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Gêmeos.Virtuais - Amostra 1 - Prelúdio e Capítulo 1

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Esta é uma degustação das duas primeiras partes da história de Gêmeos.Virtuais. Espero que goste. Obs. O conteúdo desta amostra a saber, figuras, cores, fontes e pano de fundo são diferentes da obra completa em meio físico.

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José Raphael Daher, professor de Física no ensino médio e técnico, amante das artes, iniciou seus primeiros escritos no final de 2002 com os blogs, então após alguns pequenos contos e poesias, surgiu a ideia desta novela de ficção científica cuja amostra o leitor tem “em mãos”.

Depois de Gêmeos.Virtuais a paixão pela escrita cresceu vertiginosamente e surgiram romances, contos, crônicas e mais poesias.

Espero que estas duas partes; o Prelúdio e o primeiro Capítulo do livro lhe desperte o interesse. Para adquirir o exemplar completo, em meio físico (seja pela compra ou pela troca) entre em contato com o autor, através do blog:gemeosvirtuais.blogspot.com

Sinceramente, o Autor.

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Prelúdio- Vá com Deus, filha – diz o pai, abraçando-a com força.-Obrigado pai, não precisa ficar preocupado.-Fico mais preocupado é com esse seu cigarro, você precisa parar de fumar filha.-Já sei pai... Essa coisa um dia...-É, ainda vai te matar!-Filha! – diz a mãe, a passos apressados pela sala – Me dá um abraço aqui... Quando você volta?-Daqui uma semana, no máximo.

Então se despedem de vez. A garota desce o grande quintal, abre o portão e pega o táxi. A mãe passa o braço na cintura do pai e encosta a cabeça em seu ombro. Solta um leve suspiro, mas logo se alarma, assim como o pai: um barulho veio do porão.

-Deve ter sido uma daquelas tranqueiras empilhadas lá em baixo! Temos que dar um fim nelas... – diz o pai.

Se separam. Ela vai até a cozinha e ele desce para o porão. Ele, ao chegar, aperta o interruptor, mas a lâmpada, que costumava falhar, não acende. Estende o braço direito, pega sua lanterna numa prateleira, mas não consegue ligá-la. Descobre que está sem pilhas ao desrosquear a tampa. Ansioso, desce os degraus guiando-se por um facho de luz que entra pela clarabóia, que nota estar aberta, ao se aproximar.

-Não se mexa! – diz uma voz que vem de trás, e ele sente uma coisa encostada em seu lombo.

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-Nós não temos muito dinheiro, pode levar o que quiser, mas, por favor, não atire.-Não quero seu dinheiro sujo! Seu traidor! Afaste-se e vire-se!

Dessa forma, o pai se afasta alguns passos e fica perto de sua escrivaninha antiga. Olha para a gaveta entreaberta e fica em silêncio. Vira-se e distingue na penumbra a silhueta de um homem apontando uma pistola para sua cabeça. Com alguns passos, a luz do Sol poente sobe pelo seu corpo e revela seu rosto.

-Você? – exclama o pai.-Sim... Não esperava me ver de novo, não é? Realmente foi difícil te encontrar.-O que você quer? – diz o pai com a voz trêmula.-Dê o comando para a autodestruição do projeto! Agora.-Não! Não posso fazer isso! – responde o pai, quase chorando – É muito cruel.-Mas você o fará, ou sua família é que experimentará crueldade.

O homem, vestido de lixeiro, joga para o pai um pequeno dispositivo: uma esfera com sete botões e uma interruptor vermelho. Ele a pega desajeitadamente com as mãos e o homem ordena que digite o código. Não tendo alternativa o pai obedece. A esfera pisca uma vez, confirmando a validade do código, mas com as mãos trêmulas hesita em pressionar o interruptor.

-Pressione o interruptor! – diz o homem quase gritando.-Pressione você!

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O pai joga a esfera para o alto numa tentativa eficiente de distraí-lo. Tateia a gaveta à procura de sua arma. Pega-a, mas quando se volta para o homem um silencioso disparo trespassa seu peito fazendo-o desabar sobre um amontoado de velharias.

