110
7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 1/110 @,) SySt /440 DIFERENTES, DESIGUALES Y DESCONECTADOS Otras obras de Editorial Gedisa Mapas de la intereulturalidad MARC AUGE JACK GOODY ALEJANDRO GRINISON SAG!, KARSZ GUSTAVO LINS RDIEIRO LUIS REYGADAS GEORGE YUDICE GEORGE YÚD/CE Y Toar MILLER ROSAIÁA WINOCUR El tiempo en ruinas ¿Por qué vivimos? El tslam en Europa La nación en sus límites La exclusión: bordeando sus fronteras Postimperialismo Ensamblando culturas El recurso de la cultura Política cultural Ciudadanos mediáticos Néstor García Canclini gedisa ,,__, ditorial

García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 1/110

@,) SySt /440

DIFERENTES, DESIGUALESY DESCONECTADOS

Otras obras de Editorial GedisaMapas de la intereulturalidad

MARC AUGE

JACK GOODY

ALEJANDRO GRINISON

SAG!, KARSZ

GUSTAVO LINS RDIEIRO

LUIS REYGADAS

GEORGE YUDICE

GEORGE YÚD/CE Y

Toar MILLER

ROSAIÁA WINOCUR

El tiempo en ruinas

¿Por qué vivimos?

El tslam en Europa

La nación en sus límites

La exclusión: bordeandosus fronteras

Postimperialismo

Ensamblando culturas

El recurso de la cultura

Política cultural

Ciudadanos mediáticos

Néstor G arcía Canclini

gedisa, , _ _ ,di toria l

Page 2: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 2/110

Nés to r G arc í a Canc l in i, 2004

Ilustración de cubierta: Sylvia Sans

Pr imera ed i c ión , s ep t i embre de 2004, Barce lona

Í n d i c e

Introducción. Teorías de la interculturalidad

y fracasos politicosAgradecimientos76

Derechos r e s e rvad os para todas l as ed i c iones

O Edi to r i a l Ged i sa , S .A.Paseo Bonanova, 9 1°-1408022 Barcelona (España)Tel. 93 253 09 04Fax 93 298 -09 05Cor r eo e l ec t r ón ico : ged i sa@ged isa .comht tp : / /www.gedisa .com

ISBN: 84-9784-044-5

Impreso por Ve r/ap S.A.

Comand an t e Spurr 653/57(1870) Avellaneda, Buenos AiresA r g e n t i n a

Queda p roh ib ida l a r ep roducc ión to t a l o parc i a l po r cua lqui e r med io deimpres ión , en fo rma i dén t i ca , ex t rac t ada o mod i f icada , en cas t e l l ano oen cua lqui e r o t ro i d ioma.

M A P A SLa cultura extraviada en sus definicionesaberintos del sentidodentidades: camisa y pielSustantivo o adjetivo?iferentes, desiguales y desconectados5E/ pat r imonio in t e rcul tural de los d i f e ren t es6P i e r r e Bo u r d i e u : la d i f e r e n c i a l e í d a d e s d e l a d e s i gu a l dad . ..6La sociología posbourdieuana9¿Tres modelos pol í t i cos?9

3. De cómo Clifford Geertz y Pierre Bourdieullegaron al exilio3La univers idad, e l shopping y los medios3Clifford Geertz: del conocimiento local al intercultural ...6Pie r re Bourd i eu: e l soc ió logo en la televisión1¿Hay un lugar para e s tud i a r l a i n t e rcu l tura l i dad?730

3439

Page 3: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 3/110

La globalización de la antropología despuésdel posmodernismo03

T r ab a jo d e c am p o o r e t ó r ica t e x t u a l03

El antropólogo como escritor05Del an ál i si s t ex tual a l a cr í t i ca socio ins t i tucional10Qué significa «ira! campo> cuando lo tenemos aquí13

Norte y sur en los estudios culturales19

D e l a s s a l i d a s d e e m e r g e n c i a a l a s p u e r t a s g i r a to r i a s20

Lat inoamerican i s t as y l a t inoamericanos25

MIRADAS

6. Modelos latinoamericanos de integracióny desintegración31

Buscar un nombre para el techo común32

Pertenencias múltiples38

La totalización como utopía41

7. Quién habla y en qué lugar: sujetos simuladosyposconstructivisrno47

Suje tos s imulados4 8

La descoristrucción moderna52

Qué hacer con las ruinas54

Sujetos interculturales61

Sujetos periféricos65

8.S e r d i f e r e n t e e s d e s co n e c t a r s e ? S o b r e la s

culturas juveniles6 7Informatizados, entretenidos.., y los otros6 8

Preguntas cul tural es s in respues tas po l í t i cas71

Un mundo desencuadernado73

9.ociedades del conocimiento: la construcciónintercultural del saber81

El m o n o l i n gü i s m o e n l a s c i e n c i a s y l a s t e cn o l o g í a s84

C o n e x i o n e s l i m i tada s , d i v e r s i dad s e l e c t i v a87

10. Mercados que desglobalizan: el cine latinoamericanocomo minoría95L a co n v e r s i ó n d e m ay o r í a s e n m i n o r í a s96Q u é h ace r cu an do l a g l o b a l i zac i ó n d e s g l o b a l iz a02

EPÍLOGO07

BIBLIOGRAFÍA15

Page 4: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 4/110

Si no conoces l a respue s ta , d i scute l a preg unta.

C L I F F O R D G E E R T Z

Page 5: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 5/110

I n t ro ducc ión

Teor í a s d e l a i n te r cu l tu ra li dady fracasos polí t icos

Nos p regun tamos cómo encajar en a l go que parezca r ea l , t an r ea l comoun mapa, esta madeja de comunicaciones distantes e incertidumbresco t i d i an as , a tr a cc i o n e s y d e s a r r a i go s , q u e s e n o m b r a c o m o g l o b a li z a -c i ó n . S e t e n t a c an a l e s d e t e l e v i s i ón co n t r a t ado s p o r c ab l e , a cu e r do s d el ibre com erc io que nue s t ro s p res i den t e s f i rman aquí y a l l á , migran t e s ytur i s tas cad a ve z más mul t i cultural es que l l egan a e s t a c iudad , mi llonesde a rge n t inos , co lombianos , ecua to r i anos y mexicano s que ahora v ivenen los Estados Unidos o Europa, programas de información, virusm u l ti l in gü e s y p u b l ic i dad e s n o p e d i da s q u e ap a r e c e n e n e l o r d e n ad o r :dó n de e n co n t r a r l a t e o r ía q u e o r gan i c e l a s n u e v as d i v e r si dad e s .

E s t ud i a r l a s d i fe r e n c i a s y p r e o cu p a r s e p o r l o q u e n o s h o m o ge n e i za

ha sido una tendencia distintiva de los antropólogos. Los sociólogosaco s t u m b r an d e t e n e r s e a o b s e r v a r l o s m o v i m ie n t o s q u e n o s i gu a l an yl o s que aumen tan l a d i spar i dad . Los e spec i a l i s tas en com unicac ión sue-l e n p e n s a r l a s d i f e r e n c i a s y d e s i gM ár dad e s e n t é r m in o s d e i n c l us i ón yexclusión. De acuerdo con el énfasis de cada disciplina, los procesoscul tura l e s son l e í do s con c l aves d i s t in t as .

Pár l ás an t ropo log í as d e l a d i f e ren c i a , cu ltura e s pe r t enen c i a comu-n i t a r ia y con t ras t e co n lo s o t ro s . Para a l gunas t eo r í as soc io lóg i cas d e l adesigualdad, la cultura es algo que se adquiere formando parte de lasé l i te s o a dh i r i endo a su pensamie n to y sus gus tos ; l as d i f e renc i as cu l tu-r a l e s p r o ce d e r í an d e l a ap r o p i ac ió n d e s i gu a l d e l o s r e cu r s o s e co n ó m i -cos y ed uca t ivos . Los e s tud ios comunicac iona l e s cons i de ran , cas i s i em-

Page 6: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 6/110

píe, que tener cultura es estar conectado. No hay un proceso evolu-cion i s t a de sus t i tución de unas t eor í as por o t ras : e l problema es aver i -guar cómo coexisten, chocan o se ignoran la cultura comunitaria, lacul tura como d i s t inción y l a cul tura.com .

Es un asunto t eór ico y es un d i l ema clave e n l as po l í t icas socia l es yculturales. No solo cómo reconocer las diferencias, cómo co r reg i r l as

desigualdades y cómo conectar a l a s m ay o r í a s a l a s r e d e s g l o b a l z adas .

Para de f in ir cada uno d e e s to s t r e s t é rminos e s n ece sar io pensar l o s mo-dos en que se complementan y se desencuentran. l‘linguna de estascuestiones tiene el formato de hace 30 años. Cambiaron desde que laglobalización tecnológica interconecta simultáneamente casi todo elp l an e ta y c r e a n u e v as d i f e r e n c i a s y d e s i gu a l dad e s .

1

Las t ransformaciones rec i en t es hacen t ambalear l as arqui t ec turas de l amul t icu l tura l i dad . Los Es t ados y l as l eg i s lac iones nac iona l e s , l as po l í t i -cas educativas y de comunicación que ordenaban la coexistencia de

grupos en territorios acotados son insuficientes ante la expansiónde mezclas in t e rcul tural es . Los in t e rcambios económicos y med iát icosglobal es , as í como los desplazamien tos de muchedumbres , acercan zo-nas del mundo poco o mal preparadas para encontrarse. Resultados:c iudades donde s e hablan más de 50 l enguas , t ráf i co i l ega l en t r e pa í s e s ,c i r cu it o s d e c o m e r c i o t r ab ado s p o r q u e e l n o r t e s e a t r i n ch e r a e n adu a -naságr íco l i s y cul tural es rmien t ras e l sur es despojado . Las consecuen-c i as -más t rág i cas : gue r ras <preven t ivas» en t r e pa í s e s , den t ro d e c ada na-ción, y aun en el interior de fas megaciudades. Se militarizan lasf ron t e ras y los ae ropuer tos , los medios de comunicación y los barr ios .

P a r e c e n a g o t a r s e l o s m o d e l o s d e u n a é p o c a e n q u e c r e í a m o s q ue c a -da nación podía combinar sus muchas culturas, más fas que iban lle-

gando, en un solo «caldero», ser un «crisol de razas», como declarancons t i tuciones y d i scursos . Se es tá acaband o l a d i s t r ibución es t r i c t a dee t n i a s y m i g r an t e s e n r e g i o n e s g e o g r á f i ca s, d e b a r r io s n r ó s p e r o s y d e s -poseídos, que nunca fue enteramente pacífica pero era más fácil degoberna r s i lo s d i f e ren t e s e s t aban a l e jados . Todos —pat rones y t rabaja-dores , nacional i s t as y rec ién l l egados , propie tar ios , inversores y tur i s -t a s — e s t am o s co n f r o n tán do n o s d i a r iam e n t e co n u n a i n t e r cu lr u r a li d adde pocos límites, a menudo agresiva, que desborda las institucionesm at e r i a le s y m e n t a le s d e s t i n ada s a co n t e n e r l a .

De un mundo multicultural —yuxtapos ic ión de e tn ias o grupos enu n a c i u dad o n ac i ó n — p as am o s a o t r o intercultural global izado . Bajo

concepciones multiculturales se admite la diversidad de culturas, su-b r ay an do s u d i fe r e n c i a y p r o p o n i e n do p o l ít i c a s r e l a t iv i s ta s d e r e s p e t o ,que a menudo refuerzan la segregación. En cambio, interculturalidadr e m i t e a l a co n f r o n t ac i ó n y e l e n t r e l az am ie n t o , a l o q u e s u ce d e cu an d olos grupos en t ran en re l aciones e in t e rcambios . Ambos t érminos impl i -can dos modos de producción de lo social: multiculturalidad suponeaceptación de lo heterogéneo; interculturalidad implica que los dife-r e n t e s s o n l o q u e s o n e n r e l a c i o n e s d e n e g o c i ac i ó n , co n f l ic t o y p r é s ta -mos recíprocos.

A los encuentros episódicos de migrantes que iban llegando de ap o co y d e b í an adap t a r s e , a la s r e u n i o n e s d e e m p r e s a r i o s , a cadém i co s oa r t is t a s q u e s e v e í an d u r an t e u n a s e m an a p a r a f e r i a s, co n g r e s o s o f e s t i-val es , s e agregan mi l e s de fus iones p recar i as a rmadas , sobre t odo , en l asescenas mediáticas. La televisión por cable y las redes de Internet ha-blan en lenguas dentro de nuestra casa. En las tiendas de comida, dis-cos y ropa convivimos» con bienes de varios países en un mismo día.A los mejores futbol i s tas arg en t inos , bras i leños , f rancese s e ing l eses lose n co n t r am o s e n e q u i p o s d e o t r o s p a í se s . Y l a s d e c i s io n e s s o b r e l o q u evamos a ver , dónde y quiénes van a jugar , impl ican no so lo mezclas in -

terculturales: como en la televisión y la música, en el deporte no solojuegan Beckham, Figo, Ronaldo, Verón y Zidane, sino las marcas deropa y coches que los auspician , l as t e l evi soras que se pe l ea n por t rans-mi t i r los par t i dos , o que ya compraro n los c lubes . ¿Qué es lo que man-tiene creíbles las identidades en el fútbol, las referencias nacionales yl o ca l e s , cu an do s u co m p o s i c i ón e s t an h e t e r o g én e a , d i s e ñ ada co m o co -producción internacional y con fines mercantiles? ¿Acaso la acepta-ción de extranjeros en el deporte da claves sobre ciertas condicionesq u e f ac i li t an a l o s d i fe r e n t e s s e r a c e p t ado s e i n t e g r ado s ?

Es d i f í c i l es tudiar es t e vér t i go de con-fus iones con los ins t rumentosque usábamos para conoc er un mund o s in sa té l i t es n i t an tas rutas in t e r -cul tural es . Los l ibros sobre es tos t em as , l a mayoría escr i tos en ing lés y

pensando en los formatos de multiculturalidad existentes en los Esta-do s U n i do s , G r an Br e t añ a o s u s e x co l o n i a s , s e co n ce n t r an e n r e l a c i o -n e s i n t e r é t n ica s o d e g én e r o , p e r o e n e l a c t u a l h o r iz o n t e s e e n t r e c r u z ano t r a s co n e x i o n e s n ac i o n a l e s e i n t e r n ac i o n a l e s : d e n i v e l e s e du ca t i v o s ye dad e s , m e d i á t i c a s y u r ban as .

2

Este es un l ibro sobre t eo r í as sociocul tural es y f racasos sociopol l t i cos .Una pr imera consecuenc i a de e s t a de l imi t ac ión de l campo de anál i s i s e s

15

Page 7: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 7/110

que , s i b i en l o s l ec to res ha l l a rán d i s cus iones f i lo sóf icas , me in t e re sa e l a -b o r a r la s e n r e l a c i ó n co n l a s a c t u a l e s co n d i c i o n e s s o c i a l e s y m e d i á ti c a sen l as que s e ve r i f ican lo s de sac i e r to s de l as po l ít i cas . Encuen t ro que l asp o l ém i cas e n t r e s i s t e m as d e i d e a s , p o r e j e m p l o s o b r e u n i v e r s a l i s m o yre la t ivi smo, o sobre l as ven tajas de l un iversal i smo como jus t i f i cacióne s t r a t ég i ca ( G ad am e r , Ro r t y o L y o t a r d ) o co m o o p c i ó n é t ic a ( Ro r t y oRawls) tienen el valor de situar las condiciones teóricas modernas yp o s m o de r n as d e l a i n co n m e n s u r ab i li d ad , i n co m p a t i bi li d ad e i n t radu c i -bi l i dad de l as cul turas . He prefe r i do aquí t rabajar , a l modo de c i en t í f i -cos socia l es como Pier re Bourdi eu y C l i f ford Geer tz , o f i lósofos comoPaul Ricoeur , a t en tos a los obs táculos socioeconómicos , po l í t i cos y co-municac iona l e s que p res en t a a l a i n t e rcu l tura li dad l a e f ec t iva des es t ab i -l i zac i ó n ac t u a l d e l o s ó r d e n e s n ac i o n a l e s , é t n i co s , d e g én e r o y g e n e r a -c i o n a l e s o p e r ada p o r l a n u e v a i n t e r d e p e n de n c i a g l o b a l iz ada . Ob s e r v aacertadamente Seyla Benhabib que el énfasis teoriciáta en la «incon-m e n s u r ab i li d ad n o s d i s t r a e d e l a s m u y s u t i le s n e go c i ac i o n e s e p i st ém i -ca s y m o r a l e s q u e o cu r r e n e n t r e cu l t u r a s, d e n t r o d e l a s cu l t u r a s , e n t r eindividuos y aun dentro de los individuos mismos al tratar con la dis-crepancia, la ambigüedad, la discordancia y el conflicto» (Benhabib,2002: 31).

La a t enc ión a e s t as ambival en t e s n egoc i ac iones ha carac t e r i zado a l o ses tud ios soc ioan t ropo lóg i cos . Ta l vez po r e so l a an t ropo log í a puede r e -gistrar mejor, empíricamente, la reestructuración cultural del mundocomo c l ave de l fi na l de una época política.

Has ta hace 15 años —para t omar como f echa de conde nsac ión la ca í -da del muro berlinés— había una distribución del planeta en la queOr i e n t e y Occ i d e n t e p a r e c í an h e m i s fe r i o s an t agó n i co s y p o co co n e c t a -dos. Las naciones tenían culturas más o menos autocontenidas, cone je s i deo lóg i cos de f in i dos y pe rs eve ran t e s , que r eg í an l a mayor par t e del a o r gan i z ac i ó n e co n ó m i ca y l a s c o s t u m br e s co t i d i an as . S e c r e í a s ab e r

qué s i gn i f i caba se r f rancés , ruso o mexicano. Los paí ses ven ían abr i en-do su comercio, y por tanto recibiendo fábricas, objetos de consumodiar io y mensajes audiovisual es cada vez más d iversos . Pero en su ma-yor par t e provenían de l a reg ión or i en ta l u occiden ta l a l a que se per t e -n e c í a y e r an p r o ce s ado s e n u n a m a t r i z n ac i o n a l d e s i gn i f ic ado s .

E n p o co s añ o s la s e co n o m í as d e p a í se s g r an de s , m e d i an o s y p e q u e -ñ o s p as a r o n a d e p e n d e r d e u n s i st e m a t r an s n ac i o n a l e n e l q u e l a s fr o n -t e r a s cu l tu r a le s e i d e o l ó g i ca s s e d e s v an e ce n . F áb r ica s e s t a do u n i d e n s e s ,japonesas y coreanas ins ta laron maqui ladoras en naciones como Méxi -co , Guat emala y El Sa lvado r , que c re í an a l iv i a r as í e l de s e mpleo i r r e so -l u bl e co n r e cu r s o s i n t e r n o s . L a i n s e r c i ó n d e e s t i lo s l ab o r a l e s y f o r m asex t rañas de o rgan izac ión de l t rabajo i ncremen tó e l ensamblado de au to -

móviles , te levisores , y por supuesto de cul turas (Reygadas, 2002). Quie-nes no lograban empleo o aspiraban a ganar más enviaban a algunosmiembros de sus f amil i as a l o s Es tados Unidos , España u o t ras soc i eda-des que acep taban aún a i ndocumen tados con t a l de abara t a r l o s cos tosde producción in t e rna y para compet i r en l a expor tación. Los an t ropó-l o go s e s t u d i áb am o s l a co n t i n ui dad d e t r a d i c i o n e s l ab o ra l e s , l e n gu as y

hábi tos de consumo que man t en í an i den t i dades t e r r i t o r i a l e s t ambién ene l des t i e r ro . Los sociólogos pol í t i cos d i scut en s i debe permi t i rs e vo taren lo s pa í s e s l a t inoamer i canos a l o s migran t e s r e s i den t e s e n e l ex t ran je -r o , e i m ag i n an l o s e f e c t o s d e l a i n fl u e n c i a l a ti n a e n e l f u t ur o d e z o n ase s t ado u n i d e n s e s do n de co m i e n z an a r e p r e s e n t a r u n cu a r to d e l a p o bl a -ción.

D e p r o n to , d e m as i ado s ca m b i o s d e s f igu r an e s e p a i s a je . C u an do l a sc i e n c i a s s o c i a le s t e n í an m e jo r o r d e n ado e l m u n do , s e h u bi e r a v i s to co -mo ecl ect i c i smo at rope l l ado que reuniéramos en un mismo párrafo es -t o s hechos : a) muchas maquil ado ras s e van de l o s pa í se s l a t i noamer i ca-nos a C hina aprovechando lo s s a l a r io s más bajos de e s t e pa í s ; o s ea quee l r é g i m e n ch i n o , v is t o h a s ta h ace u n a décad a co m o e l m ay o r e n e m i go

i d e o l ó g i co d e l c ap it a l is m o , g e n e r a d e s e m p l e o y d e b i l it a a e co n o m í asocc i den t a l e s , no me dian t e sus cues t i onamien tos i deo lóg i cos , su e f i cac i aproductiva o su poderío militar, sino gracias a su mayor explotaciónde l t rabajo ; b) en C al i fo rn i a , l eyes como l a 187 que p r ivan de d e rec hosde salud y educación a indocumentados, y la elección de ArnoldSchwarzenegge r como gobernado r ; s e l ograron con buena par t e de l vo -to chicano; c) las remesas de dinero de migrantes desde los EstadosUnidos a América l a t ina aumentan año t ras año, a l punto de conveni r-s e en M éxico , con 14 .000 mi llones de dó lare s en 2003, en una fuen t e deingresos s e mejan t e a l a e xpor t ac ión de pe t ró l eo y más a l t a que e l tu r is -mo; d ) l a ropa , l o s t e l éfonos móvi l e s , apara tos e l ec t rodomés t i cos y has -t a l o s a do r n o s d e N av i dad t i e n e n e n co m ú n e t i q u e t a s qu e an u n c i an s u

fabr icac ión en e l sures t e as iá t i co . Hemos v i s to bande ras nac iona l e s ag i -t a d a s e n c e l e b r a c io n e s d e l a i n d e p e n d e n c i a d e l a A r g e n t in a y M é x i c ocon l a l eyenda «made i n Taiwan».

Es tos p rocesos no son fác i lmen t e agrupabl es en una m isma s e r i e so -c ioeconómica n i cu l tura l, po rque impl i can t enden c i as d ive rsas de de sa-r ro l lo , a vece s con t rad i c to r i as . Más que gen e ra l i zar conc lus iones , cam-bian l as preguntas por lo local , lo nacional y lo t ransnacional , por l asre l aciones en t re t rabajo , consumo y t e r r i to r io , es deci r , a l t e ran l a ar t i -cu l ac ió n d e l o s e s c e n a r i o s q u e dab an s e n t i do a l o s b i e n e s y m e n s a j e s .

E n r i go r , s e t r a ta d e u n p r o ce s o q u e t i e n e m ás d e 1 5 añ o s . N o o l v i-d o q u e c u a n d o a f ine s d e la década d e 1970 hice e tnog ra f ía d e la s f i e s ta si n d í g e n as y m e s t iz a s e n M i ch o acán , e n l a s d an z as d e o r i g e n p u r ép e ch a

Page 8: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 8/110

o español —vividas todas como s ignos i den t i f i cator ios de t radic ión lo-ca l— los migran t e s a l o s Es t ados Unidos , que r eg re saban a M éxico parapar t i c ipar , exhibían ropas cruzadas por l eyendas en inglés y co locabans u co o p e r ac i ó n e n dó l a r e s e n e l a r r e g l o r i tu a l d e l a c ab e z a d e l o s d an -zante s . La d ife r enc ia e s d e escala e intensidad: en Michoacán no más de l10% de l a poblac ión emigraba e n aque l l a época; ahora , en c i f ras r edon -das, viven en ese estado de México 4.000.000, en tanto 2.500.000 de

michoacanos residen en los Estados Unidos. Unos y otros siguen in-t e rconectados , no so lo por e l d inero s ino por mensajes afect ivos , infor-m ac i ó n e n l a s d o s d i r e cc i o n e s , f r u s tr ac i o n e s y p r o y e c t o s m ás o m e n o scomuna

Las diferencias recientes se aprecian en muchas sociedades lati-n o am e r i can as , y au n e n l o s E s tado s U n i do s . L as e x p o r t ac io n e s ch i n a sa e s t e p a í s au m e n t a r o n e l 4 0 % e n l o s ú l t im o s t r e s añ o s , co n l o cu a l l as o c i e dad e s t a do u n i d e n s e s e co n v i e r t e e n d e s t in o d e l 2 5 % de l o v e n d i -do por l o s ch inos a l ex t ran je ro . En e sos e nvíos as iá ti cos l l egan mi l e s d eobje tos s in los cual es es d i f í c i l imaginar lo que d i s t ingue a los es t ado u-n i d e n s e s : l o s t r o fe o s co n l o s q u e p r e m i an a l o s n i ño s e n co m p e t e n c i a sdepor t ivas , l as pe lo tas de béi sbol y balonces to , los t r ineos , aparatos de

t e l evi s ión y muebles «ear ly american» .Ser ía ingenuo pensar que t an tas e t ique tas con i den t i f i caciones as iá-t ic a s e n a r t í cu lo s d e co n s u m o e s t ado u n i d e n s e o e n b an de r a s a r g e n t i n a sy mexicanas atenuarán el nacionalismo de estos pueblos, aproximán-dolos y facilitando su comprensión. Las relaciones entre los acerca-mien tos de l mercad o , l o s nac iona l ismos po l í t icos y l as i n e rc i as co t i d i a -n as d e l o s gu s t o s y lo s a f e c t o s s i gu e n d i n ám i cas d i v e r g e n t e s . C o m o s in o s e e n t e r a r an d e l a s r e d e s q u e co m p r o m e t e n a l a e co n o m í a , la p o l í ti -ca y l a cul tura a escala t ransnacional . Es ta nueva s i tuación de l as re l a-c iones i n t e rcu l tura le s e s l a que me inc i t a a l as r ev i s iones t eór i cas de l o st r ab a jo s an t r o p o l ó g i co s , so c i o l óg i co s y co m u n i cac i o n a le s d e l a s d éc a -d a s r e c i e n t e s .

3

La indagación sobre l as pos ibi l i dades de convivencia mul t i cul tural t i e -ne cierta analogía con la construcción de proyectos interdisciplina-r i o s . Si e s t amos en una época post y multi, s i hace t i empo que es impo-sible instalarse en el marxismo, el estructuralismo u otra teoría comoúnica, el trabajo conceptual necesita aprovechar diferentes aportest e ó r i co s d e b a t i e n do s u s i n te r s e cc i o n e s . D e s p u és d e añ o s d e u t i l iz a r l aconcepción bourdi euana —de por s í una t eor í a que ar t i cula y d i scut e a

Marx, Weber y Durkheim— para perf i l ar inves t i gaciones sobre camposintelectuales, consumos culturales y el vínculo sociedad-cultura-polí-tica, aprecio mejor los límites de sus enfoques. Me ayudan, comoverán luego, las críticas de Grignon-Passeron, y los desarrollos deBoltanski-Chiapello que ofrecen una visión más compleja de las con-t r a d i cc i o n e s a c t u a l e s d e l c ap i ta l i sm o . M e i n t e r e s ó , e n e s t a l í n e a , e n t e n -der por qué Bourdieu reprodujo hasta sus últimas investigaciones su

máquina reproductivista, y en los años finales, cuando quiso acompa-ñar protestas contra el neoliberalismo y reencontrar un papel para su-jetos críticos, no trascendió la repetición más o menos sofisticada delan t i c ap it a l is m o d e l a p r im e r a m i t ad d e l s i g l o x x . En cu e n t r o l a c l av e d eesos l ími t es en l a d i f i cul t ad de su obra para inclui r l as formas de indus-trialización-masificación de la cultura y el papel no simplemente re-productivista de los sectores populares.

La atención que doy a las posiciones que subrayan las diferencias,de s d e e l e t n i c i s m o h as t a l a d e C l i ff o r d G e e r t z , m e l l e v a a v a l o r a r c r í t i-c a m e n t e l o s a p o rt e s d e q u ie n e s m i r a n l a m o d e r n i d a d d e s d e l o p r e o n om o de r n o . D e l o t ro l a do , l a s o pc i o n e s p r e s e n t ad a s p o r e l p o s m o de r n i s -mo en la antropología y los estudios culturales tampoco nos permiten

desentendernos de las incertidumbres de la modernidad. Ni las con-ce p c i o n e s d i f e r e n c i a l is t a s q u e r e ch az an a Occ i d e n t e , n i la s p o s m o de r -n a s , o f r e c e n a l t e r n a t i va s t e ó r i ca s n i m o d e l o s s o c i o cu l tu r a l e s q u e r e e m -p l ac e n l o s d i le m as m o d e r n o s .

E l i n t e r é s p o r e n t e n d e r a l a v e z l a s t e o r í a s s o c i o cu l t ur a l e s y l o s f r a -ca s o s p o l í ti co s e x i g e an a l i z a r, ju n t o co n l o q u e d e c l a r an l o s au t o r e s e nlos t ex tos t eór icos , l as po lémicas y l as re l aciones co n ins t i tuciones , me-d i o s y m o v i m i e n t o s s o c i a le s , a t r av és d e l a s cu a l e s co n s t r uy e n s u a r g u -mentación. Por eso, me ocupo de varios libros-faro junto con simpo-s i o s do n de c i e n t í fi co s s o c i a le s y l í d e r e s i n d í g e n as d i s cu t i e r o n s o b r e l a sdiferencias étnicas y los Estados. Analizo los textos de Bourdieu yt ambién su modo de actuar en l a t e l evi s ión. En l as s i tuaciones de enun-

ciación e interacción escuchamos lo que en los textos aparece comop r e s u p u e s t o o s i l e n c i o .

En cuanto a los po l í t i cos , e l l ibro in t en ta m i rar sus f racasos cul tura-l e s n o s o l o co m o r e s u l t a do d e e r r o r e s o co r r u p c ió n , d e l a a s f i x ia q u e l ae co n o m í a n e o l i b e r a l im p o n e a l ju e go d e m o cr á t i co , s i n o t am b ién co m ofrustraciones teóricas. Faltan interpretaciones convincentes sobre elmodo errático e irrepresentativo en que deambula la política. No en-cuentro para estos últimos años textos equivalentes a los que se escri-b i e r o n s o b r e l a s g r an d e s c a t á s t r o fe s d e l s i g l o x x : e l n az i s m o , e l au t o r i-t ar i smo soviét i co y sus sombras . De manera que a l preguntarnos por l apolítica y los políticos, los fracasos de los que hablan rutinariamente

18 19

Page 9: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 9/110

los per iódicos aparecerán aquí como escenograf ía , ruido de fondo, pre-guntas sobre los actuales desentendimientos entre cinturas y posicio-n e s d e p o d e r .

4

Quizás estas primeras páginas sugieran ya las razones del cambio defoco que auspician respecto de otros textos sobre interculturalidad.C o m o s e s ab e , lo s e s t u d i o s an g l o s a jo n e s e n e s t e c am p o s e h an co n ce n -trado en la com unicación intercultural, entendida primero como rela-ciones interpersonales entre miembros de una misma sociedad o decul turas d i f e ren t es , y luego abarcando t ambién l as comunicaciones fa-cilitadas por los medios masivos entre sociedades distintas (Hall,Gudykunst, Hamelink). En Francia y otros países preocupados por lai n t e g r ac i ó n d e m i g r an t e s d e o t r o s co n t in e n t e s , p r e v a l e c e l a o r i e n t ac i óneducat iva que p lan t ea los problemas de l a in t e rcul tural i dad como adap-tación a l a l engua y l a cul tura heg emónicas (Boukons) . En América l a-t ina predomina l a cons ideración de lo in t e rcul tural como re laciones in-t e r é t n i ca s , l im i t ac ió n d e l a q u e v i e n e n e s cap an d o au t o r e s q u e c i r cu lanf lu i dam e n t e e n t r e an t r o p o l o g í a , s o c io l o g í a y co m u n i cac i ó n ( G r i m s o n ,Martín Barbero, Ortiz).

L a i n t e n s if ic ac i ó n d e l o s c r u ce s e n t r e cu l t ur a s i n du ce a e x t e n de r e lcampo de es tos apor t es . No se t ra t a de «apl icar» los conocimien tos ge-n e r ado s p o r e s a s i n v e s t ig ac i o n e s , e n s u m ay o r í a r e s t ri n g i da s a l a d i n á -mica interpersonal o condicionados por los objetivos pragmáticos ypedagógicos de la integración de minorías, a procesos de mediacióntecnológica y de escala transnacional. El crecimiento de tensiones ent odas l as áreas de l a v i da soc i a l , en i n t e racc iones mas ivas en t r e soc i ed a-des , en l as expans iones de l mercad o y lo s f racasos de l a po l í t ica , e s t á i n -corporando las preguntas por la interculturalidad a disciplinas que nousaban l a expres ión y rec laman nuevos hor izontes t eór icos .

Adopto aquí una perspectiva transdisciplinaria, con énfasis en lostrabajos antropológicos, sociológicos y comunicacioniles. Difiero deaquel los an t ropólogos para los cual es lo propio de su d i sc ip l ina es asu-m i r e n t e r am e n t e e l p u n t o d e v i st a i n t e r n o d e l a cu l tu r a e l e g i da , y p i e n -s o q u e g r an de s av an ce s d e e s t a c i e n c i a d e r i v an d e h ab e r s ab ido s i t u a rs een l a i n t e racc ión entre cul turas . Más aún : como ex p l ico en e l p r imer ca-pítulo, Marc Abélés, Arjun Appadurai y James Clifford, entre otros,están renovando la disciplina al redefinir la noción de cultura: ya nocomo entidad o paquete de rasgos que diferencian a una sociedad deotra. Conciben lo cultural como sistema de relaciones de sentido que

i den t i f i ca «d i f e renc i as , con t ras t e s y comparac iones» (Appadura i , 1996:12-13) , e l «vehículo o medio por e l que l a re l ación en t re los grupos esllevada a cabo» (Jameson, 1993: 104).

Esta reconceptualización cambia el método. En vez de compararcu l tu r a s q u e o p e r a r í an co m o s i s t e m as p r e e x i s t e n t e s y co m p ac t o s , co ni n e r c i a s q u e e l p o p u li s m o c e l e b r a y l a b u e n a v o l u n t ad e t n o g r á f ica ad -mira por su res i s t encia , s e t ra t a de pres tar a t ención a l as mezclas y losm a l e n t e n d i do s q u e v i n cu lan a l o s g r u p o s . P a r a e n t e n d e r a c ad a g r u p ohay que descr ibi r cómo s e ap r o p ia d e y r e i n t e r p r e t a l o s p r o du c t o s m a-t e r i a l es y s imból icos ajen os í l as fus iones mus ical e s o futbol í s t icas , losprograma s t e l evi s ivos que c i rculan por es t i los cultural es he t e rog éneo s ,l o s a r r eg los navideños y lo s muebl es «ear ly amer i can» fabr icados e n e lsudes t e as iá ti co . Por supues to , no so lo l as mezclas : t ambién l as aduanasen que se a t r incheran , l a persecución occiden ta l de indígenas o musul -m an e s . N o s o l o l o s i n te n t o s d e co n ju ra r l a s d i f e r e n c i a s s i n o l o s d e s ga -r r o s q u e n o s h ab i t an .

Tampoco s e t ra t a d e pasar d e l a d i f e renc i a a l as fusiones , como s i l asdi fe rencias de jaran de importar . En r i gor , s e t ra t a de complej izar e l es -pec t ro . Vamos a cons i de ra r , jun to con d i f e renc i as e h ibr i dac iones , comoin t en t a e l cap í tulo 2 , l as maneras en que l as t eo r í as de l as d i f e renc i as n e -ces i t an a r t i cu la rs e con o t ras concepciones d e l as r e l ac iones i n t e rcu ltura-l e s : las que en t i enden l a i n t e racc ión como des i gua l dad , conex ión /desco -nexión, inclusión/exclusión.

La perspect iva emic, o s e a e l s e n t i do i n t rí n s e co q u e l o s a c t o r e s d ana sus conductas , s i gue s i end o una cont r ibución mayor de l a an t ropolo-g í a y u n r e q u is i t o é t ico y e p i s te m o l ó g i co i n d i s p e n s ab l e p a r a e n t e n de ru n a d i m e n s i ó n c l av e d e l o s o c i a l . P e r o e n u n a ép o ca e n q u e l a i n v e s t i-g ac i ó n an t r o p o l óg i ca h a d e m o s t r ado ap t i t ud e s p a r a cap t a r , a d e m ás d el o q u e cada u n o t o m a y r e ch az a d e l o s o t r o s , l o q u e s u ce d e d e l o s do sl ado s e n e s a s a t r acc i o n e s y d e s p r e c i o s , au n e n i n t e r cam b i o s g l o b a l e s ,n o p o de m o s r e d u c i r e s t a d i s c i pl i n a , e n p a l ab r a s d e G e e r t z , a u n s ab e rs o b re v e r d a d e s c a s e r a s.

5

Ado p t a r u n a p e r s p e c t i va i n t e r cu l t u ra l p r o p o r c i o n a v e n t a j a s e p i s te m o -lógicas y de equi l ibr io desc r ip t ivo e in t e rpre ta t ivo , l leva a c once bi r laspol í t i cas de l a d i f e rencia no so lo como neces idad de res i s t i r . El mul t i -cul tura l ismo es t ad oun idense y l o que en Amér i ca l a t i na más b ien s e l l a -ma plural i smo di e ron apor t es para hacer vi s ibl es a grupos d i scr imina-dos . Pero su es t i lo re l a t ivi s t a obturó los problemas de in t e r locución y

Page 10: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 10/110

convivencia, as í como su pol í t ica de representación —la acción afi rmati-va— sue le g ene ra r más pr eocupac ión por la r e s is tenc ia que por la s t r ans-fo rmaciones e s t ruc tura l e s .

El mul t icu l tura l i smo ha l leg ado a func ionar en a l g unos pa í s es comoin t e rpre tación ampl iada de l a democracia . Nos h izo ver que es t a s i gn i -f i ca a l go más que l a ru t ina de vo tar cada d os o cua t ro años : fo rmar par -t e d e u n a s o c i e dad d e m o cr á t i c a im p li ca t e n e r d e r e ch o a s e r e d u cado e n

la propia leng ua, asociarse con los que se nos pare cen para co nsumir opro t es tar , tene r revi s t as y radios propias que nos d i s t ingan .Sin embargo, también hay que considerar las críticas dirigidas al

Emg¿icaurzsmo y pl plurilicrnn, s o b re t o d o e n s u v e r s i ón s e g r e g a c i o -nista. Se objeta que la autoestima particularista conduce a nuevasvers iones de l e t nocen t r i smo: de l a ob l i gac ión de conoc e r una ún ica cu l -tura (nacional , occidental , blanca, masculina) se pasa a absolut izar acrí-t i camen t e l as v i r tude s , so lo l as v i r tudes , de l a minor í a a l a que s e pe r t e -nece . El re l a t ivi smo exacerbado de l a «acción af i rmat iva» oscurece losdi l emas compart i dos con conjuntos más ampl ios , s ea l a c iudad, l a na-ción o e l bloque económico a l que nos asocia e l l ibre comercio . Cum-p l ir co n l a s cu o t a s — de m u je r e s , d e a f r o am e r ican o s , d e i n d í g e n as — a l

ocupar l as p lazas , pued e volver ins ign i f i can t es los re quis i tos espe cí f i -cos que hacen funcionar l as ins t i tuciones académicas , hospi ta lar i as oar t í s t icas . La vig i l ancia de lo po l í t icame nte co rrecto as f ix ia , a vece s , l acrea t iv i dad l i ngüí s ti ca y l a i nnovac ión e s t é t i ca .

No e s fáci l hacer un ma pa con usos t an d i spares de l mul t icul tural i s -m o . Ni eva luar sus s i gn i f icados múl t ip l e s , d i spe rsos , en l as soc i eda de s .Es út i l , a l men os , d i f e ren ciar en t re mul t i cul tural idad y mul t i cul tural i s -mo. La multieulturalidad, o sea l a abundancia de opciones s imból icas ,propicia enr iquecimien tos y fus iones , innovacione s es t i l í s ti cas toman-do prestado de muchas partes. El multiculturalismo, entendido comoprograma que prescribe cuotas de representatividad en museos, uni-vers idades y par lamentos , como exal t ación indi f e renciada de los aci e r -

t o s y penur i as de qui enes com par t en l a misma e tn i a o e l mi smo géne ro ,arr incona en lo local s in problemat izar su inserc ión en unidad es socia-l e s comple jas de g ran e sca l a .

Por estas razones este libro trata de salir de dos rasgos del pensa-miento teórico posmoderno: la exaltación indiscriminada de la frag-mentación y el nomadismo. Q u e da r s e e n u n a v e r s i ón f r agm e n t ada d e lmundo aleja de las perspectivas macrosociales necesarias para com-prender e intervenir en las contradicciones de un capitalismo que set r an s n ac io n a l i za d e m o d o cad a v e z m ás co n ce n t r ado . E n cu an t o a l n o -madismo de las décadas de 1980 y 1990, no podemos olvidar quecorresponde al momento en que el libre comercio y la apertura de

f r o n te r a s ap a r e c í an co m o r e cu r s o s p a r a r e u b ica r s e e n l a s co m p e t e n c i a seconómicas ; ahora vemos e n t odas panes —sobre t odo , en e l sur— que l adesregulación trae también desamparo laboral, descuido de la salud ydel medio ambiente y masivas migraciones. Conocemos repertorios einnovaciones de más culturas, pero perdimos protección sobre la pro-piedad intelectual, o los derechos de difusión se concentran en unasp o cas co r p o r ac i o n e s , e s p e c i a l m e n t e e n l o s c am p o s m u s i ca le s y d i g i t a -l e s . ¿M e r cad o s l i b re s ? E n v e z d e l l ib r e ju e go e s t é t ico y e co n ó m i co e n -tre productores culturales, son los intereses de empresas dedicadas alen t re t en imien to o l as comunicaciones los que inf luyen en lo que se ed i -u, s e f ilma o es m use i f i cable . Por eso , ded ico los dos ca pí tulos f inal es aproponer una visión intercultural crítica del mercado cinematográficoy d e e s e o t r o m e r cado ab s u e l to d e s u s p o s ic i o n e s i n jus t a s b a jo e l n o m -b r e d e « s o c i e dad d e l co n o c i m ie n t o » .

No se impone, como se t emía hace años , una única cul tura homogé-n e a . L o s n u e v o s r i e s go s s o n l a ab u n dan c i a d i s p e r s a y l a co n ce n t r ac i ó nas f ix i an t e . C o i n c i do co n J e an - P i e r r e W ar n i e r : e l p r o b l e m a q u e e n f r e n -tan las sociedades contemporáneas es más «de explosión y dispersiónde l a s r e f e r e n c i a s cu l tu r a l e s q u e d e h o m o ge n e i zac i ó n » ( W ar n ie r , 2002:

1 0 8 ). P e r o s i m u l tán e am e n t e l a s m e gaco r p o r ac i o n e s i n t e n t an co n t r o l a rvas tas zonas de e sa pro l i fe ración med ian t e t ar i fas prefe rencia l es , subs i-dios, dumping y acuerdos regionales inequitativos. La multiculturali-dad, reconocida en el mentí de muchos museos, de empresas edito-riales, discográficas y televisivas, es administrada con un sistema dee m b u do q u e s e co r o n a e n u n o s p o co s c e n t r o s d e l n o r t e . L as n u e v as e s -t r a t e g i a s d e d i v i s ió n d e l t r ab a jo a r t í s ti co e i n t e l e c t u a l, d e a cu m u l ac i ónde cap i t a l s im b ó l ico y e co n ó m i co a t ravés de l a cul tura y l a comunica-ción, concentran en Estados Unidos, algunos países europeos y Japónl a s g an an c i a s d e c a s i t o do e l p l an e t a y l a c ap ac idad d e c ap t a r y r e d i s tr i -buir la diversidad. ¿Cómo reinventar la crítica en un mundo donde lad i v e r s i dad cu l tu r a l e s a l go q u e s e a dm i n i s t r a : e n l a s co r p o r ac i o n e s , e n

l o s Es tados y e n l as 019G?Pocos autores y movimientos sociales advierten las consecuenciasde e s t e n u e v o p a i s a j e . G e o r g e Y ú d i c e o b s e r v a q u e l a s m an i fe s t ac i o n e sglobaliMbicas, desde Seattle y Génova hasta Cancún y Porto Alegre,ofrecen cr í t i cas s everas a l a des regulación, l as pr ivat izaciones , los pro-g r am as d e au s te r i d ad d e l Ban co M u n d i a l y e l FMI, l o s e f e c t o s d e l n e o l i-beral i smo sobre l a agr i cul tura y e l medio ambien t e , pero no encaran l ascuestiones culturales y comunicacionales, o cuando lo hacen siguenapresadas en el rústico «modelo» de la macdonaldización del mundo.C ar e c e n d e p r o p u e s t a s p a r a l a c i r cu lac i ó n d e m o cr á t ic a o m ás e q u i ta t i -va de los bi enes s imból icos en un t i empo en que l a mul t i cultural idad no

22

Page 11: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 11/110

de s ap a r e c e , s i n o q u e e s a d m i n is t r ada s e l e c t i vam e n t e s e g ú n l a l ó g i ca d ela t ransnacional ización económica (Yúdice , 2002).

6

S e p u e d e e n t e n de r q u e l o s d e s l i z am i e n t o s in t e r cu l t ur a l e s e x i t o s o s h a -

y an f o m e n t ado l o s e l o g i o s p o s m o de r n o s d e l n o m ad i s m o y l a f r agm e n -tación: unos pocos actores y directores de cine asiáticos, europeos ylatinoamericanos logran actuar en Hollywood, músicas del TercerMundo son aplaudidas en el primero. Es posible citar a algunos mi-g r an t e s p o p u l a r e s q u e l le g an a e n r i q ue ce r s e .

P e r o n o ay u da a d i s t i n gu i r la s l ó g i ca s d i v e r s a s d e l a i n t e r cu l t u ra l i -dad el amontonar los destierros, vagabundeos, migraciones, tribalis-m o s u r b a r i o s y n av e gac i o n e s p o r I n t e r n e t , o l v idan d o s u s e n t i do s o c i a l ,cómo ocurre en ciertos libritos franceses y latinoamericanos. Uno desus representantes más traducidos, Michel Maffesa, que ya había ba-n a l iz ado l a s f o r m as co n t e m p o r án e a s d e d e s i n t e g r ac i ó n r e du c i én do l a s a« t r ibal i smos» , ahora d ice que nos uni r í a a todo s —«hippies , f reaks , in -

d i an i m e t r o p o li t an i» , jud í o s d i a s p ó ri co s y g u a r an í e s y Ro l li n g S t o n e s ,ex i l i ados y buscado res d e v i a je s i n ic iá t icos— una d espreocupación d io -nisíaca «por el mañana, el gozo del momento, el arreglárselas con elmundo t a tcual es» . Se neces i t a o lvidarse de lo que l as c i encias socia l esy tantos testimonios dramáticos dicen sobre la interculturalidad paraescr ibi r en 1997 que «deja de s e r vál i da l a cont rapos ic ión en t re una vi -da e r ran t e e l i t is t a —la de l « j e t -s e t "— y l a p rop ia de l o s pobres —la d e l amigración e n busca de t rabajo o de l iber t ad —» (Maffeso l i , 2004: 142) .

C u an do r e s t i tu i m o s e s a f u n c i ón b ás i ca d e l p e n s am i e n t o q f ie e s d i s -ce rn i r en 1 4 mezcla lo d i s t in to , conf rontamos ásperas f rus t raciones : l am ay o r í a d s l o s m ig r an t e s d e s v a l o r i zado s e n l a s s o c i e dad e s q u e e l i g i e -ron con admiración; cineastas argentinos, españoles y mexicanos fu-

man en Hóllywood, aunque no los guiones que llevaban. Por otro la-do , t ambién hal l amos f rus traciones que se combinan con res i s t encias yl o g r o s : P in o ch e t y d e c e n as d e t o r tu r ado r e s a r g e n t i n o s fu e r o n ab s u e l to sen sus paí ses , juzgados en España, apresados en Ingla t e r ra o México y,f in a l m e n t e , a lgu n o s p r o ce s ado s e n l o s l u ga r e s d e l o s c r ím e n e s .

¿ Q u é e s u n l u ga r e n l a m u n d i a l iz ac i ón ? ¿ Q u ién h ab l a y d e s d e dó n -d e ? ¿ Q u é s ign i f i c an e s t o s d e s acu e r do s e n t r e ju e go s y ac t o r e s , t r iu n f o smilitares y fracasos político-culturales, difusión mundial y proyectoscrea t ivos? La fasc inac ión de e s t a r en t odas panes y e l de sasos i ego de noe s t a r co n s e gu r i dad e n n i n gu n a , d e s e r m u ch o s y n ad i e , c am b i an e l d e -b a t e s o b r e l a p o s i b il i d ad d e s e r s u j e t o s : y a ap r e n d i m o s e n l o s e s t u d i o s

s o b r e l a co n f i gu r ac i ón i m ag i n a r i a d e l o s o c i a l cu án t o p u e de n t e n e r l o sp r o ce s o s s o c i a l e s y l o s s u j e t o s d e co n s t r u ido s o s i m u l ado s . Q u i zá co -mienza un tiempo de reconstrucciones menos ingenuas de lugares ys u je t o s , ap a r e c e n o ca s i o n e s p a r a d e s e m p e ñ am o s co m o ac t o r e s v e r o s í -miles , capaces de hac e r pac tos soc i a l e s f iab l e s , con a l guna durac ión , eni n t e r s e cc i o n e s d i s f r ut ada s . ¿ P o r q ué e l a r t e r e c i e n t e e s t á r e d e s cu b r ie n -

do al sujeto o buscando recrearlo? Nombres de artistas del pasado yac t u a le s s e co n v i e r t e n e n i co n o s d e l a s e x p o s i c io n e s - f a r o , d e p e l í cu l a seuropeas , ch inas y e s t adoun idenses , de i n t e rp re t ac iones mus ica l e s e s t e -l a r e s . Lo s e d i t o re s r e g i s tr an e l a s c e n s o d e v e n t a s d e b i o g r a f í a s y au to -biografías. ¿Las identidades personales resucitan como marcas parar eac t ivar lo s mercados , o hay a l go más en e s t e de s eo de ser suje to s , o t e -n e r l o s co m o r e f e r e n c i a?

¿ Q u é b us ca b a jo l o s e s co m b r o s d e l a n o c i ó n d e s u je t o e l e n cu e n t r or i tual más importan t e de los empresar ios de l mundo, e l Foro Económi-co d e Davos , en 2004, a l t i tu l a r una s e s ión Yo, S .A.? Lo noved oso no e s

l a suge renc i a de que «cada uno de be l l evar su v ida como una e mpresa»,s i n o l a p a rado ja d e r e - co n s ag r a r a l y o co m o s o c i e dad an ó n i m a . El m o -

d e r a d o r d e l d e b a t e d i jo q u e e n r e a l i d a d d e s d e h a c e t i e m p o D a vo s e s « l aOl im p i ada d e l n a r c i s i s m o » . L a m e t á f o r a d e J acq u e s At t a — « ge s t i o n a rl a p r o p ia v i da co m o s i fu e r a u n a ca r t e r a d e v a l o r e s » — e s a l m e n o s i n -quie tan t e desde que sabemos cuán ines tabl es es tán los valores y l as as -t u c ia s d e s co n f i ab l e s co n q u e se manejan los movimien tos f inanci e ros .E s t o s e m p r e s a r i o s e i n t e l e c t u a l e s v an m u ch o m ás l e jo s , a l r e co ge r l a sa s t il la s d e l a n o c i ó n d e s u je t o , q u e e l p o s m o de r n i s m o cu an do l a s m o s -t r ó d i s pe r s a s o s i m u l ada s . Pa r e c e u r g e n t e d i s c e r n i r q ui én e s p u e de n sers u je t o s e n e s t a ép o ca d e m e r cado s can í b a l e s , y q ui én e s — i n d i v i du o s ycol ect ivos (par t i dos , ONG, e tc.)— estamos exigidos, a la vez, para ser fle-xibles y ser alguien en la se lva d e la s s ig la s .

7

¿ D if e r e n t e s , d e s i gu a l e s y d e s co n e c t ado s ? P l an t e a r l o s m o do s d e i n t e r -cul tura l i dad en c l ave neg a t iva e s ad op tar l o que s i empre ha s i do l a pe rs -pec t iva de l pensamien to c r í t i co : e l lugar de l a carenc i a . Pe ro pone rs e e nl a p o s ic i ó n d e l o s d e s p o s e í do s ( d e i n t e g r ac i ó n , d e r e cu r s o s o d e co n e -xiones) no es aún saber quiénes somos . Imaginar que se podía prescin-d i r d e e s t e p r o b l e m a h a s i do , a lo l a r go d e l s ig l o x x , e l p u n to c i e go d emuchos campes in i s t as , pro l e t ar i s t as , e tn ic i s t as o indian i s t as , f emini s -mos que supr imían l a cues t ión de l a a l t e r i dad, subal t e rn i s t as y cas i to -dos aquellos que creían resolver el enigma de la identidad afirmando

Page 12: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 12/110

c o n f e r v o r e l l ug a r d e l a d i fe r e n c i a y l a d e s i g u a l d a d . A l q u e d a r s e d e e s -t e l ado de l p rec ip i c io , cas i s iempre s e d e ja que o t ros —d e e s t e l ad o y deaq u e l — co n s t r u y an l o s p u e n t e s . L as t e o r í a s co m u n i cac io n a l e s n o s r e -cuerdan que la conexión y la desconexión con los otros son parte denues t ra con s t i tución como suje tos individual es y c o l ect ivos . Por t an to ,e l espacio inter es deci s ivo . Al pos tular lo como cen t ro de l a inves t i ga-ción y la reflexión, estas páginas intentan comprender las razones de

los f racasos pol í t icos y par t i c ipar en l a movi l ización de re cursos in t e r -cul turales para con s t rui r a l t e rnat ivas .

A gr adec i mi en t o s

Los cuat ro pr imeros capí tulos rec ibi e ron co mentar ios , en un sem inar ioen Buenos Aires, de Claudia Briones, Sergio Castellanos, AlejandroGrimson y Pablo Wright . El capí tulo 3 se bene f ic ió a l t rabajar una pr i -m e r a v e r s i ó n e n u n s e m i n a r io co n e l C i do b , e n Ba r c e l o n a , o r gan i z adop o r Y o l an da On g h e n a . V a r i o s ap a r tado s d e e s t e l i b ro f u e r o n e l ab o r án -do s e e n cu r s o s y co n f e r e n c i a s d ado s e n v a r i o s pa í s e s , n o t o r i am e n t e e n

d i á l o go co n l o s a l u m n o s d e l i c e n c i a t u r a y po s g r ad o d e l a U n i ve r s i dadAutónoma Metropolitana, de México. El capítulo 4 rue publ icado enuna versión anterior por la revista española A ntropología. El últimosurgió de un a inves t i gación co l ec t iva auspiciada por e l Ins ti tuto Mex i -can o d e C i n e , qu e co m p ar t í co n An a Ro s as M an t e có n y E n r i q ue S án -chez Ruiz ; en e s t a vers ión pude aprove char los comen tar ios que rec ibí ,en noviembre de 2003, a l presen tar lo en un s impos io en l a Univers idadde S t an f o r d .

Ot r o s n o m b r e s q u e s e r í a ju s to r e co n o ce r aq u í s e e n c o n t r a r án c i ta -dos a l o l a rgo de l t ex to para dar lugares e spec í f i cos a var i as deudas . Noquiero omitig sin embargo, el apoyo de varios interlocutores. MagaliLara acompañó casi diariamente las exploraciones, incertidumbres y

goces de es t e proyecto . Var ios capí tulos rec ibi e ron comentar ios inci s i -vos de Miguel Bartolomé, Román de la Campa, Rossana Reguillo yAna Rosas Man t ecón . Por f i n qui e ro agrad ece r a Yami la Sevi ll a , ed i t o -r a c ap az d e co m p r e n d e r e n e l d e t a l l e y e l co n ju n to l o s d i le m as d e u n abúsqueda abierta que quiere presentarse como libro. Pati Legarreta yK at i a Ae b y m e ap o y a r o n e f ic i e n t e m e n t e p a r a p o n e r e n l i m p io l a s m u -chas ve rs iones de e s t as pág inas .

MAPAS

74

Page 13: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 13/110

1

La cultura extraviadaen sus definiciones

H ace d écadas q u e q u ie n e s e s t u d i an l a cu lt u r a e x p e r i m e n t an e l v é r t igode l a s i m p re c i s i o n e s . Y a e n 1 9 5 2 do s a n t r o p ó lo go s , Al f r e d K r o e b e r yClyde K. Klukhohn, reco l ectaron en un l ibro cél ebre cas i 300 manerasd e d e f i n i r la . M e l v in J . L as ky , qu e e v i d e n t e m e n t e d e s co n o c í a e s a o b r a ,publicó en The R epublic of Letters, e n 2 0 0 1 , u n av an ce d e u n l i br o e npreparac ión para e l cua l d i ce haber r ecog i do e n d i a r io s a l emanes , i ng l e -ses y es t adounidenses , 57 usos d i s t in tos de l t érmino cultura. La revistaCommentaire t r a du jo e s e a r t ícu l o e n e l v e r an o d e 2 0 0 3 añ ad i e n do q u ela banal ización de l t érmino es s emejan t e en f rancés , a l punto de haber-s e d o t ado d e e sa pa l abra «a un min i s t e r i o» (Lasky, 2003: 367).

Es fáci l compart i r l a inquie tud d e Lasky. Hemos l e í do e jemplos s e-mejan t es a los que é l c i t a : e l canci l l e r Schróede r expl icó su adhes ión aBush en la guerra contra el terrorismo porque no es «una lucha entrecul turas s ino un combate po r l a cul tura» . Un corre sponsal br i tán ico enM e d i o Or i e n t e h ab la d e l a « cu lt u r a d e l a J i h ad» . E n The New Y ork T i -m es se informa de una «revolución cul tural en e l in t e r io r de l a C IA y e lFBI». Y as í s igu e a dv i r t ie n d o L as k y s o br e l o s r i e s go s d e q u e n o s e p a -mos de qué estamos hablando por la dispersión de referencias a las«cul turas empresar i a l es» , l a «cul tura de l a incompetencia» y una se r i ede sub, inf ra y cont racul turas . Es t e autor s e escandal iza por apenas 57v a r i an t e s y v u e l v e a m o s t r a r s u p o b r e i n f o r m ac i ó n cu an do a t r i b u y e e lorigen del «zumbido ensordecedor» producido por esta proliferaciónde s i gn i f i cados a dos hechos : que l o s marx i s t as hayan comenzado a ha-

Page 14: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 14/110

blar de «cul tura cap i t a l i s ta», y que l o s an t ropólogos usaran , de sde e l l i -bro de Sir Edward Tylor, en el propio título, Primitive Culture. «Pordef in ic ión , sos t i ene Lasky, l a cul tura no podr ía ser primitiva» (Lasky2003: 369).

M ás q u e p r e c i s a r e l co m i e n z o y e l d e s p l ie g u e d e l z um b i do , i n te r e -s a r az o n a r có m o s e f u e l le g an do e n l a s c i e n c i a s s o c i a le s a c i e r t o co n -s e n s o e n u n a d e f i n i c ió n s o c i o s e m i ó t ica d e l a cu l t u r a y q u é p r o b le m as

co l o can a e s e a cu e r do l a s co n d i c i o n e s m u l ti cu lt u r a le s e n q u e v a r í a e s -te objeto de estudio. Luego, me iré ocupando de las redefinicionesoperadas por el periodismo, los mercados y los gobiernos. Dado quee s a s n o c i o n e s t i e n e n e f ic ac i a s o c i a l , d e b e n f o r m ar p a r t e d e l o q u e co -r r e s p o n de i n v e s ti g a r .

Laberintos del sentido

H as t a h ace p o cas décad as s e p r e t e n d í a e n co n t r a r u n p a r ad i gm a c i e n t í -f ico q u e o r gan i z a r a e l s ab e r s o b r e l a cu l tu r a . Au n q u ie n e s r e co n o c í anl a coex i s t enc i a de múl t ipl e s parad i gm as asp i raban a e s t ab lece r uno quef u e r a e l m ás s a t i s fac t o r i o o e l d e m ay o r cap ac i dad e x p l i ca ti v a . N o h ayque abandonar es t a aspi ración, pero e l re l a t ivi smo epi s t e rno lógico y e lpensamiento posmoderno han quitado fuerza, por distintas vías, aaquella preocupación por la unicidad y la universalidad del conoci-miento . La propia p lural i dad de cul turas cont r ibuye a l a d ivers idad dep a r ad i gm as c i e n t í fi co s , e n t an t o co n d i c i o n a l a p r o du cc i ó n d e l s ab e r yp r e s e n t a Ob je t o s d e co n o c i m i e n t o co n co n f i gu r ac i o n e s m u y v a r i ada s .

Desde una perspectiva antropológica, podríamos adoptar ante lav ar i e dad d e d i s c i p li n a s y d e f i n i c io n e s s o b r e c u l tu r a u n a ac t i t ud s e m e -j an t e a l a q u e t e n e m o s co n n u e s t r o s i n fo r m an t e s e n e l t r ab a jo d e c am -po. No prefe r imos a pr ior i una vers ión sobre los procesos socia l es , s i -no que escuchamos diferentes relatos con pareja atención. Podemos

preg untarnos , en tonce s , cuáles son hoy las pr incipal es narra t ivas cuan-do hablamos de cultura.a ) L a p r i m e r a n o c i ó n , la m ás o b v i a , e s l a q u e s i gu e p r e s e n t án do s e

e n e l u s o co t id i an o d e l a p a l ab r a cu lt u ra cu an do s e l a a s e m e ja a e d u ca -ción, i lus t ración, ref inamien to , información vas ta . En es ta l inea, cul tu-r a e s e l cú m u l o d e co n o c i m i e n t o s y ap t it u d e s i n t e l e c t u a l e s y e s t é t ic a s .

S e r e co n o ce e s t a co r r i e n t e e n e l u s o co l o qu i a l d e l a p a l abr a cultura,

pero tiene un soporte en la filosofía idealista. La distinción entre cul-

tura y civilización fue e l aborada po r l a f il o sof ía a l eman a a f i n de l s i g lo?cm y p r inc ip ios d e l XX: H e r b e r t S p e n ce r , W i l h e l m W i n de l b an d , H e i n -rich Rickert. Este último tenía una distinción muy cómoda para dife-

renciar l a cul tura de l a c ivi l ización. Decía que un t rozo de r rM rmol ex-t r a í do d e u n a can t e r a e s u n o b je t o d e c i v i li z ac ió n , r e s u lt a do d e u n co n -ju n to d e t é cn i ca s , qu e p e r m i t e n e x t r a e r e s e m a t e r i a l d e l a n a t u r a l e z a yconvertirlo en un producto civilizatorio. Pero ese mismo trozo demármol, según Rickert, tallado por un artista que le imprime el valorde l a b e l l e z a , l o co n v i e r t e e n o b r a d e a r t e , l o v ue l v e cu l t u r a .

Entre las muchas críticas que se pueden hacer a esta distinción ta-jante entre civilización y cultura una es que natural iza l a d ivi s ión en t relo corporal y lo mental, entre lo material y lo espiritual, y por tanto ladivisión del trabajo entre las clases y los grupos sociales que se dedi-can a una u otra dimensión. Naturaliza, asimismo, un conjunto de co-nocimientos y gustos que serían los únicos que valdría la pena difun-dir, formados en una historia particular, la del Occidente moderno,concentrada en el área europea o euronorteamericana. No es, enton-ce s , u n a ca r ac t e r i zac i ó n d e l a cu l tu r a p e r t in e n t e e n e l e s t a d o d e l o s co -nocimientos sobre la integración de cuerpo y mente, ni apropiada pa-r a t r ab a ja r l u e go d e l a d e s co n s t r u cc ió n d e l e u r o ce n t r i sm o o p e r ad a p o rl a an t r o p o l o g í a .

b) Frente a esos usos cotidianos, vulgares o idealistas de cultura,surgió un conjunto de usos c i en t í f i cos , que se caract e r izaron por s epa-r a r l a cu l t ur a e n o p o s i c ió n a o t r o s r e f e r e n t e s . L as do s p r i n c i p a le s co n -frontaciones a que se somete el término son naturaleza-cultura y so-

ciedad-cultura. Antes de considerar cada una de estas vertientes,veamos brevemente qué se requiere para construir una noción cientí-f i c am e n t e a c e p t ab le . P o r l o m e n o s , do s r e q u i si t o s :

Una definición unívoca, que sitúe el término cultura en un sis-tema teórico determinado y lo libre de las connotaciones equí-v o cas d e l l e n g u a je o r d i n a r io .Un protocolo de observación riguroso, que remita al conjuntode h e ch o s , d e p r o ce s o s s o c i a l e s , e n l o s q u e l o cu lt u r a l p u e da r e -

g i s t r a r s e d e m o do s i s te m át i co .Durante un tiempo se pensó en la antropología, y también en la filo-sof ía , que l a opos ic ión cul tura-natural eza permi t í a hacer es t a de l imi ta-ción. Parecía que de ese modo se diferenciaba a la cultura, lo creadopor el hombre y por todos los hombres, de lo simplemente dado, de«lo natural» que existe en el mundo. Este modo de definir la culturafue acompañado por un conjunto de protocolos rigurosos de observa-ción, registros de modelos de comportamiento de grupos, de costum-bres, de distribución espacial y temporal, que quedaron consolidadosen guías etnográficas, como la de George Peter Murdock. Pero este

2/1

Page 15: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 15/110

campo de apl i cación de l a cul tura por opos ic ión a l a natural eza, no pa-rece claramente especificado. No sabemos por qué o de qué modo lacultura puede abarcar todas las instancias de una formación social, osea los modelos de organización económica, las formas de ejercer elpoder, las prácticas religiosas, artísticas y otras. Hay que preguntarses i l a cu ltura , as í de f in ida , no s e r í a una e spec i e d e s inón imo i de a l i s ta de l

concepto deformación social, como oc urr ió, po r e jemplo , en l a obra deRu t h Be n e d i c t , s e gú n l a cu a l l a cu l t u ra e s l a f o r m a q u e ad o p t a u n a s o -c i e dad u n i fi c ada p o r l o s v a l o r e s do m i n an t e s ( E st ab le t , 1 9 6 6 ) .

Es ta manera demas i ado s imple y ex t ensa de de f in i r l a cu l tura , comotodo lo que no es naturaleza, sirvió para distinguir lo cultural de lobiológico o genético y superar formas primarias del etnocentrismo.Ay u dó a ad m i t ir co m o cu l t u r a l o c r e ado p o r t o d o s l o s h o m b r e s e n t o -da s l a s s o c i e dad e s y e n t o do s l o s t i e m p o s . T o da s o c i e dad t ie n e cu l tu r a ,s e d e c í a , y p o r t an to n o h ay r az o n e s p a r a q u e u n a d i s c r i m in e o d e s ca -l i fique a l as o t ras . La conse cuencia pol í t i ca de e s t a de f in ic ión fue e l re-lativismo cultural: admitir que cada cultura tiene derecho a darse susp r o p ia s f o r m as d e o r gan i z ac i ón y d e e s t il o s d e v i da , au n cu an do i n c l u -

yan aspectos que pueden ser sorprendentes, como los sacrificios hu-m an o s o l a p o l ig am i a . S i n e m b ar go , a l ab a r ca r co n l a n o c i ó n d e cu l tu -ra t an tas d imens iones de l a vida socia l ( t ecnología , economía, re l i g ión ,moral , ar t e ) l a noción perdía ef i cacia operat iva. Además , s e ha cr i t i ca-do que el reconocimiento sin jerarquías de todas las culturas comoi gu a l m e n t e l e g í t im as ca e e n u n a i n d i f e r e n c i ac i ó n q ue l a s h ace i n co m -parables e inconmensurables (Cuche, 1999) .

Una nueva pareja de oposiciones intentó deslindar la cultura deot ras par t es de l a vida socia l : la que opone cultura a sociedad. Fray d i s -tintos modos de encarar esta distinción en la antropología y en disci-p l in a s a f i n e s . S e o p o n e cu l t u r a a s o c i e dad a m e d i ado s d e l s ig l o x x , e nl a o b r a d e Ra l p h Li n t o n , y adq u i e r e s u f o r m a m ás c o n s i s te n t e e n au t o -

r e s co m o P i e r r e Bo u r d i e u . L a s o c i e dad e s co n ce b i da co m o e l co n ju n -t o d e e s t r u c t ur a s m ás o m e n o s o b j e t iv a s q u e o r g an i z an l a d i s t r i bu c i ó nde l o s m e d i o s d e p r o du cc i ó n y e l p o de r e n t r e l o s i n d i v i du o s y lo s g r u -pos socia l es , y que d e t e rminan l as práct icas socia l es , econ ómicas y po-l í t icas . Pero a l anal izar l as estructuras sociales y las prácticas, q u e da u nresiduo, una serie de actos que no parecen tener mucho sentido si selos analiza con una concepción pragmática, como realización del po-de r o adm ini s t ración de l a econo mía. ¿Qué s ign i f i can , por e jemplo , l asd i v e r s a s co m p l e j id ad e s d e l a s l e n g u as y l o s r i tu a l e s ? ¿P a r a q u é s e p i n -t an l o s hombres y las muje res l a p i e l , de sde l as soc i ed ade s más a rca i cashasta la actualidad? ¿Qué significa colgarse cosas en el cuerpo o col-ga r l a s e n l a c a s a , o r e a l iz a r c e r e m o n i a s p a r a a r r ib a r a a c t o s o p r o du c -

t o s q u e a l f in a l d e cu e n t a s n o p a r e c e r í an n e c e s i t a r c am i n o s t an s i n u o -sos para a lcanzar sus obje t ivos?

No se trata únicamente de una diversidad existente en sociedadespremodernas. El desarrollo del consumo en las sociedades contem-p o r án e a s v o l v ió e v i d e n t e s e s t o s « re s i du o s » o « e x ce d e n t e s » e n l a v i dasocial. Jean Baudrillard, en su Crítica de la econom ía política del sig-

no, hablaba de cuatro tipos de valor en la sociedad. Para salir del es-quema marxista tan elemental que solo diferencia valor de uso y va-lor de cambio, reconocía dos formas más de valor que denominaba:valor signo y valor símbolo. Si consideramos un refrigerador, tieneun valor de uso (preservar los alimentos, enfriarlos) y un valor decambio, un precio en el mercado, equivalente al de otros bienes o alcosto de cierto trabajo. Además, el refrigerador tiene un valor signo,o s e a e l co n ju n t o d e co n n o t ac i o n e s , d e i m p li cac i o n e s s i m b ó li ca s , qu evan asociadas a ese objeto. No es lo mismo un refrigerador importa-do que otro nacional, con diseño simple o sofisticado. Todos esoselementos significantes no contribuyen a que enfríe más o preservemejor los alimentos, no tienen que ver con el valor de uso; sí con el

valor de cambio porque agregan otros valores que no son los de uso.Re m i t e n a l o s v a l o r e s s i gn o s a s o c i ado s a e s t e o b j e t o . E s to e s a l go f a -miliar para los que estamos habituados a ver mensajes publicitariosque trabajan precisamente sobre este nivel de la connotación, quenos cuentan historias sobre los objetos poco relacionadas con sususos prácticos.

Baudr i l l a rd compl i caba un poco más l a cues t ión . Dec í a que , adem ásd e e s e v a l o r s ig n o , p u e d e h a b e r u n valor símbolo. En tan to valor- s i gno ,e l r e f r i g e r ado r p u e d e s e r i n t e r cam b iab l e co n u n co n ju n t o d e o t r o s p r o -du c t o s o d e b i e n e s q u e e s t án e n l a s o c i e dad y dan p r e s t ig i o o s o f i s ti c a -c iones s imból icas s eme jan t e s a e sa m áquina d e e n f r i a r . Po r e jemplo , t e -

.n e r u n r e f r i g e r ado r i m p o r t ado p u e de s e r e q u i v a le n t e a t e n e r u n co ch e

impor t ado o i r de vacac iones a una p l aya ex t ran je ra , aunque lo s va lo resde u s o o b v i am e n t e s o n d i s t in t o s . P e r o é l d i s t in gu í a o t r o t i p o d e v a l o r ,el valor-s ímbolo, vinculado a rituales, o a a c tos par t icu la re s que ocurrenden t ro de l a soc i edad . S i me rega l an e l r e f r i ge rado r para mi boda , e s e ac-to va a confer i r a l obje to un sen t i do d i s t in to , que no lo hace in t e rcam-b i abl e co n n i n gú n o t r o . E s e r e ga l o , co m o c u a l qu i e r do n q u e s e e f e c t ú aen t r e pe rsona s o en t r e g rupos , carga a l obje to de un va lo r s imból i co d i -f e ren t e de l va lo r s i gno .

Esta c las i fi cación de cuat ro t ipos de valor (de uso , de cambio , valorsigno y valor símbolo) permite diferenciar lo socioeconómico de locul tural. Las dos pr imeras c lases d e valor t i enen que ver pr incipalmen-t e , n o ú n i cam e n t e , co n l a m aterialidad del objeto, con l a bas e mat e r i a l

Page 16: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 16/110

de l a vida socia l . Los dos ú l t imos t ipos de valor s e ref i e ren a l a cul tu-ra, a los procesos de significación.

F i e r r e Bo u r d i e u d e s a r r o l l ó e s t a d i f e r e n c i a e n t r e cu l t u r a y s o c ie d ada l m o s t r a r e n s u s i n v e s t ig ac i o n e s q u e l a s o c i e dad e s t á e s t r u c tu r ada co ndos t ipos de r e l ac iones : las de fuerza, co r r e s p o n d i e n t e s a l v a l o r d e u s oy de cambio , y , de n t ro de e l l as , en t r e t e j i das con e sas r e l ac iones de fue r -z a , h ay r e la c i o n e s d e sentido, que org an izan l a vida socia l , las re l acio-nes d e s i gn i f i cac ión . El mundo d e l as s i gn i f icac iones , de l s en t i do , cons -t i tuye la cultura.

Llegam os as í a una pos ib le d e f in i c ión opera t iva , compar t i da po r va-rias discipl inas o por au to res que pe r t enece n a d i f e ren t e s d i s c ip l inas . Sep u e de a f ir m ar q u e l a cu l t u ra ab a r ca e l conjunto de los procesos socialesde signif icación, o, de un mod o más complejo , l a cultura abarca e l con-junto de procesos sociales de producción, circulación y consum o de lasignificación en la v ida social.

Identidades: camisa y piel

Al concep tua l izar l a cu l tura de e s t e modo , e s t amos d i c i end o que l a cu l -t u r a n o e s ap e n as u n c o n ju n to d e o b r a s d e a r t e , n i d e l i b r o s , n i t am p o -co una suma de obje tos mater i a l es cargados con s i gnos y s ímbolos . Lacultura se presenta como procesos sociales, y parte de la dificultad dehablar de e l l a de r iva de que s e p rod uce , c i rcu la y s e consume en l a h i s -t o r ia s o c i a l . N o e s a l go q u e ap a r e z ca s i e m p r e d e l a m i s m a m an e r a . D eahí la importancia que han adquirido los estudios sobre recepción yap r o p i ac ió n d e b i e n e s y m e n s a j e s e n l a s s o c i e dad e s co n t e m p o r án e a s .M u e s t r an có m o u n m i s m o o b j e t o p u e de t r an s f o r m ar s e a t r av és d e l o susos y reapropiaciones sociales. Y también cómo, al relacionarnosu n o s co n o t r o s , ap r e n de m o s a s e r i n t e r cu l tu r a l e s .

E s t a co n ce p c i ó n p r o ce s u a l y cam b ian t e d e l a c u l tu r a s e v u e l v e e v i -

d e n t e cu an do e s t u d i am o s s o c i e dad e s d i v e r s a s , o s u s i n te r s e cc i o n e s co notras y sus cambios en la historia. Para mí fue iluminador trabajarcon l as ar t esan ías en México . Los obje tos ar t esanal es sue l en produci r-se en grupos indígenas o campesinos, circulan por la sociedad y sonapropiados por sectores urbanos, turistas, blancos, no indígenas, conotros perfiles socioculturales, que les asignan funciones distintas deaq u e l l a s p a r a l a s cu a le s s e f ab r ica r o n . U n a o l l a s e p u e d e c o n v e r t i r e nflorero, un huipil en mantel o en elemento decorativo en la pared deun departamento moderno. No hay por qué sostener que se perdió els i gn i f i cado de l obje to : s e transformó. E s e t n o cén t r i co p e n s a r q u e s e h ade g r adado e l s e n t i do d e l a a r t e s an ía . L o q ue o cu r r i ó f ue q u e cam b i ó d e

s i gn i f ic ado a l p a s a r d e u n s i s t e m a cu l t ur a l a o t r o , a l in s e r t a r s e e n n u e -vas relaciones sociales y simbólicas. Podemos comprobarlo desde lap e r s p e c t iv a d e l n u e v o u s u a r io , y a v e c e s t am b i én v e m o s q u e e s u n s e n -tido aprobado por el productor. Muchos artesanos saben que el obje-to va a ser utilizado de otra manera que la que tuvo en su origen pero,como necesitan vender, adaptan el diseño o el aspecto de la artesaníapara que sea usad o más fáci lmente en e sa nueva función, que t a l vez vaa e v o ca r e l an t e r i o r s e n t i do p o r s u i co n o g r a f í a , au n qu e s u s f i n e s p r ag -máticos y simbólicos predominantes participarán de otro sistema so-ciocul tural .

Desde un punto de vista antropológico, no hay razones para pen-sar que un uso sea más o menos legítimo que otro. Con todo derecho,cada g r u p o s o c i a l c am b i a l a s i gn i f i c ac i ó n y l o s u s o s . E n e s t e p u n t o l o san á l is i s an t r o po l ó g i co s n e c e s i t an co n v e r g e r co n l o s e s t u d i o s s o b re co -m u n i cac ió n , p o r qu e e s t am o s h ab lan do d e c i r cu lac i ó n d e b i e n e s y m e n -s a j e s , c am b i o s d e s i gn i f ic ado , d e l p a s a j e d e u n a i n s t an c i a a o t r a , d e u ngrupo a varios. En esos movimientos se comunican significados, ques o n r e c i b i do s , re p r o ce s ad o s o r e co d i f ic ado s . T am b i én n e c e s i t am o s r e -l a c i o n a r e l an á l i si s i n te r cu l t u ra l co n l a s r e l a c i o n e s d e p o d e r p a r a i d e n -tificar quiénes disponen de mayor fuerza para modificar la significa-ción de los objetos.

Al prestar atención a los desplazamientos de función y significadode l o s o b je t o s e n e l t r án s it o d e u n a cu l t ur a a o t r a , ll e gam o s a l a n e c e s i -dad d e co n t a r co n u n a d e f i n ic i ó n sociosemiótica de l a cu l tura , que abar -que el proceso de producción, circulación y consumo de significacio-nes en la vida social. Conforman esta perspectiva varias tendencias,v ar i o s m o do s d e d e f i n i r o s u b ray a r a s p e c t o s p a r t i cu la r e s d e l a f u n c i ó ns o c i a l y d e l s e n t i do q u e l a cu lt u r a adq u i e r e d e n t r o d e l a s o c i e d ad .

Voy a mencionar cuatro vertientes contemporáneas que destacand i v e r s o s a s p e c t o s e n e s t a p e r s p e c t i va p r o ce s u a l q u e co n s i d e r a a l a v e zlo sociomater i a l y lo s i gn i f i can t e de l a cul tura. La pr imera t endencia es

l a que ve l a cultura como la instancia en la que cada grupo organiza suidentidad. D i ch o a s í , n o t i e n e n i n gu n a n o v e dad , po r q u e d e s d e e l s ig l oXlx l o s an t r o p ó lo go s v e n í an e s t u d i an do có m o l a s cu l t u ra s s e o r gan i z a -ban para dar identidad, para afirmarla y renovarla en las sociedades.Pero lo que tratamos de ver actualmente, dado que las condiciones deproducción, circulación y consumo de cultura no ocurren en una solasociedad, es cómo se reelabora el sentido interculturalmente. No solode n t r o d e u n a e t n i a , n i si q u ie r a d e n t r o d e u n a n ac i ó n , s i n o e n c i r cu i to sg l o b a l e s , t r a s p asan do f r o n t e r a s , v o lv i e n do p o r o s o s l o s t ab i q ue s n ac i o -n a l e s o é t n i co s, y h ac ie n do q u e cada g r u p o p ue da ab as t e c e r s e d e reper-torios culturales d i f e r e n t e s . E s t a co n f i gu r ac i ón t r an s v e r s a l d e l s e n t i do

Page 17: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 17/110

complej iza cada s i s t ema s imból ico . Los procesos cul tural es no son re -s u lt a do s o l o d e u n a r e l a c i ó n d e cultivo, de acu e r do co n e l s e n t i do f il o -l ó g i co d e l a p a l ab ra cu l t u ra , n o d e r i v an ú n icam e n t e d e l a r e l a c i ó n co nun territorio en el cual nos apropiamos de los bienes o del sentido del a v i da en e s e lugar . En e s t a época nue s t ro bar r io , nues t ra c iudad , nues -t r a n ac i ó n s o n e s c e n a r i o s d e i d e n t i fi c ac i ón , d e p r o du cc i ó n y r e p r o du c -ción cultural Desde ellos, sin embargo, nos apropiamos de otros re-

pertorios culturales disponibles en el mundo, que nos llegan cuandoco m p r am o s p r o du c t o s im p o r t ado s e n e l s u pe r m e r cad o , cu an do e n ce n -de mos e l t e l ev i so r , e l pasar de un pa í s a o t ro como tur i s t as o migran t e s .

D e m a n e r a q u e d e c i r q u e l a cu l t ur a e s u n a i n s t an c ia s i m b ó li ca do n -d e cada g r u p o o r gan i za s u i d e n t i d ad e s d e c i r m u y p o co e n l a s a c t u a le scondic iones de comunicación g lobal izada. Hay que anal izar l a comple-jidad que asumen las formas de interacción y de rechazo, de aprecio,discriminación u hostilidad hacia otros en esas situaciones de asiduaconfrontación. Es tas in t e racciones fueron t emat izadas en l a h i s to r i a dela an t ropología por var ias corr i en t e s , la más no tor ia d e l as cual es fue l aq u e ag r u p a l o s e s t u d i o s s o b r e a cu l t ur ac i ó n ( Re d f i e l d , L i n to n , H e r s k o -wi tz) , en su mayoría dedicados a contactos en t re pueblos arcaicos o de

e l l o s co n m i s i o n e r o s , co l o n i zado r e s y m i g r an t e s . L a t e o r í a o r i g i n a r ia ,desarro l l ada pr incipalmente en Es tados Unidos , fue var iada en inves t i -g ac i o n e s d e o t r a s l a ti t ud e s , co m o l a s d e Ro ge r Bas t id e y G e o r g e s Ba-l an d i e r . N o v o y a d e m o r a r m e e n e s t e t e x t o e n d e t a l la r e l i ti n e r a r i o an -tropológico del asunto; destaco tan solo la amplificación del mismoocurr i da en l a s egunda mi t ad d e l s i g lo xx en dos e scenar io s : e l de l as in-dustrias culturales y el de las ciudades. C o m o p a r t i c i pan t e s e n a m b asins tancias , exper imentamos in t ensamente l a in t e rcul tural i dad.

Cuando Malinowski se trasladaba a una sociedad no europea ocu an do M ar g a r e t M e ad d e j ab a lo s E s t ado s U n i do s y v ia j ab a a S am o a ,se trataba de individuos que hacían el esfuerzo de comunicarse cono t r a s o c i e dad , c a r ac t e r i zada a s u v e z p o r u n a f ue r t e h o m o ge n e i dad i n -

terna. Hoy millones de personas van de un lado a otro frecuentemen-te, viven en forma más o menos duradera en ciudades distintas deaquella en que nacieron y modifican su estilo de vida al cambiarde co n t e x t o . E s ta s i n t e r acc i o n e s t i e n e n e f e c t o s co n ce p t u a le s s o b r e l a snociones de cultura e identidad: para usar la elocuente fórmula deHobsbawm, ahora •la mayor parte de las identidades colectivas sonmás bi en camisas que p i e l : son , en t e or í a por lo meno s , opcional es , noine ludibl es» (Hobsbawm , 1997: 24; c i t ado po r Als ina, 1999: 55) . Solohay que recordar cuántas veces l as conductas raci s t as on to logizan en l api e l l as d i f e renc i as i d en t i t a r i as . También s e r í a ú t i l comple t a r l a m e táfo -r a d e H o b s baw m co n u n an á l is i s d e l a s d i v e r s a s t a ll a s d e l a s c am i s a s .

Hay otra dirección que veníamos describiendo a propósito de losv a l o r e s , se g ú n l a cu a l la cultura es vista como una instancia simbólicade la producción y reproducción de la sociedad. La cul tura no es un su-p l e m e n t o d e co r a t i vo , e n t r e t e n i m ie n t o d e d o m i n go s , a c t iv i dad d e o c i oo recreo espi r i tual para t rabajadores cansados , s ino cons t i tut ivo de l asin t e racciones co t i d ianas , en l a medida en que en e l t rabajo , en e l t rans -porte y en los demás movimientos ordinarios se desenvuelven proce-

s o s d e s i gn i fi c ac i ó n . E n t o do s e s o s co m p o r t am i e n t o s e s t án e n t r e l az a -dos l a cul tura y l a soci ed ad , lo mate r i a l y lo s imból ico .

¿ Q u é e s , e n t o n ce s , l a cu lt u r a? N o p o de m o s r e g r e s a r a l a v i e j a d e f i -n ic ión an t ropológica que l a i den t i f i caba con l a to ta l i dad de l a vida so-c i a l . En l as t eo r í as soc ios emióti cas s e e s tá hablando de una imbricaciónco m p l e j a e i n t e n s a e n t r e l o cultural y lo social. D i ch o d e o t r a m an e r a ,t o da s l a s p r ác t i c a s s o c i a le s co n t i e n e n u n a d i m e n s i ó n cu l t u ra l , p e r o n otodo en esas práct i cas socia l es es cul tura. Si vamos a una gaso l inera ycargamos nues t ro coche , e s e ac to mat e r i a l , económico , e s tá cargado des ign i f i caciones , ya que vamos con un automóvi l de c i e r to d i s eño, mo-de l o , co lo r , y ac t u am o s co n c i e r t o co m p o r t am i e n t o g e s t u a l. T o da co n -ducta está significando a l go , e s t á pa r t ic i p an do d e u n m o do d i fe r e n c i a l

en l as i n t e racc iones soc i a l e s .Cualquier práctica social, en el trabajo y en el consumo, contiene

una dimensión significante que le da su sentido, que la constituye, yco n s t i tu y e n u e s t r a i n t e r acc i ón e n l a s o c i e d ad . E n t o n ce s , cu an do d e c i -mos que la cultura es parte de todas las prácticas sociales, pero no ese q u i va l e n t e a l a t o t a l i d ad d e l a s o c i e d ad , e s t am o s d i s ti n gu i e n do cu l t u -r a y s o c i e dad s i n co l o ca r u n a b a rr a q u e l a s s e p a r e , q ue l a s o p o n ga e n -t e r am e n t e . Af i r m am o s s u e n t r e l az am i e n t o , u n a i d a y v u e l ta co n s t an t ee n t r e am b as d i m e n s i o n e s , y s o l o p o r u n a r t i fi c i o m e t o do l ó g i co - an a l í -t i co podemo s d i s t ingui r lo cultural de lo que no lo es . Pero hay un mo-mento , s i empre a l f i na l de l anál i s is , en que de bemos l l ega r a l a s ín t e s i s ,recomponer l a to ta l i dad y ver cómo es tá funcionando l a cul tura, a l dar

s e n t i do a e s a s o c i e dad . E n e s t e p r o ce s o l a cu l tu r a ap a r e c e co m o p a r t ede cualquier producción socia l , y t ambién de su reproducción. Es to s evolvió evidente desde la teoría de la ideolog ía de Louis Althusser,cu an do d e c í a q u e l a s o c ie d ad s e p r o du ce a t r av és d e l a i d e o l o g í a . P e r oe l anál i s is s e vo lv ió más cons i s t en t e de sde l as i nves t igac ione s de Pi e r r eBo u r d i e u s o b r e l a cu l tu r a co m o espacio de reproducción social y o r g a -nización de las dif erencias.

Una t e rce ra l í n ea e s l a que habla de l a cultura como una instancia deconformación del consenso y la hegemonía, o s e a d e configuración de lacultura política, y también de la legitimidad. La cul tura e s l a e scena e nque adquiere n sen t i do los cam bios , l a admini s t ración de l pod er y l a lu-

Page 18: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 18/110

cha contrae' poder. Los recursos simbólicos y sus diversos modos deorganización tienen que ver con los modos de autorrepresentarse yde r e p r e s e n t a r a l o s o t ro s e n r e l a c i o n e s d e d i f e r e n c i a y d e s i gu a l dad , osea nombrando o desconoci endo , valor izando o descal i f i cando. El usor e s t r i n g i do d e l a p r o p ia p a l ab r a cu l tu r a p a r a d e s i gn a r co m p o r t am i e n -tos y gus tos de pueblos occiden ta l es o de é l i t es —«la cul tura europea»o «a l ta»— es un ac to cu l tura l ene ! que se e j e rc e pod e r . E l r e chazo de e sarestricción, o su reapropiación cuando se habla de cultura popular o

video cul tura, t ambién lo son .La cuarta línea es la que habla de la cultura como dramatización

emf etnizodo de los.-conflictss sociales. La frase no es de Pierre Bour-d i e u , p e r o co n t i e n e u n a p a l ab r a q u e é l u s a co n f r e cu e n c i a : m e r e f ie r oa s u n o c i ó n d e eufemismo. N o e s u n a n o v e dad p a r a l o s an t r o pó l o go s ,q u ie n e s a t r av és d e l t r ab a jo co n s o c i e dad e s n o o cc i d e n t a le s d e s cu b r ie -ron hace tiempo que cuando en una sociedad se Méga, se canta o sed a n z a , se e s t á h ab lan do d e o t r a s co s a s , n o s o l o d e aq u e l l o q u e s e e s t áhaci endo expl íc i t amente . Se a lude a l poder , a los conf l i c tos , has ta a l am u e r t e o a l a l u cha a m u e r t e e n t r e l o s h o m b re s . T am b i én e n l a s s o c i e -dades contemporáneas hemos podido descubrir, a partir de esa mira-da indirecta que pasa por las sociedades llamadas primitivas, qu el o que ocurre en l a v i da soc i a l , para que no s ea una lucha a muer t e , pa-ra que no todos los conflictos desemboquen en guerras, tiene que in-cluir formas de eufem ización de los conflictos sociales, co m o d r am a t i -z ac i ón s i m b ó li ca d e l o q u e n o s e s t á p a s an do . P o r e s o t e n e m o s t e a t r o ,artes plásticas, cine, canciones y deportes. La eufemización de losco n f l ic t o * n o s e h ace s i e m p r e d e l a m i s m a m an e r a , ñi s e h ace a l m i s -m o t i e m p o e n t o da s l a s c l a s e s .

E s t a v e r t ie n t e d e l a cultura com o dramatización euf em izada de losconflictos sociales, co m o t e a t r o o r e p r e s e n t ac i ó n , h a s i do t r ab a j ada p o rBe r t o l t Br e ch t , W al te r Be n jam i n y o t r o s p e n s ado r e s t S e h a l la r e l a c i o -n ada co n l a an t e r i o r , co n l a co n f o r m ac i ó n d e l co n s e n s o y l a h e g e m o -nía, porque estamos hablando de luchas por el poder, disimuladas oe n cu b i e r t a s . D i ch o d e o t r a m an e r a , l a s cu a t r o v e r t ie n t e s n o e s t án d e s -conectadas . A t ravés de cualquiera de e l l as , podemos ' acceder a lo ques e p i ensa que e s l a cu l tura .

