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Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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Gazeta n.º 184 | sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Jornal Oficial da União Europeia
DIREITOS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA (2013-2014)
Acesso à justiça
Cidadania
Condições nas prisões e noutros locais de privação da liberdade
Crimes de ódio e discurso de ódio
Criminalidade e luta contra a corrupção
Direitos das crianças
Direitos das pessoas com deficiência
Direitos das pessoas LGBTI
Direitos dos migrantes e dos requerentes de proteção internacional
Discriminação em razão da idade
FRA
Igualdade e não-discriminação
Liberdade de expressão e dos meios de comunicação social
Liberdade de religião e de consciência
Proteção das minorias
Sem-abrigo
Situação da comunidade cigana
Solidariedade na crise económica
Violência contra as mulheres e igualdade entre mulheres e homens
Vítimas da criminalidade
Lista de tratados, outros documentos e legislação da União sobre direitos humanos
(1) Resolução do Parlamento Europeu, de 8 de setembro de 2015, sobre a situação dos direitos fundamentais na União
Europeia (2013-2014) (2014/2254 (INI)) - P8 TA(2015)0286 (2017/C 316/01). JO C 316 de 22.9.2017, p. 2-36
http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=OJ:JOC_2017_316_R_0002&from=PT
(2) Tratado da União Europeia (TUE): 2.ª citação e as 4.ª a 7.ª citações, artigo 2.º, artigo 3.º, n.º 3, segundo travessão, e os
artigos 6.º, 7.º e 9.º
(3) Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE): artigo 168.º
(4) Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, de 7 de dezembro de 2000 (proclamada no dia 12-12-2007, em
Estrasburgo, e que entrou em vigor juntamente com o Tratado de Lisboa, em dezembro de 2009)
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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VIGILÂNCIA EM MASSA E DIREITOS HUMANOS: impacto da intrusão em países terceiros
Avaliação de incidentes que envolvam a utilização de tecnologias de dupla utilização
Controlo democrático e judicial
Exportações potencialmente danosas de produtos e serviços de TIC para países terceiros
Fornecedores de serviços Internet (FSI)
Fórum sobre a Governação da Internet
Luta global contra a impunidade e o terrorismo
Padrões da UE relativos às TIC
Proteção de dados
Proteção internacional contra denunciantes
Recolha e a divulgação digital lícita de provas de violações de direitos humanos
Responsabilidade dos serviços secretos estatais
SEAE
Tecnologias de dupla utilização
TIC em zonas de conflito
(1) Resolução do Parlamento Europeu, de 8 de setembro de 2015, sobre direitos humanos e tecnologia: o impacto da
intrusão e dos sistemas de vigilância nos direitos humanos em países terceiros (2014/2232(INI)) - P8_TA(2015)0288 (2017/C
316/03). JO C 316 de 22.9.2017, p. 40-50. http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52015IP0288&from=PT
(...)
65. Solicita que sejam multiplicadas as possibilidades de proteção internacional contra denunciantes e insta os Estados--Membros a
promoverem legislação que garanta essa proteção;
66. Solicita que seja designado um representante das Nações Unidas para as liberdades digitais e a proteção de dados, e requer que o âmbito
de atuação do Representante da UE para os Direitos Humanos seja alargado nesse sentido, abordando a tecnologia também do ponto de
vista dos direitos humanos.
67. Solicita medidas que garantam a proteção da privacidade de ativistas, jornalistas e cidadãos em todo o mundo e que lhes permitam ligar-
se através da Internet.
68. Sublinha que o acesso à Internet deve ser reconhecido como um direito humano e solicita medidas para eliminar a exclusão digital;
69. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, à Vice-Presidente da Comissão/Alta
Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e ao SEAE.
(2) Acordo de Wassenaar de dezembro de 2013, relativa a controlos às exportações nas áreas da vigilância, aplicação da lei e
ferramentas de recolha de informações, bem como sistemas de vigilância da rede.
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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Diário da República
ACIDENTES DE TRABALHO: recolha, publicação e divulgação da informação estatística (retificação)
(1) Declaração de Retificação n.º 25/2017 (Série I), de 22 de setembro / Presidência do Conselho de Ministros. Secretaria-
Geral. - Retifica o Decreto-Lei n.º 106/2017, de 29 de agosto, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que regula a
recolha, publicação e divulgação da informação estatística sobre acidentes de trabalho, publicado no Diário da República, 1.ª
série, n.º 166, de 29 de agosto de 2017. Diário da República. - Série I - n.º 184 (22-09-2017), p. 5504.
ELI: http://data.dre.pt/eli/declretif/25/2017/09/22/p/dre/pt/html
PDF: https://dre.pt/application/conteudo/108193003
Nos termos das disposições da alínea h) do n.º 1 do artigo 4.º e do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 4/2012 de 16 de janeiro, alterado
pelo Decreto-Lei n.º 41/2013 de 21 de março, declara-se que o Decreto-Lei n.º 106/2017, publicado no Diário da República, 1.ª série,
n.º 166, de 29 de agosto de 2017, saiu com as seguintes inexatidões que, mediante declaração da entidade emitente, assim se
retificam:
1 - Na alínea b) do n.º 2 do artigo 3.º, onde se lê: «b) Em relação a participações recebidas em suporte de papel, designadamente por
parte de microempresas de trabalhadores independentes ou de serviço doméstico, a respetiva cópia digitalizada, bem como a informação
em suporte eletrónico de dados por meio informático de alguns elementos destas participações discriminados em portaria.», deve ler-se:
«b) Em relação a participações recebidas em suporte de papel, designadamente por parte de microempresas, de trabalhadores
independentes ou de serviço doméstico, a respetiva cópia digitalizada, bem como a informação em suporte eletrónico de dados por meio
informático de alguns elementos destas participações discriminados em portaria.»,
2 - No artigo 4.º, onde se lê: «As entidades referidas no artigo 2.º devem enviar ao serviço da área governativa responsável pela área
laboral competente para proceder ao apuramento estatístico informação adicional para se proceder ao encerramento do processo de
recolha de informação estatística relativa aos acidentes de trabalho.», deve ler-se: «As entidades referidas no n.º 2 do artigo 3.º devem
enviar ao serviço da área governativa responsável pela área laboral competente para proceder ao apuramento estatístico informação
adicional para se proceder ao encerramento do processo de recolha de informação estatística relativa aos acidentes de trabalho.»
3 - No artigo 10.º, onde se lê: «O modelo de participação de acidentes de trabalho, o conteúdo das informações a que se refere o n.º 2
do artigo 3.º e da informação adicional a que se refere o n.º 1 do artigo 4.º, bem como o prazo e a forma de envio destas informações e do
suporte digital de participações de acidentes de trabalho feitas em suporte de papel são aprovados por portaria dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças e laboral, ouvidas as associações representativas dos seguradores.», deve ler-se: «O modelo de
participação de acidentes de trabalho, o conteúdo das informações a que se refere o n.º 2 do artigo 3.º e da informação adicional a que se
refere o artigo 4.º, bem como o prazo e a forma de envio destas informações e do suporte digital de participações de acidentes de trabalho
feitas em suporte de papel são aprovados por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e laboral, ouvidas as
associações representativas dos seguradores.»
Secretaria-Geral, 19 de setembro de 2017. - A Secretária-Geral Adjunta, Catarina Romão Gonçalves.
(2) Decreto-Lei n.º 106/2017, de 29 de agosto / Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. - Regula a recolha, publicação e
divulgação da informação estatística sobre acidentes de trabalho. Diário da República. - Série I - N.º 166 (29-08-2017), p.
5200 - 5202. ELI: http://data.dre.pt/eli/dec-lei/106/2017/08/29/p/dre/pt/html
PDF: https://dre.pt/application/conteudo/108068706
O regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, constante da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, alterada pelas Leis n.ºs
42/2012, de 28 de agosto, e 3/2014, de 28 de janeiro, pelo Decreto-Lei n.º 88/2015, de 28 de maio, e pelas Leis n.ºs 146/2015, de 9 de
setembro, e 28/2016, de 23 de agosto, estabelece, nos n.ºs 5 e 6 do artigo 7.º, a publicação anual e a adequada divulgação de informação
estatística sobre acidentes de trabalho, com a caracterização adequada a contribuir para estudos epidemiológicos, a conceção de programas
e medidas de prevenção de riscos profissionais de âmbito nacional e setorial e o controlo periódico dos resultados.
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O regime jurídico da reparação de acidentes de trabalho, constante da Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro, prevê, no artigo 87.º, que, em caso
de acidente de trabalho, o empregador que tenha transferido a responsabilidade para um segurador deve participar a este a ocorrência, por
meio informático, podendo porém, no caso de microempresa, participar em suporte de papel.
Atualmente, a produção de informação estatística sobre acidentes de trabalho regulada pelo Decreto-Lei n.º 362/93, de 15 de outubro, tem
custos administrativos muito elevados decorrentes da circunstância de o serviço da área governativa responsável pela área laboral
competente para proceder ao apuramento estatístico receber informação do universo dos acidentes de trabalho em suporte de papel que
dificulta o tratamento de dados informáticos. Para obviar a esta dificuldade, determina-se que os empregadores, ao participar acidentes de
trabalho aos seguradores, devem utilizar um novo modelo uniforme aprovado para o efeito.
Assim é revogado o Decreto-Lei n.º 362/93, de 15 de outubro, mas apenas na parte relativa ao regime de informação estatística sobre
acidentes de trabalho cuja responsabilidade pela reparação tenha sido transferida para um segurador (setor privado incluindo o cooperativo
e o social, e a trabalhadores independentes e setor público).
Artigo 1.º
Objeto
O presente decreto-lei regula a recolha, publicação e divulgação da informação estatística oficial sobre acidentes de trabalho.
Artigo 2.º
Âmbito
O presente decreto-lei é aplicável ao setor privado, incluindo o cooperativo e o social, bem como a trabalhadores
independentes e às entidades públicas que tenham transferido a responsabilidade de reparação do acidente de trabalho
para um segurador.
Artigo 3.º
Participação de acidente de trabalho
1 - No cumprimento do dever previsto no artigo 87.º da Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro, o empregador ou o trabalhador
independente sinistrado deve, na participação de acidente de trabalho ao segurador, utilizar o modelo aprovado para o
efeito.
2 - Os seguradores devem enviar ao serviço da área governativa responsável pela área laboral competente para proceder ao
apuramento estatístico:
a) Em relação a participações recebidas em suporte eletrónico de dados por meio informático, informação referente a matérias
discriminadas em portaria;
b) Em relação a participações recebidas em suporte de papel, designadamente por parte de microempresas de trabalhadores independentes
ou de serviço doméstico, a respetiva cópia digitalizada, bem como a informação em suporte eletrónico de dados por meio informático de
alguns elementos destas participações discriminados em portaria.
Artigo 4.º
Informação adicional sobre acidentes de trabalho
As entidades referidas no artigo 2.º devem enviar ao serviço da área governativa responsável pela área laboral competente
para proceder ao apuramento estatístico informação adicional para se proceder ao encerramento do processo de recolha de
informação estatística relativa aos acidentes de trabalho.
Artigo 5.º
Recolha, tratamento e transmissão centralizada de informação relativa a acidentes de trabalho
Os seguradores e as respetivas associações representativas podem, mediante acordo com o serviço da área governativa
responsável pela área laboral competente para proceder ao apuramento estatístico, instituir sistemas centralizados de
recolha, tratamento e transmissão de dados relativos aos acidentes de trabalho, para efeitos do n.º 2 do artigo 3.º e do artigo
anterior.
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Artigo 6.º
Produção e divulgação
O serviço da área governativa responsável pela área laboral competente para proceder ao apuramento estatístico assegura a
produção e divulgação das estatísticas oficiais sobre acidentes de trabalho, no âmbito da delegação de competências do
Instituto Nacional de Estatística, I. P.
Artigo 7.º
Dados pessoais
O registo e o tratamento informático dos elementos estatísticos a que se refere o presente decreto-lei devem assegurar a
proteção de dados pessoais, nos termos da legislação aplicável.
Artigo 8.º
Contraordenações laborais
1 - Constitui contraordenação leve a violação do disposto no n.º 1 do artigo 3.º
2 - O regime geral das contraordenações laborais previsto nos artigos 548.º a 566.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei
n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, aplica-se à infração decorrente da violação do artigo previsto no número anterior.
3 - O processamento das contraordenações laborais segue o regime processual aplicável às contraordenações laborais e de
segurança social, aprovado pela Lei n.º 107/2009, de 14 de setembro, alterada pela Lei n.º 63/2013, de 27 de agosto.
Artigo 9.º
Contraordenações estatísticas
1 - Constitui contraordenação grave, punida com coima prevista no n.º 2 do artigo 27.º da Lei n.º 22/2008, de 13 de maio, a
violação do disposto no n.º 2 do artigo 3.º e no artigo 4.º, e do prazo de envio de informações estabelecido em portaria, a
que se refere o artigo seguinte.
2 - A negligência é punível.
3 - O regime previsto nos n.ºs 3 a 6 do artigo 27.º e nos artigos 28.º a 31.º da Lei n.º 22/2008, de 13 de maio, aplica-se às
contraordenações previstas no n.º 1.
Artigo 10.º
Regulamentação
O modelo de participação de acidentes de trabalho, o conteúdo das informações a que se refere o n.º 2 do artigo 3.º e da
informação adicional a que se refere o n.º 1 do artigo 4.º, bem como o prazo e a forma de envio destas informações e do
suporte digital de participações de acidentes de trabalho feitas em suporte de papel são aprovados por portaria dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e laboral, ouvidas as associações representativas dos seguradores.
