queda do preço do petróleo para o mínimo dos últimos 5 anos e meio e pela
desvalorização das moedas emergentes, nomeadamente das pertencentes a países exportadores de
petróleo, como a Rússia e, mais tarde, forte recuperação em resposta à mensagem cautelosa da Reserva
Federal. Na zona euro, os indicadores mostram alguns sinais modestos de recuperação, que poderá ser
suportada pela queda do euro e do petróleo pelos estímulos do BCE. O indicador de actividade preliminar
(PMI) compósito de Dezembro subiu de 51.1 para 51.7 (acima do esperado) e o índice de confiança dos
empresários (IFO) na Alemanha recuperou ligeiramente pelo segundo mês consecutivo. O BCE adiou o
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 34
anúncio de novas medidas para 2015. Apesar de ter revisto de forma significativa as estimativas de
inflação e crescimento para os dois próximos anos, o BCE preferiu continuar a avaliar o impacto da queda
do preço do petróleo e dos dados macroeconómicos fracos. O alargamento do programa de compra de
activos continuará a ser preparado e discutido dentro da instituição e Mario Draghi sublinhou que uma
decisão não requer unanimidade. Os analistas esperam o anúncio na reunião de Janeiro ou na de Março
de 2015. O segundo leilão condicional (TLTRO) efectuado pelo BCE ficou um pouco aquém das
expectativas. O montante pedido pelos bancos europeus foi de cerca de € 130 mil milhões, que será
insuficiente para que o balanço do BCE aumente de forma relevante nos próximos meses. Na Grécia, a
troika decidiu estender por 2 meses o final do programa de resgate de forma a concluir o processo de
revisão e negociar a atribuição de uma linha cautelar. Simultaneamente, o governo antecipou as eleições
presidenciais em dois meses mas falhou a nomeação do seu candidato, o que levou à marcação de
eleições antecipadas para 25 de Janeiro. A SYRIZA (Coligação de Esquerda Radical) lidera as sondagens,
mas não o suficiente para conseguir uma maioria parlamentar, o que poderá obrigar a sucessivos actos
eleitorais e arrastar a incerteza. A S&P cortou o rating de Itália em um nível para BBB- (outlook estável)
devido à má performance económica e à falta de capacidade em melhorar a competitividade do país. A
situação na Rússia deteriorou-se significativamente devido à queda do preço do petróleo. Face à forte
desvalorização do rublo, o Banco Central da Rússia interveio, subindo a taxa directora de 10,5% para
17% no dia 15 de Dezembro. No entanto, apesar disso, o rublo retomou a tendência e caiu 18,6% face
ao dólar no mês de Dezembro.
Nos EUA, o PIB do terceiro trimestre foi revisto em alta de 3,9% para 5,0% devido ao incremento do
consumo e investimento, pelo que o crescimento nos últimos 2 trimestres foi o mais elevado em cerca de
11 anos. O dinamismo da economia parece ter acelerado: os dados relativos a Novembro mostraram
vendas automóveis a recuperar, o indicador de actividade (ISM) do sector de serviços a subir 2,2 pontos
para 59,3 e criação de emprego de 321 mil postos de trabalho (máximo desde Janeiro de 2012),
acompanhada de ganhos salariais. Estes números superaram mesmo as estimativas dos analistas mais
optimistas. Na reunião de 17 de Dezembro, apesar da melhoria no mercado de trabalho e o facto da
maioria dos membros da Reserva Federal esperarem o início da subida de taxas directoras para 2015,
Janet Yellen assegurou ser “paciente” na abordagem a essa subida, sendo “pouco provável o início da
normalização da política monetária nas próximas duas reuniões”. No Japão, a coligação do governo
ganhou confortavelmente as eleições, como se esperava, dando um claro mandato ao primeiro-ministro
Shinzo Abe para que continue as reformas estruturais necessárias no país.
Neste contexto, as acções foram bastante penalizadas durante o mês mas recuperaram no final com a
menor propensão da Fed para iniciar o ciclo de subida de taxas. No final, o mês revelou-se negativo para
a classe, embora a correcção tenha sido limitada. Nos mercados desenvolvidos, o Eurostox50 liderou as
perdas, descendo 3,2%, devido ao agravamento do risco de deflação. Nos EUA, o S&P500 corrigiu 0,4%
e no Japão, o Nikkei ficou praticamente inalterado (-0,1%). Nos Emergentes, por seu turno, o MSCI
Emerging Markets perdeu 4,8%, penalizado pelo impacto da depreciação das moedas emergentes e das
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 35
commodities. Na taxa fixa, a tendência de descida dos yields manteve-se imperturbável,
independentemente da maior ou menor aversão ao risco. A curva de rendimentos alemã voltou a fazer
flattening: os yields dos Bunds a 10 anos desceram 16pb para 0,54% (um novo mínimo histórico) e 7pb
nos 2 anos, para -0,10%. Esta evolução contrariou a taxa fixa nos EUA, onde os Treasuries a 10 anos
subiram 1pb para 2,17% e 20pb nos 2 anos para 0,66%. A dívida pública periférica suportou a incerteza
política na Grécia devido à perspectiva, mesmo que adiada, de Quantitative Easing do BCE. Enquanto a
dívida grega foi bastante penalizada, sobretudo nos prazos curtos (o índice Bloomber/Effas de retorno
total perdeu 9,0%), os restantes periféricos evitaram o contágio (apresentaram ganhos nos respectivos
índices). Nos spreads a 10 anos, Espanha estreitou 13pb para 120pb, Portugal ficou inalterado nos 215pb
e Itália alargou marginalmente 3pb para 135pb. O crédito corrigiu e os spreads aliviaram dos mínimos do
ano. Em credit default swaps, o índice iTraxx Main 5 anos subiu 5pb para 63pb, enquanto o iTraxx
Crossover alargou 27pb para 346pb. A classe de High Yield registou um desempenho negativo, com o
retorno total do benchmark JP Morgan HY a cifrar-se em -0,4% com o spread a alargar 34pb para 487pb.
Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço desceu 0,2% para 69,5%. Por fim, na classe de dívida
emergente, a dívida em moeda local caiu também, com o índice JPMorgan GBI-Local Currency a perder -
5,9%, penalizado pela subida de yields (subiram em média 31pb, para 6,50%) e pela queda das moedas
(-4,0%).
2.3 Política de investimento: objectivos e princípios
Na composição do património do Fundo, a Entidade Gestora teve em conta os objectivos e as finalidades
a atingir pelo Plano de Pensões, no que diz respeito aos níveis adequados de segurança, de rendibilidade
e de liquidez das respectivas aplicações financeiras, tendo em conta a natureza e a exigibilidade dos
benefícios prometidos ou em pagamento, assegurando, nomeadamente:
a) a adequada diversificação e dispersão de riscos, evitando a dependência excessiva de um determinado
activo ou emitente e a limitação do risco de liquidez especialmente no curto e médio prazos;
b) a selecção criteriosa das aplicações em função do seu risco intrínseco e do risco de mercado, tendo
em consideração as informações credíveis disponíveis, designadamente as notações de risco de crédito
atribuídas pelas agências de rating;
c) a aplicação prudente em activos que, pela sua natureza ou qualidade do emitente, apresentem um
elevado grau de risco;
d) o cumprimento do Regulamento de Gestão e das disposições legais aplicáveis.
O património do Fundo é constituído por valores mobiliários, incluindo as unidades de participação em
organismos de investimento colectivo, instrumentos representativos de dívida de curto prazo, depósitos
bancários, outros activos de natureza monetária, bem como outros activos que venham a ser permitidos
pela legislação aplicável, nos termos e condições nela previstos para a sua utilização.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 36
A Entidade Gestora recorreu à utilização de técnicas e instrumentos adequados à gestão do Fundo tais
como os instrumentos financeiros derivados, nas condições e limites definidos por Norma Regulamentar
da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. A utilização de instrumentos derivados
teve como objectivo exclusivo a cobertura de riscos.
As aplicações em caixa e em disponibilidades à vista representam um valor residual, salvo em situações
efectivas de força maior que conduzam, temporariamente, ao incumprimento deste princípio,
nomeadamente em casos de entrega de contribuições, de necessidades de tesouraria ou de elevada
instabilidade dos mercados financeiros.
À Entidade Gestora fica vedado:
a) Adquirir acções próprias para o Fundo;
b) Oferecer a terceiros os activos do Fundo para garantia, qualquer que seja a forma jurídica a assumir
por essa garantia, excepto no âmbito de contratos de reporte ou de empréstimo de valores ou outros
com o objectivo de uma gestão eficaz de carteira, nos termos da legislação aplicável;
c) Assumir responsabilidades de que possa resultar a necessidade de provisionar o Fundo com verbas
adicionais, quer por recurso a empréstimos, quer por acordos ou contratos cujo cumprimento possa
onerar o Fundo;
d) Conceder crédito, por conta do Fundo, nomeadamente crédito hipotecário ou crédito aos Participantes.
Não podem ser adquiridos nem entregues como contribuição para o Fundo:
a) Valores mobiliários emitidos ou detidos pela Entidade Gestora;
b) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades que sejam membros dos órgãos de gestão da
Entidade Gestora, ou que com esta estejam em relação de domínio ou de grupo, ou que possuam,
directa ou indirectamente, mais do que 10% do capital social ou dos direitos de voto desta, salvo se os
títulos se encontrarem admitidos à negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado
regulamentado de Estado membro da União Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;
c) Valores mobiliários emitidos ou detidos pelo Associado do Fundo ou por sociedades que estejam em
relação de domínio ou de grupo com esse Associado, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à
negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União
Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;
d) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades cujo capital social ou direitos de voto
pertençam, directa ou indirectamente, em mais do que 10% a um ou mais administradores da Entidade
Gestora, em nome próprio ou em representação de outrem, e aos seus cônjuges e parentes ou afins no
1.º grau;
e) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades de cujos órgãos de gestão ou de fiscalização
façam parte um ou mais administradores da Entidade Gestora, em nome próprio ou em representação de
outrem, seus cônjuges e parentes ou afins no 1.º grau, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 37
negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União
Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE.
