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Gatilho Nº 14 @ NOVEMBRO 2014

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[ P’ra ti ]

Meio Metro de Pedra de Eduardo Morais

Pela primeira vez em Portugal, está documentada a história da contracultura do rock'n'roll nacional desde o seu surgimento no fim da década de 50 até aos nossos dias.Na década de 60, inspirados por bandas como os Shadows, Bill Haley ou os Beatles, cerca de 3000 conjuntos de norte a sul de um país sob a alçada de Oliveira Salazar abalaram as editoras inconscientes deste som emergente.Um impulso de espírito ousado que percorreu o psicadelismo dos Jets, o punk dos Aqui D'el Rock, e se estabeleceu em pontos nevrálgicos como Braga, Coimbra ou Barreiro.Um pedaço da história de Portugal que tende a ser ocultado, sobrevive através do selo independente da Ama Romanta, da Bee Keeper, da Lux ou da Groovie Records, e tem neste documentário de Eduardo Morais, a sua merecida celebração.

A Instável Leveza do Rock de Paula Guerra

Trata-se de um livro que pretende delinear e explicar sociologicamente um segmento musical do pop rock: o rock alternativo português. Este intuito é concretizado pelo recurso e aplicação dos contributos da sociologia da cultura e das artes.

Soul Jam de WrayGunn

Soul Jam é o primeiro álbum de estúdio da banda portuguesa de rock e blues Wraygunn lançado em 2001 pela Editora NorteSul. Conta com a participação de Adolfo Luxuria Canibal, vocalista dos Mão Morta na canção «Não Vou Perder a Alma».

Prescrição do Mês por Diogo CardosoO artista e músico amarantino, seleciona e aconselhatrês obras portuguesas, todas elas com o rock’n’rollcomo pano de fundo.

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[ CURTAS ]

João Pinheiro lança demo de hip hop.

João Pinheiro, conhecido artista multifacetado, entrou numa nova aventura musical e não estamos a falar da sua banda de death metal Oath of Putrefaction! Pinheiro decidiu entrar pelos meandros do Hip Hop e gravou recentemente uma demo com seis temas originais! O trabalho de criação, produção e gravação durou desde Março a Setembro e foi tudo feito no seu estúdio caseiro. Nos inícios de Outubro a demo foi colocada on line para que todos possam ouvir gratuitamente.A demo chama-se O Outro Lado, isto é, se por um lado Pinheiro está ligado às sonoridades pesadas, por outro lado ele nunca negou o seu gosto por hip hop e com esta gravação mostra-nos que é perfeitamente conciliável gostar de dois géneros musicais bem distintos.O tipo de hip hop que João Pinheiro aprecia e ao qual foi buscar influências é aquele com mensagens mais positivas e divertidas até, ainda que tenha escrito um ou outro tema de cariz mais interventivo. Os nomes do hip hop que Pinheiro mais destaca e ouve são os americanos Common e Evidence, os brasileiros Marcelo D2 e Gabriel o Pensador e o português Sam the Kid.Para além de ter gravado uma demo sua, João Pinheiro também está a gravar outros jovens nomes do hip hop amarantino no seu pequeno estúdio. É o caso de Equilíbrio, cujo ep estará pronto no mês de Dezembro.No que respeita a concertos, João Pinheiro já teve a possibilidade de apresentar alguns dos seus temas no Marco de Canavezes quando lá foi tocar como back vocals do também amarantino Full, no entanto, o seu objectivo é apresentar-se em nome próprio o mais rapidamente possível cá em Amarante!

Por Gabriela Teixeira

Verena Basto apresentou no Travo e Canela sete pinturas, das quais três foram feitas propositadamente para a exposição.

Relativamente aos três quadros originais, Verena quis acima de tudo inventar usando materiais que tinha em casa, tais como papel de parede ou cartões sobre os quais pintou de forma sensitiva, não pensada. Como artista plástica, Verena deixa-se levar pela obra, deixa que seja o processo criativo a ditar o conceito que vai surgir. Nestas três obras originais houve, contudo, uma vontade de encontrar um elo que as unisse num só conceito e daí surgiram os três elementos terra, ar e água que têm em comum a existência de vida.A pintura é uma necessidade na vida de Verena mas nunca uma necessidade forçada, isto é, ela vai pintando só quando sente que tem inspiração para tal, isto, porque para auferir lucro financeiro a artista dedica-se ao design onde a sua veia criativa é igualmente requerida e reconhecida.