Artigo 11.º
Aplicação às Regiões Autónomas
Na aplicação do presente decreto-lei às Regiões Autónomas, são tidas em conta as competências legais e regulamentares
atribuídas aos respetivos órgãos e serviços regionais.
Artigo 12.º
Norma revogatória
É revogado o Decreto-Lei n.º 362/93, de 15 de outubro, na parte relativa ao regime de informação estatística sobre acidentes
de trabalho no setor privado incluindo o cooperativo e o social, e a trabalhadores independentes.
Artigo 13.º
Entrada em vigor
O presente decreto-lei entra em vigor 90 dias após a sua publicação.
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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CRÉDITO AO CONSUMO: avaliação da solvabilidade dos consumidores no âmbito da concessão de
contratos de crédito aos consumidores para imóveis destinados a habitação
(1) Aviso do Banco de Portugal n.º 4/2017 (Série II), de 20 de setembro / Banco de Portugal. - Concretiza procedimentos e
critérios a observar pelas instituições na avaliação da solvabilidade dos consumidores no âmbito da concessão de contratos
de crédito abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, e pelo Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de
junho, na redação em vigor. Diário da República. - Série II-E - N.º 184 – 1.º Suplemento (22-09-2017), p. 21160-(2) a 21160-
(4). https://dre.pt/application/conteudo/108200077
Através do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, que transpôs parcialmente para o ordenamento jurídico nacional a Diretiva n.º
2014/17/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos de crédito aos consumidores para
imóveis de habitação, o legislador veio consagrar o dever de os mutuantes avaliarem a solvabilidade dos consumidores no âmbito da
concessão de crédito à habitação e de créditos com garantia hipotecária ou equivalente.
Em particular, estabelece-se no referido diploma legal que os mutuantes devem, em momento anterior à celebração do contrato de crédito
e, bem assim, previamente a qualquer aumento do montante total do crédito, avaliar a capacidade e propensão do consumidor para o
cumprimento do contrato de crédito. Mais se prevê que o mutuante só deve celebrar o contrato de crédito quando o resultado da avaliação
de solvabilidade indicar que é provável que as obrigações do contrato de crédito sejam cumpridas nos termos contratualmente previstos.
O dever de avaliação da solvabilidade também encontra consagração no âmbito da concessão de crédito aos consumidores. Com efeito, por
força do disposto no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho, na redação em vigor, os mutuantes estão obrigados a avaliar a
solvabilidade dos consumidores em momento anterior à celebração do contrato de crédito e, na vigência deste, se as partes decidirem
aumentar o montante total do crédito.
Através do presente Aviso, o Banco de Portugal vem concretizar procedimentos e critérios a observar pelos mutuantes na avaliação da
solvabilidade dos consumidores, tanto no âmbito da concessão de crédito à habitação e de créditos com garantia hipotecária ou equivalente,
como de contratos de crédito aos consumidores abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho, na redação em vigor.
Na definição dos procedimentos e critérios previstos no presente Aviso, o Banco de Portugal teve em consideração as Orientações sobre a
avaliação da solvabilidade em contratos de crédito hipotecário que a Autoridade Bancária Europeia emitiu em agosto de 2015, no contexto
da implementação da Diretiva n.º 2014/17/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos de
crédito aos consumidores para imóveis de habitação.
Assim, no uso da competência que lhe é atribuída pelo disposto no n.º 1 do artigo 76.º do Regime Geral das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro, na redação em vigor, e no n.º 7 do artigo 16.º do
Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, o Banco de Portugal determina:
Artigo 1.º
Objeto e âmbito
1 - O presente Aviso estabelece procedimentos e critérios a observar na avaliação da solvabilidade dos consumidores pelas
entidades habilitadas a exercer, a título profissional, a atividade de concessão de crédito em Portugal.
2 - As disposições do presente Aviso são aplicáveis aos contratos de crédito regulados pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23
de junho («Decreto-Lei n.º 74-A/2017»), e pelo Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho, alterado pelos Decretos-Leis n.os
72-A/2010, de 18 de junho, 42-A/2013, de 28 de março, e 74-A/2017, de 23 de junho («Decreto-Lei n.º 133/2009»), com
exceção dos seguintes:
a) Ultrapassagens de crédito, na aceção prevista na alínea e) do n.º 1 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 133/2009; e
b) Contratos de crédito destinados a prevenir ou a regularizar situações de incumprimento, designadamente através do refinanciamento ou
da consolidação de outros contratos de crédito, bem como da alteração dos termos e condições de contratos de crédito já existentes.
Artigo 2.º
Definições
Para efeitos do presente Aviso, entende-se por:
a) «Avaliação da solvabilidade», a avaliação da capacidade e propensão de o consumidor cumprir as obrigações decorrentes do contrato de
crédito;
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b) «Consumidor», a pessoa singular que atua com objetivos alheios à sua atividade comercial ou profissional nos contratos de crédito
abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 74-A/2017 e no Decreto-Lei n.º 133/2009;
c) «Contrato de crédito», o contrato pelo qual uma instituição concede ou promete conceder a um consumidor um crédito sob a forma de
mútuo, diferimento de pagamento, crédito revolving ou qualquer outro acordo de financiamento semelhante, incluindo, designadamente, a
locação financeira;
d) «Contrato de crédito a taxa de juro mista», o contrato de crédito em que as partes acordam um período de taxa de juro fixa, seguido de
um período de taxa de juro variável;
e) «Instituição», as instituições de crédito e as sociedades financeiras com sede ou sucursal em território nacional e, relativamente aos
contratos de crédito celebrados nas condições e de acordo com os limites fixados pelo Regime Jurídico dos Serviços de Pagamento e da
Moeda Eletrónica, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 317/2009, de 30 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 242/2012, de 7 de novembro, as
instituições de pagamento e as instituições de moeda eletrónica com sede ou sucursal em território nacional;
f) «Montante total do crédito», o limite máximo ou total dos montantes disponibilizados pelo contrato de crédito;
g) «Obrigações decorrentes do contrato de crédito», todas as obrigações pecuniárias assumidas pelo consumidor no âmbito do contrato de
crédito, incluindo o reembolso do capital e o pagamento de juros, comissões, impostos e outros encargos, incluindo o pagamento de
prémios de seguro exigidos por força do contrato de crédito;
h) «Suporte duradouro», qualquer instrumento que permita ao consumidor armazenar informações que lhe sejam pessoalmente dirigidas,
de modo a que, no futuro, possa ter acesso fácil às mesmas durante um período de tempo adequado aos fins a que as informações se
destinam e que permita a reprodução inalterada das informações armazenadas; e
i) «Taxa de juro variável», a taxa de juro que tem como referência um indexante, modificado automática e periodicamente, ao qual acresce o
spread base ou o spread contratado.
Artigo 3.º
Deveres gerais
No cumprimento das disposições do presente Aviso, as instituições devem proceder com diligência e lealdade, promovendo a
concessão de crédito responsável, tendo em consideração a situação financeira, os objetivos e as necessidades dos
consumidores e a natureza, montante e características do contrato de crédito.
Artigo 4.º
Dever de avaliação da solvabilidade
1 - As instituições estão obrigadas a avaliar a solvabilidade dos consumidores:
a) Previamente à celebração de um contrato de crédito;
b) Em momento anterior a qualquer aumento do montante total do crédito que ocorra na vigência do contrato de crédito.
2 - Não se consideram abrangidas pelo disposto na alínea b) do número anterior as situações em que o aumento do
montante total do crédito e as respetivas condições tenham sido inicialmente convencionados pelas partes, aquando da
celebração do contrato de crédito.
3 - Compete às instituições fazer prova do cumprimento dos deveres previstos no presente Aviso.
Artigo 5.º
Elementos a ter em conta na avaliação da solvabilidade
1 - A avaliação da solvabilidade deve basear-se em informação necessária, suficiente e proporcionada sobre os rendimentos
e as despesas do consumidor e sobre outras circunstâncias financeiras e económicas que lhe digam respeito.
2 - Na avaliação da solvabilidade do consumidor, a instituição deve ter em consideração, entre outros que sejam
considerados relevantes, os seguintes elementos:
a) Natureza, montante e características do contrato de crédito;
b) Idade e situação profissional do consumidor;
c) Rendimentos auferidos pelo consumidor;
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d) Despesas regulares do consumidor;
e) Cumprimento das obrigações assumidas pelo consumidor noutros contratos de crédito, designadamente tendo em conta a informação
constante de bases de dados de responsabilidades de crédito enquadradas pela legislação em vigor e com cobertura e detalhe informativo
adequados.
Artigo 6.º
Informações e documentos
1 - A instituição deve solicitar ao consumidor a prestação das informações consideradas necessárias para a avaliação da
solvabilidade, bem como os documentos indispensáveis à comprovação da veracidade e atualidade dessas informações.
2 - A instituição deve advertir expressamente o consumidor de que a não prestação das informações ou a não entrega dos
documentos solicitados, bem como a prestação de informações falsas ou desatualizadas tem como efeito a não concessão do
crédito ou, sendo o caso, o não aumento do montante total do crédito.
3 - Quando a avaliação da solvabilidade tenha em vista o aumento do montante total do crédito, a instituição deve atualizar a
informação financeira de que dispõe relativamente ao consumidor, observando o disposto no presente artigo.
4 - O disposto no presente artigo não prejudica o cumprimento das disposições legais aplicáveis em matéria de proteção de
dados pessoais.
Artigo 7.º
Determinação do rendimento do consumidor
1 - A avaliação da solvabilidade deve basear-se preferencialmente nos rendimentos auferidos pelo consumidor que, pelo seu
montante e periodicidade, apresentam um caráter regular, incluindo, nomeadamente, os rendimentos auferidos a título de
salário, a remuneração pela prestação de serviços ou as prestações sociais.
2 - A instituição deve ter em consideração o rendimento auferido pelo consumidor, pelo menos, nos três meses anteriores ao
momento em que procede à avaliação da solvabilidade, bem como a evolução que o rendimento registou nesse período.
3 - A avaliação da solvabilidade não deve basear-se na expectativa de aumento dos rendimentos auferidos pelo consumidor.
4 - Se o consumidor for trabalhador independente ou apresentar rendimentos sazonais ou irregulares, a instituição deve
promover as diligências adicionais que se afigurem necessárias com vista a determinar o nível de rendimento a considerar
para efeitos de avaliação da solvabilidade.
Artigo 8.º
Determinação das despesas regulares do consumidor
1 - A instituição deve considerar, no âmbito da avaliação da solvabilidade, um montante razoável e prudente para as
despesas regulares do consumidor.
2 - Na determinação das despesas regulares do consumidor, a instituição deve atender a despesas de natureza pessoal e
familiar, além dos encargos associados ao cumprimento das obrigações decorrentes do contrato de crédito em análise e das
obrigações assumidas pelo consumidor noutros contratos de crédito.
3 - A avaliação da solvabilidade não deve basear-se na expectativa de redução das despesas regulares do consumidor.
Artigo 9.º
Estimativa dos rendimentos e despesas regulares do consumidor
1 - A instituição pode determinar os rendimentos e as despesas regulares do consumidor por estimativa, com base em
informações que considere suficientes, sempre que esteja em causa a celebração de um contrato de crédito de montante
igual ou inferior ao valor equivalente a dez vezes a remuneração mínima mensal garantida.
2 - A instituição pode recorrer à faculdade prevista no número anterior quando esteja em causa o aumento do montante
total do crédito na vigência de contrato de crédito, desde que:
a) O montante total do crédito resultante do aumento seja igual ou inferior ao valor equivalente a dez vezes a remuneração mínima mensal
garantida; ou
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b) O montante total do crédito resultante do aumento apenas seja colocado à disposição do consumidor de forma temporária, por um
período não superior a três meses.
3 - Nas situações previstas nos números anteriores, a instituição deve ainda ter em conta a informação relativa ao
consumidor constante de bases de dados de responsabilidades de crédito enquadradas pela legislação em vigor e com
cobertura e detalhe informativo adequados.
Artigo 10.º
Circunstâncias futuras com impacto na avaliação da solvabilidade
1 - Na avaliação da solvabilidade do consumidor, a instituição deve ter em consideração quaisquer circunstâncias futuras
que, sendo previsíveis, possam ter um impacto negativo no nível de endividamento global do consumidor e na sua
capacidade para cumprir as obrigações decorrentes do contrato de crédito, designadamente as previstas no presente artigo.
2 - No caso de o contrato de crédito vigorar para além do termo do contrato de trabalho ou de prestação de serviços do
consumidor e nas situações em que a vinculação do consumidor ao contrato de crédito se estende para além da idade
legalmente prevista para a sua reforma, a instituição deve ponderar a eventual redução futura do rendimento auferido pelo
consumidor.
3 - Se o consumidor intervier noutros contratos de crédito enquanto fiador ou avalista, a instituição deve atender ao
potencial aumento das despesas resultante do cumprimento, em substituição do devedor principal, dos encargos a suportar
com o cumprimento dos contratos de crédito em causa.
4 - Sempre que estejam em causa contratos de crédito a taxa de juro variável ou a taxa de juro mista, a instituição deve
avaliar o impacto de um aumento do indexante aplicável, nos termos a definir por instrução do Banco de Portugal.
5 - Nos casos em que o contrato de crédito preveja um período de carência no pagamento de juros ou de capital, a instituição
deve considerar a capacidade do consumidor para cumprir as obrigações decorrentes do contrato de crédito após o termo do
período de carência.
6 - Caso o contrato de crédito preveja o diferimento do pagamento de parte do capital mutuado, a instituição deve ponderar,
com base nos elementos disponíveis, a capacidade do consumidor para pagar, no termo do contrato, o montante cujo
pagamento foi diferido.