¿Cómo volver compatibles estas distintas narrativas?El hechomismo de que sean cuatro hace pensar que no estamos ante paradig-mas. Son formas en que nos narramos lo que acontece con la culturaen la sociedad. Si fuera solo un problema de narración, de narratolo-gía, no sería tan complejo compatibilizarlas. Estamos también anteconflictos en los modos de conocer la vida social, como veremos enpróximos capí tulos . Es necesar io avanzar e n e l t rabajo epi s t emológico

iniciado por autores ya citados a fin de explorar cómo las aproxima-c i o n e s q u e n a r r an l o s vínculos de l a cu lt u r a co n l a s o c i e dad , co n e l p o -d e r , co n l a e co n o m í a , co n l a p r o du cc i ó n , p o d r í an s e r co n ju gad as , a r t i-cu l ada s u n as co n o t r a s .

¿Sus tan t ivo o a dje t ivo?

Los cambios globalizadores imprimen un último giro a este viaje porl as def in ic iones . La def in ic ión sociosemiót ica d e l a cul tura como proce-sos de producción, c i rculación y consumo de l a s i gn i f i cación en l a vidasocial sigue siendo útil para evitar los dualismos entre lo material y loespi r i tual , en t re lo e conómico y lo s imból ico , o lo individual y lo co l ec-tivo. Desautoriza la escisión entre camisa y piel, y por tanto las basesi deo lóg i cas de l rac i smo. Pe ro e sa de f in i c ión , concebida para cada soc i e -dad y co n p r e t e n s i o n e s d e v a l i d e z u n i v e r s a l, n o ab a r ca l o q u e co n s t i t u-ye a cada cultura por su diferencia e interacción con otras. Los proce-s o s d e g l o b a li z ac ió n e x i g e n t r a s c e n de r e l a l c an ce n ac i o n a l o é t n i co d e lt érmino a f in d e abarc ar l as re l acione s in t e rcul turales . As í , Arjun Appa-durai pref i e re cons ide rar l a cul tura no como un sus tan t ivo , como s i fue-r a a l gú n t i p o d e o b je t o o co s a , s in o co m o ad j e t i v o . S e gú n é l , lo culturalfaci l i t a hablar de l a cul tura como una d imens ión que ref i e re a «di fe ren-c i a s , co n t ra s t e s y co m p ar ac i o n e s » , p e r m i t e p e n s a r l a « m e n o s co m o u n ap r o p ie da d d e l o s i n d i v idu o s y d e l o s g r u p o s , m ás co m o u n r e cu r s o h e u -rístico que podemos usar para hablar de la diferencia» (Appadurai,1996: 12-13). Dicho de otro modo: no como una esencia o algo queporta en sí cada grupo, sino como el «subconjunto de diferenciasque fueron se l eccionadas y movi l izadas con e l obje t ivo de ar t i cular l asf ron t e ras de l a d i f e rencia» ( í de m: 29). En es ta d i rección, e l an t ropólogon o s e r í a u n e s p e c i a l i st a e n u n a o v a r i a s cu lt u r a s , s i n o e n l a s e s t r a t e g i a sde diferenciacidn que organizan la articulación histórica de rasgos se-

l eccionados en var ios grupoá para t e je r sus in t e racciones .El objeto de estudio cambia. En vez de la cultura co m o s i s t e m a d es ign i f i cados , a l a manera de Geer tz , hablaremos de lo cultural co m o « e lchoque de significados en las fronteras; como la cultura pública quetiene su coherencia textual pero es localmente interpretada: como re-de s f r ág i le s d e r e l a t o s y s ign i f i c ado s t r am ado s p o r a c t o r e s v u l n e r ab le se n s i t u ac i o n e s i n q ui e t an t e s co m o l a s b a s e s d e l a a g e n c i a y l a in t e n c i o -nalidad en las prácticas sociales corrientes» (Ortner, 1999: 7). Al co-m e n t a r e s t e t e x t o , Al e jan d r o G r i m s o n an o t a q ue e s t a co n ce p c i ón d e l ocultural como algo que sucede en zonas de conflicto lo sitúa comop r o ce s o p o l f ico : s e r e f i e r e a l o s « m o do s e s p e c í f ico s e n q u e l o s a c t o r e s

38 39

Page 19: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 19/110

se en f ren tan , s e a l í an o neg ocian» (Grimson, 2003: 71) , y por t an to có-m o i m ag i n an l o q u e co m p ar t e n . N o s e t r a t a d e s i m p le s « ch o q u e s » e n -t re cul turas (o en t re c ivi lizaciones , en e l l éxico de Hunt ington) , s ino d econfrontaciones que suceden, pese a las diferencias que existen, pore jemplo en t re occiden ta l es e i s lámicos , preci samente porque par t i c ipane n co n t e x t o s i n t e r n ac i o n a le s co m u n e s o co n v e r g e n t e s .

Al proponernos estudiar lo cultural, ab a r cam o s e l co n ju n to d e p r o -cesos a través de los cuales dos o más grupos representan e intuyenimaginariamente lo social, conciben y gestionan las relaciones cono t r o s , o s e a l a s d i f e r e n c i a s , o r d e n an s u d i s p e r s ió n y s u i n co n m e n s u r a -b i li d ad m e d i an t e u n a d e l im i t ac i ón q u e f l u c tú a e n t r e e l o r d e n q u e h acep o s i bl e e l f u n c i o n am i e n t o d e l a s o c i e dad , l a s z o n as d e d i s p u ta ( l o ca l yglobal ) y los actores que l a abren a lo pos ibl e .

L l e gu é a e s t a d e f in i c i ó n e n u n l i b r o an t e r i o r , La globalización ima-ginada, cuand o e l anál i s i s de d iversas narra t ivas sobre l a g lobal izaciónm e e x i g í a r e co n ce p t u a l iz a r l o s m o d o s s u s t an c i a li s ta s o i n t ran ac i o n a l e sde concebir la cultura. Quiero avanzar aquí sobre las consecuenciast eór icas de es t a noción d e lo cul tural , o mejor d e lo in t e rcul tural , pues -to que el pasaje que estamos registrando es de identidades culturalesm ás o m e n o s au t o co n t e n i da s a p r o ce s o s d e i n t e r acc i ó n , co n f ro n t ac i ó ny n e go c i ac i ó n e n t r e s i s te m as s o c i o cu lt u r a le s d i v e r s o s .

Re g r e s am o s a s í a l p r o b l e m a q u e i n i c i ó e s t e c ap í t u lo : l a cu l t u ra s e -gú n q u i e n e s l a h ace n o l a ve n d e n . T e n e m o s q u e h ace r n o s ca r go n o s o -lo de l as d ef in ic iones múl t ipl es sobre lo cul tural dadas por l as humani -dad e s y l a s c i e n c i a s s o c i a l e s , s i n o t am b ién d e l a s co n ce p t u a l iz ac i o n e shechas por' los gobiernos, los mercados y los movimientos sociales.

- ; L as m an e r a s e n q u e e s t á r e o r gan i z án do s e l a p r o du cc i ó n , la c i r cu l ac ió ny los consumos de los bienes culturales no son simples operacionesp o l ít i c a s o m e r can t i l e s ; in s t au r an m o do s n u e v o s d e e n t e n d e r q u é e s l ocul tural y cuáles son sus desempeños socia l es .

Aunque la mayoría de los antropólogos tiende a dejar esta últimae tapa, l a de l capi t a l i smo global izado , a o t ras d i sc ip l inas , p i enso que e le n t r e n am i e n t o an t r o p o l ó g i co p a r a t r ab a j a r co n s i tu ac i o n e s i n t e r cu l t u -ra l es da ins t rumentos val iosos para hacer vi s ibl e lo que sucede bajo e lpredominio actual dela producción industrial y la circulación masivay transnacionarcie los bienes y mensajes culturales. Aun los antropó-logos que se dedican—alas cul turas t radic ional es o «pr imi t ivas» ven l anecesidad de reconocer -para decirlo con palabras que titulan uno delos l ibros más valorad os sobre e l asunto , e l de Sal ly Pr ice- que l as «ar-

ytes primitivas» existen hoy bajo «miradas civilizadas».¿ C ó m o ca r ac t e r i z a r y d e l i m i ta r l o q u e l o s an t r o p ó lo go s h an l l am a-

do « a r t e s p r i m it i va s » ? P r ic e p r o p o n e o cu p a r s e d e « o b j e t o s f ab r icado s

an t e s d e l a P r im e r a G u e r r a M u n d i a l e n e l cu ad r o d e l a s t r a d i c i o n e s a r -t í s ti c a s q u e n o h an e n t r ado e n l o s m u s e o s d e a r t e s i n o d e s p u és d e e s t aguer ra»; «toda t rad i c ión a r tí s t ica pos t e r io r a l a Edad Me dia para l a cua ll a s c édu l a s d e l o s m u s e o s n o dan e l n o m b r e d e l a r t i s ta au t o r d e l o s o b -je tos expues tos» , o «dan los datos de creación de los obje tos expues tosen s i g lo s y no en años»; «e l a r t e de l o s pueblos cuyas l enguas mat e rnasn o s o n e n s e ñ adas e n l a s u n iv e r s i dad e s e n u n cu r s o san c i o n ado co n d i -

p lomas»; y « toda t radic ión ar t í s t i ca en l a cual e l valor mercan t i l de uno b j e t o e s au t o m át icam e n t e m u l t ip l ic ado p o r d i e z o m ás d e s d e q u e e s -t e o b je t o e s d e s p r e n d i do d e s u co n t e x t o cu lt u r a l d e o r i g e n p a r a s e r e x -por tado» (Pr ice , 1995: 19) . Sin embarg o , l a autora indica que e s tos es -f u e r z o s p a r a p r e c i s a r l o s c r i t e r i o s o b j e t iv o s d e d e l im i t ac i ón i m p l i can ,ade más de l o s e s tud iosos , a museos y marchan t es , l o s d i spos i tivos aca-dém icos que exal t an a l as «civi l izaciones d e l a escr i tura» y los d i spos i -t ivos med iá t icos que o rgan izan l as re l ac iones mo de rnas con lo exót i co :pe l í cu las , d i a r io s , r ev i s t as , publi c i dad de mod a y v i a je s . No e s so lo unar e s i gn i f ic ac i ó n y r e f u n c i o n a li z ac ió n d e l o t r a d i c i o n a l d e s d e l o m o de r -no ; e s l a r eubicac ión de l as cu l turas an t i guas en l a comple ja t rama d e l ainterculturalidad contemporánea. Como «los africanos capturados y

de p o r t ado s h ac i a p a í s e s l e jan o s e n l a ép o ca d e l co m e r c i o d e e s c l av o s »,los objetos de las sociedades «otras» han sido «aprehendidos, transfor- ,m ado s e n m e r can c í a , v ac i ado s d e s u s ign i f i c ac i ón s o c i a l , r e co l o cad o se n n u e v o s co n t e x t o s y r e co n ce p t u a l i zado s p a r a r e s p o n de r a n e c e s i da -des económicas , cul tural es , po l í t i cas e i deo lógicas de los miembros delas 'sociedades lejanas» (ibíd.: 22).

Estas operaciones de reconceptual ización t ambién es tán apl i cándo-se a bi enes cul tural es modernos , como las an t es l l amadas be l l as ar t es ylas obras de vanguardias recientes. La -necesidad de redefinir el artey l a cu l tura s e vue lve más c l a ra a l i de n t i f icar l o s cambios d e ac to res quegeneran las conceptualizaciones y valoraciones de lo cultural. Hanperd ido pro tag oni smo los c i en t í f i cos socia l es , y t ambién los especia l i s -t as de ins t i tuciones públ icas debido a l descenso de l a invers ión y l a ca-pacidad regulatoria de los Estados. Liá POlíticas gubernamentales ser e t r a j e r o n -a Ic i s campos cul tural es de bajo cos to y consumo minor i t a-rio (revistas, col-cienD a , t ea t io) , en t an to l as ar t es y formas expres ivasque requiere n a l t as invers iones e incid en e n públ icos mas ivos (c ine , t e - /Nlevi s ión , mús ica y espe ctáculos mul t itudinar ios) qued an bajo l a lógicadel rating. E l co n s i gu i e n t e p r e do m i n i o d e l o m e r ca n t i l s o b r e l o e s t é t i -c b7-sobre los valores simba-oi - y1a 2y F e s e n t ac i ó n i d e n t i ta r i a i m p l i car e d e f in i c i o n és d e l o q ue s e e n t i e n d e- p o r cu l tu r a y d e s u l uga r e n l a s o -calad. Si bien el crecimiento de las empresas privadas es decisivo',también la reorganización empresarial de las instituciones públicas

Page 20: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 20/110

—museos, sa la s d e co nc ie r to— que pasan d e se r se rv ic ios soc iocu ltu ra le sa act ividade s autof inanciabl es y lucrat ivas , obl i gada s a buscar c l i en t esm ás q u e l e c t o r e s y e s p e c t ado r e s , co n t r ib u ye a l c am b i o d e s e n t i do d e l aproducción y apreciación de l a cul tura.

P a r a p e r c i b i r e l d e s p l az am i e n t o o cu r r i do e n e l ú l t im o m e d i o s i g l oen la noción y el lugar social de lo cultural conviene mirar lo que eracu an do e l d e s a r r o ll o d e l a m o de r n i dad « i l u st r ada» ca r ac t e r i zó a l a cu l -

tura como un bien deseable para todos, que debía ser difundido am-pl iame n t e , exp l i cado y vue l to acces ib l e , en con t ras t e con l a concepciónneoliberal que la sitúa como un conjunto opcional de bienes adquiri-b l e s a lo s q u e s e p u e de o n o acc e d e r .

N o v am o s a o cu l ta r l a s s e m e jan z as e n t r e l a s n o c i o n e s d e cu l tu r a e nt o da s l a s e t ap as d e c ap i t a l is m o . Si e m p r e , d e n t r o d e e s t e m o d o d e p r o -du cc i ó n , u n g r an s e c t o r d e l o s b i e n e s s i m b ó l ico s f u e co n s i d e r ad o co -mo mercancía , sus expres iones más valoradas tuvie ron sen t i do suntua-rio y los comportamientos culturales operaron como procedimientospara d i f e renciar y d i s t ingui r , inclui r y exclui r . No obs tan t e , en e l pro-y e c t o d e l a p r im e r a m o de r n i dad , s o b r e t o do d e s d e e l g i r o q u e l e i m pr i -m i ó e l s ab e r an t r o p o l ó g i co , y la ap r e c i ac i ó n d e l a r t e y l a cu l t ur a e n l a

fo rmación de l as nac iones , s e as i gn ó va lo r cu l tura l a l a p roducc ión s im-bóli ca de t od as l as soc i edad es . Se qui so que —a t ravés de l a educac ión ,luego d e l o s med ios— las man i fes t ac iones juzgadas más va l io sas fue ranconocidas y comprendidas por todas las sociedades y todos los sec-

t o r e s .Estoy describiendo el proyecto de la modernidad ilustrada. Sabe-

mos que su rea l ización fue t an def ic i en t e como lo mues t ran l as inves -t ig ac i o n e s s o b r e l a e n t r ada d e s i gu a l a l a e s cu e l a y s u ap r o v e ch am i e n t odiverso por d i f e ren t es c l ases , sobre ros d i spos i t ivos de s egmentación oe x c l u s i ó n d e l o s p ú b li co s e n l o s m u s e o s , l o s t e a t r o s , la s s a l a s d e co n -c i e r to y l o s med ios mas ivos de co municac ión . S i evoco aquí e l p royec-to incluyente de la modernidad temprana no es porque olvide la par-

cia l i dad de sus logros , s ino para cont ras tar lo con es ta e t apa en que esautopía s e evapora.E s t e l ib r o e s t á o r gan i z ado d e s d e l a h i pó t e s i s d e q u e l o s l u ga r e s a c -

tual es de lo cul tural osci l an en t re su concepción socia l y universal ex-t e n d i d a e n l a p r i m e r a m o de r n i dad y , a l m i s m o ti e m p o , la s e x i g e n c i a sm e r can t i l e s i m p u e s t a s e n l o s ú l t im o s añ o s . D e c i r q u e l a r e d u cc i ó n d elo cul tural a l mercado , y a su g lobal ización neo l iberal , condic iona to-da s l a s r e l a c i o n e s i n te r cu l t ur a l e s i n du ce h o y a r e n o v ado s e s t e r e o t i p o sde universalización inconsistente. Por un lado, la conjetura de que laglob alización del orden mercantil y de los avances tecnológ icos irá ho-mogeneizando al mundo, achicando las diferencias y las distancias.

Quizá la ideología de expansión ilimitada de las empresas transnacio-nales y de su predominio tecnológico-económico, así como las ilusio-nes de los neoimperialismos (Estados Unidos + OTAN) de d i s c i p li n a rpol í t i camente , s in tomar en se r io l as d i f e rencias cul tural es , s ean l as ex-pres iones más rús t i cas —y con mayor p re t end i da e f i cac i a— de e s t e ú l t i -m o u n i v e r s a li s m o .

Lo s mov imientos antiglobalización s o n , a m e n u do , e l r e v e r s o e s p e -cular de aquel l as fan tas ías . F ren t e a l a g lobal ización neo l iberal , e l a l t e r -m u n d i s m o a b s o l ut o : e co l o g i s t a s , an t i c ap it a l is t a s , in d í g e n as d e l a s m ásv a r iada s cu l tu r a s , o q u ie n e s p r o c l am an d e m an e r a s m u y d i s t i n ta s s u d i -

...versidaii sexual, jóvenes excluidos de los mercados de trabajo juntocon los postergados en los mercados del consumo, y muchos más, ol-v i dan t e m p o r a l m e n t e s u s d i f e r e n c i a s o c r e e n q u e e s t a s d i f e r e n c i a s s o np r e c i s am e n t e l o q u e p u e d e u n i r l o s p a r a r e v i vi r u to p í a s d e a l t e r i d ad t o -tal. Si bien esta suma de minorías ha acumulado fuerzas como paraperturbar reuniones y rituales de los globalizadores neoliberales, des-de Seattle hasta Cancún, más que resolver pone en evidencia las difi-cultades que persisten cuando se quiere articular diferencias, desigual-dades, procedimientos de inclusión-exclusión y l a s f o r m as ac t u a le s d eexplotación.

L o s cap í tu l o s q ue s i gu e n e n e s t a p r im e r a p a r t e d e l l i br o co n s i d e r ancómo podrían combinarse en el presente estos recursos conceptualesprovenientes de distintas disciplinas. En síntesis, quiero examinar enqué condiciones se gestionan las diferencias, las desigualdades, la in-clusión-exclusión y los dispositivos de explotación en procesos inter-

- culturales.E n l a s e gu n da p a r t e d e d i co cap í tu l o s e s p e c i a l e s a m i ra r có m o o p e -

ran estos cuatro movimientos de organización-desorganización de lainterculturalidad en diferentes escalas. ¿Qué significan para los lati-noamericanos, para el cine hablado en español, para los jóvenes, paraquienes aspiran a participar en las redes informáticas y en la sociedad

del conocimiento? Este tratamiento particularizado de las preguntasmayores de l a in t e rcul tural i dad y l a g lobal ización busca especi f i car a l -gunas de las condiciones que ahora hacen posible o dificultan la uni-versal ización de l as cul turas y sus d i f e rencias .

Page 21: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 21/110

2

D i fe r e n t e s , d e s ig u a l e s y d e s c o n e c t a d o s

U n a t e o r í a co n s i s t e n t e d e l a i n te r cu l t ur a l id ad d e b e e n co n t r a r l a fo r m ade t rabajar con jun tamen t e l o s t r e s p rocesos cn que e s t a s e t rama: l as d i -f e r e n c i a s , la s d e s i gu a ldad e s y l a d e s co n e x i ó n . S in e m b ar go , l a h i s to r i ade l as c i encias socia l es nos t i ene acos tumbrados a e l aborar por s epara-do e s t o s tr e s o b j e t o s d e e s t u d i o . L as t e o r í a s d e l o é t n i co y d e l o n ac i o -nal son por lo gen eral t eor í as de l as d i f e rencias . En t an to , e l marxi smoy o t r a s co r r i e n t e s m ac r o s o c i o l ó g i ca s ( co m o l a s q ue s e o cu p an d e l i m -p e r i a l is m o y la d e p e n de n c i a ) s e d e d i can a l a d e s i gu a l dad . E n a l gu n o sauto res s e encuen t ran combinac iones de ambos en foques , como c i e r to sanál i s i s de lo nacional e n es tud ios sobre e l imper ia l i smo, o apor t es a l aco m p r e n s i ó n d e l c ap i ta l i sm o e n e s p e c i a l i s ta s d e l a cu e s t i ón i n d í g e n a .E n cu an t o a l o s e s t u d i o s s o b r e co n e c t i v idad y d e s co n e x i ó n , s e co n ce n -t ran en los campos comunicacional e informát ico , con escaso impactoen l as t e o r í as soc iocul tura l e s .

V o y a d e t e n e r m e p r i m e r o e n u n a d e l a s te o r i z ac io n e s d e l a d i f e r e n -cia: l a de los es tudios é tn icos . Luego, re tomaré l a ar t i culación de d i f e -rencias y desigualdades propuesta por Pierre Bourdieu y modificadapor autores que trabajaron con él y luego desarrollaron perspectivasdistintas, como Claude Grignon, Jean-Claude Passeron y Luc Bol-tanski. Me atrae el replanteamiento que fueron construyendo estosau t o r e s s o b r e l o s t e m as c i ta do s e n l a s s o c i e dad e s n ac i o n a l e s y s u s i n -tentos de abrir el horizonte nacional en un tiempo en que la intercul-turalidad se mundializa. El aporte de Luc Boltanski y Éve Chiapello

Page 22: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 22/110

p e r m i t e v a l o r a r s o c i o ló g i cam e n t e , d e s d e u n a t e o r í a c r í t ic a d e l c ap i t a -l i sm o e n r e d , l o q u e s i gn i fi c an l a s f o r m as ac t ua l e s d e co n e x i ó n - d e s co -n e x i ó n .

El patrimonio intercultural de los diferentes

Quie ro ev i t a r t r e s maneras f r ecuen t e s de hablar de l a d i f e ren c i a . El pr i -

m e r r i e s go e s co m e n z a r e l an á l is i s d e s d e u n a t e o r í a d e l a d e s i gu a ldad ,con lo cua l s e ocul tan l o s p rocesos de d i f e renc i ac ión que no d e r ivan del a d i s t ri bu c i ón d e s i gu a l d e l o s r e cu r s o s e n cad a s o c i e dad . Ot r a t e n d e n -cia es l eg i t imar únicamente aquel los enfoques surgidos de una par t i cu-l a r e x p e r i e n c i a , qu e s u e l e co n d u c i r a q u e s o l o l o s ch i can o s p ue da n e s -tudiar su cond ic ión, o so lo los indíge nas l a suya, o so lo l as mujeres l ascues t i ones de géne ro , o qui enes adh i e ren acr í t i camen t e a e s t as pe rspec-t ivas y a sus re ivindicaciones . La t e rcera l ínea e s l a que propone expl i -cac ione s t eó r icas d e la d i fe r enc ia , o —lo que sue le se r equ iva len te— con-ceptualizaciones resultantes de una experiencia histórica que, al node j a r s e d e s a f ia r p o r l o s c am b io s o p o r q u i e n e s v e n l a a l t e r id ad d e s d e e ll u ga r o p u e s t o , co r r e n e l r i e s go d e do g m a t i za r s e .

No pretendo, por supuesto, encontrar un observatorio objetivo.M ás b i e n , ha l l a r pu n t o s d e i n t e r s e cc i ó n , do n de l o s c r u ce s d e p e r s p e c -tivas controlen los sesgos de cada posición. Partiré, por eso, de dosr e u n i o n e s i n t e r n ac i o n a l e s e n l a s q u e i n t e r ac t u a ro n v a r i ado s m o d o s d econcebi r lo que es l a d i f e rencia indígena en América l a t ina.

1 . Fui invi t ado a par t i c ipar en e l co loquio A mé rica profunda, c e l e -b r ado e n l a c iu dad d e M éx i co d e l 6 a l 9 d e d i c i e m b re d e 2 0 0 3 . L í d e r e sind í gen as de 1 5 pa í s es la t i noamer i canos , in t e l ec tua l e s so li dar io s de e sascausas y ded i cados a e s tud i a r l as y r ep res en t an t e s de o rgan izac iones so -c i a l e s n o s r e u n i m o s p a r a e x p l o r a r « l o q u e t i e n e n e n co m ú n y s u s f o r -m as d e h e r m an a r s e » , « abr i r un d i á l o go co n o t r o s s e c t o r e s d e l a s o c i e -dad y pueblos "indios" de otros continentes».

«¿Quiénes somos?» s e i nd agó e n l a p r imera s e s ión . Pes e a l a vo lun-t a d d e co n v e r g e n c i a , p re v a l e c i e r o n l a s d i fi cu lt a d e s p a r a h a l la r u n tér-mino un i fi cado r . N i e l co lo r de l a p i e l , n i e l l enguaje , n i e l t e r r i t o r io , n ila religión sirven para identificarse en conjunto. «Somos el trigo, elm aí z , e l c e r r o » , s e d i jo p o é t i c am e n t e . O s e e n s ay a r o n l i st a s d e r a s go sdi s t in t ivos : « la vida c omuni tar i a , e l amor a l a t i e r ra » , « las ce l ebracio-nes atadas a los calendarios agrícolas». Cuando se intentó formular«una mat r iz c ivil izator i a» que abarque a todo e l con t inen t e , var ios ar-gu m e n t a r o n l a n e c e s i dad d e d a r l e am p l i tu d p a r a q u e i n c l uy a a i n d i o s ymestizos. Algunos prefirieron definir la condición común desde la

p e r s p e c t iv a g e n e r ada p o r l a d e s co l o n i z ac ió n y l o s p r o ce s o s ac t u a l e s d elucha socia l y cul tural . Pero ¿qué es más d eci s ivo: l a des iguald ad so cia lo l as d i f e re ncias cul tural es? ¿Def in i rse por los refe re n t es a los cual es s eoponen o por los «ámbitos de comunión»? ¿Naciones o pueblos: deli-mitación jur íd ica o movimien tos é tn ico-socia l es? La respues ta no es l am i s m a , se d i jo , e n Bo l i v ia , do n de l a i n d i an i dad e s c a s i s i n ó n im o d e n a -ción, incluso en medios urbanos, que en México, sociedad con densomest izaje .

Hay una problemática de la desigualdad que se manifiesta, sobretodo, como desigualdad socioeconómica. Y hay una problemática del a d i f e ren cia , vi sibl e pr incipalmente e n l as práct i cas cul tural es . Los ac-t o r e s d e l o s m o v i m i e n t o s in d í g e n as s ab e n q u e l a d e s i gu a l dad t i e n e u n adimensión cultural, y los más informados sobre la constitución de lasd i f e r e n c i a s co n o ce n q u e e s t a r e s i d e , m ás q u e e n r a s go s g e n é t i co s o cu l -tural es esencia l izados ( l a l engua, cos tumbres heredadas e inamovibles ) ,e n p r o ce s o s h i s tó r i co s d e co n f i gu r ac ió n s o c i a l . S i n e m b ar go , e n l a m e -d i da e n q u e la d e s i gu a l dad s o c i o e co n ó m i ca s e l e s ap a r e c e i n m o d i f i c a -ble, algunos movimientos étnicos tienden a concentrarse en las dife-rencias culturales, o incluso genéticas. De este modo, las diferenciasculturales pierden su entidad sociohistórica, dejan de ser vistas como

r a s go s f o r m ado s e n e t ap as do n d e l a d e s i gu a l dad o p e r ó d e m an e r a s d i s -tintas, y por tanto susceptibles de cambiar en procesos futuros. Quie-nes suponen que en las diferencias culturales está su mayor fortaleza,t i e n d e n a ab s o l u ti za r l a s .

L a ab s o l u ti z ac ió n s e p r e s e n t a co n do s m o v i m i e n t o s . P o r u n a p a r t e ,se distinguen como exclusivos de los pueblos indígenas sus lenguas yci e r tos «valores» : l a rec iprocidad d e l as re l acione s comuni tar i as , e l t ra-bajo no remunerado, sistemas normativos propios, relaciones socialesgobernadas por regímenes de autoridad, costumbres alimentarias ori-ginadas por el arraigo en el territorio tradicionalmente ocupado porcada grupo. Al mismo tiempo, se define a esos rasgos como inaltera-bles y se actúa para darles continuidad. Pero la indignación con que

defienden esos rasgos revela que están enfrentando cambios no favo-r ab l e s p a r a e s a d e f i n ic i ó n d e l a d i f e r e n c i a .

Los sectores más abi e r tos a l as expe r i encias de re l a t ivización que l ah i st o r ia l e s v i e n e m o s t r an do r e co n o ce n q u e n o e s f ác i l s o st e n e r a f i r m a-ciones com o que «somos los pueblos de l maíz* o que l as re l acione s so-cia l es son s i empre comuni tar i as y que l a to ta l i dad de sus cos tumbres yc r e e n c i a s s o n p r o p i a s . P e r o t i e n d e n a r e s t a r i m p o r t an c i a a l a s t r an s f o r -maciones producidas por la colonización y la modernización, así co-mo a los procesos hibridadores por la interacción con otras culturas,q u e o cu r r e n e n l a s m i g r ac i o n e s , e l co n s u m o d e b i e n e s i n du s t r ia l iz ado s

47

Page 23: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 23/110

y la adopción voluntaria de formas de producir que atenúan sus dife-rencias t radic ional es .

¿ Re a l m e n t e l a c l ave d e s u f u e r z a co m o p u e b l o s in d í g e n a s r e s i d e e nl o s r a s go s t r a d i c i o n a l e s e x a l t a do s ? L a s e s i ó n t it u lada « Q u é e s aq u e l l oque nos une, qué tenemos en común» fue concentrándose en la enu-m e r ac i ó n d e l o s r a s go s d i fe r e n c i a l e s c i t a do s , pe r o l a m an e r a e n q u e s ed e s a r r o l l ó la co n v e r s ac i ó n m o s tr ab a u n a co m p l e ji d ad n o r e co g i da e n e l

d i scurso expl íc i to .An t e t o d o , e n cu e n t r an d i f í c il h ac e r c o i n c i d i r l o s « v a lo r e s t r a d i c i o -n a l e s » e n cu l t ur a s t an d i s ti n t a s co m o l a s m e s o am e r i can as , l a s an d i n a sy t an tas o t ras exi s t en t es en l as Américas . Las d i f e rencias entre los pue-b l o s in d í g e n as s e m an i f i e s tan co n m ay o r e v i d e n c i a e n l a d i v e r s i dad d elas l enguas , en l a d i f i cul t ad de t raduci r a l español los s i gn i f i cados quet ie n e n e n cada u n a l o s e l e m e n t o s q u e s e a f ir m an co m p ar t i do s , co m o l ainserc ión en e l t e r r i to r io , l as re l aciones comuni tar i as , las conce pcionesde l t rabajo y la fami l i a , y los modo s complejos d e s imbol izar esos pro-cesos soc i a l e s . Po r eso s e r e s i s t e n a s e r n o m b r ado s co m o i n d i o s , d e n o -minación que juzgan resultado de la imposición externa, colonial om o d e r n a .

¿En qué lengua se nombran y razonan las dificultades de hacerco i n c i d i r l o s d i s t in t o s s i gn i f ic ado s d e l a r e l a c i ó n co n l a t i e r r a y co n e lt r ab a jo ? E n u n e s p añ o l co n f r a s e s i n s e r t a da s e n p u r ép e ch a , e n t z o t z il ,en ayma ra . Emplean pa l abras no co loquia le s d e l e spaño l , con a l t a com-pl e j idad t eór i ca en l as c i enc i as soc i a le s «occ i de n t a l e s», como «agrocen -trismo» o «multiculturalidad», mostrando su dominio de discusionesq u e t r a s c i e n de n s u s cu l t u ra s .

Ut i lizan refe ren cias ext e rn as para cont ras tar l as cos tumbres propiasv a l o r ada s co m o s u p e r i o r e s . Hab l an d e u n g e n e r a l i zado « s is t e m a d e v i -da occidental» o «democrático» o «moderno». «Frente al sistema de-mocrático que está demostrando sus vicios en todas partes, tenemosnuestras propias formas de gobierno.» «En una época neoliberal que

t o do l o m e r can t i l iz a , n u e s t r o m o do d e p r o v e e r a n u e s t r a s n e c e s i dad e se s e l t e q u i o o l a f a e n a , e s de c i r e l t rab a jo n o r e m u n e r ad o . »Varios inves t i gad ores y pol í t icos obje tan es t a opos ic ión t ajan t e a lo

occidental o moderno. Anotan que la posibilidad de unificación del e n gu as o m o do s d e v i da s e p r o du ce a l co m u n ica r s e e n e s p año l , l e n gu aque por eso no es solo «la de los dominadores». Se dice también quel a s r e l a c i o n e s d e n t r o d e l o s g r u p o s i n d í g e n as s o n d e r e c i p r o c i dad y d ejerarquías, con dominación de los hombres sobre las mujeres, de losancianos sobre los jóvenes , de los catól i cos sobre o t ros grupos re l i g io-s o s , d e l o s q u e s e ap r o p i a r o n d e m ás t i e r r a s o t ie n e n r e l a c i o n e s p r e f e -r enc i a l e s con lo s mes t i zos o l o s b lancos . Se r ecue rd a que l a dominac ión

t rajo pes t es y t ambién an t ibiót i cos y vacunas , que muchos movimien -t o s i n d í g e n as b u s can s e r m e jo r a t e n d i do s p o r l o s h o s p it a l e s m o de r n o s ,por los jueces y los po l í t i cos de l «s i s t ema democrát i co» , y aun por l asi n s ti t uc i o n e s i n t e r n ac i o n a l e s d e d e r e ch o s h u m an o s y l a s ONG. En su-ma, l as p rác t icas d e l o s pueblos o r i g inar io s r eve l an cuán tas vece s l as d i -f e r e n c i a s cu l t u ra l e s , e n v e z d e s o s t e n e r s e co m o ab s o l u ta s , s e i n s e r t anen s i s t emas nacional es y t ransnacional es de in t e rcambios para corregi r

l a de s i gua l dad soc i a l .A m i m o do d e v e r , d e m o s t r a r l a f a lt a d e co i n c i d e n c i a e n t r e e l p e n -samien to indian i s t a o e tn ic i s t a y sus práct i cas efect ivas no es e l mejorp u n t o d e p a r t id a p a r a t r a t a r e s t o s d e s e n cu e n t r o s e n t r e l a a g e n da d e l ad i f e re n c i a y l a a g e n d a d e l a d e s i g u a ld a d . P r e f ie r o c e n t r a r m e e n l a d e -manda é tn i co -po l í t i ca de l o s pueblos i nd í genas , que des ean s e r r econo-cidos en sus diferencias y vivir en condiciones menos desiguales. Lap r e gu n t a , m ás b ie n , e s có m o co n v e r t i r e n f o r t a le z a e s t e d e s e n c u e n t r oe n t r e a f i r m ac ió n d e l a d i f e r e n c i a e i m p u gn ac i o n e s a l a d e s i gu a ldad .

Los comportamientos y discursos de los pueblos indios llevan arevisar el pasaje de la cultura a lo cultural examinado en el capítuloan t e r i o r . E n l a s co n f r o n t ac i o n e s p o l í ti c a s co m p r o b am o s l a u t i l id ad d e

la cultura sustantivada como recurso estratégico para sostener recla-mos. La reconceptual ización hacia lo cultural, co m o ad j e t iv o , n o s u s -tituye enteramente su uso sustantivado; sigue teniendo sentido paralos actores sociales hablar de su cultura, aymara o zapoteca en algu-n o s ca s o s p a r a d i f e r e n c i a r s e d e l a cu l t ur a n ac i o n a l ; b r a s il e ñ a o m e x i -can a , s i l a d i f e r e n c i ac i ó n h ay q u e e f e c t u a r l a f r e n t e a e x t r an j e r o s o e no t ro paí s . En d i s t in tas escalas , lo adje t ivo sof i s t i ca o in t e rseca e l s en-t i do sus tan t ivado. As í , l a t ens ión en t re lo propio y lo ajeno , no lo pro-p i o a i s la do , co n f i gu r a l a s e s c e n as d e i d e n t i f ic adó n y ac t u ac i ón . E n e s -te sentido, propongo considerar también la interculturalidad comopatrimonio.

T o m o l a d e s c r i pc i ó n d e l o q u e v i e n e s t e co l o q u i o y e n o t r o s s e m e -

jan t es . Acepto l a pregunta que co ndujo l as s es iones : ¿Qué es lo que t e -n e m o s e n co m ú n ? S i n du da , e l t e r r i t o r io , p e r o t am b i én r e d e s c o m u n i -cac iona l e s como In t e rne t , a través de l a cua l s e convocó a e s t a r e un ión ,s e o rga n izaron c i en aspec tos p rác t i cos y conce p tua l e s en t r e g rupos queviven en d i s t in tos paí ses , a mi l es de ki lómet ros de d i s t ancia .

Tienen también en común el español, aunque mechado con cons-t an t e s e x p r e s i o n e s e n s u s l e n gu as . Al h ace r e s t e m o v i m i e n t o d e i d a yvuel t a , mos t raban que compart en —además de l español— el bi l ingüis -m o , y au n e l t r il i n gü is m o d e q u ie n e s co n o ce n e l i n g l é s . C o i n c i d e n e nla exper i encia de c i rcular en t re l as mat r i ces cul tural es d iversas que re -p r e s e n t a n e s a s l e n g u a s .

Page 24: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 24/110

T am b i én co m p ar t e n r e l a t o s , m i to s , d an z as y f i e s t a s . P e r o n o co m orepertorios embalsamados. Algunos de esos elementos provienen desus cu l turas p reco lon ia l e s y mue s t ran parc i a l e s s eme janzas po rque e l a -boran de modos simbólicos análogos cómo cultivar la tierra, relacio-nars e con l a na tura l eza y o rgan izars e com o fami l ias y pueblos con e sosfines. Otras creencias, danzas y fiestas coinciden porque fueron im-puestas durante la colonización por los españoles, y difieren por losm o do s e n q u e s e ap r o p i ó cada p u e b l o d e l a c e l e b r ac i ó n d e l a V i r g e n o

de la danza de moros y cristianos para representar ya no esa lucha(¿qué ti ene n que ver los mo ros aquí?) s ino l a d e los nat ivos con t ra losespañoles. Difieren también por las operaciones de_ reinterpretaciónco n q u e ac t u a l i za r o n a l o l a r go d e l s i g l o x x e s a s h e r e n c i a s .

Comparten, asimismo, la mezcla de recursos tradicionales y mo-de r n o s p a r a a t e n de r n e c e s i dad e s d e s a l u d , d e co m u n i cac i ó n l o ca l , n a -cional y g lobal , incluso para l as t areas más t radic ional es de cul t ivar l at i e r r a , o a dap t a r s e a l a s c i u dade s , e n v i a r r e m e s as d e d i n e r o y m e n s a j e sd e u n p a í s a o tr o .

Además , compart en e l hábi to de dar importancia a l as re l aciones der e c i p r o c idad y co n f ian z a , au n e n s o c i e d ad e s — co m o l a m ay o r í a d e l a si nd í gen as— in t ensamen t e a r t i cu ladas con l a economía cap i t a l is t a . O sea

q u e n o s o l o co i n c i d e n e n l a s r e l a c i o n e s d e r e c i p r o c i dad co m u n i t a r ia yen sistemas normativos que garantizan y regulan su funcionamiento,sino sobre todo en la experiencia de hacer coexistir interacciones co-m u n i t a r ia s e i n t e r cam b i o s m e r can t i l e s . C o n s e cu e n t e m e n t e , l o s a c e r cav i vi r e n do s s i s t e m as d e go b i e r n o : e l d e l a s « aut o r i dad e s » ( qu e n o e x -p r e s an ú n i cam e n t e r e c i p r o c idad co m u n i ta r i a ) y e l d e l a s r e l a c io n e s n a -cionales e internacionales de poder (que no son solo democráticas y

- -abstractas).P o dr í a d e s c r i b ir v a r i a s s i tu ac i o n e s , d e n t r o d e l a r e u n i ó n , e n l a s q u e

es tas exper i encias compart i das apareci e ron hibr idándose . Por e jemplo ,cuando un líder quiché explicó que «antes de tomar el agua tenemosque dar agua a nuestra madre tierra»: lo dijo mientras empinaba una

bote l l a de Squi r t ( t ambién había Coca-Cola y agua mineral embote l l a-da en l as mesas) incl inándola para mos t rar cómo había que hacer lo . Alcostado, Felipe Quispe, el líder aymara, tenía una bolsa plástica conh o ja s d e co ca . L a d i v e r s idad i r r um p í a e n e l r e p e r t o r io d e r e cu r s o s m a-teriales y simbólicos como diversidad tradicional-moderna, transhis-tórica, mult icultural .

E s cu ch am o s q u e n o t o do s l o s r e cu r s o s s e u s an in d i f e r e n c i ad am e n -te en todas las escenas. Explica Felipe Quispe, líder del MovimientoIndio Pachakutek: «Yo no puedo usar sombrero, ni la vestimenta quellevo en mi ayllu, al venir aquí; no se me permite». Se puede oír esto

como una prohibición o una ritualidad jerarquizada, y —¿por quén o ? — co m o e v i d e n c i a d e f l e x i bi l id ad , d i s po s i c i ón a v e s t i r se d e m o d o sd i v e r s o s , se g ú n s e v i van e s c e n a s d e p e r t e n e n c i a o i n te r cam b i o .

¿ D ó n de r e s i d e , e n t o n ce s , l a fo r t a le z a? N o v e o l a v e n t a ja d e b u s ca r -l a y d e s t aca r l a s o l o e n l o s r a s go s d i fe r e n c i a l e s d e o p o s i c ió n . ¿N o s e r e -p r o du ce a s í , co m o au t o s e g r e g ac i ó n , la p o l í t ic a d e s ca l i fi c ado r a y d i s c r i -m i n ado r a d e l o s d e n o m i n ado r e s q u e d e s v a l o r i z an l a s d i f e r e n c i a s ?

El autor más citado en esta reunión, Guillermo Bonfil, cuyo libro

M éx ico profundo inspiró el título de este encuentro, también se plan-teó estas preguntas en su última conferencia y su último artículo, po-co antes de su muerte en julio de 1991. Cuando dio en la UniversidadAu t ón o m a M e t r o p o l it an a , d e M éx i co , l a co n f e r e n c i a « D e s a f í o s a l a an -tropología en la sociedad contemporánea», comenzó retomando la vi-s i ó n c l ás i ca s e gú n l a cu a l l a p r im e r a t a r e a d e e s t a d i s c ip l in a d e b e r í a s e r«documentar el estado actual» de los rasgos «que no corresponden aun modelo de sociedad moderna que se está implantando», «rescatarpor lo menos el testimonio de formas de vida, de experiencias huma-nas, de rostros culturales de la humanidad, de proyectos germinales,que son diferentes del proyecto que se está tratando de plantear comoh o m o gén e o y co m o h e ge m ó n i co » ( Bo n f il , 1 9 91 : 8 0 ). L a p r i m e r a r e ac -

c i ó n e r a s e m e jan t e a l a d e l a m ay o r í a d e l o s an t r o p ó lo go s , o s e a e x a l t a rl o t r a d i c i o n a l y d e s l in da r l o d e l o m o d e r n o , co n e l e s q u e m a b i n a r i o , u npoco maniqueo, que organizó su último libro: la división tajante entreel México profundo y el México imaginario (iíd.: 198).

Pero también sensible a las variadas formas en que los grupos seapropian de lo moderno, evocó el uso de las computadoras por los jó-v e n e s m i x e s p a r a r e co g e r s u s t r a d i c io n e s o r a l e s y r e cu p e r a r co n t e cn o -logía avanzada su sabiduría antigua. Ese ejemplo muestra, nos decía,que las innovaciones modernas no desvirtúan fatalmente las culturastradicionales, sino que pueden reforzarlas. Si la antropología se dedi-cara más , s egún Bonf i l , a conocer cómo los o torn i es de l Val l e de l Mez-q u it a l i n t e r p re t an l o s m e n s a j e s d e l a t e l e v i s ió n , o có m o l o s g r u p o s p o -

pulares urbanos descodifican la información extranjera que recibendiariamente, podríamos tener una visión menos estereotipada y alar-m ada d e l a g l o b a l iz ac i ó n . D e m an e r a q u e , l ue g o d e a dv e r t ir n o s co n t r al a s t e n d e n c i a s h o m o ge n e i z ado r a s , pr e v e n í a s o b r e e l r i e s go d e c r e e r q u ela modernidad solo uniforma.

Ya en su libro M éx ico profundo Bonfil demandaba crear nuevash e r r am i e n t a s « p a r a h ace r l a an t r o p o l o g í a d e l o t r an s n ac i o n a l, n o co m ol o s r e s u lt a do s q u e t i e n e l o t r an s n ac i o n a l e n l a s co m u n i dade s q u e e s t a -mos acostumbrados a estudiar, sino como el fenómeno en sí mismo».P o r e s o , e n s u ú l t im o a r t í cu lo , d e d i cado a l T r a t ado d e L i b r e C o m e r c i o

501

Page 25: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 25/110

en t r e M é xi c o , lo s Es t a d os U n i d os y C a n a d á , que c om enz a b a a g e s t io -narse , sos tuvo que México e s mucho más que sus cues t iones indíge nas ,y que en e l mundo hay ot ros mo vimientos , más a l lá de la s cu l turas lo-cales, que merecen atención. Demostraba que la antropología puedede c i r s o b re e s o s cam p o s , q ue a l gu n o s s u p o n e n e x t r añ o s a s u t r a d i c i ó n ,a l go q u e a o t r a s d i s c i pl i n a s n o s e l e s o cu r r e .

En aquel a r t ícu lo que ant ic ipó la s consecuenc ias de la mayor in te-

gración con los Estados Unidos que trajo para México el TLC, apl ica-d o a pa r t ir d e 1 9 9 4 , s in t e t i za b a e l pa s a je d e l a mod e rn i d a d pos r ev o l u-cionaria, en la que se podía ser diferente, a una trama posnacional.«Desde l a década de 1920 se def in ió una i deo logía nacional i s t a que fuebandera de los gobiernos de la Revolución. Muchas generaciones demexicanos aprendimos que l a soberan ía nacional e ra un valor que ame-s i saba cua lquier sac r i f ic io, por e j emplo, que la s nac iona l izac iones d e lp e t r ó le o , l o s f e r r o ca r r i le s , l a e n e r g í a e l é c t r ic a y d e s p u és l a b an ca , e r anhitos históricos que reafirmaban nuestra soberanía nacional; que elcri t er io fundamenta l pa ra ad jud ica r la t i erra era dárse la a quien la t ra -baja, no a quien l a haga produci r con mayor g anancia ec onómica. Tam-bién aprendimos una c i e r t a vi s ión , una imagen de l paí s vecino de l nor-

te, que se resumía en la frase: "pobre México, tan lejos de Dios y tancerca de los Es tados Unidos" y, hablando de Dios , t ambién nos quis i e -r o n l a i co s , p a r ti d a r i o s d e l a s e p a r ac i ó n ab s o l u ta e n t r e I g l e s i a y E s t ado ,conscientes del peligro que representa la injerencia de aquella en losas u n t o s q ue s o n co m p e t e n c i a d e e s t e , y q ue e r an m u ch o s . Ap r e n d i m o sa v e r l a f ron t e ra no r t e c om o u na l í n ea qu e nos s epa ra , po rqu e é ra mosy qu e r í a mos s eg u i r s i end o d i f e r en t e s . T od o e s t o a p r end i mos , ma l qu eb i e n , e n l a e s cu e l a . ¿H as t a dó n de e s o s p r i n c i pi o s d e i d e o l o g í a n ac i o n a -lista son compatibles con el proyecto histórico por el que se está op-t an do p a r a e n cau z a r a l p a í s ?»

En aquel texto de 1991, al registrar los cambios radicales en rela-ción con el territorio, Bonfil colocaba la alternativa- no tanto en la

opos ic ión f ron ta l a l a g lobal ización, desde una vida comuni tar i a o rga-nizada sobre el amor a la tierra, sino en la democratización de las re-laciones sociales de desigualdad. «Nuestra agricultura tradicional,forjada en el transcurso de milenios, busca la diversificación para al-canzar la autosuficiencia. Obedece, pues, a una lógica de la produc-c i ó n q u e e s r a d i ca l m e n t e o p u e s t a a l a l ó g i ca q u e p r i v il e g i a a l m e r cado .L a co n t r ad i cc i ó n n o e s n u e v a ( v éas e l a h i s t o r ia d e l a p o l í ti c a d e c r éd i -to al campo, empeñada en impulsar cultivos "comerciales" en detri-ment o d e l o s d e s u b s i s tenc i a ) ; s o lo qu e e n e l p roy ec t o a c t u a l e s a c on -t r a d i cc i ó n s e a c e n t ú a y s e t o r n a m ás n í t i d a e i r r e du c t i bl e . Y n o e s s o l ou n p rob lema d e o r i en t a c i ó n d e l c r é d i t o : toc a d i r e c t a men t e a s u n t os c o -

mo la forma de tenencia de la tierra (el ejido y las tierras comunalesfrente a la propiedad privada), la organización del trabajo y, a fin decuentas , l a s bases mismas d e la v ida rura l . No hay por qué escand a l i -zarse del cambio; la cuestión está en quiénes lo deciden y con cuálesrazones: ¿qué peso tiene la opinión real de los campesinos acerca del o s c am b i o s qu e s e d e m an d a r án d e e l l o s ? ¿ q ui én e s y có m o v an a d e c i -dir si la opción favorable es la especialización de la producción agrí-cola en cultivos comerciales o, por el contrario, la diversificaciónor i en tada hacia l a autosuf ic i encia a l imentar i a?»

Para retomar a otro autor, Miguel Bartolomé, que en un libro másr e c i e n t e s i s te m a t i z a l o s e s t u d i o s s o b r e l o s p u e b l o s i n d í g e n as , co n cu e r -do con él en qu e l a s t eo r í a s d e l d e s a r ro l lo , d e s d e a qu e l la s qu e f o rma -r o n l a s n ac i o n e s m o de r n as h as t a l o s d e s a r r o l l is m o s , s e e q u i v o ca r o n a lsubordinar la diferencia a la desigualdad y creer que borrando la pri-mera podía superarse l a s egunda. También lo p i ensan as í muchos indí -genas que esconden su diferencia como táctica contra la discrimina-ción. Pero no se corrige el error únicamente afirmando la diferencia.Bartolomé, al igual que otros autores actualizados sobre el carácterimaginado , cons t ruido y cambiant e de l as i den t i dades , aceptan que « lasf o rma s c u l tu ra le s c omo l a s i d ea c i ones qu e l a s r e f l e j a n s e t r a n s fo rma nco n e l t i e m p o ; l o q u e p e r m an e ce s o n l o s c am p o s s o c i a l e s a l te r n o s q u eco n s t r u ye n . E l p ro ce s o d e co n f i gu r ac i ó n d e l a d i v e r s i dad n o n o s r e m i -t e e n t o n ce s a i d e n t i d ad e s e s e n c i a l e s q ue d e b e n s e r p r e s e r v adas , si n o ala vigencia de espacios sociales diferenciados cuyos límites tiendena man t ene rs e» (Bar to lomé, 1997: 191-195).

Es cierto para varios millones de indígenas aún afincados en susterritorios originarios. Pero no se aplica a otros millones, que tuvie-ron que migrar o deseaban nuevos horizontes (urbanos, en otros paí-s e s ) , y cam b ia r o n s u s m an e r a s d e p e r t e n e c e r , i d e n t i f ic a r s e y e n f r e n t a rla opresión o la adversidad. Es un proceso largo, pero se agudiza yex t i end e a ho ra , más qu e c omo c ons ec u enc i a d e l a s po l ít i c a s na c iona -l i st a s o d e s a r r o l li s ta s , d e b i do a l f r aca s o s o c i a l d e l a s p o l í t ic a s d e d e s a -r ro l lo y a l a r a d i c a l d e s na c i ona l i za c i ó n d e l a s e c onomí a s l a t inoa mer i -canas. Los indígenas no son diferentes solo por su condición étnica,sino también porque la reestructuración neoliberal de los mercadosa g ra v a s u d e s i g u a ld a d y exc l u s i ón . S a b emos en c u á n tos c a s os s u d i s -criminación étnica adopta formas comunes a otras condiciones devulnerabilidad: son desempleados, pobres, migrantes indocumenta-dos, homeless, desconectados. Para millones el problema no es man-t e n e r « cam p o s s o c i a l e s a l t e r n o s » , s i n o s e r i n c l u ido s , l l e ga r a co n e c t a r -se , s in que se a t rope l l e su d i f e rencia n i s e los condene a l a des igualdad.En suma, ser ciudadanos en sentido intercultural.

Page 26: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 26/110

Los estudios recientes sobre las condiciones socioculturales y lasde m an das p o l í t ic a s d e l o s p ue b l o s i n d í g e n as m u e s t r an q u e m u ch o s r e -presentantes de la llamada América profunda están interesados en lamodern ización. No so lo enf ren tan a lgunas de sus in jus t i c i as para af i r -mar su d i ferenc ia ; t ambién quieren apropia rse y reu t i l iza r b ienes mo-de r n o s a fi n d e co r r e g i r la d e s i gu a l dad .

2. E l s eg u nd o e nc u en t ro a l qu e d e s eo r e f e r i rme f u e e l p rog ra ma d o

p o r l a Or gan i z ac i ón d e E s t ado s I b e r o am e r i can o s , co n u n s e m i n a r i o e nM éx i co , e n e n e r o d e 2 0 0 2 , y o t r o e n Rí o d e J an e i r o , e n m ar z o d e l m i s-mo año , a f i n de fo rmular un d i agnós t i co y p ropues t as para e l d e sar ro l lo-cultura l de l a r eg ión . Dos mesas de t rabajo , fo rmadas po r l íde re s de mo-vimien tos socia l es , c i en t í f i cos y ges tores cul tural es , s e dedicaron a l as«ra í ces», t ra t ando una d e e s t ab lece r l as pe rspec t ivas de l as cu l turas i nd í -ge nas y o t ra de l as cul turas afroamericana s en Iberoamérica. No fueronlos únicos lugares en que se t rató la s i tuación de es tos grupos, porque susd i f e renc i as y des i gua ldad es emerg i e ron t ambién en l as mesas ded i cadas a«migración, cul tura y c iudad anía» , «pat r imonio cul tural, tur ismo y d e-sar ro l lo», «indus t r i as cu l tura l e s y d ive rs i dad» y «ed ucac ión y cu l tura».

T am b i én e n e s t e c a s o h u b o i n t e n t o s e s e n c i a l is t a s d e d e f i n ir l o i n d í -

g e na a pa r t i r d e s u c os mov i s i ón , a c ompa ña d os po r u na mi ra d a e s c é p-t ica a cua lquier modelo de Estado pluricu l tura l . Al desg losa r el sent i -do de las políticas integradoras y discriminadoras en varios países(Bras i l , Bol ivia , Guatemala y México) , s e observó que los avances del o s p u e b lo s i n d í g e n as h ab í an o cu r r i do ca s i ú n i cam e n t e e n á r e a s cu l t u -rales (educación bilingüe, legitimación de comportamientos simbóli-c os ) , pe ro e n l o s t e r r i t o r i o s y b iene s ma t e r i a l e s má s b i en s e a c u mu la -b a n pé rd i d a s . A n t e l a p r eg u n t a d e c ó mo a c a b a r c on e s t e t r a t o d u a l , s er eg i s t ró e l f r a c a s o d e l a s l uc ha s a rma d a s d i r ig i d a s a d e s t ru i r l o s Es t a -dos na cional es , como suce dió en G uatemala, y, por o t ra par t e , l as d i f i-cu l ta d e s d e o b t e n e r l o g r o s p o r v í a s p r ác t ic a s , co n s t a tab l e e n l o s d e m áspa í s e s c on a l t a pob la c i ón i nd í g e na . P e s e a e s t o s r e s u l ta d os d e s a l en t a -

d o r e s , s e s o s t uv o qu e e s d i f íc i l c onc eb i r s o lu c i ones ún i c a men t e d e s d el a af i rmación an t iocciden ta l de l as d i f e rencias y l a cons t rucción de Es-tados ind ios autónomos. Las sa l idas s e s i túan , t ambién , en a l i anzas conlos grupos mestizos u «occidentales» que están discutiendo la demo-c r a t i zac i ó n d e l o s E s t ado s n ac i o n a l e s .Una vi s ión más compleja permi t ió i den t i fi car que no se t ra t a de unaopos ic ión t ajan t e en t re cosmovis iones indígenas que pudi e ran af i rmar-s e s o l a s f r e n t e a t e r r i to r i o s y r e cu r s o s m a t e r i a l e s co n t r o lado s e n f o r m ahe t e ró noma . L a s c os mov is i ones s e r e a l i z a n y s e r e i n t e rp r e t a n en me -d i o d e l a « l óg i c a d i s c on t i nu a » qu e r i g e l a a d mi n i s t ra c i ón d e l o s e s pa -

cios. Hay «territorios continuos, discontinuos y compartidos». La ne-cesidad de los Estados y de los propios pueblos indios de circular poresas diversas modulaciones del espacio hace imposible pensar a estospueblos como «campesinos pobres habituados a vivir en regiones in-hóspi tas , que gus tan d el a i s lamiento y la incomunicac ión, espe c ia l iza -dos en la agricultura de subsistencia, productores de artesanías» (DelVal , 2002: 69) . S i no nos s i tuamos en una d i ferenc ia ontológ ica de losindígenas, sino en el campo dinámico y cambiante de sus avances po-

l í ti co s , d e l o s i n t e r e s e s d e E s t ado s n ac i o n a le s y e m p r e s a s t r an s n ac i o n a -l es por incorporar sus t e r r i to r ios a los mercados g lobal izados , y s i t am-bién tenemos en cuenta la atención mundial que atraen varias luchasi nd í g ena s , s e v u e l v e ev i d en t e l a i mpor t a nc i a d e c on t a r c on l ey e s y po -l í ti c a s qu e g a ra n t i c en e l e j e r c i c io d e l a d i f e r enc i a en e s pa c i o s u rb a nos ,en las migraciones nacionales e internacionales, en el reconocimientou n i ve r s a l d e d e r e ch o s .

Es t a n ec e s i d a d d e qu e e l e j e r c i c i o d e l a d i f e r enc i a c u l tu ra l tr a s c i en -da los espacios rurales asociados con la pobreza no reduce la impor-tancia de defender y garantizar la reproducción autónoma de aquelloque en cada etnia es innegociab le e inas imi lab le . Estas dos nocionesfueron desarrolladas por José Jorge de Carvalho en la mesa sobre el

u n i ve r s o s i m b ól ico a f r o n o r t e am e r i can o , do n d e s e d e s t acó q u e — p e s e a lv a l o r d e a l gu n o s p r o ce s o s d e m e s t i za j e e h i br i dac i ó n — l a s cu l t ur a s t i e -nen núcleos o estructuras inconmensurables, no reducibles a configu-r a c i ones i n t e r c u l tu ra le s s i n a m ena z a r l a c on t i nu i d a d d e l o s g ru pos qu ese i den t i f i can con e l los .

E l r e co n o c i m i e n t o y l a p r o t e cc i ó n d e e s t a s d i fe r e n c i a s i n a s i m i lab l e stiene importancia cultural, y también política. Es imposible olvidarque hay infinidad de procesos históricos y situaciones de interaccióncotidiana en que marcar la diferencia es el gesto básico de dignidad yel primer recurso para que la diferencia siga existiendo. En este senti-do , e n s o c i e dad e s du a l i s t a s, e s c in d i da s , q u e s igu e n s e g r e g an do a l o s i n -d i o s , l a s p o l ít i c a s d e l a d i f e r e n c i a s o n i n d i s p e n s ab le s .

Al mismo t i empo, l a in t ensa y ya l arga in t e racción en t re pueblos in-dígenas y sociedades nacionales, entre culturas locales y globalizadas( in c l u ida s l a s g l o b af iz ac i o n e s d e l a s l u ch as i n d í g e n as ) , h ace p e n s a r q u ela interculturalidad también debe ser un núcleo de la comprensión del as práct i cas y l a e l aboración de po l í t i cas . Como decíamos , los pueblosindígenas tienen en común el territorio y a la vez redes comunicacio-n a l e s t r an s t e r r it o r i a le s , e l e s p añ o l y s o b r e t o do l a e x p e r i e n c i a d e l b i li n -güismo, la disposición a combinar la reciprocidad y el comercio mer-can t i li z ado , s is t e m as d e au t o r idad l o ca l y d e m an d as d e m o cr á t ic a s e n l as o c i e dad n a c i o n a l.

54 55

Page 27: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 27/110

N o e s p o co e s t e p a t r im o n i o d e i n t e r cu lt u r a li d ad e n u n a ép o ca e n l acu a l l a e x p an s i ó n g l o b a l d e l c ap i ta l i s m o b u sca u n i f o r m ar e ! d i s e ñ o d etantos productos y subordinar los diferentes a patrones internaciona-les; cuando, por ejemplo, la mayoría dejos estadounidenses no sienten e ce s i dad d e s ab e r m ás q u e i n g l é s , co n o ce r s u p r o p i a h is t o r ia e i m ag i -n a r s o l o co n s u c i n e y t e l e v i s ió n . L o s p ue b l o s i n d í g e n as t i e n e n l a v e n -t a ja de conoc e r a l meno s dos l eng uas , a r ti cu la r r ecursos trad i c iona l e s y

modernos, combinare! trabajo pago con el comunitario, la reciproci-dad co n l a co m p e t e n c i a m e r can t i l.Sin duda, hay contribuciones de la sabiduría, las costumbres y las

h i st o r ia s i n d í g e n as q u e p u e de n e n r i q ue ce r y s e r v i r co m o r e f e r e n c i a a l -ternativa a maneras destructivas de ser occidentales y modernos. Dehecho, ya lo están aportando. Pero ¿cómo dejar de tomar en cuentaque una parte decisiva de esa contribución consiste en el sentido quee n cu e n t r an l o s i n d í g e n as a l v i vi r l a i n te r cu l t u ra l i d ad ? L o s i n d í g e n as ,co n s u co m p l e j a a r t i cul ac i ó n d e m o d o s d e s o c i ab il i d ad co m u n i ta r i a ymercantil, ayudan a imaginar una América donde la pluralidad no seempobrezca. Sin embargo , no podemos sobrevalorar l a importancia dee s t e ap o r t e an t e l a d e s i gu a l p o te n c i a d e l a s e m p r e s a s y p o de r e s p o l í t i-

co s q u e l o s i gn o r an , o p r o m u e v e n o t r a s v í a s d e d e s a r r o l lo .

Pie r re Bourd i e t t : l a d i fe renc ia l e í dad e s d e l a d e s i g u a ld a d

T o m ar é a e s t e au t o r co m o u n o d e l o s m ás i n f lu y e n t e s e n e ! t r a t am ie n -to de - es t e t ema . Es s ign i f i cat ivo cómo cons t ruyó Bourdi eu l a po t enciaexpanfiva de su teoría sociológica. Comenzó trabajando como antro-pólogo en Arg e l i a y adh i r ió a l auge d e l a an t ropo log í a e s t ruc tura l en l asdécadas de 1960 y 1970. Pero vio al método estructural como un mo-mento d e l anál i s i s , como la « re cons t rucción obje t ivis t a» por l a que hay

q u e p as a r p a r a acc e d e r a i n t e r p r e t ac io n e s « m ás co m p l e t a s y m ás co m -plejas» (Bourdieu, 1980: 441) de l o s p r o ce s o s s o c i a le s . E n co n t r ó e n l at e o r í a m ar x i s ta e s a i n t e r p r e t ac ió n m ás ab a r cad o r a , p e r o e n l o s m i s m o saños en que cas i todo e l marxismo francés —y buena pa r te d e l eu ropeo—concebía su renovación intelectual como un esfuerzo hermenéutico yespeculativo, althusseriano primero, gramsciano después, Bourdieubuscó en investigaciones empíricas la información y el estímulo parareplan t ear e l mater i a l i smo hi s tór ico . No in t en tó es ta renovación en l asáreas declaradas es t ra tégicas por e l marxi smo clás ico , s ino en lo que l aortodoxia economicista había excluido o subvalorado: el arte, la edu-cación, la cultura. Dentro de ellos, analizó, más que las relaciones

de p roducc ión , l o s p rocesos sobre l o s que el marxi smo menos ha d i cho :l a cons t rucc ión de l as d i f e renc i as soc iocul tura le s en e l consumo.

Llamó la atención, al comienzo de sus estudios sobre sociedadesmodernas , que Bourdi eu e l i g i e ra par t i r de l a práct i ca de l a fo tograf ía ola as i s t encia a museos . ¿No hay en l a vida soc ia l cues t iones más propi -cias para comprender la manera en que se cons t i tuyen l as d i f e renciasd e c l a s e ? É l pe r c i b ió q u e l o q u e u n g r u p o s o c i a l e s co ge co m o f o t o g r a -

f iab l e r e v e l a q u é e s l o q u e e s e g r u p o co n s i d e r a d i gn o d e s e r s o l e m n i za -do , có m o f i ja l a s co n du c t a s s o c i a / m e n t e ap r o b adas , d e s d e q u é e s q u e -mas percibe y aprecia lo real. Los objetos, lugares y personajess e l e cc i o n ado s , l a s o ca s i o n e s p a r a f o t o g r a f ia r m u e s t r an e l m o d o e n q u ecada s e c t o r s e d i s ti n gu e d e l o s o t r o s . T a le s d e s cu b r im i e n t o s h ace n p a -t e n t e q u e p a r a e l s o c i ól o go n o h ay t e m as i n s i gn i fi c an t e s o i n d i gn o s .

E l m o do e n q u e Bo u r d i e u i n v e s t i gó y e x p u s o e s t a s cu e s t io n e s t am -b i én s e ap a r t ab a d e l o s h ábi t o s a cadém i co s do m i n an t e s . C u an do i n i c i ósu trabajo no era común que se combinaran reflexiones estético-filo-sóf icas con encues t as , e s t ad í s t i cas y anál i s is e t nog ráf icos , menos a ún enF r an c i a . N o e r a f r e cu e n t e q u e u n s o c ió l o go d e d i ca r a c e n t e n a r e s d e p á -g i n a s a d i s cu ti r la s co n d i c i o n e s d e c i e n t i fi c i d ad d e s u d i s c i p l in a y a l a

v e z p r o cu r a r a i n co r po r a r , e n e l c e n t r o d e l d i s cu rs o , d e s c r i p c io n e s ca s if enomenológicas de l mundo vivido , y agregara fo tos , en t revi s t as , f rag-men tos de d iar ios y revi s tas . Se nos presen taba cas i con l a ambición f i-losófica de construir el sistema total, pero con el rigor minucioso delc i en t í f ico . Se fue aprop iando d e t eo r í as d ive rg en t e s — Marx , Durkhe im,Weber— para explicar conjuntamente el sentido social de Proust yLévi -S trauss , de Raye ! y Pe tu l a Clark , de l whi sky y lo s muebl es K no l l ,has t a l as var i an t e s con que d ive rsas c l as es e je rcen e l gus to gas t ronómi-co y l a cosmét ica f emenina.

C o m o m u ch o s e s t u d i o s bas ado s e n e n cu e s t a s , l o s q ue Bo u r d i e u d i -r i g ió sobre l a educac ión f rancesa y sobre e l públ ico de museos comie n-z an r e g i s tr an do co n r i go r e s t a d í s ti co l o q u e t o do s y a s ab e n : l a a s i s te n -

cia a los museos aumenta a medida que ascendemos de niveleconómico y e sco l a r , l as pos ib i l i dades de acceso y de éx i to en l a e scue-l a c r e c e n s e g ú n l a p o s ic i ó n d e c l a s e q u e s e o cu p a y l a s p r e co n d i c i o n e sr e c i b ida s d e la fo rmación fami li a r . La conc lus ión de e s to s da tos e ra ob-via : «El acceso a l as obras cu l tura l e s e s p r iv il eg io d e l a c l as e cu l t ivada»(Bourdieu, 1980: 69). Este autor usó las encuestas para elaborar unaproblemát ica que no surge de l as c i f ras . Desde sus pr imeras inves t i ga-ciones en Arge l i a , desde los es tudios sobre l a escue la y e l museo , t ra tóde co n s t r ui r u n a t e o r í a m u l ti d e t e r m i n ada d e l a s d i fe r e n c i a s y d e s i gu a l -dad es soc i a l e s . Buscó in fo rmación empí r i ca para no r e inc i d i r en l as e s -p e cu l ac i o n e s e s t é t ico - f il o s ó fi ca s s o b r e e l g u s t o n i e n l a s a f i r m ac i o n e s

Page 28: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 28/110

meramente doctrinarias con que casi todo el marxismo vinculaba loe co n ó m i co y l o s i m b ó l ico , p e r o a l a v e z s o m e t i ó lo s d a t o s a u n t r ab a -jo e p i s t e m o l óg i co cap az d e l l e v a r lo s a co n c l u s io n e s m e n o s s u p e r f i c ia -l e s que l as que sue l en r e co l ec t a r l o s e s tud ios de l a op in ión publi ca y de lm e r c a d o .

Si bien la obra de Bourdieu, durante un largo tramo, fue una so-cio logía de l a cul tura, sus problemas bás icos no son «cul tural es» . Laspreguntas que originan sus investigaciones no son: ¿Cómo es el pú-

blico de los museos? O ¿cómo funcionan las relaciones pedagógicasdentro de la escuela? Cuando estudia estos asuntos está tratando deexplicar otros, aquellos desdelos cuales la cultura se vuelve funda-m e n t a l p a r a e n t e n d e r l a s d i fe r e n c i a s s o c i a l e s . C ab e ap l ic a r a Bo u r d i e ulo que él afirma de la sociología de la religión de Weber: su méritoco n s i s te e n h ab e r co m p r e n d i do q u e l a s o c i o l o g í a d e l a cu l tu r a « e r a u ncapítulo, y no el menor, de la sociología del poder», y en haber vistoe n l a s e s t r u c t ur a s s i m b ó li ca s , m ás q u e u n a f o r m a p a r t i cu l a r d e p o de r ,«una dimensión de todo poder, es decir, otro nombre de la legitimi-dad, producto del reconocimiento, del desconocimiento, de la creen-c i a e n v i r t ud d e l a cu a l l o s p e r s o n a je s e j e r c e n l a au t o r idad y s o n do t a -dos de prestigio» (Bourdieu, 1980: 243-244).

L as p r e gu n t a s f u n dado r a s d e c a s i t o d o s s u s t r ab a jo s , au n q ue n o l a senuncia expresamente así, son dos: 1) ¿Cómo están estructuradas—económica y s imból icamente— la r eproducc ión y la d i fe r enc iac ión so-cial? 2) ¿Cómo se ar t i culan lo económico y lo s imból ico en los proce-s o s d e r e p r o d u cc i ó n , d e s i gu a l dad y co n s t r u cc i ó n d e l p o de r ?

P a r a r e s p o n de r l a s , Bo ur d i e u r e t o m ado s i d e a s c e n t r a l e s d e l m an c i s -mor/a- sac i edad e s tá e s t ruc turada en c l as es soc i a l e s y l as r e l ac iones en -t r e l a s c l a s e s s o n r e l a c i o n e s d e l u cha . S in e m b ar go , st f t eo r í a soc i a l i n -corpora o t ras corr i en t es dedicadas a es tudiar los s i s t emas s imból icos yl a s r e l a c i o n e s d e p o de r . P o r e s t o , y p o r s u p r o p i o t rab a jo d e i n v e s t ig a -ción empí r ica y ree laboración t eór ica, su re l ación con e l marxi smo esp o l ém ica a l m e n o s e n cu a t r o p u n to s :

Los v ínculos entre producción, circulación y consumo. Aunque a lgu-nos textos teóricos del marxismo, empezando por la Introducción ge -neral a la crítica de la economía política, proponen una in t e racción d ia-l éct i ca en t re los t érminos , sus anál i s i s de l capi t a l i smo se han cen t radoen la producción. A partir de la década de 1960 algunos sociólogosmarxi s t as , e spec i a lmen t e l o s de d i cad os a l a cues t ión urbana , t eo r izarone l consumo e inves t i garon sus es t ructuras , pero sus t rabajos s i gui e rons u b o r d i n án do l o a l a p r o du cc i ó n : lo v i e r o n ca s i s i e m p r e co m o u n l u ga rnecesario para la reproducción de la fuerza de trabajo y la expansiónde l capi t a l . Al no reconocer que e l consumo es t ambién un e spac io de -

cisivo para la constitución de las clases y la organización de sus dife-rencias, y que en el capitalismo contemporáneo adquiere una relativaau t o n o m í a , n o l o g r an o f r e c e r m ás q u e v e r s io n e s r e m o de l ada s d e l e co -nomicismo productivista tradicional en el materialismo histórico(Terrail, Preteceille y Grevet, 1977). P ar a Bo u r d i e u l a s c l a s e s s e d i f e -rencian, igual que en el marxismo, por su relación con la producción,p o r l a p r o p ie d ad d e c i e r t o s b i e n e s , p e r o t am b i én p o r e l a s p e c t o s i m b ó-lico del consumo, o sea por la manera de usar los bienes transmutan-

do l o s e n s i gn o s . S u s o c i o l o g í a d e l a cu l t ur a n u t r e l a s o c i o s e m i ó t ica d el o cu l t ur a l i n i c iada e n F r an c i a e n aq u e l l o s añ o s .La teoría del valor trabajo. U n a g r an p a r t e d e l o s an á l is i s d e Bo u r -

dieu sobre la constitución social del valor se ocupa de procesos queo cu r r e n e n e l m e r cado y e l co n s u m o : l a e s ca s e z d e l o s b ie n e s , su ap r o -piación d i f e rencia l por l as d i s t in tas c lases y l as es t ra t eg ias d e d i s t inciónque elaboran al usarlos. Cuando desarrolla la concepción más estruc-t u r a l s o br e l a f o r m ac i ó n d e l v a l o r a p r o p ó s it o d e l « p r o ce s o d e p r o du c -ción» del arte, dice que no debe entendérselo como la suma del costode producción, la materia prima y el tiempo de trabajo del pintor: laf u e n t e d e l v a l o r n o r e s i d e e n l o q u e h ace e l a r t i st a , n i e n co m o l o h ace ,ni en la decisión del marchante o la influencia de tal galería; «es en el

campo de producción, como sistema de relaciones objetivas entre es-t o s a g e n t e s o e s t a s i n s t it u c io n e s y l u ga r d e l u ch as p o r e l m o n o p o l io d e lp o d e r d e c o n s a g r a c i ó n, d o n d e s e e n g e n d r a n c o n t i n ua m e n t e e l v a l o r d el a s o b r a s y la c r e e n c i a e n e s t e v a l o r » ( Bo u rd i e u , 1977: 5-7).

La imb ricación de lo económico y lo simbólico. Las d i f e renc i as y de -sigualdades económicas entre las clases son significativas en relacióncon las otras formas de poder (simbólico) que contribuyen a la repro-du cc i ó n y l a d i f e r e n c i ac i ó n s o c i a l. L a c l a s e do m i n an t e p u e de i m p o n e r -se en el plano económico, y reproducir esa dominación, si al mismotiempo logra hegemonizar el campo cultural. En La reproducción d e -f in ió l a formación socia l como «un s i s tema d e re l ac iones d e fuerza y des e n t i do e n t r e l o s g r u p o s y l a s c l a s e s .» ( Bo u r d i e u y P as s e r o n , 1970: 20).

La determinación en última instancia y el concepto de clase social.Puesto que son indisociables lo económico y lo simbólico, la fuerza yel sentido, es imposible que uno de esos elementos se sustraiga de lau n i dad s o c i a l y d e t e r m i n e p r i v i le g i adam e n t e , p o r s í so l o , a la s o c i e da dentera. Frente a esta concepción causalista (una causa: lo económicode t e rminar ía e l e f ecto : lo s imból ico) , Bourdi eu propone una def in ic iónestructural de las clases en sus relaciones. Es en La distinción d o n d emejor la formula y discute las implicaciones metodológicas. La clasesocial no puede ser definida por una sola variable o propiedad (ni si-quiera la más determinante: «el volumen y la estructura del capital»),

58

59

Page 29: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 29/110

ni por «una suma de propiedades. (or igen socia l + ingresos + n ive l deinstrucción), «sino por la estructura de las relaciones entre todas lasp r o pi e dade s p e r t in e n t e s q u e co n f i e r e a c ad a u n a d e e l la s y a l o s e f e c t o sque e l l a e je rce sobre l as p rác t icas su va lo r p rop io» (1979a: 117-118). Esnecesario «romper con el pensamiento lineal, que no conoce más quelas estructuras de orden simple de determinación directa» y tratar der e co n s t r u ir e n cad a i n v e s t i g ac i ó n «las redes de r e l ac iones encabalgadas ,

q u e e s t án p r e s e n t e s e n cad a u n o d e l o s f ac to r e s » . D e c i r q ue e s t a « cau -s a l id ad e s t r u c t ur a l d e u n a r e d d e f ac t o r e s » e s i r r e du c t i b le a l a e f ic i e n -cia s imple d e uno o var ios de e l los no impl ica ne gar que los hechos so-ciales están determinados: si «a través de cada uno de los factores see je rce l a e f i c i enc i a de t odos l o s o t ro s , l a mul tip li c i dad d e d e t e rminac io -nes conduce no a la indeterminación sino al contrario a la sobredeter-minactón» (iba.: 119).

¿ Q u é co n s e cu e n c i a s t u v o e s t a r e f o r m u l ac i ón p a r a e l e s t u d i o d e l a sclases socia l es? Most ró que para conocer las no es suf ic i en t e es t abl ecercó m o p a r t i c ip an e n l a s r e l a c i o n e s d e p r o d u cc i ó n ; tam b i én co n s t i t uy e nel m o do d e s e r d e u n a c l a s e o u n a f r acc i ón d e c l a s e e l b a r r io e n q u e v i -v e n s u s m i e m b r o s , l a e s cu e l a a l a q u e e n v í an a s u s h i jo s , l o s l uga r e s a

l o s q ue v an d e v acac i o n e s , l o q ue co m e n y l a m an e r a e n q u e l o co m e n ,s i p r e fi e r e n a Br u e g e l o a Re n o i r , e l Clave bien temperado o e l Danu-bio Azul . Estas práct i cas cul tural es son más que rasgos complementa-r ios o consecuencias s ecundar ias de su ubicación en e l proceso produc-tivo; componen un conjunto de «características auxiliares q u e , a m o dode exigencias tácitas, pueden funcionar como principios de seleccióno de exclus ión real es s in s e r jamás formalmente enunciadas (e s e l ca so ,por e jemplo , de l a pe r t enen cia é tn ica o s ex ual )» (ibrd. : 113).

Además de concebir la sociedad como una estructura de clases yu n a l u cha e n t r e e l l a s, Bo u r d i e u r e co n o ce l a e s p e c i fi c idad d e l o s m o do sde d i f e r e n c i ac i ó n y d e s i gu a l dad cu l t u r a l a l co n s t r ui r e s e n o v e do s o e s -q u e m a o r d e n ado r , q u e e s s u t e o r í a d e l o s c am p o s . E l co n ce p t o d e cam-

po p e r m i te e v i ta r e l d e d u c t iv i sm o m e cán i co e m p l e ado e n t an t o s an á l i-s i s socio lógicos d e l ar t e y l a l i t e ra tura. En efecto , no es pos ibl e de duci rdel carácter general del modo de producción el sentido de una obraparticular: tienen poco valor explicativo afirmaciones tales como quee l a r t e e s m e r can c í a o e s t á s o m e t i do a l a s l e y e s d e l s i s te m a cap i t a li s t am i e n t r a s n o p r e c i s e m o s l a s f o r m as e s p e c í f i c a s q u e e s a s l e y e s a d o p t anpara produci r novelas o pe l í culas , de acuerdo con los medios y re l acio-nes de producción de cada campo Por omitir estas mediaciones, loss o c i ó lo go s d e l a cu l t u r a s o n v i st o s a v e c e s co m o i n cap ace s d e p e r c i b i rl o p e cu l ia r d e l a r t e . Re co r d e m o s aq u e l l a i r o n ía s a r t r e an a : e l m ar x i s m odemuestra que Valéry era un intelectual pequeño burgués, pero no

puede explicarnos por qué todos los intelectuales pequeñoburguesesno son Valéry (Sar t r e , 1963: 57) .

La teoría de los campos permitió salir de este sociologismo torpe,s i n r e g r e s a r a l i d e a l i s m o d e l « ca r ác te r ú n i co d e c ad a o b r a d e a r t e » o l ainexpl icabi li dad de l a «creación» cul tural . En su t exto «Campo in t e l ec-tual y proyecto creador», Bourdieu observa que «para dar su objetoprop io a l a soc io log í a d e l a c reac ión in t e l ec tua l» (1967: 135) hay que s i -

t u a r a l a r t is t a y s u o b r a e n e l s i s te m a d e r e l a c i o n e s co n s t i t u ido p o r l o sagen t es socia l es d i rec tamente vinculados con l a producción y comuni -cac ión de l a obra . Es t e s i s tema de r e l ac iones , que i nc luye a a r t i s tas , ed i -tores, marchantes, críticos y público, que determina las condicionese s p e c í f ic a s d e p r o d u cc i ón y c i r cul ac i ón d e s u s p r o du c t o s , e s e l c am p ocultural .

¿ Q u é e s l o q u e co n s t i t u ye a u n cam p o ? D o s e l e m e n t o s : l a e x i s t e n -cia de un capi ta l común y l a lucha por su apropiación. A lo l argo d e l ahi s tor ia , e l campo ci en t í f i co o e l ar t í s t i co han acumulad o un capital (d econocimien to , habi l i dades , creencias ) respecto de l cual actúan dos po-siciones: la de quienes detentan el capital y la de quienes aspiran ap o s e e r l o . U n cam p o e x i s te e n l a m e d i da e n q u e u n o n o l o g r a co m p r e n -

d e r u n a o b r a ( u n l i br o d e e co n o m í a , u n a e s cu l t u r a ) si n co n o ce r l a h i s-to r i a de l campo de producción de l a obra. Quienes par t i c ipan en é l t i e -n e n u n co n ju n to d e i n t e r e s e s co m u n e s , u n l e n gu a j e , u n a « co m p li c i dadobjetiva que subyace en todos los antagonismos» (Bourdieu, 1984:115), y po r e so e l hecho de i n t e rven i r en l a lucha con t r ibuye a l a r ep ro -du cc i ó n d e l ju e go m e d i an t e l a c r e e n c i a e n e l v a l o r d e e s e jue g o . So b r eesa com pl ic i dad bás ica s e co ns t ruyen l as pos ic iones en f ren t adas . Qui e -n e s d o m i n an e l c ap i ta l a cu m u lado , f u n dam e n t o d e l p o de r o d e l a au t o -r i d ad d e u n cam p o , t i e n d e n a - ado p t a r e s t r a t e g i a s d e co n s e r v ac ió n y o r -todoxia, en tanto los más deprovistos de capital, o recién llegados,pref i e ren l as es t ra t eg ias de subvers ión o here j í a .

Así funcionan los campos más autónomos, los habitualmente lla-

mados cul tural es ( l a c i encia , l a f i losof ía o e l ar t e ) , y t ambién o t ros enap a r ie n c i a m ás d e p e n d i e n t e s d e l a e s t r u c t u ra s o c i o e co n ó m i ca g e n e r a l .Bourdi eu ext endió l a t eor í a , en t re o t ros , a l «campo de l a a l t a cos tura» .(Bourdieu y Desaut, 1975). Lo dominan quienes ejercen el poder deconstruir el valor de los objetos por su rareza o escasez, mediante elp r o ce d i m i e n t o d e la marca. P e s e a q u e é l r e c o n o c e l a s d e t e r m i n ac i o n e sm e r can t i le s s o b r e l a m o d a , y s u r e l a c i ón co n l o s e s t i lo s d e v i da q u e s ef o r m an e n o t r a s á r e a s d e l a o r gan i z ac i ón s o c i a l , s o s ti e n e q u e l a o p o s i -ción estructuradora de ese campo es la que enfrenta a los modistosconsagrados con quienes les disputan ese lugar . Dior y Balmain es ta-bl ec i e ron duran t e décadas l o s e s t i l o s de v i da capaces de d i s t i ngui r a l as

Page 30: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 30/110

clases a l t as : sus cambios no se produjeron por adaptaciones funciona-l e s d e s t in ada s a a d e cu a r l o s o b j e t o s a s u u s o , si n o p o r a l t e r ac i o n e s e ne l c a r ác t e r s o c i a l d e l o s o b je t o s p a r a m an t e n e r e l m o n o p o l i o de l a últi-m a d i fe r e n c i a l e g í t i m a . En s u l u ch a co n t r a e l l o s, C o u r r ég e s n o h ab l a -b a d e l a m o da ; h ab l aba d e l e s t i lo d e v i da , d e c í a q u e s e p r o p o n í a v e s t ira la mujer moderna, la que quiere ser práctica y activa, que necesitam o s t r a r s u cu e r p o . P e r o e s a p o l ém ica p a r a Bo u r d i e u e n cu b r e l a m an e -r a q u e e n co n t r ó d e d a r s u co m p e t e n c i a p o r la h e g e m o n í a d e l c am p o .

Al q u e r e r e x p l i ca r l a e s t r u c t ur a d e t o do s l o s c am p o s s e g ú n l a l ó g i -ca de su lucha in t e rna por e l pode r , en t re l a distinción de l o s q ue t i e n e ny la pretensión de l o s q u e a s p i ran , Bo u r d i e u d e jó do s p r o b l e m as a f u e -ra . El pr imero: lo que sucede especi f i camente en cada campo. ¿No hayd i f e r e n c i a s e s e n c i a l e s e n t r e e l c am p o c i e n t í fi co y e l a r t ís t ico , d e b i do aque en uno los contendientes buscan producir conocimientos y enot ro exper i encias es t é t i cas? Perdemos l a problemát ica in t r ínseca de l asd ive rsas p rác t i cas a l r ed uc i r su anál i s is soc io lóg i co a l a lucha por e l po -der . Queda s in p lan t ear e l pos ibl e s i gn i f i cado socia l de que c i e r tos gru-pos pref i e ran un modo más abs t racto o más concre to , una práct ica másin t e l ec tual o más se ns ibl e , para su d i f e renciación s imból ica.

La o t ra cues t ión t i ene que ver con l a re l ación en t re los campos y l a

hi s tor i a socia l . No parece pos ible e xpl icar a Courrég es so lo por l a bús-q u e da d e l e g i t i m idad d e n t r o d e l c am p o . Su u s o d e e x i g e n c i a s s o c ia l e s( l a vida «práct i ca y act iva» de l a mujer actual , l a nece s idad de mos t rare l cu e r p o ) s u g i e r e i n t e r r e l a c io n e s e n t r e m o da y t r ab a jo , r e l a c i o n e s e n -t r e g én e r o s , q u e e v i d e n t e m e n t e co n t r i b uy e r o n a l éx i t o d e e s e m o d i s t oy a l a r e f ó r m ul ac i ón d e s u p ap e l e n e l c am p o d e l a m o da .

Me-largo de su obra, Bourdieu fue transitando de un enfoque es-t r u c tu r a l a o t r o m ás a t e n t o a l a s p r ác t i c a s d i f e r e n c i a l e s d e l o s g r u p o s .En «Le marché des biens symboliques», texto cuya primera ediciónda t a d e 1 9 7 0 , p re v a l e c e u n an á l i s is e s t r u c t u ra l b a s ado e n l a o p o s i c ió nobjetiva entre «el campo de producción restringida» y el «campo degran producción». La distinción, en cambio, se centra en las «prácti-

cas culturales»; describe la estructura de los campos, pero muestra alas clases y los grupos, a los sujetos s o c i a l e s , o pe r an d o l a co r r e l a c i óny complementación entre los campos. Además de ampliar a tres losniveles culturales, los denomina «gustos», o sea con una expresiónq u e i n c l u y e e l a s p e c t o s u b j e t i vo d e l o s co m p o r t am i e n t o s : d i s ti n gu e e l«gusto legítimo», el «gusto medio» y el «gusto popular» (Bourdieu,1979a: 14).

La diferencia entre los niveles culturales se establece por la com-posición de sus públicos (burguesía/clases medias/populares), por lan a t u r a le z ade l a s o b r a s p r o du c ida s ( o b r a s d e a r t e / b ie n e s y m e n s a j e s d e

consumo masivo) y por las ideologías político-estéticas que los ex-presan (aristocratismo esteticista/ascetismo y pretensión/pragma-tismo funcional). Los tres sistemas coexisten dentro de la misma so-ciedad capitalista, porque esta organiza la distribución (desigual) detodos los bienes materiales y simbólicos. Dicha unidad o convergen-c i a s e m an i f i e s t a , e n t r e o t r o s h e ch o s , e n q u e l o s m i s m o s b ie n e s s o n , e nmuchos casos, consumidos por distintas clases sociales. La diferenciase establece, entonces, más que en los bienes que cada clase apropia,

en el modo de usarlos.La estética dominante. L a p r i m e r a g r an i n v e s t i g ac i ó n s o b r e e l g u s -

to de é l i t e l a rea l izó Bourdi eu con e l públ ico de museos , y fue a l l í don-de más exacerbó l a autonomización de l campo cul tural . En los museose l go ce d e l a r t e r e q u ie r e d e s e n t e n d e r s e d e l a v ida co t i d i an a . La « d i s p o -s ic ión es té t i ca» y l a «competencia ar t í s t i ca» exig idas por e l ar t e moder-no y contemporáneo suponen el conocimiento de los principios dedivisión internos del campo artístico. Las obras se ordenan por ten-dencias según sus rasgos estilísticos, sin importar las clasificacionesq u e r i g e n l o s o b je t o s r e p r e s e n t ado s e n e l u n i ve r s o co t i d i an o : p o r e j e m -p l o , l a c ap ac i dad d e d i s ti n gu i r e n t r e t r e s cu ad r o s q u e r e p r e s e n t an m an -zanas, uno impresionista, otro surrealista y otro hiperrealista, no de-

pende del conocimiento ordinario de la fruta sino de la informaciónestética que permite captar los tres modos de tratamiento plástico, lao r gan i z ac i ó n s e n s i b le d e l o s s i gn o s .

La es t ructura de l museo y l a d i spos ic ión de l as mues t ras correspon-den a esta operación estetizante: «El carácter intocable de los objetos,e l s i l encio re l i g ioso que se impone a los vi s i tan t es , e l asce t i smo puri ta-no del equipamiento, siempre escaso y poco confortable, el rechazocas i s is t e m át ico d e t o da d i dác t i c a , l a s o l e m n i dad g r an d i o s a d e l a d e co -ración y del decoro» contribuyen a hacer de esta institución un recur-so diferencial de quienes ingresan en ella y comprenden sus mensajes(Bourdieu, 1971 b: 74). Las estadísticas sobre visitantes y la observa-c i ó n d e l co m p o r t am i e n t o e n e s o s « t e m p lo s c í v i co s» d e m u e s t r an q u e e l

interés por los objetos artísticos es resultado de la capacidad de rela-c i o n a r l o s co n u n co n ju n t o d e o b r a s d e l a s q u e f o r m an p a r t e p o r s u s i g -nificado estético. Así lo devela la mayor proporción de visitantes declase alta y educación superior, pero también la forma en que usan elmuseo: el tiempo destinado a la visita, la dedicación a cada obra, au-m e n t a e n aq u e l l o s q ue s o n cap ace s , p o r s u n i ve l d e i n s t r u cc ió n , d e c ap -t a r m ay o r v a r ie dad d e s i gn i fi c ado s . Q u ie n e s h ace n u s o m ás i n t e n s o d e lmuseo son los que ya poseen un largo entrenamiento sensible, infor-mación sobre las épocas, los estilos e incluso los períodos de cada ar-t i st a q u e da n s e n t i do s p e c u l ia r e s a l a s o b r a s .