A mãe ouve o barulho e põe-se a correr sem notar que esquecera a boca do fogão aberta sem acendê-la. Ao se aproximar do porão ouve uma série de ruídos de coisas caindo e rolando pelo chão. Começa a descer com muita cautela. Já de cima pode distinguir o corpo de seu marido, mas ao perceber a presença de mais alguém engole o grito e as lágrimas numa esperança de poder salvá-lo. Desce do último degrau, se abaixa e pega a arma que caiu da mão do marido.

Já pode ver alguém agachado, vasculhando no meio das quinquilharias a praguejar. A mãe mira a pistola para suas costas. O homem solta um riso de satisfação e se levanta. Assustada, a mãe aperta o gatilho e o atinge no baço. O homem vira e dispara contra ela, que se dobra e cai de bruços no chão. Estando ferido percebe que não terá forças para fugir pela clarabóia. Dirige-se até a escada com o intuito de sair pela porta dos fundos.

Chega ao topo e se lembra que ainda não apertara o botão vermelho; resolve fazê-lo antes que fosse tarde demais. Com a vista um pouco ofuscada pelo excesso de claridade do térreo, começa a girar a esfera a procura do botão. No exato momento em que o aciona é atingido por um outro tiro nas costas. Cambaleia e rola escada abaixo, caindo ao lado dos dois outros corpos que agora estavam mortos também.

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um.bug* Theo diz olá! *

É o que está escrito em uma janela que aparece na tela do computador de Alef. Ao ouvir o bipe da mensagem ele logo se anima, pois sua amiga estava on-line.

-Olá Theodora, como você está?-Tudo bem e você?-Agora muito melhor, já que você entrou.--E aí, me diz, ainda encanada com aquele lance de ler mãos?-Não... só aquele dia. Achei muito divertido.-É, eu também... Depois que você saiu, eu continuei olhando para minhas mãos e percebi um estranho sinal.-Mmmmm.... sério?-Sim, na minha mão direita, parece que há algo escrito... Uma sigla.-Nossa! Ai que medo... E o que é?-Sabe, parece que está escrito por debaixo da pele... Não adianta limpar, esfregar, pois não sai. A sigla é I A.

A caixa de mensagens fica um tempo parada, mas logo Theo responde:

-Inteligência Artificial! Hahaha...-Isso. É exatamente o que eu pensei.-Ai que bobeira... bom, eu preciso sair Alef, depois a gente se fala! Beijo na testa!-Beijo nas sardas do nariz.

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Alef e Theo se conheceram pela Internet numa época de muitas mudanças, não apenas para os dois, mas para o mundo todo: o ano é 2003, e ocorre uma série de conflitos no Iraque. As tropas aliadas praticamente dizimaram Bagdá a procura de Saddam Hussein e dos armamentos de destruição em massa que supostamente estariam escondidos.

Um dos esquadrões de elite das forças armadas norte-americanas está na fronteira de Bagdá. É o ST, ou Sneak Team, ostentam esse nome por serem mais sorrateiros que serpentes. Seguindo ordens superiores para uma missão de urgência, separaram-se da tropa original para investigar um outro sítio, que poderia ser o esconderijo subterrãneo de Saddam. Uma tropa de reconhecimento deveria estar lá para apoiá-los, mas ainda não havia chegado.

-Sargento! – diz o soldado Trevis – Temo que recebemos uma informação errada, não há indício de um esconderijo aqui, senhor!-Continuem procurando! Não terão descanso até que chegue a outra equipe, ou até o anoitecer.

Trevis retorna para junto dos outros, que vasculham na areia, entre as pedras e elevações rochosas alguma pista de um abrigo. O dia se passa, a tarde chega sem trazer novidades. O Sargento Nelson dá o comando de descanso e todos sentam para comer um pouco e repousar.

Começa uma noite gelada nessa parte mais desértica de Bagdá. Acomodando-se ao relento, os soldados ficam sujeitos ao frio e a areia da constante brisa rasteira, assim como seus escaços equipamentos e suprimentos. Trevis e Jones, grandes amigos, conversam deitados, protegidos pelos seus sacos de

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dormir e panos enrolados nos rostos. Lembram de suas garotas, de suas famílias, mas em nenhum momento comentam sobre os iraquianos que foram mortos em combate, apesar de pensarem neles o tempo todo.