Artigo 11.º
Resultado da avaliação da solvabilidade
1 - A instituição só deve celebrar o contrato de crédito ou aumentar o montante total do crédito quando verifique, em
resultado da avaliação da solvabilidade desenvolvida, que é provável que o consumidor cumpra as obrigações decorrentes do
contrato de crédito.
2 - A instituição deve informar o consumidor, sem demora injustificada, da decisão de não celebrar o contrato de crédito ou,
sendo o caso, de não aumentar o montante total do crédito.
3 - Nos casos em que a decisão de não celebrar o contrato de crédito ou de não aumentar o montante total do crédito tem
fundamento em elementos constantes de bases de dados de responsabilidades de crédito, a instituição deve ainda observar
os deveres de informação legalmente previstos.
Artigo 12.º
Processos individuais
1 - As instituições devem criar, em suporte duradouro, processos individuais para os consumidores cuja solvabilidade foi
avaliada.
2 - Sem prejuízo dos requisitos legalmente previstos, os processos individuais devem conter toda a informação relevante
para efeitos da avaliação da solvabilidade do consumidor e incluir uma descrição dos critérios utilizados, os elementos e
documentos considerados e a respetiva conclusão.
3 - As instituições devem conservar os processos individuais durante a vigência do contrato de crédito e nos cinco anos
subsequentes.
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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Artigo 13.º
Procedimentos internos
1 - As instituições estão obrigadas a elaborar e a implementar procedimentos internos para a avaliação da solvabilidade dos
consumidores que assegurem o cumprimento das disposições legais aplicáveis, bem como o disposto no presente Aviso.
2 - Os procedimentos internos devem, nomeadamente, especificar:
a) As informações e os documentos a solicitar aos consumidores;
b) O método e os critérios utilizados na avaliação da solvabilidade dos consumidores;
c) As unidades de estrutura com responsabilidades no processo de avaliação da solvabilidade dos consumidores, descrevendo as respetivas
competências;
d) Os procedimentos a adotar pelos trabalhadores envolvidos no processo de concessão de crédito no âmbito da avaliação da solvabilidade
dos consumidores.
3 - As instituições devem atualizar os seus procedimentos internos sempre que tal se revele necessário.
4 - As instituições devem assegurar a divulgação dos procedimentos internos junto dos trabalhadores envolvidos no processo
de concessão de crédito, em moldes que permitam a sua consulta imediata e permanente.
Artigo 14.º
Entrada em vigor
O presente Aviso entra em vigor:
a) Em 1 de janeiro de 2018, relativamente aos contratos de crédito abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 74-A/2017;
b) Em 1 de julho de 2018, relativamente aos contratos de crédito abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 133/2009.
20 de setembro de 2017. - O Governador, Carlos da Silva Costa.
(2) Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho / Finanças. - Transpõe parcialmente a Diretiva 2014/17/UE, relativa a
contratos de crédito aos consumidores para imóveis destinados a habitação. Diário da República. - Série I - N.º 120 – 1.º
Suplemento (23-06-2017), p. 3188-(2) a 3188-(23).
Legislação Consolidada - ELI: http://data.dre.pt/eli/dec-lei/74-a/2017/p/cons/20170623/pt/html
Artigo 1.º
Objeto
1 - O presente decreto-lei aprova o regime dos contratos de crédito relativos a imóveis, nos termos do artigo seguinte,
estabelecendo nomeadamente as regras aplicáveis ao crédito a consumidores garantido por hipoteca ou por outro direito
sobre coisa imóvel, e procede à transposição parcial para a ordem jurídica interna da Diretiva n.º 2014/17/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 4 de fevereiro de 2014, relativa a contratos de crédito aos consumidores para imóveis destinados
a habitação e que altera as Diretivas n.ºs 2008/48/CE e 2013/36/UE e o Regulamento (UE) n.º 1093/2010, alterada pelo
Regulamento (UE) n.º 2016/1011, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2016.
2 - O presente decreto-lei procede ainda à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho, alterado pelos
Decretos-Leis n.ºs 72-A/2010, de 17 de junho, e 42-A/2013, de 28 de março.
Artigo 2.º
Âmbito
1 - Sem prejuízo das exclusões previstas no artigo seguinte, o presente decreto-lei aplica-se aos seguintes contratos de
crédito, celebrados com consumidores:
a) Contratos de crédito para a aquisição ou construção de habitação própria permanente, secundária ou para arrendamento;
b) Contratos de crédito para aquisição ou manutenção de direitos de propriedade sobre terrenos ou edifícios já existentes ou projetados;
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c) Contratos de crédito que, independentemente da finalidade, estejam garantidos por hipoteca ou por outra garantia equivalente
habitualmente utilizada sobre imóveis, ou garantidos por um direito relativo a imóveis.
2 - O presente decreto-lei aplica-se também aos contratos de locação financeira de bens imóveis para habitação própria
permanente, secundária ou para arrendamento, com exceção do disposto no n.º 3 do artigo 14.º, na alínea a) do n.º 2 e nos
n.ºs 6 e 7 do artigo 25.º e no artigo 28.º
Artigo 3.º
Operações excluídas
O presente decreto-lei não é aplicável aos:
a) Contratos de crédito cuja finalidade seja financiar a realização de obras e que não estejam garantidos por hipoteca ou por outro direito
sobre coisa imóvel;
b) Contratos de crédito com reafectação da cobertura hipotecária (equity release) em que o mutuante:
i) Efetue um pagamento único, pagamentos periódicos ou de outra forma desembolse o crédito como contrapartida de um montante
resultante da futura venda de um bem imóvel ou da transmissão de um direito sobre bem imóvel; e
ii) Não exija o reembolso do crédito enquanto não ocorrerem um ou mais eventos específicos na vida do consumidor, a menos que o
incumprimento das obrigações contratuais pelo consumidor permita ao mutuante resolver o contrato de crédito;
c) Contratos de crédito em que o crédito seja concedido por um empregador aos seus trabalhadores enquanto benefício associado ao
respetivo vínculo, sem juros ou com taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) inferiores às praticadas no mercado, e que não seja
proposto ao público em geral;
d) Contratos de crédito em que o crédito seja concedido sem juros e outros encargos, com exceção dos que cubram custos diretamente
relacionados com a garantia do crédito;
e) Contratos de crédito que resultem de transação em tribunal ou perante outra autoridade pública;
f) Contratos de crédito que se limitem a estabelecer o pagamento diferido de uma dívida preexistente, sem quaisquer encargos, e que não
estejam abrangidos pelo disposto nas alíneas a) ou c) do n.º 1 do artigo 2.º
Artigo 8.º
Dever de informação
A informação a prestar pelos mutuantes e, sendo o caso, pelos intermediários de crédito no âmbito da negociação,
celebração e vigência dos contratos de crédito regulados no âmbito do presente decreto-lei deve ser completa, verdadeira,
atualizada, clara, objetiva e adequada aos conhecimentos do consumidor individualmente considerado, estando os mesmos
obrigados a disponibilizá-la aos consumidores de forma legível.
Artigo 12.º
Informação pré-contratual de caráter geral
1 - Os mutuantes e, se for o caso, os intermediários de crédito vinculados, devem ter disponível em permanência, nos seus
sítios na Internet, informação geral clara, verdadeira, completa, compreensível e legível sobre os contratos de crédito.
2 - A informação geral referida no número anterior deve ser disponibilizada em suporte papel ou outro suporte duradouro,
mediante solicitação dos consumidores nos balcões dos mutuantes e, se for o caso, dos intermediários de crédito vinculados.
3 - A informação geral referida no n.º 1 deve incluir, pelo menos, os seguintes elementos:
a) A identidade do prestador das informações bem como o seu endereço geográfico e eletrónico, e respetivos contactos telefónicos;
b) As finalidades para as quais o crédito pode ser utilizado;
c) Os tipos de garantias, incluindo, se for o caso, a possibilidade de a garantia se situar num Estado-Membro diferente;
d) Os prazos padrão dos contratos de crédito;
e) Os tipos de TAN, indicando se a mesma é fixa, variável ou uma combinação de ambas, acompanhada de uma breve descrição das
caraterísticas da taxa fixa e da taxa variável, incluindo, nos termos do Regulamento (UE) n.º 2016/1011, do Parlamento Europeu e do
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Conselho, de 8 de junho de 2016, a identificação do indexante, do respetivo administrador e as suas potenciais implicações para o
consumidor;
f) Caso sejam disponibilizados empréstimos em moeda estrangeira, a indicação da ou das moedas estrangeiras, incluindo uma explicação das
implicações para o consumidor caso o crédito seja denominado em moeda estrangeira;
g) Um exemplo representativo que inclua o montante total do crédito, o custo total do crédito para o consumidor, o montante total
imputado ao consumidor e a TAEG;
h) A indicação de outros custos não incluídos no custo total do crédito para o consumidor, a pagar no âmbito do contrato de crédito;
i) O leque das diferentes opções disponíveis para o reembolso do crédito ao mutuante, incluindo o número, periodicidade e montante das
prestações;
j) Se for o caso, uma declaração clara e concisa de que o cumprimento dos termos e condições do contrato de crédito não garante o
reembolso do montante total do crédito decorrente do contrato de crédito;
k) Uma descrição das condições aplicáveis ao reembolso antecipado;
l) A indicação da eventual necessidade de avaliação do imóvel e a identificação da parte responsável por assegurar a sua realização, bem
como indicação de eventuais custos para o consumidor, decorrentes dessa avaliação ou de uma segunda avaliação, nos termos do artigo
18.º;
m) A indicação dos serviços acessórios que o consumidor deve contratar para a obtenção do crédito, ou para a sua obtenção nos termos e
condições comercializados e, se for o caso, o esclarecimento de que os serviços acessórios podem ser adquiridos a um prestador distinto do
mutuante;
n) Uma advertência geral de que o consumidor deve prestar informação correta e completa, no prazo que lhe seja indicado pelo mutuante
ou intermediário de crédito, para efeitos de avaliação da sua solvabilidade, sob pena de o crédito não lhe poder ser concedido;
o) Uma advertência geral relativa às eventuais consequências do incumprimento dos compromissos associados ao contrato de crédito.
Artigo 22.º
Informação a prestar durante a vigência do contrato de crédito
1 - Sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 446/85, de 25 de outubro, alterado pelos
Decretos-Leis n.ºs 220/95, de 31 de agosto, 249/99, de 7 de julho, e 323/2001, de 17 de dezembro, que institui o regime
jurídico das cláusulas contratuais gerais, o consumidor deve ser informado de quaisquer alterações da TAN, em papel ou
noutro suporte duradouro, antes da produção de efeitos dessas alterações.
2 - A informação deve incluir o montante dos pagamentos a efetuar após a entrada em vigor da nova TAN e, se o número ou
a frequência dos pagamentos forem alterados, os detalhes das alterações.
3 - Durante a vigência do contrato de crédito, os mutuantes devem ainda prestar informação regular aos consumidores,
incluindo a informação referida no n.º 1, nos termos, periodicidade e suporte a definir, mediante aviso, pelo Banco de
Portugal.
Artigo 27.º
Incumprimento do contrato de crédito
1 - Em caso de incumprimento do contrato de crédito pelo consumidor, o mutuante só pode invocar a perda do benefício do
prazo ou a resolução do contrato se cumulativamente ocorrerem as circunstâncias seguintes:
a) A falta de pagamento de três prestações sucessivas;
b) A concessão, pelo mutuante, de um prazo suplementar mínimo de 30 dias para que o consumidor proceda ao pagamento
das prestações em atraso, com a expressa advertência dos efeitos da perda do benefício do prazo ou da resolução do
contrato, sem que este o faça.
2 - O incumprimento parcial da prestação não é considerado para os efeitos previstos no número anterior, desde que o
consumidor proceda ao pagamento do montante em falta e dos juros de mora eventualmente devidos até ao momento da
prestação seguinte.
Artigo 32.º
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Tentativa e negligência
1 - A tentativa é sempre punível, sendo a coima aplicável a prevista para a infração consumada, especialmente atenuada.
2 - A negligência é sempre punível, sendo, nesse caso, reduzido a metade o limite máximo da coima.
Artigo 33.º
Impugnação judicial
O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão é o tribunal competente para conhecer o recurso, a revisão e a execução
das decisões ou de quaisquer outras medidas legalmente suscetíveis de impugnação, tomadas pelo Banco de Portugal em
processo de contraordenação.
Artigo 34.º
Regime supletivo
Em tudo o que não se encontre previsto no presente capítulo aplica-se o regime respeitante ao ilícito de mera ordenação
social estabelecido no RGICSF, com as necessárias adaptações.
Artigo 36.º
Inversão do ónus da prova
Compete ao mutuante e, se for o caso, ao intermediário de crédito, fazer prova do cumprimento das obrigações previstas no
presente decreto-lei.
Artigo 37.º
Fraude à lei
1 - São nulas as situações criadas com o intuito fraudulento de evitar a aplicação do disposto no presente decreto-lei.
2 - Configuram, nomeadamente, casos de fraude à lei:
a) A transformação de contratos de crédito sujeitos ao regime do presente decreto-lei em contratos de crédito excluídos do âmbito
da aplicação do mesmo;
b) A escolha da legislação de um país terceiro aplicável ao contrato de crédito, se esse contrato apresentar uma relação estreita com
o território português ou de um outro Estado-Membro da União Europeia.
Artigo 38.º
Resolução alternativa de litígios
1 - Sem prejuízo do acesso pelos consumidores aos meios judiciais competentes, os mutuantes devem oferecer aos
consumidores o acesso a meios extrajudiciais eficazes e adequados de reclamação e de resolução de litígios, respeitantes aos
direitos e obrigações estabelecidos no presente decreto-lei.
