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GEOGRAFIA BÍBLICA

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PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA AAPPOOSSTTIILLAADDOO Escola de Teologia do Espírito Santo

GGGGGGGGeeeeeeeeoooooooog gg g g gg g r rr r r rr r aaaaaaaaf ff f f ff f iiiiiiiiaaaaaaaa BBBBBBBBí íí í í íí í bbbbbbbblllllllliiiiiiiiccccccccaaaaaaaa Estudando a geografia do livro sagrado 

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ESUTES–EscoladeTeologiadoEspíritoSanto 2

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A Escola de Teologia do ES é amparada pelo disposto no parecer241/99 da CES – Câmara de Ensino Superior O ensino à distância é regulamentado pela lei 9.394/96 – Artº 80 e éconsiderado um dos mais avançados sistemas de ensino daatualidade 

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ESCOLA DE TEOLOGIA DO ESRua Cabo Ailson Simões, 560 - Centro – Vila Velha- ESEdifício Antônio Saliba – Salas 802/803CEP 29 100-325Telefax (27) 3219-5440www.esutes.com.br

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Todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Versão Almeida

Corrigida e Fiel(ACF)©2008, publicada pela Sociedade Bíblica Trinitariana,e da Bíblia King James (Tradução em português do NovoTestamento)©2008, publicada pela Sociedade Ibero-americana daBíblia, salvo indicação em contrário

O presente material é baseado nos principais tópicos e pontos salientes da matéria em questão.A abordagem aqui contida trata-se da “espinha dorsal” da matéria. Anexo, no final da

apostila, segue a indicação de sites sérios e bem fundamentados sobre a matéria que o móduloaborda, bem como bibliografia para maior aprofundamento dos assuntos e temas estudados.

TEOLOGIA DO ES, Escola de - Título original: Geografia bíblica , Estudando a geografia do

livro sagrado – Espírito Santo: ESUTES, 2004. 

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 _______  _______  _______  _______ SSSSSSSSUUUUUUUUMMMMMMMMÁÁÁÁÁÁÁÁRRRRRRRRIIIIIIIIOOOOOOOO

_______ _______ _______ _______

UUUUUUUUN

NNNNNNNI

IIIIIIIDDDDDDDDA

AAAAAAAD

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OOOOOOOOMMMMMMMMUUUUUUUUNNNNNNNNDDDDDDDDOOOOOOOODDDDDDDDOOOOOOOOAAAAAAAANNNNNNNNTTTTTTTTIIIIIIIIGGGGGGGGOOOOOOOOTTTTTTTTEEEEEEEESSSSSSSSTTTTTTTTAAAAAAAAMMMMMMMMEEEEEEEENNNNNNNNTTTTTTTTOOOOOOOOAntigüidadeOriental......................................................................................................................................4AspectosEconômicosdasCivilizações........................................................................................................5AspectoscomunsdasReligiõesPagãs.......................................................................................................8UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEEIIIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAATTTTTTTTEEEEEEEERRRRRRRRRRRRRRRRAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEECCCCCCCCAAAAAAAANNNNNNNNAAAAAAAAÃÃÃÃÃÃÃÃ--------GGGGGGGGEEEEEEEEOOOOOOOOGGGGGGGGRRRRRRRRAAAAAAAAFFFFFFFFIIIIIIIIAAAAAAAANNNNNNNNAAAAAAAATTTTTTTTUUUUUUUURRRRRRRRAAAAAAAALLLLLLLLDDDDDDDDEEEEEEEEIIIIIIIISSSSSSSSRRRRRRRRAAAAAAAAEEEEEEEELLLLLLLLAhistóriadeIsraelcomeçanocrescentefértil............................................................................................11Localização..................................................................................................................................................13Hidrografia...................................................................................................................................................15Jerusalém...................................................................................................................................................18AscidadeseestradasdaPalestina............................................................................................................20UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAGGGGGGGGEEEEEEEEOOOOOOOOGGGGGGGGRRRRRRRRAAAAAAAAFFFFFFFFIIIIIIIIAAAAAAAAHHHHHHHHUUUUUUUUMMMMMMMMAAAAAAAANNNNNNNNAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEEIIIIIIIISSSSSSSSRRRRRRRRAAAAAAAAEEEEEEEELLLLLLLLAFamíliahebraicaeseusCostumes.........................................................................................................24AvidasocialHebraica................................................................................................................................25Dinheiro,pesosemedidas..........................................................................................................................28CalendárioefestasdeIsrael......................................................................................................................30UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEEIIIIIIIIVVVVVVVVAAAAAAAAGGGGGGGGEEEEEEEEOOOOOOOOGGGGGGGGRRRRRRRRAAAAAAAAFFFFFFFFIIIIIIIIAAAAAAAAPPPPPPPPOOOOOOOOLLLLLLLLÍÍÍÍÍÍÍÍTTTTTTTTIIIIIIIICCCCCCCCAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEEIIIIIIIISSSSSSSSRRRRRRRRAAAAAAAAEEEEEEEELLLLLLLLEEEEEEEEOOOOOOOOSSSSSSSSDDDDDDDDIIIIIIIIAAAAAAAASSSSSSSSAAAAAAAATTTTTTTTUUUUUUUUAAAAAAAAIIIIIIIISSSSSSSSIntrodução...................................................................................................................................................33OcismaIsraelita........................................................................................................................................36AAAAAAAAPPPPPPPPEEEEEEEENNNNNNNNDDDDDDDDIIIIIIIICCCCCCCCEEEEEEEEIIIIIIII–OsimpériosquedominaramomundoBíblico.....................................................................41BBBBBBBBIIIIIIIIBBBBBBBBLLLLLLLLIIIIIIIIOOOOOOOOGGGGGGGGRRRRRRRRAAAAAAAAFFFFFFFFIIIIIIIIAAAAAAAA............................................................................................................................................56 

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UUNNIIDDAADDEE II OO MMUUNNDDOO DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO 

...............................................................

“OestudodaGeografiaBíblicanospossibilitaoentendimentodediversaspassagensbíblicasquecertamentesemela,seriaimprovável”.

..............................................................

AANNTTIIGGÜÜIIDDAADDEE OORRIIEENNTTAALL 

As mais antigas civilizações da história surgiram na Antigüidade Oriental entre os anos 4.000a.C. e 2.000 a.C. Foram as chamadas civilizações hidráulicas. Isso porque todas elas procuraram seinstalar onde houvesse abundância de água., com a intenção de uma sobrevivência mais próspera. As Principais civilizações da Antigüidade Oriental foram: Egípcios (Vale do Nilo); Mesopotâmicos(Vale do Tigre e Eufrates); Hebreus (Vale do Jordão) fenícios (Líbano atual); Persas (Planalto doIrã); Hindus (Planície Indo-gangética); Chineses (Vales do Tang-tse e Huang Ho). Estas civilizaçõesapresentaram características comuns como a escrita, a arquitetura monumental, a agriculturaextensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão dasociedade em classes e a religião organizada (estruturada com sacerdotes, lugares para reverenciaros deuses e assim por diante). A invenção da escrita permitiu ao homem registrar e difundir idéias,descobertas e acontecimentos que ocorriam ao seu redor. Esse avanço é responsável por grandesprogressos científicos e tecnológicos que possibilitaram o surgimento de civilizações maiscomplexas. Exemplos de tipo de escrita: Suméria - cuneiforme (gravação de figuras com estiletesobre tábua de argila); Egito - hieroglífica (com ideogramas);Fenícia (atual Líbano) Fonético -(alfabeto).

Crescente Fértil – Assim chamado, por causa de sua abrangência territorial em forma de luacrescente.Apesar da fixação dos diversos grupos humanos em áreas próximas aos rios

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(abastecimento de água e comunicação) ter ocorrido em regiões distintas, a maioria dascivilizações da Antigüidade se desenvolveu no Crescente Fértil. Esta área possui a forma de arcoe estende-se do Vale do Jordão à Mesopotâmia, além de abrigar os rios Tigres e Eufrates. Arevolução agrícola e a fixação de grupos humanos em locais determinados ocorreram

simultaneamente no Crescente Fértil. Neste mesmo período outras civilizações se desenvolveramàs margens dos rios Nilo (egípcia), Amarelo (chinesa), Indo e Gânges (paquistanesa e indiana).

AASSPPEECCTTOOSS EECCOONNÔÔMMIICCOOSS DDAASS CCIIVVIILLIIZZAAÇÇÕÕEESS Predomínio da agricultura de subsistência e de regadio, devido ao aumento das comunidadesribeirinhas que tornaram-se conhecidas como civilizações hidráulicas. Neste período, aconstrução de canais de irrigação que permitiam levar a água onde fosse necessária era de grandeimportância.

Principal AtividadeCultivo de cereais. Comércio e artesanato eram atividades secundárias.Com exceção dos fenícios,

dedicados predominantemente ao comércio marítimo (talassocracia no Mediterrâneo). 

Aspectos SociaisPredomínio da sociedade estamental; nessa, cada grupo social tem uma posição e uma funçãodefinida. A posição social é determinada pela hereditariedade. A estrutura é estática (não hámobilidade social) e hierárquica, sendo vinculada às atividades econômicas.

Regime de TrabalhoA maior parcela da comunidade trabalhava sob um regime de servidão coletiva . AsComunidades camponesas produziam excedentes agrícolas entregues ao Estado sob a forma deimpostos (os camponeses não eram escravos já que viviam em comunidades, produziam seus

próprios alimentos e construíam suas moradias).

Divisão da SociedadeSoberano e aristocracia (nobres e sacerdotes); Grupos intermediários (burocratas, militares,mercadores e artesãos);Camponeses; Escravos utilizados na construção de obras públicas (obrasde irrigação, templos, palácios e outros).

ExceçõesFenícios, sociedade de classes (hierarquia baseada na riqueza móvel); Hindus, sociedade de castas(de origem religiosa e absolutamente impermeável). O núcleo básico da sociedade oriental era aFamília Patriarcal. O Patriarca (homem mais velho) era respeitado e obedecido por todos. Como

líder do clã familiar exercia as funções de chefe, de juiz e de sacerdote, mantendo todos sob seuabsoluto domínio. A mulher era geralmente considerada como propriedade do marido e a estedeveria obedecer e chamar de ‘meu senhor. Sua função, como mulher, resumia-se a procriação e acuidar da casa e dos filhos. A população escrava sempre foi muito numerosa entre as sociedadesorientais e constituía a base de todo meio de produção, ou seja, a mão-de-obra escrava sustentavao poder econômico e político dos Estados organizados e o prestígio das classes dominantes:nobres membros das famílias reais, sacerdotes, escribas e demais funcionários civis e militares. 

PPaarrttiiccuullaarriiddaaddeess ee ddiiffeerreennççaass ddooss mmooddeellooss eeccoonnôômmiiccooss ee ssoocciiaaiiss 

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Egito Vale do Nilo  MesopotâmiaTigre e Eufrates 

Sul da Ásia,Planície Indo-

gangética 

Norte da China,o Hwang Ho 

Soberano earistocracia

Faraó e os sacerdotes da

família real, oficiais dopalácio

Nobreza =

família real, altossacerdotes,oficiais reais

Falta deevidências

O rei, a classe aristocrática

e a burocracia estatalfaziam parte da nobrezaguerreira

Gruposintermediá-rios

Sociedade relativamenteaberta; habilidade +ambição = mobilidadesocial

Clientes =cidadãos livrestrabalhando paraa nobreza

Comércio com aMesopotâmia, Sulda Índia eAfeganistão

Artesãos/escultorescomerciantes

CamponesesCamponeses = servos,pequenas propriedades deterras

Plebe = cidadãoslivresproprietários deterras

Fazendeiros plebeus(servos)

Escravos

Escravos eram prisioneirosde guerra; camponeseseram submetidos arecrutamento forçado tantopara serviços militarescomo para grupos detrabalhos

escravos escravos

Aspectos políticosEstado fortemente centralizado que possuía as terras e controlava a mão-de-obra. A religião

  justificava o poder absoluto do governante, por isto, neste período, havia predomínio dasmonarquias despóticas (absolutas) de caráter teocrático.  Teocracia é uma forma de governo na

qual a autoridade, proveniente de um Deus, é exercida por seus representantes na terra. O EgitoAntigo foi um dos exemplos mais extremados de teocracia.

ExceçãoFenícios, organizados em cidades-estados monárquicas ou republicanas, controladas poroligarquias mercantis.

AAssppeeccttooss PPoollííttiiccooss Egito

Vale do Nilo Mesopotâmia

Tigre e Eufrates Sul da Ásia,

Planície Indo-gangética Norte da China,

o Hwang Ho 

O Faraó; rei-deuscomo ditadorabsoluto: Teocracia

Cidades-estado chefiadas porguerreiros que se tornaramreis

Governo centralizado,cidades planejadas, comprédios e serviços públicos

Pequenos reinos feudaisposteriormente unidos peladinastia de Zhou

Monarquiacentralizada ehereditária

Seqüência de impérios,alguns formados por gruposlocais e outros por invasores

Autocracia altamentecentralizada e unificaçãopor Ch’in

Longa série dedinastias familiares

Número cada vez maior decódigos legais

Período Dinástico, idéia dapermissão dos deuses paragovernar

Contribuições e realizações das civilizações da Antigüidade orientalSociedade  Região / Período  Contribuições / Realizações 

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Sumérios Mesopotâmiameridional (3500-2300a.C.).

Cidades-estado, matemática (base 60 e sistemas de latitude),veículos com rodas, zigurates (templos), escrita cuneiforme,escolas.

Egípcios  Vale do Nilo (Egito)(3100-1200 a.C.)

Irrigação para controlar o rio, expansão de terras cultiváveis,

calendário, medicina, monarquia hereditária e centralizada,escrita pictográfica (hieróglifos), tumbas nas pirâmides,mumificação.

Babilônicos Mesopotâmia(1900-1600 a.C.)

Código de leis de Hamurábi, unificação de toda regiãomesopotâmica.

Hititas Turquia e Síria(1800-1200 a.C.)

Metalurgia (ferro)

Fenícios Líbano atual (1400-800a.C.)

Navegação marítima, alfabeto fonético, comércio além-mar.

Assírios Norte da Mesopotâmia(900-612 a.C.)

Sociedade militarista, engenheiros militares, império armado daMesopotâmia ao Egito.

Lídios Turquia (700-550 a.C.) Cunhagem de moedas, sistema monetário.

Hebreus/Judeus/ Israelitas 

Terra de Canaã / atualIsrael (2.000 a.C.-79d.C.)

Monoteísmo - conceito de um Deus único, os 10 Mandamentos, acriação de um código de valores éticos e morais; O VelhoTestamento.

Caldeus Mesopotâmia (612-539d.C.)

Astronomia, fases lunares = 4 semanas por mês, ano solarpreciso, astrologia: Zodíaco.

Persas Irã atual (1200-330d.C.)

Amplo sistema de estradas, unificação de um povo vasto em umúnico império, período de paz e de tolerância, regras claras.

Aspectos religiososPredomínio do politeísmo (acreditavam na existência de inúmeros deuses). Os deuses tinhamestreitos vínculos com as atividades e as forças da Natureza.

ExceçõesMonoteísmo: hebreus e egípcios durante o reinado do Faraó Amenófis IVDualismo: persas (zoroastrismo).

Aspectos Religiosos

EgitoVale do Nilo 

MesopotâmiaTigre e Eufrates 

Sul da Ásia,Planície Indo-

gangética 

Norte da China,o Hwang Ho 

Faraó - considerado umadivindade em formahumana, provando que osdeuses se importavam com apopulação

Hierarquia de divindades(maiores e menores) deacordo com suas funções

Importância dafertilidade = culto àdeusa mãe

Rei adorado como umintermediário entre osdeuses e os homens

Crença em vida após a morte,reflexo da natureza cíclicadas estações e enchentes

Divindades imortais epoderosas, mas comcaracterísticas humanas(hábitos e emoções)

Imagens de deusesem quadros de argila,figuras de animais emargila

Culto às figuras reaisfalecidas, base do cultoaos ancestrais

Pirâmides são símbolos da

eternidade da vida após amorte e do poder espiritual etemporal do Faraó

Lendas e crenças populares– história da criação,

humanos comcaracterísticas divinas,enchentes

Confucionismo = crença

secular na conduta éticae na harmonia social

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Curto período demonoteísmo = culto ao deusSol (Amon-Ra)

Sacerdócio influente

Taoísmo = filosofia quepreza o viver emharmonia com as leis danatureza

A vida religiosa dos povos orientaisA religião foi o traço mais marcante na vida dos povos orientais. Ela influenciava tudo: economia,sociedade, política, cultura, artes, tudo. Praticamente, todos os povos orientais eram politeístas,isto é, adoravam a vários deuses. Só o Egito, por exemplo, possuía mais de dois mil deuses, unsem forma humana, outros de animais, de formas mistas, ou ainda deuses representantes de forçasda natureza. Pode-se afirmar que a única exceção dessa tendência politeísta esteve representadano monoteísmo dos hebreus. Egito, Babilônia, Assíria, Fenícia e outros povos formavam umextenso rol de nações pagãs e idólatras, onde práticas politeístas e antropomórficascaracterizavam seus cultos. Cada cidade, nesses países, possuía os seus próprios deuses e muitasdas cerimônias religiosas se transformaram em terríveis carnificinas, com sangrentos sacrifícios

humanos. Só Israel testificou de um único Deus, justo e verdadeiro em meio ao enraizado ediabólico paganismo oriental.Os israelitas dos tempos do Antigo Testamento entraram emcontato com cananeus, egípcios, babilônios e outros povos que adoravam deuses falsos. Deusadvertiu o seu povo a que não imitasse seus vizinhos pagãos, mas os israelitas lhedesobedeceram. Repetidas vezes descambaram para o paganismo. Que é que essas nações pagãsadoravam? E como foi que isso desviou os israelitas do verdadeiro Deus? Ao estudarmos essasculturas pagãs, aprendemos como o homem tentou responder às perguntas supremas da vidaantes de encontrar a luz da verdade divina. Também, chegamos a entender o mundo em queIsrael vivia — um mundo do qual a nação foi chamada para ser radicalmente diferente, tanto noterreno étnico como no ideológico. Hoje, vivemos numa sociedade pluralista na qual cada pessoaé livre para crer ou descrer, conforme preferir. Os povos antigos, porém, achavam necessário ter

algum tipo de religião. Um agnóstico ou "livre-pensador" teria passado por maus momentos entreos egípcios, os heteus, ou até entre os gregos e os romanos. A religião estava por toda a parte. Erao âmago da sociedade antiga. O indivíduo adorava as divindades de seu vilarejo, cidade oucivilização. Se ele se mudava para uma nova casa ou viajava por um país estrangeiro, o deverobrigava-o a mostrar respeito pelas divindades do lugar.

AASSPPEECCTTOOSS CCOOMMUUNNSS DDAASS RREELLIIGGIIÕÕEESS PPAAGGÃÃSS Certos aspectos eram comuns à maioria dessas religiões pagãs. Todas elas participavam da

mesma visão do mundo, que se centrava na localidade e seu prestígio. As diferenças entre asreligiões dos sumários e dos assírio-babilônios ou entre as religiões dos gregos e dos romanoseram muito pequenas.

Muitos Deuses - Em sua maioria, essas religiões eram politeístas, o que significa que reconheciammuitos deuses e demônios. Uma vez admitido ao panteão (coleção de divindades de uma cultura),o deus não poderia ser dele eliminado. Ele havia ganho "estatura divina". Cada cultura herdavaidéias religiosas de seus predecessores ou as adquiria na guerra. Por exemplo, o que Nanna (deusda Lua) era para os sumérios, Sin era para os babilônios. O que Inanna (deusa da fertilidade erainha do céu) era para os sumérios, Ishtar era para os babilônios. Os romanos simplesmenteassumiram os deuses gregos e lhes deram nomes romanos. Assim, para os romanos Júpiter eraigual a Zeus, deus do firmamento; Minerva eqüivalia a Atena como deusa da sabedoria; Netunocorrespondia a Posêidon como deus do mar; e assim por diante. Em outras palavras, a idéia quese tinha do deus era a mesma; apenas o invólucro cultural era diferente. Assim, uma cultura

antiga podia absorver a religião de outra sem mudar a marcha nem interromper o passo. Cadacultura não só reivindicava os deuses de uma civilização anterior, reclamava como seus os mitosda outra, introduzindo apenas mudanças insignificantes. Os principais deuses muitas vezes

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estavam associados a algum fenômeno natural. As culturas pagãs não faziam distinção algumaentre um elemento da natureza e a força por trás desse elemento. O homem antigo lutava contraas forças naturais que ele não Podia controlar, forças que poderiam ser ou benéficas ou malévolas.Chuva em quantidade suficiente garantia uma safra abundante, mas chuva em demasia destruiria

essa colheita. A vida era de todo imprevisível, especialmente levando-se em conta que os deuseseram considerados como caprichosos e excêntricos, capazes de fazer o bem ou o mal. Os sereshumanos e os deuses participavam do mesmo tipo de vida; os deuses tinham a mesma sorte deproblemas e frustrações que os seres humanos. Este conceito chama-se monismo. 

..................................................

“Ossereshumanoseosdeusesparticipavamdomesmotipodevida;osdeusestinhamamesmasortedeproblemasefrustraçõesqueossereshumanos”.

..................................................... 

Desse modo, quando o Salmo 19.1 diz: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firrmamento

anuncia as obras das suas mãos", ele zomba das crenças dos egípcios e dos babilônios. Essespovos pagãos não podiam imaginar que o Universo cumprisse um plano divino total. Os egípciostambém associavam seus deuses a fenômenos da natureza: Shu (ar), Rê/Hórus (Sol), Khonsu(Lua), Nut (firmamento), e assim por diante. A mesma tendência aparece na adoração hitita deWurusemu (deusa do Sol), Taru (tempestade), Telipinu (vegetação), e diversos deuses demontanha. Entre os cananeus, El era o sumo deus do céu, Baal era o deus da tempestade, Yam erao deus do mar, e Shemesh e Yareah eram os deuses do Sol e da Lua respectivamente. Por causadesta desnorteante linha de divindades da natureza, o pagão jamais poderia falar de um"universo". Ele não fazia idéia de uma força central que a tudo une, e pela qual todas as coisasexistem. O pagão acreditava viver num "multiverso".

Adoração de Imagens - Outro traço comum da religião pagã era a iconografia religiosa (fabricaçãode imagens ou totens para adoração). Todas essas religiões adoravam ídolos; só Israel eraoficialmente anicônica (isto é, não tinha imagens, não tinha nenhuma representação pictórica deDeus). O segundo mandamento proibia imagens de Jeová, como os bezerros de Arão e de

  Jeroboão (Êxodo 32; 1 Reis 12.26). Mas religião anicônica nem sempre era a história toda. Osisraelitas adoraram ídolos pagãos enquanto na escravidão do Egito (Josué 24.14), e muito emboraDeus banisse seus ídolos (Êxodo 20.1-5), os moabitas induziram-nos de novo à idolatria(Números 25.1-2). Idolatria foi a ruína dos dirigentes de Israel em diferentes períodos de suahistória, e Deus finalmente permitiu que a nação fosse derrotada "por causa dos seus sacrifícios" aídolos pagãos (Oséias 4.19). A maioria das religiões pagãs retratava seus deuses de maneiraantropomórfica (isto é, como seres humanos).

........................................................

“Amaioriadasreligiõespagãsretratavaseusdeusesdemaneiraantropomórfica,istoé,comosereshumanos.”

  ........................................................ 

Na verdade, só um perito pode olhar para um retrato de deuses e de mortais babilônios e dizerquem é quem. Os artistas egípcios comumente representavam seus deuses como homens oumulheres com cabeças de animais. Hórus era um homem com cabeça de falcão; Sekhmet era umamulher com cabeça de leoa; Anúbis era um chacal, Hator uma vaca, e assim por diante. Os deuseshititãs podem ser reconhecidos por algum outro objeto distintivo, como um capacete com um par

de chifres. Os deuses gregos também eram retratados como humanos, mas sem as berrantescaracterísticas das divindades semíticas. Auto-Salvação. Qual a importância da representação dosdeuses como seres humanos? Os capítulos iniciais do Gênesis dizem que Deus criou o homem à

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sua imagem (Gênesis 1.27), mas os pagãos tentaram fazer deuses à sua própria imagem. Querdizer, os deuses pagãos eram meramente seres humanos ampliados. Os mitos do mundo antigodiziam que os deuses tinham as mesmas necessidades que os seres humanos, as mesmasfraquezas e as mesmas imperfeições. Se houvesse diferença entre os deuses pagãos e os homens,

era só de grau. Os deuses eram seres humanos feitos "maiores do que a vida". Com freqüênciaeram projeções da cidade ou da comuna.

Sacrifício - A maioria das religiões pagãs sacrificava animais para acalmar seus deuses, ealgumas até sacrificavam seres humanos. Visto como os adoradores pagãos criam que seusdeuses possuíam desejos humanos, eles também ofereciam aos deuses ofertas de alimento e debebida (Isaías 57.5-6; Jeremias 7.18). Os cananeus criam que os sacrifícios possuíam poderesmágicos que levavam o adorador a cair nas graças e no ritmo do mundo físico. Contudo, osdeuses eram caprichosos, e por isso os adoradores às vezes ofereciam sacrifícios para garantirvitória sobre os inimigos (II Reis 3.26-27). Talvez seja por isso que os reis decadentes de Israel e de

  Judá consentiam nos sacrifícios pagãos (I Reis 21.25-26; II Reis 16.13). Desejavam obter ajuda

mágica no combate aos babilônios e aos assírios — de preferência a ajuda dos mesmos deuses quehaviam dado vitória aos seus inimigos.