2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais
Não existem quaisquer situações de incumprimento dos limites regulamentares de diversificação e
dispersão prudenciais estipulados no Regulamento de Gestão, nomeadamente:
a) o investimento em valores mobiliários que não se encontrem admitidos à negociação num mercado
regulamentado não pode representar mais do que 15%;
b) o investimento em UP’s de organismos de investimento colectivo não harmonizados não pode
representar mais do que 10%;
c) o investimento em activos expressos em moedas distintas daquela em que estão expressas as
responsabilidades do fundo de pensões não pode representar mais do que 30%;
d) o valor de mercado dos activos cedidos em operações de empréstimo não pode exceder os 40%;
e) o investimento numa mesma sociedade não pode representar mais do que 10%, e 5% caso se tratem
de investimentos em associados do fundo de pensões ou em sociedades em relação de domínio ou de
grupo com esses associados;
f) o investimento relativamente a sociedades em relação de domínio ou de grupo entre si ou com a
entidade gestora não pode representar mais do que 20%, e 10% caso se tratem de investimentos
efectuados no conjunto dos associados do fundo de pensões e das sociedades que se encontrem em
relação de domínio ou de grupo com esses associados;
g) o investimento em UP’s de um único organismo de investimento colectivo não harmonizado não pode
representar mais do que 2%;
h) caso os organismos de investimento colectivo não harmonizado invistam em outros organismos de
investimento colectivo não harmonizado, é considerado o investimento em UP’s de cada um destes
outros organismos, o qual não pode representar mais do que 2%.
2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual
O Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem contempla uma carteira de investimento, com um perfil
agressivo, e cuja composição, sem prejuízo das regras estabelecidas na Política de Investimento
constante do Regulamento de Gestão, é a seguinte:
25% a 55% de Activos do Tipo I, 20% a 60% de Activos do Tipo II, máximo de 15% de Activos do Tipo
III, máximo de 15% de Activos do Tipo IV, e máximo de 10% de Activos do Tipo V.
Considera-se:
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 38
a) Activos do Tipo I, acções, obrigações convertíveis ou que confiram direito à subscrição de acções ou,
ainda, por quaisquer outros instrumentos que confiram o direito à sua subscrição ou que permitam uma
exposição aos mercados accionistas, designadamente warrants e participações em instituições de
investimento colectivo cuja política de investimento seja constituída maioritariamente por acções;
b) Activos do Tipo II, os activos financeiros que integram a categoria de obrigações e títulos
representativos de dívida similares não incluídas na alínea anterior, fundos mobiliários de obrigações ou
maioritariamente de obrigações, títulos representativos de dívida da mesma natureza e títulos de dívida
pública;
c) Activos do Tipo III, unidades de participação em fundos de investimento imobiliário;
d) Activos do Tipo IV, os activos financeiros que integram a categoria de dívida de curto prazo, depósitos
bancários e outros instrumentos monetários;
e) Activos do Tipo V, o investimento em unidades de participação de organismos de investimento
colectivo não harmonizados.
Alocação a 31/12/2014
BRJ Activos Tipo I Activos Tipo II Activos Tipo III A ctivos Tipo IV Activos Tipo V
ISP 400 Limites Min - Max 25% - 75% 20% - 60% 0% - 15% 0% - 15% 0% - 10%
Exp Ref.ª 50% 40% 5% 5% -
Exposição Directa 47,95% 39,27% 7,30% 9,94% 0,00%
Durante o exercício, a gestão financeira da Carteira de Investimento afecta aos Planos de Pensões
obedeceu aos limites de exposição e da alocação estratégica estabelecidos na política de investimento
definidos no Regulamento de Gestão do Fundo.
2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 39
Janeiro
Durante o mês de Janeiro, reduziu-se a exposição a acções, de 62,9% para 59%, através da venda de
ETFs sobre o índice EuroStoxx50 (-3,5%), de acções da Semapa e da Mapfre (-1,5%) e da redução da
exposição aos fundos Allianz Euro Small Caps (-1,2%), Schroders Eur Dividend Maximizer (-1,5%). Tendo
em conta as melhores perspectivas para o sul da Europa, nomeadamente em Portugal, adquiriu-se cerca
de 3% no fundo Banif Acções Portugal e aumentou-se a exposição a acções dos CTT em cerca de 2%.
Além disso, no segmento de obrigações, compraram-se Obrigações do Tesouro português de longo prazo
em cerca de 6,5%. Aumentou-se ainda a exposição ao fundo de dívida subordinada Axiom Obligataire
(+0,5%). Em contrapartida, vendeu-se obrigações de retalho da REN, Sonae e Mota-Engil, em cerca de
6,5% do fundo, e reduziu-se o peso em fundos de obrigações de mercados emergentes (-1%).
Fevereiro
Durante o mês de Fevereiro, aumentou-se a exposição a acções, de 59% para 63,4%, através da compra
de futuros e ETFs sobre os índices EuroStoxx50 (+3,2%) e MSCI Emerging Markets (+1,2%). No
segmento de obrigações, destaca-se o aumento da exposição a Obrigações do Tesouro português de
longo prazo em cerca de 3,6%. Aumentou-se ainda a exposição em fundos de retorno absoluto: Banif
Ibéria (+1,2%) e DB Platinum (+1,1%).
Março
Durante o mês de Março, reduziu-se a exposição a acções no fundo, de 63,4% para 60,4%, através da
venda de ETFs sobres os índices EuroStoxx50 (-2%) e MSCI Emerging Markets (-1%). Alienou-se ainda a
posição em acções da IAG (-2,1%), adquirindo-se acções da Sonae SGPS (+0,9%) e Ferrovial (+1,2%).
Além disso, no segmento de obrigações, destaca-se a o aumento do peso no fundo de dívida
subordinada Axiom Obligataire (+0,7%) e da exposição a fundos de dívida de mercados emergentes
(+2,1%).
Abril
Durante o mês de Abril, reduziu-se a exposição a acções no fundo, de 60,4% para 51,7%, através da
venda de futuros e ETFs sobre o índice EuroStoxx50 (-8%) e da alienação do s fundos Pictet US Equity
Selection (-1,5%), Goldman Sachs US Small Cap (-0,9%). Em contrapartida, aumentou-se o peso no
fundo Banif Acções Portugal, em cerca de 1,7%. No segmento de obrigações, realça-se apenas a
alienação da obrigação Portugal Telecom 2025 (-1,9%), a troca de dívida híbrida da KPN por Enel (2%) e
a aquisição de obrigações da Semapa a 5 anos (+1,1%).
Maio
Durante o mês de Maio, aumentou-se a exposição a acções no fundo, de 51,7% para 57,8%, através da
compra de ETFs sobre os índices EuroStoxx50. Para além disto, reduziu-se a exposição a acções dos CTT,
adquirindo em contrapartida acções do BCP, da Sonae e da Ferrovial. No segmento de obrigações, o
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 40
destaque vai para a alienação de dívida pública portuguesa. Reduziu-se a exposição às emissões, OT
4,95% 2023, OT 5,65% 2024 e OT 4,1% 2037, em cerca de 3,6%.
Junho
Durante o mês de Junho, aumentou-se a exposição a acções no fundo, de 57,8% para 60%, através da
compra de futuros sobre o índice EuroStoxx50, em cerca de +2,2%. Para além disto, trocou-se a posição
em acções do BCP por acções no BBVA (1,8%). No segmento de obrigações, realça-se a venda das
Obrigações do Tesouro português com maturidade em 2037 (-2,4%) e 2024 (-1%) e a alienação de
dívida pública espanhola e italiana a 10 anos, em cerca de -1,8%. Em contrapartida adquiriu-se a OT
2019 (+4%) e dívida pública espanhola e italiana com cerca de 5 anos de maturidade (+8,1%).
Julho
Durante o mês de Julho, reduziu-se a exposição a acções no fundo, de 60% para 53,4%, diminuindo-se a
exposição à Zona Euro (-6%) a favor de acções emergentes (+3%), recorrendo a contratos futuros e
ETFs. Alienaram-se ainda acções do BBVA (-1,8%) e da Sonae SGPS (-2%). No segmento de obrigações,
tendo em conta a incerteza em Portugal, destaca-se a venda das Obrigações do Tesouro português com
maturidade de 5 e 10 anos em cerca de 7,3%. Em contrapartida, adquiriu-se dívida pública espanhola e
italiana a 5 anos (+3,6%) e dívida pública belga de curto prazo.
Agosto
Durante o mês de Agosto, reduziu-se a exposição a acções no fundo, de 53,4% para 51,6%. Diminuiu-se
a exposição a acções europeias, através da venda de acções da Sonae (-1,9%) e da alienação de parte
da posição no fundo Allianz Euro Small Caps (-2,5%) e aumentou-se o peso em acções americanas e
emergentes, através da aquisição de ETFs sobre os índices S&P500 (+2%) e MSCI Emerging Markets
(+0,7%). Na componente de obrigações, reduziu-se o peso em dívida pública italiana e espanhola a 5
anos (-2,6%), comprou-se obrigações da EDP (+2,2%), e aumentou-se a exposição ao fundo DWS Euro
High Yield em 2,5%. Além disso, aumentou-se a exposição do fundo a dólares, em cerca de 4,3%.