62 63

Page 31: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 31/110

En los s i g los XIX y xx l as vanguard ias acen tuaron l a autonomía d e lcampo ar t í s t i co , el p r i m ado d e l a f o r m a s o b re l a f u n c i ón , d e l a m an e r ad e d e c i r s o b re l o q u e s e d i c e . Al r e du c i r l a s r e f e r e n c i a s s e m án t i ca s d elas obras , su cont en ido anecdót ico o narra t ivo , y acen tuar e l juego s in-t ác ti co co n l o s co l o r e s , l a s fo r m as y l o s s o n i do s , e x i g e n d e l e s p e c t ado runa disposición cada vez más cultivada para acceder al sentido de lap r o du cc i ón a r t í s t ic a . L a f u gac i dad d e l a s v an gu a r d i a s , e l e x p e r i m e n t a -

l i smo que ren ueva incesan t emen te sus búsqued as , a l e jan aun más a lossectore s populares de l a práct i ca ar t í s ti ca . Se reformula as í t an to e l lu-gar del público como el papel de los productores, la estructura enteradel campo cultural. Los artistas que inscriben en la obra misma la in-t e r r o gac i ó n s o b r e s u l e n gu a j e , q u e n o s o l o e l im i n an l a i l u s i ón n a t u r a -l i s t a de lo rea l y e l hedoni smo percept ivo s ino que hacen de l a des t ruc-ción o parodización de las convenciones representativas su modo dereferirse a lo real, se aseguran por una parte el dominio de su campop e r o e x c l u y e n a l e s p e c t ado r q u e n o s e d i s p o n ga a h ace r d e s u p a r ti c i -pación en elcampo una experiencia igualmente innovadora. El artemoderno propone «una lectura paradojal», pues «supone el dominiodel código de una comunicación que tiende a cuestionar el código de

l a comunicación» (Bourdi eu, /971a) .Es té t i ca inces tuosa: e l ar t e por e l ar t e es un ar t e para los ar t i s t as . Afin de participar en su saber y en su goce, el público debe alcanzar lamisma aptitud que ellos para percibir y descifrar las característicaspropiamente e s t i lí s t icas , de be cul t ivar un in t e rés puro por l a forma, esacap ac i dad d e ap r e c i a r la s o b r a s in d e p e n d i e n t e m e n t e d e s u co n t e n i do ysu función: Quienes lo logran exhiben, a través de áti gusto «desinte-r e s ado » , s u r e l a c i ó n d i s tan t e co n l a s n e c e s i dad e s e c o n ó m i cas , co n l a su r g e n c i a s p r ác t i c a s . C o m p ar t i r e s a d i s po s i c i ón e s t é t i c a e s u n a m an e r ade mani fes tar una pos ic ión pr ivi l eg iada en e l espacio socia l , es t abl ecerc laramente « la d i s t ancia obje t iva y subje t iva respecto a los grupos so-m e t i do s a e s o s d e t e r m i n i sm o s » ( Bo u r d i e u , I9 7 9 a : 5 0 .

Al fijar un modo «correcto» y hermético de apreciar lo artístico,s u p u e s tam e n t e d e s v i n cu lado d e l a e x i s t e n c i a m a t e r i a l, e l m o do do m i -nante de producir y consumir el arte organiza simbólicamente las di-f e r e n c i a s e n t r e l a s c l a s e s . D e l m i s m o m o do q u e l a s d i v i s io n e s d e l p r o -beso educativo, las del campo artístico consagran, reproducen yd i s imulan l a s eparac ión en t r e l o s g rupos soc i a l e s . Las concepciones de -m o cr á t ic a s d e l a cu l t u r a — e n t r e e l la s l a s t e o r í a s l ib e r a l e s d e l a e du ca -c ión— suponen que l as d ive rsas acc iones pedagógicas co l aboran a rmo-niosamente para reproducir un capital cultural que se imagina comopropiedad común. Sin embargo , los bi enes cul tural es acumulados en l ahistoria de cada sociedad no pertenecen realmente a todos (aunque

formalmente sean ofrecidos a todos). No basta que los museos seang r a t u i t o s y l a s e s cu e l a s s e p r o p o n gan t r an s m i t ir a c ad a n u e v a g e n e r a -c ión l a cu ltura he reda da . So lo acced e rán a e s e cap i t a l a r t ís t i co o c i en t í -fico quienes cuenten con los medios, económicos y simbólicos, parah ace r l o s u y o . C o m p r e n de r u n t e x t o d e f il o s o fí a , go z a r u n a s i n f o n ía d eBe e t h o v e n o u n cu ad r o d e Baco n r e q u ie r e p o s e e r l o s có d i go s , e l e n t r e -namien to in t e l ec tual y s ens ibl e , necesa r ios para desci f rar los . Los es tu-

d i o s s o b r e l a e s cu e l a y l o s m u s e o s d e m u e s t r an q u e e s t e e n t r e n am i e n t oaumenta a medida que crece e l capi t a l económico, e l capi t a l esco lar y,e s p e c i a l m e n t e e n l a ap r o p iac i ó n d e l a r t e , l a an t i gü e dad e n l a f am i li a r i-zación con e l capi t a l ar t í s t i co .

Las c l as es no s e d i s t i nguen ún icamen t e po r su d i fe ren t e cap i t a l eco -nómico. Al cont rar io : l as práct i cas cul tural es de l a burgues ía t ra t an d es imular que sus pr ivi l eg ios s e jus ti f ican por a lgo m ás noble que l a acu-m u l ac i ón m a t e r i a l . E s u n a d e l a s co n s e cu e n c i a s d e h ab e r d i s o c i ado l aforma de l a función, lo be l lo de lo ú t i l , l os s i gnos d e los bi ene s , e l es t i -lo y l a e f icacia . La burgue s ía desplaza a un s i s t ema conce ptual de d i f e -renciación y c las i f icación e l o r i ge n de l a d i s t ancia en t re l as c l ases . Co-loca el resorte de la diferenciación social fuera de lo cotidiano, en lo

s i m b ól ico y n o e n l o e co n ó m i co , e n e ' co n s u m o y n o e n l a p r o du cc i ó n .C r e a l a i l u si ó n d e q u e l a s d e s i gu a l dad e s n o s e d e b e n a l o q u e s e t i e n e ,s ino a l o que s e e s . La cu l tura , e l a r t e y l a capac i dad de gozar lo s apare -cen como «dones» o cualidades naturales, no como resultado de unaprend izaje d es igual por l a d ivi s ión hi s tór ica en t re l as c l ase s .

La estética de los sectores medios. Se cons t i tuye en d os maneras : po rl a indus t r i a cul tural y por c i e r t as práct icas , como la fo tog raf ía , que sonca r ac t e r í s ti c a s d e l « gu s t o m e d i o » . E l si s te m a d e l a « g r an p r o du cc i ón »mas iva s e d i f e renc i a de l cam po ar t í s ti co de é l i t e po r su fa l t a de a u tono-m í a , po r s o m e t e r s e a d e m an da s e x t e r n a s , p r in c i p a l m e n t e a l a co m p e -tencia por la conquista del mercado. Producto de la búsqueda de lamayor rentabilidad y la máxima amplitud del público, de transaccio-

nes y compromisos entre los dueños de las empresas y los creadoresculturales, las obras del arte medio se distinguen por usar procedi-mien tos t écn i cos y e f ec tos e s t é t icos i nmed ia t amen t e acce s ib le s .

Con frecuencia, Bourdieu describe las prácticas culturales de loss e c t o r e s m e d i o s r e cu r r ie n d o a m e t á f o ra s . P a r a e x p l ica r l a a t r acc i ó n d el a g r an t i e n da , d i c e q u e « e s l a g a l e r í a d e a r t e d e l p o b r e » ; e n cap as m áspre t enciosas , observa que Nouvel Observateur e s co m o « e l C l u b M e -di t e r ranée de l a cul tura» (Bourdi eu, 1979a: 597) . Las c lases medias , ylas populares en t an to t i enen como refe rencia y aspi ración e l gus to do-m i n an t e , p r ac t ic an l a cu l tu r a a t r av és d e a c t o s m e t a f ór i co s , d e s p l az a -dos. Un género típico de la estética media es la adaptación: películas

Page 32: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 32/110

inspiradas en obras teatrales, «"orquestaciones" populares de músicaerudita o, al contrario, °orquestaciones" pretendidamente eruditas de" t emas populares"» (Bourdi eu, 1973: 90) . La adhe s ión a es tos produc-t o s e s p r o p i a d e l a r e l a c i ó n « ávi da y an s i o s a» q u e l a p e q u e ñ a b u r gu e -s í a t ie n e co n l a cu l t u ra , d e u n a « b u e n a v o l u n tad p u r a , p e r o v ac í a y d e -provista de las referencias o de los principios indispensables para suapl icación opor tuna» .

E n p o cas o ca s io n e s s u b r ay a tan r o t u n dam e n t e l a d e p e n de n c i a d e l acu l tu r a m e d i a , s u ca r ác t e r h e t e r ó n o m o , co m o cu an d o a f i r m a q u e e s t ácons t i tuida por « las obras menores de l as ar t es mayores» (Rapsodia enBlue, Utri l lo , Buffe t ) , l as «obras mayores de l as ar t es menores» ( Jac-ques Brel, Gilbert Bécaud) y los espectáculos «característicos de la"cultura media° (el circo, la opereta y las corridas de toros) » (Bour-d i eu , 1979a: 14-16, 62-65). Quizá lo más e spec í f ico d e e s t a t ende nc i a l oe n cu e n t r a a l e s t u d i a r l a f o t o g r a f ía , « a r t m o y e n » e n e l do b l e s e n t i do d ea r t e d e l o s s e c t o re s m e d i o s y d e a r t e q u e e s t á en una pos ic ión in t e rme-dia en t re l as ar t es « l egí t imas» y l as populares .

As í es tudia l a mul t ip l i c i dad de funciones cumpl idas por l a fo togra-f í a : deco rac ión de paredes , r eg i s t ro de vacac iones y de acon t ec imien tosfami l iares , do cumento per iodí s t i co , obje to es t é t i co , mensaje publ ic i ta-rio, ofrecimiento erótico o fetichista, símbolo político o religioso. Esext raño que l a fo tograf ía a lcance t an ta aceptación, dado que no es pro-movida por la escuela, no permite obtener rápidas ganancias, ni vaacompañada del prestigio cultural que suponen la frecuentación demuseos o la creación artística. Uno podría pensar que esta actividad« s in t r a d i c i o n e s y s i n e x i g e n c i a s » , do n de l a s d e c i s i o n e s p a r e c e n ab an -do n ad as a l a i m p r o v is ac i ó n i n d i v idu a l , e s u n o b j e t o p o co ap t o p a r a l aindagación sociológica. Justamente por esa pretendida arbitrariedads u b je t i v a , e s u n a d e l a s p r ác ti c a s q u e m e jo r t r an s p a r e n t an l a s co n v e n -c i o n e s q u e r i g e n e n cada c l a s e s u r e p r e s e n t ac i ó n d e l o r e a l . Hay u n s i s -t ema bi en codi f i cado en l as normas que es t abl ecen qué obje tos s e con-sideran fotografiables, las ocasiones y los lugares en que deben ser

tomados, la composición de las imágenes. Estas reglas, a menudo in-conscientes para el fotógrafo y el espectador, delatan las estructurasi d e o l ó g i ca s d e l g u s to .

E n e l o r i g e n d e l a m ay o r p a r t e d e l a s f o t o g r a f í a s e s t án l a f am il ia yel turismo. Por su capacidad de consagrar y solemnizar, las fotos sir-ven para que l a fami l i a f i je sus even tos fundadores y reaf i rme per iódi -camen t e su un idad . Las e s t ad í s t i cas r eve l an que lo s casados poseen ma-yor número de máquinas fotográficas que los solteros, y los casadoscon hi jos superan a los que no los t i ene n . El uso de l a cámara t ambiénes mayor en la época en que la familia tiene hijos y menor en la edad

madura. Hay una correspondencia entre la práct i ca fo tog ráf ica, la in -tegración grupa' y la necesidad de registrar los momentos más inten-sos de la vida conjunta: los niños fortalecen la cohesión familiar, au-m e n t an e l t ie m p o d e co n v i v e n c i a y e s t i m u lan a s u s p ad r e s a c o n s e r v a rtodo esto y comunicarlo mediante fotos. Otro modo de comprobarloes comparando la fotografía de lo cotidiano efectuada sin intencionesestéticas con la fotografía artística y la participación en fotoclubes: laprimera corresponde a p e r s o n as adap t ada s a l a s p au t a s pr e do m i n an t e sde la sociedad, la otra a quienes están menos integrados socialmente,

s e a p o r s u e d ad , e s t a do c i v i l o s i t uac i ó n p r o f e s io n a l .Las vacaciones y e l tur i smo son los per íodos en que crece l a pas ión

por fo tograf i a r . Se d ebe a que en e sas épocas s e i ncremen ta l a v i da con-jun ta de l a fami l i a , pero t ambién a que l as vacaciones y l a ac t ividad fo-tográfica tienen en común la disponibilidad de recursos económicos.Práct i ca ext raco t i d iana, l a fo togra f ía so l emniza lo co t i d iano , subraya l as u p e r ac i ó n d e l a r u t in a , e l a l e j am i e n t o d e l o h ab i tu a l . N ad i e f o t o g r a f í asu propia casa, salvo que la haya reformado y quiera testimoniar uncambio; por lo mismo, nos asombra el turista que se detiene a sacaru n a f o t o g r a f ía d e l o q u e v e m o s t o do s l o s d í a s . L a f o t o g r a f ía e s u n a ac -t ividad fami l i ar des t inada a consagrar lo no fami l i ar .

La práctica fotográfica es, entonces, típica de los sectores medios.Ade m ás , e s posible para ellos, porque requiere cierto poder económi-co . Y es necesaria, como prueba de l a vi s i t a a cen t ros tur í s t i cos y luga-res de d i s t racción. Signo de pr ivi l eg ios , es un ins t rumento pr ivi l eg iadopara investigar la lógica de la diferenciación social, cómo los hechosculturales son consumidos a dos niveles: por el placer que proporcio-nan en sí mismos y por su capacidad de distinguirnos simbólicamentede o t ros s ectores . Ni e l i t i s t a n i p l enamente popular , l a fo tograf ía s i rvea las capas medias para diferenciarse de la clase obrera exhibiéndosejunto a los paisajes y monumentos a los que esta no llega, consagran-do el encuentro exclusivo con los lugares consagrados. También parar e e m p l az a r , m e d i an t e e s t e r e g i s tr o d e l o e x ce p c i o n a l , e l go ce f r e cu e n t ede viajes cos tosos , para t ener un sus t i tuto de práct i cas ar t í s t i cas y cul -tural es de mayor n ive l que l es resul t an ajenas .

La esté tica popular. Mientras la estética de la burguesía, basada ene l p o de r e co n ó m i co , s e c a r ac t e r i z a po r e l « p o de r d e p o n e r l a n e c e s i dadeconómica a distancia», según Bourdieu las clases populares se rigenpor una «es té t i ca pragmát ica y funcional i s t a» . Rehusar ían l a gra tuidady fut il i dad d e los e je rc ic ios formales , de tod o ar t e por e l ar t e . Tanto suspreferencias ar t í s t i cas como las e l ecciones es t é t i cas de ropa, muebles om aq u i ll a je s e s o m e t e r í an a l p r i n c i pi o d e l a « e l e cc i ó n d e l o n e c e s a r i o » ,en el doble sentido de lo que es técnicamente necesario, «práctico», y

666 7

Page 33: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 33/110

l o q u e « e s i m p ue s t o p o r u n a n e c e s i dad e co n ó m i ca y s o c i a l q ue co n d e -na a las gentes "simples" y "modestas" a gustos "simples" y "modes-tos"» . Su rechazo a l a os t en tación corresponde r ía a l a escasez de sus re -cursos económicos , pero t ambién a l a d i s t r ibución des igual de recursoss imból icos : una formación que los excluye de « la sof i s t i cación» en losh áb it o s d e co n s u m o l o s l l e v a a r e co n o ce r co n r e s i gn ac i ó n q u e ca r e c e nd e a qu e l lo qu e ha c e a l o s o t ro s « s u pe r io r e s » .

Miremos e l in t e r io r de l a casa: no exi s t e en l as c l ases populares , s e -gún B ourdi eu, l a i dea, t íp icamente burguesa, de hacer de cada obje to l aocasión de una elección estética, de que la intención de armonía o debelleza» intervengan al arreglar la cocina o el baño, en la comprade una o l l a o un mueble . La es té t i ca popular s e hal l ar í a o rgan izada porla d ivi s ión en t re act ividad es y lugare s t écn icos , funcional es , y o t ros es -pecia l es , propicios para e l ar reg lo suntuar io . «Las comidas o los ves t i -do s d e f i e s t a s e o p o n e n a l o s v e s t i do s y a l a s co m i das d e t o d o s l o s d í a sp o r l o a r b it r a r io d e u n co r t e co n v e n c i o n a l — " l o q ue co r r e s p o n d e e s l oqu e c o r r e s pond e " , "ha y que ha c e r b i en l a s c os a s "— , c omo l o s l ug a r e ss o c i a lm e n t e d e s i gn ado s p a r a s e r " d e co r ad o s " , la s a l a , e l co m e do r o " l i-ving", se oponen a los lugares cotidianos, según una antítesis que es

ap r o x i m adam e n t e l a d e l o " d e co r a t i v o " y d e l o " p r ác t ico " » ( Bo u r d i e u ,1979a: 441).P er t enec e r a l a s c l a s e s popu l a r e s equ i v a ld r í a a « r en u nc i a r a l o s b e -

neficios simbólicos» y reducir las prácticas y los objetos a su funciónutilitaria: el corte de cabello debe ser «limpio», la ropa «simple», losmuebles «sól i dos» . Aun las e l ecciones aparen t emente suntuar ias t i enenp o r r e g l a e l gu s t o d e l a n e c e s i dad . Af i rm a Bo u r d i e u , co n i r o n í a s i m ul -tánea a los e cono mic is tas , hac ia la es té t ica a r i s toc rá t ica y hac ia la po-pular , que e l g us to por l as bagat e l as d e fan tas ía y los acceso r ios impac-tantes que pueblan las salas de casas modestas «se inspiran en unaintención desconocida por los economicistas y los estetas ordinarios,l a d e o b t e n e r e l m áx i m o e f e c t o a l m e n o r co s t o ( e s t o i m p r e s i o n a r á m u-

cho), fórmula que para el gusto burgués es la definición misma de lavulgaridad (ya que una de las intenciones de la distinción es sugerirco n e l m í n i m o e f e c t o p o s i bl e e l m ay o r ga s t o d e t i e m p o , d i n e r o e i n g e -nio)» (Bourd ieu , 1979a: 442) . Quienes d i señan la publ ic idad recurrena este sentido puritano de lo necesario cuando tratan de convencer al o s c ons u mid o re s d e qu e e s d e r roc he c ompra r e l s i ll ó n pas a d o d e mo-da, cuyo color debe ser olvidado, porque el precio lo justifica y por-que es exa c t a men t e a qu e l c on e l qu e s oña b a d e s d e ha c e t i empo « pa rap o n e r an t e e l t e l e v is o r » .

La distinción acu m u l a e j e m p l o s s e m e jan t e s p a r a a r gu m e n t a r q u e e lco n s u m o p o p u la r s e o p o n e a l b u r gu és p o r s u in cap ac i dad d e s e p a r a r l o

estético de lo práctico. Se opone, pero no deja de estar subordinado.L a e s t é t ic a p o p u la r e s d e f i n ida t o do e l t ie m p o p o r r e f e r e n c i a a l a h e g e -mónica, ya sea porque t ra ta de imi tar los hábi tos y gus tos burgueses op o r q u e adm i t e s u s u p e r i o r i d ad a u n q u e n o p u e d a ap l i c a r lo s . I n capaz d eser como la dominante e incapaz de construir un espacio propio, lacultura popular no tendría una problemática autónoma. Por eso, afir-ma Bourdi eu que «e l lugar por exc e l encia d e l as luchas s imból icas es la

c lase dominante misma». Pues to que la es t ruc tura s imból ica de la so-ci ed ad e s tá de t e rminad a por es t a opos ic ión, f i jada por l a burgues ía , en-t re « la l iber tad , e l d e s interés , l a "pureza" de los g us tos sublimes» y elámbi to de l a «nece s i dad , e l i n t e rés , l a bajeza d e l as s a t i s facc iones mat e -r i a le s » , l a s c l a s e s p o p u la r e s — q u e n o c o n t r o l an y a v e c e s n i co m p r e n -den es ta d i s t inción— es tán condenadas a una pos ic ión subal t e rna.

En e s c a s a s pá g i na s a d mi t e qu e l o s s ec t o r e s popu l a re s c u en t a n c onalgunas formas de protorresistencia, manifestaciones germinales deconciencia autónoma. «El arte de beber y de comer queda, sin duda,como uno de los pocos terrenos en los cuales las clases popularess e o p o n e n e x p l íc i t am e n t e a l a r t e d e v i v i r l e g í t im o » ( Bo u r d i e u , 1 9 7 9 a :2 0 0 ). E s ta s f o r m as p r o p i a s d e l o s s e c t o r e s do m i n ado s , d e b i do a q u e s e

b as an e n l a s an t ít e s i s f ue r t e / d éb i l, go r do / d e l gado , s u g i e r e n q u e l a co n -f iguración de los hábi tos populares en l a a l imentación y bebidas fuer-t e s ( l o s a lado f r e n t e a l o d u l c e , la c a r n e f r e n t e a l a l e ch e ) co r r e s p o n de -r í a a un modo de valor izar l a fuerza muscular , l a vi r i l i dad, lo ún ico enque l as c lases t rabajado ras puede n se r r i cas , lo que puede n oponer a losdominantes, incluso como base de su número, de este otro poder quee s s u s o l id a r i d ad .

La sociología posbourdieuana

A muchos inves t i gadores s e nos p lan t ea l a pregunta: ¿Será l a t eor í a de

Bo u r d i e u s o b r e l a m o de r n i da d y s u s cam p o s cu l t ur a l e s , s u v is i ó n d e l ahegemonía de la cultura «legítima» y la subordinación de la popular,u n m o de l o ap r o p i ado p a r a l a s s o c ie dad e s e u r o p e as , o d e l P r i m e r M u n -do , e n t an t o e n p a í s e s s u b de s a r r o l la do s , co n d e f i c i e n t e i n t e g r ac i ó n n a -cional , l as cul turas dominadas s e rán s i empre d i f e ren t es , inas imi labl espor los dominadores?

S e r g i o M i ce l i p r o p u s o co m p l e j iz a r e l m o d e l o b o u r d i e u an o a l e s t u -diar l a ind us t r ia cul tural bras il eña. Sugi e re que t a l subordinación de l asc l a s e s p o p u la r e s a l a cu l tu r a do m i n an t e co r r e s p o n de , h a s t a c i e n o p u n -to, a l o s p a í se s e u r o p e o s , do n de h ay u n m e r cad o s i m b ó li co m ás u n i f i-cad o . En Bras i l , y en g ene ral en Amé rica l a t ina, e l capi t a l i smo incluye

Page 34: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 34/110

diversos tipos de producción económica y simbólica. No existe «unaes t ructura de c lase un i f i cada y, mucho menos , una c lase hege mónica enc ond i c i ones d e i mpone r a l s i s tema en t e ro s u p rop ia ma t r i z d e s i g n i f i -cac ione s» (Micel l , 1972: 43) . Encon t ramos más b ien un «cam po s im-b ó li co f ragm e n t ado » . C o n v i e n e r e co r da r q u e l a m ay o r h e t e r o g e n e i dadcul tural s e debe a l a vas ta mul t i e tn ic idad, como se aprecia en l a mismas o c i e dad b r a s il e ñ a , la s m e s o am e r i can as y an d i n a s . Au n q ue l a « m o de r -n i z a c ió n» ec onó mi c a , e s c o l a r y c om u n i c a c iona l ha l og ra d o a u me n t a r

la homogeneidad, coexisten capitales culturales diversos: los preco-lombinos, el colonial español y portugués, en algunos la presenciaafronorteamericana y las modalidades contemporáneas de desarrollocapi tal is ta.

Volvemos a l a pregunta: ¿Ser ía , en tonces , el modelo de/a desigual-dad e n t r e c l a s e s , d e b i do a l a ap r o p i ac ió n d e s n i ve l ada d e u n p a t r im o n i ocomún, el más pertinente para Europa, mientras las sociedades lati-n o am e r i can as r e s u l t a r ían m ás co m p r e n s i b le s d e s d e e l modelo de la di-ferencia, qu e i mpl ic a r e c on oc e r l a a u t onomí a i r r e d u c t i b le d e l o s i nd í -g e na s y o t ro s g ru pos s ub ord i na d os ?

Ya vimos las inconsistencias del segundo modelo al describir sup u e s t a e n e s c e n a e n u n a r e u n i ó n q u e t r a t ab a d e jus t if ic a r l o . E n cu an t o

a l mod e l o b ou rd i eu a no d e l a d e s i g u a l d a d , e l c u e s t iona mi en t o má s s e -vero lo encuentro ene' trabajo con que Glande Grignon y Jean-Clau-de Passeron , a par t i r de sus inves t i gacione s empí r i cas , reve lan los l ími-tes del autor de La distinción.

Los estudios de Grignon sobre el consumo gastronómico popularhicieron evidente que no puede oponerse «gustos de libertad» de lasc l a s e s h e g e m ó n i ca s a « gu s t o s d e n e c e s i dad» d e l a s p o p u la r e s . Au n q ue

- - - -l o s s eC t O res s u b a l te rnos no d i s pong a n d e l t i empo n i l o s r e c u r s os e c o -n ó m i co s d e l a b u r gu e s í a p a r a e n t r e ga r s e a u n a « e s t i li z ac ió n » d e s u v i -da, no viven una vida sin estilo. Del mismo modo que en el l enguajerecre an e l habla «correcta» o « l eg í t ima» (chi s t es , a lbures , imitaciones) ,en l a s c omi d a s popu l a re s s e ha l la e no rme v a r ie d a d , p la t o s t r a d i c i ona -l e s mu y d i v e r s os y u na a p rop ia c i ón d i s id en t e d e l o s p rod u c t o s o c on -servas que pueden comprar en los supermercados y en los mercadosd e c a l le . N o s e en t i end e l a c ompl e ja c a pa c i d a d d e c l a s if ic a c i ón d e l o sal imentos y l as ocas iones para come r ( en l a casa, en l a cal l e , en f i es t as ,l a s co m idas d e s e m an a d i f e r e n c i ada s d e l a s co m idas d e do m i n go ) s i s emiran los hábitos populares solo con la óptica de la privación, la in-f r acc ió n , la t o r p e z a o l a « co n c i e n c i a cu l p o sa o d e s g r ac i ad a d e e s a d i s -tancia o esas privaciones» (Grignon y Passeron, 1991: 31). La teoríade l a « l egi t imidad cul tural» , que reduce l as d i f e rencias a fa l t as , l as a l -t e r i d ad e s a d e f e c t o s , n o l o g r a v e r l a e s t i l iz ac i ón q u e s e i m p r im e a d i s -

tintas partes de la casa, todo lo que los adolescentes populares culti-van en los arreglos de su cuerpo, en el vestido y la cosmética, en susa u t omó vi le s y mo t os , en l a s e s c enog ra f ía s d e s u s ha b it a c iones o l u g a -r e s d e d i v e r s i ón .

El conocimiento de las relaciones interculturales, según Grignon yPasseron, no debe considerar la cultura popular como un universo des ign i f i cación autónomo o lvidando los efectos de l a dominación, n i caeren e l r i e s go opues to —pero s imét r i co— de c re e r que l a dominac ión cons -

tituye a la cultura dominada siempre como heterónoma. Por un lado,el relativismo cultural que imagina a los subalternos solo como dife-r e n t e s , e n u n e s t ado d e « i n o ce n c i a s i m b ól i ca» ; po r o t r o , e l e t n o ce n t r i s -m o d e l a s c l a s e s h e g e m ó n i ca s o « de l o s g r u p o s cu lt o s a s o c i ado s o a s p i -rantes al poder» que, creyendo monopolizar la definición cultural delo humano, miran lo diferente como «barbarie» o «incultura» (Grig-non y Passeron, 1991: 17 y 28). Cuando se investiga, dicen, esto pro-d u c e c i e r t o « c onf o r t me t od o l ó g i c o» , po rqu e l l ev a a ob s e rv a r t od os l o srasgos como resultado de la autonomía o de la dominación, sin tenerque preguntarse por l as ambival encias .

El relativismo cultural efectúa «un primer acto de justicia descrip-t i va q u e ac r e d i t a a l a s cu lt u r a s p o pu l a r e s e l d e r e ch o d e t e n e r s u p r o p i o

s e n t i do » , la s t o m a e n s e r i o co m o cu l t ur a s a l « ap r e n de r l a l e n g u a e n q u ee s t a s d i c e n l o q u e t i e n e n p a r a d e c i r , cu an do l o g r am o s o l v i da r l o q u e d ee l l a s s e d i c e e n o t r a l e n g u a» . Pe r o h ay u n a s e g u n da r u p t u r a , d e « r e a l i s-mo s oc i o l ó g i c o» , qu e c ons i s t e en c ons i d e ra r « l a s r e l a c i ones d e f u e rzay l a s l e y e s d e i n t e r acc i ón d e s i gu a l q u e v i n cu lan e n t r e s í a l a s c l a s e s d euna misma sociedad». «No podemos dejar al relativismo cultural elcuidado de decir todo acerca de las culturas sostenidas por clases queno lo practican y que nutren sus operaciones simbólicas de no practi-c a r l o» ( G r i g non y P a s s e ron , 1 9 9 1 : 5 5 - 57 ) . S e d e s c u b ren l a s a mb i g ü e -dad e s d e l a i n te r cu l r u ra l i d ad cu an d o s e ap l i c a a l o s pr o ce s o s e s t a do b l el e c t u ra . D es d e l u eg o , e s t a e s t r a t e g i a d ob l e d e c ono c i mi en t o c ond u c e auna valoración política menos maniquea. «Las culturas populares no

e s t án e v i d e n t e m e n t e d e f i n i da s e n u n a l e r t a p e r p e t uo an t e l a l e g i ti m i dadcul tura l , pero tampoco hay que suponerlas movi l izadas d ía y noche enuna alerta contestataria. También descansan» (Grignon y Passeron,1991: 75).

Para comprend er l as re l aciones in t e rcul tural es y la e fect iva pot encia-l i d ad p o l ít i c a d e l a s e c t o r e s p o p u l a r e s , h ay q u e h a l l a r u n cam i n o i n t e r -m e d i o : e n t r e e l d i s cu rs o e t n o cén t r i co e l i t is t a q u e d e s ca l i fi c a l a p r o du c -ción subalterna y la atracción populista ante las riquezas de la culturap o p u la r q u e s o s l ay a l o q u e e n l o s g u s t o s y co n s u m o s p o p u la r e s h ay d eescas ez y r e s i gnac ión .

71

Page 35: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 35/110

U n an á l i si s a t e n t o a l a s am b i va l e n c i a s d e l o s s e c t o r e s h e g e m ó n i co sy populares , o de los «occiden ta l es» e « indígenas» , de ja ver que los d i -versos capi t a l es cul tural es no cons t i tuyen desarro l los a l t e rnat ivos so lop o r l a i n e r c i a d e s u r e p r o du cc i ó n . A v e ce s , e l d e s e n v o l vi m ie n t o d e l a scu l tu r a s s u b o r d i n adas d a e l s o p o r t e p a r a m o v i m i e n t o s p o l ít i co s r e g i o -n a l e s , é t n ico s o c l a s i s t a s q ue e n f r e n t an a l p o de r h e g e m ó n i co y b u s canotro modo de organización social. Es imposible reducir los variados

s i s t emas l ingüís t i cos , ar t í s t i cos y ar t esanal es , de creencias y práct i casméd icas , las formas propias de supervivencia de l as c l ases populares , av e r s i o n e s e m p o b r e c i da s d e l a cu lt u r a do m i n an t e o s u b o r d i n adas a e l l a .L a co n ce p c i ó n d e Bo u r d i e u , ú ti l pa r a e n t e n d e r e l m e r cado i n t e r c l a s i s -t a d e b i e n e s s i m b ó li co s , d e b e s e r r e f o r m u l ada a f i n d e i n c l ui r l o s p ro -du c t o s cu l t u ra l e s n ac i do s d e l o s s e c t o r e s p o p u l a r e s , la s r e p r e s e n t ac i o -nes independientes de sus condiciones de vida y la resemantizaciónq u e l o s s ub a l te r n o s h ace n d e l a cu l t ur a h e g e m ó n ica d e a cu e r d o co n s u si n t e r e s es .

En la misma di rección, s e ha cues t ionado l a e sci s ión radical en t re l aes té t i ca «pragmát ica y funcional i s t a» de l as c l ases populares y l a capa-cidad, que Bourdieu restringe a la burguesía, de instaurar un campo

autónomo de lo simbólico y lo bello. Desde los criterios estéticos he-ge m ó n i co s p ue de co s t a r d e s cu b r i r «l a i n te n c i ó n d e a r m o n í a o d e b e l le -za» cuando una fami l i a obrera compra una o l l a o de cora su cocina, pe-ro la observación de sus propios modelos de elaboración simbólicade m u e s t r a q u e t i e n e n m an e r a s p a r t icu l a r e s d e cu l t i v a r e l gu s to , n o r e -ductibles a la relación con los modelos predominantes ni a l a preocu-pación utilitaria, que también suelen estar presentes. Así lo testimo-n i an m u ch o s t r ab a jo s d e d i cado s a l e s t u d i o d e l a s c l a s e s p o p u la r e s . E nGran Bretaña, se volvió visible desde la admirable investigación deRichard Hoggart sobre la cultura obrera, The U ses of L iteracy: la exu-berancia de las artes y fiestas populares, el fervor por el detalle y laopulencia de colores que registra, hicieron hablar mese autor de «los

ci en actos barrocos de l a vida popular» (Hoggar t , 1957: 139-196) .P o d r í am o s a l e j a r n o s d e l p r o p ó s it o d e e s t e t e x t o e v o can do l o s e s t u -d i o s d e an t r o p ó lo go s e h i s to r i a do r e s i t a l ian o s , s i n du da l o s m ás s e n s i -bl es den t ro de Europa a l as mani fes taciones es t é t i cas populares (p i en-so en Alberto Cirese, Fierro Clemente, Lombardi Satriani y AmaliaSignore l l i) . En los paí ses l a t inoamerica nos una ampl ia bibl iog raf ía an-t r o p o ló g i ca h a d o cu m e n t ado l a p a r t icu l a r id ad d e l a s e s t é t ic a s p o p u l a -res, incluso en sectores incorporados al estilo urbano de vida. Pore j e m p l o , la s f i e s t a s r e l ig i o s a s e n q u e s e r e a l i z a u n ga s t o s u n t u a r i o d e lexceden t e económico : e l gas to t i ene una f ina l i dad e s t é t i ca r e l a t ivamen-te autónoma (el dinero se consume en el placer de la decoración, las

dan zas , los juegos , los cohe t es ) o in t e rvi ene para l a obtención de l pres -t i g io s imbólico que da a un mayord omo la f inanciación de los eve n tos .

C o i n c i do co n Bo u r d i e u e n q u e e l d e s a r r o l lo m o d e r n o h i z o p o s ib l euna fuerte autonomización del campo artístico y de los signos estéti-cos en l a vida co t i d iana, y que l a burgue s ía hal l a en l a apropiación pr i-vilegiada de los signos, aislados de su base económica, un modo deeufemizar y legitimar su hegemonía. Pero sin desconocer que en las

cul turas populares exi s t en mani fes taciones s imból icas y es t é t i cas pro-p i a s cu y o s e n t i do d e s b o r da e l p r agm a t i s m o co t i d i an o . En p u e b l o s i n -d í g e n as , c am p e s in o s y t am b ién e n g r u p o s su b a l te r n o s d e l a s c iu dad e se n co n t r am o s p a r t e s d e l a v ida s o c i a l q u e n o s e s o m e t e n a l a l ó g i ca d ela acumulación capi ta li s t a , n i es tán reg idas por su pragm at i smo o asce-t i smo «puri t ano» . Vemos práct i cas s imból icas re l a t ivamente autóno-mas o que so lo s e vinculan en forma me diata , «eufemizada» , como di -c e Bo u r d i e u d e l a e s t é t ic a b u r gu e s a , co n s u s co n d i c i o n e s m a t e r i a le s d evida.

No todo s e ac l a ra r econoci end o l as ambival en t e s i n t e racc iones en t r el a d i f e rencia y l a de s igualdad , los «prés tamos» recíprocos y los «com-promisos» entre cultos y populares. O entre occidentales e i n d í g e n a s .

La reformulación de l o r d e n s o c i a l y d e g r an p a r t e d e l a s i n t e r acc io n e snac iona l e s e i n t e rnac iona l e s , de b ido a l as i nnovac iones t ecno lóg i cas y a lneo l ibe ra l i smo económico , modi f i can e l s en t i do de l o d i f e ren t e y l o de -s i gu a l . E l p a s a je d e l a p r i m e r a m o de r n i dad , l i be r a l y d e m o cr á t i c a , co np r o ye c t o s i n t e g r a d o r e s d e n t r o d e c a d a n a c i ón , a u n a m o d e r n i z a c ió n s e -l e c t iv a y ab i e r t am e n t e e x c l u y e n t e a e s ca l a g l o b a l n o s co l o ca an t e o t r oh o r i zo n t e : ah o r a i m p o r t an l a s d i fe r e n c i a s i n t e g r ab l e s e n l o s m e r cad o st r an s n ac i o n a le s y s e a c e n t ú an l a s d e s i gu a l dad e s , v is t a s co m o co m p o -nen t es «normales» para l a reproducción de l capi t a l i smo.

Las d i f e renc i as y des i gua l dades de jan de s e r f rac turas a superar , co -mo pretendía, con la ingenuidad que conocemos, el humanismo mo-derno . La re l a t iva uni f i cación g lobal izada de l o s m e r cado s n o s e s i e n -

t e p e r t u r b ada p o r l a e x i s t e n c i a d e d i f e r e n t e s y d e s i gu a l e s : u n a p r u e b aes e l d ebi l i tamien to d e es tos t érminos y su reemplazo por los de inclu-sión o exclusión. ¿Qué s ign i f ica e l pred ominio de e s t e vocabular io? Lasociedad, concebida antes en términos de estratos y niveles, o distin-guiéndose s egún i den t i dades é tn i cas o nac iona l e s , e s pensada ahora ba-jo l a metáfora de l a red . Los incluidos son quienes e s tán conectad os , ysus o t ros son los excluidos , quienes ven ro tos sus vínculos a l queda rses i n t r ab a jo , s i n c a s a , s in co n e x i ó n . Es t a r m ar g i n ado e s e s t a r d e s co n e c -t ado o «d esaf i l iado», s eg ún l a expres ión de Rober t Cas t e l . En «e l mun-do c o n e x i o n i s t a» p a r e c e d i l u i rs e l a co n d i c i ón d e e x p l o t ado , q u e an t e sse definía en el ámbito laboral. «La explotación era, en primer lugar,

Page 36: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 36/110

una explotación por á trabajo» (Boltanski y Chiapello, 2002: 445).

Ahora e l mundo se presen ta d ivid ido en t re quienes t i enen domici l io f i -j o , do cu m e n t o s d e i d e n t i d ad y d e c r éd i t o , a cc e s o a l a i n fo r m ac i ó n y e ld inero , y, por o t ro l ado , los que carecen d6 t a l es conexiones .

La bibl iograf í a r ec i en t e va ocupándose cad a vez más de l o s i ndocu-m e n t ad o s , e m i g r an t e s , « o h ab it an t e s d e l a s p e r i fe r i a s d e j ada s a l a l b u rde l o lv ido y de l a v io l enc i a» ( ibí d . : 449). En América l a t ina, aunque nosolo aquí, es particularmente notable la desconexión escenificada en

l o s ám b it o s d e l a i n f o r m a l idad , do n de s e p u e d e t e n e r t r ab a jo p e r o s i nd e r e ch o s s o c i a le s n i e s t ab i li d ad , s e l o g r a v e n de r p e r o e n l a c a l l e , co n -ducir taxis sin licencia, producir y comerciar discos y vídeos piratas,per t enece r a r edes i l ega l e s , como l as de l narco t ráf i co y l as de o t ras ma-f i as que emplean a desocupados en t areas d i scr iminadas y descal i f i ca-das ( reco l ección de basura, con t rabando, e t c . ) .

Es t e g i ro de l a p robl emát i ca de l a d i f e renc i a y de l a des i gua l dad a l ade l a inclus ión/exclus ión no se observa so lo en los d i scursos hegemó-nicos. Aparece también en el pensamiento crítico. En un contextomarcad o por l a de r ro t a d e l o s par t i dos y s ind i ca tos r evo luc ionar io s y l adescompos ición de los par t i dos reformis tas que agrupaban a los des fa-vorecidos por l a explo tación en e l t rabajo , crecen l as asociaciones con

a r gu m e n t o s e co l ó g i co s , co n t ra l a e x c l u s ió n p o r e l g én e r o , l a r az a , l a sm i g r ac i o n e s y o t r a s co n d i c i o n e s d e v u ln e r ab i li d ad D e s de l a a cc i ó n h u -mani tar i a has ta l as nuevas formas de mi l i t ancia s e proponen, más quet rans fo rmar órdene s i n justos , r e in s e r t a r a l o s e xc lu i dos . Su mismo es t i -l o o rgan izac iona l , tra t ando d e ev i t a r l a r ig i de z burocrát i ca que d esacre -di tó a los par t i dos c lás icos , aquel los que an t eponían los in t e re ses d e l aorgan ización a los de l as personas , promueven formatos ági l es y f l ex i -bl es , ac túan más en re l ación con acontecimien tos que con es t ructuras .Hemos vi s to sus pol í t i cas de f ren t e mul t io rgan izacional en l as pro t es -ta s mund ia l izadas —de Sea t t l e has ta Cancún— y en los Foros Soc ia le s d ePor to Alegre y Bombay, donde l a acc ión común preva l ece sobre l a pe r -t enenc i a y s e vue lve d i f í c i l s abe r quién e s tá «ad en t ro» y quién «fue ra».

El l ibro de Luc Bol tanski y Éve Chiape l lo , El nuev o espíritu del ca-pitalismo, q u iz á la o b r a m ás co n s i s t e n t e d e l a s q ue e n e s t e c am b i o d esiglo ofrecen v isiones críticas del conjunto d e l sistema, cont i ene , en t reotros méritos, un análisis sutil de lo que significa esta «homologíamorfo lógica en t re los nuevos mo vimien tos de pro t es ta y l as formas decapi ta l i smo que se han i do ins taurando en e l t ranscurso de los ú l t imosvein t e años» ( ibíd . : 456). Al r e co r r e r l o s d i s cu r s o s y l o s t r ab a jo s e s t a -d í s t ico s d e d i cado s a l o s e x c l u ido s , e n cu e n t r an q u e l a s d e s v e n t a j a s s o -ciales son miradas como consecuencia de relaciones entre miseria yculpa , o de carac t e r í s t i cas pe rsona l e s fác ilmen t e t rans fo rmabl es en f ac-

to res de responsabi l i dad individual , con lo cual s e e l imina l a vi s ión es -tructural de la explotación que iba ligada a la noción de clase: «la ex-clusión se presenta más como un destino (contra el que hay que lu-char) que como el resultado de una asimetría social de la que algunaspersonas sacarían partido en perjuicio de otras» (ibíd.: 458). Estos au-tores reconocen la utilidad del concepto de exclusión para entenderformas de miser i a correspondi en t es a l desarro l lo capi t a l i s t a actual , pe-r o s e p r e g u n t an e n q u é s e n t i do e s t e t é r m i n o o cu l t a d i s p o s i ti v o s d e f o r -

mación del beneficio propios de modos de explotación de un «mundoco n e x i o n i s t a» .El pensamiento posmoderno (no solo el neoliberal, también el que

sos t i ene una cr í t i ca socia l ) ha des tacad o l a movi l idad y l a des t e r r i to r i a-l ización, e l nomadismo y l a f lex ib i l idad de pe r t enen c i as . Todos , aun lo smigran t es y exi l i ados , vivi r í amos osci l ando con f luidez en t re lo g lobaly lo local. Pero pocas veces se analizan las desiguales condiciones dearraigo y movilidad. Si como explica Ronald Burt las relaciones esta-blecidas en red son convertibles en otra cosa, básicamente en dinero,hay que averiguar cómo transforman las conexiones y la informaciónen capital social actores con posiciones diferentes y desiguales. Bol-tanski y Chiapello hablan de «los grandes» como aquellos que d i s p o -

nen de mayor capacidad de desplazarse en los espacios geográficos einterculturales, en tanto los «pequeños» son los destinados a la inmo-vi l i dad .

Como ene! antiguo discurso hegemónico que atribuía a los pobresl a responsabi l i dad por su s i tuación (« t rabajan poco» , «no t i enen in ic ia-t iva») , ahora l a d i s t inción en t re los que se mueven y los que se quedanse adjudica a l as incl inaciones caseras o l as cos tumbres o l as « ideas f i -jas de los s eden tar ios» . Sin embargo , ex i s t en vinculaciones es t ructura-l e s y co m p l e m e n t a r i a s e n t r e u n o s y o t r o s . Lo s p e q u e ñ o s o l o ca l iz ado sson los «dobles» indispensables para el nomadismo y el enriqueci-m i e n to d e l o s g r a n d e s .

¿Cómo teje el grande su relación a distancia? «Contacta con una

p e r s o n a ( q ue p u e de s e r e l c e n t r o d e u n a cam ar i ll a ) y e s co ge o d e p o s it aen e s e lugar a a l gu i en que man t enga e sa r e l ac ión . El dobl e ha de pe rma-n e ce r e n e l l u ga r q u e l e f ue a s i gn ad o . S u e s t an c i a e n e s e n u d o d e l a r e des impresc ind ib l e para l o s desp lazamien tos de l g rande . S in su p res enc i a ,el grande perdería, a niedida que se desplaza, tantas relaciones comofuera creando. No podr ía acumular las . El capi t a l s e l e escapar ía . ¿Dequé l e s e rvi r í a su t e l éfono móvi l ( gran obje to conexioni s ta) s i no es tu-v i e r a s e gu r o d e e n co n t r a r e n e l o t r o e x t r e m o d e l h il o , e n s u s i t io , e n l abase , a a l gui en capaz de actuar en su lugar , a l gui en que t i ene a l a l cancede l a mano aquel lo sobre lo que hay que in t e rven i r?» ( ibíd . : 469).

74 75

Page 37: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 37/110

L a e x p l o t ac ió n s e f o r t a l e c e e n u n m u n do co n e x i o n i s ta a p a r t i r d e l ainmovilidad de los pequeños, y gracias a la duración con que los nó-madas acumulan movi l i dad y mul t i local ización. El fuer t e es el q u e an -t e t o do l o g r a n o s e r d e s co n e c t ad o , y p o r e s o añ ade co n e x i o n e s . En l a sr e l a c i o n e s c l á si ca s d e e x p l o t ac ió n e l p o de r s e o b t e n í a g r ac i a s a l r e p a r -t o d e s i gu a l d e b i e n e s e s t ab l e s , fi ja do s t e r r i t o r i a lm e n t e : l a p r o p i e dad d el a t ie r r a o d e l o s m e d i o s d e p r o d u cc i ó n e n u n a f áb r ica . Ah o r a e l c ap i -t a l que p roduce l a d i f e renc i a y l a des i gua l dad e s l a capac i dad o l a opor-tunidad de moverse, mantener redes multiconectadas. Las jerarquíasen el trabajo y en el prestigio van asociadas, no solo a la posesión deb i e n e s l o ca l iz ado s s i n o a l do m i n i o d e r e cu r s o s p a r a co n e c t a r s e .

S i n e m b ar go , n o s e q u i v o ca r í am o s s i vi é r am o s e s t e p r o ce s o e n f o r -ma lineal. Este mundo hipermóvil acrecienta las dificultades parai d e n t i f ic a r p u n t o s d e a r r a i go , r e g l a s e s t ab le s y z o n as d e co n f ian z a . L aautonomía y la movilidad se obtienen a cambio de seguridad. Se hadesconstruido el antiguo concepto de autenticidad, basado en l a f i de -lidad a uno mismo, la resistencia del sujeto a las presiones externas yla exigencia de comprometerse con un ideal. La fidelidad a sí mismoy a un lugar suele interpretarle como rigidez, la resistencia ante losde m ás co m o r e ch az o a co n e c t a r s e , a l co m p r o m i s o co n i d e a l e s p e r m a-nentes como incapacidad de adaptarse a las variaciones de la moda.P e r o a l m i s m o t i e m p o co m i e n z a a s e r c ada v e z m ás i n s a t i sf ac t o r io v i -vir en un mundo de simulacros, artificios y mercancías inconstantes.

Se va lo ra , en tonce s , jun to con l a f l ex ib i l idad y l a movi l idad , «s e r a l -gu i e n s e gu r o , a l gu i e n e n q u ie n s e p u e da c o n f i a r» ( Bo l tan s k i y C h i ap e -¡ lo , 2002: 579) . El éxi to de l a persona conexioni s ta no depende so lo desu p l as t ic i dad : «s i se l imit a a a jus t a rs e a l as nuevas s i tuac iones que s e l ep r e s e n t an co r r e e l r i e s go d e p a s a r d e s ap e r c i b ido o , p e o r aú n , d e q u e s el e juzgue s in g rand eza y s e l e as imi l e a l o s pequeños , a l o s nuevos , a lo signorantes». Para sacar partido de los contactos que establece, tieneque «interesar», o sea aportar algo que a su vez conecte con «otrosm u n do s » . E n l a m e d i da e n q u e s u p e r s o n a , s u p e r s o n a l id ad , co n t e n ga«"ese algo" susceptible de interesarlos y seducirlos, será capaz dea t r a e r s u a t e n c i ó n y o b t e n e r s u ap o y o o i n f o r m ac i o n e s . P e r o p a r a e l l otiene que ser alguien, es decir, llevar consigo elementos ajenos a sumundo, percibidos como caract e r í s t i cos suyos» ( ibíd . : 584) .

¿Es posible insertar en esta tensión entre ser alguien y s e r f l ex ibl e ,ser local y g lobal , un nuevo t ipo de cr í t i ca a l as incons i s t encias y con-t radiccione s de l capi t a li smo? Para cons t rui r es t a cr í t ica actual izada hayq u e r e co n o c e r , e n p r i m e r l u ga r , q ue e l c ap i ta l s o c i a l s e h a e x t e n d i do alas relaciones internacionales desplazando su eje de las posesionest e r r i t o r i a le s a l o s r ecursos i n t ang ib l e s de l a movi l i dad y l as conex ione s .

Luego, reformular l a cr í t i ca a l a mercan t i l ización de los medios mate-r i a l es de producción i den t i f i cando los nuevos recursos de los cual es s eapropia la economía en red: a) las posibilidades de movilidad y co-nexión ( l enguas , pres t i g io , d i sponibi l i dad f l ex ibl e de todo e l t i empo delos trabajadores, no solo de su jornada laboral); b) la transformaciónen «productos», dotados de un precio y consiguiente posibilidad dei n t e r cam b i o m e r can t i l, d e b i e n e s y p r ác ti c a s q u e an t e s e r an a p a r t ada sde l a comerc i a l i zac ión : l as r e l ac iones amis tosas usadas como oca s iones

p a r a h ace r n e g o c i o s , la s d i fe r e n c i a s cu l t u r a le s e x c i t a da s p a r a i n co r p o -rar a l mercado a los d i s i den t es . Bol tanski y Chiape l lo evocan « la pros-p e cc i ó n d e y ac i m ie n t o s d e au t e n t ic i dad co n v e r t i bl e s e n f u e n t e s p o t e n -cia l es de benef ic io» (pai sajes , bares con encanto , tur i smo al t e rnat ivo) ,capaces de restablecer un sentido de lo auténtico compatible con lasvariaciones de la especulación mercantil y de la moda. Aunque estosau t o r e s n o l o m e n c i o n an , la i n du s t r i a s d e l new age y de l a world ~sics o n o t r o s e j e m p l o s e l o cu e n t e s .

L a l i st a p u e de s e r e x t e n d i da . M e l l am a l a a t e n c i ó n q ue e s t o s au t o -r e s no des t aquen l as rad io f recuenc i as , c l aves de l a conec t iv i dad media-t i c a , l a « p r o p ie d ad m ás v a l io s a» e n e l s i g l o ) 0 u , s e gú n e s t i m a J e r e m yRifkin (2001). En l as r ed es e l ec t rón icas y med iá ti cas s e d i s t r ibuye l a i n -

formación, y por t an to s e crean «zonas de concen t ración e i r radiación»(Ford , 1999: 147), que o rgan izan e l acceso des i gua l a l o s b i enes y men-s a j e s . E n g r an p a r t e d e l a s o c i o lo g í a f r an ce s a s i gu e h ab i e n do u n a e s c i -sión entre quienes estudian las redes comunicacionales y quienes seo cu p an d e l r e s t o d e l a v ida s o c i a l .

T e n d r e m o s q u e v o l v e r m á s a d e l a n t e s o b r e l o s m e d i o s d e c o m u n i c a-ción y l as indus t r i as cul tural es como ins tancias dond e s e crea la i lusiónde co n e c t i v i dad g l o b a l , au n q u e s e s e l e c c i o n an p a t r i m o n io s cu l t ur a l e shegemónicos o diversos pero susceptibles de ser codificados para in-s e r t a r l o s fác i lm e n t e e n e l p r o ce s o d e a c u m u lac i ó n . Si b i e n n o d e s a r r o -l la n e s t a i d e a e n el campo m ed iá t ico , va l e l a pena c i t a r l a d i s t i nc ión queBo l t an s k i y C h i ap e l lo h ace n e n t r e l a estandarización, impera t iva de l aproducción en masa del capitalismo industrial, y la codificación d ela etapa más reciente. «Mientras que la estandarización consistía enco n ce b i r u n p r o du c t o d e g o l p e y s o m e t e r l o a l a r e p r o du cc i ó n id én t i c ad e l m ay o r n ú m e r o p o s i bl e d e e j e m p la r e s ab s o r b ido s p o r e l m e r cad o , l acodi f i cación, e l emento a e l emento , permi t e jugar con combinaciones eintroducir variaciones con el fin de obtener productos relativamentedi fe ren t es aunque de l mismo es t i lo .» De es t e modo, l a codi f i cación ha-ce pos ib l e mercan t i l i zar d i fe ren c i as i nv iabl es en l a p roducc ión e s t anda -r i zada . S e h ace n m e r ca n c í a s co n « l o au t én t ico » , a l co n s e r v a r p a r te d el a s i n gu l a ri d ad q u e dab a v a l o r a l o r ig i n a l . « Si r va d e e j e m p lo e l p e q u e -

Page 38: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 38/110

ño bar montad o s in esme ro , in tui t ivamen te , a o jo , y que funciona. Quefunciona bi en . Que es tá s i empre a tope . T i en ta e l impulso de ext ender-l o . Se pued e comprar l a casa d e a l l ado , pe ro e so no l l evar í a l e jo s . Paraextenderlo haría falta reproducirlo en otro lugar, en otro barrio, enotra ciudad. Haría falta transportarlo. Pero no se sabe lo que deberíatransportarse de este, porque se desconoce la clave de su éxito. ¿Lasmesas de scabaladas? ¿Los p l a tos cas e ros? . . . ¿La s impat ía d e sus c l i en -tes? ¿Los precios ajustados (aunque otros consumidores estuvierandi spues tos a pag ar más en o t ro lugar)? Para saber lo hay que anal izar e lb a r , d e s cu b r ir q u é e s l o qu e l e d a e s e c a r ác t e r d e v e r dad e r a au t e n t i c i -dad q u e co n s t i tu y e s u v a l o r , e l e g i r a l gu n as d e s u s cu a li d ad e s , l a s m ásimportantes y las más transportables (el público, por ejemplo, es im-posible) e ignorar otras consideradas secundarias. Este proceso es unproceso de codi f i cación» (Bol tanski y Chiape l lo , 2002: 561-562).

Un trabajo crítico sobre las contradicciones del modelo in-clusión/exclusión vuelve visibles las limitaciones de reducir lasrelaciones sociales a problemas de conectividad. Las diferencias ydesigualdades —las generadas por el sistema de conexiones y laspreexistentes— resurgen cuando tratarnos de entender las condicio-n e s e n q u e t e n e m o s acc e s o o s o m o s e x c l u i do s d e l a s r e d e s . M ás aú n :Boltanski y Chiapello escapan de la ilusión de que la liberación con-sistirá en extender ilimitadamente la movilidad, los contactos. Alcontrario de quienes imaginan emanciparse a través del acceso cadav e z m ás i n t e n s i v o y v e l o z a l a s r e d e s , ll am an l a a t e n c i ó n s o b r e e l h e -cho de que el incremento de las conexiones puede ser «fuente denuevas formas de explotación y de nuevas tensiones existenciales»

(ilaid.: 593)._ Nó mencionan en es t e l ibro e jemplos que se me cruzaban a l l ee r lo :

l o s mi llones de p rop ie t a r io s de t e l éfonos móvi l e s que — ade más de f ac i -l i tar su t rabajo y su comunicación con famil iares— se vuelven, gracias ae s a d i s p o s i c ió n co n e c t i va , t r ab a jado r e s s i n l í m it e d e h o r a r i o , a lc an z a -b l e s e n cu a l q ui e r l u ga r y m o m e n t o d e l d í a o d e l a n o ch e . O l o s q ue p a -

s am o s m ás h o r a s d e l a s q u e q u is i é r am o s f re n t e a l a co m p u t ado r a p a r aa t e n de r m e n s a j e s q u e e s p e r an s e r r e s p o n d i do s a u n a v e l o c i dad q u e n oex i s t í a n i en l a época de l f ax . «Un paso hac i a l a l ibe rac ión quizá de pen-da h o y d e l a p o s i bi li d ad d e f r e n a r e l r i t m o d e l a s co n e x i o n e s , s i n t e n e rque inquie tarse por de jar de ex i s t i r para los demás , caer en e l o lvido y,en definitiva, en la "exclusión"; de prolongar el compromiso con unproyecto o diferir el momento de hacer público un trabajo y de com-par t i r lo —por e jemplo , en una expos i c ión o en un co loquio— s in t em erpor ello que el reconocimiento del que uno se considera merecedorpueda verse apropiado por otro; de entretenerse en un proyecto en

m ar ch a cu y as m ú l t i p le s p o s i b i li d ad e s n o s e h ab í an v i s t o a l co m i e n z o »(Bol tanski y Chiape l lo , 2002: 593).

E n s u m a: le e r e l m u n do b a jo l a c lav e d e l a s co n e x i o n e s n o e l im i n alas d i s t ancias generadas por l as d i f e rencias , n i l as f racturas y her i das del a d e s i gu a l dad . E l p r e do m i n i o d e l a s r e d e s s o b r e l a s e s t r u c t ur a s l o ca l i-zadas invi s ibi l iza formas an t e r io res de mercan t i l ización y e x p l o t ac i ó n—que no desaparecieron— y engendra otras. Coloca de otro modo lacues t ión de los bi enes socia l es , de los pat r imonios cul tural es es t ra tégi -co s y d e s u d i s t ri b uc i ó n d e s i gu a l .

D e s d e e l p u n t o d e v i s t a co n ce p t u a l , h e t r a t ado d e i r m o s t ran do q u ee s t o s t r e s m o de l o s n o s o n o p c i o n a l e s . N e ce s i t am o s p e n s a r n o s a l a v e zcomo diferentes, desiguales y desconectados, o mejor como diferen-tes-integrados, desiguales-participantes y conectados-desconectados.En un mundo globalizado no somos solo diferentes o solo desigualeso s o l o d e s co n e c t ado s . L as t r e s m o da l i d ad e s d e e x i s t e n c i a s o n co m p l e -mentar i as . Y a l a vez —cues t ión que t ambién re tomaré después— cadaforma de privación va asociada a formas de pertenencia, posesión oparticipación. Por tanto, partir de procesos de oposición, como son lad i f e r e n c i a , la d e s i gu a l dad y l a d e s co n e x i ó n e s la e l e cc i ó n n e c e s a r i a d eun pensamien to cr í t i co , no conformis ta . Pero a l a vez es necesar io , pa-ra evitar maniqueísmos, entender esas formas de oposición en rela-

ción con los modos afirmativos de existencia que las acompañan.

¿T res mode los po l í t i cos ?

El mundo está hegemonizado por un programa neoliberal agrietado,con baja gobernabilidad, que exhibe por todos lados, desde la décadade 1990, su incapacidad para generar crecimiento y estabilidad. EnAm ér i ca l a t in a , au n l a s m i n o r í a s b e n e f i c i ada s e s t án d e s co n t e n t a s , y e s -t o h ace r e s o n a r co n m ás f u e r z a e l m a l e s t a r d e l o s s e c t o r e s p o p u la r e s ym e d i o s . Po r e s o , t r i u n fa r o n L u l a e n Br a s i l y K i r ch n e r e n l a Ar ge n t i n a ,y cay e r o n go b e r n an t e s e n Bo l i v i a , E cu ado r y P e r ú . S e p r o du ce n ag r u -

p am i e n t o s d e p a í s e s e n e l M e r co s u r y e n e l á r e a an d i n a q u e b u s can a r -t i cu la r l o q u e q u e da d e e co n o m í as s aq u e ad as p o r l a s p r iv a t i zac i o n e s yl a t r an s n ac i o r ta l i zac i ó n d e r e cu r s o s . Q u ie r e n f o r t a le c e r s e e n l a s n e go -ciaciones de libre comercio. Faltan, sin embargo, interpretaciones deconjunto que den cuenta de las causas de la penuria y el descontento,que movi l i cen de modo veros ími l y product ivo l as fuerzas t ransforma-d o r a s .

Las tres direcciones teóricas descriptas en este capítulo proponenrecursos conceptual es que pro tagonizan ahora e l t rabajo en l as c i encias

7979

Page 39: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 39/110

s o c i a l e s . Q u i e n e s d e s t acan las diferencias ( é tn i ca s , n ac io n a l e s o d e g é -nero) auspician proyectos de autonomía, tan diversos como la luchaa r m ada d e l o s i n d í g e n as ay m ar as q u e q u i e r e n co n v e r t i r a Bo l i vi a e n l aRepúbl ica de Qul lasuyo, los zapat i s t as mexicanos y movimien tos aná-logos en Ecuador, Panamá, Perú o Guatemala que intentan autogo-bernar sus comunidades para negociar posiciones propias respetadasdentro de las naciones modernas. En otro registro sociopolítico, po-d r í am o s añ ad i r a l o s go b i e r n o s q u e a s u m e n e n a l gu n a m e d i da l a s d i fe -

rencias y los intereses nacionales para impulsar proyectos más inde-p e n d i e n t e s d e d e s a r r o ll o e n d ó g e n o .

E s t e ú l ti m o co n ju n to p o d r í a s i t u a r se t am b i én e n u n s e g u n do g r u p o ,p u e s co l o ca e n e l c e n t r o d e l p r o y e c t o n o l a d i f e r e n c i a s i n o l a desigual-dad. P ar a q u i e n e s go b i e r n an l a Ar ge n t i n a y Br a s i l , e i m p ul s an e l M e r -cosur, el resorte clave del cambio no está en la diferencia ártica o na-cional, definida en términos identitarios, sino en la caracterización del a d e s i gu a l dad i n t e r n a e i n t e r n ac i o n a l co m o a l go g e n e r ado p o r u n a h i s -toria de intercambios injustos. Asumen como producto histórico laas i m e t r í a p r o du c i da p o r e l c ap i t a li s m o d e l a p r i m e r a m o d e r n i dad l i be -r a l , y s e p r e gu n t an có m o r e m o n t a r e l a g r av am i e n t o d e l a s d e s i gu a l da -des impuesto por la apertura irresponsable de las economías naciona-

l es , l a desposes ión de recursos económicos , educat ivos y cul tural es , l at r an s fe r e n c i a d e r i q u e z a d e l a s m ay o r í a s a é l i te s f i n an c i e r a s i m p ro du c -tivas, especuladoras, nacionales e internacionales. Los sectores tradi-cionales de la izquierda y de movimientos nacionalpopulistas persi-guen la movilización de frentes populares (obreros, desocupados,m i gr an t e s , in d í g e n as , a s o c iac i o n e s d e c am p e s i n o s s i n t ie r r a y c i u dada -nos urbanos) con el argumento de recuperar capacidad nacional degestión, mejorar la distribución de la riqueza y lograr posiciones másju st a s e n l a s n e g o c i ac i o n e s g l o b a l i zado r a s .

L a t e r c e r a l í n e a , d e s t acan do e l p ap e l d e c i s iv o d e l a t e cn o l o g í a e n l arecomposición transnacional de los procesos de trabajo, comercio yconsumo, encuen t ra que l o s r e so r t e s c l ave —impresc ind ib l e s— para de -sarrollar cualquier programa eficaz se hallan en la incorporación deampl ios s ectores a los avance s t ecnológicos . Su programa pol í t i co bus-ca r eno var l a educac ión , ac tua l izar e l s is t ema prod uct ivo y de s e rv i c ios ,m o v i l iz a r y e n s an ch a r l o s r e cu r s o s m o d e r n i z ado r e s . E s t án q u i e n e s i n -tentan solo asociar a las élites con los movimientos empresarialestransnacionales, y están los que se interrogan por el sentido social dee s t a a r t i cu l ac i ón i n t e r n a y g l o b a l iz ada .

L o s t r e s co n ju n to s p r o y e c t u a l e s co r r e s p o n de n a l a s t e m p o r a l id ad e shistóricas distintas que coexisten en América latina. No resulta muycons i s t en t e , en l a perspect iva de l a d iversa y compleja re l ación de fuer-

zas mundial , reg ional y de cada nación, optar so lo por l a d i f e rencia , l ad e s i gu a l dad o l a d e s co n e x i ó n co m o c l av e i n te r p r e t a t iv a y r e cu r s o m o -v i li z ado r d e l c am b i o s o c i o po l í ti co . La p r e g u n t a ac e r ca d e có m o co m -b i n a r e s t o s t re s t i p o s d e o r g an i z ac i ón - s e g r e gac i ó n s o c i a l p u e de gene-rar r e s p u e s t a s d i s ti n t a s e n p a í s e s co n 5 0 a 7 0 % d e p o b l ac i ón i n d í g e n a(Bol ivia , Guatemala) , en soci ed ad es con una hi s tor i a s ecular mes t iza ymoderna más asentada y con mayor potencialidad de desarrollo parai n s e r t a r s e co n f u e r z a e co n ó m i ca y d e n e g o c i ac i ó n p o lí t ic a e n r e d e s yacu e r do s i n t e r n ac i o n a l e s . P e r o e n t o do s e s d i f í c il i m ag i n a r a l gú n t i p ode transformación hacia un régimen más justo sin impulsar políticasque comuniquen a los diferentes (étnicas, de género, de regiones),co r r i jan l a s d e s i gu a l dad e s ( s u r g i da s d e e s a s d i f e r e n c i a s y d e l a s o t ra sdistribuciones inequitativas de recursos) y conecten a las sociedadescon l a información, con los reper tor ios cul tural es , de sa lud y bi enes tarexpandidos g lobalmen t e . Sabemos poco aún sobre l as maneras e f i c i en -t e s d e a c t u a r e n f o r m a s i m ul tán e a e n e s t a s t r e s e s c e n as , y có m o s e p o -t e n c i an e n t r e s í . Ap e n as e s t am o s co m p r o b an d o l o s p o b r e s r e s u l ta do sde las concepciones que sesgaron la teoría social al optar solo por loq u e p o d í a a f i r m ar la s d i f e r e n c i a s , o d i s m i n ui r l a d e s i gu a l dad o co n e c -t a rnos con l as r edes e s t ra t ég i cas .

Es út i l conclui r es t e capí tulo ref i r i endo a lgunas cont r ibuciones de le s t u d i o La igualdad de los modernos, en e l cual l a Cepal y e l Ins t i tutoI n te r am e r i can o d e D e r e ch o s H u m an o s o f r e c e n u n e s q u e m a o p e r a t i v opara tratar diferencias, desigualdades y desconexiones. El trabajo nopar t e de una r ev i s ión t eór i ca s ino de l anál i s is complemen tar io de d a tosde Am ér i ca L a t in a q u e e v i d e n c i an có m o s e e n l az an e s t a s t r e s v e r t ie n -t e s . Al t o m ar co n ju n tam e n t e l o s d e r e ch o s e c o n ó m i co s , so c i a l e s y cu l -tu ra l e s , mues t ran que l a de f i c i en t e r ea l i zac ión en un campo depende del as o t ras .

L o s d e r e ch o s cu l t u ra l e s s u e l e n co n ce n t r a r s e e n e l d e s a r r o ll o d e p o -t e n c i a l id ad e s p e r s o n a l e s y e l r e s p e t o a la s d i f e r e n c i a s d e c ad a g r u p o :«protección del idioma, la historia y la tierra propias, (Cepal-IIDH,1997: 37) . Los de rechos soc ioeconómicos s e asoc i an gene ra lmen t e cone l de recho a l t rabajo , la s eg ur i dad soc i a l , l a a l imen tac ión , la educac ión,l a v iv i e n da , y co n l a e q u i dad e n e l a cc e s o a e s t o s b ie n e s . E l e s t u d i o d eC e p a l - n o H am p l í a l a n o c i ón d e d e r e ch o s cu l t u r a le s m o s t r an do q u e l avalo rac ión de l as d i f e renc i as debe complemen tars e con lo que l l amare -mos, en el encuadre de este capítulo, derechos conectivos, o sea «laparticipación en la industria cultural y en las comunicaciones» (iba.:36). El de recho a l a d i f e renc i a s e ana l i za jun to con lo s de re chos a l a i n -t eg rac ión y la equidad , con «l a par t ic ipac ión r e l a t iva en l as d ive rsas r e -de s d e i n t e r cam b io s » ( i br d . : 3 8 ). S e a l e j an d e l a d e f in i c i ón m í n i m a d e

Page 40: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 40/110

derechos de sobrevivencia o registro de indicadores de pobreza, qu eaíslan estos fenómenos de los procesos de desigualdad que los ex-pl ican.

En consecuenc i a , r eubican e s to s concep tos —corno dem os t ró Amar-t y a S e n , co n s t r ui do s d e s d e l a p r o b le m át i ca d e l a « d e s p o s e s i ó n ab s o l u-t a » — e n e l c a m p o d e l a ciudadanía. E l « um b r a l d e c i u dadan í a» s e co n -quis t a no so lo obt en i endo r e spe to a l as d i f e renc i as s ino con tando con lo s«mínimos compet i t ivos en re l ación con cada uno de los recursos capa-c i t an t e s» para par t ic ipar en l a soc i edad : t rabajo , s a lud , pode r d e compra ,y los o t ros derechos socioeconómicos junto con la «canas ta» e d uca t iva ,i n fo r m ac i o n a l, d e co n o c i m ie n t o s , o s e a l a s c ap ac i dad e s q u e p u e de n s e rusadas para c onseg ui r mejor t rabajo y mayores ing resos ( ibid . : 43-44).El acceso s eg men tad o y des i g ua l a l as indus t r i as cu ltura le s , sobre t odo alo s b i enes i n t e rac t ivos que p roveen in fo rmación ac tua l izada , e nsanchan«las d i s t anc i as en e l acc eso a l a i n fo rmación opor tuna y en e l d e sar ro l lode l as f acul t ades adap ta t ivas que pe rmi t en mayores po l ib i l i dades de de -s a r r o l lo p e r s o n a l , g e n e r an do a s í m e n o r e s p o s ib i li d ad : e s d e i n t e g r ac i ó nsocioeconómica efect iva» (ibíd.: 38).

La c iudad an ía , o su con t ra r io : la exc lus ión , e s r e su l t ado de l a co r re -l a c i ón e n t r e « l o s í n d i c e s d e co n ce n t r ac i ó n d e l a s o p o r t u n idad e s d e a c -

c e s o a o t r o s r e cu r s o s cap ac i t an t e s » ( li d . : 4 6 ). E l e s t u d i o co n c l u y e q u ela imbricación de los de rechos e conómicos , socia l es y cul tural es , o s easu realización complementaria englobada bajo la noción ampliada deciudadanía, coloca en el Estado la responsabilidad principal por sucumplimiento.

3

De cómo Clifford Geertz yPierre Bourdieu llegaron al exilio

La universidad, el shopping y los medios

L a co m p ar ac i ó n e n t r e e s t a s t r e S e n t i d ad e s e s e s t im u l an te p a r a e l ab o r a ra l gu n as e n c r u c i j ada s d e l a s c i e n c i a s s o c i a le s q u e d e s a r r o l l a e l c ap í t u loanterior. Habría que estudiar, por ejemplo, los macrocentros comer-c i a l e s y lo s m e d i o s d e co m u n i cac i ó n co m o e s c e n a r i o s e n q u e s e m an i -f ie s t a co n n i t id e z e l p r e do m i n i o d e l o p r i vado s o b r e l o p ú b li co , e n co n -traste con la universidad, tal vez el último lugar en que lo público aúnp r e v a l e c e s o b r e l o p r i vado . O co m p ar a r e l s h o p p i n g y l o s m e d i o s , in s -t an c i a s q u e r e p r e s e n t an l a r e o r gan i z ac i ó n au d i o v i s ua l y e s p e c t acu l a r i-zada dejos bienes y mensajes, con la universidad, que permanece co-mo bastión donde aún los conceptos someten a las imágenes y lasdisquisiciones racionales se imponen al pensamiento analógico y me-

t afór ico . (Pensar en l a res i s t enc ia a que los o rgan i smos d e d i fusión uni -versitarios trasciendan los circuitos de alta cultura y se inserten en lascomunicaciones mas ivas . )

Pese a l a t ract ivo de es t as inves t i gaciones pos ibl es , aquí me in t e resa,m ás b i e n , e n ca r a r a l gu n o s d i l e m as d e l t r ab a jo c i e n t íf ico co n f r o n tán do -lo con lo que podríamos llamar la «epistemología» implícita de losshoppings y los medios. Se me ocurrió esta relación al encontrarmecon el libro en que uno de los mayores arquitectos contemporáneos,Ren Koolhaas, hace un balance de sus tareas: lo tituló S, M, L, XL.Koolhaas sostiene que los urbanistas deben trabajar simultáneamente

82 33

Page 41: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 41/110

e n t o da s l a s e s ca l a s y m u e s t r a có m o a r t i cu la e n s u i n v e s t ig ac i ó n u r b a -na los objetos small, medium, large y extralarge. S i n du da , e s t e e s u n ode los problemas i r resue l tos de l as c i encias socia l es , que los shoppingsy l o s m e d i o s a t i e n d e n co n b as t an t e e f ic ac i a . Ot ra h ab i li d ad d e l o s c e n -t ro s c omerc i a l e s , s ob re t od o l a s t i end a s d e d epa r t a men t os , e s la ofe r t ai n t e g ra d a d e e qu ipa mi en t o d omé s t i c o c on b i ene s d e u s o públ i co y u r -bano, y t ambién aparatos e l ec t rónicos —radios , t e l evi sores , equipos desonido y computadoras— para conectarnos con la información y el

entretenimiento transnacionales. Una tercera característica de losshoppings es su multiculturalidad: combinan productos nacionales ye x t r an j e r o s , d e d i v e r s o s co n t in e n t e s , i n du s t r ia l e s y d e o r i g e n a r t e s an a l ,usando astutamente esta flexibilidad para poner énfasis en la culturanórdica durante Navidad, en la iconografía tropical durante el veranoy en cualquier otra región cuando lo requieren las variaciones de lam o d a .

Las universidades, en cambio, se asemejan más á la distribucióncompartimentada del comercio tradicional y minorista. Nuestros de-p a r t am e n t o s n o p a r e c e n p e r t e n e c e r a l a m i s m a i n s t it u c ió n : s i u n o v a a lde antropología solo conseguirá lo que corresponde a las culturas do-mé s t i c a s y l oc a le s ; s i s e i n s c r ib e e n s oc i o l og í a y e c o nomí a en c on t ra ráinformación sobre las grandes tendencias del mundo. Estas regionesde l co n o c i m ie n t o e x i g e n t a l f id e l i d ad q u e s e v e mal s i «e l consumidor . ,por ejemplo un estudiante de posgrado, comienza a relacionarse conv a r io s d epa r t a men t os a l a v e z .

Hace pocos años que algunos programas transdisciplinarios ymu l ti c u lt u ra le s d e i nv es t i g a c i ó n enc a ra n l a s nu ev a s e x i g enc i a s d e l s a -ber. Son, sobre todo, autores que trabajan en distintas escalas del co-n o c i m i e n t o , co n i n s t ru m e n t o s d e d i fe r e n t e a l c an ce y e n s o c i e dad e s d i -v e r s a s , lo s q u e m ás ay u dan a e n t r e v e r có m o p o d r í an s e r u n i ve r s i dad e sque, en este sentido, se parecieran más a los shoppings y los medios.Por cierto, hay que decir que estas dos clases de actores tienen una«epistemología» demasiado simple, cuyas reglas se réducen a yuxta-pone r o b je t o s d e d i s t in t a s e s c a l a s y f u nc iones , o s e g u i r c on opo r t u n i s -mo las var iacione s mul t i cultural es s in problemat izar cas i nunc a l a s i s -temática globalizadora de los mercados. Las diferencias que lo localha c e pe r s i s t ir d e n t ro d e l o g l ob a l o l o s c onf li c t o s d e r i v a d os d e l a mu l -ticulturalidad son disimulados bajo la fácil reconciliación de un con-s u m o p r e t e n d i dam e n t e u n i v e r s a l, co n o p e r ac i o n e s t an e l e m e n t a l e s co -mo usar el control remoto para recorrer canales de diversasn ac i o n a l i d ad e s .

Voy a reuni r en es t e capí tulo a lgunas exper i encias de c i en t í f i cos so-ciales que, después de trabajar un buen tiempo solo con lo small o lo

extralarge, y con los ins t rumentos l eg i t imad os por su d i sc ip l ina, s e in -t e r e s a r o n e n o t r o s c am p o s , a dm i t ie r o n p r e g u n t a s d e p r o ce s o s m i g r a t o -rios o de la interculturalidad generada por los medios. Conscientesde que no bas taba con yuxtapone r objetos y prác t icas soc ia l es , tuv ie-r o n q u e p r e gu n t a r s e có m o h ace r co e x i s t ir e s t r a t e g i a s d e c o n o c i m i e n t oy d e v i da d i f e r e n t e s . C o n s t r uy e r o n co n ce p t o s e i n s tr u m e n t o s p a r a e x a -minar nuevos objetos transdisciplinarios y transculturales, y a vecess o l o p r o p us i e r o n n u e v as m e t á fo r a s q u e i n s i n ú an p o r dó n d e p o d r í am o s

av an z a r . M e r e f e r i r é co n m ay o r e x t e n s i ó n a l o s p r o ce s o s d e do s au t o -r e s : có m o C l i ff o r d G e e r t z p a s ó d e co n ce n t r a r se e n e l co n o c i m i e n t o l o -cal a in t e resarse por los co l l ages in t e rcul tural es , y qué le pasó a P i e r reB ou rd i eu c u a nd o qu i s o p roba r s u t eo r í a d e l o s c a mpos y d e l a d i s t in -ción sociocul tural en e l es tudio d e l a t e l evi s ión.

Anal izar a es tos dos autores s e rvi rá para p lan t ear e l problema de l asubje t ividad y l a obje t ividad de l conocimien to en re l ación con l as con-f iguraciones ins t i tucional es . Como se sabe , una de l as d i f e rencias en t rel a gn o s e o l o g í a m o de r n a y l a e p i st e m o l o g í a co n te m p o r án e a e s q u e e n e lpensamiento moderno la tensión entre racionalistas y empiristas, in-c l u so l u e go d e l a r e e l ab o r ac i ó n k an ti an a , s e co n ce n t r a e n l a p r io r i d adde l suje to individual , o en l a ex i s t encia indepe ndi en t e de los obje tos ( l ar e a l i d ad , e l m u n do ) e n l a g e n e r ac i ó n d e l co n o c i m i e n t o . D e s d e e l s i g l oXIX, Marx y Nie tzsche , y e l desenvolvimien to pos t e r io r de l as c i enciassocia l es , hic i e ron evide n t e que en t re suje to y obje to exi s t í an mediacio-n e s i n s t i tu c i o n a le s q u e co n d i c i o n an l o s m o do s d e e x i s t e n c i a d e l s u j e t oy los objetos , a s í como lo que suce de ent re e l los . Se volv ió importan-te, entonces, para desubjetivar o desideologizar los saberes liberar elproceso de conocimien to de l a tut e l a re l i g iosa —y por t an to ec l es iás t i -ca—, pol í t ica —y por tanto part idaria—, con lo cual adquirió autonomíal a un ivers idad como espacio ins t i tucional en e l que l as c i encias podíande s a r r o l la r s e s i n l a s co acc io n e s d e q u ie n e s c r e e n e n v e r dad e s r e v e l ada so e n l a s u pe r i o r id ad d e l a co n c i e n c i a d e c l a s e . E s te av an ce n o r e s o l v ióde f in i t iv am e n t e l a i n d e p e n de n c i a d e l co n o c i m i e n t o c i e n t íf ico . Ap a r e -cieron nuevos condicionamientos «externos» —el mercado, los me-dios— y se descubrió que la propia es t ructura univers i taria, sus disputasp o r e l p o de r a cad ém i co y l a p re s i ó n d e i n f l u e n c i a s e x t e r n a s q u e s e r e -f r ac t an e n e l la , t am b ién i n f l uy e n e n l o s t e m as y p r o g r am as d e i n v e s t i -gac ión, los usos y l as inserc ione s ins t itucional es de los conocimien tos .

C u an do u n i n v e s t ig ad o r t r ab a ja e n u n l ab o r a t o r i o p r iv ado , o e s c r i -be f recue nt eme nte para re vi s t as , radio y t e l evi s ión , y a l mismo t i empos i gu e d e s e m p e ñ án d o s e e n l a u n i v e r s idad , ¿ cuá l e s s u cam p o p r i n c ip a lde exper i encia , cómo se ar t i culan los cont ro l es mercan t i l es y pol í t i coscon lo s de l a v i da acadé mica? Result a i ngenuo pensar que l o s cond i c io -

M e i n t e r e s a d e s t aca r q u e l a c r í t ic a a l a v e z t e x t u a l e i n s t i tu c i o n a l d e

Page 42: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 42/110

n am i e n t o s d e l m e r cad o , d e l a p o l í ti c a y d e l o s m e d i o s co m u n icac i o n a -l e s s o n m e r a i d e o l o g í a , e n t an t o l a u n iv e r s i dad d a r í a u n co n t e x t o a s ép -tico a la búsqueda de la verdad Se ha vuelto visible cuánto hay en lavida univers i t ar i a de mercado y pol í t i ca; ex i s t en suf ic i en t es anál i s i s decongre sos c i en t í f icos , r ev i s t as y o tros s i s t emas de s e l ecc ión y consag ra-ción in t e l ec tual como para encont rar analogías en t re los espacios «pro-piamente» académicos y aquellos cuya lógica primordial no es laproducción de conocimiento. Lo que diferencia a la universidad de

otras instituciones no es la inexistencia de condicionamientos ex-t r a c ien t í f ic o s , s i no l a p r e oc u pa c ió n d e ha c e r e xp l í ci t o s e s o s c ond i c i o -namien tos , descons t rui r los y cont ro lar l a inf luencia que en o t ras ins t i -t u c iones y o t ro s d i s c u rs os qu ed a e s c ond i d a .

Hablaré de estos espacios y circuitos como formaciones m etains-titucionales en sentido semejante al que dio Raymond Williams a laexpresión «formaciones» para designar algo que está más allá de lasinstituciones consolidadas y estructuradas, que puede abarcar con-j un t o s c ompl e j o s d e i n s t it u c iones , r e d e s y mov i mi en t o s en f o rma c i ónpoco institucionalizados. Williams se refería a las formaciones paraidentificar movimientos más amplios, por ejemplo tendencias litera-rias, artísticas, filosóficas y científicas —las vanguardias, los movi-

mientos culturales y políticos de migrantes, los estudios culturales( W i ll iam s , 1 9 8 0 y 19 9 7 ) — q u e co n d i c io n an l o s m o d o s d e g e n e r a r co -nocimientos.

Clifford Geertz: del conocimiento localal intercultural

A f ines de l a década de 1980, Geer tz caract e r izó as í l as osci l aciones delos antropólogos: son personas que alcanzan legitimidad en tanto de-muestran «haber estado allí», entre los indios, los otros lejanos, peroescriben, enseñan y organizan lo que estudian para los que «están

aquí» , en l as un ivers idad es , los congre sos , los s i s t emas de revi s t as y depre s t i g i o a c a d é mi c o . Es ta b r ec ha e n t r e e l l u g a r en qu e v i v en l o s ob j e -t o s d e e s t u d i o y e l s it i o do n de s o n r e p r e s e n t ado s co l o ca l a cu e s t ió n d el a i n t e r cu lt u r a li d ad e n e l n ú c l e o d e l t r ab a jo an t r o p o l ó g i co , au n q ue du -rante mucho tiempo las incertidumbres y los conflictos entre ambasi n s tan c i a s f u e r o n d e s a t e n d i do s . V a r i a s co r r ie n t e s p o s m o d e r n as e n cap -s u la r o n e l p r o b l e m a e n l a e s c e n a d e l a e s c r i t ur a , co m o s i s o lo s e t r a ta -ra de de scons t ru ir l as as tuc ias t ex tua l e s con l as que s e s imula que l a an -tropología no es más que una representación realista de lo que existe(Gee r tz , 1989; C l i f ford y Marcus , 1991) .

G ee r t z fu e a s oc i a d a , en l o s mi s mos a ños (d e l a d é c a d a d e 1 9 6 0 a l a d e1980) , a una reformulación de lo que é l cons ideraba debía s e r e l obje tod e e s t u d i o d e l o s a n t ropó l og os . En La interpretación de las culturas d e -fendía una descr ipción «microscópica» , no «de l a a l dea» s ino «en l a a l -de a» , y lin . it aba e l t rabajo t eór ico a l a e l aboración conce ptual de l as in -mediaciones en las que cada grupo establece su lógica interna (1987[1973]; cap. 1) . Diez años d espués , en la in t rod ucc ión a l l ib ro Conoci-miento local ca l i fi caba l as p re t ens iones de cons t ru ir una t eo r í a soc i a l ge -neral co rno huecas , «propias de un meg alómano» (1994 [1983]: 12). Dei g u a l mod o qu e o t ro s a n t ropó l og os c en t r a b a s u s e s t u d i o s en c a s os pa r -ticulares —la riña de gallos en Bali, las historias religiosas en Java yM ar r u e co s — p a r a l u e go e n s ay a r r e l a c io n e s an a l ó g i ca s , n o co n e l f i n d ee x t r a e r r e g u l a r id ad e s ab s t r ac t a s d e ap l ic ac i ó n u n i ve r s a l , s in o co m p r e n -s i o n e s d e l o s p u n to s d e v i st a d e l o s n a t iv o s q u e p e r m i t an co n v e r s a r co ne l los , «percibi r una a lus ión, captar una brom a» (Ge er tz , 1994: 90), e in -t e rp r e t a r t od o e s o pa ra qu e s ea en t end i d o po r l o s d emá s .

Es di f í c i l es t abl ecer l eyes universal es que f i jen re l aciones en t re cau-sas y efectos , prever e l des t ino d e fuerzas subje t ivas y obje t ivas y codi -f i c ar s u s f u nc i ones , c u a nd o l o s c om por t a mi en t o s s oc i a le s s on mi ra d oscomo juegos en los que el orden incluye arbitrariedades radicales: lae t ique ta , l a d ip lomacia, e l cr imen, l as f inanzas , la publ ic idad «se conci -b en c omo " ju eg os i n f o rma ti v os " — es t ru c t ura s l a b e r í n t ic a s d e j ug a d o -res , equipos , movimien tos , pos ic iones , es t ados d e información, jugadasy consecuencias, en las que solo prosperan "los buenos jugadores"—,los capaces de disimular en todas las ocasiones» (ibíd.: 37). 0 lasconductas concebidas sok como dramas ritualizados en los quel a s d i s p u ta s p o r e l e s t a t u s , e l p o de r o l a au t o r i dad s e g e s t io n an m e d i an -te escenificaciones públicas. La inestabilidad que experimentan lospensamientos, los sentimientos y las conductas interpretadas comoj ueg os y c omo t e a t ro no pe rmi t e e xp l ic a r a l o s s u je t o s b a j o d e t e rmi na -c i ones d e e s t ru c t ura s i n s t i tu c i ona li z ad a s , n i me nos a ún e s pe ra r qu e t a -

l e s d e t e r m i n ac i o n e s s e an g e n e r a l i z abl e s a t o da s l a s s o c i e dad e s .No por eso Geertz dejó de interrogarse por la compatibilidad en-t r e l a s c u l tu ra s . P e s e a s o s t ene r qu e l o qu e c a d a pu eb l o c ons i d e ra r e l i -gión, arte o sentido común «varía radicalmente de un lugar y época al a s ig u i en t e c omo pa ra qu e pod a mos t en e r e s pe ra nz a s d e e nc on t ra r a l -guna constante definitoria» (ibíd.: 106), intentó encontrar denomina-dores comunes entre algunas culturas que no violentaran ni ignorasensus d i f e renc ias . As í, por e jemplo , hal ló que e l s e n t i do común t e n ía pro-piedades semejantes en sociedades distintas: naturalidad, practicidad,t ranspare nc ia , au tent ic idad y acces ib i l idad ( iba . : cap. 4) .

8687

Page 43: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 43/110

T am b i én i n dagó s i l a n o c i ó n o cc i d e n t a l d e a r t e s e r í a l e g í t i m am e n t eapl icable a d iversas cul turas arcaicas y d iversas cul turas modernas a l avez : no hay un sen t i do universal d e l a be l l eza, af i rma Gee r tz , s ino c i e r -t a s a c t iv i dad e s « d i s e ñ adas e n t o d a s p a r t e s p a r a d e m o s t r a r q u e las i d e a sson v i s ib l e s , aud ib le s y — se ne ces i t a acuñar una pa l abra en e s t e pun to—t a ng i b le s , qu e pu ed en s e r p roy ec t a d a s en f o r m as do n de l o s s e n t ido s , ya t r av és d e l o s s e n t i do s , la s e m o c i o n e s , p u e de n ap l i c a r se r e f le x i v am e n -

te». ¿Qué es lo que estas actividades tan dispersas tienen en común?C u a nd o d i s ti n t a s soc i ed a d e s l a s expe r i men t a n , pe rmi ten « r e s pond e r ono a la gente ante las artes exóticas con algo más que un mero senti-mentalismo etnocéntrico en ausencia de un conocimiento de lo queaq u e l la s a r t e s s o n o d e u n a c o m p r e n s i ó n d e l a cu l t u r a e n l a cu a l s e o r i -ginan. (El uso occidental de motivos "primitivos", apane de su indu-d a b l e v a l o r en s í mi s mo) s o lo ha a c en t u a d o e s t o ; e s t oy c onvenc i d o d eq u e m u ch as p e r s o n as co n t e m p l an l a e s cu l tu r a a f r ic an a co m o u n a d e r i -vación de Picasso, y escuchan la MÚSICAj avanesa como s i es tuviesecompuesta por un Debussy ruidoso.)» (ibíd.: 1 4 5-1 4 6 ) .

No voy a discutir ahora si las propiedades atribuidas por Geertz aun sent id o común inte rcu l tura l t ranshis tórico son veri f icab les . Ant ic i-

po qu e s e r í a d i f í c i l a v a la r l a ex i s t enc i a d e e s o s r a s g os en e l O c c i d en t emod e rno a l t oma r en c u en t a l a r e f u ta c i ó n d e l ps i c oa ná li s is y d e A n t o -n i o G ra ms c i a l a s u pu es t a t ra ns pa r enc i a d e l s e n t i d o c omún , o , r e s pec -t o d e l a s s o c ie d ad e s a r ca i ca s , s i p e n s am o s q u e u n m o do e n q u e l o s an -t r o p ól o go s d e s i gn an e l s e n t i do co m ú n e s co m o p e n s am i e n t o s a l v a je , yad mi t imos lo que Lévi -St rauss afi rma sobre su s i s t emat ic idad . Tampo-co parece aPl icable a todo e l ar t e occiden ta l moderno l a t es i s de que l asprá c ti c a s c ons i d e ra d a s a r t ís t ic a s s on l a s d i s eña d a s pa ra d e mos t ra r qu el as i dea s son vi s ibl es , audibl es y t angibl es : n i e l ar t e a bs t racto , n i o t rasvanguardias cabrían en tal definición. Pero me detengo, para nuestropropós i to , en e l hecho de que Geer tz buscó en es t a e t apa conf igurar a l -gún tipo de convergencia entre culturas manteniendo enérgicamente

su d ivers idad y compart imentac ión. La inc is iva observac ión de que loq u e cada s o c i e d ad e n t i e n de p o r a r t e e s l o q u e l e p e r m i t e i n t e r e s a r s e p o re l a r t e d e l o s o t ro s , au n qu e s e a p a r a co m p r e n d e r l o t an m a l co m o cu an -do miramos esculturas africanas desde lo que sabemos de Picasso,acentúa las diferencias y la inconmensurabilidad, reduce lo común au n a co i n c id e n c i a fo r m a l d e e x p e r i e n c i a s b a s ada e n m a l e n t e n d i do s .

