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O FUTURO DAS LINGUAGENS DE INDEXAÇÃO * Ingetraut Dahlberg Universidade de Mainz Alemanha 1. DEFINIÇÃO DO ASSUNTO No final da década de 1950 e durante a década de 1960, prevalecia uma insatisfação geral com os sistemas convencionais de classificação universal, o que provocou o desenvolvimento de thesauri, primeiro nos Estados Unidos e mais tarde em muitos outros países. A partir de então, a construção de thesauri tornouse uma paixão amplamente conhecida; todos os serviços de informação importantes não podiam deixar de elaborar seus próprios thesauri. Uma vez que os thesauri eram destinados mais para a descrição de um documento através da indexação do que para sua classificação, o termo "linguagem de indexação" tornouse o termo genérico para designar todos os tipos de thesauri, incluindo listas de cabeçalhos de assunto, listas de descritores e, algumas vezes, até sistemas de classificação. Se acompanharmos D. Soergel em seu livro "Indexing languages and thesauri: construction and maintenance"(1) , teremos de aceitar que existe uma grande diferença entre linguagens de indexação e thesauri. Soergel define linguagens de indexação como sendo compostas apenas daqueles termos usados para descrição, classificação e recuperação de documentos, excluindo portanto os termos chamados "nãodescritores"; estes termos "não descritores" são geralmente conhecidos como sendo os termos sinônimos, os "termos guia", como soergel os chama, e que facilitam o acesso da linguagem natural aos termos controlados, aos descritores de um thesaurus. Em outras palavras, a adoção da definição de "linguagem de indexação" de Soergel significaria que este conceito poderia ser aplicado apenas aos sistemas de classificação, excluindo portanto, explicitamente, aquelas "linguagens" para indexação que se desenvolveram nos últimos vinte anos e que usam a linguagem natural direta na organização do conhecimento. Levando em conta o contexto desta Conferência sobre sistemas de classificação, sconsiderarseá provavelmente as linguagens de indexação como sendo opostas aos sistemas de classificação, incluindo certamente os tuesauri; consequentemente, não os excluirei do que vem a seguir. No entanto, não serão consideradas aquelas "linguagens" compiladas por processamento automático do texto, por exemplo, as compostas de termos existentes nos títulos, nos resumos ou nos textos completos dos documentos. Estes termos não podem ser considerados como elementos de uma linguagem de indexação, uma vez que ainda não foram definidos nem relacionados com os conceitos de um thesaurus especializado ou com a estrutura de um sistema de classificação. Devemos também esclarecer em que consiste o "conceito de indexação". Foi sugerido, há muito, que este termo fosse usado também para atribuir notações extraídas de sistemas de classificação. Houve até uma reunião em 1971 em Herceg Novi, intitulada "A CDU em relação a outras linguagens de indexação" (2) significando, portanto, que a CDU foi considerada uma linguagem de indexação. Por sua vez, os Princípios de Indexação do UNISIST (3) ainda mantêm este ponto de vista, quando mencionam a indexação "por sinais de classe", e "símbolos de classifiação". Deveria ser esclarecido, entretanto, que podese falar de indexação apenas quando se usam descritores a partir de uma ordem alfabética

Futuro Das Linguagens de Indexação

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    OFUTURODASLINGUAGENSDEINDEXAO*

    IngetrautDahlbergUniversidadedeMainzAlemanha

    1.DEFINIODOASSUNTO

    Nofinaldadcadade1950eduranteadcadade1960,prevaleciaumainsatisfaogeralcom os sistemas convencionais de classificao universal, o que provocou odesenvolvimentode thesauri,primeironosEstadosUnidosemais tardeemmuitosoutrospases. A partir de ento, a construo de thesauri tornouse uma paixo amplamenteconhecida todos os servios de informao importantes no podiam deixar de elaborarseusprpriosthesauri.

    Umavezqueosthesaurieramdestinadosmaisparaadescriodeumdocumentoatravsdaindexaodoqueparasuaclassificao,otermo"linguagemdeindexao"tornouseotermogenricoparadesignartodosostiposdethesauri, incluindolistasdecabealhosdeassunto,listasdedescritorese,algumasvezes,atsistemasdeclassificao.