Setembro
Durante o mês de Setembro, aumentou-se a exposição a acções no fundo, de 51,6% para 61,1%,
através da compra de acções do BBVA (+2,2%) e da NOS (+2,2%) e de contratos futuros sobre o índice
EuroStoxx50 (+5,6%). Na componente de obrigações, aumentou-se a exposição a dívida pública italiana
em cerca de 3,8% e reduziu-se o peso em dívida pública espanhola (-4,2%), devido à turbulência gerada
pelo referendo na Escócia e às repercussões que este poderia trazer relativamente à questão da
Catalunha.
Outubro
Durante o mês de Outubro, reduziu-se a exposição a acções no fundo, de 61,1% para 54,7%, através da
venda de contratos futuros sobre o índice EuroStoxx50 (-5,6%). Para além disto, aumentou-se o peso em
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 41
acções japonesas (+3,7%) e americanas (+2,7%) e, em contrapartida, alienou-se parte da posição no
fundo de Small Caps europeias da Allianz (-4,2%) e em fundos de acções emergentes (-2,7%). Na
componente de investimento directo em acções, alienou-se as posições BBVA (-2%) e NOS (-2,2%) e
aumentou-se o peso em CTT (+2%). No segmento de obrigações, reduziu-se a exposição a dívida
pública italiana e espanhola em cerca de 5,9%, e vendeu-se parte da posição no fundo DWS Euro High
Yield (-1,3%). No final do mês, adquiriu-se dívida pública portuguesa a 10 anos (+0,9%) e obrigações de
empresas portuguesas (+0,6%).
Finalmente, reduziu-se a exposição do fundo a dólares, em cerca de 4,2%.
Novembro
Durante o mês de Novembro, aumentou-se a exposição em acções, de 54,7% para 57,5%. Adquiriu-se
exposição ao índice de acções na Alemanha (DAX) em cerca de 3,6%, através da compra de ETFs, e
reduziu-se o peso no fundo Banif Acções Portugal (-0,6%) e em acções dos CTT (-1,6%), aumentando-se
o peso em acções da Telefonica e IAG (+1,5%). Na componente de obrigações, aumentou-se a
exposição a dívida pública italiana, espanhola e portuguesa em cerca de 3,6%, e compraram-se
obrigações da EDP (+0,8%). Adquiriu-se ainda uma posição de cerca de 2% no fundo Schroders Global
High Yield.
Dezembro
Durante o mês de Dezembro, reduziu-se a exposição em acções, de 57,5% para 54,8%. Diminuiu-se o
peso em acções dos CTT (-1,2%), no fundo Banif Acções Portugal (-0,3%), e em ETFs sobre o índice
MSCI Japan (-2,5%), aumentando-se em contrapartida o peso em acções europeias através da compra
de futuros sobre o índice EuroStoxx50 (+1%) e de ETFs sobre o DAX (+0,4%). Na componente de
obrigações, aumentou-se a exposição a dívida pública portuguesa (+0,7%), e comprou-se obrigações da
Semapa (+1%). Finalmente, alienou-se o fundo de dívida subordinada da Axiom (-1,7%) e aumentou-se
o peso no fundo Euro Bank Debt (+0,6%).
2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões
Rendibilidade
efectiva
Valores
Anualizados
Rendibilidade
mediana
Valores
Anualizados
YTD 3,32% - 6,70% -
1 Ano 3,32% - 6,70% -
2 Anos 11,52% 5,60% 13,60% 6,30%
3 Anos 19,91% 6,23% 22,70% 7,70%
5 anos 11,68% 2,23% 27,10% 4,80%
Medidas de Rendibilidade
Fundo Mercado*
* As rendibilidades de mercado foram estimadas com base nos dados fornecidos pela Mercer Investment Consulting
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 42
Análise de Risco a 31/12/2014
YTD 1 Ano
Desvio Padrão Anualizado 8,23% 8,23%
Annualised Downside Deviation 0,33% 0,33%Gain/Loss Ratio 1,16 1,16Índice de Sharpe Anualizado 0,38 0,38
Medidas de Volatilidade e Risco
Risco Total (Desvio Padrão anualizado) 9,11%
C/Derivados S/Derivados
Value-At-Risk em Euros 29.102 25.762
Value-At-Risk (%) 5,17% 4,57%
Tabela Resumo
A análise do Fundo foi realizada à data de 31-Dez-2014. De entre as principais variáveis analisadas,
destaque-se o desvio padrão da carteira de 9,11%. É importante referir que o desvio-padrão da carteira
(aqui calculado) é diferente do desvio-padrão do fundo (no quadro mais acima), já que o desvio-padrão
do fundo mede apenas volatilidade da UP (ex-post), e o desvio-padrão da carteira tem em conta a
volatilidade “forward looking” de cada classe de activos. A diferença mais significativa prende-se com a
classe de imobiliário, na qual a volatilidade verificada (ex-post) é inferior ao risco percepcionado pelo
modelo de análise de risco, uma vez que o modelo de análise para o imobiliário está a equiparar o
investimento em imobiliário com o investimento em acções de empresas imobiliárias, o que explica o
risco (medido pelo desvio padrão) ser superior ao que se esperaria.
A análise do “Value-at-Risk” mostra que a perda máxima expectável com derivados é de € 29.102 o que
corresponde a 5,17% da carteira. Sem derivados o “Value-at-Risk” é de € 25.762 o que corresponde a
4,57% da carteira. A análise do “Value-at-Risk” demonstra que a perda máxima expectável é superior
quando incluídos os derivados na carteira. A estratégia seguida via futuros é de gestão agregada do
risco, assumindo as seguintes posições: longo em EurStoxx 50 do mercado accionista europeu.
Adicionalmente é feita a gestão do risco cambial. Na tabela do “Breakdown do risco do portfolio” verifica-
se que o risco estimado do Fundo deriva principalmente da escolha dos títulos em termos de Indústria,
sendo menor o risco proveniente de Risco Específico e da Curva de Rendimentos e de Spread. Existe
ainda risco moeda, que leva em consideração a exposição directa à moeda em que os activos estão
denominados e a exposição implícita a outras moedas. Neste caso, a correlação moeda/mercado é
negativa, o que significa que pelo facto de o Fundo estar exposto a moedas diferentes do Euro está a
aumentar a diversificação do Fundo.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 43
VaR % Risco Desvio Padrão
Risco de Mercado 29.016 99,41% 9,08
Indústria 25.516 76,87% 7,98
Estilo 1.884 0,42% 0,59
Curva de Rendimentos 3.908 1,80% 1,22
Spread 3.024 1,08% 0,95
Mercados Emergentes 23 0,00% 0,01
Commodity 0 0,00% 0,00
Hedge Fund 0 0,00% 0,00
Correlação 18,36%
Risco Específico 2.725 0,88% 0,85
Risco Moeda 3.981 1,87% 1,25
Correlação Moeda/Mercado -1,28%
29.102 100% 9,11
Breakdown do Risco do Portfolio
Breakdown do risco por região geográfica
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Correlação
E.U.A.
Portugal
Euro
Espanha
Alemanha
Japão
França
Itália
Holanda
Suécia
Breakdown do risco por moeda
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
% em carteira % Risco Total
CNY EUR USD
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 44
Activos que mais contribuem para o Risco Total
Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição
PT Real Estate 7,13% 18,63% 11,51%
EURO STOXX 50 MAR15 5,56% 16,13% 9,00%
ISHARES S&P 500 UCITS ETF 7,31% 13,29% 7,88%
Lyxor UCITS ETF LevDAX 2,09% 33,18% 6,55%
Schroder EUR DI Max 5,08% 12,74% 5,63%
Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição
EURO STOXX 50 MAR15 5,56% 16,13% 9,00%
ISHARES S&P 500 UCITS ETF 7,31% 13,29% 7,88%
Lyxor UCITS ETF LevDAX 2,09% 33,18% 6,55%
Schroder EUR DI Max 5,08% 12,74% 5,63%
Pictet US Equi Sel R 3,84% 15,04% 4,89%
Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição
B.Euro Corporates 8,44% 6,04% 2,27%
EDP FINANCE BV 4.125% 3,81% 10,12% 1,43%
PGB 5.65% 02/15/24 2,29% 17,93% 0,72%
BNY Mellon Gl-EM DBT 1,72% 7,79% 0,60%
Pictet Lux.Emerg "R" 1,73% 7,60% 0,54%
Obrigações
Acções
Carteira
2.8 Benchmarks de performance e resultados
O benchmark definido para a avaliação da performance das carteiras do Fundo é um compósito
determinado por:
• 40% dos índices ‘DJ Euro Stoxx 50’ e ‘MSCI World Eur Hedged’, em proporção idêntica;
• 15% do índice ‘EFFAS Bond Euro govt all > 1Yr Total Return’;
• 15% da ‘Euribor a 12 meses’ (360 dias), fixada no início do exercício;
• 30% do ‘Índice Imobiliário APFIPP’.