Algo distinto sucede en los textos de la última década, cuandoG e e r t z c r i ti c a a l o s an t r o p ó l o go s q u e c e n t r an l o s e s t u d i o s e n « t o t a l id a -de s socia l es absor tas e n s í mismas» (19961 , : 84) , en l as «propias c las if i -caciones que nos separan de los demás», obsesionados por «defenderh integridad del grupo y mantener la lealtad hacia él»; «La etnografía

es , o deber ía s e r , una d i sc ip l ina capaci t adora. Ya que a lo que capaci t a ,cuando lo hace, es a un contacto fructífero con una subjetividad va-riante». Los relatos y escenarios que el antropólogo comunica no tie-nen por f inal i dad of recer «una revi s ión autocomplaci en t e y aceptable»(ibíd.: 87), sino permitir «vernos, tanto a nosotros mismos, como acualquier otro, arrojados en medio de un mundo lleno de indeleblese x t r añ e z as d e l a s q u e n o p o d e m o s l i b r a r n o s » ( ib í d . : 88). P o r e s o , e n s u

t ex t o d e 1 9 9 4 , « A nt i -a n t i r re l a t i vi s mo» , s e d e d i c a a d e s b a ra t a r a l a s o -c i o b io l o g í a y e l n e o r r ac i o n a l is m o , q u e , e n v e z d e e n f r e n t a r l a s n u e v ascompl icaciones de l a d ivers idad, pref i e ren refugiarse en l a búsqueda deu n a n a t u r a l e z a h u m an a d e s co n t e x t u a l iz ada . L a s o c i o b i o l o g í a , ap o y adaen a v a nc es d e l a g e né t i c a y l a t eo r í a d e l a ev o l u c ió n , pr e t end e e nc on-trar constantes naturales que establecerían criterios de normalidadaplicables a las distintas culturas, con lo cual convierte lo demás en

«desviaciones» . Los neoevolucion i s tas , a par t i r de hal l azgos de l a l in -güí s t i ca , l a informát ica y l a ps ico logía de l conocimien to , creen que sepuede re ins ta lar una concepción funcional i s t a de l a mente desde l a cuals e f i jen v e rd a d e s u n i ve r s a l e s . E l p rec i o qu e pa g a n a mb a s f ug a s d e l a sdi f i cul tade s re l a t ivis t as , expl ica G ee r tz , «es l a de scons t rucción de l a a l -

teridad» (1996a: 122).L le g a m o s a s í a l a n e c e s i d a d d e h a c e r n os c a r g o d e u n m u n d o d o n d ela diversidad no está solo en tierras lejanas sino aquí mismo, en «losm o da l e s d e l o s jap o n e s e s a l a h o r a d e n e go c i a r » , e n l a m i g r ac ió n d e co -cinas, vestimentas, mobiliario y decoración que llegan a nuestro ba-rrio, «cuando es igualmente probable que la persona con la que nosenc on t ra mos en l a t i end a d e u l t r a ma r inos » p roveng a d e C o rea qu e d e/ o w a ; l a d e l a o f ic i n a d e co r r e o s p u e de v e n i r d e Ar ge l i a co m o d e Au -vernia; la del banco, de Bombay como de Liverpool. Ni siquiera losparajes rural es , dond e l as s eme janzas sue l en es t ar más pro t egidas , «soni nmu nes : g ra n j e ro s mex i c a nos e n e l S u roes t e , pe s c a d o r e s v i e t na mi ta sa lo largo de la costa del Golfo, médicos iraníes en el Mediooeste»

(ibíd.: 90).G ee r t z p ropone e n t end e r e s t o s c ru c e s i n t e r c u lt u ra l e s c on u na nu e -

va narra t iva cons t ruida a par t i r de l a me táfora de l co l l age . Para vivi r ene s t a ép o ca d e m e z c l a s , e s t am o s o b l igad o s a p e n s a r e n l a d i v e r s idad s i ndulci f i car lo que nos s egui rá s i endo ajeno «con vacuas can t ine las acer-ca de la humanidad común, ni desactivarlo con la indiferencia del«a-cada-uno-lo-suyo», ni minusvalorarlo tildándolo de encantador»( ib íd . : 91-92) . Se t ra ta , en suma, de n o ins ta la rnos e n la s au tocene zasde n u e s t r a p r o p ia cu l t u ra , n i e n l a s co n v i cc io n e s d e e x c l u ido s ( i n d í g e -nas , f emini s tas , jóvenes , e t c . ) que ad optamos como n ues t ra nueva c asapor generosidad militante. No es esto lo que se espera de una d i sc ip l i -

Page 44: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 44/110

na como la an t ropología , cons t ruida a t ravés de viajes l abor iosos por e lm u n do . D i c e G e e r t z : «S i lo q u e q u e r í am o s e r an v e r dad e s c a s e r a s , d e -bíamos habernos quedado en casa» ( ibíd . : 124) .

E n e f e c t o , la t r ay e c t o r ia d e l a an t r o po l o g í a e s l a d e u n g r u p o d e o c -c i d e n t a l e s q u e d e c i d i e r o n e s t u d i a r d e s d e e l l u ga r d e l o t r o y fu e r o n d e s -cubriendo lo que significaba no hablar desde su casa. En los últimosaños algunos antropólogos advirtieron que muchos de ellos habíanr e i n s t a la d o s u hog a r en c i e r t a s f o r ta l ez a s d e O c c i d e n t e , c omo l a s u n i -

versidades, los museos o las oficinas de los ministerios de relacionesext e r io res . Los t ex tos , las cát ed ras o los informes para los s e rvic ios des e gu r i dad e r an t am b i én s u s r e s i d e n c i a s a t r i n che r ad a s . N o s o l o l a c r í ti -ca textual y a las instituciones académicas y museológicas hade s co n s t r ui do e s t o s r e c i n t o s p r e s e r v ado s . S i e l cu e s t io n am i e n t o s e e x -tiende es porque las migraciones de bienes y mensajes, del TercerM u n do a l p r i m e r o , d e l c am p o a l a c i udad , d e l a s s e l v a s i n d í g e n as a l o scentros de poder y conocimiento, llenaron de otredad y de incerti-du m b r e l a s c a s a s d e l o s an t r o p ó l o go s y d e l o s d e m ás c i e n t í f ico s .

T am p o co e l m u s e o p u e d e s e r n u e s t r a c a s a , po r q u e n o h ay co l e cc i o -nes consolidadas de objetos, ni de saberes, dicen los autores posmo-demos. James Clifford, que también utiliza la metáfora del collage,

s o s t ie n e q u e e n u n a ép o ca e n l a q u e l o s i n d i v idu o s y l o s g r u p o s n o r e -producen t radic iones cont inuas s ino que « improvisan rea l izaciones lo-ca l e s a p a r ti r d e p a s ado s ( r e ) co l e cc io n ado s , r e cu r r i e n do a m e d i o s , sí m -b o l o s y l e n gu a j e s e x t r an je r o s » (1995: 30), « l a i d e n t i d ad e s co y u n t u r a l ,no ese ncia l» ( ibíd . : 26).

Según Renato Rosa l do , l a t a rea d e exh ib i r la i den t i dad —más que co -mo ope ra c i ó n mu s eog rá f i c a — d eb e ha c e r s e c o rno s i s e t r a t a ra d e u nav e n t a d e g a r a j e , do n d e e l an t r o p ó l o go n o t r ab a ja co n o b j e t o s n u e v o s oautént icos , s ino con objetos usados y ace pta que los usos forman par-t e d e s u v a lo r . ¿P o r q u é e l e g i r l a m e t á fo r a d e l a v e n t a d e g a r a j e e n v e zde l a de l shopping? Ent i endo e l valor de l a poca so l emnidad, de l carác-ter cotidiano y familiar de la venta de garaje. Pero me pregunto si no

d eb e r í a mos r eu n i r l a s d o s i má g enes , en opos i c ió n a l mu s eo , pa ra ev i -tar la tendencia de los antropólogos a preferir las formas pobres, alborde del desuso, /o de segunda mano o Tercer Mundo, con el riesgo

de q u e da r n o s s i n n ada p a r a d e c i r a q u ie n e s p a r t i c ip an e n l a i n te g r ac i ónm u l ti cu lt u r a l m o de r n a d e l o s m e r cad o s .Cabe una úl t ima refe renc ia a o t ro an t ropólogo que t rabaja es t a ree s -t ruc turac ión de l a d i s c ipl ina en una l í n ea converg en t e con l a de C l i ffo rdG e e r t z. P ie n s o e n M ar c Au gé cu an do s u g i e r e e x t e n de r e l t r ab a jo an t r o -pológ ico a los no lugares de la g loba l izac ión: los shoppings , los aero-puer tos , las autopis tas . En esos c i rcui tos —más que lugares— a prend e-

mos a con ocer los bi ene s , los mensajes y a l as pe rsonas que t rans i t an s inpat r i as que los cont engan. El viaje e s ahora , más que l a t a rea que d i s t in -gu e a l an t r o p ól o go , u n a co n d i c i ó n d e v i da d e l a s cu lt u r a s .

T an t o G e e r t z co m o e s t o s o t r o s an t r o p ó lo go s s e m an i f ie s t an i n s a t i s-fechos con la loca l izac ión exc lus ivamente comuni ta r ia de l t raba jo an-tropológico y con la reducción de las relaciones entre culturas a lostérminos clásicos de la interetnicidad, o a la yuxtaposición o encuen-tro ocasional entre sociedades discretas. El actual pensamiento antro-

p o l ó g i co s e e s t á o cu p an do d e f o r m as t r an s n ac io n a l e s d e i n t e r cu l t ur a l i-dad: la aspiración que citábamos de Guillermo Bonfil a convertir lot r an s n ac i o n a l e n o b j e t o e t n o g r á f i co v i e n e s i e n d o r e a l i z ada , e n t r e o t r o s ,por Arjun Appadurai, Ulf Hannerz, Gustavo Lins Ribeiro y RenatoOrtiz. Pero aún estamos en los umbrales de un replanteamiento epis-temológico de la disciplina para establecer criterios universales devalidación del conocimiento basados en una racionalidad intercultu-ralmente compartida. Este desafío tampoco es respondido por otrasdisciplinas de acuerdo con las condiciones presentes de la globaliza-ción. Para todos sigue siendo una cuestión irresuelta trabajar con lascompatibilidades e incompatibilidades emergentes en los procesos dei n t e g ra c i ó n r e g i ona l y t r a ns na c i ona l .

Pier r e Bourd ie u: e l soc ió logo e n la t e l ev is ión

E n m e d i o d e l a d e s i n t e g r ac i ó n p a r ad i gm át ica y l a s e s ca s a s a s p i r ac io n e stotalizadoras que caracterizan a las actuales ciencias sociales, quedanpocos autores, en el sentido que Geertz dio a esta expresión, «funda-dores de discursividad, estudiosos que al mismo tiempo han firmados u s o b r a s co n c i e r t a d e t e r m i n ac i ó n y co n s t r u ido t e a t r o s d e l l e n g u a j e e nlos que toda una serie de otros, de manera más o menos convincente,han actuado, actúan aún y sin duda alguna seguirán actuando durantealgún t i empo» (G ee r tz , 1989: 30-31). El a t ribuye es ta t a l l a de autores a

Claude Lévi-S t rauss , Eduard Evans-Pri tchard , Branis law Mal inowskiy Ruth Benedict. La vastísima obra de Bourdieu lo hace merecer tan-t o c omo L é v i - St ra u ss l a d en omi na c i ón d e f u nd a d o r , y a mi ma ne ra d ever más que los otros cuatro antropólogos estudiados por Geertz. Har e n o v ado l a p r o b le m át i ca t e ó r ica y e l co n o c i m i e n t o e m p í r ico d e l a an -t ropolog ía , l a soc iolog ía de la ed ucac ión, la cu ltura , la c i enc ia pol í t icay la f i losof ía . Probó su s i s t ema t eór ico en es tudios sobre e l campes ina-do , las c l ases socia l es urbana s , e l s is t ema e sco lar y univers i t ar io , e l de -sempleo, e l d erecho, la c i enc ia , l a l i t e ra tura y e l a r t e , e l pa rentesco, ell eng uaje , l a vivi enda , los in t e l ec tual es y e l Es tad o .

91

Page 45: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 45/110

Durante mucho tiempo me pareció extraño que una obra dedicadaen forma cas i exhaus t iva a desen t rañar l a modern idad apenas s e ocupa-ra de esos actores centrales que son las industrias culturales ojos me-d ios masivos de comunicac ión. Su a tenc ión a campos s imból icos muyd i v e r s o s s e co n ce n t r ó e n l a cu l tu r a d e e l i t e , s a lv o e l a r t í cul o « S o c i o lo -g í a d e l a mi to log í a y mi to log í a d e l a soc io log í a», de 196 3, en e l que jun-to con Jean-Claude Passeron criticó los estudios «masmediológicos»d e e s a é poc a , l a i nv es t ig a c i ó n s ob re l a f o t og ra f í a , hec ha c on o t ro s s o -

ciólogos en 1965, y un artículo largo de 1973, «Le marché des bitassymbol iques» en e l que «e l campo de l a gran producción» , o s ea l as in -dustrias culturales, es caracterizado a grandes trazos para oponerlo alde « p r o du cc i ón r e s t r i n g i da» ( r e t o r n a e s t e t e x t o y l o a c t u a l i za e n u n ca -pítulo de Las reglas del cine, d e 1 9 9 2 ).

N i s u s e s t u d i o s s ob re l a mod a , n i s ob re e l d epo r t e , n i e l enc i c l opé -d i co e x am e n d e l a s p rác t ic a s e s t é t ic a s d e l a s o c i e dad f r an ce s a r e a l i z adoen La distinción —donde apenas en s e i s pág inas hace r e f e renc i as a l pa-sar sobre l a t e l evi s ión— se ocuparon de l a o rgan ización indus t r i a l de l acul tura mas iva. Es to propició, como vimos an t e s , que l as af i rmacionescontenidas en sus t raba jos sobre la popula rizac ión del a r t e y sobre losgus tos populares fueran refutadas por var ios cr í t i cos como juic ios ar i s -tocratizantes (Grignon-Passeron), y que Bourdieu no lograra respon-der m ás que con d efe nsas t eo ric i s ta s . Quizá lo más ser io es que la au-sencia de las industrias culturales y los procesos de comunicaciónmasiva distorsiona el papel que adquieren otros actores sociales —laescue l a y l a f ami li a— de n t ro de una t eo r í a de l a r ep roducc ión soc i a l quei gn o r a e l l u ga r de formas pos t eseo lares y posfami lares de socia l ización.¿C ó mo s e pu ed e r e d u c i r en u na c onf e r enc i a d a d a ¡ en 1 9 89 ! « l a rep ro -ducc ión de l a e s t ructura de l a d i s t r ibución de l capi t a l cul tural» a lo ques u ce de ú n i cam e n t e e n « l a r e l a c i ó n e n t r e l a s e s t r a t e g i a s d e l a s f am il ia s yl a lóg ica espec í f ica de la ins t i tuc ión escola r»? (Bourd ie u , 1997) . Y enunos poquís imos párrafos de t ex tos y en t re vi s t as , aun más reci e n t es , s eo cu p ó d e l p ap e l d e l a t e l e v is i ó n s o lo co m o a u x i li a r d e l a e n s e ñ an z a e s -co lar izada ( ibid . : 137 y 167) .

Por eso, la aparición del artículo «Lemprise du journalisme», deBourdieu, en 1994 (publicado en Bourdieu, 1996), y sus conferenciasSobre la telev isión, emi t i d a s po r e s e med i o en ma rz o d e 1 9 9 6 , g ene ra -r o n g r an e x p e c t a t i va . Bo u r d i e u e l ig i ó co m o e j e o r g an i z ado r d e s u an á-lisis la noción de «campo periodístico». Aplicó literalmente la nociónde campo usada a lo largo de su obra para analizar la religión, la lite-ratura, la política y otros ámbitos: repitió que «un campo es un espa-cio social estructurado, un campo de fuerzas -donde hay dominantesy d omi na d os , r e l a c i ones c ons t a n t e s , pe rma ne n t e s , d e d e s i g u a l d a d qu e

s e e j e r c e n e n e l i n t e r io r d e e s t e e s p ac i o — q ue e s t am b i én u n cam p o d eluchas para t ransformar o con servar es t e campo d e fuerzas» ( ibíd . : 46) .C ad a u n o d e / o s p r o b l e m as q u e s e p l an t e a e n r e l a c i ón co n l a t e l e v i s i ónlo resuelve poniendo a funcionar su teoría de los campos: «Si quierosaber hoy lo que va a deci r o a escr ibi r t a l per iodi s t a , lo que encont ra-rá ev i d en t e o i mpens a b le , na t u ra l o ind i g no d e é l , e s n ec e s a r i o qu e y os e p a l a p o s ic i ó n q ue é l o cu p a e n e s e e s p ac i o , e s d e c i r e l p o de r e s p e c í -fico que detenta su órgano de prensa y que se mide, entre otros índi-ces , por su peso económico, s egún su par t i c ipación en e l mercado , pe-ro también por su peso simbólico, más difícil de cuant i f i car» ( ibíd . :46-47).

Aclara que en los comienzos de l a t e l evi s ión , «en los años c incuen-t a» , lo s p a r t i c ip an t e s e n e s e m e d i o s u f rí an m ú l t ip l e s d e p e n de n c i a s : d el o s pod e r e s po l í ti c o s , d e l p r e s t i g i o d e o t r a s z ona s d e l a c u l tu ra , d e l a sf u e r za s e co n ó m i cas y d e l a s s u b ve n c i o n e s e s t a t a l e s . P e r o co n l o s añ o s« l a r e l a c ió n s e h a i n v e r t ido co m p l e t am e n t e y l a t e l e v i s ió n t i e n d e a d e -v e n i r do m i n an t e e co n ó m i ca y s i m b ól icam e n t e e n e l c am p o p e r i o d í s t i-c o» ( i bí d . : 47 ) . En l a F ra nc ia d e med i a d os d e l s i g l o xx , e l pe r i od i s moe s c r i t o f ij ab a la s r e g l a s d e l ju e go , y d e n t r o d e l a p r e n s a Le M onde. Enla oposición entre los diarios que dan news, como France Soir, y losq u e o f re c e n v iews , co m o Le M onde, es t e s e hal l aba bi en co locado por-que su a mpl io t i raje le permi t í a of recer información razonada y a l mis -mo t i empo contar con suf ic i en t e publ ic idad para s e r independi en t e . Enla actual i dad, l a t e l evi s ión —que optó por e l mode lo de l a informaciónrápida y superficial— impone al conjunto del campo periodístico lat end encia a ape lar a los s en t imien tos más que «a l as es t ructuras menta-l es de l público» ( ibíd . : 52) y convier t e l a am pl iación de ja audi e ncia ene l modo de l eg i t imación general izado . Luego, los d iar ios y l as revi s t as—para compet i r con l a t e l ev i s ión— ad op tan e l e s t i l o talk show , e l exhi -b i c ion i s mo d e e xpe r i enc i a s d omé s t i c a s , c omo s i l a l u c ha po r e l r a t ingso lo pudi e ra ganarse ape lando a l voyeur i smo de los espectadores y l ec-to res . El crecimien to de l poder s imból ico de l a t e l evi s ión obl iga a l res -t o d e l c am p o p e r i o d í s t ico a p e r s e gu i r l o « s e n s ac i o n a l , lo e s p e c t acu la r ,l o ex t r a o rd i na r i o» ( i bí d . : 5 8) a n t e s r e l e g a d o a l o s d i a r i o s d e po r t iv os ypol ic ia l es . Ahora, los aspectos anecdót icos de l a vida pol í t i ca o lo queprovoca curiosidad (catástrofes naturales, accidentes, incendios), loque «no requiere ninguna competencia específica previa», es lo quepreval ece . La lógica comercia l impone su peso a l a t e l evi s ión , l a t e l evi -sión a la prensa, incluso a los per iod is ta s más «puros», y eso a rras t raaun a los campos cu l tura les que era n más au tónomos, como la l i t e ra -tura, la f i losofía y la ciencia. Así aparecen los fast thinkers de l a t e l ev i-sión, historiadores convertidos en periodistas, «autores de dicciona-

r í o s o d e b a l an ce s d e l p e n s am i e n t o co n t e m p o r án e o an t e l a g r ab ado r a» Ha y a l g u na s pág i na s e s p l é nd i d a s e n e s t a a rg u men t a c i ón , po r e j em-

Page 46: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 46/110

(ibíd.: 68).Los intelectuales que en otros tiempos, notoriamente en Francia,

cumplían respecto de la comunicación pública una función clínica, osea que usaban e l conocimien to de l as l eyes para combat i r l as , ahora s er e s i gn an a l a t a r e a c í n i ca d e « s e r v i r se d e l co n o c i m ie n t o d e l a s le y e s d e lmed io para volver sus es t ra t eg ias más ef i c i en t es» ( ibíd . : 68) , val e d eci rmás lucrat ivas.

En e s t a d e s c r i pc i ó n , qu e c onc u e rd a c on t end e nc i a s ob s e rva d a s po rot ros especia l i s t as en los medios , s e percibe t ambién e l tono indignad o ,p o r m o m e n t o s d e s e s p e r ad o , d e l i n t e l e c t u a l q u e h a l ló s u f o r t a le z a e n l aau t o n o m í a d e s u cam p o — y de d i có s u vi da a t e o r i z a r lo p a r a m e jo r d e -f ende r lo— y ahora encuen t ra que has t a l o s ámbi tos más p res e rvados , co -mo la c i encia y e l ar t e , son subordinados a l as fuerzas he t e rónomas de lmerc a d o . Ha st a e l CNRS (Cent ro Nacional de l a Inves t i gación C ien t í f i -ca), órgano responsable de garantizar la independencia del saber enF r an c i a , t o m a cada v e z m ás e n cu e n t a l a co n s ag r ac i ó n q ue d an l o s m e -d ios a «es to s e scr i t o re s para no e scr i t o re s», «fi lósofos para no f i lósofos»( ibíd . : 69) . Entonces , Bourdi eu descubre que ocuparse de l a t e l evi s iónes una t a rea ne cesar i a de l c i en t í fi co soc i a l .

¿Qué puede hace r con l a t e l evi s ión un c i en t í f ico d i spues to a guard arl a au t o n o m í a d e s u o f i c io ? « P a r a p o n e r e n p r i m e r p l an o l o e s e n c i a l , e sde ci r e l d i scurso , a d i f e rencia (o a l a inversa) d e lo que se pract i ca habi -tualmente en l a t e l evi s ión , he e l eg ido , de acuerdo con e l d i rec tor , evi t artoda búsqueda formal en el encuadre y el enfoque, y renunciar a lasi lus t rac iones —ext rac tos de p rogramas , f acs ímil e s de d ocumen tos , e s t a -d i s t i t as , e t c .— que ad emás d e que hubi e ran tomado un t i empo prec ioso ,ha b r ía n en t u rbi a d o s i n d u d a l a l ín ea d e u na e xpos i c ió n qu e qu e r í a s e rargumentat iva y demos t ra t iva» , advie r t e Bourdi eu en e l prefacio escr i -to para l a publicación de sus confere ncias t e l evi s rvas ( ibíd . : 6 -7 ) . Ade -má s d e n e g a r s e a u s a r l o s r e c u r sos a u d i ov is u a le s d e e s t e me d i o d e c o -m u n i cac ió n , d e d i ca l a m i t ad d e s u p r i m e r a co n f e r e n c i a a d e s p r e c i a r l a s

obras que son e scr i t as «para as egurar i nv i t ac iones a l a t e l ev i s ión» ( ib íd . :1 1 ) y l o s pr o ce d i m i e n t o s m e d i á t ico s q u e co l o ca co m o an t i n ó m ico s d e lt rabajo in t e l ec tual : l a dramat ización, la espe ctacular ización que l l eva ain t e resarse por lo ext raordinar io , « la búsqueda de l a exclus ividad» y l atendencia a describir-prescribiendo sobre qué y cómo se debe pensar( ibid . : 18-20). El sociólogo , en c ambio , busca «volver ex t rao rdinar io loordinar io» , suspender e l s en t i do común, porque « las producciones mása l t as de l a human idad , l as mat emát i cas , l a poes í a , l a l i t e ra tura , l a f il o so -f í a , t odas e sas cosas han s i do p rod ucidas con t ra e l equiva l en t e de l a me-dic ión de audi enc ia , con t ra l a lógica d e l come rcio» ( ibíd . : 29) .

plo cuando habla sobre el enlace negativo que existe en la televisión« en t r e l a u rg enc i a y e l pens a mi en t o» . P r eg u n t a « s i s e pu ed e pens a r enm e d i o d e l a v e l o c i dad» s i n s e r r e p e t i do r d e i d e a s r e c i b ida s , q ue a s u v e zf u e ron a n t e s r e c i b i d a s po r o t ro s , po rqu e en e s a p r i s a d e l «fast food cul-tural» no es posible plantear el problema de la recepción. Pero, salvounas pocas observaciones incisivas, predomina en su análisis y en lascondiciones es t i l í s t i cas que e l i ge para in t e rven i r en l a t e l evi s ión , un re -

chazo a usar, problematizar y por tanto entender la dinámica propiad e l med i o y l a s opo r t u n id a d e s d e pen s a r a t r av é s d e i má g ene s e l e c t ró -nicas. En un tiempo que ha tendido tantos puentes entre escrituras e

i má g enes , qu e ha r e f l ex i ona d o s ob re l o s v í nc ul os en t r e i má g e nes pa rae n t r e t e n e r y p a r a co n o ce r ( d e s d e l a an t r o p o lo g í a v i s u a l ha s t a J e an - L u cGodard y Wim Wenders), trazar un cordón sanitario rígido entre dis-cu r s o s gn o s e o l ó g i co s y d i s cur s o s co m u n i cac io n a l e s o e s p e c t acu la r e s e sd e s c onoc e r l a h i s to r i a o c ons a g ra r e l ep i s t emoc en t r is mo .

Es s i n t omá ti c a l a r e d u c c i ó n qu e B ou rd i eu ha c e en s u s c onf e r enc i a sdel campo mediático o televisivo al «campo periodístico». Casi todoslos e jemplos , tomados d e l as práct i cas informat ivas de l a t e l evi s ión y l aprensa, intelectualizan la problemática comunicacional. Nunca estu-

dia, como parte del campo, las funciones lúdicas o de entretenimientode los medios. Cita una vez a Raymond Williams, pero no recoge suexamen más sofisticado y matizado de la cultura y la comunicación,que incluye « las e s t ructuras de s en t imien to» (Wi l l i ams, 1980:150-158) .Por tanto, tampoco se pregunta por los problemas específicos del len-gu a j e t e l e v i s i vo , l o s t ip o s d e i n t e r acc i ón q u e e s t ab le c e co n d i v e r s o s r e -c ep t o r e s y l a pos i bi l id a d d e e l a b o ra r c r í ti c a men t e e s o s v í nc ul os .

La sociedad no aparece en Sobre la televisión más que como unconjunto homogéneo de espectadores, contradiciendo la crítica a lanoción de opinión pública que Bourdieu realizó en un texto famoso,«La opinión pública no existe» (Bourdieu, 1990: 239-250). No reco-noce los varios tipos de audiencia, ni las diversas estrategias seguidas

por los medios respecto de diferentes destinatarios. Tampoco trata elpa pe l d e l omb u d s ma n , d e l a s a s oc i a c i ones d e t e l ev i d en t e s , n i la s c om-plejas participaciones, más o menos simuladas y controladas, en losprogramas que aceptan la discusión del público. Ni el papel diferentede distintos informativos, de los programas que parodian a otros pro-gramas de la televisión o auspician el debate. Solo analiza la desigualdistribución de la palabra, la manipulación de la urgencia, del reloj,para interrumpir y controlar (ibíd.: 35).

Para problemat iza r e l luga r en que e l c i ent í f ico soc ia l puede s i tua r-se al hablar de lo que cuestiona su práctica, es útil detenernos en lo

04 9 5

Page 47: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 47/110

ocurrido cuando Bourdieu participó en un programa de la televisióndedicado a cuestionar cómo la televisión informa de la vida social,« A r r é t su r i m a g e s » , e l 2 3 d e e n e r o d e 1 9 9 6 . B o u r d i e u a c e p tó — d e s p ué sde v a r ia s n e g a t i va s — as i s t i r a u n p r o g r am a q u e co n t e s t a r ía l a p r e g u n t a« ¿ L a t e l e v i si ó n p u e de h ab l a r d e l o s m o v i m i e n t o s s o c i a l e s ?» . C o m o s eanalizarían las grandes huelgas ocurridas en Francia en diciembre de1995, y Bourdi eu había expresado su adhes ión a ese movimien to , p id ióq u e s u p o s t ur a n o f u e r a m e n c i o n ada p a r a q u e n o s e p e n s a r a q u e e l an á -

l i si s s o c i o ló g i co d e có m o i n f o r m ab a l a t e l e v is i ó n e s t ab a co n d i c i o n adopor sus opiniones políticas. Cuando comenzó el programa, antes deq u e Bo u r d i e u e x p u s i e r a s u an á l i s i s, l a p r e s e n t ado r a s e ñ a l ó s u p o s i c ió nfavorable al movimiento de protesta. Bourdieu escribió luego de lae m i s i ó n u n a r t ícu l o e n e l q u e s e q u e jó d e e s t e p r o ce d i m i e n t o y p o r q u elo in t e r rumpieron var ias veces , d i jo que é l había e l eg ido c i e r t as imáge-nes de la huelga y luego agregaron otras, y que era tramposo haberidentificado a Alain Pcyrefitte como «escritor» y no como «senador»de u n p a r t i do d e d e r e ch a , a G u y S o r m an co m o « e co n o m i s t a» y n o co -mo «consejero» del Primer Ministro. Concluyó que «no se puede cri-t i car a l a t e l e vi s ión e n l a t e l evi s ión» (Bourdi eu, 1997: 35-36) .

En un artículo de respuesta, el coordinador del programa, Daniel

S ch n e i d e r m a n , o b se r v ó q u e e l m a l e s t a r d e Bo u r d i e u r e s i d í a e n q u e n os e l e p e r m i t ió co n t r o l a r t o ta l m e n t e e l d e s a r r o ll o d e l a e m i s i ón . Re s p e c -to de la manera de identificar a los participantes, le preguntó por quédebían ser nombrados según sus posiciones ideológicas y políticasmientras él pretendía que no se dijera si había estado a favor de losh u e l gu i st a s . M ás aú n : l e r e cu e r da q u e cu an do l e p r e gu n t a r o n an t e s d e lprograma qué debían escribir bajo su nombre, él respondió: «nada».(Schne i de rman: 1997 : 38-39).

¿Desde dónde habla e l c i en t í f i co socia l? ¿Desde un no lugar? Bour-d i e u s o s t u v o q u e e s a e r a l a m a n e r a d e co n q u is t a r l a m ay o r o b je t i v idadposible; Schneiderman citó a Daniel Bougnonx, profesor de comuni-cación, que en una emisión posterior del mismo programa interpretó

q u e n o h ab í a m e jo r m an e r a d e « s i gn i fi c a r q u e e n Bo u r d i e u e s t á D i o s »(ibíd.: 39).

U n e x ég e t a d e B o u r d i e u , Lo i e J. D . W acq u an t , an o t a q u e e n l a c r í -t ic a d e l a e s cu e l a h e ch a e n L a reproducción y e n e l e s t u d i o d e l s is t e m auniversitario francés expuesto en Horno Academicus, este autor sos-tiene una «filosofía antiintelectualista de la práctica» (Bourdieu yW acq u an t , 1 9 9 5 : 1 3 ) . Ag r e ga r é q u e e n n i n g ú n l u ga r e s t o e s m ás c l a r oque en e l l ibro El sentido práctico, do n d e m u e s t r a q u e l a l ó g i ca co n q u ep e n s am o s y ac t u am o s e n l o s o c i a l , o s e a e l habitus, e s t á a r ra i g a d a e n e lcu e r p o , e n d i s p o s ic i o n e s i n co n s c i e n t e s .

D e s co n s t r u i r l a p o s i c ió n d e l an a l i s t a s o c i a l r e q u ie r e , s e g ú n é l , a d -quir i r conc i enc i a de l as coo rdena das soc i a l e s (de c l as e , s exo y e tn i a) de linves t i gador , de l a pos ic ión que e s t e o cu p a e n e l c am p o académ i co , y,e n t e r c e r l u ga r , d i c e W ae q u an t , d e « l a p a r c i a l id ad i n t e l e c t ua l is t a» q u el e h ace i m ag i n a r a l c i e n t íf ico q u e p u e de v e r e l m u n do co m o u n e s p e c -t áculo . Me parece que e s t e s e r í a e l pun to de par t i da para —reconoci en -do lo s d i s t i n to s lugares desd e l o s que habla e l inves t i gado r— pode r d es -construirlos, aunque sabiendo que es inútil ocultar sus posiciones

p o r qu e p o r m ás q u e i n t e n t e h ab la r d e s d e u n n o l u ga r n u n ca l o g r a r á h a -c e r d e l m u n do u n e s p e c t ácu lo a s ép t i co .

¿Hay un luga r pa ra e s tud ia r la in te rcul tura l ida d?

1 . G r an p a r t e d e l o s d i l e m as t e ó r i co s y m e t o do l ó g i co s d e l a s c i e n c i a ss o c i a l e s e s t án co n de n s ado s e n l o s i t in e r a r i o s d e e s t o s au t o r e s . La t r a -yectoria de Clifford Geertz es la de un antropólogo dedicado a estu-dios de caso, que rehúsa las generalizaciones y la macroteoría, perotermina preguntándose por las maneras en que construimos los obje-tos de estudio con los otros de distintas sociedades, en la más amplia

i n t e r cu lt u r a li d ad . E l i t in e r a r i o d e P i e r r c Bo u r d i e u e s e l d e a l gu i e n q u eco m e n z ó t r ab a jan do e n Ar g e l i a co m o an t r o p ó lo go , e n p o co s añ o s r e -p l icó y e x p an d i ó s u s e s t ud i o s e n F r an c i a co n s t r u ye n d o u n a m ac r o t e o -ría sociológica que fue aplicando en forma deductiva a objetos muyd i v e r s o s , s i n r e co n o ce r s u f ic i e n t e m e n t e l a e s p e c i fi c i dad d e c ad a a r t e ,de l a l i te ra tura, de l a po l í t ica y d e l as ind us t r i as cul tural es . Al pr imerol e s i gu e i m p o r t an do h as t a e n s u ú l t i m a e t ap a e l c a r ác t e r d r am át i co d elas interacciones sociales, por lo tanto su sentido indeciso, ambiguo,y las var iaciones pos ic ional es necesar i as para captar los juegos no pre-vi s tos en l a cod i f icac ión soc i a l ; Bourd i eu a t acó l a d ramat izac ión de l asnot ic ias en l a t e l evi s ión y tra tó de proscr ibi r lo dramát ico de l a ref l exi -vidad c i en t í f i ca. La observación cr í t i ca de l a subje t ividad de l observa-

dor practicada por Geertz, los etnometodólogos y los antropólogosp o s m o de r n o s , s e g ú n e l au to r d e Respuestas, «abre l a puer ta a una for-ma de relativismo nihilista» (Bourdieu y Wacquant, 1995: 46). Estaaf i rmación e s dema s i ado t axa t iva r e spec to de l o s au to res más r e l a t iv i s -tas o «anarquistas» de la antropología posmoderna, y francamentei n ap r o pi ada an t e l o s e s f u e r zo s d e co n s t r u cc ió n d e c i e r t a o b je t i v idad apartir de la sistematización de lo intersubjetivo que hallamos en lasobras de Geertz y Rosaldo.

En verdad, no se trata solo de una cuestión epistemológica sinot ambién e s t é t i ca . Rosa l do encuen t ra co inc i denc i as con e l Bourd i eu

t ropólogo, a l recon s t rui r e l anál i s is socia l , a t a l punto que c i e r ra e l ca-pítulo de Cultura y verdad de d i cado a l a i n d e t e r m i n ac i ó n d e l t i e m p o

D o s m o v i m i e n t o s co n t e m p o r án e o s n o s co l o can an t e l a t e n t ac i ó n

Page 48: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 48/110

i nd io y l as improvi sac iones i l ongo t e aprop iándose i n ex t e nso de l a des -cripción bourdieuana del ritmo y la política de reciprocidad entre loscam p e s i n o s d e Ar ge l i a . L e a t r a e có m o e l au t o r f r an cés d e s c r i b e , e n l ad i a l éc t i c a d e o f e n s a y v e n g an z a , la c r e ac i ó n d e e s p ac i o s p a r a r e t r a s a rl a r evancha, l as e s t ra t eg i as que mane jan e l r i tmo de l a ac c ión , apresurany sorprenden, o contienen y postergan para intensificar la amenaza.Pero Rosaldo difiere de Bourdieu en algo que parecería una sutileza

e x ce s i va e n l a p e r s p e c t iv a d e u n e p i s t e m ó lo go . D i c e q u e e l p a r ad i gm abourdicuano de «reto y respuesta sugiere la estética de las artes mar-cia l es . Los i long ot es y yo prefe r imos enfat izar l a gracia soc ia l , e l r i tmoy l o s p a s o s q ue m o l d e an l a d an z a d e l a v i da . M i p r o y e c t o h a s ido d e s -cr ibi r l a es t é t i ca d i screpant e que da forma al r i tmo de l a vida co t i d ianadond e e l t i empo de l r e lo j no e s l a suma rea l i dad » (Rosa l do , 1989: 12 t ) .¿ P o r q u é da r t an t a i m p o r t an c i a a l r i t m o ? P o r q u e e n . s u s m o v i m ie n t o s ,exp l i ca Rosa l do , s e man i f ie s t an «l a r e f l ex ión y l a n ego c i ac ión en curso ,l a cal i dad de l as re l aciones socia l es en t re los par t i c ipant es» ( i dem) .

Se d i r í a que en su cr í t i ca a l uso d e los t i empos t ekvis ivos , su insen-s i b il id ad an t e l o s r i t m o s d e l d e b a t e y l a s i n d e f in i da s ' o p o r tu n i dad e s d enegociación y disputa, el Bourdieu sociólogo olvidó su experiencia

antropológica en Argelia. Tampoco tuvo en cuenta lo que él mismoescr ibió en su posfacio a l l ibro de Paul Rabinow, Ref lexiones sobre untrabajo de campo en Marruecos, que este autor realizó bajo la direc-ción de Clifford Geertz: aunque malentiende la obra de Geertz como«un positivismo renovado» por la descripción densa, que haría delci en t í f i co un suje to neut ra l , « i r reprochable s e rvidor de los cánones ló-gicos de l a expl icación» , Bourdi eu e logia e l t rabajo de Rabinow por sucuestionamiento de la «autoridad » etnográfica, derivada de los ritua-l e s m e t o do l ó g i co s d e l a a ca d e m i a . S o st i e n e q u e l o s h e ch o s s o n f ab r i -cados en el campo, en el «trabajo de interpretación conjunto» del et-nógrafo y sus informantes (Rabinow, 1992: 152), lo cual parececoincidir con la afirmación de Rabinow de que «lo's hechos antropo-

lógicos son transculturales» (iba.: 142). Sin embargo, ante la televi-sión Bourdieu, preocupado por imponer su autoridad epistemológica«objetiva», descalifica la gestión del sentido en la disputa televisiva,l a s t r an s acc io n e s q u e d e b e n o cu r r i r cu an do u n s o c i ó lo go h ab la p a r a l apantalla. Comparto la crítica de Bourdieu a la televisión por subordi-narse al mercado, pero a esa crítica le falta percibir lo que en el len-gu a j e y e n e l r i t m o d e l a co m u n i cac i ón au d i o v i s u a l apu n t a a u n m o d ode i n t e r acc ió n s o c i a l , a u n a co n s t r u cc i ón d e l co n o c i m i e n t o , d i s t in t a d el a a c a d é m i c a .

98

de imaginar que podríamos no pertenecer a ningún lugar. Una de esascorrientes es el proceso globalizador, o sea, la desterritorialización deempresas, capitales, bienes, comunicaciones y migrantes, entre cuyosresultados se hallan los no lugares celebrados por Marc Augé (aero-puertos, shoppings, autopistas). Otro es el intento de superar los sub-jetivismos, y alcanzar una mirada objetiva, basada en una produccióncientífica universalizada, que aboliría las diferencias culturales comoestructuras-soportes de diversas modalidades de conocimiento.

Sin embargo, los lugares siguen existiendo en tanto continúa ha-biendo alteridad en el mundo. Ha sido transitoriamente útil la nociónde no lugar para volver a los antropólogos más atentos a lo que noscomunica, integra y relativiza nuestras diferencias en un mundo don-de cada vez hay más autopistas materiales y simbólicas. Pero aun enlos aeropuertos más ajenos al país que los aloja, aun en los collagesde l o s shoppings y l as ven t as de gara je , e s pos ib l e —y necesar io— iden -t i fi c a r d e d ó n de p r o ce d e n l a s co s a s y la s p e r s o n as . Lo q u e d i c e G e e r t zcuando rechaza las obsesiones de la sociobiología y el neorracionalis-mo por encontrar una «naturaleza humana» es aplicable a la imposi-ción de una racionalidad teórica absolutamente universalizante: elprecio que hay que pagar por ese tipo de verdad «es la decontrucción

de l a a l t e r id ad » ( G e e r t z , 1 9 9 6 a : 1 2 2 ).E l e g i r a C l i ff o r d G e e r t z y a P i e r r e Bo u r d i e u t u v o e l p r o p ó s i to d e

av e r i gu a r có m o do s f u n dado r e s d e l a s c i e n c i a s s o c ia l e s s e s i t ú an an t e l oque desafía sus modos de entenderlas. Haberlos escogido lleva elsu-puesto de que entre los retos que tenemos hoy antropólogos y soció-logos s e hal l an e l dar cuen ta de l as formas g lobal izadas de in t e rcul tura-l i d ad q u e e x i g e n i r m ás a l lá d e l e s t u d i o d e o ca s i o n a l e s co n t ac t o s e n t r eculturas y sociedades, así como entender las industrias culturales yo t r o s p r o ce s o s q ue t r a s c i e n de n l a s s o c i e dad e s n ac i o n a l e s . C o n e s t e f in ,s e r í a v a l io s o e x a m i n a r có m o r e s p o n d i ó Bo u r d i e u a l o s e f e c t o s t e ó r i co sy políticos que ha tenido la traducción de sus obras en sociedades noeuropeas, que está documentado en un libro donde incluye diálogos

con lectores estadounidenses y japoneses de sus textos (Bourdieu,1997).

T am b i én co n v e n d r í a p r o fu n d i z a r a l go q u e p o r e l m o m e n t o i n s in ú o :có m o s e e x i l ia , m i g r a y s e r e u b i ca i n e s t ab le m e n t e e l t r ab a jo i n te l e c t u a lcuando no pertenecemos solo a una sociedad nacional, y cuando lasuniversidades nacionales y públicas deben definir su tarea en relaciónco n n u e v o s e s p ac i o s t r an s n ac i o n a l e s y p r i v a t iz ado s . E n e s t o s e s p ac i o ss u r g e n d e s a f ío s a l a p r o du cc i ón y e l u s o d e l s ab e r , a v e c e s s e g e n e r a r ánconocimientos y también oportunidades inéditas —como ocurre con

99

l as empresas , con los medios— para rehacer nues t ro t rabajo in t e l ec tual

Page 49: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 49/110

d e s d e l u g a r e s d i s ti n t o s d e l a u n i ve r s i d a d , qu e no p i en s o ( n i en s en t i d ot eó r i co , n i po l í ti c o ) que pu ed a n c on s i d e ra r s e no l u g a r e s .

4. Al mismo tiempo que algunos lugares de acción y de conoci-miento se desdibujan, los dispositivos mercantiles tienden a subordi-na r a t od os a s u l ó g i c a. E l merc a d o no e s u n l u g a r , c omo qu i zá pod r í ade c i r s e d e l E s t ado o d e l a u n i v e r s idad , s in o u n a l ó g i ca o r gan i z a t iv a d elas interacciones sociales. Entonces, la oposición que tantas veces se

ha c e en t r e Es t a d o y merc a d o no d e b e v e r s e c omo c onf ron t a c i ó n en t r edo s e n t i d ad e s . M ás qu e u n l u ga r s o c ia l , e l m e r cad o e s e s e m o d o d e o r -gan izar l a c i rculación de los biene s , mensajes y se rvic ios como merc an-cías , que t i ende en l a actual i dad a re duci r l as in t e racciones socia l es a suv a l o r e co n ó m i co d e c am b i o .

¿Cuál ese! s en t i do , en tonces , de hablar de mercados s imból icos? Elu s o m e t a f ó ri co d e e s a e x p r e s i ón e co n ó m i ca d e b e aco m p añ a r s e d e u n areflexión y autorreflexión acerca de lo que en la producción literaria,art í s t ica , med iá t ica y pol í t ica t ra sc ien de la c i rcu lac ión me rcant i l : pro-d u c c i ó n d e c onoc i mi en t o e i n f o rma c ió n , b ús qu ed a s e s t é t ic a s , d e f ens ade d e r e ch o s h u m an o s y o t r a s r az o n e s p o r l a s cu a le s l o s s e r e s h u m an o sy l as cul turas in t e ractúan.

Seguiré analizando en próximos capítulos las condiciones de estaref l exión y autorref l exión. Señalo ahora que cabe dudar , con Bourdi eu,de que la t e l ev is ión pueda c r i t i ca rse a s í misma en la t e l ev is ión. Tam-b i é n c onv iene s e r s u s p i c a c e s c on l o s i n t en t o s d e l r e l a t i v is mo a n t ropo-lóg ico de ayudar a la s cu l turas a supera r su e tno cen t r i smo au tojus ti f i -catorio. Ni es posible confiar en que el campo científico sea capaz decumplir desinteresadamente este trabajo crítico sobre sí mismo, des-pués de las dificultades exhibidas, entre otros, por los estudios deB ou rd i eu s ob re e l c a mpo a c a d é mi c o , y po r G e e r t z y l o s a n t ropól og osp o s m o de r n o s s o b r e l o s o b s t ácu l o s a l a r e f l e x i v idad e n l a e s c r i t ur a y e nl a s ins t i tuc iones ant ropológ icas .

Llega mos as í no a una con c lus ión, s ino a una hipótes i s pa ra e l t ra -bajo futuro. Tal vez dos tareas estratégicas para salir del ensimis-mamiento de las disciplinas y las instituciones, de su reorganizaciónacrf t i ca bajo e l mercado , y para reencont rar e l in t e rés públ ico , s ean: a)permitir que los objetos de estudio y acción de cada campo sean con-f ron tados , es deci r desaf iados , por los o t ros con los que t i enen re l ación(por e jemplo , l as ar t es de e l i t e y l as cul turas fo lc lór icas por los med ios ,los medios por las interacciones sociales no mediáticas); b) dejar quedentro de la globalización emerjan las preguntas de la interculturali-d a d , d e l a s fron t e ra s qu e no c a en o s o l o c a mb i a n d e l u g a r , d e l a s d i f e -r e n c i a s y d e s i gu a l dad e s n o d i l u ib l e s e n l a g l o b a l iz ac i ón .

C o n f i r m am o s q u e l o s o b je t o s d e e s t u d i o d e l a s c i e n c i a s s o c i a le s n opueden ser identidades separadas, ni culturas relativistamente desco-n e c t ada s , n i c am p o s ab s o lu t am e n t e au t ó n o m o s . L as e v i d e n t e s i n t e r ac -c i o n e s e n t r e e l lo s n o s e e n t i e n d e n s i l a s co n ce b im o s co m o s i m p l e y u x -taposición. En un tiempo de globalización, el objeto de estudio másr e v e l ado r , m ás cu e s t io n ado r d e l a s p s e u do ce r t e z a s e t n o cén t r ic a s o d i s -c ip l inar i as es l a in t e rcul tural i dad. El c i en t í f i co socia l puede , median t el a inves t i gación empí r ica d e re l aciones in t e rcul tural es y l a cr í t ica auto-

r ref l exiva de l as for t a l ezas d i sc ip linar i as , in t en tar pensar ahora de sde e lexilio. Estudiar la cultura requiere, entonces, convertirse en un espe-c i a l is t a de l as i n t e r s ecc iones .

Page 50: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 50/110

4

La g lo ba l izac ión d e l a an t ro po lo g íad e s pu é s d e l p o sm o d e r n is m o

Hemos venido hablando de los antropólogos como profesionales es-p e c i a l iz ado s e n l a i n t e r cu l tu r a l id ad . L as o s c i l a c i o n e s am b i v a l e n t e s e n -

contradas entre lo propio y lo ajeno generan dudas sobre nuestro po-der de ubicuidad y traductibilidad poco confortables. Divididos entrel a l e a l ta d a l a s oc i ed a d e s t u d i a d a y l a s ex i g enc i a s d e l c onoc i mi en t o enlas instituciones en las que enseñamos, entre el saber de los nativos yel pensamiento científico, no es fácil construir discursos que tiendanpuentes entre ambos. El giro lingüístico de las ciencias sociales, en elt r am o f i n a l d e l s i g l o x x , co l o có p r e c i s am e n t e e n e l n i v e l d i s cu r s iv o e s -t o s v i e jo s d i le m as d e l a p r ác t ic a e t n o g r á f ica .

En este capítulo y el siguiente voy a examinar algunos problemasconfrontados por ese énfasis en los discursos. Aquí intentaré mostrarlos límites de los debates epistemológicos y políticos posmodernosque situaron en la construcción de los textos etnográficos los conflic-t o s d e l a i n t e r c u lt u ra l i d a d . En e l p ró x i mo, p ropond ré u n t r a b a jo s e me-jan t e con los es tudios cul tural es .

Trabajo de campo o retórica textual

El análisis crítico de la discursividad etnográfica puso bajo sospechal o s m o do s d e v a l i d ac i ó n e m p í ri ca d e l a an t r o p o lo g í a , s o b re t o d o e s e r e -cu r s o — e l t r aba jo d e c am p o — , du r an t e d écad as co n s i d e r ado c l av e d e l a

10 3

or ig inal i dad y e l valor c i en t í f i co de es t a d i sc ip l ina. La imagen paradig- s i o n a l e s p a r a e n co n t r a r u n l u ga r e n t r e l o s q u e « e s t án aq u í» , e n l a a ca -

Page 51: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 51/110

mática del antropólogo, consagrada por Malinowski en su introduc-ción a los Argonautas, co m o u n n u e v o t i p o d e i n t e le c t u a l q u e acab a r í aco n l a s d i s to r s i o n e s s o b r e p u e b l o s l e jan o s , s e v o l v ió du d o s a d e s d e q u ese publicaron los Diarios de es e autor. El antropólogo al que JamesClifford, entre otros, considera el fundador de «la autoridad etnográ-f i ca» (1988) expresa e n sus no tas ín t imas e l re i t e rad o has t ío por l a cul -tura melanesa , su pas ión por la «an imal idad » de los cuerpos nat ivos , e l

cul t ivo de una re l ación as imét r i ca co n los informantes . En f in , más queco m o u n c i e n t í fi co e n d i á lo go r e c e p t i v o y r e s p e t u o s o co n l o s t r o b r ian -deses , s e mues t ra como un «polaco vagabundo» (Geer tz , 1989) que as -p i r a a s e r n o m b r ado S i r e n I n g l a t e r r a , «u n y o e n p e l ig r o , u n a co n c i e n -c i a f r agm e n t ada q u e b u s ca i n te g r a r s e a t r in ch e r án do s e e n u n a p o s i c i ón ,u n s í m i s m o » ap e n as o r gan i z ado e n t o r n o d e l a s p r o m e s as d e r e s p e t a -b i li d ad q u e c r e e i r p r e p a r an do a l « t r ab a ja r p a r a l a i n m o r t a l id ad » ( C a r -d ín , 1990).

En 1983 un libro de Florinda Donner, Shabono, ce l e b r ado p o r v a -r i o s an t r o p ó lo go s co r n o u n av an ce s u s t an c ia l e n l a i n v e s t ig ac i ó n , p r o -vocó una vasta polémica en A merican A nthropologist cu an do Re b e caB. de Holmes demostró que esa obra no surgía de haber vivido entre

l o s y an o m an o s d e s c r i p t o s s in o d e s ab e r « e n s am b l a r co n c i e r t a g r ac i a»y una fantasía «a la manera de Carlos Castañeda» informes de otros,especialmente de un libro que relata la vida de una brasileña raptadap o r e s o s in d i o s d e V e n e z u e l a .

L o s e j e m p l o s p r o li fe r an : l a r e f u t ac ió n d e D e r e k F r e e m an a l a i n t e r -pretación de Margaret Mead sobre los samoanos; las polémicas entreRedf i e l d y Oscar Lew is sobre Te pozt lán ; l o s a taques a l a obra de C eachsobre Bi rman ia . Ot ros casos s emejan t e s han l l evado a d esconf i a r no so -l o d e l c a r ác t e r f id e d i gn o d e l a i n f o r m ac ió n p r e s e n t ada p o r l o s e t n ó g r a -fos o l as in t e r f e renc i as de su subje t ivi dad e n l as descr ipc iones . Emerge npreguntas más radical es . Si t an tas suspicacias vuelven eviden t e que lost e x t o s an t r o p o ló g i co s n o p u e de n s e r l e í do s c o m o u n a t aq u i g r a fí a d e l a

e x p e r i e n c i a i n d í g e n a ¿ q u é s o n , e n t o n ce s ? ¿ H ay a l go q u e l o s d i fe r e n c i an í t i damente de los re l a tos de viaje ros y náufragos , de l as facciones l i t e -r a r i a s do cu m e n t ada s e m p í ri c am e n t e ?

E s a r du o s ab e r q u i én h ab l a e n l o s l ib r o s d e an t r o p o l o g í a : ¿ lo s p r o -t ago n i s ta s d e l a s o c i e dad e s t ud i ada o e l q u e t r an s c ri b e y o r d e n a s u s d i s -cursos? ¿En qué medida l as cul turas d i s t in tas de l a de l observador pue-den ser aprehendidas como realidades independientes y en qué gradoson construidas por quien las investiga? ¿No se esconden bajo el pre-t e x t o p r e s t ig i o s o d e « h ab e r e s t a do a l l í » , e n co n d i c i o n e s q u e n ad i e co -n o ce n i p u e de v e r i fi c a r , l a s e s t r a t e g i a s u s ada s p o r u n g r u p o d e p r o f e -

de mia y los s impos ios , en l as re vi s t as y los l ibros especia l izados?La cues t ión s e v i ene compl i cando desde l a mi t ad de l s i g lo xx , cuan-

do l a s s o c i e dad e s co l o n i a l e s s o b r e l a s q u e c l á s i cam e n t e t r ab a jab an l o san t r o p ól o go s d e j a r o n d e s e do , y s u d e s a r r o l lo co n t e m p o r án e o l a s ap r o -ximaba a l as met rópol i s . También porque l as comunicacione s en t re lospaí s es depe nd i en t e s y l o s cen t ra l e s s e han vue l to muy f lui das . La d i s t an -c i a en t r e l o s pueblos co lon ia l e s y l o s me t ropo l i tanos , que pe rmi t í a a l o santropólogos jugar el papel de traductores sin inquietarse demasiadopor l as r e l ac iones de pode r en t r e ambos , s e r edujo o s e vue lve poco s i g -n i f ic a t i va . Ade m ás , lo s g r u p o s s u ba l t e r n o s n o s e d e j an r e p r e s e n t a r t animpunemente por otros. Ya no se sabe, dice Geertz, a quién hay quepersuad i r ahora : « ¿A los af r i can i s t as o a l o s af r i canos? ¿A los amer i ca-n i s t as o a l o s i nd ios ame r i canos? ¿A los japones es o a l o s japonólogos?»(Geertz: 1989: 143).

Una novedad en los debates de los últimos años sobre las viejasp r e o cu p ac i o n e s p o r l a c ie n t i f ic i d ad d e l a an t r o p o lo g í a e s n o q u e d a r s een la crítica ética ( ¿d i c e e l e t n ó g r a f o l a v e r dad ? ) o e n l a i m p u gn ac i ó npolítica ( los in t e rese s co lon ial i s t as impiden a muchos an t ropólogos vercorrec tamente o los impulsan a d eformar lo rea l ) . La problemat izacións e h a v u e l t o m ás r ad i ca l a l cu e s t io n a r e p i s te m o l ó g i cam e n t e l a s co n d i -c i o n e s e n q u e s e p r o du ce e l s ab e r an t r o p o ló g i co y e n q u e s e e l ab o ra s ucomunicación a t ravés de mediaciones t ex tual es e ins t i tucional es .

El antropólogo como escritor

tina primera utilidad de esta línea de trabajo, desarrollada al comien-zo por la antropología hermenéutica y profundizada por autores pos-modernos nor t eamericanos , es vo lvernos más a t en tos a l as var iadas s i -tuaciones que in t e rvi enen en l a formación de l saber an t ropológico y enl a co n s t r u cc ió n d e l a s i n gu l a r id ad d e l a d i s c i p li n a . C ada v e z s e p i e n s am e n o s q u e l o q u e s e d i c e e n e l d i s cu r so an t r o p o l ó g i co s e a u n r e s u l ta -do directo del trabajo de campo y legitimado únicamente por él. Co-nocer si el investigador estuvo en el campo, qué hizo allí y cómo lohizo es y seguirá siendo una cuestión éticamente importante, peroe p i s t e m o l ó g i cam e n t e i n s u f ic i e n t e . H o y s ab e m o s q u e l o q u e u n an t r o -p ó lo go d e c l a r a h ab e r e n co n t r ado e n e l c am p o e s t á co n d i c io n ado p o r l oque se ha dicho o no dicho previamente sobre ese lugar, por las rela-c i o n e s q u e e s t ab le c e co n e l g r u po q u e e s t ud i a y co n d i f e r e n t e s s e c t o r e sde l mismo, o lo que qui e re de mos t ra r —sobre e s e g rupo y sobre s í mi s -m o — a l a co m u n i dad acad ém i ca p a r a l a cu a l e s c r i b e , p o r s u p o s ic i ó n

( do m i n an t e o p r e t e n d i e n t e ) e n e l c am p o a n t r o p o ló g i co , p o r e l m an e jo c i e n do e l c a r ác t e r d i a l ó g i co d e l a co n s t r u cc i ó n d e i n t e r p r e t ac i o n e s . E nvez del autor monológico, autoritario, se busca la polifonía, la autoría

Page 52: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 52/110

más o menos hábi l de l as táct i cas d i scurs ivas con que puede lograr to -d o e s o .

Sin embargo, la tendencia predominante en los libros de antropo-l o g í a e s o cu l t a r e s t a s co n d i c i o n e s co n t e x t u a l e s d e l t r ab a jo d e c am p o .Para e so e x i s ten var i as convenc iones t ex tua l e s carac t e r í st i cas de e s e gé-nero l i t e rar io-ci en t í f i co que es e l « real i smo e tno gráf ico» . Por e jemplo ,s e ev i t a l a p r imera pe rsona para suge r i r l a obje t iv i dad d e l o que s e de s -

cr ibe y l a neut ra l i dad de l inves t i gador: en vez de af i rmar «observé quecomen d e t a l manera», s e d i ce «e l l o s comen as í» . Para garan t izar l a ve -rosimilitud de lo expuesto se acumulan detalles y detalles de la vidad i a r i a , y s e i n s in ú a l a au t o r i dad e x p e r i e n c i a ) d e l an t r o p ó lo go co n m a-pas , fo tos y croquis de l lugar es tudiado . Se incluyen múl t ip l es t érmi-nos nat ivos y se expl ican minuciosamente l as s ingular i dades de l grupoanalizado para marcar su distancia respecto de nuestra cultura y lac o m p e t e n c i a d e l i n v e s t ig a d o r .

L a d e s co n s t r ucc i ó n d e l d i s cu rs o an t r o p o l óg i co r e a l iz ada e n e s t a l í -n e a p o r au t o r e s co m o G e o r g e s E . M ar cu s y D ick C u s h m an l o s l l e v a a

sostener q u e e l s u p u e s to r e a l i sm o e t n o g r á f i co e s u n a f i c c ió n : d i s p o n elos datos para conferir apariencia de objetividad a un sentido social

q u e e s t a r í a y a f o r m ado y q u e s o l o s e r í a v i s ib l e p a r a e s t e s u j e t o e x ce p -c iona l , de una cu l tura d i f e ren t e — el an t ropólogo— , en t r enado para pe r -cibi r e l s en t i do g lobal y profundo que se ocul tar í a a los actores . El ca-rácter fragmentado e incoherente que suele tener la experiencia decam p o s e s u t u r a a l s o m e t e r l o a l o r d e n l i s o y co m p ac t o d e l a s i n te r p r e -taciones omniabarcadoras. El proceso de diálogo y negociación conl o s i n fo r m an t e s e n q u e e l an t r o p ó l o go o b t i e n e l o s d a t o s s e b o r r a e n e lm o n ó l o go d e s p e r s o n a l i zado d e q u ie n d e s c r i b e e s t r uc t u r a s s o c ia l e s . E lan t ropólogo t i ene éxi to no t an to por e l r i gor y l a ver i f i cabil i dad d e susexpl icac ione s , s ino —dice Mar i lyn Stra the rn— porque log ra pr e se nta r la scomo «una f i cción persuas iva » (1987).

L a cu e s t i ón e s s i ah o r a e l t r ab a jo an t r o po l ó g i co p u e de s a l ir d e e s t a

condición de simulacro y asumirse como construcción del objeto dee s t u d i o . ¿E s p o s i b le q u e e l i n v e s t ig ad o r r e cu p e r e a l gú n t i p o d e au t o r i-dad? Para e l lo s e requieren , a l menos , t res operaciones : a) inclui r en l aexpos i c ión de l as i nves t igac ione s l a p robl emat izac ión de l as i n t e racc io -nes culturales y políticas del antropólogo con el grupo estudiado; b)s u s pe n d e r l a p r e t e n s i ón d e a b a r c a r l a t o t a li d a d d e l a s o c i e d a d e x a m i n a -da y prestar especial atención a las fracturas, las contradicciones, losas p e c t o s i n e x p l i cado s , l a s m ú l t i pl e s p e r s p e c t i v a s s o b r e l o s h e ch o s ; c )recrear esta multiplicidad en el texto ofreciendo la plurivocalidad delas manifestaciones encontradas, transcribiendo diálogos o reprodu-

d i s p e r s a .Para emprender este giro histórico, la antropología se ha abierto a

l o s co n ce p t o s , in s t r u m e n t o s y e l ab o r ac i o n e s d e l a l i n gü í s ti c a , e l an á l i -sis del discurso, la historia, y, por supuesto, a los aportes de filósofosy e p i s t e m ó l o go s . S e v o l v ió f r e cu e n t e q u e l o s au t o r e s p o s m o de r n o s r e -currieran a Foucault para desconstruir las nociones de autor y episte-me, a Wittgenstein, Gadamer y Ricoeur para liberarse de las ingenui-dade s gn o s e o l ó g i ca s d e l r e a l i s m o e t n o g r á f i co y e s t ab l e c e r d e u n m o docrítico los procedimientos hermenéuticos, a Austin y Searle para en-t e n d e r l o s ju e go s d e l l e n g u a j e y có m o s e h ace n co s a s co n p a l ab r a s . Ene! mismo proceso en que el trabajo de campo perdía legitimidad y de-j ab a a l a an t r o po l o g í a s i n l a s e gu r i dad d e e s e r a s go p r o p io , s e p e r s e gu í al a c e r t e z a e n u n e s p ac i o m u l t id i s c i p li n a r i o .

E s t a l ab o r d e s co n s t r u c t iv a co r r e s p o n d e e n a l gu n o s p a í s e s , n o t ab l e -mente en los Estados Unidos, a un deslizamiento de la investigaciónempírica a la exégesis textual. Ante las sospechas hacia la etnografíarealizada en pueblos lejanos, los Otros a estudiar son los antropólo-gos precedentes y el material preferido pasan a ser sus textos. En al-gunos casos, por ejemplo los análisis de Mary Louise Pratt sobre lasobras de Hans Stade y Firth, o los de Renato Rosaldo acerca de losnuer de Evans-Pritchard y Montaillou, de Emmanuel Le Roy Ladu-rie, hallamos estudios metaetnográficos consistentes que muestrancómo develar las astucias textuales de los antropólogos en relacióncon las condiciones de produccilln de sus libros.

P e r o e n o t r o s t rab a jo s , co m o l a m ay o r ía d e l o s p r e s e n t ado s e n e l s e -m i n a r i o d e S an t a F e q u e d i o l u ga r a l l i b r o Writing Culture, e sa e spec iede manifiesto colectivo de los antropólogos posmodernos, prevalecenlos análisis paraliterarios y filosóficos. En vez de utilizar los instru-m e n t o s d e l an á l i si s d e l d i s cu r s o p a r a e n t e n d e r l a s e s t r a t e g i a s s o c i o p o -líticas o la lógica argumentativa de los antropólogos, prefieren mirar-

los desde las preceptivas estéticas de Deleuze o Derrida. El resultadoes una reducción de los antropólogos a escritores.Parece indispensable encontrar nuevas maneras de producir, junto

con el trabajo teórico, otro tipo de etnografía. Algunos antropólogosl o hacen . El i jo do s casos de d i s t i n t as l ín eas : Michae l Tauss i g , c i t ado co -mo ejemplo en la bibliografía posmoderna norteamericana, y NigelBarley, cuya labor es convergente con esa tendencia pero con mayorr e p e r cu s i ó n e n e l ám b i to i n g l é s .

Michael Taussig realizó en su libro Shamanism, Colonialism and

the Wild Man un montaje de relatos coloniales sobre el terror en la

10 7

Am az o n i a co l o m b i an a , e l t e s t im o n i o d e u n a r g e n t i n o t o r tu r ado , s e s i o - da d e j a a m an o u n r e p e r t o r io d e an écdo t a s e t n o g r á f i ca s pa r a h ace r c a -

Page 53: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 53/110

nes de chamanismo, t ex tos l i t e rar ios , imágenes populares de san tos ca-t ó li co s y s u s p r o p i a s v is i o n e s o b t e n i da s m e d i an t e d r o ga s a l u c in ó ge n as .E n v e z d e co n ce n t r a r s e e n u n ú n i co o b je t o d e e s t u d i o y d e t e c t a r e l s e n -t ido p e cu l i a r d e c ad a u n o , s e co l o ca é l e n e l c e n t r o d e l r e l a to y h ace e x -p l íc i t a s s u s r e f le x i o n e s s o b r e l a v i o l e n c i a y e l t e r r o r e n l a s s o c i e dad e sco n t e m p o r án e a s . C o n s i d e r a l a s co n d i c i o n e s s o c i a l e s q u e e n ge n d r an e lt e r r o r - la am b i c ió n d e l u c r o d e l a s co r p o r ac i o n e s , l a n e c e s i dad d e co n -

t ro lar a los t rabajadores - , pero quiere ver de t rás : « las formaciones cul -turales, los modos de sentir, construidos intrincadamente, duraderos,i n co n s c i e n t e s , cu ya r e d s o c i a l d e co n v e n c i o n e s t ác t i c a s e i m ag i n a r i o sdescansa en un mundo simbólico y no en aquella débil ficción «pre-kantiana» representada por el racionalismo o el racionalismo utilita-r i o » ( T aus s i g , 1 9 8 7 : 9 ). P a r a acc e d e r a e s a s f o r m ac i o n e s i n co n s c i e n t e sno sirven el realismo etnográfico ni las descripciones holísticas habi-tuales en el d i s cu r s o an t r o p o l óg i co . M ás q u e e s t ab l e c e r c au s a l id ad e s ,sugiere conexiones de sentido. Taussig sostiene que «la subversiónm í s ti c a d e l o s m i to s » r e q u i e r e d e j a r in t ac t a s am b igü e d ade s : s e t r a t a d e«penetrar el v e l o m an t e n i e n d o s u ca l i d ad a l u c in a t o r i a» .

La vio l en ta y he t e rodoxa prosa de Tauss ig , su in t en to de subvers iónmítica del mito, se asemejan a su propia descripción de las sesioneschamanís t i cas . Como e l chamán, e l an t ropólogo a r t i cula un montaje d erelatos vivenciales queriendo que los lectores lleguen a «sentir algo»an t e e l t e r r o r . Pe r o aq u í r e ap a r e c e l a l i m it ac i ón d e o p e r a r e n e l u n i v e r -so de l t ex to . Mien t ras e l chamán actúa, o s ea que i n t e rv iene e n un cue r -p o , p r o v o ca v ó m i to s , h ace q u e l a s p e r s o n as t e n g an f an t a s í a s , a lu c i n a -ciones , «pin turas» y l es hace ve rbal izar esas imáge nes para «curar las» ,el libro de Taussig solo dispone de palabras impresas y únicamentep u e de p r o v o ca r e n e l l e c t o r u n m a l e s t a r . L as o b r a s p o s te r i o r e s d e e s t eautor, aun menos preocupadas por el r i go r e t n o g r á f ico , e x a s p e r a r o ne s t o s ju e go s i n t e r p r e t a t i vo s .

C o n u n a p e r s p e c t i v a d i s t in t a r e e l ab o r a l o s v í n cul o s e n t r e t r ab a jo d ecampo y d i s curso an t ropo lóg i co l a r egoc i jan t e obra de N ige l Bax l ey , Elantropólogo inocente (1989). Desde l a d ed i ca to r i a de l l ib ro - .«Al J eep .-se empeña en que sea parte de su trabajo la reflexión desolemnizada,i r ón i ca , s o br e l a s o l e d ad y l a s d i f icu l ta d e s d e l t r ab a jo p r o l o n gado e n e lt e r r e n o . C o m i e n z a e x p l i can do e l e s t an cam i e n t o d e l a an t r o p o l o g í a b r i -t án ica co m o u n a d e l a s m o t i v ac i o n e s p a r a i r a l Á f r i ca . C u e n t a s u s d u -das ace rca de l as razones pe rsona l e s para s a l i r de t rabajo de campo: ¿ s et ra t a «de una de e sas t a reas desagradabl es , como e l s e rv i c io mi l i t a r , quehabía que sufr i r en s i l enc io»; e s un r ecurso para s a lvars e de l a doce nc i ay l as tu to r ías , un p r iv il eg io d e l a p ro f es ión que d uran t e e l r e s to de l a v i -

l la r a l o s a l u m n o s y e n t r e t e n e r a l a g e n t e , o u n a m an e r a d e a d q u i ri r - af u e r za d e p r e s e n c i a r r i to s r e p u gn an t e s y s e n t án do s e a e s cu ch a r a s ab i o sh i n dú e s - e s e h a l o q u e p e r m i t e f o r m ar p a r te d e « l o s s an t o s d e l a i g l e s i abr i tán i ca de l a exce n t r i c idad »? No d e ja de exp l i car l o s p repara t ivos : có-m o ap r e n d i ó a co n v e n ce r a l co m it é o to r gad o r d e b e ca s r e ad ap t an do e lproyecto or i g inal , los t rámi t es con l a burocracia d e Ca merún y su l íneaaérea que «cons i de raba a t odos l o s c l i en t e s una de t e s t ab l e mol es t i a», en

suma, todo lo que l e h izo sen t i r l a l abor iosa ins ta lación en e l paí s Do-w ay o co m o u n a e m p r e s a i n s e n s a ta .

El l ibro of rece una minuciosa información sobre l as práct i cas y ce-remonias , e l l enguaje y l as comidas , l a cons t rucción de l as chozas , losnexos en t re l a l luvia, l a c i rcunci s ión y l a f e r t i l i dad vege ta l en e l grupoe l e g i do . P e r o t o do e l t i e m p o i n co r p o r a a l a e x p o s i c ió n e l t r ab a jo c r í ti -co: recolección de datos, ruptura con el sentido común, construccióndel objeto y prueba, incluyendo las incertidumbres. La entrañableinserción en la comunidad que uno ve crecer a medida que avanza eltrabajo no lleva al autor a aislar a ese pueblo; relativiza sus hábitos yfo rmas de pensar en i n t e racc ión con l as e tn i as y l o s g rupos vec inos : fu-l an i s , koma, negros urbanizados , cr i s t i anos , musulmanes , funcionar ios

y cooperantes occidentales. Tampoco su dedicación a los dowayo loi n h ib e p a r a r e í r s e d e l d e s o p il an t e « j e f e d e l lu v ia» y d e l an c i an o s ab i o ,de los misioneros desconcertados, y, por supuesto, ejercer la ironíamayor sobre sí mismo, aun en los episodios más dolorosos: sus tras-piés l ingüís t i cos y pol i c ia l es , l a ex t racción d en ta l que l e rea l iza un me-cánico y le s i r ve p a r a co n t r a s t a r l a s av e n t u ra s d e l a m e d i c i n a o cc i d e n -ta l con los r i tos y t e rapias indíge nas , pro l ijamente c ons ide rado s y has taut i l izados por e l propio e tnólogo , s in por eso i deal izar los .

¿Qué cambios genera in t roduci r l ibros , una lámpara de gas y un co-che en una rudimentaria población africana? ¿Cómo entender la vidade u n p u e b l o qu e s i e m p r e d e s c r i b e l a s co s a s n o co m o s o n , s i n o co m ode b e r í an d e s e r ? N o e s f ác il s ab e r s i la d i f i cu lt a d p a r a e n co n t r a r a u n a

persona en e l lugar donde s e d i ce que e s tá impl i ca «una d i f e renc i a ep i s -temológica básica entre nosotros -como los conceptos de "conoci-miento", "verdad" o "prueba"- o si simplemente mentían». «¿Pensa-b an q u e t e n e r u n f i r m e co n o c i m i e n t o e r r ó n e o e r a m e jo r q u e l a du d a? »P ar a r e s p o n de r a e s t a s p r e gu n t a s , pa r a n o h ace r u n a m e r a d e s c r i p c ió ne t n o g r á f ica , h ay q ue t o m ar e n cu e n t a q u e l a s o b s e r v ac i o n e s d e l o q u eb u s cab a d e l i be r ada m e n t e l e l l e v a r o n , se g ú n d i c e , e l u n o p o r c ie n t o d e lt i empo que pasó en Af r i ca . «El r e s to l o inve r t í en l og í s t i ca , en f e rme da-de s , r e la c i o n a r m e co n l a g e n t e , d i s p o n e r co s a s , t ra s l ada r m e d e u n s i t i oa o t ro y, sobre tod o , esperan (Bar l ey, 1989: 125).

Del anális is textual a la cr í t ica socioinst i tucional i n t e l e c t u a l, e l s i s t e m a d e t r a d i c i o n e s , r i tu a l e s , co m p r o m i s o s g r e m i a l e sy otras obligaciones no científicas «en las que hay que participar» es

Page 54: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 54/110

Los libros de Taussig y Barley iniciaron esta costumbre, ahora fre-cuen t e , de i nc lu ir en l a e l aborac ión an t ropo lóg i ca de l mat e r i a l e t nog rá-f i co múl t ip l es ref l exiones cr í t i cas sobre los fundamentos conceptual esy l as condic iones pol í t i cas en que se produce e l conocimien to . Es to noera común, ni siquiera en los hermeneutas y posmodernos que hace

20 añ o s r e co n o c í an s u i m p o r t an c i a . G e e r t z p e d í a q u e n o s f i já r am o s e ne l hecho d e que , por más que e l an t ropólogo vaya a buscar sus t emas a

e s ca r p ada s p l ay as d e P o l i n e s i a o a u n l l an o am az ó n i co , e r a l a p a r t ic i -p ac i ó n e n e l m u n d o d e l a s b i bl i o te ca s , l a s p i z a r ra s y l o s s e m i n a r i o s l oq u e h ac í a q u e l a an t r o p o l o g í a s e l e y e r a , s e p u b l ica r a , s e r e s e ñ a r a y s ecitara; pero se concentraba en el análisis textual de sus colegas. PaulRab in o w s e ñ a l a l a n e c e s i dad d e t r a s c e n de r l a h e r m e n éu t i ca t e x t u a l co nestudios sobre las relaciones de poder académico, sobre el modo enque l as «comunidades i n t e rp re t a t ivas» e s t ab l ecen en cada pe r íodo l a l e -g i t i m idad d e l o s e n u n c i ado s ( Rabi n o w , 1992); pero l as cond i c iones so -c i o i n s ti t uc i o n a l e s e n q u e s e r e a l i z a l a p r o du cc i ó n an t r o p o l ó g i ca n o s eco n v i e r t e n e n p a r t e d e s u i n v e s t i g ac i ón .

Aquí me parece n e cesar io conec t a r e s t e t rabajo con l a t e s i s de Pi e r r eBo u r d i e u ac e r ca d e q u e l a « v ig i l an c ia e p i s t e m o l óg i ca n o p u e de s e r s o -

lo una t area in t radi scurs iva o in t raci en t í f ica. Si querem os en t e nde r porqué el conocimiento se produce y se comunica de ciertos modos espreci so es tudiar l a lógica de cada campo ci en t í f i co , o s ea e l s i s t ema der e l ac i o n e s e n t r e l o s a g e n t e s e i n s t i tu c i o n e s q u e i n t e r v i e n e n e n l a p r o -ducc ión,'c i rculación y apropiación d e l saber . En su o bra Horno Acude-micus, Bo u r d i e u e x p l i ca có m o l o s p r o fe s o r e s e i n v e s t ig ad o r e s d e f i n e nopciones epistemológicas y estilos de trabajo según la posición queocupan en e l campo en que ope ran . Las p re f e renc i as t eór i cas y me todo-l ó g i ca s n o s e f o r m an s o l o p o r e l i n t e r é s d e au m e n t a r e l co n o c i m i e n t o ;depe nden , as imismo, de l a n ece s i dad de l eg i t imar las . maneras de hace r -lo en l a inves t i gación o l a docencia . El examen de los prólogos , l as re -s e ñ as c r í t ic a s , la p a r t ic i p ac ió n e n ca r g o s académ i co s y e n l a s r e d e s d en o t o r i e dad ( s e r c i t a do , tr a du c i do , i n v i ta do ) d e s cu b r e có m o s e co m b i -nan lo s p rocesos ep i s t emológicos con l as cond i c iones i n s t ituc iona l e s enl a p roducc ión de l s abe r .

Los t emas —o l as t r ibus— de moda s e e s t ab l ecen , en par t e , po r ex i -gencias provenientes de la dinámica propia del conocimiento, perotambién por relaciones de solidaridad y complicidad entre los miem-b r o s d e c ad a i n s t it u c ió n , e n t re q u i e n e s p e r t e n e c e n a l co m i t é d e r e d ac -ción de una revista o a los mismos jurados de tesis. La lógica que ri-ge esos intercambios sociales entre los miembros de cada campo

«el fundamento de una forma de autoridad interna relativamenteindependiente de la autoridad propiamente científica» (Bourdieu,1984: 129).

La autoridad antropológica no se constituye solo por la distanciae n t r e e l o b je t o d e e s t u d i o y e l l uga r e n q u e s e co m u n i ca e l s ab e r s o b r eél, ni mediante las destrezas textuales con que se simula el caráctercompacto y coherente de ese saber, sino también por la manera como

l a o r gan i z ac i ón d e l c am p o an t r o p o ló g i co e s t ab l e c e l o q u e d e b e s e r e s -tudiado y lo que quedará excluido. Así se configura en cada época loque sería propio de la antropología y se expulsan panes de la proble-mática social al territorio de la historia, de la sociología o de lo ques i m p le m e n t e n o v a l e l a p e n a p e n s a r . E n t a le s co n d i c i o n e s s e d e c i d i ó aprincipios del siglo xx que el t r ab a jo d e c a m p o e r a e l n ú c l e o d i s ti n t iv ode la práctica antropológica, que debía realizárselo de un cierto modoy en ciertos lugares del planeta, y que la autoridad del investigador seconstituía de forma diferente que en otras disciplinas.

Para saber cómo conocer mejor es necesario conocer mejor cómonos organizamos para conocer. Cómo se interiorizan en nosotros há-b i to s m e t o d o l ó g i co s y e s t i lo s d e i n v e s t ig ac i ó n q u e c o n s ag r an l a s i n s ti -tuciones y los dispositivos de reconocimiento. Se trata, por tanto, nos o l o d e d e s co n s t r u ir l o s t e x t o s , s in o d e q u e l o s an t r o p ó lo go s v o l v am o sotro, ajeno, nuestro mundo, que seamos etnógrafos de nuestras pro-pias instituciones. Hay un momento en el que la crítica epistemológi-ca no puede avanzar si no es también antropología de las condicioness o c i o cu l tu r a l e s e n q u e s e p r o du ce e l s ab e r .

U n a an t r o p ó lo ga b r a s il e ñ a , C u s to d i a S e l m a S e n a , s e p r e g u n t ó s i d e -bíamos ocuparnos tanto de un libro desparejo como W riting Culture,de e s e g r u p o d e e s p e c i a l i s ta s n o r t e am e r i can o s q u e s e h ab í a re u n i do e nS an t a F e , ap a r e n t e m e n t e , m ás q u e p a r a e s c r i b ir l o , pa r a m a t a r a l p ad r e ,o sea a Clifford Geertz. Quizás habría que entender la virulencia im-pugnadora de estos antropólogos, entonces de mediana edad, «en elcontexto de un mercado de trabajo altamente saturado para profesio-n a l e s d e an t r o p o lo g í a y do n d e l a u n i v e r s idad e s l a ú n i ca o p c ió n » . C r e epercibi r , en e sa preocupación por d i s t ingui rse a t ravés d e l a cr í t i ca a l asgeneraciones precedentes y mediante la innovación, una búsqueda desupervivencia in t e l ec tual (Sena, 1987).

E s t a adv e r t e n c i a p ue d e ay u da r a e n t e n d e r e l s i gn i fi c ado d e u n co m -bate académico en las condiciones precisas de la antropología nor-t e am e r i can a . Au n q u e e s a n o s e a e x ac t am e n t e l a s i tu ac i ó n l a ti n o am e r i -can a , h ay o t ra s r az o n e s p o r l a s cua l e s e s t e m o v i m i e n t o p u e de m e r e c e r

11 0 111

e co s . C o m o d i c e l a m i s m a au t o r a r e f ir i én do s e a Br a s i l, u n t r ab a jo m e - i n v e s t ig ac i ó n , r e q u ie r e d a t o s , y p a r a o b t e n e r l o s e s n e c e s a r i o h ace r t r a -

Page 55: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 55/110

nos ingenuo y l i t e rar i amente más val ioso sobre l a escr i tura an t ropoló-g i ca p o d r í a a l i v ia r l a s a t u rac i ó n q u e a m e n u d o p r o du ce t e n e r q u e a t o r -mentars e e n l as au las , en l as de f ensas de t e s i s y en l o s congresos con «l aexposición obsesiva y minuciosa de monótonas irrelevancias empíri-cas » p a r a d e m o s t r a r q ue s e e s t u vo e n e ! c am p o .

No se trata únicamente de escribir textos con una retórica más se-ductora, sino de que la preocupación por la escritura es un requisito

i n d i s p e n s ab l e p a r a p r o b le m a t i z a r l a s co n d i c i o n e s d e p r o du cc i ó n y co -municación de l t rabajo e tnográf ico . Es t e problema clás ico de l a an t ro-p o l o g í a e n t o do s l o s p a í s e s s e h a ag r av ado , m e p a r e c e , e n Am ér i ca l a -t i n a p o r e l au ge d e j a l l am ada i n v e s t i g ac i ó n - acc i ón .

Si bien las tendencias hermenéuticas y posmodernas no han reso-n ado m u ch o e n Am ér i ca l a t i n a , la s c r í t i c a s p o l ít i c a s a l a an t r o p o l o g í asuscitaron en los últimos 30 años una difundida inquietud por evitarel paternalismo etnográfico y no sustituir la voz de los actores estu-diados. Dentro y fuera de la academia, en organismos gubernamen-tales y enmovimientos de educación popular, barriales, étnicos y ar-tísticos, se expandió la consigna de dejar hablar- al pueblo. Lashistorias de vida, los concursos de testimonios, los talleres literarios

o de rescate cultural con obreros y campesinos parecen justificarses o l o p o r e l h e ch o d e q u e e l i n v e s t i g ado r p r o m o v e r í a l a « e x p r e s i ó n au -t én t i c a» d e l o s g r u p o s s u b a l te r n o s . L as e x a l t a c i o n e s d e l a d i f e r e n c i a yl a au t o n o m í a ab s o l u ta f r e n t e a l a g l o b a l iz ac i ó n , a l a s q u e m e r e f e r í e nun capítulo anterior, exhiben la persistencia de esta línea de trabajo.

A la luzde l o s ac tua l e s de ba t e s ep i s t emológicos y d i s curs ivos e s po-sible pensar de un modo más complejo este proceso. ¿Quién hablacu an do l o s s e c t o r e s p o p u l a r e s s e e x p r e s an : u n a n a t u r a l e z a t r a d i c i o n a l,esencia l , o el co n ju n t o d e co n d i c i o n e s s o c i a l e s y t e x t o s q u e l o s v ie n e nco n s t it u y e n do ? ¿ D i ce n e l l o s l o m i s m o cu an do s e co m u n i can e n t r e s í ocu an do s e m an i f ie s t an an t e u n i n v e s ti g ado r , u n p r o m cdo r cu l t ur a l o u nm i li t an te p o l ít i co ? ¿N o i m p li ca cad a t é cn i ca d e r e co l e cc i ó n d e d i s cu r -

sos y observación de interacciones un recorte del proceso histórico ys o c i a l ? S i bi e n n o h ay n ada q u e p u e d a s e r co n s i d e r ado e s e n c i a l m e n t epopular, un trabajo crítico sobre estos problemas, que trascienda lascertezas ingenuas del «sentido común» (popular, académico o políti-co) , t i ene mejores pos ibi l i dades de promover d i scursos y práct i cas másr e p r e s e n t a t i v a s d e l o s g r u p o s p o p u la r e s .

El reconocimiento de esta complejidad del trabajo de campo, asícomo de su in t e racción con los d i spos i t ivos t ex tual es e ins t i tucional esen que se constituye su sentido, no tiene por qué reducir la importan-c i a y e l v a l o r d e i r a l c am p o . H ace r an t r o p o lo g í a , o s i m p l e m e n t e h ace r

bajo en e l t e r reno . Las d i scus iones t eór icas y l a cr í t i ca a los t ex tos an-t r o p o ló g i co s s i r ve n p a r a s e r m ás co n s c i e n t e s d e q u e l o s d a t o s n o e s t áne n e l c am p o , e s p e r án do n o s , y q u e s o n r e s u l t a do d e p r o ce s o s s o c i a l e s ,i n s t it u c i o n a le s y d i s cu r s i vo s d e co n s t r u cc i ón ; p e r o l a l ab o r t e ó r i ca n op u e de s u s t it u ir e l e s f u e r z o p o r o b t e n e r l o s . M ás b i e n au m e n t a l a n e c e -s i dad d e t e n e r m ás da t o s , v o lv e r u n a y o t r a v e z a l c am p o p a r a s o m e t e r -los a prueba.

U n a co m p r o b ac i ón d e có m o p u e de f o r ta l e c e r s e e l t r aba jo e m p í r icocon este cuestionamiento epistemológico y discursivo se halla en eld i á l o go co n q u e t e r m i n a e s a e m p r e s a d e s co n s t r u c t iv a d e l a s i l u si o n e sde la investigación sobre el terreno que esel libro de Nigel Barley.Cuando regresa a Inglaterra con 18 kilos menos y con sus creenciasf u n dam e n t a l e s cu e s t i o n adas , lehabla por t e l éfono a l amigo que lo ha-bía inci t ado a hacer t rabajo de campo:

-Ah , ya h as vue l t o .-Sí.-¿Ha sido aburrido?

- (Te h as p ues t o muy en fe rmo ?-¿ H as t r a í do un as n o t as a l as q ue n o en cuen t r as n i p i es n i cabez a y t e

h as dado cuen t a de q ue t e o l vi das t e de h ace r t o das las p regun t as i mp o r t an -tes?

-¿ C uán do p i en sas vo l ver?Me r e í d éb i lm ente . S in em b ar go , s e i s m eses m ás ta r de r eg r e s ab a a l pa í s

D ow a yo .

Qué s ign i f ica « i r a l campo» cuando lo t ene mos aquí

El f inal de l l ibro de Bar l ey sugi e re una vez más , pese a su i rónico d i s -t an c i am i e n t o d e l a l ab o r m is i o n e r a d e l o s an t r o p ól o go s , que l as i nce r -t idu m b r e s d e e s t a d i s c i pl i n a d e b e n e n ca r a r s e d e s c e n t r án do s e , m e d i an -t e e l t r ab a jo d e c am p o e n t i e r r a s l e j an as . C u an do ap a r e c i ó e s t a o b r a , af in e s d e l a d écad a d e 1 9 8 0 , f u e l e í d a co m o co r r e c t i v o a l re co g i m i e n t oen los textos que promovía el posmodemismo antropológico. De he-cho, varios protagonistas de aquel debate sobre discursos estaban re-g r e s an do a l t r ab a jo e n e l t e r r e n o p a r a e x p e r i m e n t a r s u n u e v o e n f o q u ede l a d i s c ip l ina .

U n o s añ o s d e s p u és v e m o s q u e , co n t o da s u i m p o r t an c i a , la p r u e b aempí r ica es insuf ic i en t e para reso lver l as incer t i dumbres t eór icas . Ac-

Has sociedades, buscando entender la imbricación de lo económico ylo simbólico a partir de la diversidad de comportamientos y represen-

Page 56: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 56/110

tua lmen t e , l o s e s fue rzos para r ede f in ir l a an t ropo log í a pasan po r una r e -v i s ión t eór i co -prác t ica d e l as noc iones d e a l t e r i dad , d i f e renc i a , de s i gua l -dad , de sconex ión y, en s ín te s i s , de l concep to de i n t e rcu l tura li dad .

Quizá sirva hacer con estas nociones lo que hace el antropólogocon las nociones de sociedad, política, ritual o cualquier otra en lospueblos o grupos que estudia. No impone a priori lo que la teoría an-t ropológica prescr ibe , s ino que escucha lo que esas palabras s i gn i f i can

—o lo que la s equ iva len te s cumplan— para los a c tor e s soc ia le s . En la ac -t u a l t e o r ía d e l a r t e se e s t á u s an do co n b as t an t e f e cu n d i dad e s t a e s t r a t e -gia: en vez de establecer límites preconcebidos sobre qué es arte y loq u e n o m e r e c e r í a e s e n o m b r e , s e d e s c r i be n l a s p r ác t ic a s y l a s o b r a s d eaquel los que se l l aman a r t i s tas y son re conocid os as í por l as ins t i tucio-nes (Danto , 1999) .

¿Qué caracteriza la práctica habitual del antropólogo? Ya dijimosque en un tiempo fue el trabajo de campo durante largos períodos enuna sociedad no occidental. Luego, el trabajo de campo prolongadoen una comunidad distinta de la suya, aunque podía estar dentro delm i s m o p a í s ( g r u p o s i n d í g e n as , m i n o r í a s , p o b r e s u r b an o s ) . V a r io s an -tropólogos comenzaron a ver que, más que un descentramiento radi-

cal , o un extrañamiento de su cul tura or i g inar ia , hacer an t ropología s eca r ac t e r i zab a , co m o l e í m o s e n C l if fo r d G e e r t z , po r la tensión entre es-tar allá y estar aquí, poner en relación lo diferente con lo propio, en-t e n d i do co m o o t r a d i f e r e n c i a .

