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GERENCIAMENTO DE PROJETO AUXILIADO PELO SCRUM
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7/21/2019 Gerenciamento de Projeto Auxiliado Pelo Scrum
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO E SISTEMAS
MARCOS DA SILVA GOMESWELLINGTON DA MATTA GOMES
GERENCIAMENTO DE PROJETO AUXILIADO PELO SCRUM:Flexibilizando o Gerenciamento Tradicional
Campos dos Goytacazes2009
7/21/2019 Gerenciamento de Projeto Auxiliado Pelo Scrum
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MARCOS DA SILVA GOMESWELLINGTON DA MATTA GOMES
GERENCIAMENTO DE PROJETO AUXILIADO PELO SCRUM:Flexibilizando o Gerenciamento Tradicional
Monografia apresentada ao InstitutoFederal Fluminense – Campus Centro,como requisito parcial para conclusão docurso de pós-graduação lato sensu emProdução e Sistemas.
Orientador: Prof. DSc. Sérgio MartinsVasconcellos. Doutor em Engenharia deProdução
Campos dos Goytacazes2009
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Dados de Catalogação na Publicação (CIP)
G633g Gomes, Marcos da Silva.Gerenciamento de projeto auxiliado pelo Scrum:
flexibilizando o gerenciamento tradicional. / Marcos da SilvaGomes, Wellington da Matta Gomes – Campos dosGoytacazes, RJ : [s.n.], 2009.
72 f. : il.
Orientador: Sérgio Martins de Vasconcellos.Monografia (especialização). Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. Campos dosGoytacazes, RJ, 2009.
Bibliografia: f. 65 - 67.
1. Administração de projetos. 2. Scrum (Programa decomputador). I. Gomes, Wellington da Matta. II.Vasconcellos, Sérgio Martins, orient. III. Título.
CDD – 658.404
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MARCOS DA SILVA GOMESWELLINGTON DA MATTA GOMES
GERENCIAMENTO DE PROJETO AUXILIADO PELO SCRUM:Flexibilizando o Gerenciamento Tradicional
Monografia apresentada ao InstitutoFederal Fluminense – Campus Centro,
como requisito parcial para conclusão docurso de pós-graduação lato sensu emProdução e Sistemas.
Aprovada em ____ de _______ de 2009
Banca Avaliadora:
............................................................................................Profº DSc. Sérgio Martins Vasconcellos (orientador)
Doutor em Engenharia de ProduçãoInstituto Federal Fluminense
............................................................................................Prof o MSc.Flávio Nassur Espinosa
Mestre em Engenharia de ProduçãoInstituto Federal Fluminense
............................................................................................Prof o MSc. Henrique Rego Monteiro da Hora
Mestre em Engenharia de ProduçãoInstituto Federal Fluminense
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Dedico este trabalho ao meu grandeamor minha esposa, Jaqueline, que soubeentender minha ausência e que semprerespeitou minha escolha profissional.
Wellington
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Dedico este trabalho aos meus filhosMateus e Filipe e principalmente a minhaamada esposa Cecília, que de forma sábiae terna, tem nos conduzidos a marestranqüilos.
Marcos
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AGRADECIMENTO
Agradeço,
A Deus que conduziu-me todo tempo na busca do saber. Sem a fé
depositada nele e a certeza de sua companhia, nada seria, nada teria e nada faria...
Aos meus amigos para que junto com minha família me perdoem, por toda
minha ausência.
Ao companheiro Marco Antônio por sua compreensão e paciência no
transmitir o saber.
Ao Colega de Trabalho Carlos Alberto S. Alves, que não mediu esforços
trocando serviço, para possibilitar minha presença nas aulas.
Ao Doutor Sérgio Vasconcellos por sua ajuda e compreensão para
concretização dessa jornada.
A todos que direta ou indiretamente colaboraram para a conclusão desta
jornada. Meu carinho e respeito.
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"Não existe nada mais difícil, de seexecutar, nem de sucesso mais duvidosoou mais perigoso, que dar início a umanova ordem das coisas. Pois o reformadortem como inimigos todos os que ganhamcom a ordem antiga e conta apenas comdefensores tímidos entre aqueles queganham com a nova ordem. Parte dessatimidez vem do medo dos adversários,
que têm a lei a seu favor; e parte vem daincredulidade da humanidade que nãodeposita muita fé em qualquer coisa nova,até que a experimente".
O Príncipe, MAQUIAVEL
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RESUMO
Em prol da melhoria dos seus processos, as organizações estão buscando ferramentas que
contribuam para redução de custos e prazos, o aumento da antecipação da tendência domercado e maior satisfação de seus clientes com menor número de retrabalho e maiores
resultados em seus negócios. O Gerenciamento de Projetos está intimamente ligado aos
interesses das empresas. Porém, apresenta algumas lacunas que precisam ser solucionadas.
Com isso, este trabalho apresenta a Ágile Project Management (APM), ou Gerenciamento de
Projetos Ágil, que preenche algumas brechas deixadas pelo Gerenciamento de Projeto
Tradicional e os indicadores de desempenho relacionados ao prazo de entrega, qualidade e
satisfação desses projetos. Utilizando a metodologia Scrum conseguimos liberar o processo de
algumas barreiras dando uma avaliação correta do ambiente em constante mudança. Como umpoderoso framework essa metodologia dirá exatamente o que fazer. O Scrum não tem a
pretensão em liquidar todos os problemas mais facilitará sua identificação.
Palavras-chaves: Gerenciamento Ágil; Gerenciamento Tradicional; Scrum
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ABSTRACT
For the sake of improving their processes, organizations are looking for tools that
help to reduce costs and time, the increase in anticipation of market trends and
increased customer satisfaction with fewer rework and greater results in their
businesses. Project management is closely linked to business interests. However, it
has some shortcomings that need to be addressed. Therefore, this paper presents
the Agile Project Management (APM), Project Management and Agile, which fills
some gaps left by the Project Management Traditional and performance indicators
related to the delivery, quality and satisfaction of these projects. Using the Scrummethodology can release the process of some barriers giving a correct assessment
of the changing environment. As a powerful framework methodology that tell you
exactly what to do. Scrum does not purport to settle all problems will facilitate their
identification.
Keywords: Agile Management; Traditional Management, Scrum
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Situação dos Projetos em relação das falhas e conclusões ....... ..............14
Figura 2 - Evolução do Escritório de Projetos(Fonte: Rogério S. Leitão) ............... ..27
Figura 3 - O Modelo Cascata atrasa a resolução de riscos ...................................... 37
Figura 4 - O Modelo Iterativo antecipa a resolução de riscos .................................. 38
Figura 5 - As entregas no Modelo Iterativo .............................................................. 38
Figura 6 - Ligações entre os grupos de processos do PMBOK ............................... 39
Figura 7 - Ligações entre grupos de processos segundo as metodologias ágeis ... 40Figura 8 - Áreas de Conhecimento do PMBOK(PMI,2004) mais afetadas em APM 41
Figura 9 - Ciclo de Vida SCRUM . ............................................................................. 55
Figura 10 - Macro estrutura do Scrum (Yoshima 2007, p. 12).................................. 56
Quadro 1-Influência da Estrutura Organizacional nos Projetos (Fonte: PMBOK – PMI
2004 p. 44) ............................................................................................................... 29
Quadro 2 - Características das equipes Ágil e Tradicional. ...................................... 54
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LISTA DE SIGLAS
PMBOK ....................... Project Management Body of Knowledge (Guia do Conjunto
de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos)
PMI ..................................Project Management Institute (Instituto de Gerenciamento de
Projetos)
TI ................................. Tecnologia da Informação
UML ............................. Unified Modeling Language (Linguagem de Modelagem
Unificada)
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 13
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................. 13
1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO............................................................ 16
1.3 OBJETIVO .............................................................................................. 16
1.4 METODOLOGIA APLICADA ................................................................... 17
1.4.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................. 19
1.5 LEIAUTE DO TRABALHO ....................................................................... 19
2 GERENCIAMENTO DE PROJETOS ...................................................... 212.1 CULTURA NA ORGANIZAÇÃO .............................................................. 24
2.2 ESCRITÓRIO DE PROJETOS ................................................................ 26
2.2.1 O papel do EGP nas estruturas organizacionais ..................................... 28
2.2.2 O perfil do EGP no Brasil ........................................................................ 30
2.3 GERENCIAMENTO DE PROJETOS ÁGIL ............................................. 32
2.3.1 O manifesto Ágil ...................................................................................... 34
2.3.2 Princípios do gerenciamento de projetos ágil .......................................... 352.3.3 Desenvolvimento iterativo ....................................................................... 36
2.3.4 PMBOK (PMI, 2004) Versus Ágil............................................................. 39
2.3.5 Áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos aplicáveis .......... 41
2.3.5.1 Gerenciamento dos Recursos Humano ..................................................42
2.3.5.2 Gerenciamento da Qualidade .................................................................43
2.3.5.3 Gerenciamento da Integração .................................................................43
2.3.5.4 Gerenciamento de Escopo e Tempo .......................................................433 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ...................................................... 45
3.1 SCRUM ................................................................................................... 46
3.1.1 Definições ............................................................................................... 47
3.1.2 Conceitos ................................................................................................ 48
3.1.2.1 Sprint ...................................................................................................... 48
3.1.2.2 Product Backlog ......................................................................................49
3.1.2.3 Planing Meeting.......................................................................................50
3.1.2.4 Dailly Meeting ......................................................................................... 51
3.1.2.5 Review ....................................................................................................51
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3.1.2.6 Retrospective ..........................................................................................51
3.2 PAPÉIS RESPONSABILIDADES DO SCRUM .......................................52
3.2.1 Product Owner (proprietário do produto) ................................................. 52
3.2.2 Scrum Master (gerente do projeto).......................................................... 52
3.2.3 Developers (equipe) ................................................................................ 52
3.3 CICLO DE VIDA SCRUM ........................................................................54
3.4 IMPLANTANDO SCRUM ........................................................................57
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 59
4.1 A VIABILIZAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE PROJETO ÁGIL ...................... 60
4.2 PROPOSTA DE PESQUISAS FUTURAS ............................................... 62
4.3 O TRABALHO ......................................................................................... 635 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 65
ANEXO A: Visão geral da Metodologia de Gestão de Projetos .............. 68
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1. INTRODUÇÃO
A gestão de projeto é uma ferramenta muito útil quando se reporta à
concepção de produtos voltados para área tecnológica. A adoção das ferramentas
de gestão de projeto poderá definir a viabilidade de um trabalho de conclusão de
curso acadêmico aos diferentes segmentos até mesmo aos que não tem
obrigatoriedade de entender a tecnologia analisada.
Prado (2003, p. 38) afirma que as empresas brasileiras estão demonstrando
maior sensibilidade para a importância do gerenciamento de projetos para sua
sobrevivência e progresso. E ainda, Phillips (2003, p. 1), comenta sobre asdiferenças existentes nos projetos da área de tecnologia da informação (TI),
afirmando que o profissional experiente que for gerenciar projetos de TI observará
que trata-se de algo totalmente diferente em gerenciar qualquer outro projeto com o
qual já tenha trabalhado.
Para o autor Phllips o mundo da tecnologia da informação atua nas
necessidades de negócio que sempre mudam compatibilidade de hardware,
pequenas falhas no software, brechas na segurança e largura de banda da rede,posturas e políticas de administração.
Entre as afirmações de Prado e Phillips, pode-se entender que a gestão de
projetos para a área de TI é necessária, totalmente dinâmica, dependente de
ferramentas e metodologias que de mesma forma apresentem soluções dinâmicas e
rápidas.
Dentro deste contexto e que se insere este trabalho, as justificativas que
motivaram sua realização, demonstrando a importância atual do tema.
1.1. PROBLEMATIZAÇÃO
Apesar do evidente aumento da utilização do gerenciamento de projetos por
parte das empresas, ainda se observam (FORMAM, apud RAD & RAGHAVAN,
2000) altos índices de falhas em projetos. Um estudo realizado pelo Standish Group
-2005 relata que, dentre 8.380 projetos de Tecnologia de Informação (TI), 31,1%
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continham falhas que impediam totalmente que os objetivos fossem atingidos, 52,7%
estavam em processo de recuperação de falhas ocorridas recentemente e,
possivelmente, seriam completados fora do prazo e atingindo apenas parcialmente
os objetivos e 16,2% foram completados no prazo, dentro do orçamento e de acordo
com as especificações.
Recuperando-
se das falhas
(52,7%)
Dentro da
espectativa
16 2%
Falhas total
(31,1%)
Figura 1 - Situação dos Projetos em relação das falhas e conclusões
Observando a imagem podemos entender que a gestão de projetos está em
três patamares dois totalmente indesejáveis e que somam 83, 8% e, apenas 16,2%
está dentro do esperado. Sendo mais da metade (52,7%), está dentro de um padrão
que pode ainda ter recuperação, mesmo ocorrendo anormalidades.
CRAWFORD (2000), justifica esta aparente ineficiência no gerenciamento de
projetos dizendo que a maioria dos problemas relativos aos projetos ocorrem devido
à falta de processos adequados e padronizados de gerenciamento, ou seja, a maior
causa das falhas nos projetos não são as especificidades do que efetivamente deu
errado, mas sim a falta de procedimentos, metodologias e padrões flexíveis e ágeis.
As equipes de TI das organizações sofrem uma pressão crescente para
reduzir orçamentos, melhorar a qualidade de seus produtos e realizar entregas mais
rapidamente. Essas exigências se deparam com as atuais práticas de TI:
complicados requisitos de gestão, nebulosos e fracos na gestão de projetos,
arquiteturas complexas, lentas e ciclos de testes demorados. Em resposta a estas
pressões, as equipes de TI estão cada vez mais olhando para as práticas que torne
os processos práticos e mais gerenciáveis com soluções rápidas e esperadas. Isto
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porque elas destilam a essência de TI em uma coleção eficiente de técnicas e
oferecem uma forma de trabalhar intuitivamente atraente.