Por Gabriela Teixeira

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[ CURTAS ]

CLA reuniu no Travo e Canela

No passado sábado, dia 8 de Novembro, os membros do Clube de Leitores de Amarante reuniram-se no Travo e Canela para discutirem a obra de Eça de Queiroz A Cidade e as Serras. Pos te r io rmente , os e lementos receberam via e-mail a notificação que a próxima obra a ser contemplada numa futura reunião será Eusébio Macário de Camilo Castelo Branco.Mais uma vez se sublinha que o CLA está totalmente aberto à presença de novos elementos que tenham gosto pela leitura e pela partilha de visões e conhecimentos literários e não só.

Por Gabriela Teixeira (membro do CLA)

Peça de teatro comunitário realizada em Amarante disponível na íntegra no youtube.

TAM… O caminho do rio está disponível no youtube! Para todos aqueles que não estiveram presentes no bairro de S. Lázaro nos dias 31 de Julho e 1 de Agosto a assistir à peça de teatro comunitário realizada em Amarante e protagonizada por mais de 50 amarantinos, a peça encontra-se disponível na íntegra no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=d19KTqjiCfA.

Este projecto foi levado avante pelo grupo de teatro do Porto PELE em parceria com a Câmara Municipal de Amarante no âmbito dos projectos da Rota do Românico.Quem quiser saber um pouco mais sobre este projecto poderá ler um artigo que saiu na Gatilho do mês de Junho.

Por Gabriela Teixeira

Actividades Artísticas Livres nas Férias de Natal na Gatilho/Porta43

A Gatilho Associação, arranca no dia 17 de dezembro com o ATL Infantil de Natal, com actividades de várias vertentes artísticas.

O ATL é direcionado para crianças dos 4 aos 12 anos. A associação pretende estimular o gosto das crianças pelas artes, envolvendo-os em actividades de pintura livre, modelagem, música, fotografia e visitas a alguns espaços em Amarante onde a intervenção artística está sempre patente.

O projecto tem a duração de duas semanas, de 17 de dezembro a 3 de janeiro, com um custo total de 75,00€ para as duas semanas, ou então com a opção de 10,00€ por dia.

Para mais informações: [email protected] / 918 433 539

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GATILHO

o1ANIVERSÁRIO

Um ano a “gritar” em nome da ArteParabéns Gatilho!

“1 ano a existir para o desenvolvimento artístico cultural de Amarante”. Poderia muito bem ser o resumo base da Associação Gatilho que para além de ter cumprido um ano de vida a proporcionar eventos múltiplos, no sentido de “estimular o Imaginário coletivo, por um lado, e apostar na formação de espíritos críticos e lúcidos, numa sociedade constantemente bombardeada por muita informação, por outro”, diz-nos Gilberto Bento Pinto, um dos mentores da organização que tem vindo a provar que “quando há entendimento comum, vontade de intervir e sensibilizar as consciências individuais, há muito a fazer para melhorar Amarante, e elevá-la a uma história cultural plena de riqueza, não só os valores “ancestrais” como os novos talentos que pululam pela cidade”, remata sorridente. Assim, para celebrar, o convite foi endereçado a Pedro Fidalgo, rocker amarantino que segue as inspirações glam, quando o rock era também imagem e atitude que proporcionou um excelente concerto, mostrando porque é um dos jovens músicos que mais tem dado que falar na cidade. Nos interiores, decorria a exposição de Verena Basto, uma série de personagens fantasiosas que levam a mente em viagens imaginativas, num Sentimento sublime de estarmos perante mundos infantis, puros Sagrados. Assim, coincidindo com o lançamento de mais uma edição – esta, ainda mais especial – da Gatilho, que trouxe à boca de cena, uma longa entrevista com o Poeta de Rua, hip hopper amarantino que tem levado longe o nome de Amarante e que a Gabriela Teixeira, teve o prazer de “desvendar” e, noutra perspectiva, Joana Antunes, na pintura, com os Ismos de Joana, exposição que esteve patente ao público na Casamarela, como tema central de

conversa. A noite decorreu intensamente, tendo como palco o Travo e Canela – Casa Viva, que se tem revelado um espaço cultural da cidade, aliando a boa gastronomia a visões artísticas. Foram muitos, os que responderam ao apelo da Gatilho para festejar “vidas poéticas, encantadas pela musica, e tantas vertentes artísticas como alvo, na procura de novos conhecimentos; numa aventura visionária e futurista adequada à Gatilho ou “A vanguarda da arte em Amarante”, remata o jovem mentor da associação!! Agora, espera-se mais um ano, em que se possa consolidar o nome e o conceito que os move, trazendo à cidade mais manifestações ao vivo que fazem parte da nossa Identidade enquanto amarantinos e dando a conhecer artistas conceituados. “Tanto apostamos em eventos futuristas como a música electrónica, como bebemos inspiração na música de raiz tradicional. Tudo o que transmita valores e criatividade”. Como disse alguém, “uma pedrada no charco”, no panorama regido por uma certa monotonia, mas que núcleos de jovens tem vindo a dinamizar, para uma Amarante “utópica” … E artística!!!