No exercício de 2014 o índice de referência fixou-se nos 4,75%, ao passo que a rendibilidade apurada do
Fundo foi de 3,32%.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 45
Peso Médio ( 1) TWR ( 2 ) Contribuição
Acções 51,74% 6,37% 3,78%
Inv. Directo 6,45% 18,21% 2,21%
Inv. Indirecto 45,29% 6,30% 3,42%
Futuros -1,85%
Obrigações 31,36% 13,50% 4,38%
Inv. Directo 14,97% 25,43% 3,74%
Dívida países core 1,32% 10,97% 0,00%
Dívida países periferia 13,65% 25,86% 3,74%
Outros
Inv. Indirecto 16,39% 4,32% 0,74%
Futuros 0,00% -0,10%
Imobiliário 8,85% -13,61% -1,35%
Inv. Directo
Inv. Indirecto 8,85% -13,61% -1,35%
Outros Fundos 5,33% -2,41% -0,16%
Instr Mercado Monetário 5,34% 8,07% 0,22%
Outros ( 3 ) -2,63% -3,55%
100% 3,32%Total (1) - O Peso Médio é calculado usando o critério de média aritmética simples(2) - O método de cálculo da performance segundo a TWR é distinto do utilizado para o cálculo da rendibilidade do
fundo YTD que se encontra no n.º 2.7(3) - A componente "Outros" refere-se a ganhos/perdas cambiais, comissões, impostos e ganho não atribuível
A performance do Fundo até 31 de Dezembro, medida de acordo com a TWR, foi de 3,32%. Os impactos
positivos derivam da performance da classe de Obrigações, com uma contribuição para a performance
total de 438 pb e Acções, com uma contribuição para a performance total de 378 pb. Os impactos
negativos derivam principalmente da performance da classe de Imobiliário, com uma contribuição para a
performance total de -135 pb e de Outros Fundos, com uma contribuição para a performance total de -
16pb. A categoria de Inv. Indirecto foi a que teve mais preponderância para o desempenho positivo por
parte das acções.
Ctt Sa ACC 1,38% Banif Imogest IMO -1,47%
Ot 4.1% Abril/2037 OBR 1,01% Dj Eurstoxx 50 Dec14 ACC -0,98%
Ishares S&P500 Ucits ACC 0,96% B.Accoes Portugal ACC -0,86%
Franklin Mutual Beac ACC 0,77% Dj Eurstoxx 50 Sep14 ACC -0,78%
Pictet Us Equi Sel R ACC 0,65% Bbva Sa ACC -0,33%
Breakdown da Performance da Carteira
ContribuiçãoActivos com maior
contribuição negativaContribuição
Activos com maior
contribuição positiva
Breakdown da Performance das Obrigações
No que respeita à análise do impacto da componente obrigacionista, verifica-se que componente
obrigacionista de taxa fixa teve um impacto positivo na performance total da carteira, destacando-se o
impacto da categoria de Dívida Pública, com uma contribuição para a performance total de 370 pb e a
categoria de Fundos, com uma contribuição para a performance total de 14 pb. No que diz respeito às
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 46
obrigações de taxa variável destaque-se a categoria de Fundos, com uma contribuição para a
performance total de 60 pb.
Peso Médio TWR Contribuição
Obrigacções 31,36% 13,50% 4,38%
Taxa Fixa 23,47% 7,72% 3,89%
Dívida Pública 13,86% 10,56% 3,70%
Financeiras
Crédito 1,08% 1,71% 0,04%
Fundos 8,53% 3,88% 0,14%
Taxa Variável 7,89% 7,11% 0,59%
Dívida Pública
Financeiras
Asset Backed Securities
Dívida de Empresas 0,03% 0,00% -0,01%
Mercados Emergentes
Estruturas
Fundos 7,86% 7,14% 0,60%
Futuros -0,10%
Breakdown da Performance das Obrigações
OT 4.1% Abril/2037 Governo 1,01% Lyxor ETF SGI DLY Fundos -0,22%
OT Outubro 2023 Governo 0,61% BTPS 5% 03/01/22 Governo -0,05%
B.Euro Corporates Fundos 0,60% RENEPL 6.25% 09/16 Utilities -0,02%
PGB 5.65% 02/15/24 Governo 0,51% AXIOM Obligataire Fundos -0,02%
SPGB 4.65% 07/25 Governo 0,33% DWS Euro High Yields Fundos -0,01%
Activos com maior
contribuição negativaContribuição
Activos com maior
contribuição positiva Contribuição
Breakdown da Performance das Obrigações
2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto
A estratégia de gestão de riscos da entidade gestora contempla a identificação dos riscos a que os fundos
de pensões por si geridos se encontram expostos e respectivo enquadramento no âmbito das suas
principais orientações estratégicas e políticas de negócio globais assim como a definição de
procedimentos para a monitorização frequente e detalhada dos riscos identificados.
Todas as fragilidades identificadas no âmbito de controlos internos são classificadas por tipo e por grau
(elevado, médio e baixo) de risco e resumidas numa matriz de Risk Appetite Statement.
Riscos específicos do plano de pensões
Consistem nos riscos inerentes aos benefícios estabelecidos no plano de pensões, associados
nomeadamente à mortalidade ou longevidade das populações abrangidas, à ocorrência de situações de
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 47
invalidez, à rotação da população de participantes, à passagem às situações de reforma antecipada ou
pré-reforma e ao grau de dependência dos benefícios dos regimes de segurança social.
Estes riscos podem conduzir a perdas resultantes da insuficiência ou incumprimento de contribuições, de
subestimação do valor das responsabilidades subjacentes aos compromissos assumidos nos planos de
pensões, do seu deficiente desenho ou da falha na prestação de informação aos participantes,
beneficiários e associados.
No caso dos planos BD (Benefício Definido) e mistos, tais perdas podem derivar do processo de desenho
do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, mas estão essencialmente ligadas aos
processos de cálculo das responsabilidades e de financiamento do plano de pensões (incluindo a
determinação das correspondentes contribuições a cargo dos associados), podendo ter origem numa
multiplicidade de factores, tais como:
• Fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo das responsabilidades;
• Desvios significativos entre a realidade e os pressupostos utilizados, não só ao nível demográfico
(mortalidade, morbilidade, acesso à situação de reforma antecipada ou pré-reforma e rotação da
população) como também financeiro (crescimento dos salários e das pensões);
• Subestimação dos valores das pensões a pagar nas situações de dependência dos benefícios dos
regimes de segurança social.
No que diz respeito aos planos CD (Contribuição Definida) e mistos, as perdas estão particularmente
ligadas ao processo de desenho do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, podendo
no entanto estarem também ligadas ao incumprimento das contribuições previstas.
A entidade gestora faz uma gestão prudente e sólida dos riscos específicos do plano de pensões BD ou
mistos, realizando uma revisão actuarial contínua, assim como análises específicas aos riscos
materialmente mais relevantes, tomando em consideração os relatórios dos actuários responsáveis e
assegurando a monitorização do cumprimento das respectivas recomendações. Adicionalmente, são
realizados estudos de stress testing ou de análises de cenários pela Direcção Global de Risco (DGR).
Os actuários responsáveis procedem regularmente à avaliação actuarial e financeira dos planos de
pensões, a partir de informação validada pela Direcção Técnica e Comercial (DTC) que revê o relatório e
controla e monitoriza o risco específico dos fundos pensões, garantindo o necessário financiamento das
responsabilidades e informando o associado da necessidade de fazer dotações, quando necessário.
Semestralmente, são efectuadas análises de activos e passivos (estudos ALM), onde são determinadas as
responsabilidades e os custos decorrentes dos respectivos planos de pensões, e avaliadas as
composições das carteiras de activos financeiros que integram o património dos respectivos fundos de
pensões. As conclusões das referidas análises assentam no conceito de valor esperado, numa perspectiva
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 48
probabilística, sendo as mais prováveis nos cenários de evolução de carteira de activos estudados (base,
optimista e pessimista).
Com o objectivo de acompanhar a solvência dos planos a médio e longo prazo são analisadas e testadas
a adequação das carteiras de activos, tendo em conta o cumprimento das exigibilidades dos passivos dos
respectivos fundos.
Risco de mercado
Define-se como o risco de movimentos adversos no valor de activos do fundo de pensões, relacionados
com variações dos mercados de capitais e cambiais, nomeadamente flutuações em taxas de juro, taxas
de câmbio, cotações de acções, preços de mercadorias, e do valor do imobiliário, e ainda os riscos
associados ao uso de instrumentos financeiros derivados, ou de produtos substantivamente equiparáveis.
Nos Fundos de Pensões, o risco de mercado decorre essencialmente das exposições em títulos, incluindo
unidades de participação de fundos de investimento, derivados e imóveis detidos em carteira.
As metodologias e modelos utilizados pela entidade gestora na gestão de risco de mercado encontram-se
em linha com as boas práticas de mercado. As técnicas utilizadas para medir e controlar o risco de
mercado incluem o Value-at-Risk (VaR), Duration e PV01, análise de sensibilidade e testes de cenários.
Risco de crédito
Consiste no risco de incumprimento ou de alteração na qualidade creditícia dos emitentes de valores
mobiliários aos quais o fundo de pensões está exposto, bem como dos devedores, prestatários,
mediadores, participantes, beneficiários e resseguradores que com ele se relacionam
A avaliação do risco de crédito dos fundos de pensões é realizada tendo por base o modelo de análise
utilizado pela DGR, assente na ferramenta BarraOne, permitindo a decomposição do risco dos activos por
diversos factores, nomeadamente o factor Spread – analisa a diferença entre a curva swap e a curva de
dívida pública, e eventos de crédito, calculando a respectiva alocação em termos de risco. Adicionalmente
é monitorizado o rating de cada instrumento, a sua evolução e a concentração da carteira por nível de
rating.
A DGR possui uma área especializada em risco de crédito, pelo que, sempre que se considere necessário,
são realizadas análises de risco de crédito específicas para devedores, participantes ou outros.