    SeacompanharmosD.Soergelemseulivro"Indexinglanguagesandthesauri:constructionandmaintenance"(1),teremosdeaceitarqueexisteumagrandediferenaentrelinguagensde indexaoe thesauri.Soergeldefine linguagensde indexaocomosendocompostasapenas daqueles termos usados para descrio, classificao e recuperao dedocumentos,excluindoportantoostermoschamados"nodescritores"estestermos"nodescritores" so geralmente conhecidos como sendo os termos sinnimos, os "termosguia",comosoergeloschama,eque facilitamoacessoda linguagemnaturalaos termoscontrolados,aosdescritoresdeumthesaurus.Emoutraspalavras,aadoodadefiniode"linguagemdeindexao"deSoergelsignificariaqueesteconceitopoderiaseraplicadoapenas aos sistemas de classificao, excluindo portanto, explicitamente, aquelas"linguagens"para indexaoquesedesenvolveramnosltimosvinteanosequeusamalinguagemnaturaldiretanaorganizaodoconhecimento.

    Levando em conta o contexto desta Conferncia sobre sistemas de classificao,sconsiderarse provavelmente as linguagens de indexao como sendo opostas aossistemas de classificao, incluindo certamente os tuesauri consequentemente, no osexcluireidoquevemaseguir.

    Noentanto,noseroconsideradasaquelas "linguagens"compiladasporprocessamentoautomtico do texto, por exemplo, as compostas de termos existentes nos ttulos, nosresumos ou nos textos completos dos documentos. Estes termos no podem serconsiderados como elementos de uma linguagemde indexao, uma vez que ainda noforamdefinidosnemrelacionadoscomosconceitosdeumthesaurusespecializadooucomaestruturadeumsistemadeclassificao.

    Devemostambmesclareceremqueconsisteo"conceitodeindexao".Foisugerido,hmuito,queestetermofosseusadotambmparaatribuirnotaesextradasdesistemasdeclassificao. Houve at uma reunio em 1971 em Herceg Novi, intitulada "A CDU emrelao a outras linguagens de indexao" (2) significando, portanto, que a CDU foiconsiderada uma linguagem de indexao. Por sua vez, os Princpios de Indexao doUNISIST(3)aindamantmestepontodevista,quandomencionamaindexao"porsinaisdeclasse",e "smbolosdeclassifiao".Deveriaseresclarecido,entretanto,quepodesefalar de indexaoapenasquando seusamdescritoresa partir deumaordemalfabtica

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    paraapliclosnarepresentaodoassuntodeumdocumento.Todasasvezesqueumanotao for utilizada a partir do arranjo de conceitos de um sistema de classificao, aestrutura deste sistema relacionada com a informao em causa. Assim, na realidade,classificamseconceitosquando,aoinvsdetermos,atribuemsenotaesextradasdeumsistema de classificao. (Ser totalmente excludo das consideraes deste trabalho ooutrosentidode 'indexao',significandoporexemplooestabelecimentodo ndicedeumlivrooudeumperidico).

    2.DESENVOLVIMENTODETHESAURIENOVASPERCEPES

    Senotivessehavidoumarealnecessidadederepresentaodeassuntosmaisespecficadoqueaaplicaodenotaesdossistemasdeclassificaotradicionaisnosltimosvinteanos, os thesauri no teriamproliferado to amplamente.Comefeito, estes instrumentosforamcriadosabundantemente,emcadapaseemcadareadoconhecimento.Hojeemdia, muitas bibliografias de thesauri mostram a situao deste desenvolvimento, e seriapossvelatiniciarapublicaodeumabibliografiadebibliografiasdethesauri.OprincipalmodelodethesauruspropriamenteditofoifornecidopelaprimeiravezpeloEngineersJointcouncil (EJC) Thesaurus, em 1964, e mais tarde pelo Thesaurus of Engineering andScientific Terms, (TEST) em 1967. Dois anos aps o TEST norteamericano, nasceu oThesaurofacetinglsumanovaidiasobreconstruodethesaurusemquecombinouseumaclassificaofacetadanaparteprincipalcomumndicetipothesaurusparaentradanosistema.Umanotaofoiusadaparaaconexodasduaspartes.

    Opequenomanual sobre construode thesaurus (4),porAitchison eGilchrist afirma, arespeitododesenvolvimentodethesauri:

    osprimeirosthesaurieraminteiramentealfabticosmasduranteosltimoscincoanos(19671972)asdeficinciasdessearranjotornaramseevidenteseaabordagemsistemticaagoraamplamenteaceita.

    Aocompararosthesaurialfabticoscomestanovaabordagem,osautoresfalmde"thesauriclassificados"edistinguemsetetipos.

