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PORTFÓLIO DE ATIVIDADE – LIGA ACADÊMICA DE CLÍNICA MÉDICA Nome do(a) Aluno(a): Patrícia Constantini Kreling Email do(a) Aluno(a): [email protected] Supervisor: Aline Data: 25/02/2012 Paciente internado ou em observação? Observação Se internado, em qual ala? QUADRO CLÍNICO NB, 87 anos, feminino. Paciente trazida pelo SAMU em 23/02 com quadro de crise convulsiva. Nega episódio prévio. Segundo a filha, paciente começou durante o banho a apresentar desvio do olhar, salivação e não estava responsiva. Histórico de HAS por tempo desconhecido e episódio e AIT há 1 ano. TC de crânio sem alterações. No dia 21/02 esteve internada por flutter com BAV variável, tratada com CVE com reversão do ritmo e manutenção com amiodarona e AAS. Durante o meu plantão, a paciente estava com Glasgow 4, FC 60 bpm, PA 148/69 mmHg e Gasometria arterial mostrando os seguintes valores: pH = 7,48 pO 2 = 157 pCO 2 = 25 HCO 3 = 19 BE = -3 SatO 2 = 99% TEMA RELACIONADO: Gasometria Arterial A gasometria arterial é um exame invasivo que mede as concentrações de oxigênio, a ventilação e o estado ácido-básico. Tipicamente, os valores gasométricos são obtidos quando o quadro clínico do paciente sugere uma anormalidade na oxigenação, na ventilação e no estado ácido-básico. Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, mas também poderá ser coletada pela artéria braquial ou femoral. Os valores normais de uma gasometria arterial são: pH 7,35 a 7,45

Gasometria Arterial

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PORTFÓLIO DE ATIVIDADE – LIGA ACADÊMICA DE CLÍNICA MÉDICA

Nome do(a) Aluno(a): Patrícia Constantini Kreling

Email do(a) Aluno(a): [email protected]

Supervisor: Aline

Data: 25/02/2012

Paciente internado ou em observação? ObservaçãoSe internado, em qual ala?

QUADRO CLÍNICONB, 87 anos, feminino. Paciente trazida pelo SAMU em 23/02 com quadro de crise convulsiva. Nega episódio prévio. Segundo a filha, paciente começou durante o banho a apresentar desvio do olhar, salivação e não estava responsiva. Histórico de HAS por tempo desconhecido e episódio e AIT há 1 ano. TC de crânio sem alterações.No dia 21/02 esteve internada por flutter com BAV variável, tratada com CVE com reversão do ritmo e manutenção com amiodarona e AAS. Durante o meu plantão, a paciente estava com Glasgow 4, FC 60 bpm, PA 148/69 mmHg e Gasometria arterial mostrando os seguintes valores:pH = 7,48pO2 = 157pCO2 = 25HCO3 = 19BE = -3SatO2 = 99%

TEMA RELACIONADO: Gasometria ArterialA gasometria arterial é um exame invasivo que mede as concentrações de

oxigênio, a ventilação e o estado ácido-básico. Tipicamente, os valores gasométricos são obtidos quando o quadro clínico do paciente sugere uma anormalidade na oxigenação, na ventilação e no estado ácido-básico. Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, mas também poderá ser coletada pela artéria braquial ou femoral.

Os valores normais de uma gasometria arterial são: pH 7,35 a 7,45 pO2 80 a 100 mmHg pCO2 35 a 45 mmHg BE -2 a +2 HCO3 22 a 28 mEq/L SatO2 >95%

Como podemos ver, a paciente mencionada no caso apresentava uma gasometria alterada. O pH estava aumentado, indicando uma alcalinização, a pO2

estava aumentada, a pCO2 diminuída (indicando uma hiperventilação da paciente), o HCO3 diminuído e o BE diminuído.

As principais alterações na gasometria dessa paciente indicam uma Alcalose Respiratória. Quando a ventilação alveolar está aumentada, a PCO2 alveolar diminui. Consequentemente, haverá diminuição da PCO2 arterial menor que 35mmHg, caracterizando uma alcalose respiratória (diminuição de H+, aumento do pH). Podem ser causas de alcalose respiratória: • Hiperventilação por ansiedade, dor, hipertermia, hipóxia, grandes altitudes; • Hiperventilação por ventilação mecânica; • Lesões do SNC, tumores, encefalites, hipertensão intracraniana; • Salicilatos e sulfonamidas; • Alcalose pós acidose.

Pode ser notado ainda, que o HCO3 da paciente também estava diminuído, mostrando uma possível tentativa de compensação metabólica do quadro.

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAISCom a história clínica, histórico de HAS e AIT prévio da paciente, penso em uma AVC hemorrágico. Sabe-se que muitas vezes as hemorragias cranianas demoraram para aparecer na tomografia computadorizada, principalmente em idosos. Essa TC deveria ser repetida em 48-72 horas para comprovação do quadro. Poderia ainda ser um AVC isquêmico, pelo histórico de arritmia, que poderia ter contribuído para o desprendimento de um trombo e deslocamento do êmbolo em direção ao cérebro da paciente. Outro diagnóstico poderia ser um tumor encefálico, porem a história não seria tão súbita.

CONDUTA TOMADAEnquanto eu estive no plantão, a paciente estava apenas em observação na sala da emergência.

PERCEPÇÃO DO CASOAssim como muitos pacientes, esta esta sem perspectivas de melhora, pois desde que deu entrada no hospital estava inconsciente. Ela recebia a atebção necessária da enfermagem resposáel pelo seu caso, porém era esquecida pelos médicos, que julgavam haver casos mais importantes para investigarem.

O QUE EU FARIA PARA MELHORAR?A princípio, teria repetido a TC em 72 horas, para verificar presença de hemorragia intra-craniana. Sabemos que a RNM e o atendimento de neurologistas não é tão rápida no HRHDS quanto no HMSJ, então uma transferência da paciente poderia ter sido analizada.