Por Carla Vera Bento

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“somos música e amor … pelo amor à música”

A marcar uma história que pode ser uma viragem na “movida” amarantina, surgiu a Go Louder, desenvolvendo um conceito de clubbing na cidade, através da organização de eventos no âmbito da “música de dança de qualidade”, e aqui não cabe as vertentes comerciais que são apelativas às massas, mas pouca originalidade e novidade tendem a apresentar. “A base é o House e o Techno,pela cultura que lhes é inata e que recriam enquanto agentes interventivos e reponsáveis pelos laços sociais que a Cultura dj cria”, diz-nos Rui Moreira, à base de apresentação da Go Louder, uma organização sem fins lucrativos, num encontro interessante no Café do Manel, ou não fosse a Electrónica, um “mundo visionário e futurista” o tema da conversa. Sendo um dos fundadores deste núcleo de jovens que pretendem “atrair a juventude a Amarante através de eventos musicais mais vanguardistas que marcam a diferença”, Rui Moreira mostra-se contente com a actuação da produtora que acima de tudo “pretende dar visibilidade aos bons djs amarantinos” e desde já fica lançado o repto, “no futuro esperamos criar uma base de dados alargada com todos os Djs de amarante, ajudando na divulgação do seu trabalho”; por outro lado, numa evolução natural de quem já avançou com duas edições, no Spark, da Go louder, espera “conseguir trazer nomes mais apelativos à terra”. Já por cá passou, Diana Oliveira (dj do Porto que tem trazido novas sonoridades à scene); Luke Francis, Daniel Fontera, Ghost Rush aka Mr Oak (bem conhecido do party people da região e que tem marcado presença em vários eventos de música techno na cidade) e o próprio, Rui aka Petrix. No último clubbing, “os bilhetes esgotaram, o que prova que há educação musical em amarante, e receptividade a este tipo de eventos, unindo várias gerações”. De ressalvar, que a Go Louder inclui na sua estratégia, uma dimensão de responsabilidade social:”o valor das entradas tem revertido a favor de instituições de solidariedade social, como é o caso da Cercimarante e da Terra dos Homens”, explica o jovem produtor de eventos, cuja ambição é levar amarante por “voos mais altos”. “Pretende-se consciencializar e educar para a cidadania. Se as pessoas gostam de “festas” não custa doar para uma instituição”, refere, acrescentando” que é ao juntarem-se a uma organização sem fins lucrativos, é tornar o nosso trabalho honesto e as pessoas contribuem para um causa social que nos diz respeito a todos”. A reter, para um evento de sucesso:” muito boa divulgação pois as pessoas precisam de ter conhecimento sobre a nossa oferta; conseguir conciliar um artista de qualidade com o que as pessoas gostam e querem ouvir e finalmente, criar um bom ambiente um feeling positivo em volta da festa” conta-nos Rui Moreira, “cuja ambição é estimular a juventude para a intervenção social, cativando pela magia da música”.

Por Carla Vera Bento

[ REPORTAGEM ]

