Com muita propriedade esta publicação foi feita pelo Wagner Fernandes, alias é um excelente pesquisador de culturas antigas entre outros assuntos.

A gematria é uma das Ciências que compõe o tricálogo cabalístico antigo. O termo Cabala é derivado do original Kabbalah (קבלה QBLH),é uma palavra de origem hebraica que significa: recepção. A Kabbalah — corpo de sabedoria espiritual mais antigo, que em sua essência remota contem acumulado em si, misticismos, esoterismos, numerologias e interpretações cósmicas do povo Hebreu e Judaico. Contém as chaves, que permaneceram ocultas durante um longo tempo, para os segredos da cosmologia intra-humana espiritual, bem como as chaves para os mistérios do coração e da alma humana. Os ensinamentos cabalísticos explicam as complexidades do universo físico e metafísico, material e espiritual de toda a humanidade. A Kabbalah mostra em detalhes como navegar por este vasto campo, a fim de eliminar toda forma de caos, dor e sofrimento. Uma das ferramentas de linguagem e interpretação que faz parte da Cabala e em seu formato místico, ao comunicar segredos ocultos e revelações divinas, é a Ciência da numerologia hebraica a Gematria.

Um dos grandes nomes da Gematria foi o Rabino Hanina Ben Dosa, que segundo a tradição teria realizado inúmeros sinais miraculosos além do natural, por meio da gematria judaica. O que dizer, pois, do saudoso Rabino Isaac Kaduri, o mais antigo e reputado cabalista místico judaico do mundo, que dominou de forma unanime, a magia e a arte dos encantamentos judaicos. O mesmo conceito místico da cabala, entre tantos utilizados pelo Cristianismo foi a numerologia gemátrica

Em sua pesquisa, Wagner Fernandes cita um clássico exemplo da Gematria no texto bíblico canônico, no livro de apocalipse. Segundo o texto bíblico, João estava enclausurado na ilha de Patmos, e por não poder falar abertamente sua experiência extática de revelação, faz uso da numerologia gemátrica para através de um código numérico advertir a cerca de um homem, como diz o texto bíblico: ...porque é número de um homem, e esse número é seiscentos e sessenta e seis (Versão da bíblia

Ave Maria), e não da besta, como muitos erroneamente interpretam e ensinam.

Outro exemplo muito interessante, em Gênesis 14 narra-se a invasão da Palestina por quatro poderosos exércitos do Oriente, que levaram Lot, o sobrinho de Abraão, como prisioneiro. Quando o patriarca o vem, a saber, reúne 318 pessoas, vai a perseguição daqueles, consegue derrotá-los e liberta Lot. Terá Abraão, só com 318 pessoas, vencido os quatro exércitos mais poderosos da Mesopotâmia? Esse número teria outro significado. Sabemos que Abraão tinha um servo, herdeiro de todos os seus bens, chamado Eliezer (Gn 15,2). Se somarmos os números correspondentes às letras hebraicas deste nome temos: E (=1) + L (=30) + I (=10) + E (=70) + Z (=7) +R (=200) = 318 (Os valores indicados correspondem ao alfabeto hebraico e daí uma letra poder ter diversos valores). Com isto quer dizer-se que Abraão saiu a combater com todos os seus herdeiros e que a descendência de Abraão será sempre superior aos seus inimigos.

Em um momento eminente postarei pesquisas mais recentes sobre o assunto.