2 - A oferta referida no número anterior efetiva-se através da adesão a, pelo menos, duas entidades que possibilitem a
resolução alternativa de litígios, nos termos previstos na Lei n.º 144/2015, de 8 de setembro.
3 - No prazo de 15 dias após a adesão prevista no número anterior, os mutuantes comunicam as entidades a que hajam
aderido ao Banco de Portugal, que publicita essa informação no se sítio na Internet.
4 - Os mutuantes devem ainda assegurar que a resolução de litígios transfronteiriços seja encaminhada para entidade
signatária do protocolo de adesão à rede de cooperação na resolução alternativa de litígios transfronteiriços no setor
financeiro (FIN-NET).
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Artigo 43.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho
Os artigos 2.º [Operações excluídas], 30.º [Contraordenações] e 32.º (Resolução alternativa de litígios) do Decreto-Lei n.º
133/2009, de 2 de junho, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 72-A/2010, de 18 de junho, e 42-A/2013, de 28 de março, passam
a ter a seguinte redação: (...)
Artigo 45.º
Regulamentação
1 - As portarias a que se referem os n.ºs 5 e 7 do artigo 6.º [] e o n.º 5 do artigo 11.º [] são aprovadas no prazo de 90 dias a
contar da publicação do presente decreto-lei.
2 - Os avisos do Banco de Portugal que estabelecem regras que se mostrem necessárias à execução das disposições do
presente decreto-lei são emitidos no prazo de 90 dias a contar da publicação do presente decreto-lei.
Artigo 46.º
Norma revogatória
1 - São revogados: a) Os artigos 5.º, 6.º, 7.º-A, 7.º-B, 18.º a 22.º, 23.º-B, 24.º, 28.º-A e 30.º-A do Decreto-Lei n.º 349/98, de 11 de
novembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 320/2000, de 15 de dezembro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 231/2002,
de 4 de novembro, e 305/2003, de 9 de dezembro, pela Lei n.º 60-A/2005, de 30 de dezembro, pelos Decretos-Leis n.ºs 107/2007,
de 10 de abril, e 222/2009, de 11 de setembro, e pela Lei n.º 59/2012, de 9 de novembro; b) O Decreto-Lei n.º 240/2006, de 22 de
dezembro; c) O Decreto-Lei n.º 51/2007, de 7 de março, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 88/2008, de 29 de maio, 192/2009, de 17
de agosto, e 226/2012, de 18 de outubro; d) O Decreto-Lei n.º 171/2008, de 26 de agosto; e) O Decreto-Lei n.º 192/2009, de 17 de
agosto; f) O Decreto-Lei n.º 226/2012, de 18 de outubro.
2 - Quaisquer referências legais feitas aos decretos-leis revogados pelo número anterior entendem-se como feitas ao
presente decreto-lei.
Artigo 47.º
Entrada em vigor
1 - O presente decreto-lei entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2018.
2 - Sem prejuízo do número anterior, a parte final da alínea e) do n.º 3 do artigo 12.º só se aplica a partir de 1 de julho de
2018, em consonância com o Regulamento (UE) n.º 2016/1011, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de
2016.
ANEXO I
(a que se referem os n.ºs 3 e 8 do artigo 13.º)
Ficha de Informação Normalizada Europeia
PARTE I
O texto do presente modelo deve ser reproduzido tal como consta da ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE). As
indicações entre parênteses retos são substituídas pelas informações correspondentes. As instruções de preenchimento da
FINE para os mutuantes e, se for caso disso, para os intermediários de crédito, constam da parte II.
PARTE II
Instruções de preenchimento da Ficha de Informação Normalizada Europeia
ANEXO II
(a que se refere o n.º 1 do artigo 15.º)
Cálculo da taxa anual de encargos efetiva global
PARTE I
Equação de base que traduz a equivalência entre a utilização do crédito, por um lado, e os reembolsos e encargos, por
outro
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PARTE II
Pressupostos adicionais para o cálculo da TAEG
ÍNDICE SISTEMÁTICO
Capítulo I Disposições gerais
Artigo 1.º Objeto
Artigo 2.º Âmbito
Artigo 3.º Operações excluídas
Artigo 4.º Definições
Capítulo II Condições aplicáveis aos mutuantes
Artigo 5.º Política de remuneração
Artigo 6.º Requisitos de conhecimento e competência
Artigo 7.º Prestação genérica de informações
Capítulo III Informação e práticas prévias à celebração do contrato de crédito
Artigo 8.º Dever de informação
Artigo 9.º Disposições gerais aplicáveis à comunicação comercial e à publicidade
Artigo 10.º Informação normalizada a incluir na publicidade
Artigo 11.º Vendas associadas obrigatórias e vendas associadas facultativas
Artigo 12.º Informação pré-contratual de caráter geral
Artigo 13.º Informação pré-contratual personalizada
Artigo 14.º Dever de assistência ao consumidor
Artigo 15.º Cálculo da taxa anual de encargos efetiva global
Capítulo IV Avaliação da solvabilidade
Artigo 16.º Dever de avaliar a solvabilidade do consumidor
Artigo 17.º Verificação da informação relativa ao consumidor
Artigo 18.º Avaliação dos imóveis
Artigo 19.º Acesso a bases de dados de mutuantes que atuem noutros Estados-Membros
Capítulo V Empréstimos em moeda estrangeira e empréstimos a taxa de juro variável
Artigo 20.º Empréstimos em moeda estrangeira
Artigo 21.º Empréstimos a taxa de juro variável
Capítulo VI Informação e direitos relativos aos contratos de crédito
Artigo 22.º Informação a prestar durante a vigência do contrato de crédito
Artigo 23.º Reembolso antecipado
Artigo 24.º Reembolso antecipado com vista à transferência de crédito
Artigo 25.º Renegociação do contrato de crédito
Artigo 26.º Designação do cumprimento do contrato
Artigo 27.º Incumprimento do contrato de crédito
Artigo 28.º Retoma do contrato de crédito
Capítulo VII Regime sancionatório
Artigo 29.º Contraordenações
Artigo 30.º Sanções acessórias
Artigo 31.º Agravamento da coima
Artigo 32.º Tentativa e negligência
Artigo 33.º Impugnação judicial
Artigo 34.º Regime supletivo
Capítulo VIII Disposições complementares e finais
Artigo 35.º Caráter imperativo
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Artigo 36.º Inversão do ónus da prova
Artigo 37.º Fraude à lei
Artigo 38.º Resolução alternativa de litígios
Artigo 39.º Poderes de supervisão do Banco de Portugal
Artigo 40.º Colaboração do Banco de Portugal com autoridades competentes de outros Estados-Membros
Artigo 41.º Reclamação para o Banco de Portugal
Artigo 42.º Iniciativas de formação financeira
Artigo 43.º Alteração ao Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho
Artigo 44.º Avaliação da execução
Artigo 45.º Regulamentação
Artigo 46.º Norma revogatória
Artigo 47.º Entrada em vigor
Anexo I (a que se referem os n.os 3 e 8 do artigo 13.º)
Parte I
Parte II Instruções de preenchimento da Ficha de Informação Normalizada Europeia
Anexo II (a que se refere o n.º 1 do artigo 15.º)
Parte I
Parte II Pressupostos adicionais para o cálculo da TAEG:
(3) Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de
dezembro (RGICSF).
(4) Decreto-Lei n.º 204/2008, de 14 de outubro / Ministério das Finanças e da Administração Pública. - No uso da
autorização legislativa concedida pela Lei n.º 15/2008, de 18 de Março, aprova o regime jurídico relativo à Central de
Responsabilidades de Crédito. Diário da República. - Série I - N.º 199 (14-10-2008), p. 7381 - 7383.
ELI: http://data.dre.pt/eli/dec-lei/204/2008/10/14/p/dre/pt/html
PDF: https://dre.pt/application/conteudo/452697
Artigo 1.º
Objecto
1 - A Central de Responsabilidades de Crédito (CRC), assegurada pelo Banco de Portugal, nos termos da sua Lei Orgânica,
aprovada pela Lei n.º 5/98, de 31 de Janeiro, tem por objecto:
a) Centralizar as responsabilidades efectivas ou potenciais de crédito concedido por entidades sujeitas à supervisão do
Banco de Portugal ou por quaisquer outras entidades que, sob qualquer forma, concedam crédito ou realizem operações
análogas;
b) Divulgar a informação centralizada às entidades participantes;
c) Reunir informação necessária à avaliação dos riscos envolvidos na aceitação de empréstimos bancários como garantia
no âmbito de operações de política monetária e de crédito intradiário.
2 - A Central de Responsabilidades de Crédito abrange a informação recebida relativa a responsabilidades efectivas ou
potenciais decorrentes de operações de crédito, sob qualquer forma ou modalidade, de que sejam beneficiárias pessoas
singulares ou colectivas, residentes ou não residentes em território nacional.
3 - O disposto nos números anteriores não prejudica as obrigações de tratamento ou de divulgação de informação
previstas noutros diplomas legais.
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Artigo 8.º
Cooperação internacional
1 - O Banco de Portugal pode, no âmbito de acordos de cooperação, efectuar o intercâmbio de informação sobre
responsabilidades de crédito com os organismos dos Estados membros da União Europeia ou de quaisquer outros países
encarregados da centralização destas responsabilidades.
2 - A cooperação a que se refere o número anterior, quando não resulte de disposições legais, de normas de direito
comunitário ou de convenção internacional, pode ser estabelecida mediante acordos de informação mútua celebrados
pelo Banco de Portugal com esses organismos ou estipulada caso a caso.
3 - O Banco de Portugal só pode prestar informações de natureza confidencial a organismos estrangeiros desde que
beneficiem de garantias de segredo pelo menos equivalentes às estabelecidas na lei portuguesa.
4 - O dever de segredo não impede que o Banco de Portugal, no desempenho das suas atribuições, utilize as informações
confidenciais recebidas nos termos do presente artigo para os fins previstos no artigo 4.º
(5) Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho / Ministério da Economia e da Inovação. - Transpõe para a ordem jurídica
interna a Directiva n.º 2008/48/CE, do Parlamento e do Conselho, de 23 de Abril, relativa a contratos de crédito aos
consumidores. Diário da República. - Série I - n.º 106 (02-06-2009), p. 3438 - 3452.
LEGISLAÇÃO CONSOLIDADA ELI: http://data.dre.pt/eli/dec-lei/133/2009/p/cons/20130328/pt/html
Artigo 1.º
Objecto e âmbito
1 - O presente decreto-lei procede à transposição para a ordem jurídica interna da Diretiva n.º 2008/48/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa a contratos de crédito aos consumidores, na parte referente às alterações
introduzidas pela Diretiva n.º 2011/90/UE da Comissão, de 14 de novembro.
2 - O presente decreto-lei aplica-se aos contratos de crédito aos consumidores, sem prejuízo das exclusões previstas nos
artigos 2.º e 3.º.
Alterações
Alterado pelo/a Artigo 2.º do/a Decreto-Lei n.º 42-A/2013 - Diário da República n.º 62/2013, 3º Suplemento, Série I de 2013-03-28
CONTRATOS DE CRÉDITO AOS CONSUMIDORES
Índice sistemático
Capítulo I Objecto, âmbito de aplicação e definições
Artigo 1.º Objecto e âmbito
Artigo 2.º Operações excluídas
Artigo 3.º Outras exclusões
Artigo 4.º Definições
Capítulo II Informação e práticas anteriores à celebração do contrato de crédito
Artigo 5.º Publicidade
Artigo 6.º Informações pré-contratuais
Artigo 7.º Dever de assistência ao consumidor
Artigo 8.º Informações pré-contratuais nos contratos de crédito sob a forma de facilidade de descoberto e noutros contratos de crédito
especiais
Artigo 9.º Isenção dos requisitos de informação pré-contratual
Artigo 10.º Dever de avaliar a solvabilidade do consumidor
Artigo 11.º Acesso a bases de dados
Capítulo III Informação e direitos relativos aos contratos de crédito
Artigo 12.º Requisitos do contrato de crédito
Artigo 13.º Invalidade e inexigibilidade do contrato de crédito
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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Artigo 14.º Informação a prestar durante a vigência do contrato de crédito
Artigo 15.º Informação nos contratos de crédito sob a forma de facilidade de descoberto
Artigo 16.º Extinção dos contratos de crédito de duração indeterminada
Artigo 17.º Direito de livre revogação
Artigo 18.º Contrato de crédito coligado
Artigo 19.º Reembolso antecipado
Artigo 20.º Não cumprimento do contrato de crédito pelo consumidor
Artigo 21.º Cessão de crédito e cessão da posição contratual do credor
Artigo 22.º Utilização de títulos de crédito com função de garantia
Artigo 23.º Ultrapassagem de crédito
Capítulo IV Taxa anual de encargos efectiva global
Artigo 24.º Cálculo da TAEG
Capítulo V Intermediários de Crédito
Artigo 25.º Atividade e obrigações dos intermediários de crédito
Capítulo VI Disposições finais
Artigo 26.º Carácter imperativo
Artigo 27.º Fraude à lei
Artigo 28.º Usura
Artigo 29.º Vendas associadas
Artigo 30.º Contra-ordenações
Artigo 31.º Fiscalização e instrução dos processos
Artigo 32.º Resolução alternativa de litígios
Artigo 33.º Norma revogatória
Artigo 34.º Regime transitório
Artigo 35.º Aplicação no espaço
Artigo 36.º Avaliação da execução
Artigo 37.º Entrada em vigor
Anexo I
Parte I
Parte II Pressupostos adicionais para o cálculo da taxa anual de encargos efetiva global (TAEG)
Anexo II Informação normalizada europeia em matéria de crédito a consumidores
Anexo III Informação normalizada europeia em matéria de crédito aos consumidores relativa a descobertos e conversão de dívidas
(6) Diretiva 2014/17/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos de crédito
aos consumidores para imóveis de habitação e que altera as Diretivas 2008/48/CE e 2013/36/UE e o Regulamento (UE) n.º
1093/2010 (Texto relevante para efeitos do EEE). JO L 60, 28.2.2014, p. 34-85. ELI: http://data.europa.eu/eli/dir/2014/17/oj
ÚLTIMA VERSÃO CONSOLIDADA: 2014L0017 — PT — 28.02.2014 — 000.002 — 1/95.