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Visões de Futuro

A ideia passa por a Go Louder, ser um embrião num “movimento que una as pessoas”, diz-nos. “Por norma, quem frequenta clubs (e aqui apela-se ao conceito clubbing: “escutar música, bailar enquanto se bebe um copo e se conversa”) concentra-se num ritual de dança: todos juntos num mesmo espaço sob uma mensagem musical, apesar de ser um estilo musical muito pouco vocalizado. Mas, a União sente-se e decorre naturalmente sendo um elemento importante no desenvolvimento da consciência”, explica conferindo a tal natureza Espiritual à música House enquanto geradora de valores profundos e que se enraízam no colectivo de quem admira admiráveis mundos novos que já atingiram a maioridade. E a Go Louder dá o seu contributo. Agora, para dia 12 de Dezembro está agendada a III edição a acontecer no Spark, em Amarante, com um nome altamente conceituado do panorama da música de dança nacional: Miguel Rendeiro! “Queremos explorar uma vertente mais alegre e vai ser, concerteza, uma forma de as pessoas que aderirem abrirem horizontes e crescerem musicalmente com um nome histórico e que marcou gerações”, antevê o jovem mentor, estudante de Engenharia Mecânica na FEUP que tem conciliado os estudos com a música de uma forma positiva: “ quanto mais eventos fazemos, mais ideias tenho para realizar. Ao todo, somos uns trinta amigos, que opinam e ajudam-nos a concretizar os nossos projectos”. Entre eles conta-se João Pinheiro, realizador que tem incursões pela fotografia e video e Luis Freitas, apenas alguns dos nomes que “captam a onda da Go Louder”, remata Rui.Agora, com provas dadas, tendo em conta o sucesso das duas primeiras edições, esperam por uma oportunidade para encetarem novas parcerias, nomeadamente com a autarquia amarantina e com a Organização Não-Governamental, “Mãos ao Serviço”, como teoria irrefutável de que são um núcleo de “jovens activistas” que trabalham por amor à camisola. No entanto, e apesar de não estudar gestão, “ temos de agir mediante os nossos orçamentos. Não temos intuito de lucro, mas gostava de garantir uma margem que nos permitisse alargar a nossa acção”. Uma ideia que se mantém será o de “explorar a beleza dos sítios naturais de Amarante”, “explorar a música associada ao Sol e expandir os estilos de música, como o deep house ou o nu disco”, idealiza, acrescentando que um projecto já em mente pode muito bem a ser um “festival de verão, para preencher uma lacuna da cidade que se pretende turística” e aqui a Go Louder tem uma palavra a dizer” os jovens dispersam-se, porque não concentrá-los na nossa esfera, em nossa casa, em Amarante?” questiona. “Quero que as pessoas se associem a Amarante, numa mistura de gerações que tenham como objectivo passar momentos alternativos, à rotina do dia-a-dia. Assim, o convite fica feito. Aparece para “Bailar ao nosso ritmo”!!! Go Louder, um nome a fixar!

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PEDRO FIDALGOUm Rockeirocom muito BLUES

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Pedro Fidalgo gosta é de estar em palco e já teve a oportunidade de tocar fora de Portugal, nomeadamente em França. Recebeu a Gatilho no seu estúdio caseiro e deu-nos a ouvir os temas que farão parte do primeiro álbum de originais dos Leopardskin, gravados muito recentemente em Lisboa. Vocalista, guitarrista, letrista e compositor, Pedro tem uma garra e maturidade artística pouco usual para quem só tem 18 anos de vida.

Como é que tudo começou?

Eu comecei a tocar guitarra por causa de uma única pessoa: Mark Knopfler! Desde pequeno que me imaginava num palco e isso fez-me decidir aprender a tocar guitarra.

Comecei por tocar saxofone mas um ano depois desisti porque não gostava e a minha avó ofereceu-me a minha primeira viola acústica tinha eu 15 anos.

Lembro-me que mal tive a guitarra fui para a minha garagem com um amigo e passei a tarde toda a tocar a Don't Cry dos Guns N' Roses! Não saí de lá sem a saber tocar porque aqueles dedilhados são muito complicados para quem não sabe tocar! Demorei 6 horas mas aprendi e cheguei a casa todo contente a mostrar ao meu pai a minha recente proeza. O meu pai percebeu que eu gostava mesmo de tocar e então colocou-me na escola Ritmo nas aulas do professor Rui Moreira. Tive cerca de 6 meses de aulas em que só aprendi o que realmente me interessava, isto é, escalas, porque eu entrei na escola a dizer que queria ser guitarrista solo (risos). A partir daí fui autodidacta! Nessa altura o Rui Moreira deu um concerto acústico cá em Amarante e eu toquei com ele e desde então nunca mais parei, o vício das guitarras nunca mais me largou!

«Comecei por tocar saxofone mas umano depois desisti porque não gostavae a minha avó ofereceu-me a minhaprimeira viola acústica tinha eu 15anos»

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Tirando esses meses de aulas com o Rui Moreira, não tens mais nenhuma formação…

Para aprender é preciso ouvir muito e eu posso dizer-te que 20% do meu dia é passado a tocar mas 80% é passado a ouvir!

O que é que tu ouves?

Os Aerosmith são uma grande influência para mim! Adoro rock! Um grande exemplo para mim do que é dar tudo mas mesmo tudo num palco é o Bruce Springsteen! Vi-o há 2 anos no Rock in Rio e fiquei fascinado como é que um homem de 63 anos entrou no palco e só saiu quando acabou de dar um concerto de 2h45!! O resto da banda entrava e saia e ele sempre lá!

Outro nome incontornável para mim é o Slash! Eu já gostava muito dele nos Guns N' Roses mas para mim, desde que ele se juntou ao Myles Kennedy (vocalista de uma banda que eu também adoro, os Alter Bridge) tem mostrado que em 2014 é possível trazer coisas novas para o hard rock. Isso a mim faz-me querer que estes músicos puxem ainda mais a corda e façam cenas ainda mais inovadoras!