Amom-rá. O deus do Sol do Egito, Amom-rá era considerado o rei dos deuses. Os egípciosacreditavam que ele viajava através do céu em seu barco durante o dia, depois continuava aviagem à noite no mundo terrestre, usando um segundo barco. A mitologia egípcia também o

retratava como um falcão.Na mão direita, Amen-Rê carrega um ankh (uma cruz encimada poruma argola), símbolo religioso da vida.

UUNNIIDDAADDEE IIII AA TTEERRRRAA DDEE CCAANNAAÃÃ -- GGEEOOGGRRAAFFIIAA NNAATTUURRAALL DDEE IISSRRAAEELL 

...............................................................

“OestudodaGeografiaBíblicanospossibilitaoentendimentodediversaspassagensbíblicasque

certamentesemela,seriaimprovável”...............................................................

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AA HHIISSTTÓÓRRIIAA DDEE IISSRRAAEELL CCOOMMEEÇÇAA NNOO CCRREESSCCEENNTTEE FFÉÉRRTTIILL 

 

O Crescente Fértil, não obstante sua vital importância à História da Salvação, é um

insignificante retângulo localizado na Ásia Ocidental. Encerrando uma área de 2.184.000 km ,representa apenas a 234ª parte da superfície da Terra. Essa região estende-se em formasemicircular entre o Golfo Pérsico e o Sul da Palestina. A história dessa região pode ser resumidaem uma série de lutas entre os habitantes das serranias e as tribos nômades do deserto. Todosqueriam apossar-se dessas fertilíssimas terras. O lado oriental dessas místicas paragens serviu deberço à humanidade e de cenário à primeira civilização. Em suas grandes depressões, ascenderame caíram os impérios dos amorreus, assírios, caldeus e persas. No Crescente Fértil, conhecido,

também, como Mesopotâmia (literalmente "entre rios"), floresceram duas grandes civilizações: aonorte, a Assíria; ao Sul, a Babilônia ou ('aldeia. Os rios Tigre e Eufrates cercam esse misteriosoterritório, ocupado, atualmente, pelo Iraque. O Jardim do Éden, segundo a narrativa bíblica,localizava-se nas nascentes de ambos os rios. Foi em Ur dos Caldeus, uma das mais progressistase desenvolvidas cidades do Crescente Fértil, que teve início a história de Israel. Tudo começoucom a chamada de Abraão, o pai do povo escolhido.

Compreendendo a Geografia de IsraelUma nação paupérrima territorialmente, assim é Israel, um dos menores países do mundo. Emseu exíguo solo, entretanto, desenrolou-se todo o nosso drama espiritual. Terra mística eabençoada, serviu de berço a patriarcas, profetas, juizes, reis, sábios e justos. Guardada peloTodo-poderoso, acolheu em seus áridos regaços o Salvador da humanidade. Não obstante suasacanhadas possessões geográficas, a Terra Santa sempre foi um pomo de discórdia entre oshomens. Localizada no centro do globo, torna-se, a cada dia , mais polêmica. Todos preocupamo-nos com o seu futuro. Em seu amanhã, está o nosso porvir! Com a criação do Estado de Israel, em1948, a herança abraâmica centrou-se, mais visivelmente, em nossos estudos escatológicos.Divisamos, no renascimento do minúsculo país semita, a aproximação da volta de Cristo. Vale apena, portanto, conhecer a geografia das terras pisadas pelo meigo Jesus. Israel é o solo sagradopor excelência.

NNoommeess ddee IIssrraaeell Tanto na história sagrada, como na secular, a Terra de Israel recebeu várias designações. Cadanome por ela recebido encerra um drama vivido pelo povo de Deus. Desde a Era Patriarcal até osnossos dias, as mais variadas nomenclaturas têm sido dadas ao território israelita. Para oshebreus, entretanto, o seu sagrado solo nunca deixará de receber esse carinhoso tratamento: TerraPrometida.

CanaãApós a dispersão da humanidade, ocorrida quando da construção da Torre de Babel, osdescendentes de Canaã filho de Cara e neto de Noé, fixaram-se nas terras que seriam entregues aAbraão. Isso ocorreu há mais de dois mil anos antes de Cristo. Nessas paragens, conhecidas por

sua fertilidade e riquezas naturais, os cananeus multiplicaram-se sobremaneira. Esse país, a partirde então, passou a ser conhecido como Canaã, o mais antigo nome do território israelita. Eis osignificado literal desse nome: "habitantes de terras baixas". Tendo em vista essa etimologia,

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concluímos: os cananeus adoravam as planícies! Os descendentes de Canaã, dominavam doMediterrâneo ao rio Jordão. Com o passar dos séculos, Canaã passou a ter uma conotação poética.Lembra esse nome aos judeus, "...uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel" (Ex 3.8).

Terra dos AmorreusO território que Deus entregou aos judeus era conhecido na antigüidade, também como Terra dosAmorreus. Essa designação é encontrada tanto no Antigo Testamento, como nos escritosprofanos. É um dos mais antigos nomes da Terra Santa.

Terra dos HebreusDe conformidade com a árvore genealógica de Sem, os israelitas são descendentes de Héber. Oterritório judaico, por esse motivo, era conhecido, ainda como Terra dos Hebreus. Nesses rincões,os santos patriarcas forjaram a nacionalidade hebraica e deram corpo e colorido ao seu idioma.A palavra hebreu, entretanto, segundo alguns exegetas, pode significar, de igual modo, "o quevem do outro lado, ou do além". Trata-se de uma referência à peregrinação abraâmica, de Ur a

Canaã. Todavia, preferimos a primeira explicação, por estar mais de acordo com os reclamos dalíngua hebraica.

Terra de IsraelSob o comando de Josué, os israelitas tomaram Canaã, no Século XV a.C. A partir de então,passaram as possessões cananéias a ser designadas desta forma: Terra de Israel. Não hánomenclatura tão apropriada como essa! Ela encerra a maioria das promessas divinas a Abraão ecompreende a essência das realizações terrestres do Milênio. Esse é o nome mais comum da TerraSanta. Encontramo-lo, com freqüência, no Antigo Testamento. Constitui-se, ainda, em umperpétuo memorial: Esse território é de propriedade permanente do povo de Israel! Quer osgentios admitam ou não, a terra que mana leite e mel pertence à progênie abraâmica. Após o

cisma do reino salomônico, essa nomenclatura passou a designar, apenas, as terras ocupadaspelas 10 tribos do Norte, comandadas pelo idolatra e profano Jeroboão. Com os exílios, a Terra deIsrael torna-se um nome esquecido. Durante mais de dois mil anos, o território israelita recebeuas mais vexatórias alcunhas. No entanto, com a criação do moderno Estado de Israel, todo oescárnio que pesava sobre os descendentes de Jacó foi tirado. Hoje, quando viajamos àquelassagradas paragens, dizemos embevecidos: "Vou à 'Ferra de Israel."

Terra de JudáDepois de vencer os cananeus, Josué passou a dividir a Terra da Promessa. Coube à tribo de Judá.uma herança localizada no Sul dessas inebriantes possessões. O território herdado pelo maisintrépido e bravo filho de Israel ficou conhecido como Terra de Judá. Contudo, após o cisma do

reino davídico, ocorrido no ano 931 a.C, essa designação passou a incluir, também, as terrasocupadas pela tribo de Benjamim. Terminado o cativeiro babilônico, em 538 a.C. o povo de Judáretorna à sua herança, sob o comando de Zorobabel. Inspirados pela liderança eficaz de Neemias,pela erudição de Esdras, pelo zelo sacerdotal de Josué e pelo fervor profético de Ageu e Zacarias,os judeus reorganizam-se nacionalmente.A partir desse renascimento parcial da soberania hebraica, as possessões abraâmicas passaram aser designadas como Terra de Judá. E, seus habitantes, conseqüentemente, começaram a serchamados de judeus.

Terra PrometidaNo Século XX a.C, Deus fez a seguinte promessa a Abraão: "Sai-te da tua terra, e da tua parentelae da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem eamaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim

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partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta ecinco anos, quando saiu de Harã" (Gn 12.1-4). Com essa sublime promessa de Deus a Abraão, oterritório israelita passou a ser conhecido como Terra Prometida. Esse nome, poético e trágico,evoca as mais elevadas recordações na peregrina alma do povo escolhido. Por causa desse chão

de promessas, os israelitas, há mais de dois mil anos longe de seu lar, instalam-se em sua terra eprovam estar a bênção abraâmica mais atual do que nunca.

Terra SantaZacarias, um dos mais escatológicos profetas do Antigo Testamento, vaticinou: "Exulta, e alegra-te. ó filha de Sião porque eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o Senhor. E naquele dia,muitas nações se ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo: e habitarei no meio de ti, e saberás queo Senhor dos Exércitos me enviou a ti. Então o Senhor possuirá a Judá como sua porção na terrasanta, e ainda escolherá Jerusalém" (Zc 2.10-12). Não obstante as guerras, os embates políticos e osconflitos sociais, Israel é conhecido como a Terra Santa. Os judeus veneram-na como o solo deseus antepassados e o terreno de sua milenar esperança. Têm-se os cristãos como o berço do

Salvador e o regaço da regeneração da raça humana. Para os árabes, trata-se de um campo etéreoe permeado de mistérios celestiais. Em pleno alvorecer do Terceiro Milênio, milhares decaravanas judaicas, cristãs e árabes rumam à Terra Santa. Nenhum outro país é tão místicoquanto Israel! Visitá-lo constitui-se no sonho de milhões de seres humanos.

PalestinaIsrael é conhecido, também, como Palestina. Esse nome é oriundo da palavra Filistia, quedesignava a faixa de terra habitada pelos antigos filisteus, localizada no Sudeste de Canaã, aolargo do mar Mediterrâneo. Esse povo era ferrenho inimigo dos hebreus e causou muitas dificul-dades aos primeiros monarcas israelitas. No período neo-testamentário, o historiador Flávio

  Josefo cognominou todo o território israelita de Palestina. Desde o domínio romano até a

fundação do Estado de Israel, em 12 de maio de 1948, a terra dos judeus era conhecida em todo omundo como Palestina. Atualmente, contudo, o nome de Israel tornou-se novamente,predominante.

LLOOCCAALLIIZZAAÇÇÃÃOO 

 

A Terra de Israel está localizada no continente asiático, a 30º de latitude Norte. Em toda a suaextensão ocidental, é banhada pelo mar Ocidental. Tendo em vista o seu posicionamentoestratégico, constituiu-se, segundo Oswaldo Ronis, "num centro de gravidade para o mundo e ascivilizações da antigüidade." Acrescenta Ronis: "Do ponto de vista comercial, ficava na rotaobrigatória do tráfego entre o Oriente e o Ocidente, bem como entre o Norte e o Sul; e, do pontode vista político, igualmente passagem inevitável dos exércitos conquistadores das grandes

potências ao seu redor, razão pela qual estas se interessavam por sua conquista e fortificação. Daías devastações sofridas pela Palestina em repetidas ocasiões da sua história."

Limites Bíblicos Ao norte, limita-se a Terra de Israel com a Síria e a Fenícia. Ao leste, com partes da Síria e odeserto arábico. Ao sul, com a Arábia. A oeste, com o mar Mediterrâneo. Esses limites, entretanto,variavam de acordo com as tendências políticas e os movimentos militares de cada época.Constantemente, os israelitas tinham o seu território alargado ou diminuído. No tempo deSalomão, por exemplo, as fronteiras de Israel dilataram-se consideravelmente. Depois de sua

morte, contudo, as possessões hebraicas foram diminuindo, até serem absorvidas pelos grandesimpérios.

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Limites Atuais O moderno Estado de Israel limita-se ao norte, com o Líbano; a leste, com a Síria e a Jordânia; aosul, com o Egito; e, a oeste, com o mar Mediterrâneo. De exíguas dimensões, sua área não chega a22.000 km. Como já dissemos, é um dos menores países do mundo. No entanto, as fronteiras do

território hebraico foram sobremodo alargadas durante a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em junhode 1967. Depois desse conflito, os limites israelenses foram dilatados em aproximadamente 400por cento.

MMoonntteess TTrraannssjjoorrddâânniiccooss Estes também chamados Montes do Planalto Oriental (ou Montes de Galaada ou Gileade),igualmente podem ser agrupados nas três regiões distintas em que se dividem as terras para ooriente do Jordão.

Monte de BasãNão se trata de uma certa elevação e sim de um largo e fértil conjunto montanhoso na parte norte

do Planalto Oriental, limitado ao norte pelo Hermom, a leste pelo deserto da Síria e parte dodeserto da Arábia, ao sul pelo Vale de Yarmuque e a oeste pelo Jordão e Mar da Galiléia. E omonte a que se refere o Salmo 68.15. Nos dias de Abraão esta parte da Transjordânia era habitadapelo povo de gigantes chamado refains, cujo último rei foi Ogue - morto pelos israelitas ainda sobo comando de Moisés - e cuja cama de ferro media cerca de 4m de comprimento por 1 ,80m delargura (Dt 3.11). Na conquista, esta região coube a meia tribo de Manassés.

Monte GileadeOutro conjunto montanhoso, ao sul de Yarmuque, indo até a parte norte do Mar Morto, divididoao meio pelo ribeiro de Jaboque. Na parte sul há uma montanha mais elevada, a qual os Árabeschamam de Jeber Jilade. Talvez este fosse o monte que deu nome a região toda; entretanto não há

certeza disto. A linguagem bíblica parece que usa a designação Monte de Gileade com referênciaà região toda, que é um conjunto de elevações da parte central do Planalto Oriental. Àesta região coube à tribo de Gade por ocasião da conquista e foi o primeiro território conquistadopelos Israelitas (Nm 21.24; Dt 2.3 6), até então dominado pelos amorreus, cujo rei era Seom. Estafoi a terra de Elias, o grande profeta de Israel (IRs 17.1). No tempo do Novo Testamento, estaparte da Transjordânia era conhecida como Peréia.

Montes de MoabeAinda que não se encontre na Bíblia uma expressão precisamente Montes de Moabe e sim“campo de Moabe” e “pais de Moabe”, o fato é que a região ocupada por moabitas ao sul daTransjordânia e ao oriente do Mar Morto é bastante montanhosa, destacando-se o conjunto mais

próximo do Mar Morto, chamado “montes de Abarim” com as seguintes elevações:

Nebo ou Pisga (Dt 34.1) - A cerca de 15 quilômetros a leste da foz do Jordão e por trás da Planíciede Moahe, com 800m de altitude, de onde Moisés contemplou a Terra da Promessa e ondemorreu (Dt 34.1-6). Alguns autores fazem distinção entre os montes Nebo e Pisga, apontando esteúltimo como um pico daquele.

Peor - Este monte fica pouco a nordeste de Nebo. Do cume deste, Balaão contemplou oacampamento de Israel na planície e o abençoou pela terceira vez, quando era para seramaldiçoado, como era o desejo de Balaque, rei de Moabe (Nm 23.28-24,25 )

HHIIDDRROOGGRRAAFFIIAA DDEE IISSRRAAEELL A hidrografia da Palestina pode ser dividida em três partes, a saber: mares, lagos e rios.

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 Mares

Mar Mediterrâneo - Também conhecido na Bíblia como o Mar Grande e Mar Ocidental. Este marbanha toda a costa ocidental da Palestina. É de pouca profundidade na costa palestina, assim

impedindo a aproximação de navios de maior calado mesmo dos tempos antigos, razão por que oMediterrâneo não funcionava para Israel como caminho marítimo, antes o isolava do mundo. Oúnico porto do  Mediterrâneo de que se valiam os israelitas era Jope, onde há um pequenopromontório com uma linha de arrecifes. Entretanto, devido a esses arrecifes e os bancos de areia,era de pouca procura pelos navegantes , preferindo estes os portos fenícios. Assim, do ponto devista político-militar, o Mediterrâneo constituía para a Palestina uma vasta defesa natural de suafronteira ocidental. Por este mar foram levados os famosos cedros do Líbano para Jope,destinados à construção do templo de Salomão em Jerusalém. Neste mar foi lançado o profeta

 Jonas quando fugia da missão recebida. Por suas águas navegou o apóstolo Paulo mais de umavez em suas viagens missionárias. Neste mar ficam as ilhas referidas na Bíblia, das quaisdestacamos Chipre, Creta e Malta. 

Mar Morto - Também conhecido pelos nomes de Mar Salgado, Mar Oriental, Mar de Ló, Asfaltite(Josefo), Mar do Arabá e Mar da Planície (Dt 3. 17;Jl 2.20; II Rs 14.25). Fica na foz do rio Jordão,entre os Montes de Judá e os Montes de Moabe, na mais profunda depressão do globo. É deforma ovulada, medindo 76 quilômetros de comprimento na direção norte-sul e 17 quilômetrosde largura, com o seu nível a 426m abaixo do nível de profundidade máxima que se verifica naparte norte. Na parte sudeste (na altura do terço inferior) há um promontório ou península,chamada Lisa ou língua. As suas costas são mais planas no lado ocidental e bastante acidentadase escarpadas no lado oriental. As suas águas são as mais densas da superfície da terra, com cercade 25% de salinidade, em razão das enormes jazidas de sal no sul e da excessiva evaporação. Ofato bíblico mais importante relacionado com este mar é a destruição de Sodoma e Gomorra,

cidades que, parece, tiveram lugar no sul do Mar Morto,hoje coberto por um pantanalbetuminoso. O seu nome atual, Mar Morto,foi lhe dado pelos geógrafos e historiadores antigos doséculo II da nossa era, Pausanias (grego) e Justino (romano), devido ao aspecto triste e desoladorque domina a região.

Mar da Galiléia - Também conhecido pelos nomes de Mar de Quinerete (Nm 34.11),  Mar deTiberíades (Jo 21.1) e Lago de Genezaré (Lc 5.1). Na verdade trata-se de um lago de água doceformado pelo rio Jordão , mas , devido as suas dimensões avantajadas e temporais violentos quefreqüentemente o  agitam, as populações adjacentes o tem chamado  de mar. É o  segundo lagoequilibrador das águas do Jordão, sendo o  primeiro o de  Meronm que fica 20 quilômetros aonorte. Mede aproximadamente 24 quillômetros de comprimento por l4 de largura, tendo seu

nível 225m abaixo do nível do Mediterrâneo e profundidade média de 50 m. Suas águas sãoclaras e muito piscosas. As suas margens do lado oriental são montanhosas, enquanto do ladoocidental e na direção noroeste estendem-se planícies férteis com cidades importantes, como Ca- farnaum,  Corazim, Magdala, Genezaré, Betsaida, Tiberíades e outras. O clima da região,especialmente ao norte, é muito agradável, propício à lavoura e pecuária. As cidades das margensdo Mar da Galiléia e as próprias praias e águas deste foram palco de acontecimentos importantesdo ministério terreno de Jesus operando milagres, apaziguando a tempestade, andando sobre omar, alimentando milhares com a multiplicação de pães, pronunciando preciosos ensinamentos(Sermão do Monte) e aparecendo aos discípulos após a ressurreição.

LagosUm único lago encontramos no território palestínico o Lago de Merom, também conhecido comoÁguas de Merom (Js 11.5,7), e modernamente como lago de Hulé (nome árabe). Também eraformado pelas águas do Jordão, como o Mar da Galiléia, e localizava-se a 20 quilômetros ao

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norte deste. O seu comprimento era de cerca de l0 quilômetros por 6 de largura, achando-se o seunível 2 m acima do nível do Mediterrâneo e tendo de 3 a 4 de profundidade. Uma vasta regiãoalagadiça cercava as suas margens em todas as direções onde antigamente vicejava o papiro. Foinas proximidades deste lago que Josué ganhou uma de suas grandes batalhas contra os inimigos

confederados do norte de Canaã. Hoje o lago já não existe , pois foi drenado pela engenhariaisraelense.

RiosOs rios Palestinos são distribuídos em duas bacias hidrográficas: Bacia do Mediterrâneo e Baciado Jordão.

Bacia do Mediterrâneoa) Belus – Segundo se crê, trata-se de Sior Libnate referido em Josué 19.26. Corre a sudoeste dostermos de Asser, na direção do Mediterrâneo, despejando as suas águas na Baía de Acre, poucoao sul da cidade de Aco (mais tarde denominada Ptolemaide e Acre). É torrente que se manifesta

somente na época das chuvas, permanecendo seco o seu leito por quase dois terços do ano. É umdos chamados Wadis que são abundantes na Palestina.b) Quisom (ou Kishon) - Este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo e o segundo da Palestina.Nascendo das pequenas correntes de Gilboa e Tabor, Montes da Galiléia, e recolhendo outraságuas da Planície de Esdraelom, corre na direção noroeste ao largo do Monte Carmelo atédesaguar no Mediterrâneo, na parte sul da Baía de Acre. As suas águas são impetuosas eperigosas durante o inverno, ao passo que no verão são escassas. Foi junto deste rio que Baraquederrotou Sísera, sendo os cadáveres dos seus soldados arrastados pela corrente do mesmo (Jz5.21), e Elias matou os profetas de Baal depois do célebre desafio no Monte Carmelo (I Rs 18.40).c) Caná - Outro wadi ou torrente dos meses de chuvas, que nasce perto de Siquém e,atravessando a Planície de Sarom, verte no Mediterrâneo sete quilômetros ao norte de Jope. É

mencionado em Josué 16.8 e 17.9 como limite entre as terras de Manassés e Efraim.d) Gaás - É outro ribeiro, wadi, que atravessa a região de Sarom na direção leste-oeste edeságuam no Mediterrâneo perto de Jope. o seu nome provavelmente deve-se a um monte, nãoidentificado, perto do qual foi sepultado o grande líder Josué (Js 24.30). Quanto às referenciasbíblicas ao ribeiro, encontramos em II Samuel 23.30e 1 Crônicas 11.32.e) Sorec - Nascendo nas montanhas de Judá, a sudoeste de Jerusalém, este wadi, seguindo adireção noroeste, despeja suas águas no Mediterrâneo entre Jope e Acalom, ao norte da Filistia.Os flancos suaves do vale que ele percorre, por sinal largo e fértil, são famosos pelos vinhedos deuma espécie de uva síria muito apreciada. Segundo Juízes 14.1-5 e 16.4, nas proximidades desterio ficava Timná, cidade de Dalila, mulher filistéia que cavou a ruína de Sansão.f) Besor - Este é o mais volumoso de todos os wadis que desembocam no Mediterrâneo. Nasce no

sul das montanhas de Judá, passa ao largo de Berseba pelo lado sul desta cidade e lança-se nomar à uns oito quilômetros ao sul da cidade de Gaza. Seu nome moderno é wadi Sheriah. Émencionado nas Escrituras em I Samuel 30.1-25, no episódio da libertação dos habitantes deZiclague das mãos dos amalequitas, por Davi e seus seiscentos homens, dos quais duzentoshaviam ficado junto de Besor, cansados, para guardar a bagagem.

Bacia do Jordão Jordão - Este é o rio principal da Palestina e corre na direção norte-sul, assim dividindo o país emduas partes distintas - Canaã propriamente dita e Transjordânia. Seu nome significa declive ou oque desce. o Jordão origina-se da confluência de quatro pequenos rios, a 11 quilômetros ao nortedo Lago de Merom, cujas cabeceiras - menos as do primeiro - encontram-se nos flancos ocidentale meridional do Monte Hermom. São eles: Bareighit, o mais ocidental e cujas fontes não sealimentam das torrentes do Hermom. Hasbani, o mais longo - cerca de 40 quilômetros deextensão - e tem sua nascente na encosta ocidental do Hermom, a 520m de altitude. Ledan, o

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mais volumoso porque se origina de muitas fontes nas proximidades da antiga cidade de Dã, nosopé meridional do Hermom, e cujo leito pode ser considerado como começo do Vale do Jordão;por ser o braço central das nascentes do grande rio. Banias, a mais oriental das quatro nascentesdo Jordão, a mais curta, de apenas 8 quilômetros, porém a mais bela, que jorra de uma imensa

gruta na encosta meridional do Hermom, pouco ao norte da antiga cidade de Cesárea de Filipe,da qual hoje resta apenas uma pequena aldeia cujo nome moderno é Banias.Costuma-se dividir ocurso do Jordão em três trechos, para um estudo mais detalhado: o primeiro trecho, ou seja, aregião das nascentes, é o que acabamos de descrever nos seus aspectos mais setentrionais e quevai até o Lago de Merom. Depois da junção das quatro nascentes, o Jordão atravessa uma planíciepantanosa numa extensão de 11 quilômetros e entra no Lago de Merom. Neste trecho a sualargura varia muito e a profundidade vai a 3 e 4m. O segundo trecho, também chamado o JordãoSuperior, compreende o rio entre o Lago de Merom e o Mar da Galiléia, extensão esta de cerca de20 quilômetros. E um trecho quase reto, com um declive de 225m , o que tornam as suas águasimpetuosas e provoca um enorme trabalho de erosão. A força da impetuosidade das águas do

 Jordão neste trecho é tanta que quase 20 quilômetros Mar da Galiléia adentro ainda se percebe a

sua correnteza. Neste trecho o terreno é rochoso, de vegetação média e a largura do rio variaentre 8 e 1 5m. o terceiro trecho, ou o Jordão Inferior, estende-se do Mar da Galiléia ao Mar Mortonuma distância de 117 quilômetros em linha reta e cerca de 340 quilômetros pelo leito sinuoso dorio, tendo uma largura que varia entre 25 e 35m e 1 a 4m de profundidade. Este trecho sofre umdeclive de 200m pelo qual o rio desce precipitadamente, formando numerosos meandros ecascatas e alargando o vale até 15 quilômetros, como ocorre na altura de Jericó. Este vale élimitado quase em toda a sua extensão por verdadeiras muralhas de rocha calcária, o que tornamuito difícil a travessia do mesmo. Até o tempo dos romanos não havia ponte sobre o Jordão, demodo que a travessia do mesmo era feita em certos lugares de margens mais rasas e águas menosprofundas, chamados vaus. Um desses vaus ficava defronte de Jericó, outro, perto dadesembocadura do rio Jaboque; e o terceiro, nas proximidades de Sucote. O rio Jordão, sob todos

os pontos de vista, como: geográfico, histórico, político, econômico e religioso, é o rio maisimportante do mundo antigo. Está ligada a Revelação desde os dias de Abraão até os dias de

 Jesus. Nas suas margens ocorreram numerosos e importantes acontecimentos, como a separaçãodas águas para o povo de Israel entrar na Terra de Canaã, sob o comando de Josué (Js 3.9-17); apermissão dada por Moisés às tribos de Rúben e Gade para ficarem na Transjordânia (Nm 32.1-32); a história de Gideão, bem como a de Jefté (Jz 7,8,10,11); as lutas políticas de Davi (II Sm 17.24,19.18); a travessia, em seco, dos profetas Elias e Eliseu (II Rs 2.6-14); a cura de Naamã, generalsírio que fora acometido de lepra (II Rs 5.1 -i 4); a recuperação do machado de um “seminarista’(II Rs 6.1-7); a anexação dos territórios dos gaditas, rubenitas e manassitas (Transjordânia) à Síriapelo seu rei Hazael (II Rs 10.32,33); o ministério de João Batista e o batismo de Jesus (Mc 1 .5,9). 

Querite - Verdadeiramente não se trata de um rio perene, e sim de um wadi, torrente das épocasde chuvas, que desce dos montes de Efraim e desemboca no Jordão, pela margem ocidental,pouco ao norte de Jericó, depois de percorrer uma região agreste, povoada de corvos e águias.Em alguma gruta nas margens deste ribeiro escondeu-se o profeta Elias, por ordem do Senhor,onde foi sustentado pelos corvos que lhe levavam pão e carne todos os dias pela manhã e à tarde(I Rs 17.1-7).

Cedrom - Também este não é um rio perene, porem nas épocas de chuvas torna-se uma torrenteimpetuosa. Nasce a dois quilômetros a noroeste de Jerusalém e, correndo na direção sudeste,passa ao lado leste da Cidade Santa pelo Vale de Josafá - que separa esta do Monte das Oliveiras -e prossegue rumo sudeste até o Mar Morto, numa distância de cerca de 40 quilômetros, por umleito profundo e sinuoso. Os principais fatos bíblicos relacionados com o ribeiro de Cedrom são: afuga de Davi por causa da revolta de Absalão, seu filho, e a travessia de Jesus para o jardim de

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Getsêmane na noite de sua agonia (Jo 18.1).

Yarmuque - Este é o principal afluente oriental do Jordão, embora não esteja mencionado naBíblia. É formado por três braços, dos quais o mais setentrional recebe águas abundantes das

vertentes orientais e meridionais do Monte Hermom e desemboca no Jordão, seis quilômetros aosul do Mar da Galiléia.

 Jaboque - É outro tributário oriental do Jordão. Nasce ao sul do Monte Gileade, corre para leste,depois para norte e noroeste, descrevendo uma verdadeira semi-elipse, até desaguar no Jordão,mais ou menos no meio do curso deste, entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto, depois de terpercorrido cerca de 130 quilômetros. É célebre na história bíblica pela luta de Jacó com o anjo doSenhor, ocasião em que o nome deste foi mudado para Israel (Gn 32.22-32).

Arnom -- Nasce nas montanhas de Moabe, a leste do Mar Morto, despejando neste as suas águas.Este rio primeiramente separava os moabitas dos amorreus e depois os moabitas do território da

tribo de Rúben, ficando como limite meridional permanente dos territórios israelitas daTransjordânia. Os profetas Isaías e Jeremias pronunciaram condenações contra Moabe referindo-se a Arnom (Is 16.2; Jr 48.20). O missionário alemão F. A. Klein, em 1868, achou a célebre pedraMoabita nas ruínas da cidade de Dibon, que fica aS quilômetros ao norte de Arnom. Esta pedracontém uma inscrição feita pelo rei moabita Mesa em 850 a.C., em hebraico-fenício, que confirmaa passagem bíblica de II Reis 3.1-27.

 J JEERRUUSSAALLÉÉMM ––AA EETTEERRNNAA EE IINNDDIIVVIISSÍÍVVEELL CCAAPPIITTAALL DDEE IISSRRAAEELL Em julho de 1980, o Knessel: - parlamento israelense -aprovou um decreto-lei, elaborado peloentão primeiro-ministro Menachen Begin, transformando Jerusalém na capital eterna e indivisíveldo Estado de Israel. Como era de se esperar, os países árabes protestaram veementemente contra

a iniciativa israelense. Dias antes, a propósito, o premier judeu, respondendo a uma objeção dogoverno inglês, afirmou que antes mesmo da existência de Londres, a cidade de Jerusalém já era acapital de Israel. O líder iraniano, Khomeini, ferrenho inimigo dos israelitas, ao saber da anexaçãolegal e definitiva de Jerusalém, proclamou, de imediato, uma guerra para reconquistar a cidadesanta. Enquanto isso, diversas nações ocidentais trataram de mudar suas embaixadas para Tel-Aviv, para não desagradar os países árabes. Somente os Estados Unidos é que apoiaram a medidaisraelense, que se constitui no velho e milenar sonho judaico de reconquistar política eespiritualmente a Cidade do Grande Rei.

Origem "Jerusalém" significa, em hebraico, habitação de paz. Seu nome é mencionado pela primeira vez nasEscrituras em Josué 10.11. Entretanto, em Gênesis 14.18, encontramos uma referência sobre acidade, que aparece com o nome de Salém. De acordo com a tradição, assim era chamada acapital judaica. Eis mais alguns nomes bíblicos de Jerusalém: Jebus (Jz 19.10); Sião (SI 87.2); Ariel(Is 29.1); Lareira de Deus (Is 1.26); Cidade de Justiça (Is 1.26); Santa Cidade (Is 28.2; Mt 4.5);Cidade do Grande Rei (Mt 5.35) e, Cidade de Davi (II Sm 5.7). No que diz respeito á históriabíblica, ela ocupa o primeiro lugar. Esta posição privilegiada de Jerusalém não está em suaextensão, nem em sua riqueza ou expressão cultural e artística, e, sim, em sua profunda e amplarelação com a Revelação, ou seja, no seu sentido religioso. Ela foi, de um modo especial, o cenáriodas manifestações patentes e evidentes do poder; da justiça, da sabedoria, da bondade, damisericórdia, enfim, da grandeza de Deus. Por isto as alusões proféticas e apostólicas aapresentam como o próprio símbolo do céu (Is 52.1-4; Ap. 21). Nomes Durante a sua longahistória -já cerca de 3.000 anos - a cidade era conhecida por vários nomes, assim como:

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Urasalim- Encontrado nas Cartas de Tel-el-Amarna escritas por volta de 1400 a.C.,provavelmente é o seu nome mais antigo.Salém- É o nome mais antigo que aparece na Bíblia, já em uso nos dias de Abraão (Gn 14.18).Provavelmente trata-se de uma abreviação da palavra Jerusalém, cidade devotada a Shalém,

antiga divindade semítica da paz e prosperidade. Jebus- Assim era conhecida a cidade dos jebuseus na época dos Juízes (Jz 19.10,11). Jerusalém- É o nome mais comum e que permanece até o presente.Sião- Este era o nome de um dos montes da cidade.Cidade de Davi ou Cidade do Grande Rei- Estes nomes relacionam-se como ato heróico de Davina tomada da fortaleza, quando então a cidade foi conquistada e feita a capital do Reino de Israel(I Rs 8.1; II Rs 14.20; Sl 48.2).Cidade de Deus ou Cidade Santa- Assim chamada por estar ali o templo nacional; o local doculto centralizado (Sl 46.4; Ne 11.1).Cidade de Judá- A capital do reino de Judá, a cidade principal do reino (II Cr 25.28).Aelia Capitolina- Foi o nome dado pelo imperador romano Adriano, que a reedificou no século II

d.C. Aelia em honra a Adriano, cujo primeiro nome era Aelius, e Capitolina por ter sido dedicadaa Júpiter Capitolino, divindade suprema dos romanos.El-Kuds- É o nome que os árabes deram a Jerusalém. O seu significado é “a santa”

Localização e Topografia  Jerusalém fica situada na parte sul da cordilheira central da Palestina, ou sei a, nas montanhas de Judá, na mesma latitude do extremo norte do Mar Morto, a 21 quilômetros a oeste do mesmo e a51 quilômetros a leste do Mediterrâneo. Está edificada sobre um promontório a 800m de altitude,subdividido em uma série de montes ou elevações. A leste do promontório fica o Vale de Josafáou Cedrom, que separa a cidade do Monte das Oliveiras. A oeste e ao sul fica o Vale de Hinom(Gehena, gr.) que em certa época da história foi o Vale da Matança, assim chamado por causa dos

sacrifícios das crianças em holocausto ao ídolo Moloque (II Rs 23.10; Jr 7.31-34) e dos fogos queardiam constantemente, consumindo o lixo da cidade, os detritos dos holocaustos pagãos etc. Daí,por analogia, a palavra grega Gehena - que significa Vale de Hinom - veio a designar o lugar decastigo eterno dos condenados, o inferno (Mt 13.42; Mc 9.43-48). Sendo que a cidade é isoladapelos lados leste, oeste e sul do conjunto da cordilheira pelos vales já mencionados, resta apenas olado norte suscetível ao crescimento, uma vez que por ele o tabuleiro continua ligado ao conjuntomontanhoso. O aspecto geral da cidade ao tempo de Cristo apresentava uma configuração de umtrapézio irregular que se alarga do sul para o norte, dividindo-se em cinco zonas ou bairroscaracterizados pelas elevações do tabuleiro: Ofel, que fica a sudeste e onde havia uma antigafortificação; Moná, a leste, onde estava edificado o templo de Salomão; Bezeta, ao norte; Acra, anoroeste; e Sião, a sudoeste. Um vale interno chamado Tiropeom, que corria mais ou menos na

direção de noroeste para sudeste e sul, separava alguns desses bairros. Porém, através dos tem-pos, a superfície da cidade tem sofrido muitas alterações com os aterros deste vale,desaparecendo, assim, o antigo aspecto em que as elevações eram mais distintas.

Vias de Comunicação   Jerusalém sempre esteve ligada pelos quatro pontos cardeais a toda a Palestina e aos paísesestrangeiros. Ao norte partiam os caminhos para Samária, Galiléia, Fenícia, Síria e Mesopotâmia.A leste, desde as quatro portas orientais, convergiam os caminhos para Jericó e todo o Vale do

 Jordão, bem como para as estradas da Transjordânia que levavam os viajantes para a Arábia, Síriaetc. Ao sul a cidade comunicava-se com Hebrom e Egito. A oeste ligava-se com Jope e oscaminhos para a Filistia e Egito, bem como para a Fenícia, na direção norte. Desde os tempos deAbraão já havia caminhos cruzando a Terra de Canaã em todas as direções. Certamente nos diasdos patriarcas esses caminhos não passavam de trilhos por onde trafegavam caravanas dos

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mercadores e dos pastores de rebanhos. Já nos dias de Josué, dos Juízes e da monarquia hebraica,vemos o uso de carros ferrados que certamente exigiam estradas mais definidas, emboraseguindo os trilhos antigos. E no tempo dos romanos já havia até estradas pavimentadas para odeslocamento rápido de suas legiões militares. Tais noções podemos colher de Juízes 1.19; I Reis

22.31; 35.38; II Reis 23.30; Atos 8.28 etc.

CCIIDDAADDEESS EE EESSTTRRAADDAASS DDAA PPAALLEESSTTIINNAA A independência do Estado de Israel foi proclamada em 1948. Nesses quase 40 anos, as cidadesforam-se multiplicando sobre o exíguo território israelense. Cumpre-se, dessa forma, estamaravilhosa profecia: "Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que o que lavra alcançará ao que se-ga, e o que pisa as uvas as que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeirosse deterreterão. Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão as cidadesassoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão seu vinho; e farão pomares, e lhes come-rão o fruto. Assim os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei,diz o Senhor teu Deus" (Am 9.13-15).

 Jericó Localiza-se no Vale do Jordão, no território entregue à tribo Benjamim. Encontra-se a 28quilômetros de Jerusalém. O nome dessa cidade significa, segundo alguns autores, lugar deperfumes ou fragrâncias. Jericó foi a primeira cidade conquistada pelos filhos de Israel. Erafamosa por suas fortificações. É considerada, ainda, uma das metrópoles mais antigas do mundo.

BelémEncontrando-se a 10 quilômetros a leste de Jerusalém, é a cidade do rei Davi. Casa de pão é o quesignifica Belém. Pela sua posição geográfica, é uma fortaleza natural. Fica a quase 800 metrosacima do nível do mar. Nessa cidade nasceram dois importantíssimos personagens: Davi, e Jesus

Cristo, o Salvador do mundo. Apesar de sua importância histórica, Belém foi sempre uma aldeiainsignificante. Não obstante, seus campos, ainda hoje conservam a mesma fertilidade dos temposbíblicos.

Hebrom Eis o primeiro nome dessa cidade: Quiriat Arba. Encontra-se a 32 quilômetros ao sul de Jerusaléme a mil metros acima do mar Mediterrâneo. Abraão morou em suas redondezas. Em Hebrom, foiDavi ungido rei sobre Israel. É tida, também, como a primeira cidade de Judá. Atualmente,Hebrom é uma grande cidade com mais de 40 mil habitantes, em sua maioria árabes. Eis suasprincipais fontes de renda: artesanatos, artefatos de cerâmica e pequenas indústrias. Aagropecuária é, por enquanto, sem expressão.

 JopeNa distribuição de Canaã, Jope coube à tribo de Dã. Atacada várias vezes pelos filisteus, a cidadefoi libertada por Davi. Mais tarde, Salomão utilizou-se de seu porto para receber cedros doLíbano, usados na construção do Templo. Hodiernamente, Jope é um grande porto israelense.

Nazaré Situada em um grande monte, a 400 metros acima do nível do mar, Nazaré encontra-se a 170quilômetros de Jerusalém. No tempo das chuvas, as encostas da cidade ficam recobertas porlindas flores. O nome dessa importante localidade significa  florescer. Jesus Cristo foi criado nessacidade. Por isso mesmo, Ele é chamado de Nazareno. Até 1948, Nazaré era controlada por

muçulmanos. Mas, em 16 de julho de 1948, passou ao domínio dos israelenses.

Cafarnaum

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Cafarnaum foi escolhida por Jesus para ser o centro de seu ministério. Seu nome significa "aldeiade Naum". Em Cafarnaum, Jesus passou dezoito meses, realizando grandes milagres. Seushabitantes, entretanto, não receberam a mensagem de amor do Messias. E, conforme as palavrasde Cristo, Cafarnaum desceu, de fato, até o inferno. Nunca mais foi edificada.

SamariaA cidade, construída por Onri, pai de Acabe, encontra-se a 60 quilômetros ao Norte de Jerusalém.Situa-se a 400 metros acima do Mediterrâneo. Após o cisma israelita, Samaria passou a ser acapital do Reino de Israel. Para essa cidade, foram transportados, após o cativeiro israelita, povosestranhos que, juntamente com alguns hebreus, deram origem aos samaritanos. Mais tarde, estescausaram muitos embaraços a Esdras e a Neemias. No tempo de Jesus, ainda era grande arivalidade entre as comunidades hebraica e samaritana.

Decápolis No grego, Decápolis significa "dez cidades". Esse agregamento estava situado em espaçoso

território a leste do mar da Galiléia. As cidades foram construídas por gregos, na tentativa dehelenizar a região. Sofreram, entretanto, grande oposição dos judeus, principalmente da famíliamacabéia. Eis os nomes das dez cidades, segundo Plínio: Citópolis, Damasco, Rafana, Canata,Gerasa, Diom, Filadélfia, Hipos Gadara, Pela. Essa confederação desempenhou relevante papel napropagação da cultura helena no Oriente. O evangelho encontrou, também, fértil terreno emDecápolis. Cada cidade possuía suas forças militares que, em tempo de crise, uniam-se àsfalanges romanas.

EEssttrraaddaass ddaa PPaalleessttiinnaa Costuma-se dividir em quatro grupos principais as estradas da palestina

Grupo da Costa- Eram estradas que corriam paralelas à costa do Mediterrâneo, conhecidas

também como Caminho da Terra dos Filisteus. Tinham a sua origem no Egito e estendiam-se atéFenícia e Síria, ao norte, onde se desviavam para oeste, na direção da Ásia Menor, e para leste, nadireção da Mesopotâmia. Era um grupo composto de várias estradas com ramificações para oeste,atingindo cidades costeiras como Jope, Ptolemaida, Tiro, Sidom e outras, e também para leste,saindo um ramal de Gaza e passando por Berseba e sul da Judéia na direção da Arábia; outro deLida para Jerusalém, Jericó e Transjordânia; e mais outro atravessando o Vale de Esdraelom, abaixa Galiléia, indo até Damasco. Este grupo, devido a sua importância internacional, era tambémchamado o caminho das nações. Os exércitos das grandes nações do norte, do leste e do sul daPalestina (Síria, Assíria, Babilônia e Egito) deslocavam-se por estas estradas para os seusencontros bélicos. 

Grupo Central- Este grupo partia do sul da Judéia, e, passando por Hebrom, Belém Jerusalém,Betel, Siquém, Samária, ia até Cafarnaum, ao norte da Galiléia, onde se entroncava com a estradade Damasco. Também este grupo apresentava ramificações tanto para oeste como para leste, dasquais as mais importantes são as seguintes: no extremo sul da Judéia uma ramificação para oeste,na direção de Gaza, indo até o Egito, e outra para leste, indo até a Arábia. Na altura de Jerusalém,uma ramificação para oeste, via Lida, indo até Jope, e outra para leste, via Jericó, atingindo aTransjordânia e entroncando-se com outro grupo de estradas na direção de Petra, para o sul, e nade Damasco, para o norte, via Peréia. Mais outra ramificação, embora não das mais antigas,ocorria na região central de Samária, na altura das cidades de Siquém e Samaria, atingindoCesaréia para oeste e Bete-Seã (Citópolis) para nordeste, onde havia uma passagem rasa do

 Jordão, ou vau, entroncando-se o ramal com as estradas da Transjordânia. De Bete-Seã tambémpartia uma ramificação para norte indo até Cafarnaum, passando pelas cidades da margemocidental do Mar da Galiléia. E por último, em Nazaré, a ramificação na direção noroeste atingiaPtolemaida (antiga Aco, ou Acre dos franceses), no sentido leste a cidade de Bete-Seã, e para

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nordeste chegava a Cafarnaum, onde entroncava-se com a estrada que vinha de Damasco. Note-se que, apesar de ser esta estrada do centro o caminho mais curto entre a Judéia e Galiléia, os

 judeus evitavam-na devido à inimizade antiga entre eles e os samaritanos, preferindo passar pelaTransjordânia. Entretanto parece que Jesus não deu importância a este fato, pois, pelo menos em

três vezes. durante o seu ministério, ele atravessou a Samária: quando manteve memoráveldiálogo com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó perto de Sicar, no Vale de Siquém (Jo 4.3-42); quando os discípulos rogaram a Jesus poder para fazer descer fogo do céu para consumir ossamaritanos que rejeitaram a presença de Jesus (Lc 9.51-56 ); e quando curou os dez leprosos,sendo que somente um deles, que era samaritano, é que voltou para agradecer a graça recebida(Lc 17.11-19). 

Grupo da Transjordânia ou Leste- Havia neste grupo pelo menos duas estradas: uma que partiado vau do Jordão, em frente a Jericó, e se dirigia para o norte pelo lado leste do Jordão até o vauque fica defronte de Bete-Seã - que era itinerário preferido pelos judeus para evitar a passagempela Samária - prosseguindo para nordeste até Damasco; e outra que, originando-se em Elate, no

fundo do Golfo de Ácaba, passando por Petra e o leste do Monte Seir e do Mar Morto, dirigia-separa Hesbom, deixando para oeste uma ramificação que passava por Jericó e Jerusalém indo até Jope, e de Hesbom avançando pelos montes de Abarim e Gileade para o norte até Damasco. 

Grupo de Damasco- Neste grupo geralmente são contadas somente as estradas que partem davelha cidade Síria e se dirigem para o Mar Mediterrâneo. Segundo esta classificação, as quepassam pelo território palestínico são apenas duas: a primeira, a que passa pelo sul do lago deMerom, desce para Cafarnaum, vai até Nazaré e antiga Ptolemaida na costa marítima; e asegunda, que deixando Damasco passava por Cesaréia de Filipe dirigindo-se para Tiro, cidadecosteira da Fenícia. A primeira era pavimentada ao tempo dos romanos, e para se viajar por elacobrava-se pedágio. Alguns acham que o ofício de Mateus, antes de seu chamado para o

discipulado, era ode cobrar o pedágio. Havia outras estradas que cruzavam a Palestina, porémeram de menor importância. As que aqui mencionamos dão-nos uma idéia geral das vias decomunicação terrestre que dispunham os antigos na Palestina. Resta ainda fazer referência ligeiraàs estradas que partiam de Damasco para o norte até Hamate e Arã, de onde prosseguiam para aÁsia Menor, Grécia e Roma na direção oeste, e para a Mesopotâmia e Pérsia na direção leste.Destas últimas serviram-se os patriarcas nas suas peregrinações para Canaã, especialmenteAbraão e Jacó e os hebreus cativos, e daqueles, os missionários das novas do evangelho de Cristodo primeiro século: Paulo, Silas, Timóteo e Lucas. 

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UUNNIIDDAADDEE IIIIII AA GGEEOOGGRRAAFFIIAA HHUUMMAANNAA DDEE IISSRRAAEELL 

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 “OestudodaGeografiaBíblicanospossibilitaoentendimentodediversaspassagensbíblicasque

certamentesemela,seriaimprovável”.

..............................................................

AA FFAAMMÍÍLLIIAA HHEEBBRRAAIICCAA EE SSEEUUSS CCOOSSTTUUMMEESS 

Os hebreus consideravam o casamento de origem divina e de importância básica para a vida

individual, social e nacional (Gn 2.18; 1.28). Segundo o ideal divino, o casamento havia de sermonogâmico (Mt 19.1-8); a poligamia era tolerada no Antigo Testamento, porém no NovoTestamento inteiramente repudiada. O concubinato era tolerado nos casos de esterilidade damulher legítima, mas freqüentemente também fora desta condição, especialmente entre ricos,nobres e reis (Gn 16.2; 30.3,4,9; I Sm 1.2; 25m 5.13;   Jz 8.30; I Rs 11.3). A posição de concubinasempre era de uma esposa secundária, pois geralmente tratava-se de uma serva (escrava) ouprisioneira de guerra, e poderia ser despedida em qualquer tempo e sem qualquer direito aamparo (Dt 21.10-14). Entretanto, a Bíblia não esconde os males da poligamia e da concubinagem.O casamento misto era proibido em defesa da família, da tribo e da pureza da raça (Dt 7.1-4).Havia também o casamento por levirato, quando, por morte do marido que não deixava filhos, oirmão deste deveria casar-se com a cunhada viúva para suscitar descendência ao seu irmãofalecido (Dt 25.5).

Contrato de Casamento -- Este, geralmente, era feito por terceiros - pai do noivo, seu irmão maisvelho, tio, ou algum amigo muito chegado, e só excepcionalmente pela mãe (Gn 21.21; 24.38;34.8). Em alguns casos o próprio filho fazia a sua escolha, ficando, porém, com terceiros asnegociações (Gn 34.4). Estas consistiam nas consultas quanto ao destino dos bens por força doenlace que não poderiam enfraquecer a tribo nem expor a moça ao desamparo (Nm 36); e nosacertos quanto ao dote que o noivo havia de pagar ao pai da moça (uma espécie de dádiva quecompensava a perda da filha); geralmente oscilava entre 30 e 50 ciclos e selava o contratomatrimonial, mas podia ser efetuado também em forma de trabalho, como no caso de Jacó (Gn29.15-20, 34.12; Ex 22.17; I Sm 18.25; Gn 24.22-53). O dote da concubina era o preço da compra (nocaso de serva ou escrava). Os casamentos consangüíneos entre os hebreus eram proibidos (Lv

18.1-18), embora fossem comuns entre os caldeus (Gn 20.12), os egípcios, os persas e outrasnações orientais.

Noivado - Este era o primeiro ato do casamento, porém tão importante que somente a morte ouinfidelidade podiam dissolvê-lo. Desde o momento em que o noivo entregava à noiva, ou aorepresentante dela, na presença de testemunhas uma moeda com a inscrição “Seja consagrada“casada” a mim” uma espécie de juramento - o jovem casal era (Rt 4.9-11; Ez 6.8) consideradocasado, embora a sua vida conjugal se efetuasse só depois das núpcias (Mt 1.18) que, segundo oTalmude, poderiam ocorrer um mês depois para as viúvas e um ano depois para as virgens (nocaso de Jacó durou sete anos). Durante o noivado o homem era isento do serviço militar. Depoisdo exílio babilônico, adotou-se o costume de lavrar um compromisso escrito.

Núpcias - A festa de núpcias durava, geralmente, sete dias (Jz 14.12), prolongando-se,excepcionalmente, até catorze dias. O noivo, sendo rico, distribuía roupa nupcial aos convidados

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(Mt 22.11). Saindo de sua casa, ia à casa dos pais da noiva acompanhado de amigos e vestido desua melhor roupa, com grinalda na cabeça (Ct 3.11; Is 61.10), ao som de música e de cânticos.Quando as núpcias eram realizadas à noite, as pessoas que acompanhavam o cortejo muniam-sede tochas (lâmpadas). Recebendo a esposa na casa dos pais desta, com rosto velado,

acompanhada das bênçãos paternais, o esposo a conduzia, em cortejo ainda maior, para a casa deseu pai ou para a sua própria, onde seguia-se o banquete depois do qual os noivos eramconduzidos à câmara nupcial (Mt 22.1-10; 25.1-13). Nos seis dias subseqüentes, as festas continua-vam, embora mais resumidas. A lua-de-mel legal era de um ano, durante a qual o marido estavaisento das obrigações militares.

Divórcio - A dissolução dos laços matrimoniais entre os hebreus era permitida como uma“necessidade calamitosa”, porém não aprovada, e mesmo repudiada já na última parte do AntigoTestamento (Dt 24.1; Mt 2.13-16). Também Jesus repudiou o divórcio, exceto no caso de adultério(Mt 19.3-9). O divórcio tinha que ser efetivado por um documento escrito, chamado carta dedivórcio, entregue à mulher pelo marido (Mt 19.7), para lhe dar direito a um novo casamento. Se,

porém, viesse a divorciar-se do seu segundo marido ou mesmo se este viesse a morrer; já nãopoderia reconciliar-se com o primeiro, uma vez que se encontrava contaminada pela coabitaçãocom outro homem (Dt 24.4).

Os Filhos - Estes eram considerados dádivas divinas, especialmente os do sexo masculino. Porisso a esterilidade era julgada como uma falta de favor de Deus. A herança era dividida somenteentre os filhos do sexo masculino. As filhas recebiam a herança somente na falta de filhosherdeiros. As filhas solteiras eram sustentadas pelos irmãos até que se casassem. Seu casamentopodia ocorrer somente com alguém de dentro da mesma tribo. A primogenitura era honrada erespeitada entre todos os povos orientais. O primogênito recebia a porção dobrada dos benspaternos; com a morte do pai, assumia a direção da família e as funções sacerdotais da mesma (na

época anterior à adoção da lei mosaica). Quanto à educação dos filhos, o pai era obrigado aensinar-lhes desde cedo um ofício que lhes garantisse a subsistência.(Nm 27; Dt 21.15-17). Áquila,Priscila e Paulo sabiam fabricar tendas (At 18.3).

AA VVIIDDAA SSOOCCIIAALL HHEEBBRRAAIICCAA O Lugar da Mulher na Sociedade -- De um modo geral, os orientais dos tempos antigosrelegavam a mulher à uma condição bastante inferior  à do homem. Porém os hebreusasseguravam à mulher o gozo de vários direitos não encontrados nos costumes de outras nações.Entre os hebreus ela merecia lugar de honra e distinção (Pv 31.10-31). A mãe era digna dasmesmas honras que se deviam ao pai (Ex 21.12; Pv. 1.8). Perante as autoridades, a mulher tinha odireito de requerer justiça (Nm 27.1; 1 Rs 3.16-18). Quanto às ocupações, quase que não existia

distinção de sexo. Assim, a mulher moça pastoreava rebanhos (Gn 29.6; Ex 2.16); trabalhava noscampos (Rt 2.3) e carregava a água das fontes para o abastecimento da casa. Entretanto, asprincipais obrigações das mulheres eram os trabalhos domésticos, bem mais complicados edifíceis que aqueles que as mulheres têm hoje. Elas moíam o grão (Mt 24.41), preparavam asrefeições (Gn 18.6; II Sm 13.8), “fiavam a lã e teciam o pano” (1 Sm 2.19). Na história do povohebreu há também uma juíza (Jz 4.4) e pelo menos três profetisas (Ex 15.20; II Rs 22.14).

Saudações -- Estas sempre eram prolongadas no Oriente. Jesus, por exemplo, mandou aos seusdiscípulos que a ninguém saudassem pelo caminho justamente para poupar tempo (Lc 10.4). Aposição mais comum era a inclinação do corpo para a frente e com a mão direita posta no ladoesquerdo do peito (Gn 23.7,12). Outra maneira usada, especialmente perante pessoas superiores,era a prostração ou inclinação até a terra (Gn 18.2; 42.6). As expressões mais comuns eram: “Paz”,“Paz seja convosco”, “Paz esteja nesta casa” (I Sm 25.6; Lc 24.36; I Cr 12.18).

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 Enterros e Manifestação de Luto - Constatada a morte, o corpo do falecido era lavado e

enrolado com faixas ou lençóis impregnados de perfumes. Raramente eram usados esquifes oucaixões abertos. O embalsamamento não era costumeiro entre os hebreus. Embora José e Jacó

tivessem sido embalsamados, sabemos, porém, que o foram pelos egípcios, que possuíam osegredo do processo. O enterro era feito no mesmo dia da morte - isto por exigência do climaquente que favorecia a decomposição rápida e também por força da lei que tornava imundoquem tocasse em um defunto (Nm 19.11-16) - acompanhado do cortejo fúnebre na seguinteordem: as mulheres, as carpideiras (eram as lamentadoras profissionais), o defunto, os parentes eamigos mais próximos, e o povo. Os túmulos dos pobres eram simples covas no chão cobertas deterra e marcadas por uma pedra, ao passo que os sepulcros dos mais abastados eram cavados narocha, com umas pedras grandes, redondas, à porta, para fechá-los. Os sepulcros eramgeralmente localizados fora da cidade, mas também em certas regiões e épocas ficavam nos pátiosdas casas. O costume de caiar os túmulos era praticado para evitar a contaminação cerimonial porpisar neles. O período de luto era de sete dias, em casos excepcionais era delongado para mais (I

Sm 31.13; Gn 50.1-4,10; Dt 34.8). As manifestações de luto eram variadas: o rasgar de roupas, oandar descalço, o lançar do pó na cabeça, o vestir-se de saco, o arrancar os cabelos e a barba, olançar-se no chão, o jejuar; o choro desesperado, o andar com rosto coberto etc. (Gn 37.34; II Sm18.3 1; 15.30; Jó 2.12; Am 8.10; Mc 5.38,39). Como demonstração de respeito filial e para aperpetuação da memória dos mortos (II Sm 18.18) costumavam os hebreus levantar “colunas”(monumentos que consistiam de uma pedra mais ou menos alongada que se fixava na terra nosentido vertical).

HabitaçõesTendas -Este era o tipo mais primitivo de habitação palestínica e de um modo geral de todo oOriente. A primeira referência a tendas na Bíblia temos em Gênesis 4.20. Originalmente parece

que eram feitas de pele de cabra; depois evoluíram para tecido de pêlos de cabra de umaqualidade especial (de pêlo longo, escuro, muito resistente). Os tipos de tendas variavam detempos em tempos, desde o mais primitivo - um grande pedaço de tecido retangular levantadosobre uma vara horizontal, apoiada em alguns esteios verticais, e preso pelos quatro cantos aestacas ao rés-do-chão até o mais complicado feitio octogonal, com uma ou duas colunas verticaisno centro e divisões internas para dormitórios de homens, mulheres, crianças, casais, servos, sala,cozinha etc.

Cabanas - Eram ranchos feitos de estacas encimando varas cobertas de ramos ou folhagens, oumesmo de tecidos, destinados a permanência mais prolongada no local.

Tabernáculo - O termo que significa simplesmente habitação e que tanto pode ser uma tendacomo uma cabana. Entretanto, na Bíblia esta palavra é aplicada especificamente à tenda quedurante a peregrinação dos israelitas pelo deserto servia para o culto de Deus. Era umaconstrução portátil de 30 côvados de comprimento por 10 côvados de largura, ou seja,aproximadamente 15m por 5m , que foi substituída pelo famoso templo de Salomão construídoem Jerusalém. Aquele templo, segundo as descrições de I Reis 6 e II Crônicas 3, era algomajestoso. Porém, não sabemos se o seu tipo arquitetônico era egípcio, fenício ou algum outro.

Casas -Pelas escavações arqueológicas, conclui-se que na Palestina as casas eram feitas de pedra,de tijolos e de madeira (menos Comum), dependendo do que era mais encontrado na região.Quanto ao tamanho, geralmente eram de um só cômodo e de um só andar. Os cidadãos maisabastados construíam casas de dois pavimentos com vários cômodos. Os telhados nas regiõesmais quentes eram chatos e transformados em terraços, cercados de parapeitos, com acesso por

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uma escada exterior. Já nas regiões mais frias eram encontrados telhados em forma de meia-águaou cumeeira para o deslizamento da neve. Esses telhados ou terraços eram feitos de pauscolocados em sentido cruzado ou paralelo, cobertos, de barro misturado com capim (estuque).Devido ao clima quente, à noite o terraço era o lugar preferido para o descanso, meditação e

dormida, e durante o dia para secagem de roupa, de cereais etc. Dos telhados dos edifíciospúblicos proclamavam-se os decretos e os avisos de natureza coletiva (Lc. 12.3; Mt 10.27). Adivisão interna das casas dependia das posses do dono e do tamanho da mesma. As casas de doisandares possuíam um pátio interno com poço, tanques e até piscina. Na parte da frente, logo àentrada, ficava a sala de visitas, ao lado, o quarto dos hóspedes e o dos donos da casa e, maisadiante, as acomodações dos servos, a cozinha, a despensa etc. No segundo andar; os cômodosdos filhos ou outros moradores da casa e freqüentemente também dos próprios donos. Essescômodos sempre davam a porta para o pátio interno. As portas eram estreitas e baixas e as janelaspoucas e sem vidros. A estalagem (khan - hospedaria) era sempre uma casa maior; de doisandares, acrescida de acomodação para os animais e servos na parte posterior; com a costumeiraárea central ou pátio.

Torres de Vigia - Eram armações de estacas e galhos, como as cabanas, com uma plataforma de2m a 2,5m de altura para facilitar a vigilância dos pomares e das lavouras (Is 5.2; Mt 12.1). Astorres de caráter permanente eram feitas de pedra com acomodações para a família na parteinferior; para os meses de calor; e uma plataforma em cima para a guarda.

Palácios - Eram as residências reais, construídas com requintes de luxo, em estilos que variavamcom a época de influência histórica - egípcio, fenício, assírio, grego, romano (os últimos ao tempodo Novo Testamento).

Mobília 

A mobília dos antigos no Oriente era bem reduzida. Nas tendas geralmente nada mais haviasenão tapetes ou esteiras servindo como divã, cadeira, mesa e cama, pois os orientais tinham porcostume sentar-se no chão sobre as pernas cruzadas. Os egípcios e babilônios, segundo parecem,introduziram mais cedo que os outros povos a cadeira e a mesa, estas de 20 e 25cm de altura.Outros objetos de um habitante de tendas eram: o martelo para fixar as estacas, duas pedras demoinho para moer o grão, algumas panelas de barro ou metal para preparar comida, tigelas,amassadeiras e odres (recipientes de couro de animais para leite e vinho) e sela de camelo. Nascasas já havia camas e cadeiras (II Rs 4.10), bem como mesas, embora estas sempre baixas. Oscandeeiros eram de barro ou metal em forma de pires, com uma espécie de beiço num certo pontoda borda para o descanso do pavio, que era de algodão ou lã. O combustível comumente era oóleo de oliva (azeite) ou de sésamo (gergelim). Com o tempo os candeeiros passaram a ser

cobertos por uma tampa em que havia um orifício para o pavio. Talheres não se usavamantigamente. Um pedaço de pão ou mesmo a mão eram usados para retirar a comida da tigela.Porém, havia garfos para uso no preparo do alimento na cozinha.

Alimentação Pão, leite, mel, legumes, frutas, farinha, azeite e vinho eram a base alimentar. A carne geralmenteaparecia somente em ocasiões festivas. Também o peixe era comum nas proximidades dos lagos emares. O pão era feito de farinha de trigo, cevada, centeio ou milho. Também costumava-secomer o grão dos cereais cru - como vinha do campo - tostado, deixado de molho, cozido em leiteou em caldo de carne. Manteiga e queijo eram feitos de leite de cabra ou de vaca (maisraramente). O azeite era a gordura mais usada para temperar a comida. Os legumes mais comunseram lentilha, cebola, alho, pepino, repolho e couve-flor. Também eram comuns as amêndoas, ocominho, o endro e o coentro. Das frutas fazemos a menção de uva, figo, tâmaras, ameixas,

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pêssegos. A carne mais apreciada era a de cabra, assada ou cozida em água ou no leite.

Vestuário As vestes eram confeccionadas de algodão, seda, linho ou lã.

Peças do Vestuário Masculino Túnica - Era uma camisola de algodão ou linho, sem mangas, chegando até os joelhos. A túnicados ricos e dos sacerdotes tinha mangas compridas e largas.

Manto ou capa - Era uma peça de fazenda geralmente de lã que se usava por sobre a túnica,servindo também como cobertor; tapete, sela etc. Era uma peça bastante adornada com franjas ebordas (Dt 22.12).

O cinto do manto - Era feito de couro ou fazenda espesso, bastante comprido para dar váriasvoltas na cintura, por dentro do qual também carregavam-se dinheiro e outras miudezas.

O sapato dos palestinos era a sandália confeccionada de couro ou pano e presa ao pé por cordõesde algodão ou fitas de couro fino. Os ornamentos masculinos mais comuns eram o cajado, o anel-sinete (que nos tempos mais remotos usava-se pendurado ao pescoço por meio de um cordão,porém posteriormente no dedo) e as filacténas (tiras de couro com caixinhas, contendo algunstrechos da lei, presas à testa e ao pulso esquerdo - Ex 13.9; Dt 6.8).

O turbante - Na cabeça usava-se o turbante, que consistia de uma fita longa enrolando a partesuperior da cabeça, ora em forma esférica, ora em cônica, truncada, dependendo do gosto. Poréma cobertura mais comum, era um lenço quadrado preso por uma fita ao redor da cabeça, deixandoa parte mais longa para trás a fim de proteger o pescoço. Geralmente a fita era de cor diferente

dado lenço. Parece que os calções eram usados, por algum tempo, somente pelos sacerdotes (Ex28.42; 39.28; Lv 6.11).

Peças do Vestuário Feminino- As mulheres usavam as mesmas peças, porém mais longas e maisornamentadas, exceto o turbante. As mulheres usavam o véu sobre o rosto quando apareciam empúblico. Quanto aos ornamentos e enfeites, apreciavam pendentes no nariz, nos lábios e nasorelhas; anéis e pulseiras; diademas na cabeça (Is 3.16-24). A pintura em volta dos olhos já eraconhecida nos dias de Jezabel (II Rs 9.30).

DINHEIRO, PESOS E MEDIDASO intercâmbio comercial palestino sofreu as constantes influências políticas estrangeiras. O uso

mais remoto de permuta de valores entre os povos orientais era feito pela simples troca demercadorias. Depois entrou em uso a troca de um certo peso de metais preciosos - em forma depó, pipetas ou barras (cunhas) - pelos objetos ou propriedades imóveis. Assim, Abraão, aonecessitar de um campo para sepultar a sua esposa Sara, ‘pesou (...) quatrocentos ciclos de prata,moeda corrente entre os mercadores’ (Gn 23.16). O ciclo, portanto, era um padrão de peso quevariava conforme o metal que se pesava (prata, ouro ou cobre).

TalentoEra outro peso, para metais preciosos, usado para valores maiores (como entre nós hoje usamosarroba, tonelada etc.). O ciclo cunhado (no valor de um e de meio ciclo) apareceu pela primeiravez entre os hebreus por volta do ano 143 a.C., nos dias do sacerdócio de Simão Macabeu, quandoexerceu autoridade sobre a Palestina Antíoco VII da Síria. O lançamento das primeiras moedas decurso nas transações comerciais deve-se aos gregos entre 700 e 650 a.C., seguindo-se os persas porvolta do ano 500 a.C. A primeira moeda citada na Bíblia é o dárico,  uma moeda persa (Ed 2.69)

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com que os hebreus já estavam familiarizados. Com a introdução de novas moedas na Palestina -de tempos em tempos - e face à exigência legal de pagamento de impostos do Templo, de ofertase aquisição de animais para o sacrifício, surgiu o ofício de cambista, pois somente a moeda

 judaica podia entrar no tesouro sagrado. Como o uso e o valor das moedas variava de tempos em

tempos e de país para país, toma-se muito difícil preparar um quadro exato das moedas orientais,seus valores nas diversas épocas e o seu valor correspondente nos dias presentes. Entretanto,damos, a seguir; algumas moedas e valores em curso na Palestina, principalmente nos dias doNovo Testamento.

DDiinnhheeiirroo Shekel ou siclo - Era a unidade básica de peso entre os hebreus que servia também comopadrão de valor antes da cunhagem de moedas. Seu valor-peso correspondente em gramasdependia do metal tomado como padrão. Assim, segundo o historiador Josefo, o shekel ou siclode ouro tinha cerca de 1 6g e o de prata aproximadamente 1 4g. Já o siclo babilônico era apenas de8g. O siclo sagrado, ou o siclo de santuário (Ex 30.13), é interpretado de várias maneiras, mas

parece não tratar-se de um siclo diferente do siclo comum - que era o de prata - mas de pesopadrão preservado no Tabernáculo.Óbolo ou jeira - Era submúltiplo do siclo, ou seja, a sua vigésima parte (Nm 18.16).Beca - Outro submúltiplo de siclo, era igual a 10 óbolos ou meio siclo (Ex 3 8.26).Arratel - 300 gramas.Mané - Múltiplo de siclo, valendo 50 siclos, ou cerca de 800 gramas, era também chamado mina.Talento - 3 mil siclos, aproximadamente 50 quilogramas, ou 60 minas.

Moedas CunhadasDárico - A moeda cunhada persa mais antiga, conhecida pelos hebreus no período darestauração (Ed. 2.69), valendo, segundo John D. Davis, um dólar.

Shekel ou siclo - A primeira moeda judaica cunhada (shekel e meio shekel de prata e a subdivisão em quartos de cobre, chamados leptos).Dracma - (moeda grega) e denário (moeda romana) - Ambas valiam um quarto de um shekel ousiclo. Didracma, meio siclo, era a moeda do tributo (Mt 17.2 1).Estáter - Moeda romana, igual a um siclo ou shekel judaico.Ceitil - Moeda romana, também chamada sescum, valia uma oitava parte de um as (Lc. 12.6; Mt10.29). Dois ceitis equivaliam a um quadrante, e 4 quadrantes a um as ou asse.

PesosSegundo Levítico 19.36, os hebreus desde os tempos mais remotos de sua nacionalidade usavampesos e medidas para avaliar o dinheiro e outros artigos comerciais. Os pesos referidos na Bíblia

são os seguintes: óbolo ou jeira, shekel ou siclo, beca, arratel, mané ou mina, e talento, cujosvalores já foram apreciados na primeira parte do tópico sobre o dinheiro.

MedidasMedidas de ComprimentoCúbito ou côvado - A unidade principal que variava entre 45 e 55cm.Dedo ou dígito - Correspondendo à largura de um dedo; cerca de 2cm.Mão - Cerca de quatro dedos.Palmo -Aproximadamente 23cm.Vara ou cana de medir- Igual a seis côvados ou cúbitos.Braça - (medida grega) - Cerca de 2,20m (At 27.28).

Estádio - (medida grega equivalente ao comprimento da pista do estádio de Olímpia, centro decompetições atléticas) – Igual a 185m.Milha - (medida romana) - Equivalente a 1.500m.

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Caminho de um Sábado - Correspondia a 1.000m aproximadamente, e originou-se do costumeobservado no deserto, junto do Sinai, de não se percorrer no sábado distância maior que a doarraial até o tabernáculo.

Medida de Superfície Jeira, que, segundo Angus, “é um espaço de terra que uma junta de bois pode lavrar num dia”Evidentemente a dimensão exata da jeira não é possível de se estabelecer; mas os autores opinamem tomo de 2.500 m2.

Medidas de Capacidade Para secos:Efa - Unidade padrão contendo cerca de 36 litros.Alqueire, seá ou três medidas - A terça parte de uma efa; mais ou menos 12 litros.Nota: alguns autores dão apenas 8,5 litros.Gomer ou omer - A décima parte de uma efa (Ex 16.36), cerca de 3,6 litros.Cabo ou medida - Aproximadamente 1,5 litro.

Homer ou coro - 10 efas ou 360 litros.

Para líquidos:Bato - A unidade básica, igual à efa: com capacidade de 36 litros (Ez 45.11).Hin - Uma sexta parte de efa: 6,6 litros. Logue - Um doze avos de um hin, ou seja, cerca de meio litro.Almude ou metreta - Igual ao bato: 36 litros.Léteque - Cinco batos: aproximadamente 180 litros.Nota: Algumas destas medidas variam de acordo com os autores e investigadores que nemsempre tiveram ao seu alcance as melhores fontes. Nesta tabela baseamo-nos em Joseph Angus e

 John D. Davis, considerados os melhores.

CCAALLEENNDDÁÁRRIIOO EE FFEESSTTAASS DDEE IISSRRAAEELL O Calendário JudaicoApresenta as seguintes divisões do tempo e maneiras de contá-lo:Dia - Este era contado do pôr-do-sol até o pôr-do-sol do dia seguinte (Gn 1.5), embora o termotambém significasse o período da luz nas 24 horas. Quanto à subdivisão do dia, no AntigoTestamento, nota-se que o sistema de hora era desconhecido. Costumava-se dividir o diasimplesmente em períodos, com a nomenclatura seguinte:Manhã - de 6 até 10horas ou pouco mais; Calor do dia - de 10 até 14 ou 15 horas; Fresco do dia -de 15 às 18 horas. O período da noite obedecia a uma divisão em três vigílias: Primeira vigília: -de 18 horas até meia-noite; Segunda vigília: - de meia-noite às 3 horas; Terceira vigília: -de 3 às 6

horas da manhã. Já no Novo Testamento temos a seguinte subdivisão do dia: Terceira hora do dia-9 horas; Sexta hora do dia - 12 horas; Nona hora do dia - 15 horas; Décima segunda hora do dia -18 horas. Ao passo que a.noite era dividida em quatro vigílias: Primeira vigília - de 18 às 21 horas;Segunda vigília – de 2l horas a meia-noite; Terceira vigília - de meia-noite às 3 horas, tambémdesignada pela expressão “o cantar do galo”; Quarta vigília - de 3 às 6horas, também chamada ‘amanhã”Semana - Esta era de sete dias chamados pelos ordinais - primeiro dia... etc., ainda que o sexto diageralmente fosse denominado o dia da preparação, e o sétimo, pelo seu caráter sagrado, o sábado(descanso).Meses - A observação das fases da lua determinou a divisão do ano em doze meses ou período de29 e 30 dias alternadamente, em cujos nomes percebe-se a raiz cananéia, bem como a babilônica:

Abib (mais antigo) ou Nisã (pós-exílico) era o nome do primeiro mês correspondente ao fim demarço ou começo de abril, Zife (Zive) ou lar; Sivã, Tamuz, Ab, flui. Etaním ou Tishrí, Bul(Chesvan ou Marchesvani) Kislev, Tebel, Shebat e Adar. Mas como o ano lunar retrocedia em

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números de dias e assim desencontrava das estações agrícolas determinadas pelo ciclo solar; tor-nou-se necessário intercalar um mês intermediário cada três anos, ou seja, o 13º mês, denominadoVe-Adar (exatamente sete vezes em cada ciclo de 19 anos), o que levou a se adotar o ano do ciclosolar.

Anos - No calendário hebreu havia o ano religioso, que começava com a Páscoa no dia do mês deAbib ou Nisã (março ou abril) e o ano civil, cujo início era assinalado com a Festa das Trombetasno dia 2 de Tishri ou Etanim (correspondendo ao final de setembro ou começo de outubro).Havia, também, de sete em sete anos um ano sabático (Ex 23.10,11) para o descanso do solo,destinação da produção espontânea para os pobres e peregrinos e cancelamento das dívidas, e oano do jubileu, ou sela, cada 50 anos, quando todos os escravos hebreus eram libertados e asterras vendidas restituídas aos primitivos donos ou seus legítimos descendentes. Parece que istocontribuiu muito para a cultura social do povo, pois foi “O plano de Deus para evitar que ariqueza da nação fosse acumulada nas mãos de poucos” e que os irmãos de raça ficassemperpetuamente escravizados uns aos outros.

As Festas de IsraelOs judeus celebravam sete festas religiosas anualmente, sendo que cinco eram da época mosaica eduas de épocas posteriores. As mais importantes delas - às quais um judeu homem não podiafaltar por exigência da lei - eram três: a da Páscoa, a de Pentecostes e a dos Tabernáculos (Ex23.14-19). Elas objetivavam manter viva no coração do povo a realidade de que tudo que elepossuía ou tudo que ele era em si vinham de Deus como dádiva. Inclusive a própria fertilidadeda terra e a colheita resultante eram provas da providência de Deus a favor de seu povo. Emresumo, as lições que as festas pretendiam ensinar eram as seguintes: a) Tudo provém de Deus,como proprietário que é de todas as coisas; b) A natureza produz pela providência de Deus (umaespécie de maná); c) Este Deus a quem pertencem todas as coisas e que faz a terra produzirmilagrosamente é o Deus dos hebreus, que os dirige, guia e protege, com o fim de habilitá-los a

desempenhar no mundo uma missão específica e messiânica. Isto também fomentava a unidadenacional indispensável. De modo que o zelo na celebração das festas expressava a consonânciaespiritual do coração do povo com a sua conduta, ao passo que a negligência neste sentidoprovava o declínio espiritual do povo e atraía sobre o mesmo pobreza, tristeza e perturbaçõessociais e políticas que o faziam sofrer. Entretanto, a celebração simples e formal das festas, sem osfundamentos espirituais que as deviam motivar, não era aceita por Deus (Am 5.21-27). As festaseram as seguintes:

PáscoaTambém chamada Festa dos Pães Asmos ou Dias dos Asmos, era celebrada de 14 a 21 do mês deAbib ou Nisã, o primeiro do ano religioso, como um memorial do livramento dos hebreus do jugo

egípcio, destacando, especialmente, a passagem (este é o significado da palavra “páscoa”) do anjoque feriu os primogênitos dos egípcios, poupando, porém, os lares em cujos umbrais israelitashavia o sangue do cordeiro sacrificado na véspera. O cordeiro devia ser assado inteiro e comidocom ervas amargas e com pães asmos (sem fermento). O sangue aspergido nos umbraissignificava a redenção ou expiação; as ervas amargas eram alusivas à amargura do cativeiro; e ospães asmos eram o símbolo da pureza com que a festa devia ser celebrada. E como o anocomeçava na primavera, adicionou-se do segundo dia em diante uma significação relativa àalegria e gratidão pela colheita dos primeiros frutos da semeadura da cevada (o período dascolheitas dividia-se em duas partes: da cevada e o do trigo), quando o sacerdote agitava perante oaltar um molho deste cereal (Lv 23.10,11).

PentecostesDenominada também Festa das Semanas, Festa da Ceifa ou Festa das Primícias. Celebrava-se 50dias (ou sete semanas) após a Páscoa, no 3º mês, Sivã, e durava um dia. Comemorava

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aproximação do fim da colheita do trigo (e com ele a de todos o cereais) de que era feito o “pãode cada dia” ou seja, a alimentação comum do povo; A oferta peculiar desta festa era compostade dois “pães movidos” (Lv 23.17), fermentados - porque representavam as imperfeições do povo- e era acompanhada de uma outra, composta de dois cordeiros, para expiação de pecados.

Depois do exílio babilônico adicionou-se à festa de Pentecostes também a comemoração daadoção da lei no Sinai.

TabernáculosFesta conhecida também como a da Colheita, Festa do Senhor ou simplesmente “a festa” (Ex23.33-43; Dt 16.13-15 ; Jo 7.34), celebrava-se no 7 º mês; Tishri, e durava sete dias ( 15 a 21). De todasas festas, esta era a mais alegre porque caía justamente numa época do ano em que todos oscorações estavam repletos de contentamento pelas colheitas guardadas nos celeiros, frutosrecolhidos e a vindima feita, o que falava eloqüentemente do favor de Deus e ao mesmo tempolembrava a proteção de Deus durante a peregrinação no deserto quando o povo habitava emtendas ou cabanas, isto é, tabernáculos (habitações portáteis, improvisadas). Diz A. Edersheim

que três eram as coisas principais que distinguiam esta festa das demais: “o caráter alegre dascelebrações, a habitação em “tendas” e os sacrifícios e ritos peculiares à semana” A habitação emtendas ou cabanas feitas de ramos de árvores, durante os sete dias da festa; visava a recordaçãodos 40 anos de peregrinação no deserto sob a proteção divina. Mais tarde, na história dos judeus,a celebração desta festa sofreu algumas modificações de pouca monta.

Trombetas ou Lua NovaEra observada no 10 e 20 dias de Tishri, 7º mês, porque assinalavam a 7ª lua nova do ano religiosoe o inicio do ano civil. Entretanto, todo dia primeiro de cada mês caía em lua nova e eraassinalado por ofertas e celebrações solenes. A particularidade desta celebração era o toque detrombetas dos sacerdotes com que se dava o início da festa.

Dia da ExpiaçãoEste era o dia l0 do 7º mês, Tishri. É observado com abstenção dos trabalhos e com jejum. Nestedia, somente o sumo sacerdote oficiava, e o fazia não com vestes comuns, mas especiais, comoexpressão de pureza. Este era o único dia do ano em que o sumo sacerdote entrava no Santo dosSantos para oferecer expiação por si mesmo, pelos sacerdotes e pelo povo. Era realmente o diamais importante de todo o calendário judaico e o mais complexo no que diz respeito aossacrifícios, seu preparo, seus detalhes e seu oficiante (Lv 16; 23.26-32; Hb 9 e 10).

PurimFesta instituída para comemorar o livramento dos judeus que habitavam a Pérsia nos dias da

perseguição planejada por Hamã, que visava o extermínio total da raça judaica nos domíniospersas. O termo purim significa sorte, e deriva-se do fato de Hamã ter lançado sorte para saber odia em que seria executado o seu plano macabro (Et 3.7), plano este que tornou-se em maldiçãopara Hamã (Et 9.25 ). A festa era celebrada nos dias 14 e 15 do 120  mês, ou seja, o mês de Adar (Et9.21).

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...............................................................

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IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO 

 

A Terra Santa é a região mais visada pelas superpotências. Localizada no centro do globo,

constitui-se no ponto mais estratégico do mundo. Em todas as épocas despertou a gana dosconquistadores e serviu de palco para as mais sangrentas batalhas. Esse minúsculo país é,politicamente, um barril de pólvora. Tanto nos tempos bíblicos, como hoje, Israel é o maisnevrálgico tópico da história. Sua geografia política, por conseguinte, mistura-se com a própriador da humanidade. A geografia política da Terra Santa passou por inúmeras alterações. Israel é,sem dúvida alguma, o país que mais sofreu mudanças em termos de fronteira. Haja visto que,atualmente, não obstante os seus 40 anos de existência, teve os seus limites diversas vezes

alterados em conseqüência da agressividade dos países árabes. Contudo, mesmo diante daddificuldades, vislumbramos a mão de Deus sobre esse povo.

Os primeiros habitantes da Terra Santa Antes de Josué conquistar a Terra Prometida, habitavam-na vários povos cananeus. Enumera-osMoisés: "Quando o Senhor teu Deus te tiver introduzido na terra, a qual vais a possuir, e tiverlançado fora muitas gentes de diante de ti: os heteus, e os girgaseus. e os amorreus, e os cananeus,e os fereseus, e os heveus, e os jebuseus, sete gentes mais numerosas e mais poderosas do que tu"(Dt 7.1). Essas nações eram de origem camita. Independentes, marcavam-nas exacerbadabelicosidade. Foram vencidas, entretanto, pelos exércitos de Josué. Suas cidades fortificadas nãoresistiram ao ímpeto dos israelitas. Os povos cananeus ofendiam a Jeová constantemente com osseus grosseiros pecados. Foram, por causa disso, desalojados da terra que mana leite e mel. Osfilhos de Israel foram exortados, com severidades, a não lhes seguir os pérfidos exemplos.

A Origem Dos HebreusO nome Hebreu ou  Habiru, como diziam os egípcios, vem da raiz ‘a-vár’, que significa “passar,transitar, atravessar, cruzar” ou filosoficamente, sem pátria. Esse nome denota viajantes, aqueles que‘passam adiante’. Isto porque os israelitas por um tempo realmente levaram uma vida nômade.Oshebreus tiveram uma história de migração, lutas, fugas e cativeiros, mas procuravam e conseguirampreservar sua cultura. A civilização hebraica, formada por pastores nômades sai da cidade de Ur doscaldeus na Mesopotâmia. Conduzidos por Abraão. Partiram de Ur e se estabeleceram na Palestina.No meio do seu território havia o rio Jordão, que fazia da região a área mais fértil e favorável para aagricultura. Eles chegaram a Palestina por volta de 2.000 a.C., esse território era conhecido comoterra de Canaã. A data do nascimento de Abraão não é possível de ser determinada com precisão,mas a época geralmente aceita é 2000 a.C. Com 75 anos de idade, o patriarca deixou a sua cidadenatal, Ur dos caldeus, ambiente idólatra e politeísta, e emigrou em companhia de seu pai e seusobrinho Ló para Canaã, detendo-se em Arã, mais tarde conhecida como Sina, localizada nonoroeste da Mesopotâmia. Algum tempo depois, morrendo seu pai Tera, Abraão deixa Arã, e comsua mulher Sara e seu sobrinho Ló, partem para Canaã ou Palestina, a sudoeste de Arã, terra queDeus havia prometido ao patriarca e sua descendência por herança perpétua (Gn 11.10-12.9). Nãosabemos em que tempo também Naor, irmão de Abraão, fixou-se em Arã, mas tudo faz crer que foiali que Abraão mandou buscar esposa para o seu filho Isaque, Filho da Promessa, encontrando-a na

pessoa de sua sobrinha-neta, Rebeca, ou seja, neta de seu irmão Naor. Mais tarde o neto de Abraão,Jacó, encontra na mesma parentela e no mesmo lugar as suas duas esposas - Lia e Raquel, filhas deLabão, irmão de Rebeca. Destas duas uniões e mais duas com as concubinas, Bilá e Zilpa, que eram

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servas das suas esposas, nasceram a Jacó doze filhos, cujas famílias deram origem às doze tribos deIsrael. Depois de cerca de cem anos de peregrinação na Terra da Promessa, Abraão morreu aos 175

anos de idade. Seu filho Isaque, seu neto Jacó e os doze bisnetos com as respectivas famíliashabitaram na mesma terra, porém sem possuí-la, durante mais ou menos 215 anos, quando a tribo de

Jacó desceu para o Egito, onde já estava José, filho de Jacó, como primeiro ministro do Faraó. Nestaaltura eram 70 os descendentes de Jacó em sua tribo. A área geográfica percorrida pelos trêspatriarcas durante as suas peregrinações na Palestina se fixava entre Siquém, Betel, Hebrom eBerseba; portanto a parte central e a do sul, próximo ao Egito. Naquela época da formação pré-tribaldos hebreus, a Palestina estava ocupada por vários povos, uns maiores, outros menores, sendo que opredominante era o cananeu.

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“Acivilizaçãohebraica,formadaporpastoresnômadessaidacidadedeUrdoscaldeusna Mesopotâmia.”........................................................

Durante a permanência dos israelitas (como são chamados os filhos de Israel ou Jacó) no Egito -que durou 215 anos, segundo a Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento) e 430 anossegundo Êxodo 12.40.- as doze tribos desenvolveram-se num grande povo que ao tempo doÊxodo deve ter chegado a cerca de três milhões de pessoas, segundo os cálculos dos entendidos.Este povo, que junto do Sinai foi constituído em nação, entrou em Canaã praticamente com omesmo número de almas (comparar Nm 1.46 e 26.51). A área conquistada por Josué somadaàquela que na Transjordânia já fora conquistada por Moisés, juntas, não representavam mais queuma sexta parte da área prometida por Deus a Abraão, que era desde o Egito até o rio Eufrates(Gn 15.18). Não foram conquistadas a Filistia, a Fenícia, a terra de Emate (Síria) nem as partes deEdom e Moabe ao sul e leste do Mar Morto.

Os povos vizinhos da terra santa no tempo da conquista Além das sete nações cananéias mencionadas, Israel foi obrigado a conviver com outros povos -aguerridos, idólatras e belicistas. Essas gentes causaram muitos transtornos à progênie deAbraão. De quando em quando, violavam as fronteiras israelitas e escravizavam tribos inteiras.Eis os principais povos que sobreviveram às investidas dos exércitos de Josué: filisteus,amalequitas, midianitas, moabitas, amonitas, edomitas, fenícios e sírios. Escreve o pastor EnéasTognini: "Estas nações e povos, que rodeavam Israel, serviam de termômetro para regular atemperatura espiritual dos filhos de Jacó: quanto mais perto de Deus andavam, mais podertinham e seus territórios eram dilatados; afastavam-se do seu Senhor, Deus os abandonava:ficavam sem proteção: chegavam os inimigos e subjugavam o povo e conseqüentemente, seapossavam de seus territórios."

A terra santa no tempo de Josué e dos JuízesMoisés morreu aos 120 anos de idade, sem introduzir os israelitas em Canaã. Essa incumbênciaseria entregue a um bravo e destemido general, chamado Josué. Destacando-se sempre em todasas suas missões, era o sucessor natural do grande legislador e guia espiritual dos hebreus. Sob oseu comando, os exércitos de Israel conquistaram a terra que mana leite e mel. A guerra pelaposse dessas terras durou, aproximadamente, 14 anos: de 1.404 a 1.390 a.C. Durante esse período,os batalhões cananeus iam caindo um após outro. Nenhuma força militar gentílica era capaz desuportar o ímpeto dos israelitas.

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Terminado o conflito, Josué procedeu à divisão das terras conquistadas. Rubem, Gade e a meiatribo de Manassés ficaram com a Transjordânia. Os territórios ocidentais foram distribuídos aestas tribos: Naftali, Aser, Zebulom, Issacar, Manassés Ocidental, Efraim, Benjamim e Dã. Judá eSimeão são contemplados com os territórios do Sul. Os levitas, segundo determinação do Senhor,não herdaram quaisquer possessões. Tribo sacerdotal, coube-lhes 48 cidades espalhadas entre ostermos de seus irmãos. Registra a Bíblia o passamento de Josué: "E depois destas coisas sucedeuque Josué, filho de Num, o servo do Senhor, faleceu, sendo da idade de cento e dez anos. E se-pultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Sera, que está no monte de Efraim, para onorte do Monte de Gaás. Serviu pois Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos

anciãos que ainda viveram muito depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito aIsrael" (Js 24.29-31). Com o desaparecimento do grande general e de seus auxiliares, os israelitasesqueceram-se do Senhor e começaram a curvar-se ante as tolas divindades cananéias. Tamanhadecadência espiritual tornou-os vulneráveis. Sem mais contarem com a proteção de Jeová,sofreram os mais impiedosos ataques dos povos vizinhos. O período dos juizes, por conseguinte,é um dos mais tristes da história hebréia. Nos termos de Israel, reinava grande anarquia. Astribos, por causa de suas diferenças internas, não conseguiam unir-se para enfrentar o inimigocomum. No entanto, quando acossados por vorazes algozes, clamavam, e o Senhor os ouvia.Misericordioso, o Todo poderoso suscitava juízes que os libertavam de seus verdugos. Mas, tãologo morria o libertador eles tornavam a cair na apostasia. E, novamente, caíam em desgraça.Esse círculo vicioso durou até a monarquia. Na era da judicatura, que durou em torno de 330anos, quatro palavras faziam parte do dia-a-dia do povo eleito: pecado, opressão,arrependimento, e livramento. Israel teve 13 juizes. O último deles foi Samuel. Nessa época, havia

 

muita terra a ser conquistada. Os hebreus, todavia, não completaram a tarefa iniciada por Josué.

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 O Reino Unido Samuel é chamado, com muita razão, de fazedor de Reis. Ele representa a transição entre a

 judicatura e a monarquia. Por seu intermédio, foram escolhidos os dois primeiros reis de Israel.

Sua influência é tão grande que, mesmo depois de morto, seus ideais continuaram a dirigir ahistória israelita. Samuel foi o iniciador do Reino Unido que durou 120 anos - de 1044 a 924 a.C.Ungido pelo piedoso profeta, Saul unifica as doze tribos e inicia uma guerra de libertação. Seuobjetivo: dilatar as fronteiras de Israel e destruir os temíveis filisteus. No princípio, obtémsucessos. Contudo, por causa de suas ambições, começa a infringir os mandamentos do Senhor.Saul é rejeitado. Em seu lugar é ungido Davi, filho de Jessé. O humilde pastorzinho de Judá, apósderrotar o gigante Golias, alcança grande popularidade. Suas façanhas, porém, angariam-lhe oódio e o desafeto do rei. Depois de o monarca benjamita ter tombado no campo de batalha, Daviassenta-se no trono de Israel. Nos primeiros oito anos de seu governo, reina somente sobre Judá.As outras tribos, no entanto, resolvem submeter-se ao corajoso soberano judaíta. Davi consegueaumentar suas fronteiras e derrotar os inimigos de seu povo. Em seus 40 anos de reinado, dedica-

se completamente à guerra. No final de sua vida, tenta construir um templo ao Deus de Israel,mas é desestimulado pelo profeta Natã. Essa incumbência seria entregue ao seu sucessor. O reinode Salomão foi marcado por uma invejável paz interna e externa. A prosperidade era a tônica deseu governo. Com a sua proverbial e inigualável sabedoria, transforma Israel na maior potênciado Oriente Médio. As nações vizinhas submetem-se ao cetro davídico. Em conseqüência de suapolítica expansionista e faraônica, o filho de Davi empobrece a nação israelita, principalmente astribos da região setentrional. Tanto o Templo, como o palácio, exigiam vultosos impostos dopovo, que já estava cansado de tanta opressão. E, o que dizer de seu harém que, segundo algunsestudiosos, possuía 30 mil mulheres? Isto porque, cada uma de suas 700 mulheres e 300concubinas podia ter até 30 damas de companhia. O final de Salomão foi triste. Não obstante suagrande sabedoria e inimitável glória, desaparece entre as brumas de sua idolatria e formidáveis

excessos. Sucede-lhe no trono o seu filho Roboão. Moço folgadão e tolo, não atende àsreivindicações do povo. Desprezando o conselho dos assessores de seu pai, resolve oprimir aindamais a combalida e azeda nação hebraica. Em uma demente demonstração de força, não baixa osimpostos nem melhora as condições de vida de seus irmãos.

OO CCIISSMMAA IISSRRAAEELLIITTAA Aproveitando-se dessa situação caótica, Jeroboão assume a liderança das tribos descontentes. E,assim, em 923 a.C, o Reino de Israel divide-se. As tribos de Judá e Benjamim permanecem fiéis àdinastia davídica. Entretanto, as do Norte, encabeçadas por Efraim, formam um novo reino. Asduas facções, a partir de então, ficaram conhecidas, respectivamente, como Israel e Judá. Acercado cisma israelita, escreve Antônio Neves de Mesquita: "O império, que Salomão tinha erigido

com tanto gáudio, estava à beira do abismo. Não só o desprezo de Roboão às aspirações do povoconstituía motivo relevante para modificação na política fiscal, mas também as sementes dediscórdia interna deviam ser contornadas. A união entre as tribos fora mais fictícia que real.Havia entre o Norte e o Sul profundas desinteligências geradas pela situação favorável que ossulistas gozavam por sua proximidade com a capital política e religiosa, como também pormotivo puramente geográfico. Os nortistas eram meio internacionalistas, mais frios para areligião', menos patriotas e pouco afeiçoados aos reis. Em contato direto com os fenícios, os síriose outros povos do norte, sentiam menos as influências centralistas. Enquanto ocupava o trono umhomem como Salomão, era natural que a união persistisse; depois seria difícil manter esta união esolidariedade política. Seria preciso que um grande e hábil político subisse ao poder, para manterunidos os elementos desintegralizadores. Este homem não era Roboão."

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 Reino dividido entre as tribos do Norte e as do Sul 

Com grande precisão, Mesquita fala, agora, sobre as pretensões dos efraimitas: "A tribo de Efraimera a tribo líder do Norte, enquanto a de Judá era líder do Sul. Estas rivalidades, tanto tribaiscomo geográficas, foram sopitadas, enquanto o trono foi ocupado por monarcas da envergadurade Davi e de Salomão. Depois tudo se definiu e as diferenças apareceram. Às ambições destastribos, acrescentem-se as circunstâncias, tanto geográficas como culturais, que determinavam asdiferenças entre o povo, e teremos a explicação do panorama conhecido pelos leitores da Bíblia.

Dentro deste pequeno território encontravam-se quase todas as variedades de clima, flora efauna. A população variava na proporção das diferenças climatéricas. A leste do Jordão ficava aterra dos pastores, onde continuavam a dominar os beduínos. Nos vales, a oeste do mesmo

  Jordão, ficavam os agricultores, enquanto que nas cidades das fronteiras do Oeste, junto àsgrandes estradas, havia um princípio de comércio bem desenvolvido. Enquanto isso, em volta domar da Galiléia, alinhavam-se as vilas de pescadores. Havia, pois, todos os tipos de civilização,desde o tipo pastoril nomádico, o agricultural e o comercial, até o de pescadores. A população erauma mistura de interesses variados, e somente a sua topografia, exposta a todos os perigos, podiarealizar o milagre de sua unidade, constituindo Israel um regime centralizado e militar. Quandoacontecia que uma dinastia se tornava fraca, um homem forte e valente tomava o trono. Daí tersido a história de Israel do Norte de sangue e de rebeliões, com assassinatos, em queaventureiros, saídos tanto do exército como de outras camadas, assaltavam o trono e estabeleciamprecárias dinastias. Com tal heterogeneidade, era de se esperar que uma oportunidade

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espreitasse a ruptura dos laços que uniam o Norte ao Sul."

Os cativeiros Assírio e Babilônico A cisão enfraqueceu ambas as facções, principalmente a nortista. As relações entre os reinos de

Israel e Judá nem sempre foram amistosas. De quando em quando uniam-se para combater uminimigo comum. Na maioria das vezes, contudo, estavam em guerra. Com o passar do tempo, aidentidade nacional e religiosa entre os israelitas e judaítas torna-se cada vez mais fraca. Seguindoorientação do idólatra e inescrupuloso Jeroboão, os moradores do Israel setentrional não desciama Jerusalém para adorar. Esse ciumento soberano, temendo perder os seus súditos, fechou suasfronteiras. Para conquistar o respeito e a amizade dos israelitas, construiu-lhes dois bezerros deouro. E, a partir de então, ele fica conhecido como "o rei que fez Israel pecar". Depois de Jeroboão,teve Israel mais dezoito reis. Todos eles trilharam os caminhos da idolatria e da impiedade. Como culto a Baal, introduzido por uma meretriz chamada Jezabel, o povo corrompeu-secompletamente. Não podendo suportar tanta apostasia, o Senhor entregou as tribos do Norte aosinumanos e selvagens assírios. No ano de 722 a.C, as forças de Nínive invadem Israel e levam

cativos os filhos de Jacó. Inicia-se o cativeiro assírio, que deixaria profundas seqüelas na naçãohebraica. Depois da destruição do Reino de Israel, Judá sobreviveu ainda por mais de 135 anos. Amaior parte desse tempo, contudo, pagou pesados tributos à Assíria. Com a ascensão deBabilônia, começa a ruína do Reino do Sul. Em 605 a.C, tropas babilônicas invadem Judá. Teminício o Cativeiro Babilônico que, segundo Jeremias, duraria 70 anos. O Templo é destruído pelosexércitos de Nabucodonozor em 587 a.C. Na capital do novo império, os judeus progridem.Alcançam elevados postos na administração iniciada por Nabopolassar. Daniel, por exemplo, tor-nou-se o mais influente conselheiro da realeza. Terminado o período de 70 anos, parte dos filhosde Judá retorna à Terra Santa. Centenas de milhares, todavia, permanecem no exílio. Vagando denação em nação, sofrendo injustas perseguições e injustificáveis preconceitos, tornam-se errantes.Sua diáspora já dura mais de XXV séculos.

A restauração de Israel 

 

Após os exílios assírio e babilônico, a nação hebraica ficaria distante de Sião por mais de 2.500anos. Houve, é claro, alguns períodos de independência e glória, principalmente na era macabéia,mas foram esporádicos e não contaram com a participação da totalidade do povo. O advento doférreo Império Romano, conforme já dissemos, marca o fim da restauração nacional iniciada porEsdras, Neemias, Zorobabel e pelos profetas Ageu e Zacarias. Os judeus, ao tentarem sacudir o

  jugo romano, são dispersados por todas as nações do mundo, onde sofreram e sofremterrivelmente. Qual a razão de seu sofrimento? - Sem dúvida alguma, a rejeição de seu Messias.Em meio a povos estranhos, os filhos de Israel foram humilhados, e aterrorizados. Seussofrimentos, aliás, foram vaticinados por Moisés: "O Senhor levantará contra ti uma nação de

longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás. Naçãoferoz de rosto, que não atentará para o rosto do velho, nem se apiedará do moço. E comerá o frutodos teus animais, e o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e não te deixará grão, mosto, nemazeite, criação das tuas vacas, nem rebanhos das tuas ovelhas, até que tenha consumido; e teangustiará em todas as tuas portas, até que venham cair os teus altos e fortes muros, em queconfiavas em toda a tua terra; e te angustiará em toda a tua terra que te tem dado o Senhor teuDeus; e comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o Senhorteu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão."Quanto ao homem mais mimoso e mui delicado entre ti, o seu olho será maligno contra o seuirmão, e contra a mulher de seu regaço, e contra os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem;de sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lheficou de resto no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. Equanto à mulher mais mimosa e delicada entre ti, que de mimo e delicada nunca tentou por aplanta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, e contra

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seu filho e contra sua filha; e isto por causa de suas páreas, que saíram dentre os seus pés, e porcausa de seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e noaperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas" (Dt 28.49-57). Prossegue o grandeprofeta, prevendo os sofrimentos dos judeus em suas diásporas: "E será que, assim como o

Senhor se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará emdestruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra da qual tu passas a possuir. E oSenhor vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até a outra extremi-dade da terra: e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais: ao pau e àpedra. E nem ainda entre as mesmas gentes descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso:porquanto o Senhor ali te dará coração tremente e desfalecimento dos olhos, e desmaio da alma."E a tua vida como suspensa estará diante de ti; e estremeceres de noite e de dia, e não crerás natua própria vida. Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a noite! E à tarde dirás: Ah! quem medera ver a manhã! pelo pasmo de teu coração, com que pasmarás, e pelo que verás com os teusolhos. E o Senhor te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te tenho dito: Nunca

  jamais o verás: e ali sereis vendidos por servos e servas aos vossos inimigos; mas não haverá

quem vos compre" (Dt 28.63-68). Durante a sua peregrinação, Israel sofreu os mais duros revezes.  Judeus foram massacrados em todas as partes do mundo. E, nos anos que precederam aoestabelecimento do moderno Estado judaico, Hitler ordenou a matança de seis milhões deisraelitas. Foi o mais bárbaro crime da História. Entretanto, no final da Segunda Guerra Mundial,a nação hebraica conscientizou-se de sua peculiar situação. Somente uma pátria na Palestina, dar-lhe-ia a segurança necessária à sua sobrevivência. E, após muitas batalhas diplomáticas, o Estadode Israel começa a existir a partir de 12 de maio de 1948. Cumpria-se, assim, a profecia de Isaias:"Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viesse as dores, deu à luz um filho. Quem

 jamais ouviu tal cousa? quem viu cousas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num sódia? nasceria uma nação de uma só vez? mas Sião esteve de parto e já deu á luz seus filhos" (Is66.7,8). Desde a proclamação de sua independência, Israel tem enfrentado diversos conflitos

bélicos: em 1948, a Guerra da Independência; em 1956, a Guerra de Suez; em 1967, a Guerra dosSeis Dias; em 1973, a Guerra do Yom Kippur; e, em 1982, a Guerra do Líbano. Em todos essesembates, entretanto, as forças judaicas têm saído vencedoras, porque o Senhor dos Exércitos estáao seu lado. Cumpre-se à risca, pois, este vaticínio de Amós: "E os plantarei na sua terra, e nãoserão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus" (Am 9.15). A naçãoisraelense, com o seu renascimento e progresso, tem um grande significado para nós. 0 pastorAbraão de Almeida, um dos maiores especialistas em assuntos judaicos, escreve: "Com ocumprimento das profecias, Deus nos está mostrando sua fidelidade a Israel, e à Igreja, fidelidadeque deve induzir todos os povos a temê-lo. Por isso, o salmista registrou: 'Tema toda a terra aoSenhor, temam-no todos os moradores da Terra, porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudoapareceu. 0 Senhor desfaz o conselho das nações, quebranta os intentos dos povos. O conselho doSenhor permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração. Bemaventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança.' Notemque o Senhor desfaz o conselho das nações, quebranta o intento dos povos. Nenhuma das muitasresoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Israel prosperou ou prosperará,pois o Senhor frustra todas as decisões que contrariem sua Palavra. Também têm sidoquebrantados os maus intentos dos inimigos de Israel, como o Egito de Nasser, a União Soviética,a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) etc."Prossegue o pastor Abraão de Almeida: "O retorno final de Israel, a reconstrução das suas cidadesantigas e o reflorestamento do país indicam que estamos vivendo nos últimos tempos. A Bíbliadiz que a Palestina seria assolada até o fim (Dn 9.26), mas que, ao término do cativeiro, os israelitasreedificariam as cidades assoladas e nelas habitariam, plantariam vinhas, beberiam o seu vinho efariam, pomares e lhes comeriam os frutos (Am 9.14)." Portanto, estejamos vigilantes, porque avolta de Cristo concretiza-se dia após dia. Que a nossa oração seja: "Paz sobre Israel!"

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 OO qquuee éé ppaalleessttiinnaa?? 

O nome Palestina é uma Corruptela e foi primeiro usado pelos Romanos para substituir o nome  Judéia após o final da repressão, independência Judaica em 135 C.E ( Era Cristã ). O  nome

Palestina foi ressurgido como um termo político quando a comunidade internacional, seguida daderrota da Turquia na Primeira Guerra Mundial, designou a Inglaterra como procuradora em1920, e essa decisão foi confirmada mais tarde pela aliança em 1922. A ordem Palestina foidelineada e constituída em ordem para facilitar o estabelecimento da Palestina como casanacional dos Hebreus, e para suas terras serem reconhecidas como casa nacional nessa região”(proveniente do preâmbulo do mandato inglês para a Palestina).  Ao norte da Palestina estava aordem Francesa na Síria, para oeste, a ordem inglesa do lraque; e ao sul estavam os Inglesesocupando o Egito. 

AA DDIIVVIISSÃÃOO DDAA PPAALLEESSTTIINNAA EE AA GGUUEERRRRAA EENNTTRREE ÁÁRRAABBEESS EE J JUUDDEEUUSS Os conflitos entre árabes e israelenses, como o mundo os vê hoje, começaram com a I Guerra

Mundial (1914-1918). Até 1917, a Palestina possuía 26 mil quilômetros quadrados, uma populaçãode um milhão de palestinos e 100 mil judeus e ainda se encontrava sob o domínio do ImpérioTurco. Com a derrota dos turcos no conflito mundial, a Palestina passou para o domínio daInglaterra. Esta se comprometeu a favorecer a criação de um "lar nacional" para os judeus naPalestina e abriu a região à emigração judaica, organizada pelo movimento sionista.  Em sessãoplenária da Assembléia Geral das Nações Unidas - então presidida pelo brasileiro OswaldoAranha - em 29 de novembro de 1947, foi aprovada, por 33 votos a favor, 13 contra e 10abstenções, o plano de divisão da Palestina, proposto pela União Soviética e Estados Unidos.  Àépoca a Palestina já possuía uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus.Pelo projeto da ONU, eles seriam divididos em dois Estados: um judeu (com 57% da área) e umpalestino (com 43% da área). A proposta foi rechaçada pelos países árabes.  No ano seguinte,

chegou ao final o acordo que concedia aos britânicos o domínio sobre a Palestina. Assim que astropas inglesas se retiraram, foi proclamada a criação do Estado de Israel. O não reconhecimentodo novo Estado pela Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano, Jordânia) foi o estopim da Primeira GuerraÁrabe-Israelense (1948-1949). O conflito foi vencido pelos judeus que estenderam seus domíniospor uma área de 20 mil quilômetros quadrados (75% da superfície da Palestina). O territóriorestante foi ocupado pela Jordânia (anexou a Cisjordânia) e Egito (ocupou a Faixa de Gaza). Aguerra ocasionou a fuga de 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel. Esse fato gerou oprincipal ponto do conflito entre árabes e israelenses: a Questão Palestina. Em 1956 explodiu aSegunda Guerra Árabe-Israelense, também conhecida como Guerra do Suez. O motivo foram oschoques na fronteira Egito/Israel e a nacionalização do Canal de Suez pelos egípcios. Israel,apoiada pela França e Inglaterra, atacou o Egito e conquistou a península do Sinai. A pressão dos

Estados Unidos e União Soviética, fez com que os judeus abandonassem o Sinai e recuassem até afronteira de 1949. A península foi ocupada por uma força de paz da ONU - o exército brasileirotomou parte desta força. 

AAPPÊÊNNDDIICCEE ÀÀ UUNNIIDDAADDEE II OOSS IIMMPPÉÉRRIIOOSS QQUUEE DDOOMMIINNAARRAAMM OO MMUUNNDDOO BBÍÍBBLLIICCOO-- OOSS IIMMPPÉÉRRIIOOSS HHUUMMAANNOOSS EE AA 

SSUUPPRREEMMAACCIIAA DDIIVVIINNAA 

Desde a fundação do mundo, os impérios continuam a ascender e a cair. A supremacia divina,porém, continua indelével. Prova-nos isso estar Deus no supremo comando da História. De

acordo com a sua soberana vontade, vão os filhos dos homens escrevendo suas crônicas. Depoisde exaltar-se e desafiar os céus, confessa Nabucodonozor poderoso rei de Babilônia: "Agora, pois,eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço e glorifico ao rei do céu; porque todas as suas obras são

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verdades; e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37).Veremos, a seguir, como os grandes impérios da antigüidade e mencionados na Bíbliaascenderam e caíram. Tanto em sua ascensão, como em sua queda, não nos será difícil vislumbrara potente mão de Deus. Rapidamente, portanto, acompanharemos o nascimento, o apogeu e a

queda destes impérios: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Logo após, na terceiraparte desta obra, começaremos a caminhar sobre a Terra Santa, onde desenrolou-se a maravilhosahistória da salvação.

Império EgípcioHistória do egito Não podemos datar, com precisão, quando chegaram os primeiros colonizadores aos territóriosegípcios. Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa. Sabemos,contudo, que os primeiros habitantes dessa região foram nômades. Após uma vida de árduas eincômodas peregrinações, eles começaram a organizar-se em pequenos Estados. Essas diminutase inexpressivas unidades políticas conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o passar

dos séculos, até formarem dois grandes reinos: o Alto Egito, no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte.Ambos estavam localizados, respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do mesmo rio. Entreambas as regiões havia um forte contraste. Seus deuses eram diferentes, como diferentes eram,também, seus dialetos e costumes. Até mesmo a filosofia de vida desses povos eram marcadaspor visíveis antagonismos. Declara o egiptólogo Wilson: "Em todo o curso da história, essas duasregiões se diferenciaram e tiveram consciência da sua diferenciação. Quer nos tempos antigos,como nos modernos, as duas regiões falam dialetos muito diferentes e vêem a vida comperspectivas também diferentes." Sobre essa época, escreve Idel Becker: "Neste período pré-dinástico, o desenvolvimento da cultura egípcia foi, quase totalmente, autóctone e interno. Houveapenas, alguns elementos de evidente influência mesopotâmica: o selo cilíndrico, a arquiteturamonumental, certos motivos artísticos e, talvez, a própria idéia da escrita. Há, nessa época,

progressos básicos nas artes, ofícios e ciências. Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro(instrumentos, armas, ornamentos, jóias). Havia olarias; vidragem; sistemas de irrigação. Foi-seformando o Direito, baseado nos usos e costumes tradicionais - leis consuetudinárias."

A unificação do Egito

 

Em conseqüência de suas muitas diferenças, o Alto e o Baixo Egito travaram violentas edesgastantes guerras por um longo período. Essas constantes escaramuças enfraqueciam ambosos reinos, tornando-os vulneráveis a ataques externos. Consciente da inutilidade desses conflitos,Menés, rei do Alto Egito, conquista o Baixo Egito. Depois de algumas reformas administrativas,esse monarca (para alguns historiadores, uma figura lendária) unificou o país, estabeleceu aprimeira dinastia e tornou Tínis, a capital de seu vasto império. A unificação do Egito ocorreu, de

acordo com cálculos aproximados, entre 3.000 a 2.780 a.C. Nesta mesma época, os egípcioscomeçaram a fazer uso da escrita e de um calendário de 365 dias. Unificados, o Alto e Baixo Egitotransformaram-se no mais florescente e poderoso império da antigüidade. Os reis iniciaram aconstrução das grandes pirâmides, que lhes serviu de tumba. Por causa desses arroubosarquitetônicos, receberam o apelido de "casa grande" - faraó. Então, a cultura egípcia alcançouproporções consideráveis. No final do Antigo Império, que abrange o período de 2.780 a 2.400a.C, o poder dos faraós começou a declinar. O fim dessa era de glórias é marcado por revoltas edesordens, ocasionadas pelos governadores dos nomos. Uma febre de independência alastra-sepor todo o pais. Cresce, cada vez mais, o poder da nobreza; a influência da realeza decaicontinuamente. Aproveitando-se desse caos generalizado, diversas tribos negróides e asiáticasinvadem o país. Graças, entretanto, a intervenção dos faraós tebanos, o Egito conseguereorganizar-se, pelo menos até a agressão hicsa.

A invasão dos Hicsos

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Não obstante a segurança trazida pelos príncipes de Tebas (11 dinastia) e pelas conquistaspolítico-sociais do povo, o Egito começa a sofrer incursões de um bando aguerrido de pastoresasiáticos. Nem mesmo o prestígio internacional dos faraós seria suficiente para tornar defensáveisas fronteiras egípcias. Esses invasores, que dominariam o Egito por 200 anos, aproximadamente,

são conhecidos como hicsos. Eles iniciam sua dominação em 1.785 e são expulsos por volta de1580 a.C. Idel Becker, com muito critério, fala-nos acerca desse conturbado período: "Esta é aépoca mais confusa e discutida da história do antigo Egito: um período de invasões e de caosinterno. Os hicsos, conglomerado de povos semitas e arianos, invadiram o Egito (através do istmoque o ligava à península do Sinai), venceram os exércitos de faraó e dominaram grande parte dopaís. Possuíam cavalos e carros de guerra (com rodas); e armas de bronze (ou talvez, mesmo, deferro), mais bem acabadas e mais fáceis de manejar do que as dos egípcios. Tudo isso explica asua superioridade bélica e os seus triunfos militares. Os hicsos talvez estivessem fugindo dapressão dos invasores indo-europeus (hititas, cassitas e mitanianos), sobre o Crescente Fértil."Com os hicsos, acrescenta Becker, devem ter entrado no Egito os hebreus.

Novo ImpérioCom a expulsão dos hicsos, renasce o Império Egípcio com grande pujança. Com Ames I, osfaraós tornaram-se imperialistas e belicosos. Tutmés III, por exemplo, conquistou a Síria eobrigou os fenícios, cananitas e assírios a pagarem-lhe tributo. A expansão egípcia, entretanto,esbarrou nos interesses dos poderosos hititas, senhores absolutos da Ásia Menor. Na ocasião, océlebre faraó, Ramsés II fez ingentes esforços para vencê-los. Como não conseguiu o seu intento,assinou com o reino hitita um tratado de paz, que vigorou por muitos anos. Foi durante o NovoImpério (1580-1200 a.C), que os israelitas começaram a ser escravizados pelos faraós.

DecadênciaApós o Novo Império, o Egito começou a sofrer sucessivas intervenções: líbia, etíope, indo-

européia, assíria, persa, grega e romana. Em linhas gerais, essa nação, cujo passado foi tãoglorioso, pertenceu ao Império Romano, durante 400 anos; ao Império Bizantino, durante 300anos. No Século VII d.C, fica sob a tutela dos muçulmanos. A partir de 1400, torna-se possessãoturca. No Século XIX, fica sob a custódia franco-inglesa. No início deste Século, torna-seprotetorado inglês.Em 1922, todavia, conquista sua independência. Hoje, porém, não passa de um apagado reflexode sua primeira glória.

A grandeza do Egito Os egípcios deixaram um marco de indelével grandeza na História. Desde as pirâmides àsconquistas científicas e tecnológicas, foram magistrais. Haja vista, por exemplo, os arquitetos

modernos que continuam a contemplar, com grande admiração, os monumentos piramidaisconstruídos pelos faraós. Desta forma Halley descreve a Grande Pirâmide de Queops: "O maisgrandioso monumento dos séculos. Ocupava 526,5 acres, 253 metros quadrados (hoje 137), 159 mde altura (hoje 148). Calcula-se que se empregaram nela 2.300.000 pedras de 1 metro de espessuramédia, e peso médio de 2,5 toneladas. Construída de camadas sucessivas de blocos de pedracalcária toscamente lavrada, a camada exterior alisada, de blocos de granito delicadamente escul-pidos e ajustados. Estes blocos exteriores foram removidos e empregados no Cairo. No meio dolado norte há uma passagem, 1 m de largura por 130 de altura, que leva a uma câmara cavada emrocha sólida, 33 m abaixo do nível do solo, e exatamente 180m abaixo do vértice; há duas outrascâmaras entre esta e o vértice, com pinturas e esculturas descritivas das proezas do rei". Osantigos egípcios destacaram-se, ainda, na matemática e na astronomia. Há mais de quatro milanos, quando a Europa revolvia-se em sua primitividade, os sábios dos faraós já lidavam comfórmulas para calcular as áreas do triângulo e do círculo e, também, do volume das esferas e doscilindros. Souto Maior fala-nos, com mais detalhes, acerca do avanço científico dos antigos

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egípcios: "Apesar de não conhecerem o zero, já resolviam nessa época equações algébricas. Osseus conhecimentos astronômicos permitiram-lhes a organização de um calendário baseado nosmovimentos do Sol. A divisão do ano em doze meses de trinta dias é de origem egípcia; osromanos adotaram-na e ainda hoje é conservada com pequenas modificações. A medicina egípcia

também era surpreendentemente adiantada. Chegaram a fazer pequenas operações e a tratar comhabilidade as fraturas ósseas. Pressentiram a importância do coração e, na observação daspropriedades terapêuticas de certas drogas, adquiriram alguns conhecimentos de farmaco-dinâmica".

AssíriaA história Assíria Durante muitos séculos, Nínive manteve-se inexpressiva no cenário assírio. Em 2.350 a.C,contudo, Sargão transformou-a na capital dos filhos de Assur. A partir de então, a cidade tornou-se participante das glórias e derrotas da Assíria. Nínive é a própria história do Império Assírio.No Século XII a.C, os assírios começam a demonstrar suas intenções hegemônicas. Sob a poderosa

influência do rei Tiglete-Pileser, encetam várias campanhas militares, visando à expansão de seuterritório. Nessa época, subjugaram facilmente os sidônios. Os assírios, entretanto, não possuíamguarnições suficientes para manter suas conquistas. Enquanto marchavam em direção aoOcidente, os vassalos orientais rebelavam-se. A Assíria, em conseqüência desses insucessos mili-tares, sofre clamorosas perdas territoriais. O enfraquecimento do império assírio favoreceu a con-solidação do reino davídico. Duzentos anos mais tarde, a Assíria fez novas tentativas paradominar o mundo. Salmaneser II, primeiro soberano assírio a ser mencionado nas crônicashebraicas, derrotou, na batalha de “arcar”, na Síria, uma coligação militar formada por sírios,fenícios e israelitas. Passados doze anos, ele volta a enfrentar a aliança palestínica. E, àsemelhança da primeira vez, vence-a. Rumores do Oriente, entretanto, fazem-no voltar à Assíria.Frustrado, abandona suas conquistas. No Século VIII a.C, a Assíria começa a estabelecer-se, de

fato, no Ocidente. Tiglete-Peliser II estende as fronteiras de seu império até Israel. Mostrandoquão ilimitada era a sua autoridade, obriga o rei israelita, Manaén, a pagar-lhe tributos. Maistarde, ajuda Acaz, rei de Judá, a livrar-se das investidas do reino de Israel. Oportunista, toma dezcidades israelitas e translada sua população à Assíria. Como se isso não bastasse, desaloja astribos de Rubem, Gade e Manassés das possessões que elas receberam de Josué, sucessor deMoisés. A Assíria teve o seu apogeu entre 705 a 626 a.C. Período que abrange os reinados deSenaqueribe, Esar-Hadom e Assurbanipal. Esse clímax de prosperidade e brilho é demasiadoefêmero. Aliás, o poder humano, por mais invencível que se mostre, não passa de vaidade, detolas vaidades. O império assírio desmorona-se! Em 616 a.C, Nabopolassar, governador deBabilônia, subleva-se e declara a independência dos territórios sob sua jurisdição. Decidido aarrasar com o já minado poderio assírio, alia-se ao rei medo Ciaxares. Este, em 614 a.C, conquista

e destrói totalmente Nínive, para onde Jonas fora enviado a proclamar os juízos do Eterno contraos reticentes filhos de Assur. Com a queda de Nínive, desaparece a glória da Assíria.

BabilôniaHistória de Babilônia Babilônia é uma cidade antiquíssima. A data de sua fundação é incerta. No entanto, sua conexãocom Acad e Calnesh (Gn 10.10), leva-nos a supor tenha sido ela estabelecida por volta de 3.000a.C! A história da mais importante metrópole do Fértil Crescente não passa de uma longa série desangrentas lutas. Ambiciosos soberanos encetaram as mais renhidas guerras para expandiremBabilônia e preservarem seu território. Babilônia foi sitiada vezes sem conta. É difícil calcular,também, quantas vezes seus muros e templos foram arrasados. Ávidos inimigos despojavam-na,com freqüência, de seus fabulosos tesouros. Seus orgulhosos habitantes sofreram os maisinumanos ataques. Essa opulentíssima cidade, todavia, levantava-se com mais brilho e pujançaaté tornar-se, no tempo de Nabucodonozor, em uma das maravilhas do mundo. Durante séculos,Babilônia permaneceu sob a tutela assíria. O governador da Caldéia, Nabopolassar, levanta-se,

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porém, contra a hegemonia de Nínive. Auxiliado pelos medos, sacode de si o jugo assírio. Em 622a.C, ele é proclamado rei, em Babilônia. Tem início, dessa forma, uma nova dinastia naMesopotâmia. O intrépido monarca combate, sem tréguas, o exército assírio. Com a tomada deNínive, consolida, definitivamente, a sua soberania nessa região. O novo império, entretanto,

teria de se defrontar com a ambição egípcia. Neco, rei do Egito, aproveitando-se dos insucessosda Assíria, enceta uma grande campanha contra o poder emergente de Babilônia. Chega aapoderar-se, inclusive, da metade do Fértil Crescente. Seu triunfo, porém, não é duradouro.Nabucodonozor dirige-se contra o faraó e o vence em Carquemis, no ano 606 a.C. (Quandocelebrava a vitória, o príncipe herdeiro de Babilônia recebe a triste notícia da morte de seu pai.Regressa, então, imediatamente à capital do novel império onde, no ano seguinte, é coroado rei.Empreendedor, dá início a gigantescas construções que fariam de seu reino, em tempo recorde,uma das maiores maravilhas do mundo.

A grandeza de Babilônia A primeira tarefa de Nabucodonozor foi reconstruir Babilônia, destruída por Senaqueribe, em

virtude de suas muitas rebeliões. Para conseguir o seu intento, o monarca caldeu desfechoudiversas campanhas, objetivando levar para a cidade milhares de cativos para reconstruí-la.Entre outras coisas, construiu um muro em redor de Babilônia. Dizem os entendidos que setratava, realmente, de uma formidável muralha. Visava Nabucodonozor tornar inexpugnável acapital de seu império. Humanamente falando, nenhuma potência estrangeira poderia tomá-la.Tão largos eram esses muros, que duas carruagens poderiam trafegar sobre eles tranqüilamente.O maior mérito desse empafioso soberano, entretanto, foi reedificar Babilônia. Historiadoresantigos, como Heródoto, maravilharam-se ante a imponência e a grandiosidade dessa cidade.Para alguns mais exaltados, só os deuses  seriam capazes de erguer tal monumento, à soberbahumana, é claro. Babilônia estava edificada sobre ambas as margens do rio Eufrates. Protegia-auma dupla muralha. De acordo com os cálculos fornecidos por Heródoto, esses muros, com 56

milhas de circunferência, encerravam um espaço de 200 milhas quadradas. Buckland, em seuDicionário Bíblico Universal, dá-nos mais alguns detalhes acerca das grandezas babilônicas:"Nove décimas partes dessas 200 milhas quadradas estavam ocupadas com jardins, parques ecampos, ao passo que o povo vivia em casas de dois, três e quatro andares. Duzentas e cinqüentatorres estavam edificadas por intervalos nos muros, que em cem lugares estavam abertos edefendidos com portões de cobre. Outros muros havia ao longo das margens do Eufrates e juntosaos seus cais. Navios de transporte atravessavam o rio entre as portas de um e de outro lado, ehavia uma ponte levadiça de 30 pés de largura, ligando as duas partes da cidade. O grandepalácio de Nabucodonozor estava situado numa das extremidades desta ponte, do lado oriental.Outro palácio, a admiração da humanidade , que tinha sido começado por Nabopolassar, econcluído por Nabucodonozor, ficava na parte ocidental e protegia o grande reservatório. Dentro

dos muros deste palácio elevavam-se, a uma altura de 75 pés, os célebres jardins suspensos, quese achavam edificados na forma de um quadrado, com 400 pés de cada lado, estando levantadossobre arcos." Ao construir Babilônia, símbolo de sua opulência, Nabucodonozor não se esqueceude reverenciar os falsos deuses. O Templo de Bel é um exemplo desse exagero idolátrico. Essemonumento, com quatro faces, constituía-se em uma pirâmide de oito plataformas, sendo a maisbaixa de 400 pés de cada lado. Quem nos descreve essa irreverência da engenhosidade humana éo já citado Buckland: "Sobre o altar estava posta uma imagem de Bel, toda de ouro, e com 40 pésde altura, sendo também do mesmo precioso metal uma grande mesa e muitos outros objetoscolossais que pertenciam àquele lugar sagrado. As esquinas deste templo, como todos os outrostemplos caldaicos, correspondiam aos quatro pontos cardeais da esfera. Os materiais,empregados na grandiosa construção, constavam de tijolos feitos do limo, extraído do fosso, quecercava toda a cidade." A grandiosidade de Babilônia levou Nabucodonozor a esquecer-se de suacondição humana e a julgar-se o próprio Deus. Em conseqüência disso, ele foi punido pelo Todo-

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poderoso. Só reconheceu a sua exigüidade, depois de passar sete anos com as bestas feras.

Babilônia e o povo de Judá Deus, sem dúvida alguma, permitiu a ascensão de Babilônia para punir a impenitência das

nações do Médio Oriente. Nem mesmo Judá escaparia da ação judicial do Eterno. A tribo do reiDavi, que se convertera no Reino do Sul, em virtude do cisma israelita ocorrido em 931 a.C,perverteu a aliança mosaica. A maioria dos soberanos judeus adorou e permitiu a adoração defalsos deuses, induzindo o povo à apostasia. Não obstante a candente advertência dos santos pro-fetas, os judeus continuaram reticentes. O Senhor Deus, por isso, resolveu puni-los. Quem seria oinstrumento de sua justiça? Respondem os profetas: Babilônia. Conforme já dissemos, tão logoNabopolassar vence os últimos redutos da resistência assíria, volta-se para a Palestina, disposto aconquistá-la e aumentar o seu império. O que poderia fazer Judá para conter a avalanchebabilônica? Nada; absolutamente nada. Para Jeremias, por exemplo, o fim do Reino de Judá viriainexoravelmente. O profeta, por isso mesmo, recomendou ao monarca judaíta que se submetesseao soberano babilônico. Nabopolassar, todavia, não pôde dar consecução aos seus planos de

expansão territorial, em virtude de sua morte inesperada. Caberia, por conseguinte, ao seu filho esucessor natural, Nabucodonozor assegurar a hegemonia Babilônica no Médio Oriente. Após sercoroado, o jovem monarca volta a sua atenção à terra de Judá. Depois de vencer as forças

  judaicas, Nabucodonozor faz de Jeoaquim seu vassalo. O representante da dinastia davídicaobriga-se a enviar a Babilônia, regularmente, vultosos impostos. Em 603 a.C, porém, o rei de Judáresolve não mais cumprir os compromissos assumidos com o regime babilônico. Irado,Nabucodonozor dirige-se a Judá e a sitia. Chega ao fim o Reino do Sul, fundado por Roboão. Omonarca babilônico, ainda insatisfeito, prende o rei Joaquim, juntamente com a nobreza judaica, eo deporta para a Babilônia. Entre os exilados, encontram-se, Daniel, Sadraque, Mesaque eAbednego. Como despojo, o destemido conquistador leva consigo os vasos sagrados da Casa doSenhor. No ano seguinte, Zedequias assume o trono de Judá. Títere, seria obrigado a pagar,

fielmente, tributos a Nabucodonozor. Durante oito anos, o sucessor de Joaquim mantém-se fiel aBabilônia. Em 597, porém, subleva-se, causando a destruição de Jerusalém e a deportação dosrestantes filhos de Judá. Na terra desolada, ficaram apenas os pobres. O castigo de Jerusalém foiindescritível. Os exércitos de Nabucodonozor caíram como gafanhotos sobre a cidade do GrandeRei. Destruíram seus palácios, derribaram seus muros e deitaram por terra o Santo Templo. Olugar mais santo e mais reverenciado pelos hebreus não mais existia. O mais suntuosomonumento do Médio Oriente não passava, agora, de um monturo. Os judeus, doravante, anda-riam errante, por 70 anos em uma terra estrangeira e idolatra. O exílio, contudo, seria assazbenéfico à progênie de Abraão, que não mais curvar-se-ia ante os falsos deuses.

O fim de Babilônia O Império Babilônico, fundado por Nabopolassar, não teve uma vida bastante longa. Em menosde um século, já emitia sinais de fraqueza e degenerescência. Enquanto isso, a coligação medo-persa fortalecia-se continuamente e se preparava para conquistar a dourada prostitura do FértilCrescente - Babilônia. Em 538 a.C, quando Belsazar participava, juntamente com seus altosoficiais e suas prostitutas, de uma desenfreada orgia, os exércitos medo-persas tomaramBabilônia, transformando-a em uma possessão ariana. Naquela mesma noite, a propósito, o Todo-poderoso revelara, por intermédio de Daniel, quão funesto seria o fim do domínio babilônico.Dario, um dos mais destemidos e proeminentes generais de Ciro II, tomou Babilônia e matou olibertino Belsazar. Tinha início, assim, o Império Medo-persa.

O Império Medo – PersaHistória do Império Persa 

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O capítulo dez de Gênesis é conhecido como a genealogia das nações. Nele, estão registrados osnomes dos principais patriarcas da raça humana. Não encontramos, porém, nessa importanteporção das Sagradas Escrituras, o cadastro da ancestralidade persa. Julga-se, por isso, ter a Pérsiacomeçado a formar-se séculos após a dispersão da Torre de Babel. A nação persa é o resultado da

fusão de povos oriundos do Planalto Iraniano: cassitas, elamitas, gutitas e lulubitas. A mais antigacomunidade persa é a de Sialk. Por muitos séculos, esse povo esteve envolvido em completoanonimato. Suas alianças políticas variavam de acordo com as tendências da época. Aoaproximar-se da Média, contudo, começa a descobrir o valor de sua nacionalidade e as suas reaispotencialidades. A Pérsia, durante o Império Babilônico, não passava de um Estado vassalo daMédia. Ambas as nações, porém, mantinham, até certo ponto, uma convivência pacífica, emvirtude de possuírem algumas heranças comuns: eram indu-européias e dedicavam-se à criaçãode gado cavalar. Com o passar dos tempos, todavia, os persas aumentam o seu poderio ecomeçam a desvencilhar-se dos tentáculos medos. Ciro II consegue, em 555 a.C, reunificar asvárias tribos persas. Sentindo-se fortalecido, lança-se sobre a Média. Depois de três anos derenhidas batalhas, derrota-a. A vitória desse monarca é tão retumbante, que causa espécie em

toda a região. Temerosos, os reinos vizinhos reúnem-se com o objetivo de formar uma aliançapara frustrar as intenções hegemônicas do novo reino. Perspicaz e oportunista, Ciro II move umaguerra generalizada contra essa coligação, abatendo-a em seu nascedouro. Em uma bem sucedidasérie de ataques relâmpagos, derrota a Lídia e a Babilônia. Espantadas com o ímpeto bélico dessemonarca, Esparta e Atenas firmam um acordo de paz com a Pérsia. Dario encarrega-se daconquista de Babilônia. Na noite de 538 a.C. esse importante general de Ciro II, aproveitando-seda embriaguez de Belsazar e de seus nobres, conquista a mais bela e suntuosa cidade daquelaépoca. O príncipe babilônico, conforme previra o profeta Daniel, é deposto e morto. O Todo-poderoso servira-se dos persas para contar, pesar e dividir o império fundado por Nabopolassar.Condescendente, Dario resolve poupar a vida do pai de Belsazar. Na fatídica noite da queda deseu reino, Nabonido encontrava-se em viagem, realizando (quem sabe?) escavações

arqueológicas, pois deliciava-se com o estudo das coisas antigas. Desterrado para a Carcâmia,seria nomeado, posteriormente, um dos governadores regionais do novo soberano. Inicialmente,Dario foi designado, por Ciro II, para governar Babilônia. Enquanto isso, consolidava os alicercesdo poderio medo-persa. É bom esclarecermos que a Média, apesar de derrotada pela Pérsia, uniu-se a esta, imediatamente, para conseguir a hegemonia do mundo de então. Ciro II, conforme jádissemos, mostrava-se tolerante com os vencidos. Procurava tratá-los com dignidade e con-sideração. Souto Maior traça o perfil desse controvertido persa: "Ciro foi, é verdade, umconquistador, porém não teve o aspecto primário dos monarcas guerreiros de sua época. Suadominação se fazia opressiva pelas obrigações econômicas exigidas, o que aliás explica asconstantes revoltas. Contudo, seu imperialismo era sem dúvida superior ao primitivismo crueldos conquistadores assírios." Quando de sua morte, em 529 a.C, o Império Persa já abarcavainfindáveis possessões.

O império Persa e os Judeus Durante a dominação babilônica, os judeus não gozavam de muitas prerrogativas. Com muitocusto e, enfrentando grandes dificuldades, conseguiram manter sua religião e suas tradiçõesnacionais. Em seus 70 anos de exílio, os filhos de Abraão foram provados, aliás, dura e inumana-mente. Reconheceram, entretanto, quão amargos frutos colhiam em conseqüência de sua idolatriae que não existe outro Deus, além do Santo de Israel. Com a ascensão do Império Persa,descortinam-se-lhes novos e promissores horizontes. O Senhor usa o rei Ciro para autorizar-lheso regresso a Sião. No primeiro ano de reinado desse ilustre soberano, os filhos de Judá são li-berados a retornar à terra de seus antepassados. A frente dos repatriados, ia o governadorZorobabel que, nos anos subseqüentes, seria o principal baluarte da reconstrução do nosso Estado

  Judaico. Não fosse a liberalidade de Ciro, tratado por Deus como "meu servo", os judeus não

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teriam condições de se dedicarem a cumprir tão formidável tarefa. Sob a vista dos sucessores dofundador do Império Persa, os muros e o Templo de Jerusalém foram reconstruídos em tempo re-corde. O diligente Zorobabel, o destemido Neemias, o erudita Esdras e o judicioso sumosacerdote Josué, contaram com o respaldo da monarquia persa, no santo cumprimento de seus

deveres. Ciro mostrou-se tão liberal que, inclusive, devolveu aos líderes judaicos parte dostesouros do Templo levados a Babilônia por Nabucodonosor. Atrás da generosidade persa,contudo, estava a potente mão de Deus! No tempo da rainha Ester, mulher do poderoso Assuero,vemos, uma vez mais, o Senhor usar o poderio persa em favor de seu povo. Não obstante asmaquinações de Hamã, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó forçou o soberano persa a ver comsimpatia a causa dos exilados judeus. Por intermédio da belíssima prima de Mardoqueu, o Todo-poderoso intervém em favor da nação judaica e concede-lhe grande livramento. O ministério deEster é tão glorioso que, ao interceder, junto ao seu esposo, pela vida de seu povo, estava preser-vando, indiretamente, a existência do Salvador. Fossem os judeus aniquilados pelo diabólicoHamã e toda a ancestralidade de Cristo extinguir-se-ia nos limites do Império Persa.

Fim do Império PersaO Império Persa resplandecia no Oriente. No Ocidente, enquanto isso, a Grécia começa adesenvolver-se e a tornar mais marcante a sua presença no concerto das nações. Delineava-se,dessa maneira, o fim do imperialismo persa. Quão exatas mostravam-se as profecias de Daniel!Segundo ele predissera, a Grécia substituiria a Pérsia no comando político daquela época. E,caberia a um intrépido macedônio a glória de pôr término à expansão medo-persa.

O Império GregoHistória da Grécia A Grécia antiga estava dividida em cidades-estados. Sem coesão político-administrativa, essespequenos e até diminutos países estavam em constantes alterações. Haja vista as repetidas

escaramuças entre Esparta e Atenas. Os gregos eram unidos somente por laços culturais e religio-sos. Quando o perigo os ameaçava, firmavam, porém, alianças provisórias. O Século V a.C, marcao auge da Grécia. Nessa longínqua época, Péricles assume o comando político de Atenas ecomeça a apoiar, maciçamente, os empreendimentos culturais. Brilhante orador e possuidor deinvulgar gênio administrativo, transforma a capital da Ática na mais importante cidade domundo. Em meio a tão viçosa democracia, despontam os filósofos, escultores, pintores,dramaturgos, poetas, arquitetos, médicos, etc. Essa importantíssima Era da história grega passa aser conhecida como o Século de Péricles. Jamais os helenos voltariam a presenciar tantodesenvolvimento e tamanha glória. No século seguinte, os gregos tornam-se alvo das intençõeshegemônicas de Felipe II da Macedônia.

Alexandre Magno Limitando-se ao sul com a Grécia, a Macedônia estava destinada a dominá-la e a encabeçar odomínio heleno do mundo. Seus habitantes, à semelhança dos gregos, eram de origem indo-européia. A cultura macedônia, contudo, é considerada bem inferior à grega. Nesse país, cuja áreaé ocupada hoje pela Iugoslávia, nasceu Felipe II. Capturado por um bando de gregos, em meadosdo Século Quarto a.C, esse irrequieto macedônio é levado a Tebas, onde domina as artes bélicasda Grécia. Em seu exílio, elabora audaciosos planos: modernizar os exércitos da Macedônia e unirtodos os helenos sob o seu comando. Eis sua grande obsessão: subjugar o Império Persa. De voltaà sua terra, dá largas às suas pretensões hegemônicas. Em pouco tempo, transforma as forçasarmadas macedônias em uma eficaz e formidável máquina de guerra. Com ímpeto, domina ascidades-estados gregas. Entretanto, quando se preparava para atingir o auge de suas realizações

militares, é assassinado. Deu-se o desenlace durante as núpcias de sua filha e às vésperas de in-vadir a Ásia Menor. Prematuramente tolhido por tão bárbara fatalidade, desaparece sem darconsecução aos seus ambiciosos planos. Caberia ao seu filho concretizar-lhe os ideais. "Um dos

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maiores gênios militares de todos os tempos". Assim é descrito Alexandre Magno. Nascido em356 a.C, teve uma primorosa educação. Seu preceptor foi, nada mais nada menos, que Aristóteles.Aos pés do mais exato dos filósofos gregos, o príncipe macedônio universaliza-se. Com oalargamento de sua visão do mundo, passa a contemplar a humanidade como uma só família.

Como, porém, concretizar esse ideal? Conquistador inato e guerreiro audaz, declara sua intenção:conquistar a Terra. Não obstante seus 20 anos, reafirma sua autoridade sobre os gregos e, à testade um exército de 40 mil homens, marcha em direção aos persas. Com fúria sobre-humana,derrota Dario Codomano, que possuía uma descomunal guarnição de mais de 800 mil homens.Após destruir o poderio persa, Alexandre Magno prossegue, conquistando terras e mais terras noOriente. Ao chegar ao rio Indu, na Índia, seus homens convencem-no a voltar à terra natal.Cansados e com saudades, eles almejavam rever a Grécia e voltar ao convívio familiar.Percebendo estar o moral de seu exército um pouco baixo para novas conquistas, o soberanomacedônio resolve regressar. Foi-lhes a volta sobremodo penosa. Suportaram, por longos meses,alucinante sede e infindáveis caminhadas sobre desérticas regiões. Muitos tombaram sob ocausticante calor do deserto. Alexandre Magno, ao chegar a Babilônia, é recebido como um ente

celestial. Tributam-lhe divinas honrarias. Para os pobres mortais, não havia ser tão glorioso comoo príncipe macedônio. Os dias vindouros, contudo, revelam a verdade: o filho de Filipe II nãopassava de um homem de carne e osso, sujeito aos caprichos da natureza e limitado pelosabsolutos desígnios de Deus. Em 323 a.C., morreu repentinamente. Com ele, morreram tambémos seus sonhos de ecumenizar a humanidade. Na cidade, palco de tantos acontecimentos impor-tantíssimos para a História, cai o bravo príncipe macedônio. O império desse jovem monarca nãoresiste à sua morte. Conforme profetizara Daniel, as possessões alexandrinas são repartidas entreos mais ilustres militares gregos. Coube a Lísimaco a Trácia e uma parte da Ásia Menor. ACassandro, a Macedônia e a Grécia. A Seleuco, a Síria e o Oriente. E, a Ptolomeu, o Egito. Deconformidade com as palavras do Senhor, o Império Grego foi dividido. Desfazia-se, assim, osonho pan-helenístico de um grande visionário. Uma das maiores realizações de Alexandre

Magno foi a difusão universal da cultura grega. Esse magnífico empreendimento culturalfacilitaria, mais tarde, a propagação global do Evangelho. O apóstolo Paulo, por exemplo, emsuas viagens missionárias, não encontrou quaisquer dificuldades em se comunicar com osgentios, em virtude da internacionalização do koinê - grego vulgar. O historiador Robert NicholsHasting afirma que os helenos deram substancial contribuição ao plano salvífico de Deus.

Os Gregos e os Judeus De acordo com alguns historiadores, o contato de Alexandre Magno com os judeus foi rápido eemocionante. O cronista hebreu Flávio Josefo narra-nos este encontro: "Dario, tendo sabido davitória obtida por Alexandre sobre seus generais, reuniu todas as forças, para marchar contra ele,antes que se tornasse Senhor de toda a Ásia; depois de ter passado o Eufrates e o monte Tauro,

que está na Cilícia, resolveu dar-lhe combate. Quando Sanabaleth viu que ele se aproximava de  Jerusalém, disse a Manassés que cumpriria sua promessa logo que Dario tivesse vencidoAlexandre, pois ele, e todos os povos da Ásia estavam convictos de que os macedônios, sendo emtão pequeno número, não ousariam combater contra o formidável exército dos persas. Mas osfatos mostraram o contrário. A batalha travou-se: Dario foi vencido com graves perdas; sua mãe,sua mulher e seus filhos ficaram prisioneiros e ele foi obrigado a fugir para a Pérsia. Alexandre,depois da vitória, chegou à Síria, tomou Damasco, apoderou-se de Sidom e sitiou Tiro. Durante otempo em que ele esteve empenhado nessa empresa, escreveu a Jaddo, Grão-Sacrificador dos

 judeus, pedindo-lhe três coisas: auxílio, comércio livre com seu exército e o mesmo auxílio, queele dava a Dario, garantindo-lhe que se o fizesse, não teria de que se arrepender, por terpreferido sua amizade à dele. O Grão-Sacrificador respondeu-lhe que os judeus tinham prometi-do a Dario, com juramento, jamais tomar as armas contra ele e por isso não podiam fazê-lo,enquanto ele vivesse. Alexandre ficou tão irritado com esta resposta, que mandou dizer-lhes que

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logo que tivesse tomado Tiro, marcharia contra ele, com todo o seu exército, para ensinar-lhe, e atodos, a quem é que se devia guardar um juramento. Atacou Tiro com tanta força, que dela logose apoderou; depois de ter regularizado todas as coisas, foi sitiar Gaza onde Bahémes governavaem nome do Rei da Pérsia. "Voltemos, porém, a Sanabaleth. Enquanto Alexandre ainda estava

ocupado do cerco de Tiro, ele julgou que o tempo era próprio para realizar seu intento. Assim,abandonou o partido de Dario e levou oito mil homens a Alexandre. O grande príncipe recebeu-omuito bem; disse-lhe então ele que tinha um genro de nome Manassés, irmão do Grão-Sacrificador dos judeus, que vários daquela nação se tinham juntado a ele pelo afeto que ele lhestinha e que ele desejava construir um templo perto de Samaria; que S. Majestade disso poderiatirar grande vantagem, porque assim dividiria as forças dos judeus e impediria que aquela naçãopudesse se revoltar por inteiro e causar-lhe dificuldades, como seus antepassados tinham dadoaos reis da Síria. Alexandre consentiu no seu pedido; mandou que se trabalhasse com incríveldiligência na construção do templo e constituiu Manassés Grão-Sacrificador; Sanabaleth sentiugrande alegria por ter granjeado tão grande honra aos filhos que ele teria de sua filha. Morreu,depois de ter passado sete meses junto de Alexandre no cerco de Tiro e dois no de Gaza. Quando

este ilustre conquistador tomou esta última cidade, avançou para Jerusalém e o Grão-Sacrificador Jaddo, que bem conhecia a sua cólera contra ele, vendo-se com todo o povo em tão grave perigo,recorreu a Deus, ordenou orações públicas para implorar o seu auxílio e ofereceu-lhe sacrifícios.Deus apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e disse-lhe para espalhar flores pela cidade,mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hábitos pontificais, com todos ossacrificadores, também assim revestidos e todos os demais, vestidos de branco, ao encontro deAlexandre, sem nada temer do soberano, por que ele os protegeria. "Jaddo comunicou comgrande alegria a todo o povo a revelação que tivera e todos se preparam para esperar a vinda dorei. Quando se soube que ele já estava perto, o Grão-Sacrificador, acompanhado pelos outrossacrificadores e por todo o povo, foi ao seu encontro, com essa pompa tão santa e tão diferente dadas outras nações, até o lugar denominado Sapha, que, em grego, significa mirante, porque de lá

se podem ver a cidade de Jerusalém e o templo. Os fenícios e os caldeus, que estavam no exércitode Alexandre, não duvidaram de que na cólera em que ele se achava contra os judeus ele lhespermitiria saquear Jerusalém e daria um castigo exemplar ao Grão-Sacrificador. Mas aconteceu

 justamente o contrário, pois o soberano apenas viu aquela grande multidão de homens vestidosde branco, os sacrificadores revestidos com seus paramentos de Unho e o Grão-Sacrificador, comseu éfode, de cor azul, adornado de ouro, e a tiara sobre a cabeça, com uma lâmina de ouro sobrea qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome esaudou o Grão-Sacrificador, ao qual ninguém ainda havia saudado. Então os judeus reuniram-seem redor de Alexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda sorte de felicidade e deprosperidade. Mas os reis da Síria e os outros grandes, que o acompanhavam, ficaram surpresos,de tal espanto que julgaram que ele tinha perdido o juízo. Parmênio, que gozava de grandeprestígio, perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o Grão-Sacrificador dos judeus. Não é a ele, respondeu Alexandre, ao Grão-Sacrificador, que eu adoro,mas é a Deus de quem ele é ministro. Pois quando eu ainda estava na Macedônia e imaginavacomo poderia conquistar a Ásia, ele me apareceu em sonhos com esses mesmos hábitos e meexortou a nada temer; disse-me que passasse corajosamente o estreito do Helesponto e garantiu-me que ele estaria à frente de meu exército e me faria conquistar o império dos persas. Eis porque, jamais tendo visto antes a ninguém revestido de trajes semelhantes aos com que ele meapareceu em sonho, não posso duvidar de que foi por ordem de Deus que empreendi esta guerrae assim vencerei a Dario, destruirei o império dos persas e todas as coisas suceder-me-ão segundomeus desejos. "Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmênio, abraçou o Grão-Sacrificador e os outros sacrificadores, caminhou depois no meio deles até Jerusalém, subiu aotemplo, ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o Grão-Sacrificador lhe dissera que deviafazer. O soberano Pontífice mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel no qual estava escrito que

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um príncipe grego destruiria o império dos persas e disse-lhe que não duvidava de que era ele dequem a profecia fazia menção. "Alexandre ficou muito contente; no dia seguinte, mandou reuniro povo e ordenou-lhe que dissesse que favores desejava receber dele. O Grão-Sacrificadorrespondeu-lhe que eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis, e as leis de seus

antepassados e isentá-los no sétimo ano, do tributo que lhe pagariam durante os outros. Eleconcedeu-lho. Tendo-lhe, porém, eles pedido que os judeus que moravam na Babilônia e naMédia, gozassem dos mesmos favores, ele o prometeu com grande bondade e disse que sealguém desejasse servir em seus exércitos ele o permitiria viver segundo sua religião e observartodos os seus costumes. Vários então alistaram-se." Após a morte de Alexandre Magno, como jádissemos. O Império Grego foi dividido entre quatro generais: Lísimaco, Cassandro, Ptolomeu eSeleuco. Ambiciosos, auto-coroaram-se e trataram de solidificar seus reinos. Seus interessesentrechocaram-se muitas vezes, ocasionando violentas escaramuças. Esses potentadossubsistiram até a ascensão do Império Romano. Deter-nos-emos, entretanto, apenas nas crônicasptolomaicas e selêucidas, por causa de seu relacionamento com os filhos de Israel.

Os PtolomeusSob a égide dos Ptolomeus, experimenta o Egito um grande progresso. Em virtude de suaformidável e ágil frota, torna-se o mais poderoso reino grego. Não obstante as guerras e a políticaagressiva da Síria, consegue manter sua supremacia até o Século II a.C. Quando da ascensão dadinastia ptolomaica, havia, na mais florescente cidade egípcia - Alexandria - uma grande colônia

  judaica. Complacentes e liberais, os ptolomeus permitiram aos dispersos de Judá o cultivo desuas tradições e a adoração de Jeová. Tão magnânimos eram esses soberanos que, inclusive,incentivavam os judeus a continuar a praticar os ritos mosaicos. Ptolomeu Filadelfo, por exemplo,encomendou aos eruditos hebreus a tradução do Antigo Testamento em língua grega. Essaversão, composta em primoroso e escorreito grego, é conhecida como a Septuaginta. EmAlexandria, ainda, os dispersos filhos de Abraão foram autorizados a construir um templo para

perpetuar o nome do Santo de Israel. Ventos de destruição e morte, entretanto, acabariam com abonança da progressista comunidade judaica egípcia. Tudo aconteceu com a ascensão dePtolomeu IV. Esse soberano, conhecido também como Filopator, encetou uma campanha militarde grande envergadura contra Antíoco, o Grande, com o objetivo de reconquistar a Palestina.Depois de derrotar os sírios e entrar triunfalmente em Jerusalém, começou a urdir perigoso esacrílego plano: entrar no Santo Templo. Descobrindo-lhe o intento, os judeus puseram-se à portada Casa do Senhor e, com incontido fervor, começaram a gritar e a protestar contra essaignominiosa intenção. Severamente pressionado, Filopator contém-se e não entra no santuário-maior do povo israelita. Todavia, a partir daquele momento, devota-lhe incontrolável ódio. Devolta ao Egito, começa a perseguir os judeus e, conseqüentemente, a perder o importanterespaldo político da comunidade israelita plantada em solo egípcio. Dessa época em diante, o

reino ptolomaico começa a perder a sua importância. O cenário político do Oriente Médio,doravante, seria dominado pela Síria.

Os SelêucidasA Síria experimentou grande progresso sob o reinado dos selêucidas. Com o seu poderosoexército, fez aguerrida oposição às intenções hegemônicas dos ptolomeus. No período inter-testamental, influiu, grandemente, na política do Oriente Médio. E, por causa de suas intençõesde helenizar a região, principalmente a Judéia, tornou-se grande opositora da nação de Israel. Oimpério selêucida recebe o nome de seu primeiro soberano. Após a morte de Alexandre Magno, oaudaz e ambicioso Seleuco estabelece poderoso reino na Síria. Os três primeiros monarcasselêucidas mantiveram trato amigável com os judeus. Antíoco III, por exemplo, não obstante suasintenções de anexar a Palestina, é aclamado como libertador pelos filhos de Israel. Seus ímpetosexpansionistas são refreados, todavia, por Roma. Antíoco III é substituído pelo seu filho, Antíoco

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Epífanes. Movido por incontrolável ódio, perseguiu violentamente os judeus. Qual o motivo desua inexplicável ira? Segundo Flávio Josefo, ele foi levado a agir de forma tão insana ao verfrustrado o seu plano de helenizar a Judéia. Encarnando o próprio Diabo, esse contumaz edemente soberano entrou em Jerusalém e profanou o santo Templo. No lugar santíssimo,

sacrificou uma porca. Os judeus, entretanto, não se conformam. Sob a liderança dos Macabeus,rebelaram-se e humilharam o agressor. A revolta macabéia é uma das mais belas páginas danação judaica.

Fim do Império Grego Esfacelado e arruinado por disputas intestinas, chegou ao fim o glorioso Império Grego. Em seulugar, levanta-se o terrível e assombroso animal, visto por Daniel séculos antes. O ImpérioRomano, de acordo com a visão do santo profeta, seria diferente de todos os outros - conquistaria,esmagaria. Qual desamparada virgem, a nação de Israel sentiria, também, quão férreas e afiadassão as garras de Roma.

O Império RomanoHistória do Império Romano Enquanto Alexandre Magno conquistava o Oriente e esmagava o até então invencível poderiopersa, um outro império começava a despertar e a incomodar o mundo. Fundada por Rômulo eRemo, provavelmente, e de início humilde e até desprezível, Roma vai ampliando com vagar seusraios de influência. No Século III a.C, já é senhora de toda a península itálica.Roma, habitada porindo-europeus, que, em levas sucessivas, fixaram-se em seu território miscigenando-se aosetruscos, gregos e gauleses, ela não pára de expandir-se. Durante a Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.), os romanos venceram os cartagineses e apossaram-se das ilhas sicilianas. Sentindo-sefortalecidos, eles anexam a Córsega e a Sardenha e derrotam os gauleses no Vale do Pó. Nas duasúltimas guerras púnicas, Roma derrota o brilhante general cartaginês, Aníbal, e põe término a

grandeza incômoda de Cartago. Netta Kemp de Money explica as conseqüências dessesprimeiros sucessos romanos: "Estas guerras lançaram as sementes da conquista da bacia oriental,posto que Filipe V da Macedônia havia ajudado a Aníbal; e Antíoco, o Grande, da Síria, lhe haviaconcedido asilo depois de sua derrota. Filipe foi vencido e os esforços de seu filho Perseu, paravingar a derrota, fracassaram. Diante desta demonstração de poder de Roma, quase todos ospríncipes do Oriente optaram por reconhecer sua supremacia e aliar-se com a potência superior.Antíoco, o Grande, havia sonhado com a conquista da Grécia, porém, foi vencido pelos romanosna batalha de Magnésia, e a seu neto, Antíoco Epífanes, que se havia proposto agregar o Egito eseus domínios, bastou uma repressão de Roma para que desistisse. Houve uma ou outraescaramuça depois dos meados do século segundo antes de Cristo, porém, desde aquela época,todo o mundo teve de reconhecer a supremacia da república romana."

O legado do Império Romano Os gregos legaram-nos a base da sociedade ocidental. Os romanos, sua estrutura. Pragmáticos eadministradores por excelência, deixaram-nos colossal monumento jurídico esculpido em suaexperiência privada e pública. Souto Maior, em sua História Universal, diz-nos como os romanosfizeram suas leis: "O direito romano foi um dos legados mais importantes deixados por Roma àscivilizações que lhe sucederam. O antigo direito consuetudinário, isto é, baseado no uso e noscostumes, passou a ser direito escrito com a Lei das 12 Tábuas, que é considerada a mais antiga leiromana. "O sistema jurídico dos romanos resultou não somente da necessidade de governar osdiferentes povos dos países conquistados mas, também, da natural substituição de antigoscostumes por certos princípios gerais que se foram condensando através dos editos dos  pretores. "Os pretores eram magistrados encarregados da administração da justiça. No começo de suagestão, o pretor comumente promulgava um edito, estabelecendo os princípios que iriam orientar

 

os seus julgamentos: embora geralmente os pretores apenas repetissem o que já estava

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estabelecido por seus predecessores, de vez em quando surgiam novas regras, modificando aestrutura jurídica precedente. "Antes do III século a.C. existia apenas o 'praetor urbanus', isto é, o

 juiz da cidade. Depois, estabeleceu-se o cargo de 'praetor peregrinus' que deveria julgar os casosentre cidadãos romanos e estrangeiros. "Aplicando e interpretando a lei, os pretores criaram duas

espécies de direito: o que se aplicava aos cidadãos romanos, chamado 'jus civile', e o que diziarespeito a todos os povos de maneira geral, denominado 'jus gentium'. Era o 'jus gentium' queautorizava a existência da escravidão e da propriedade privada, sendo, portanto, um complemen-to do 'jus civile.' "No século II a.C, foi elaborado, por Sálvio Juliano, sob o governo de Adriano, oEdito Perpétuo, que codificava os editos dos pretores e também os dos imperadores. "Admitiramtambém os romanos a existência de um 'jus naturale', que não era propriamente um conjunto deleis e sim a idéia de que, acima do Estado e das instituições, existe um princípio de justiça válidouniversalmente, ou, como afirmou Cícero, 'uma razão justa, consoante à natureza, comum a todosos homens, constante, eterna'. "O 'jus civile' romano estabeleceu uma perfeita distinção entrepessoa e pessoas ao mesmo tempo. Os escravos não eram considerados pessoas e, assim,destituídos de quaisquer direitos." Eis mais alguns importantes legados romanos: tirocínio

administrativo; engenharia diversificada e prática; política exterior fundada no pragmatismo;disciplina e agilidade nas forças armadas, e, urbanização eficaz.

O Império Romano e os JudeusAo tomar Jerusalém, em 63 a.C, o general romano Pompeu depara-se com a nação judaicabastante enfraquecida, em conseqüência de renhidas disputas internas. Depois de um começobrilhante e glorioso, a família macabéia passa a fazer escusas manobras para manter-se no poder.Conhecida, também, como dinastia hasmoneana, acabou por cair nas garras de uma ambiciosa epertinaz família iduméia, de onde viria um monstro voraz e impiedoso -Herodes, o Grande.Pompeu estava no Oriente Médio para conter o expancionismo de Mitrídates, rei do Ponto.Sonhando construir um grande império, esse monarca intentava conquistar a Ásia Menor e a

Palestina e, assim, minar a posição romana nessa tão estratégica área. Preocupada, Roma envia àregião um bravo e nobre general. Grande estrategista, Pompeu vence o rei Mitrídates, que serefugia na Armênia. Mesmo vencido, o ambicioso soberano reorganiza-se e tenta tomar a Síria. Ogeneral romano, entretanto, intervém uma vez mais e o derrota definitivamente. O governo deRoma, satisfeito com o desempenho de seu brilhante militar, designa-o governador dasprovíncias da Ásia. Foi nessa qualidade, que Pompeu recebeu Aristóbulo e Alexandre.Disputando ferrenhamente o trono da Judéia, ambos submetem-se à sua arbitragem. O povo,contudo, não deseja ser governado por nenhum dos dois. Que decisão tomar? Prático, o generalromano desejava colocar sobre os judeus um rei títere. Entre os contendores, opta pelo maismanobrável e influenciável. A escolha recai sobre Hircano, cujo caráter era débil. A decisão dePompeu desagrada, profundamente, a Aristóbulo, que começa a arquitetar planos de vingança e

revolta. Hircano, respaldado por Roma, assume o poder e introduz, em Jerusalém, o exércitoromano. Revoltado, Aristóbulo encerra-se no Santo Templo com 12 mil partidários. Pompeu, aoexaminar detidamente a questão, decide tomar o santuário. A luta é grande. O espetáculo,dantesco. Aristóbulo consegue fugir. Seus homens, contudo, são aniquilados. Sentindo-se senhorda situação, Pompeu penetra no lugar mais sagrado do Templo - o santíssimo. Esperava, quemsabe, deparar-se com segredos etéreos e mistérios celestiais. Contempla, no entanto, um singeloaltar, cuja glória residia no nome do Santo de Israel. Dessa maneira, deixa a Casa do Senhor.Depois dessa intervenção, a Judéia torna-se província romana. Nessa qualidade, fica sujeita aosmais absurdos caprichos dos poderosos senhores de Roma. Durante o primeiro triunvirato,Crasso, para mostrar seus méritos militares, declara guerra aos partos. Mas, como financiar tãoarrojada campanha? Lembra-se dos lendários tesouros do Templo e o saqueia. Com dez miltalentos de ouro, tenta conseguir seu intento. Embora impetuoso e feroz, não é bem sucedido:perde a guerra, o dinheiro e a vida. De manobra em manobra, Herodes, o Grande, consegue dos

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romanos o governo e o trono da Judéia. Sua carreira política teve início, quando ele tinha 15 anos.Desde cedo mostrou-se cruel e sanguinário. Não tolerava quaisquer arranhões em suaautoridade. Sedento de poder, prendia, desterrava e matava. Tão maquiavélico era Herodes que,fácil e rapidamente, ganhou a confiança dos mandatários romanos. Nas situações mais adversas,

mostrava quão habilidoso político era. Ele não suportava a menor ameaça ao seu trono. Nãohesitou, por exemplo, em assassinar seus filhos Aristóbulo e Alexandre. Carcomido de ciúmes,executou também sua belíssima esposa Mariana, descendente dos macabeus. Em 37 a.C,finalmente, o monstruoso Herodes liquidou a brava e heróica dinastia hasmoneana. Enfim, o tro-no da Judéia era todo seu! Um de seus últimos desatinos foi a matança dos inocentes de Belém.Sua real intenção era destruir a vida do infante Jesus. Depois de todas essas sandices, o perversoidumeu desapareceu entre atrozes dores e com suas entranhas consumidas por vermes. Uma desuas grandes obras foi a ampliação e embelezamento do Templo. Mesmo assim, os judeus não seesqueceram de seus bárbaros e selvagens crimes. Das personalidades romanas enviadas à Judéia,destacaremos, a seguir, apenas duas. Uma, responsável pela morte de Jesus, e a outra, peladestruição de Jerusalém. Referimo-nos a Pôncio Pilatos e ao General Tito.

O império Comano e os Cristãos O judaísmo era tolerado no Império Romano, por não possuir caráter proselitista. A religião

  judaica limitava-se aos judeus. Raros eram os prosélitos. Os rabinos não tinham espíritoapostólico. Ás autoridades de Roma, por isso mesmo, permitiam o funcionamento de sinagogas eescolas hebraicas. A situação, contudo, foi substancialmente alterada com a guerra na Judéia em70 d.C. Em conseqüência de seu espírito missionário, o Cristianismo, desde o seu nascedouro, foiduramente perseguido. As autoridades romanas viam-no como uma perigosíssima ameaça. E, defato, a religião do Nazareno visava e visa a conquista espiritual do mundo. Antes de sua ascen-são, ordenara Jesus aos seus apóstolos: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portantoide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito

Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estouconvosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28.18-20). E, nos momentos queantecederam sua subida aos céus, o Ressuscitado fez esta recomendação aos seus apóstolos: "Masrecebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em

 Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (At 1.8). A partir dessemomento, desse glorioso e memorável momento, tem início uma luta mortal entre o Reino deDeus (a Igreja) e o principado das trevas (o Império Romano). Os imperadores movem cruentas eimpiedosas perseguições contra os cristãos. Nada, porém, consegue barrar o magistral progressoda Igreja. O número de servos de Deus aumenta dia após dia. Esse avanço, contudo, custa umalto preço: o sangue dos santos. Hegesipo, escritor do Século II, narra-nos como o perverso eanormal Nero tratou os cristãos, acusados, por ele, de terem incendiado Roma: "Alguns foram

vestidos com peles de animais ferozes, e perseguidos pelos cães até serem mortos, outros foramcrucificados; outros envolvidos em panos alcatroados, e depois incendiados ao pôr-do-sol, paraque pudessem servir de luzes para iluminar a cidade durante a noite. Nero cedia os seus próprios

 jardins para essas execuções e apresentava, ao mesmo tempo, alguns jogos de circo, presenciandotoda a cena vestido de carreiro, indo umas vezes a pé no meio da multidão, outras vendo oespetáculo do seu carro". Sob o governo de Nero, que mandou incendiar a capital de seu impérioe, covardemente, culpou os cristãos, pereceram, ainda, os apóstolos Pedro e Paulo. Os seguidoresde Cristo foram perseguidos pelo Império Romano por quase 300 anos. A situação só se amainoucom a ascensão de Constantino, o (Irande. Não falaremos mais detalhadamente acerca dossofrimentos desses heróicos homens, mulheres e crianças, por absoluta falta de espaço. O sanguedesses santos, entretanto, continua a clamar no tempo e clamará na eternidade.

O fim do Império Romano

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Depois de séculos de sanguinolência e devassidão, permissividade e térrea tirania, chega ao fim o"inexpugnável" Império Romano. A imoralidade e a inebriante luxaria tiraram do povo romanosua fibra e coragem. Enquanto isso, os inimigos de Roma fortaleciam-se e preparavam-se paradeitá-la por terra. Em 476 d.C, os bárbaros invadiram Roma. Desapareceu, assim, o mais extenso e

poderoso reino humano! No entanto, segundo profetizou Daniel, esse império ressurgirá comgrande poder. Sua duração, porém, será curta. 0 Rei dos reis e Senhor dos senhores encarregar-se-á de destruí-lo

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O oriente médio na atualidade

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BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA 

•  RONIS, Osvaldo – Geografia Bíblica, sob o enfoque histórico e étnico – 3ª. Ed. Rio de Janeiro,

 JUERP, 1999.

•  MESQUITA, Antonio Neves de – Povos e nações do mundo antigo: uma história do VelhoTestamento – 6ª. Ed. Rio de janeiro, JUERP, 1995.

•  ANDRADE, Claudionor Corrêa de - Geografia Bíblica. Rio de Janeiro - CPAD, 1987.

•  PACKER, James I. A. M., D. PHIL - Merrill G. TENNEY, A.M., Ph. D. -White,Jr.,WILLIAM Th. M., Ph. D. - O Mundo do Antigo Testamento – Editora Vida 2002.

OBS: É proibida a reprodução total e/ou parcial deste material, sem prévia autorização. Ele éde USO EXCLUSIVO da ESUTES, e protegido pela Lei nº. 9.610 de 12.01.1998 que regula direitosautorais e de compilação de obra, sendo proibida a sua utilização em outro estabelecimento de

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AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOO MMÓÓDDUULLOO:: GGEEOOGGRRAAFFIIAA BBÍÍBBLLIICCAA 

Assinale com um (x) a alternativa correta!

Nome: ____________________________________________________________ Nota:

Obs.: As provas devem ser feitas a caneta (azul ou preta), e é obrigatório o nome completo nasmesmas.

1) As mais antigas civilizações da história surgiram na Antigüidade Oriental entre os anos 4.000 a.C. e 2.000a.C. Foram as chamadas civilizações hidráulicas. Isso porque todas elas procuraram se instalar ondehouvesse abundância de água, com a intenção de uma sobrevivência mais próspera. A religião foi o traçomais marcante na vida dos povos orientais. Ela influenciava tudo: economia, sociedade, política, cultura, artes.Em relação a religião os povos orientais eram:a. ( ) Politeístas (idólatras), religiosos ao extremo ao ponto da religião influenciar todas as áreas da sociedade.b. ( ) Monoteístas, fiéis ao Deus Criador dos Céus e da terra, “ortodoxos” em sua maneira de cultuar.c. ( ) Monoteístas, fiéis ao deus Criador dos Céus e da terra, pagãos em sua maneira de cultuar.

Valor da questão: 1,0 pontos

2) Tanto na história sagrada, como na secular, a Terra de Israel recebeu várias designações. Cada nome porela recebido encerra um drama vivido pelo povo de Deus. Desde a Era Patriarcal até os nossos dias, as maisvariadas nomenclaturas têm sido dadas ao território israelita. Israel nunca teve um nome bem definido. Ospróprios judeus não tinham um nome especial para seu país, chamando-o simplesmente de “a terra”.Atualmente toda a região onde habitam os judeus, no oriente médio, é chamada de Palestina. Diante disso,assinale a alternativa correta:a. ( ) O nome Palestina foi adotado pelo Islã.b. ( ) O nome Palestina foi adotado logo após a divisão dos territórios de Israel depois da conquista de Josué.c. ( ) O nome Palestina foi adotado pela administração romana em 135 d.C. para substituir o nome Judéia e não daterminologia judaica original e é uma corruptela da palavra “Filístia.”

Valor da questão: 1,0 pontos

3) A independência do Estado de Israel foi proclamada em 1948. Nesses quase 40 anos, as cidades foram-semultiplicando sobre o exíguo território israelense. Cumpre-se, dessa forma a maravilhosa profecia que se

encontra no livro de Amós 9.13-15. Identifique o nome das cidades que ao longo desse tempo se multiplicou:a. ( ) Decápolis, Jericó, Hebrom, Samaria, Jope, Cafarnaum, Tarso.b. ( ) Tarso, Nacarem, Samaria, Jericó, Belém, Índia, Genezaré.c. ( ) Jericó, Belém, Hebrom, Jope, Nazaré, Cafarnaum, Samaria, Decápolis.

Valor da questão: 1,0 pontos

4) Israel foi obrigado a conviver com outros povos - aguerridos, idólatras e belicistas. Essas gentes causarammuitos transtornos à progênie de Abraão. De quando em quando, violavam as fronteiras israelitas eescravizavam tribos inteiras. O pastor Enéas Tognini disse: "Estas nações e povos, que rodeavam Israel,serviam de termômetro para regular a temperatura espiritual dos filhos de Jacó: quanto mais perto de Deusandavam, mais poder tinham e seus territórios eram dilatados; afastavam-se do seu Senhor, Deus osabandonava ficavam sem proteção, chegavam os inimigos e subjugavam o povo e conseqüentemente, seapossavam de seus territórios."Quais os principais povos que sobreviveram às investidas do exercito deJosué? a. ( ) Sírios, fenícios, amalequitas, moabitas e filisteus.b. ( ) Filisteus, amalequitas, midianitas, moabitas, amonitas, edomitas, fenícios e sírios.c. ( ) Amalequitas, midianitas, moabitas, fenícios e filisteus.

Valor da questão: 1,0 pontos

5) O nome “Mar Morto ”, dado ao mar onde supostamente teria sido Sodoma e Gomorra foi dado por causa deseu aspecto triste e desolador. Assinale a opção com os nomes de quem teria dado ao mar morto essadesignação no século II de nossa era cristã: a. ( ) Pausanias e Justino.b. ( ) Flávio Josefo e Jesus.c. ( ) Paulo e Silas.

Valor da questão: 1,0 pontos

6) O advento do férreo Império Romano, marca o fim da restauração nacional iniciada por Esdras, Neemias,Zorobabel e pelos profetas Ageu e Zacarias. Os judeus, ao tentarem sacudir o jugo romano, são dispersados

por todas as nações do mundo, onde sofreram e sofrem terrivelmente. Em meio a povos estranhos, os filhosde Israel foram humilhados, e aterrorizados. Seus sofrimentos, aliás, foram vaticinados por Moisés em Dt28.49-57. Qual a razão desse sofrimento?a. ( ) A abertura do mar vermelho.

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b. ( ) A rejeição de seu Messias.c. ( ) Impostos não pagos.

Valor da questão: 1,0 pontos

7) Os judeus celebravam sete festas religiosas anualmente, sendo que cinco eram da época mosaica e duas deépocas posteriores. As mais importantes delas às quais um judeu homem não podia faltar por exigência da lei.Quais eram essas festas e onde encontramos suas referêcias?a. ( ) A da Páscoa, a de Pentecostes e a dos Tabernáculos. (Ex 23.14-19)b. ( ) Tabernaculos, Pentecostes e Templo. (Ex 23.14)c. ( ) Festas dos pães, Tabernaculo e Vinho. (Ex 23.14-19)

Valor da questão: 1,0 pontos

8) O cronista hebreu Flávio Josefo narra-nos este encontro: "Dario, tendo sabido da vitória obtida porAlexandre sobre seus generais, reuniu todas as forças, para marchar contra ele, antes que se tornasse Senhorde toda a Ásia; depois de ter passado o Eufrates e o monte Tauro, que está na Cilícia, resolveu dar-lhecombate. Quando Sanabaleth viu que ele se aproximava de Jerusalém, disse a Manassés que cumpriria suapromessa logo que Dario tivesse vencido Alexandre, pois ele, e todos os povos da Ásia estavam convictos deque os macedônios, sendo em tão pequeno número, não ousariam combater contra o formidável exército dospersas. Mas os fatos mostraram o contrário, a batalha travou-se, Dario foi vencido, com graves perdas. Quaisforam elas?

a. ( ) Sua mãe, sua mulher e seus filhos ficaram prisioneiros e ele foi obrigado a fugir para a Pérsia. Alexandre,depois da vitória chegou à Síria, tomou Damasco, apoderou-se de Sidom e sitiou Tiro.b. ( ) A auto estima, e foi visto com vergonha por todo o povo da época.c. ( ) O império e todo o seu ouro, juntos com suas concubinas. Fora as mortes de seus bravos guerreiros.

Valor da questão: 1,0 pontos 

9) A festa das Primícias comemorava a aproximação do fim da colheita do trigo e com ele a de todos o cereaisde que era feito o “pão de cada dia” ou seja, a alimentação comum do povo. A oferta peculiar desta festa eracomposta de dois “pães movidos” (Lv 23.17) fermentados porque representavam as imperfeições do povo eera acompanhada de uma outra, composta de dois cordeiros, para expiação de pecados. Quanto tempo duravaessa festa?a. ( ) 60 dias (oito semanas)b. ( ) 30 dias (quatro semanas)c. ( ) 50 dias (sete semanas)

Valor da questão: 1,0 pontos10) O nome Hebreu ou Habiru , como diziam os egípcios, vem da raiz ‘a-vár’, que significa “passar, transitar,atravessar, cruzar” ou filosoficamente, sem pátria. Esse nome denota viajantes, aqueles que ‘passam adiante’.Isto porque os israelitas por um tempo realmente levaram uma vida nômade.Os hebreus tiveram uma históriade migração, lutas, fugas e cativeiros, mas procuravam e conseguiram preservar sua cultura. Qual a origem dopovo hebreu?a. ( ) Em Moisés e no povo que saiu do Egito na ocasião do Êxodo, os quais formaram as Doze Tribos de Israel.b. ( ) Em povos semitas dos quais veio Abraão, um caldeu, e do qual descendeu Isaque, Jacó e as Doze Tribos.c. ( ) Em povos semitas dos quais veio José, segunda pessoa do Faraó em seu tempo, que auxiliou o Egito

Valor da questão: 1,0 pontos

a) O aluno deverá enviar a avaliação para o e-mail: [email protected] b) O tempo para envio da avaliação corrigida para o aluno é de até 15 dias após o recebimento daavaliação

Enquanto a prova é corrigida o aluno já pode solicitar NOVO MÓDULO c) Alunos que recebem o MÓDULO IMPRESSO podem enviar sua avaliação também para e-mail:

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