ELI: http://data.europa.eu/eli/dir/2014/17/2014-02-28
PDF: http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:02014L0017-20140228&qid=1498474520829&from=PT
Artigo 1.º
Objeto
A presente diretiva estabelece um quadro comum aplicável a determinados aspetos das disposições legais,
regulamentares e administrativas dos Estados-Membros em matéria de contratos de crédito aos consumidores garantido
por hipoteca ou outro direito para imóveis de habitação, incluindo a obrigação de efetuar uma avaliação de solvabilidade
antes da concessão de um crédito, como base para o desenvolvimento de normas eficazes de celebração de contratos para
imóveis de habitação nos Estados-Membros, e a determinados requisitos prudenciais e de supervisão, incluindo para o
estabelecimento e supervisão de intermediários de crédito, de representantes nomeados e de instituições que não sejam
instituições de crédito.
Artigo 42.º
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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Transposição
1. Os Estados-Membros adotam e publicam até 21 de março de 2016 as disposições legislativas, regulamentares e
administrativas necessárias para dar cumprimento à presente diretiva. Os Estados-Membros comunicam imediatamente à
Comissão o texto dessas disposições.
2. Os Estados-Membros aplicam as disposições referidas no n.º 1 a partir de 21 de março de 2016.
Quando os Estados Membros adotarem essas disposições, estas incluem uma referência à presente diretiva ou são
acompanhadas dessa referência aquando da sua publicação oficial. As modalidades dessa referência são adotadas pelos
Estados-Membros.
3. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das principais disposições de direito interno que aprovarem nas
matérias reguladas pela presente diretiva.
Artigo 49.º
Entrada em vigor
A presente diretiva entra em vigor no vigésimo dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
Artigo 50.º
Destinatários
Os destinatários da presente diretiva são os Estados-Membros.
ANEXO I
CÁLCULO DA TAXA ANUAL DE ENCARGOS EFETIVA GLOBAL (TAEG)
ANEXO II
FICHA DE INFORMAÇÃO NORMALIZADA EUROPEIA (FINE)
ANEXO III
REQUISITOS MÍNIMOS DE CONHECIMENTOS E COMPETÊNCIAS
(7) Regulamento (UE) 2016/1011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2016, relativo aos índices
utilizados como índices de referência no quadro de instrumentos e contratos financeiros ou para aferir o desempenho de
fundos de investimento e que altera as Diretivas 2008/48/CE e 2014/17/UE e o Regulamento (UE) n.º 596/2014 (Texto
relevante para efeitos do EEE). JO L 171, 29.6.2016, p. 1-65. ELI: http://data.europa.eu/eli/reg/2016/1011/oj
PDF: http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32016R1011&from=PT
Artigo 1.º
Objeto
O presente regulamento introduz um quadro comum para garantir a precisão e a integridade dos índices utilizados como
índices de referência no quadro de instrumentos e contratos financeiros, ou para aferir o desempenho dos fundos de
investimento na União. O presente regulamento contribui assim para o bom funcionamento do mercado interno e garante
um elevado nível de proteção dos consumidores e dos investidores.
Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
1. O presente regulamento aplica-se à elaboração de índices de referência, ao fornecimento de dados de cálculo para os
índices de referência e à utilização de índices de referência na União.
2. O presente regulamento não se aplica:
a) Aos bancos centrais;
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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b) Às autoridades públicas, quando elaboram dados para os índices de referência para fins de políticas públicas, nomeadamente
indicadores de emprego, de atividade económica e de inflação, ou quando elaboram esses índices de referência ou controlam a
sua elaboração;
c) Às contrapartes centrais, quando fornecem os preços de referência ou de liquidação utilizados para fins de gestão do risco das
contrapartes centrais e de liquidação;
d) Ao fornecimento de um preço único de referência para cada um dos instrumentos financeiros que figuram no anexo I, secção C,
da Diretiva 2014/65/UE;
e) À imprensa, aos outros meios de comunicação social e aos jornalistas, quando apenas publicam ou se referem a um índice de
referência no âmbito das suas atividades jornalísticas, sem controlo sobre a elaboração desse índice de referência;
f) Às pessoas singulares ou coletivas que concedem ou prometem conceder um crédito no âmbito da sua atividade comercial,
empresarial ou profissional, quando apenas publicam ou colocam à disposição do público as suas próprias taxas devedoras fixas
ou variáveis, estabelecidas por decisões internas e aplicáveis apenas aos contratos por si celebrados, ou por uma empresa do
mesmo grupo, com os seus respetivos clientes;
g) Aos índices de referência de mercadorias baseados em informações transmitidas por fornecedores que sejam, na sua maioria,
entidades não supervisionadas; e que preencham cumulativamente as seguintes condições:
i) são referenciados por instrumentos financeiros cuja admissão à negociação tenha sido pedida numa única plataforma de
negociação, na aceção do artigo 4.º, n.º 1, ponto 24, da Diretiva 2014/65/UE, ou que tenham sido negociados apenas numa dessas
plataformas de negociação; ii) o valor nocional total dos instrumentos financeiros que os referenciam não excede 100 milhões de
EUR; h) Aos elaboradores de índices que elaboram um índice mas não tenham conhecimento, ou não é razoável que pudessem ter
tido conhecimento, de que esse índice é utilizado para os fins referidos no artigo 3.º, n.º 1, ponto 3.
Artigo 59.º
Entrada em vigor
O presente regulamento entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
É aplicável a partir de 1 de janeiro de 2018.
Sem prejuízo do disposto no segundo parágrafo do presente artigo, os artigos 3.º, n.º 2, 5.º, n.º 5, 11.º, n.º 5, 13.º, n.º 3,
15.º, n.º 6, 16.º, n.º 5, o artigo 20.º (exceto a alínea b) do n.º 6), os artigos 21.º e 23.º, os artigos 25.º, n.ºs 8 e 9, 26.º, n.º 4,
27.º, n.º 3, 30.º, n.º 5, 32.º, n.º 9, 33.º, n.º 7, 34.º, n.º 8, o artigo 46.º e os artigos 47.º, n.º 3, e 51.º, n.º 6, são aplicáveis a
partir de 30 de junho de 2016. Sem prejuízo do disposto no segundo parágrafo do presente artigo, o artigo 56.º é aplicável
a partir de 3 de julho de 2016.
O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e diretamente aplicável em todos os Estados-
Membros.
CRÉDITO AO CONSUMO: deveres de informação a observar na celebração e negociação
de contratos de crédito
Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE)
Aviso do Banco de Portugal n.º 5/2017 (Série II), de 20 de setembro / Banco de Portugal. - Regulamenta várias disposições
do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho e define os deveres de informação a observar na celebração e negociação de
contratos de crédito regulados pelo referido diploma legal, revogando o Aviso do Banco de Portugal n.º 2/2010, o Aviso do
Banco de Portugal n.º 16/2012 e a Instrução do Banco de Portugal n.º 45/2012. Procede ainda à alteração do Aviso do Banco
de Portugal n.º 10/2008. Diário da República. - Série II-E - N.º 184 – 1.º Suplemento (22-09-2017), p. 21160-(4) a 21160-(8).
https://dre.pt/application/conteudo/108200078
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
21
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, procedeu-se à transposição parcial, para a ordem jurídica nacional, da
Diretiva n.º 2014/17/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos de crédito aos
consumidores para imóveis de habitação. O referido diploma legal consolidou ainda diversas regras que já regulavam a concessão de crédito
à habitação, crédito conexo e outros créditos hipotecários e que se encontravam dispersas por vários atos legislativos.
O Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, atribuiu ao Banco de Portugal o dever de regulamentar, entre outros aspetos, as políticas de
remuneração dos trabalhadores dos mutuantes envolvidos na elaboração, comercialização e concessão de contratos de crédito garantidos
por hipoteca ou direito equivalente, o dever de assistência ao consumidor e a informação a prestar durante a vigência dos referidos
contratos de crédito.
Assim, em concretização do disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, o presente Aviso estabelece um conjunto
de deveres a observar pelos mutuantes na definição, aprovação e monitorização das políticas de remuneração dos trabalhadores envolvidos
na elaboração, comercialização e concessão de contratos de crédito. Na definição dos requisitos previstos no Aviso sobre esta matéria, o
Banco de Portugal teve em conta as "Orientações relativas às políticas e práticas de remuneração relacionadas com a venda e o
fornecimento de produtos e serviços bancários de retalho" (EBA/GL/2016/06), emitidas pela Autoridade Bancária Europeia em 13 de
dezembro de 2016, e que entrarão em vigor em 13 de janeiro de 2018.
O presente Aviso regulamenta igualmente o disposto no artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, definindo regras a
observar pelos mutuantes e, se for o caso, pelos intermediários de crédito no âmbito do dever de assistência ao consumidor. Para o efeito,
estabelece-se, designadamente, que os mutuantes e os intermediários de crédito devem esclarecer o consumidor sobre os documentos que
lhe são facultados, os produtos e serviços propostos como vendas associadas facultativas e o processo de contratação do crédito.
Estabelecem-se ainda deveres específicos nos casos em que o dever de assistência é prestado através de meios de comunicação à distância.
Em cumprimento do mandato atribuído ao Banco de Portugal pelo n.º 3 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, o
presente Aviso regulamenta ainda os deveres de informação a prestar durante a vigência dos contratos de crédito. Assim, estabelece-se o
conteúdo mínimo da informação periódica a disponibilizar aos consumidores através do extrato, bem como regras aplicáveis à informação
sobre a alteração da taxa de juro nos termos previstos no artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, à informação adicional e à informação
complementar em caso de incumprimento de obrigações contratuais, de regularização de situações de incumprimento e de reembolso
antecipado, em sintonia com o quadro regulamentar previsto no Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2014.
Através deste Aviso definem-se ainda os elementos de informação que devem constar da minuta do contrato de crédito a disponibilizar ao
consumidor aquando da aprovação do crédito e os requisitos do contrato de crédito, os quais até aqui estavam previstos no Aviso do Banco
de Portugal n.º 2/2010.
O presente Aviso revê também o artigo 14.º do Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2008, que regula os deveres de informação e de
transparência a observar na publicidade de produtos de crédito relativo a imóveis, por força das novas regras que, em matéria de
publicidade, estão previstas no Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho.
Finalmente, revoga-se o Aviso do Banco de Portugal n.º 2/2010, o Aviso do Banco de Portugal n.º 16/2012 e a Instrução do Banco de
Portugal n.º 45/2012, tendo em conta o novo quadro normativo que entrará em vigor em 1 de janeiro de 2018.
Assim, no uso da competência que lhe é atribuída pelo disposto no n.º 1 do artigo 76.º, nos n.os 4 e 6 do artigo 77.º e no n.º 4 do artigo 77.º-
C do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro, na
redação atualmente em vigor, no n.º 2 do artigo 5.º, no n.º 4 do artigo 14.º e no n.º 3 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de
junho, o Banco de Portugal determina:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objeto e âmbito de aplicação
1 - O presente Aviso regulamenta:
a) O disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho ("Decreto-Lei n.º 74-A/2017"), estabelecendo as regras a observar
pelos mutuantes na definição das políticas de remuneração dos trabalhadores envolvidos na elaboração, comercialização e concessão de
contratos de crédito;
b) O disposto no artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, definindo as regras a observar pelos mutantes e, se for caso disso, pelos
intermediários de crédito, no âmbito do dever de assistência ao consumidor; e
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c) O disposto no artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, estabelecendo os deveres de informação aplicáveis aos mutuantes na vigência dos
contratos de crédito.
2 - O presente Aviso estabelece ainda deveres de informação aplicáveis aos mutuantes na negociação e celebração dos
contratos de crédito regulados pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017.
3 - O presente Aviso procede à primeira alteração ao Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2008, publicado na 2.ª série do Diário
da República de 22 de dezembro de 2008, que estabelece os deveres de informação e transparência a serem observados
pelas instituições de crédito e sociedades financeiras na publicidade de produtos e serviços financeiros e fixa as dimensões
mínimas dos carateres a usar na publicidade a produtos e serviços financeiros através de diferentes meios de difusão.