O Blues é um som que me toca mesmo muito, eu adoro! Há um músico de Blues que eu gosto muito e uso a mesma técnica vocal dele que se chama George "Buddy" Guy. É um homem de 78 anos e que continua a fazer concertos como se tivesse 20! O que eu gosto no Blues é a alma! Tu ouves uma música de Blues seja ela mais alegre ou mais triste e tu sentes que o tipo que canta está mesmo a sentir aquilo!

Quanto à música portuguesa, actualmente oiço muito a banda do meu produtor, os The Black Mamba, que fazem uma mistura de r&b, soul, funk, rock n' roll… é um som muito bom mesmo e eu cresci muito com eles desde que estive a gravar em Lisboa durante três meses.

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E quando é que percebeste que afinal também sabias cantar?

Quando comecei a tocar guitarra aprendi uns temas mais simples em termos vocais tipo a Knockin' on heavens door (versão dos Guns) e a Wish you were here dos Pink Floyd e apercebi-me que até gostava de cantar e não era muito difícil para mim, então fui começando a cantar com o meu pai (que canta mesmo muito bem). Eu sinto que estou a viver um pouco o sonho do meu pai e acho que vocalmente sou muito influenciado pelo meu pai. Ele puxa muito por muito, apoia-me muito! Sou eu quem está a gravar um cd, que dá os concertos mas eu sei que o meu pai quer tudo isto tanto ou se calhar mais do que eu! É óptimo ter alguém a teu lado que te apoia assim tanto!!

Tens aulas de canto?

Tive algumas aulas com o professor e amigo Pedro Figueiredo que é uma excelente pessoa, um grande cantor e um grande músico e que me ajudou muito na parte vocal. Julgo que foram cerca de 2 meses, fora isso é ouvir muito, treinar muito em frente ao espelho para ver até onde vou.

Tens alguns cuidados com a voz? Sei que fumas e também gostas de beber o teu copo…

Sim, sou fumador e sempre ouvi dizer que o álcool conserva (risos).

Tive há cerca de 1 ano um nódulo numa corda vocal e estive sem cantar 4 meses e posso dizer-te que foram os meses mais assustadores da minha vida. Reparei que tinha algum problema quando estava no meu quarto a tocar guitarra acústica e não conseguia ouvir a minha voz! Imagina! Fiz o tratamento que o médico mandou, parei os tais 4 meses e felizmente agora estou bem!

Sim, sei que não devia fumar mas pronto… fumadores e não fumadores morrem na mesma… Quanto a beber, sempre disse que tenho 2 bons amigos, o Jack e o Daniels que são muito fieis (risos) mas ultimamente, por questões de saúde, ando contido porque a vida não é só festa e eu estou a fazer um trabalho que quero viver muito tempo para ver até onde vou chegar.

Mudando de assunto, antes dos Leopardskin tiveste outros projectos musicais?

Sim, tive 2 projectos a sério com letras e músicas originais. Tive uma banda chamada Lizzard King (homenagem ao Jim Morrison) com um grande amigo meu que é também um grande baterista, o Johnny C e depois tive outra banda que durou pouco tempo porque tivemos problemas internos.

«...sinto que estou a viverum pouco o sonho do meupai e acho que vocalmentesou muito influenciadopelo meu pai.»

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Vocês tinham músicas originais? Chegaram a gravar alguma demo?

Sim, tínhamos temas originais mas nunca chegámos à fase de gravar. Vou-te ser sincero, eu nunca gostei de aprender as músicas dos outros. Quando começas a tocar um instrumento é claro que tens de aprender mas eu cheguei a um ponto que queria fazer coisas minhas. Quantas vezes o meu pai mostrava-me uma música fixe e dizia-me para eu aprender a tocar e eu mostrava-lhe antes alguns acordes nos quais andava a trabalhar. Claro que quando estás a aprender alguma coisa que é de outra pessoa estás a aprender as suas técnicas mas eu prefiro ir desenvolvendo a minha própria técnica e é assim que me sinto bem.

Quando surgiu o projecto Leopardskin?

Surgiu exactamente a 5 de Maio de 2012 ainda que não com este nome. O Mário Maia arranjou o meu contacto e ligou-me a perguntar se eu estava interessado em reunir-me com a banda dele porque eles já me tinham ouvido e gostavam muito da minha voz. Nesse dia reuni com o Mário Maia e com o António Granja (que já não está na banda). Nessa altura a banda chamava-se AK”AB”AL (símbolo Maia que significa o nascer da aurora) e tocávamos rock psicadélico e progressivo na onda de Pink Floyd. Nessa altura demos alguns concertos por cá.