Ya quienes fundaron la antropología tendieron a utilizar lo apren-dido en el extrañamiento para repensar su propia sociedad, o buscarmiradas diversas, descentradas, sobre su cultura originaria (MargaretMead, Mary Douglas, Maurice Godelier y muchos más). En los últi-mos años es to s e ha vuel to act ividad habi tual de los an t ropólogos , peroampl iando e l anál i s i s a campos in t e rcul tural es de mayor escala (Occi -d e n t e , E u r o p a , l o s m o de l o s n ac i o n a l e s o c ap i t a l is t a s d e d e s a r r o l lo , l a sempresas t ransnacional es , l as migraciones y o t ros viajes ) . Muchos in-vestigadores destacados, luego de períodos largos de campo fuera des u s s o c ie d ad e s , d e d i can l a m ay o r p a r t e d e l a v i da a e l ab o r a r pe r s p e c t i -vas an t ropológicas sobre su nación, su s i s t ema pol í t i co , los r i tos con-t emporáneos o l a g lobal ización (Marc Abélés , Arjun Appadurai , MarcAugé, Ulf Hannerz, entre otros).

D e m an e r a q u e , s i v am o s a d e f i n i r l o q u e s i gn i fi c a s e r an t r o p ó l o gopor el contenido habitual de su práctica, encontramos que esta noconsiste tanto en ocuparse de los otros como en estudiar la intercul-turalidad e n s o c i e dad e s co m p l e j a s o pr o ce s o s d e i n t e r acc i ó n e n t r e v a -

t ac i o n e s .Surgen en esta perspectiva de la disciplina nuevos objetos teóricos

e innovaciones conceptuales, que cambian la relación con otras cien-cias sociales al contribuir a la redefinición de lo que estas cienciasconsideran sus objetos propios. Es sabido que la noción de no lugar,elaborada por Marc Augé desde la sorpresa que produce a un antro-pólogo la expansión de unidades de sentido no territoriales (aero-

puertos, shoppings), contribuyó a interpretar procesos de deslocali-zación y desnacionalización de los intercambios socioeconómicos.U l f H an n c r z r e n o v ó l o s e s t u d i o s s o b r e l a g l o b a l i zac i ó n a l d e s c r i b ir l a sdistintas maneras transnacionales de estar expuestos a la diferenciade los empresarios, o las vivencias del Papa en sus giras, o de los tu-ristas, los antropólogos y los corresponsales extranjeros. Esa variedadde situaciones muestra los modos en que articulan lo global con lo lo-cal, las desigualdades con que accedemos a los movimientos transna-cionales, y por tanto cómo los procesos de globalización contrastancon procesos de desglobalización. Todo conduce a una concepción nol i n e a l d e l a m u n d i a l i z ac ió n : e n v e z d e i m p o s ic i o n e s d e l c e n t r o a l a s p e -riferias, relaciones de ida y vuelta periferias-centros-periferias.

E n l a s an t r o p o lo g í a s m ás d e s a r r o l la da s d e Am é r i ca L a t in a p r e v a l e -c e n a ú n i n v e s t i g ac i o n e s s o b r e l o s o t r o s d e l a p r o p ia n ac i ó n . L o s m e x i -canos y peruanos es tudian pr incipalmente a los indígenas y los s ectoressubalternos de México y Perú. Argentinos y colombianos se han con-cen t rado en l as e tn i as o minor í as de sus r e spec t ivas soc i edades . Bras i l e sel país que más trasciende esta endogamia. Aunque en todos ellos, lasr e v i s ta s y l a s t e s i s d e p o s g r ado e x h i b e n n o t ab l e s ap e r t u r a s te m át i ca s d el a s g e n e r ac i o n e s jó v e n e s a l o q u e s u ce d e m ás a l l á d e s u s f r o n t e r a s . L ocertifican muchas citas de este libro. Aquí voy a detenerme en uno del o s e j e m p lo s m ás d e s t acado s , s i t e n e m o s e n cu e n t a l a v a r i e dad d e a s u n -tos extranacionales y la innovación teórica aportada a la disciplina:pienso en Gus tavo Lins Ribe i ro , an t ropólogo bras i l eño que h izo t raba-

jos minuciosos de campo sobre los bras i l eños en Cal i forn ia , mos t randomodos lejanos de reconstrucción identitaria; los «bichos-de-obra», osea los nómadas argentinos y paraguayos; la segmentación étnica delmercado de t rabajo en l as é l i t e s ge renc i a l e s g lobal izadas , t omando e l ca-s o d e l Ban co M u n d i a l , y la s co m u n i dade s t r an s n ac i o n a le s i m ag i n ad as -v i r tu a l e s co n s t i tu i da s e n I n te r n e t , q u e g e n e r an e x p e r i e n c i a s y r e p r e s e n -t ac i o n e s d e co p e r t e n e n c i a e i n t e g r ac i ó n m u n d i a l .

Me interesan estos trabajos, que no abandonan la tradición antro-pológica del estudio localizado y con informantes de primera mano,

11 411 5

con lo cua l ev i t an las ge ne ra l i zac iones apresurada s que vue lven s inón i- i m p o rt an c ia d e p e n s a r ju n t a s d i fe r e n c i a y d e s i gu a l dad s e a c e n t ú a e n u n

Page 57: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 57/110

e l nomad ismo. Muchos sectores (no so lo l as é l i tes s ino t ambién los po-p u la r e s ) ap re n d e m o s q u e e l m u n do e s h e t e r o g én e o y p o de m o s au m e n -t a r n u e s t r o co s m o p o l i ti s m o , au n q ue s e a p o r l o s r e l a t o s d e am i go s v i a -jeros o migrantes, y por la variedad creciente de la oferta mediática.P e r o l a a t e n c i ó n d i fe r e n c i ada q u e l a an t r o po l o g í a d a a m o do s d i v e r s o sd e m u l ti cu lt u ra l id ad , a l a s o p o r tu n i dad e s d e s i gu a l e s d e a cc e d e r , co n e c -

tarse y viajar , especi f i ca los modos en que t rans i t a l a in t e rcul tural i dadd e c a d a u n o .El valor desenmascarador que tuvieron los análisis de la retórica

textual de los antropólogos me parece incomparable con la transfor-mación de la disciplina que está ocurriendo al constituir en objeto deestudio la interculturalidad globalizada. Esta reorientación de las in-vestigaciones va cambiando la relación de la antropología con otroscam p o s d e l s ab e r a p a r t ir d e u n a r e m o d e l ac i ó n d e l a p r o p i a an t r o p o lo -g í a . El vocabular io c lási co —te r r i t o r io , paren t e sco , com unidad , e tn i a—se enriquece al ocuparse también de redes, flujos y fragmentacióntransnacional. Las estancadas políticas de identidad, que absorbierona posmodernos y a antropólogos (fueran o no posmodernos) en las

décad as de 1960 a 1980, l o s «es enc i a l ismos e s t ra t ég i cos» con lo s que s ein t en tó res i s t i r la g lobal ización, cede n lugar a l as «pol í t i cas pos t i den t i -tarjas» de las que habla James Clifford. Por más importante que sigas i e n do e n co n t r a r h o ga r e s , l a s id e n t i d ad e s s e f o r m an h o y co n m ú l ti p le spertenencias y necesitan ser compartidas por una antropología multi-l oca l i zada .

E s t e g i r o i n t e r cu l t ur a l d e l a an t r o p o l o g í a v u e l v e n e c e s a r i o o cu p a r -se de las cosmopolíticas, según la expresión de Pheng Cheak, BruceRobbins y Lins Ribeiro. Existen cosmopolíticas hegemónicas, de lastransnacionales, de las Enes y los organismos intergubernamentales,que someten la diversidad al juego de los megamercados (FMI, omc,acuerdos de libre comercio) y en otros casos políticas que apoyan o

for ta l ecen a actores local es , aceptan l as d i f e rencias (01»:0, f e d e r a c i o n e sde i n d í g e n as ) . E l po de r s e e j e r c e y s e d i s p ut a a d i s t an c i a , co n r e cu r s o stecnológicos que pueden servir tanto para controlar como para desa-f i ar . Unos y o t ros s e es t abl ece n grac ias a es t ructuras económicas y po-l í ti cas , y a l a vez usando r i tual es y red es afec t ivas . La an t ropología d i s -pone de recursos idóneos para comprender estas articulaciones entree s t r u c tu r a s m e g as o c i a le s e i n t e r acc io n e s d e n s a s .

El p lan t eo utópico que «at ravi esa l a cosmopol í t i ca es jus tamente l abúsqueda antigua y tal vez interminable de la igualdad entre los dife-ren t e s» (Lins Ribe i ro , 2003: 27) . En es t e punto , s e vue lve c laro que l a

t i empo en que cada vez e s más d i f í c i l de f ende r l as d i f e renc i as s in cues -t i o n a r l a s in e q u i dade s . C u an do s e t e r m i n a l a ép o ca d e l o s p a r t i cu la r i s -mos incomunicados, la antropología no puede aislarse en los nati-vi smos , as í como l a soc io log í a exp l i ca poco de l mundo s i s e de d i ca so loa l as g rand es e sca l as , y l a po lí t ica no logra vo lve r e l mund o gobe rnabl ea t e n d i e n do ú n i cam e n t e a l o s m e g ap r o y e c t o s . E l pr i m e r ca s o e s e j e m -pl i fi cable con los movimien tos é tn icos que no avan zan de bido a l a d i s -

c r i m i n ac i ón , p e r o t am b i én p o r s u déb i l co m p r e n s i ó n d e l a s l e y e s m ásgeneral es de l a reproducción capi ta l i s t a ; e l ú l t imo es tá s i endo compro-bado una vez más en la apabullante invasión estadounidense a Irak,que fracasa política y culturalmente, entre otros desatinos, por la ce-gu e r a an t e l a h e t e r o g e n e i dad m u l ti cu lt u r a l d e e s e p a í s .

Ade m ás d e e n co n t r a r u n n u e v o p ap e l e n t r e l a s c i e n c i a s s o c i a l e s , l aan t ropología g lobal izada es tá inaugurando cont r ibuciones a l a po l í t i caen el momento posterior a las simplificaciones de la mundializacióne co n ó m i ca y cu l t u r a l h o m o ge n e i z ado r a . Al p r o po n e r p e n s a r l o s o c i a ldesde un lugar intermedio, o de entrelazamiento entre lo global y lolocal , desde un «mul t i cul tural i smo cosmopol i t a» , l a an t ropología ayu-da a c r e a r n u e v as co n d i c i o n e s d e co n v e r s ab i l id ad , d e i n t e r cam b io s d e -

mocráticos progresistas, dentro de una comunidad de comunicaciónhet e roglós ica (L ins Ribe i ro , 2003: 30) . Más a l lá de l posco lon ial i smo,d e s a r r o l la do p o r i n t e l e c t u a le s d e e x co l o n i a s b r i tán i ca s y f ij a do a u n acosmopolítica pensada para el segregacionismo multieulturalista an-g l o s a jón , « e l m u l t icu l tu r a l is m o l a t i n o am e r i can o d e b e s e r d e n o m i n adomulticulturalismo híbrido»: crítico de los usos políticos ligados a losd i s cu r so s d e l m e s t iz a je y d e d e m o cr ac i a S rac i a l e s en l a r eg ión , r econo-ce , «al mismo t i empo, su especi f i c idad , es to es , l as par t i cular idad es d el as r e l ac iones i n t e ré tn i cas y rac i a le s en un con t in en t e que no s i en t e ve r -güenza de s e r h íbr ido» ( ibíd . : 31).

En relación con el problema del estatuto epistemológico que ten-d r í a l a an t r o p o l o g í a e n e s t a s i tu ac i ó n , v e m o s q u e n o s e r e s u e l v e ap o s -tando miméticamente a la diferencia, al pensamiento nativo, nidesconstruyendo la escritura antropológica para escapar a la ilusiónr e a l i st a d e l a « t aq ui g r a f ía d e l a e x p e r i e n c i a i n d í g e n a» , n i s u m e r g i én do -s e e n u n t r ab a jo d e c am p o q u e d e s v i n cu l a l a «v e r dad » e m p i r i s ta d e l olocal de los f lujos inci e r tos de l as redes g lobal es .

De todas estas líneas del pensamiento antropológico podemos re-cu p e r a r s u i m p u ls o c r í t ico , r e m o du l ado s e gú n l a s e t ap as d e l d e s a r r o l loco lon ial , imper ia l i s t a , inde pend en t i s t a o e tn ic i s t a . Quizá l a madure z dela disciplina, bajo las oportunidades conectivas que brinda un tiempode g l o b a l iz ac i ón , e s t á p e r m i ti e n do e l ab o r a r u n co n ju n t o d e e s t r a t e g i a s

t eór i cas y me todo lóg i cas adecuadas a l r econocimien to de l a i n t e rcu l tu-r a l id ad co m o o b j e t o c e n t r a l d e e s t u d i o . Pi e n s o e n u n a i n v e s t ig ac i ó n d e

Page 58: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 58/110

l a s d i f e r e n c i a s qu e n o e x c l u ya l a d e s i gu a ldad , u n t r aba jo d e c am p o s o -b r e p r o ce s o s e m p í r i c am e n t e l o ca l i zab l e s q u e n o l o s d e s co n e c t e d e l a sredes transnacionales, un saber atento a la voz de los actores sin poreso d i s imular l as condic iones ins t i tucional es que lo l eg i t iman o f inan-c i an . Y , p o r s u pu e s t o , e s v a l o r ab l e q u e l a f a s c i n ac i ó n an t e e l o t r o s e at ransmitida por un relato que no se quede en la fascinación, no inge-nuo pero que tampoco se apague por los empeños obsesivos de lade s co n s t r ucc i ó n . F id e l id ad e i r o n í a . 5

11 819

N o r t e y su r en lo s e s tud io s cu ltu ra l e s

¿Cómo averiguar, a esta altura, qué son los estudios culturales? Enlibros titulados con estas palabras encontramos reinterpretaciones de

l a h i s to r ia de l a l i te ra tura, de bat es sobre lo que l es pasa a l a cul tura y l apol í t i ca a l apoderarse de ins t i tuciones fami l i ares o a l l iberarse de d ic ta-du r a s , c r í ti c a s a l a s f l aq ue z as d e l a s h u m an i dad e s y l a s c i e n c i a s s o c i a -l es , po lémicas sobre l a exéges i s l eg í t ima o pol í t i camente más product i -va de Derrida y de Deleuze, de Lacan y de Laclau, del modernismo ye l p o s m o de r n i s m o , d e l a g l o b a li z ac ió n y d e s u s an t ago n i s t a s : s ub a l te r -nos, poscoloniales, postoccidentales. La lista no acaba aquí, como locomprobaron dos autores que para escribir una introducción a los cul-

tural studies buscaron citas en Internet, en el año 2002, y encontraronmás de 2 .500.000 de re fe renc ias (Mat t e l ar t y Ne veu, 2003).

P o d r í a p e n s a r s e q u e s u ce d e h o y co n l o s e s t u d i o s cu l t ur a l e s a l go s e -mejante a lo que pasaba hace 20 años con el marxismo, cuando no sesabía si estaba más en alguna de sus apropiaciones estatales o en susversiones althusserianas, neogramscianas o guerrilleras, hasta que lademolición del muro berlinés volvió menos recias estas distinciones.Algunos críticos insinuaron que tal vez los estudios culturales habíansido exitosos como sustitutos del marxismo. Sin embargo, ahora sono t r a s l a s co n d i c i o n e s e n q u e s e p l an t e an l a s i n s u f ic i e n c i a s d e l a s i n ve s -t i g ac i o n e s s o b r e l a s o c i e dad y l a cu l t ur a .

Los ú l t imos cambios de los es tudios cul tural es es tán ocurr i endo s ine s t r ép i to s d e m u r o s . F ia r é a l gu n as r e f e r e n c i a s a t r an s f o r m ac i o n e s d i s -

t i n ta s d e l a s q u e p e r c i b í am o s e n 1 9 8 9 , y p o r s u p ue s t o d e l a s q u e h ace30 o 40 años inci t aron a Raymond Wi l l i ams, Roland Bar thes y o t ros a

me en los aportes a la comprensión de la interculturalidad en los dosámbi tos donde los es tudios cul tural es ex t endi e ron sus anál i s i s t eór icos :

Page 59: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 59/110

lecturas transdisciplinarias sobre los com promisos ocultos entre cultura,economía y poder. Si es tos rasgos aún pueden def in i r , como en aquel l aép o ca , e l p r o y e c t o d e l o s e s t u d i o s cu l tu r a l e s , e l p r o bl e m a n o e s e l e g i rl a i n t e r p re t ac i ó n co r r e c t a o p o l í t ic am e n t e m ás e f i c az d e e s a s h e r e n c i a ssino descubrir los papeles de la cultura en es ta e t apa de l capi t a l i smo.M i s r e cu r s o s p a r a re p e n s a r e s t o p r o ce d e n s o b r e t o do d e Am ér i ca l a t i -

n a , p e r o l o s p r i n c ip a l e s au t o r e s d e e s t a r e g i ó n i d e n t i fi c ado s co m o p a r -t e d e l o s e s t u d i o s cu lt u r a le s s e c a r ac t e r i zan p o r h ab e r d e s a r r o l la do s u sproyectos intelectuales en diálogo con autores estadounidenses y eu-ropeos dejos cultural studies y de la s c ienc ia s soc ia le s .

De las salidas de emergencia a las puertas giratorias

Al situarnos en la intersección de estas tres regiones, debemos consi-derar la redistribución actual del poder académico y comunicacional.Escribí en otro lugar que, al pasar del siglo xx al xxl, cuatro fuerzasp r e v a l e c e n e n l a a dm i n i s tr ac i ó n in t e r n ac i o n a l d e l a i m ag e n d e l o « l a t i-

n o am e r i can o » : a ) l o s grupos editoriales españoles, ú l ti m am e n t e s u b o r -dinados a megaempresas europeas (Berstelmann, Planeta), en partecomplementados por grupos comunicacional es (Pr i sa , Te l efónica y Te-levisión española); b) algunas emp resas com unicacionales estadouni-denses (CNN, Time Warne r) ; c) los latiname rican cultural studies, co n -centrados .en las universidades estadounidenses y con pequeñosenclaves complementarios en Canadá y Europa; d) los estudios cultu-rales latramericanos, e n t e n d i do s e n s e n t i do am p l i o co m o l a pr o du c -ción heterogénea de especialistas en procesos culturales, literarios yc i e n t í fi co - s o c i a le s , co n u n i n t e r cam b i o i n t e n s o p e r o m e n o s i n s t it u c i o -nalizado que el de los latinoamericanistas estadounidenses. Hay unquinto actor, que son los gobiernos latinoamericanos y sus políticas

cul turales , pero no es fáci l jus t i fi car su lugar en t re l as fuerzas pred omi-n an t e s p o r s u d e p r i m i da p a r t ic i p ac ió n r e s p e c t o d e l a s t e n d e n c i a s e s t r a -t égicas d e l d esarro l lo cul tural (García Canc l in i , 2002: 48-49).

En re l ación con l a producción in t e l ec tual , aún es baja l a incidenciad e l a s e m p r e s a s au d i o v is u a l e s . So l o e n l o s e s t u d i o s co m u n i cac i o n a l e ss e co n s i d e r a l a r e co n f i gu r ac ió n ac t u a l d e l a s i m áge n e s d e Am ér i ca l a t i -na, por ejemplo en el periodismo de ami, l o s e n t r e t e n i m i e n t o s d i s tr i -b u ido s p o r T i m e W ar n e r , T e l e v i s a , G l o b o , la d i f us i ó n d i s co g r á f i ca d elas grandes empresas y otros actores que articulan sus inversiones enmed ios e scr i t o s , aud iovi sua l e s y d i g i t a l e s . Me in t e re sa aquí concen t ra r -

el académico y el editorial. En un capítulo posterior voy a ocuparmede e s t e p r o ce s o e n r e l a c i ó n co n l a p r e s e n c i a ( y la au s e n c i a ) d e l c i n e l a -t i n o am e r i can o e n l o s m e r cado s g l o b a le s .

L o s e d i t o r e s e s p añ o l e s , q ue co n t r o l an e l m e r cad o d e l ib r o s e n ca s -t e l l an o , h ab i e n do ab s o r b i do a m u ch as ca s a s e d i t o r a s d e M éx i co , Bu e -nos Ai res y e l r e s to de Amér i ca l a t i na , ven a e s t e con t in en t e como crea-

dor de literatura y como ampliación de las clientelas españolas. Nopubl ican cas i nunca es tudios cul tural es , socio lógicos o an t ropológicosde latinoamericanos, y, cuando lo hacen, sus filiales de la Argentina,Chi l e , Colombia o Mé xico , l imi tan l a c i rculación d e e sos l ibros a l paí sd e o r i g e n . Sa l v o po cas e d i t o ri a l e s d e t am añ o m e d i o , co n s e d e s e n Ba r -c e l o n a , M éx i co y Bu e n o s Ai r e s , co m o e l F o n d o d e C u l t u ra E co n ó m i -ca y G e d i s a , s e h a co n s t r u ido l a i m ag e n i n t e r n ac i o n a l d e Am ér i ca l a t i-n a co m o p r o v e e d o r a d e f ic c i o n e s n a r r a t iv a s , n o d e p e n s am i e n t o s o c i a ly cultural, al que solo le atribuyen interés doméstico, para el país quel o g e n e r a .

Hay que reconocer a los latinoamericanistas de Estados Unidos, ya e spec i a l is t as en cultural studies, que p res t an a t e nc ión a l a l i t e ra tura l a -

t inoamericana y t ambién a l a inves t i gación sociocul tural . Exis t en máslibros de Roger Bartra, Jesús Martín Barbero, Beatriz Sarlo y otrosd i e z p e n s ado r e s d e Am ér i ca l a ti n a t r a du c ido s a l i n g l é s , e x am i n ado s e nuniversidades y revistas de esa lengua, que en francés o en italiano, yq u e e n l a s u n i ve r s i dad e s y p u b l icac i o n e s e s p añ o la s .

S i b ie n e n l o s c e n t r o s e s t a do u n i d e n s e s ab u n dan l a s i n v e s t ig ac i o n e se co n ó m i cas y p o l it o l óg i ca s s o b r e Am ér i ca l a t i n a , e n l o s e s t u d i o s cu l -t u ra l e s d e l m u n do an g l o p a rl an te s e d e d i can m ás p ág i n a s a l a s interpre-taciones enunciadas por autores de América latina que a los procesoss o c i o cu lt u r a le s y e co n ó m i co s d e e s t e co n t i n e n t e . E n c i e r t a a l i an z a co nl a t e n d e n c i a p o s m o de r n a a l t e x t u a li s m o , lo s cultural studies n o r t e a m e -ricanos debaten con fervor las nociones de lo popular, lo nacional, la

hibridación, la modernidad y la posmodernidad de los l a t inoamerica-n o s , p e r o r a r a v e z l o h ace n e n co n e x i ó n co n l o s m o v i m ie n t o s cu l t u r a -l e s y s o c i a l e s a l o s q u e t a l e s co n c e p t o s a l u de n . S e h a v u e l t o m ás e x c i -tante confrontar a autores del sur con los del norte que trabajar conu n o s y o t r o s p a r a r e n o v a r l a m i r ad a s o b r e l a a l t a cu l t u ra y l o s m e d i o s ,s o b r e e l d e s e n can t o co n l a s t r an s ic i o n e s d e m o cr á ti c a s , l a gu e r r a e n C o -l o m b ia y a l r e d e d o r e s , l a r e co m p o s i c i ón g e o p o l í ti c a y g e o cu l t ur a l e n t r eE s t ado s U n i do s y Am ér i ca l a t in a .

L a p r o p e n s i ó n t e x t u a l iz an t e d e l o s cultural studies h a g e n e r a l iz adoprácticas ensimismadas. Los estudios culturales comenzaron como

u n a s a l id a d e e m e r g e n c i a . D ur an t e d écad as l a s d i s c i pl in a s t e n í an p u e r -t as e spec i a l e s , s eg ún s e quis i e ra en t ra r a l e t ras , f i l o sof í a , an t ropo log í a oh i s to r i a . L o s e s p ac i o s y t e m as a l o s q u e n o s e l l e g ab a d e e s e m o do s e

estudiando literatura para después hacer historia intelectual, DavidM o r l e y y J e s ú s M ar t í n Ba r b e r o i n v e s t ig an d o l a co m u n i cac i ó n p a r a e x -plicar que los medios no se descifran sino como parte de las prácticas

Page 60: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 60/110

agrupaban como estudios de área: había departamentos de español yportugués, de francés o italiano, de chino o de religiones africanas.Con e l t i empo , l a i n t e rd i s c ip l ina , l as migrac ione s , l a comunicac ión ma-s i v a y o t r o s d e s ó r d e n e s d e l m u n do v o l v i e r o n p o r o s a s la s p a r e d e s q u es e p a r ab an a l o s d e p a r t am e n t o s . L le ga r o n e n t o n ce s l o s cultural studies,

y también los es tudios cul tural es l a t inoamericano s —que no son l a t ra-

du cc i ó n d e l o s an g l o am e r i can o s , p e r o t i e n e n p a r a l e l a v o cac i ó n t r an s -di sc ip l inar i a— y hal l aron , en t rando por l a puer ta de l a f i losof ía , cami-nos hacia l a an t ropología , y que lo que se aprendía en l e t ras , economíao socio logía s e rvía para in t roduci rse , aunque fuera por l as ven tanas , ao t ros ed i f i c ios .

Los e s tud ios cu l tura l e s que abr i e ron e sas s a l i das de emergenc i a hoys e p a r e c e n , a v e c e s , a u n a p u e r t a g i r a t o r ia . N o d i go q u e n o h ay a cam -bios mien t ras s e da vue l t as . Se pued e en t ra r de r r i d i anam en t e y s a l i r ho -mibhabhiano, empezar logocént r i co y dar e l g i ro hacia e l descons t ruc-cionismo, pasar del análisis textual de la puerta al debate sobre lap e r f o r m a ti v idad d e s u s b i s e lado s .

P a r a e x p l i ca r m e jo r e s t o h ay q u e d i s ti n gu i r e n t r e e s t u d i o s cu l tu r a -

l es y es tudios cul tural es . Unos fueron los movimien tos t eór icos , a ve-c e s g e n e r ac i o n a l e s , q u e e n f r e n t ab an l a r u ti n a y l a s o r d e r a d e l a s d i s c i -pl inas human í s t i cas y l as c i enc i as soc i a l e s ; i nves t i gac iones que r eve l anl o s n e x o s d e l a cu l t u r a co n e l p o d e r , d e l a s i n ju s t ic i a s e co n ó m i cas co nlas de género, del arte con las industrias culturales: todo eso sigueexistiendo y da resultados desparejos, localizables en unos pocos li-bios-más que en revi s t as . Con f recuencia , l a t ransversal i dad de es t a nodi scip l ina que son los es tudios cul tural es fue c lave para renovar l a ex-p l o r ac ió n d e l a cu l tu r a : l e e r u n t e x t o l i te r a r i o co n i n s t r um e n t o s s o c i o -lógicos, estudiar artesanías o músicas folclóricas como procesos co-municacionales, preguntarse con qué recursos estilísticos construyes u a r gu m e n t ac i ó n u n c i e n t í f ico s o c i a l . En e s t e s e n t i do , e s co n s t i tu t iv a

de l o s e s t u d i o s cu l tu r a l e s l a ap e r t u r a a l a a l t e r i d ad .Al deci r que es tos es tudios conf iguran una no d i sc ip l ina me ref i e ro

a que se forman saliendo de las ortodoxias teóricas y las rutinas depensamien to con l as que sue l en i nves t igar e s to s t emas lo s e spec i a l i s tas .Los estudios culturales avanzaron gracias a su irreverencia con losfraccionamientos exclusivos de la propiedad intelectual, aunque estono t i ene que se r s inónimo de descuido c i en t í f i co . Los mejores especia-l i s t as en es tudios cul tural es han aprendido a en t ender l a cul tura en unadi scip l ina par t i cular : Raymond Wi l l i ams, Jean Franco y Beat r iz Sar lo

12 2

culturales. Sus obras se crearon tomando en serio un campo del sabery sintiendo en algún momento un malestar parecido al que hoy expe-rimentamos ante los barrios cerrados.

Estructurar campos disciplinarios fue, en los siglos xvoi al xx, co-mo trazar calles y ordenar territorios autónomos en un tiempo en queh ab í a q ue d e f e n d e r l a e s p e c i f i c idad d e c ada s ab e r f r e n t e a l a s to t a l iz a -ciones teológicas y filosóficas. Pero las disciplinas se entusiasmaroncon esta labor urbanística y, por razones de seguridad, comenzaron aclausurar calles e impedir que sirvieran para lo que originalmente seconstruyeron: circular fácilmente y pasar de un barrio a otro. Los es-tudios culturales son intentos de reabrir avenidas o pasajes, e impedirq u e s e v u e l v an am p l i ac io n e s p r i v adas d e u n as p o cas ca s a s .

Re cu e r d o e s t e o r i g e n d i s c i pl i n a r io d e n o t ab l e s e s p e c i a l i st a s p o r q uea veces s e p i ensa que hacer es tudios cul tural es no requiere t rabajar d i s -ciplinadamente, con rigor, los datos. En verdad se trata de conseguirm ás da t o s , c i f ra s q u e l o s e s t u d i o s o s d e l a l i t e r a t u ra n o s u e l e n m an e j a r ,o a la inversa, tomar en serio narrativas y metáforas que los econo-m i s t a s y s o c i ó lo go s u s an s i n p r o b l e m a t i za r l a s . La t a r e a d e l o s e s t u d i o s

culturales no ha mejorado sustituyendo los datos con intuiciones, nide s l iz án do s e p o r e l e n s ay o e n v e z d e d e s a r r o l l a r in v e s t i g ac i o n e s s i s te -máticas. Lo que les da mayor apertura y densidad intelectual es atre-v e r s e a m an e j a r m a t e r i a l e s co n e x o s , q ue n o e r an co n s i d e r ado s co n ju n -tamente para hablar de un tema. ¿Por qué tales novelistas, además dee x p e r i m e n t a r co n r e cu r s o s r e t ó r i co s , l o h ace n d e s d e u n a p o s i c ió n e t í l i-c a o d e g én e r o ? ¿ Q ué d i f e r e n c i a e l co n s u m o d e l a s t e le n o v e l a s o l a s p e -lículas cuando se las recibe en una metrópoli o en un país periférico,de s d e t r a d i c i o n e s l o ca le s m ás f u e r t e s o m ás f r ág i le s ?

Sabemos que con los años cultural studies se volvió también lafórmula mercadémica en la que esas peripecias incipientes, aún pocosistemáticas, fueron convertidas en maestrías y doctorados, cánones

subalternos, poscoloniales, posdisciplinarios, donde el saber se con-f u n de a v e c e s co n e l a cc e s o a l tenure y otras en el signo de la imposi-b i li d ad d e a l can z a r l o . D e u n m o d o o d e o t r o , s u m an do l a v e r t i e n t e h e -gemónica y la maldita, ofrecen un repertorio de autores citables, decitas autorizadas, politizaciones eufóricas sin destinatarios, erudicio-nes a las cuales lo transnacional no le quita su semblante doméstico.E n s u m a , u n a ab u n dan c i a au t o aco r r a l ada . P o r e s o , a l gu n o s v o l úm e n e sd e d i cad o s a e s t u d i o s cu l tu r a l e s d an l a s e n s ac i ó n d e q u e t r ab a j a r e n e s -te campo es como circular por una puerta giratoria.

12 3

No propongo recuperar el impulso del movimiento original, pore j e m p l o e l d e l g r u p o d e B i r m i n gh am . E l m u n do cam b i ó d e m as i ado en

de n t a l y mane jar sus t emas s in f e t i ch ismo y n inguna supers t i c ión de e s -cuela.

Page 61: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 61/110

e s t o s 3 0 añ o s p a ra q u e e s e d e s e o r e s u l te v e r o s í m i l, y d e h e ch o d e c e n a sde autores, tesis arriesgadas y unas pocas investigaciones fieles a eseorigen a fuerza de irse por otros caminos, hacen latir todavía el pro-yecto. Puedo mencionar algunos ejemplos renovadores, como StuartH al l y G e o r g e Y t í d i c e . P e r o cu an do t r a t o d e a l a r ga r l a l is t a s e m e cu e -lan autores casi nunca mencionados en el Citation índex de los co-

loquios sobre estudios culturales, o sea gente como John Berger, ytextos que no se escribieron como cultural studies, digamos los deNorber t Lechner . También a lgunos jóvenes inves t i gadores —tanto l a t i -noamericanos como estadounidenses— que leyeron todo lo que hayq u e s ab e r s o b r e e s t u d i o s cu l tu r a l e s , pe r o n o t i e n e n co m o f in e n l a v i dadesarrollar los cultural studies, ni af i rmar lo po l í ti ca y epi s t emo lógica-mente correcto. Son búsquedas discrepantes, que levantan o bajan lam i r ada d e o t r o m o do s o b r e l o s d e s a f í o s a c t u a le s a l a i n v e s t i g ac i ó n ; ha -b l an d e l a s co n d i c i o n e s d i f e r e n t e s e n q u e s e h ace cu l t ur a cu an do e l éx i -t o y l o s f r aca s o s d e l n e o l i be r a l i s m o m o d i f ic a r o n l o q u e s e e n t e n d í a p o rpoder y por mundo simbólico.

D o s l i b ro s d e l o s ú lt i m o s añ o s a t e s t igu an l a e x p an s i ón g l o b a l d e l o s

estudios culturales y el avance de proyectos renovadores en las líneasq u e acab am o s d e i n d i ca r . Po r u n a p a r t e , A Companion to Cultural Stu-dies, co o r d i n ado p o r T o b y M i ll e r , r e co n o ce l a r e p e r cu s i ón y r e e l ab o r a -ción del programa originado en Gran Bretaña y los Estados Unidoscon autores af r i canos , as iát i cos y l a t inoamericanos , as í como su s i gn i -f i cación ge :opol í t i ca e in t e rd i sc ip l inar i a , nut r i da en inves t i gaciones em-píricas. «¿Pueden los estudios culturales hablar español?» se titula eltexto de Jorge Mariscal, que documenta ampliamente —como los deAn a M ar í a Och o a , G e o r g e Y ú d i c e y e l p r o p io T o b y M i l le r — l a f e cu n -d i dad d e t r ab a j a r co m p ar a t iv am e n t e l a s d i f e r e n t e s t r a d i c i o n e s d e e s t u -dios culturales.

El o t ro l ibro sobresal i en t e es Té rminos críticos de sociología de la cul-

tura, d i r i g i do p o r C a r l o s Al t am ir an o , e n e l q u e 3 9 au t o r e s l a t i n o am e r i -canos — no só lo soc ió logos , s i no t ambién c r í t icos d e a r t e y l i te ra to s , h i s -toriadores de la cultura, antropólogos, semiólogos, comunicólogos yurbani s tas— mues t ran los benef ic ios de importar «enfoques , esquemasy co n ce p t o s » d e u n as d i s c i p li n a s a o t r a s p a r a d e f i n i r e n n o t a s e x t e n s a s50 t érminos . La combinación de l balance h i s tór ico con l as perspect ivasanalíticas y teóricas desarrolladas en diálogo entre América latina yotras regiones revelan cuánto se ha venido enriqueciendo la produc-c i ó n in t e l e c t u a l e n l a m e d i da e n q u e , co m o d i c e A l t am ir an o , s e a do p t al a r e co m e n d ac i ó n b o r g e an a : t o m ar co m o p r o p i a t o da l a t r a d i c i ó n o cc i -

Lat inoamer icanis ta s y la t inoame r icanos

En la última década del siglo xx gran parte del debate se centró envincular y d i f e renciar los latinamerican cultural studies y los es tudios

cu l tu r a l e s l a t in o am e r i can o s . S e a l can z ó u n n i v e l t e ó r i co d e i n t e r cam -bio por momentos fecundo, que permitió comprender mejor las con-diciones diversas de la práctica intelectual en Estados Unidos y enAmérica latina (Beverly, Mato, Mignolo), sus distintos modos de ar-ticular academia, política y búsquedas estéticas (Achugar, Moreiras,Richard) . Si bi en es tos autores i luminan l as re l aciones sociocul tural esnorte/sur, el conjunto de la bibliografía identificada como estudioscul tural es o cultural studies se ocupa poco, como di je , de l as bases so-c i o e co n ó m i cas , p o l ít i c a s y co m u n i cac i o n a l e s d e l a s t r an s fo r m ac i o n e scul tural es rec i en t es . O sea: l as que co locan en pues tos pro tagónicos deestos cambios a los actores transnacionales citados antes como reor-gan i z ado r e s d e l a i m age n y d e l a s co n d i c i o n e s d e e x i s t e n c i a d e l o l a t i-

n o am e r i can o .Los estudios culturales y los estudios latinoamericanos de lasdécadas de 1980 y 1990 del siglo xx estuvieron ligados a movimien-tos revolucionarios que acabaron su ciclo o fueron desvirtuados, a« a l t e r n a t iv a s » s o c i a ld e m ó cr a t a s e n l o s p r o ce s o s d e d e m o cr a t i zac i ó n ,fracasadas como proyectos económicos, sociales y culturales. Ahorasolo contamos con referentes en movimientos sociales innovadores( e l Zapat ismo, los Sin T ier ra , l as agrupaciones d e d e re chos humanos) ,co n s i d e r ab l e s p a r a e n ca r a r l a cu e s t i ón i n d í g e n a , l a p o b re z a e x t r e m a ylos efectos históricos de las dictaduras, pero que no alcanzan a susti-tuir ni a generar cambios decisivos en el decadente sistema de parti-dos. De manera que la falta de actores consistentes que enfrenten a

escala macro los procesos de desnacionalización y transnacionaliza-ció, / (solo se insinuó como movimiento de protesta, no como progra-m a, e n S e a t t le , C an cú n y e l F o r o S o c i a l d e P o r t o Al e g r e ) d e j a co n dé -biles soportes sociales lo que en los estudios culturales hubo deproyecto estratégico. Únicamente señalo aquí este asunto de la cons-trucción de nuevos sujetos transformadores, que retomaré más ade-l an t e .

Ubicarnos en e s t a nueva e t apa e x i ge r e tomar un rasgo h i s tór ico c l a -ve de los estudios culturales: hacer teoría sociocultural con soportese m p í r i co s a f in d e co m p r e n de r c r í t ic am e n t e e l d e v e n i r c ap i ta l i s ta . N o

la afirmación de posiciones políticamente correctas sino la relacióntensa entre un imaginario utópico, solo en parte político, y una exp lora-ción intelectual y em pírica que a v eces lo acompaña y a veces lo contra-

en los estudios culturales. Pero en tanto se ocupan de los procesos derecepción, corresponde examinar, junto con los textos y el debatei d e o l ó g i co q u e l o s e n m ar ca , l a a cu m u l ac ió n d e s i gu a l d e p r o p i e dad cu l -

Page 62: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 62/110

dice. E n t an t o n i e l i m ag i n a r i o u t ó pi co n i l a e x p l o r ac i ón i n t e l e c t u a l d el a s d écad as d e 1 9 6 0 o 1 9 8 0 p u e de n r e p e t i r se h o y , n o h ay r e s t au r ac ió nf i lo lógica pos ibl e de l momento fundacional . No se t ra t a de suturar unatradición herida.

Para ev i ta r e sa s d is t r acc ione s , conv iene pone r e l foco e n la tensión e n-t re lo que e l imaginar io utópico y l a exploración in t e l ec tual podr ían se r

ahora: por e jemplo , l a que ocurre entre las promesas del cosmopolitismoglobal y la pérdida d e proyectos nacionales. ¿Qué tiene de nuevo esteconf l i c to? ¿Con qué d i s c ip l inas , o con qué con jun to de s abe res no e spe-c í f icamen t e cu l tura l e s , e s n e cesar io v incular e l e s tud io d e l a cu l tura?

Me pregunté hace tres años, al escribir una nueva introducción a

Culturas híbridas (2001), cuáles son las bases económicas de estade s co n s t r ucc i ó n d e l a s n ac i o n e s . M e n c i o n o a l gu n as : an t e t o do , l a p é r -dida de control sobre las finanzas por la desaparición de la monedaprop ia en Ecuador y El Sa lvado r , po r l a dependenc i a de l dó l a r y l as de -valuaciones inducidas desde el exterior en otros países. Aun dondesubsisten monedas nacionales, los emblemas que llevan ya no repre-s e n t an l a c ap ac i dad d e g e s t i o n a r s o b e r an am e n t e s u s p r e c i o s n i s us s a -

l a r io s , n i la s d e u das e x t e r n a s e i n t e r n a s . N i t am p o co l a e co n o m í a y l asimbólica de la cultura que circula por sus territorios. Algunos cam-b i o s o cu r re n e n l o s p r i m e r o s añ o s d e l s i g l o x x t ( K i r chn e r m ás q u e L u -la) , pero e l panorama socioeconómico y cul tural de América l a t ina s i -gu e p a r e c i do .

Ent re l as décadas d e 1940 y 1970 la c reac ión de e d i t o r i a l e s en l a Ar-gen t ina, Bras i l , México , y a lgunas en Colombia, Chi l e , Perú, Uruguayy Venezuela, produjeron una «sustitución de importaciones » en elcampo d e l a cu l tura l e t rada , de c i s iva para de sar ro l l a r la ed ucac ión , fo r -mar nac iones modernas y c iudadanos democrát i cos . En l as ú l t imas t r e sdécad as l a m ay o r ía d e l o s e d i t o r e s f ue q u e b r an do , o v e n d i e r o n s u s ca -tálogos a ed i to r i a l es españolas , luego compradas por empresas f rance-

sas , i t a l i anas y a l emanas . Los nuevos dueños de Babel s e l l aman Bers -telmann, Planeta y Vivendi, ahora los mayores productores de librosen América latina, en Europa, y aun en Estados Unidos desde que elprimero compró Random House.

¿Cómo seguir haciendo estudios culturales sin analizar las conse-cuencias de estos procesos de concentración y enajenación de recur-s o s ? N o s e t r a t a d e q u e l a s i n v e s t ig ac i o n e s l i te r a r i a s o d e c i n e d e j e n d et rabajar con los t ex tos y desen t rañen sus s i gn i f i cados in t r ínsecos , e in -c luso valoren su especi f i c idad es t é t i ca con más cuidado que e l habi tual

/9A

t u r a l, la a s i m e t r í a e n e l a cc e s o d e l a s r e g i o n e s a l a i n f o r m ac i ó n y e l e n -tretenimiento, la posibilidad de que cada cultura construya su propiaimagen y comprenda las de los otros. Es parte del sentido discursivod e l a s o c ie d a d e l m o d o e n q u e l a s n u e v a s c o n d i c io n e s d e p r o d u c c ió n yci rculación s imból ica modi f i can los modos de l ee r , ver c ine o «chat ear»por Internet. ¿ Cómo limitarse a hablar de textos literarios si los

productores los tratan como productos editoriales, qué podemos cap-t a r d e l a m ú s ica y l a s p e l í cu la s s i s o n s e l e cc i o n adas y d i fu n d i da s co m oe l d i s co d e l a s e m an a y m e r can c í a s p a r a l a s m u l ti s a la s ?

T o do e s t o r e u b ica l a a g e n da c l á si ca d e l o s e s t u d i o s cu lt u r a le s . C o n -cluyo con un ejemplo referido a la cuestión de la interculturalidad,que se convirtió en asunto del diálogo entre latinoamericanos y lati-noamericanistas en los últimos años. La acción afirmativa sigue sien-do importante en los campos de la etnicidad y el género, pero aun enellos se ve restringida en tanto no somos capaces de estudiar e inven-tar nuevos modos de afirmación de la diversidad cultural frente a lat r an s n ac i o n a l iz ac i ó n e co n ó m i co - s im b ó l ica . S ab e m o s q u e e s t a s r e i v in -dicaciones deben buscar disminuir la desigualdad social, pero no lo

lograremos si no contamos con una información y un poder culturalco n f r o n t abl e s — n o e q u i v a le n t e s — co n l o s q u e t i e n e n l o s a c t o r e s t r an s -nacionales. Como evidencias de las aperturas que están ocurriendo enlos estudios culturales y en los estudios socioantropológicos y comu-n i cac i o n a l e s s o b r e cu l tu r a , e n c i e r t a m e d i da co m b i n ado s , d e d i co l a s e -gunda parte de este libro a la rediscusión de la interculturalidad enAmérica latina, la reconstrucción de la noción de sujeto más allá delposmodernismo, las articulaciones entre ser diferente y desconectarseen las culturas juveniles, las formas actuales de la diversidad en la so-ciedad del conocimiento y la globalización frustrada del cine latinoa-m e r i can o .

T a l v e z e s t a t e n s i ó n e n t r e l a s p r o m e s as d e l co s m o p o l i ti s m o g l o b a l y

la pérdida de proyectos nacionales, no parezca tan distinta de las quean i m ar o n o b r a s co m o l a s d e Ray m o n d W i ll i am s , cu an do t r ab a jó , d e n -tro de su nación, los conflictos de su época. Se parecen y difieren, entanto esta modernidad globalizada no deja de ser modernidad, y noabandona el capitalismo sino que lo exaspera. Pero hoy actuamos enotro paisaje que es como la explosión del anterior. Muros y puertash an ca í do , au n q u e s i g a h ab i e n do q u ie n e s g i r an e n t r e s u s r u in a s . E n e s -t a e x p l o s i v a e x p an s i ó n t e cn o l ó g i ca y e co n ó m i ca , d e r e p e r t o r i o s cu l tu -rales y ofertas de consumo, en este estallido de mercados y ciudades,

12 7

se han perdido proyectos y espacios públicos, pero quedan fragmen-tos o esquirlas diseminados por la explosión, retomados por movi-

Page 63: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 63/110

mientos socia l es y cul tural es . Sus t rayector ias —para usar una imagende Ales sandro Bar i cco— de jan g raf f it i , en l o s que buscamos f i guras s ig -ni f i can t es .

Los estudios culturales pueden ser ahora intentos de encontrar els e n t i do d e l a s h u e l la s i n s c r i pt a s p o r e s o s f r agm e n t o s s o b r e v i v ie n t e s .

MIRADAS

1

Page 64: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 64/110

6

Modelos latinoamericanos deintegración y desintegración

¿Cómo delimitar los rasgos diferenciales de un objeto de estudio, suu b icac i ó n d e s i gu a l , la s co n e x i o n e s y d e s co n e x i o n e s q u e l e co n f i e r e n u n

s en t i d o e s pe c í fi c o? C omo e l t r a b a jo qu e enc a ra e s t a s eg u nd a pa r t e d e ll ib r o t o m a e n cu e n t a l a s d i f e r e n c i a s , d e s i gu a l dad e s y co n e x i o n e s d e e s -ta entidad conocida como América latina, comenzaré analizando lape r t i n enc i a d e e s t a d e s i g na c i ón , a pa r t i r d e d o s h i s t o r i a s que s i n t e t iz a ndos modos clave de organizar el saber, y por tanto de concebir la cul-t u ra . U na e s t á t oma d a d e l l i bro d e N a omi Kl e i n , No toga. La o t ra , pro-v i e n e d e u n p o e m a d e T . S . E li o t .

P r i mero , qui e ro ha b l a rl e s d e u na c onf e r enc i s t a ev oc a d a po r N a omiKlein , que invi t a a l públ ico a l e e r l as e t ique tas d e su ropa. Ca da vez queLora Jo Foo ofrece un seminario sobre temas de consumo saca unast i je ras y p ide a los as i s t en t es que cor t e n l as e t ique tas de sus ropas . Lue-go despliega un mapa del mundo, impreso sobre tela, y cose en él las

e t ique tas de l públ ico , ahora l ibres . As í , a lo l argo de muchos cursos , e lm ap a s e h a co n v e r t i do e n u n e x t r av agan t e patchwork con los s ímbolosde Liz Claiborne, Banana Republic, Victoria's Secret, Gap, CalvinKlein y Ralph Lauren. La conferencista hace notar que la mayoría delos trocitos de tela se concentran en Asia y en América latina, con locual se ve cómo se fue desplazando la ruta mundial que enlaza los lu-gares de producción con los de consumo: de la época en que sus pro-d u c t o s t od a v í a s e f a b r ic a b a n en l o s Es t a d os U n i d os ( c on t i n en t e d ond equ ed a n u na s poc a s e t i que t a s ) , pas a d e s pu é s a J a pó n y C orea d e l S u r y

131

l u e go a I n do n e s i a y a F i l ip i n a s , p a r a t e r m i n a r e n C h i n a y e n V i e t n am .Según ella, las etiquetas de la ropa son instructivas, porque recogen

nes construidas para designar «lo latinoamericano», con la esperanzade que el conjunto de nombres iluminara cómo fue armándose la he-

Page 65: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 65/110

«asuntos l e janos y complejos y los acercan t an to a nues t ros paí ses co-mo la ropa que l l evamos» (Kle in , 2001: 402).

Ahora voy a referir lo que dice T. S. Eliot en El libro de los gatoshabilidosos del v iejo Possum. Sostiene que todo gato tiene tres nom-bres : e l pr imero es e l nombre por e l cual s e lo l l ama habi tualmente ; e ls egund o , más par ti cu la r , aque l po r e l que s e d i s t ingue a c ada uno d e l o s

de más , e l que permi t e a l g a to a lzar su co la y «mantene r a l t ivos sus bi -go t e s » ; e l t e r c e r o e s e l n o m b r e q u e s o l o e l g a t o co n o ce .¿Qué busca revelarnos la conferencista que pide que conozcamos

esa parte de nosotros designada por las etiquetas? Quiere que apren-damos a reconocer cómo nos nombra el mercado, el discurso de lasmarcas . Además , aspi ra a que vinculemos ese un iverso l ingüís t i co condo s s i s t e m as d e co n f igu r ac i ó n d e i d e n t i d ad e s ; a ) l a s r e g l a s d e l a d i s t in -ción en t re los grupos organ izadas s egún l a ropa que usamos; b) e l s i s -tema de explotación socioeconómica que estructura a distancia, des-conectando la producción y el consumo, las diferentes partes que lohacen funcionar: si quieres entender el mundo en que vives, explicaNaomi Klein, debes relacionar las tiendas de Nueva York y México,

de Buenos Aires y de París, con las fábricas de Yakarta y de El Sal-vador .¿Qué hay en medio, entre las etiquetas y los gatos? Hay muchas

narra t ivas con l as que e l pensamien to cont emporáneo t ra ta de nombrarl o s ga tos o l o que l as e t ique t as e sconden , o a l me nos e l asombro que nosproduce qúe l as e t ique tas y los gatos e s t én ahí y no sepamos qué hacercon e l l o s . Voy a ocuparme brevemen t e d e t r e s e s t ra teg i as con l as que l asc i e n c i a s s o c i a le s y l a s h um an i dad e s b u s can d e s i gn a r y co m p r e n de r l oque sucede en este particular territorio sociocultural que llamamosAmérica l a t ina. La d i scus ión sobre l as maneras d e e t ique tamos o nom -brarnos impl ica l o s d i l emas que co nf ron tan d ive rsas d i s c ipl inas a l e s tu-d i a r e s t e o b j e t o h ui d i z o q u e d e n o m i n am o s « l o l a t in o am e r i can o » y l a s

d i f icu l ta d e s q u e p r e s e n t a co m b i n a r s u s d i s t in t a s e s t r a t e g i a s d e co n o c i -mien to .

Busc a r un n o m br e p a r a e l t e c h o c o m ú n

P r i m e r a e s t r a t e g i a : el nominalismo ex haustivo. S e h a t r a t ado d e r e u n i rl a t o ta l id ad d e n o m b r e s e m p l e ado s a t r av és d e l a h is t o r ia p a r a d e s i gn a ra Amér i ca l a t i na o a l as en t i dad es que s e l e parecen . Un h is to r i ado r ch i -l e n o , M i gu e l Ro ja s M i x , r e co p i l ó d e c e n as y d e c e n as d e d e n o m i n ac i o -

terogénea mezcla que ahora somos. Así podemos recorrer la nociónde A mé rica hispánica empleada por Pedro Henríquez Ureña, o de laAmérica indo-española, que sugirió Germán Arciniegas, y los variosp r o g r am as d e s a r r o l li s ta s o d e l a l lam ada t e o r í a d e l a d e p e n de n c i a q u ef u n dam e n t a r o n e n l a s d é cadas d e 1 9 6 0 y 1 9 7 0 d e l s i g l o x x l a l abo r d ealgunos organismos latinoamericanos y acuerdos regionales que se

proponían in t egrarnos en to rno de l a indus t r i a l ización y un crecimien-to cada vez más autónomo. Aunque conservan parcial valor, ningunade esas líneas resulta ahora satisfactoria. Tampoco es suficiente paracomprender l as complejas in t e racciones en t re América l a t ina y los paí -s e s i b é r ico s l a f ó r m ul a « e n cu e n t r o d e do s m u n do s » , co n s ag r ada du r an -t e l a c e l e b r ac i ó n d e l Q u i n t o C e n t e n a r i o , e n 1 9 9 2 . N i p o de m o s a b a r ca rla mul t i cul tural i dad cont en ida en es t a reg ión, n i los as imét r i cos y con-f l ic t i vo s i n t e r cam b i o s co n l o s E s t ado s U n i do s , co n e x p r e s i o n e s co m ohispanos o latinos, e m p l e ada s p o r l o s e s t a do u n i d e n s e s y ado p t ada s e no t ros espacios .

¿Cómo nombrarnos, entonces? ¿Iberoamericanos, latinoamerica-n o s , p an am e r i can o s ? E st a s d e n o m i n ac i o n e s , co m o s e s ab e , co r r e s p o n -

d e n a u n i dad e s g e o g r á fi ca s e n p a r t e co i n c id e n t e s . Ib e r o am ér i ca ab a r caa España, Por tugal y América l a t ina. El ámbi to paname ricano, en cam -b i o , i n c l uy e a t o do s l o s p a ís e s d e Am ér i ca , d e s d e C an ad á h as t a la Ar -gentina y Chile. Pero la distinción se vuelve más compleja cuando seconsidera que estas unidades de análisis son también geoculturales ygeopolíticas. Daré dos ejemplos de cómo los aspectos culturales des-bordan l a d e l imi tación ge ográf ica: ¿De qué manera ubicar a los 37 mi-l lones de h i spanohablan t es proceden t es de América /a t ina que viven enlos Es tados Unidos? ¿Cómo t ra tar a los cen t enares de mi l es de l a t inoa-m e r i can o s d e s c e n d i e n t e s d e e s p añ o l e s q u e e n añ o s r e c i e n t e s a dq u ir i e -ron l a nac iona l i dad d e sus an t epasados y v iven ahora en España u o t rospaíses europeos?

C o m o e n e l an t igu o n o m i n a l i s m o , n o te n e m o s u n s o l o n o m b r e q u enos presente universalmente. Quedamos desorientados entre un aludde designaciones, como si para algunos procesos hubieran sido másút i l es c i e r tos nombres , en l a actual i dad var ios s imul táneamente , y n in-gu n o d i e r a cu e n t a d e u n co n t i n e n t e q u e d e s b o r da e l te r r i t o r io g e o g r á -f i co que t radic ionalmente lo i den t i f i caba.

Segunda estrategia: identificar los nombres fundamentales de lasidentidades, y declarar, desde el relativismo filosófico y antropológico,que todos son v álidos. As í co m o l a te n d e n c i a an t e r i o r s e ap o y ab a e n e l

conocimiento histórico y geográfico, esta segunda corriente ha sidoe l ab o r ada e s p e c i a lm e n t e p o r l a an t r o p o lo g í a .

La tendencia predominante de los antropólogos ha sido definir lo

resantes para preservar la biodiversidad o desarrollar industrias cultu-rales endógenas, pero su reubicación señala la necesidad de repensarl a s t r a d i c i o n e s n a t i va s e n p r o ce s o s i n t e r cu l tu r a l e s d e m ay o r e s ca l a .

Los movimientos indígenas y populares, en tanto, advierten que la

Page 66: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 66/110

l a t inoame r i cano a par t i r de l as raíces indígenas. Alentad os por los múl -t i pl e s y du r ad e r o s m o v i m ie n t o s d e r e s i s t e n c i a i n d i a , e n cu e n t r an e n e li ndoame r i can i smo l a r e s e rva c r í t ica y u tóp ica de una so l i dar i dad r ebe l -de l a t inoamericana. Las e locuent es i r rupciones ocurr i das duran t e l a ú l -t im a d écada e n r e g i o n e s d e Bo l i v ia , Br a s il , Ecu ado ; G u a t e m a l a y M é-xico son interpretadas por antropólogos y no antropólogos, por

p o s co l o n ia l i st a s e n t u s i a s t a s, co m o r e cu r s o s cap ace s d e n u t r ir p r o g r a -m as p a r a e l co n jun t o d e n u e s t r a s so c i e dad e s . Re cu e r do b r e v e m e n t e l avaloración del capítulo 2 sobre esta cuestión para ampliarla en estenuevo contexto. En los países que acabo de nombrar, y en algunosm ás , la i m p o r t an c i a d e m o gr áf i ca y s o c i o cu l tu r a l d e l o s g r u p o s i n d i o sdebería tener un reconocimiento mayor en las agendas nacionales, yt am b ién e n l a s i n te r n ac i o n a l e s . Pe r o l a e m e r g e n c i a i n d í g e n a n o p u e d el e e r s e co m o d e v e l am i e n t o d e s ab i du r í a s y m o do s d e v i da p r e g l o b a li za -dos que mág icamen t e i n s t a l a r í an , en e l hueco de jad o po r l a devas t ac iónneol iberal , so luciones prod uct ivas y armonías comuni tar i as ar r incona-da s . L a c r e c i e n t e p r e s e n c i a d e l o s in d i o s s u ce d e a l p a s a r d e c am p o s yselvas con baja competitividad económica a ciudades cada vez más

inhóspitas, hace irrumpir sus costumbres comunitarias junto con há-b i to s c l i e n t e l a r e s , r e c l am o s d e au t o n o m í a y l i be r ac i ó n m e z c l ado s co nmachismos y o t ras je rarquías autor i t ar ias (Bar t ra , 1998) . Ese cóct e l d et radic ional i smos , a veces nombrad o «América profunda» , es tá s i rvi en-do e n p r o ce s o s d e m as i ado - - co n t r ad i c t o r io s : e n c i e r t o s c a s o s p a r a i m -p u ls a r r e b e l i o n e s , e n o t r o s p a r a e x p an d i r e l n a r co t r á f ico y d e m ás v i o -

- es in t egradoras , s egún se aprecia con par t i cular dramat i smo enPerú y Colombia.

M u ch o s g r u p o s e m e r g e n t e s co m p r e n d e n q u e l a r e v a l o r ac ió n d e l a scu l tu r a s l o ca le s n o b as t a p a r a e n ca r a r l o s n u e v o s d e s a f ío s d e l a g l o b a -l ización, n i para ocupar los vacíos de jados por e l de r rumbe de utopíasmodern i s t as y socia l izan t es . Los indígenas pueden pedi r , y a veces lo -

grar , como e n Bras i l (1988), en Co lombia (1991) y en Ecuad or (1998),que s e r ed e f inan l as Cons t i tuc iones nac iona l e s , que a l gunos Es t ados s edeclaren pluriculturales, que aliados remotos les den solidaridad porInternet. Pero también descubren que ahora hay menos Estado paraa t e n de r s u s d e m an das y p r o t e g e r e f i c az m e n t e s u s d e r e ch o s . A m e n u -do , l o s a li a do s n o i n d í g e n as co n f u n de n l o s r e c l am o s é t n i co s co n e co -logi smo, desvían l a sabidur ía arcaica a l eso t e r i smo y convier t e n l a t ra-ma comple ja de c an tos , ce remon ias y t rabajo en d i s cos de world music.E s t o s us o s d e s p l az ado s d e l a s « he r e n c i a s i n d í g e n as » a v e c e s s o n i n t e -

articulación autónoma de sus pueblos no puede convenirse fácilmen-te en panindianismo dentro de sistemas jurídico-políticos modernosregidos por otra lógica y a la vez erosionados por la rapacidad de losac r e e do r e s t r an s n ac i o n a l e s . A e s a s d i f icu l ta d e s s e a g r e gan s u s p r o p ia sco n t r ad i cc i o n e s i n t e r n a s co m o co m u n i dad e s i n d i a s o l o ca l e s , lo s e q u í -

vocos acuerdos con los deseos de comunidad de los demócratas mo-dernizadores y, en varios casos, con la otra «modernidad» del nazco-tráfico y la ilegalidad transnacionales. No hay pasajes sencillos de lan ac i ó n m ay a a l r e o r d e n am i e n t o t r i p a r ti d i s ta d e l s i s t e m a p o l í ti co m e x i -can o , n i d e l T ah u an t i n su y u a l a d e g r adac i ó n u r b an a e n L a P az o L i m a ,o a l a s r e g l a s ab s tr ac t a s y l o s c ab i ld e o s d e l a « co o p e r ac i ó n i n te r n ac i o -nal». De manera que los movimientos valorados como más exitosos,por e jemplo e l Zapat i smo, osci l an en t re re c lamar que sus l enguas y t ra-d i c i o n e s o r a l e s , s us u s o s y co s t u m b re s e n cu e n t r e n l u ga r e n l o s có d i go smodernos nacionales, con pretensiones de universalidad, y, por otrolado, se limitan a proteger el equilibrio con la naturaleza y dentro desus grupos en el entorno inmediato. Así como en la lengua tzeltal, en

C h i ap as , e l t é r m i n o « de r e ch o s » d e l a D e c l a r ac ió n U n i v e r s a l d e l o s D e -rechos Humanos se traduce por la expresión id, ' el ta muk, o s e a r e s -p e t o , lo s p u e b l o s n e c e s i t an i r y v e n i r e n t r e p e d i r q u e s u s d e r e c h o s s e anreconocidos en el mundo moderno y tratar de, al menos, ser respeta-dos en su mundo, que por supuesto no está fuera de la modernidad.

Pese a las dificultades, varios antropólogos postulan para la mul-tietnicidad latinoamericana un futuro más promisorio que en otraspartes del mundo. En esta región que, fuera de Europa, ha sido la pri-mera en desarrollarse bajo la forma moderna del Estado-nación, losactores étnicos parecen estar en mejores condiciones para trabajar enla construcción de «un techo común» (Gellner, 1983), un «espacio dep r o t e cc i ó n » ( E li a s , 1 9 9 1 ), « r e p r e s e n t ado p o r e l E s t ado , s u au t o r idad y

s u s s e r v ic i o s » , s o s t ie n e C h r i s ti an G r o s . A e s t o s e a g r e ga q u e e n Am é -rica latina habría menores riesgos de integrismo porque «la fronteraétnica en construcción puede difícilmente tomar una dimensión reli-giosa» (G ros , 2000: 126) . Ser í an más viables na ciones l a i cas , con t ra tosp l ur a l e s e n t r e c i u dad an o s d i v e r s o s .

E s t a co m p l e ji d ad d e l a d e f in i c i ón d e l o l a ti n o am e r i can o a p a r t i r d elas «culturas originarias » se vuelve más ardua cuando reconocemosotras vertientes multiculturales. Por ejemplo, al considerar que Amé-rica latina tiene, junto a los 40 millones de indígenas, una población

13413 5

afroamericana de v a r io s m i l lo n e s , d i f í c il e s d e p r e c i s a r , co m o u n a co n -s e cu e n c i a m ás d e l a d e s a t e n c i ó n q ue s u f r e n e n l o s p l an e s d e d e s a r r o l lo .

t am b i én l o l a ti n o d e n u e s t r a Am ér i ca . H ay q u e p r e gu n t a r s e , e n t o n ce s ,cómo alcanzar una re de f in ic ión más inclus iva de lo l a t inoamericano. O

Page 67: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 67/110

En la medida en que la cuestión indígena tiene un papel más claro,debido a la importancia histórica y demográfica de los pueblos origi-narios, al menos viene recibiendo creciente reconocimiento. En cam-b i o , a l o s g r an de s co n t i n g e n t e s a f r o am e r i can o s s e l e s h an n e gad o ca s is i empre t e r r i to r ios , de rechos bás icos y aun l a pos ibi l i dad de s e r cons i -derados en l as po l í t i cas nacional es y en los s impos ios sobre e l desarro-

llo latinoamericano. Existen estudios especializados, por ejemplo so-bre la santería cubana, el candombe brasileño y el vudú haitiano, yú l ti m am e n t e l a s m ú s i ca s q u e l o s r e p r e s e n t an s o n v a l o r ada s y d i f u n d i -da s p o r l a s i n du s t r ia s cu l t u r a le s . P e r o r a r a v e z s e i n c l u ye a l o s g r u p o sque sos t i enen e s t as p roducc ione s cu l tura l e s en e l anál is i s e s t ra t ég i co del o q u e p u e de s e r Am ér i ca l a t in a .

L o a f r o e s t o m ado , co m o o cu r r e a v e c e s co n l a s co n t r i b uc i o n e s i n -dígenas, como contraparte o complemento de la herencia occidental,pero con alcance restringido. Es hora de preguntarnos en el conjuntode l a r e g i ó n , n o s o l o e n Br a s i l y lo s p a í s e s c a r i b e ñ o s do n d e « l a n e g r i -tud» es más vi s ibl e , s ino t ambién en e l área a ndina, en M éxico y en l asdemás zonas de América l a t ina, qué s i gn i f i can los carnaval es , los t em-

plos y rituales religiosos, cómo se usan las aportaciones afroamerica-nas en l as indus t r i as cul tural es (De Carvalho, 2002) . ¿Cómo compren-de r s in es t a par t i c ipación af ro , danzas como e l rap y muchas formas d efus ión con e l jazz y e l rock, e l t ango y e l huaino , conf iguracione s s im-b ó li ca s q u e p e r m e a n p r ác t i c a s s o c i a le s d e t an t o s s e c t o r e s l a t in o am e r i -canos , e l Mul t icu l tura l l smo de l a CN N y e l éx i to de o t ro s p rogramas de

—.t e l evi s ión?L o s m u ch o s m o do s e n q u e e s t á adq u i ri e n do v i si b il id ad l a p r e s e n c i aa f r o am e r ican a - d e f o r m as an á lo gas a l o q u e o cu r r e e n l a s d i fe r e n c i a s d egénero- comienza a cambiar l a ref l exión sobre e l mul t i cul tural i smo, l ac iudadan ía y l as des i gua l dades , más a l l á de l as de f in i c iones o f i c i a l e s denación y de l a t inoamerican idad, y t ambién de los cues t ionamien tos an-

tropológicos construidos predominantemente a partir de la etnicidadi n d í g e n a . Ab r e l a m i r ada h ac i a l a s m u ch as fo r m as d e s e r l a t i n o am e r i -canos (Escobar , Wad e) .

Terce ra e s t ra t eg i a : el cadáver ex quisito. La an t ropología y l a socio-logía no se han detenido en lo indígena y lo afro. Vienen ocupándosetambién de los migrantes europeos, sobre todo españoles y portugue-ses, y asimismo los árabes, italianos y judíos, hasta las migracionesas iát i cas más var iadas ( japonese s , coreano s y chinos) . Es ta vas ta mul t i-cu l tu r a l id ad d e s d i b u ja l o s u p u e s t am e n t e d i s t in t i vo , o s e a l o i n d í g e n a y

s i acaso t an ta mul t i e tn ic idad vuelve impos ibl e l a t area .Un antropólogo español, Manuel Gutiérrez Estévez, propone con-

cebir a América latina como un «cadáver exquisito» a la manera deljuego surrealista con este nombre, que consiste en formar una frase ou n d i b u jo , e n t r e v a r i a s pe r s o n as , do b l an do e l p ap e l lu e go d e q u e cad auno escribe para que nadie conozca la colaboración anterior: la frase

compuesta por primera vez, que denominó este juego, era «el cadá-ver/exquisito/beberá/el vino/nuevo». De modo análogo, nuestro con-t i n e n t e s e h ab r í a fo r m ado co m o u n e n o r m e t e x t o i n acab ado y l l e n o d ep l ie g u e s . N o u n m o s a i co , n i u n p u zz l e , do n de l a s p i e z a s s e a ju s tan e n -tre sí para configurar un orden mayor y reconocible. Nuestras varia-c i o n e s cu l t u ra l e s n o e n ca j an u n as e n o t r a s . C o m o u n cad áv e r e x q u i s i-to, al sumarse indígenas, negros, criollos, mestizos, las migracionese u r o p e as y a s i á ti c a s , l o q u e n o s h a i do s u ce d i e n do e n cam p o s y c i u da -d e s co n s t i tu y e u n r e l a t o d i s co n t in u o , co n g r i e t a s , i m p o s ib l e d e l e e r b a -jo un solo régimen o imagen. De ahí la dificultad de encontrar nom-b r e s q u e d e s i gn e n e s t e jue g o d e e s c e n a r i o s : b a r r o co , gu e r r a d e l fi n d e lmundo, amor l a t ino , rea l i smo mágico , narco t ráf ico , 500 años , utopía,

gu e r r i l l a po s m o de r n a . T o do e s t o t i e n e e n c o m ú n , d i c e G u t i é r r e z E s té -v e z , qu e f a s c i n a a l o s e u r o p e o s . N e ce s i ta do s d e n o m b r a r e s e v é r t igo d erupturas, hablan de «los latinoamericanos» o «los sudacas». Entre eltemor y el entusiasmo, según este autor, «orientalismo y latinoameri-can i s m o s o n l a s do s e n f e r m e d ade s s e n i l e s d e l e u r o p e í s m o » ( G u t ié r r e zEs tévez, 1997).

Es t a suge ren t e v i s ión debe complemen tars e con e l anál i s i s de l as e s -t ra t eg i as hegemónicas y c r í t i cas que han buscado hace rs e cargo de e sasd ive rsas fuen t e s soc iocul tura l e s , de sus t empora l i dad es d i s t in t as . La d i -vers idad cul tural jun to a l as ro turas o l as co s turas que le ocurren en l asluchas de pode r . Lo ind í gena con lo c r io l l o en México , l o c r io l lo en f ren -t ado o para l e lo a l o i nd í ge na en Pe n í , lo af ro con lo europeo en Bras i l , y

as í suces ivamen t e . Has t a l as soc i edad es co mple jas y t ransnac iona lizadasen que lo s an t ropólogos encon t ramo s nuevas fo rmaciones cu l tura le s en -ge ndrad as po r l a urban izac ión y aun l as mega urban izac iones : México yS a n P a b lo a p a r e c e n e n t o n c e s c o m o e m b l e m a s d e l a ti n o a m e r ic a n i d a d . Olas i ndus t r iás cu l tura l e s y l o s he t e rogéne os modo s de r ecepc ión en cu l tu-ras d ive rsas : lo que ocurre cuando s e habla de l a t e l enove l a como géne rol a t i noamer i cano cuando en r ea l i dad hay t an t as d i f e renc i as en t r e l as bra-s i l eñas , las co lombianas y las mexicanas , t an t as mi radas de muje res , dehombres , de nos tá l g i cos de l a f ami li a , y t ambién de c r í t icos de l as r educ-c iones de l o soc i a l a l o s hech izos de l me lodrama.

Per t ene ncias múl t ip les

Cuarta estrateg ia: el trabajo interdisciplinario. ¿ E n q u é co n d i c i o n e s e s

continentales de desarrollo económico y cultural y una ciudadanía la-t i n o am e r i can a?

La búsqueda de respuestas a esta pregunta depende de los modose n q u e s e co n c i b e n d e n t r o d e l o s p r o ce s o s d e h i b r i dac i ó n in t e r cu l tu r a l ,

Page 68: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 68/110

pos ibl e hoy ar t i cular los conocimien tos d i sc ip l inar ios , g lobal es , reg io-nal es y local es , sobre América l a t ina para cons t rui r un saber que com-p a t ib i li c e l a s ap r o x i m ac i o n e s p a r c i a l e s y f u n da m e n t e l a a cc i ó n s o c i o -cultural y polí t ica?

N o p o d e m o s c e r r a r e l b a lan ce d e e s t a s co n t ri b uc i o n e s o n t o l ó g i ca s ,geográficas y antropológicas a la comprensión de América latina sin

a lud i r a l a var i edad d e i nves t i gac iones an t ropo lóg i cas e h i s tór i cas, de e s -t u d i o s cu l t ur a l e s y co m u n i cac i o n a l e s , q u e e n l o s ú l t im o s añ o s b u s cant r aza r l í n e a s d e i n t e li g i b il id ad e n t r e l o s p l i e gu e s y m o m e n t o s d e l c ad á -v e r e x q u i s it o . L o s e s t ud i o s m ás p r o du c t i v o s n o p r e t e n de n r e s p o n d e r apreguntas sobre la identidad latinoamericana, sino comprender lasalianzas interculturales que llamamos Caribe o área andina, las árease co n ó m i cas q ue s e d e n o m i n an N o r t e am ér i ca o M e r co s u r . C ó m o t r o pe -zamos en l as f ron t e ras y l as cruzamos , con qué es t ra t eg ias narra t ivas ymed iá t icas s e conf i guran lo s r e l a to s de l o l a t i noamer i cano .

Dos ejemplos rápidos. Por un lado, los estudios comparativos so-bre las políticas de desarrollo y la formación de naciones y ciudada-nías. Hay que destacar, ante todo, el vasto esfuerzo de Arturo Esco-

b ar q u e s i t ú a l a s p e r ip e c i a s d e Am ér i ca l a t i n a , e s p e c i a l m e n t e a n t e l o sdilemas ecológicos, en el marco de las políticas de los organismosmundial es y de los movimien tos socia l es t ransnacional izados : su l ibroEl final del salvaje e s c l a v e p a r a e n t e n d e r c ó m o d e b e e x p a n d i r l a a n -tropología su agenda. En otro texto intenté mostrar el giro antropo-lógico que configuran los trabajos de Mónica Quijada y Rita Segatos o b r e l a f o r m ac ió n u n i fi c ada d e l a Ar ge n t i n a m e d i an t e l a d e s ca r ac t e -r ización de l as d i f e rencias é tn icas ; l as inves t i gaciones de Roger Bar t ray C l au d i o L o m n i t z ac e r ca d e l a f o r m ac i ó n m e s t iz a d e M éx i co y e l p a -pe l de l a an t ropología e n l as po l í t icas p lur icultural es ; e l anál i s is de Ri -ta Segato sobre el sincretismo brasileño, donde las identidades sonmenos monolíticas que en otros países, y la hibridación, a diferencia

de l mes t izaje mexicano, no impide que e l suje to preserve para s í l a po-sibilidad de distintas afiliaciones, pueda circular entre identidades ym e z c l a r l a s . E s t a s y o t r a s r e f o r m u lac i o n e s d e l o s p r o ce s o s d e h i b r i da -ción desplazan e l e je de l a inves t i gación an t ropológica: de la identidada la heterogeneidad y la interculturalidad. Ponen en evidencia los

complejos regímenes de pertenencias múltiples que sostienen los ac-tua l e s ejercicios de la ciudadanía y las pol í t i cas de muchos movimien-to s soc i a l e s (Garc í a C ancl in i , 1999 y 2001). ¿Qué pos ib il i dad ex i s t e e nAmérica latina de construir, como en la Unión Europea, programas

l o s l uga r e s d e l o l o ca l y l o n ac i o n a l . V im o s q u e e l a c t u a l d e s a r r o l l o d elas ciencias sociales desalienta la búsqueda de identidades esenciales,s e an d e e t n i a s , n ac i o n e s o co n t i n e n t e s . P re g u n t a r s e p o r e l « s e r l a t in o a -m e r i can o » e s u n a o cu p ac i ó n t o dav í a p r o l o n gad a p o r a l gu n o s f i l ó so f o so críticos literarios, y por políticos populistas o intelectuales de iz-

q u ie r da , i n d i fe r e n t e s a l a s n u e v as co n d i c i o n e s q u e l a g l o b a l i zac i ó n t e c -nológica y sociocultural (no solo el neoliberalismo) impone a las uto-pías de épocas pasadas. La información antropológica y sociológicas o b r e l a t r an s n ac i o n a l i z ac ió n d e l a e co n o m í a y l a cu l t u r a q u it ó v e r o s i -mi l i tud a aquel los proyectos de on to logía socia l y pol í t i ca . Si hay via-b i li d ad p a r a p r o y e c t o s co m p ar t i do s e n Am ér i ca l a t in a , d e b e m o s t r a r s eno en relación con una identidad metafísica sino en los procesos eco-n ó m i co s y co m u n i cac i o n a l e s , r e s p e c t o d e l o s i n te r cam b i o s f i n an c i e r o sm u l ti n ac i o n a l e s y l o s r e p e r t o r i o s d e i m áge n e s e i n f o rm ac i ó n d i s tr i b ui -dos a todo el planeta por los medios. Un aspecto clave es si podríaconstruirse efectivamente, con soportes jurídicos y políticos, una ciu-dad an í a l a t in o am e r i can a , e n e l m o d o e n q u e s e h ab l a y s e p r ac t ic a u n a

ciudadanía europea. O quizá con menos subordinación al proceso dei n t e g r ac i ó n y e x p an s i ó n e co n ó m i ca .Hay material antropológico para sostener distintas posiciones ante

estos escenarios. Las etnografías recientes muestran la persistencia yaun el resurgimiento de lo local y lo nacional. Pero a la vez exhiben alas formaciones culturales locales atravesadas por estructuras y flujosg l o b a l e s . L as so c i e da d e s s e v u e l v e n cad a v e z m ás co s m o p o l i t a s. Au n -que tampoco encontramos el mismo cosmopolitismo de otras épocas.Al trabajar con la multiculturalidad contenida en América latina, conlos enfoques e intereses confrontados, pierde fuerza la búsqueda deuna «cultura latinoamericana». La noción pertinente es la de un espa-cio soáocultural latinoamericano, e n e l q ue co e x i s te n m u ch as i d e n t i d a -

d e s y cu l t u r a s .E l C o n v e n i o An d r é s Be l l o p r o m o v i ó e n t r e 1 9 9 7 y 2 0 0 2 u n co n ju n -to de estudios sobre este tema. Un grupo coordinado por Manuel An-tonio Garretón, que integramos Jesús Martín Barbero, Marcelo Cava-rozzi, Guadalupe Ruiz-Giménez, Rodolfo Stavenhagen y el autor delpresente volumen, elaboró un libro en el que se caracteriza al espaciocultural latinoamericano como un ámbito territorial y no territorial, osea también comunicacional y virtual. Está compuesto por espacios yc i r cu it o s . Se r e co n o ce n « r a í c e s » é t n i ca s e h i s tó r i ca s , y s e h ab l a d e co -

13 8 139

munidades interculturales, que incluso desbordan el territorio habi-tualmente identificado con el nombre de América latina. No hay unai d e n t i d ad l a t in o am e r i can a , s i n o m ú l t ip l e s i d e n t i d ad e s é t n i ca s , n ac io n a -

g r am as e x i t o so s , co m o l b e r m e d i a , co n e l q u e l a s C u m b r e s I b e r o am e r i-can as p r o m u e v e n l a co p r o du cc i ó n au d i o v is u a l d e l a r e g i ó n , q u e dan l i -m i t ado s p o r l a e s ca s e z d e i n v e r s i o n e s p a r a p r o du cc i ó n e n c l ó ge n a y l a

Page 69: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 69/110

l es , de género , e t c . , con t en idas en d icho espacio . Los recursos pat r imo-niales que las cohesionan son lenguas (solo las indígenas suman unas400), tradiciones orales, culturas populares, memorias históricas, ytambién sistemas educativos, industrias culturales y modos de comu-nicación.

¿Qué resuelve y qué deja pendiente la noción de espacio culturallatinoamericano? Deja atrás, ante todo, las definiciones ontológicasque procuraban captar un ser o una identidad regional. Reconoce lad i v e r s i dad y l a e x i s t e n c i a d e d i fe r e n t e s m o v i m ie n t o s o m o de l o s d e i n -tegración, como procesos históricos e inacabados. Considera integra-ciones t e r r i to r i a l es , económicas , socia l es y cul tural es , e incluso « in t e -g r ac i o n e s m e d i á ti c a s » : d e e l la s , e l I n fo r m e d e l C o n v e n i o An d r é s Be l l odocumenta y razona sus fracasos o realización parcial (Aladi, Cepa!,SELA, Alasei y el propio Convenio Andrés Bello, entre Otras). Ab r et am b i én l a f igu r a d e l a i n t e g r ac i ó n co i n c i d e n t e co n e l t e r r i to r i o l lam a-do América latina a los millones de latinoamericanos que migraron alos Estados Unidos, España y otros países. Se trata, por tanto, de unanoción operativa, que permite elaborar políticas de articulación ade-cuadas a los procesos históricos de integración y desintegración. Va-l o r a e n s u r e l a t i v idad l a s co n d i c i o n e s co m u n e s e x i s t e n t e s . N o o b s t an -te, la noción de espacio cultural, o sociocultural, latinoamericano noab a r ca s u fi c i e n t e m e n t e l a t o t a l id ad d e n o m b r e s co n q u e l o s a c t o r e s é t -n i co s , n ac i o n a le s o d e o t r o s a g r u p am i e n t o s s o c i a l e s s e i d e n t i fi c an . E s ainsuficirrrcia representa la riqueza de la diversidad, inabarcable porl o s i n t e n t o s t o ta l i zado r e s , p e r o t am b i én l a s c a r e n c i a s d e a cu e r do s u n i -lateralmente económicos, hechos entre cúpulas.

El Informe del Convenio Andrés Bello desemboca en «conclusio-n e s » , q u e e s p o s i b le l e e r co m o u n r e p e r t o r io d e p r e g u n t a s . Al d e s t aca rla débil dimensión cultural de la integración, en contraste con el libre

comercio priorizado hasta ahora en el Tratado de Libre Comercio deAmérica del Norte, el Mercosur y otros convenios bilaterales, revelaq u e n i l a s d i f e r e n c i a s n i l a s d e s i gu a l dad e s e s t án e n co n t r an do u n t r a t a -mien to adecuado . Los e squemas asoc i a t ivos y de cooperac ión cen t radosen f lu jos financ i e ros y de mercanc í as , empresar i a l e s y comunicac iona l e sentendidos solo en sentido comercial, producen fragmentaciones ycompetencias opor tuni s tas más que acuerdos ins t i tucional izados y be-nef i c io s compar t i dos . ¿De qué in t eg rac ión pued e hablars e s i l o s ade l ga-z an n e n t o s n e o l i b e r a le s d e l o s E s t ado s y e n g e n e r a l d e l a s i n st i tu c i o n e sp ú b li ca s d e b i li t an e l d e s a r r o l l o e d u ca t i vo y cu l tu r a l ? U n o s p o co s p r o -

fa l ta de acue rdos que pos i c ionen a Amér i ca l a t i na en l o s mercad os mun-d i a l e s , so b r e t o do , co m o v e r e m o s e n el úl t imo ca p í tulo , f r en t e a l as em-presas es t adounidenses . Las f e r i as de l l ibro , los f es t ival es de mús ica yt eat ro , cuando so breviven como c i t as cont inen ta l es , sufren l as f luctua-c iones o e l ach icamien to de l as i ndus t r ias cu l tura l e s p r iva tizadas o d esa-l en t adas a l a t ro f i a rs e l as po l ít i cas e s t a t a l e s . Y l a c iudadan ía , que cuen ta

c o n m a y o r e s o p o r tu n id a d e s d e e x p r e s i ón d e n t r o d e l a s n a c i o n e s g r a c i a sa p rocesos democra t i zado res , no s e acompaña con p roced imien tos e f ec-t ivos de l ibre c i rculación de l as personas y los bi ene s cul tural es . Fal tanprogramas de i n t e rcambio en t r e l as soc i edades c iv i l e s .

La totalización como utopía

El interés renovado en los últimos años por configurar pensamientosq u e s e o cu p e n d e t o t a l id ad e s s e m an i f ie s t a e n l ib r o s r e c i e n t e s , co m o elcitado No logo, de Naomi Klein, Imperio, de Michael Hardt y ToniN e gr i , y p o r s up u e s t o e l an t e s c i t a do d e L u c Bo l t an s k i y Év e C h i ap e -

l lo, El nuev o espíritu del capitalismo, que cons ide ro e l más val ioso . In-tentan decir cómo conocer nuestro lugar en el mundo mediante lacombinación de d i s t in tos saberes d e l a f i losof ía y l as c i encias socia l es .Q u i zás e l éx i t o d e v e n t a s d e l a s do s p r i m e r a s o b r a s e n v a r i o s i d i o m asde r i v e d e q u e v u e l v e n a o f r e c e r u n a n a r r a t i v a q ue t r a s c i e n de l a s d i s c i -pl inas . Explo ran l as r eg l as de l a p roducc ión , l as r eg l as de l a c i rcu lac ióny del consumo, de los capitales, de las mercancías y las multitudes, ycómo se re l acionan unas con o t ras . Incluso d icen cómo ocul tan sus ar-t i culaciones encubri endo e l t ráf ico de l as mercancías con los juegos delas e t ique tas , de los s i gnos y de los s ímbolos . No voy a par t i c ipar aquíen el amplio debate promovido por estos libros, especialmente el deHardt y Negri debido a la gestualidad posmoderna con que en él «se

sa ludan l as f ami l i as i deo lóg i cas más e nemis t ada s» (Sar lo , 2002: 8) , y e lde K l e i n p o r i gn o r a r a t o da s l a s f am i li a s t e ó r ica s y l o g r a r l a h az añ a d ee s c r i b i r u n li b r o s o b r e l a s m ar ca s y e l co n s u m o s i n c i t a r u n a s o l a v e ze n m ás d e 5 0 0 p ág i n a s , a F i e r r e Bo u r d i e u n i a D av i d M o r l e y . M e i n t e -r e s a r e cu p e r a r l a r e s o n an c i a l o g r ad a p o r s u s i n te n t o s d e co n s t r u ir r e l a -t o s an t i g l o b a l iz ado r e s y an t i i m p e r ia l e s a l d i s cu ti r có m o p u e d e n i n s e r -t a r s e l a s c i e n c i a s s o c i a le s e n u n a n a r r a t i v a m ay o r q u e l a q ue cad a u n ao f r e c e p o r s e p a r ado . C ó m o s e ju n ta e l d e s e o d e co n o c i m i e n t o c i e n t í fi -co co n e l d e s e o d e r e l a t o s to t a l iz ado r e s .

H ace v a r i a s d écad as q u e l a e p i st e m o l o g í a d e s ac r e d i t ó l a s p r e t e n s io -nes pos i t ivis t as y evolucion i s tas que prome t ían , median t e e l avance in-cesan t e de l as c i enc i as soc i a l e s , b r indarnos un parad i gma para e l cono-cimiento unificado del mundo. La incertidumbre generada por laco e x i s t e n c i a d e v a r i a s te o r í a s , o m o de l o s d e ap r o x i m ac i ó n a l o s o c i a l ,

tudio llamado América latina, podríamos decir que una parte de lasciencias sociales ha tratado de captar lo común del continente. Por sul a do , l a an t r o p o l o g í a , la s h u m an i dade s y l o s e s t u d i o s r e g i o n a l e s b u s cancomprender las diferencias que constituyen este conjunto y averiguars i d e t o da s m an e r a s s e p u e d e s e g u i r h ab lan do d e i do l a t in o am e r i can o » .

Page 70: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 70/110

s e e x a c e r b a e n a ñ o s r e c i e n t e s c u a n d o e l m u n d o s e c o m p l e j iz a , s e d i v e r -s i f ica mucho m ás , y a l a vez hace in t e ractuar sus par t es co n una proxi -midad y una intensidad que nunca habíamos conocido. Efectivamen-t e , l o que sucede en Yakar t a y en e l Áf r i ca subsahar i ana y en e l Or i en t eq u e l l am aban L e jan o t i e n e r e s o n an c i a s r ápi da s e n Bu e n o s Ai r e s o M é-

xico, y lo que sucede en estos lugares luce eco en otros continentes.No disponemos de ningún sistema de pensamiento suficientementeco m p r e h e n s i v o p a r a ab a r ca r t an t a s p r o x i m idad e s , y m e n o s aú n l a v a -r i e dad d e i n t e r acc i o n e s e i n t e n s i dad e s e n t r e l a s cu a le s n o s m o v e m o s .

S i n e m b ar go , l a s n a r r a ti v a s e p is t ém i cas n o p u e de n y a d e t e n e r s e e nla s imple af i rmación de l a inde t e rminación y l a incer t i dumbre . O peor:en l a ce l ebrac ión de l f ragmen to y l a p lura l i dad de l mundo a l as que nosquiso acostumbrar el posmodernismo. Las catástrofes socioeconómi-cas, políticas y culturales de la última década muestran que las torresm ás e r gu i da s d e N u e v a Y o r k y l a s i n ve r s i o n e s ap a r e n t e m e n t e m ás f ia -bl es de l as met rópol i s occiden ta l es t ambalean a l in t e ractuar con creen-cias y ritos de pueblos que esconden computadoras en cuevas, hacen

c i r cu la r co n ju n t am e n t e d r o ga s , a r m as y u t o p ía s c am p e s i n a s , y p u e de nser quitados de gobiernos pero no eliminados como «amenaza» de loq u e l lam áb am o s m o de r n i dad .

No se trata solo de acontecimientos ni de rizomas. Sabemos a l gomás, aunqúe todavía poco, de cómo-esas expl icaciones o males tares s erelacionarñbffñstructuras transnacionales muy concentradas, institu-c iones con vocac ión —por d ec i r as í— de cons t ru ir r e l a tós ún icos , mono-míticos, sobre el mundo. Cuatro empresas discográficas controlan el90% de l mercado musical g lobal . Dos empresas ed i to r i a l es mul t imediam an e j an e l 6 0 % d e l a p r o du cc i ó n d e l i b r o s e n Occ i dén t e , d e c i d e n q u és e v a a p u b l ica r y q u é p e r m an e ce r á i n éd i t o . H ay ac t o r e s t r an s n ac i o n a -les, g i gan t e s ca s s o c i e d ad e s an ó n i m as , q u e e s t án co n s t r uy e n do o adm i -

n i s t ran do r e l a t o s qu e s e o b s t i n an e n co n t a r n o s u n m u n do h o m o g én e o ,o donde al menos las distancias y las diferencias puedan parecer in-s ign i f i can t es , y los conf l i c tos reso lubles o a i s l abl es . Los to ta l izadoresm e r cad o s e co n ó m i co s y s i m b ó l ico s t r an s n ac i o n a l e s s o n e l e n o r m e l u -ga r c i e go d e l a c e l e b r ac ió n p o s m o de r n a d e l o s f r agm e n t o s .

Entre tanto, volvemos a escuchar a Eliot. El gato tiene tres nom-b r e s : e l g e n é r i co , e l q u e d e s i gn a a c ad a g a t o e n p a r t i cul a i; y e l t e r c e r o ,que so lo e l ga to co noce . S i ap l i camos e s t a c l as i f icac ión a l obje to de e s -

Hay una tercera corriente, identificable como realismo mágico», queag r u p a a aq u e l l o s q u e p o s t u lan u n s i gn i f i c ado s e c r e t o d e l o l a t in o am e -ricano. Según los actores que manejan este argumento, atribuirán esesentido oculto a los indígenas por su sabiduría esotérica y su silenciosesquicentenario; a los afroamericanos, sus cultos, danzas y músicas;

o a mitos que imaginan indescifrables; o a otras formas del deseo quelaten debajo de lo manifiesto y nunca lograrían ser representadas porl a s i n s t it u c io n e s n i co m p r e n d i da s p o r l o s d i s cu rs o s r ac i o n a l e s . Am ér i -ca l a t i n a qu e da r e du c i da a u n ga t o d í s co l o y m i s t e r io s o .

U n a y o t r a v e z e s t a r e s e r v a i n n o m b r ab l e , s o b r e l a cu a l pu e de d e c i r -se poco o nada, es propuesta como recurso alternativo frente al fraca-so de lo que l l eva e t ique tas más o menos of ic ia l es e insat i s factor i as : l asge nerad as por l as po l ít i cas , las ins t i tuciones , los acuerdo s in t e rnaciona-l e s d e i n t e r cam b io o co o p e r ac i ó n , l a p r e p o t e n c i a m o de r n i z ado r a o g l o -b a l iz ado r a . P a r e c e d i f í c il s o s t e n e r t an t a s f u n c i o n e s y t a r e a s r e d e n t o r a spara un resorte que se invoca sin definir, en el que se cree más allá delo que se comprende.