    Eugostariadesaberporqueaindasefaladethesauriparadesignar tiposdesistemasdeconceitosquesopraticamenteomesmoquesistemasdeclassificao,excetopelofatodequeestesltimospodemnoteraindaacaractersticadeindicar,emseundicealfabtico,ostermosadicionaismaisgenricosemaismaisespecficos.

    Odesenvolvimentodos thesauri parece ser tambm reconhecidonadistinoque fazD.Soergelnolivromencionadoanteriormente(1).Soergelestabeleceumadiferenaentredoistiposdethesauri,segundoseuarranjo.Eleoschamade"modeloTEST"e"modeloRogetSoergel".

    Estesmodelospossuemaspartesseguintes:

    a)ModeloTEST

    (0)Introduo(2)Thesaurusdetermos(parteprincipalemarranjoalfabtico)(3)Indicepermutado(Indicealfabtico)(1)Indicesclassificados(1.1)Indicedecategoriasdeassunto(1.2)Indicehierrquico

    b)ModeloRogetSoergel

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    (0)Introduo(1)Indiceclassificado(2)Parteprincipalemarranjoclassificado(3)Indicealfabtico

    Soergelprova,atravsdeumfluxogramaoperacional,asuperioridadedosegundotipodethesaurussobreoqueapresentaarrajnoalfabticonaparteprincipal(5).Elemostranosqueoprimeirotipodeusopoucoprticomastambmquetemseuscustosaumentadosnasetapasdeindexaoerecuperao.soergelaconselhaenfaticamenteaquenosejammaisconstrudosthesauriconformeomodeloTEST.

    Seria necessrio compreender que o desenvolvimento da organizao de thesauri deacordocomomodeloRogetSoergelmnoslevadevoltaaopontodepartida:aossistemasde classificao, quando muito aos do tipo que o classificacionista indiano S. R.RanganathanjhaviaestabelecidoemsuaClassificaodosDoisPontosem1933asextaedio foipublicadaem1960,eastimaestagorasendopreparada (6)e(7).Dondeasemelhana com os sistemas de classificao facetada, que tm sido divulgados peloBritishClassificationResearchGroupeatravsderecomendaesqueconstamdoAnexoaovolumeda reuniodeForkingem1957 (8).Significar istoqueestamosandandoemcrculo,queestamosvoltandoaopontodepartida?

    No existe dvida de que tm havido progressos no estudo da teoria da classificao,especialmente atravs do desenvolvimento de thesauri. Foi principalmente atravs doexerccio intelectualdetentar identificarasrelaesentretermosquefoicriadaumanovacompreenso da estrutura conceitual do conhecimento uma vez que um thesaurus definidocomoumalistadeconceitosetermoscorrespondentesnumadeterminanareadoconhecimento, com a indicao das relaes entre os conceitos e os termos que osdenotam.

    Podemoshoje,semdjvida,afirmarqueumanovabaseparaaconstruodesistemasdeclassificao foicriada,deum ladoatravsdodesenvolvimentodaclassificao facetadasegundo Ranganathan, e de outro atravs do desenvolvimento da teoria de conceitos,derivada da determinao de tipos diferentes de relaes entre os conceitos de umthesaurus.

    Juntamente com estas novas percepes sobre a abordagem por categorias para aorganizaodoselementosdoconhecimento(conceitos),estamosagoraprestesaexploraramelhormaneiradearrumaressesconceitosemenunciadosclassificatriosdestinadosarepresentar a informao encontrada em novos documentos. A busca da "SintaxeAbsoluta",quejhaviasidoestudadaporRanganathanhalgumtempo(9),equetambmlevouJ.C.Gardineseugrupo,em1962,adesenvolveroSYNTOLSintagmaticOrientedLanguage" (10), foi identificada como uma das mais importantes linhas de pesquisa naTerceira Conferncia Internacional de Estudos sobre Pesquisa em Classificao, emBombaim(11).Assim,novasexperinciaspodemserobtidasapartirdesistemascomoode D. Austin (PRECIS Preserved Context Indexing System) (12), ou como o sistemamultilinge TITUS (13), que utilizam frases codificadas para a descrio do contedo dedocumentos.

    CONSIDERAESPROSPECTIVAS

    Possuidores dessas novas percepes sobre a atual situao da apresentao dainformao, aonde iremos a partir de agora? Quais so as perspectivas referentes sdistintas aplicaes do novo conhecimento sobre construo de thesauri, ou sobreconstruodesistemasdeclassificaofacetadacomndicesdotipothesaurus?