Mudar a cultura de uma empresa não é algo simples, ao contrário, pode
requerer muito tempo, uma vez que tais práticas contradizem muitos
comportamentos.
Na abordagem tradicional do gerenciamento de projetos, existem longas e
distintas fases de atividade, incluindo análise, programação, testes e implantação.
Estas fases são ligadas entre si por artefatos como casos de uso, codificação, ou
casos de teste.
O desenvolvimento ágil de software é realmente uma mudança nos métodos
de trabalho e uma mudança no estilo de gestão, e este estilo está voltado para aspessoas e a base de experiência existente, mais do que a própria engenharia,
devendo constituir-se em uma verdadeira tendência, uma mudança nos métodos de
trabalho e mudança paradigmática na maneira como o software é produzido
(ANDERSON, 2003).
O caminho da adoção das práticas ágeis está bem encaminhado, mas mal
iluminado. Os processos de trabalho ágeis devem ser suficientemente específicos
para serem compreensíveis, definidos o suficiente para serem repetitivos, maleáveiso suficiente para mudanças com experiência, e suficientemente flexíveis para
acomodar uma ampla gama de operações reais. As práticas ágeis devem ser
suficientemente amplas para suportar diversas situações ou trarão poucos
benefícios. As pessoas envolvidas com estas práticas devem dominá-las
rapidamente ou a alteração do processo será entendida como resultado de valor
limitado.
Quando estão em processo de transição para as práticas ágeis, os gestoresdevem estar sintonizados com vários processos alheios. Ao efetuar a mudança, as
práticas estão sendo suficientemente empreendidas, ou é um caso de tentar fazer
demasiadamente mais rápido? Fazer as pessoas abordarem a mudança com
ceticismo saudável, ou elas estão passivamente agressivas em direção a mudança?
A transparência na execução expõe problemas ou faz as equipes jogarem com os
resultados para esconder desempenho? O reconhecimento por estes pequenos
detalhes separam o sucesso da adoção de abordagens ágeis de uma falha na
iniciativa por mudança.
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O desafio para os gerentes iniciantes nas práticas ágeis é converter as
forças que resistem à mudança naquelas que permitam mudar.
1.2. JUSTIFICATIVA DO TRABALHO
O Escritório de Gerenciamento de Projetos surge, então, como um elemento
organizacional responsável pela minimização dos problemas de falta de processos
bem definidos e padronizados, pela divulgação das melhores práticas de
gerenciamento de projetos para toda a organização e pelo fornecimento da infra-
estrutura necessária para um gerenciamento corporativo de projetos, possibilitandoa diminuição dos índices de falhas e garantindo que os projetos mais importantes
para a organização sejam os mais priorizados.
Agile Project Management (APM - Gerenciamento de Projeto Ágil) está
voltado para a rapidez de adequação às mudanças e as situações voláteis do
ambiente, com um grau de informalidade em seu processo que é merecedor de
várias críticas.
Desta forma, torna-se bastante relevante um aprofundamento em estudos decaso que permitam averiguar a aplicabilidade dessa nova abordagem de gestão de
projetos.
O gerenciamento de projeto com práticas ágeis, ainda é pouco divulgado no
Brasil, e pior, pouco mencionado no meio literário e conseqüentemente nos “bancos
acadêmicos”. Esta falta de divulgação em nossas línguas pátria, e as respostas que
esta ferramenta traz, também é a intenção deste trabalho de conclusão de curso.
1.3. OBJETIVO
Por meio de pesquisa bibliográfica elaborar uma análise conjunta dos
princípios da Agile Project Management em projetos utilizando a ferramenta SCRUM
e incorporando-a nas ações do escritório de gerenciamento de projetos. E ainda,
gerar um documento acadêmico para viabilização do emprego da ferramenta ágil.
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1.4. METODOLOGIA APLICADA
Segundo Minayo (1993, p. 23), a pesquisa é uma atividade básica das
ciências que, através da investigação e da descoberta da realidade, constitui-se de
um processo inerentemente inacabado e permanente. O autor diz que “é uma
atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma
combinação particular entre teoria e dados”. Desta forma, não se deve atribuirverdade absoluta ao resultado de uma pesquisa, uma vez que descobertas estão
sempre sendo renovadas. As análises decorrentes de uma pesquisa apresentam
várias implicações, cabendo ao pesquisador evidenciar o que está enquadrado no
conhecimento empírico e explicar suas descobertas através do conhecimento
científico. Desta forma, normalmente uma pesquisa inicia-se com um problema ou
indagação e torna-se necessária a utilização de procedimentos científicos.
Em seu trabalho, Kerlinger (1980, p. 33) contraria parcialmente este enfoque.Referente a esta questão, diz que nem todo problema é passível de tratamento
científico e apresenta, dentre outros exemplos de sua afirmação, o tema “como
aumentar a produtividade no trabalho?”. O autor diz ainda que esses problemas são
considerados como “problemas de engenharia", ou seja, referem-se a como fazer
algo de maneira eficiente e, devido à forma de proposição dos mesmos, tornam
inviável a investigação segundo os métodos próprios da ciência. Outro ponto
enfatizado pelo autor refere-se a problemas de valor. Questões que avaliam se algoé bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, melhor ou pior, se deve ou
não ser feito também não podem ser considerados como científicos. Sua justificativa
é que "a pesquisa científica não pode dar respostas a questões de engenharia e de
valor porque sua correção ou incorreção não é passível de verificação empírica"
(Kerlinger 1980, p. 33).
Há inúmeras formas de classificação de pesquisas apontadas por vários
autores quando se busca identificar uma associação entre problema de pesquisa e
tipo de pesquisa, bem como identificar os tipos de pesquisa que se enquadram
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como não-científicas. Esta seção busca posicionar, dentro das inúmeras formas de
classificação, aquelas que se aplicam ao presente trabalho.
Método, conforme diz Ferreira (2002), “é o caminho pelo qual se atinge um
objetivo” ou ainda ”o programa que regula previamente uma série de operações que
se deve realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado”.
Método, segundo Lakatos e Marconi (LAKATOS & MARCONI, 1983, p. 42-43), "é o
conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –
traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do
cientista". Em um sentido mais amplo, é a ordem que se deve impor aos diversos
processos necessários para atingir um fim ou resultado desejado.O método científico é um instrumento para descobrir relações, verdades e leis
referentes aos diversos objetos de investigação, ou seja, é um conjunto de
procedimentos sistemáticos para obter o conhecimento adequado do problema que
se propõe resolver. O desenvolvimento do método científico faz-se por processos ou
técnicas de observação, hipótese, demonstração, indução da lei ou teoria. Além
disso, e simultaneamente aos processos referidos, o pesquisador sempre estará
usando as técnicas de análise, síntese e dedução (ANDRADE, 1996).Este trabalho aborda temas bastante novos, cujos conceitos são
considerados ainda em evolução. Sendo conceitos sem base sedimentada tanto
conceitual quanto prática, a consideração de um método que utilize a investigação
aplicada, puderam tornar o processo mais adequado a proposições mais seguras.
Dado um problema específico, ou seja, como as empresas podem gerenciar seus
projetos de maneira eficiente sem temer a complexidade imposta pelo mercado.
Utilizando a observação ativa, ou seja, o pesquisador não como um agente passivo,mas participante no processo, as experiências vividas através de casos práticos
foram os instrumentos que levaram à definição de necessidades a serem supridas.
Assim, este trabalho baseia-se em objetivos, não em hipóteses, e tem
aplicação do método de pesquisa indutivo, no qual a observação de fatos
particulares leva a conclusões gerais. Através do método indutivo, procura-se
observar os fenômenos e descobrir a relação entre eles para a generalização destas
relações. Em suma, parte-se do estudo de caso para chegar às leis gerais
(ANDRADE, 1996). Segundo Ferreira (2002), a indução é o “raciocínio cujas
premissas têm caráter menos geral que a conclusão” ou, ainda, “o raciocínio pelo
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qual se estabelece uma proposição universal a partir do exame de alguns dos
objetos de uma classe”. Pode-se considerar que a indução é uma generalização da
experiência.
1.4.1. Caracterização da Pesquisa
Salomon (1974, p. 229) diz que uma das regras para a definição do tema de
um trabalho científico é “a descoberta de um problema relevante que mereça ser
investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado
tecnicamente em função da pesquisa". Esta introdução do trabalho apresenta a
visão sobre a importância do tema e sua relevância.Sob o ponto de vista de sua natureza, este trabalho pode ser considerado
como uma pesquisa aplicada, uma vez que objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Do ponto de vista da
forma de abordagem do problema, e apesar de ter sido definido anteriormente que o
método de pesquisa indutivo foi utilizado, ela pode ser enquadrada como uma
pesquisa qualitativa. Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e
o objeto de pesquisa, que não pode ser traduzida em números. Como ainterpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo
de pesquisa qualitativa, ela não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
Neste caso, o processo e seu significado são os focos principais desta abordagem.
Do ponto de vista de seus objetivos pode ser classificada como pesquisa
exploratória, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas
a torná-lo explícito. As exploratórias são aquelas que habitualmente realizam os
pesquisadores preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadaspor organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, etc. No
caso deste trabalho, estão envolvidos levantamento bibliográfico e análise de
exemplos que levem à compreensão da melhor forma para a solução dos problemas
encontrados.
1.5. LEIAUTE DO TRABALHO
7/21/2019 Gerenciamento de Projeto Auxiliado Pelo Scrum
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A introdução teve por objetivo apresentar ao leitor os objetivos desta
pesquisa. A seguir, no próximo capítulo, é apresentado o estado da arte, enfatizando
a literatura voltada para proposta de gerenciamento de projeto, de forma literária,
pelo foco de emprego das ferramentas e o escritório de projeto. No terceiro capítulo
o assunto abordado é a ferramenta SCRUM , definindo conceitos, processos e os
agentes que orbitam esta ferramenta. No último capítulo, encontram-se as
considerações e propostas de continuidade de pesquisa e estudos.
Formulando um facilitador, informações adicionais encontram-se em formato
de anexo deste trabalho. As informações objetivam um esclarecimento das
tecnologias abordadas de forma superficial. Não sendo pretensão resolver a partir
dos anexos, dúvidas para aqueles que possuem pouco ou nenhum conhecimentosobre o assunto. Apenas, objetiva-se realizar apresentação das ferramentas sem
aprofundamento.
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2. GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O objetivo deste capítulo é apresentar de forma consistente o gerenciamento
de projetos, ressaltando o pensamento de alguns autores reconhecidos, bem como
os principais conceitos relacionados ao gerenciamento de projetos ágil de forma a
fundamentar à pesquisa aqui apresentada.
Nas últimas décadas do século XIX, o mundo dos negócios já se mostrava
complexo o suficiente para exigir alguma disciplina útil para seus processos. As
primeiras iniciativas surgiram dentro de governos e empresas bem organizados e
tiveram grande influência dos assuntos abordados pela teoria da AdministraçãoGeral. No início do século XX, Frederick Taylor e Henry Gannt proveram importantes
conceitos para o mundo dos negócios, já mais exigente, contribuindo para a ciência
de gerenciar projetos (Corrêa 2007, p.30).
Já em meados da década de 60, muitas metodologias, técnicas e
ferramentas passaram a ter reconhecimento dentre os assuntos até então
estudados, devido principalmente a crescente complexidade dos projetos e
exigências do mercado. Começava-se então a normalizar e aglomerarconhecimentos importantes para o alcance de eficácia e qualidade nos projetos,
independente de sua natureza, o que resultou na criação da disciplina Gerência de
Projetos. Neste estágio inicial, sua aplicabilidade era visível na indústria bélica e
aeroespacial norte-americana, seguida pela engenharia, principalmente à civil.
Nesse período cria-se, então, o PMI1. Com a árdua tarefa de regulação e
distribuição de todo conhecimento até então estudado para esta disciplina e vem
organizando-o durante todos esses anos através do Project Management Body ofKnowledge (PMBOK - Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de
Projetos), um guia padronizado para a orientação em práticas do gerenciamento de
projetos.
Valeriano (2001, p. xv) na apresentação de seu livro observa a mudança no
ambiente, entrelaçando os pensamentos de Heráclito2 (500 a.C.): “nada é
permanente, exceto a mudança” e Bill Gates (A empresa na velocidade do
1 Project Management Institute. www.pmi.org. 2 Pensador da escola Jônica (500 a.C.), da estrutura contraditória e dinâmica em constante modificação.
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pensamento, 1999): “Os negócios vão mudar mais nos próximos dez anos do que
mudaram nos últimos cinqüenta”.
Nos últimos anos, o mundo tem enfrentado um incrível dinamismo em suas
relações intra e inter empresariais. As empresas passam, agora, a serem
reconhecidas por sua flexibilidade, capacidade de atender a seus clientes internos e
externos.
A competição entre as empresas exigiu que o Brasil também aprimora-se na
arte do gerenciamento de projetos. Prado (2003, p. 38) faz a seguinte afirmação:
A partir de 1997, as empresas brasileiras estão demonstrando maiorsensibilidade para a importância do gerenciamento de projetos parasua sobrevivência e progresso. Está havendo um movimento intensonas organizações para utilizarem melhor estas técnicas e estratégias.Treinamentos e programas de certificação, tanto de profissionaiscomo de organizadores, estão na ordem do dia. Diversasrepresentações (chapters) do PMI foram criadas e, ao final de 2002havia cerca de 1.200 associados no Brasil. Está crescendo aconsciência de que, para competir no mundo globalizado, não é maispossível cuidar apenas da produção e deixar que importantesprojetos sejam tocados de formas superadas.
Nos países de primeiro mundo, a estratégia das organizações aponta no sentido
da inovação de produtos e de processos e permanentes lançamento de novos produtos. O
Brasil não caminha na mesma velocidade, apesar de honrosas exceções (exemplo
siderurgia). Esta é uma área nobre e fundamental para a verdadeira soberania do País.
A forma planejada, o nível de detalhamento e a disciplina aplicada aos seus
processos permitem a medição e o controle de todas as suas etapas, permitindo que
os membros da equipe conheçam claramente os seus papéis e que a evolução doprojeto venha a ser demonstrada pelos artefatos gerados em cada uma destas
fases.