Com a saída do teclista a banda virou-se para uma onda mais hard rock. Lembro-me que tivemos um interregno de 1 semana e quando nos voltámos a reunir eu tinha 5 temas originais compostos. Enveredámos então pela sonoridade mais hard rock mas ficámos com o problema do nome não se adequar a um som mais pesado. Uma noite eu tive um sonho brutal, sonhei que os Led Zeppelin tinham tocado no Madison Square Garden e nós tínhamos entrado num concurso para fazer a abertura. Ganhámos o concurso mas o Robert Plant não achava o nosso nome sensual e então sugeriu o nome Leopardskin e assim ficou. Abrimos para eles e até gravámos um disco em que a capa era toda em pêlo de leopardo! Sonho altamente! Contei ao resto do grupo o sonho e todos gostaram do nome porque um leopardo tem garras e é preciso muita garra para tocar hard rock!

Ensaiámos, criámos temas e chegamos a ponderar gravar um álbum no estúdio do Rui Veloso mas isso não chegou a acontecer. Algum tempo depois mostrei algumas músicas ao Pedro Tatanka dos The Black Mamba via facebook. Ele gostou do que ouviu e pediu-me para ir ter com ele a Guimarães porque eles iam dar lá um concerto. Eu fui lá ter, fui super bem acolhido e o Pedro convidou-me para ir a Lisboa logo na segunda-feira seguinte para começarmos a gravar. Quando cheguei ao estúdio passei-me, mesmo brutal! Só de pensar que já lá gravaram os Linda Martini, os Ornatos Violeta e até os Mata-Ratos!!! Estive lá a gravar desde Junho até inícios de Setembro e está aqui o resultado que ainda falta acabar para ser considerado um verdadeiro álbum! Musicalmente cresci muito em Lisboa, conheci gente que, apesar do talento, são pessoas mesmo afáveis, mesmo terra-a-terra que ajudaram este moço de Amarante que não conheciam de lado nenhum!

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Só o fizeram porque reconheceram talento e qualidade em ti…

E eu sinto-me muito feliz por isso!

Foste sozinho gravar para Lisboa?

Fui eu e o Vítor porque ele conseguiu conciliar o trabalho com as gravações mas o resto da banda não conseguiu e eu também não podia exigir que o fizessem.

Para além dos Leopardskin tens na calha mais algum projecto?

Estou a 500% dedicado a esta banda! Vou dar o

máximo neste projecto e não me distrair com outras coisas.

Mas estás aberto a fazer participações com outras bandas?

Isso sim porque eu gosto de tocar mas também sempre que possa vou ajudar quem precise da minha mão. Ser músico não é só trabalhar para mim mesmo.

Como sabes a nossa revista/associação fez recentemente 1 ano de existência, como olhas para o nosso trabalho ao longo deste tempo?

A Gatilho tem ajudado muito a comunidade artística de Amarante porque está a divulgar-nos de livre vontade, o que mostra interesse no artista em si e está-nos a dar a conhecer na nossa casa, na nossa cidade e eu sinto-me muito agradecido por isso! A equipa da Gatilho é fantástica e está a mostrar o que Amarante vale a nível cultural e artístico e Amarante deve sentir-se grata por isso.

Obrigada pelas tuas palavras. Por fim, concordas com aquela música de AC/DC It's a long way to the top if you wanna rock n' roll?

Completamente! É mesmo um caminho muito longo!

E estás disposto a fazer esse caminho em nome das Stairways to heaven?

Estou disposto a tudo! Long live rock!

Só o fizeram porque reconheceram talento e qualidade em ti…

E eu sinto-me muito feliz por isso!

Foste sozinho gravar para Lisboa?

Fui eu e o Vítor porque ele conseguiu conciliar o trabalho com as gravações mas o resto da banda não conseguiu e eu também não podia exigir que o fizessem.

Para além dos Leopardskin tens na calha mais algum projecto?

Estou a 500% dedicado a esta banda! Vou dar o

máximo neste projecto e não me distrair com outras coisas.

Mas estás aberto a fazer participações com outras bandas?

Isso sim porque eu gosto de tocar mas também sempre que possa vou ajudar quem precise da minha mão. Ser músico não é só trabalhar para mim mesmo.

Como sabes a nossa revista/associação fez recentemente 1 ano de existência, como olhas para o nosso trabalho ao longo deste tempo?