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    Quaisso,porexemplo,aspropostasdoRelatriodeEstudosdoUNISISTde1971(14)?Naverdade,podemosencontrar,nesseprogramasparaumaredemundialdesistemasdeinformao, pelo menos duas propostas muito importantes para atividades ulteriores naorganizao de identificao de assuntos em sistemas de informao. O captulo 6 dorelatrioapresentaasseguintesrecomendaes:

    umalistapadronizadadecabealhosdeasuntogenricospoderevelarsetilmaisparalocalizaretransferirgrandesgruposdeinformaodoquedocumentosoudadosespecficos",

    eissodeveriaserfeitoparticularmenteafimde

    facilitarointercmbiodedocumentosedeinformaoentrediferentesmbitosdadocumentaocientfica(regional,lingstico,setorial),caracterizarascoleesdebibliotecasecatlogoscoletivos,especificarasreascobertaspelosperodosatravsdeumregistromundial,determinarsuperposieseduplicaesnascaractersticasoperacionaisdossistemasdeinformao",

    etambmparaservircomoum

    "amplofiltroparaprocessamentodepedidossobrefontesdeinformaoatravsdeumaredereferencialinternacional".

    Alm de uma lista padronizada de cabealhos de assunto para a ampla organizao dedocumentos, ou "indexao pouco produnda", recomendase a realizao de pesquisascomoobjetivode"desenvolverumaestruturaformalcomumparaanalisaraconvertibilidadeedesenvolverlinguagensintermediriasadhoc,quedizemrespeitoaoscomponentestantosemnticosquantosintticos".

    Portanto, com o fito de reunir o contedo de diferentes thesauri em um nico emesmoassunto, de diversos pases, em diversas lnguas, de diversas instituies e de diversossistemasdeinformaoeafimdeestabelecercompatibilidadesentreestesthesauriparaointercmbiodeinformaesentreosprodutosqueforamdescritoscomseuselementos,orelatriodoUNISISTrecomendoua formaodeumaorganizaopermanentecompostade:

    a)Grupossetoriaisdetrabalhopara: realizar ou supervisionar estudos sobre a convertibilidade dos thesauriexistentesnumadeterminadareadeconhecimentosugerirajustesqueaumentaroacompatibilidadeentrealgunsouentretodos produzir thesaurimestres a seremutilizados comvocabulrios intermediriosparaestabelecerconexesentrethesauriindividuaisdecoberturasimilar,efornecerummecanismopararevisescorrenteseatualizaesdetodosessesinstrumentos de indexao. b) Escritrios centrais ou centros de distribuioparacoletar,analisaredisseminarclassificaes,thesauri,listasdedescritores,etc.,emmbitomundialeinterdisciplinar,bemcomoparadivulgarosresultadosdas atividades dos grupos setoriais de trabalho considerados em a) deprefernciaemmaisdeumalnguacomumanotaosimblicacomumbaseadano contedo estruturado dos thesaurimestres. Esses centros de distribuiopoderiamtambmserencarregadosderealizarestudossobreasinterrelaesdethesaurimestresusadosemreassuperpostas(conexeshorizaontais),bemcomo sobre as relaes com a lista padronizada de cabealhos de assuntoconsideradaacima(conexesverticais"(14,p.96)

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    Comrefernciaelaboraoda listapadronizadadecabealhosdeassuntogenricos,aFIDrecebeuoencargo,em1972,dedesenvolverumBroadSystemofOrderingBSO.OsresultadosdotrabalhodeumpequenogrupodeespecialistasforamapresentadosUnescosomente no corrente ano (maio de 1976). Em relao s outras recomentaesmencionadas em a) e b) acima, praticamente nada foi feito ainda, com exceo doestabelecimento,emVarsvia,deumcentrodepositriodesistemasdeclassificaoemoutras lnguas que no o ingls. A pequena biblioteca especializada em sistemas declassificao em Cleveland, Ohio, que j existia bem antes do relatrio do UNISIST,recebeu em 1970 auxlio financeiro da Unesco para a entrada em computador de suacoleo.ElanopodeserconsideradahojecomoumcentrodepositriodaUnescoparasistemasdeclassificaoporquenoest financeiramenteemcondiesdeefetuaressacoletadeformasistemtica,comofoipropostopelorelatriodoUNISIST.