A característica de unicidade dos projetos lhes confere um determinado grau
de incerteza e por isso geralmente eles são divididos em fases para facilitar seu
gerenciamento. O conjunto de fases de um projeto é conhecido como ciclo de vida
do projeto. Basicamente, o ciclo de vida do projeto serve para definir seu início e seu
fim e ainda para ligar o projeto aos processos operacionais contínuos daorganização.
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Cada uma das fases de um projeto normalmente inclui um ou mais
resultados definidos para estabelecer um controle gerencial adequado, e
comumente todas têm nomes relacionadas aos seus objetivos, tais como:
levantamento de necessidades, especificação de requisitos, implementação,
documentação, entre outras. Uma nova fase normalmente é iniciada depois da
aprovação dos resultados da fase anterior. No entanto, se os riscos forem
considerados aceitáveis, a nova fase pode ter seu início antecipado, e isto é
usualmente chamado de fast-tracking 3.
Por estar baseado em processo, o gerenciamento depende muito do apoio
da alta gerência, da comunicação e da estrutura organizacional, tornando-se estes
os requisitos que garantirão o sucesso do empreendimento.BOEHM & TUNER (2003), em seu artigo Observations on Balancing
Discipline and Agility (Observações sobre balanceamento de disciplina e agilidade),
diz que, a força do método tradicional de gerenciamento de projetos está na base
histórica criada pela repetição e comparação decorrentes da padronização
estabelecida pelo processo e, este método é conduzido pela identificação das
variações do ambiente e que estas podem ser eliminadas pelas medições e
refinamentos contínuos do processo. A partir das informações históricas e darepetição obtém-se a melhoria da capacidade do processo através da padronização,
medição e controle do projeto.
Alguns dos conceitos mais importantes deste método tradicional de
gerenciar projetos estão relacionados com a utilização e aplicação do processo
estabelecido e escolhido pela organização. O primeiro conceito define quanto a
contribuição do processo definido é importante para a obtenção dos resultados
esperados – capacidade do processo. O segundo está voltado para o grau depreocupação da empresa como um todo na aplicação destes processos –
maturidade da organização. O processo deve, ainda, ser monitorado e as melhorias
incorporadas, a fim de manter estes processos atualizados em relação às
características do ambiente de realização destes projetos – melhoria dos processos.
Contudo, o método tradicional apresenta problemas para aqueles projetos
onde devam existir situações críticas que envolvam prazos restritos e com mudança
de requisitos, não conseguindo responder com facilidade e rapidez às mudanças
3 fast-tracking – T ermo utilizado na literatura de Gerência de Projetos, em referência ao paralelismo na realizaçãode qualquer atividade e desta forma obtendo a compressão do cronograma.
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impostas pelos clientes, sejam pessoas organizações ou imposições legais o que
exige uma atuação mais forte e centralizada por parte do gerente de projetos, vindo
este a ser o principal responsável pelo sucesso do projeto. Cada membro da equipe
tem a definição clara do seu papel e de suas atividades, limitando a influência e uma
maior colaboração durante a execução do projeto.
O cliente externo tem sua participação concentrada nas fases iniciais do
projeto quando ocorre o levantamento de requisitos, vendo sua participação diminuir
na medida em que o projeto evolui, passando então a realizar apenas as validações
das entregas geradas pelo projeto.
A fase de planejamento é extensa e detalhada. Nela que é definido toda a
etapa do projeto. Essa fase é utilizada para medir o progresso durante a fase deexecução do projeto e está sujeito às alterações ocorridas com a evolução do
trabalho. A comunicação a que é submetida a equipe do projeto está baseada na
documentação gerada ao longo das etapas do processo.
2.1. CULTURA NA ORGANIZAÇÃO
O PMBOK (2004, p. 27), afirma que a maior parte das organizações
desenvolve sua própria cultura. Ela é refletida em seus valores, normas, crenças e
expectativas, em suas políticas e procedimentos, em sua visão das relações de
autoridade e em diversos outros fatores.
Cada organização tem uma visão e uma forma de agir convencionada entre
os indivíduos que a compõem. A cultura organizacional é influenciada diretamentepelos indivíduos, mas, por outro lado, a própria organização influi na forma que cada
indivíduo atua no seu cotidiano. A cultura organizacional perpassa toda a
organização, sendo sua essência a relação entre as pessoas, tanto no ambiente
interno como no ambiente externo à organização. Segundo Chiavenato (2004, p. 24)
o termo cultura organizacional, apresenta uma infinidade de definições e tem suas
bases na antropologia e na sociologia, que foram depois estendidas para outras
áreas de interesse, como a psicologia e a administração.
É inegável a influência da cultura organizacional na gerência de projetos. No
entanto, mais ainda, deve ser considerada sua influência em projetos que visam
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transformar o foco da organização para os clientes em detrimento da abordagem
tradicional de produtos e serviços. Neste sentido, um desafio ao qual este trabalho
monográfico propõe-se, é a concepção de que também a cultura organizacional
pode ser afetada pela introdução de novos conceitos como o de projetos ágeis. Os
resultados a serem alcançados por um ou mais projetos podem não ser um produto
ou serviço, e sim um conjunto de iniciativas para a criação de uma nova consciência
que pode alterar de fato a cultura organizacional relativa ao papel do cliente para a
sobrevivência das organizações.
Toda mudança organizacional pode vir a ameaçar grupos dentro das
organizações. Os motivos da necessidade de transformação passam a ser
questionado pelas empresas, e pelas pessoas, a partir do momento em que tenhamexistido mudanças difíceis e não muito bem sucedidas, achando que elas trarão
conseqüências negativas e sem agregar valores, sendo esta uma das principais
causas de resistência.
Toda mudança tende a ser dificultada na medida em que existirem culturas
centradas internamente, processos burocráticos, pouca confiança, falta de trabalho
em equipe, falta de liderança e o medo que o ser humano tem do desconhecido.
Segundo KOTTER (2001, p. 52), o sucesso está na neutralização de barreiras ondenão se pode negligenciar as atividades preparatórias, sob pena de não se
estabelecer uma base sólida para continuar o processo e, sem passar por todas as
etapas, nunca se atingirá a linha de chegada, ou seja, será impossível implementar
a mudança.
A cultura deve ser compreendida como um processo contínuo, pró-ativo da
construção da realidade e que dá vida ao fenômeno da cultura em sua totalidade.
Quando compreendida desta forma, a cultura pode não mais ser vista como umasimples variável que as sociedades ou as organizações possuem. Em lugar disto,
ela deve ser compreendida como um fenômeno ativo, vivo, através do qual as
pessoas criam e recriam os mundos dentro dos quais vivem.
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2.2. ESCRITÓRIO DE PROJETOS
O conceito de Escritório de Gerenciamento de Projetos encontra-se bem
definido desde meados dos anos 60, nos grandes projetos militares, aeroespaciais e
da construção civil. Mesma época em que surge às metodologias para gerar os
projetos, conforme mencionado no início do capítulo. Pode-se denominar esses
escritórios como Escritório de Controle de Projetos; pois, os especialistas em
projetos da época possuíam apenas a função de controle e de ações corretivas, ou
seja, o foco era a detecção e correção de problemas.
No final da década de 70, até meados da década de 80, com o surgimentodos primeiros softwares de gestão “amigáveis”, o escritório mudou para expandir sua
cobertura inicial para outros projetos de áreas diferentes, porém, ainda isolados.
Para isso, membros das áreas funcionais, não especialistas em projetos, foram
alocados nos escritórios que assumiram a função de suporte aos projetos.
No final da década de 80 e meados da década de 90, as ferramentas de
gestão (e todas as demais ferramentas computacionais) sofreram uma verdadeira
revolução, facilitando o controle e suporte dos escritórios projetos. Com isso,gradativamente, o foco de atuação dos escritórios foi mudando de projetos
relativamente simples e isolados para um ambiente de multiprojetos e projetos
complexos, de funções de controle e suporte para um gerenciamento global e
alinhado com as estratégias organizacionais.
O conhecimento individual deverá ser convertido em conhecimento
organizacional. Os modelos tradicionais não deverão atender mais às necessidades
das organizações. As metodologias deverão ser facilmente adaptadas aos conceitosde flexibilidade e competição global. Desse modo, abre-se uma lacuna,
gradativamente crescente, para incorporação das metodologias ágeis que, deverão
firmar-se como alternativas e tenderem a se concretizar na medida em que estas
mesmas empresas decidam compartilhar seus valores e estimulem a interação entre
seus membros, um dos princípios destas metodologias. Tornando-se necessário,
portanto, a adequação e evolução do escritório de projetos às respectivas
metodologias.
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Figura 2 – Evolução do Escritório de Projetos
Fonte: Rogério S. Leitão
Dentre as diversas estruturas de gerenciamento de Projetos existentes nos
dias de hoje, provavelmente o PMO (Project Management Office – Escritório de
Gerenciamento de Projeto) é a de maior sucesso e a mais estudadas pelas
empresas, podendo variar de acordo com o nível de maturidade da organização. A
maneira como estes Escritórios de Projetos são estruturados em uma organização
normalmente varia de uma organização para outra. No entanto, dependendo da
forma como estes escritórios são implantados nas empresas, poderão ainda
proporcionar suporte à metodologia e coaching 4 aos próprios gerentes de projeto.
Entre as funções dos escritórios de projeto, existem três principais áreas:
desenvolvimento, suporte e controle.
As funções de desenvolvimento envolvem o recrutamento, o treinamento e o
desenvolvimento dos gerentes de projeto. As funções de suporte são aquelas que
ajudam os gerentes de projeto a fazerem seu trabalho de uma maneira melhor
através do oferecimento de assistência e clareza com os processos do
gerenciamento de projetos. As funções de controle são aquelas da gerência
funcional e incluem: a avaliação de gerentes de projeto, a alocação de gerentes de
4 Coaching – O termo foi criada recentemente na área da gestão / liderança e representa as atuações do lídervoltadas para o ajudar os seus subordinados a trilharem o seu próprio caminho de autodesenvolvimento.
Especialistas em controlede projetos
reas funcionais participamdo gerenciamento de projetos
Processos de gerenciamentode projetos
Especialistas Primeiros softwares Software de gerenciamento
Escritório deControle de Projetos
Escritório deSuporte a Projetos
Escritório deGerenciamento de
Projetos
Foco em controle/reativo Foco estratégico/pró ativo
1960 1970 1980 1990 2000
Grandes ProjetosMilitares
AeroespaciaisConstrução Civil
Projetos dediferentes áreas e
isolados
Multi projetosIntegração Projetos
Complexos
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projeto a projetos, a garantia de que as entregas dos projetos são produzidas e se
apresentam com uma qualidade adequada e, o estabelecimento de padrões. As
organizações, grandes, médias e pequenas, estão percebendo os benefícios de um
controle consistente sobre seus projetos. Porém, deve-se tomar cuidado para não
transformamos o PMO de uma empresa em um departamento puramente
burocrático.
O PMO não deve se transformar em um mero e degradante acumulador e
distribuidor de papéis. Existem muitos aspectos que deveriam ser analisados depois
que a decisão de implementação do PMO foi tomada. Alguns destes aspectos são: o
envolvimento da alta gerência, dos gerentes funcionais e dos gerentes de projeto da
organização, o compromisso da organização com a metodologia de gerenciamentode projetos e os benefícios que a nova estrutura irá trazer à organização.
O PMO consiste em uma estrutura voltada para a aplicação dos conceitos
de gerenciamento de projetos dentro de uma organização, podendo assumir
diferentes funções junto à mesma: desde um simples setor para o auxílio no controle
de projetos, até um departamento da empresa por onde passam todos os projetos
gerenciados pela organização.
2.2.1. O papel do EGP nas estruturas organizacionais
A implantação de um Escritório de Gerenciamento de Projeto (EGP) pode
trazer muitos benefícios para a organização. Enquanto os modelos de Escritório
variam de organização para organização, os benefícios são comuns dentro de todas
as várias formas encontradas. Alguns dos benefícios podem ser observados em umperíodo curto de tempo outros somente serão observados no longo prazo.
Segundo o PMBOK (2004, p. 43), mesmo quando o projeto é externo ( joint
ventures5, parcerias), ele ainda será influenciado pela organização ou organizações
que o iniciaram. A maturidade da organização em relação ao seu sistema de
gerenciamento de projetos, sua cultura, seu estilo, sua estrutura organizacional e
seu escritório de projetos também pode influenciar o projeto.
5 Join t venture ou empreendimento conjunto é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não,comfins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade
jurídica.
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Assim como todo e qualquer projeto, a implantação do EGP também é um
projeto e certamente um dos passos mais importantes é definir seus objetivos e a
razão que levaram a organização a implantá-lo. É preciso também que os
stakeholders6 estejam cientes sobre os papéis e responsabilidades atribuídos ao
EGP, que tipos de serviços estarão sendo prestados, a quem ele estará
subordinado, sua abrangência e, principalmente, quem é seu patrocinador.
A importância do EGP nas estruturas organizacionais reside no fato de que
existem várias razões de insucesso na sua implantação e que uma delas está
diretamente associada à escolha incorreta de onde ele estará posicionado na
estrutura organizacional. Algumas vezes o EGP é criado por áreas que geralmente
estão ligadas a projetos voltados para atender capacidades internas da empresa,usando-o como instrumento de defesa contra a pressão de outros grupos que os
culpam sistematicamente pelos atrasos e a falta de qualidade prometida.
O PMBOK (2004, p. 44) afirma, ainda, que “a estrutura da organização
executora geralmente limita a disponibilidade de recursos em um espectro de uma
estrutura funcional a uma estrutura por projeto, com diversas estruturas matriciais
intermediárias”. O Quadro 1, a seguir apresenta características importantes que
estão relacionadas a projetos nos principais tipos de estruturas organizacionais,além de mostrar que um pode existir em qualquer uma das estruturas
organizacionais, inclusive nas que apresentam uma organização funcional, sendo
que a probabilidade de ocorrência aumenta na direção das colunas mais à direita do
quadro.