Trevis está quase dormindo quando sente comichões pelo seu corpo. Estende o braço para fora do saco de dormir e sente algo subindo em sua mão. Quando abre os olhos dá um salto e vê uma dúzia de baratas em seu corpo. Ele logo as espanta, mas percebe que ainda há várias correndo pelo chão. Jones também acorda assustado e volta seu olhar para um acontecimento estranho. De pequenos orifícios na areia surgem inúmeras baratas que parecem fugir em desespero.

Trevis, alarmado, corre até a tenda do Sargento para avisá-lo.

-Senhor! Acorde, Senhor! Algo estranho está acontecendo!-Soldado Trevis, – diz o Sargento ainda ressonando – por que veio me incomodar no meio da noite? É bom que seja importante!-E é senhor! Venha ver!

O Sargento esfrega as mãos no rosto, se agasalha, sai apressadamente de seu abrigo e vê o acampamento infestado de baratas!

-O que é isso soldado?-Sargento, as baratas estão saindo do chão! Existe algo embaixo de nós que não conseguimos detectar!-Acordem e movam-se todos! Cavem no local de onde saem as baratas! Rápido!

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Um estampido na cozinha. A mãe de Alef, Dona Maira, que está na sala vendo um filme se levanta e, enfezada, corre para saber o que houve. Ao entrar vê Alef de pé e uma panela tombada, no piso encharcado.

-Tome cuidado, meu filho! Você pode acordar o seu pai!-Me desculpe, mãe – responde Alef, ainda um pouco atordoado – é que eu simplesmente me distraí por um instante.-Bom, vá deitar! Deixe que eu limpo tudo isso.

Já passava da meia-noite, mas Alef volta para seu computador para ver se um de seus downloads havia terminado. Abre o programa e vê: “World Comming Down – Completed”. Ele se anima, pois é uma de suas músicas preferidas. Embalado por aquela melodia lenta, arrastada e melancólica, que corresponde a muitos dos seus sentimentos, ele deixa uma lista de musicas para tocar, apaga a luz e se deita, adormecendo à tremeluzente animação do seu mp3-player.

A lista de músicas chega ao fim deixando apenas o zunido da ventoinha, que as essas altas horas da noite se torna intenso como o de um furacão. A mãe de Alef, acostumada a avançar suas leituras noite adentro, se incomoda e vai até lá, ver se seu filho ainda estava acordado. Abre a porta do quarto e fica observando-o dormir num quarto colorido pelas débeis luzes do monitor. Dona Maira já sabia desligar o computador: a ensinaram para emergências, como uma tempestade eminente. Após fazê-lo, cobre seu filho, que resmunga algo e se vira. Ela o beija no rosto e vai para seu quarto dormir também.

Já é quase meio-dia em Bagdá quando os soldados, já exaustos e indignados, revesam a única pá numa escavação que já se estende por horas, abrindo uma vala de cinco metros de

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raio. Estão todos ansiosos para a chegada da outra equipe e isso apenas faz com que sua tarefa pareça mais árdua do que já é. Mesmo assim Sargento Nelson não lhes dá trégua e grita constantemente para que continuem. Um ruído estridente e uma faísca salta da ponta da pá.

-Achei! Achei algo! – diz Jones.

Todos se reúnem em volta do buraco. Ele larga a ferramenta para tirar a areia com as próprias mãos. Sua vontade de tirá-la de cima, nem Jones sabe se é devido à esperança de poder descansar ou à curiosidade de saber o que ela cobre. Ao terminar a descreve o que encontrou para os curiosos colegas que comemoram com gritos de satisfação.

-Bom, é uma escotilha. – grita, agachado – Tem sete travas e no centro há coisas escritas em árabe, sei lá... Em uma língua que não conheço.-Suba Jones – grita o Sargento – Parabéns pelo seu trabalho! Parabéns a todos vocês. Vamos descansar e almoçar.