S i bi e n e s t a p o t e n c i a l i d ad a t r i b u ida a e s a e n t i d ad e s co n d i da e s d i fí -cil de demostrar, tal vez valga tomar en cuenta este tercer nombre deAmérica latina como límite de lo racionalmente cognoscible y codifi-cab l e . N o co m o a l t e r n a t iv a cu an do l o r ac i o n a l f raca s a , s in o co m o r e f e -rencia utópica de los movimientos sociales que producen efectos nop r e v i st o s p o r l a s e s t ru c t u ra s . M ás qu e e n e l o r d e n d e l a r e l ig i ó n o d e l oanticientífico, se halla en el registro de lo poético y lo político. Nadan o s g a r an t i za q u e l o m ar av i l l o s o dé c l av e s q u e n o h a l l am o s e n l o r e a l ,n i q u e d e s u t r a s fo n do i m ag i n ado s u r jan e f i c ac i a s , r e s i st e n c i a s o m u n -dos alternativos. Lo silenciado o lo diferente, que se manifiesta porv í a s o b li cu as , d e s co n ce r t an t e s , n o i m p o r t a t an t o co m o r e cu r s o m ág i copara modificar el orden imperante sino como voz excluida que puede

r e v e l a r a l go s o b r e e l o r d e n e x c l u y e n t e .Reaparece aquí, en otra clave, la cuestión de la autonomía de los

grupos y etnias. Por lo común se trata como un problema político, unco n ju n t o d e a c t i v idad e s d e s t in ada s a i n t e g r a r a l o s g r u p o s e n l a n ac i ó ny el mercado, y regular sus diferencias. Richard Sennett apunta en sureflexión sobre el respeto que la autonomía •no es simplemente unaacción; también requiere una relación en la que una parte acepte queno puede comprender algo de la otra. La aceptación de que hay cosas

14 2

43

del otro que uno no puede comprender da al mismo tiempo perma-n e n c i a e i gu a l dad e n l a r e l a c i ó n . L a au t o n o m í a s up o n e co n e x i ó n y a l avez a l t e r i dad, in t imidad y anonimato» (Senne t t , 2003: 183) . La conse-cuencia política, señala este autor, es que las tareas de los Estados no

n e s b u s can s u b o r d i n a r l a s ; m ás b i e n d e s c r i b ir l o s t r ab a jo s d e l a co n v i -vencia . Entonces , e l t rabajo an t ropológico no parece muy di f e ren t e de ld e l a h i s to r i a , la s o c i o l o g í a y l o s e s t u d i o s co m u n i cac i o n a l e s . N o co n -

Page 71: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 71/110

co n s i s t e n s o l o e n d e f i n i r qu é n e c e s i tan l o s g r u p o s q u e i n t e g r an y p r o -veer lo e n in t e rcambio , s ino t ambién volver convivibl es d i f e renc ias queno pueden reducirse a un denominador común.

Así como no tiene sentido explorar una identidad común latinoa-mericana, tampoco podemos construir la noción histórica, abierta y

cam b i an t e , d e u n e s p ac i o s o c i o cu l tu r a l l a ti n o am e r i can o co m o u n a r e a -l id ad co m p ac t a . L a co n v e r g e n c i a h is t ó ri ca d e l a r e g i ó n p ue d e s e r t o da -vía un proyecto sociopolftico y cultural deseable, y seguramente másp r ac t ic ab l e q u e e n ép o cas an t e r i o r e s g r ac i a s a l o s s e r v i c io s co m u n i ca -c i o n a l e s q u e p e r m i t e n i n c r e m e n t a r i n t e r cam b i o s y acu e r d o s e co n ó m i -cos , po l í ti cos y cul tural es . Una t area pos ibl e d e los c i en t í f icos socia l e se s p r o p o r c io n a r co n o c i m i e n t o s s o br e l a d i v e r si dad y l a u n i dad d e l a r e -g ión que cont r ibuyan a tomar deci s iones . Para que esas deci s iones s eansustentables conviene que aportemos también nuestro saber sobre lasd i f e r e n c i a s y d e s i gu a l dad e s , s o b r e l o i n n e g o c i ab le e n l a i n t e r cu l tu r a l i-dad, sobre las distancias que ni los programas de homogeneizacióneconómica, política ni mediática van a poder suturar, las resistencias

étn icas que los Es tados no lograron vencer , los perf i l es reg ional es y den ac i o n e s q u e p e r s i s te n e n l a g l o b a l i zac i ó n .

V u e l v e a a p a r e c e r , a s í , a lgo q u e l a an t r o p o l o g í a h a cu l ti v ado : e l s a -ber sobre lo irreductible de las sociedades y las culturas. Aquello queen el capítulo 2, evocando a José Jorge de Carvalho, analicé como loinnegociable e inasimilable. Pero con un canibio. A diferencia de lost i e m p o s d e l r e l a t i vi s m o a u l t r an z a , m u cho s an t r o p ó l o go s e s t am o s h o ytan interesados en contribuir a que los grupos marginados se afirmeny d e s a r r o ll e n co r n o a e n t e n d e r l a s co n d i c io n e s m ás am p l i a s q ue r e p r o -ducen su marginación y valorar las oportunidades interculturales enque los pueblos buscan ser competitivos, intercambiar con otros yco n v i v ir . E n f in , n o q u e da r s e s o l o s . P o r e s o , n o n o s d e d i cam o s ú n i ca -m e n t e a l a s m i n o r í a s , n i p r iv i le g i am o s l o s r i t ua l e s y l a s co n s o l ac i o n e ssimbólicas. Nos interesa lo latinoamericano como un horizonte don-de d e j a r d e s e r m i n o r í a s a is l a da s y p r o y e c t o s i n co n e x o s . Q u i zá l a p a r -ticipación de antropólogos y otros científicos en el Foro Social Mun-dial de Porto Alegre 'apunte una de las formas más fecundas de estareubicación.

E s e l m o m e n t o e n e l q u e l a an t r o p o l o g í a d e s cu b r e q u e v i n o a l m u n -do , m ás q u e p a r a a f ian z a r i d e n t i d ad e s , p a r a co m p r e n d e r s u co n f l i c t iv aexi s t enc ia múl t ip l e . No para conso lar a l as minor ías o en f ren tar a quie-

t am o s co n u n p a r ad i gm a u n i v e r s a l m e n t e a c e p t ado p a r a e s t a t a r e a . N ohay una única etiqueta como si fuera el producto intelectual decisivop a r a co m p r e n d e r l a a r t icu l ac ió n m i s t e r i o sa e n t r e l o s m u ch o s n o m b r e sde l un iverso . Ni s iquiera hay co l ect ivos —una escue la t eór ica, una re -vis ta , una unive r s idad — que s i rv a co m o l o go cap az d e o cu p a r e l c e n t r od e l a e s c e n a . V e m o s u n a d e s co n ce n t r ac i ó n d e l a s p r ác ti c a s y lo s l u ga -r e s d e l p e n s am i e n t o . L o s f o co s m ás i n n o v ado r e s n o d e p e n de n d e u n afigura líder, afiliada a una sola disciplina, sino de la colaboración demovimien tos socia l es , c i en t í fi cos , cr í t icos cul tural es y a ve ces ar t i s t as ,urbanistas, especialistas en fronteras, en migraciones o en mercadose m e r g e n t e s .

Page 72: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 72/110

7

Quién habla y e n qué lug ar:suje tos s imulad os ypos c onstructivismo

Es notable que la mayor desconstrucción del sujeto se haya cumplidoe n e l s i g l o x x , cu an do m ás s e h i zo p a r a e r i g i r n u e v o s s u je t o s i n d i v i du a -l e s , é tn i co s y d e c l a s e , n ac i o n a le s y d e g én e r o . E s t a ép o ca , qu e au m e n -

tó l as d i f i cult ade s para hablar de l a subje t ividad , mos t ró a l a vez que noe s f ác il d e s p r e n d e r s e d e e s a n o c i ó n . L le g am o s a s í a a lgu n as p r e gu n t a sque este capítulo intenta desplegar: ¿Cómo avanzar desde la sospechanecesaria para librarnos de afirmaciones ingenuas de la subjetividadhacia el trabajo reconstructivo indispensable para dar solidez a ciu-dadanías pos ibl es? ¿Qué tareas de inves t i gación, t eór icas y pol í t i cas s eneces i t an?

L as c i e n c i a s s o c i a le s e n cu e n t r an d i f í c il p o n e r e n e l c e n t r o d e l a t e o -ría a los actores cuando la sociedad es reducida a un mercado anóni-m o . L a p o l ít i c a s e p a r a l iz a o s e d e s i n t e g r a an t e e l d e t e r m i n i s m o n e o l i -b e r a l , qu e s o m e t e l a co m p l e j id ad d e l a e co n o m í a a l ju e go f i n an c i e r o d einversiones sin rostro. Los partidos políticos y sindicatos nacionales

n o ac i e r t an a f o r m u la r e l ab o r ac i o n e s a l t e r n a t i v a s s o b r e cu e s t i o n e s g l o -bales de gran escala, que son asumidas solo parcialmente por ONG ymovimientos ecológicos o de derechos humanos.

La posibilidad de que existan sujetos y sean reconocidos es cadavez más limitada a campos imaginarios: el cine, las telenovelas, lasbiografías de divos y deportistas. La fascinación generada por susav e n t u r a s h e r o i ca s o m e l o d r am át ica s , a s í co m o p o r n o t i c ia r i o s q u e i n -forman de acontecimientos políticos como si fueran dramas persona-

147

l e s o f am i li a r e s , p a r e c e r e s p o n d e r a l a n e c e s i dad d e l o s co n s u m i do r e sde encontrar algún sitio donde haya sujetos que importan, padecen yac túan .

P e r o ¿ e s e l s u je t o s o l am e n t e u n a co n s t r u cc i ón f i c c i o n a l d e l o s m e -

de l o t ro l ado de l chat d i ce s e r mujer y l e d i go que soy ve t e r inar io o fo-tógrafo , t engo 40 años y acabo de l l egar d e Aus t ra l i a . El l a d ice l l amar-s e Of e l i a , y a s í vam o s co m p ar t i e n do d e s co n o c i m i e n t o s , qu e e s l o q u emás nos acerca a los que somos t ímidos . «Te s i en to t an ce rca» , l e d i go

Page 73: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 73/110

d i o s , o p u e de h ab e r t am b i én s u je t o s c r í t ico s , e s p e c t ado r e s q u e e j e r z aniniciativas propias a pesar de las astutas manipulaciones mediáticas?Los estudios sobre el lado activo de la recepción demuestran que nohay medios omnipresentes, ni audiencias pasivas, pero la concentra-ción monopól ica y t ransnacional de l as indus t r i as de l a cul tura y l a de-

bilidad de las asociaciones de televidentes y consumidores dejan aúnirresuelta la cuestión de cuánto nos permite ser sujetos el capitalismode r e d e s g l o b a l iz ada s . L a po s i b il i d ad d e s e d o ap a r e c e n o s o l o co m o l acapacidad creativa y reactiva de los individuos; depende también dederechos co l ect ivos y cont ro l es socia l es sobre l a producción y c i rcula-ción de informaciones y entretenimiento.

Suje tos s imulad os

L a d e s co n s t r u cc ió n m ás r ad i ca l d e l a s u b je t i v idad e s t á s i e n do r e a l i za -da p o r p r o ce d i m i e n t o s g e n é t i co s y s o c i o co m u n icac i o n a l e s q u e f av o r e -

cen la invención y simulación de sujetos. Desde la robótica hasta ladonación, desde el t r av e s ti s m o d e g én e r o h as t a e l f i n g i m ie n t o d e p e r -s o n a l i d ad e s e n ju e go s e l e c t r ó n i co s , l a p r e gu n t a p o r l o q u e h o y s i gn i f i -ca ser sujetos está -más que cambiando- asomándose al precipicio del a d i so lución.

« N u e s t r a s l ín e a s e s t án o cu p adas ; l o a t e n de r e m o s e n u n m o m e n t o » ,dice una voz grabada cuando queremos pedir una información o ex-p r e s a r u n a q u e j a . C ada v e z e s m ás a r du o e n co n t r a r a u n f ab r ican t e q u evenda e l producto , incluso a l mismo empleado que nos lo vendió o nosdio una información. Detrás de los empleados que rotan de una em-p r e s a a o t r a , d e l a s v o ce s an ó n i m as q ue s e r e e m p l az an s e gú n e l az a r d el o s t u r n o s , h ay « cade n as » d e t i e n da s , « s is t e m as » b an ca r i o s , « s e r v ido -

r e s » d e I n t e r n e t . C u an d o a l go n o f u n c i o n a e s p o r q u e « s e c ay ó e l s i s t e -ma» o «se desconectó el servidor». La digitalización de los servicios,a l i a da co n l a p r e ca r i z ac ió n l ab o r a l , e s t á p r o p ic i an do u n a d e s r e s p o n s a -bi lización de los suje tos individual es y co l ec t ivos . Ent re l as conse cuen-cias de este proceso, según Richard Sennett, encontramos mayor vul-n e r ab i li d ad d e l o s i n d i vi du o s y u n s e n t i m i e n t o c r e c i e n t e d e i m p o t e n c i a(Sennet t , 2000: caps. 3 a 5).

En vez de conocer a los amigos y las parejas en el trabajo o en launiversidad, los encontramos en la Red. M e co n e c t o co n a l gu i e n q u e

co n e n t o n ac i ó n d e q u i e n aco m p añ a a l o t r o . E st o s jue g o s co n p e r s o n a -l i dades i nven tadas pueden s e r i nof ens ivos mien t ras a l gu i en no d i ga quel e gu s t a r í a q u e n o s e n co n t r á r am o s .

Guillermo Bon Bonzá, doctor en Educación de la UniversidadAu t ó n o m a d e Ba r c e l o n a , e n v i ó a v a r io s co n g r e s o s t r e s p o n e n c i a s co nnombres falsos, párrafos plagiados e insultos racistas escondidos encitas en alemán. Una de las comunicaciones la firmaba Hans Heidel-berg, supuesto profesor titular de la inexistente Universidad Politéc-nica de Müncheng ladbach. Al deve lar su t rampa, d i jo que los t rabajos ,aceptados por comités de especialistas y editados en los CD-Rom det r e s u n i v e r s i dad e s i m p o r tan t e s , r e v e l ab an l o s t e a t r o s i n v e r o s í m il e s e nq u e s e h an co n v e r t i do l a s fe r i a s d e v an i dad e s a cadé m i cas .

Es tos e jemplos hacen pensar en l o s r i e sgos de conf i a r demas i ado enlos mercados , incluso en los mercados de bi enes c i en t í f i cos . Una pos i -bl e «sal i da» es af i rmar l a neces idad de ver i f i car los hechos y cont ro larn e o p o s i t iv i s tam e n t e l a p r o du cc i ó n y d i fu s i ón d e co n o c i m i e n t o s . Ot r ocamino sería cuestionar las condiciones en que se producen teorías y

p r o ce s o s e d u ca t i vo s e n m e d i o d e l a m as i fi c ac i ón cu l t u ra l y l a co m p e -t e n c i a c an í b a l p o r l o s c a r go s y e l p r e s t i g i o . U n a t e r c e r a p o s i b il id ad e sc r i ti c a r l a s i m ul ac ió n d e i d e n t i d ad e s y e l r e s t ab l e c i m ie n t o d e p o d e r e s ,de s i gua l dade s y des en cuen t ros a que nos ha l levado l a i n t ens i f icac ión decomunicaciones electrónicas que prometía aumentar y horizontalizarl o s i n t e r cam b io s . C ab e p r e g u n t a r s e , e n t o n ce s , s i n o s e gu i m o s n e c e s i -tando afirmar con un mínimo de claridad y contrastabilidad en quéconsiste ser sujeto después de las desconstrucciones estructuralistas,marxistas y psicoanal í t icas.

Un ejemplo más. En octubre de 2000 una lectora de la novela Sa-bor a hiel, con l a cual l a locutora t e l evi s iva española Ana Rosa Quin-tana se es t renaba en l a l i t e ra tura, reve ló que muchas páginas de ese re -

lato estaban copiadas de Álbum de familia, de Danie l l e St ee l , y o t rasdel libro de Ángeles Mastretta, Mujeres de ojos grandes. S o r p r e n d i dapor e l descubrimien to , l a «autora» in t en tó jus t i f i car el p l ag i o d i c i e n doq u e l o s p á r r a f o s i m po r t ado s h ab í an ca í do e n s u r e l a t o « p o r u n p r o b l e -m a d e i n e x p e r i e n c i a , un e r r o r i n f o r m áti co y u n f a ll o d e l o s d o cu m e n -talistas». ¿Documentalistas? En el mundo editorial suele hablarse denegros al referirse a quienes trabajan anónimamente para que un su-puesto literato firme, «práctica generalizada -según el diario El País-en e l s a l va j e m e r c a d o d e l best seller».

14 8

La cuestión trasciende esta novela editada por Planeta que vendiómás de 100.000 e jemplares . Pregunta Juan José Mi l lás : .¿Por qué unalocutora famosa no puede a lqui lar su nombre para vender un fo l l e t ín?T am b i én e l Re y y e l p r e s i d e n t e d e l G o b i e r n o f i r m an d i s cu r s o s q ue l e sescr iben o t ros s in que nad i e s e e scan da l i ce . ¿Por qué ped i r l e a una p re -

observación participante intensa en una comunidad diferente, y ellosin la exigencia de tener que dejar físicamente el hogar. Cuando pre-gunté a varios antropólogos si les parecía que esto podía considerarset rabajo de campo, por lo general respondi e ron « ta l vez» ; incluso , en uncaso, •por supuesto • . Pero cuando insistí, preguntándoles si supervi-

Page 74: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 74/110

sen tadora de t e l evi s ión más que a un Jefe de Es tado?» (Mi l lás , 2000) .Más a l lá de l juego humorí s t i co , l a comparación en t re una t rampa edi -torial, una táctica publicitaria y un modo de producción delegada delos discursos políticos plantea la necesidad de considerar los proble-m as d e co r r e l a c i ó n e n t r e co n s t r u cc i o n e s v e r b a le s y r e f e r e n t e s e m p í r i -cos, la adecuación entre conceptos y cosas, no solo como un asuntosemánt ico . Es tá en cue s t ión e l s en t i do pragmát ico que ad quiere e l pro-b l e m a d e l a r e p r e s e n t ac i ó n e n i n t e r acc i o n e s d i f e r e n t e s . Se t r a t a d e l o se s q u e m as co m p ar t i do s d e v a l o r ac ió n y d e l o s p ac t o s d e f iab i li d ad q u edan co n s i st e n c i a a u n o s y o t r o s m o do s d e i n te r ac t u a r . T o da r e f e r e n c i a ,af i rma Paul Ricoeur , «es co r re f e ren c i a», o s ea que s e cons t ruye con lo sotros.

E n u n s e n t i do , e s ú t il d e t e c t a r q u e l a s i d e n t i d ad e s s o n p r o du c t o d el a s n a r r ac i o n e s y ac t u ac io n e s . P e r o e l e n t u s ia s m o p o s m o de r n o p o r e s -t a f i cc iona lizac ión de l o s suje to s , po r e l ca rác t e r cons t ru i do d e l as i de n -t i dades , no se jus t i f i ca de l mismo modo en cont extos lúdicos o de r i es -go. El travestismo, interesante como ocasional juego carnavalesco o

experiencia personal, no es un modelo para todos. ¿Puede existir so-ci edad, es deci r pacto socia l , s i nunca sabemos quién nos es tá hablan-do , n i e s c r i b ie n d o , n i pr e s e n t an do p o n e n c i a s ? C o n v iv i r e n s o c i e dad e spos ible e h t an to haya suje tos que se hag an responsables . No se t ra t a der e g r e s a r a c e r t e z a s f ác il e s d e l i d e a l is m o n i d e l e m p i r is m o , n i d e n e g a rci lán to imag inamos de lo rea l , de los o t ros y de no so t ros mismos a l re -p r e s e n t a r n o s e n e l l e n gu a j e . Se t r a t a d e av e r i gu a r s i e n c i e r t o g r ad o e sviable hal l ar formas empí r icamente i den t i f i cables , no so lo d i scurs iva-m e n t e i m ag i n adas , d e s u b je t i v idad y d e a l te r i d ad .

En los últimos años estas cuestiones comienzan a aparecer en losdebates epistemológicos y en las incertidumbres de la investigación.J am e s C l if fo r d p l an t e a , p o r e j e m p l o , s i a l gu ie n q u e e s t u d i a r a l a cu l t u-r a d e l o s e s p ía s d e o r d e n a d o r e s (hackers) p o d r í a l o g r a r q u e s u t r ab a jos e a c e p t a s e co m o t e s i s d e an t r o p o l o g í a n o h abi e n do e n t r ado n u n ca e ncontacto f í s i co con un espía . ¿Podr ían cons iderarse los meses , inclusoaños pasados en la Red como trabajo de campo? «La investigaciónb i e n p o d r í a ap ro b a r l a e x i g e n c i a d e e s t a d í a p r o lo n gad a y e l e x am e n d e“ p r o fu n d i dad " / in t e r ac t i v idad . ( Sab e m o s q u e e n l a Re d p u e de n o cu r r i ra l gu n as co n v e r s ac i o n e s e x t r añ as e i n t e n s a s .) Y e l v i a je e l e c t r ó n ico e s ,después de todo, una especie de dépaysement. Podría incrementar la

s a r í an u n a t e s i s d e d o c t o r ado e n F i l o s o f ía q u e s e b a s a r a p r i n c ip a l m e n -te en este tipo de investigación descorporalizada, dudaron o dijeronque no: tales experiencias no podrían aceptarse en la actualidad comot rabajo de campo» (Cl i f ford, 1999: 82) .

De pronto, advertimos que esta pregunta recogida por Clifford en-

vejeció en menos de una década. La observación etnográfica de cómotrabajan los antropólogos lleva, ante todo, a dar vuelta la cuestión. Yano consiste en decidir si es aceptable considerar Internet como objetode estudio. Más bien: ¿es posible hacer investigación sin Internet?¿Cuántos antropólogos no se sientan diariamente ante su computado-ra, o ante la de un cibercafé si están en trabajo de campo, y consultansu correo, hablan con los compañeros de su universidad y con los co-l e ga s d e o t r o s p a í s e s , b u scan b i b l io y h e m e r o g r a f í a , le e n l o s d i a r i o s d es u d i s t an te c i u dad y d e o t r a s , e n v í an d e s d e u n p u e b lo cam p e s i n o l a i n s -cripción a un congreso o su avance de tesis al director? Además, des-cubren que muchos de sus informantes —indígenas, pobres urbanos,estudiantes y funcionarios de ONG- también lo hacen. ¿Cómo dejar

fuera de l anál i s i s ese vas to pedixo de l o r e a l q u e e s l o v i r t u a l?¿Por qué acompañar a los indígenas o los trabajadores de un sindi-

cato afectados por la privatización de sus fuentes de trabajo, y noaco m p añ a r l o s cu an do s i gu e n e n I n t e r n e t , d e s d e s u s o r gan i z ac i o n e s l o -ca l e s , la s m o v i l iz ac i o n e s l e jan as d o n de s e p i d e a l go b i e r n o n ac i o n a l y al a s cu m b r e s m u n d i a l e s q u e l a d i v e r s idad l in gü í s t ic a y e l a cc e s o i gu a l i -tario al software sean reconocidos como demandas, tan legítimas co-mo la posesión de la tierra y la educación?

L as e x i g e n c i a s e n e l co n t r o l d e l co n o c i m i e n t o d e b e n m o d i fi c a r s e e nla medida en que cambió la noción clásica de sujeto y el modo de es-tudiarlos. Aun sin abismarnos en las incertidumbres de lo virtual, elp r o b le m a e s a gu do — co m o v e r e m o s m ás ad e l an t e — p o r l a s m ú lt i pl e spertenencias de los sujetos en tiempos de migraciones masivas y elacce s o f ác i l a s i gn o s d e i d e n t i fi c ac ió n d e m u ch as s o c ie dad e s . D ado q u em i l lo n e s d e p e r s o n as n o s o n y a s u je t o s d e t i e m p o co m p l e t o d e u n a s o -la cultura, debemos admitir que la versatilidad de las identificacionesy las formas de tomar posición requieren metodologías híbridas. Perohibridación no es indeterminación total, sino combinación de condi-cionamien tos especí f i cos . Al es tudiar es t as mezclas , e l saber c i en t í f i con o p u e de d e j a r se l l e v a r p o r l a s im p l e c e l e b r ac i ón d e l a s f ac il i d ad e s n o -

15 0 15 1

m ádi ca s y p a r a co n s e g u i r d i s fr ac e s . P o de m o s e s p e r a r q u e l a c i e n c i a s ediferencie de otras formas de conocimiento, como las artísticas, me-diante algún tipo de contrastabilidad y racionalidad. Al menos, es lapreocupación que encontramos en la larga tradición desconstruccio-

ma de l a f i losof ía e l que resul t a afectado , concluye Paul Ricoeur , s inoe l conjunto de los proyectos f i losóf icos que fundaron en l a conci encialas ce r t ezas d e l saber (Ricoe ur , 1969: I01) .

Es ta descons t rucción acaba con l as pre t ens iones de los suje tos indi -

Page 75: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 75/110

nista del sujeto: no simple disolución sino una renovada exigencia deco h e r e n c i a f i l o s óf i ca , n e c e s i dad d e d a r co n s i s t e n c i a a la c i u dada n í a yveros imi l i tud a l as in t e raccione s socia l es .

La desconstrucción moderna

E n e l p e n s am i e n t o d e l o s s ig l o s XI X y x x l a i n e s t ab i li d ad d e l a n o c i ó nde suje to e s tá o r i g inada , en g ran par t e , po r e l de spres t i g io de l a conc i en -c i a . Lu e g o d e h a b e r c o n s t it u id o p a r a l a m o d e r n i d a d , d e D e s c a r t e s a H e -ge l , e l o r i gen y fundame n to de t oda s i gn i f i cac ión , l as c i enc i as soc i a l e s l aconvinieron en ec o de d e t e r m i n ac i o n e s e x t e r n a s , u n l uga r s o s p e ch o s o ,f u e n t e d e e n g añ o s y e n m as ca r am i e n t o s . S e n o s d i j o q ue l a co n c i e n c i aera reflejo o síntoma, se la juzgó un espacio ilusorio o inexistente. Siacep tamos parc i a lmen t e l a r e i t e rada af i rmación de que Marx , N i e tzschey F r e u d i n au gu r an e l s ab e r co n t e m p o r án e o , h ay q ue co n v e n i r q ue e s t es ab e r s e h a e d i f ic ado co n t r a l a co n c i e n c i a .

D e s d e D e s ca r t e s s ab í am o s qu e l a s co s a s s o n d e s co n f iab l e s , q u e n oson tal como aparecen, pero no dudábamos de que la conciencia eraco m o s e p r e s e n t ab a a s í m is m a . A p a r ti r d e l a s e g u n da m i t ad d e l s i g l oK i x co m e n z am o s a p e r d e r e s t a c e r t i du m b r e . M arx h ab l ó d e l a co n c i e n -cia como producto social, una representación dependiente de las re-laciones materiales de producción y deformada por los intereses dec l as e . N i e tzsche desmis t i f i có median t e su genea log í a de l a mora l l a f a l -s e dad d e l o s v a lo r e s co n s ag r ad o s p o r l a cu l t ur a e u r o p e a , r e v e l ó b a jo s uaparente superioridad la decadencia. La obra entera de Freud estuvode d i cad a a d e s co n f i a r d e l s abe r co n s c i e n t e , p e r s e gu i r e n l a s e x p r e s i o -nes d i s f razadas de los sueños , los chi s t es , los o lvidos y los mi tos aque-llas p a l ab r a s fu n dam e n t a l e s q u e n o d e j am o s q u e n u e s i r o i n co n s c i e n t epronunci e : por eso comparó e l proyecto ps icoanal í t i co de descen t rar a ly o co n l a e m p r e s a d e C o p é r n i co y D ar w i n cu an do e x p u l s a r o n a l h o m -bre del centro del universo y de la vida, por eso Lacan adjudicó a losan a l i s ta s l a t a r e a d e d e r r i b a r l a t r a d i c i ón f i lo s ó f ica q u e « d e S ó c r a t e s aHegel» privilegió la conciencia de sí, y propuso «suspender las certi-dumbres de l suje to» (Lacan, 1966 :292) . La t eor ía marxi s t a de l as i deo-l o g í a s , la c r í t i c a m o r a l n i e t z sch e an a y e l d e s e n m as ca r am i e n t o p s i co a -n a l í ti co co n v e r g e n p a r a d e s m o n t a r l o s m e can i s m o s d e s i m ul ac i ón d e l aco n c i e n c i a y d e s ca l if ic a r l a co m o f u e n t e d e co n o c i m i e n t o . N o e s u n t e -

viduales de hablar y actuar desde una isla, un yo soberano. Si no hayconciencia a priori, ni existe conciencia inmediata de sí misma o delmundo, no hay datos inmediatos de la conciencia. Así se fueron des-moronando l a autoaf i rmación individual i s t a f ren t e a l a natural eza y l as o c i e dad f o m e n t ada p o r l o s p r o ye c t o s m o de r n o s d e c am b i o , l a e x a l t a -c ión subje t ivi s t a que acompañó e l d esarro l lo d e l capi t a l i smo, as í comoe l r e l a t o s o b r e e l c r e c i m i e n t o i n c e s an te d e l a c i e n c i a y e l co n t r o l te cn o -l ó g i co d e l m u n do .

Narciso, que esperaba que el universo sometido le devolviera suimagen — el r e f l e jo de su conc i enc i a—, desd e e l s i g lo pasado s e ap l i ca ade s c i fr a r l o q ue e s t á d e b a jo d e l r o s t r o qu e ah o r a l e e n t r e g an . S e co m -p l ac e m e n o s e n l o q u e p u e de h ace r co n e l m u n do e i n t e r r o ga l o q ue e lm u n do p u e d e h ace r co n é l . U n l éx ico f u e r e e m p l azado p o r o t r o : la r e -flexión sobre la conciencia, el sujeto y la libertad, que hasta la épicaexi s t encia l i s t a dominaba g ran par t e d e l t rabajo f ilosóf ico , de jó su lugard e s d e l a d é cada d e 1 9 6 0 a l d e s cu b r i m ie n t o y an á l is i s d e l a s reglas, la sestructuras y lo s códigos que nos constituyen. Lewis Carro!l es quienahora nos representa mejor: preferimos, como Alicia, más que con-t e m p l a r n o s e n l o s e s p e jo s , t r a t a r d e p e n e t r a r l o s .

La reacción contra las filosofías de la conciencia fue llevando elp én du l o h as t a e l e x t r e m o o p u e s t o . E l e co n o m i c i s m o m ar x i s t a s i m pl i -ficó la compleja dialéctica entre lo material y lo ideal atribuyendo aldesarro l lo «obje t ivo» toda l a in ic ia t iva y condenando a l a conci encia ae s t a r s i e m p re a t r a s ada r e s p e c t o d e l o s h e ch o s , s e r ap e n as s u r e s o n an c i apas iva . La imagen d e que l a conc i enc i a «re f l e ja» lo r ea l —metáfo ra oca-s i o n a l e n l o s t e x t o s d e M ar x — g e n e r ó u n a p r o f us a b i b li o g r a f ía q u e h i -z o p as a r p o r co n ce p t o l a m e t á fo r a d e l r e f l e jo y l e a s i gn ó v a l o r d e m o s -trativo. Sin un adecuado trabajo epistemológico que controlara loslímites y peligros de esa metáfora, se concibió a las representacionessubje t ivas como ext e rnas y ul t e r io res a l a rea l i dad, i gual que e l re f l e joó p t ico r e s p e c t o d e l o r e f l e j ado .

El auge estructuralista contribuyó también a abolir al sujeto cons-c i e n t e o a l m e n o s co n v e r t i r l o e n u n f e n ó m e n o r e s i du a l . L a r ad i ca l i za -c i ó n d e l f o r m a l is m o s au s s u re an o , s o b r e t o do d e l p r i m ado d e l a lengua( s i s t ema de reg las fonológicas , par t e socia l de l l enguaje) sobre e l habla(acto singular del hablante), unido al predominio de la estructura so-bre el proceso y la función, engendraron una estrategia objetivista uoperacional i s t a para anal izar los f enómenos humanos . Al expor tar a l a

an t r o p o l o g í a , e l p s i co an á l is i s y o t r a s c i e n c i a s e s t e m o de l o l i n gü í s ti cof u e e x t e n d i én do s e u n a co n ce p c i ó n d e l s ab e r q u e e x c l u ía a l o s s u je t o sde l a exper i enc i a . Claude Lévi -St rauss e scr ib ió que «aun l as c reac ione saparen t emente más l ibres y arbi t rar i as» de l hombre , como los mi tos yel arte, se hallaban organizadas por un inconsciente impersonal, por

dente el proceso generador y transformador de la lengua, por tanto elpapel de los sujetos hablantes. Chomsky reconoció a los estudios es-t r u c tu r a l e s e l m ér i t o d e h ab e r d e s cu b ie r t o r e l a c i o n e s f o r m a l e s q u e p e r -m i t ían r e co n ce p t u a l iz a r e l f u n c i o n am i e n t o d e l l e n gu a j e , h ab e r e x t e n d i -do e l c am p o d e i n fo r m ac i ón y l a s e g u r idad d e l o s d a t o s , pe r o l e s c r i t icó

Page 76: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 76/110

estructuras anónimas concebidas como operadores abstractos de ele-m e n t o s ; e n ú l ti m a i n s t an c i a , s o s t u vo , l a t a r e a d e l a an t r o p o l o g í a n o e sd e s cu b r ir l o p r o p i o d e l h o m b r e , s i n o d i s o l v e r l o « r e i n t e g r a r a l a cu l t u-ra en l a na tura l eza , y , f ina lmen t e , a l a v i da e n e l con jun to de sus cond i -

ciones f is icoquímicas» (Lévi-Strauss, 1964: 353). Antisubjet ivismo, an-tihistoricismo, antihumanismo: ya ni podía decirse que el hombrehablaba o pensaba, sino que e ra hablado y pensad o por e l l enguaje . Se -gú n M i ch e l F o u cau l t, h ab ía q u e d e s p e r t a r d e l « s u e ñ o an t r o p o ló g i co » ,reconocer que el hombre «no es el problema más antiguo ni el másco n s t an t e q u e s e h ay a p l an t e ad o e l s ab e r h u m an o » , q u e e l s u j e t o y s uco n c i e n c i a s o b e r b i a s o n « u n a i n v e n c i ó n r e c i e n t e » , cu y o n a r c i s is m o s eborra en la reorganización objetivista de la episteme contemporánea«como e n lo s l ími t e s de l mar un ros t ro de a rena » (Foucaul t , 1973: 331-333 y 375).

Esto ataques corrosivos fueron útiles en países donde la subordi-nación de la objetividad científica a las filosofías de la conciencia

(Francia , Aleman ia y los l a t inoame ricanos inf luidos por e l los ) qui tabarigor a la fundamentación del saber. Pero el carácter reactivo reduc-cion i s t a , que a menudo tuvieron es tos movimien tos cr í t i cos los l l evó aexcluir, con la problemática del sujeto, el estudio de la constituciónsingular del mundo humano, la diferencia entre naturaleza e historia,l a géne s i s y evo luc ión de l as e s t ruc turas soc i a l e s . La neg ac ión de l suje -

_ to fue cómpl ice de l a subes t imación de l a h i s to r i a: s i no hay suje to s eevapora l a pos ibi l i dad de que haya una acción que t ransforme e l o rdenv i g e n t e y dé u n s e n t i do r e s p o n s abl e a l d e v e n i r .

Qué hace r con la s ruinas

Los problemas irresueltos dejados por estas empresas reduccionistasinci t aron nuevos accesos a l t ra t amien to de l a subje t ividad. La gramát i -ca g e n e r a t i v a d e N o a m C h o m s k y y lo s t r aba jo s d e É m i l e Be n v e n i s t e ,Jul ia Kri s t eva, Michel Pécheux y Paul Ricoeur e xploraron , desd e mar-cos t eór icos d iverso s , cómo es pos ible que e volucione y cons t i tuya unahistoria un sistema de signos. Buscaron entender cómo se podía arti-cular l a aproximación s incrónica, resul t an t e de un cor t e arbi t rar io en e lp r o ce s o v i v o d e l h ab la , co n l a d i m e n s i ó n d i ac r ó n i ca , e n l a q u e e s e v i -

15 4

q u e s e r e s t r i n g i e r an a e x am i n a r f e n ó m e n o s s u p e r f ic i a l e s y d e s cu i da r anlos aspectos creadores y semánticos en el uso de la lengua (Chomsky,1 9 6 8 : 4 0 ). J u li a K r i s te v a , l u e go d e h ab e r a dh e r i do a l d e t e r m i n i s m o e s -tructuralista, reivindicó el papel del sujeto de la enunciación con losaportes del marxismo y el psicoanálisis: un sujeto fracturado entre suconciencia y su inconsciente, cuyo desempeño, a la vez codificado ysingular, le permitió ofrecer interpretaciones originales sobre las rup-t u r a s d e l a s v an gu a r d i a s l i t e r a r ia s f r an ce s a s .

E s e g i r o d e l d e b a t e l i n gü í s t ico y s e m i ó ti ca f u e l l e v ado a co n c l u s i o -nes filosóficas por Paul Ricoeur. Pese a que su contribución no logródesprenderse totalmente del idealismo, ayudó a precisar las tensionese n t r e u n a c i e n c i a e s t r u c t ur a l y u n a f i lo s o f ía q u e p r o cu r a d a r cu e n t a d e ll u ga r d e l o s s u je t o s l u e go d e h ab e r s e d e j ado i n s t r u ir p o r l a c r í ti c a c i e n -tífica. Heredero de la tradición husserliana, habiendo practicado unareflexión fenomenológica sobre el lenguaje como hecho expresivo,ace p t ó e l d e s a f í o d e t r a s l ada r l a s i gn i f ic ac i ó n a u n á r e a e n l a q u e n o s e

permite explicarla con la intencionalidad de un sujeto a priori, dondeel lenguaje es visto como una entidad autónoma de dependencias in-t e r n a s . E n u n a au daz co m b i n ac i ó n d e l a l in gü í s t ic a ch o m s k i an a y d e l af i lo s o f í a an g l o s a jo n a d e l l e n g u a j e , R i co e u r r e v a l i dó e l a s p e c t o c r e ad o rd e l o s s u je t o s h ab l an te s . Al e n t e n de r e l l e n gu a j e co m o p r o du cc i ó n m ásque como producto, operación estructurante en vez de inventario es-tructurado, sobre todo en el nivel semántico, demostró que el hablaf u n c io n a co m o i n t e r cam b i ado r e n t r e e l s i s t e m a y e l a c t o , la e s t r u c t u r ay el acontecimiento. La frase, por ejemplo, es un acontecimiento, conuna actual i dad t rans i to r i a , evane scen t e , pero e l habla sobrevive a l a f ra-s e : co m o e n t i d ad d e s p l azab l e , s e m an t i e n e d i s po n i b le p a r a n u e v o s u s o sy, al retornar al sistema, le da una historia. Un fenómeno semejante

ocurre con la polisemia, incomprensible si no introducimos esta dia-léctica del signo y de su uso, si no tomamos en cuenta la historia deluso, el carácter acumulativo que adquiere la palabra al enriquecerse

- co n n u e v as d i m e n s i o n e s d e s e n t i do ; e s t e p r o ce s o acu m u l a t i vo , m e t a f ó -rico, se proyecta sobre el sistema transformándolo (Ricoeur, 1969 y1996).

N o o b s t an t e e l v a l o r d e m u ch o s ap o r t e s d e e s t e au t o r — de s l i n da r l afunción semiológica de la semántica, retomar en un sentido no psico-logizante las nociones de intencionalidad y expresión, repensar las

15 5

convergencias e incompatibilidades entre las ciencias y filosofías dell enguaje— su e s fue rzo s e conce n t ró en e l á rea s in tác t i ca y s emán t i ca . Sibien a l redef in i r l a es t ructura como «dinamismo reglado» l a vue lve ca-paz de dar cuenta de cómo los sujetos participan en la producción de

sociales, los conflictos del sistema y las prácticas de las clases y losgrupos que intentan resolverlos.

Es sabido cuán l e jos es tán es tos ú l t imos autores de re s t aurar a l vie -jo suje to o a l a con c i enc i a i nge nua de l as f il o sof ías i dea l i s tas . Tampoco

Page 77: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 77/110

los acontecimientos y formas inéditas, y no solo en la regularidad deldi scurso , l as consecuencias más revolucionar ias de es tudiar e l l enguajeen términos de producción y generación se hallan en el campo de lapragmática. En cierto modo Ricoeur se planteó superar la oscilaciónentre el «sujeto ensalzado» de Descartes y el «sujeto humillado» de

Nietzsche en l a t eor í a de l a acción de sus ú l t imas obras . Pese a que es t aelaboración, sobre todo en Sí mismo com o otro, t i ene para l a búsquedaque aquí propongo el interés de reunir las certezas de los sujetos con«la verificación de los saberes objetivos» y con la mediación de laa l t e r i d ad ( Rico e u r , 1 9 9 6 , x x x v ) , s u b s u m e l a « a t e s t ac i ón » c i e n t í fi c a e nel m o m e n t o r e f le x i v o , e i n c l u so e n l a c r e e n c i a r e l i g i o s a .

Antes de de jar l a cues t ión según se p lan t ea en e l ámbi to l ingüís t i co ,hay que recordar a quienes, desde Julia Kristeva a Eliseo Verán,s e ñ a l an l a n e c e s i dad d e q u e u n e s t u d i o in t e g r a l d e l le n g u a j e t ra s c i e n dasus aspectos in t e rnos : l as s i tuaciones soc ia l es involucradas en l a co mu-n i cac i ó n e n t r e p e r s o n as y g r u p o s , l a s m an e r a s e n q u e l o u s an y el tipode praxis que realizan al transformarlo, e incluso al transformar, me-

d i an t e e l l enguaje , l as i n t e racc iones soc i a l e s . Una t eo r í a de l l enguaje nop u e de p a r t ir d e l s u je t o h ab l an t e , pe r o d e b e s e r c ap az d e l o ca l iz a r l o e nforma abierta, dejar el espacio para que su invención surja y reoperesobre la estructura que lo determina.

Tambiéh en la etapa final del pensamiento marxista se revisó eldesconstruccionismo radical. La reformulación del tema de la praxisdentro de la renovación epistemológica del marxismo contribuyó areubicar al sujeto y la conciencia. Aun quienes durante la hegemoníaa l t hu s s e r i an a s o s t e n í an q u e s e r s u j e t o s i gn i f ic a e s t a r s u je t ado a e s t r u c -t u r a s i d e o l ó g i ca s q u e — a l i n t e r p e l a rn o s — n o s co n s t i t uy e n co m o t a l e s ,comenzaron a reencontrar a los sujetos en los movimientos sociales.Se vio que la supresión de la problemática del sujeto resbalaba final-mente hacia el estructural-funcionalismo y llevaba a pensar en la so-ciedad compartimentada estáticamente en «prácticas» y «aparatos».L as r e f o r m u lac i o n e s d e l p e n s am i e n t o m ar x i s t a e n a u t o r e s t an d i v e r s o scomo Manuel Castells, en sus estudios sobre movimientos sociales, yPierre Bourdieu en su etapa final, los llevó a encontrar sujetos colec-t ivos que vuelvan in t e l i g ibl es los conf l i c tos (Cas t e l l s , 1980; Bourdi eu,1998). La historia no puede se r r e du c i da a u n a i n t e r acc i ó n c i e ga e n t r eestructuras anónimas. Necesitamos entonces una teoría de los sujetoscolectivos que permita identificar y entender los focos de iniciativas

buscan un equilibrio conciliador rehabilitando en parte los derechosde l suje to individual . Si queremos hablar de suje to , s i todavía es pos i -b l e , d e b e r e e l ab o r a rs e e l co n ce p t o p a r a l im p i a r lo d e i lu s i o n e s e go cén -tricas y volverlo capaz de designar un lugar a la vez condicionado yc r e ado r . E n té r m i n o s d e Bo u r d i e u , h ay qu e co m p r e n d e r l a i n t e r acc i ó nen t re l as es t ructuras es t ructuran t es con que l a soci edad conf igura suje-tos , a través de l habitus, y l as r e spues t as de l o s suje to s a par t i r de p rác-ticas.

L a t e o r í a b o u r d i e u an a co n s t r u y ó u n m ar co co m p r e n s i v o d e l a s i n -t e r acc i o n e s a t r av és d e l a s cu a l e s l o s o c i a l s e i n t e r i o r iz a e n l o s i n d i v i -duos y logra que las estructuras objetivas concuerden parcialmentecon las subjetivas. Si hay una homología entre el orden social y lasp r ác t ic a s d e l o s s u j e t o s n o e s p o r l a i n f lu e n c i a p u n t u a l d e l p o de r e d u -cat ivo , public i t ar io o pol í ti co , s ino porque esas ac cione s s e inser t an ens i s te m as d e h áb it o s , co n s t it u ido s e n . s u m ay o r í a d e s d e l a i n f an c ia . E lpoder simbólico no configura los sujetos principalmente en la luchap o r la s i d e a s , e n l o qu e p u e de h ace r s e p r e s e n t e a l a co n c i e n c i a d e c ad au n o , si n o e n l a s r e l a c i o n e s d e s e n t i do n o co n s c i e n t e s q u e s e o r gan i z ane n e l habitus y s ó lo p o de m o s co n o ce r a t r av és d e é l . Po r s e r « s i s te m asde d i s p o s i c io n e s du r ab l e s y t r an s p o n i bl e s , e s t r u c t ur a s p r e d i s p ue s t a s afuncionar como estructuras estructurantes» (Bourdieu, 1980: 88), elhabitus s i s t emat iza e l conjunto de l as práct i cas de cada persona y cadag r u p o , g a r an t i z a s u co h e r e n c i a co n e l d e s a r r o l lo s o c i a l m ás q u e cu a l -quier condic ionamien to expl íc i to (Bourdi eu, I979a) .

La obra bourdieuana elaboró esta interacción entre sujetos y es-t ruc turas en e l campo es t é t i co . La man i f es t ac ión aparen t eme n t e más l i -bre de los sujetos, el gusto, es el modo en que la vida de cada uno seadap ta a l as pos ib i li dad es e s t i lí s t icas o f rec i das po r su cond i c ión de c l a -se. El

«gusto por el lujo» de los profesionales liberales, basado en laab u n dan c i a d e s u cap i t a l e co n ó m i co y cu l t u r a l, e l « a r i s to c r a t i s m o a s -cét i co» d e los profesore s y los funcionar ios públ icos que optan por losocios menos costosos y las prácticas culturales más serias, la preten-s i ón d e l a p e q u e ñ a b u rgu e s í a , o « l a e l e cc i ón d e l o n e c e s a r i o » a q u e d e -ben re s i gnars e l o s s ec to res populares , son maneras de e l eg i r que no sone l e g i da s . A t r av és d e l a f o r m ac ió n d e l habitus, l a s c o n d i c io n e s d e e x i s -t e n c i a d e c a d a c l a s e , d e c a d a c u l t ur a n a c i o n a l y d e c a d a g é n e r o v a n i m -p o n i e n do i n co n s c i e n t e m e n t e u n m o do d e c l a s i fi c a r y e x p e r i m e n t a r loreal. Cuando los sujetos seleccionan, cuando simulan el teatro de las

pref e renc i as , en r i go r e s tán r ep res en t ando lo s pape l e s que l e s f i jó e l s i s -t ema soc i a l .

S e gú n Bo u r d i e u , la s o c i e dad o r gan i z a l a d i s t r ib u c ió n d e l o s b ie n e sm a t e r i a le s y s i m b ól i co s a l m i s m o t i e m p o y co n p r o ce d i m i e n t o s s e m e -jan t es a los que se usan para es t ructurar en los grupos y los individuos

Bo u r d i e u d e s c r i b e e l habitas como una estructura modificable debidoa s u co n f o r m ac i ó n re n o v ad a s e g ú n l o s c am b io s d e l a s co n d i c i o n e s o b -j e t iv a s : r e f ir i én do s e a l o s m i g r an t e s q u e d e b e n ad ap t a r s e a u n a e co n o -mía monetaria dice que eso exige una «reinvención creadora», que elhabitus t i e n e u n a « d i m e n s i ó n h i s t ór i ca y q u e e s l a r e l a c i ó n i n e v i t ab le -

Page 78: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 78/110

l a r e l ac ión subje t iva con e l l o s . La «conci enc i a• de l lugar soc i a l de ca dasuje to s e produce como in t e r io r ización de l o rden socia l , bajo l a formade d i spos i c iones i nconsc i en t e s , i n scr ip tas en e l p rop io cue rpo , en e l o r -de n am i e n t o d e l t i e m p o y e l e s p ac i o , e n l a co n c i e n c i a d e l o p o s ib l e y d el o i na l canzabl e .

Por eso , l a i lus ión de s e r suje tos en t e ramente l ibres , que podr íamoscambiar de identidad nacional, de clase y de género, facilitada por elanonimato y la distancia de las interacciones virtuales, se evaporacu an do n u e s t r o a s p e c t o é t n i co o n u e s t r a g e s t u a li d ad h ace n v i s i b le s l ah i st o r ia d e n u e s t r a s p e r te n e n c i a s e n u n a f r o n t e r a o e n l a s o t r a s a du an asv i g i la da s d e l a s s o c i e dad e s co n t e m p o r án e a s . C ab e ac l a r a r q u e l a s p rác -t ic a s n o s o n m e r a s e j e cu c io n e s d e l habitus p r o du c i db p o r l a e d u cac i ó nfami l iar y esco tan por l a in t e r io r ización d e re g las socia l es . En l as prác-ticas se actualizan, se vuelven acto, las disposiciones del habitus qu ehan encontrado condiciones propicias para ejercerse, y quizá logrant r a s c e n de r l a m e r a r e p e t i c ió n . E x i st e , p o r t an t o , u n a i n t e r acc i ó n e n t r ela estructura de las disposiciones y los obstáculos y oportunidadesde l a s i tuación presen t e . Si bi en e l habitus t i e n d e a r e p r o du c i r la s co n -d i c i o n e s o b j e t i v a s qu e l o e n g e n d r a r o n , u n n u e v o co n t e x t o , l a ap e r t ur ad e p o s i bi l id ad e s h i s t ó r ica s d i f e r e n t e s , p e r m i te n r e o r gan i z a r l a s d i s p o -s i c io n e s a dq u i r i d a s y p r o d u c i r p r ác ti c a s t r an s f o r m ado r a s .

Pesea que Bourdieu reconoce esta diferencia entre habitus y prác-ticas, se centra más en el primero que en las segundas. Al reducir suteoría social casi exclusivamente a los procesos de reproducción, nod i s t i ngue en t r e l as prácticas (como e jecución o re in t e rpre tación de l ha-bitus) y la praxis (transformación de la conducta para la transforma-ción de l as es t ructuras obje t ivas) . No examina, por eso , cómo e l habi-tus puede variar según el proyecto reproductor o transformador de

diferentes clases y grupos. Solo en sus últimos textos, más políticosque t eór icos (Bourdi e u, 1998), ins inúa es ta d i f e rencia .Al gu n o s au t o r e s q u e ad o p t a r o n e l e s q u e m a b o u r d i e u an o e x p l i c it a -

ron es t e l ado a ct ivo de l as práct i cas subje t ivas . Michel P ingon, a l es tu-diar a los sectores obreros franceses, sugiere hablar de «prácticas deap r o p i ac ió n » ( P i n go n , 1 9 7 9 : 4 5 ) . L a p r ác t i c a n o e s s o l o e j e cu c i ó n d e lhabitus y apropiación pas iva de un bi en o s e rvic io ; todas l as práct i cas ,aun l as de consumo, cons t i tuyen act ivamente l as s i tuaciones y pos ic io-nes de clase. El propio Pincon recuerda que en su libro A lgérie 60,

mente contradictoria [...] que se puede encontrar al principio de todocambio» (Pingon, 1969: 67-68). Las críticas posteriores de Grignon yP as s e r o n a l c a r ác t e r r e p r o du c t iv i s ta d e l m o de l o b o u r d i e u an o y e l r e co -n o c i m i e n t o d e l a i n i c i a ti v a d e s u je t o s p o p u l a r e s , p r o f un d i z a r o n e s t a l í -n e a d e t r ab a jo .

De tal modo, el análisis conjunto e interactivo de sujetos y estruc-turas hace posible reconstruir su papel consciente, ejercido en mediode condicionamientos, y el soporte inconsciente de las prácticas. Estorequiere examinar los procesos de mediación sociosubjetiva mediantel o s cu a l e s s e i m p l an tan e n l o s s u je t o s l o s e s q u e m as d e co n o c i m i e n t o yacción. Asimismo, permite precisar mejor que la noción idealista deco n c i e n c i a l a s p o s ib i li d ad e s d e q u e u n g r u p o s e a co n s c i e n t e d e s u s t ra -yector ias pos ibl es , o prever sus práct i cas obje t ivamente esperables . Ens u m a, da b as e s v e r o s í m il e s p a r a i m ag i n a r p a r c i a lm e n t e co m p o r t am i e n -t o s , d e s e m p e ñ o s d e l o s s uj e t o s e n p r o ce s o s d e co n s e r v ac i ó n y cam b i o .

E s t a r e co r r i d a v e l o z p o r l a s p e r i pe c i a s d e l co n ce p t o d e s u j e t o ap u n -ta a dos obje t ivos : a) revalorar en conjunto l as cont r ibuciones descons-tructoras y reconstructoras en una perspectiva de larga duración; b)s u ge r i r a l gu n as l í n e a s d e i n v e s t ig ac i ó n p a r a r e p e n s a r a s p e c t o s e s t r a t é -gicos de lo subjetivo en tiempos posmodernos y de globalización.

Respecto del primer aspecto, conviene recordar que ni en Marx, nien Nietzsche, ni en Freud la desmistificación de la conciencia desem-bocaba simplemente en la muerte del sujeto. Los tres atacaron las ilu-s i o n e s d e l a co n c i e n c i a y d e s a r r o ll a r o n m é t o do s d e d e s c i f r am i e n t o , p e -r o n o p a r a d i l u ir l a s i n o p a r a r e f u n dam e n t a r l a y e x t e n d e r l a . M ar x q u i soliberar la praxis mediante el conocimiento y la transformación de lan e ce s i dad , a t r av és d e u n a t o m a d e co n c i e n c i a co l e c t i v a q ue t r i u n fe s o -bre l as mis t i fi cac iones d e l a conc i enc i a f a l s a en l a lucha con t ra l a exp lo -tación. Nietzsche buscó el aumento de la potencia del hombre, pero

pensó que el significado de la voluntad de poder debe ser recuperadopor la meditación sobre el sentido del superhombre, de la creación devalores, del eterno retorno y de Dionisos. Freud quiso que donde es-t ab a e l E l l o adv i n i e r a e l Y o , q u e e l an a l i z an do h i c i e r a s u y o u n s e n t i doque l e e ra aje no para ampl iar su campo de conci en cia y vivi r más l ibre .

P o r m ás q u e N i e t z s ch e d e s ac r e d i t a r a u n ti p o d e c o n c i e n c i a h i s tó r i -ca, que Marx y Freud pusieran de manifiesto la dependencia del suje-to de estructuras que lo exceden, la obra de los tres incita a preguntar

15 8 1 59

qué significa para los hombres y mujeres que conocen, que hacen lahis tor i a o l a suf ren , que los c onf l i c tos obje t ivos los a t ravi esen . El suje-t o i n d i v idu a l n o p u e de s e r e l p u n t o d e p a r t i d a p a r a e n t e n d e r l a s e s t r u c -t u ra s , p e r o a l e x am i n a r la s n i n gu n a e x i g e n c i a d e o b je t i v idad da d e r e ch o

Suje tos in t e r cul tura l es

La elaboración del tema del sujeto ha oscilado entre un tratamientoabs t rac to , de s t i nado a d i s cu t i r e l ca rác t e r un ive rsa l de l o s suje to s (en l a

Page 79: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 79/110

a i gn o r a r s u s v i ve n c i a s . L a r e d u cc i ó n d e l s u j e t o a s e r « s o p o r t e » , « po r -t a do r » o m e r o « e f e c t o » d e l a s e s t r u c tu r a s p a r e c e o l v i da r l o q u e e n ca -da uno se levanta o se repliega en los conflictos sociales, los núcleosp e r s o n a l e s y co l e c t i v o s do n d e r e e l ab o r am o s l o q u e l a s e s t r u c t ur a s h a -cen con noso t ros . Si no de jamos que ocupe su lugar en l a t eor í a es t e es -

pacio interactivo, no es posible comprender las contradicciones entrela coerción del sistema y los intentos de responderle. El idealismo re-cluyó en l a in t imidad d e l a conci en cia so l i t ar ia esa in t e rac ción ps icoso-c i a l , p e r o e n r e a l i d ad e s e l s it i o do n d e p ade c e m o s l a s d e t e r m i n ac i o n e so b j e t iv a s y e s t a s s e c r u z an co n n u e s t r o s e s f u e r z o s p o r s u p e r a r l a s .

La conc i enc i a no ex i s t e a p r io r i , pe ro s í e s pos ib l e como t rabajo , co -mo proceso de construcción necesario para que nos liberemos de lao p c i ó n e n t r e s e r n a r c i s o s o r e f l e jo s . E s te p r o ce s o p u e d e t e n e r d i v e r s a sf o r m as : p a r a e l p s i co an á li s is l l e ga r a s e r co n s c i e n t e i n du y e p r o b l e m asta l es como e l pasaje d e l pr incip io de p lacer a l pr incip io de rea l i dad , có-mo sal i r de l a infancia y conver t i rs e en ad ul to ; para e l marxi smo alcan-z a r l a co n c i e n c i a r e q u i e r e d e s t r u ir l a f e t i ch i zac i ó n m e r can t i l q u e h ace

ver l as r e l ac iones soc i a l e s como re l ac iones en t r e cosas a f i n de pe rc ib i r -las como vínculos entre actores, pero como el fetichismo es al mismot i e m p o i m ag i n a r i o y m a t e r i a l — e n e l c ap i t a l is m o l o s h o m b r e s n o s co -n e c t am o s e f e c t i v am e n t e a t r av és d e l a s m e r can c í a s — l a co n c i e n c i a s ep r o du ce e n l a p r ác t ic a t r an s f o r m ado r a , e n l a co n s t r u cc ió n d e u n a n u e -va v ida soc i a l .

Esta reconsideración de la cuestión del sujeto se ha extendido endesarrollos filosóficos, lingüísticos, antropológicos y psicoanalíticosde l a s ú l ti m as décad as . D e e s e d e s e n v o l v im i e n t o v as t o iy d i v e r s i fi c ado ,quiero destacar dos asuntos. Uno es la necesidad de hablar de sujetosin t e rcul turales , o s ea en t end er l a in t e rcul turafidad ampl ia , propia de unmundo global izado , como un factor cons t i tuyent e , deci s ivo , en l a con-

f iguración actual de l a subje t ividad. La segunda cues t ión t i ene que vertambién con la globalización, pero sobre todo con los enfoques pos-modernos y con las condiciones tecnológicas y culturales que ahoravuelven extremadamente móvil, fluctuante, y por eso dudosa, la for-m ac i ó n y l a p e r m an e n c i a d e l o s s u j e t o s .

f i losof ía y e l ps icoanál i s i s ), y e l anál i s i s empí r i co de moda l i dade s par-t i cu la re s d e s e r suje to en una cu l tura , una c l as e o una na c ión (en l a h i s -to r i a , l a an t ropología y l a socio logía) . La g lobal ización, en t an to « in-t en s i fi cac ión de l as depend enc i as r ec íp rocas» en t r e t odas l as soc i edad es(Beck, 1999) , modi f i ca los mod os an t e r io res d e co nf igurar suje tos , l asi n t e racc iones en t r e i nd iv iduo y soc i eda d . En l as c i enc i as soc i a le s s e d a-ba po r s en t ado que e s t a i n t e racc ión s e e s t ab l ec í a en t r e una soc i edad na-c i o n a l o u n a e t n i a q u e co n f o r m ab an s u j e t o s m ar cado s p o r u n a l e n g u a ,por «estructuras de sentimientos» de larga duración (R. Williams),y por respuestas con que los individuos o grupos podían modificarp a r t e s d e l o s co n d i c i o n am i e n t o s . Es e p a i s a j e s e h a t r an s n ac i o n a li zadomater i a l y s imbólicamente .

L as i d e n t i d ad e s d e l o s s u j e t o s se f o r m an ah o r a e n p r o ce s o s i n te r é t -nicos e internacionales, entre flujos producidos por las tecnologías ylas corporaciones multinacionales; intercambios financieros globali-z ado s , r e p e r t o r io s d e i m áge n e s e i n f o r m ac i ó n c r e ado s p a r a s e r d i s tr i -buidos a tod o e l p lane ta por l as ind us t r ias cul tural es . Hoy imaginamo slo que s i gn i f i ca s e r suje tos no so lo d esd e l a cul tura en que nacimos , s i -n o d e s d e u n a e n o r m e v a r i e dad d e r e p e r t o r i o s s im b ó li co s y m o de l o s d ecomportamien to . Podemos cruzar los y combinar los . Somos es t imu/a-do s a h ace r l o co n l a f r e cu e n c i a d e n u e s t r o s vi a je s , d e l o s v i a j e s d e f a -miliares y conocidos que nos relatan otros modos de vida, y por losm e d i o s d e co m u n i cac i ó n q u e t ra e n a d o m i c i li o l a d i v e r s idad o f r e c i dapor el m u n do . Au n o s i n d í g e n as y cam p e s i n o s m i g r an y r e co n v i e r t e nsu patrimonio grupal y personal para ser obreros o comerciantes enot ro paí s , quizás en o t ra l eng ua, o en var ias . Por su mayor l iber t ad pa-ra clegirse o por la reducción de oportunidades impuesta por crisiseconómicas o po l í t i cas , lo s suje to s v iven t rayec to r i as var i ab l e s , i nde c i -sas , modi f i cadas una y o t ra vez .

V i v ir e n t r án s i to , e n e l e cc i o n e s c am b i an t e s e i n s e gu r a s , co n r e m o -de laciones cons tan t es de l as personas y sus re l aciones socia l es , parececonduci r a una descons t rucción más radical que l as pract i cadas por l ast eor ías de l a sospecha sobre l a subje t ividad y l a conci encia . As í comoantes nos preguntábamos qué quedaba del sujeto ^después de que elmarxi smo, e l ps i coanál i s is y e l e s t ruc tura l i smo de sconf i a ran de é l , aho-r a l a s c e r t e z a s d e e s a s t e o r í a s d e l i n d i v i du o y l a s o c ie d ad s o n p u e s t a sentre signos de interrogación por una recomposición de los órdenessociocul tural es que a lcanza a todos .

Más mestizajes étnicos y sincretismos religiosos que en cualquierépoca, nuevas formas de h ibr idación en t re lo t radic ional y lo moderno ,l o cu l to y lo popular , en t r e mús icas e imáge nes d e cu l turas a l e jadas , nosvue lven a t odos suje to s i n t e rcu l tura l e s . La t a rea de s e r suje to s e p res en -t a m ás l i b re , s i n l a s r e s t r i c c io n e s q u e i m p o n í a an t e s l a f i d e l i d ad a u n a

(ibíd.: 576). Vimos que estos autores encuentran, en su lectura de losm an u a l e s d e g e s t i ó n d e l a s e m p r e s a s , un a t e n s i ó n e n t r e l a e x i g e n c i a d eflexibilidad a l o s s u je t o s y l a n e c e s i dad d e ser alguien, o s e a p o s e e r u nyo dotado de cierta especificidad y permanencia en el tiempo.

T am b i én l o s m an u a l e s d e m ar k e t i n g a co n s e j an p e r s o n a l i za r a l co n -

Page 80: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 80/110

so la e tn ia o nación. Pero a l aumentar l a he t e rogene idad e ines tabi l i dadd e r e f e r e n c i a s i d e n t i ta r i a s s e i n c r e m e n t a l a i n c e r t i du m b r e f i lo s ó f ica ya f e c t iv a . E s ta i n e s t ab i li d ad p u e de s e r t r ab a j ada e n do s r e g i s t r o s , qu e av e ce s s e co n f u n de n , p e r o co n v i e n e d i s ti n gu i r : e l p o sm o de r n i s m o f il o -sóf ico y l a g lobal ización socioeconómica y t ecnológica.

E l pe n s am i e n t o p o s m o de r n o r e d e f in e a l o s s u je t o s co m o n ó m ad as .Basado en l as exper i encias de migran t es , ar t i s t as y exi l i ados , y toman-do poco en cuenta las estructuras económicas y socioculturales, losf lujos de me nsajes y b iene s que hacen pos ib le l a exper i enc i a nomádica ,es tos autores exal t an l a des t e r r i to r i a l ización y ven e l debi l i t amien to del az o s d e p e r t e n e n c i a n ac i o n a l e s o l o ca l e s co m o u n a l i be r ac i ó n ( D e l e u -ze, Guattari, Lyotard). En vez de las estructuras durables de senti-mientos , l a re local ización táct ica d e ex per i encias y cond uctas .

Es ta desco ns t rucción de los suje tos ens imismados y consci e n t es , l i-g ad o s a u n t e r r i t o r io , s e r a d i ca l i za e n u n m u n d o e n r e d . L u c Bo l t an s k iy Éve Chiape l lo lo descr iben as í : «En e l mundo con exioni s ta , l a fi de l i -d ad a u n o m i s m o e s r i g i d e z ; la r e s i s t e n c i a f r e n t e a l o s d e m ás , r e ch az oa c o n e c t a r se ; l a v e r d a d d e f in i d a d e s d e l a id e n t i d a d d e u n a r e p r e s e n t a -c i ó n co n r e s p e c t o a s u o r i g i n a l, d e s co n o c i m i e n t o d e l a v a r iab i li d ad i n -f in i t a d e l o s s e r e s q u e c i r cu lan p o r l a r e d y q u e s e m o d i f i c an cada v e zque entran en relación con seres diferentes, de tal forma que ningunode sus avatares puede tomarse como punto de origen con el que que-pa confrontar otras manifestaciones. En un mundo en red ya no cabeplantearse formalmente la cuestión de la autenticidad en su acepciónde l a p r i m e r a m i t ad d e l s i g l o x x , n i tan s i q u ie r a e n l a f o r m u l ac ió n q u eh e m o s v i s t o s u r g i r t r a s e l i n t e n t o d e r e cu p e r ac i ó n cap i t a li s ta d e l a c r í -t i ca de l a es t andar ización, que todavía supone l a pos ibi l i dad de un jui -c i o cu y as e v a l uac i o n e s e s t ab le c e n u n f u n dam e n t o m e d i an te l a r e f e r e n -cia a un o r igen» (Bol tanski y Chiape l lo , 2002: 571) .

Arr ibamos a l un iverso de s imulacros de Jean Baudr i l l ard , donde notiene sentido la diferencia entre copia y modelo, entre espectáculo yrealidad. Pero, como observan Boltanski y Chiapello, esta distinciónnos deja sin lugar desde dónde construir un punto de vista crítico. Lapropia posición crítica posmoderna se invalida: «Si todo, sin excep-ción, ya no es más que cons t rucción, código , espectáculo o s imulacro ,¿ de s d e q u é p o s i c i ón d e e x t e r i o r i d ad p o d r í a s it u a r s e e l c r í ti co p a r a d e -n u n c i a r u n a i l us i ón q u e s e co n f u n de co n l a t o t a l id ad d e l o e x i s t e n t e ? »

sumidor . Recibimos en nues t ra casa y en e l correo e l ec t rónico car t as depropaganda dirigidas a nuestro nombre y que nos tutean aunque elmismo texto sea enviado a millones de clientes. Dicen que diseñaronuna ropa, un plan de vacaciones y el crédito para comprarlos pensan-do en nuestras necesidades y aspiraciones. Halagan al comprador ma-sivo con referencias quizás inventadas, quizá capturadas en nuestracompra de hace un año, con la cual nos descubrimos estafados. Perocuando quisimos reclamar advertimos que ser sujeto es una construc-ción destinada al cliente, porque es imposible saber quién es el dueñode l a f áb r i ca , n i s iq u i e r a e l p a í s d e s d e e l cu a l n o s r e s p o n de e l co n t e s t a -do r au t o m át ico . « S i q ui e r e q u e l e m i e n t an e n i n g l é s , ap r i e t e 1 ; p a r a e s -pañol , apr i e t e 2 .»

Ser sujetos parecería no ser ya una tarea de desconstrucción de laconci encia o cr í t i ca a l a f e t i chización de l as mercancías . Pre t enden quesea el juego equívoco entre voces que simulan individualizarse. Lanueva desigualdad reside en que los identificados somos los consumi-dores de las grandes tiendas, los migrantes y turistas fotografiados en

los aeropuertos, nunca los que hacen las preguntas y almacenan la in-f o r m ac ió n . Se n o s p i d e e n e s t e m u n do co n e x i o n i st a s e r l o b a s t an te m a-leables como para adaptarnos a muchas situaciones y culturas, peroq u i e n v iv e ad ap t án do s e a n u e v o s r o l e s — l e í am o s e n Bo l t an s k i y C h ia -pello— corre el riesgo de pasar inadvertido o volverse desconfiable.También se expone a ser identificado sin saber quién lo identifica. Sevalora que un escritor proponga personajes versátiles y se burle de lasconvenciones que estereotipan a los sujetos, pero lo que deseamosah o r a e s s ab e r có m o e v i t a r s e r e n g añ ado s s i co n v i e n e s u au t o r ía e n u n atrampa. Admitimos la relativización y pluralidad de saberes, pero es-peramos que un científico aspire honestamente a distinguir entre lasmáscaras y a lg ún sus t ra to que es t abi l iza l as re l acione s socia l es , y en t relos hombres y l as cosas .

Al f in a l d e l o s f e s te jo s p o s m o de r n o s a l a « s o c i e dad d e l co n s u m o » oflexible, encontramos la necesidad de configurar una concepción pos-metafísica del sujeto que no se detenga en la desconstrucción. Menosaún que, por quedarse solo en ella, instaure una especie de metafísicade l s i m u lac r o i l i m i tado . Y , p o r e s t a v í a , a cab e v o l v ie n d o i n d i f e r e n c i a -da s l a s d i s t in t a s s i t uac i o n e s e n q u e l o s i n d i v idu o s y l o s g r u p o s s e v u e l -ven nómadas, desarraigados o excluidos. No aceptamos que se hable

16 2

63

e n g e n e r a l d e l s u je t o m o de r n o s i n co n s i d e r a r l a s co n d i c i o n e s e s t r u c tu -r a l e s q ue p e r m an e c e n n i có m o s o n r e o r d e n adas e n l a s fi c c i o n e s d e l c a -pitalismo. En pocos autores posmodernos se registran como parte del as t ransformaciones los dra mas d e los suje tos individual es , fami li ares ,étnicos, para los cuales migrar genera más desarraigo que liberación,

U n r a s go an t id e m o cr á t ico d e l p r o ce s o d e g l o b a li zac i ó n e s q u e s u s -t r a e l a s d e c i s i o n e s s o br e l o s n u e v o s pr o ce s o s d e i n t e r d e p e n d e n c i a e n -tre capitales, inversiones, producción, circulación y consumo de bie-n e s , d e l a a cc i ó n d e l o s c i udad an o s . L as d e c i s i o n e s y l o s b e n e f i c io s s e

Page 81: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 81/110

vulnerabilidad que riesgo, más soledad que enriquecimiento por mul-t ip l i cación de per t enencias .

Una in t e l ec tual f emini s ta europea puede ce l ebrar que su i t ineranciap o l íg l o t a p o r v a r i o s co n t i n e n t e s l e p e r m i t a « de s d i b uja r l a s f r o n t e r a s » ,

vivir «escindid a» en t re var ias cul turas , expe r imentar «saludable esce p-t ic i s m o e n r e l a c i ó n co n l a s i d e n t i d ad e s p e r m an e n t e s y l a s l e n gu as m a-ternas», sentir «la falta de hogar como una condición elegida» (Brai-dotti, 2000: 30, 43 y 49). Los relatos de migrantes pobres y exiliadosp o l ít i co s n o h ab l an co n t a l e n t u s ia s m o d e l o s a e r o p u e r t o s y l a s f r o n t e -ras como «oasis de no pertenencia», ni como «tierras.que no son dehombres n i de mujeres» ( ibíd . : 52) . Para e l los s e r suje to t i ene que vercon buscar nuevas formas de pertenecer, tener derechos y enfrentarv i o le n c i a s . P a r a e s t o s d e s p l azado s y d e s p l az adas l a ap e r t u ra m u l ti cu l-tural de nuestra época globalizada no se acompaña con estructuras yl e y e s q u e ga r an t i c e n s e g u r idad s o c i a l a q ui e n e s m i g r an o v an y v i e n e ne n t r e s o c i e dad e s d i v e r s a s. Ap e n as co m i e n z a a d i f e r e n c i a r s e e l d i s t i n to

sentido que tiene para diferentes clases sociales la reconstrucción ac-tual de l as i den t i d ade s y l a subje t ividad . Comienza a s e r vi s ible g raciasa l a rec i en t e ar t i culación en t re anál i s i s posmodernos sobre po l í t i cas deidentidad y estudios etnográficos sobre los efectos cotidianos de laglobal ización (Bal ibar, 2002; Sennet t , 2000).

Quiero detenerme aquí en una de las consecuencias de esta nuevacond ición in t e rcul tural y t ransnacional d e l a subje t ividad: l as d i f icul t a-des de manifestarse como ciudadanía. Hay un desacuerdo estructuralentre el orden político organizado en Estados nacionales, con gobier-nos elegidos por ciudadanos de cada país, que solo tienen competen-cias en asuntos internos, y los flujos de capitales, bienes, mensajes ymigraciones, que circulan transnacionalmente sin regulaciones glo-

bales ni participación de ciudadanos en esa escala supranacional. Sa-bemos que se han dado algunos pasos en Europa para constituir unac i u dadan í a r e g i o n a l , q ue e x t i e n de l o s d e r e ch o s y r e s p o n s abi li d ad e s n a -c i o n a l e s a e s ca l a co n t i n e n t a l . P e r o o t r o s e s q u e m as d e i n t e g r ac i ó n ap e -nas cons ideran formalmente , s in consecuencias par t i c ipat ivas , e l pape ld e l o s c i udad an o s e n l a s d e c i s i o n e s s u p r an ac i o n a le s ( M e r co s u r ) , o d e -j an au s e n t e d e l a a g e n d a p o l ít i c a la cu e s t i ón d e l a c i udad an í a r e g i o n a l( T cc d e Am ér i ca d e l N o r t e ) . L o s acu e r do s s e r e du ce n a l o q u e a r r e g l ane n t r e e l l a s l a s cú p u la s e m p r e s a r ia l e s y gu b e r n am e n t a l e s .

concentran en unas pocas élites financieras, industriales y políticast ransnacional es , res i den t es en los Es tados Unidos , Europa y Japón. Lal ib e r t a d p a r a s e r s u je t o s m u l t i e i n t e r cu l t u ra l e s s e r e s t r i n g e a m i n o r í a sanónimas que admini s t ran l as grandes invers iones , d i s eñan los produc-tos y entretenimientos que se consumirán en diversas culturas, y se

apropian los beneficios de ese vasto comercio. A diferencia de losnombres de multimillonarios célebres, que en otro tiempo aparecíanco m o s u j e t o s d e p o de r p o l í t ico y e co n ó m i co ( r e p r e s e n t ado s e n l o s o b -je tos que producían: automóvi l es Ford, por e jemplo) , los dueños d e l asin ic ia t ivas económicas y socia l es s e l l aman hoy CNN, MTV, FMI, OECD.En vez de sujetos, hallamos siglas, sociedades anónimas, respecto del as cual es resul t a d i f í c i l que los consumidores nos pos ic ionemos comosuje to s . La de spe rsona l izac ión de l pode r de s i den t i f i ca también a l a ma-y o r í a d e l o s h ab it an t e s d e l p l an e t a .

Sujetos periféricos

Para s i tuar quién habla y desd e d ónde l o hace , vue lve a s e r n ecesar io ex-p l ic i t a r e l lugar g eopo l í t ico y g eocul tura l de l a emancipac ión . Son s i gn i -f i ca tivas , en e s t e s e n t i do , l as convergenc i as y d ive rgenc i as a l concebi r l amul t icu l tura l i dad e n d i s t in t as r eg iones . En l a t eo r í a l i t e ra r i a y en l o s e s -tud ios cu l tura l e s e s t adoun ide nses s e ha l l an cons t an t e s cue s t i onamien tosa l as t eo r í as un ive rsa l i s t as que han con t rabandead o , bajo apar i enc i as deobje t iv idad , la s pe r spec t ivas co lonia le s , occ id en ta le s , mascu l inas , b lancasy de o t ro s s ec to res . Algunas de e s t as c r í t icas de scons t rucc ion i s tas han s i -do e laboradas también en la s c ienc ia s soc ia le s y la s humanidade s la t inoa -mericanas : pensadores nacional i s t as y de izquierda p lan t earon objecio-nes s e mejan t e s a t eo r í as soc i a l e s y cu l tura l e s me t ropo li t anas .

Una cues t ión de bat i da en los ú l timos años a propós i to de l as re ivin-dicaciones de actores periféricos o excluidos es la relación entre lacreatividad gnoseológica y los poderes sociales o geopolíticos. Des-pués de haberse atribuido en las décadas de 1960 y 1970 c a p a c i d a d e se s p e c i a l e s p a r a g e n e r a r co n o c i m i e n t o s «m ás v e r dade r o s » a c i e r t a s p o -siciones oprimidas como fuente de conocimiento, hemos visto en laexal t ación de lo subal t e rno r i esgos fundamental i s t as .

¿ Q u é gan a e l e s p e c i a l i s ta e n cu l tu r a a l a do p t a r e l p u n t o d e v i s ta d elos opr imidos o excluidos? Puede s e rvi r en l a e t apa de descubrimiento,

para generar h ipótes i s o cont rahipótes i s que desaf í en los saberes cons-tituidos, para hacer visibles campos de lo real descuidados por el co-nocimiento hegemónico. Pero ene' momento de la justificación ep i s -t e m o l ó g i ca co n v i e n e d e s p l aza r s e e n t r e l a s i n t e r s e cc i o n e s , e n l a s z o n asdo n d e l a s n a r r a t i va s s e o p o n e n y s e c r u z an . So l o e n e s o s e s c e n a r i o s d e

pos ibl e pasar de l as narraciones s ec-

Page 82: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 82/110

tensión, encuentro y conflicto est o r i a l e s (o f rancamen t e s e c t a r i as ) a la e l aborac ión de con ocimien tos ca-paces de demostrar y controlar los condicionamientos de cada enun-ciación.

En la medida en que el especialista en estudios culturales o litera-r ios o ar t í s t i cos quiere rea l izar un t rabajo c i en t í f i camente cons i s t en t e ,su obje t ivo f inal no es re presen tar l a voz de los s i lenciad os s ino en t en-der y nombrar los lugares donde sus demandas o su vida cotidianaentran en conflicto con los otros. Las categorías de contradicción yco n f l ic t o e s t án , p o r t an t o , e n e l n ú c le o d e e s t e m o do d e co n ce b i r l a i n -v e s t ig ac i ó n . N o p a r a v e r e l m u n do d e s d e u n s o l o l uga r d e l a co n t r ad i c -c i ó n s i n o p a r a co m p r e n d e r s u e s t r u c tu r a ac t u a l y s u d i n ám i ca p o s i b le .Las utopías de cambio y justicia, en este sentido, pueden articularsecon el proyecto de los estudios culturales, no coMo prescripción delmodo en que deben seleccionarse y organizarse los datos sino comoes t ímulo para indagar bajo qué condic iones ( rea l es ) lo rea l pueda de jarde s e r l a repe t i c ión de l a des igualdad y l a d i scr iminación, para conver-t i rs e e n e s c e n a d e l r e co n o c i m ie n t o d e l o s o t ro s .

P a r a r e t o m ar l a cu e s t i ó n q u e d e s e n cad e n ó e s t e t e x t o , l a ab s o l ut i za -c i ó n d e s u je t o s p r i vi le g i ado s co m o f u e n t e s d e co n o c i m i e n t o t ie n e a l gode simulación. Ni los subalternos, ni las naciones periféricas puedenp o r s í s o lo s e n t r e g a r l a c l av e d e l o s o c i a l. N o e s cu e s t i ó n d e r e ca e r e nlas interpretaciones sesgadas- de las élites o de los países del PrimerMundo invirtiendo la autoafirmación excluyente de un sujeto. Másbi en s e t ra t a de co locars e en l as i n t e r s ecc iones , en l o s lugares donde l o ssujetos pueden hablar y actuar, transformarse y'ser transformados.C o n v e r t i r l o s co n d i c i o n am ie n t o s e n o p o r t un i dad e s p a r a e j e r c e r l a c i u -d a d a n í a .

¿ Se r d if e r e n t e e s d e s c o n e c t ar s e ?Sobre las culturas juveniles

Un avance notorio en el conocimiento de la juventud ha sido indagarqué s ign i f i ca s e r joven no so lo como una pregunta generacional , n i me-n o s aú n p e d agó g i ca o d i s c i pl in a r i a . Q ui e r o e x am i n a r e n q u é s e n t i do e s

una pregunta soc ia l , o s ea una ave r iguación sobre e l s en t i d o in t e rcul tu-r a l d e l t i e m p o .Pregunta socia l : no so lo por l as caract e r í s t i cas de una edad, que im-

portaría básicamente a quienes la atraviesan. Es la sociedad que tratade saber cómo comienza su futuro. Cuántos torneros o médicos va ahaber, cuántos con educación universitaria y cuántos desempleados omigrantes descontentos con el país; cuántas oportunidades dará a losjóvenes para que participen en su cambio como ciudadanos, cuántosmensajes que los inciten a irse. Sabemos que en países como Méxicoe s t a s n o s o n p r e gu n t a s r e t ó r ica s : e l 39% de l o s jó v e n e s n o t i e n e t r ab a -jo , e l 5 4 ,4 % de l o s q ue e s t án e n e d ad d e e s t ud i a r n o l o h ace n , r e v e l a l aE n cu e s t a N ac i o n a l d e l a J u v e n t u d h e ch a e n e l añ o 2000.

La aver i guac ión sobre l o que s i gn i f i ca s e r joven e s t ambién una p re -gu n t a p o r e l t ie m p o . Y a l a d écada d e 1980 f ue l l a m a d a l a d é c a d a p e r d i -da d e Am ér i ca l a t in a . L o s o r gan i s m o s i n t e r n ac i o n a l e s q u e e v a l ú an l o súltimos cinco años de nuestras economías (1998-2003) afirman que l ar e c e s i ó n d e e s t e p e r í o do o b l iga o t r a v e z a h ace r cu e n t a s n e g a t i v a s. E sla misma evaluación que hacen los empresarios que llevan sus inver-s i o n e s a l e x t r an j e r o , l o s go b e r n an t e s q u e s i gu e n p r e f ir i e n do p r i va t i za rporque los Estados que ellos mismos dirigen no les parecen adminis-

16 6 167

t r a do r e s f i ab le s n i e f ic i e n t e s , p e s e a q u e l o s e s cán da l o s m ay ú s cu lo s d etan tas empre sas pr ivat izadas d e los ú l t imos años —e n los Es tados Uni -dos, en M éx i co , e n l a Ar ge n t i n a , e n E s p añ a— adv i e r t e n q u e s e p u e d eco n f i a r p o co e n l a s e m p r e s a s t r an s n ac i o n a le s o l a s p r iv adas d e l p r o p i opaís. La pregunta por el tiempo que viene o que nos queda la respon-

a un merca do l ibe ra l más ex i ge n t e en ca l i fi cac ión t écn i ca , f l ex ibl e y po rtanto inestable cada vez con menos protección de derechos laboralesy de salud, sin negociaciones colectivas ni sindicatos, donde debenbuscar más educación para f inalmente hal l ar menos opor tunidades . Ene l consumo, l as promesas de l cosmopol i t i smo son a menudo incumpl i -

Page 83: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 83/110

de n t am b i én d e s a l e n t ado s l o s p r o f e s io n a l e s , c am p e s i n o s , o b r e r o s y e s -t u d i an t e s q ue s e v an , s o b re t o do l o s d e s e m p l e ado s q u e s e c an s a r o n d eespe rar .

Al preguntar qué s i gn i f i ca hoy ser joven , encont ramo s que l a soci e -

dad q u e s e r e s p o n de q u e s u f ut u ro e s d u do s o o q u e n o s ab e có m o co n s -t r u ir l o e s t á co n t e s t an do a l o s jó v e n e s n o s o l o q u e h ay p o co l u ga r p a r ae l l o s . Se e s tá r e spond i endo a s í mi sma que t i ene baja capac i dad , po r de -c i r as í , de r e juvenece rs e , de e scuchar a l o s que pod r í an cambiar l a .

E n e s t e co n t e x t o , a dq u i e r e n n u e v o s e n t i do v a r i a s a l a r m as d e l p e n -samiento actual: por qué se evaporan las utopías y a casi nadie le im-porta tenerlas; por qué los jóvenes viven en el instante; a qué se debeque no se interesen por la historia, ni por tener historia, y miren conescepticismo o indiferencia a quienes les hablan del futuro. No voy ai n s is t ir e n l a a c l a r ac i ó n d e q u e h ay jó v e n e s p o l i ti z ado s o a l m e n o s s o -cialmente responsables, que asumen el p as ado y t i e n e n e x p e c t a t i v a s,que no resbalan por el desencanto. Vamos a tomar en serio, sin ate-

n u an t e s , e l d e s e n cu e n t r o e n t r e l a s f o r m as o r gan i z a ti v a s h e g e m ó n i ca s ylos comportamientos prevalecientes entre los jóvenes. Hay una con-t r a d i cc i ó n e n t r e l a s v i si o n e s co n v e n c i o n a l e s d e l a t e m p o r a l i d ad s o c i a ly l a s e m e r g e n t e s e n l a s cu l tu r a s juv e n i l e s .

Más qub una visión de conjunto, que no tengo, expondré algunasreflexiones en fragmentos. No obstante, se percibirá la búsqueda deciertas tesis generales sobre el tipo de globalización que se propone al a s n u e v as g e n e r ac i o n e s e n Am ér i ca l a t in a . Algu n as d e l a s co n d i c io n e sq u e e s p e c i f ic an n u e s t r o m o do d e m u n d i a l iz a r n o s d e r i v an d e l a c r e c i e n -t e d e p e n de n c i a d e E s t ado s U n i do s y d e l a p e r s p e c t i va d e i n t e n s if ic a r l aa través de acuerdos de libre comercio impulsados por ese país y porl a c r e c i e n t e p r e s e n c i a e u r o p e a , s o br e t o do e s p añ o l a , e n l a r e g i ó n . P e r oe s n e c e s a r i o e x p l o r a r o t r o s c am b i o s e p o ca l e s , q ue s o n m ás e l o cu e n t e se n l a v i da co t i d i an a d e d i s ti n t o s s e c t o r e s ju v e n i le s , p o p u la r e s , m e d i o s ,y aun de grupos con altos ingresos y educación.

Informatizados, entretenidos... y los otros

A l a s n u e v as g e n e r ac i o n e s s e l e s p r o p o n e g l o b a l iz a r s e co m o t r ab a jado -r e s y co m o co n s u m i do r e s . C o m o t r ab a j ado r e s , s e l e s o f r e c e i n t e g r a r s e

b l e s s i a l m i s m o ti e m p o s e e n ca r e c e n l o s e s p e c t ácu lo s d e c a l i d ad y s eempobrecen —d eb ido a la c r e c ien te d e se rc ión e scola r— los r e cu rsos ma-t e r i a l es y s imból icos d e l a mayoría .

Los riesgos de exclusión en el mercado de trabajo y de margina-

c i ó n e n l a s f r an j a s m as i v as d e l co n s u m o au m e n t an e n l o s p a í s e s p e r i -fér i cos . Más que a s e r t rabajado res sa t i s f echos y seguros , s e con voca alos jóvenes a ser subcontratados, empleados temporales, buscadoresde oportunidades eventuales. En un continente donde, como docu-m e n t a u n e s t u d i o d e M ar t í n H o p e n h ay n , du r an t e l a d écad a d e 1 9 9 0 7de c ada 1 0 e m p l e o s s e g e n e r a r o n e n e l s e c t o r in f o r m a l , s e r t r ab a jado rs e v u e l v e s i n ó n i m o d e s e r v u l n e r ab l e . E l c r e c i m ie n t o d e l a i n f o r m a l i -dad l aboral , ade más de l a ines tabi l idad en e l sa lar io , impl ica pr ivaciónde recursos de seguridad social, de salud e integración, que hasta ha-ce pocos años l as l eyes garan t izaban para l a mayoría . No es casual en-tonces, como señala el mismo autor, que tres modos de respondersean «la opción "furiosa" por el riesgo, la automarginación o el "re-

vien t e"» (Hopenhayn, 2002) .Según como les vaya en esta frágil situación laboral, un sector de

jó ve n e s p o d r á acc e d e r a l a s d e s t r e z a s i n fo r m át ica s , a l o s s abe r e s y e n -tretenimientos avanzados que circulan en Internet, en tanto la mayo-r í a quedará en l a t e l evi s ión gra tui t a , los d i scos y vídeos p i ra tas . Segúnlos datos de la Encuesta Nacional de Juventud en México, el 7 7 %de los hogares con jóvenes cuentan con televisión (señal abierta), ent an t o s o lo e l 6 % d i s po n e d e I n t e r n e t . S o n e v id e n t e s l a s co n s e cu e n c i a sd e e s t a d e s i gu a l dad p a r a l a f o r m ac i ó n d e d i fe r e n c i a s cu l t u ra l e s y p a r ap a r t ic i p a r e n r e d e s co m u n i cac i o n a le s co n r an g o s d e d i v e r s i dad e i n te r -cul turali d ad d i s t in tos , en var ias l eng uas y en c i rcui tos de muchos paí -s e s . L a e n o r m e m ay o r í a d e l o s jó v e n e s , co m o e l r e s t o d e l a p o b lac i ó n ,

quedan reducidos a l a t e l evi s ión gra tui t a nacional y a redes informalesd e s e r v ic i o s y b i e n e s .

L a d i s p a r idad e n t r e i n f o r m a t iz ado s y e n t r e t e n i do s a u m e n t a e n p a í -ses donde la deuda externa achicó el crecimiento económico y lacorrupción o l a informal idad d i f i cul t an e l e je rc ic io de de rechos de t ra-b a j ado r e s y co n s u m i do r e s . E s s ign i f i c a t iv o có m o d e s c r i b e e l S i s t e m aEconómico Lat inoamer i cano (SECA) l a manera en que s e nos p res en t ala deuda. Su informe de julio de 2001 dice que cada habitante lati-noame r i cano «de be 1550 dólare s a l nace r» (Boye , 2001). O s ea que an -

t e s d e p r o p o n e r a l o s jó v e n e s g l o b a l i za r s e e n s u s t r ab a jo s y co n s u m o s ,s e l o s g l o b a l iz a co m o d e u do r e s . D e s de l u e go , n o ap a r e c e l a p e r c e p c i ó nde es t a «fal t a» or i g inar ia en l as pro t es tas juveni l es ( a veces , en los mo-vimien tos de es tudian t es ) . Es vi s ibl e , más bi en , a t ravés de sus efectose n l a p é r d i da d e c r e c i m i e n t o d e l a s e co n o m í as y l a co n s i gu i e n t e a t r o f ia

formas análogas a la exclusión o el aislamiento juveniles: se habla enmuchos países y lenguas de «barrios cerrados», «Bronxs», «guetos»,para identificar «islas urbanas, dice la misma autora, con alta concen-tración de índices de desempleo, pobreza, fracaso escolar y déficit dee x p e c t a t i v a s [ q ue ] a l i m e n t a l a d e s i n t e g r ac i ó n s o c i a l co n v i o l e n c i a , d e -l incuencia , f rus t ración y ra bia» ( ibíd . : 62) .

Page 84: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 84/110

La exclusión y la segmentación desigual son las dos principalesco n s e cu e n c i a s d e l a r e e s t r u c t u rac i ó n . A d i f e r e n c i a d e l l i b e r a li s m o c l á -s ico , que pos tulaba la modernización para todos, l a propues ta neo l ibe-r a l n o s l le v a a u n a m o de r n i z ac ió n s e l e c t i v a : pa s a d e l a i n t e g r ac i ó n d elas soci edades a l somet imien to de l a población a l as é l i t es empresar i a-l e s l a t in o am e r i can as , y d e e s t a s a l o s b an co s , i n v e r s io n i s ta s y ac r e e do -r e s t r an s n ac i o n a l e s . Am pl io s s e c t o r e s p i e r d e n s u s e m p l e o s y s e gu r i da -de s soc i a l e s bás i cas .