Quadro 1 – Influência da Estrutura Organizacional nos ProjetosFonte: PMBOK – PMI 2004 p. 44
6 Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo usado em administração que refere-se a qualquer pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma empresa.
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A falta de padronização que possa reportar o desempenho dos projetos da
organização faz com que os gerentes de projetos estejam sobrecarregados e sem
tempo para análise de dados e tomada de decisão, as lições aprendidas de outros
projetos não são registradas / documentadas, reconhece que a gerência de projetos
como competência crítica para o seu sucesso. Assim, o EGP assume um papel
importante nas Estruturas Organizacionais, podendo existir em qualquer uma das
estruturas organizacionais, inclusive nas que apresentam uma organização
funcional.
Os membros da equipe do projeto se reportarão diretamente ao gerente de
projetos ou ao EGP. O gerente de projetos se reporta diretamente ao EGP, neste
caso dizemos reportar diretamente a alta organização da empresa, além daflexibilidade do gerenciamento centralizado oferecer ao gerente de projetos maior
oportunidade de promoção dentro da organização.
2.2.2. O perfil do EGP no Brasil
O EGP no Brasil surgiu em 1999 com a demanda por uma metodologiapadronizada de gerenciamento de projetos. Cada unidade de negócio ou até
mesmo, cada gerente de projeto tinha sua própria metodologia e o esforço para a
manutenção deste grande número de metodologias era muito grande. Fazendo-se
assim a necessidade da unificação. Essa surgiu com a criação de uma metodologia
abrangente. Isso levou as empresas a perceberem que o desenvolvimento de
competência em gerenciamento de projetos era um fator diferencial. Assim, o EGP
surgiu na empresa como uma forma de implementar uma metodologia única deprojetos e de criar e difundir suas competências.
As empresas multinacionais de grande porte que possuem atuação global
são as mais atualizadas em termos de Escritório de Gerenciamento de Projeto
instalado. Apesar de sermos levados a pensar que as empresas deveriam sofrer
modificações a ponto de torná-las projetizadas7, ainda se observa uma
7 Na estrutura projetizada não existem departamentos: a empresa é totalmente dividida pelos projetos que estãoocorrendo e toda a autoridade é concentrada nos gerentes destes projetos.
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predominância de empresas funcionais8. No entanto, as empresas que possuem um
Escritório de Gerenciamento de Projetos instalado são, em sua maioria, projetizadas
ou matriciais9. Ou seja, quanto mais a empresa é voltada para projetos, mais é
sentida a necessidade de uma entidade responsável pela qualidade de seu portifólio.
Quando falamos de maturidade, os Escritórios de Gerenciamento de Projetos
encontram-se implementados nas empresas situadas nos níveis médio e alto.
O que mais se espera de um Escritório de Gerenciamento de Projeto é o
alinhamento com o que há de melhor no mercado.
Quanto á estrutura, a grande maioria das empresas aposta em uma
estrutura interna para ser a responsável pela condução do Escritório de
Gerenciamento de Projeto. Nestes casos, os tempos de implementação poderãovariar muito, de acordo com a resistência cultural e a falta de conhecimento dos
conceitos existentes em um Escritório de Gerenciamento de Projeto, e a
comunicação passa a ser fator preponderante para uma implementação vitoriosa.
Não basta, também, que os patrocinadores sejam a alta administração. É preciso
que os executivos da organização tenham um grande envolvimento ao longo de todo
o processo de implantação.
Fato interessante é que as consultorias externas não figuram como osprincipais parceiros. Muitas das empresas preferem fazer uso de seu quadro de
colaboradores em função da característica estratégica dos Escritórios de
Gerenciamento de Projetos. As grandes organizações apostam na valorização da
carreira do gerente de projetos. O perfil destes profissionais deve ser voltado para o
conhecimento das práticas de gerenciamento de projetos, orientação à processos e
boa comunicação. A maioria dos responsáveis por Escritório de Gerenciamento de
Projeto possui o cargo de Gerente e tem salário fixo, e esta remuneração poderiaser incentivada na medida em que exista uma boa performance do portifólio de
projetos.
A estrutura de gerência de projetos encontra-se, ainda, em um determinado
departamento ou setor específico, não sendo notada a sua disseminação por toda a
empresa.
8 A empresa funcional é aquela claramente dividida em áreas de conhecimento ou departamentos, e que defineuma hierarquia clara nessas áreas.9 A estrutura matricial também é dividida em departamentos, como a funcional, mas essa divisão não é tãorígida: na matricial, encontramos representantes de alguns departamentos alocados em outros.
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Mas, é preciso saber como se deve proceder, para medir o sucesso dos
Escritórios de Gerenciamento de Projetos e, neste aspecto, as empresas estão
focando as abordagens quantitativas e qualitativas. Após a implantação dos
Escritórios de Gerenciamento de Projetos a lucratividade dos projetos melhorou, a
quantidade de projetos terminados no prazo aumentou e os orçamentos foram
mantidos. É preciso observar, também, o crescimento no nível de aceitação dos
projetos pelos clientes após a montagem do Escritório de Gerenciamento de Projeto
e que a implementação trouxe benefícios diretos para os executivos das empresas,
do ponto de vista de informação e controle.
A partir destas considerações, podemos concluir que é preciso consultar
outras organizações que possuam estrutura organizacional parecida e que seja domesmo porte da organização onde será implantado o Escritório de Gerenciamento
de Projeto, a fim de que possamos minimizar riscos, otimizar o funcionamento e,
conseqüentemente, economizar tempo e dinheiro. Os processos, métodos e padrões
de gerência de projetos melhoram como um todo na organização, além do aumento
de maturidade por parte deste gerenciamento. Deve existir um processo de melhoria
contínuo para que as necessidades e a evolução de maturidade10 da organização
sejam beneficiadas.
2.3. GERENCIAMENTO DE PROJETOS ÁGIL
Uma nova abordagem para desenvolvimento de software tem despertado
grande interesse entre as organizações de todo o mundo. Estamos vivendo umatendência para o desenvolvimento ágil de aplicações devido ao ritmo acelerado de
mudanças na tecnologia da informação, pressões por constantes inovações,
concorrência acirrada e grande dinamismo no ambiente de negócios.
Apesar de existir a algum tempo, apenas recentemente a expressão
“Métodos Ágeis” vem se tornando mais popular no Brasil por usar uma abordagem
10 As organizações modernas tendem a crescer em escopo e metas – pedindo que as equipes de projetos
entreguem projetos ainda mais complicados. Á esta capacidade de uma organização de coordenar esses esforços – entregar projetos ao mesmo tempo em que direciona sua estratégia – define sua maturidade em gerenciamentode projetos organizacionais. Ou seja, maturidade é o processo de melhoria de uma organização, com base em um
parâmetro.
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simplificada. Na verdade, ser simples, ter agilidade, é fazer a diferença e, ao
contrário do que parece, exige muita disciplina e organização.
Segundo Larman (2004, p. 25) agilidade quer dizer “a habilidade de criar e
responder a mudanças, buscando a obtenção de lucro em um ambiente de negócio
turbulento”; ou ainda, a capacidade de balancear a flexibilidade e a estabilidade.
Larman (2004, p. 26) enfatiza que a ausência de estrutura ou estabilidade pode levar
ao caos, mas que a estrutura em demasia gera rigidez.
As organizações têm buscado a melhoria de seus processos nos últimos
anos, objetivando a redução de custos e prazos, o aumento da previsibilidade e
maior satisfação dos clientes, com um menor número de defeitos no produto final e
melhores resultados em seus negócios. As transformações do ambiente tambémsão acompanhadas pelo gerenciamento de projetos.
O PMBOK (2004) é um guia de melhores práticas de gerenciamento de
projetos que aplicados adequadamente permitem a realização de um projeto com
sucesso. Os processos de gerenciamento de projetos são divididos em nove áreas
de conhecimento (escopo, prazo, custo, qualidade, riscos, comunicação, recursos
humanos, aquisição e integração) que organizam a aplicação das técnicas e
ferramentas necessárias a realização de um projeto.Os gerentes de projetos falam de uma “restrição tripla” - escopo, tempo e
custo do projeto - no gerenciamento de necessidades conflitantes do projeto. A
qualidade do projeto é afetada pelo balanceamento desses três fatores. Projetos de
alta qualidade entregam o produto, serviço ou resultado solicitado dentro do escopo,
no prazo e dentro do orçamento. A relação entre esses fatores ocorre de tal forma
que se algum dos três fatores mudar, pelo menos um outro fator provavelmente será
afetado. Segundo Salles Júnior (2006, p. 26), os gerentes de projetos tambémgerenciam projetos em resposta a incertezas. Um risco do projeto é um evento ou
condição incerta que, se ocorrer, terá um efeito positivo ou negativo em pelo menos
um objetivo do projeto.
O método tradicional está voltado para o processo seqüencial e preocupado
com a qualidade do produto a ser entregue. O método ágil volta-se para uma maior
rapidez de adequação à estas mudanças e mantém o cliente integrado à equipe,
além de proporcionar ciclos mais curtos de desenvolvimento, o que faz com que os
especialistas em gerenciamento de projetos travem grandes discussões.
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Contudo, o gerenciamento de projetos está inserido em um contexto de
freqüentes falhas ocasionadas pelo não cumprimento dos prazos de entrega dos
produtos que vão desde a falta de conhecimento dos métodos e técnicas até uma
má utilização das práticas de Gestão de Projeto. Neste cenário, APM ( Agile Project
Management – Gerenciamento de Projetos Ágil) vem preencher o espaço deixado
entre a Gerência de Projetos e os indicadores de desempenho relacionados ao
prazo de entrega e qualidade desses projetos. APM é uma abordagem relativamente
nova, o que tornam necessários estudos mais detalhados e a aplicação de casos
reais para a confirmação de sua real contribuição no gerenciamento de projetos.
2.3.1. O Manifesto Ágil
O Manifesto for Agile Software Development 11 (2001) realizado em fevereiro
de 2001, por um grupo de 17 pensadores independentes, autores e representantes
das técnicas e metodologias ágeis sobre desenvolvimento de software (Kent Beck,
Mike Beedle, Arie van Bennekum, Alistair Cockburn, Ward Cunningham, Martin
Fowler, James Grenning, Jim Highsmith, Andrew Hunt, Ron Jeffries, Jon Kern, BrianMarick, Robert C. Martin, Steve Mellor, Ken Schwaber, Jeff Sutherland, Dave
Thomas), e às vezes concorrentes entre si, discutiu, coletou e documentou idéias
comuns sobre o desenvolvimento de software, identificando uma abordagem ágil
aplicada ao desenvolvimento de projetos, estabelecendo um padrão comum para
processos ágeis.
O Manifesto fornece algumas idéias concretas, ao mesmo tempo em que
discute que é preciso definir um conjunto de valores baseados na confiança erespeito mútuos e de promover modelos organizacionais baseados em pessoas,
colaboração e construção de uma comunidade de organizações em que gostariam
de trabalhar.
O movimento ágil não é contra as metodologias. Na realidade, muitos de
seus integrantes desejam restaurar a credibilidade da palavra metodologia, querem
restabelecer um equilíbrio, abraçam a modelagem, através da Unified Modeling
11 Manifesto para o desenvolvimento ágil de software
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Language12 (UML – Linguagem de Modelagem Unificada) devido a sua simplicidade
de entendimento e manuseio. A documentação é abraçada por eles, mas não em
centenas de páginas de rara manutenção e utilização. É preciso planejar, mas
reconhecer os limites deste planejamento em ambientes turbulentos. É preciso
entregar produtos ágeis, capazes de serem adaptados de forma fácil e de se ter
equipes com características semelhantes.
O “Manifesto Ágil” não rejeita os processos e ferramentas, a documentação,
a negociação de contratos ou o planejamento, mas simplesmente mostra que eles
têm importância secundária quando comparado com os indivíduos e interações, com
o software estar executável, com a colaboração do cliente e as respostas rápidas a
mudanças e alterações. Esses conceitos aproximam-se melhor com a forma quepequenas e médias organizações trabalham e respondem a mudanças.
Os valores considerados pelo Manifesto for Agile Software Development
(2001) são: (i) A valorização dos indivíduos e as interações sobre a importância dos
processos e ferramentas; (ii) O software funcionando sobre uma extensa
documentação; (iii) A colaboração dos clientes sobre a negociação em contratos; e,
(iv) As respostas ás mudanças sobre o cumprimento de um plano.
2.3.2. Princípios do Gerenciamento de Projetos Ágil
O gerenciamento de projetos é constituído de doze princípios que juntos
criam um ambiente que encoraja a surgir os resultados no projeto (HIGHSMITH,
2004). Isolados, eles podem contribuir no andamento do projeto. Estes princípios
tratam do valor do produto e do estilo de gerenciamento baseado na liderança ecolaboração. No primeiro, são focadas as entregas iterativas e baseadas nas
funcionalidades que gerem valor para o cliente, sempre com a busca da excelência
técnica. No segundo princípio, torna-se claro a necessidade de se encorajar a
exploração, construir equipes que possuam elevada capacidade de se adaptar e que
simplifiquem o processo.
12 UML é uma linguagem de modelagem não proprietária de terceira geração, desenvolvida para orientação áobjetos. O que significa que ela não diz para você o que fazer primeiro e em seguida, ou como projetar seusistema, mas auxilia a visualizar seu desenho e a comunicação entre objetos do sistema.
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Os princípios do Gerenciamento de Projetos Ágil, segundo o Manifesto for
Agile Software Development (2001) são:
I. A satisfação do cliente a partir de entregas rápidas e contínuas de um
software valioso, que agregam valor;
II. Garantir a vantagem competitiva com a mudança de requisitos, mesmo
em desenvolvimento bastante avançado;
III. Entregar freqüentemente software funcionando em prazos curtos de
algumas semanas;
IV. Pessoas responsáveis pelo negócio e desenvolvedores devem trabalhar
juntas diariamente durante todo o projeto;
V. Construir projetos em torno de indivíduos motivados, dando-lhes oambiente e confiança de que necessitam para fazer o trabalho.