Risco de concentração
Define-se como o risco que resulta de uma elevada exposição do fundo a determinadas fontes de risco,
tais como categorias de activos ou tipos de benefícios, com potencial de perda suficientemente elevado
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 49
para afectar de forma material a situação financeira ou de solvência do fundo. Consiste na probabilidade
de ocorrência de perdas devido a uma concentração excessiva em termos de exposição a determinados
riscos, tais como categoria de activos ou tipos de benefícios, tendo como principais fontes:
• Área geográfica – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por
país, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;
• Por moeda – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por
moeda, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;
• Sectores económicos – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do
VAR por sector económico, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;
• Contrapartes – é analisado o risco de crédito por contraparte (repos e derivados), considerando
um nível de tolerância pré-definido e em linha com as disposições regulamentares.
Conforme referido, o sistema BarraOne permite analisar o risco das carteiras desagregado pelos vários
factores explicativos do risco, nomeadamente entre as componentes de risco específico e risco global (ou
de mercado), o qual por sua vez é desagregado em diversos constituintes. Esta característica permite
analisar a concentração por exemplo ao risco da curva de rendimento, ou aos spreads. Os relatórios
mensais incluem uma análise das cinco maiores exposições em termos de risco, quer em termos
absolutos, quer em termos de VaR.
Risco de Liquidez e de ALM
Consiste no risco que advém da possibilidade do fundo de pensões não deter activos com liquidez
suficiente para fazer face aos requisitos de fluxos monetários necessários ao cumprimento das
responsabilidades assumidas para com os beneficiários à medida que se vencem. O risco de liquidez
define-se como a probabilidade de ocorrência de perdas devido à incapacidade de uma instituição dispor
de fundos líquidos para cumprir com as suas obrigações, e se tal é efectuado em condições razoáveis. O
risco de liquidez está associado aos custos adicionais para obter liquidez ao alienar investimentos ou
outros activos de forma não programada em virtude dos fundos de pensões não deterem activos com
liquidez suficiente para fazer face às suas responsabilidades à medida que elas se vencem.
Nos fundos de pensões, a adequação dos recursos financeiros face às responsabilidades é analisada em
função dos montantes e prazos dos compromissos assumidos e dos recursos obtidos, em função da
identificação de gaps. A DTC acautela mensalmente as necessidades de liquidez, tendo em consideração
as responsabilidades assumidas pelos fundos e as condições actuais do mercado.
Em termos de avaliação do risco de taxa de juro dos fundos de pensões, na componente dos activos,
esta é feita com o recurso ao sistema BarraOne. O modelo de análise utilizado pela DGR procede à
decomposição do risco de mercado nas várias componentes, entre os quais, a componente de risco de
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 50
taxa de juro embutida na variação de preço (decomposição do VaR nas várias componentes, incluindo
risco de taxa de juro).
Adicionalmente, é efectuada a monitorização do risco de liquidez dos activos que compõem a carteira dos
fundos de pensões, nomeadamente quanto à participação detida do activo, ao diferencial entre os preços
de compra e de venda (é monitorizada a exposição da emissão emitida e a evolução do diferencial entre
os preços de compra e de venda (a 30 dias, 60 dias e 90 dias).
Em paralelo, a análise do risco cambial dos activos fundos de pensões é realizada tendo por base a
ferramenta BarraOne, que procede à decomposição das carteiras nas várias componentes, entre os
quais, a componente de risco de moeda e a sua correlação com os restantes factores de risco.
O Risco de Contraparte associado aos instrumentos financeiros derivados é monitorizado diariamente
através do sistema de gestão das carteiras, que informa diariamente a exposição global a derivados,
além da monitorização constante dos alertas e limites definidos.
2.10 Utilização de produtos derivados
A utilização de derivados pela Banif Açor Pensões, em 2014, no âmbito da estratégia de investimento do
Fundos de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem, foi realizada no quadro da política de investimento.
Durante o exercício de 2014, a Banif Açor Pensões utilizou, no âmbito da gestão eficaz da carteira,
instrumentos derivados, designadamente para a cobertura do risco cambial e do risco de aquisições
futuras dos instrumentos financeiros detidos pela carteira de investimento do Fundo.
A 31 de Dezembro de 2014, a cobertura do risco cambial, decorria da exposição aos seguintes fundos
cujos activos subjacentes estavam denominados em moedas diferentes do Euro, designadamente em
USD:
• Market Vector Wide M, no montante de 8.154 euros;
• Schroder INTL GLB HI, no montante de 10.466 euros;
• Pictet Lux.Emerg "R", no montante de 21.726 euros;
• FRANKLIN MUTUAL BEAC, no montante de 21.488 euros;
• GS US Small Cap Core, no montante de 11.834 euros;
e foi realizada com recurso a futuros:
• E-Micro EUR/USD Mar15, com valor nocional de 112.361 euros e com vencimento em 16 de Março de
2015.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 51
Na mesma data e no âmbito da cobertura do risco de aquisições futuras dos instrumentos financeiros
detidos, as posições em aberto relativas à utilização de futuros, compreendia:
• DJ EurStoxx 50 Mar15, com valor nocional de 31.330 euros e com vencimento em 20 de Março de
2015.
Lisboa, 10 de Abril de 2015
O Conselho de Administração da Sociedade Gestora
Dr. Raul Manuel Nunes da Costa Simões Marques
Dra. Maria da Conceição Rodrigues Leal
Dr. Armando José Vale de Avelar Bandeira
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 52
3 Demonstrações Financeiras
3.1 Demonstração da Posição Financeira
(valores em euros)
NOTAS DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA 2014 2013
ACTIVO7 Investimentos
Terrenos e Edifícios
Instrumentos de capital e unidades de participação 434.544 410.414
Títulos de dívida Pública 92.025 54.437
Outros títulos de dívida 26.192 32.303
Empréstimos concedidos
Numerário, depósitos em instituições de crédito e aplicações MMI 58.215 34.783
Outras aplicações
Outros activos8 Devedores
Entidade gestora
Estado e outros entes públicos
Depositários
Associados
Participantes e beneficiários
Outras entidades 4.111 10.387
9 Acréscimos e diferimentos 16.518 12.933
TOTAL ACTIVOS 631.604 555.257
PASSIVO8 Credores
Entidade gestora 1.945 3.905
Estado e outros entes públicos 11.594 8.741
Depositários 216 197
Associados
Participantes e Beneficiários
Outras entidades 31.803 26.857
9 Acréscimos e diferimentos 590 580
TOTAL PASSIVO 46.147 40.280
VALOR DO FUNDO 585.457 514.977
VALOR DA UNIDADE DE PARTICIPAÇÃO 5,6517 5,4699
O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE GESTORA
DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA DO FUNDO DE PENSÕES BANIF REFORMA JOVEM
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 53
3.2 Demonstração de Resultados
(valores em euros)
NOTAS DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 2014 2013
10 Contribuições 149.116 175.650
11 Pensões, capitais e prémios únicos vencidos 95.479 114.747
12 Ganhos Líquidos dos investimentos 17.690 36.535
13 Rendimentos Liquidos dos investimentos 7.606 10.796
14 Outros rendimentos e ganhos 0 17
15 Outras despesas 8.453 9.396
Variação Líquida do Fundo do Exercício 70.480 98.855
O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE GESTORA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO FUNDO DE PENSÕES BANIF REFORMA JOVEM
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 54
3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa
(valores em euros)
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA 2014 2013Fluxos de caixa das actividades operacionais
Contribuições
Contribuições dos associados 30.798 23.769
Contribuições dos participantes 34.418 38.240
Contribuições dos beneficiários
Transferências - De fundos de Pensões 75.669 110.239
Transferências - De Seguros
Transferências - De fundos de investimento PPR/E
Outras Entradas 4.111 3.398
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Pensões pagas
Prémios únicos para aquisição de rendas vitalícias
Capitais vencidos - Remições
Capitais vencidos - Vencimentos -1.248 -503
Transferências - Para fundos de Pensões -94.248 -112.753
Transferências - Para Seguros
Transferências - Para fundos de investimento PPR/E
Despesas de Adesão -1.472
Encargos inerentes ao pagamento das pensões
Subsídios por morte
Prémios de seguros de risco de invalidez ou morte
Indemnizações resultantes de seguros contratados pelo fundo
Participação nos resultados dos contratos de seguros emitidos em nome do fundo
Reembolso fora das situações legalmente previstas
Devolução por excesso de financiamento
Remunerações
Remunerações de gestão -8.131 -4.593
Remunerações de depósito e guarda de títulos -834 -689
Outros rendimentos e ganhos 0 1
Outras despesas -999 -625
Fluxo de caixa líquido das actividades operacionais 39.536 55.011
Fluxos de caixa das actividades de investimento
Recebimentos
A lienação / reembolso dos investimentos 1.391.407 918.368
Rendimentos dos investimentos 17.353 11.896
Operações cambias 164.442 215.018
Operações de futuros 37.075 39.453
Pagamentos
Aquisição dos investimentos -1.405.940 -991.053
Operações cambias -164.617 -215.545
Operações de futuros -55.918 -33.086
Comissões de transacção e mediação -484 -87
Outros gastos com investimentos
Fluxo de caixa líquido das actividades de investimento -16.682 -55.036
Variação de caixa e seus equivalentes 22.855 -24Efeitos de alterações da taxa de câmbio 577 -113Caixa no ínicio do período de reporte 34.783 34.920Caixa no fim do período de reporte 58.215 34.783
O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE GESTORA
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA DO FUNDO DE PENSÕES BANIF REFORMA JOVEM
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 55
3.4 Notas às Demonstrações Financeiras
1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora
Fundo de Pensões
O Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem foi constituído em 31 de Dezembro de 2008. À Banif
Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A., como entidade gestora, compete-lhe a
sua administração e gestão nos termos do normativo em vigor e nas condições estabelecidas no
respectivo regulamento de gestão.
O Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem é um fundo de pensões aberto de adesão colectiva ou
individual. O Fundo é comercializado conjuntamente, com os fundos de pensões denominados Banif
Reforma Activa, Banif Reforma Sénior e Banif Reforma Garantida. Contempla uma carteira de
investimento, com um perfil agressivo.
Planos de Pensões
O Fundo possui, a 31 de Dezembro de 2014, 7 adesões colectivas de planos de contribuição definida e 10
adesões individuais.
Os planos de pensões de contribuição definida e natureza contributiva, contemplam benefícios em caso
de Reforma por Velhice e Invalidez, e, ainda, em caso de desemprego de longa duração, doença grave e
incapacidade permanente para o trabalho, nos termos da legislação aplicável aos Planos Poupança –
Reforma (PPR), assim como por falecimento do Participante.
Associados
A Banif Rent – Aluguer, Gestão e Comércio de Veículos Automóveis, S.A. (Adesão Colectiva n.º 2);
A Banif Mais, S.A. (Adesão Colectiva n.º 3 e 9);
O Banif – Banco de Investimento S.A. (Adesão Colectiva n.º 4 e 9);
A Banif Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. (Adesão
Colectiva n.º 4 e 9);
A Banif Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. (Adesão Colectiva n.º 4 e 9);
A Towers Watson (Portugal) Unipessoal, Limitada (Adesão Colectiva n.º 5);
A Altran Portugal, S.A. (Adesão Colectiva n.º 7);
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 56
A OROC - Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (Adesão Colectiva n.º 8).
O Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. (Adesão Colectiva n.º 9).
Todos os Associados são entidades promotoras e contribuintes.
Entidade Gestora
A Banif Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício
Durante o exercício de 2014, não ocorreu nenhuma alteração aos Planos de Pensões do Fundo. Os
activos, responsabilidades e/ou riscos do Fundo não foram afectados por quaisquer factos ou
reestruturações ocorridas nos Associados.
Foi constituída uma nova adesão colectiva, denominada Grupo BANIF – Benefícios Flex (Adesão Colectiva
n.º 9).
3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas
As demonstrações financeiras anexas foram preparadas segundo a convenção dos custos históricos
(modificada pela adopção do justo valor na mensuração dos investimentos em terrenos, edifícios e
instrumentos financeiros) e na base da continuidade das operações, a partir dos registos contabilísticos
reconhecidos em contas extrapatrimoniais da entidade gestora, mantidos de acordo com as Normas
Regulamentares emanadas pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.
A estrutura conceptual e de relato financeiro definida na Norma Regulamentar n.º 7/2010–R, de 4 de
Junho estabelece que a entidade gestora deve elaborar demonstrações financeiras anuais do Fundo que
reflictam de forma verdadeira e apropriada o activo, as responsabilidades e a situação financeira do
Fundo, não contemplando a avaliação actuarial do Fundo nessa data expressa no respectivo Relatório
Actuarial.
A Norma Regulamentar anteriormente mencionada estabelece que devem ser adoptados os princípios de
mensuração aplicáveis aos activos que compõem o património do Fundo estabelecidos na Norma
Regulamentar n.º 9/2007-R, de 28 de Junho e que, sempre que não expressamente nela regulados,
adoptar-se-á, quando aplicável, os princípios de reconhecimento e de mensuração previstos nas Normas
Internacionais de Contabilidade.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 57
As principais políticas contabilísticas adoptadas na preparação das demonstrações financeiras anexas são
as seguintes:
(a) Especialização dos exercícios
O Fundo respeita, na preparação das suas contas, o princípio contabilístico da especialização das receitas
e das despesas. Assim, as receitas e as despesas são registadas no exercício a que dizem respeito,
independentemente da data do seu pagamento ou recebimento.
(b) Investimentos financeiros
Os investimentos financeiros em carteira à data da preparação das demonstrações financeiras
encontram-se valorizados ao justo valor, em conformidade com a Norma Regulamentar n.º 9/2007-R, de
28 de Junho, da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, a qual estipula a adopção
de políticas e procedimentos de avaliação adequados e pressupostos de avaliação uniformes, devendo os
activos que se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados ser avaliados tendo por
base o respectivo preço de mercado, o qual não deverá ser utilizado para efeito da determinação do seu
justo valor sempre que esse preço não tenha sido obtido através de transacções normais de mercado.
Estes activos e aqueles que não se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados,
devem ser avaliados tendo por base o seu presumível valor de realização, devendo-se para este efeito
considerar-se toda a informação relevante disponível sobre o emitente, nomeadamente a sua situação
patrimonial, bem como as condições de mercado vigentes no momento de referência da avaliação.
Os activos que se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados, cujo valor de
cotação raramente se encontre disponível ou cujas quantidades transaccionadas nesses mercados sejam
insignificantes face à quantidade de transacções efectuadas em sistemas de negociação especializados e
internacionalmente reconhecidos, são avaliados, em alternativa ao preço de mercado, com base nos
preços praticados nesses sistemas.
As mais e menos – valias potenciais ou realizadas, reconhecidas na rubrica de Ganhos líquidos dos
investimentos no período em que ocorre a avaliação ou a alienação, são determinadas com base na
diferença entre o montante da avaliação e da alienação e a quantia escriturada do activo, a qual
corresponde ao valor do balanço no início do ano dos investimentos que transitaram de anos anteriores
ou custo de aquisição dos investimentos adquiridos durante o exercício.
Os depósitos bancários e outros activos de natureza monetária que compõem o património do fundo são
registados ao seu valor nominal, tomando-se em consideração às respectivas características intrínsecas.
(c) Unidades de participação
O valor patrimonial líquido do Fundo é dividido em unidades de participação inteiras ou fraccionadas até
à quarta casa decimal que conferem aos seus titulares o direito de propriedade.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 58
O valor unitário corresponde ao quociente do valor patrimonial líquido da carteira à data do cálculo pelo
número das respectivas Unidades de Participação em circulação, o qual serve de base às subscrições e
aos resgates que são reconhecidos nas rubricas de Contribuições e Pensões, capitais e prémios únicos
vencidos.
(d) Contribuições e subscrições
As contribuições e subscrições dos associados e dos participantes são registadas quando efectivamente
recebidas na rubrica de Contribuições.
(e) Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Os participantes e beneficiários poderão optar por qualquer modalidade de pagamento regulamentar
prevista, sendo os respectivos dispêndios reconhecidos no período a que dizem respeito.
(f) Ganhos e rendimentos
Os ganhos e rendimentos líquidos de investimento relacionados com activos financeiros e imobiliários
(rendas de imóveis) são registados no período a que respeitam.
(g) Comissões e outros encargos
As comissões registadas na demonstração dos resultados na rubrica de Outras despesas no período a
que dizem respeito compreendem (i) uma comissão anual fixa máxima de 1,00%, calculada diariamente,
que incide sobre o sobre o valor líquido do fundo, cobrada trimestralmente; acrescida de uma comissão
de performance de 10% sobre o excedente da rendibilidade líquida anual do Fundo acima do índice de
referência definido, apurada e cobrada no termo do exercício; (ii) uma comissão máxima de 2,00% sobre
o valor das pensões processadas aos pensionistas das adesões colectivas com planos de benefício
definido; (iii) comissões pelo exercício das funções de instituição depositária, calculada diariamente e
cobrada mensalmente, através da aplicação de uma comissão máxima de 0,15% sobre o valor
patrimonial médio do Fundo e (iv) comissões de mediação e outros encargos decorrentes da transacção
de valores imobiliários, taxas de supervisão e outros realizados no cumprimento das obrigações legais e
regulamentares.
(h) Transacções e saldos em moeda estrangeira
Os activos e passivos expressos em moeda diferente são convertidos para euros, com base nas taxas de
câmbio indicativas publicadas diariamente pelo Banco de Portugal ou das cotações fornecidas pelas
agências de informação internacionalmente reconhecidas. As variações positivas e negativas resultantes
da actualização cambial são registadas em ganhos e perdas cambiais.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 59
(i) Produtos derivados
São utilizados alguns instrumentos financeiros derivados com objectivo de redução de risco de
investimento ou de gestão eficaz da carteira. Os produtos derivados são avaliados ao justo valor ou,
sempre que não seja possível determinar, o preço tido como necessário para liquidar esses contratos,
tendo em conta quaisquer esquemas de compensação com a contraparte.
4 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões
I – Fundo de Pensões
IRC
Nos termos do n.º 1 do art.º 16º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, os rendimentos do Fundo de
Pensões estão isentos de IRC. No entanto, conforme disposto no n.º 11 do art 88º do CIRC, os lucros
distribuídos por entidades sujeitas a IRC aos Fundos de Pensões são tributados autonomamente à taxa
de 25%, quando as partes sociais a que respeitam os lucros não tenham permanecido na titularidade do
mesmo sujeito passivo, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à
disposição e não venham a ser mantidas durante o tempo necessário para completar esse período.
IMI e IMT
O Fundo de Pensões está isento de pagamento de IMT nos termos dos art.º 16, n.º 2 do EBF. De acordo
com o n.º 1 do art.º 49 do EBF, são reduzidas para metade as taxas de imposto municipal sobre imóveis
em fundos de pensões e em fundos de poupança-reforma que se constituam e operem de acordo com a
legislação nacional.
Imposto do Selo
O Fundo de Pensões está sujeito a Imposto do Selo nos termos gerais previstos na TGIS (Tabela Geral de
Imposto do Selo) designadamente, aquisição e arrendamento de imóveis, celebração de contratos de
seguros, constituição de garantias e operações financeiras.