E x i st e e l r i e s go d e d e r i v a r m e cán i cam e n t e d e l o s d i s p o si ti v o s s e le c -t iv o s y s e g r e gan t e s d e l r e o r d e n am i e n t o n e o l i b e r a l la co n d i c i ón e x c l u i -da d e s e c t o r e s m u y d i v e r s o s: s i n v iv i e n da , d e s e m p l e ado s , d e s p laz ado s ,m i g r an t e s , i n d í g e n as , e i n c l u ir e n e s t a c a t e g o r í a t an h e t e r o gén e a t am -bién a los jóvenes . Una vez más es necesar io reconocer e l pape l act ivode los sujetos, lo cual no implica atribuirles culpa o disminuir el im-pacto de los mecanismos macrosociales. Es cuestión de diferenciarprocesos de exclusión y trayectorias elegidas o viables para distintoss e c t o r e s . S e h a r e co n o c i do q u e , e n t r e m e gae s t r u c t u r a s o m e ga t e n de n -c i as soc i a l e s e i nd iv i duos , juega n de c i s ivas fo rmas o rgan izac iona l e s i n -t e rmed ias . Para los jóvenes , son par t i cularmen te s i gn i f i cat ivas las con-d i c i o n e s f am i l i a r e s , o s u ca r e n c i a , e n l a i n t e g r ac i ó n / d e s i n t e g r ac i ó n , laf ragi l i dadsk Ids l azos socia l es y l a pos ibi l i dad de superar l a .

L e o e n u n e s t u d i o s o b re l o s n i ñ o s ye - ado l e s c e n t e s d e l a c a l l e e n l aC i u dad d e M éx i co : « la e x c l u s i ón p u e de l lam ar a l a p u e r t a d e cu a l qu i e rp e r s o n a , p e r o n o l e t o ca a cu a l q u i e r p e r s o n a . E l e v e n t o p a r t i cu l a r q u ei n au gu r a e l i n i c io d e l a d e s i n s e r c i ó n s o c i a l ti e n e u n l e s o r e l a t i vo ; e x i s -t e n h e r i d a s an t e r i o r e s q u e p r o v o ca r o n v u l n e r ab i li d ad o i n e s t ab i li d ad» .La infancia cal l e je ra , escr ibe Sara Makoivski en esa inves t i gac ión, es táv i n cul ada a l a e x t r e m a p o b r e z a , p e r o e l e x t r e m o d e b i l it am i e n t o d e l l a -z o s o c i a l qu e s u p o n e e l ab an d o n o d e l h o ga r s u e l e e x p l ica r s e p o r p a t o -logías familiares y trayectorias psicológicas peculiares (Makowski,2004: 52).

N o o b s t an te , l l am a l a a t e n c i ó n q u e l o s r a s go s y p r o ce s o s d e s c r i p to sen l a l i t e ra tura sobre n iños y jóvenes de l a cal l e t i enen muchos puntosen com ún con o t ras fo rmas de d espro t ecc ión (mat e r i a l y r e l ac iona l ) ca-da v e z m ás fr e cu e n t e s e n l a s s o c i e dad e s d e l c ap it a l is m o t a r d í o . N o e stan arbi t rar i a l a general ización in t e rnacional de nombres para des ignar

17 0

Advertimos una vez más que «la itinerancia», señalada como ras-go de estas formas extremas de desintegración y baja pertenencia, nos e co m p r e n d e co m o m e r o n o m ad i s m o . T ie n e f o r m as e s p e c í fi c a s e n l o sborne!en, los desempleados temporales, los niños y adolescentes, que

de am b u l an o v i v e n e n e s p ac i o s p ú b li co s . N o e s l o m i s m o e s t a r s i n t ra -bajo que sin escuela o sin familia o sin comunidad nacional Las coin-c i d e n t e s co n d i c io n e s d e e x c l u si ó n — y s u d i l a ta da e x p an s i ón r e c i e n t e —apuntan a una tendencia sistémica de un Estado y una sociedad queo l v idan l a s r e s p o n s ab il id ad e s co l e c t iv a s ; l a s p a r ti cu la r e s f o r m as d e d e -samparo, desintegración y errancia refieren a modos diferentes de ex-perimentar la marginación.

Preg untas cul tura le s s in r e spues tas pol í t icas

E l p r e s e n t e y e l f u t ur o d e l o s jó v e n e s s e co n f i gu r an , e n t o n ce s , co m o e l

de muchos otros, al modo de un paisaje desencantado. Pero no paratodos idéntico, como sabemos. Una diferencia clave pasa por los mo-d o s e n q u e l a s n ue v a s g e n e r a c i o n e s s e c o n e c t a n o q u e d a n d e s c o n e c t a -das. Para decirlo de otro modo, según aprendan a presentar sus pre-g u n t a s y d e m a n d a s d e l m o d o a d e c u a d o e n l o s n u e v o s e s c e n a ri o s.

Es frecuente, aquí y allá, oír quejas porque los gobiernos no escu-chan a los intelectuales, los científicos ni los jóvenes, recortan el pre-s u p ue s t o d e l a e d u cac i ó n , la s i n v e s t i g ac i o n e s y l o s p r o g r am as s o c i a le s .E n e s t e m i s m o l i b r o v in cu l é e s a d e s a t e n c i ó n co n l a a g o n í a d e l a s i n s ti -t u c i o n e s p ú b li ca s p o r l a m e r can t i li z ac ió n d e l a v i da s o c i a l y l a t e n d e n -cia neoliberal a reducir los intercambios entre las personas a su réditoe co n ó m i co .

S i n n e ga r l a v a l id e z p a r c i a l d e e s t a e x p l i cac i ón , q u ie r o e n s ay a r o t r alectura de lo que está cambiando. Se me ocurre que si las preguntasculturales no tienen respuestas políticas es porque ahora son otrosquienes formulan las preguntas y también fueron reemplazados losq u e dab an l a s r e s p u e s t a s . H agam o s u n e s f u e r z o d e m e m o r i a p a r a e v o -ca r l o s t ie m p o s f u n dac i o n a l e s o d e d e s a r r o l l o d e l a s r e p ú b li ca s m o de r -nas. Las preguntas radicales las hacían intelectuales humanistas, quep o d í an l l e ga r a s e r p o l í ti co s , co m o D o m i n go F au s t i n o S a r m i e n t o e n l a

17 1

Ar ge n t i n a , J o s é V as co n ce l o s e n M éx i co , An d r é M a l r au x e n F r an c i a , ym ás t a r d e d i s id e n t e s e s cu ch ado s p o r l o s go b e r n an t e s y l o s m e d i o s m a-s ivos , por e jemplo Jean Paul Sar t re u Octavio Paz .

En un análisis de las formas públicas de comunicación se dice queh o y « la t e l e h ace l a p r e gu n t a e I n t e r n e t r e s p o n de » ( P e r e g i l , El País, 29 -

Un mundo desencuadernado

L a acu m u l ac ió n d e d e s e n can t o s ac t u a le s n o s o l o g e n e r a e s c e p t i c is m o .T am b ién n o s d e j a e n u n m u n do e n f r agm e n t o s , d e s p e daz ado y s i n co n -t i nu idad h i s tór i ca . Muchos p i ensan que e s to e s más ev iden t e en l as cu l -

Page 85: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 85/110

4 -2000 . Ojalá fuera tan sencillo, pero la simplificación de la fórmulas i n te t i za u n p r o ce s o q u e v a ap r o x i m adam e n t e e n e s a d i r e cc i ó n . E s e l e -mental reconocer que el sentido cultural de una sociedad se organizacada vez menos en las novelas que en las telenovelas, no tanto en las

univers idades como en l a publ ic idad. Y los pol í t i cos , que en o t ro t i em-p o d e c í an t e n e r r e s p u e s t a s a c e r ca d e p a r a q u é v a l e l a p e n a e s t a r ju n t o s( co m o n ac i ó n y co m o co m u n i dade s d e co n s u m i do r e s ) , h an d e j ado q u eesas cuestiones sean respondidas por los creativos publicitarios y losinversores .

An t e l a p r e gu n t a ac e r ca d e dó n de v a l e l a p e n a v iv i r, se busca l a res -p u e s t a e n r e l a t o s d e am i go s o e n l a t e l e v i s ió n . A d i f e r e n c i a d e l o s e x i -lios de la década de 1970, en que millones de latinoamericanos huíande l a r e p r e s i ón m i l i ta r , co n l a e s p e r an z a d e v o l ve r , e n l a ú l t i m a décadaargentinos, peruanos, venezolanos y ecuatorianos se despiden de susp a í se s p o r l a p é r d i da d e e m p l e o s , e l d e s c e n s o e n l a c a l i d ad d e v i da o l a sd i f icu l ta d e s d e s o b r e v iv i r , y l a co n v i cc ió n d e q u e e s t a d e cade n c i a e co -

nómica y social seguirá agravándose por la incapacidad de sus nacio-nes de recuperarse. Los jóvenes representan a menudo el porcentajemás al to .

Si un 10 a un 20 % de l a p o b lac i ó n d e n ac i o n e s l a t in o am e r i can as s eha dispersado en España, los Estados Unidos, y hasta Canadá y Aus-t ra l i a , y l as encues tas anuncian que en a lgunos paí ses l a mi tad quis i e rai r s e , hay que p regun tars e qué e s tá quedand o de e sas nac iones . S i l as na-ciones fueron, antes de tomar forma como sistema político, organiza-c i ó n e co n ó m i ca y d e l i m i t ac ió n cu l tu r a l , co m u n i dade s d e s e ad a s e i m a-ginadas, ¿qué resta de ellas cuando se percibe que las decisionespolíticas y económicas ya no se toman en las instituciones del propiopaís y un amplio sector siente que ni vale la pena imaginarlo? ¿Hay

que sorprenderse de que l a conclus ión ext ra ída por los c iudadanos , so-b r e t o do p o r l o s jó v e n e s , an t e l a d e s n ac i o n a l i zac i ó n d e r e cu r s o s e s t r a -t é g i co s ( p e t ró l e o y o t r a s f u e n t e s d e e n e r g í a , ban co s y l í n e a s a é r e a s , t e -l é f o n o s y e d i t o r ia l e s ) , la s u m i s i ó n d e l o s p r e s i d e n t e s y los par lamentosa poderes externos, la pérdida de credibilidad en el sistema judicial yl o s m e d i o s d e i n f o r m ac i ó n , se a e l e s c e p t i c i sm o r ad i ca l h ac i a e l p o r v e -nir de la propia cultura?

t u r a s ju v e n i l e s . D e n u e v o , d e b e m o s d e c i r q u e l o s jó v e n e s n o t i e n e n l aexc lus iv idad , y a l a vez indagar e n qué s en t i do conf i guran un modo e x-t r e m o o d i s t i n to d e u n a e x p e r i e n c i a g e n e r a l .

F r a g m e n t a c i o n e s

L o s jóv e n e s ac t u a l e s s o n l a p r i m e r a g e n e r ac i ó n q u e c r e c i ó co n l a t e l e -vi s ión de co lor y e l vídeo , e l con t ro l re moto y e l zapping, y una mino-ría con computadora personal e Internet. Entre las décadas de 1970 y

1980 l a p regun ta e ra qué s i gn i f i caba s e r l a p r imera g ene rac ión en l a quel a t e l evi s ión e ra un compo nente habi tual de l a vida fami l i ar . Ahora set r a ta d e e n t e n de r có m o n o s cam b i a l a e s p e c t acu l a r iz ac i ón p e r m an e n t ea d i s t an c i a , o d i ch o d e o t r o m o do : e s t a e x t r añ a co m b in ac i ó n d e m e d i a -t i zac ión e i n t e rconec t iv i dad . La med ia t izac ión a l e ja , en f r í a , y a l mi smot ie m p o l a i n t e r co n e c t i v idad p r o p o rc i o n a s e n s ac i o n e s d e c e r can í a y s i -

m u l t an e i dad .Los o t ros dos rasgo s con que se re es t ructura l a cultura y la vida co-

t i d i ana son l a abundancia inabarcable de información y en t re t en imien-to , y, a l mismo t i empo, e l acceso a f ragm entos en un orde n poco s i s t e -mát ico o f rancamente azaroso . Es tas no son caract e r í s t i cas so lo de losjóvenes con baja esco lar i dad, s in suf ic i en t es encuadres conceptual es yvas ta información como para s e l eccionar y ubicar e l a lud de es t ímulosdiarios. Es verosímil la hipótesis de que la fragmentación y disconti-nuidad s e a cen túan en l o s jóvenes d e c l as es me dias y a l t as , p rec i samen-te por lao p u le n c i a i n f o r m a t iv a y d e r e cu r s o s d e i n te r co n e x i ó n .

En estudios sobre la cultura de los estudiantes secundarios y uni-v e r s i t a ri o s ap a r e c e l a d i f i cu lt a d q u e t i e n e n p a r a s i t u a r ép o cas d e l p r o -

pio país, los presidentes, las guerras y revoluciones, en períodos his-tóricos precisos. A la visión desconectada entre acontecimientos seagrega l a f ragmentación con que se re l acionan con los saberes , inclusolos alumnos universitarios. La mayoría de los estudiantes mexicanoscarece de b ib lio t eca en l a ca sa , no compran lo s l ibros de t ex to y l o s e s -tudian en fo tocopias de capí tulos a i s l ados . Una e tnograf ía rec i en t e so-bre alumnos de la Universidad Autónoma Metropolitana de México,dice que « los jóvene s no t i ene n l a práct i ca —y quizá t ampoco sus pro-f e so res s e l a i nculcan— de i den t i f icar o c a t a logar sus cop ias. Muy pocos

17 7

l as t i enen engargo ladas» . . . «en muchos casos no fo tocopian l as por ta-das de l o s l ib ros , n i ano tan l a fuen t e b ib liográf i ca . ¿Cuál e s e l t í tu lo de llibro del que fotocopiaron solo una parte? ¿Quién y cuándo lo escri-bió?» (De Gar ay, 2003: 83).

p ac i b s d e e n t r e t e n i m i e n t o s in o p a r a am o n t o n a r n o s c e r ca d e l a p an t a ll ae in t ens i f i car l a vio l encia de los f i lmes , l a suces ión de ins tan t es en quese a t rope l l a l a narración. La hiperrealidad de lo instantáneo, l a fugac i -dad d e l o s d i s co s qu e h ay q u e e s cu ch a r e s t a s e m an a , la v e l o c i dad d e l ainformación y la comunicación barata que propicia el olvido. ZygmutBauman: hoy «la belleza es una cualidad del acontecimiento, no delo b j e t o » ; «cu l tu r a e s l a h ab il i d ad p a r a cam b i a r d e t e m a y p o s i c i ó n m u y

Page 86: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 86/110

Discontinuidades

L o s e s t u d i o s so b r e n i ñ o s y ado l e s c e n t e s d e l a c a l l e do cu m e n t an e x p e -r i encias aun más ext rem as en e s t a d i rección. Son, por an tonomas ia , los

s in memoria y los fuera de lugar «El t i empo en l a in t emper i e —descr i -be Sara Ma kowski— se vue lve l íquido , r e sba loso , d i f íc i l de r e t ene r . Ladroga hace que se diluya. Las horas y los días pasan, sin dejar rastroap a r e n t e . E l r e g i s t r o d e l t i e m p o e s t á casi siempre l ig ad o a l a irrupciónde los otros: operativos policiales, instituciones que l le ga n a t r ab a ja rcon los chavos de l a cal l e , persona l de l impieza de l as p lazas y parquesque lo s desp i e r t an para r ea l i zar sus t a reas , o t ro s chavos de l mismo gru-po. El tiempo transcurre diferencialmente los días de la semana y losf in e s d e s e m an a : du r an t e l a s e m an a t i e n e n m ás v i s i ta s d e i n s ti t uc i o n e sy m ás ac t i vi dad e s p l an i fi c ada s ; l o s f in e s d e s e m an a s e e n cu e n t r an m áss o l o s pe r o h ay m ay o r can t i d ad d e g e n t e y p as e an t e s q u e t r an s i tan p o rl a s i n m e d i ac i o n e s , lo q u e v u e l v e m ás p r o v e ch o s a l a a c t i v idad d e m e n -

d i c i d a d . El t i e m p o e s t á , a d e m ás , m o du l ado p o r l a s inclemencias cl imá-ticas —lluvia, frío, calentamiento por e l so l— que puede n obl igar a d es -p e r t a r se , a m o v e r s e d e l u ga r o a l a b ú s q u e da d e u n e s p ac i o -r e f u g i o p a r aguarne ce rs e» (Makow ski : 85).

¿ E s e s t e u n m o do p e cu l i a r d e e x p e r i m e n t a r l a d e s p o s e s i ón y e l e s -tar ajenos al devenir histórico, consecuencia de su radical «desafilia-c i ó n » , o r e p r e s e n t a e n f o r m a e x as p e r ada u n r a s go d e g r an d e s s e c t o r e sjuveniles? En los estudios sobre consumo y recepción encontramosque la mayoría de los jóvenes prefiere las películas de acción y seaburre con aquel l as que t rabajan en l argos p lanos l a subje t ividad o losprocesos íntimos. Es posible interpretar que, ante las di f i cul t ades desaber qué hacer con el pasado ni con el futuro, las culturas jóvenes

consagran e l presen t e , s e consagran a l ins tan t e . «Charcos» s imul táneosen Internet, videochps y música a todo volumen en las discotecas, ene l co ch e , e n l a s o l e dad d e l w a l k m an . I n s ta l ac i o n e s q u e du r an e l t i e m -po en que e s t a rá ab i e r t a l a expos i c ión , pe r fo rmance s so lo v i s ib l e s e l d í aen que se inaugura. Sonido Dolby en los c ines , anunciado a l comienzode l a p royecc ión , como s i l a e s t r ide nc i a d i g i t a l i zada eno rg ul lec i e ra t an -to como l a pe l í cu la que nos van a mos t ra r en l as mul t is a l as . Las nuevassalas son pequeñas, no solo para optimizar la mercantilización de es-

17 4

rápidamente» . George St e iner : « la nues t ra es una cul tura de cas ino y deazar, donde todo es apuesta y riesgo; donde todo está calculado paragenerar un máximo impacto y una obsolescencia instantánea» (Costa,2002).

Descreimiento hacia lo que sucedió y /o que puede venir. ¿Solo sep u e de co n f i a r e n l o q u e e s t á s u ce d i e n do ? T o do p as a t an r áp ido q u e p a -ra miles de jóvenes de clase media y media baja el modelo de triunfosocial es ser un ex big brother. Si quieres vivir el hiperpresente, no tequedará tiempo para la memoria ni para la utopía: la extrañeza ante lat e m p o r a l id ad e x t r av i ada s e co n ju ra e n l a s i m u l ac ió n high tech d e r e m e -moraciones jurásicas y futuras guerras intergalácticas, tan parecidas.U n a i n v e s t i g ac i ó n d e l a U n i ó n E u ro p e a s o b r e e l i m p ac to f í s ico y m e n -t a l d e l a m ú s i ca e s cu ch ada a m ás d e 75 decibeles, como ocurre en dis-

cotecas y muchos recitales, dice que daña /a audición, crea los sordosde l futuro ( Jus to , 1997) .

N o v o y a s e r y o q u i e n n i e gu e e l p l ac e r d e l a v e l o c idad e n l o s v i d e o -c l i ps , o e n l a i n t e n s idad a l e a t o r i a d e l z ap p in g . T am p o co p o de m o s d e s -conocer cuánto del rock, del hip hop, y por supuesto las melodías defusión, como el Afro Reggae (Yúdice, 2002) y aun cierta música popsiguen brindando narrativas que reconstruyen cierta temporalidad.Abren —si no más utopías— perspect ivas para imaginar . Se me ocurreq u e s i v am o s a s a l i r d e l a p e n u r i a a c t u a l n o e s r e p i t ie n d o q u e h u b o p a -sada para que no olvidemos la importancia d e l a memoria, ni constru-

yendo p r o f e c í a s apocalípticas. En cieno modo, todo está en el instan-t e , y se t r a t a d e c ap t a r s u d e n s i dad .

Para ahondar la pregunta sobre nuestra forma de gestionar el tiem-po conviene revi sar cr í t i camente l a manera como ar t i cularnos cul tura ye co n o m í a , p a s ado , p r e s e n t e y f u t ur o e n l a s a c t u a le s co n d i c io n e s d e l c a -p i ta l i sm o . U n a d e l a s p r i m e r a s e v i d e n c i a s q u e s e m e p r e s e n t a e s q u e e l«presen t í smo» no es una caract e r í s t i ca exclus iva de l as cul turas juveni -l e s . V e m o s q u e o t r o s c am p o s , p o r e j e m p lo l o s m o do s ac t u a le s d e h ace rp o l ít i c a , t am p o co e s t án h ac i én do s e ca r g o d e l a compleja temporalidadhis tór ica que t rans i t amos .

L a e x p an s i ó n d e l o s m e r cado s o cu r r e t am b i én e n e l t i e m p o , p o r q u ese logra mediante esa aparente negación de la temporalidad que es la

17 5

o b s o l e s c e n c i a p lan i fi c ada d e l o s p r o du c t o s a f in d e p o de r v e n d e r o t r o snuevos . En verd ad, l as po l í t icas ind us t r i a les que vue lven inservibl es losar t efactos e l éct r i cos cada c inco años , o desactual izan l as computadorascada t r e s y l a s p o l ít i c a s p ub l ic i t a r ia s q u e p o n e n f u e r a d e m o da l a r o p ac a d a s e i s m e s e s y l a s c a n c i o ne s c a d a s e i s s e m a n a s s o n m o d o s d e g e s t io -nar e l t i empo. Lo hacen s imulando que n i e l pasado n i e l futuro impor-

h ay u n m o do d e n a r r a r l a t e m p o r a li d ad d i s ti n t o d e l o s q u e ap u e s t an e nel cas i n o d e l a s i n v e r s io n e s o d i s c i p li n an l a s u ce s i ó n d e n u e s t r o s a c t o spara que paguemos l as cuotas?

Por ú l timo, quis i e ra de c i r a l go ace rca d e cómo valo rar , en e s t a pe rs -p e c t i v a , a l gu n as acc i o n e s ap a r e n t e m e n t e d e s p o l it i zada s , o d e b a j a e f i -

Page 87: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 87/110

tan. Logran convertir la aceleración y la discontinuidad de los gustose n e s t il o d e v i da p e r m an e n t e d e l o s co n s u m ido r e s . C o n s i gu e n a s í , m e -d i an t e l a r e n o v ac i ó n d e l o s p r o du c t o s y la e x p an s i ó n d e l a s v e n t a s , g a -

r an t i za r l a r e p r o du cc i ó n d u r ab le d e l o s c ap i t a l e s .N o v am o s a r e i n c i d i r e n l a r ú st i c a id e a d e u n a d e t e r m i n ac i ó n d e l oeconómico sobre lo simbólico. Ni su consecuente hipótesis conspira-to r i a que sue l e formularse en t érminos más o menos as í : «e l presen t i s -mo absolutizado en la posmodernidad sería un recurso manipuladorde los dueños del capital para optimizar sus ganancias». Pero pareceútil preguntar qué tipo de correspondencias existe entre la exaltaciónde l i n s t an t e e n l a v i da co t i d i an a , e n e l c o n s u m o , y l a d i n ám ica e s cu r r i-diza de los mercados de bienes y mensajes. ¿No tiene algo que ver lacu l t ur a d e l o i n s t an tán e o s i n h i s t o r i a co n l a i n e s t ab i l id ad d e l o s m o v i -m i e n t o s d e i n v e r s i o n e s y gan an c i a s , r e n o v ab l e s e n l a s co t i z ac io n e s d ecada d í a e i m p r e v is i bl e s p a r a m añ an a , q u e o cu l t an l a s p o lí t ic a s d e g e s -

tión de los capitales y de sus concretos dispositivos o estructuras (fá-bricas, bancos, control de medios de transporte y de circuitos parat ransmi t i r mensajes )? En l a macroeconomía s í importan e l pasado y e lfuturo .

La valoración socioeconómica de la larga duración se manifiestat am b ién e n l a s e x i g e n c i a s a l o s co n s u m i do r e s . A q u i e n p i d e u n c r éd i t oo u n a t a r j e t a b an ca r i a s e l e i n v e s t ig a l a h i st o r i a d e s u s co m p o r t am i e n -t o s p a r a s ab e r s i e s f iab l e . Lu e go d e co n ce d e r l e c r éd i to , s e s i gu e i n f lu -y e n d o e n s u co n du c t a f u t ur a p o r q u e t o do p ag o a p l az o s e s u n d i s c i p li -namien to mora l : qui en compra un au to en 40 mensual i dad es o una casap a r a p aga r e n 2 0 añ o s t o m a co m p r o m i s o s s o b r e s u du r ac i ó n e n e l t r a -bajo , la cont inuidad de l mat r imonio , la respon sabi l idad hacia sus h i jos ,

o s ea cómo va a admini s t rar su t i empo por l argos per íodos . La f i exibi -lización laboral y la inestabilidad afectiva se llevan mal con la r e p r o -du cc i ó n d e l a v ida s o c i a l.

La de cade nc i a de Amér i ca l a t ina no aparec ió po r azar , n i con l a apa-r e n t e a r b i t ra r i e dad d e u n a m o da . T am b i én e n r e l a c i ó n co n l o s co m p ro -m i s o s a l a r go p l azo q u e n o s p i d e n l o s a cu e r do s d e l i b r e co m e r c i o , y laco n s i gu i e n t e r e e s t r u c t u rac i ó n d e n u e s t r a s e co n o m í as , co n v ie n e p e n s a rcó m o s e s i t ú a e l p r e s e n t e e n m e d i o d e l a s u to p í a s fa l l id a s y l a s m e m o -rias descuidadas. Para gozar el presente ¿no sería bueno preguntar si

cacia política inmediata, frecuentes en las culturas juveniles. Estoypensando, por ejemplo, en los graffiti y en ciertas performances deprot es ta .

Acciones como las de grupos globalifóbicos, ecológicos o por los

de r e ch o s h u m an o s s o n , e n s u a s p e c t o p e r f o r m a t i v o , s o l o i n t e r r u p c io -nes del orden neoliberal. Cortan carreteras, perturban una reunión del a Or gan i z ac ió n M u n d i a l d e C o m e r c i o o h ace n l o q u e e n l a Ar g e n t i n ase l l ama «escraches» (denuncias públ icas f ren t e a l a casa de un ex to r-turador o un político corrupto impunes). Seguramente es aplicable am u ch as s o c ie d ad e s l o q ue l a E n cu e s t a N ac i o n a l d e J u ve n t u d e n co n t r óen Mé xico : en pa l abras de Rossana Reg ui ll o , lo s jóvene s e s tán d i spues -tos a par t i c ipar en causas más que en organizaciones. Si bien hay variasm an e r a s d e s e r jóv e n e s y d e i n t e r e s a r s e p o r l o s o c i a l , a dh i r ie n do a m o -vimien tos indígenas , eco lógicos o mus ical es , un rasgo común es s in to-n izar con acon t ec imien tos o movi l i zac iones que expresan causas y de s -co n f i a r d e l a s i n s t it u c io n e s q u e p r e t e n d e n r e p r e s e n t a r l a s o q ui e r e n d a r

formas a los flujos públicos.E l g r u p o d e r o ck C af é T acu b a r e co g i ó e s t a f l e x ib i li d ad d e a dh e s i o -nes e n l a canc ión que en l aza l o s mod os mul t icu l tura l e s de s e r joven , s inp r e o cu p a r s e p o r co h e r e n c i a s i d e o l ó g i ca s : « S o y an a r q u is t a , s o y n e o n a -z i , soy un e squinjed y soy ec o logi s t a . Soy peroni s ta , soy t e r ror i s t a , ca-pital is ta y también soy pacif is ta./ Soy act ivis ta, s indical is ta, 50Y agresi-vo y muy alternativo. Soy deportista, politeísta y también soy buencr i s t iano . / Y en l as t ocadas l a n e t a e s e l e s l am pero en mi casa s í le me -to a l t ropical . .. Me gus ta t i rar p i edras , me g us ta recog er l as , me gus ta i ra p in t a r barda s y d espués i r a l avar l as» (Reg ui ll o , 2002: 11).

N o cu e s t a m u ch o m u l t ip l ic a r e j e m p l o s d e e s t a d u c t il i d ad e n g r a f fi -t i , pu b li cac i o n e s s u b t e r r án e a s y ca r t e l e s d e m an i f e s t ac i o n e s ju v e n i le s

de pro t es ta . Es pos ibl e hal l ar c i e r t a compl ic idad acr í t i ca de es t a indi f e -r e n c i ac i ó n i d e o l ó g i ca co n l a o p r e s i ó n e co n ó m i ca , co m o l o h i zo Al o n -so Salazar en Colombia. Se ha señalado e l machismo y l a reproducciónde e s t e r e o t i po s r e l i g i o s o s co n s e r v ado r e s e n l a r i tu a l id ad y l a i co n o g r a -f í a de jóvenes ch icanos , punks y rockeros , e l fundamen ta l i smo con quede f in e n s u « n o s o t r o s », s u v i si ó n e s t e r e o t i p ada y m an i q u e a d e l a i n t e r -cu l tu r a l id ad g e n e r ac i o n a l y d e c l a s e . P e r o e s o s co r t e s t a j an te s co n q u es e d e f i n e n a s í m i s m o s y e s t i gm a t i zan l a a l t e r i d ad , s o b r e t o do l o s q u es e s i e n t e n m ás e x c l u ido s , p u e de n s e r i n t e r p r e t ado s co n o t r a s c l av e s d e

17 6

l ec tura de l as f ron t e ras y l as ac tuac iones soc i a l e s . La po l ít i ca aparece envar i as e tnograf í as en f ren t ad a a l o que en muchas t eo r í as l a de f in e : e j e r -c i c i o d e u n s i s te m a d e n o r m as o p r o p u e s t a p a r a m o d i fi c a r la s . M u ch o sm o v i m ie n t o s ju v e n i le s l a co n c i b e n , e n c am b i o , co m o « r e d v a r iab l e d ecreencias , un br ico laje de formas y es t i los de vida» , una def in ic ión in-t e rcul tural de l a soci edad. Rossana Regui l lo , de quien tomo es tas pala-b r a s , r e a s u m e l a d e f i n ic i ó n d e cu l t u r a d e F r e d r i c J am e s o n q u e c i t am o s

co de acciones que no persiguen la satisfacción literal de demandas nir éd i t o s m e r can t i le s s i n o q u e r e i v i n d i can e l s e n t i do d e c i e r t o s m o d o s d ev i da . Es c i e r t o q u e e s t o s a c t o s — au n cu an do a v e c e s l o g r an s e r e f i c ac e sporque se apropian de los silencios y contradicciones del orden hege-m ó n i co — n o e l im i n an l a cu e s t i ón d e có m o a s c e n d e r h a s t a l a r e co n f i gu -r ac i ó n g e n e r a l d e l a p o l í t ic a . P e r o n o p o de m o s e s p e r a r q u e l o s jó ve n e s ,y como vemos tampoco que muchos adultos, se interesen por gestio-

Page 88: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 88/110

en el primer capítulo: «vehículo o medio por el que la relación entrel o s g rupos e s l l evad a a ca bo» (Regui l l o , 2002: 43).

Interrupciones de la homogeneidad, exploraciones asistémicas e

i n e s t ab le s , e s t a s co n d u c t a s e f í m e r a s q u e n o s e p r o h í b e n l a s co n t r ad i c -c iones , p re t ende n —más que cons t ru i r mapas— renovar l as mi radas . Suf in a l i d ad e x p r e s i v a e s m ás i m p o r tan t e q u e l a d e co n f igu r ac i ó n . N o s ediferencian de las opciones preferidas por otros movimientos políti-cos, multietarios, surgidos del desánimo con la políticl Varios estu-dios cul tural es y an t ropológicos han de s tacado en los ú l t imos años quemuchos actos interruptores con aspecto político no aspiran a obtenerel poder o controlar el Estado. ¿Para qué desplegaron los estudiantesch inos un «co ra je desme surado» a l de saf i a r a lo s t anques en l a p l aza deTiananmen, pregunta Craig Calhoun, si era previsible que estos en-f r e n t am i e n t o s f r aca s a r í an ? E l pe n s am i e n t o i n s t ru m e n t a l s o b r e e l i n t e -r é s , a t e n t o s o l o a l a r a c i o n a l i d ad d e l éx i t o e co n ó m i co y m ac r o p o l ít ico ,

no alcanza a entender comportamientos que buscan, más bien, legiti-m ar o e x p r e s a r i d e n t i d ad e s . S o n , d i c e C a l h o u n , «l u chas p o r l a s i gn i fi -cación» (Calhoun, 1999) .

De modo-análogo, la fórmula «aparición con vidao empleada porl a s m ad r e s e h i jo s d e d e s ap a r e c i do s e n l a Ar ge n t i n a n o i m p li ca q u e e s -peren encont rar los vivos . La cons igna «que se vayan todos» , que pare-ce una f ras e de jóvenes despo l i t izados y s i gn i f i ca t ivas - ri en t e fue ad op ta-da por gente de todas las edades en la Argentina, durante la crisis de2001-2002, podía in t e rpre tarse l i t e ra lmente . «Su potencia enunciat ivaradica justamente en lo que su inviabilidad pone de manifiesto. Con-f ron tan con l a po l í t i ca pensada como ar t e de lo pos ibl e y ponen en evi -d e n c i a t an to e l a g o t am ie n t o d e e s a s f o r m as d e l a p o l í ti c a co m o l a r a d i -

calidad de aquello que habrá que inventar colectivamente. Ponen acada quien que l as can ta y a cada quien que l as escucha f ren t e a un va-cío de sentido y de acción que no solo denuncia, también interpela ai n v e n ta r n u e v o s s e n t i do s , a i n au gu r a r f o r m as d e a cc i ó n » ( F e r n án de z e tal., 2002).

Al valorar l a d imens ión afect iva en es t as práct i cas cul tural es y so-c i a l e s , que a me nudo mue s t ra baja e f i cac i a , pe ro dond e impor t a l a so l i-da r i dad y l a co h e s i ó n g r u p a l , se h ace v i si b le e l p e cu l ia r s e n t i do politi-

nar responsablemente el tiempo social si las únicas políticas que seofrecen siguen achicando el futuro y vuelven redundante el pasado.V o l v e m o s a l co m i e n z o : e l m a l e s t a r d e l o s jó ve n e s e s e l l u ga r do n de t o -

dos nos estamos preguntando qué tiempo nos queda.

17 817 9

Page 89: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 89/110

9

S o c ie d a d e s d e l c o n o c i m ie n t o :la construcción intercultural del saber

A l a s m ú l ti p le s cu m b r e s d e go b e r n an t e s y e x p e r t o s , a cab a d e a g r e g a r s el a p r im e r a d e d i c a d a a l a s o c i e d a d d e l c o n o c i m i e n t o . L o s d a t o s r e u n id o s

en Ginebra, de l 10 a l 12 de d ic i embre de 2003, jus t i f i can l a enorme in-vers ión que impl i có un pe r íodo de dos años y medio de i nves t i gac ionesy negoc i ac iones has t a r eun i r en e s t a Cumbre a 16.000 r e p r e s e n t an t e s d ego b i e r n o s , s o c i e dad c i v il y s e c t o r p r i v ado . « D u r an te l a ú l t i m a décad as e ha t r ip l icad o e l acce so a l a r ed de t e l e fon ía , f ija y móvil . Hay qued es -t acar que en menos de 20 años e l c rec imien to de l as r edes de comunica-ción móvil ha llegado a más de 1250 millones de personas en todo elmundo», explicó el secretario general de la Cumbre, Yoshio Utsumi.T am b ién d i jo q u e l a s d i fe r e n c i a s e n e s t e c am p o co n f igu r an d e s i gu a l da -des a l a rman t es : e l 97% de l o s af ri canos no t i ene acceso a l as nuevas t ec-nologías de información y comunicación, mientras Europa y EstadosUnidos concentran un 67% de l o s u s ua r i o s d e I n t e r n e t .

C o m o v e n i m o s v i e n do e n e s t e l i b r o , l o s r a s go s co g n i t iv o s y s o c i o -cu l t ur a l e s e s t án d i s t r i b ui do s y s o n a p r o p iado s d e m an e r a s m u y d i v e r -sas. Generan diferencias, desigualdades y desconexiones. Por eso, esr i e s go s a l a g e n e r a l i zac i ó n d e l co n ce p t o d e sociedad del conocimiento al a t o ta l i d ad d e l p l an e t a , i n c l uy e n d o a c e n t e n a r e s d e e t n i a s y n ac i o n e s .C o m o o t r a s d e s i g n a c i o n e s d e p r o c e s o s c o n t e m p o r án e o s — « s o c i e d a d d econsumo», «g lobal izac ión»— requi e re e spec i f i car con cu idad o su ámbi -t o d e ap l ic ab i li d ad p a r a n o h o m o ge n e i za r a m o v i m i e n t o s h e t e r o gén e o so g r u p o s s o c i a le s e x c l u i do s d e l a s m o da l i d ad e s h e g e m ó n i ca s d e l co n o -

c i m i e n t o . D ado q u e l o s s ab e r e s c i e n t í f ico s y l a s i n n o v ac i o n e s t e c n o l ó -g i ca s e s t án d e s i gu a l m e n t e r e p a r t i do s e n t r e p a í s e s r i co s y p o b re s , e n t r ecap as e d u ca t iv a s y e d ad e s , l a p r o bl e m át ica d e l a d i v e r s idad cu l tu r a l , ylos es tudios sobre e l l a , deben formar par t e de l a cons ideración t eór ica,l a inves t i gación empí r ica y e l d i s eño de po l í t i cas en es t e campo.

También es necesario delimitar el alcance de la posición opuestaque afirma, desde la antropología, que todas las sociedades, en t o d a s

dente bajo los modelos de las ciencias modernas. En África, Asia yAm ér i ca l a t i n a a r t icu l an l o s s ab e r e s t r a d i c i o n a l e s co n e l co n o c i m i e n t oc i e n t í fi co . L a s i tu ac i ó n g l o b a l e s m u ch o m ás co m p l e j a q u e l a i m ag i n a -da p o r l a s t e l e o l o g í a s « p r o g r e s i s ta s • d e l a h i st o r ia . L a c r e c i e n t e m o de r -n i z ac ió n d e p a í s e s o r i e n t a l e s h a ac e r cad o s u s i n s t it u c i o n e s y co m b i n a -ción de saberes al esquema occidental sin prescindir de su herenciahistórica. En tanto, en países latinoamericanos con ampl ia población

Page 90: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 90/110

l a s ép o cas , h an s i do s o c i e dad e s d e co n o c i m i e n t o , o sea que todo gru-

po humano ha dispuesto de un conjunto de saberes apropiado a su

contexto y sus desafíos históricos. Este tipo de asev eraciones, que has -

t a m e d i a d o s d e l siglo xx sirvieronp a r a cu e s t i o n a r l a s p re t e n s i o n e s d e

superioridad europea u occiden ta l , condujeron a l re l a t ivi smo cul tural ,qu e quiso r e so lve r l as des i gua l dade s r educ i éndo las a d i fe renc i as —si em-pre l eg í t imas— ent re cul turas . Mien t ras l as naciones , y muchas e tn ias ,lograban gestionar con autonomía dentro de sus territorios la mayorpar t e de sus procesos económicos , socia l es y cul tural es , podían cons i -derarse más autosuficientes con sus saberes propios. Al globahzarsel o s i n t e r cam b io s e co n ó m i co s , la s m i g r ac i o n e s , l o s m e d i o s d e i n f o rm a-c i ó n y e n t r e t e n i m i e n t o , la s co n d i c io n e s e co l ó g i ca s y m u ch as e n f e r m e -dad e s , s e r e q u i e r e u n a co n ce p c i ón q u e r e co n o z ca l a s d i fe r e n c i a s ju n t oc o n l a s d e s i g u a ld a d e s , l a s in t e r c o n e x i o n e s e n t r e s o c i e d a d e s c o n f o r m a sdi s t in tas de conocimien to (Smelser y Alexander , 1999) .

¿Cómo se realiza ahora la construcción multicultural de los sabe-res? ¿Es posible fundamentar el sentido social con consensos inter-culturales ? Para decirlo con una expresión que está ganando lugaren t re espeCial i s t as , el formidable incremento de conocimientos pue-

de e f e c t i v am e n t e co m u n i ca r (que no es lo mismo que informar) si seusa para construir formas nuevas de «cohabitación cultural• (Wol-ton, 2003: 12).

L os de b a t e s s o b r e l a s o c i e dad d e l a i n fo r m ac i ó n o de l co n o c i m i e n -to se v en e n l a n e c e s i dad d e r e co n o ce r l a s m u ch as f o r m as d e « d i v e r s i-dad cu l t ur a l « . Al gu n as , co m o l a s q u e s e d e b e n a l e n g u as , r e l ig i o n e s ym o do s d e o r gan i z ac i ón s o c i a l , so n an t i gu as . Ot r a s e s t án a s o c i ada s a l amodern idad: d i f e rencias en t re c l ases socia l es l i gadas a l a indus t r i a l iza-

ción, entre países desarrollados y subdesarrollados, entre modos dis-p a r e s d e a c c e s o a l a i n fo r m ac i ó n y e l e n t r e t e n i m i e n t o s e gü n e d ade s yn ive l e sco l a r .

L o s E s tado s n a c i o n a l e s m o de r n o s f u e r o n o r d e n an d o y j e r a r q u iz an -do l as d i f e rencias h i s tór icas y l as más rec i en t es : es t abl eci e ron , en mu-chos casos, una lengua hegemónica para cada nación, valorizaron lae du cac i ó n l a i ca u n i fo r m e p o r e n c i m a d e l a s d i f e r e n c i a s r e l ig i o s a s o r e -gionales. Los campos del conocimiento fueron organizados en Occi-

i n d í g e n a l a m e d i c i n a t ra d i c i o n a l , la s prácticas a r t e s an a l e s y l a s formasnativas de organización del conocimiento coexisten con las ciencias.Pese al reconocimiento desigual que reciben los saberes científicos yl o s t r a d i c io n a l e s , y a l a s t e n d e n c i a s e v o l u c io n i s ta s q u e t i e n d e n a d e s ca -lificar a las culturas indígenas, los saberes autóctonos siguen siendoutilizados por vastos sectores como recursos para la salud, para el tra-b a jo cam p e s i n o y l a e du cac i ó n co t i d i an a .

L a ac e p t ac i ó n d e l m u l ti l in gü i s m o e n l a s e s cu e l a s d e a l gu n o s p a í s e sy l a ap a r i c ió n d e u n i v e r s idad e s i n d í g e n as i n d i ca c i e r t o e q u i l ib r i o e n t r elo tradicional y lo moderno. A veces, promovido por instituciones es-t a t a le s ; e n o t r o s c a s o s , s e d e b e a l a s c e n s o d e m o v i m i e n t o s s o c i a le s q u ereivindican saberes no hegemónicos y buscan articularlos con las ins-t i tu c i o n e s académ i cas . Lo co m p r u e b an E cu ado r , M éx i co y P e n ó co n e lc r e c i m i e n t o d e l a m a t r í cu l a d e i n d í g e n as e n u n i v e r s i dad e s o r gan i z adasde acuerdo con el saber occidental moderno: por ejemplo, en la Uni-

versidad de Chiapas, en México, el 47% de los estudiantes que ingre-s a r o n e n 2 0 0 3 d e c l a r ab an se r h ab lan t e s d e u n a l e n g u a i n d í g e n a .A estos cambios debe sumarse la vasta difusión de saberes t radic io-

n a l e s y no occidentales (gastronomías, medicinas no alopát icas , t écn i -cas de cultivo y procesamiento de energía) en Europa y Estados Uni-dos, así como en zonas de Asia y América latina desarrolladas cono r i e n t ac i ó n m o de r n a . D e s d e u n a co n ce p c i ó n e v o l uc i o n i s ta p o d r í a v e r -se como paradójico que instrumentos como la televisión e Internetcontribuyan a la expansión de medicinas tradicionales. O que gruposi n d í g e n as u t il i c e n p r o g r am as d e co m p u t ac i ó n pa r a r e g i s t r a r y da r co n -tinuidad a sus mitos y cosmovisiones. En realidad, ambos procesosmues t ran l a compleja in t e racción, a veces cooperat iva, a veces conf l i c-

t i va , q u e e n c o n t r am o s h o y e n t r e f o r m as an t i gu as y m o d e r n as , t r a d i c i o -n a l e s y c i e n t í fi c a s , d e co n o c i m i e n t o .L o s E s t ado s n ac i o n a l e s s i gu e n t e n i e n d o l a a d m i n i st r ac i ón p r e f e r e n -

t e d e c i e r t a s d i f e r e n c i a s . L e g i t i m an ju r íd i ca y p o l ít i c am e n t e l a s p r ác t i -ca s co m p a t i b le s co n l a r e p r o du cc i ó n d e l o r d e n s o c i a l , y ap o yan f i n an -cieramente las formas de conocimiento apropiadas para ese tipo dede s a r r o l lo y g o b e m ab i l id ad : e s cu e l a s , h o s pi t a le s , c e n t r o s d e i n v e s t ig a -ción. Pueden tolerar diferencias religiosas o prácticas lingüísticas «n o

1 PI 18 3

l e g í t i m as » s i n o cu e s t i o n an l a e s t ab il i d ad d e l s i s te m a n ac i o n a l . V a r io sp a í s e s l le ga n a r e co n o ce r l a s d i fe r e n c i a s d e m i n o r ía s y s u s f o r m as p ro -pias de transmitir el conocimiento (o sea sus centros educativos, ra-dios, etc.), porque admitir la pluralidad es útil para la continuidad deEstados nacional es con base mul t i cul tural .

Al mismo tiempo, el fácil acceso a los conocimientos científicos

d a d y s e g r e g a c i o n e s , n o s o lo e n t r e l a s p e r s o n a s ; ta m b i é n d e e s a l e n g u apredominante y sus esquemas cognitivos respecto de otros modos dee laboración s imból ica y comunicación.

En varias épocas hubo lenguas prevalecientes para la difusión delsabe r : el sumer io , e l g r i eg o , e l á rabe , e l l a t í n . En lo s s i g lo s x ix y XX, e lespañol, el francés, el alemán, el italiano y el ruso compartieron con

Page 91: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 91/110

gracias a los medios de comunicación masiva y las tecnologías infor-m át ica s d e e s ca l a t r an s n ac io n a l s aca d e l a co m p e t e n c i a d e l o s E s t ado sl a g e s t i ó n d e m u ch o s s ab e r e s , f o r m as d e r e p r e s e n t ac i ó n e i m ag i n a r i o ss o c i a le s . H a p as ado a m an o s d e e m p r e s a s t r an s n ac io n a l e s l a p r o p ie d adde gran parte de las radiofrecuencias y de los patrimonios culturalesmediát i cos . As í , e l pape l de es t as empresas des t e r r i to r i a l izadas resul t ad e c i s iv o e n l a g e s t ió n d e l a d i v e r s i dad cu l t u ra l . C o m o s e d i c e a m e n u -do , s u t e n d e n c i a a e x p an d i r l a s c li e n t e l a s l a s ll e v a a h o m o ge n e i z a r l o sm e r c a d o s , a u n q ue l a n e c e s i d a d d e a t e n d e r l a v a r i e d a d d e g u s to s l a s ha -ce incluir muchos géneros y estilos, comunicar regiones que antes seignoraban. La fusión reciente entre empresas de las tres áreas indus-t r ia le s involuc radas e n la s TIC —las t e le com unicac ione s , la e le c t rónica yla informática— está agigantando el poder de estos actores privadostransnacionales y estrechando el ámbito de acción de los Estados ymovimien tos soc i a l e s .

V am o s a e x am i n a r do s c am p o s e s t r a tég i co s e n l o s q u e ac t u a lm e n t ese juegan los compromisos recíprocos entre diversidad cultural y so-c i edades de l conocimien to : a ) e l pape l hegemónico de l i ng l és en l a p ro -ducción, circulación y apropiación de los saberes; 6) la interaccióne n t r e t e cn o l o g í a s co m u n i cac io n a l e s , f o rm as d e co n o c i m i e n t o y e s t r u c -turas de poder económico y cultural.

El mono l ingüismo e n l as c i enc ias y l as t ecn9 log ías

E l lu ga r do m i n an t e d e l a s c i e n c i a s m o de r n as , d e o r i g e n o cc i d e n t a l , e ne l d e s a r r o l l o d e l a s so c i e dad e s d e co n o c i m i e n t o va a s o c i ado , c ada v e zmás, a la globalización del inglés y a una anglonorteamericanizacióneconómica, sociocultural y político-militar del planeta. El manejo delinglés da acceso a mayor información no solo en publicaciones espe-c i a l i zadas (e n pape l y en l í n ea) , s ino t ambién en r ed es come rc i a l e s , vi a-jes, participación en congresos, servicios digitalizados exclusivos yo t r a s i n st an c i a s d e co n o c i m i e n t o y p o de r . E l pr e do m i n i o d e e s a l e n g u aagrava la distancia de los científicos, técnicos, profesionales y movi-mientos sociales anglófonos respecto de los que no lo son. Aun entreq u ie n e s co n o ce n e l i n g l é s , l o s g r ado s d e co m p e t e n c i a g e n e r an d i v e r s i -

el inglés el espectro dominante, con lo cual dieron énfasis y estilosdistintos al desarrollo de/ conocimiento. Aunque centenares de len-gu as q u e da b an f u e r a d e l o s p r o ce s o s h e g e m ó n i co s, e s e p l ur i li n gü is m o

as i m é t ri co d e n t r o d e Occ i d e n t e f av o r e c i ó c ie r t o r e co n o c i m i e n t o d e l ad i v e r s i dad .¿ S e d e b e r á l a i m p o si c i ón o e l p r e do m i n i o d e c i e r t a s l e n gu as a l p o -

der ío económico y mi l i t ar de los imper ios? La debi l i dad de l español ye l por tugués en e l desenvolvimien to c i en t í f i co mues t ra que l a par t i c i -p ac i ó n y la f u e r z a d e l a s l e n gu as e n l o s « m e r cado s » d e l co n o c i m i e n t ode p e n de t am b ién d e i n t e r ac t u a r co m p e t i ti v am e n t e a t r av és d e i n s ti t u-c iones (un ive rs i dades , ed i t o r i a l e s , r ecursos t ecno lóg i cos ) , as í como de lacompañamiento de un desarrollo económico especializado en pro-ductos i ndus t r i a l e s y en s e rv i c ios ca l if i cados .

Ade más, como señala Raine r Enr ique Hamel , hay una d i s t r ibuciónde la hegemonía según campos del saben en la primera mitad del si-

g lo xx e l f rancés s e des t acaba en de recho y c i enc i as po l í t i cas , e l i ng l ése n l a e co n o m í a y l a g e o l o g í a , e n t an t o e l a l e m án s o b re s a l í a e n m e d i c i-na, química y o t ras c i enc i as na tura l e s (Hamel , 2003). Agre go que e l ru-so y e l cas t e l l ano tuvieron fuerza en humanidades y c i encias humanashasta la década de 1970, y su reconocimiento decreció por distintascau s as : e n e l p r i m e r ca s o p o r e l d e r r u m b e d e l a U n i ó n S o vi é t ic a , y e nl a p r o du cc i ó n e n e s p añ o l d e b i do a l a s c r i s is e co n ó m i cas d e l o s p a í s e sl a ti n o a m e r i c a no s d e s d e l a d é c a d a d e 1 9 8 0 . En a m b a s l e n g u a s , c o m o e nl as an t e s c i t adas , s e obse rva t ambién que cad a vez más c i en t í f i cos e scr i -ben y publ i can d i r ec t amen t e en i ng l és , sobre t odo en l as c i enc i as durasy e n e co n o m í a . E s fr e cu e n t e q u e co n g r e s o s i n t e r n ac i o n a le s e n E u r o p ay América latina se desarrollen predominantemente en inglés, y sean

l e í d a s e n e s a l e n gu a l a s p o n e n c i a s d e i n v e s t i g ado r e s f r an ce s e s , a l e m a-nes , rusos o h i spanohablan t es .L a s r e f e r e n c i a s p r e fe r i d a s p a r a m e d i r l a p r e s e n c i a d e l a s l e n g u a s e n

l a l i t e ra tura c i en t í fi ca son l as publi cac iones . Seg t ín t a l e s r eg i s t ro s apro -x i m adam e n t e e l 7 0 % de l o s p r o du c t o s c i e n t íf ico s c i r cu la e n i n g l é s , e nt an t o e l 1 6 , 89 % ap a r e c e e n f r an cés , e l 3 , 14 % e n a l e m án y e l 1 , 3 7 % e ncas t e l lan o . E s e v id e n t e e l d e s acu e r do d e e s o s p o r c e n t a je s co n e l v o lu -men d e poblac ión hablan t e de e sas l eng uas , e inc luso con su número d eun ive rs i t a r io s . Las bases de da tos , como e l Citation índex , t i enden a so -

18 4

brerrepresen tar los l ibros y revi s t as publ icados en ingl es y no recono-cen lo s t rabajos hechos en l en guas p róx imas a l o s obje to s de e s tud io , n il a d ive rs i dad de exper i enc i as soc iocul tura l e s de «ampl ios e spac ios l i n -güís t icos relat ivamente autónomos» (Hamel, 2003: 14).

U n de s e q u il ib r io s e m e jan te s e e n cu e n t r a e n l o s m o do s e l e c t r ó n i co sde consul tar y t ransmi t i r información. Es tadí s t i cas de l año 2000 mos-t raban que los in t e rnautas que t en ían por l engua materna e l inglés l l e -

tadounidenses retornan a su país con información o datos de los cua-l e s n o d e j an co p i a e n l o s p a í s e s do n de l o s h an o b t e n i do » . E n t an to , l o sinves t i gadores l a t inoamericanos raras veces publ ican sus t rabajos en e lnorte, «debido a los costos que involucraría su traducción, o por faltade conocimiento de, o acceso a, las publicaciones especializadas»(Die tz y Mato , 1997: 31) .

L as d i f e r e n c i a s s o c i o cu l tu r a l e s e n t r e p a í s e s y r e g i o n e s , co n v e r t i d a s

Page 92: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 92/110

gaban a l 51,370 . Los de l eng ua japonesa a l 7 ,2 , l o s a l emanes a l 6 ,7 , l o shispanohablantes al 6,5, en francés un 4,4, los chinos al 5,2 y los corea-nos al 3,6% (Barnaves et al ., 2001: 17).

Se ha sostenido que la relación entre la universalidad del conoci-miento y los condicionamientos culturales de su producción y apro-piac ión e s d i s t in t a en l as c i enc i as l l amada s duras o en l as soc i a l e s y enl as human idades . Es t a pos i c ión ep i s t emológica va pe rd i endo fue rza defac to a l p reva l ece r e l mono l ingüi smo c i en t í f ico . Ll egan a a t r ibuirs e su-pe r io r i dad es e s t ruc tura l e s a l i ng l és (s impl i c i dad d e l a g ram át i ca , duc t i -l i dad para ne o log i smos), p re t ens iones r e chazadas po r l o s l ingüi s t as pe -ro que en la operación del campo editorial y de los congresos ei n t e r cam b io s s u e l e a dm i t i r s e , i n c lu s o co m o d e s l iz am i e n t o i d e o l ó g i coinconsciente (Phil l ipson, 2001; Hamel, 2003). En las ciencias sociales yhumanas es inquie tan t e , aunque no so lo en e l l as , l a cons igui en t e omi-s ión de l a d ive rs i dad de exper i enc i as , de ru t as cogn i t ivas y d i s curs ivas ,

cu an do s e i n t e n t a r e du c i r l a d i v e r s idad d e i d i o m as a u n h ab l a « u n iv e r -sa l» . Ta l e s e l caso de l a homogene izac ión de l as d i f e renc i as desde unaperspec t iva e s t adoun idense en l o s e s tud ios que s e hacen en e s e pa í s so -bre Amér i ca l a t i na . Un la t i noamer i can i s t a ha s eña l ado l a cur io s i dad deq u e e x i s t an m ás i n v e s t i g ado r e s u n i v e r s it a r i o s d e t i e m p o co m p l e t o s o -b r e Am ér i ca l a t in a e n l o s e s t a d o s d e C a l i fo r n i a y N u e v a Y o r k q u e e nl a r eg ión e s tud i ada , y po r supues to con in f raes t ruc tura académ ica y ac-ceso a l a información in t e rnacional más ven tajosos para los res i den t ese n Es t a d o s U n i d o s ( D e l a C a m p a , 1 9 9 5 y 1 9 9 6 ) .

Al gu n as d i s co n t i n ui dade s e n t r e l o s E s tado s U n i do s y Am ér i ca l a t i -n a s e r e d u c e n a p a r ti r d e l o s a c u e r d o s d e l i b re c o m e r c i o , l a s c o m u n ic a -ciones de tecnología avanzada y los intercambios transnacionales de

m i gr an t e s . P e r o e l go b i e r n o y l a s i n s ti tu c i o n e s e s t a do u n i d e n s e s l e v an -tan f recuent es barre ras en t re los nat ivos y los migran t es , as í como en-tre los investigadores del norte y los del sur. Leemos en una cartaenviada a l a revi s t a de l a Lat in American Studi es Associa t ion , que losde l no r t e no publ ican cas i nunca . l o s «resu l t ados de sus i nves t igac ione sen revi s t as especia l izadas l a t inoamericanas o en l ibros en cas t e l l ano oen portugués, o en francés, cuando se trata de investigaciones sobreHai t í o involucrando poblaciones f rancopar lan t es» . A menudo, los es -

en as ime t r í as y des i gua l dades , ex i gen cons i de ra r l a t ens ión en t r e l a un i -versalidad del conocimiento y las condiciones particulares de produc-ción y enunciación de los saberes. No pueden desconocerse las dife-

rencias entre lo occidental y las muchas formas de no serlo, entre losp a í s e s co n a l to g r ad o d e an g l o p a r l an t e s (o s e a l o s d e m ay o r d e s a r r o l l oeconómico y tecnológico) y los demás, en su mayoría ubicados en elhemis f e r io sur . Ello impl ica s i tuar e l de ba t e sobre l a p reva l enc i a de l i n -glés en análisis más amplios acerca de los aparatos académicos y loscircuitos de información.

El desarrollo democrático de una sociedad del conocimiento re-quiere políticas públicas internacionales que garanticen la participa-ción del número más amplio posible de lenguas y culturas, así comocondiciones discursivas y contextuales que favorezcan la reproduc-ción y profundización de distintas tradiciones de conocimiento. Enmuchos foros internacionales (Naciones Unidas, Unesco, Unión Eu-

ropea, etc.) este principio es ordinariamente practicado a través de lastraducciones simultáneas. Pero en un mundo en que la globalizaciónya no es solo cuestión de funcionarios internacionales, empresarios,in t e l ec tual es y ar t i s t as , deben crearse l eyes y d i spos i t ivos ins t i tuciona-les que propicien equidad y diversidad también para migrantes, turis-tas, perseguidos políticos... y aun para los científicos a los que se lesexige hablar y discutir en inglés, aunque piensen e investiguen eno t r a s l e n gu as .

Conex iones l imi tadas , d ive rs idad s e l ec t iva

L o q u e s u ce d e co n e l i n g l é s e n e l ám b i t o c i e n t íf ico t i e n e e q u iv a l e n c i a sen otros circuitos de producción de saberes y representaciones socio-cul tura l e s . Vamos a exam inar lo en l as i ndus t r i as aud iovi sua l e s . Al aña-d i r e s t e c am p o a l a p r o b le m át i ca c i e n t í fi c a , to m am o s e n cu e n t a q u e e nl as soc i edades con t emporáneas e l de sar ro l lo soc i a l a r t i cu l a «l a o ra l i dadque perdura como experiencia cultural primaria de las mayorías», lal ec toescr i tura y «" la o ral i dad s ecundar ia" que t e jen y organ izan l as ga-ran t í as de l a vi suali dad e l ec t rónica» (Mart ín Barbero , 2002) .

18 6 187

Hubo un primer momento de subordinación y/o anulación de lasdi fe rencias é tn icas y reg ional es en es tos campos , como mencioné a l co-mienzo de es t e capí tulo , a l cons t i tui rse espacios educat ivos y pol í t i cosnacionales monolingües. En el actual tiempo de globalización, esaso p e r ac i o n e s s e co n f i gu r an a e s ca l a i n t e r n ac i o n a l e n t o r n o d e l p r e d o m i -n i o d e l i n g l é s e n l a e du cac i ó n m o n o l i n gü e p a r a m i g r an t e s y e n s u t r a -

le s en que s e de s envue lve l a e scue l a , y as ignar fond os e spec i a l e s en l asz o n as d e m ay o r v u l n e r ab il i d ad s o c i a l y p r e ca r i e dad e co n ó m i ca» ( H o -penhayn, 2002:315-316) .

L a r e d u cc i ó n d e l co n o c i m i e n t o a l a i n fo r m ac i ó n r e i t e r a l o s p r o b le -mas cr i t i cados a l paradigma i lumini s ta , cuya l abor educat iva imponíauna racionalidad que representaba, a priori, la producción y transmi-

Page 93: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 93/110

to por parte de los poderes públicos (la atención a la salud y la políti-ca e je rc idas e n l a l eng ua of ic ia l - es t a ta l ). Son no tor ias , as imismo, en l ah e ge m o n í a m u n d i a l d e l o s m e d i o s au d i o v is u a l e s y e l e c t r ón i co s an g l o -par lan t es .

E n e s t e m o m e n t o , e s co n v e n i e n t e an a l i z a r q u é s ign i f i c a p a r a l a d i -v e r s idad cu l tu r a l e l d e b a t e a c e r ca d e s i co r r e s po n de h ab la r d e s o c i e dadde la información o de sociedad del conocimiento. Quienes prefierenl a pr imera fórmula cons ide ran que los avances y t ransformacione s mo-dernizadores se nutren de la industrialización de la información y desu empleo sistemático para reestructurar los procesos productivos,abaratar de ese modo el costo de la producción e incrementar expo-n e n c i a l m e n t e l a c ap ac i dad d e p r o ce s a r , a lm ace n a r y t r an s m it i r d a t o s .

S e s u p o n e q u e e l d e s a r r o l l o s o c i a l y cu l tu r a l d e p e n d e d e q u e t o do slos paí ses s e in t egren a l a revolución d ig i t a l e informacional , todos loss e c t o r e s d e c ada s o c i e d ad acc e dan a « t r ab a jo s i n t e li g e n t e s » a t r av és d elas nuevas destrezas y la conexión con las redes donde se obtiene in-formación estratégica. Las otras dimensiones del desarrollo vendránpor añadidura. La tecnologización productiva, la expansión de losmercados y su integración transnacional incrementará los beneficiose co n ó m i co s . . C o m o co n s e cu e n c i a , e l a cc e s o d i r e c t o y s i m u lt án e o a l ainformación va a democratizar la educación y mejorar el bienestar del a mayoría . En lo pol í t i co , crecerán l as opor tunidades de par t i c ipacióny s e d e s c e n t r a l i za r á l a t o m a d e d e c i s i o n e s .

L u e go d e d écad as d e ap l i c ac ió n d e e s t o s pr o g r am as , . v e m o s d e g r a -daciones de la vida social, que no pueden ser resueltas solo con unaconcepción informacional de l a soci edad. En l a socio logía de l a educa-c i ó n s e a dv i e r t e q u e n o h ay u n a « s i m u lt an e i dad s i s tém i ca» e n t r e t o da slas dimensiones del desarrollo, porque los educandos no son iguales,no tienen idénticas posibilidades de aprender ni se interesan por losmismos contenidos. Una educación homogénea basada en una infor-mación universal y estandarizada no genera mayor equidad ni demo-crat ización par t i c ipat iva. Si pres tamos a t enc ión a l as múl t ip les forma sde pertenencia y cohesionantiento social, escuchamos pluralidad dedemandas. Son necesarias «adaptaciones programáticas a los gruposespecíficos» (por ejemplo, el bilingüismo enzonas mul t inacional es ) ,«buscar l a per t inencia curr i cular en función de l as rea l i dade s t e r r i to r i a-

sión de conocimientos universales y verdaderos. La desigualdad deacce s o a l o s m e r cado s l ab o r a l e s , au n p a r a q u i e n e s d i s p o n e n d e l o s n u e -v o s co n o c i m i e n t o s y d e s t r e z a s , p o n e d e m an i fi e s t o l a i n te r v e n c i ó n d eotras variables no contempladas por los modelos iluministas o terno-cr í t i cos . Al observar l a var i edad de compromisos i den t i t ar ios y de m o -dos d e s imbol izar e l s en t i do socia l , comprobamos que los conoc imien-tos necesarios para situarse significativamente en el mundo debenobtenerse tanto en las redes tecnológicas globalizadas como en latransmisión y reelaboración de los patrimonios históricos de cada s o -c i e d a d .

En l as ú l t imas d écadas s e mul t ip li caron lo s usos de t ecno log í as avan-zadas (computac iona l e s , s a t e l it a l e s ) po r par te d e g rupos i nd í genas y po-b r e s s u b u rb an o s . Q u e e s t o s s e c t o r e s e x c l u i do s d e l a e du cac i ó n , d e l a sl e n gu as h e g e m ó n i ca s y d e o t r o s d i s po s i ti v o s m o de r n i zado r e s d e p r o n tout il i cen l as computado ras para r eg i s t ra r sus l eyenda s o ra l e s , comunicar -s e con m ovimien tos equiva l en t e s en zonas l e janas y e s t ab l ece r so l i dar i -dad política muestra la potencialidad de estos recursos tecnológicos.Asimismo, reve la l a faci l i dad con que l as cul turas t radic ional es pued enpasar a l a «s egunda o ra l idad » de l o s medios aud iovi sua l e s y e l ec t rón icos.P e r o e s n e c e s a r i o p r e gu n t a r s e q u é l o g r an e s t a s i n co r p o rac i o n e s o ca s i o -n a l e s , r e l a ti v am e n t e a i s la da s , a l a s r e d e s av an z adas d e l co n o c i m ie n t o .¿ Ou é im p ac t o t ie n e n e n l o s c e n t e n a r e s d e m i l e s d e p u e b l o s y c iu dade sq u e ca r e c e n d e e q u i p am i e n t o s te cn o l ó g i co s , y au n d e e l e c t r i c id ad ? E lComi té para l a Demo crat ización de l a Informát ica de Bras i l , por e jem-plo , comenzó a ins ta lar en 2003 computadoras en t res a l deas indígenas(de las etnias ashaninka, yatvanawa y sapucay) que carecen de redese l éc t r ic a s y t e l e f ó n i ca s , re cu r r i e n do a p l aca s q u e cap t an e n e r g í a s o l a r .Efect ivamente, los satél i tes pueden l levar a la Amazonia información so-bre lo que ocurre en los mercados internacionales con los productosag r í co l a s d e e s o s i n d í g e n as , p e r o l a « d e m o cr a t i zac i ó n i n fo r m át ica» e sso lo una par t e de l con jun to de i n s e rc iones soc ioecon ómicas , fo rmaciónde h ábi t o s d e co n o c i m i e n t o y p r o ce s am i e n t o c r í ti co d e l o s d a t o s n e c e -sa r ios . Si se ca r ece d e e s ta s cond ic ione s eo ntextua le s , la conexión a r e d e sinformáticas ofrecerá saberes de baja o nula ut i l ización.

Las d i f e rencias de l as e tn ias y los grupos subal t e rnos o marginadoss u e l e n e s t a r a s o c i ada s a f o r m as m u lt i d im e n s i o n a le s d e d e s i gu a l dad . E l

18 8

« t e cn o - ap a r the id » e s t á i m br i cado e n u n p aq u e t e co m p l e jo d e s e g r e ga -ciones históricas configuradas a través de diferencias culturales yde s i gu a l dad e s s o c i o e co n ó m i cas y e d u ca t iv a s . Un a co n c l u s i ón e v i d e n -t e e s q u e l a s f o r m as an t i gu as d e d i v e r s idad cu l tu r a l n o p u e de n d e s cu i -darse, en tanto no son suprimidas por las condiciones tecnológicasav an z adas . Las r e f l e x i o n e s s o b re l a s o c i e dad d e l co n o c i m i e n t o n e c e s i -t an re tomar los anál i s i s preceden t es sobre l a convers ión de d i f e rencias

j i camente l l evan e l t í tulo de world music? N o h a y c o n d i c i o ne s d e e f e c -t iva mundial ización s i l as formas de conocimien to y represen tación ex-presad as en l as pe l í culas árabes , indias , chinas y l a tinoamerican as es táncas i ausen t es en l as pantal l as de los demás cont inen t es . Ni s iquiera c i r -culan en l as áreas cul tural es y l ingüís t i cas próximas , n i en c iudades de lPrimer Mundo (Los Ángeles, Nueva York, Berlín) donde habitan mi-l l o n e s d e m i g r an t e s d e e s a s r e g i o n e s q u e s e r í an p ú b li co s « n a t ur a l e s » .

Page 94: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 94/110

e n d e s i gu a l dad e s a c au s a d e l a d i s c r im i n ac i ón l i n gü í st i c a , l a m ar g i n a -ción territorial y la subestimación de saberes tradicionales o su bajal eg i t imidad jur íd ica.

E s i n n e gab l e q ue l a b r e ch a d i g i t a l g e n e r a d e s i gu a ldad e s e n p r o du c -t iv idad e i ngre sos l abora le s , en opc iones d e movi l i dad ocupac iona l , ac-ceso a mercados, voz y voto en política. «Quien no está conectado—afi rma Hopenhayn— es t a rá exc lui do de manera cad a vez más in t ensay diversa. La brecha agudiza los contrastes entre regiones, países ygrupos soc i a l e s . Pa ís es meno s d i g i t a l i zados s e van r ec luyendo e n e l pa-tio trasero de la globalización en términos de intercambio comercial,v a l o r a g r e g ado a l a p r o du cc i ó n , p r e s e n c i a cu l t u r a l, p r o tago n i s m o p o -l í t i co , crecimien to económico y, por todo lo an t e r io r , bi enes tar socia l .Contrariamente, cuanto más se reduce la brecha, más se avanza en lain t egración socia l , democracia comunicacional e i gualdad de opor tuni -dades productivas, tanto en como entre países» (Hopenhayn, 2002:

328).A la vez , es necesar io educar para l a mul t i cul tural i dad, o mejor pa-ra l a in t e rcul tural i dad. Una in t e rcul tural i dad que propici e l a cont inui -dad de per t enencias é tn icas , grupal es y nacional es , jun to con e l accesof lu i do a l o s r e p e r t o r i o s t r an s n ac io n a l e s d i fu n d i do s p o r l o s m e d i o s u r -b an o s y m as i v o s d e co m u n i cac i ó n . La co n ju n c i ó n d e p an t a l la s t e l e v i -s ivas , computadora s y vide ojuegos e s tá famil i ar izand o a l as nuevas ge -neraciones con los modos digitales de experimentar el mundo, cone s t i lo s y r i t m o s d e i n n o v ac ió n p r o p io s d e e s a s r e d e s , y co n l a co n c i e n -c i a d e p e r t e n e c e r a u n a r e g i ó n m ás am p li a q u e e l p r o p i o p a ís , u n t ie m -po en el que se interconectan por historias distintas. Conocer implicasoc i a l izars e en e l ap rend izaje de l as d i f e renc i as , en e l d i s curso y l a p rác-

t i c a d e l o s d e r e ch o s h u m an o s i n t e r cu lt u r a le s .Un obs táculo para es t e aprendizaje es que l a des igual par t i c ipaciónen las redes de información se combina con la desigual distribuciónmediát i ca de los bi enes y mensajes de aquel l as cul turas con l as que es -tamos interactuando. ¿Cómo construir una sociedad (mundial) delconocimiento cuando potentes culturas históricas, con centenares demil lones de hablan t e s , son exc lu i das de l o s merca dos mus ica l e s o co lo -cadas e n e s o s e s t an te s m ar g i n a l e s d e l a s t ie n d a s d e d i s co s qu e p a r adó -

Al go s e m e jan t e s u ce d e co n l a s o f e r t a s m u s ica l e s y f íl m i ca s e n t e l e -visión, vídeos y en las páginas de Internet. La enorme capacidad dela s majort hol lywoodenses —Buena Vis ta , Columbia, Fox, Universal yWarner Bros— de manejar combinadamente los circuitos de distribu-ción en estos tres medios en todos los continentes les permite contro-l a r la c a s i t o ta l i d ad d e l o s m e r cado s e n b e n e f ic i o d e s u s p r o du cc i o n e s .L a I n d i a e s e l ú n ico p a í s d e g r an t am añ o q u e r e s i s te , co n ce d i e n do a l a spelículas estadounidenses solo el 4% del tiempo de pantalla. Aun enEuropa, donde varios países tratan de disminuir el impacto estadouni-dense y preservar la cinediversidad con subvenciones a su produccióny cu o t a s a l a d i f u s ió n , ap r o x im adam e n t e u n 7 0 % de l a s s a l a s s e o cu p ancon filmes de Hollywood.

E n l a m e d i da e n q u e e l au t o co n o c i m ie n t o d e c ada s o c i e dad , y e l co -nocimiento de su lugar entre los otros, se forma en las redes informá-t i cas y en l as producciones narra t ivas , mus ical es y audiovisual es indus-trializadas, se requieren políticas que garanticen la diversidad y lai n t e r cu lt u r a li d ad e n l o s c i r cu it o s t r an s n ac i o n a l e s . E s tam o s e n u n a ép o -ca e n q u e c r e c e l a a c e p t ac i ó n d e l a m u l t icu l tu r a l id ad e n l a e d u cac i ó n yen los derechos políticos, pero se estrecha la diversidad en las indus-t r i as cul tural es .

Luego de l as exper i enc i as de ape r tura económica e i n t ens i f i cac ión deco m u n i cac i o n e s i n t e r n ac i o n a l e s n o s e ap r e c i a q ue e l m e r cad o « o r gan i -c e » l a i n t e r cu l tu r a l id ad am p l ian do e l r e co n o c i m i e n t o d e l a s d i f e r e n c i a s .Son necesar i as po l í t i cas in t e rnacional es que cons ideren l a d ivers idad enla sociedad del conocimiento a través de legislaciones que protejan lapropiedad intelectual, su difusión y el intercambio de bienes y mensa-jes, y controlen las tendencias oligopólicas. Una sociedad del conoci-m i e n t o i n c l u ye n t e r e q u ie r e m ar co s n o r m a t i v o s n ac i o n a l e s e i n t e r n ac io -n a l e s y s o l uc i o n e s t é cn i ca s q ue r e s p o n d an a l a s n e c e s i dad e s n ac i o n a le sy reg ional es , oponiéndose a l a s imple comercia l ización lucrat iva de l asdi f e rencias subordinables a los gus tos in t e rnacional es mas ivos .

La fa l t a de l eg i s l ación actual izada para e l uso de l pat r imonio y paral a e x p an s i ó n d e l a s i n du s t r ia s cu l t u ra l e s f av o r e c e r á a l o s a c t o r e s t r an s -nacionales mejor preparados para aprovechar la convergencia digitalco n b a jo co s t o e n p r o du cc i ó n ( m an e jo d e s a t é li t e s , do b la j e o t r a du cc i ón

1 9 019 1

s i m u lt án e a , e d i c i o n e s m as i v as ). P o r s u p u e s to , l a d e m o r a e n e s t ab le c e rpol í ti cas c laras en es tos cam pos co loca a todo s los paí ses an t e e l r i esgode que las decisiones de la Organización Mundial de Comercio o losacuerdos de l ibre comercio reg ional es i l egal i cen los in t e rcambios y co-p r o du cc i o n e s p r e f e r e n c i a l e s e n t r e n ac i o n e s déb i l e s . D e p o co v a l e q u eexa l t emos l a c re a t iv idad de l o s pueblos y l o s a r t i s tas , l a r iqueza d e l a d i -v e r s i dad c u l tu r a l , s i p e r m i ti m o s q u e l o s d e r e ch o s d e au t o r d e l o s i n d i -

En las industrias culturales encontramos alta concentración de lainformación y de otros modos de representación sociocultural, tam-bién con p red omin io de l i ng l és , y e scasos e spac ios para l as cu l turas mi -n o r i ta r i a s , e i n c l us o p a r a l e n g u as y cu l t ur a s q u e ab a r can c e n t e n a r e s d emi l lones de pe rsonas (cas t e l l ano , chino , e t cét e ra ) .

Re co n o ce r l a b a j a cap ac idad d e l a c i e n c i a y d e l a p r o du cc i ó n i n du s -

Page 95: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 95/110

viduos y l as comunidades s ean subsumidos bajo l as reg las de copyright,de j an do q u e l o s b e n e f i c io s g e n e r ado s p o r la c r e a t i v idad s e an ap r o p i a -do s p o r l a s m e gae m p r e s a s q ue m an e j an el d e r e c h o d e c o p ia .

Para conclui r : ¿qué consecue ncias tiene acep tar l a d ive rs i dad cu l tu-ral como ingrediente necesario para enriquecer el desarrollo de lasociedad del conocimiento? Podemos responder de modo sencillo:concebir a la sociedad de modo multifocal y con relativa descentrali-zación. Es ta af i rmación ge neral ad quiere s en t i do s d i s t in tos en l as c i en-cias y en los sistemas de representación sociocultural. Respecto de launiversal i dad de l conocimien to impl ica buscar l a compat ibi l i dad de sa-beres científicos y de los que corresponden a otros órdenes de expe-r i enc i as s imból icas y mo de los cogn i t ivos . En t an to , en l as i nd us t r ias l ast e n d e n c i a s h o m o g e n c iz a d o r a s d e l o s m e r c a d o s n o d a r á n u n a v e r d a d e -ra convergencia o integración planetaria si no aceptan la versatilidadexig ida por formas de e l aboración s imból ica poco ren tabl es comercia l -m e n t e -

Convien e pos tular e l mul t i l ingi i i smo y e l po l i cen t r i smo tan to e n l asci encias com o en l as indus t r i as cul tural es , aunque sean d i s t in tas l as ra-zones para hacerlo, debido a sus dinámicas diferentes. En la produc-ción c i en t í f i ca e l lo supone impulsar po l í t i cas que robus t ezcan el d e s a -rrollo endógeno de investigaciones, publicaciones y actividades deintercambio en lenguas diferentes del inglés, y la comunicación entreesas otras lenguas a través de traducciones, publicaciones conjuntas,c o n g r e s o s e inves t i gaciones comparat ivas .

Quizá la deficiente participación y representación de las diversasculturas en la llamada sociedad del conocimiento podría llevarnos aconcluir que esta no existe. Hay élites intercomunicadas científica-mente a e sca l a g lobal , con un uso dem as iado un i l a t e ra l de l i ng l és y conbaja capacidad de traducir y compartir esos saberes. Es posible argu-mentar que e l número de c i en t í f i cos , es tudian t es un ivers i t ar ios , profe-s i o n a l e s y t é cn i co s e n l a p r o du cc i ó n y d i f u s ió n d e l s ab e r s u m a u n n ú -mero mucho mayor que en toda la historia de la humanidad, perocons t i tuyen minor ías y represen tan porcen tajes demas iado bajos en lospaí s es con acce so de s favorable a l o s r ecursos e conómicos , c i en t í fi cos yt ecnológicos .

t r i a l izada de cul tura para abarcar l a d ivers idad cul tural nos hace ver /asociedad del conocimiento como un proceso apenas emergente. Lasi n n o v ac io n e s t e cn o l ó g i ca s e s t án e x p an d i e n do m ás q u e e n e l p a s ado l o ssabe res c i en t í fi cos y o t ras fo rmas d e r ep re s en t ac ión , pe ro n i In te rne t n il a d i fus ión mas iva y t ransnacional de o t ros recursos comunicacional esav an z ado s b as t an p a r a l o g r a r u n a i n co r p o r ac ió n g e n e r a l i zada a l o q u el lam am o s s o c i e dad d e l co n o c i m i e n t o . N o e s t am o s aú n p r o p i am e n t e e nuna sociedad mundial. Lo confirma el fallido intento en la CumbreM u n d i a l d e l a S o c i e dad d e l a I n fo r m ac i ó n , e n G i n e b r a 2 0 03 , d e e s t a -blecer un «fondo de solidaridad digital» que equilibre la apropiaciónde las tecnologías avanzadas, formado con el aporte de un dólar porcada o r d e n ado r v e n d i do y e l 1 % de cada co m u n i cac i ó n t e l e f ó n i ca (L eMonde, 10 de d i c i embre de 2003).

Las ev i denc i as de l ca rác t e r i nc ip i en t e e i n suf i c i en t e de l a p re t end i das o c i e dad d e l co n o c i m i e n t o s o n ap o r t ada s p o r l a b a j a i n co r po r ac i ó n d ela d ivers idad cul tural en muchís imos campos . La c iberguerra t ropi ezauna y o t ra vez con cul turas que no comprende , res i s t encias de l enguas ,r i tua l e s , fo rmas de pensamien to y de v i da que hacen f racasar l as ocupa-c iones v io l en t as . El te l e t rabajo y l as t e l e t i endas s i guen abarcando s ec to -res minoritarios de la producción y del consumo, en interacción cono t ros (múl tip le s ) mod e los d e p rod ucc ión , in fo rmación y uso de l o s b i e -n e s . L a v i d e o p o l ít i c a h a g e n e r ado d e s p o l it i zac i ó n y ap a t í a , y t am b i énr eacc iones con t ra l a d i s t anc i a y e l au to r i t a r ismo de l o s gobernan t es : po -dr í amos de c i r que l a soc i edad d e l conocimien to i nc luye fo rmas de com-prens ión y comunicación informat izadas , y t ambién ensayos a l t e rnat i -vos de actividad política presencial, neocomunitaria, y aun usoshe t e rodoxos de l as t ecno log í as de pun ta —In t e rne t , t e l éfonos ce lu l a re s ,bancos de da tos— para p romover fo rmas de soc i ab i l idad y o rgan izac iónajenas a l a a l ianza de t ecno log í as - in fo rmación-mercados .

L a e x p an s i ó n m ás o m e n o s u n i f o r m ada y m u n d i a l d e ' p r ó te s i s t e c -no lógicas» (computadoras y prog ramas informát icos , te l éfonos ce lula-r e s , CD, t a r je t a s d e d i n e r o e l e c t r ó n ico ) n o e l i m i n a l a d i v e r s idad d e l a srelaciones sociales entre las personas, de estas con el conocimiento,con el dinero y con su cuerpo. Sin duda, contribuye a poner en rela-ción los estilos de vida y de representación de la vida. Pero persistenl as d i f e rencias , l as d iverge ncias , l as d i screpancias . No so lo por l a iner-

.

19 2

c i a d e m o do s p r e i n f o r m ac i o n a le s y p r e g l o b a li zado s d e i n t e r acc i ó n s o -cia l , sino porque l a t e rce ra revolución indus t r i a l no sus t i tuye a l as an-t e r i o r e s .

L a d i v e r s idad r e ap a r e c e , a s í , e n e l n ú c le o d e l p r o y e c t o d e s o c i e dadde l co n o c i m i e n t o . Es e l co m p o n e n t e q u e l a d i s ti n gu e d e l a s o c i e dad d ela información, y e l punto en que se ar t i culan l a problemát ica de l a d i -ferencia y la problemática de la conexión. Podemos conectarnos con

Page 96: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 96/110

los otros únicamente para obtener información, como lo haríamoscon una máquina proveedora de datos. Conocer al o t ro , en cambio , est r a t a r co n s u d i f e r e n c i a .

Así como no es sensato esperar del incremento de conexiones ladesaparición de las diferencias, tampoco podemos esperar que elimi-ne las desigualdades. Reducir la brecha digital puede aminorar algu-nas desigualdades, ante todo las que generan el acceso 'nequitativo al o s m e n s a j e s y b ie n e s o f r e c i do s e n e l c i be r e s p ac i o . P e r o e n l a m e d i daen que una distribución menos desigual de la riqueza mediática y di-gital implicaría, como dijimos, mayor multilingüismo y policentris-mo, es previsible que se fortalezcan las diferencias y persistan desi-g u a l d a d e s a s o c ia d a s a e l l a s.

En última instancia, el incremento conectivo no producirá ni si-quiera aquel resul t ado que se l e ha a t r ibuido como especí f i co: conoci -m i e n t o p l e n o . S e gu r am e n t e , l o s av an ce s e i n t e n s if ic ac i ó n d e l a s co n e -

xiones expandirán el saber, como ya está ocurriendo. Pero por lo quevamos vi endo esa expans ión de in t e rcomunicaciones hace más vi s ibl eslas d i f e rencias y l a des igualdad en l a comprens ión. Ampl ía nues t ro co-nocimien to de más e tn ias , grupos y cul turas , a l a vez que evidencia loq u e n o p o de m o s co m p ar t i r . P o de m o s ac e p t a r lo , y e l l o co n t r i b ui r á a l aco n v i v e n c i a d e m o cr á t ic a i n t e r cu l t u ra l . P e r o l a b ú s q u e da d e m o cr á t i c ad e m ay o r co n o c i m ie n t o n o l l e v a a u n a i gu a ldad d e co m p r e n s i ón : co n -du ce , a v e c e s , a a c e r cam i e n t o s y e n r i q u e c i m i e n t o s r e c í p ro co s , y a v e -ce s —en pa labras d e Richa rd Senne t t— a «aceptar en los o t ros lo que nopodemos en t ender de e l los» (Senne t t , 2003: 264) .

10

Mercad os que de sg lobal izan:e l c ine l a tinoamer icano como minor ía

Tres hipótesis insinuadas en los capítulos precedentes serán contras-tadas aquí con un estudio de caso. La primera es que la globalizacióndesglobaliza, o sea que su propia dinámica genera mayor movilidad eintercomunicación pero también desconexiones y exclusión. La se-

gunda es que en un tiempo globalizador las minorías no solo existendentro de cada nación; además, ocurre que se convierte en minorías aconjuntos poblacionales mayoritarios o masivos formados a escalatransnacional, por ejemplo las etnias, hablantes de una misma lenguay redes de consumidores multinacionales. En tercer lugar, la com-prensión de los procesos sociales contemporáneos requiere distin-guir entre minorías demográficas y minorías culturales: si bien hacemucho tiempo se sabe cómo en las sociedades nacionales una élitepuede imponer su cultura como mayoritaria, ahora confrontamos elhecho de que culturas internacionalmente más numerosas son arrin-conadas en lugares minoritarios de los mercados globales. Vamos ai n dag a r ( . .3 r n o s e a r t icu l an e s t o s t r e s p o s t u l ado s e x am i n an do l a c i r cu -lación y recepción de algunos productos culturales latinoamericanosen los circuitos transnacionales, especialmente en el campo cinema-tográfico.

19 4 1 9 5

La conversión de mayorías en minorías

La ape r tura de f ron t e ras nac iona l e s y l a l ibe ra l izac ión comerc i a l duran -t e los ú l t imos 20 años acumularon evidencias de que l a g lobal ización,prac t i cada bajo r eg l as n eo l ibe ra l e s , acen túa l a des i gua l dad p reex i s t en t een t r e pa í s e s fue r t e s y débi l e s , de sar ro l l ados y pobres . La mayor compe-t enc i a i n t e rnac iona l no gene ra cas i nunca opor tun idad de accede r equi -

sía, « cam b ió d e n o m b r e y s e l lam a Bridges, y sus au to res pasaron a s e rMilton Nascimento y Give Lee, que la tradujo al inglés». Hay casosa u n m á s g r a v e s : d o c e n a s d e d i s c o s -r e s u lt a d o d e u n a e x t e n s a i n ve s t i g a -ción de campo y registro sonoro etnográfico de géneros tradicionalesbrasileños- realizados por la Discos Marcus Pereira fueron vendidoscon todo el acervo de esta editora a Copacabana Discos, que despuésfue comprada por E ME , p o s t e r io r m e n t e v e n d i da a T i m e W ar n e r y ú l ti -

Page 97: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 97/110

t a t ivamen t e a mercad os más ampl ios n i en l a p roducc ión agr í co l a , n i enl a indus t r i a l , n i mucho menos en los s e rvic ios l i gados a t ecnologías depun ta . La d es i gua l dad i n i c ia l s e vue lve a b i smo en e s to s i n t e rcambios .

Vamos a examinar cómo ocurre e s e p roceso en l as i ndus t r i as cu l tu-ra l e s . Amér i ca l a ti na ha comprobado en l as décad as f ina le s d e l s i g lo xxque en países con fuerte producción editorial, como la Argentina yM éx i co , la s c a s a s e d i t o r a s q u ie b r an o s o n co m p r adas p o r e m p r e s a s e s -pañolas , a su vez fus ionadas con o l i gopol ios europeos y es t adouniden-s es ; muchas d i s cográf i cas de e sos pa í s e s y de Bras i l , Co lombia y Vene-zuela cierran, y entregan sus catálogos a transnacionales con sede enMiami . La l lamad a g lobal izac ión , en vez d e o f rece r , como sue l e publ i-c i t a r se , n u e v o s m e r cado s a e s c r i t o r e s y m ú s i co s l a ti n o am e r i can o s , s e -l ecciona a los de audi encia mas iva, red i s eña sus «productos» para queci rcul en in t e rnacionalmente y qui ta e l micrófono a l a enorme mayoríad e l o s c r e a d o r e s l o c a le s . En l a s e le c c i ó n e f e c t ua d a p o r g e r e n t e s d e e m -presas t ransnac iona l e s , caben pocas d i f e renc i as nac iona l e s o de r eg ión :so lo aque l l as que pueden conven i rs e en mat i ces d i ge r ib l e s para l o s pú-bl icos de l a « l i t e ra tura in t e rnacional» y l a «música mundo» .

Es ta rees t ructuración g lobal izada de los mercados cul tural es puedetener consecuencias aun más radicales: interrumpir la comunicaciónde l o s c reado res con su p rop ia soc i edad y despo jar a nac iones pe r i f é r i -cas de su patrimonio. En otro libro documenté de qué modo al trans-ferir la propiedad de editoriales argentinas y mexicanas a empresasespañolas , l a deci s ión sobre qué escr i to res l a t inoamericanos se rán edi -t a do s s e p a s ó d e Bu e n o s Ai r e s y M éx i co a M ad r i d y Ba r c e l o n a , o a l a sc a s a s c e n t r a le s d e B e r s t e l m a n o M o n d a d o r i e n A l e m a n i a o I tal ia. Aho-ra, también se decide en oficinas de países lejanos cuáles autores delpropio paí s podremo s l ee r (Garc ía Canc l in i , 2002: 53-57) :

D e s de l a d écada d e 1 9 9 0 , c i n co e m p r e s a s t r an s n ac i o n a le s s e ap r o -piaron del 96% del mercado mundial de música (las majors E M E , W a r -n e r , BMG, Sony, Unive rsa l Po lygram y Phi l lips ) y compraron pe queñasgrabadoras y ed i to r i a l es de muchos paí ses l a t inoamericanos , af r i canosy as iát icos . Por e jemplo , en Bras i l , tod a l a obra de Mi l ton Nascime ntoregistrada en l a década de 1970 por l a ed i t o ra Ar l equim per t enece aho-ra a E M E . Por eso , una de l as más cél ebres canciones bras i l eñas , Trave-

m am e n t e a d q u ir i d a p o r AOL. H as t a H e r m e t o P as ch o a l , un o d e l o s m ú -s i cos más innovadores d e Bras i l , para t ocar sus obras en conc i e r to s t i e -ne que pedir permiso a una de las majan si no quiere caer en lai le ga l i d ad d e s e r d e n u n c i ado p i ra t e án do s e a s í m i sm o . Ot ra s do s m ú s i -ca s e m b l e m át ica s d e l s am b a p e r te n e c e n a l a BMG , que ha vuel to d i f í c ilco n s e g u i rl a s p o r qu e n o l e s d a p r i o r id ad e n s u s p l an e s d e co n t r o l m u n -d i a l : Pelo telefone, atribuida a Donga y considerado el primer sambagrabado, y Carinhoso, de P ixiguinha, aclamada por l a cr í t i ca y los co-n o ce d o r e s co m o l a m e jo r c an c i ó n p o p u l a r d e l a h i s to r i a b r a s il e ñ a ( D eCarvalho, 2002: 120, 121).