A Gatilho tem ajudado muito a comunidade artística de Amarante porque está a divulgar-nos de livre vontade, o que mostra interesse no artista em si e está-nos a dar a conhecer na nossa casa, na nossa cidade e eu sinto-me muito agradecido por isso! A equipa da Gatilho é fantástica e está a mostrar o que Amarante vale a nível cultural e artístico e Amarante deve sentir-se grata por isso.

Obrigada pelas tuas palavras. Por fim, concordas com aquela música de AC/DC It's a long way to the top if you wanna rock n' roll?

Completamente! É mesmo um caminho muito longo!

E estás disposto a fazer esse caminho em nome das Stairways to heaven?

Estou disposto a tudo! Long live rock!

«... está a mostrar o que Amarante valea nível cultural e artístico e Amarantedeve sentir-se grata por isso.»

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F O R M A Ç Ã O

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[ REPORTAGEM ]

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E quando a pintura é mais “intuitiva do que pensada” em que a artista, ao sabor da disposição, se encerra num processo caótico de criação, onde não faltam telas de grandes dimensões, rolos e trinchas, “manchando e borrando”, num verdadeiro manifesto de arte bruta de pinceladas duras, que pouco ou nada obedecem à lógica racional, em que “a forma não interessa”, apenas a “expressão”? A artista é Jordana Pardo, amarantina, de 23 anos que tem agora, trabalhos patentes ao público, na Porta 43, até dia 31 de Dezembro de 2014. No geral, apresenta-nos um jogo de tendências diverso, que vai do barroco à “arte nouveaux”, sendo a mistura de cores o traço original da sua obra. Em tom de brincadeira sugere mesmo “um vermelho com rosa, duas cores que não combinam, mas que nas minhas obras fica perfeito”, diz-nos enquanto beberica o chá quente, um suave elixir num entardecer frio no qual decorre informalmente, a conversa

...“um vermelho com rosa, duascores que não combinam, masque nas minhas obras fica perfeito”...

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com a educação artística como pano de fundo. A jovem pintora é licenciada em Arte e Design, pela Universidade de Bragança e frequentou 2 semestres no programa Erasmus, na Roménia, o que lhe possibilitou o contacto com uma realidade diferente em que a arte e o artista são altamente valorizados. “Há uma grande aposta na formação do aluno que entra na universidade porque é bom, e não porque tem dinheiro. Lá, nem se paga propinas”, explica, adiantando que “os romenos, apesar de ser um povo subdesenvolvido de leste, apostam muito no desenvolvimento dos estudantes de arte com disponibilidade de imensos materiais, há salas de cerâmica, de fotografia, podemos trabalhar em ferro, pedra, ou madeira e os alunos têm total liberdade sobre as salas de aula”. “Não há regras sobre a Arte, o que eu acho fantástico”, diz-nos num discurso efusivo e crítico de quem viveu um percurso jovem, mas repleto de experiências artísticas que alimenta o seu trabalho, “na busca da perfeição”, construindo telas até ao infinito. Compondo, alterando, corrigindo. E, apesar de abordar vários temas, gosta de pinta o corpo feminino, uma dominante na

“Há uma grande aposta na formaçãodo aluno que entra na universidadeporque é bom, e não porque temdinheiro. Lá, nem se paga propinas”

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pintura de Jordana que vê no corpo humano “algo extremamente belo e um excelente objecto de estudo, dando para explorar desde o surreal ao abstrato. O óleo é o material ao que normalmente recorre para trabalhar, “gosto das cores, ficam mais intensas e o brilho mais interessante”, adianta. E, num país em que “ser artista é um luxo”, esta criadora, usa o óleo de cozinha nas suas pinturas para substituir o óleo de linhaça, “ é mais barato e faz o mesmo efeito”, segreda-nos. Trata-se de uma jovem pintora marcada pela humildade das lutadoras, de quem vive um estado visionário, na vanguarda do conhecimento. Jordana Pardo tem muitos projectos válidos para sair da gaveta, “gostava de apostar em instalações para artistas; ter uma galeria; fazer muitas exposições; investir num projecto de moda – também tem em currículo um Curso de Desenho de Calçado e Modelação”, acrescentando a rir “e, não me importava de dar aulas no ensino superior de História ou Geometria… Para fazer o que não fizeram por mim.” Fazer evoluir sem regras que restrinjam a liberdade criadora, subentende-se, “mas nunca abandonar a pintura!”. Exposição totalmente aconselhável para quem faz do quotidiano, Arte, numa elevação de espírito. “Há dias em que me considero uma artista” (risos)

...“e, não me importava de dar aulas noensino superior de História ou Geometria…Para fazer o que não fizeram por mim.”...