Artigo 2.º
Definições
1 - Para efeitos do presente Aviso, entende-se por:
a) «Cartão de crédito», o contrato de duração indeterminada ou de renovação automática garantido por hipoteca ou por outro direito sobre
coisa imóvel, em que é estabelecido um limite máximo de crédito cuja utilização é realizada através de cartão;
b) «Conta-corrente bancária», o contrato de duração determinada garantido por hipoteca ou por outro direito sobre coisa imóvel, em que é
estabelecido um limite máximo de crédito;
c) «Contrato de crédito sob a forma de facilidade de descoberto», o contrato garantido por hipoteca ou por outro direito sobre coisa imóvel
pelo qual um mutuante permite expressamente a um consumidor dispor de fundos que excedem o saldo da sua conta de depósito à ordem;
d) «Comissões», as prestações pecuniárias exigíveis ao consumidor pelo mutuante como retribuição pelos serviços por ele prestados, ou
subcontratados a terceiros, no âmbito da sua atividade;
e) «Despesas», os encargos suportados pelo mutuante, que lhe são exigíveis por terceiros, e repercutíveis nos consumidores,
nomeadamente os pagamentos a conservatórias, cartórios notariais ou que tenham natureza fiscal;
f) «Linha de crédito», o contrato de duração indeterminada ou de renovação automática garantido por hipoteca ou por outro direito sobre
coisa imóvel, em que é estabelecido um limite máximo de crédito;
g) «Meio de comunicação à distância», qualquer meio de comunicação que possa ser utilizado sem a presença física e simultânea do
mutuante e do consumidor ou, se for o caso, do intermediário de crédito e do consumidor;
h) «Spread base», a margem aplicada sobre o indexante, no caso de taxa de juro variável, ou sobre a taxa de referência, no caso de taxa de
juro fixa, se aplicável, atribuída ao consumidor após avaliação do seu risco de crédito e das garantias oferecidas para cumprimento do
contrato de crédito;
i) «Spread contratado», a margem aplicada sobre o indexante, no caso de taxa de juro variável, ou sobre a taxa de referência, no caso de
taxa de juro fixa, se aplicável, atribuída ao consumidor em resultado da existência de vendas associadas facultativas, condições promocionais
ou outras situações suscetíveis de afetar o custo do contrato de crédito;
j) «Taxa de juro fixa», a taxa de juro do contrato de crédito que se mantém inalterada durante o prazo do contrato;
k) «Taxa de juro fixa contratada», a taxa de juro do contrato de crédito que se mantém inalterada durante o prazo do contrato, determinada
em resultado da existência de vendas associadas facultativas, condições promocionais ou outras situações suscetíveis de afetar o custo do
contrato de crédito; e
l) «Taxa de juro variável», a taxa de juro que tem como referência um indexante, modificado automática e periodicamente, ao qual acresce o
spread base ou o spread contratado.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, os conceitos utilizados no presente Aviso devem ser interpretados com o
sentido que lhes é atribuído pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017.
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CAPÍTULO II
Políticas e práticas de remuneração dos trabalhadores
Artigo 3.º
Definição de políticas de remuneração
1 - Os mutuantes devem definir e implementar políticas de remuneração dos trabalhadores envolvidos na elaboração,
comercialização e concessão de contratos de crédito abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017, que assegurem o respeito
pelos requisitos previstos no n.º 1 do artigo 5.º do referido diploma.
2 - As políticas de remuneração devem abranger todas as formas de remuneração fixa e variável que possam ser atribuídas
aos trabalhadores identificados no número anterior, incluindo os benefícios monetários e não monetários quando atribuídos
a título de incentivo.
3 - Na definição das políticas de remuneração, os mutuantes devem:
a) Assegurar um equilíbrio entre as componentes fixa e variável da remuneração, sempre que se preveja a atribuição destas duas
componentes;
b) Estabelecer, nas situações abrangidas pela alínea anterior, um limite máximo para a componente variável da remuneração, o qual deve
ser definido com base numa percentagem da componente fixa da remuneração;
c) Condicionar a atribuição da componente variável da remuneração ao cumprimento de critérios quantitativos e qualitativos;
d) Definir como critérios qualitativos, entre outros, indicadores relacionados com o cumprimento de regras e procedimentos internos e com
a qualidade do serviço prestado aos consumidores;
e) Assegurar que os critérios fixados para a determinação da componente variável da remuneração tenham em consideração o desempenho
do trabalhador e da estrutura interna em que este se encontra inserido;
f) Garantir que o pagamento da componente variável da remuneração depende da verificação rigorosa do cumprimento dos critérios
definidos para a sua atribuição; e
g) Prever a possibilidade de a componente variável de remuneração não ser atribuída quando tal seja apropriado.
4 - As políticas de remuneração referidas no n.º 1 do presente artigo devem constar de instrumento próprio e ser de fácil
compreensão pelos trabalhadores abrangidos.
Artigo 4.º
Documentação das políticas de remuneração
1 - Os documentos relativos às políticas de remuneração dos trabalhadores envolvidos na elaboração, comercialização e
concessão de contratos de crédito abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017, devem ser redigidos de forma clara, simples e
transparente e incluir, pelo menos, as seguintes informações:
a) Os objetivos das políticas de remuneração;
b) Os trabalhadores abrangidos pelo seu âmbito de aplicação;
c) As situações em que se prevê a atribuição de componente variável de remuneração, o seu limite máximo, bem como os critérios e
condições para a sua atribuição.
2 - Os mutuantes devem conservar os documentos relativos às políticas de remuneração referidas no número anterior pelo
período mínimo de cinco anos após a última data em que estas foram aplicadas, devendo disponibilizar os documentos em
causa ao Banco de Portugal, sempre que este os solicite.
Artigo 5.º
Aprovação das políticas de remuneração
1 - Os órgãos de administração e de fiscalização dos mutuantes definem, aprovam e controlam, no âmbito das respetivas
competências, as políticas de remuneração dos trabalhadores envolvidos na elaboração, comercialização e concessão de
contratos de crédito abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017.
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2 - Na definição das políticas de remuneração a que se refere o número anterior, os órgãos de administração e de fiscalização
devem consultar o comité de remunerações, caso este exista.
3 - Em momento anterior ao da sua aprovação, os órgãos de administração e de fiscalização dos mutuantes devem obter
junto das áreas de controlo do cumprimento das obrigações legais e regulamentares (compliance) a confirmação de que as
políticas de remuneração em causa cumprem as obrigações legais e regulamentares aplicáveis.
4 - O disposto nos números anteriores deve ser observado sempre que sejam introduzidas alterações às políticas de
remuneração dos trabalhadores.
Artigo 6.º
Monitorização e revisão das políticas de remuneração
1 - Os mutuantes devem implementar mecanismos de controlo eficazes, que permitam identificar e solucionar situações em
que as políticas de remuneração dos trabalhadores envolvidos na elaboração, comercialização e concessão de contratos de
crédito abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017 são suscetíveis de prejudicar os consumidores, assegurando, em
particular:
a) A monitorização da informação relativa à comercialização e concessão de contratos de crédito abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017,
com vista à identificação de tendências ou de padrões que indiciem a existência de conflitos de interesses ou de prejuízos para os
consumidores;
b) A avaliação da qualidade do serviço prestado, através de contactos com consumidores e a realização de ações de cliente mistério, entre
outros.
2 - Os mutuantes avaliam, com periodicidade mínima anual, as políticas de remuneração previstas no número anterior,
adotando, sempre que necessário, as medidas que se mostrem adequadas a assegurar que essas políticas têm em devida
consideração os direitos e interesses dos consumidores e não criam incentivos para que os interesses dos consumidores
sejam prejudicados.
Artigo 7.º
Divulgação das políticas de remuneração
1 - Em momento anterior ao início da elaboração, comercialização e concessão de contratos de crédito abrangidos pelo
Decreto-Lei n.º 74-A/2017, os trabalhadores, consoante as funções que exerçam, devem ser informados de forma simples,
clara e percetível sobre as políticas de remuneração que lhes são aplicáveis.
2 - Os mutuantes devem disponibilizar as políticas de remuneração aos seus trabalhadores em moldes que permitam a sua
consulta imediata e permanente.
Artigo 8.º
Implementação de práticas de remuneração
1 - As práticas de remuneração devem ser implementadas em conformidade com as políticas de remuneração instituídas.
2 - Os mutuantes devem documentar a forma como as políticas de remuneração têm sido implementadas e conservar os
documentos em causa pelo período mínimo de cinco anos, disponibilizando-os ao Banco de Portugal, sempre que este os
solicite.
CAPÍTULO III
Deveres de assistência e de informação ao consumidor
Artigo 9.º
Dever de assistência
1 - Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, o mutuante e, se for o caso, o intermediário
de crédito devem, designadamente:
a) Esclarecer o consumidor, de modo adequado, sobre o conteúdo da Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE), da minuta do
contrato de crédito e dos documentos anexos à FINE;
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b) Identificar separadamente as características e o custo de cada um dos produtos ou serviços propostos como vendas associadas
facultativas, bem como o impacto da contratação desses produtos ou serviços no custo do contrato de crédito, nomeadamente no spread da
taxa de juro;
c) Esclarecer o consumidor sobre a possibilidade de o contrato de crédito ser celebrado sem vendas associadas facultativas;
d) Esclarecer o consumidor sobre o processo de contratação do crédito;
e) Responder às dúvidas colocadas pelo consumidor;
f) Informar o consumidor sobre os canais de comunicação disponibilizados para o esclarecimento de dúvidas adicionais e para a solicitação
de outras informações.
2 - Nos casos em que a informação pré-contratual é prestada através de meios de comunicação à distância, o mutuante e, se
for o caso, o intermediário de crédito devem disponibilizar ao consumidor linhas de atendimento dedicadas e conteúdos
específicos, em suporte áudio, vídeo ou texto, adequados ao meio de comunicação utilizado para a prestação de informação
pré-contratual.
3 - O mutuante e, se for o caso, o intermediário de crédito devem implementar mecanismos de controlo contínuo que lhes
permitam avaliar a assistência prestada aos consumidores em cumprimento do disposto nos números anteriores,
designadamente através da realização de ações de cliente mistério.
4 - As informações previstas no n.º 2 e no n.º 3 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017 devem ser prestadas pelo
mutuante em papel ou noutro suporte duradouro, em documento separado, anexo à FINE, nos termos previstos no n.º 9 do
artigo 13.º daquele decreto-lei.
Artigo 10.º
Conteúdo da minuta do contrato
A minuta do contrato entregue ao consumidor nos termos do n.º 2 do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, deve conter
os elementos indicados no artigo 11.º do presente Aviso e refletir as condições do contrato de crédito efetivamente
aprovadas.
Artigo 11.º
Informação a prestar no contrato
Sem prejuízo da observância de outros requisitos previstos na lei, os mutuantes devem especificar no contrato de crédito os
seguintes elementos:
a) Identificação, endereço geográfico e eletrónico do mutuante, e se for o caso, do intermediário de crédito;
b) Finalidade do contrato de crédito;
c) Montante total do crédito e condições de utilização;
d) Montante total imputado ao consumidor;
e) Regime de taxa de juro aplicável;
f) Taxa anual nominal (TAN), suas componentes e forma de cálculo, incluindo a taxa de juro fixa, a taxa de juro fixa contratada, o indexante, o
spread base e o spread contratado, se aplicáveis;
g) Taxa anual de encargos efetiva global (TAEG);
h) Descrição das condições promocionais, se aplicáveis;
i) Identificação dos produtos e serviços financeiros adquiridos pelo consumidor, de forma facultativa, em associação ao contrato de crédito,
se aplicável;
j) Descrição dos efeitos das vendas associadas facultativas no custo do contrato de crédito, designadamente no spread da taxa de juro, se
aplicável;
k) Explicitação das condições de manutenção e de eventual revisão dos efeitos das vendas associadas facultativas no custo do contrato de
crédito, quando aplicável;
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l) Identificação de outras situações suscetíveis de afetar o custo do contrato de crédito e explicitação das respetivas condições de aplicação,
manutenção e possibilidade de revisão, se aplicável;
m) Condições de reembolso do contrato de crédito:
i) Modalidade de reembolso;
ii) Regime das prestações;
iii) Prazo do contrato de crédito;
iv) Número e periodicidade das prestações;
v) Montante das prestações a vigorar até à primeira revisão da taxa de juro, sempre que determinável, e sem prejuízo de, no caso de
contrato de crédito à habitação enquadrado em regime de crédito bonificado, esse montante depender de posterior confirmação pela
entidade competente; e
vi) Data de vencimento das prestações.
n) O direito de reembolso antecipado, o procedimento a seguir nesse caso, o modo e a forma de cálculo da redução dos juros e dos encargos
relativos ao período remanescente do contrato e, se for o caso, as informações sobre o direito do mutuante a uma comissão de reembolso
antecipado e a forma da sua determinação;
o) Identificação das garantias e seguros exigíveis, se aplicável.
p) Identificação e quantificação das comissões relativas à manutenção de uma conta de depósito à ordem eventualmente aplicáveis, exceto
se a abertura de conta for facultativa;
q) Identificação e quantificação das comissões relativas à utilização de instrumentos que permitam, ao mesmo tempo, operações de
pagamento e de utilização do crédito, se aplicável;
r) Identificação e quantificação de quaisquer outras comissões e das despesas decorrentes do contrato de crédito, se aplicável;
s) Identificação da sobretaxa anual máxima aplicável em caso de mora e da comissão pela recuperação de valores em dívida, nos termos
legais, bem como das condições em que as mesmas poderão ser revistas no futuro;
t) O procedimento a adotar para a extinção do contrato;
u) As consequências da falta de pagamento;
v) Informação adequada sobre os riscos inerentes à contratação de empréstimo em moeda estrangeira, se aplicável;
w) A indicação dos procedimentos extrajudiciais de reclamação e de resolução alternativa de litígios à disposição do consumidor e o
respetivo modo de acesso; e
x) Identificação, endereço geográfico e eletrónico da autoridade de supervisão competente.
Artigo 12.º
Informação a prestar durante a vigência do contrato de crédito
1 - Sem prejuízo do cumprimento de outros requisitos estabelecidos na lei e nos regulamentos em vigor, os mutuantes
devem disponibilizar aos consumidores um extrato que inclua, pelo menos, os seguintes elementos:
a) Data do extrato;
b) Identificação atribuída pelo mutuante ao contrato de crédito;
c) Indicação do tipo de crédito;
d) Identificação da conta de depósito à ordem indicada pelo consumidor para débito dos montantes devidos no âmbito do contrato de
crédito;
e) Montante do capital vincendo à data de emissão do extrato;
f) Número e data de vencimento da prestação subsequente à data de emissão do extrato;
g) Montante da prestação subsequente à data de emissão do extrato, com desagregação das respetivas componentes de capital e juro;
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27
h) TAN aplicável à prestação subsequente, com identificação das suas componentes;
i) Indicação do escalão e montante de bonificação de juro aplicável à prestação subsequente à data de emissão do extrato, no caso de
contrato de crédito à habitação enquadrado em regime de crédito bonificado;
j) Identificação e montante de eventuais comissões e despesas a pagar pelo consumidor na data de vencimento da prestação subsequente à
data de emissão do extrato; e
k) Montante total a pagar pelo consumidor na data de vencimento da prestação subsequente à data de emissão do extrato, em resultado do
disposto nas alíneas g), i) e j) do presente número.
2 - Estando em causa um contrato de crédito sob a forma de facilidade de descoberto, um cartão de crédito, uma linha de
crédito ou uma conta-corrente bancária, o extrato que os mutuantes devem disponibilizar inclui, no mínimo, os seguintes
elementos:
a) Período a que se referem as informações prestadas, com indicação da data de emissão do extrato anterior e do extrato atual;
b) Identificação atribuída pelo mutuante ao contrato de crédito;
c) Indicação do tipo de crédito;
d) Identificação da conta de depósito à ordem indicada pelo consumidor para débito dos montantes devidos no âmbito do contrato de
crédito, quando aplicável;
e) Limite de crédito;
f) Saldo em dívida à data do extrato anterior;
g) TAN aplicável, com identificação das respetivas componentes;
h) Descrição dos movimentos efetuados pelo consumidor no período a que respeita o extrato e indicação do respetivo montante, no caso de
cartão de crédito, bem como identificação parcial do número do cartão associado, se aplicável;
i) Identificação das utilizações de crédito efetuadas pelo consumidor no período a que respeita o extrato e respetivo montante, no caso de
contratos de crédito sob a forma de facilidade de descoberto, linha de crédito e conta-corrente bancária;
j) Data de receção da ordem de pagamento ou data-valor dos movimentos efetuados pelo consumidor, no caso de cartão de crédito;
k) Data de realização e data-valor das utilizações de crédito efetuadas pelo consumidor, no caso de contratos de crédito sob a forma de
facilidade de descoberto, linha de crédito e conta-corrente bancária;
l) Indicação do montante dos juros exigidos ao consumidor no período a que se referem as informações prestadas e, sendo caso disso, da
respetiva data-valor;
m) Identificação das comissões e despesas que tenham sido exigidas no período a que se referem as informações prestadas e indicação do
respetivo montante;
n) Moeda em que foram efetuados os movimentos pelo consumidor;
o) Taxa de câmbio aplicada pelo mutuante e montante da operação após a conversão monetária, no caso de cartão de crédito, se aplicável;
p) Pagamentos efetuados pelo consumidor no período a que se refere o extrato com vista à reconstituição do capital nos termos previstos no
contrato de crédito, com desagregação das componentes relativas a capital e juros e, se aplicável, a comissões e despesas;
q) Saldo em dívida à data do extrato atual;
r) Opção de pagamento definida;
s) Montante a pagar, de acordo com a opção de pagamento definida;
t) Montante mínimo a pagar, se for o caso;
u) Data-limite de pagamento;
v) Forma de pagamento acordada; e
w) Outras formas de pagamento disponíveis, se aplicável.
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Artigo 13.º
Informação sobre a alteração da taxa de juro durante a vigência do contrato de crédito
1 - No caso dos contratos de crédito aos quais é aplicável o dever de envio de extrato com os elementos previstos no n.º 1 do
artigo 12.º, os mutuantes devem prestar as informações relativas à alteração da taxa de juro do contrato de crédito nos
termos previstos no artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017 através do extrato.
2 - Quando o extrato a que se refere o n.º 1 do artigo 12.º não for enviado com uma antecedência mínima de 15 (quinze) dias
relativamente ao vencimento da prestação subsequente, os mutuantes devem informar o consumidor sobre a alteração da
taxa de juro através de documento autónomo.
3 - O documento autónomo a que se reporta o número anterior deve conter, pelo menos, os seguintes elementos:
a) Número, data de vencimento e montante da prestação subsequente a essa alteração; e
b) TAN aplicável à prestação subsequente, com identificação das suas componentes.
Artigo 14.º
Informação adicional a prestar durante a vigência do contrato
Quando, nos termos do contrato de crédito, seja conferido ao mutuante o direito de modificar por sua iniciativa as condições
contratuais com reflexo no valor da prestação ou do montante a pagar, o mutuante deve comunicar ao consumidor o teor
dessas alterações através do extrato previsto no artigo 12.º ou em documento autónomo.
Artigo 15.º
Prestação de informação complementar
1 - Em complemento à informação prevista nos artigos anteriores, o mutuante deve prestar, através de extrato ou em
documento autónomo, informação específica nas seguintes situações:
a) Incumprimento de obrigações contratuais por parte do consumidor;
b) Regularização de situações de incumprimento por parte do consumidor;
c) Reembolso antecipado do contrato de crédito por parte do consumidor.
2 - Na situação prevista na alínea a) do n.º 1, o mutuante deve indicar:
a) A identificação atribuída pelo mutuante ao contrato de crédito;
b) A data de vencimento das obrigações em mora e a duração do incumprimento, em número de dias, à data de emissão do extrato ou do
documento autónomo;
c) O montante total em incumprimento à data de emissão do extrato ou do documento autónomo, com descrição detalhada dos montantes
relativos a capital vencido e não pago, juros remuneratórios, comissões e despesas e respetivas datas de vencimento;
d) A identificação da taxa, da base de incidência do montante devido a título de juros moratórios e do montante de juros de mora calculado
à data da emissão do extrato;
e) Os elementos de contacto do mutuante que o consumidor deve utilizar para obter informações adicionais e para negociar eventuais
alternativas para a regularização da situação de incumprimento;
f) A existência da rede de apoio ao consumidor endividado e a menção de que as informações sobre a rede podem ser consultadas no "Portal
do Consumidor", disponível em www.consumidor.pt.
3 - Nos casos em que o incumprimento de obrigações contratuais pelo consumidor esteja abrangido pelo Procedimento
Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI), previsto no Decreto-Lei n.º 227/2012, de 25 de
outubro, a prestação de informação prevista no número anterior aplica-se apenas após a extinção do PERSI nos termos
constantes do artigo 17.º daquele diploma legal.
4 - Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 1, os mutuantes devem informar o consumidor sobre:
a) A identificação atribuída pelo mutuante ao contrato de crédito;
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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b) As quantias entregues no âmbito da regularização de montantes em mora;
c) A data de entrega dessas quantias;
d) A imputação das quantias ao pagamento da dívida; e
e) No caso de regularização parcial, o montante em dívida após essa regularização.
5 - Nos casos previstos na alínea c) do n.º 1, o mutuante está obrigado a informar o consumidor sobre:
a) Os montantes entregues tendo em vista o reembolso antecipado, parcial ou total, do contrato de crédito;
b) O montante pago a título de comissão de reembolso antecipado e eventuais despesas, quando aplicável;
c) A data dos pagamentos efetuados pelo consumidor nos termos das alíneas anteriores; e
d) O capital vincendo após o reembolso, no caso de reembolso antecipado parcial.
Artigo 16.º
Periodicidade e prazos aplicáveis à prestação de informação
1 - A informação prevista no n.º 1 do artigo 12.º deve ser prestada com periodicidade equivalente à fixada no contrato de
crédito para o pagamento das prestações, devendo, em todo o caso, observar-se uma periodicidade mínima anual.
2 - A informação prevista no n.º 2 do artigo 12.º deve ser prestada, pelo menos, com periodicidade mensal, exceto quando,
no mês em causa não tenha sido utilizado crédito disponível ao abrigo do contrato de crédito, ou não haja montantes a pagar
em cumprimento desse contrato de crédito, devendo, em todo o caso, observar-se uma periodicidade mínima anual.
3 - O documento autónomo a que se referem os n.os 2 e 3 do artigo 13.º deve ser disponibilizado ao consumidor com uma
antecedência mínima de 15 (quinze) dias relativamente à data de vencimento da prestação subsequente à alteração da taxa
de juro.
4 - A informação prevista no artigo 14.º deve ser prestada com uma antecedência mínima de 30 (trinta) dias relativamente à
data pretendida para a aplicação das alterações a que se refere essa informação, sem prejuízo de outros prazos legal ou
regulamentarmente fixados.
5 - Sempre que a informação prevista no artigo 15.º não seja prestada conjuntamente com o extrato, a mesma deve ser
disponibilizada ao consumidor no prazo de 15 (quinze) dias após a ocorrência de qualquer uma das situações aí previstas.
Artigo 17.º
Cumprimento dos deveres de informação
1 - Os mutuantes podem cumprir os deveres de informação previstos nos artigos 10.º a 15.º do presente Aviso mediante a
prestação de informação em suporte de papel ou noutro suporte duradouro, exceto se o consumidor solicitar, de forma
expressa, a prestação de informação em suporte de papel.
2 - Compete aos mutuantes a prova da disponibilização ao consumidor da informação nos termos previstos nos artigos 10.º a
16.º do presente Aviso.
3 - Na prestação da informação prevista nos artigos 12.º a 15.º, os mutuantes devem utilizar os termos e expressões
empregues no presente Aviso, respeitando as definições constantes do anexo ao Aviso, que dele faz parte integrante, bem
como as demais condições aí previstas.
CAPÍTULO IV
Disposições complementares e finais
Artigo 18.º
Alteração ao Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2008
O artigo 14.º do Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2008, publicado na 2.ª série do Diário da República, de 22 de dezembro
de 2008, passa a ter a seguinte redação:
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«Artigo 14.º
Crédito relativo a imóveis
1 - Na publicidade a contratos de crédito regulados pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, e sem prejuízo do
disposto no artigo 10.º do referido decreto-lei, as instituições de crédito devem indicar:
a) A Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG), calculada nos termos do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de
23 de junho, com destaque similar às características destacadas daqueles produtos;
b) Um exemplo representativo da TAEG que inclua, para além dos elementos elencados nas alíneas c) a i) do n.º 5 do artigo
10.º do Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, o valor do indexante e do spread da taxa de juro, se aplicável, e ainda,
quando exista, o período de carência ou a percentagem de capital diferido.
2 - O indexante a que se refere a alínea b) do número anterior deve ser calculado, pelo menos, no início da campanha
publicitária e sempre que a mesma seja retomada, após interrupção, nos termos do artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 74-
A/2017, de 23 de junho.
3 - Na publicidade em que se anuncie uma prestação de um contrato de crédito regulado pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017,
de 23 de junho, as instituições de crédito devem indicar, com destaque similar, o prazo de reembolso e o montante total
do crédito associados à referida prestação.»
Artigo 19.º
Norma revogatória
1 - São revogados:
a) O Aviso do Banco de Portugal n.º 2/2010, publicado na 2.ª série do Diário da República, de 16 de abril de 2010; e
b) O Aviso do Banco de Portugal n.º 16/2012, publicado na 2.ª série do Diário da República, de 17 de dezembro de 2012.
2 - É revogada a Instrução do Banco de Portugal n.º 45/2012, publicada no Boletim Oficial do Banco de Portugal, de 17 de
dezembro de 2012.
Artigo 20.º
Aplicação no tempo
1 - O disposto no presente Aviso aplica-se aos contratos de crédito que venham a ser celebrados após a sua entrada em
vigor.
2 - Aos contratos de crédito celebrados antes da entrada em vigor do presente Aviso é aplicável o disposto nos artigos 12.º a
17.º do presente Aviso.
Artigo 21.º
Entrada em vigor
O presente Aviso entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2018.
20 de setembro de 2017. - O Governador, Carlos da Silva Costa.
ANEXO
1 - Para efeitos do disposto no n.º 3 do artigo 17.º, entende-se por:
a) «Limite de crédito»: o limite máximo de crédito disponibilizado ao consumidor no âmbito do contrato de crédito;
b) «Saldo em dívida à data do extrato anterior»: o montante total devido pelo consumidor no âmbito do contrato de crédito (capital,
incluindo, se aplicável, o capital vencido e não pago, juros e outros encargos) à data de emissão do extrato que lhe foi anteriormente
enviado;
c) «Data de receção da ordem de pagamento»: o momento em que a instrução dada pelo consumidor para a execução de pagamentos
através de cartão de crédito se considera recebida pelo mutuante;
d) «Data-valor»: a data de referência utilizada pelo mutuante para o cálculo de juros;
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
31
e) «Data de realização»: a data das utilizações do limite de crédito pelo consumidor, de acordo com as condições contratualmente
estabelecidas para as linhas de crédito, as contas correntes bancárias e contratos de crédito sob a forma de facilidade de descoberto;
f) «Saldo em dívida à data do extrato atual»: o montante total devido pelo consumidor no âmbito do contrato de crédito (capital, incluindo,
se aplicável, o capital vencido e não pago, juros e outros encargos) à data de emissão do extrato;
g) «Opção de pagamento»: a modalidade de reembolso acordada entre o mutuante e o consumidor, sem prejuízo de o consumidor poder
proceder ao pagamento de um montante diferente do que resulta da opção de pagamento;
h) «Montante a pagar»: o valor a reembolsar pelo consumidor, em resultado da aplicação da opção de pagamento e, sendo caso disso, de
outros valores vencidos exigíveis pelo mutuante;
i) «Montante mínimo a pagar»: o valor mínimo a reembolsar pelo consumidor que garante o cumprimento do contrato de crédito;
j) «Forma de pagamento acordada»: a forma convencionada entre o consumidor e o mutuante para pagamento do saldo em dívida;
k) «Outras formas de pagamento disponíveis»: aquelas que, para além da forma de pagamento acordada, o mutuante disponibiliza ao
consumidor para pagamento do saldo em dívida.