    O programa de trabalho de classificao a ser realizado, tal como foi estabelecido peloRelatrio de Estudo do UNISIST, parece realmentemuito satisfatrio. Entretanto, somoslevadosaperguntarporquerazoaSecretariadoUNISISTaindanotomouasmedidasnecessriasparaarealizaodesuasrecomendaes.Talvezelaprecisassedeumapoiomaiorporpartedosinteressadosnaaplicaodaclassificaoembibliotecasesistemasdeinformao, especialmente atravs de uma recomendao proveniente das vozescombinadasdosparticipantesdeumagrandeconfernciacomoaqueoraserealizaaquinoRiodeJaneiro.

    Deveramos nos dar conta de que o conhecimento e a informao transmitida pelosdocumentosnecessitamamximaateno,afimdequepossamser identificadoseestardisponveis para o progresso da cincia e da tecnologia. Os instrumentos para aidentificaoeaorganizaodesseconhecimentomerecemtambmmuitomaiscuidadoe,eventualmente, uma reviso completa, bem como uma adaptao ao nosso novoconhecimento sobre sua estrutura. Poderseia, talvez, afirmar que um sistema deinformaotobomquantoosistemadeclassificaooulinguagemdeindexaocomoauxlio dos quais suas informaes so identificadas, organizadas e recuperadas. Destepontodevista,deveramosnosdarcontadequehojenosencontramosaindaequipadoscominstrumentosdosulopassado.

    4.OTRABALHOASERREALIZADO

    Umagrandequantidadedetrablhosenosdepara, referentenoss tarefasesboadasnas recomendaes do relatrio do UNISTST, mas sobretudo criao de uma maiorconscientizaodanecessidadedetrabalhoedeorganizaodotrabalhonessarea.Secontinuarmoscomumaatitudedenointerferncia,nochamado"desenvolvimentonatural",como tem ocorrido nos ltimos anos, confiando cada vez mais na linguagem dosdocumentoseutilizandoapenasaspalavrasdosttulosdosdocumentose/oualgunstermosno relacionados para indexao dos assuntos, nossos sistemas no sero capazes, nofuturo, demanipular adequadamente grandes quantidades de informao. Fugmann (15)mostrouqueexisteumaleiparaarecuperaodainformaosegundoaqualquantomaiorforaquantidadedeinformaesasermanipuladaporumsistema,maisrigorosadeveseraordem nessa quantidade de informao, se se quiser encontrar algo novamente nestevolume crescente. E todos sabemos que bibliotecas e sistemas de informao soorganismoscrescentes.

    poristoque,sedeixarmosaconstruodethesaurisedesenvolverdamaneiracomotemsido feita at agora, no fomentaremos a ordem, mas estaremos contribuindo para adesordem, pois cada novo sistema que no for baseado em princpios slidos apenascontribuirparaisto.

    O futuro das linguagens de indexao no deve ser julgado do ponto de vista de um

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    "desenvolvimentonatural" necessriooudesnecessrio,masdeprefernciadeumpontode vista de responsabilidade social e intelectual.Os recursos humanos e financeiros emcadapasdeveriamserutilizadosparaessefimn.

    Podemossemdvidainterferirno"desenvolvimentonatural"eutilizarnossoscrebrosparacriarconscienciosamenteossistemasdeconceitosquenecessitamosparaaexpressodenovos conhecimentose informaes.Suas "linguagens" deveriamser compreendidasportodo o mundo, isto , atravs de sistemas de sinais, como a notao numrica querepresentadiretamenteosconceitos.

    Muitos de ns tm conscincia da necessidade de compatibilidade entre sistemas deinformaoparaqueexistaumacooperaoentreestessistemas.Osinstrumentosparaoestabelecimentodessacompatibilidadeaindaprecisamserelaborados.

    Deverseia estabelecer regras para a construo de lxicos intermedirios (thesaurimestres) deverseia levar em considerao a idia de um ThesaurusFonteUniversalcomo ela proposta por Soergel (16) e deverseia estabelecer princpios para aconstruo de um sistema universal de ordenao e utilizlos na subsequenteimplementaodestenovosistema.