Eles agradecem e comemoram. Formam seus grupos e se organizam para poder almoçar. Trevis e Jones estão comendo e conversando, até que Jones pára o garfo antes de chegar à boca e fica quieto.

-O que foi Jon? Por que ficou sério?-Eu... Eu de repente pensei algo... Mas deve ser

bobagem.-Diga – fala Trevis com a boca cheia.-O que será que há lá dentro? Há dias estamos procurando e nada havia acontecido. Por que de repente

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as baratas começaram a fugir? Isso... Isso é estranho. O que espantou aquelas baratas?-Ah! – exclama Trevis, engolindo tudo de uma vez - O que é isso Jon? Agora vai tentar descobrir como pensa uma barata?-Bom... É que... Ah! Você está certo... Não deve ser nada demais.

Depois de meia hora, o Sargento finalmente volta com notícias.

-Uma tempestade de areia atrasou a tropa de apoio, porém fui ordenado a escolher uma equipe para entrar e fazer a verificação do abrigo.

Designa uma equipe para entrar: Ronald, Morrison, Trevis e Jones são os soldados escolhidos. Dada a ordem, vestem seus equipamentos, preparam suas armas e vão até a escotilha. Invadir o abrigo reascendia o ânimo do ST, treinados para situações deste tipo. Chegando lá, Morrison pega o maçarico e começa a cortar as travas. É um árduo e demorado trabalho, que só termina após vinte minutos. Morrison agarra o puxador e, com a ajuda de Ronald, usa toda sua força para levantar a pesada escotilha. Em seguida a deixam de lado e se abaixam para olhar. Vêm algumas falhas e rachaduras na borda, por onde provavelmente teriam fugido as baratas. Um odor estranho vem lá de dentro, como cheiro de carniça. Acendem suas lanternas e, em meio à poeira, pouco podem ver a não ser a escada iluminada pelos feixes de luz.

Colocam suas máscaras e se posicionam. O primeiro a descer é Trevis. Ronald, Morrison e Jones vêm em seguida. Descem por cerca de dez metros, movimentam suas lanternas a procura de um interruptor ou algum disjuntor que ligasse a

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energia do local. Seguem com passos tímidos verificando as paredes repletas de tubulações e, como estava muito escuro, só após um tempo Trevis nota que seus amigos haviam ficado para trás e que agora está sozinho. Avança por um corredor cujo chão está molhado e acaba numa sala onde o odor se torna insuportável: sua máscara havia sido danificada com a areia do deserto. Começa a ter enjôos e tira a máscara. Apoia-se em algo, dobra-se e regurgita tudo o que almoçou. Depois que se recompõe, nota que estava encostado num grande tubo do qual ainda vazava um líquido por uma racha. Ergue a lanterna e dentro vê um corpo nu e inerte escorado no vidro. Assutado, se afasta e pisa em algo: outro corpo, semelhante ao primeiro, estirado entre cacos. Trevis se agacha e o ilumina. É um garoto deitado de bruços, com um dos braços estendido. Ele tateia o pulso e a mão do menino o agarra. É tomado pelo desespero e seus amigos podem ouvir seu grito, mas havia sido apenas um reflexo. Trevis tenta se soltar da mão que o prende com firmeza. Começa a forçar os dedos dele insistentemente até que se quebram. Movido por uma curiosidade repentina resolve observar com mais cuidado a mão do cadáver. Nesse momento, Morrison o encontra.

-Trevis, o que aconteceu? – iluminando o local e vendo não apenas os garotos intactos, mas também alguns homens visivelmente putrefatos – Meu Deus, o que é esta sala?-Eu não sei Morris, mas... Espere um pouco. Olhe! Olhe aqui!

Na mão do garoto morto há uma pequena marca. Quando Morrison se vira para ver o garoto, fica animado:

- Veja Trevis... Achei um disjuntor de emergência.15

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Espero que tenha apreciadoesta pequena amostra do

livro, Gêmeos.Virtuais.

Entre em contato com oautor se desejar adiquirir

um exemplar.

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Campinas - SP - 27 de abril de 2012

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