A transmissão gratuita de valores aplicados em Fundos de Pensões aos beneficiários, nos termos da
alínea b do n.º 5 do art.º 1 do Código de Imposto do Selo, não está sujeita a Imposto do Selo.
II – Contribuições, pensões e reembolsos
Contribuições
As contribuições efectuadas pelo Associado são efectuadas ao abrigo do artigo 23º do CIRC, na medida e
na proporção em que conferem ‘ab initio’ direitos adquiridos e individualizados.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 60
As contribuições facultativas efectuadas pelos Participantes têm enquadramento PPR nos termos dos
artigos 16º e 21º do EBF. São dedutíveis à colecta de IRS nos termos do artigo 78º do CIRS e artigo 21º
do EBF.
Benefícios
O recebimento das contribuições efectuadas pelo Associado e recebidas sob a forma de pensão/renda é
tributado em sede de IRS, categoria H, ao abrigo dos artigos 11º e 53º do CIRS. No caso das
contribuições efectuadas pelos Participantes e recebidas sob a forma de pensão/renda deve ainda ter-se
em atenção o disposto no artigo 54º do CIRS (dedução de capital).
O recebimento das contribuições efectuadas pelo Associado e recebidas sob a forma de capital é
tributado em sede de IRS, categoria A, aplicando-se as taxas previstas no artigo 100º do CIRS, podendo
beneficiar da isenção específica do n.º 3 do artigo 18º do EBF, regime findo em 2014. No caso das
contribuições dos Participantes, os rendimentos de capital são tributados em sede de IRS, categoria E,
nos termos dos artigos 16º e 21º do EBF.
5 Riscos associados à carteira de investimentos
As carteiras dos Fundos de Pensões estão expostas aos diversos tipos de risco existentes,
nomeadamente:
• Riscos específicos do plano de pensões;
• Risco de mercado;
• Risco de crédito;
• Risco de concentração;
• Risco de Liquidez e ALM
A estratégia de gestão dos riscos associados à carteira de investimentos é detalhada no ponto 2.9 do
presente relatório.
A avaliação do risco de investimento tem sempre subjacente o grau de exposição do Fundo a cada classe
de activos face à sua exposição central de referência e à avaliação das condições de mercado realizada
regularmente em ‘comité de investimento’. É efectuada de forma sistemática através de diversos
instrumentos e métodos utilizados e aceites nos mercados financeiros, designadamente o controlo de
bandas de variação de preços, o grau de exposição a títulos, sectores, países e rating, bem como a
utilização de medidas estatísticas tais como o VAR (‘Value at Risk’), a Volatilidade e o ‘backtesting’, entre
outros.
A informação dos níveis de risco do fundo de pensões e os resultados das medidas de risco utilizadas
encontram-se detalhadas no ponto 2.7 do presente relatório.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 61
6 Inventário dos investimentos a 31/12/2014 com indicação do justo valor
Ver Anexo 1
7 Investimentos
2014 2013
Invest imentos
Inst rumentos de capital e unidades de part icipação 434.544 410.414
T ítulos de dívida pública 92.025 54.437
Outros t ítulos de dívida 26.192 32.303
Numerário, depósitos em inst ituições de crédito e aplicações MMI 58.215 34.783
610.975 531.937
8 Devedores e Credores
2014 2013
Devedores
Outras ent idades 4.111 10.387
4.111 10.387
O saldo de 4.111 euros em 2014, na rubrica ‘Outras Entidades’ diz respeito a comissões de gestão a
receber da entidade gestora.
O saldo de 10.387 euros em 2013, na rubrica ‘Outras Entidades’, justifica-se pelo facto de, na data da
operação de venda de títulos, haver a saída do título da carteira (liquidação física) por contrapartida da
rubrica ‘Outras entidades’. Na data da liquidação financeira, aquela rubrica é anulada por contrapartida
da entrada do valor da operação em Depósitos à Ordem.
2014 2013
Credores
Ent idade gestora 1.945 3.905
Estado e outros entes públicos 11.594 8.741
Depositários 216 197
Outras ent idades 31.803 26.857
45.557 39.700
O saldo de 1.945 euros em 2014 (3.905 euros em 2013), na rubrica ‘Entidade gestora’, diz respeito a
comissões devidas pelo fundo à sociedade gestora, cuja liquidação ocorre no exercício seguinte,
nomeadamente: 1.438 euros relativos à comissão de gestão fixa do 4º trimestre de 2014, 3 euros
relativos à comissão de transferência do 4º trimestre de 2014 e 504 euros relativos à comissão de gestão
variável de 2014.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 62
2014 2013
Estado e outros entes públicos - Passivo
Imposto sobre o rendimento
Fundos de Invest imento/Dividendos Açcões 11.594 8.741
11.594 8.741
A rubrica de Imposto sobre rendimento inclui imposto sobre tributação autónoma suportada pelo Fundo e
os valores de imposto de Fundos de Investimento nacionais em que o Fundo investe.
O saldo de 31.803 euros em 2014 (26.857 euros em 2013), na rubrica ‘Outras Entidades’, justifica-se
pelo facto de, na data da operação de compra de títulos, existir a liquidação física do título em carteira (o
título é incorporado na carteira) por contrapartida da rubrica ‘Outras entidades’ pois, a liquidação
financeira da operação ocorre após 2 ou 3 dias úteis. Nessa data verifica-se a anulação daquela rubrica
por contrapartida da saída do valor da compra.
9 Acréscimos e Diferimentos
2014 2013
Act ivo
Rendimentos a receber 16.518 12.933
16.518 12.933
A rubrica de ‘Rendimentos a receber’ diz respeito a rendimentos da carteira de títulos imputáveis ao
respectivo exercício cuja receita ocorrerá no futuro, nomeadamente, juros a receber.
2014 2013
Passivo
ROC 590 580
590 580
10 Contribuições
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
dos associados 32.088 23.769
dos participantes 36.177 38.240
68.265 62.008
de fundos de pensões 75.669 110.239
75.669 110.239
devolução de comissões 5.182 3.402
5.182 3.402
149.116 175.650
Outros acréscimos
Contribuições/subscrições
Transferências
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 63
A comissão de gestão anual fixa é cobrada ao fundo pelo valor máximo definido no respectivo
Regulamento de Gestão, sendo trimestralmente efectuado o acerto para a comissão devida por cada
Adesão Colectiva do fundo, com a devolução de comissões aos respectivos participantes e respectiva
aquisição de Unidades de Participação. Em 2014, o montante das comissões de gestão devolvidas foi de
5.173 euros dos quais 971 euros respeitantes a 2013.
A comissão de gestão variável é cobrada ao fundo pelo valor máximo definido no respectivo Regulamento
de Gestão, sendo no termo do exercício efectuado o acerto para a comissão devida por cada Adesão
Colectiva do fundo, com a devolução de comissões aos respectivos participantes e respectiva aquisição
de Unidades de Participação. Em 2014, o montante das comissões de gestão variável devolvidas foi de 9
euros.
Adesão Colectiva n.º 2
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
dos associados 554 678
dos participantes 554 678
1.109 1.356
devolução de comissões 141 96
141 96
1.249 1.452
Contribuições/subscrições
Outros acréscimos
Adesão Colectiva n.º 3
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
dos associados 11.403 2.298
dos participantes 11.403 11.391
22.806 13.688
de fundos de pensões 6.137 11.996
6.137 11.996
devolução de comissões 934 612
934 612
29.878 26.296
Contribuições/subscrições
Transferências
Outros acréscimos
Adesão Colectiva n.º 4
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 64
2014 2013
dos associados 17.918 19.293
dos participantes 23.449 25.195
41.367 44.487
de fundos de pensões 68.632 97.815
68.632 97.815
devolução de comissões 4.082 2.684
4.082 2.684
114.080 144.987
Outros acréscimos
Contribuições/subscrições
Transferências
Adesão Colectiva n.º 5
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
dos associados 723 607
dos participantes 138 83
861 690
de fundos de pensões 99 0
99 0
devolução de comissões 14 8
14 8
974 699
Outros acréscimos
Contribuições/subscrições
Transferências
Adesão Colectiva n.º 7
Não foram efectuadas contribuições durante o exercício de 2014.
Adesão Colectiva n.º 8
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
de fundos de pensões 0 320
0 320
devolução de comissões 5 2
5 2
5 322
Contribuições/subscrições
Outros acréscimos
Transferências
Adesão Colectiva n.º 9
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 65
2014 2013
dos associados 857 0
857 0
Contribuições/subscrições
Adesões Individuais
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
dos associados 633 893
dos participantes 633 893
1.266 1.787
de fundos de pensões 801 109
801 109
devolução de comissões 7 0
7 0
2.074 1.895
Transferências
Contribuições/subscrições
Outros acréscimos
11 Benefícios pagos
Os benefícios pagos durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 1.248 503
1.248 503
Transferências
para fundos de pensões 94.231 112.773
94.231 112.773
Outros encargos
Comissões performance 0 1.472
0 1.472
95.479 114.747
Adesão Colectiva n.º 2
Os benefícios pagos durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Transferências
para fundos de pensões 0 1.397
0 1.397
Outros encargos
Comissões performance 0 47
0 47
0 1.444
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 66
Adesão Colectiva n.º 3
Os benefícios pagos durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 90 503
90 503
Transferências
para fundos de pensões 20.497 13.380
20.497 13.380
Outros encargos
Comissões performance 0 298
0 298
20.587 14.181
Adesão Colectiva n.º 4
Os benefícios pagos durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 1.158 0
1.158 0
Transferências
para fundos de pensões 72.250 96.521
72.250 96.521
Outros encargos
Comissões performance 0 1.126
0 1.126
73.408 97.647
Adesão Colectiva n.º 5
Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2014.