E n e l c am p o c i n e m a t o g r á f ico , e l p r e do m i n i o m u n d i a l d e l c i n e e s t a -do u n i d e n s e d e s d e l a p o s gu e r r a s e co n v i rt i ó e n o l igo p o l i o a p a r t ir d e l adécad a d e 1 9 8 0 a l co n t r o l a r co n ju n t am e n t e l a p r o du cc i ó n , l a d i s t ri b u-c ión y la exh ib ic ión en más de un ce n t enar d e pa í s e s . En una operac iónmás expansiva que en cualquier otro campo cultural, Hollywood hai m p ue s t o u n f o r m a t o d e f il m e s ca s i ú n i co : pr o du cc i o n e s d e m ás d e 1 0m i ll o n e s d e d ó l a r e s - e n l a s q ue m á s d e l a m i t a d d e l p r e s u pu e s t o s e d e s -t i n a a m ar k e t in g - co n p r e f e r e n c i a p o r l o s « gén e r o s d e a cc i ó n » (thriller,pol ic íacos , aven turas , ca tás t rofes , guerras ) y con t emas de fáci l reper-cusión en todos los continentes. -No es fácil encontrar otra remodelación global, ni en la industriaedi torial , ni en la musical , ni en la te levis iva, ni en las artes visuales , quee l imine de l a c i rculación in t e rnacional a vas tas zonas de l a produccióncultural y las reduzca a expresiones minoritarias, como ocurre conci e r t as c inematograf ías h i s tór icamente t an s i gn i f i cat ivas como la f ran-cesa , l a a l emana y l a rusa . En n ingún lugar e s t a convers ión de nac ionesnumerosas, con alta producción artística, en expresiones culturalesmenores es tan impactante como en Estados Unidos. Mientras estepaí s ex i ge abso lu ta l ibe rac ión de l o s me rcados , s i n cuo tas de pan ta l l a n ininguna pol í t i ca de pro t ección para l as pe l í culas nacional es , e l s i s t emade distribución y exhibición estadounidense combina varios factorespara aseg urar un r í g i do favor i t i smo a los f i lmes d e su paí s .

En l a d é c a d a d e 1 9 6 0 c i r c u la b a e n e l m e r c a d o d e Es ta d o s U n i d o s u n10% de pe l í cu las impor t adas . En l a ac tua l i dad , no pasan d e l 0 ,75%. Laescasa d ive rs i dad de l as pan ta ll as s e debe a var io s f ac to res : la o rgan iza-

196

ción corporat iva de l a exhibición; e l aumento en los cos tos de los bi e -nes ra í ces y de l a p romoción para d i s t r ibuido res y ex h ib ido re s ; l a au to -satisfacción generalizada de los estadounidenses con su sociedad, sul engua y su e s t i l o de v i da , y l a cons i gu i en t e r e s i s t enc i a , en s ec to res ma-s ivos , a r e l ac ionars e co n b i enes d e o t ras cu l turas .

Es ev iden t e l a con t rad i cc ión de e s t a po l í ti ca med iá ti ca cas i mono l in -güe , con marg ina l e s bo lsones de exce pc ión para o t ras l enguas , r e spec tode l ca rác t e r mul t i l i ngüe y mul t i cu l tura l de l a soc i edad e s t adoun idense .

Este predominio de los filmes estadounidenses dentro de su país,casi excluyente de otras cinematografías, se repite, de modo abruma-do r , e n l o s p a í se s l a t i n o am e r i can o s. Au n e n n ac i o n e s co n l a r ga p r o du c -ción propia, como la Argentina, Brasil y México, las películas deHollywood ocupan alrededor del 90% del tiempo de pantalla. Algosemejante ocurre, como sabemos, en muchos países europeos y enotros continentes.

E s t a p o si c i ón g l o b a l h e g e m ó n i ca d e l c i n e e s t a do u n i d e n s e « s e l o g r ó

Page 98: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 98/110

El último censo reconoció 35 millones de hispanohablantes, o sea el1 2 % d e l a p o bl a c ió n , d e l o s c u a l e s e l 6 3 % s o n d e o r i g e n m e x i c a n o . E l

porcentaje de hablan t e s en cas t e l l ano e s aun más a l to en l as c iudade s deLos Ánge l e s (6 ,9 mi l lones ) y N ueva York (3 ,8 mi l lones ) . Miami , Chi -cago , Hous ton y e l á rea de l a bah ía de San Franc i sco s e aprox iman ca-da una al millón y medio de hispanohablantes. Por tanto, no cuestaimaginar l a d i spon ib i l i dad de e sos públ i cos para conven i rs e en aud i en -cias de cine en castellano u originado en esta área cultural. El ascen-de n t e n ive l económico d e e s t e s ec to r , «los hi spanos más r icos de l mun-do», según un estudio (Sinclair, 1999: 92), a los cuales se dirige unapubl i c i dad de 2200 mi l lones de dó la re s cada año hace suponer que po-d r í an r e a l i za r s e co n e l l o s b ue n o s n e g o c i o s . E st a h i p ó te s i s s e r e f u e r z acon e l d a to de que l o s h ispanohablan te s as i s t en en p rome dio a 9 ,9 pe l í -cu las anualmen t e , c i fra más a l t a que l a de l o s e spec t ad o res ang los y lo s

af ronor t eamer i canos .L as c lav e s d e e s t e « d e s ap r o v e ch am i e n t o » d e l m e r cado co m p u e s t opor l o s más pe rs eve ran t e s c inéf i l o s y «consumidores d e pa lomi t as», s e -gún T oby Mi l l é r s e ha l l a , po r una par t e , en l a e s t ruc tura o l i gopól i ca del a d i s t r ibución: e l 96% de l as pe l í culas son admini s t radas por 13 com-pañías . También s e d ebe a l s i gn i f i ca t ivo desce nso de s a l as que p royec-t an c ine en e spaño l duran t e l as mismas décad as en que s e m ul t ip l i có l apoblación que lo habla: Nueva York no cuen ta con salas permanent e-mente des t i nadas a pe l í cu las en cas t e l l ano y Los Ánge l e s so lo d i sponede s i e t e , e n co n t r a s t e co n l a s 3 0 0 p an t a ll a s n e o y o r q u i n as q ue p r o y e c -t aban f i lmes e n cas t e l l ano en 19 50. Algunos éx i to s de t aqui ll a mexica-nos (Como agua para chocolate, q u e e n 1 9 9 2 r e cau dó 2 0 m i l lo n e s d e

dólares, Amores perros o Y tu mamá también), sugieren que unascuan tas pe l í cu las que r e toman t rad i c iones m exicanas o t ema s de l a c l a -s e me dia y l a cu l tura juven i l no t endr í an po r qué e s t a r l imi t adas a e xh i -bi rse en f es t ival es especia l izados o cen t ros cul tural es de minor ías . Ela l to po rcen t a je de públi co h i spanohablan t e que ve d i a r i amen t e l a t e l e -v i s ión t ambién hace pensar que a l as pe l í cu las mexicanas , y en ge ne ra la l as de o r i gen iberoamericano, no l es i r í a mal s i s e promoviera su d i -fusión en la pantal la chica.

históricamente con la ayuda de factores netamente políticos, aunqueen pr incipio —en apar i encia— for tui tos como por e jemplo l as dos gue-

rras mundiales que destruyeron las cinematografías competidoras enEuropa», y también «con el apoyo activo del gobierno estadouniden-se». «El predominio planetario estadounidense en la industria culturalau d i o v i s ua l n o e s u n f r u t o h is t ó ri co u n i cau s a l, co m o d e s d e l u e go t am -poco se dio por "generación espontánea". Se trata de un resultadomul t i factor i a l e h i s tór ico» (Sánche z Ruiz , 2002: 23). Hay que ag reg ar ,a s i m is m o , l a s n u e v as f ac i li d ad e s co n ce d i da s a l a s i n v e r s i o n e s e x t r an j e -ras por las políticas de desregulación de los gobiernos latinoamerica-nos a partir de la década de 1980, que propiciaron altas inversionese s t ado u n i d e n s e s , c an ad i e n s e s y au s t ra l ian a s e n l a co n s t r ucc i ó n d e co n -juntos de multisalas de cine en ciudades grandes y medianas de la re-gión. Los capitales transnacionales someten así la programación a la

uniformidad de la oferta internacional más exitosa y quitan tiempo dep an t a l la a o t r a s c i n e m a t o g r a f í a s . Lo s e s t u d i o s co m p ar a t iv o s d e l a p r o -gramación en las capitales latinoamericanas muestran que en los últi-mos 40 años aumentaron los espacios de exhibición, pero perdió d iver-s i dad l a ofer t a . México , 1990: e l 50% de l as pe l í culas proyectadas e rane s t ado u n i d e n s e s y e l 4 5 , 6 % m e x i can as . E n e l añ o 2 0 0 0 l a r e l a c i ó n f uede 84 ,2 a 8 ,3% respec t ivamen t e . En 1995, fecha e n que i n i c ió l a expan-sión de multisalas, el 16,8% de los filmes no eran estadounidenses nimex icanos ; en 2000, s e red ujeron a l 7 ,5% (Rosas Mantecón, 2002) .

Al predominio del cine estadounidense contribuyen otros factores:el desarrollo temprano de la industria cinematográfica en los EstadosUnidos (como también ocurrió en otros campos culturales y comuni-

cac i o n a l e s ) , l o cu a l g e n e r ó u n a acu m u l ac i ó n d e e x p e r i e n c i a s p r o f e s i o -n a l e s , a lt o n i v e l t é cn i co y co n o c i m i e n t o p r e fe r e n t e d e l o s m e r cado s ; b )la rápida urbanización y el desarrollo industrial, en los Estados Uni-dos y en América latina, con la consiguiente atracción de fuertes mo-vimientos migratorios; c) la exención de impuestos y otros incentivosp r o te cc i o n i s ta s d e l go b i e r n o e s t ado u n i d e n s e p a r a e l c i n e d e s u p a í s , a s ícomo la organización semimonopólica de la distribución y la exhibi-c i ó n , qu e s e co n v i r ti e r o n e n b a r r e r á s m ás e f i c ac e s f r e n t e a l a s c i n e m a-

19 8 199

t o g r a f ía s d e o t r a s s o c ie d ad e s y l e n gu as q u e l a s cu o t a s d e p an t a l la e s t a -b l e c i da s e n o t r o s p a í s e s a t r av és d e l a r e gu l ac i ó n d e o r gan i s m o s p ú b li -cos (McAnany y Wi lkinson, 1996) .

A estas condiciones, los estudios realizados en varios países lati-noamericanos sobre consumo cultural añaden la sintonía entre losgu s t o s d e l a s au d i e n c i a s y l o s e s t i lo s d e l c i n e e s t a do u n i d e n s e . L o s « gé -neros» predilectos por los públicos latinos y latinoamericanos son los

Volvemos a comprobar en el cine la divergencia en los modos deconcebir la m ulticulturalidad social dentro de los Estados Unidos y,por otro lado, la política de rechazo de la diversidad en las industriasculturales, tanto en el interior de la nación como en su control de losmerca dos in t e rna cional es . Es tados Unidos es e l paí s que más ha impul-s ado l a «acción afirmativa», o s e a l a co n ce s i ón d e co n d i c i o n e s p r i vi le -g i ada s p a r a m i n o r ía s e x c l u i da s o s u b e s t i m adas d e n t r o d e l p r o p i o p a í s.

Page 99: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 99/110

de acción (thriller, aventuras, espionaje), o sea los mejor cultivadospor Hollywood. Esta preferencia es mayor entre los hombres de lasgeneraciones adultas, en tanto las mujeres muestran inclinación por

los asuntos «sentimentales» y «familiares». Tales tendencias se acen-túan en la creciente asistencia juvenil, en la que el gusto por las pelí-culas de acción parece aun más notorio y parejo entre los sexos (Gar-cía Ca ncl in i , 1995).

E l p re do m i n io d e l c i n e e s t a do u n i d e n s e e n M éx i co y e n Am ér i ca l a -tina también se logra mediante otros dispositivos de control de losm e r cad o s . U n o d e e l lo s e s e l co n o c i do co m o block booking, l a cont ra-tación por paquete de películas. Quiere decir que las distribuidoras,para vender, por ejemplo, El hombre araña o Jurassic Park, obl igan alas salas a comprar 30 filmes de bajo interés y calidad, y a programare s e r e p e r t o r io d u r an t e l o s m e s e s d e m a y o r p ú bl ico . S i u n e x h i bi do r n a -cional, aunque sea tan poderoso como Cinépolis, que cuenta con másde 1000 sa l as en México , co loca f i lmes no e s t adoun idenses (mexicanos ,europeos o de Amér i ca l a t i na) en l as s emana s p re f e ren t e s , s e rá «sanc io -nado» por las distribuidoras de Estados Unidos privándolo de los éxi-tos de taquilla-generados por Hollywood.

En sumk_la cinematografía estadounidense logra imponer su he-gemonía mundial combinando políticas de desarrollo estético y cul-tural, que aprovechan en forma más astuta que otros productores lastendencias del consumo mediático, con políticas de control autorita-rio de los mercados destinadas a convertir a mayorías demográficasen minorías culturales. Si bien las industrias comunicacionales esta-dounidenses partieron de ventajas competitivas, como d tamaño desu mercado nacional y l a f l ex ibi l i dad de sus empresas (Storper , 1989) ,crearon también «barreras de entrada» para los competidores deotros países, en su propio territorio y en el extranjero. «El gobiernode Estados Unidos ha apuntalado muchos de esos procesos de diver-sas maneras, desde proveyendo información sobre los diversos mer-cados, hasta haciendo presión diplomática sobre los países que nopermiten la operación "libre" de sus propias empresas, que actúancomo cártel, con un poder monopólico sin paralelo» (Sánchez Ruiz,2002: 51).

En t an to , de sar ro l l a una po l í ti ca agre s iva de d esca l i f icac ión de l a d ive r -s i dad d e b i e n e s y m e n s a j e s cu l t u ra l e s f u e r a d e s u t e r r i to r i o , e n l o s c i r -

cui tos t ransnacional es de c ine , t e l evi s ión y mús ica manejados por em-presas estadounidenses, así como en los organismos internacionales( 0 A4c , U n e s co , e t c .) , do n de s e o p o n e a t o da acc i ó n q u e p r o t e ja l a s i n -dustrias culturales nacionales. Esta unidimensionalidad se manifiestat ambién en l a devaluación de expres iones ar t í s t i cas y mediát i cas de l asminorías dentro de los Estados Unidos.

Se ha señalado que l a monopol ización y uni formización de los me-d i o s y l a s i n du s t r ia s cu l t ur a l e s e n l o s E s t ado s U n i do s , ah o ga n do a l o sg r u p o s m i n o r i ta r i o s co n r e cu r s o s e s ca s o s , « co m p r o m e t e s e r i am e n t e e ll ib r e a cc e s o y d i fu s ió n d e o p i n io n e s d i s c r e p an te s , l o q u e h ace m ás có -m o do s u s il e n c i am i e n t o o m ar g i n ac i ó n p o r p r e s i ón d e l o s g r an de s i n -t e r e s es» (Ovied o , 2003: 12). La compet enc i a (ya no t an l ib re ) so foca l a

l i be r t a d d e e x p r e s i ó n . Ah o r a e l co n f l ic t o e n t r e e s t o s do s p r i n c i pi o s d el a s s o c ie d ad e s d e m o cr á t i c a s m o de r n as s e e x p an de a l m u n do . En r i go r ,ambas formas d e l ib e r tad —la d e me rcado y la d e expre s ión— es tán s ien-do reemplazadas por o t ros dos pr incipios : e l g i gan t i smo de l as audi en-c i as y l a ve loc i dad e n l a r ecuperac ión de l as i nve rs ionés . La impos i c ióng l o b a l d e e s t a co m b i n ac i ó n d e d e s m e s u r a y ap ur o e n e l l u c r o e s g r av ecu an do r e d u ce l a v a r i e dad d e l a i n fo r m ac i ón y l a d e n s i dad h i s t ór i ca d el a s cu l tu r a s r e s p e c t o d e a s u n t o s d e i n t e r é s p ú b li co ( h e m o s v i s t o ac e n -tuarse es t as t endencias desde e l 11-5 has ta l a guerra de I rak) . Tambiéne s i n q u ie t an t e e n z o n as m ás d i f u sa s d e f o r m ac ió n d e l a cu l tu r a y d e l acultura política, como en el cine, la música y la televisión, donde lasp r o m e s as d e i n te r co n e x i ó n g l o b a l, d e t o d o s co n t o do s , s e d i lu y e n e n e l

m o n o l i n gü is m o o l a d i f u s ió n d e p e daz o s a i s l a do s d e u n as p o cas cu l t u-r a s . Y au n l a m o v i li d ad d e e s t a s p o r c i o n e s d e s co n t e x t u a l i zada s e s r e s -t r ingida a áreas y c i rcui tos marginal es cas i todo e l c ine as iát i co den t rod e a l gu n o s p a í s e s d e ese co n t i n e n t e , c a s i t o do e l c i n e l a t i n o am e r ican orecluido en a lgunas capi t a l es de América l a t ina y España.

Qué hacer cuand o la g lobal izac ión de sg lobal iza

Algunos autores están modificando la caracterización más compla-ciente de la globalización: aquella que la mira como simples acerca-mientos de lo distante e interconexiones crecientes. Son sobre todol o s an t r o p ól o go s q u i e n e s o b s e r v an q u e , e n m e d i o d e t an t o s i n t e r cam -bios o comunicaciones mundial izadas y s imul táneas , muchas local i da-des y regiones sufren desglobalización. Ulf Hannerz identifica, den-

incremento de las importaciones de películas extranjeras» (Ugalde,2004).

H an n e r z s e p r e g u n t a s i , an t e e s t o s r ie s go s d e s g l o b a li z ado r e s , e s p o -s ibl e hal lar «pr incipios que permi tan una o rgan ización de l a d ivers idaddonde no todo es té en todas par t es» (1996: 87) . Si t ras ladamos l a cues -t i ón a n u e s t r o t e m a , s e t r a t a r í a d e av e r i gu a r s i h ay f o r m as d e e x t e n de rl a g lobal izac ión que no enca psulen a l as minor í as . La exper i enc i a d e l asindustrias culturales periféricas exhibe que la mayor parte de las em-

Page 100: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 100/110

tro de los procesos de mundialización, «políticas de aislamiento», yasea porque c i e r tos paí ses no logran subi rse a l as redes g lobal es o «por-

q u e e l m u n d o y a n o l o s n e c e s i t a . E n Á f ri ca , e n As i a y e n Am ér i ca l a -t in a , « s e d i r í a q ue a l gu n as p a r t e s d e l T e r c e r M u n do e s t án r e t r o c e d i e n -do al cuarto mundo, si no fuera porque todavía mantienen restos deuna g lobal ización an t e r io r» (Hann erz , 1996: 35) . La d i f e re ncia s in co-n e x i ó n n o e s u n a v e n t a j a .

L as i n v e s ti g ac i o n e s s o b r e c i u dad e s g l o b a le s v i e n e n r e v e l an do , ju n -t o co n l o s s í n t o m as d e i n t e g r ac i ó n ( fu e r t e p ap e l d e l a s e m p r e s a s t r an s -nacional es , mezclas cul tural es , creci en t e núme ro de tur i st as ) , l a exclu-s ión de zonas t rad i c iona l e s y pobres , e l aumen to d e l a marg ina l izac ión ,e l d e s e m p l e o y l a in s e gu r i dad . C o e x i s te n o p o r t u n idad e s d e i n co r p o ra -ción g lobal y movimien tos de degradación. Las f racturas en t re in t egra-dos y excluidos, conectados mundialmente y localizados a la fuerza,

no son exclusivas de los países subdesarrollados; se encuentran y seag r av an t am b i én e n u r b e s e u r o p e as y e s t a do u n i d e n s e s .Varias evaluaciones de acuerdos de libre comercio firmados en la

ú l ti m a décad a d e l s ig l o x x co m i e n z an a m o s t r a r e l i n cu m p li m i e n t o d el a s p r o m e s as d e d i n am i sm o e co n ó m i co y am p l i ac ió n d e m e r cad o s . U ndirectalionista e investigador del cine mexicano, Víctor Ugalde,most ró los d i s t in tos efectos de l as po l í t i cas cul tural es con que Canadáy M éx i co s i tu a r o n s u c i n e e n e l T r a t ado d e L i br e C o m e r c i o d e Am ér i -ca de l Nor t e apl i cado a par t i r de 1994. Los canadi enses , que exceptua-ron su cinematografía y destinaron más de 400 millones de dólares,p r o du j e r o n e n l a d écada p o s t e r i o r u n pr o m e d i o co n s t an te d e 6 0 l a r go -metrajes cada año. Estados Unidos hizo crecer su producción de 459

f i lmes a pr incipios de l a dé cada de 1990 a 680, gracias a los incen t ivosf is ca l e s a s u s e m p r e s a s y a l co n t r o l o fi go p ó li co d e m e r cado s n ac i o n a -les y muchos extranjeros. México, en cambio, que en la década ante-r io r había:f i lmado 747 pe l í culas , redujo su producción en los 10 añospos t e r io re s a 1994 a 212 l a rgome t ra je s . «Al de ja rs e d e p roduci r 532 f i l-m e s s e c r e ó u n b r ut a l d e s e m p l e o co n e l co n s e cu e n t e c i e r r e d e e m p r e -sas, la reducción del pago de impuestos, la subutilización de nuestracap ac i dad i n du s t r ia l i n s ta l ada , l a c a í da d e n u e s t r a s e x p o r t ac i o n e s y e l

presas, los creadores y públicos son arrinconados y despojados de susmedios de expresión y comunicación. Pequeñas minorías (en casose x ce p c i o n a l e s ) s o n in co r p o r ada s co m o e n c l av e s m ar g i n a l e s d e l mains-

tream metropolitano. La mayor parte de la producción literaria, anís-t ic a y m e d i á t ic a d e c ad a n ac i ó n q u e da f u e r a d e l o s c i r cui t o s in t e r n ac i o -nales, y a menudo privada de los recursos editoriales y audiovisualesq u e e n t i e m p o s an t e r i o r e s l e s p e r m i t ían d a r s e a co n o c e r .

Está surgiendo, ante estas reiteradas evidencias, la preocupaciónpor organizar de otros modos la diversidad. Convencidos de que laspromesas de poner a todos en todas panes solo se cumplen raras ve-ce s , e s c r i t o r e s , m ús i co s y c i n e a s t a s t r a tan d e c o o r d i n a r e s f u e r z o s a m e -diana escala. Los debates sobre globalización de los últimos años su-gieren dos líneas de pensamiento y acción para enfrentar estasituación. Por una parte, revisar las reglas del juego mundial de inter-cambios comunicacionales corrigiendo desequilibrios entre mayoríasy minor ías , l a convers ión g lobal de cul turas de é l i t e en mayori t ar i as , ysancionando los procesos de dumping o exclusión transnacional. Asícomo cada vez más tiende a aceptarse la necesidad de diversidad bio-l ó g i ca co m o co n d i c i ón p a r a g a r an t i za r e l d e s a r r o l l o co n jun t o d e l a h u -m an i dad , l a d i v e r s idad cu l tu r a l y e l r e co n o c i m i e n t o d e l a s m i n o r ía s co -mienzan a ser vistos como requisitos para que la globalización seam e n o s i n ju s t a y m ás in c l u y e n t e . N e ce s i tam o s c i n e d i v e r s idad p a r a q u el a e x p an s i ón d e s a l a s , d e t i e n da s d e v í d e o y d e c an a l e s d e T V de s t in a -dos a películas no se convierta en una abundancia monótona.

P o r o t r a p a r t e , a p a r ti r d e l a s e x p e r i e n c i a s d e co p r o du cc i ó n e n t r e c i -n e m a t o g r a f í a s d e p a í se s ch i co s o m e d i an o s , s e e v i d e n c i a l a p o s i b i li d ad

de construir redes multifocales de producción, distribución y exhi-bición con relativa independencia de los circuitos hegemónicos. Lacooperación de España, Francia y algunos fondos de la Unión Euro-pea con productores de cine argentinos, brasileños, chilenos, colom-bianos y mexicanos está mostrando la posibilidad de trascender la di-fus ión minor i t ar i a en f es t ival es especia l izados y l a conces ión ocas ionalde premios a películas de países periféricos. Se trata de construir pro-gramas internacionales que garanticen para un alto número de filmes

202

03

su conocimiento en los públicos extranjeros. El aumento en el presti-g i o d e l a s c i n e m a t o g r a f ía s l a t in o am e r i can as y e l av an ce d e v o l u m e n yca l i d ad d e v a r ia s c i n e m a t o g r a f í a s e u r o p e as p e r m i te i m ag i n a r u n i n t e r -cam b i o m ás e x t e n s o e i n t e n s o . L o s éx i t o s d e t aq u il la y p r e m i o s d e l a spelículas latinoamericanas ya citadas o de Pedro Almodóvar y NanniMoretti, hacen creíble que la coproducción fihnica podría acompañars ign i f i cat ivamente e l l ibre comercio agr í co la , indus t r i a l y en s e rvic ios

P e r m í tan m e t e r m i n a r co n u n a r e f e r e n c i a n o s o l o p e r s o n a l , s in o g e -n e r a c i o n a l. M e g u s t a r ía q u e m á s e s t a d o u n id e n s e s e n t e n d i e r a n a l g o q u eya saben sus especia l i s t as en l i t e ra tura y c ine l a t inoamericano que en-s eñan en l as un ive rs i dades de e s e pa í s : que l a d ive rs i dad mul t inac iona lde l a s i n du s t ri a s cu lt u r a le s p u e d e ay u da r a q u e v a l o r e m o s m e jo r a l o sEs tados Unidos . Los caminos de l a for tuna cr í t i ca sue l en se r obl i cuos .Así l o comprobamos lo s in t e l ec tua l e s d e Amér i ca l a t i na y de pa í s e s l a -

Page 101: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 101/110

entre Europa y América latina. Para esto, es necesario incluir en esosacuerdos comerc i a l e s l a p ro t ecc ión de de rechos cu l tura l e s y r eg l as queequi l ibren los in t e rcambios comunicacional es .

U n e j e m p l o d e l o q u e p u e d e l o g r a r s e l o a p un t a e l c r e c i m i e n t o d e l a scoproducciones entre España y algunos países latinoamericanos. De1982 a 1998 solo se produjeron 59 películas en esta cooperación, ent an to en los ú l t imos c inco años se h ic i e ron más de 60 f i lmes gracias a lfor t a l ec imien to de los s i s t emas nacional es de apoyo en España, l a Ar-g e n t i n a y M éx i co , a s í co m o a l p r o g r am a I b e r m e d i a d e co p r o du cc i o n e sp r o p ic i ado p o r l a s C u m b r e s I b e r o am e r i can as d e j e f e s d e g o b i e r n o . Laincipiente formación de un espacio audiovisual común iberoamerica-no , que abarca a España y once pa í s e s de Amér i ca l a t i na , ind i ca un ca-mino de coproducción e intercambios que podría extenderse a otrasindus t r i as cul tural es .

Las miradas recíprocas entre estadounidenses y latinoamericanos,

así como entre europeos y latinoamericanos están modificándole, nos i empre pos i t ivamen t e , a l i n t ens i f icars e l o s i n t e rcam bios económicos yl o s p r o ce s o s m i g r a t o r i o s . P o d r í an e v o l u c i o n a r m ás p r o du c t i va y c r e a -

_ivamen t ex i e t i l o s campos cu l tura le s y comunicac iona l e s pasáramos d ela mera confrontación de diferencias, la reproducción de estereotiposy la retórica diplomática a la cooperación en proyectos compartidos.E n u n a ép o ca e n q u e v e m o s l o s e f e c t o s d e s i n t e g r ad o r e s y s o c i a l m e n t er e g r e s i v o s d e r e du c i r l o s v í n cu lo s i n t e r n ac i o n a le s a l a co o r d i n ac i ó n d ei n t e r e s e s e m p r e s a r i a l e s y d i s po s i ti v o s d e s e gu r i dad , l a co o p e r ac i ó n i n -t e r cu l tu r a l p u e de s e r v i r p a r a co n s t r u ir o r e n o v a r r e l a c i o n e s q u e i n t e r e -s e n y b e n e f i c i e n a l co n jun t o d e n u e s t r a s s o c ie d ad e s .

L a a s o c i a c ió n d e d i f e r e n c i a s y d e s i g u a l d a d e s , l a s t e n d e n c i a s c o m e r -

c i a l e s a e m p o b r e c e r l a d i v e r s idad , i n d i can l a n e c e s i dad d e p o l ít i c a s in -terculturales transnacionales. En décadas pasadas los debates se con-centraban en políticas de representación y multiculturalidad dentrode cada país Ahora, la conversión de mayorías demográficas en mi-norías culturales exige políticas regionales y mundiales que regulenlos intercambios de las industrias comunicacionales a fin de garanti-zar oportunidades de producción, comunicación y recepción diversi-f ic ada q u e l a l ó g i ca d e l o s m e r cad o s t ie n d e a e s t r e ch a r .

t i n o s d e E u r o p a q u e é r am o s an t i i m p e r ia l i st a s e n l a d écada d e 1 9 6 0 , ypor eso tuvimos d i f i cul tad e n hablar inglés (podr ía c i t ar una l arga l i s t ade testimonios de artistas e in t e l ec tual es europeos y l a t inoamericanosde primer orden, como el poeta Ángel González y el cineasta TheoAngelópulos) . Pero nues t ra i gnorancia , a veces pre ju ic iosa , de l c in e d eHollywood pudo atenuarse cuando Frangois Truffaut y otros miem-bros de la nouve/le vague f r an ce s a e n s e ñ a r o n a m i r a r co n adm i r ac i ó nlas películas de John Ford, Raoul Walsh, y sobre todo Hitchcock. Depaso , descubr imos que l as r e l ac iones en t r e e l c in e com erc i a l y e l de a u-tor eran más complejas que lo que predicaba la crítica marxista a lamerca n t i l izac ión de l a cu l tura .

De modo semejante, gran parte de la literatura contemporánea seha hecho en d iá logo con l a nove l a po l i c í aca e s t adoun idense , l a mús icamundial con el jazz de e sa soc i ed ad , y l as a r t e s v i sua l e s de m uchos pa í -s e s s e r í an i nconcebib l e s s in e l pop no r t eamer i cano . Un mér i to de e s t as

co r r i en t e s , como t ambién de l c in e e s t adoun idense , e s que desde sus co -mienzos s a l i e ron a buscar públ icos ampl ios . Mien t ras en l as soc i edad eseuropeas l as a r t e s y l a l i t e ra tura s e en focaron más en l as é l i te s y en susp r o p ia s t r a d i c i o n e s n a c i o n a l e s , e n l o s E s t ado s U n i do s ab s o r b i e r o n l o saportes de migrantes de todos los continentes para forjar una culturapopular y mas iva , capaz de s educ i r a vas tos s ec to re s de o t ro s pa í s e s . Elmundo sería bastante más comprensible, habitable, e incluso entrete-nido, si las artes y el pensamiento que difunden las transnacionales,aun en territorio estadounidense, tomaran en cuenta lo que no se es-cribe en inglés y se filma lejos de Hollywood. En fin, lo que piensansobre nuestra condición actual esos raros creadores y consumidoresque se in t e resan por l as cul turas ext ranje ras , que s i en t en su exi s t enciaconmovida por músicas e imágenes de esas extrañas poblaciones decentenares de millones de personas jibarizadas como minorías por ladictadura del rating.

204

Page 102: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 102/110

Epílogo

1Una l ec to ra d e e s t e l ib ro , aún inéd i to , me p reg un tó por qué no t en í a «a l -go así como una conclusión». He tratado de que lo que imagino como

b a l an ce d e e s t a a r t i cul ac i ón i n c i p ie n t e e n t r e t e o r í a s d e l a d i f e r e n c i a , l ad e s i g u a ld a d y l a d e s c o n e x i ó n s e f u e ra d e s p le g a n d o e n e l r e c o r ri d o d e lt e x t o . Hay , s in e m b ar g o , do s a s u n t o s q u e co n s i d e r o c l av e y d e l o s cu a -l e s d i j e muy poco : e l pape l de l Es t ado y de l as po lí t icas de pode r , y l a a r -t i culación en t re lo rea l y lo imaginar io en l as re l aciones in t e rc ul turales .

2

El tratamiento escindido en la teoría política de los tres modos de in-terculturalidad examinados aquí hace difícil entender su reordena-miento conjunto. Más aún en una escala global cuando experimenta-m o s q u e l o s E s t ado s n ac i o n a l e s e s t án l i m it ado s p o r l a t r an s f e r e n c i a d esus poderes de decisión a instancias transnacionales y deslocalizadas.Aunque sea a n t i c l imático acabar e l l ibro hablando d e f rus t raciones , t a lvez convenga reasumir lo que la introducción anunció sobre fracasospol í t i cos .

V o y a co n ce n t r a r m e e n l a z o n a cu lt u r a l d e l a s d e c e p c i o n e s . S in d e s -co n o ce r l a s c au s a s e co n ó m i cas d e l o s f r aca so s ( g e n é r i cam e n t e , e l a jus -

20 7

t e neo l iberal ) , n i l a descompos ición de los s i s t emas pol í t i cos o l a sus-t r acc i ón d e s u s f u n c i o n e s p o r e l m e r ca do , e s e n l a d i m e n s i ó n cu lt u r a ldo n de m e s i e n t o e n co n d i c i o n e s d e l e e r a l gu n o s s í n t o m as d e e s t e p r o -ceso, que encuentro significativos para sus peripecias económicas ypolí t icas.

Los f racasos parecen más fác il e s de pe rc ib ir y documen tar e n e l cam-po socioeconómico (concentración del ingreso, aumento del desem-pl eo , ca í da d e l o s s a l a r io s , qui ebras de empresas y pa í s es ) y en e l po l ít i -

tientes. En cambio, múltiples estadísticas y testimonios muestran có-mo se agrava l a conf l i c t ividad sociocul tural , l a d i spar idad en t re paí sesy c la se s , y —en med io d e la ace le rada mul t ipl icac ión d e r e d e s— se e nsan-cha l a brecha en t re conectados y excluidos . Las pol í t i cas cul tural es s emues t ran incapaces d e f avorece r e l flu jo de muchas pe rspec t ivas en l ascomunicaciones mediát i cas , sobre todo de aquel l as ajenas a l as empre-s a s du e ñ as d e l a s o n das e l e c t r o m agn é t i c a s.

Page 103: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 103/110

co (p ro l i f e rac ión de conf l i c to s , de spres t i g io ace l e rado de gobernan t es eines tabi l idad socia l ) . En e l ámbi to cul tural , don de los avance s cuant i f i -

cabl es son pocos e n l as i n s t ituc iones y l o s mercad os e spec i a l i zados (sa l -vo la expansión de algunas majors m e d i á t i c a s y d e I n t e r n e t ), ab u n danlos der rumbes de c i rcui tos ar t í s t i cos , audiovisual es y aun de empresasque hace una décad a s e en tus i asmaron con «l a nueva economía» fo rma-da e n l as r ede s d i g i t a l e s . Pe ro no e s fác il hace r ba l ance de l o que suced emás allá de las c ifras, o sea sobre l o s cambios de l sentido de lo social, quees e l núcl eo d e l as práct i cas cultural es . Los mapas combinad os que in-t en to t razar en e s t e l ib ro de cómo l a an t ropo log í a r eg i s t ra lo que nos d i -f e renc i a , l a soc io log í a l o s movimien tos que nos i gua l an o s e gre gan , y l acomunicac ión lo que nos cone c t a o exc luye r eve l an cómo s e conf i guranhoy algunos fracasos que se extienden desde las vivencias cotidianashas t a l a ges t ión de l a i n t e rcu l tura l idad : mul t ip l icac ión de gue r ras en l as

que se p i e rden vidas , pat r imonios cul tural es y l a pos ibi l i dad de convi -vencia en t r e Occid en t e y Or i en t e , conf l i c to s en t r e r e l i g iones , co r r i en t e spol í t i cas y modos cul tural es de concebi r l a soci edad, cuya d i f í c i l com-p a t ib i li d ad h as t a h ace u n o s a ñ o s n o s e v e í a t an e x p l o s iv a . L o s d i a r i o svi enen mos t rando es ta l l i dos en t re pal es t inos e i s rae l í es , en I rak, I rán yen cap i t a l e s europeas don de l as r e l ac iones i n t e rcu ltura le s s e vue lven ca-da año más ingobernabl es . Pe ro l a l i s ta e s mucho más ex t ensa que l a ques e l ecc ionan lo s med ios y que en cua lqui e r s i g lo pasado .

No es imposible elaborar mapas globales de esta interculturalidadcrecientemente trastornada. Pero, como suele ocurrir con los mapas,d i c e n m u y p o co d e l o q u e v a a o c u r r ir cu an do l l e gu e m o s o cu an do v i -vamos allí. Se suponía que la política tenía la tarea de orientar estos

movimien tos de incer t i dumbre . En o t ra época, conf iábamos en que l aspolíticas culturales influirían en los enredos de la interculturalidad, ye n a l gu n o s p a í s e s e f e c t i vam e n t e co n t r ib u ye r o n a r e co n o ce r d i f e r e n c i a sl eg i t imándo las en l as l eyes , o i n t en t a ron co r reg i r de s i gua l dades mas i f i -cando l a educación y faci l i t ando e l acceso a l pat r imonio compart i do deu n a n ac i ó n e n l a e s cu e l a , l o s m e d i o s y e l t u r i s m o .

Quizá los avances l egal es —sobre todo l a consagración de l a p lur i -cul tura l i dad e n l as Cons t i tuc iones— se ha l l an en t r e l o s pocos l ogros r e -

Pocas áreas de l a vida socia l son t an monótonas como las po l í t i cascul tural es . Ocurren novedades en l a cul tura y l as comunicaciones , pe-ro no son asumidas por los actores po l í t i cos de los Es tados . Los infor-

m e s d e l a U n e s co , l a U n ió n E u r o p e a y o t r o s o r gan i s m o s m u e s t r an q u evar ias práct icas cul tural es de jaron d e s e r ac t ividad es suntuar ias y, gra-cias a l as indus t r i as audiovisual es e informát icas , abarcan de l 3 al 6%d e l PIB en los paí ses con ma yor de sarro l lo . En América l a t ina, es tudiosd e a r g e n t i n o s , b r a s i le ñ o s , m e x i can o s y d e l C o n v e n i o An d r é s Be l l o ene l área and ina reg i s t ran es t e s i gn i f i cat ivo lugar , pero cas i todas l as po-l í ti cas cul turales nac ional es s i guen res t r ingida s a los campos c lás icos yminor i t ar ios de los museos , l a l i t e ra tura y l a mús ica «cul ta» .

Algunos ministros de la cultura se disculpan diciendo que los me-dios mas ivos y l as tecno logías informát icas de esc ala t ransnacional sa-ca r o n d e l a co m p e t e n c i a d e l o s E s tado s l a g e s t i ón d e l a s p r ác t i c a s cu l-tural es de mayor inf luencia . Las empresas que admini s t ran los medios

y lo s s e rv i c ios de t ecno log í a comunicac iona l cas i nunca p i ensan en po-l í ti cas públi cas s ino en l a g es t ión comerc i a l . De ma nera que l o s p roble -mas habi tua le s d e l as po l í t icas cu l tura le s — la p rop i edad y e l uso de l o spat r imonios , l a d ivers idad de bi enes y su d i fus ión, l a par t i c ipación y e lco n s e n s o co m o ca m p o s d e l a cu l t ur a— p a r e c e n h ab e r s e d i l u ido e n l avorágine de privatizaciones y transnacionalización, expansión de lascl i en t e l as y avidez lucrat iva de los inversores .

¿Acaso e l r ep l an t ear l o s p robl emas desde l a óp t i ca de l a soc i edad dela información o del conocimiento recuperará cierto sentido para losdi scursos sobre po l í t i cas cul tural es? Al menos , abre preg untas más es -t ra tégicas . Para deci r lo de una vez , p i enso que preocupaciones vibran-t e s has t a hace 15 o 20 años no son ahora l as más p roduct ivas : cómo d e -

fender l a i den t i dad, qué hacer para preservar pat r imonios nacional es opara evitar la norteamericanización de la vida cotidiana local. Estascuestiones no deberían olvidarse, pero me parecen menos fecundasq u e o t r a s q ue n o s e h a l lan e n e s t a do d e d i cc io n a r i o , n i d e o r gan i g r am a .

Me re f ie ro a l as p regun tas que surgen cuand o vemos que a l o s f ac to -re s t ransnac iona le s ge ne rado re s de d es i gua l dad (acumulac ión concen t ra-da y des t e r r i t o r i a l i zada de pode r económico) s e r e sponde des t acando lo srecursos y la tenaz res is tencia de las cul turas locales: como si solo se pu-

208

d i e ra con t e s t a r a l a des i gua l dad desde l a d i f e renc i a . O ante la e xpans iónas imét ri ca de l as r ede s g lobal izadas s e en f ren t a l a vocac ión so l idar i a y l arec ip roc idad de l as comunidad es cara a cara : COMOsi pudiera conjurarsee l ag ravamiento d e 12 b recha te cnológ ica d e e sca la mund ia l con domést i -cos movimien tos i gual i t ar ios . Comparto l a h ipótes i s de Luis Reyga dasen una inves t igac ión en p roceso ace rca d e que e l i ncremen to r ec i en t e d el a des i gua l dad en Amér i ca l a t i na s e de be , en par t e , a que l as fue rzas p ro -ducto ras de de s i gua l dad s e fo r ta l ecen ac tuando a e sca l a g lobal (f lu jos fi -nanc i e ros y r ede s de comerc io t ransnac iona le s , mundia l izac ión de l as i n -

zo que no iba furtivamente, sino con la adhesión de los participantesen el Foro Social. Lo logró «contando historias»: eligió «compartir lae x p e r i e n c i a co n l o s a g e n t e s , pl an t e a r s e co m o u n s e r h u m an o n a r r an doepisodios a otros, mostrando cómo aprendió en la vida».

Mientras Lula expuso al aire libre, «en un ambiente de kermés»,F e r n an d o H e n r i q u e « h ab lab a e n am b i e n t e s c e r r ado s , co n l o s c e l u l a r e sd e s co n e c t ado s » . C ada v e z q u e ac e p t ab a , co n r e a l i s m o , u n s ac r i fi c i o d es u s i d e a l e s , c i tab a l a é t ic a d e l a r e s p o n s ab il id ad d e M ax W e b e r : d e c í a ,como académico, que el político no puede considerar solo la ética de

Page 104: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 104/110

dustrias culturales y de su estilo espectacularizador) mientras losdi spos i t ivos de red i s t r ibución económica, l as compensac iones s imból i -

cas y l as r ed es so l i dar i as son loca l e s . Po r e so , l as p regun tas ac tua l e s soncómo ar t i cu la r l as ba t a l las po r l a d i f e renc i a c on l as que s e dan po r l a de -s i g u a ld a d e n u n m u n d o d o n d e t o d o s e s t a m o s in t e r c o n e c t a d o s .

3

Si no hay respues tas , d i scutamos l as preguntas , y t ambién l as táct i casco n q u e l o s p o l í t ico s h ace n co m o s i l a s co n t e s t a r an . E n e s t a ép o ca e nque e l los prometen ca da ve z menos y l a pr ivat ización o t ransferenc ia aempresas transnacionales del patrimonio nacional y de la capacidad

deci sor ia de los Es tados genera abi smos en t re lo promet ido y lo que sereal iza, es c l ave cómo l e gi t iman los gobiernos no so lo lo que hace n s i -n o l o q ue d e j an d e h ace r .

S o n s i gn i f i c a ti v a s l a s d i f e r e n c i a s d e e s t i lo , p o r e j e m p l o , e n t r e F e r -nando Henrique Cardoso y Lula. Ninguno de los dos cumplió con loque había anunciado. Pero no han lidiado del mismo modo con losl í m it e s q u e l a g l o b a l iz ac i ón y e l d e s e o d e e s t ab i li d ad co l o ca r o n a l t r a -tamiento de los problemas. El filósofo Renato janine Ribeiro cuentaq u e e n e l F o r o S o c i a l M un d i a l d e P o r t o Ale g r e , e n e n e r o d e - 2 0 03 , e s -cuchó un d i scurso e n e l que Lula jus ti f icó por qué iba a i r a l Fo ro Eco-n ó m i co d e D av o s an t e s u s co m p añ e r o s d e l P a r t i do d e l o s T r aba jado r e sq u e s e o p o n í an . L u la r e l a t ó q u e e n u n a h u e l ga d e l ABC ( la z o n a o b r e -

ra suburbana de San Pablo), el presidente de los industriales pidió alcomandante del II Ejército que lo detuviera junto con otros lídereshuelgui s tas . Lula respondió pid i endo una audi en cia a l gene ral , que losrecibió durante tres horas. «Moraleja del relato: aunque nosotros ju-guemos otro juego, debemos usar los tableros existentes. Aplausos.P o r t o Al e g r e a c e p t ó , e n e l ágo r a , q u e L u la f u e s e a D av o s .» L u l a n e c e -s i t aba ese apoyo mas ivo para de mos t rar a los empresar ios de l foro sui-

21 0

los pr incipios o los valores , s ino t ambién l as neces idades obje t ivas conresponsabi l i dad: «as í e l déf ic i t de l a acción so lo s e jus t i f i caba an t e los

oídos de los raros oyentes que reconociesen su saber teórico» (Ribei-ro, 2003: 43 - 54).Me g us t a r í a ac l a ra r que una cues t ión e s s abe r s i convi ene p r io r izar e l

afecto o l a t eor í a , buscar l a comunión con los c iudad anos o l a compren -s i ón r ac i o n a l . El p r o b le m a s i gu i e n t e e s e l q u e s u g i e r e l a c a í da d e p o p u -lar i dad de Lula en los dos pr imeros años que l l eva su gobierno: ¿duran-t e cu án t o t ie m p o p u e de e l m an e jo p r e s i d e n c i a l d e l o s r e l a to s co n s e gu i rque lo s pe r jud i cados ace p t en l a de mora? Más a l l á de l o que Lula , Ki rch-n e r o Z ap a t e r o l o g r e n h ace r , e l c am bi o d e t e n d e n c i a s d e l e l e c t o r ado q u elos l levó a go bernar Bras i l , la Arge n t ina y España indica l a búsqueda depol í ti cas socia l es más incluyent es , con o t ro sentido histórico.

4

La mater i a de l a cul tura es , jus tamente , l a cues t ión de l s en t i do . En paí -ses donde l as expecta t ivas s e de t e r io ran , los rec lamos socia l es p lan t ean—para d eci r lo con l a d i syunt iva que t ra té en los ca pí tulos sobre suje tos ,cul turas juven i l e s y soc i edad de l conocimien to— cómo com binar las co -n e x i o n e s f ac i l i ta da s p o r l a e x p an s i ó n d e l saber y de la informatizacióncon las representaciones socioculturales mediáticas más ligadas a losmedios mas ivos y que t rabajan con l a afectividad. Pienso que para vol -ver c re íb l e s e l s abe r académ ico y la ge s t ión po l í ti ca de l o s af ec tos e s n e -cesar io que ambos s e a r t i cu l en a t ravés de t rans fo rmaciones prácticas d e

l a s i n t e r acc io n e s s o c i a l e s q u e h agan v i abl e s l a co n v i v e n c i a d e l o s d i f e -rentes, reduzcan la desigualdad y den acceso a los excluidos. ¿Cómopasar de los suje tos s imulados por e l popul i smo mediát i co y pol í t i co al a co n s t ru cc i ón d e e s c e n as c i u dadan as v e r o s í m i le s d o n de m u ch as v o ce sco n f íe n du r ad e r am e n t e q u e v a l e l a p e n a h ab l a r y e s cu ch a r a l o s o t r o s ?

E n u n m u n do do n de l a s d e c i s i o n e s an ó n i m as — de l m e r cado , d e l a ss i g l as t ransnac iona l e s— empeoran l as cond i c iones de v i da de l as mayo-

21 1

r í as e s pe l i g roso que l a t ecnocrac i a económica ahog ue a l o s ac to res po-l í ti cos y r eduzca l as ocas iones de que ex i s t an suje to s a l as e scen as ima-ginarias de los medios. En pleno aumento de la explosividad social,adv e r t i m o s q u e l a s av e n t u r a s h e r o i ca s e n e l cine y su e spec t acular iza-ción d ig i t a l , l a melodramat ización de <casos de l a v ida r ea l» en no t i c ia -rios y talk show s, n o b as t an p a r a co m p e n s a r u o l v i da r l o s f r aca s o s d ela economía y la política. En la introducción decía el asombro de quel a s i d e n t i d ad e s l o ca l e s e n e l f ú t b o l s i g an s i e n do c r e í b le s cu an do l o s ju-

Ha s i do ú t i l para desn a tura l izar y de s fa t a l izar l as d i f e renc i as apre n -der con qué procedimientos estigmatizamos al otro atribuyéndole loque rechazamos en nosotros. La extrañeza de la otredad y el rechazode su d i f e renc i a s e fo rman a menudo a l i r depos i t ando en l o s demás ca-r ac t e r e s que negamos en nuestra vida para proteger la coherencia denuestra imagen. Cada uno olvida que es «extranjero para sí mismo»,s e gú n l a f ó r m ul a d e J u li a K r i s te v a . Ro ge r Ba r t r a m u e s t r a q u e l a c r e a -ción del mito del hombre salvaje es un ingrediente constitutivo de la

Page 105: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 105/110

gad o r e s e s t r e l l a d e t an t o s e q u i p o s so n d e o t r o s p a ís e s y s u s cam i s e t a sos t en t an marcas come rc i a l e s con más énfas is que l o s s i gnos de su i den -

tidad deportiva. En el capítulo sobre la simulación de sujetos evoquél a d i f i cul t a d d e h ab l a r co n r e s p o n s ab l e s cu an do l o s du e ñ o s s o n i n v is i -b l e s , l o s e m p l e ado s r o t an d e u n a e m p r e s a a o t r a y n o s r e s p o n de n c o n -testadores automáticos que representan cadenas de tiendas, sistemasbancar ios o servidores de I n t e r n e t .

¿En qué s e va c onvi r t iend o e l e spac io públ ico? Ant es l o s un i fo rma-dos eran los que brindaban servicios públicos (bomberos, carteros,m éd i co s , p o l ic í a s ) y q u ie n e s s e a g r u p aban p o r i d e n t i d ad e s d e p o r t iv a s( los jugadores de un mismo equipo y sus adheren t es ) . En l as cal l es ve-mos ahora que los uniformes distinguen marcas comerciales: los quevenden t ar je t as de compañías t e l e fónicas , publ ic i t an ref rescos y comi-da ch a t a r ra

Tal vez una t area c lave de l as nuevas pol í t icas cul tural es s ea , comolo ensayan c i e r t as performances ar t í s t i cas , reuni r de o t ros modos afec-t o s , s abe r e s y p r ác t ic a s . Re e n co n t r a r o co n s t r u ir s i gn o s q u e r e p r e s e n -ten creíblemente identidades de sujetos que a la vez quieren, saben yac t ú an : s uj e t o s q ue r e s p o n dan p o r a c t o s y n o p e r s o n a je s q u e r e p r e s e n -t a n m a r c a s d e e n t i d a d e n i g m á t ic a . Es te e s u n n ú c l e o d r a m á t ic o d e l p r e -sente debate cultural, o sea del sentido con que están reelaborándosel a s o p c io n e s d e d e s a r r o l l o s o c i a l.

5

Nada de esto desdice el conocimiento producido por historiadores,antropólogos y filósofos acerca del carácter construido, no esencial,de todas las identidades y sobre la figuración imaginaria de los otros.Desde los estudios dedicados por Benedict Anderson a las nacionescomo comunidades imaginadas hasta los análisis psicoanalíticos yposmodernos se ha vuelto un lugar común del pensamiento contem-poráneo e l af i rmar que lo propio y lo ajeno son cons t rucciones f i ccio-nal es .

cultura europea, invención de un alter ego, de un «salvaje artificial,para r e s e rvar a l o s europeos e l lugar c iv i l i zado (Bar t ra , 1996 y 199 7).

C o n o ce r n u e s t r a a l t e r i d ad r e p r i m ida , a d m i t ir l o p r o p i o i n ac e p t ab l eque desahogamos en el migrante, el diferente o el transgresor puedeservi r para l iberar l as fuerzas l ibid inal e s pos i t ivas y l as conve rge nciascul tural es que nos acercan a los o t ros . Puede volver vi s ibl es l as s eme-janzas y quizás in teg rarnos pese a l as d i screpan cias . Tal vez nos habi -lite para pasar de la exclusión a la conexión, a la intercomunicación.Finalmente , s i l as d i f e rencias s e reconocen como cons t ruidas , es pos i -bl e de shace r l as o mod i f icar l as . No son fa t a l e s .

Pero no basta la desconstrucción del carácter imaginario del otropara d i lu ir l a ex t rañeza que nos p roduce — y que le producimos—, ni pa-r a r e s o l v e r l o s d i l e m as d e l a i n t e r cul t ur a l id ad . E s n e c e s a r i o co n s i d e r a ra l a o t r e dad co m o u n a co n s t r u cc i ón i m ag i n ada q u e — a la vez— s e a r ra i -

ga en d ive rgenc i as i n t e rcu l tura l e s empí r i camen t e obse rvabl es .H ay p a r t e s d e l o t r o q u e s o n r e a l m e n t e d i fe r e n t e s . T an c i e r t o co m oque solemos proyectar en los desconocidos aspectos inconscientes or e chazados d e nosot ros e s que hay d ife r enc ia s —no solo imag inadas— depi e l , leng uaje , e t n i a o g us tos . Él des ea comidas que r echazo , s e v i s t e demaneras que no me atraen, propone modos de relacionarse que nocomparto . La d i f e rencia no es ún icamente invención y proyección.

¿Qué tiene que ver esto con la globalización y los fracasos políti-cos? En tiempos en que l as cul turas é tn icas o nacional es es t aban con-t en i das e n t e r r i t o r io s prop ios , de baja i n te racc ión con lo s de más , n ece -sitábamos poca o ninguna confrontación con otras religiones,co s t u m b re s o f o r m as d e p e n s a r . Al i n te n s i f ic a r l a s i n t e r d e p e n de n c i a s ,

l a g lobal ización exige mayor d i sponibi l i dad para convivi r d i ar i amentecon lo s d i f e ren t e s y aumen ta l o s ri e sgos —re a l e s e imaginados— de queesas d i f e rencias s e vue lvan conf l i c t ivas . El incremento de choques in-dica q u e s o p o r t am o s m a l t an t a p r o x i m idad .

Las Torres Gemelas fueron realmente derribadas y la invasión aI r ak s e co n c r e t ó , au n q u e l o s m o t i vo s ad u c i do s f u e r an f an t a s e ado s . E lterror de las dictaduras militares en América latina fue tan real comol as muer t es y l as to r turas inf l i g i das a los cue rpos de l as víc t imas , aun-

21 2

que e l d i scurso que pre t end ía jus ti f icar lo of recía arg umentos f i c t i c iose i den t i f i cac iones i nven tadas .

Los an tag oni smos in t e rcul tural es , que s i empre incluyen conf l i c tosd e p o de r , s e co n v i e r t e n e n co n f l ic t o s d e t e r r o r d e b i do a l a d e s co m p o -sición del orden liberal que en otras épocas contenía más o menos lamulticulturalidad dentro de estructuras nacionales. El debilitamientode l o s Es tados l o s vue lve i ncapaces de o rgan izar pac í fi camen t e l as nue-vas condiciones de interdependencia entre diferentes y desiguales.Arrasadas l as r eg l as mod ernas d e convivenc i a (de po r s í p recar i as e i n -

Page 106: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 106/110

justas) por la reducción de las interacciones sociales a competenciasmercantiles, se exasperan las diferencias irreductibles y a menudo se

hacen insopor tabl es . El mundo se f ragi l iza.La expans ión plane tar i a de los in t e rcambios económicos y cul tura-

l e s , la s m i g r ac i o n e s d i s e m i n adas e n t o do s l o s r u m b o s y l o s e n l ac e s i n -fo rmát i cos g lobal e s qui tan e f i cac i a a l r e l a t iv i smo re spe tuoso de l as e s -pec i f ic i dad es cu l tura l e s a i s ladas . C uando l as f ron t e ras e n t r e l o s g rupos ,las etnias y las naciones se vuelven tan borrosas, e inestables, y lascompet enc i as en furecen , l a t o l e ranc i a human i st a —como s imple ape l a-ción é t ica— e s insuf ic i en te .

S e ab r e e n t o n ce s l a p r e g u n t a d e s i s e r e m o s cap ace s d e co n s t r ui r u norde n in t e rcu l tura l g loba l izado e n e l que l as d imens iones soc i a l e s , eco -nómicas , po l ít i cas y cu ltura l e s s e r eo rg an icen a f i n de que aprend amosa descubrir el valor de lo diferente, para reducir la desigualdad que

convi e r t e l as d i f e renc i as en ame nazas i r r it an t e s y para gene rar conex io -nes constructivas a distancia. Producir otra concepción transnacionalde la ciudadanía que, para usar una expresión de Todorov retomadapor varios autores , permita <ser otro en varias patrias» (Todorov, 1998;Plá, 1998; Yankele vich, 2003).

E s t am o s av e r igu an d o có m o p o d r í a s e r u n a c i u dad an í a g l o b a l in da .Es en e s te n ive l d e la pa r t ic ipac ión e fec t iva d e los c iudadano s dond e r e a -pa r ece la impor tanc ia d e c is iva d e la pol í tica como ge s t ión d e la soc ie dad ,no como simples pactos entre cúpulas ni simulaciones mediáticas depar t ic ipac ión . Tampoco como mera r e s i s t enc i a de ac to re s o movimien -tos dispersos. En un mundo organizado a la vez para interconectar yexcluir, las dos pol í t icas más ensayadas hasta ahora para la intercul tura-

l idad —la to le ranc ia hac ia los d i fe r en te s y la so l ida r idad d e los d e aba jo—son r equi s it o s para s egui r conviv iend o . Pe ro s i s e de t i enen ah í co r ren e lr i e sgo d e s e r r ecursos para conviv ir con lo que no nos de jan hace r . Co-m u n i ca r a l o s d i fe r e n t e s , co r r e g i r l a s d e s i gu a l dad e s y d e m o cr a t i za r e lacceso a pat r imonios in t e rcul tural es s e han vuel to t areas indi sociabl espara s a l ir de e s t e t i empo de abundanc ia mezquina .

214

B i b l i o g r a f í a

Achugar, Hugo. 1997. Leones, cazadores e historiadores: a propósito de laspol ít i cas de l a Me mor ia y de l conocimien to , Revista iberoamericana, vol.63, núm. 180, pp. 379-387.

Alsina , Migue l Rodr igo . 1999. Comunicación interculturaL Bar ce lona, Ge-disa.

Altamirano, Carlos (d in). 2002. Té rminos críticos de sociología de la cultura.Buenos Aires, Faldas.

Appadurai, Arjun. 1996. M odernity at Large: Cultural Dimensions of Globa-lization. Minneapol is /Londre s , Unive r s i ty of Minnesota Pre ss . [La mo-

dernidad desb ordada. Dim ensiones culturales deja g lobalización. México,Ediciones Trilce-ncE, 2001.]

Augé, Marc. 1995. Hacia una antropología de los mundos contemporáneos.Barce lo n a , Ged i s a .

Ardid, Be njamín. 2000. El reve rso de la diferencia. Identidad y política. Car a-cas, Nueva sociedad.

Balibar, Etienne. 2002. No us, dtoyens d'Europe? Les f rontiers, l'Ésas, le peu-ple. Par ís , Ed i t ions La Découve r te . [Nosotros, ¿ciudadanos de Europa?:Las f ronteras, el Estado, el pueblo. Madrid, Te cnos, 2003.]

Baricco, Alessandra 1999. El alma de Heg el y las vacas de W isconsin. Barce-lona, Siruela.

Barnayes, M.; Donald, J. y Donald, S. Heme rlyk. 2001. A tlas des mé dias dansle monde. Consommateurs industriels, gouvernements face 1 l'explosion

des ra ta% et des technologies. Hong Kong , Col le c t ion At la s /Monde .Bartolomé, Miguel Alberto. 1997. Gente de Costumbre y Gente de Razón.

Las identidades étnicas en México. México, Siglo XXI, Iba

21 5

B ar ley , N ige l . 1989 . El antropólogo inocente. B ar ce lona , A nagr am a.Bar t r a , Ro ger . 1 9 8 7 . La jaula de la melancolía: identidad y metamorfosis del

mexicano. México, Gr ijalbo.-. 1996. El salvaje en el espejo. Barce l o n a , D es t i n o .-. 1997. El salv aje artificial. Barce l o n a , D es t i n o .-. 1998. Sangre y t inta del ki t sch t ropical , Fractal, núm. 8, pr imavera, México.Baudr i l l a r d , J ean . 1 9 7 4 . C r í t i ca de la economía política del signo. México, Si-

g l o XXI.B ece r r a , M ar t ín . 2003 . Sociedad de la información: proyecto, convergencia, di-

-. 1997. El nuevo capital, introducción a un a l ec t u ra j apo n esa d e La noblezade Estado y E nt r ev is ta sob r e l a e du cac ió n, en Capital cultural, escuela y e s-pacio social. México, Siglo XXI.

-. 1998. Contre-feux. Par ís , Raisons d 'Agir .Bourdieu, Pierre y Darbel, A. 1966. L'amour de Part-Les musées d'art euro-

peéns a leur public, en Pierre Bourdieu, Le sens pratique.B ou r d ieu , P ie r r e y De sau t , Yve t t e . 1975 . Le cou tu r ie r e t s a g r i ff e : cont r ib u tion

á un e t héo r i e de l a mag i e , A cres de la Recherche. n ú m. 1 , en ero .Bourdieu, Pierre y Passeron, Jean Claude. 1970. La reproduction. Éléments

Page 107: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 107/110

vergencia. Buen o s Ai r es , No rma.Beck, Ulr ich. 1999. Qué es la globalización. Barcelona, Paidós.Ben habib, Seyla. 2002. The Claims of Culture. Equality and Div ersity in Me

Global Era. Nueva Je r s ey , Pr i n ce t o n Un i ver s i t y Pr ess .Bever l ey , Jo h n . 1 9 9 6 . Es t ud i o s cu l t u ra les y vo cac i ón p o l ít i ca , Rev ista de C r í -

tica Cultural, núm. 12, jul io, Sant iago de Chi le, pp. 46-53.Boltanski, Luc y Chiapello, Éve. 2002. El nuevo espíritu del capitalftmo. Ma -

drid, Akal.Bo r ja , Jo r d i y C as t e l l s , Man uel . 1 9 9 7 . Local y glob al: la gestión de las ciuda-

des en la era de la información. Madr i d , Un i t ed Nat i o n s fo r H uman S e t t l e -menrs (Habi tat )/Taurus.

Bonfil Batalla, Guillermo. 1990. México profundo. Una civilización negada.Méxi co , G r i ja l bo .

-. 1991. Desafíos a la antropología en la sociedad contemporánea, Iztapala-pa 24, año II, núm. extraordinario.

Bourdieu, Pierre. 1967. Campo intelectual y proyecto creador, en Jean

Pouillon et al., Problemas del estructuralismo. México, Siglo XXI.-.1971a. Disposition esthétique et compétence artistique, L e s T e m p s M o s ! e r-

nes, núm. 295, febrero.1 9 7 1 b . E le rh en t o s d e un a t eo r í a so c i o l óg i ca de / a p er cep ci ón ar t í s t ica , en

A. Si lberman et al ., Sociología del arte. Buen o s Ai r es , N ueva V i s i ón .- . 1 9 7 3 . L e march é d es b i en s symbo l i q ues , L'Année Sociologique, v ol. 22, pp.

2 / -83.-. 1977. La production de la croyance: contribution á une économie des

biens symbol iques, A c t e s d e l a re c h e r c h e e n s c i e n c e s s o c i a l e s , 1 3 d e f e b re ro .-. 1979a. La distinction - Critique social du jugem ent. Par ís , M i n uit. [La dis-

tinción. Barcelona, Taurus, 1998.]-. 1979b. La fotografía, un arte intermedio. Méxi co , Nueva Imagen .-. 1980. Le sens pratique. París, Minuit. [El sentido práctico. B ar ce lona ,

Taurus, 1991.]-. 1984. Homo Academicus. París, Minuit.-. 1990. Sociología y cultura. Méxi co , Gr i j a l bo .-. 1992. Les reg les de ¡'ara genése et structure du damp litté raire. Par í s , Édi -

t i o n s du S e u i l. [Las reglas del arte: génesis y estructuración del campo lite-rario. B ar ce lona , A nag r am a, 2002.]

-. 1996. Sur la télév ision. París, Liber . [Sobre la televisión. B ar ce lona , A na-grama, 2003.]

;mur une théorie du systime d'enseignement. París, Minui t . [La reproduc-ción: elementospara una teoría del sistema de enseñanza. Madr i d , Po p ular ,

2001.]-. 1975. M i t o s o c i o l o g í a . B ar ce lona , Fontane l la .Bourdieu, Pierre y Wacquant , Loic J. D. 1995. Respuestas: por una antropolo-

gía reflexiva. México, Gr ijalbo.Bo ye, Ot t o . 2 0 0 1 . L o s acuerdo s r e g i o n al es p ar a l a deud a ex t e rn a e n Amér i ca

latina y el Caribe. Intervención hecha por el Secretario Permanente delSELA, en la cumbre sobre a d e u d a s o c i a l, el Par l amen t o L at i n o amer i ca-

Venezu e la ,o, Caracas,013 de julio. http://lanic.urexas.edu/-se-la/AA2KI/ESP/ponen/ponen20.1am

Braidot t i , Rosi . 2000. Sujetos nómades. Buen o s Ai r es , Pa i dós .Brecht , Bertol t . 1980. Escritos sobre teatro. Buen o s Ai r es , N ueva V i s i ón .Briones, C.; Lanusse, P.; Lazari , A.; Lorenzet t i , M.; Szulcz, A. y Vivaldi , A.

(en prensa). Diversidad cultural e interculturalidad como construcciones

so c i o h i s t ó r i cas , en Div ersidad cultural e interculturalidad. Buen o s Ai r es ,Un i ver s i dad Naci o n al de Gen er a l S armi en t o .C al h o un , C ra i g . 1 9 9 9 . E l p ro b l ema de l a i den t i dad en l a acc i ón co l ec t i va , en

Javier Auyero, Caja de herramientas. Buenos Aires, Universidad Nacio-n al de Q ui l mes .

Cardín, Alberto. 1990. Malinowski, aprendiz de etnógrafo, en ' Lo próxim o ylo ajeno. Barcelona, Icar ia.

Castel l s, Manuel . 1980. Mov imientos sociales urbanos. México, Siglo XXI.Cepal-upa. 1997. La ig ualdad de los mo dernos. Ref lexiones acerca de la rea-

lización de los derechos económicos, sociales y culturales en A mérica latina.C o s t a Ri ca , C ep a] ,

C l i f fo r d , James . 1 9 8 8 . On e t h n o g rap h i c s e l f - fash io n i n g , e n The Predicamentof Culture. C ambr i dge , H arvard Un i ver s i t y Pr ess .

-. 1995. Dilemas de la cultura. B ar ce lona , G ed i s a .-. 999. Itinerarios transculturales. B ar ce lona , G ed i s a .C l i f fo r d , James y Mar cu s , G eor g es ( com ps . ) . 1991 . Retóricas de la antropolo-

gía. Barcelona, Júcar .C o n ven i o An drés Bel l o - Mi n i s t e r i o de C u l t u ra de C o l o mbi a . 1 9 9 9 . Un estu-

dio sobre el aporte de las industrias culturales y del entretenimiento al de-sempeño económ ico de los países de la Comunidad A ndina. Informe prel i -mi n ar . D ef i n i c i o n es bás icas , p au t as met o do l ógi cas y p r imero s r e su l t ado sen C o l o mbi a . Bo go t á , n o vi embre .

21 6

C o s t a , F l av i a , en t r ev i s t a co n Z ygn i u t Bauman . 2 0 0 2 . L o q ue q ued a d e l a be-lleza, Clarín, Suplemento Cultura y Nación, Buenos Aires, 7 de diciem-bre .

C uch e, D en ys . 1 9 9 9 . La noción de cultura en las ciencias sociales. B u enos A i-r e s , N u ev a V is ión.

Cu m b r e m u nd ia l sob r e l a soc i edad d e l a infor m ac ió n. 2003 . P r oyec to d e d ec la -ración de pr incipios. Ginebra, 25 de sept iembre. ht tp: / /wwwatu.int /wsis/ ohttp://www.itu.int/dms_pub/itu-s/md/03/wsispc3/td/030915/s03-wsip-spc3-030915-td-gen-0011r2b-pl!msw-s.doc(168570)/

C h o msky, No arn . 1 9 6 8 . Le langage et la pensée. París, Payot . [El lenguaje y el

Est ab le t , Ro ger . 1 9 6 6 . C u l t u r e a i déo /o g i e , Cahiers m arxistes leninistes, miras .12-13, ju lio-octubre , Par ís .

Fern án d ez , An a Mar í a ; Bo rak i ev i ch , S an dra y Ri vera , L aura B. 2 0 0 2. L a i m-p o r t an c i a de p e d i r l o i mp o s i bl e , Página/12, Buen o s Ai r es , 1 4 de marz o .

Fo rd , A n í bal . 1 9 99 . La marca deja bestia. Buenos Aires, Norma.Foucault, Michel. 1973. Las palabras y las cosas. Méx ico, S ig lo X X I .García Canclini, Néstor. 1990. Introducción: La sociología de la cultura de

Pierre Bourdieu, en Pierre Bourdieu, Sociología y cultura. México, Gri jal -bo y C o n acu l t a .

-. 1995. Consumidores y ciudadanos. Conf lictos multiculturales de la glob a-

Page 108: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 108/110

entendimiento. Madr id , Se ix B ar r a l , 19861Danto, Artbur C. 1999. Despué s del fin del arte. El arte contemporáneo y el

linde de la historia. B ar ce lona , P a idó s .D e C arval h o , Jo sé Jo r ge . 2 0 0 2 , L as cu lt u ras af ro amer i can as en Ibero amér i ca:

lo negociable y lo innegociable, en Néstor García Canclini (comp.), Ibe-roamérica 2002 . Diagnó stico y p ropuestas para el desarrollo cultural. Méxi-co, Santil lana.

D e G aray , Adr i án . 2 00 3. Las prácticas sociales de los jóv enes univ ersitarios dela Univ ersidad A utónoma M etropolitana, T e s i s d e d o c t o r a d o e n C i e n c i a sAn t ro p o l ógi cas , Un i ver s i dad Aut ón o ma Me t ro p o l it an a-Iz t ap alap a.

D e l a C amp a, Ro mán . 1 9 9 5 . T ran scul t urac i ón y p o smo dern i dad f ¿ des t i n o s dela producción cultural latinoamericana?, en M emo rias: Jornadas A ndinas .de Literatura Latinoamericana. L a Paz , Mural , Facu l t ad de H uman i dad esy C i en c i as de l a Educaci ón , UMSA.

- . 1 9 9 6 . L at in o amé r i ca y sus n uevo s c ar t ógrafo s : d i scur so p o sco l o n i a l , d i ás -

p o ras i n t e l ec t ua l es y en un ci ac i ón f ro n t e r i z a , Revista Iberoamericana, vol.62, ru írns. 176-177, ju lio-diciembre, pp. 697-717.

Del Val, José. 2002. Iberoamér ica profunda, en Néstor García Canclini (comp.) ,Iberoamérica 2002 Diagnóstico y propuestas para el desarrollo cultural. Mé -xico, Santi l lana.

D el euz e , G i l les y Guat t a r i , Fé . i x . 1 9 9 8 . El anti-Edipo: capitalismo y esquizo-frenia. Barce l o n a , Pa i dós .

L i e t z , H en ry y Mat o , D an i e l . 1 9 9 7 . Al gun as i dea s p ara mejo rar l a co mun i ca-c ió n en t r e los inv es t i gador e s d e E s tados Unido s y A m ér ica la t ina : una ca r -t a ab i e r t a , L A S A F oru m , vol. 28, núm. 2, Pp. 31-32.

Echevarr ía, Javier . 2001. Impact social et l i n gu i st i que d es n o uvel les t ech n o l o -g i es d e l ' i n fo rmat i o n e t de s co mmun i ca t i o n s (T ic) , en Trois espaces lingisis-

sigues face aux déf i s de la m ondialisation. Par í s , Organ i z a t i o n In t e rn ac i o -

nal de la Francophonie-os-cHT-sEcia-Union Latine, marzo.Elias, Norbert. 1991, La société des individus. París, Fayard. [La sociedad de

los individuos: ensayos. B ar ce lona , P en ínsu la , 19901Eliot, T. S. 2001. El libro de los gatos habilidosos del viejo Possum . M a d r i d ,

B u enos A i r e s , Va lenc ia , P r e - t ex tos .Escobar, Arturo. 1999. El final del salvaje. Naturaleza, cultura y politica en la

antropología contemporánea. S an t afé de Bo go t á , In s t i tu t o C o l o mbi an o deAn t ro p o l o g í a / cEREc.

lización. México, Gri jalbo.-. 1999. La globalización imaginada. Buen o s Ai r es -Méxi co , Pai dós .

-. 2001. Culturas híbridas. Estrategias para entrar y salir de la modernidad.Barce l o n a , Pa i dós .-.2002. Latinoamericanos buscando lugar en este siglo. Buen o s Ai r es , Pa i dós .García Canclini, Néstor; Rosas Mantecón, Ana y Sánchez Ruiz, Enrique

(comps.). 2002. Cine m ex icano y latinoamericano. Situación actual y pers-pectivas en A mé rica Latina, España y E stados Unidos. Informe presentadoa l In s t i t u t o Mex i can o de C i n emat o graf í a , d i c i embre .

Ge er t z , C l i ffo r d . 1 9 8 7 . La interpretación de las culturas. Barce l o n a , Ged i sa .-. 1989. El antropólogo como autor. Barce l o n a , Pa i dós .-. 1994. Conocimiento local. B ar ce lona , P a idó s .

I996a. Anti-antir relativ ismo, en Los usos de la diversidad. Barcelona, Paidós .1996b. Los usos de la div ersidad. Barce l o n a , Pa i dós .

Ge l l n e r , Ern s t . 1 9 8 3 . Nations and nationalism. Oxford, Blackwell. [Nacionesy nacionalismo. Madrid, Al ianza, 20031

Gi dd en s , An t h o n y . 1 99 9 . La tercera Ha: la renovación de la socialdemocracia.Madr i d , Taurus .

Grignon, Claude y Passeron, Jean-Claude. 1991. Lo culto y lo popular: mise-rabilismo y p opulismo en sociolog ía y en literatura. Buenos Aires, NuevaVisión.

Grimson, Alejandro. 2000. Interculturalidad y comunicación. Buen o s Ai r es ,Norma.

-. 2003. La antroplogía y los estudios de comunicación, en Tram(p) as de lacomunicación y la cultura. Buen o s Ai r es , Un i ver s i dad de L a Pl a t a .

Gros, Christian. 2000. Políticas de la etnicidad: identidad, estado y moderni-dad. Bogotá, Instituto Colombiano de Antropología e Historia.

Gut i ér r ez Es t évez , Man uel . 1 9 9 7 . Amér i ca l a t i n a: un cad áver exq u i s i t o . C o n -f e r enc ia en l a Fu nd ac ió n «La Ca ix a» , c ic lo «E n tor no a lo l a t ino» , 27 de f e -b r e r o .

-. 2001. Política democrática y pueblos indios en un tiempo postcolonial,Revista de Occidente, núm. 246, noviembre, Madrid, Fundación José Or-t e g a y G a s s e t .

H amel , Rai n er En r i q ue . 2 0 0 3. E l esp añ o l co mo l en gua d e l as c i en c i as f r en t e ala globalización del inglés. Conferencia presentada en la UniversidadAut ón o ma Me t ro p o l it an a-Iz t ap alap a, Méxi co D F , mayo .

21 922 8

Hannerz, Ulf. 1996. Transnational Connections. Londres, Nueva York,R o u t l e d g e .

Hardt, Michael y Negri, Antonio. 2002. Imperio. B u enos A i r e s -B ar ce lona-Méxi co , Pai dós .

Hoggart, Richard. 1957. The Uses of L iteracy. C h a t t o a n d W i d u s .Hopenhayn, Mar tín. 2002. Educación y cultura en Iberoamérica: s i tuación, cru-

ces y p er sp ec t i vas , en N és t o r Garc í a C a n cl i n i (co mp .) , Iberoamérica 2002.Diagnó stico y propuestas para el desarrollo cultural. México, Santi l lana.

Jameso n , Fr ed r i c . 1 9 9 3 . C o n f l i c t o s i n t e r d i sc i p l in ar i o s en l a i n ves t i ga c i ón so -

-. 2002. Medios y culturas en el espacio latinoamericano, Iberoamericana.A mé rica latina-España-Portug al, núm. 6 , junio, pp. 89-106, Madrid.

Mat o , D an i e l . 1 9 9 8 . Th e t r an sn ac i o n al maki n g o f r ep r esen t a t i o n s o f gen der ,ethnicity and culture: indigenous people's organizations at the Smithso-nian Inst i tut ion 's Fest ival , Cultural Studies, vol. 12, núm. 2.

Mattelar t , Armand y Neveu, Érik. 2003. Introduction aux cultural studies. Pa -r í s , L a D éco uver t e .

Miceli, Sergio. 1972. A noite da madrinha. San Pablo, Edi tora Perspect iva.Mignolo , W al t e r . 1995 . The D arker Side of the Renaissance. Universi ty of Mi-

Page 109: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 109/110

bre l a c u l t ura , A lteridades, n úm . 5 , pp. 93417, México.-. 1999. El giro cultural. Escritos seleccionados sobre el posmodernismo 1983-

1998. Buen o s Ai r es , Man an t i a l .Jus t o , Marce l o . 1 9 9 7 . L o s so r do s de l fu tu ro , Página/12, 15 de agos to , p . 18.Klein, Naomi. 2001. No logo. El poder de las marcas. B ar ce lona-B u enos

Ai res -Méxi co , Pai dós .Lacan, J acqu es . 1966 . Écrits. P ar í s , É d i t ions d u Seu iLLasky, Melvin J. 2003. Banal i sat ion du concept de cul ture, Commentaire, vol.

26, núm. 102, verano.Lechner, Norbert. 1998. Nuestros miedos, Perfiles L atinoamericanos, n ú m.

13, diciembre, pp. 179-198.Lévi-Strauss, Claude. 1964. El pensamiento salvaje. Méx ico, FCE.

L i n s Ri be i ro , Gus t avo . 2 0 0 3. Postimperialismo. Cultura y política en el mun-do contemp oráneo. B ar ce lona , G ed i s a .

Linton, Ralph. 1941. A cculturation in Seven A merican Indian Tribes. N u e v aYork, D. Appleton-Century Company.

L o mn i t z , C l audi o . 1 9 9 5 . Las salidas del laberinto: cultura e ideología en el es-pacio nacional mex icano. Méxi co , Jo aq u í n Mo r t i z/P l an e t a .

-. 1999. Modernidad indiana: nueve ensayos sobre nación y mediación enMéxico . Méxi co , P l an e t a .

McAna ny, E. G. y Wilkinson, K. T. (comps.). 1996. NA FTA and the CulturalIndustries. Aust in, Universi ty of Texas Press.

Maffesoli , Michel. 2004. El nomadismo. V agabunde os iniciáticos. México, FCE.

Makow ski , Sara. 2004. M emorias desde la intemperie. Ex clusión social y esoa-:cio: Los chav os de la calle en el centro histórico de la ciudad de M éx ico. Te -. s i s de do c t o r ado . Méxi co , umn -I .

Marcus , Geo rg e y Fi sch er , Mi ch ae l . 2 00 0 . La antropología cómo crítica cultu-•raL Un momento experimental en las ciencias humanas. Buen o s Ai r es ,Amorrortu.

Margul is, Mario; Urrest i , Marcelo et a/ . 1998. La seg regación negada. Cultu-ra y discriminación social. Buenos Aires, Biblos.

Martín Barbero, Jesús. 1998. De los m edios a las mediaciones: comunicación,cultura y hegemonía. S an t afé de Bo g o t á , C o n ven i o An drés Bel l o .

- . 2 00 0 . Nuevo s map as cu l t u ra l es de l a i n t egr ac i ón y e l d esar ro l l o , en Bern ar -do K l iksberg y L uci an o To mass i n i ( co mp s .), Capital socialy cu ltura: clave sestratégicas para el desarrollo. B u enos A i r e s , B anco In t e r am er icano de De-sar ro l l o / Fun dac i ón Fe l i p e H er r e r a / Un i ver s i dad de Mary l an d / FCE

chigan P r e s s .Millás, Juan José. 2000. El plagio, El Pais, 13 de oc tu b r e , p . 48.

Millcq Toby. 2001. A Com panion to Cultural Studies. Malden , Massachuse t s ,Blackwell .2 0 0 2. E l c i n e mex i can o en l o s Es t ado s Un i do s , en Nés t o r G arc í a C an cl i n i ,An a Ro sas Man t ecón y En r i q ue S án ch e z Rui z (co o rds . ) , op. cit.

Miller, Toby y Yúdice, George. 2002. Cultural Policy. L o n dr es /Th o usan dOaks/Nueva Delhi, Sage Publications. [Política cultural. Ba rc e lona ,Gedisa, 2004.]

Mons, Alain. 1994. La metáfora social: imagen, territorio, comunicación. Bue -n o s Ai r es , Nue va V i s i ón .

Moraña, Mabel (comp.). 2000. Nuev as perspectivas desde/sobre A mé rica lati-na: El desafio de los estudios culturales. S an t i ago de C h i l e , Edi t o ri a l C uar -to Propio/Instituto Internacional de Literatura Iberoamericana.

Mor e i r a s , A lbe r to . 2000. Hegem o nía y su b a lt e r n idad , en Mab e l Mor aña , op . dt.

Mo r l ey , D av i d . 1 9 9 6 . EurAm, mo de rn i t y , r easo n a n d a l t e r i t y o r , po s t mo de r -nism , the h ighes t s t age of cu l tur a l im per ia l ism ?, en Dav id Mo r ley y Ku an-Hsing Chen (comps.), Stuart Hall Critica! dialogues in cultural studies.L o n d r e s / N u e v a Y o r k , R o u t/ e d g e .

Or t i z, Ren at o . 1 9 9 7 . M undialización y cultura. Buenos Aires , Alianza.Ort n er , S h er ry . 1 9 9 9 . In t ro duct i o n , e n S . Or t n er ( co mp .) , The f ate of culture.

Geertz and Bey ond. Los Ángeles, Universi ty of Cal i fornia Press.O v iedo, J osé Migu e l . 2003 . Cont r a l a d iv e r s idad d e op in iones , El País, 3 de ju-

lio, p. 12.Paz, Octavio. 1950. El laberinto de la soledad. México, FCE.P é r e z Islas, José Anton io (comp.). 2002. Jóvenes m exicanos del siglo XX/. En -

cuesta Nacional de la Juventud 2000. In s t i tu t o Mex i can o d e l a Juven t ud ,C en t ro de In ves t i gac i ón y Es t udi o s so br e l a Juven t ud , S ecr e t a r í a de Edu-cac ió n P úb l ica , Méx ico D F, nov iem b r e .

Philipson, Robert. 2001. English and the World's Languages, HumanisingLanguage T eaching, vol. 3 , núm. 6.

Pingo; Michel. 1979. B esoins et habitus. P ar í s , Cen t r e d e Soc io log i e Ur b a ine .Plá, Juan Carlos. 1998. Soy otro en ambas patrias, en Pabl o Yan kel ev i ch

(comp.), En M éx ico entre exilio:: una experiencia de sudamericanos. Méxi-co, SEE-rróm-Plaza y Valdés .

Pi r es de Ri o C al de i r a , Ter esa . 1 9 8 8. A pr esen g a do au t o r e a p ósmo demi dad een an t ro p o l o g i a , Nov os Estudos, núm. 21, ju lio.

220

Prec i ado C o ro n ado , Ja i me y Ro ch a V al en c i a , Al ber t o (co mp s .) . 1 9 9 7 . Amér i -ca latina. Realidad, virtualidad y utopía ¿eta integración. Méx ico, Univ e r -s i d a d d e G u a d a l a ja r a .

Price , Sally. 1995. A rts primitifs; regards civilisés. P ar í s , É cole N a t iona le Su pé-r i eu r e des Be aux-Ar t s.

Q ui jada , Món i ca . 1 9 9 8 . L a q ues t i o n i n d i en n e , Cahiers Internationaux de S o-ciologie, núm. 105.

Rabinow, Paul. 1992. Ref lexiones sobre un trabajo de campo en M arruecos.Barce l o n a , Jú car (p o sfac i o de P i e r r e Bo urd i eu) .

R egu i l lo , R ossana . 2002. J ó vene s y e s f e r a púb l ica , en J osé A ntonio P ér ez I s la s(comp.), op. cit.

-.2003. El respeto. Sobre la lignidad del hom bre en un mundo de desig ual-dad. B ar ce lona , A nagr am a.

Sinclair, John. 1999. Latin American Television: A Global View. Oxford,Oxford University Press.

S mel se r , Ne i l J . y Al exan d er , J ef f r ey C . (co mp z ) . 1 99 9 . Div ersity and its Dis-contents. Cultural Conflict and Common Ground in Contemporary Ame-rican Society . Nue va Je r s ey , Pr i n ce t o n Un i ver s i t y Press .

Storper, Michael. 1989. The transition to flexible specialization in the US.f i lm i n dus t ry : ex t e rn a! e co r o mi es , t h e d i v i s i o n o f l abo ur, an d t h e c ro ss i n go f i n dus t r i a l dev i ces , Cambridge J ournal of Econom ics, vol. 13, núm. espe-

Page 110: García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

7/22/2019 García Canclini- Diferentes desiguales y desconectados.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/garcia-canclini-diferentes-desiguales-y-desconectadospdf 110/110

Rey jada s, Luis. 2002. Ensamblando culturas. Diversidad y conflicto en la g lo-balización de la i n dus t r ia . Barce l o n a , Ge d i sa .

Ribeiro, Remato Janin c. 2003. Brasil hoy, Sociedad, núm. 22, pr imavera, Revis-ta de la Facultad de Ciencias Sociales, UB A .

Richard, Nel ly. 1998. Residuos y metáforas (ensayos de crítica cultural sobre elChile de la transición). S an t i ago de C h i l e , C uar t o Pro p i o .

Ricoeur, Paul . 1969. Le conflict des interprétations. Par ís , Editions du Seuil.-. 1996. Sí mism o como otro. Méx ico, S ig lo X X I .R ifkin , J e r e r ny . 2001. La v en ta d e l s i g lo , El País, 5 de m ay o, p . 9 .R osaLdo, R ena to . 1989 . Cultura y verdad. México, Gri jalbo.Ro sas Man t ecón , An a. 2 0 0 2 . L as ba t a l las p o r l a d i ver s i dad : exh i b i c i ón y p ú -

b l icos d e c ine en Méx ico , en N és tor G a r c ía Canc l in i , A na R osas Mantecó ny Enrique Sánchez Ruiz (comps.), op. cit.

S án ch ez Rui z , En r i q ue . 1 9 9 8 . El c i n e m ex i can o y l a g l o bal i z ac i ón : C o n t r ac-c i ón , co n cen t r ac i ón e i n t e r cambi o de s i gual , en J . Bur t o n -C arvaja l , P . To -

r r es y A. Mi gue l ( co mp s .) , Horizontes del Segundo S iglo. Invest igación yPedagog ía del Cine M exicano, Latinoamericano y Chicano. México, Uni-v e r s id a d d e G u a d a l a j a ri ll m c in e .

-. 2002. La industria audiovisual en América del Norte: entre el mercado(o l igo p ó l i co ) y l as p o l í t icas p ú b l i cas , en N és t o r Ga rc í a C a n ch n i , An a Ro -sas Man t e cón y En r i q ue S án ch ez Rui z (co mp s .) , o p . cit.

Sarlo, Bea t r iz . 1994. Escenas de la vida posm oderna. Buenos Aires , Ar iel.-. 2002. Épica de la multitud o de la consolación por la filosofía, Punto de

Vista, núm . 73 , agos to , B u enos A i r e s .Sart re, Jean Paul . 1963. Crítica de la razón dialéctica. B u enos A i r e s , Losada .Schiffr in, And ré. 2001. La edición sin editores. México, Era.Schneidermann, Daniel 1997. Réponse á Pierre Bourdieu, Maniere de voir

h o r s sér i e , Le Monde diplomatique, marz o .

Sega to, Rita Laura. 1998. A lteri do-des históricas / identidades poff licas: una crí-tica a las certezas del pluralismo globaL B r as i li a , Univ e r s idad e d e B r as í li a ,D ep ar t amen t o d e An t ro p o l o g í a , n ú m. 34 .

Sena , Cu s tod ia Se lm a. 1987. Em f avor da tradW ito du falar é fati!, fazer é quesiío das. Brasilia, Univers idad de Brasil ia.

Senne t t , R ichard . 2000. La corrosión del carácter. Las consecuencias per sona le sdel trabajo en el nuev o capitalismo. B ar ce lona , A nagr am a.

cial 2.Strathe n, Marilyn. 1987. Out of context -The persuasive fictions of anthro-

pology, Current A nthropology, vol . 28, núm. 3.Tau ss ig , Michae l . 1987 . Shamanism, Colonia l ism and The W ild M an. A S tudyin Terror and Healing. Chicago y Londres, Thz University of Chicago

Press .Ter r a i l , J ean -Pi e r r e ; Pr e t ece i l le , Edmo n d y G reve t , Pa t r ice . 1 9 7 7 . Necesidad y

consumo en la sociedad capi tai loa actuaL México, Gri jalbo.To do ro v , Tz ve t an . 1 9 9 8 . El homb re desplazado. Mad r i d , Taurus.Trejo Delarbre, Raúl. 1999. La internet en América latina, en Néstor García

C an cl i n i y C ar l o s Mo n e t a (co mp s .) , Las industrias culturales en la integra-ción latinoamericana. Buenos Aires, Eudeba y México, Grijalbo, SELA-

Unesco.Ugalde, Víctor. 2004. Cine mexicano, a diez años del TLC, mur:Disc-Suple-

mento Especial 52 , en ero , D i r ec t o r es Argen t i n o s C i n emat o gráf i co s . Bue-

n o s Ai r es .Unesco. 1998. World Culture Repon 1998: Culture, creativity and markets.

Par í s , Un esco Publ ish i n g .Wad e , Pe t e r . 1 9 9 8 . Po b lac i ón n eg r a y l a cues t i ón i den t i ta r i a en Amé r i ca l a t i-

na. Conferencia dada en el Se ninario Internacionel Univalle-Orstrom« L as d i n ámi cas i den r i t a r ias en un co n t ex t o d e g r an mo vi l idad : r e f lex i o n esa p ar t i r de l Pac í f i co co l o mbi an o ». C al i , C o l o mbi a , 8 -1 1 de d i c i embre .

Warnier , Jean-Pier re. 2002. La m undialización de la cultura. B ar ce lona , G ed i s a .Wi l l iams, Raymo n d . 1 9 8 0 . M arxismo y literatura. B ar ce lona , P en ínsu la .-. 1997. La política del modernismo. Buen o s Ai r es , Man an t i a l.Wolton, Dominique. 2003. L'autre m ondialisation. París, Flammarion.Yan kel ev i ch , Pab l o . 2 00 3. S er o t ro e n am bas p a t r i as . Ex i li ado s l a t in o ame r i ca-

n o s en Méxi co , en F an n y Bl an ck-C er e i j i do y Pab l o Yan kel ev i ch (co mp s .) ,

El otro, el extranjero.Buen o s A i r es , L ib ro s de l Z o rz a l.

Yú di ce , Ge o rge . 1 9 9 9 . L a i n dus t r ia de l a mú s i ca en e l marco de l a i n teg r ac i ónAmér i ca L at i n a-Es t ado s Un i do s , en Nés t o r Garc í a C an cl i n i y C ar l o s Mo -n e t a (co m p s .), op. cit.

-.2002. El recurso de la cultura. Buen o s Ai r es -Barce l o n a-Méxi co , Ged i sa .

12 2 22 3