    Umlampejodeesperanaparecevirdo"desenvolvimentonatural":ofatodeque,cadavezmais, thesauri multilinges devem ser estabelecidos em sistemas de informaocooperativos, leva ao reconhecimento de que no se pode traduzir termos em ordemalfabtica para outra lngua semse conhecer as definies e as anotaes das relaesentreosconceitosdesses termos.Almdisso,quandosequerencontraressesconceitosnuma lista de termos, precisase de uma linguagem intermediria, de uma notao quecorrelacioneostermosnasdiferenteslnguas.Anotao,ento,alinguagemconceptualdesses termos. Portanto, usandose uma notao consistente que reflita o sistemaconceptual em uma determinada rea, no s localizarseo os termos diretamente nasdiferentes lnguas de um thesaurus multilinge, mas tambm encontrarseia os termosrelacionadosdeumadeterminadahierarquiamuitomaisfcilerapidamente.

    Esperemos pois que, pelo menos desse desenvolvimento de sistemas de informaocooperativossurjaumacompreensogeraldanecessidadedeumarranjo sistemticode"linguagensdeindexao",eapartirdaumapossibilidademelhoremuitomaiseconmicadeorganizaodainformaoedoconhecimento.

    Quemesejapermitidoconcluirdaseguintemaneira:ofuturodaslinguagensdeindexaoser determinado pela fora e pelo poder de nossa percepo da necessidade declassificao.

    Refernciasbibliogrficas

    (1)SOERGEL,D.Indexinglanguagesandthesauri:constructionandmaintenance.LosAngeles,Cal.,MelvillePUbl.,1974.632p.

    (2) YUGOSLAV CENTER FOR TECHNICAL AND SCIENTIFIC DOCUMENTATION &INTERNATIONALFEDERATIONFORDOCUMENTATION.Proceedingsoftheinternationalsymposium"UDCinrelationtootherintexinglanguages.HercegNovi,Yugoslavia,June28July1,1971.Beograd,1972.

    (3)UNESCO.UNISISTindexingprinciples.Paris,1975.Firstdraft.10p.

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    (4)AITCHISON,J.&GILCHRIST,A.Thesaurusconstructionapracticalmanual.London,ASLIB,1972.95p.

    (5)VertambmoresumodolivroemInformationProcessingandManagement11:255257,1975.

    (6)RANGANATHAN,S.R.ColonRanganathan.Bombay,AsiaPubl.House,19332.ed1939,4.ed.1950,5.ed.1957,6.ed1960,reimpr.1963e1964.

    (7)NEELAMEGHAN,A.ColonClassification.In:EncyclopediaofLibraryandInformationScience5:316340,1971.

    (8)INTERNATIONALSTUDYCONFERENCEONCLASSIFICATIONFORINFORMATIONRETRIEVAL,Dorking,1957.Proceedings.London,ASLIBNewYork,PergamonPress,1957.p.137147.

    (9)VeracontribuiodeRanganathanem:Perrault,J.M.(ed).ProceedingsoftheInternationalSymposiumonRelationalFactorsinClassification.UniversityofMaryland,811June1966.InformationStorageandRetrieva,3:177410,1967.

    (10)GARDIN,J.C.SYNTOL.NewBrunswick,N.J.GraduateSchoolofLibraryScience,Rutgers,TheStateUniversity,1965.106p.

    (11)DAHLBERG,I.SomereflectionsontheBombayConference.Internationalclassification2:4144,1971.

    (12)AUSTIN,D.ThedevelopmentofPRECIS:atheoricalandtechnicalhistory.Journalofdocumentation30(1):97102,1974.

    (13)ZINGEL,M.J.Thecomputerspeaksfourlanguages.[ComputersprichtvierSprachen][emalemo]:VDINachrichten,16:2,1974.(relatrioresumidosobreosistemaTITUS.ParaestarefernciaverDucrotnaLISA)

    (14)UNESCO.UNISIST.Studyreportonthefeasibilityofaworldscienceinformationsystem.Paris,UNESCO,1971,161p.

    (15)FUGMANN,R.ThetheoreticalfoundationoftheIDCSystem:Sixpostulatesforinformationretrieval.ASLIBProceedings"24(2):123138,1972.VertambmseuartigoTheglamourandthemiseryofthethesaurusapproach.TreatiseIVonInformationretrievaltheory.Internationalclassification2(2):7686,1974.20refs.

    (16)SOERGEL,D.Auniversalsourcethesaurusasaclassificationgenerator.JournaloftheASIS23(5):299305,1972.

    *TraduodoinglsporHenryB.Cox.PalestraapresentadaConfernciaBrasileiradeClassificaoBibliogrfica,RiodeJaneiro,1217desetembrode1972.Anais.Brasilia,IBICT/ABDF,1979.v.1,p.323334.

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