2014 2013
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Transferências
para fundos de pensões 0 163
0 163
Adesão Colectiva n.º 7
Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2014.
Adesão Colectiva n.º 8
Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2014.
Adesão Colectiva n.º 9
Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2014.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 67
Adesões Individuais
Os benefícios pagos durante o exercício de 2014 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2014 2013
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Transferências
para fundos de pensões 1.484 1.312
1.484 1.312
12 Ganhos líquidos dos investimentos
Os ganhos resultantes da avaliação ou da alienação de investimentos em 31/12/2014 eram provenientes de:
2014 2013
Instrumentos de capital 9.692 766
Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos 15.532 2.371
Títulos de dívida de Emissores Privados -107 1.649
Unidades de Part icipação em FII -7.180 -6.810
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de inst rumentos de capital -1.386 26.768
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de t ítulos de dívida -825 3.871
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) - Outros -1.804 -51
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 7.327 6.543
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) - Outros 0 29
Instrumentos Financeiros Derivados -18.845 6.367
Operações cambiais 15.286 -4.970
Total 17.690 36.535
13 Rendimentos líquidos dos investimentos
Os rendimentos líquidos de investimentos em 31/12/2014 resultam de: 2014 2013
Instrumentos de capital 1.405 1.343
Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos 3.066 1.756
Títulos de dívida de Emissores Privados 267 3.889
Unidades de Part icipação em FII 292 751
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de inst rumentos de capital 638 1.490
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de t ítulos de dívida 1.105 662
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) - Outros 0 1
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 411 260
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) - Outros 0 75
Numerário, Depósitos em Inst ituições de Crédito e Aplicações no MMI 424 569
Total 7.606 10.796
14 Outros rendimentos e ganhos
2014 2013
Outros 0 17
Total 0 17
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 68
15 Outras despesas
2014 2013
Comissão de Gestão fixa 5.683 4.927
Comissão de Depósito 852 739
Comissão de Performance 513 2.575
Revisores Oficiais Contas 595 580
Juros Devedores de D.O. 5 10
Imposto dividendos 289 327
Comissões de mediação 484 96
Taxa de Supervisão 31 31
Imposto do Selo 0 0
Impostos não recuperáveis 0 112
Outros 0 0
Total 8.453 9.396
Detalhe das comissões cobradas
2014 2013
Comissões
Comissão Gestão
Comissao gestão fixa 5.683 4.927
Comissao gestão variável 513 2.575
6.196 7.502
Comissão Depósito
Comissão Depósito 852 739
7.048 8.241
15 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas
Durante o exercício de 2014 não se efectuaram transacções envolvendo o fundo e o associado ou
empresas com este relacionados.
16 Garantias por parte da entidade gestora
A Banif Açor Pensões não garante aos participantes do Fundo a preservação do capital investido nem
qualquer rendimento mínimo. Os riscos financeiros são os próprios dos activos que o compõem o Fundo,
quer individualmente, quer no conjunto da carteira de investimento que constituem.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 69
4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões
Ver Anexo 2
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Jovem – Relatório e Contas Anual 2014 70
5 Anexos
Anexo 1: Inventário dos investimentos a 31/12/2014 com indicação do justo valor
Anexo 2: Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões
ISP - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R
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Entidade Gestora: Banif Açor Pensões
Sede: Rua Tierno Galvan Torre 3 14º Piso, 1070-274, LISBOA
Fundo: Fundo Pensoes Banif Reforma JovemData: 2014-12-31
Designação Quantidade Cotação Cotação
(EUR)
Montante Juros
(EUR)
Montante Global
(EUR)
PARTE I - VALORES PATRIMONIAIS1. Valores Mobiliários Cotados
1.1. Mercado de Cot.Oficiais de Bolsa V.Port
1.1.1. Títulos de Dívida Pública
OT Outubro 2023 500 000.00 0.01 0.01 45.43 5 967.63
PGB 5.65% 02/15/24 1 000 000.00 0.01 0.01 493.79 12 860.89
18 828.52Sub-total:
1.1.3. Obrigações Diversas
SEMPL Float 04/17/19 5.00 1 025.10 1 025.10 35.74 5 161.24
1.1.4. Acções
CTT SA 832.00 8.02 8.02 6 670.14
Sonae -S.G.P.S.,S.A. 5 600.00 1.02 1.02 5 734.40
12 404.54Sub-total:
36 394.30Sub-total:
1.2. Mercado de Cot.Oficiais de Bolsa V.UE
1.2.1. Títulos de Dívida Pública
BTPS 5.5% 11/22 12.00 1 285.40 1 285.40 108.49 15 533.29
BTPS 3.75 09/01/24 2.00 1 167.49 1 167.49 24.86 2 359.84
SPGB 5.85% 01/22 6.00 1 316.93 1 316.93 321.19 8 222.77
SPGB 5.15% 10/31/28 4.00 1 335.47 1 335.47 34.43 5 376.31
BGB 2.75 03/28/16 2 900 000.00 0.01 0.01 29 994.99
SPGB 4.65% 07/25 10.00 1 273.71 1 273.71 196.19 12 933.29
74 420.49Sub-total:
1.2.3. Obrigações Diversas
ELEPOR 4.125 06/20 19.00 1 108.75 1 108.75 397.24 21 463.49
1.2.4. Acções
Telefonica, S.A. 718.00 11.92 11.92 8 558.56
Ferrovial SA 770.00 16.43 16.43 12 647.25
21 205.81Sub-total:
117 089.79Sub-total:
153 484.09Sub-total:
2. Valores Não Cotados
2.1. Valores Mobiliários Nacionais
2.1.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech
Banif Imogest 1 406.00 25.64 25.64 4 106.95 40 157.77
2.2. Valores Mobiliários Estrangeiros
2.2.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech
GREFF- EURO R EST C 18.13 85.13 85.13 1 543.08
JPM Greater China 327 686.00 0.00 0.00 1 061.76
2 604.84Sub-total:
42 762.61Sub-total:
3. Unidades Particip. Inst.Invest.Colectivo
3.1. Fundos Harmonizados
B.Accoes Portugal 3 458.00 3.73 3.73 3 212.83 16 120.51
B.Euro Accoes 7 271.00 1.91 1.91 1 950.81 15 802.07
B.Euro Corporates 7 992.00 5.32 5.32 5 020.57 47 511.64
Banif Iberia 2 385.00 5.33 5.33 566.20 13 287.07
Lyxor ETF MSCI Emerg 1 620.00 8.14 8.14 13 180.32
iShares S&P500 UCITS 2 400.00 17.11 17.11 41 071.20
Lyxor ETF St50 Lev2x 1.00 19.97 19.97 19.97
ETF - Euro Stoxx 50 7.00 31.74 31.74 222.18
Lyxor ETF LevDAX 150.00 78.03 78.03 11 704.50
Schroder Emerg Mkt 1 464.76 11.18 9.21 13 488.19
Schroder INTL GLB HI 315.08 40.33 33.22 10 466.33
Schroder Em Mkt Bd-C 96.06 103.45 85.21 8 185.00
Schroder EUR DI Max 260.40 109.65 109.65 28 552.86
Schroder GAIA Gl Mac 53.66 103.88 103.88 5 574.20
Schroder Intl JPN € 157.45 97.80 97.80 15 398.61
Schroder Gaia Paul M 31.26 92.43 92.43 2 889.36
DWS Euro High Yields 62.87 114.77 114.77 7 215.35
PICTET EMERGING MKTS 35.84 472.60 389.26 13 949.50
ISP - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R
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Entidade Gestora: Banif Açor Pensões
Sede: Rua Tierno Galvan Torre 3 14º Piso, 1070-274, LISBOA
Fundo: Fundo Pensoes Banif Reforma JovemData: 2014-12-31
Designação Quantidade Cotação Cotação
(EUR)
Montante Juros
(EUR)
Montante Global
(EUR)
Pictet US Equi Sel R 151.17 174.49 143.72 21 725.88
Pictet Lux.Emerg "R" 74.09 159.30 131.21 9 720.96
FRANKLIN MUTUAL BEAC 731.39 35.67 29.38 21 487.99
BNY Mellon Gl-EM DBT 8 143.41 1.45 1.19 9 707.56
DB PLATINUM TT INT-€ 25.66 103.10 103.10 2 645.34
Nordea Euro Bank Deb 37.68 140.58 140.58 5 296.91
Bantleon Oportunitie 36.05 175.63 175.63 6 330.76
GS N-11SM Equity 1 052.76 10.91 10.91 11 485.60
GS US Small Cap Core 869.71 16.52 13.61 11 833.97
364 873.85Sub-total:
3.2. Fundos Não Harmonizados
Market Vector Wide M 316.00 31.33 25.80 8 154.16
373 028.01Sub-total:
5. Liquidez
5.1. A Vista
5.1.2. Depósitos à Ordem
58 215.17Depositos a Ordem
58 215.17Sub-total:
9. Outros Valores a Regularizar
9.1. Devedores e Credores
-42 033.38Outros
-42 033.38Sub-total:
PARTE II - VALORES EXTRA-PATRIMONIAIS7. Operações com produtos derivados
7.1. Em Mercado Regulamentado
7.1.1. Futuros
E-Micro EUR/USDMar15 9.00
DJ EurStoxx 50 Mar15 1.00
585 456.50TOTAL DOS VALORES EM CARTEIRA
103 589.88
5.65
Unidades de Participação em circulação:
Valor Unitário de Unidades de Participação: