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Bravo! www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 233 30 de Setembro de 2014 | Preço 2,00 Euros

Gazeta Rural nº 233

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A Maçã Bravo de Esmolfe está em destaque na edição de 30 de Setembro. Na edição 233 da Gazeta Rural pode ainda ficar a par de alguns eventos gastronómicos, da festa “Os Melhores Anos”, além de outros eventos e noticias que marcam a actualidade do mundo rural.

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Bravo!w w w . g a z e t a r u r a l . c o m Director: José Luís Araújo | N.º 233

30 de Setembro de 2014 | Preço 2,00 Euros

Sum

ário 04 Mangualde apresenta “Ementa Feira dos Santos”

05 Paulo Gonzo abrilhanta festa “Os Melhores Anos” em Viseu

06 Marvão celebra a Al Mossassa

07 Sernancelhe organiza IV Expo Máquinas

08 IX ExpoFlorestal já está em marcha

09 XIX Feira Maçã Bravo de Esmolfe promove outras activi-dades económicas

10 Operadores turísticos convidados a conhecer a região Viseu Dão Lafões

11 Região centro captou 1.648 jovens agricultores em seis anos

12 Produtores de pêra rocha esperam quebras nas expor-tações

13 Estudo pode levar a mais produtividade na agricultura

14 Figo é motivo de uma nova feira transmontana

15 Empresa Amêndoas de Portugal inaugurou instalações em Alfândega da Fé

16 Exportações de vinho português somam 314,4ME até Junho

17 Valpaços impulsiona turismo com dois novos equipa-mentos

18 Municípios da Bairrada candidatos a Cidade Europeia do Vinho 2015

19 Bairrada mostra monumentalidade e raça dos seus vinhos em prova inédita

21 Vinho suporta crescimento do turismo em Portugal

22 Associações do Douro Internacional dão lições de api-cultura a miúdos e graúdos

28 Projecto estuda doença que afecta o milho

29 Novo Programa de Desenvolvimento Rural arranca em Novembro

30 Lusiaves investe 35 milhões na ampliação de rede de in-cubação

31 Universidade de Vila Real cria bolsa de valor do material lenhoso

32 Mação vai ser município piloto para projecto de gestão da floresta em minifúndio

33 Instituto de Conservação da Natureza quer travar aban-dono das florestas

34 Agronegócio cria plataforma de cooperação visando mercados internacionais

35 ISEG lança pós-graduação em Agribusiness

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Descobrir a riqueza e a especificidade da gastronomia da região Centro é o objectivo da iniciativa “Viseu à Mesa – Gas-tronomia e Cultura do Distrito de Viseu”, que no fim-de-semana de 4 e 5 de Outubro, apresenta a gastronomia mangualdense no restaurante Rodízio do Gelo, no Palácio do Gelo Shopping, em Viseu.

A iniciativa, que resulta da parceria entre a Câmara de Man-gualde e o restaurante Rodízio do Gelo, vai promover a Ementa da “Feira dos Santos”, certame que se realizará nos dias 1 e 2 de Novembro, novamente no centro da cidade de Mangualde.

Mangualde integra assim o fecho da iniciativa gastronómica e propõe a típica Ementa da “Feira dos Santos” onde os torres-mos, o chouriço, a morcela, a farinheira e a broa são a sugestão de entrada. Durante aquele fim-de-semana quem por lá passar poderá deliciar-se ainda com a maravilhosa sopa à moda de Mangualde e com os rojões à moda de Mangualde. A especiali-dade será acompanhada pelo vinho do Dão da Adega Coopera-tiva local. Para terminar a refeição Mangualde apresenta o queijo Serra da Estrela/requeijão com doce de abóbora e maçã para a

Nos dias 4 e 5 de Outubro no Palácio do Gelo, em Viseu

Mangualde integra “Viseu à mesa” e apresenta “Ementa Feira dos Santos”

sobremesa, seguindo-se o café, acompanhado de um mini pastel de feijão.

Animação cultural e mostra de produtos endógenos

A animação cultural marcará também presença nesta ho-menagem gastronómica com a música do grupo mangualden-se Alcatuna que aturá no domingo, entre as 16 e as 17 horas, no piso 3, em frente à Pista de Gelo. Decorrerá ainda uma exposição de artesanato, bordados, tapetes de lã, vinho e doces regionais. Esta mostra de produtos endógenos estará patente no piso -1, em frente ao Jumbo.

“Viseu à Mesa” teve início no passado dia 12 de Setembro e durante os fins-de-semana passados foram apresentados di-versos sabores gastronómicos, nomeadamente de S. Pedro do Sul, Tondela e Vouzela.

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O maior evento social do ano está de regresso a Viseu. O gla-mour e o brilho da festa “Os Melhores Anos (OMA)” volta a mar-car a agenda da Região Centro, no próximo dia 11 de Outubro, na ExpoCenter/Forno da Mimi, este ano subordinada ao tema “Red and Gold, Um clássico com cores de Outono”. Será mais uma noite inesquecível, com um evento que ao longo de mais de duas décadas vem marcando a agenda local e nacional.

O tema deste ano irá inspirar o ambiente da festa OMA, que contará com um desfile de moda da conhecida estilista Micaela Oliveira, com a participação de modelos e figuras bem conheci-das do grande público, entre as quais a actriz Rita Pereira.

Como é regra, a música terá um lugar central na OMA, com Paulo Gonzo a constituir a grande atracção da noite. Autor de êxitos como “Jardins Proibidos”, “Dei-te Quase Tudo” ou “Sou Suspeito”, o músico, que já liderou a emblemática “Go Graal Blues Band”, levará a Viseu momentos únicos, seja com o intimis-mo das baladas que toda a gente conhece, ou com temas mais dançáveis e que prometem animação noite fora.

O cartaz musical da festa OMA contará ainda com os “Bug”, um original e animado projecto nacional na área da vaudeville music, e com a consagrada orquestra “Os Melhores Anos”, diri-

Dia 11 de Outubro, com desfile de moda da estilista Micaela Oliveira

Paulo Gonzo abrilhanta festa “Os Melhores Anos” em Viseu

gida pelo maestro Jaime Baptista, este ano com um elenco reju-venescido.

O início da festa será marcado pelo Dj Armando Ferreira, que, ainda no hall de entrada, receberá os convidados com uma se-lecção musical ao ritmo dos sixties. Já na sala principal e durante o jantar, o grupo “Gira Sol Azul” apresentará um repertório de Blues & Soft Jazz.

A gastronomia é, a par com a música, outro dos grandes atractivos do jantar-dançante OMA. À semelhança dos anos anteriores, a ementa terá a assinatura do Restaurante Forno da Mimi, com uma ementa inspirada na cozinha tradicional regional, onde os produtos locais revelam toda a sua excelência em pratos criativos e de sabor inimitável.

A festa “Os Melhores Anos” começou a realizar-se em 1993, tendo-se transformado, quase de imediato, numa referência na cidade de Viseu e em toda a Região Centro e Norte do país. Ao longo destas duas décadas, recebeu nomes incontornáveis da música portuguesa, como os Sheiks, José Cid, Paulo de Carvalho, Táxi, GNR, Carlos Mendes, Pedro Abrunhosa e Rui Veloso, entre outros.

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O maior bolo-rei escangalhado e a maior concen-tração de chapéus personalizados são dois recordes mundiais “na mira” da organização da XXIII edição da Festa das Colheitas de Vila Verde, que decorrerá de 3 a 12 de Outubro. Segundo a autarquia, a edição 2014 da Festa das Colheitas será “a maior de sempre”, abarcan-do pela primeira vez dois fins-de-semana.

Em relação aos recordes, no dia 11 terá lugar a ten-tativa de conseguir a maior concentração de chapéus personalizados do mundo, que actualmente está fixa-da em 372 exemplares. Para o efeito, a Associação de Amigos do Museu Terras de Regalados, organizadora da iniciativa, desafia todas as pessoas de todas as ida-des a levarem um chapéu personalizado.

Quanto ao maior bolo-rei escangalhado do mun-do, trata-se de um recorde ainda inexistente no Guin-ness Book, passando o objectivo da organização do evento por apresentar, no dia 12, um bolo com cerca de 20 metros de comprimento.

De resto, a Festa das Colheitas apresentará oito iniciativas em estreia, entre as quais a eleição do vinho verde que melhor acompanha o arroz pica no chão, uma demonstração da silagem do milho, uma feira de artes e ofícios e uma mostra de doces tradicionais.

A festa significa um investimento municipal de 150 mil euros.

Marvão vai celebrar de 3 a 5 de Outubro a Al Mossassa, numa justa homenagem à cultura islâmica e a Ibn Marúan, fi-gura ímpar e visionária, fundador de Marvão e Badajoz. Durante três dias aquela vila fronteiriça recua no tempo, até ao séc. IX, para recordar as nossas origens e reviver o ambiente da época. O evento decorreu do noutro lado da fronteira no passado fim--de-semana.

Música árabe, espectáculos de danças orientais, recriações históricas, encantadores de serpentes, aves de rapina, passeios de burro, espectáculos de teatro, malabaristas, artes circen-ses, artesãos que trabalham ao vivo, ou lutas de espada, são motivos mais do que suficientes para não perder este genuíno evento.

“Celebrar a cultura islâmica é reviver o nosso passado histó-rico e cultural. O “Mercado das 3 Culturas”, situado na parte alta da vila, é um espaço aberto à imaginação e à história, repleto de fabulosas recriações e animadores que interagem com os visi-tantes. Neste local, de homenagem às culturas cristã, judaica e muçulmana, encontrará ainda mais de 70 pontos de venda”, diz a autarquia em comunicado.

Para domingo (dia 5, às 16 horas), no Salão Nobre dos Pa-ços do Concelho, está agendada uma Conferência sobre “A vida quotidiana ao tempo de Ibn Maruan”, proferida pela Professora Susana Gomez.

Na nona edição da Al Mossassa, o Município de Marvão conta com a parceria do Turismo Nacional de Marrocos. Ao

De 3 a 12 de Outubro, em Vila Verde

Festa das Colheitas quer pôr chapéus e bolo-rei no Guinness

De 3 a 5 de Outubro, a vila recua até ao século IX

Marvão celebra a Al Mossassalongo dos três dias de evento poderá conhecer os usos e costu-mes do povo marroquino, através de artesãos, dos seus produtos tradicionais, ou das famosas tatuagens de Henna.

Outra das novidades nasce de uma parceria entre a autarquia e o Centro Cultural de Marvão, associação a quem foi atribuída a concessão do Castelo. Durante o Festival, vai ser possível visitar este Monumento Nacional, de forma gratuita, bastando para isso, a apresentação da pulseira de entrada no recinto.

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O Expo Salão Multiusos de Sernancelhe recebe, nos dias 10, 11 e 12 de Outubro, a Expo Máquinas e Agrícola, certame dedica-do à agricultura, onde várias empresas da região exporão trac-tores, alfaias, utensílios agrícolas, bricolage, produtos agrícolas e uma vasta oferta de soluções para dinamizar aquele que é um sector em franca expansão no nosso país.

Organizada pela Associação Sementes da Terra a feira é já uma referência regional, tanto para as empresas como para os agricultores, estando agendada a realização de colóquios sobre práticas e investimentos agrícolas, demonstração de equipa-mentos agrícolas, acontecendo no dia 11, a partir das 14 horas, o Colóquio “Jovem Empresário Rural e incentivos à agricultura no período 2014-2020”.

Desde sempre empenhada na mostra das mais modernas ferramentas ao serviço de um sector determinante para a eco-nomia nacional, a Expo Máquinas é o ponto de encontro para quem gosta de estar informado das soluções que vão sendo criadas para dinamizar e tornar mais rentável a agricultura.

Decorrerão ainda demonstrações de novas máquinas, mas também de utensílios importantes para o dia-a-dia, como ra-chadores de lenha, motosserras, moto roçadoras, moto enxa-das, soluções de jardinagem, alfaias diversas, etc.

À semelhança das edições anteriores, que contaram com dezenas de expositores e centenas de visitantes, a Expo Máqui-nas cotar-se-á também como um espaço de troca de experiên-

Feira dedicada ao desenvolvimento da agricultura de 10 a 12 de Outubro

Sernancelhe recebe IV Expo Máquinas e Agrícola

cias entre agricultores, informação junto dos vendedores e boas oportunidades de negócio.

Sernancelhe reforça com este evento a sua capacidade de ser-vir de montra de uma região onde o sector primário é dominante.

De resto, a actividade agrícola assume um importante pa-pel na economia local e regional, sendo de destacar a produção de castanha, batata, vinho e maçã. Por isso esperam-se muitos visitantes na Expo Máquinas e Agrícola durante os três dias, no Expo Salão Sernancelhe.

À procura de bons negócios ou tão simplesmente para co-nhecer as novidades do sector agrícola, é com expectativa que os comerciantes encaram a feira e a montra em que ela já se transformou.

A quarta Bienal da Pedra do Marco de Canaveses, agendada para os primeiros dias de Outubro, vai reunir alguns dos maiores exportadores de granito portugue-ses, segundo a organização. O certame vai realizar--se nos dias 3, 4 e 5 na vila de Alpendurada, no sul do concelho do Marco de Canaveses. Está anunciada a presença de mais de 70 expositores, destacando-se as grandes empresas do sul do concelho.

Aquela actividade industrial emprega no Marco de Canaveses mais de 4.000 pessoas (cerca de 40 em-presas) e é responsável por 15.000 postos de trabalho indirectos, segundo números da confraria do sector. Junto ao estádio municipal de Alpendurada, os exposi-tores apresentarão os seus produtos, incluindo maqui-naria e acessórios ligados àquela indústria.

A Bienal da Pedra é uma organização da câmara municipal, envolvendo outras entidades, entre as quais a Associação Nacional da Indústria Extractiva e Trans-formadora (ANIET), a Confraria do Granito, a associa-ção empresarial do concelho e a Junta de Freguesia de Alpendurada.

Paralelamente à Bienal da Pedra, decorrerá o se-gundo Encontro do Trabalho da Pedra, em Escultura e Cantaria, iniciativa da Escola Profissional Centro de Estudos e Trabalhos da Pedra.

O encontro permitirá aos visitantes apreciar artífi-ces a transformar o granito em peças de arte.

De 3 a 5 de Outubro, na vila de Alpendurada

Bienal da Pedra do Marco de Canaveses reúne grandes exportadores de granito

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Há muito que se iniciaram os preparativos para mais uma edição da ExpoFlorestal, cuja nona edição decorrerá de 8 a 10 de Maio de 2015, em Albergaria-a-Velha. O certame voltará a apostar nos grandes objectivos traçados desde o início deste projecto, como procurar dar a conhecer ao país a importância da floresta a nível ambiental, sociocultural e económico; procu-rar a melhoria e o reforço das relações entre os diversos agen-tes da fileira e sensibilizar a sociedade em geral na tentativa de criar uma consciência ecológica fundamental para a preserva-ção e protecção dos ecossistemas numa floresta sustentável.

“Desde 2002, a ExpoFlorestal congratula-se em ser a maior feira florestal nacional, com uma participação média de 30.000 visitantes e mais de 200 expositores, em representação de toda a fileira florestal, instituições, serviços, organizações do sector,

Na mesma semana do SIAL – Paris, realiza-se na capital francesa o I Salão Agroalimentar Português. Entre as activi-dades, e para além da mostra no Consulado Geral de Portugal, contam-se várias acções de formações para profissionais, reu-niões B2B e um jantar concebido pelo conceituado chef Antoin-ne Westermann. Uma oportunidade única para dar a conhecer as denominações portuguesas, através do contacto com os melhores chefs e hoteleiros franceses da actualidade.

O I Salão Agro-alimentar Português realiza-se nos dias 20 e 21 de Outubro o 1º em Paris e pretende ser uma via para di-fusão das denominações nacionais a novos mercados que as reconheçam e valorizem. Resultado de mais de uma década de trabalho promocional com as PME que têm investido na preser-vação de produtos tradicionais de qualidade.

A organização escolheu a mesma semana do SIAL – Paris

Entre 20 e 21 de Outubro

Paris recebe I Salão Agro-alimentar Português(Salão Internacional da Agricultura) para a realização das activi-dades de formação a profissionais do sector agroalimentar. Esta é uma oportunidade única para as empresas darem a conhecer os produtos de denominação portuguesa.

Na sua primeira edição, a organização, da qual faz parte a agência de comunicação Força Motriz e duas empresas especia-lizadas em processos de internacionalização e inovação, a Equa-ções com Sentido e a M&G Consulting, leva a Paris empresas que produzem e/ou comercializam queijos, doçaria, confeitaria, café, chá, enchidos, fumados, conservas, sal, flor de sal, azeite, vinhos, vinagre, entre outros produtos representativos do que melhor há na tradição gastronómica portuguesa.

Para além do patrocínio do Consulado Geral de Portugal em Paris, o Salão é apoiado pela STEF e pela Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa.

De 8 a 10 de Maio, em Albergaria-a-Velha

IX ExpoFlorestal já está em marchaescolas, bombeiros, artesanato, e diversas actividades ligadas à floresta, ao desporto, ao lazer e à gastronomia”, diz a organiza-ção do certame.

Este evento, desde o seu início, é da responsabilidade de uma organização tripartida pela Associação Florestal do Baixo Vouga (AFBV), Associação de Bombeiros Voluntários de Albergaria-a--Velha (AHBVAV) e Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícola e Ambiente (ANEFA), com o apoio de diversas institui-ções e empresas, promovendo a floresta e o sector florestal em geral, demonstrando o seu potencial e procurando abordar al-guns constrangimentos ao seu desenvolvimento.

O sector florestal tem, sem dúvida, um papel fundamental para o desenvolvimento de Portugal, e a Expoflorestal tem de-monstrado este desígnio nacional.

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A 12 de Outubro no Parque de Exposições, em Penalva do Castelo

XIX Feira Maçã Bravo de Esmolfe promove outras actividades económicas

Vai decorrer no próximo dia 12 de Ou-tubro a XIX edição da Feira da Maçã Bra-vo de Esmolfe, que este ano decorre em simultâneo com a I Feira de Actividades Económicas do concelho, numa iniciativa da Câmara de Penalva do Castelo, FELBA e Juntas de Freguesia de Esmolfe e Penalva do Castelo.

A feira vai ter algumas alterações. Ha-bitualmente realizada ao sábado, este ano o certame decorre ao domingo e deixará de ter o tradicional almoço ofertado pela autarquia local.

“Este ano alargámos a organização ao CLDS+ (Contratos Locais de Desen-volvimento Social Mais) de Germil, que irá promover a I Feira de Actividades Econó-micos”, referiu o presidente da Câmara de Penalva do Castelo. Francisco Carvalho adiantou também que a Junta de Esmolfe “introduziu algumas alterações”, num cer-tame que o autarca espera “muito partici-pado”, com um programa preenchido ao longo do dia.

A realização da Feira de Actividades Económicas, em simultâneo com a Feira da Maçã Bravo de Esmolfe, visa “promo-

ver também os produtos locais”, afirmou Francisco Carvalho, que destaca a realiza-ção do certame pelo CLDS+ de Germil que “vai convidar todos os parceiros envolvi-dos” num projecto que visa o combate a pobreza e ao desemprego. Esta iniciativa permitiu, segundo o autarca, “uma maior adesão dos produtores”, pois a zona de exposição “vai ser alargada aos produ-tores de vinho do concelho e a outros produtos locais, como o queijo e os en-chidos”, mas também uma exposição de artesanato. O edil adiantou que “este ano a produção da maçã é maior e há mais produtores a quererem expor e vender o seu produto na Feira”, garantindo assim que aos visitantes “não faltará maçã”, tendo “boas razões para se deslocarem a Esmolfe”.

O ano tem sido bom para a fruticul-tura, pois “há mais quantidade de maçã e de melhor qualidade”, refere o autarca de Penalva do Castelo, que realça ainda o facto de haver gente nova no sector.

“Há alguns jovens que se têm dedicado à produção da maçã”, salientou Francisco Carvalho.

Programa:

09h00 - Missa Campal; 10h00 - Abertura da Feira com a Ban-

da Musical e Recreativa de Penalva do Castelo;

10h15 - Actuação do Grupo Musical “Casa do Povo de Esmolfe”;

11h00 - Recepção às Entidades Ofi-ciais;

14h00 - Actuação da Tuna S. Martinho de Pindo;

15h00 - Actuação do Rancho Folclóri-co de Penalva do Castelo;

16h00 - Actuação do artista Ruizinho de Penacova e sua banda;

18h00 - Lanche-Convívio.

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No âmbito da estratégia de comunicação da Comunidade Intermunicipal

Operadores turísticos convidados a conhecer a região Viseu Dão Lafões

Operadores turísticos vão ser convidados a passar uns dias no território da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, no âmbito de uma estratégia de comunicação e pro-moção lançada. “Vamos chamar os operadores turísticos ao nosso território, para cá passarem um fim-de-semana e visi-tarem tudo de bom que a região tem para oferecer”, explicou o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho.

O responsável realçou as potencialidades do território em termos de turismo de natureza, de saúde e bem-estar e reli-gioso. “Um turista pode vir andar na ecopista do Dão, visitar um museu, provar a vitela de Lafões e os pastéis de Vouzela e também ir visitar as quintas do Dão”, exemplificou, consideran-do que há recursos que, por si só, não conseguem atrair muitos turistas mas que, em rede, podem ser potenciados.

O objectivo é que, depois de sensibilizados os operadores turísticos, sejam “criados pacotes turísticos que incluam per-noita”, prolongando também a estadia no território. “De facto, nós temos um vasto conjunto de recursos turísticos no territó-rio, temos é de saber combiná-los de forma diferente”, frisou o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões.

Nuno Martinho explicou que toda a estratégia de comu-nicação da marca Viseu Dão Lafões é coordenada com o Tu-

rismo Centro de Portugal. No âmbito da nova estratégia, está prevista “uma campanha de meios, num conjunto de supor-tes de comunicação, em Lisboa, Porto, Salamanca e Vigo, e também a participação em algumas feiras internacionais”. Um roteiro de experiências, “onde está retratado tudo o que a re-gião Viseu Dão Lafões tem para oferecer aos turistas”, e uma agenda de eventos estão também incluídos.

No que respeita à participação em feiras internacionais, Nuno Martinho avançou, que, por exemplo, a marca Viseu Dão Lafões quer ir à Holanda, no início de 2015, no âmbito do tra-balho que está a ser feito de estruturação do produto ecopis-ta do Dão. “O turismo de natureza está a subir. Nesse sentido, queremos estar no principal mercado emissor destes turistas, a Holanda”, acrescentou.

Esta estratégia de comunicação insere-se no programa “Rede Urbana para a Competitividade e Inovação Viseu Dão Lafões”, que pretende “estruturar e afirmar a oferta e a marca Viseu Dão Lafões, comunicando uma imagem de unidade ter-ritorial, com identidade distintiva, passível de atrair população, visitantes e empresas, aumentando a visibilidade da rede e di-fundindo os seus factores de atractividade e competitividade”.

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A região centro captou, nos últimos seis anos, 1.648 jovens agricultores, 232 dos quais instalados na Cova da Beira, reve-lou Manuel Sequeira, delegado regional de Castelo Branco da Direcção Regional de Agricultura e Pesca do Centro (DRAPC).

“Relativamente ao Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR) que decorreu entre 2007 e 20013], o número de jo-vens agricultores instalados na Cova da Beira foi no total de 232. Isso representa 14,07 por cento do número de jovens agri-cultores que se instalaram na zona centro. Ou seja, a zona cen-tro fixou 1.648 jovens agricultores”, disse.

Manuel Sequeira falava durante uma sessão de esclareci-mento subordinada ao tema dos “Desafios para o Desenvolvi-mento Rural, realizada no Fundão, pela RUDE - Associação de Desenvolvimento Rural que abarca os concelhos da denomi-nada Cova da Beira, ou seja, de Belmonte, Covilhã e Fundão. Durante a sessão, aquele responsável também admitiu que os jovens agricultores captados não são ainda suficientes para re-solver uma das “fragilidades” do mundo rural, designadamente a do envelhecimento dos agricultores.

“Uma das fragilidades que temos de combater é a idade média dos agricultores que é bastante elevada, 63 anos. Além disso, só dois por cento dos jovens agricultores é tem menos de

Revelou Manuel Sequeira, delegado regional da DRAPC, no Fundão

Região centro captou 1.648 jovens agricultores em seis anos

35 anos e 74 por cento têm apenas o ensino básico ou menos”, sublinhou para explicar a necessidade de rejuvenescimento do sector.

Manuel Sequeira revelou mesmo que essa será uma das “áreas prioritárias” do próximo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2014/20120), isto a par do “aumento da capacida-de de inovação, da criação de conhecimento no sector agro--florestal, da modernização das explorações, através do inves-timento na transformação e comercialização e da aposta em áreas de regadio”.

Sobre esse ponto em concreto, Manuel Sequeira recordou que na região há um grande “potencial” e “muita superfície para onde crescer”, já que o Regadio da Cova da Beira, empreendi-mento que demorou mais de 50 anos a concretizar, abrange 12.360 hectares e área de cultura regadas na Cova da Beira é apenas de cerca de 3.300 hectares.

Presente no encontro, Patrícia Cotrim, gestora do PRODER, também deu conta de que na zona centro e no âmbito deste programa foram aprovadas “5.300 candidaturas, que deram origem a 7.500 postos de trabalho, o que corresponde 1,5 pos-tos de trabalho por cada uma das candidaturas”.

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O sector da pêra rocha, que colheu este ano 200 mil to-neladas, prevê nesta nova campanha exportar menos fruta e ter menor rentabilidade, devido ao embargo da Rússia a produtos da União Europeia, por isso procura novos mer-cados.

“Estávamos a crescer sustentadamente nos últimos anos, na última campanha exportámos 6.500 tonela-das para a Rússia, o quarto maior mercado, mas não é só a quantidade de peras exportadas para a Rússia que nos preocupa. Como a França, a Bélgica e a Itália, grandes produtores europeus de fruta, deixam de exportar para a Rússia, encharcam os mercados de pêra e os preços vão baixar”, estimou Aristides Sécio, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha (ANP).

Trata-se de um “problema comercial resultante do em-bargo russo que não vai trazer mais-valias” à colheita des-te ano e que “pode resultar numa quebra de exportações”. Para minimizar as quebras, incalculáveis nesta altura dadas as flutuações dos mercados, Aristides Sécio sublinhou que o sector está a “procurar novos mercados para se preparar” para o impacto que o embargo russo pode trazer, entre eles os Estados Unidos da América, Canadá e países do Oriente e Médio Oriente.

Ainda com pouca expressão, a pêra rocha do Oeste é já consumida na China e no Japão, por via de contentores vendidos para Singapura, onde chegaram 73 toneladas em 2013 e 37 este ano. “Há uma maior insistência dos operado-res e prevê-se um aumento de vendas para a China e Japão, porque passou a existir uma linha ferroviária da Alemanha ao Oriente e também por pressão dos nossos produtores para descobrirem novos mercados”, estimou o dirigente.

De acordo com a ANP, que representa 84 por cento dos produtores, foram colhidas na campanha deste ano, no Verão, 202 mil toneladas de fruta, menos 3,6 por cento face à produção de 2013, deixando 2014 atrás de 2011, ano em que foram produzidas 223 mil toneladas. O aumento de produção deveu-se à existência de condições climáticas propícias à floração, mas também ao aumento da área de cultivo, com mais cerca de 10 mil hectares.

A tendência vai manter-se graças a investimentos que apontam para um aumento de mais 15 a 17 mil hectares nos próximos quatro anos, fazendo aumentar a produção para as 300 a 350 mil toneladas/ano.

A produção deste ano não só melhorou em quantidade, mas também em qualidade, devido ao aumento dos cali-bres, que facilita a exportação da pêra para países habi-tuados a consumir outras variedades, cujos tamanhos são maiores.

A pera rocha é produzida, cerca de 99 por cento, nos concelhos da zona oeste de Lisboa, entre Mafra a Leiria, numa área de cultivo de 11 mil hectares, sendo os concelhos de maior produção os do Cadaval e do Bombarral. A fileira dá trabalho a 4.700 pessoas, empregando diariamente 13 mil pessoas na época da colheita, e factura cerca de 140 milhões por ano.

A pêra rocha do Oeste possui Denominação de Origem Protegida (DOP), um reconhecimento da qualidade do fruto português por parte da União Europeia.

Embargo da Rússia ‘obriga’ a procura novos mercados

Produtores de pêra rocha esperam quebras nas exportações

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Não é qualquer cientista que escolheria passar uma manhã de Verão sobre um trémulo andaime junto a um carvalho, a 12 metros de altura, a olhar por um microscópio para perfurar uma folha com uma minúscula agulha de vidro cheia de óleo.

Mas Michael Knoblauch, biólogo da Universidade estadual de Washington, especializado em células vegetais, está prestes a concluir 20 anos de esforço para provar uma hipótese sobre como os nutrientes são transportados nas plantas. Também está no fim de um ano sabático, passado em grande parte na floresta Harvard, um campo de pesquisa de 1.400 hectares, em Massa-chusetts.

Provar tal hipótese seria bem mais do que um exercício académico. Entender plenamente como as plantas funcionam – como os hidratos de carbono produzidos nas folhas circulam – poderia levar a melhorias na produtividade agrícola ou na re-sistência a pragas e doenças.

Assim, lá esteve ele num domingo, no topo de uma árvore, com o seu filho Jan, de 19 anos. Enquanto o jovem monitorizava no laptop a imagem do microscópio, Knoblauch mexia num dis-positivo com a agulha de vidro.

A ponta de agulha de vidro é delicada e pequena, e precisa de ser fincada num tipo específico de célula. Apesar de o microscó-pio ficar instalado sobre um aparelho que detecta vibrações e as neutraliza, Knoblauch permanece o mais imóvel possível.

Ele e o seu filho esperavam conseguir medir pelo menos uma vez a pressão dentro dos longos tubos de células vivas, chama-

Segundo o biologo Michael Knoblauch

Estudo pode levar a mais produtividade na agricultura

dos floemas, que recolhem os açúcares produzidos pela fotos-síntese nas folhas e distribuem-nos para frutos e raízes através dos ramos e do tronco.

A agulha de vidro funciona como um calibrador de pneus: quando a parede celular é perfurada, a pressão de água no inte-rior comprime imediatamente o óleo na agulha.

Knoblauch usa de seguida as imagens de antes e depois para calcular a compressão e, assim, determinar a pressão.

O cientista passou mais de três anos no seu laboratório a de-senvolver as agulhas, que chamada de picomedidores, pois con-têm menos de 100 picolitros de óleo (seriam necessários cerca de 50 milhões de picomedidores para encher uma colher de chá). E essa é uma das técnicas que concebeu para testar a hipótese segundo a qual o que impulsiona o fluxo de nutrientes no floema é o diferencial de pressão.

Esta hipótese foi desenvolvida em 1930 pelo fitofisiologista alemão Ernst Munch e é amplamente aceite porque faz sentido: os nutrientes devem fluir das áreas de maior pressão (as folhas, onde são adicionados os açúcares) para áreas de menor pressão (as raízes e frutas, onde os açúcares são retirados). “Se desco-brir o que a planta faz para alocar os seus recursos num período de 24 horas, pode pensar-se em todos os tipos de mudanças na produtividade agrícola”, disse o biólogo William Lucas, especia-lista em plantas da Universidade da Califórnia, em Davis. “O fu-turo, em termos de população e de segurança alimentar, reside em obtermos uma compreensão completa disso”, acrescentou.

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É o motivo de uma nova feira, no concelho de Mirandela

Figo é fonte de rendimento em Abreiro A apanha do figo faz de Setembro um mês traba-

lhoso para as gentes de Abreiro, mas compensador com algumas famílias da pequena aldeia de Mirandela a arrecadarem um rendimento extra equivalente a seis meses de trabalho de um ordenado mínimo.

Abreiro tem das maiores manchas de figueiras e uma tradição nesta cultura que está apostada em mostrar na primeira feira da região dedicada ao figo e ao património agendada para sábado e domingo.

Todas as aldeias de Mirandela já tinham uma feira dedicada a um produto específico e a junta de fregue-sia local decidiu avançar com um evento para divulgar e rentabilizar a cultura mais carismática desta terra, como referiu o presidente José Fernandes. O autarca estima que de Abreiro saem todos os anos, em mé-dia, entre “15 a 20 mil quilos de figo” com a venda ga-rantida a intermédios que se deslocam à aldeia para negociarem directamente com os produtores. Pagam dois euros por quilo. “Está mal pago”, queixa-se Idalina Lima, que “há dez anos” recebe o mesmo. “Há tempos, no Porto, vi os figos a vender a seis euros o quilo”, con-tou a produtora.

Idalina é das maiores produtoras da aldeia. A famí-lia já teve 700 figueiras, mas a geada “queimou umas duzentas”. Ainda assim, tem 1.500 quilos de figos e as-segurado um rendimento extra de, pelo menos, três mil euros, o equivalente a mais de meio ano de trabalho a receber um salário mínimo.

O figo é uma cultura complementar a outras com mais peso nesta região, como o azeite ou a amêndoa. A importância, porém que tem na economia desta al-deia, com pouco mais de 250 habitantes, vem de tem-pos antigos, como recordou Idalina, que “aos 12 ou 13 anos” já “andava aos figos para o lavrador mais rico da aldeia”.

A família de Idalina e outras da aldeia são agora produtoras e ocupam os dias do mês de Setembro na apanha e secagem do figo. Quando o tempo está de feição é possível fazer duas, três ou mais apanhas na mesma figueira, mas este Setembro veio chuvoso e a água “deitou os figos ao chão”. “Dá dó vê-los a apo-drecer”, desabafa Idalina que vai continuar na azáfama da secagem do figo porque a tradição nesta aldeia não é consumir ou vender o fruto em fresco, mas sim seco.

Depois de colhido da figueira, inicia-se, como expli-cou, o processo de conservação que passa pela seca-gem, depois os figos são escaldados em água a ferver “para matar o bicho” que pode vir a desenvolver-se nesta fruta, de seguida são abafados durante alguns dias com panos. “Depois ficam ao ar e são colocados numa caixa de papelão para começarem a criar o açúcar”.

Isto porque, como explicou Idalina, aquela cober-tura branca característica do figo seco “não é farinha como alguns pensam, mas o açúcar do próprio figo”. Todo este trabalho garante “um suplemento, uma ver-ba extra” nesta altura do ano.

A junta de freguesia pensou na feira também para permitir aos oito produtores que vão estar presentes no certame, venderem o figo a preços mais rentáveis do que os pagos pelos intermediários.

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Em plena campanha da amêndoa, Alfândega da Fé inau-gurou oficialmente mais uma unidade agro-industrial dedicada ao sector. Trata-se da empresa Amêndoas de Portugal Mateos, S.A., pertencente ao grupo espanhol Almendras Francisco Mo-rales SA, que opera no mercado dos frutos secos há cerca de um século.

A inauguração da unidade, situada na zona industrial de Alfândega da Fé, decorreu no dia 28 de Setembro e marcou o arranque da laboração em pleno da empresa em Portugal. Trata-se de uma unidade de compra/recepção, britagem e co-mercialização da amêndoa. Um investimento de mais de meio milhão de euros, que já permitiu a criação de quatro postos de trabalho, prevendo-se que possa vir a ultrapassar uma dezena. Números que num concelho do interior do país ganham especial expressão e que para a Câmara Municipal se assumem como um incentivo para continuar o caminho de captação de investimen-to e aposta na agricultura. Esta é para a presidente da Câmara de Alfandega uma das grandes prioridades. “A agricultura con-tinua a ser a principal actividade económica do concelho, deve por isso ter a nossa maior atenção de forma a criar riqueza e desenvolver o concelho”, diz Berta Nunes.

A instalação desta empresa insere-se nesta estratégia e é entendida como uma maneira de dinamizar o sector agro-in-dustrial, criando riqueza e permitindo ao concelho ganhar uma centralidade e importância acrescida no sector da amêndoa.

A autarquia transmontana tem vindo apoiar projectos para a valorização e dinamização do sector dos frutos secos, nomea-damente no campo da amêndoa, como a instalação de campos de ensaio do amendoal e a criação de uma organização de pro-dutores (OP), uma forma de potenciar e valorizar uma cultura

Marcou o arranque da laboração em pleno da empresa em Portugal

Empresa Amêndoas de Portugal inaugurou instalações em Alfândega da Fé

com peso significativo no concelho, apostando na investigação para melhorar a produção e qualidade do produto. Projectos que estão a ser desenvolvidos pela Cooperativa Agrícola de Al-fândega da Fé em parceria com outras entidades (IPB, UTAD e AmêndoaCoop), que tem também previsto o aumento da área de amendoal com a plantação de mais 30 hectares.

Recorde-se que o Grupo Alemendras Morales, um dos maio-res grupos espanhóis ligado ao sector dos frutos secos, já há mais de duas décadas que comprava amêndoa na região, fa-zendo parte da estratégia expansionista da empresa a criação de um uma unidade de recolha e britagem em Portugal. A insta-lação em Alfândega da Fé deve-se à centralidade do concelho em relação às zonas de produção de amêndoa do distrito de bragança, potenciada com a construção do IC5, e também às condições e disponibilidade oferecidas pela autarquia.

A Amêndoas de Portugal Mateos está instalada num pavi-lhão na zona industrial de Alfândega da Fé, construído, inicial-mente, para acolher uma empresa ligada às energias renováveis cuja actividade acabou por não ter sucesso no concelho. O gru-po comprou o pavilhão à autarquia, por cerca de 370 mil euros, equipou-o de modo a criar o centro de recolha e tratamento da amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O concelho já tinha uma unidade que trabalhava no sec-tor. A instalação desta nova unidade vem dinamizar ainda mais o sector e valorizar o produto, traduzindo-se num aumento de rendimento para os produtores. A melhoria das condições de compra do produto é vista como um incentivo para aumentar o investimento no sector e está a levar produtores a equacionar esta possibilidade.

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O preço médio do vinho português exportado cresceu 15,2% até Junho, para 2,39 euros/litro, com mais de 135 milhões de garrafas vendidas, no valor de 314,4 milhões de euros, anunciou o IVV. Segundo o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), a subida dos preços registou-se na maioria das categorias de vinho exporta-do, tendo as exportações sido maioritariamente compostas por vinhos com denominação de origem, vinhos regionais e Vinho do Porto, que representaram 55% da quantidade e 77% do valor.

O instituto destaca ainda a inversão da tendência negati-va das vendas de vinho no mercado nacional, que no segundo trimestre do ano aumentaram 1,5% face ao período homólogo, “beneficiando do aumento de vendas feitas na restauração”. Segundo recorda, “o mercado nacional estava em contracção

há nove trimestres consecutivos, o que ‘empurrou’ as empresas para o competitivo mercado internacional”.

Para o presidente do IVV, Frederico Falcão, estes são dados “muito positivos” que traduzem o “empenho que o sector está a ter na exportação”, marcada por quatro anos e meio de cresci-mento sucessivo.

Relativamente ao mercado nacional, Frederico Falcão acon-selha “uma leitura prudente” dos dados, já que “a restauração representa um quarto do mercado nacional e pode estar a be-neficiar do efeito de aumento do turismo”. Ainda assim, nota, o crescimento registado “é uma interrupção numa série de trimes-tres negativos, o que dá sinais positivos e esperança para o sec-tor do vinho português”.

Segundo o Instituto da Vinha e do Vinho

Exportações de vinho português somam 314,4ME até Junho

Nos dias 10, 11 e 12 de Outubro

Ponte da Barca recebe Festa das VindimasO Município de Ponte da Barca promove nos dias 10, 11 e

12 de Outubro a Festa das Vindimas, uma iniciativa realizada em parceria com Associações Culturais do Concelho e a Adega Cooperativa de Ponte da Barca.

A Festa tem como palco o Centro de Exposição e Venda de Produtos e como objectivo a preservação dos usos e costumes ligados à produção vitivinícola. Do programa fazem parte as tradicionais tasquinhas, venda de artesanato, animação musi-cal, folclore, bem como a reconstituição dos diversos momen-tos chave das vindimas.

Programa

Dia 10 - Sexta-feira18h00 Abertura da Feira das Tasquinhas e Artesanato21h00 Desfile “Vinda do Campo”Org.: Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Crasto21h00 Grupo de Cavaquinhos de Vila Chã Santiago

Dia 11 - Sábado11h00 Abertura da Feira das Tasquinhas e Artesanato15h30 Torneio de Sueca21h00 “Pisada das Uvas”Org.: Associação Cultural, Desportiva e Recreativa “ Nogueira Viva”21h30 “Gestrintuna” - Música Académica e popular portuguesa

Dia 12 - Domingo11h00 Abertura da Feira das Tasquinhas e Artesanato15h00 Desfile dos Ranchos15h30 Tirada do VinhoOrg.: Associação Cultural e Desportiva de Entre Ambos-os-RiosActuação dos Ranchos Folclóricos:Rancho Folclórico de LindosoRancho Folclórico das Lavradeiras de OleirosRancho Folclórico de AziasRancho Folclórico e Etnográfico de Ponte da Barca20h30 Encerramento da Festa das Vindimas 2014

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A cidade de Valpaços tem dois equipamentos pensados para impulsionar o turismo no concelho. A Casa do Vinho e a Loja Interactiva de Turismo são dois novos espaços de refe-rência em Valpaços.

Logo à entrada da Casa do Vinho, o equipamento TOMI disponibiliza informação turística variada sobre o concelho e está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Já dentro, os equipamentos multi-touch de última geração desvendam a história, as características e especificidades dos vinhos da região, dando realce também ao património arqueológico e paisagístico.

É também na Casa do Vinho que se encontra, agora, a nova sede da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os--Montes (CVRTM), a entidade que certifica produtos com denominação de origem Trás-os-Montes e indicação Geo-gráfica Transmontano e controla as condições subjacentes à certificação.

No edifício adjacente, encontra-se a Loja Interactiva de Turismo de Valpaços que está ligada à rede de espaços de promoção e divulgação turística do Porto e Norte de Portu-gal. A nova infraestrutura dispõe de um conjunto de valências tecnológicas, nomeadamente promotoras virtuais, um ecrã panorâmico, uma mesa interactiva multi-touch e espaço de divulgação e venda dos produtos do concelho. Os equipa-mentos dispõem de informação actualizada e permanente, no sentido de operar sob uma plataforma que disponibiliza informação turística, segmentada por produto turístico e meio complementar, desde o alojamento à restauração, de forma a responder às necessidades de cada utilizador.

A Casa do Vinho e a Loja Interactiva de Turismo de Valpa-ços representam duas infraestruturas municipais de referên-cia no âmbito da valorização, divulgação e comercialização dos produtos oriundos do sector primário, enquanto nota de sucesso da intervenção e dinamização da autarquia local, bem como da promoção da riqueza e diversidade patrimo-nial, paisagística, natural, gastronómica e cultural da região transmontana e do concelho de Valpaços em particular.

A primeira Prova Anual dos Vinhos de Portugal será realizada no próximo dia 7 de Outubro, em Happo-en, em Tóquio, e con-tará com a participação de 30 produtores nacionais, que colo-carão em degustação 241 vinhos, e assinalará a estreia da apro-ximação dos vinhos portugueses a distribuidores, compradores, outros profissionais, jornalistas e público em geral.

A prova anual será iniciada com um seminário sobre a diver-sidade dos vinhos portugueses conduzido pelo Master Somme-lier João Pires, seguido pela Prova Anual de vinhos portugueses, Englobará ainda a final da primeira edição do concurso para a eleição do “Wines of Portugal Japanese Sommelier of the Year”, organizado pela ViniPortugal em parceria com a Japanese Som-melier Association.

A semifinal deste concurso foi realizada em 10 cidades Japo-nesas. Agora os 10 finalistas vão competir a Tóquio pelo primeiro

Iniciativa da ViniPortugal decorre a 7 de Outubro

Vinhos portugueses em prova anual no Japãoprémio, que contempla uma bolsa para formação sobre Vinhos de Portugal no valor de 4.000 euros e uma viagem a Portugal. Os quatro finalistas ganharão uma viagem a Portugal, onde te-rão oportunidade de conhecer as principais regiões vitivinícolas nacionais.

Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, salienta a impor-tância da realização desta Prova Anual, revelando que “de acor-do com alguns estudos o Japão é, juntamente com EUA, Canadá, Suécia Noruega e Finlândia, um dos mercados em que o vinho se está a tornar uma tendência dominante e, por via disso, tem tido um crescimento significativo. O Japão possui ainda um elevado conhecimento da história de Portugal e uma consequente afini-dade, para além de uma intensa cultura de vinho, com mais de 30 sommeliers, o que denuncia uma oportunidade para os Vinhos de Portugal, até pelo seu carácter gastronómico”.

Casa do Vinho e Loja Interactiva de Turismo

Valpaços impulsiona turismo com dois novos equipamentos

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Os municípios da Bairrada vão apresentar uma candidatu-ra conjunta ao concurso Cidade Europeia do Vinho/2015 para “projectar a influência da cultura do vinho” e fomentar o seu co-nhecimento “entre os cidadãos da União Europeia”. Cantanhe-de, Anadia, Mealhada, Águeda e Oliveira do Bairro são os muni-cípios envolvidos nessa candidatura.

“Considerando a importância do estatuto conferido pelo concurso e a sua visibilidade a nível internacional, a candidatura aposta na excelência do vinho da Bairrada e no valor dos fac-tores que conferem um carácter distintivo à cultura que está na sua origem, bem como no papel crucial que esta desempenha na dinamização do território do ponto de vista social, cultural, turístico e económico”, refere um comunicado hoje divulgado pelo município de Cantanhede.

O objectivo, salienta, é “promover e divulgar a excelência dos vinhos da Bairrada através da organização de acções de carácter sociocultural a realizar nos cinco municípios”, destina-das a contribuir para “reforçar a sensibilidade para a cultura e tradições do vinho e mobilizar as comunidades locais, bem como consolidar os seus vínculos com a região e desta com todos os territórios vitivinícolas europeus”.

Promovido pela Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECE-VIN), o concurso Cidade Europeia de Vinho visa distinguir, anual-mente, uma cidade símbolo do desenvolvimento vitivinícola a ní-vel europeu, tendo um carácter rotativo entre os diversos países que fazem parte da rede.

Com o objectivo de “projectar a influência da cultura do vinho”

Municípios da Bairrada candidatos a Cidade Europeia do Vinho/2015

Segundo a ordem estabelecida, a edição de 2015 do evento foi entregue a Portugal, sendo que nos anos anteriores a orga-nização coube a Palmela, em Portugal, Marsala, na Itália, e Jerez de la Frontera, em Espanha. O resultado da avaliação das can-didaturas será publicado entre Outubro e Novembro e a cidade escolhida acolherá a cerimónia de entrega do título em Feverei-ro de 2015.

Para além da Bairrada, já se apresentaram como candidatos os municípios de Reguengos de Monsaraz (numa ‘aliança’ com Évora e Elvas) e de Monção e Melgaço, que se juntaram para se afirmarem como sub-região do alvarinho.

Adiantando que a candidatura da Bairrada tem o apoio de parceiros como a Comissão Vitivinícola da Bairrada, a Associa-ção Rota da Bairrada e empresas dos sectores vitivinícola e do turismo, entre outras, Cantanhede considera o projecto “tanto mais oportuno quanto se sabe que o enoturismo tem vindo a adquirir crescente relevância como factor de atractividade tu-rística” da região.

Uma região que, salienta, dispõe de uma “oferta diversifi-cada em roteiros onde pontificam a zonas naturais particular-mente convidativas, unidades termais e hoteleiras de referência, praias de qualidade balnear reconhecida, património cultural e tradições etnográficas com forte identidade e uma gastronomia apreciada a nível internacional, com destaque para a proverbial excelência do leitão da Bairrada e outros célebres sabores re-gionais servidos em restaurantes”.

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A 4 de Outubro no âmbito do II ‘Encontro com o Vinho e Sabores - Bairrada’

Bairrada mostra monumentalidade e raça dos seus vinhos em prova inédita

celência, orientadas, respectivamente, pelos críticos da Revista de Vinhos João Paulo Martins e Nuno Oliveira Garcia.

A qualidade da região vai mostrar-se também à mesa, com dois jantares temáticos, harmonizados, é claro, com vinhos e espumantes da Bairrada. A abrir as hostes, o primeiro jantar é dedicado aos ‘Sabores do Mar’ e é da autoria d’O Rei dos Lei-tões (eleito pela Revista de Vinhos como o Melhor Restaurante de Cozinha Tradicional em 2013), embora servido no restauran-te do Velódromo de Sangalhos. No mesmo espaço, mas no dia seguinte, é a vez do restaurante Mugasa dar cartas nos ‘Sabo-res da Terra’; o famoso e delicioso leitão da Bairrada não vai faltar!

Em paralelo ao evento, vai ter lugar a IV edição do ‘Concur-so de Vinhos e Espumantes Bairrada’, que vai distinguir, entre outras categorias, o Melhor Espumante de Baga, a casta ban-deira da região, que se destaca pela originalidade e versatilida-de para produzir grandes vinhos tintos e frescos espumantes brancos e rosés. Os resultados vão ser conhecidos no dia de abertura do ‘Encontro com o Vinhos e Sabores - Bairrada 2014’ e os prémios entregues pela Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, às 19h30.

A monumentalidade e raça dos vinhos da Bairrada vão estar “à prova” no ‘Encontro com o Vinho e Sabores - Bairrada 2014’, evento que se realiza de 3 a 5 de Outubro em Sangalhos, Anadia. Em destaque uma prova inédita, a realizar-se no sábado, dia 4, às 18 horas, no Museu do Vinho Bairrada. São treze os escolhidos de entre os melhores vinhos feitos na região, das colheitas de 1985 a 2011. Néctares com história e estórias para contar, que vão surpreender pela sua autenticidade, carácter e identidade; e, no caso dos mais antigos, pela longevidade.

A prova “Os Bairrada que fizeram história - 1985 a 2011” vai ser comentada pelo crítico Luís Ramos Lopes, que seleccionou um conjunto de vinhos raros e grandiosos, como os brancos ‘Frei João 1988’ e ‘Campolargo 2011’ (distinguido recentemente como o melhor branco no International Wine Challenge), ou os tintos ‘Sidónio de Sousa 1985’, ‘Casa de Saima Garrafeira 1990’, ‘Quin-ta das Bágeiras Garrafeira 1995’ e ‘Quinta do Ribeirinho Pé Fran-co 2011’, entre muitos outros de idêntico gabarito. Uma mostra de vinhos complexos – declaradamente com perfil fresco, equili-brado e elegante – e muito prazerosos, sobretudo à mesa, onde revelam elevado potencial gastronómico.

As uvas que dão origem aos vinhos (DO) Bairrada provêm de terrenos de argila, calcário e areia. A proximidade do mar ofere-ce-lhes um clima Atlântico, com temperaturas moderadas, e as suaves colinas que caracterizam a região possibilitam diferentes tipos de exposição solar. Um blend perfeito para vinhos com um estilo muito próprio, uma personalidade fresca, vivaz e consis-tente. Os especialistas dizem que “beber um Bairrada é como colocar uma pedra de calcário na boca, tal é a frescura deixada por este vinho”.

‘Encontro com o Vinho e Sabores - Bairrada 2014’ reúne mais de 50 produtores

No que toca aos produtores, o número da primeira edição já foi superado. São mais de meia centena os representantes dos melhores vinhos e sabores com lugar marcado no ‘Encontro com o Vinho e Sabores - Bairrada 2014’, evento de promoção con-junta que tem como objectivo potenciar as fileiras da vinha, do vinho, da gastronomia e do turismo da região da grande Bairrada.

Para além da prova acima referida, estão agendadas outras duas, uma de espumantes e outra com brancos e tintos de ex-

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O cluster ligado à cultura do vinho e ao enoturismo é o gran-de responsável pelo crescimento do turismo em Portugal e as-sume, cada vez mais, importância na economia e no desenvol-vimento regional, de acordo com uma análise da Universidade Portucalense (UPT).

Só no primeiro semestre de 2014, o Turismo de Portugal revelou um saldo da balança turística de 2,5 biliões de euros, um aumento de 13,6% face ao período homólogo anterior e, de acordo com a UPT, apesar do enoturismo apresentar caracte-rísticas diferentes do turismo massificado, este segmento tem contribuído para o crescimento do sector a nível nacional e in-ternacional.

“Em Portugal o enoturismo tem, maioritariamente, caracte-rísticas de nicho, atraindo, com frequência, turistas com grande poder económico. A nível nacional existe uma oferta muito qua-lificada a este nível, frequentemente associada ao turismo rural e a hotéis de charme em localizações privilegiadas”, afirma Jo-sefina Salvado, coordenadora do 1º ciclo em Turismo, Patrimó-nio e Cultura da UPT. De acordo com a docente, o enoturismo permite ao visitantes vivenciar experiências turísticas singula-res, para além dos vinhos, associadas ao vasto património cul-tural material e imaterial que as regiões vitivinícolas possuem.

No primeiro semestre de 2014

Vinho suporta crescimento do turismo em Portugal

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Como retirar as alças que contêm a cera e o mel, o modo de evitar “valentes picadas” das abelhas e outros truques da api-cultura são ensinados a miúdos e graúdos no Douro Internacio-nal, uma região onde há cerca de 12 mil colmeias.

Terminado mais um ciclo apícola, a Associação de Apicul-tores do Douro Internacional (AAPNDI), a Associação ALDEIA e a Sabores - Associação de Produtores Gastronómicos das Ter-ras de Miranda, promoveram uma “Cresta” que juntou miúdos e graúdos. Equipados a rigor, todos participaram naquela activi-dade, que consiste na retirada do mel das colmeias.

Para se participar numa acção como esta, onde há abelhas por todo o lado, o primeiro passo é a utilização de equipamento de protecção adequado para evitar as picadas das abelhas, que durante a função se tornam um pouco mais agressivas.

A retirada das alças que contêm a cera e o mel, a verifica-ção de eventuais doenças que afectam os apiários, a avaliação das mais variadas qualidades de mel produzidas na época certa, são matérias abordadas pelos especialistas no decurso de cada acção, numa jornada com uma forte componente prática, onde todos podem experimentar as sensações de estar no meio de um apiário que contem milhares ou até mesmo milhões de abe-lhas.

“Proporcionámos uma visita a um apiário onde os partici-pantes puderam apreciar de perto a extracção do mel. Ao mes-mo tempo, demos-lhe a conhecer todo o processo de extrac-ção do mel e embalamento do produto”, explicou Vítor Ferreira, técnico da AAPNDI.

O também apicultor referiu que a principal objectivo desta actividade tem por base a divulgação de um produto de qua-lidade como o mel, mas este tipo de actividade não pode ser

Na região há cerca de 12 mil colmeias

Associações do Douro Internacional dão lições de apicultura a miúdos e graúdos

virada para massas, já que “há regras a ter em conta”. Só na região do Douro Internacional há mais duas centenas de apicul-tores que são responsáveis por cerca de 12 mil colmeias, o que se traduz numa média de cinco apiários por produtor.

Como sempre acontece nestas lides que envolvem as abe-lhas, há sempre quem se sujeite” a umas “ferroadas”. E Salvador Azevedo foi um pequeno e futuro aquicultor que não se livrou de cinco “valentes picadas de abelhas”. Ficou, por isso, a perce-ber quão importante é o uso equipamento apropriado quando se procede a acções do seio de um apiário. “Tive uma estreia atribulada porque fui picado pelas abelhas. Mas, mesmo assim, não desisti. Fui para o lado dos meus pais ajudar a varrer as abe-lhas das alças da colmeia. Inicialmente, tive medo, Depois das picadas, soube adaptar-me e aprendi muitas coisas”, explicou o adolescente, com um sorriso na face.

Outra das participantes, Ana Bivar, defendeu que seria im-portante introduzir este tipo de acções nas actividades extra-curriculares dos alunos dos primeiros ciclos de ensino. Para que as crianças possam ter contacto com este tipo de actividades rurais, acrescentou.

Em jeito de conclusão, umas das participantes mais jovens e mais atentas no decurso da “Cresta”, Maria Carvalho, mostrou estar preparada para o próximo desafio e parecia ter a lição na ponta da língua. “Aprendi muita coisa desde o nascimento de uma abelha, que pude observar. Também observei que quan-do os apicultores utilizam fumo, enquanto estão a tirar o mel, é para abelhas pensarem que há incêndio. Assim, recolhem-se nas suas colmeias o que torna mais fácil a tarefa”, sintetizou a pequena apicultora.

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A produção de mel na Beira Interior tem vindo a crescer, fruto do aumento dos actuais apicultores, num ano em que houve uma quebra de produção. Rita Horgan, da Euromel, em-presa sedeada em Penamacor, diz que o sector “é uma oportu-nidade”, pois há procura de mel na Europa. Porém, há também dificuldades, nomeadamente os incêndios, que destroem as colmeias, mas também as alterações climatéricas que “podem revelar-se um factor essencial na oscilação da produção”.

Gazeta Rural (GR): Que mel se produz nesta região da Beira Interior?

Rita Horgan (RH): Produzimos o mel de rosmaninho (claro e suave), o mel de Urzes

(escuro e forte paladar) e a melada de carvalho (escuro, sabor sui generis).

GR: Além do mel, que outros produtos produzem e comercializam?

RH: Produzimos pólen e própolis e comercializamos mel, mel com pólen, mel com própolis, mel com geleiaa real, mel com frutos secos e muitos outros produtos, como granolas com mel.

GR: Têm aparecido novos projectos agrícolas?RH: Notam-se poucos projectos novos, mas os instalados

têm-se desenvolvido. Há procura de mel na Europa, e o sector pode ser uma grande oportunidade.

GR: Como foi a produção de mel na zona? RH: Particularmente neste ano, a produção foi mais fraca,

em quantidade.

Diz Rita Horgan, da Euromel

“Os incêndios e as alterações climáticas fazem oscilar a produção”

GR: Quais as maiores dificuldades no sector?RH: Os maiores problemas são os incêndios. Quando os bom-

beiros não conseguem controlar rapidamente os incêndios no mato, as colmeias ficam lá. Depois as alterações climatéricas a que temos vindo a assistir podem revelar-se um factor essencial na oscilação da produção.

O acesso a apoios ao investimento é também um factor de-terminante para a actividade.

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Na região de Mação, no Pinhal Inte-rior Sul, a apicultura é uma actividade em crescimento. A Melbandos é uma coo-perativa que agrega os apicultores da região, que produzem mais de 200 tone-ladas de mel por ano.

Fernando Monteiro, presidente da Melbandos e vice-presidente da FNAP, constata “algum entusiasmo” da popula-ção jovem pelo sector, afirmando mesmo que a apicultura “é a fileira com maior po-tencial de crescimento no Pinhal Interior Sul”.

Gazeta Rural (GR): Que tipo de flora predomina na zona de Mação?

Fernando Monteiro (FM): Labora-mos numa região com um ecossistema predominantemente florestal, dominado por elevada diversidade de espécies ar-bóreas e arbustivas integrantes. Trata-se, na sua maioria, de méis multiflorais, inte-grando muita da polivalência floral, que lhe confere flavores fortes e persistentes. Na nossa área de intervenção pontificam microclimas mais específicos, onde se re-colhem méis mais claros (com predomi-nância de rosmaninho) e méis mais escu-ros (com preponderância de ericáceas/urzes). Alguns produtores recolhem ainda méis de inverno, basicamente de magori-ça e medronho.

GR: Além do mel, que outros pro-

dutos recebem na Cooperativa?FM: Assinalamos muito pontuais re-

colhas de pólen e própolis. Não temos nenhum produtor de geleia real ou de apitoxina. Estes produtos apícolas alter-nativos revestem-se de um elevado po-tencial a explorar, apesar de exigirem uma grande capacidade técnica e tecnológi-ca, normalmente ao alcance de apiculto-res profissionais, que na nossa região (e mesmo na maior parte do País) rareiam.

GR: Como foi a campanha deste

ano? FM: Este ano a produção ficou

um pouco abaixo do normal. Na nos-sa área de intervenção recolhem-se, seguramente, mais de 200 toneladas de mel apesar da Cooperativa Melbandos comercializar directamente apenas cerca de 20 toneladas por ano.

Afirma Fernando Monteiro, presidente da Melbandos

A apicultura “é a fileira com maior potencial de crescimento no Pinhal Interior Sul”

GR: O conhecimento é funda-mental para o sucesso do apicultor. Dão formação e apoio aos apiculto-res?

FM: A Melbandos tem realizado e participado em inúmeras acções de for-mação, tendo promovido vários cursos de iniciação à apicultura e alguns temá-ticos mais avançados.

Contamos nos nossos quadros dois técnicos com relevante experiência no sector, que prestam apoio logístico, téc-nico, sanitário e administrativo aos api-cultores.

GR: O aumento da procura de mel

e derivados, é uma oportunidade para o sector?

FM: A apicultura é das fileiras mais importantes nas regiões do interior, não

apenas pelo potencial produtivo e ren-dimento associado, mas sobretudo por razões ecológicas e ambientais. Sem api-cultura, a desertificação territorial seria ainda mais catastrófica. A sua imprescin-dibilidade para a manutenção dos ecos-sistemas justifica, por si, forte investimen-to no sector.

Constata-se algum entusiasmo por parte de população jovem, que, espere-mos, se fixem na actividade com perspec-tivas de futuro. A apicultura é, porventura, a fileira com maior potencial de cresci-mento nesta região do Pinhal Interior Sul, em que o minifúndio vincado, associado à fraca produtividade dos terrenos, inviabi-liza, pelo menos com carácter empresa-rial, a maior parte das actividades agro--pecuárias.

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Como noutras regiões, também na zona de Castelo Branco tem havido um aumento significativo de interesse pelo sector apícola. Odete Gonçalves, técnica da MELTAGUS, diz que a apicultura “é uma boa aposta”, desde que “tudo corra bem”.

A cooperativa sedeada em Castelo Branco recebe mel e pólen dos associa-dos, mas tem novos apicultores interes-sados em entregar própolis, um produto cuja comercialização, diz Odete Gonçal-ves, “irá começar a ganhar escala a partir de 2016”.

Gazeta Rural (GR): O que diferen-cia o mel da zona de Castelo Branco?

Odete Gonçalves (OG): Devido às características da região, o mel é predo-minantemente multifloral com preponde-rância de rosmaninho. No entanto, alguns méis monoflorais de rosmaninho, urze e laranjeira podem ser produzidos na re-gião.

A coloração observada nos méis da região varia entre âmbar claro a âmbar mais ou menos escuro, dependendo da origem botânica, sendo que os méis âm-bar escuro têm uma composição mais rica em ericáceas, garantindo normalmente um valor mais elevado de fenóis totais as-sociados muitas vezes a uma capacidade antioxidante mais elevada.

Afirma Odete Gonçalves, técnica da MELTAGUS

A apicultura “pode ser uma boa aposta”

GR: Os associados da cooperati-va entregam só mel, ou também ou-tros produtos derivados?

OG: Para além do mel, recebemos também pólen dos nossos apicultores. Pretendemos trabalhar com o própolis, pois existem alguns interessados. Na sua maioria são apicultores profissionais, que submeteram projectos, que ainda estão na fase de conclusão e, como tal, a prin-cipal preocupação é a aquisição de en-xames. Prevê-se que a partir de 2016 a

comercialização do própolis irá começar a ganhar escala.

GR: Qual a produção média anual na região?

OG: Anda entre os 15 e os 20Kg por colmeia. Este foi um ano atípico e a pro-dução por colmeia não atingirá os 10Kg.

GR: Para além de receber e co-mercializar o mel, a Meltagus está dar formação e apoio aos apicultores?

OG: Desde 2010 que estamos a dar formação na área apícola. Temos ten-tado abranger todos os temas, desde a introdução à apicultura, à sanidade, à produção e comercialização de produ-tos apícolas, desdobramentos, criação de rainhas, entre outros.

Desde 2008 que a Meltagus dá apoio técnico aos apicultores da nossa zona controlada, na área da sanidade, da ins-talação de colmeias, cumprimento da le-gislação, etc.

GR: Há um crescente aumento da procura de mel. Nesta fase, em que o mundo rural ganhou um novo alento, têm aparecido novos projectos?

OG: A área da apicultura é uma boa aposta, quando as coisas correm bem. Em pouco tempo consegue-se reaver o dinheiro que se investe. Na zona con-trolada da Meltagus, nos últimos anos, tem havido um aumento de apicultores, muitos com menos 50 colmeias, e outros com mais 50 colmeias, alguns deles com recurso a projectos de instalação jovens agricultores, financiados pelo ProDeR.

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A AguiarFloresta, sedeada em Vila Pouca de Aguiar, é uma associação que actua em várias vertentes no meio rural, desde o sector florestal, a castanhicultu-ra, a micologia e a caça e pesca. A apicul-tura é uma das áreas em crescendo na região.

Com cerca de centena de meia de associados, que produzem mais de 150 toneladas de mel, a AguiarFloresta, em-bora não tendo um carácter de comer-cialização directa dos produtos apícolas dos seus associados, actua como “elo de ligação” na gestão de encomendas e sua preparação, no seu embalamento a gra-nel e na recolha de análises necessárias à expedição de produtos apícolas dos as-sociados detentores de UPP devidamente registadas.

Duarte Marques, presidente da Aguiar-Floresta, diz que na região têm aparecido novos projectos apícolas e, com isto, um aumento significativo de colónias.

Diz o presidente, Duarte Marques

Sócios da AguiarFloresta produzem mais de 150 toneladas de mel

Gazeta Rural (GR): Que tipo de mel se produz nessa região?

Duarte Marques (DM): Produzimos, essencialmente, mel de urze. Existe tam-bém mel multifloral, com percentagem elevada de pólen de castanheiro, euca-lipto, rosmaninho, entre outros. Os nossos apicultores produzem também pólen e própolis.

GR: Quantos sócios têm e qual a produção média anual?

DM: Contabilizamos 132 associados, com 7896 colónias. Produzimos, em mé-dia, 157920 kg de mel. Este ano prevê-se uma diminuição da produção de mel, de-vido às temperaturas baixas que se fize-ram sentir.

GR: Que tipo de apoio presta aos associados?

DM: Proporcionamos aos nossos associados serviços de assistência téc-

nica gratuita, em áreas diversas como a sanidade apícola, segurança alimentar e licenciamento de melarias, apoio a pro-jectos apícolas e outros. Os associados têm, também, apoio necessário ao pla-neamento de melhoramento dos efecti-vos apícolas e respectivos produtos.

GR: A apicultura é uma oportuni-dade, numa altura em que a procura de mel aumentou na Europa?

DM: Sim. Na nossa zona de interven-ção temos notado o aparecimento de no-vos projectos apícolas e com isto, um au-mento significativo de colónias. Existem alguns novos apicultores com bastante sucesso, que se deve essencialmente pela dedicação intensiva às suas colmeias e aprendizagem, passando pela aprendiza-gem empírica, colmatada com a forma-ção que têm realizado.

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Sedeada em Nisa, no distrito de Por-talegre, a Apilegre – Associação de Api-cultores do Nordeste Alentejano junta os apicultores daquela vasta região, onde a natureza é generosa, permitindo a produ-ção de quatro variedades de mel, como os monoflorais rosmaninho e soagem, e os multiflorais de planície e de montanha.

Todavia, nem tudo são rosas. Dulce Alves, técnica daquela associação, diz que a apicultura na região é irregular, pois 2 ou 3 em cada 10 anos pode não haver produção. Na campanha deste ano hou-ve uma quebra de produção que rondou os 70%. A falta de formação específica, o baixo nível de ordenamento do território para a distribuição de colmeias e a defi-ciente organização da Fileira são alguns dos problemas que Dulce Alves aponta como problemas a ultrapassar.

Gazeta Rural (GR): Quais as prin-cipais características do mel produ-zido nesta região?

Dulce Alves (DA): Na nossa zona de actuação temos vários tipos de mel. O monofloral de Rosmaninho, principal-mente nos concelhos de Nisa, Gavião e

Aos apicultores associados da Apilegre

Flora do nordeste alentejano ‘oferece’ quatro variedades de mel

Crato; o monofloral de Soagem, nos con-celhos de Portalegre, Arronches, Monfor-te e Campo Maior e o multifloral de Pla-nície, também nestes quatro concelhos. Este mel tem a presença de néctares de varias plantas, como rosmaninho, soa-gem, cardo, azinheira e sobreiro.

Temos também o mel multifloral de Montanha, produzido essencialmente em Marvão e Castelo de Vide, onde temos a presença de néctares de urzes, casta-nheiro, alecrim e algum rosmaninho.

Os apicultores associados da Apilegre também produzem pólen, própolis, enxa-mes e rainhas.

GR: Como foi a campanha deste ano nesta região?

DA: Inicialmente a produção foi re-gular. Tudo fazia prever um ano com pro-veitos maiores do que os custos, mas as constantes chuvas e o frio exagerado na época da Páscoa fez com que as flores deixassem de produzir o néctar, essencial à produção de mel.

Para além deste facto, as abelhas, perante o frio da Páscoa, começaram a comer as reservas que tinham conseguido armazenar até então, deixando as colmeias sem grandes reservas de mel, para o apicultor poder coletar.

As produções de mel deste ano caí-ram cerca de 65 a 75% de um ano regu-lar. Uma exploração que, na média dos últimos dez anos, produzia cerca de uma tonelada de mel, este ano teve cerca de 300 Kg.

GR: Como olha para o sector?DA: É uma aposta atractiva, mas

como produções irregulares de ano para ano. Existem muitos anos com ausência de produção de mel. Num período de 10 anos é frequente existirem três ou quatro com produções abaixo do custo de ma-nutenção da exploração e apenas dois com produções rentáveis. Deste modo, qualquer exploração profissional aposta em mais do que um produto, para contra-balançar os custos e os proveitos.

GR: Quais as principais dificulda-des que enfrenta o apicultor?

DA: Essencialmente três aspectos: a falta de formação específica, o baixo nível de ordenamento do território para a dis-tribuição de colmeias e a deficiente orga-nização da Fileira do mel.

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Novas técnicas de produção que previnam a ce-falosporiose, doença que afecta o milho, estão a ser ensaiadas em 10 hectares de terreno, em Coruche, numa das estações experimentais do Estado alvo de um acordo de parceria com produtores.

A Estação Experimental António Teixeira tem a decorrer um ensaio com 24 variedades de milho, envolvendo 12 empresas da fileira, no âmbito de um projecto aprovado no início deste ano pelo Progra-ma de Desenvolvimento Rural (ProDeR) e que re-sulta de uma parceria entre a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sogro (Anpromis), o Insti-tuto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e a Terramilho (agrupamento local de produ-tores de cereais).

A evolução da primeira cultura do projecto “Sani-milho”, que vigora durante oito anos, foi apresentada num “dia de campo” que contou com a presença de produtores e promotores do projecto.

O secretário de Estado da Alimentação e Investi-gação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, apontou a investigação aplicada e a disseminação do conheci-mento para os produtores como “o caminho certo” e a orientação que esteve na base das parcerias que o Governo tem vindo a promover para retomar o in-vestimento nas estações experimentais criadas em meados do século passado em Portugal.

O presidente da Anpromis, Luís Vasconcellos e Souza, saudou o modelo de acordo encontrado com o Estado, “rápido e célere”, admitindo que o projec-to em curso poderá vir a permitir a instalação de um centro científico da associação, área em que esta não tem atuado. O dirigente aproveitou para desafiar o Estado a “reformar o seu modelo de investigação agrária”.

Nuno Vieira e Brito afirmou que está a ser criado um centro de competências, sem estruturas pesadas, mas funcionais, efectivas e eficazes. Para o secretá-rio de Estado, Portugal “sabe produzir bem”, resulta-do não só do conhecimento empírico mas também do que tem sido produzido por universidades e po-litécnicos, havendo necessidade de promover “ou mesmo impor” um “encontro de vontades” entre as várias entidades e interessados.

O secretário-geral da Anpromis, Tiago Silva Pin-to, referiu que o ensaio agora iniciado – um inves-timento de 80.000 euros assumido pela Anpromis com uma comparticipação de 25% do Proder - visa estudar uma doença que afecta a principal cultura de cereais do país.

Segundo Tiago Pinto, a cultura de milho ocu-pa 136.000 hectares em Portugal (40% da área de cereais), sendo o distrito de Santarém o de principal produção (22,6 mil hectares) e Coruche o quarto concelho do país com maior área de milho (4.300 hectares).

Nesta parceria, a Anpromis assumiu o investi-mento, o INIAV disponibilizou quatro investigadores para acompanharem o projecto e a Terramilho será responsável pela sensibilização junto dos agriculto-res, adiantou.

Na Estação Experimental em Coruche

Projecto estuda doença que afecta o milho

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O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, anunciou que as primeiras medidas de apoio ao investimento do novo Pro-grama de Desenvolvimento Rural (PDR) 2014-2020 vão abrir a 15 de Novembro deste ano.

“Estamos na fase final de aprovação” do PDR 2014-2020 pela Comissão Europeia, mas, “inde-pendentemente dessa fase processual”, as primei-ras medidas “vão abrir a 15 de Novembro” e o Go-verno espera ter o programa “completamente em funcionamento” em meados de 2015, disse José Diogo Albuquerque.

O governante falava à margem do II Encontro Nacional do Azeite - I Jornadas Olivum, que decor-reram em Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, numa organização do município e da Olivum - As-sociação de Olivicultores do Sul.

O Governo “acordou” com o comissário euro-peu que vai avançar com as primeiras medidas a 15 de Novembro, nomeadamente as emblemáticas medidas do investimento, de jovens agricultores e da agroindústria, mesmo que o PDR 2014-2020 não esteja aprovado pela Comissão Europeia. “Nunca antes se avançou tão rapidamente num programa, mas também nunca antes se percebeu que se se não houver hiatos de investimento e for-mos rápidos na programação e disponibilização dos fundos os agricultores respondem”, frisou.

O actual Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR) 2007-2013 “está a ser executado em três anos, em vez de ser executado em seis anos, que era o que devia ter sido normal”, se não tives-se “começado com atraso”, “mas com o PDR isso já não vai acontecer”, porque o programa “vai co-meçar a tempo e horas”, disse.

Segundo o secretário de Estado, o actual ProDeR está com uma taxa de execução de 87%, a qual deverá chegar aos 92% até ao final deste ano e aos 100% em meados de 2015. José Diogo Albuquerque disse, por outro lado, que o sector do azeite em Portugal é “dinâmico” e já permitiu ao país ser “auto-suficiente em produção” e a “chave para o futuro” é “a integração vertical”, através da criação da organização interprofissional do sector.

O pedido de formalização da organização in-terprofissional do sector do azeite, um passo que Espanha e França “já deram” e Portugal “tem que dar”, já está no Gabinete de Planeamento e Políti-cas (GPP), disse o secretário de Estado.

A organização interprofissional permitirá ao sector do azeite organizar-se “de uma forma es-truturada entre a produção, a indústria e a distri-buição, planear o que quer do futuro” e cumprir metas e objectivos, como mais produção, investi-gação e inovação, estabelecer melhor as práticas comerciais e prever o que quer em termos de re-gulação do mercado, sublinhou.

Adiantou o secretário de Estado da Agricultura

Novo Programa de Desenvolvimento Rural arranca em Novembro

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A empresa do sector avícola Lusiaves anunciou um investi-mento de 35 milhões de euros na sua rede de incubação, que permitirá aumentar a capacidade de produção de pintos, à razão de mais 500 mil por semana.

Fonte do grupo empresarial sediado na Figueira da Foz afir-mou que o investimento aumenta a capacidade de produção da Lusiaves em cerca de 33 por cento, passando dos cerca de 78 milhões de pintos anuais para 104 milhões, um acréscimo de 26 milhões por ano.

O investimento na rede de produção passa pela construção de novos pavilhões, incorporação de tecnologia de ponta e re-

A Feira das Colheitas, em Arouca, celebrou 70 anos, certame que este ano contou com cerca de 120 expositores e apostou num novo espaço no Mosteiro e na divulgação de casos de su-cesso internacional protagonizados por empresários locais.

O centro histórico da vila transformou-se numa extensa mostra das práticas agrícolas do concelho e dos usos e costu-mes que marcam o seu património histórico e cultural. “Celebra-mos 70 anos de Feira das Colheitas e, apesar de uma evolução notável, o essencial do evento continua a ser a paixão pelas nos-sas raízes”, declarou o presidente da Câmara Municipal, José Ar-tur Neves. “Nestes dias sente-se o trabalho do campo tal como ele era vivido no passado e há uma nostalgia que envolve tudo, pelo que a população participa na iniciativa com particular inten-sidade”, garante o autarca.

Uma das novidades da edição deste ano foi a abertura do ce-leiro do Mosteiro de Arouca ao público. “É um espaço novo que acolheu uma exposição de alfaias agrícolas do início do século passado, entre as quais algumas peças que eu imaginava que já não existiam”, revela José Artur Neves.

Vendas de produtos regionais, um desfile de carros de bois, um cortejo de açafates, exposições etnográficas, um concurso da raça arouquesa, gastronomia tradicional, concertos por co-lectividades locais e uma desfolhada foram algumas das dezenas

Para aumentar a capacidade de produção de pintos

Lusiaves investe 35 milhões na ampliação de rede de incubação

Certame contou com elevada participação de visitantes

Feira das Colheitas de Arouca celebrou 70 anos

de propostas do programa da Feira das Colheitas, que contou com elevada participação de visitantes.

A primeira edição da Feira das Colheitas realizou-se em 1944 e foi organizada pelo Grémio da Lavoura de Arouca, por iniciati-va do seu gerente, António de Almeida Brandão, que então tam-bém presidia à Câmara Municipal. No contexto de escassez da II Guerra Mundial e das dificuldades de acesso a bens de primeira necessidade, o objectivo do certame era recuperar a produção agrícola local e reavivar as tradições da região.

forço do centro de incubação localizado na zona industrial da Figueira da Foz, “que está ao nível dos cinco melhores da Euro-pa”, disse.

Avelino Gaspar, presidente do conselho de administração da Lusiaves, afirma que o investimento realizado na capacidade de produção “irá garantir um abastecimento autónomo, contínuo e optimizado” das granjas avícolas da empresa, “constituindo mais um passo determinante para sustentar o crescimento global do grupo” empresarial.

Com quase 30 anos de existência, 1.800 trabalhadores e ge-rador de mais de 2.000 postos de trabalho indirectos, a Lusiaves estima que a facturação anual possa rondar os 400 milhões de euros, após os novos investimentos.

A empresa produz actualmente milho em Soure e Porto Alto, possui uma fábrica de rações em Monte Real, e, para além do centro de incubação da Figueira da Foz, tem pavilhões de gali-nhas poedeiras, incubação de ovos e criação de pintos distribuí-dos por todo o país.

A Lusiaves, que comercializa frango, frango do campo e peru, tem ainda dois centros de abate, em Marinha das Ondas (Figueira da Foz) e Estarreja, este último alvo de um investimento de 12 milhões de euros, que estará concluído em Outubro e “permitirá triplicar a produção”, frisou a fonte.

Já em Mangualde, a empresa tem em fase final de conclusão um novo entreposto de apoio à distribuição em Espanha, um dos países junto com França, Itália, Alemanha e Angola para onde a Lusiaves exporta.

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Foi apresentado à fileira florestal o projecto “Tree Plus”, uma plataforma informática que agrega uma bolsa de valor do mate-rial lenhoso, disponibilizando informações sobre os preços bem como características dos povoamentos e árvores. O projecto foi desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), através do Departamento de Ciências Florestais e Arqui-tetura Paisagista (CIFAP).

“O Tree Plus consiste na criação e manutenção de uma pla-taforma informática que irá agregar uma bolsa de valor do ma-terial lenhoso, de acordo com os preços da oferta e da procura, publicados por proprietários e compradores”, afirmou, em comu-nicado, Luís Martins, docente do CIFAP e investigador do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CI-TAB). Aquele responsável explicou que, nesta página da Internet, o “público poderá consultar os preços, por volume das árvores em pé”, ficando “apenas acessível aos utilizadores inscritos (in-dustriais, técnicos, investigadores ou produtores), as caracterís-ticas específicas sobre os povoamentos e árvores”.

Para o investigador, a criação desta plataforma reveste-se

Projecto “Tree Plus” já foi apresentado à fileira florestal

Universidade de Vila Real criou bolsa de valor do material lenhoso

de uma “importância estratégica”, já que poderá “ser um instru-mento de avaliação económica, bem como de gestão e registo ‘online’ das práticas culturais”. “Esta permitirá ainda calcular o valor comercial dos povoamentos, considerando o inventário ar-bóreo e o preço de mercado das árvores, informação útil para o mercado interno e externo”, acrescentou Luís Martins.

Segundo o investigador, a plataforma permite ainda que o “proprietário ceda direitos de edição ou de visualização da in-formação a técnicos, investigadores, empresários, desde que inscritos, podendo o acesso a esta informação auxiliar na gestão técnica e contribuir para o aumento da rentabilidade dos povoa-mentos”.

Poderá ainda, na sua opinião, desempenhar um papel impor-tante na “protecção da fileira florestal”, já que, conforme expli-cou, “o suporte técnico e cientifico rigorosos da plataforma são requisitos fundamentais para que os proprietários sejam moti-vados a realizarem melhores práticas e medidas concretas de protecção da floresta como fogo, ataque por pragas e doenças”.

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Conceito já foi apresentado ao secretário de Estado das Florestas

Mação vai ser município piloto para projecto de gestão da floresta em minifúndio

O concelho de Mação vai receber um projecto-piloto de gestão total de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) e vai tes-tar novos modelos de gestão do território agrícola e florestal assente em minifúndio, anunciou a autarquia.

O conceito apresentado ao secretário de Estado das Flo-restas e Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, as-senta numa lógica de agregação funcional e total das ZIF e de todas as pequenas parcelas de terreno e dos seus proprietá-rios, e visa estruturar e ordenar a floresta, visando a criação de riqueza e a protecção da mesma contra os incêndios florestais.

O vereador da Câmara de Mação, António Louro, disse que a ideia assenta na “agregação de territórios de minifúndio com um mínimo de mil hectares, ganhando escala e estruturando empresarialmente o conceito de gestão do território, com a abertura a fundos de investimento e com solidez jurídica, res-peitando a propriedade privada, e definindo racionalmente modelos de utilização agrícola e florestal dos espaços”.

Com 41 mil hectares de área, 122 lugares e aldeias onde re-sidem cerca de oito mil habitantes e 90 por cento de mancha florestal, o cadastro territorial de Mação identifica mais de 20 mil proprietários de pequenas parcelas de terreno (minifúndio), com 0,7 hectares de dimensão média. “Desta forma não há território que resista e que seja sustentável ou possa ser gera-dor de riqueza, mais a mais quando os seus proprietários emi-graram e as terras estão ao abandono”, vincou António Louro.

“Com o novo modelo, a gestão é única e assegurada pelos técnicos da Aflomação e Câmara Municipal, os proprietários contribuem com os terrenos, os investidores com capital, e todos terão direito à sua quota-parte de uma riqueza que o território, devidamente ordenado e protegido, vai gerar”, de-fendeu.

O conceito final do novo modelo de gestão do território, “em fase final de elaboração”, vai ser entregue ao secretário de Estado da Agricultura, assegurou António Louro, sublinhan-do que o próximo Quadro Comunitário de Apoio é “uma das últimas oportunidades para serem disponibilizados mecanis-mos necessários para uma intervenção que consiga combater e atenuar os problemas do ordenamento do território, assim

como o sistemático abandono da floresta”.O secretário de Estado das Florestas aceitou o

desafio da Câmara de Mação em constituir-se como município piloto para este projecto de reordenamen-to do território, pela importância de “tornar os ter-ritórios atractivos”, lembrando, no entanto, que as pessoas “não podem ser obrigadas a regressar aos territórios do interior”.

Gomes da Silva disse, ainda, que o processo deve evoluir para a “criação da figura jurídica de Socieda-de de Gestão Territorial”, observando que já existem os instrumentos necessários e o enquadramento le-gal para a implementação do projecto. “Em Mação aceitei um desafio e lancei um repto: a autarquia e a Aflomação vão concluir e apresentar-me o projecto conceptual piloto de intervenção sobre áreas ardidas e aproveitamento do potencial de regeneração, um modelo para replicar em outro tipo de áreas florestais que não correspondam a áreas ardidas”.

Por outro lado, continuou, “vamos olhar para os instrumentos financeiros e legais que existem e quais são os adequados para concretizar a iniciativa. À falta de algum instrumento, o meu compromisso é asse-gurar que ele possa existir para que o projecto tenha sucesso”.

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O vice-presidente do Instituto da Conservação da Natureza (ICNF), João Pinho, disse que o “grande desafio” que o país tem pela frente “é o de tomar posse de todas as áreas florestais” e “impedir o seu abandono”. “Nas últimas dezenas de anos, o sector florestal teve muito sucesso em várias áreas. Obvia-mente, temos que pensar no futuro e tudo aquilo que são neste momento restrições, dificuldades e até mesmo ameaças, que prevemos que possam afectar o sector, têm que ser tratadas”, sustentou.

João Pinho, que encerrou a I Conferência do Pinhal, realiza-da em Oleiros, disse ainda que “as áreas florestais são uma ri-queza estratégica do país”. “Temos que nos precaver na gestão sustentável dos recursos florestais”, referiu.

O vice-presidente do ICNF admitiu que o sector florestal tem “algumas fragilidades”, mas acrescentou que tem tido vertentes de “grande sucesso e até dominante a nível internacional”, em algumas das suas principais fileiras, nomeadamente na cortiça, no papel e na resina.

Este responsável explicou ainda que o documento de estra-tégia nacional para a floresta “acabou de ser finalizado”. “É um documento orientador para a fileira florestal que esteve em dis-cussão pública durante o mês de maio e, basicamente, pretende ser um congregador de vontades e de organização de recursos para que a floresta possa ser, o mais possível, um recurso e uma riqueza para o país”, sublinhou.

João Pinho referiu ainda que estão a ser dinamizados vários centros de competência para a floresta e que está em prepara-ção a criação de um para o pinheiro bravo. “Esta região do país, o pinhal, é eminentemente florestal, tem problemas próprios e este é mais um desafio para trazer um centro de competências

João Pinho encerrou a I Conferência do Pinhal, realizada em Oleiros

Instituto de Conservação da Natureza quer travar abandono das florestas

à realidade do pinhal”, disse.Aquilo que se pretende com a criação do centro de compe-

tências, cujo protocolo para a sua criação está a ser preparado, “é dar resposta aos principais problemas, às questões de utiliza-ção dos recursos naturais, às melhores formas de gerir um pinhal e de ultrapassar questões que hoje impedem que os investimen-tos sejam feitos”, concluiu o vice-presidente do ICNF.

Todo o Pinhal reunido em Oleiros

A I Conferência do Pinhal, organizada pelo Município de Olei-ros mobilizou a participação de quase 200 pessoas - na sua maioria profissionais ligados ao sector florestal - e contou com o apoio dos municípios de Castanheira de Pêra, Fundão, Pampilho-sa da Serra, Pedrogão Grande, Proença-a-Nova e Sertã.

Com um painel de excelência, este foi um acontecimento que se manteve com elevados patamares de interesse do início ao fim, tendo reunido todo o Pinhal em Oleiros. Neste acontecimen-to intervieram autarcas da região, investigadores e representan-tes de diversas entidades públicas e privadas.

Recorde-se que a conferência teve lugar no coração da re-gião do Pinhal, na qual se situa a maior mancha de pinho bravo da Europa e teve o mérito de reunir vários municípios para juntos debaterem os problemas e as potencialidades da floresta – ac-tivo da maior importância para os concelhos envolvidos. Nesse sentido, a moderar os dois painéis estiveram José Brito Dias e João Paulo Catarino, presidentes das Câmaras de Pampilhosa da Serra e Proença-a-Nova. A sessão foi encerrada por João Pinho, vice-presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Flo-resta (ICNF).

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Cerca de 40 entidades criaram uma Rede de Cooperação da Fileira das Tecnologias e Serviços do Agronegócio, plataforma que visa permitir ao sector “ganhar dimensão e criar comple-mentaridades para abordar os mercados internacionais de for-ma integrada”.

O presidente da direcção do Agrocluster do Ribatejo, Carlos Lopes de Sousa, disse que a rede permite a criação de uma pla-taforma onde se inscrevem empresas com capacidade de pro-dução de tecnologias, de oferecer serviços, processos, software e conhecimento essenciais à valorização do sector.

A plataforma foi criada na abertura do Congresso das Tec-nologias e Serviços para o Agronegócio, que decorreu no Cen-tro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, com a participação de empresas e entidades nacio-nais e de países como Angola, Moçambique, Brasil, Uruguai, Ar-gélia e Marrocos.

O Agronegócios.Net é promovido pelo Agrocluster do Ri-batejo e pelo Inovcluster no âmbito de um projecto de apoio à internacionalização das empresas portuguesas fornecedoras de serviços, produtos e tecnologias à agroindústria. “As empresas organizam-se a partir de uma plataforma onde podem ganhar dimensão, criar complementaridades, onde têm possibilidade de abordar de forma integrada os mercados internacionais”, disse Carlos Sousa.

Para o presidente do Agrocluster do Ribatejo, a plataforma pretende estruturar um trabalho que tem vindo a ser feito pela

Na abertura do Congresso das Tecnologias e Serviços, em Santarém

Agronegócio cria plataforma de cooperação visando mercados internacionais

agroindústria, de exportação e promoção da “massa cinzenta” nacional em mercados como Angola, Moçambique, Brasil, Ma-grebe e América do Sul, de forma a tornar as empresas “mais competitivas e mais eficazes nesses mercados”.

A rede hoje criada integra na maioria empresas (80%), mas também universidades, politécnicos e centros de investigação, numa parceria também aberta aos municípios, adiantou. “A nos-sa oferta tem de ser integrada, maximizar o que é a cooperação entre três grandes sectores: empresas, produtores de conhe-cimento e organizações”, frisou, adiantando que a plataforma constituída é o “ponto de partida” para uma rede que se pre-tende alargada e que tem na mira essencialmente o mercado de língua portuguesa.

Na abertura do Congresso das Tecnologias e Serviços para o Agronegócio, o secretário de Estado da Alimentação e da Inves-tigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, realçou que o sector agroalimentar representa 6,1% do PIB e que, em 2013, o agrone-gócio exportou 5,5 mil milhões de euros, mantendo um ritmo de crescimento superior a 5% nos primeiros sete meses deste ano. “Este é um sector que mantém o crescimento, fruto das empre-sas que olharam para as oportunidades do sector primário e do mercado global com novas perspectivas de produtos e de mer-cados”, disse Vieira e Brito, referindo os mais de 140 produtos e grupos de produtos exportados para todo o mundo.

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O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) lançou no final de Setembro a pós-graduação em Agribusiness, um curso focado no desenvolvimento de competências na área da gestão e organização no sector agroalimentar.

Dando resposta à escassez de oferta de programas foca-dos nesta área, apesar da relevância deste sector na economia portuguesa, a pós-graduação em Agribusiness surge de uma parceria do ISEG com o Instituto Superior de Agronomia (ISA) e a Consulai, empresa de referência em consultoria no sector agroalimentar.

Esta pós-graduação é destinada a empresários e respon-sáveis ligados à produção, transformação e comercialização de produtos alimentares, bem como para técnicos do sector públi-co e de associações interprofissionais que tenham por âmbito o sector agroalimentar. No final da formação, ao melhor aluno

Ainda me deparo com pessoas que querem avançar com um projecto empre-sarial agrícola, que se questionam: para quê certificar e controlar os meus produ-tos?

A certificação é um investimento. Um dos principais investimentos que fazemos ao longo da vida de um projecto empre-sarial. É verdade que é algo que não é cor-póreo, não se vê a olho nu, mas quando os seus produtos agrícolas são exportados para os mercados externos, aí terá a con-firmação da boa aposta que fez.

Tão ao mais importante que adquirir um novo equipamento, melhorar as insta-lações, contratar mais pessoal, é investir num processo de certificação e controlo dos seus produtos agrícolas. Um processo exigente, que abrange toda a estrutura da organização, desde os recursos humanos até às instalações.

Na NATURALFA, para além do rigor, da transparência, do acompanhamento total do processo, procuramos ser pedagógi-cos.

Certificar é hoje adoptar as mais efi-cazes e evoluídas regras da gestão mo-derna. Sem este processo, o seu negócio não terá as bases adequadas para avan-çar. Certificar é planear com segurança, é apostar numa eficaz coordenação interna da empresa, é promover uma boa comu-nicação entre os colaboradores da em-presa e esta e os seus fornecedores.

Como responsável máxima da NA-TURALFA tenho seguido a par e passo o extraordinário aumento da eficiência em-presarial dos nossos clientes. O processo de certificação permitiu-lhes estabelecer metas bem definidas, métodos de negócio confiáveis e estruturados, e economias de

será atribuído um prémio financiado pelo Crédito Agrícola.Apresentando no plano curricular disciplinas como “Política,

Regulamentação e Incentivos ao Sector”, “Análise económico--financeira de projetos agroalimentares”, “Distribuição Alimen-tar e Logística”, ou “ Sistemas de Agricultura de Precisão”, entre outros, a pós-graduação em Agribusiness pretende incrementar as habilitações dos profissionais do sector para desenvolverem o seu negócio em Portugal e identificarem novas oportunidades dos produtos agroalimentares a nível mundial.

Coordenado por José Manuel Veríssimo (ISEG), Carlos Noé-me (ISA) e Pedro Miguel Santos (Consulai), o corpo docente do curso é constituído por especialistas de reconhecido prestígio técnico e profissional nas áreas da especialidade, como João Cantiga Esteves e José António Rosseau entre outros.

No final deste mês de Setembro

ISEG lança pós-graduação em Agribusiness

“Certificar é gerir com eficácia”

escala, que permitiram a redução de custos e desperdícios.Não basta, porém, certificar os seus produtos agrícolas. É decisivo que essa certifi-

cação seja feita por uma entidade credível e com reconhecimento público, atestado por clientes e mercado em geral.

Liliana PerestreloGerente | Manager

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 233Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuDelegação Edifício Vouga Park, Sala 42 - Sever de VougaCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

Cerca de três centenas de pessoas participaram no “Ciclo do Pão 2014”, evento promovido pela Junta de Freguesia de Meru-ge, no concelho de Oliveira do Hospital. A iniciativa iniciou-se com uma caminhada, na qual participaram cerca de 70 pessoas, que recriou a “Rota dos Moleiros”, explorando os caminhos per-corridos pelas carroças puxadas pelos animais e os trilhos apea-dos pelos moleiros para a distribuição da farinha.

À chegada à Lage Grande, no centro de Meruge, os cami-nhantes puderam visitar uma exposição de fotografias, onde puderam observar todo o ciclo vegetativo e tarefas inerentes ao cultivo do milho, desde a lavra da terra com o arado puxado pela junta dos bois, até ao semear e sachar do milho, a apanha da bandeira, o cortar do milho, com a transformação do milho nos moinhos tradicionais, culminando com a peneira da farinha, amassar do pão e a sua cozedura no forno comunitário da Fre-guesia de Meruge.

O ponto alto da iniciativa chegou ao fim da tarde com a re-criação da desfolhada ao vivo com as “cascadeiras”, à qual se

Cerca de três centenas de pessoas participaram na iniciativa

Freguesia de Meruge promoveu Ciclo do Pão 2014

seguiu a malha do milho com os típicos “manguais”. O Rancho Folclórico Sampaense fez a animação com as cantigas tradicio-nais da desfolhada e da malha, seguindo-se o varrer do milho com as vassouras de giestas improvisadas para a ocasião, de forma a retractar o mais fielmente possível o que se fazia noutros tempos. A iniciativa terminou com o típico lanche das folhadas e malhas do milho, no qual se destaca as sardinhas em molho de escabeche, tudo no megalítico cenário da Lage Grande.

Durante o dia no forno comunitário visitantes puderam ob-servar a cozedura do pão e das típicas bolas de bacalhau, carne e chouriço, e levar para casa estas iguarias únicas nos sabores e saberes tradicionais.

“Um povo sem memória é um povo condenado ao desapa-recimento. Pretendemos, por isso, com esta iniciativa preservar formas ancestrais de labor agrícola, transmitindo às jovens ge-rações um património de cultura inestimável, essencial para a sua identidade e apego aos valores do mundo rural”, afirmou a organização, no balanço “positivo” da iniciativa.

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O presidente da Câmara de Viseu apresentou o plano de acção para a revitalização do centro histó-rico, que teve em linha de conta 152 propostas dos viseenses e que será implantado na próxima década. “Este plano é a consequência prática da estratégia que submetemos a debate público e que foi enrique-cida com os contributos e opiniões dos cidadãos. Pu-semos no terreno um debate público sem paralelo em Viseu e não nos atrapalhámos com ele”, afirmou Al-meida Henriques. “Ao todo, contámos 152 propostas, apresentadas electronicamente ou presencialmente, de 342 cidadãos ou organizações participantes e 11 sessões participativas”, referiu.

Entre as propostas, a Câmara de Viseu identificou 30 preocupações-chave, destacando a criação de novas áreas de estacionamento, limitação total ou parcial do trânsito automóvel e estacionamento no Adro da Sé, disciplina horária de funcionamento de estabelecimentos à noite, incentivo à insonorização e protecção acústica do edificado.

Aponta ainda o incentivo à atracção de lojas ân-cora, adopção de uma agenda de eventos de anima-ção para todo o ano, promoção de feiras no Mercado 2 de Maio, desenvolvimento de um centro comercial ao ar livre e criação de residências para estudantes, entre outras.

De acordo com o autarca, o debate em curso durante dois meses “foi uma experiência ganhado-ra”, elegendo a participação e vontade da população como “única mola da mudança”.

“O centro histórico, o que ele é hoje e o que pode ser no futuro depende mais de nós, dos viseenses, co-merciantes, empresas, do que de qualquer estudo fei-to num gabinete ou numa universidade”, acrescentou.

Espaço Visual debate fileira dos frutos secos

No próximo dia 4 de Outubro, das 14 às 18,30 horas, a consultora agrícola Espaço Visual organiza, nas suas instala-ções, na Avenida Associação Comercial e Industrial de Gon-domar, 290 (zona industrial), um seminário sobre os “Frutos Secos - uma perspectiva da fileira”.

Esta iniciativa conta com as intervenções de Augusto Assunção, da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, de José Laranjo, presidente da Associação Portugue-sa da Castanha - REFCAST, de Anabela Doreta, directora--geral da AGROAGUIAR e de Dina Fernandes, directora-geral da Espaço Visual.

O objectivo é debater os aspectos técnicos, económicos e financeiros ligados à fileira da Noz e da Castanha. As inscri-ções podem ser feitas no site www.espaco-visual.pt.

Município de Sátão promove a caminhada

“Rota do Míscaro”O Município de Sátão promove a caminhada “Rota do

Míscaro”, no dia 05 de Outubro, domingo, a partir das 8,30 horas, com partida do Santuário de Nosso Senhor dos Ca-minhos, em Rãs, freguesia da União de Freguesias de Romãs, Decermilo e Vila Longa. Desta caminhada fazem parte dois percursos: um com uma distância de 12 quilómetros de difi-culdade média e outro com uma distância de 18 quilómetros de dificuldade média/alta.

Com esta caminhada o Município de Sátão pretende in-centivar à prática do desporto, consciencializar as pessoas para a protecção do meio ambiente, bem como promover o património natural e religioso que o Sátão tem para oferecer a todos os que o visitam.

Para quem necessitar de transporte, a saída realiza-se às 8 horas do Largo de S. Bernardo, em Sátão.

Será implantado na próxima década

Câmara de Viseu apresenta plano para revitalizar o centro histórico

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Nos dias 3, 4, 5, 10, 11 e 12 de Outubro, a Câmara de Palmela e restaurantes do concelho apre-sentam uma novidade no calen-dário “Palmela, Experiências com Sabor!” 2014. O Coelho à Moda de Palmela, iguaria maior do re-ceituário tradicional palmelense, surge, pela primeira vez, em for-mato Fins-de-semana Gastronó-micos, para se dar a conhecer ao público, na sua versão mais clás-sica, ou reinventado pela criati-vidade dos nossos chefs, sempre com recurso a produtos locais.

São catorze os restaurantes que participam nesta iniciativa, que dá continuidade aos objecti-vos de promoção do produto gas-tronomia e vinhos, de grande im-portância no contexto da oferta turística do concelho e da região.

Fins-de-semana Gastronómicos regressam com prato típico

Coelho à Moda de Palmela em destaque na primeira quinzena de Outubro

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