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[ outsider ]

António Pedro Ribeiro é uma longa história “poética” de atos revolucionários. Poeta, escritor, sociólogo, boémio, presença habitual no Piolho, no Porto, onde passa dias em leituras e escritas malditas, ou não fosse o café para este “anarquista” tímido, mas vaidoso, um local de mística.” Foi fundador do Partido Surrealista Situacionista Libertário, e acredita numa nova “ ordem “mundial, apesar de não ser fã, da palavra “ordem” e dos conceitos implícitos, «no homem que explora as suas capacidades máximas, o homem deus» sendo um seguidor de Dionísio e Nietzsche e Jim Morrison, tema de um dos seus mais recentes livros e protagonista assíduo nas suas poesias tal como todos os que lutaram do lado inconformista de vida, com arte quase cinematográfica! E declama: ““We want the world and we want it…Now!”, gritou o Jim Morrison, e todos os sinos, todas as missas, todas as convenções, todas as ilusões, todas as falsas convicções, todas as aparências, todas as conveniências, todas as normas, todas as infâncias acabaram ali, naquele momento. E depois veio o “The End” e o “Apocalipse Now” do Coppola com o Marlon Brando no papel de xamã, como o Jim era. E, a partir daí, tive de ir sempre atrás da loucura… até hoje.” A apresentação está feita e como processo decorrente que a Porta 43 tem adotado em Amarante, já existem conversações no sentido de realizarmos uma sessão de Poesia Maldita com este companheiro assumidamente “anti capitalista”, ou não fosse o autor de “Declaração de Amor ao Primeiro Ministro”, em que se revela sadicamente” Estou apaixonado pelo primeiro-ministro, por todos os primeiros-ministros” e continua “satanicamente” que se sacrificam pelo bem comum sem nada pedir em troca; Estou apaixonado pelo primeiro-ministro, quero vê-lo num bacanal, com todos os ministros, com todos os ministérios, a arfar de prazer, a enrabar o défice, o orçamento, o IVA, a inflação, a recessão àgil e empreendedor, como um super-homem. Estou apaixonado pelo primeiro-ministro, quero vê-lo num filme porno (TRABALHO COLECTIVO REAlIZADO NOS ESTÚDIOS DO PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA). António Pedro Ribeiro tem sempre uma palavra anti a dizer quanto a uma sociedade moralista e moralizador. Imaginação ao poder! Já! Quando a poesia se coaduna com as atitudes normais ou não, de existência, este “diseur habitué” da Poesia de Choque – “noites do Porto” – tem como pano de fundo um movimento que se “opõe à vidinha de rebanho, previsível, rotineira sem interesse de todos os dias”, acrescentando que o PSSL “abomina a troca mercantil que emporcalha as relações humanas”. E vai mais longe, “pretendemos silenciar o discurso assexuado dos economistas”. Seria caso para perguntar quem protege o quê e a favorecer que

AntónioPedro

Ribeiro

Por Carla Vera Bento

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tipo de interesses! Em 1990, é sujeito a inquérito da Polícia Judiciária por um acontecimento digno de registo, e que vem enaltecer aquele sujeito, que uma noite recitou com Adolfo Luxúria Canibal, dos Mão Morta, em Paredes de Coura, “um momento de vida”, ou não fosse também ele de inspiração maomortiana … “A história da ocupação do Feira Nova de Braga aconteceu em Setembro de 1990. Eu, na altura, colaborava com um jornal chamado "Minho" que teve uns problemas com o hipermercado Feira Nova e então o diretor pediu-me para escrever qualquer coisa contra o hipermercado. Em vez disso saí de casa com uma faca de plástico no bolso e, através do jornal, comecei a distribuir panfletos anti-consumistas à porta do hipermercado. Entretanto, as rádios ou os jornais locais anunciaram que o Che Guevara tinha mandado fechar o Feira Nova. Havia pessoas a fugir de mim na rua e os velhotes faziam-me continência. Na altura, eu era contra o consumismo e contra o monopólio dos hipermercados.” Episódios “engraçados” de quem acredita “no amor, na liberdade e na poesia como forças inaugurais de um mundo onde o homem seja criador, deus, poeta.” A vida essa tem de ser “autêntica, plena, divina tornada banquete permanente, onde sejamos profetas e afirmadores da vida”. E conclui em mistério final, dos que seguem a existência e a vida como leis fundamentais do indivíduo que pretende crescer em todos os planos e dimensões possíveis. Quando a rotina se eleva ao Sublime, “o sentimento do infinito”…

Poesia na Gatilho com

G u i t a r r a

Rui Moreira

Rua Teixeira de Vasconcelos, Nº43(antiga rua da cadeia) Amarante

Pedro António Ribeiro

Serviço de Bar

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