2 - Na prestação da informação prevista no Aviso, os mutuantes devem observar o tamanho de letra mínimo de 9 pontos,
utilizando como referência o tipo de letra Arial e impressão da folha definida a 100 %.
3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, quando a informação prevista nos artigos 14.º e 15.º é prestada através do
extrato, os mutuantes devem assegurar que essa informação:
a) É apresentada de forma autónoma relativamente aos demais elementos constantes do extrato;
b) Observa o tamanho de letra mínimo de 12 pontos, utilizando como referência o tipo de letra Arial e impressão da folha
definida a 100 %.
EMPRESA TURÍSTICA QUE APRESENTE NECESSIDADES DE TESOURARIA: linha de apoio financeiro
Atividade num concelho que tenha sido atingido por incêndios
Despacho Normativo n.º 14/2017 (Série II), de 21 de agosto / Economia. Gabinete da Secretária de Estado do Turismo. -
Determina que a linha de apoio financeiro criada pelo Despacho Normativo n.º 10/2017, de 20 de julho, publicado no Diário
da República, 2.ª série, n.º 153, de 9 de agosto de 2017, pode ser utilizada por qualquer empresa turística que apresente
necessidades de tesouraria e com atividade num concelho que tenha sido atingido pelo flagelo dos incêndios. Diário da
República. - Série II-C - N.º 184 (22-09-2017), p. 21045. https://dre.pt/application/conteudo/108195792
No contexto da situação particularmente gravosa que os incêndios de grandes proporções ocorridos no passado mês de junho tiveram para
os concelhos de Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Ansião, Alvaiázere, Arganil, Góis, Penela, Pampilhosa da Serra,
Oleiros e Sertã, ao nível da vida humana e do património das populações, mas com reflexos também nos recursos naturais e culturais
daqueles territórios e na perceção de valor dos mesmos enquanto destinos turísticos, o Despacho Normativo n.º 10/2017, de 20 de julho de
2017, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 153, de 9 de agosto de 2017, veio criar um instrumento capaz de assegurar as
necessidades de fundo de maneio acrescidas, e, deste modo, contribuir para minimizar o impacto da diminuição temporária da procura
turística na atividade das empresas turísticas que operam na região e na sua sustentabilidade a curto prazo.
Todavia, a grave situação verificada naquelas zonas estende-se agora a outros concelhos do País, pelo que se entende não dever limitar
geograficamente a possibilidade de recurso ao mecanismo financeiro criado pelo Despacho Normativo n.º 10/2017, devendo o mesmo poder
ser utilizado por empresas de qualquer concelho onde se verifiquem as mesmas condições e pressupostos que estiveram na génese do nele
estabelecido.
Assim, ao abrigo do disposto na alínea d) do artigo 199.º da Constituição da República Portuguesa, no n.º 2 do artigo 1.º e nas alíneas a) e e)
do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 129/2012, de 22 de junho, com redação do Decreto-Lei n.º 66/2015, de 29 de abril, e no exercício da
competência que me está delegada pelo Despacho n.º 2983/2016, de 17 de fevereiro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 40, de
26 de fevereiro de 2016, determino o seguinte:
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
32
Artigo 1.º
Âmbito
A linha de apoio financeiro criada pelo Despacho Normativo n.º 10/2017, de 20 de julho de 2017, publicado no Diário da
República, 2.ª série, n.º 153, de 9 de agosto de 2017, pode ser utilizada por qualquer empresa turística que apresente
necessidades de tesouraria e com atividade num concelho que tenha sido atingido pelo flagelo dos incêndios.
Artigo 2.º
Objeto
Os termos e condições da linha de apoio financeiro são os enunciados no referido Despacho Normativo n.º 10/2017.
Artigo 3.º
Vigência
O presente diploma entra em vigor na data da sua assinatura.
21 de agosto de 2017. - A Secretária de Estado do Turismo, Ana Manuel Jerónimo Lopes Correia Mendes Godinho.
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE COIMBRA: Serviço de turno
Aviso (extrato) n.º 11006/2017 (Série II), de 4 de setembro / Tribunal Judicial da Comarca de Coimbra. - Mapa de turnos de
fim de semana e feriados. Diário da República. - Série II-D - N.º 184 (22-09-2017), p. 21051 - 21052.
https://dre.pt/application/conteudo/108195807
Ao abrigo do disposto no n.º 6 do artigo 55.º, do Decreto-Lei n.º 49/2014, de 27 de março, e no n.º 2 do artigo 36.º da Lei n.º
62/2013, de 26 de agosto, é publicado, em anexo ao presente aviso, e dele faz parte integrante, o mapa de turnos do
Tribunal Judicial da Comarca de Coimbra (de outubro de 2017 a setembro de 2018), do serviço urgente previsto no Código de
Processo Penal, na lei de cooperação judiciária internacional em matéria penal, na lei de saúde mental, na lei de proteção de
crianças e jovens em perigo e no regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território
nacional, que deva ser executado aos sábados, nos feriados que recaiam em segunda-feira e no 2.º dia feriado, em caso de
feriados consecutivos.
5 de setembro de 2017. - A Juíza Presidente, Isabel Matos Namora.
ANEXO
Serviço de turno do Tribunal Judicial da Comarca de Coimbra
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA OESTE: Serviço de turno
Aviso n.º 11007/2017 (Série II), de 1 de setembro / Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste. - Serviço de turno da
Comarca de Lisboa Oeste. Diário da República. - Série II-D - N.º 184 (22-09-2017), p. 21052.
https://dre.pt/application/conteudo/108195808
Ao abrigo do disposto no n.º 6 do artigo 55.º, do Decreto-Lei n.º 49/2014, de 27 de março, e no n.º 2 do artigo 36.º da Lei n.º
62/2013, de 26 de agosto, é publicado, em anexo ao presente aviso, e dele faz parte integrante, o mapa de turnos (de 23 de
setembro a 30 de dezembro de 2017), do serviço urgente previsto no Código de Processo Penal, na lei de cooperação
judiciária internacional em matéria penal, na lei de saúde mental, na lei de proteção de crianças e jovens em perigo e no
regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, que deva ser executado
aos sábados, nos feriados que recaiam em segunda-feira e no 2.º dia feriado, em caso de feriados consecutivos.
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
33
1 de setembro de 2017. - A Juíza Presidente, Rosa de Vasconcelos.
ANEXO
Serviço de turno da Comarca de Lisboa Oeste
VACINAS DO PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO (PNV)
Direção-Geral da Saúde (DGS)
Despacho n.º 8320/2017 (Série II), de 18 de setembro / Saúde - Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde. -
Determina que são objeto de aquisição centralizada na categoria de bens as vacinas do Programa Nacional de Vacinação e
outras vacinas e tuberculinas para a proteção da saúde pública e de grupos de risco segundo estratégias definidas pela
Direção-Geral da Saúde. Diário da República. - Série II-C - N.º 184 (22-09-2017), p. 21040 - 21041.
https://dre.pt/application/conteudo/108195777
1 - São objeto de aquisição centralizada na categoria de bens as vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV) e outras
vacinas e tuberculinas para a proteção da saúde pública e de grupos de risco segundo estratégias definidas pela Direção-
Geral da Saúde (DGS).
2 - No âmbito das competências da DGS, as vacinas e tuberculinas objeto de aquisição centralizada podem ser objeto de
atualização ou revisão.
3 - Quanto à aquisição centralizada a desenvolver pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E. (SPMS, E. P. E.),
de acordo com as recomendações da DGS, importa definir:
a) As Administrações Regionais de Saúde, I. P. (ARS, I. P.), devem estimar as quantidades necessárias de vacinas e
tuberculinas a adquirir para cumprimento das estratégias de vacinação em vigor e das metas de cobertura vacinal fixadas,
considerando e analisando as necessidades expressas pelos agrupamentos de centros de saúde (ACES), Unidades Locais de
Saúde (ULS) e Centros Hospitalares/Hospitais e devem remeter as mesmas para parecer à DGS;
b) A DGS valida, em articulação com as ARS, I. P., as quantidades de vacinas e tuberculinas a adquirir;
c) As ARS, I. P., depois de validadas as quantidades pela DGS, devem registar e enviar à SPMS, E. P. E., as suas previsões de
consumo, no sítio: www.catalogo.min-saude.pt, de acordo com a calendarização a definir por Norma a emitir pela DGS;
d) As previsões de consumo registadas pelas ARS, I. P., devem acautelar a existência de um stock de segurança anual de 25 %
para cada vacina;
e) A SPMS, E. P. E., notifica à Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS, I. P.), as quantidades registadas no sítio:
www.catalogo.min-saude.pt e a respetiva previsão de despesa, a fim das ARS, I. P., e da ACSS, I. P., inscreverem nos seus
orçamentos a despesa associada à aquisição centralizada das vacinas, de acordo com a calendarização a definir por Norma a
emitir pela DGS;
f) As ARS, I. P., no mesmo prazo em que registam as previsões de consumo, devem enviar à SPMS, E. P. E., o contrato de
mandato a favor desta, a declaração de compromisso de aquisição das quantidades registadas bem como evidência do
cumprimento das regras orçamentais, para que a SPMS, E. P. E., proceda à abertura dos respetivos procedimentos pré-
contratuais.
4 - A SPMS, E. P. E., determina o tipo de procedimento de aquisição, desenvolve a elaboração das peças do procedimento
com o apoio técnico da DGS, elabora e tramita todo o procedimento de contratação pública até à obtenção do visto do
Tribunal de Contas, em sede de fiscalização preventiva, quando aplicável, de acordo com a calendarização a definir por
Norma a emitir pela DGS.
5 - Sempre que se verifique que vão ocorrer alterações na respetiva calendarização, a SPMS, E. P. E., informa a DGS, a ACSS, I.
P., e as ARS, I. P.
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
34
6 - Antes de iniciar o procedimento de aquisição centralizada e sempre que ocorram modificações contratuais nos Acordos
Quadro que têm como objeto a aquisição de Vacinas e Tuberculinas para as Instituições e Serviços do Serviço Nacional de
Saúde, a SPMS, E. P. E., informa a DGS, a ACSS, I. P., a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde, I. P.,
(INFARMED, I. P.), e as ARS, I. P., atualizando a informação de quais as vacinas com Contrato Público de Aprovisionamento
celebrado e os respetivos preços.
7 - Após a adjudicação, a emissão das notas de encomenda, as condições logísticas de acondicionamento e a distribuição das
vacinas e tuberculinas recebidas nas instituições de saúde são asseguradas pelas ARS, I. P.
8 - Sempre que os profissionais de saúde das ARS, I. P., administrarem as referidas vacinas, devem garantir a atualização da
informação no Registo Central de Vacinas em conformidade.
9 - As ARS, I. P., devem obrigatoriamente remeter à SPMS, E. P. E., através do www.catalogo.min-saude.pt, cópia das notas
de encomenda emitidas no âmbito das aquisições em causa, até 5 (cinco) dias úteis após a sua emissão.
10 - Os adjudicatários dos procedimentos de aquisição devem obrigatoriamente registar as suas faturas no
www.catalogo.min-saude.pt até 5 (cinco) dias úteis após a sua emissão.
11 - A despesa associada à aquisição centralizada de vacinas e tuberculinas prevista é suportada por verbas inscritas no
orçamento das ARS, I. P., e da ACSS, I. P., cabendo a esta assegurar as transferências necessárias para que as ARS, I. P.,
efetuem o respetivo pagamento.
12 - Para uma maior monitorização do ciclo integral da aquisição centralizada de vacinas e tuberculinas, cada ARS, I. P., deve
nomear, nos termos do Código dos Contratos Públicos um gestor de contrato que tem de acompanhar permanentemente a
execução dos contratos efetuados ao abrigo dos procedimentos de aquisição centralizada, devendo o gestor atuar em
conformidade com as regras de boa gestão e caso detete desvios, defeitos ou anomalias na execução do contrato deve
comunicá-los de imediato à SPMS, E. P. E., que deve propor medidas corretivas que se revelem adequadas.
13 - Sempre que as ARS, I. P., necessitem de doses adicionais de vacinas, por sua iniciativa ou da DGS, para além das
solicitadas anualmente, e nos casos de surgirem factos epidemiológicos nomeadamente surtos e epidemias, devem proceder
de igual forma, enviando as quantidades necessárias de vacinas a adquirir à DGS para parecer vinculativo, sendo que após
este parecer devem habilitar a SPMS, E. P. E., para desenvolver o procedimento, sendo que a SPMS, E. P. E., reportará essa
necessidade à ACSS, I. P., para que sejam asseguradas as transferências necessárias para que as ARS possam efetuar o
respetivo pagamento.
14 - Até à implementação completa de um modelo nacional de gestão de stocks de vacinas e tuberculinas:
a) As ARS, I. P., devem informar trimestralmente a SPMS, E. P. E., e a DGS dos stocks existentes, de acordo com a
calendarização a definir por Norma a emitir pela DGS, sem prejuízo da emissão de um alerta imediato em situações de
previsível rutura ou de emergência;
b) A SPMS, E. P. E., deve informar as ARS, I. P., e a DGS sobre o estado dos procedimentos de aquisição e de gestão de stocks,
incluindo a emissão de alertas sempre que exista um possível compromisso da vacinação.
15 - Caso as Regiões Autónomas pretendam aderir a este modelo de governação, o presente despacho é aplicado, com as
necessárias adaptações, devendo as regiões atuar à semelhança das ARS, I. P., assegurando a coordenação regional.
16 - O presente despacho produz efeitos no dia seguinte ao da sua publicação.
18 de setembro de 2017. - O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Manuel Ferreira Araújo.
Gazeta n.º 184 (22-09-2017)
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