VI. O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações em uma
equipe é a comunicação pessoal através da conversa “cara-a-cara”;
VII. A medida mais importante sobre o progresso do projeto são as entregas
de código que funcionam;
VIII. Processos ágeis promovem o desenvolvimento sustentável.
Patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter o ritmoconstante indefinidamente;
IX. Atenção contínua para a excelência técnica e bom projeto, reforça a
agilidade;
X. Simplicidade - a arte de maximizar o valor de trabalho não feito - é
essencial;
XI. As melhores arquiteturas, requisitos, e projetos emergem de equipes
auto-organizadas;XII. Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais
eficaz e, em seguida, ajusta o seu comportamento.
2.3.3. Desenvolvimento Iterativo
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Uma iteração é caracterizada por uma seqüência distinta de atividades com
baseline13 e critérios de avaliação planejados. Cada iteração incorpora atividades de
modelagem de negócio, requisitos, análise e projeto, implementação, testes e
implantação à medida que, o projeto vai evoluindo em suas fases. A cada iteração
um conjunto de produtos é gerado.
Neste sentido, uma medida boa do progresso é ter o software funcionando
no final de cada iteração. Os benefícios do desenvolvimento iterativo podem residir
no fato do desenvolvimento lidar com mudanças, o sistema ser integrado contínua e,
progressivamente e os riscos serem atacados mais cedo, porque os elementos são
integrados progressivamente. É possível realizar um aprendizado e melhoria
contínua do processo, gerando produtos mais robustos com o aumento defuncionalidades.
O desenvolvimento baseado no modelo cascata, conforme apresentado no
modelo em Cascata (figura 3), é um modelo de desenvolvimento de software
seqüencial através das fases que o compõe.
O modelo em cascata demanda uma substancial integração e esforço de
teste para alcançar o fim do ciclo de vida, um período que pode se estender por
vários meses ou anos. Os requisitos de sistema identificados demoram muito tempoaté serem implementados e testados podendo atrasar a resolução de problemas,
sendo uma das causas das falhas do projeto em cascata.
Figura 3 - O Modelo Cascata atrasa a resolução de riscos
FONTE: http://www.wthreex.com/rup/manuals/intro/im_bp1.htm
13. Baseline - parâmetros, padrão de valor, dados de referência, linha de base; comparativo, básico, de base.
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No método ágil, ao contrário, deve-se produzir um desenvolvimento
completo e teste num período de 4 semanas. Enfatiza-se a obtenção de pequenos
pedaços de funcionalidades executáveis para agregar valor ao negócio cedo,
antecipando a resolução de riscos ao projeto, conforme observado no Modelo
Iterativo (figura 4), e continuamente agregar novas funcionalidades através do ciclo
de vida do projeto.
Figura 4 - O Modelo Iterativo antecipa a resolução de riscos.
FONTE: http://www.wthreex.com/rup/manuals/intro/im_bp1.htm
Na figura 5 pode-se observar como o ciclo de vida do desenvolvimento
iterativo é dividido em fases e iterações. Por fase podemos entender como sendo o
espaço de tempo entre dois marcos significativos do projeto, durante o qual objetivos
são atingidos, artefatos elaborados e decisões sobre passar ou não para a próxima
fase são tomadas. As fases indicam a maturidade do sistema. Cada uma das fases
é dividida em iterações. Mudanças de requisitos e táticas são acomodadas, sendo
mais fácil melhorar e refinar o produto, aumentando sua robustez, inclusive com a
realização de testes e integrações acontecendo muito mais cedo, contribuindo para
um maior aprendizado das organizações a medida em que o ciclo de vida evolui.
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Figura 5 - As entregas no Modelo Iterativo
FONTE: Figueiredo 2007
A filosofia ágil está voltada para o desenvolvimento iterativo. Ou seja, obter
as exigências iniciais e criar um código que funcione, seguidos por mais exigências
e por mais códigos que funcione, identificando uma iteração como um “pacote de
tempo” que possui um custo fixo e um conjunto de funcionalidades que pode variar,
onde estas funcionalidades serão priorizadas pelo cliente e comporão a iteração.
A flexibilidade é identificada na medida em que funcionalidades priorizadaspelo cliente poderão ser descartadas, se classificadas no final da lista. Assim, é
possível existir funcionalidades que sejam perdidas, mas nunca as datas.
2.3.4. PMBOK Versus Ágil
A gerência de projetos, conforme já mencionado, pode ser definida como umconjunto de processos integrados. Os processos da gerência de projetos, segundo o
PMBOK são divididos em cinco grupos: iniciação, planejamento, execução, controle
e fechamento. A figura 6 representa esta visão
Por outro lado, nas metodologias ágeis, os grupos de processos,
denominados também de práticas são, da mesma forma que as tradicionais,
divididas em cinco grupos: previsão, investigação, exploração, adaptação e
fechamento. A figura 7 representa esta visão.
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Figura 6 – Ligações entre os grupos de processos do PMBOK
FONTE: PMBOK – PMI, 2000
Em uma análise comparativa entre as duas abordagens, percebe-se que,
apesar de apresentarem diferenças significativas referentes a sua consecução, a
visão dos processos que compõem a gerência de um projeto não se modifica
substancialmente. Além da nomenclatura distinta, o conjunto de setas em cada um
dos gráficos também apresenta diferenças significativas. A principal delas não está
relacionada, no entanto, a ausência de uma seta – no sentido Adaptação –
Exploração na figura 7 – e sim relacionada ao que ela representa nos modelos. Nocaso da proposta do PMBOK as setas representam a troca de documentação e de
itens documentáveis. Já na proposta ágil, apesar de as setas poderem indicar fluxo
de documentos, estas não se restringem a estes. Como princípio das metodologias
ágeis, deve haver um balanceamento entre as informações explícitas e tácitas,
privilegiando a comunicação interpessoal e diminuindo a documentação. Esta
diminuição, no entanto, significa que deve ser documentado apenas o que
efetivamente é considerado importante para o andamento do projeto e para agarantia do seu sucesso, ou seja, informações úteis.
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Figura 7 – Ligações entre os grupos de processos segundo as metodologias ágeis
FONTE: (HIGHSMITH, 2003 p.25)
Cada uma das etapas definidas na figura 6 é colocada em prática através de
um conjunto de atividades de gerências de projetos relacionadas ao escopo, tempo,
custo, qualidade, risco, recursos humanos, comunicação, integração e aquisições.
Independentemente do paradigma empregado, estas atividades devem ser
realizadas com maior ou menor nível de detalhamento e foco de atenção. Assim, o
que distingue uma abordagem da outra é a concentração de esforços. Nas
metodologias tradicionais, particularmente analisando o PMBOK, a concentração
está localizada na etapa de planejamento de projetos. No paradigma tradicional o
planejamento deve determinar o que poderá ou deverá acontecer durante a
execução do projeto, caracterizando um processo onde a flexibilidade é tratada;
mas, não facilitada.
As práticas relacionadas ao gerenciamento ágil de projetos dão ênfase as
etapas de execução e de controle de um projeto, descritas inclusive por outras
denominações: Exploração e Adaptação.
2.3.5. Áreas de Conhecimento do Gerenciamento de Projetos Aplicáveis
A possibilidade de mudança do gerenciamento de projetos tradicional para o
gerenciamento de projetos ágil requer uma atenção especial em cinco áreas de
conhecimento definidas pelo PMBOK (PMI, 2004), são elas: Gerenciamento de
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Recursos Humanos, Gerenciamento da Qualidade, Gerenciamento da Integração,
Gerenciamento do Escopo e Gerenciamento do Tempo.
Tanto a abordagem ágil quanto a abordagem tradicional identificam as três
restrições de um projeto como sendo: custo, tempo (agenda) e escopo. Para a
abordagem tradicional, no entanto, o escopo do projeto deve ser fixado para que
tempo e custo possam ser estimados. Já as abordagens ágeis se manifestam
acreditando que o escopo estará em constante mudança, então tempo e custo
devem ser fixados. Em abordagens ágeis a estratégia de Comando-controle deve
ser substituída por facilitação, colaboração e suporte, conforme demonstra a figura a
seguir.
PMBOK
Gerenciamento das
Aquisições
Gerenciamento das
Comunicações
Gerenciamento dos
Riscos
Gerenciamento
dos Recursos
Humanos
Gerenciamento da
Qualidade
Gerenciamento da
Integração
Gerenciamento do
Escopo
Gerenciamento doTempo
Gerenciamento do
Custo
Figura 8 - Áreas de Conhecimento do PMBOK (PMI, 2004) mais afetadas em APM
FONTE: Adaptação do PMBOK (PMI, 204)
Uma abordagem segundo as áreas do conhecimento do PMBOK (PMI,2004) nos leva a perceber que: (i) a preocupação está na definição do escopo em
um alto nível que permita o entendimento do trabalho, inclusive com a participação
do cliente para a priorização das funcionalidades; (ii) o cronograma é orientado ao
produto que será produzido em iterações curtas que contribuem para uma redução
dos conflitos pela cumplicidade no processo; (iii) as alterações são incorporadas
dentro da iteração mais apropriada e de comum acordo com o cliente, podendo
elevar o custo final; (iv) os padrões a serem seguidos devem ser estabelecidos no
início do projeto e estarem concentrados na programação em pares; (v) a
monitoração e o controle dos riscos ocorrem durante todo o processo de
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desenvolvimento; (vi) a comunicação é colaborativa e direta entre todos os membros
da equipe, o que exige um certo grau de maturidade por parte da organização, do
cliente e da equipe; (vii) todos os participantes do projeto executam suas tarefas,
planejam e tomam decisões em conjunto, compartilhando suas experiências; o
processo de aquisição deve ser evitado em função da volatilidade dos requisitos;
(viii) a atuação colaborativa da equipe com o cliente favorece um maior grau de
informalidade e o conhecimento implícito é privilegiado; (ix) o papel do gerente de
projetos é voltado para o papel de facilitador ou coordenador das atividades.
2.3.5.1. Gerenciamento dos Recursos Humano
O PMBOK (2004, p. 199) define o planejamento organizacional como oprocesso onde papéis e responsabilidades são atribuídos; o PMBOK (2004) define
desenvolvimento de time como o desenvolvimento do conjunto de competências e
habilidades apropriadas para cada membro do time.
A forma ágil de se fazer isso é estabelecer times cross-functional 14 e permitir
que eles sejam auto-gerenciados. Com times auto-gerenciados muitos imaginam
que o papel de gerente de projeto passa a ser ameaçado. Ao contrário, este passa a
ser muito mais importante para o projeto e para o time, agindo como um “líderservidor” descrito na década de 80 por Robert Greenleaf, e não mais como o gerente
“comando controle”.
2.3.5.2. Gerenciamento da Qualidade
Pelo fato do código ser incrementado durante o desenvolvimento de cada
iteração, a abordagem ágil traz o controle de qualidade novamente para dentro daanálise e desenvolvimento do produto, estando a qualidade agora presente desde as
primeiras fases do projeto ao invés de ficar aguardando “o pior” no final do projeto.
Todo o time tem seu papel no controle de qualidade em práticas ágeis, todos estão
envolvidos em garantir que a entrega valorizará o retorno do investimento (ROI15) do
cliente.
14 Cross-functional - Trata-se de equipes envolvendo empregados de diversas funções, de diversas áreas dentrode uma organização.15 ROI em finanças, retorno sobre investimento (em inglês, return on investment ou ROI), também chamado taxade retorno.
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2.3.5.3. Gerenciamento da Integração
Em Gerenciamento de Integração um entregável chave é o documento de
Plano do Projeto que é elaborado e mantido pelo gerente de projeto. Em abordagens
ágeis este entregável é substituído por uma série de atividades de visão e
planejamento que são executadas em ciclos iterativos. O controle de mudanças
também é algo que sofre mudanças bem grandes nas abordagens ágeis, pois aqui
este é integrado nas rotinas diárias de um time ágil. As mudanças do produto são
gerenciadas através de um repositório de funcionalidades que é gerenciado pelo
gerente de produto do cliente. Este é responsável por manter esta lista com
funcionalidades priorizadas de acordo com o valor de negócio que elas representam
para o cliente. Isto é o que garante o ROI.No final de cada iteração, o time realiza as reuniões de revisão e
retrospectiva para colher as percepções de cada membro da equipe. O time (cliente,
desenvolvedores, arquitetos, gerente de projeto, testadores...) é o Change Control
Board .
2.3.5.4. Gerenciamento de Escopo e Tempo
A abordagem ágil trabalha com tempo (agenda) e custo fixo, paraimplementar as funcionalidades de alto valor para o negócio do cliente.
O escopo do projeto pode, e deve ser fixo se: clientes não necessitassem de
novas funcionalidades, não houvesse mudanças de mercado nem mudanças de
tecnologia e se o cliente realmente conhecesse tudo que precisa no início de um
projeto: Planejamento, definição, verificação e controle de escopo são matérias que
recebem grande atenção no PMBOK (2004).
Abordagens ágeis também fornecem uma grande atenção para estasmatérias, mas com uma filosofia de gerenciamento de escopo bem diferente.
A abordagem tradicional, trabalha duro para prevenir e evitar as mudanças
de escopo, enquanto abordagens ágeis aguardam e “abraçam” estas mudanças.
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3. DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
O termo Scrum é o nome de um tipo de jogada que acontece no jogo de
rugby16. O termo foi utilizado pela primeira vez, no contexto de processo de
desenvolvimento ou manufatura, por Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi em seu
artigo chamado “The New Product Development Game” publicado na Harvard
Business Review em 1986. Por isto várias ações ou etapas desta ferramenta nos
volta ao jogo de forma rápida e alguns termos.
SCRUM foi criado no início de 1990 por Ken Schwaber e Jeff Sutherland
para ajudar as organizações a lutar com complexos projetos de desenvolvimento. Otrabalho de Jeff Sutherland com as primeiras idéias do SCRUM e de Ken Schwaber
com metodologias transformados em vários anos de conversa, colaboração e
pesquisas culminaram em um documento que ambos apresentaram no OOPSLA 17
96 descrevendo SCRUM .
Cinco anos mais tarde, Ken Schwaber e 16 outros se juntaram em Utah, em
Fevereiro de 2001, descobriram o que tinham em comum e escreveram o Manifesto
Ágil. Eles fundaram a Agile Alliance, uma organização sem fins lucrativos dedicada àcriação de software ágil.
Scrum aplica-se a projetos tanto pequenos como grandes. Esforçando-se
para liberar o processo de quaisquer barreiras, o seu principal objetivo é conseguir
uma avaliação correta do ambiente em evolução, adaptando-se constantemente ao
“caos” de interesses e necessidades, indicadas e utilizadas para o desenvolvimento
de softwares em ambientes complexos, onde os requisitos mudam com certa
freqüência, sendo o caminho utilizado para aumentar produtividade nesses tipos desistemas.
O objetivo deste capítulo é descrever de forma sucinta a ferramenta Scrum
que é um dos métodos ágeis e sugerir de forma consistente um modelo de escritório
de gerenciamento de projetos capaz de planejar, executar e controlar os projetos
que necessitem de uma maior agilidade, além dos aspectos organizacionais
16 O Rugby é disputado de futebol de origem na Inglaterra, por duas equipes de quinze jogadores, numa partidade duas partes de quarenta minutos contínuos, o relógio só para quando algum jogador necessita de cuidados
médicos. O objetivo do jogo é marcar o maior número de pontos.17 OOPSLA - Object Oriented Programming, Systems, Languages and Appl icati ons é uma conferência anualque abrange temas sobre sistemas de programação object-oriented, linguagens e aplicações.
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envolvidos neste ambiente de gerenciamento. Para Veras (2009) o Scrum Master da
Pitang, o Scrum é considerado um poderoso framework .
O Scrum pode ser considerado um poderoso framework para aorganização de times de desenvolvimento de Software. No entanto, épreciso tomar algumas precauções para maximizar esse poder. Umadas grandes preocupações que deve ser considerada é no que dizrespeito à comunicação entre as pessoas envolvidas. A forma e oambiente criado para que as informações possam circular entre aspessoas de um projeto é tão importante quanto os aspectos técnicosnecessários para o seu bom andamento. Entretanto, não há um guiaperfeito ou um conjunto de regras capaz de garantir que acomunicação seja tão ágil quanto esperamos. Pelo contrário, osaspectos psicológicos envolvendo o modo como cada pessoa secomunica com as outras nos deixa um amplo cenário para que novasexperiências sejam postas em prática e posteriormente avaliadas.
3.1. SCRUM
Scrum é bastante objetivo, com papéis bem definidos, de fácil adaptação e
ainda, sua curva de aprendizado é relativamente baixa.
Segundo Larman (2004, p. 109), o Scrum não é um processo previsível, ele
não define o que fazer em toda circunstância. Ele é usado em trabalhos complexos
nos quais não é possível prever tudo o que irá ocorrer e oferece um framework 18 e
um conjunto de práticas que torna tudo visível. Isso permite aos praticantes do
Scrum saber exatamente o que está acontecendo ao longo do projeto e fazer os
devidos ajustes para manter o projeto se movendo ao longo do tempo visando
alcançar os seus objetivos.
Logo, o Scrum não vai dizer exatamente o que fazer, não irá resolver todos
os seus problemas, mas com certeza os problemas serão mais facilmente
identificados. Por ser um framework , irá servir como um guia de boas práticas para
atingir o sucesso. Entretanto, as decisões de quando e como usá-lo, quais táticas e
estratégias seguir para obter produtividade e realizar as entregas ficam por conta de
18 Framework é um conjunto de classes que colaboram para realizar uma responsabilidade para um domínio deum subsistema da aplicação.
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quem estiver aplicando. O conhecimento das suas práticas permite a aplicação das
mesmas de forma variada e este é um dos aspectos positivos do Scrum, a
adaptabilidade.
Vale ressaltar que as práticas do Scrum podem ser aplicadas em qualquer
contexto onde pessoas precisem trabalhar juntas para atingir um objetivo comum.
Scrum é recomendado para projetos de outras áreas além de software e
principalmente para projetos de pesquisa e inovação.
3.1.1. Definições
A ferramenta Scrum, segundo Ken Schwaber (2001), estabelece um
conjunto de regras e práticas de gestão que devem ser adotadas para garantir o
sucesso de um projeto. Centrado no trabalho em equipe, melhora a comunicação e
maximiza a cooperação, permitindo que cada um faça o seu melhor, se sentindo
motivado profissionalmente, proporcionando um aumento de produtividade.
Englobando processos de engenharia, este método não requer nem fornece
qualquer técnica ou método específico para a fase de desenvolvimento de software.Dentre as práticas definidas por Ken Schwaber (2001) e sugeridas durante o
ciclo de vida da Scrum, pode-se destacar:
A entrega de “software funcionando” ao final de cada Sprint : onde a meta
é, ao final de cada Sprint , entregar algo que agregue valor para o Product
Owner ;
Daily Scrum: Reuniões diárias e de pé, de no máximo 15 minutoscomposta pelo Product Owner, o Scrum Master e o time de
desenvolvimento. A fim de avaliar o andamento do Sprint e sanar qualquer
problema que possa estar ocorrendo;
A elaboração de um Product Backlog : que consiste em listar as
histórias/funcionalidades do sistema, juntamente com o esforço necessário
para concluí-las, bem como se devem indicar também em que Sprints
serão desenvolvidas tais histórias/funcionalidades;
A elaboração de Sprints Backlogs: que consiste em listar todas as
histórias/funcionalidades selecionadas para aquele Sprint e controlar os
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prazos estipulados para cada item, bem como preenchendo seu estado,
por exemplo, se ela está concluída. Nesta etapa também, é gerado um
gráfico de Burndown que indica o esforço que está levando para
conclusão do Sprint .
3.1.2. Conceitos
O SCRUM define conceitos importantes referentes à aplicação do processo
no período do projeto. Esses conceitos fundamentam práticas importantes para
definir a estratégia de inspeção e adaptação do projeto, fornecendo uma excelentevisibilidade do andamento dos trabalhos, juntamente com uma importante
previsibilidade do que acontecerá no futuro.
3.1.2.1. Sprint
No Scrum o progresso do projeto é baseado em uma série de iterações bem
definidas chamadas Sprints. A recomendação é de que a duração da Sprint fique
entre 2 a 4 semanas. Esse período é chamado de Time-box .O Scrum é baseado em entrega de produto a cada Sprint , logo é
recomendável que durante o desenvolvimento do produto, exista um padrão, um
mesmo time-box , para todas as Sprints. Isto é importante para se conseguir medir o
progresso e a produtividade da equipe no projeto.
Para Kniberg (2007, p. 23 et seq) o Sprint só começa após a definição do
que será feito, pois trata-se de um evento muito importante para o processo com
vários pontos definidos:
Tenha certeza de que o product backlog está organizado e fechadoantes da reunião de planejamento do sprint .E o que isso significa? Que todas as estórias estão perfeitamentebem definidas? Que todas as estimativas estão corretas? Que todasas prioridades devem permanecer fixas? Não, não e não! O que issosignifica(...)
O planejamento de sprint é uma reunião crítica, provavelmente oevento mais importante no Scrum (na minha opinião, claro). Umencontro de planejamento de sprint mal feito pode bagunçartotalmente um sprint.
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(...)Possuir algum tipo de cronograma para a reunião de planejamentodo sprint reduzirá o risco de ultrapassar o espaço de tempo previsto.(...)O objetivo do sprint deve responder a pergunta fundamental “Porque nós estamos fazendo este sprint? Porque não saímos de fériasao invés de fazê-lo?”. De fato, uma maneira de extrair o objetivo deum sprint do product owner é literalmente fazer esta pergunta.
3.1.2.2. Product Backlog
Um dos conceitos mais importantes é o Backlog do produto (ou Product Backlog ), e
o Backlog de Impedimentos ( Impediment Backlog ), ambos considerados o coração do Scrum.
O Product Backlog contém uma lista de itens priorizados que incluem tudo o que precisa ser
realizado, que possa ser associado com valor de negócio, para a finalização do projeto, sejamrequisitos funcionais ou não. É importante ressaltar que cada item no Backlog do produto
deve ter um valor de negócio associado ( Business Value), onde podemos medir o retorno do
projeto e priorizar a realização dos itens.
Para Kniberg (2007, p. 19) o product backlog é o coração do Scrum. Pois é a partir
deste que tudo começa. O product backlog é a lista de requisitos, estórias, coisas que o cliente
deseja, descritas utilizando a terminologia do próprio cliente.
Kiniberg (op cit ) define uma lista de itens para identificar o product backlog;
ID – Uma identificação única, apenas um número com auto-incremento. Issoé para evitar que percamos o controle sobre as estórias quando nós mudamosseus nomes.Nome – Um nome curto e descritivo para a estória. Por exemplo, “Ver ohistórico de transações”. Suficientemente claro para que os desenvolvedorese o product owner entendam mais ou menos sobre o que estamos falando, eclaro o bastante para distingui-la das demais estórias. Normalmente de 2 a 10
palavras.Importância – a pontuação de importância dessa estória para o productowner . Por exemplo 10 ou 150. Mais pontos = mais importante.Eu tento evitar o termo “prioridade” já que prioridade 1 é tipicamenteinterpretado como “prioridade mais alta”, o que fica feio se mais tarde vocêdecidir que algo é ainda mais importante. Qual pontuação de prioridade esseitem deveria receber? Prioridade 0? Prioridade -1?Estimativa inicial – As estimativas iniciais da equipe sobre quanto tempo énecessário para implementar aquela estória, se comparada a outras estórias.A unidade é pontos por estória e geralmente corresponde mais ou menos a“relação homem/dias” ideal. 1. Pergunte à equipe “se vocês puderem ter o número ideal de pessoas para
esta estória (nem muitas, nem poucas, normalmente duas), e se trancarem emuma sala cheia de comida e trabalharem sem distúrbio algum, após quantosdias vocês apresentarão uma implementação pronta, demonstrável e testada?
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Se a resposta for “com 3 pessoas trancados em uma sala levaráaproximadamente 4 dias” então a estimativa inicial é de 12 pontos porestória.2. O importante não é ter estimativas absolutamente precisas (por exemplo,dizer que uma estória com 2 pontos deverá gastar 2 dias), mas sim obterestimativas relativas corretas (por exemplo, dizer que uma estória com 2 pontos gastará cerca da metade de uma estória com 4 pontos).Como demonstrar – Uma descrição em alto nível de como a estória serádemonstrada na apresentação do sprint. Isso é simplesmente uma simplesespecificação de teste. “Faça isso, então faça aquilo e então isso deverá
acontecer.” o Se você pratica TDD (desenvolvimento orientado a testes) essadescrição pode ser usada como pseudo-código para o seu código de teste deaceitação.Notas – quaisquer outras informações, esclarecimentos, referências a outrasfontes de informação, etc. Normalmente ágil bem breve.
O Impediment Backlog contém todos os itens que impedem o progresso do
projeto e geralmente estão associados a riscos. Estes itens não possuem uma
priorização, mas está geralmente associado a algum item do Backlog do produto ou
as tarefas dos itens, Exemplo “instalar ambiente para desenvolvedores” , “Instalação
de banco de dados do projeto”, etc. O controle desses itens é muito importante e o
Scrum Master é o grande responsável pela liberação desses impedimentos, abrindo
caminho para o time de desenvolvimento executar a realização dos itens do Backlogdo produto. Existem muitas formas para gerenciar o Product Backlog e o Impediment
Backlog todas elas precisam que cada item seja identificado e estimado, em tempo
ou tamanho, e que a sua ordem de importância seja estabelecida pelo cliente. Com
esses atributos é possível ter os itens em uma ordem de priorização.
3.1.2.3. Planing Meeting
É a reunião de planejamento do Sprint . Ela ocorre no início de cada Sprint epode ser composta por qualquer pessoa, além da equipe do projeto, que poderá ser
convidada a participar da reunião a fim de agregar valor à reunião desde que tenha
sido aprovada a sua participação pelo proprietário do produto.
Em um primeiro momento o proprietário do produto e o time fazem a revisão
do Product Backlog , com a intenção de discutir o propósito e as metas de cada item.
O time, então, define os itens que serão desenvolvidos na próxima Sprint e a meta.
Em seguida, o proprietário do produto deverá detalhar algum item ouesclarecer dúvidas quanto ao objetivo do mesmo. O time elabora a estratégia de
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desenvolvimento para que a meta da Sprint seja atingida. Ao final desta reunião eles
devem saber responder como construirão as funcionalidades do produto durante o
Sprint . Essas estratégias são geradas a partir do detalhamento dos itens do Product
Backlog . As tarefas geradas através desse detalhamento é chamado de Sprint
Backlog , onde os membros do time deverão escolher suas tarefas e estimá-las em
horas.
3.1.2.4. Dailly Meeting
Reunião diária iniciada a partir do início da Sprint , que é realizada sempre no
mesmo local e horário, com o facilitador e os membros do time, com duração exata
de 15 minutos, para que cada um dos membros possa relatar os progressos eobstáculos que forem surgindo em seu caminho.
No dailly meeting cada membro em ordem apresenta o que executou desde
a ultima reunião.
3.1.2.5. Review
Momento do dailly meeting em que os membros da equipe identificam se
existe diferença entre o que deveria ser entregue e o que está sendo entregue.
3.1.2.6. Retrospective
Representa a ferramenta mais importante para que o sucesso seja
alcançado, pois o time comenta tudo aquilo que funcionou e não funcionou dentro da
Sprint . O time visualiza os itens citados, discute sobre cada um deles e planeja
ações para a próxima Sprint .
3.2. PAPÉIS RESPONSABILIDADES DO SCRUM
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O SCRUM como qualquer outra metodologia é baseada em papéis e
responsabilidades, porém, os papéis do SCRUM são bem abrangentes e
direcionados para garantir o sucesso do projeto.
3.2.1. Product Owner (proprietário do produto)
É o responsável por definir as funcionalidades do produto e decidir as datas
de lançamento e conteúdo, assumindo a responsabilidade pela rentabilidade (ROI) e
priorizando as funcionalidades de acordo com o valor de mercado. Ajustafuncionalidades e prioridades e aceita ou rejeita o resultado dos trabalhos.
O Escopo e a importância são definidos pelo product owner. Estimativa é
definida pela equipe. Durante uma reunião de planejamento do sprint , estas três
variáveis são refinadas continuamente por diálogo “cara-a-cara” entre equipe e
product owner.
3.2.2. Scrum Master (gerente do projeto)
Representa a gerência para o projeto. É o responsável pela aplicação dos
valores e práticas do SCRUM , devendo remover obstáculos e garantir a plena
funcionalidade e produtividade da equipe. Garante, ainda, a colaboração entre os
diversos papéis e funções, servindo de escudo para interferências externas.
3.2.3. Developers (equipe)
Sua composição está voltada para um grupo entre 5 e 9 pessoas, formada
por programadores, testadores, desenvolvedores de interfaces, etc, que atuam em
tempo integral. O administrador de base de dados, por exemplo, é uma função que
constitui exceção à este grupo. A equipe Scrum é auto-organizável e as trocas entre
seus membros só ocorre na mudança de “Sprints”.
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A produtividade da equipe deriva de fazer as coisas certas da primeira vez, a
partir de uma lista priorizada pelo proprietário do produto das atividades a serem
realizadas e, fazer estas coisas de forma muito eficaz. A maximização desta
produtividade está diretamente relacionada às medições de linhas de código por dia
ou pontos-de-função por pessoa/mês, que são definidos pela própria equipe. É a
equipe que define o planejamento e execução das atividades que estão sob sua
responsabilidade.
O Gerente do Projeto ou qualquer outro membro pode orientar, aconselhar e
informar a equipe, mas é da responsabilidade da equipe gerir a si própria. O trabalho
da equipe é concentrado em um período de 30 dias, onde haverá muita integração e
disseminação de informações entre os seus membros. A equipe faz o que fornecessário para cumprir o seu compromisso. Cada um de seus membros possui
várias qualificações, o que facilita o trabalho de seleção própria por parte de cada
membro das atividades a serem executadas. A equipe tem que descobrir o seu
próprio trabalho.
O quadro 2 traduz algumas das principais características citadas acima
sobre a equipe ágil em relação às equipes de desenvolvimento tradicional.
A transição de uma equipe que é gerida de uma equipe que gere a si própriaé difícil, mas a recuperação da produtividade e o prazer pelo trabalho tornam-se
impressionante. O trabalho de Gerente do Projeto é o de conduzir a equipe através
do presente transitório.
Ágil Tradicional
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Voltado para o cliente Voltado para o gerenciamento
Equipe multi-qualificada Equipe de especialistas isolados
Informação amplamente
compartilhada Informação limitada
Poucos níveis de gerenciamento Muitos níveis de gerenciamenmto
Pouca descrição do trabalho Muita descrição do trabalho
Metas Compartilhadas Metas segregadas
Aparentemente caótico Aparentemente organizado
Equipe altamente compromissada Equipe altamente gerenciada
Melhoria contínua Melhoria incremental
Auto-organizada Auto-gerenciado
Baseado em valores e princípiosBaseada em políticas e
procedimentos
Quadro 2: Características das equipes Ágil e Tradicional.
3.3. CICLO DE VIDA SCRUM
No final dos anos 90, com a virada do milênio surgiu um novo cenário para
desenvolvimento de software, com vários métodos ágeis, entre eles: Adaptive
Software Development, Dynamic Systems Development, eXtreme Programming
(XP) e Scrum. Todos esses métodos empregam princípios ágeis, tais como ciclos
iterativos, entrega rápida de software funcionando e simplicidade, como definido noManifesto para Desenvolvimento Ágil, publicado em 2001. A essência desse
movimento é a definição de novo enfoque de desenvolvimento de software, calcado
na agilidade, na flexibilidade, nas habilidades de comunicação e na capacidade de
oferecer novos produtos e serviços de valor ao mercado, em curtos períodos de
tempo.
No Scrum, os projetos são organizados em ciclos (iterações), tipicamente
mensais (Sprint ). O Sprint representa um Time Box , dentro do qual é executado um
conjunto de atividades.
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O Scrum define conceitos importantes referentes à aplicação do processo no
período do projeto. Esses conceitos fundamentam práticas importantes para definir a
estratégia de inspeção e adaptação do projeto, fornecendo uma excelente
visibilidade do andamento dos trabalhos, juntamente com uma importante
previsibilidade do que acontecerá no futuro. Finalmente, é realizada uma Sprint
Retrospective - retrospectiva para identificar o que funcionou bem durante um Sprint ,
o que poderá ser melhorado e quais as ações deverão ser tomadas para esta
melhora. A equipe, então, parte para a definição de um novo Sprint , reiniciando o
ciclo.
Essa dinâmica é possível porque o produto software nos permite que o
tratemos dessa forma. O custo para ajustar os conceitos no software não segue opadrão de um produto de processo prescritivo. A tecnologia nos permite construir o
software neste formato. A seguir vemos o ciclo de vida do projeto com as iterações
do Scrum:
Figura 9: Ciclo de Vida SCRUM .
FONTE: Figueiredo 2007
Um problema corriqueiro em empresas de software é o tempo investido para
conseguir obter o esforço e o prazo. É importante ressaltar que no início do projeto
as incertezas são grandes, porém, durante o projeto os riscos vão sendo resolvidos
sempre através de prototipações com desenvolvimento do software e de seu
funcionanmento.
Investir duramente na fase de requisitos com o objetivo de refinarestimativas não funciona, pois requisitos são abstrações com grande incerteza!
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Owner e o feeling para o time. Nesta fase são planejadas as equipes e suas
atribuições e são definidos os processo de comunicação entre as equipes; e, (iii)
Nível Operacional, nesta fase são realizadas as tarefas de engenharia de sistemas
para desenvolver o software. As equipes são reunidas com tempos e tarefas
definidas (Dailly Meeting ), assim tornando mais dinâmico as atividades do projeto.
3.4. IMPLANTANDO SCRUM
A implantação de qualquer metodologia (ou prática ou padrão) requer um pré-
requisito principal para funcionar: o apoio da direção.
De nada adianta nossa boa vontade, nossa motivação, iniciativa e conhecimento
técnico se os maiores patrocinadores da mudança não demonstrarem pelo menosmetade disso.
A Globo.com implantou o Scrum com a finalidade de desenvolver produtos
para a internet principalmente por se tratar de uma empresa sujeita a grandes
modificações de requisitos e ao ambiente inovador a que está inserida.
A implementação começou com uma equipe de quinze pessoas,
desenvolvendo um projeto de ampla visibilidade com um grande potencial de acesso
por parte do usuário final. Como não existia nenhuma outra equipe utilizando o
Scrum o processo gerava uma certa desconfiança por parte dos participantes da
equipe, mesmo que a maioria deles estivesse extremamente comprometida com o
objetivo do projeto.
No intuito de minimizar essa desconfiança sugerimos que a implantação do
SCRUM seja aos poucos. De forma que, em pouco tempo, a implantação completa
seja só um pequeno passo.
Não pretendemos impor um único método para implantar o conceito de ágile e
SCRUM. Pois, esse está sendo o meio pelo qual a TSL Engenharia Ambiental está
implantando no setor de manutenção / atendimento ao cliente.
Os Passos são:
1) DAILY MEETINGS - Reúna a sua equipe diariamente e comece a fazer as três
famosas perguntas: O que você fez ontem? O que fará hoje? O que pretende fazer
para amanhã? Quais seus impedimentos? Essa é uma poderosa forma de
maximizar a comunicação da sua equipe, e tem como bônus, a vantagem de que
pelo menos uma vez por dia todos irão estar reunidos em um horário certo.
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2) SPRINTS. Tente criar o conceito de sprints, definindo "deadlines" a cada 2
semanas ou 1 mês e mantenha fixo até a implantação por completo.
3) PRODUCT BACKLOG. Defina o seu primeiro product backlog. Tente levantar as
funcionalidades que precisam ser feitas, priorize e discuta cada uma, criando
estimativas e definições de finalizado.
4) CRIE UM TASKBOARD. Um simples local onde você tem as suas tarefas em
"todo", "doing" e "done" já é um bom começo para ter o seu termômetro do status do
projeto. Agregue valor com o tempo (stories, burndown, impedimentos, tarefas nãoplanejadas, etc).
5) RETROSPECTIVAS. Ao final de um sprint, use o taskboard como repositório e
faça uma retrospectiva com sua equipe. Veja o que foi bom, o que poderia ser
melhorado e no que vocês irão focar para melhorar. Detalhe: faça dessa reunião
algo bem informal, compre uns salgadinhos e refrigerantes.
A implantação do SCRUM pode ocorrer de dois modos: pelo jeito "bottom-up"
ou pelo jeito "top-down". Bottom-up seria você começando diretamente com a sua
equipe e com isso mostrando ao seu chefe os resultados das práticas ágeis. Top-
down é o inverso, ou seja, você vende a idéia para o seu chefe e depois tenta
vender para sua equipe.
Ambas são eficientes, e dependem do seu ambiente de trabalho. A TSL optou
pelo Top-down.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notório que método tradicional de projetos está consolidado no mercado e
os resultados de sua aplicação são evidentes nos diversos ambientes. Para as
organizações mais conservadoras, existe a possibilidade de mesclar as
características dos métodos tradicionais e ágeis permitindo uma avaliação gradativados pontos positivos e negativos das duas abordagens.
Um dos desafios das metodologias ágeis deve ser o de implementar
estratégias de gestão de riscos sem tornar a metodologia complexa e pesada. Outro
desafio é fazer com que as metodologias ágeis possam ser utilizadas em grandes
empresas e equipes, eliminando os problemas de comunicação interna às equipes e
existentes de forma comum em grandes empresas onde os funcionários estejam
dispersos geograficamente. Apesar de verificar-se um crescimento no uso das metodologias ágeis, ainda
não puderam ser verificados casos de sucesso de seu uso em projetos grandes e
críticos. Torna-se necessário, então, uma maior adoção das organizações na sua
utilização, para que melhores sejam os resultados empíricos em termos de
vantagens, desvantagens e riscos.
Por ser um ambiente de desenvolvimento dinâmico, em constantes
mudanças e menos orientado a documentação, a Web torna-se mais adequada paraa utilização das metodologias ágeis do que as metodologias tradicionais. A utilização
de SCRUM em projetos ajuda a construir tão somente aquilo que o cliente valoriza,
contribuindo para que os produtos sejam criados mais adaptados ao cliente.
As equipes tornam-se mais efetivas na definição das atividades, gerando
maior comprometimento, motivação e confiança. Há um maior estímulo à
colaboração entre os membros da equipe, o que permite que o time esteja mais
coeso, na medida em que cada membro sabe o que os demais estão fazendo, torna-
se natural o compartilhamento e disseminação do conhecimento, cada pessoa da
equipe escolhe o que vai fazer, as responsabilidades estão visíveis, existe
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transparência e alinhamento para atender o objetivo do projeto. Toda a equipe passa
a ter conhecimento daquilo que está sendo construído e com que finalidade.
O uso de SCRUM não é difícil. Contudo, torna-se mais importante fazer com
que o time, o cliente e a organização estejam prontos para as mudanças de
paradigmas que a metodologia ágil é capaz de proporcionar. A ausência ou a falta
de uma cultura organizacional que esteja comprometida com o planejamento e
acompanhamento de projeto pode prejudicar a qualidade no produto final dos
projetos.
Este trabalho apenas introduziu brevemente alguns comentários sobre os
métodos tradicional e ágil de gerenciamento de projetos com o intuito de permitir que
parâmetros que auxiliem na definição da melhor estratégia venham a serestabelecidos e aplicados no gerenciamento de projeto, permitindo às organizações
atender as necessidades e expectativas do cliente.
4.1. A VIABILIZAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE PROJETO ÁGIL
As organizações visualizam no Project Management Office (PMO –
Escritório de Gerenciamento de Projetos) a solução dos seus problemas. É bem
verdade que o PMO pode vir a assumir muitos produtos e serviços potenciais,
porém, esta posição estará sempre relacionada às necessidades da organização e
da visão e comprometimento de seu patrocinador. O PMO é responsável por adquirir
e implementar a metodologia de gerenciamento de projetos que será utilizada por
toda a organização durante a execução de cada um de seus projetos.O Escritório de Gerenciamento de Projetos acrescenta valor significativo e
traz vários benefícios, basta observarmos o item 2.3, deste. Sob esta ótica, é
interessante observar que “os projetos reúnem e vendem conhecimento”, ficando
facilitada a centralização dos conhecimentos adquiridos ao longo dos projetos, e que
as melhores práticas de um projeto específico podem ser reutilizadas em projetos
futuros.
Os tradicionais escritórios de gerenciamento de projetos são responsáveis
por prover controles e equilíbrio para o desenvolvimento e organizações de TI
quanto aos orçamentos e calendário dos projetos. A supervisão e gestão que vem
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do PMO direciona determinados comportamentos em gestores de projetos e,
portanto, no projeto.
Do mesmo modo, um PMO Ágil prevê certos controles e equilíbrio, mas
incide principalmente sobre o bem-estar global do projeto. Esta diferença de "tom",
não só direciona diferentes comportamentos, mas também pode contribuir para
apoiar a transformação radical no seio da organização. A força motriz torna-se
encapsulada na diferença de perspectiva entre tradicionais ganhos de valor
inquiridos e do valor inquirido pela agilidade alcançada.
A diferença chave é estabelecida em uma visão centrada no projeto para a
abordagem tradicional em oposição a uma visão centrada no produto para a
abordagem ágil. A visão tradicional refere-se ao ato de completar o plano do produtoe a visão ágil obviamente refere-se ao produto. Para entender melhor esta diferença
é preciso garantir que compreendemos as motivações por trás das ações e decisões
que cada PMO possui. Por isso, é preciso olhar para algumas das características
específicas de cada escritório de projetos (tradicional e ágil).
Nas organizações que utilizam metodologias tradicionais dirigidas ao
planejamento para executar seus projetos, há geralmente um PMO para
proporcionar uma fonte de controle e equilíbrio. Nestas organizações, o PMO torna-se a força mais influente da organização com relação à execução de programas e a
abordagem por que são realizadas. No sentido clássico de “você é o que você
mensura”, quando o PMO solicita que os gerentes de projeto cheguem à revisão
preparados para discutir orçamento, o progresso e os trabalhos realizados até à data
- as variáveis essenciais para cálculos de valor agregado – os gerentes de projeto
começarão a centrar suas atividades e suas equipes sobre estas medidas.
É notório que o papel do escritório de projeto não deve ser limitado pelaestrutura da empresa. No entanto, conforme afirmado no tópico 2.3.1, deste, as
organizações possuem suas estruturas “enxutas” e não tendem “incharem” seus
quadros para que um determinado projeto, ou seja, um grupo de tarefa temporária e,
que será desfeito após – característica do projeto. Porém, quando tratamos de uma
empresa com maturidade e que possui um escritório de projeto a adequação aos
valores do projeto ágil torna-se interessantes mesmo quando não trata-se de
desenvolvimento de software.
Em última análise, o resultado do cálculo que será agregado, e do efeito
desta metodologia para uma empresa onde as tarefas do PMO, podem ser
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visualizadas com boa rentabilidade. O ciclo de vida ágil para um PMO, onde
normalmente tendem a acúmulo de funções, favorece a organização com benefícios
relacionados ao tempo dos seus recursos humanos, do quadro administrativos, bem
como na organização como um todo.
4.2. PROPOSTA DE PESQUISAS FUTURAS
Por motivos anteriormente apresentados neste trabalho, torna-se necessário
a continuidade da pesquisa e avaliação de vários outros ambientes em que
poderiam ser implementadas as metodologias aqui estudadas. É preciso validar a
aplicabilidade e viabilidade das práticas aqui apresentadas em organizaçõesdesenvolvedoras de software pelo regime de contratação de mão-de-obra
especializada e externa às organizações.
Este trabalho de conclusão de curso concentrou-se em entender os
fundamentos teóricos entre o PMBOK e a metodologia SCRUM , entende-se então,
que é necessário primeiramente identificar e fundamentar as ferramentas ágeis em
nossa língua pátria pela literatura. Posteriormente é necessário entender as práticas
ágeis e seus reflexos nas organizações. Assim sendo, após as ferramentas serem bem definidas, seus aspectos
documentados e ainda adotados na nossa literatura, caberá a viabilidade de
entender as diferenças possíveis em nossa cultura e entender os casos de sucesso
como a Globo.com, Microsoft, Google, Nokia, BBC, UOL, entre outras (SILVEIRA,
2009).
Dentre as propostas também é viável a possibilidade de entender como as
ferramentas orientadas á objeto como a UML (Unified Modeling Language), poderádesenvolver informações de framework no processo de gerenciamento com Scrum.
Apesar de consciência que as ferramentas para área de TI são como o ideal
de um projeto: único e temporários. Cabe ainda, ressaltar que em desenvolvimento
de software deve-se lembrar da motivação que levaram a criação de metodologias e
modelos de desenvolvimento, bem como o populismo do modelo cascata. Muitos
desenvolvedores de software, sejam por experiência própria ou ainda, por terem
aprendido nos banco acadêmicos, trazem consigo o conceito do “codifica -remenda”,
onde saía-se desesperadamente programando ao longo do projeto. Pois por muitas
vezes por alteração de escopo ou por novas iterações, fez necessário repensar todo
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o projeto e conseqüentemente o software. Com isso não se tinha muita
previsibilidade e os projetos estouravam orçamento, prazo, escopo, etc
frequentemente.
Nesta época, não existia uma boa definição de “papéis” e todos faziam um
pouco de tudo - às vezes uma única pessoa analisava, codificava e testava um
módulo inteiro. Tudo com o objetivo e excluir problemas causados pelo famoso
método “codifica-remenda”. Após esta fase é que foram criadas as metodologias
conhecidas como “tradicionais”. Cabe então, além de documentar e entender,
quanto à relação com a nossa cultura, para posteriormente debater se a metodologia
ágil terá os mesmos problemas de 1995 (muito re-trabalho, alto custo de
manutenção, falta de lisura no processo, faz aqui e estraga ali, etc). Neste ponto devista, pode-se também abrir outra linha de pesquisa que poderá verificar quanto a
área de atuação da engenharia de software, a metodologia ágile, mais
especificamente o Scrum traz ou não re-trabalho? Ou ainda, poderia repensar em
um processo não tão dinâmico, porém, com uma estrutura mais rápida como é a
proposta do Scrum?
4.3. O TRABALHO
A ausência de material impresso em nossa língua pátria representou uma
dificuldade a mais, fazendo com que o autor tivesse que recorrer à busca na Internet
por material em língua estrangeira, o que também foi um dos fatores para este
trabalho.
Dentre as constatações dos objetivos, pode-se evidenciar que não hánenhuma referencia no PMBOK que proíba o uso de práticas ágeis, conforme fora
identificado no capitulo 2, deste não existe uma única forma de vida ideal do projeto
e para a própria organização (PMBOK, 2004, p. 20).
Na abordagem ágil as exigências de desenvolvimento podem mudar em
algum ponto. Isto é bom em um ponto de vista de desenvolvimento, mas o
gerenciamento de mudanças do escopo é também utilizado para beneficiar o cliente.
O patrocinador do cliente concordou em financiar o projeto, baseado em receber
uma determinada solução, por um determinado custo em uma determinada data. Se
a equipe do projeto continuar a aceitar as mudanças do escopo por conta própria, o
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projeto poderá requerer mais tempo e um custo muito mais elevado do que o
concordado pelo patrocinador.
Sobre os trabalhando com projetos SCRUM tem as seguintes fases/etapas
identificadas: (i) Visão do Produto; (ii) Product Backlog ; (iii) Estimativa do Product
Backlog ; (iv) Planning Meeting I e II; (v) Execução da Sprint ; (vi) Reunião Diária; (vii)
Reunião de Revisão; e, (viii) Reunião de Retrospectiva. Ao constatar estas fases
pode-se correlacioná-las com o PMBOK, tendo que entender as ferramentas
existentes e adaptá-las a sua realidade, para que o valor entregue ao cliente, não
seja inalcançados.
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ANEXO A - Visão geral da Metodologia de Gestão de Projetos
Convém ressaltar que o gerente de projetos por si só, não garante o sucessode nenhum projeto, porém, sua competência e habilidade para aplicar boas técnicas
induzem a resultados mais sólidos. Pode-se afirmar que as habilidades do gerente
são inerentes não só à reunião de conhecimentos adquiridos com o tempo, ou seja,
à experiência empírica do profissional, mas também à capacidade para utilizar a
metodologia e as ferramentas da gestão de gerência de projeto.
Sobre as áreas de conhecimento de gerência de projeto o PMBOK (2000),
define as seguintes áreas: (i) Gerência de integração do projeto; (ii) Gerenciamentodo escopo do projeto; (iii) Gerenciamento dos tempos do projeto; (iv) Gerenciamento
dos custos do projeto; (v) Gerenciamento da qualidade do projeto; (vi)
Gerenciamento de recursos humanos do projeto; (vii) Gerenciamento das
comunicações do projeto; (viii) Gerenciamento dos riscos do projeto; (ix) e,
Gerenciamento de aquisições do projeto.
Figura: Áreas de conhecimento (fonte: ROCHA, 2003)
Iníci o d e um proj eto
Iniciar um projeto, nada mais é do que o reconhecimento oficial da
necessidade de ser implementado um produto ou tecnologia nova ou aprimoramentodo existente, por imposição legal ou do mercado consumidor. De acordo com o
PMBOK (2000 apud ROCHA, 2003), os projetos acontecem como resultados de
uma dentre as necessidades ou demandas: (i) demanda do mercado; (ii)
necessidade empresarial; (iii) avanço tecnológico; (iv) exigência legal; e/ou (v)
necessidade social.
Este processo de reconhecimento faz parte da área do conhecimento
“ESCOPO”, onde são definidas as metas do projeto. Rocha (2003) afirma que nestafase, devemos seguir a regra “SMART” (Specifc – especifico, Measurable –
Escopo TempoIntegração
Custo RHQualidade
Comunicação Risco Aquisição
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A “QUALIDADE” é planejada mesmo antes do início do processo do projeto,
para que se satisfaça a expectativa dos patrocinadores e dos stakeholders.
Os “RECURSOS HUMANOS” que serão necessários para atender aos
objetivos, devem ser identificados na fase de planejamento, para evitar
qualquer problema com questões como alteração no custo e atrasos no
projeto.
Por último, não menos importante, devem-se identificar os “RISCOS”. Ao fixar
o planejamento é possível identificar um possível impacto negativo. Este
impacto poderá desestabilizar o projeto e esta fase deverá principalmente
descobrir como extirpá-lo, ou caso não seja possível amenizar qualquer
impacto.
Determinando o planejamento, são iniciadas as “AQUISIÇÕES” ou contratos
necessários para que o projeto possa transcorrer dentro de uma normalidade
possível.
Execução do pro jet o
A execução do projeto resume-se em colocar o planejamento em ação,
visando a atender aos objetivos. Na fase de execução, a área de conhecimento deintegração, qualidade, recursos humanos, e comunicação são essenciais.
Entre as etapas da execução Rocha (2003) comenta:
A “INTEGRAÇÃO” deve ligar as outras áreas para que tudo possa
ocorrer dentro do previsto.
Os “RECURSOS HUMANOS” formam as equipes dispondo de
habilidades diferentes uns dos outros, são focos e pensamentos
diferenciados o que torna esta uma etapa de grande complexidade degerenciamento para o Gerente de Projeto.
A “COMUNICAÇÃO” cumpre, nesta fase, seu principal papel, pois
dependerá da comunicação a fim de que os patrocinadores do projeto
fiquem sabendo do andamento e de um possível desvio de meta que
possa vir a comprometer ou não o resultado do projeto. A comunicação
também manterá os stakeholders envolvidos informados em tempo
hábil, para que não haja nenhum problema com fornecimento de
material ou decisão atrasada em relação à falta de dados. Isso poderá
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acontecer utilizando-se desde a forma verbal até relatórios em mídia ou
formal.
A “AQUISIÇÃO” trata-se de uma fase de cumprimento de propostas e
contratos, obtendo as respostas dos fornecedores, sejam de produtos
e/ou serviços.
Cont ro le do pro jeto
O projeto deve ser monitorado de forma integral, principalmente quanto à
questão prazos, e ainda para que o tempo não passe a ser mais importante de que
outra área. Um exemplo que se pode relatar dos fatos comuns a projetos, é que
quando este tende a atrasar, o gerente para cumprir os prazos estipulados, tendetambém a ultrapassar o custo com novas contratações ou aquisições.
Controlar consiste em coletar dados para fiscalizar o desempenho em relação
ao planejamento. Isto poderá ser feito analisando variações do plano do projeto,
decidindo se as ações corretivas se fazem necessárias para que o desempenho
aconteça de acordo com o planejado, e decidir principalmente se o plano necessita
de ajustes (ROCHA, 2003).
Sobre a fase de controle Rocha (op. cit.) cita:1- A “INTEGRACÃO” faz parte desta fase com o propósito de
implementar as políticas organizacionais e seus relacionamentos
dentro da estrutura do projeto e da empresa. A preocupação principal
da integração é coordenar as mudanças através do ciclo do projeto.
2- Nesta fase deve existir também um controle implícito dos “RISCOS”,
para “virtualizar” os impactos antes que estes ocorreram. A atividade
de controle do risco deve ser voltada ao controle do conhecimento daárea do “ESCOPO”, para não haver mudanças no custo ou tempo e
principalmente no próprio produto do projeto.
3- O “TEMPO” e o “CUSTO” são etapas verificadas com maior f acilidade
na fase de controle, pois estes conhecimentos, normalmente são
demonstrados por intermédios de ferramentas gráficas, que facilitam
muito o controle.
4- A “COMUNICAÇÃO” na fase de controle é um instrumento de grande
valia, pois através dela é possível precisar o andamento dos processos
do escopo, cronograma, custo e a qualidade.
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5- A “QUALIDADE” é um processo técnico de acordo com o produto que
é na verdade o escopo do projeto, que deve ser mensurado em seus
atributos e características, relatando a probabilidade de algo acontecer.
6- A gestão de “RISCO” é um processo para manter a equipe informada
sobre qualquer anormalidade, seja esta negativa ou ainda uma
oportunidade residual ou não, envolvendo plano de contingência,
ações corretivas ou replanejamentos.
Encerramento d o pro jeto
Normalmente esta fase acaba sendo negligenciada pelas equipes de
gerenciamento de projeto, tornando-se o novo produto rotineiro dentro da empresa.O encerramento, no entanto, é uma fase importante onde as maiorias dos
stakeholders tomam conhecimento oficialmente desta etapa e poderão desfrutar do
novo produto na sua integridade.
A fase de encerramento deve acontecer com uma “COMUNICAÇÃO” oficial e
bem documentada revelando o encerramento administrativo. Também ocorre o
encerramento dos possíveis contratos em andamento e das “AQUISIÇÕES”
realizadas. Alguns contratos têm condições específicas e devem ser encerradosoficialmente, principalmente os que envolvem os “RECURSOS HUMANOS”.
Fonte BIBLIOGRÁFICA
ROCHA, Klinger Menezes de Holanda. Gerência de Projetos: uma visão em
conformidade com o PMI – PMBOK Guide 2000 . Dez 2003.